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Informativo do Conselho Regional de Biologia da 2ª Região Rio de Janeiro e Espírito Santo Ano XI Nº 111 2º TRIMESTRE 2014 CRBio-02: cada vez mais próximo do biólogo capixaba Biólogos que fazem: Ricardo Cerqueira, Marcus Nadruz, Rosa Maria C. Wekid Castello Branco e Rafaela Vieira Bruno

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Informativo do Conselho Regional de Biologia da 2ª Região • Rio de Janeiro e Espírito Santo • Ano XI • Nº 111 • 2º TRIMESTRE • 2014

CRBio-02: cada vez mais próximo do biólogo capixaba

Biólogos que fazem: Ricardo Cerqueira, Marcus Nadruz, Rosa Maria C. Wekid Castello Branco e Rafaela Vieira Bruno

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Em mares nem sempre calmosNa edição anterior, falamos a respeito do importante papel que os

nossos funcionários desempenham se dedicando aos biólogos. Claro que muito temos que fazer, pois existem ainda algumas não conformidades que estamos trabalhando para corrigir.

O volume de trabalho nos últimos dois anos acompanhou a crescente participação dos biólogos junto ao seu Conselho, notadamente depois que criamos a nossa Assessoria de Comunicação, que vem atuando forte na

mídia (impressa, eletrônica e digital), com velocidade e eficácia na resposta às solicitações.Aumentou consideravelmente o acionamento do Fale Conosco e as próprias demandas

oriundas da nossa FanPage. Curioso ressaltar que até colegas profissionais de outros conse-lhos regionais vêm nos acessando, na certeza de que procuramos responder a todos de forma a eliminar o vácuo de informações que existia anteriormente.

Para aprimorar ainda mais os serviços prestados aos biólogos, estamos revendo o papel da nossa Ouvidoria, já assumida por um conselheiro. Assim, nos preparamos para reestruturar mais esse serviço de atendimento com base na disposição legal existente.

Nossas participações em reuniões, solenidades e eventos têm sido crescente, procurados que somos, não só em instituições acadêmicas (públicas e privadas), mas também em entida-des de categorias profissionais, como é o caso da Confederação Nacional da Saúde (CNS), que convidou o CRBio-02 por ser o único Conselho Regional de Biologia que além da legisla-ção vigente, possui legislação extra para o Rio de Janeiro, conquistada a base de muita luta, que garante ainda mais o profissional que atua como responsável técnico em laboratórios.*

Por outro lado, acreditamos estar seguindo um novo caminho nos serviços prestados aos nossos registrados e percebemos que estamos incomodando alguns que não querem arrega-çar as mangas e trabalhar duro como nós, em prol da nossa profissão.

Exemplificando, recentemente recebemos comunicação do Ministério Público da União, por ofício da lavra do doutor Vinicius Panetto do Nascimento, em que especificava algumas denúncias, comprovadas inverídicas, pela análise criteriosa das devidas esferas de controle, e que comunicava o arquivamento do processo.

Cada vez que nova “pedra” é lançada, esta com certeza nos fortalece a perseguir a construção de um Conselho que orgulhe o biólogo, e o incentive a fazer parte desta casa que o representa.

Vicente Moreira ContiPresidente

Conselho Regional de Biologia da 2ª Região Rio de Janeiro e Espírito SantoPresidente: Vicente Moreira ContiVice-presidente: Santiago Valentim de SouzaConselheira Secretária: Elizabeth dos Santos RiosConselheiro Tesoureiro: Valdir Alves LageConselheiros Efetivos: Anderson Mendes Augusto Crist ina Aparecida Gomes Nassar Glaucia Freitas Sampaio (em licença) Newton Dias Lourenço Válber da Si lva Frutuoso Vera Lúcia Vaz Agarez

Conselheiros Suplentes: Dimário Aluis io Pesce de Castro Humber to Ker de Andrade Maria das Graças Ávi la Guimarães Mário F lavio Moreira Mar ta Regina Reis Amendoeira Renato Rodrigues de Souza Rodrigo Soares de Moura Neto Rosa Maria C. Wekid Castel lo Branco (em exercício da titularidade)

Endereços:Rio de Janeiro • Sede: Rua Álvaro Alvim, 21/12º andar Cinelândia. Rio de Janeiro. RJ CEP: 20031-010 Tel.: (21) 2142-5700 Fax: (21) 2142-5715 www.crbio-02.gov.br [email protected] Regional • Vitória • ES: Edifício Cimas Center, Rua Fortunato Ramos, 30, Salas 208 e 210, Santa Lúcia, Vitória (ES) CEP: 29056-935 Tel./Fax: (27) 3222-2965 Cel.: (27) 9944-4390 [email protected] Regional: Humberto Ker de AndradeDelegada Substituta: Olga Anita Lisboa Ventorim Santos

Informativo Trimestral do CRBio-02 Ano X • Nº 111 • 2º trimestre • 2014

Edição e Produção: Assessoria de Comunicação do CRBio-02 AG Rio Comunicação Corporativa Rua Santo Afonso, 44/405 Tijuca • Rio de Janeiro • RJ • CEP 20511-170Jornalista Responsável: Arlete Gadelha (MTb 13.875/RJ)Impressão: IMOS Gráfica e EditoraTiragem: 10 mil exemplaresOs artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores.Fale conosco: [email protected]

Foi no dia 3 de setembro de 1979, que a regulamentação da pro-fissão de biólogo foi efetivada por meio da Lei nº 6.684, sancionada pelo então presidente da República João Baptista Figueiredo, que criou os Conselhos Federal e Regionais de Biologia e Biomedicina.

Mais tarde, em 30 de agosto de 1982, a Lei nº 7.017 alterou a Lei nº 6.684, determinando o desmem-bramento dos Conselhos Federal e Regionais de Biologia e Biomedici-na, que passaram a constituir entidades autárquicas autônomas.

A implantação do CFBio ocorreu a partir da nomeação e posse, em cerimônia presidida pelo então ministro do Trabalho Murilo Ma-cedo, dos dez conselheiros titulares e seus respectivos suplentes, todos com mandato de quatro anos.

Coube ao primeiro presidente, Paulo Nogueira Neto, juntamente com sua diretoria, iniciar os procedimentos administrativos e nor-mativos e traçar a configuração da infraestrutura de bens móveis e imóveis do CFBio. Com seu empenho e determinação, o CFBio fixou sede própria em Brasília no final do primeiro ano de sua gestão, com a aquisição de uma sala de 100m2 que até hoje abriga a entidade.

É importante registrar que foi o pioneirismo de Paulo Nogueira Neto, convocando 30 colegas para, juntos, criarem a Associação Paulista de Biólogos (APAB), no início da década de 1970, que ori-ginou a regulamentação da profissão.

A essa empreitada juntaram-se as representações das associa-ções do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro. Na fase final de tramitação do projeto de lei, iniciativa do deputado Adhemar Ghisi (antigo UDN/PDS) na Câmara dos Deputados, e na apresen-tação do substitutivo no Senado pelo senador Jarbas Passarinho, somaram-se várias delegações de docentes e estudantes de gradu-ação de Ciências Biológicas de diversos estados. O episódio con-tou com cobertura da imprensa, favorável à causa dos biólogos.

Em 1986, o CFBio tomou decisão fundamental para conso-lidar sua atuação: criar os Conselhos Regionais de Biologia. Por meio da Resolução CFBio nº 8, de 2 de dezembro de 1986, foram

criados cinco conselhos regionais, dota-dos de personalidade jurídica e de direi-to público, e autonomia administrativa e financeira.

Também em 1997, o CFBio instituiu o modelo da Cédula de Identidade Profis-

sional do Biólogo, expedida pelos Conselhos Regionais de Biolo-gia, e o Símbolo do Biólogo, por meio de concurso, do qual parti-ciparam 24 trabalhos.

Em 1998, o CFBio foi convidado a participar do Conselho Nacio-nal de Saúde (CSN) e do Fórum das Entidades Nacionais dos Tra-balhadores da Área da Saúde (Fentas), consolidando a participação dos biólogos na área da saúde.

Preocupado em regulamentar as atividades do biólogo perante a sociedade, que deve sempre consagrar respeito à vida, em todas as suas formas e manifestações e à qualidade do meio ambiente, foi aprovado o “Código de ética do profissional biólogo” e, visando nortear o biólogo sobre a sua atuação profissional, foi publicada a Resolução nº 10, em 5 de julho de 2003, que dispõe sobre as ativi-dades, áreas e subáreas do conhecimento do biólogo.

Em comemoração aos 30 anos de regulamentação da profissão, em 2009, foi instituída a bandeira do Conselho Federal de Biologia (CFBio) e decidido que o dia 3 de setembro passaria a ser o Dia Nacional do Biólogo.

No dia 23 outubro de 2011, tomou posse a nova gestão do CFBio, que atuará no período de 2011 a 2015. A nova diretoria apresentou o novo periódico, o CFBio Notícias, que veicula informações sobre o que está ocorrendo atualmente no Sistema CFBio/CRBios. Também são divulgadas a participação do CFBio nos diversos fóruns de de-bates interprofissionais, os novos atos normativos que interessam diretamente à profissão, bem como mudanças, melhorias e con-quistas obtidas para o biólogo. n (Fonte: Site CFBio – História)

Uma história conquistada com esmeroEm 2014, a regulamentação da profissão de biólogo completa

35 anos de existência, com muitas conquistas a ser comemoradas. Ano a ano, as Ciências Biológicas vêm ganhando importância

no país graças ao trabalho realizado em todas as instâncias, públicas e privadas, pelo Sistema CFBio/CRBios e, certamente, a competência dos profissionais que marcam presença em todas as áreas de atuação da Biologia.

A seguir, todos poderão ler em que ponto tudo começou.

*Nota da redação A mesma legislação está sendo pleiteada para o estado do Espírito Santo. Leia matéria na página 4 desta edição.

Tucano de bico preto, ou ramphastos vitellinus. É encontrado em floretas tropicais, em toda a faixa litorânea do Pará até Santa Catarina.Alimentam-se de animais e frutas. Seu ninho é feito em ocos de árvores. A fêmea deposita de 2 a 4 ovos, com cerca de 18 dias de incubação. Gostam de tomar banho e vivem em bandos de 4 a 10 indivíduos.

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O presidente do CRBio, Vicente Moreira Conti, acompanha-do da delegada substituta da Delegacia Re-gional, Olga Anita Ventorim Lisboa Santos, receberam na sede da Delegacia Regional, em Vitória (ES), os biólogos Andrea Campos Rocha, Flavio Nascimento Coelho, Mariele Portugal da Silva e Felipe Bertholdi Fraga, servidores da Secretaria de Meio Ambiente (SEMMAM) da Prefeitura Municipal de Vitó-ria.

Nessa reunião, consultado, o presidente explanou sobre a Resolução CFBio n° 330 pela qual é oferecido desconto nas anuida-des do ano corrente aos biólogos que cur-sam pós-graduação stricto-sensu.

Uma das sugestões apresentas na reunião foi a da participação de um representante do

ramento dos serviços prestados ao biólogo capixaba. Por outro lado, tivemos acesso a uma série de informações sobre a estrutura de funcionamento do Conselho, tanto no Rio de Janeiro como no Espírito Santo, o que foi bastante positivo”, afirmou Edvaldo Peisino.

Os dois biólogos afirmaram que serão multiplicadores das informações repassa-das pelo CRBio-02, uma vez que tal ação traria mais clareza ao trabalho que a atual gestão vem realizando, tanto na aplicação dos recursos como na qualidade dos servi-ços prestados, visando à profissionalização do Conselho e um melhor atendimento aos biólogos registrados. n

Q ualificar os biólogos para elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de um imóvel, com inserção de dados no Sistema de Licenciamento e Monitoramento Ambien-tal (SIMLAM-IDAF), este é o objetivo da par-ceria que o CRBio-02 está buscando com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF). No início de abril, o presidente do CRBio-02, Vicente Moreira Conti, e a delegada substituta da Delegacia Regional no Espírito Santo, Olga Anita Vento-rim, estiveram reunidos com o diretor-técnico do IDAF, Eduardo Chagas, na sede do insti-tuto, em Vitória. Na reunião foi apresentado um termo de Cooperação Técnico-Científico que será celebrado pelas duas entidades que visa um programa de intercâmbio.

Como resultado dessa parceria haverá investimentos em cursos, eventos e supor-te institucional para o desenvolvimento de projetos de interesse recíproco. No próximo mês de maio, ainda sem dia definido, deverá haver o primeiro curso ministrado aos biólo-gos que será o de SIMLAM. As inscrições serão anunciadas logo após a confirmação

da data de realização do curso. As vagas, no total de 30, serão pre-enchidas por ordem de chegada à Delegacia

Toda atenção ao biólogo capixaba

Periodicamente, representantes da diretoria do CRBio-02 têm estado na Delegacia Regional no Espírito Santo, atuando com exclusividade em favor do biólogo capixaba.

Durante os primeiros meses do ano várias reuniões importantes foram realizadas no estado.

Por solicitação de um grupo de biólogos capixa-bas, reuniram-se na sede da Delegacia Regional no Espírito Santo, os profis-sionais André Luiz Dutra da Silva Capezzuto e Edvaldo Peisino, juntamente com o vice-presidente do Conse-lho, Santiago Valentin de Souza, o delegado titular, Humberto Ker de Andrade, a delegada substituta, Olga Anita Ventorim Lisboa dos Santos, além do assessor jurídico, Flavio Torres Nunes.

A reunião teve como foco informar sobre os trabalhos e investimentos que o Conse-lho Regional de Biologia da 2ª Região RJ/ES vem realizando nos últimos anos.

“Foi um ótimo momento, no qual houve uma aproximação entre os biólogos do Es-pírito Santo e o seu conselho profissional, estreitando mais a relação”, diz André Luiz, que acredita que todos entenderam o quan-to isso era necessário.

“Durante a reunião vários temas foram colocados em pauta e foi possível apresen-tar sugestões de melhorias para o aprimo-

Biólogos da Prefeitura de Cariacica

O nze biólogos, servidores da Prefei-

tura de Cariacica, na Grande Vitória/ES, se reuniram no começo de abril com o presiden-te do CRBio-02, Vicente Moreira Conti, para receberem orientações sobre o exercício do cargo no órgão municipal em que trabalham.

A principal reivindicação se refere ao Decreto nº 52/2014, assinado pelo prefeito Geraldo Luzia de Oliveira Junior, o Juninho, em vigor desde o dia 27 de março, que criou a Comissão Permanente de Avaliação de Projetos (Cepror), que tem como finalidade analisar projetos apresentados por empresa contratada pela prefeitura e emitir relatórios conclusivos sobre cada um, seja o projeto aprovado ou não.

O decreto privilegia apenas os profissio-nais das áreas de engenharia, arquitetura e os agrônomos, deixando de fora o biólogo que tem formação para cumprir os objetivos da comissão.

Apoio para os biólogos na ALES

O presidente do CRBio-02, Vicente Moreira Conti, acompanhado da delegada substituta da Delegacia Regional no Espí-rito Santo, Olga Anita Ventorim, visitaram a deputada estadual Solange Lube (PMDB/ES), com o objetivo de estreitar a parceria com a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES). A visita aconteceu, no gabi-nete da deputada, na Ales, em Vitória, no início de abril.

No encontro o presidente falou sobre o trabalho do biólogo no mercado de trabalho capixaba e apresentou a Lei nº 1.767-A, em vigor no Rio de Janeiro, que inclui a profissão de biólogo como responsável técnico por es-tabelecimentos de análises e pesquisas clíni-cas, devidamente registrados no CRBio-02.

O presidente agradeceu a recepção dada pela deputada Solange Lube, que abriu um futuro de parcerias em projetos capixabas que envolvam os biólogos e possibilitem uma maior visibilidade da pro-fissão no estado. n

O presidente recebeu uma cópia do de-creto e disse que a assessoria jurídica do Conselho irá analisá-lo para verificar sua legalidade e a forma que será feita a rei-vindicação para a inclusão dos biólogos, servidores da PMC, como aptos a fazerem parte da comissão.

O biólogo Romulo Felix Boldrini – presen-te na reunião – disse que é importante ter o apoio do Conselho na busca por melhores e mais condições de trabalho. “Viemos à Dele-gacia Regional do CRBio-02 solicitar apoio à nossa causa, receber orientações sobre nossos direitos e ter uma força maior. Antes, não havia essa aproximação com o Conse-lho, mas agora vimos que essa nova diretoria é séria e extremamente parceira.” n

Regional do Conselho, em Vitória. Como pré-requisito é necessário que o biólogo tenha conhecimento de geoprocessamento.

Com a revitalização da Delegacia Regio-nal no Espírito Santo por parte da atual ges-tão do Conselho, o CRBio-02 está procu-rando firmar parcerias com diversos órgãos governamentais e privados, com o objetivo de fortalecer a atuação do biólogo no esta-do. Nesse primeiro curso, os investimentos serão custeados pelo Conselho e irá qua-lificar o profissional no SIMLAM para aten-der às exigências contidas no novo Código Florestal Brasileiro, proporcionando-lhe o conhecimento de novas técnicas. n

Conselho investe em curso para qualificar biólogos no SIMLAM-IDAF

Biólogos da SEMMAMConselho nas reuniões a serem realizadas na prefeitura como forma de fortalecer a atu-ação dos biólogos no município.

“A reunião com biólogos da prefeitura é importante, na medida em que estreita a re-lação entre os biólogos e o CRBio-02”, dis-se Vicente Conti.

Também estiveram presentes no encon-tro as fiscais da DELREG Tayla Martins e Raquel Menegaz, que ajudaram a esclare-cer diversas dúvidas dos visitantes.

Ao final, os biólogos, notadamente sobre a disposição em Lei para inscrição dos pro-fissionais no Conselho e a emissão de ART, que é obrigatória. classificaram a reunião como positiva e de grande valia na busca por tornar a classe cada vez mais atuante e unida no Espírito Santo. n

A partir da esquerda: Vicente Moreira Conti, Solange Lube e Olga Anita Ventorim

CRBio-02 busca parceria com IDAF

De frente, a partir da esquerda: os biólogos André Luiz Dutra da Silva Capezzuto e Edvaldo Peisino com o vice-presidente Santiago Valentin

Uma reunião produtiva

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EM DIA COM O SEU CONSELHOBIÓLOGOS • 111 2º TRIMESTRE • 2014

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AçõES Do CRbio-02 IMPoRTAnTES PARA A vIDA DoS BIóLogoSEM DIA COM O SEU CONSELHO

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CILSJ atende solicitação do CRbio-02 e abre vaga para biólogo

Com base na Lei Federal 6684/79º, o CRBio-02 conquistou a inclusão dos biólogos como profissionais aptos a ocuparem o cargo de Coordenador Geral no processo seletivo do Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das Bacias Hidrográficas da Região dos Lagos, Rio São João e Zona Costeira (CILSJ), no estado do Rio de Janeiro. As inscrições foram até prorrogadas para beneficiar os biólogos.

Vice-presidente marca presença em diversos eventos A fim de esclarecer dúvidas de alunos de Ciências Biológicas e aproximar a comunidade acadêmica do CRBio-02, o vice-presidente Santiago Valentim participou de palestras importantes na Estácio, em Petrópolis, e no Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), em Teresópolis. A Unifeso também inaugurou a ‘Sala Verde’, projeto que incentiva a implantação de espaços socioambientais.

CRbio-02 participa de reuniões da CNSA presença atuante do CRBio-02 nas reuniões

mensais da Divisão de Laboratórios de Análises Clínicas da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNS) possibilita que o Conselho trabalhe melhor a questão dos seus registrados que atuam na área de Saúde e Qualidade de Vida. Por outro lado, significa o reconhecimento e a valorização do significativo número de biólogos em atuação neste campo de trabalho.

Contas de 2013 são aprovadas sem ressalvas

A prestação de contas referente ao exercício 2013 do CRBio-02 foram aprovadas por unanimidade e sem ressalvas pelo Conselho Federal de Biologia. Tal aprovação foi divulgada no Diário Oficial da União por meio da Resolução nº 335, de 4 de abril de 2013. Os biólogos que desejarem ter acesso às contas do seu Conselho poderão verificar no site do CRBio-02, na sessão Transparência.

Registro Itinerante começa o ano em pleno vapor

No mês de fevereiro, o setor de Registro do CRBio-02 esteve no Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), sul do estado do Rio de Janeiro, na região dos lagos, na Faculdade Metropolitana São Carlos (FAMESC – Quissamã) e também em Petrópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, no campus da Universidade Estácio. As visitas tiveram como objetivo realizar inscrições provisórias e definitivas de formandos em Ciências Biológicas, facilitando o processo de registro no Conselho.

Novos registros são entregues em formatura da Famesc A Conselheira Rosa Maria C. Wekid Castello Branco representou o CRBio-02 no evento, realizado no último dia 14 de março, em Quissamã, região Norte Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Dezesseis biólogos, formados nesta e na última turma do ano passado, receberam seus registros e já podem atuar regularmente como profissionais no mercado de trabalho.

Em pauta a educação ambiental marinha e costeira no brasil

Lançada em 2010, a obra organizada pelo biólogo Alexandre de Gusmão Pedrini é um valioso instrumento de reflexão sobre a questão - sempre atual - de preservação ambiental, desta vez centrada no extenso litoral brasileiro, abordando temas levantados pelo Relatório Mundial Independente sobre os Oceanos (CMIO). Artigos e relatos de pesquisas e experiências realizadas em diversos pontos do país para uma adequada gestão costeira baseada o desenvolvimento sustentável e propõe estratégias de combate ao turismo ambiental. Vale muito a pena conferir.

Presidentes do Sistema se reúnem em São Paulo Para o debate sobre demandas comuns a todos os Conselhos

Regionais de Biologia e do aperfeiçoamento para o melhor funcionamento do Sistema, o presidente do CRBio-02, Vicente Moreira Conti, esteve presente na reunião dos Presidentes dos Conselhos Regionais integrantes do Sistema CFBio/CRBios, realizada no final de março em São Paulo (SP), na sede do CRBio-01.

Rosa Maria C. Wekid Castello Branco (Conselheira do CRBio-02), Fernanda de Oliveira Pinto (Coordenadora do Curso de Licenciatura

de Ciências Biológicas da FAMESC), bióloga recém-graduada com o registro em mãos, e Fernanda Castro Manhães

(Diretora Acadêmica da FAMESC), em solenidade.

Alunos da Famesp

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No dia 24 de março foi comemorado o Dia Mundial da Luta Contra a Tuberculose (TB), mas ainda há muito a fazer nesse com-bate. Ao contrário do que a maioria da população acredita, a doen-ça ainda existe e continua a ser um grave problema de saúde públi-ca: estima-se que 1/3 da população mundial esteja infectada pelo Mycobacterium tuberculosis. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é o 17º país com maior incidência de tuberculose, que só no Rio de Janeiro mata cerca de 800 pessoas por ano, contaminando 72 em cada 100 mil habitantes. Os dados são preocupantes e levam o estado à condição de primeiro lugar em incidência da doença no país. Em 2012 foram registrados 14.505 casos da doença, com 739 óbitos.

Para mudar esse cenário, entra em ação a biologia mole-cular e seus enormes benefícios. O Ministério da Saúde está

disponibilizando um teste pi-loto do GeneXpert, o novo exame rápido que identifica a tuberculose em menos de duas horas. Nesse método, o paciente fornece uma amos-tra de secreção, que é manipulada em um recipiente estéril por cerca de dez minutos e, depois, levada ao equipamento. A máqui-na demanda menos de uma hora e meia para averiguar, naque-la porção, a presença do material genético do bacilo de Koch. O teste também detecta se há resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento da doença.

O GeneXpert é o primeiro método de biologia molecular usado com essa finalidade, e faz parte do projeto “Inovação no controle da tuberculose no Bra-sil”, desenvolvido pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) em parce-ria com a Fundação Ataulpho de Paiva e o patrocínio da Fundação Bill e Melinda Gates. Apesar de já existir em alguns laboratórios privados do Rio de Janeiro e de São Paulo, foi utilizado nas cidades do Rio de Janeiro, Manaus, Recife, São Paulo, Porto Alegre e Brasília por meio do programa.

Draurio Barreira, coordenador do PNCT, afirma que se trata de um teste novo no mun-do e que as máquinas de diagnóstico serão doadas pelo Ministério da Saúde às secre-tarias municipais de Saúde das seis capitais brasileiras, iniciando o processo de distribui-ção. Até maio deste ano, segundo o Ministé-rio da Saúde, a nova tecnologia deverá estar presente em 92 cidades estratégicas para o controle da tuberculose, onde se concentram 55% dos casos novos do país, o que engloba todas as capitais e os municípios com mais de 130 casos novos de tuberculose. Ao todo, serão 160 máquinas, com capacidade de rea-lizar, juntas, 640 mil testes rápidos ao ano.

De acordo com Ricardo Cerqueira Campos Braga, biólogo do Conselho Regional de Biolo-gia – 2ª Região (CRBio-02), que desempenha atividades na Vigilância Epidemiológica (VE)

do Serviço de Epidemiologia no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HSFE), a falta de informação sobre a doença, o tratamento, além da demora no “fechamento” do diagnóstico (a cultura leva en-tre 30 a 60 dias), ampliam as estatísticas de contaminação. Ricardo acredita que a biologia molecular, utilizada no novo equipamento, pode trazer inúmeros benefícios à luta contra a doença.

Genexpert utiliza método de biologia molecular para reduzir o tempo de diagnóstico e identifica resistência à medicação.

Ricardo Cerqueira Campos braga, biólogo

O que você faz

Teste rápido identifica tuberculose em duas horas

“A aplicação do teste rápido na rede pública irá detectar pre-cocemente os casos, já que muitas pessoas desconhecem seu diagnóstico. A redução no tempo de espera do resultado com o GeneXpert é o ponto mais positivo nesse combate, pois diminui a proliferação da doença, evitando que os pacientes infectados circulem sem diagnóstico final e portanto, sem tratamento inicial, podendo transmiti-la a qualquer pessoa. Além disso, o caminho para a cura é longo: no mínimo seis meses de tratamento para ca-sos de tuberculose pulmonar, o que aumenta a taxa de abandono e reduz a adesão correta dos pacientes.”

A epidemia de Aids/HIV, a densidade populacional e fatores re-lacionados à infraestrutura tornam os habitantes dos grandes cen-tros urbanos mais vulneráveis à doença. Por ser contagiosa, basta tossir, espirrar ou falar para que a bactéria, que consegue viver até 24 horas suspensa no ar antes de entrar no pulmão de alguém, contamine o ar. O principal sintoma da tuberculose é a tosse, com ou sem catarro, por mais de três semanas. Quem apresenta esse quadro deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnós-tico. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS.

Devido à coinfecção tuberculose e HIV, é necessário, segundo o Ministério da Saúde, oferecer o anti-HIV ao paciente que iniciar o tratamento, possibilitando o diagnóstico precoce, a diminuição no impacto da transmissão do HIV, sua morbidade e mortalidade.

Ricardo Braga ressalta a importância não só do biólogo, mas de todos os profissionais de saúde no combate à doença e no esforço em realizar a busca dos sintomáticos respiratórios na sua unidade de saúde, assim como entre os contactantes, encaminhando-os à unidade de saúde mais próxima. n

Várias empresas registradas no CRBio-02 costumam contatar os funcio-nários do Conselho, no Rio e no Espírito Santo, para solicitar a indicação de pro-fissionais. Da mesma forma, a grande imprensa também procura a entidade solicitando a indicação de biólogos para falarem sobre determinados temas de interesse da população em geral. Saber com segurança as áreas de atuação dos seus registrados é o melhor caminho para atender plenamente as duas situ-ações, o que certamente é de interesse dos biólogos fluminenses e capixabas. Foi pensando assim que o CRBio-02 lançou a campanha abaixo, divulgada no Facebook, no site (www.crbio-02.gov.br) e via e-mail marketing. Se você ainda não atualizou sua área de atuação no Sistema ECO – Área do Biólogo, faça o mais rapidamente possível, pode estar perdendo a oportunidade da sua vida. n

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Ampliar o conhecimento da flora em áreas montanhosas, elaborar listas prelimi-nares das espécies encontradas indicando quais são raras, endêmicas e novas para a ciência, e transformar os resultados em li-vro e publicações científicas. Esses são os objetivos que motivaram o biólogo Marcus Nadruz a coordenar o projeto do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), “Riqueza de Espécies em Regiões Montanhosas da Amazônia: Diver-sidade e Conservação”.

Consideradas regiões prioritárias para pesquisa científica e tendo em vista a es-cassez de conhecimento sobre a diversi-dade nas montanhas, nasceu a ideia do projeto, iniciado em 2011, que selecionou quatro áreas de estudo, das quais duas fo-ram visitadas: a Serra do Aracá e o Pico da Neblina (ambas no estado do Amazo-nas). As próximas expedições serão para a Serra da Mocidade e Monte Caburaí, em Roraima. A cada viagem são trazidas cer-ca de 800 a 1.000 amostras. O critério uti-

prioritárias para estudos florísticos na Ama-zônia e por representarem uma lacuna no conhecimento botânico.

Com doutorado em Botânica e especia-lizado em taxonomia botânica, o principal trabalho de Marcus Nadruz na coordenação é organizar as expedições, providencian-do documentação para o desenvolvimento das pesquisas e a infraestrutura necessária para a permanência da equipe no local, or-ganizando o meio de transporte até os pon-tos escolhidos e, juntamente com a equipe, a coleta e identificação as espécies e ma-teriais encontrados durante as expedições, bem como a elaboração de relatórios e ar-tigos científicos. Além do biólogo, a equipe é composta por um profissional de imagens, Ricardo Azoury, e mais três biólogos, os pesquisadores do JBRJ: Gustavo Martinelli, Denise Costa e Rafaela Forzza.

Marcus Nadruz reforça a importância da Biologia no desenvolvimento do projeto.

“Os biólogos exercem um papel funda-mental pela formação adquirida – incluindo os cursos de mestrado e doutorado – pois contribuem para o conhecimento da flora das montanhas da Amazônia brasileira, seja no incremento do acervo da instituição

Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde passam por um processo de conservação (herborização) para os estudos posteriores. Para se fazer um levantamento florístico de uma determinada área, é necessário co-letarmos ramos das plantas com flor e/ou fruto. Sem eles, as chances de se chegar ao nome científico é muito pequena”, expli-ca o biólogo. “No final do projeto, com base no material identificado, será elaborado um banco de dados com as espécies encontra-das, indicando espécies raras, endêmicas ou novas para a ciência”, complementa.

A metodologia de coleta dos dados é pa-drão para trabalhos florísticos, sendo utiliza-dos podões de vara para cortes de ramos em locais altos, tesouras de poda, GPS (para georreferenciamento das amostras coleta-das), sacos plásticos, estufas de campo e facas para cortes de pequenos fragmentos de vegetais. Todo esse material é prensado entre jornais ou acondicionado em envelopes de papel – no caso de briófitas – e, posterior-mente, herborizados (secados) em estufas.

As expedições restantes acontecerão ain-da esse ano, enquanto a confecção do livro sobre o projeto está planejada para 2015. Ainda não há dados concretos para divulga-ção, pois a análise do material só poderá ser feita após a conclusão de todo o projeto. Mas é enorme a expectativa de encontrar espé-cies novas para a ciência e, também, atua-lizar a Lista de Espécies da Flora do Brasil com novos registros para o país.

O objetivo do projeto é revelar a biodiversi-dade vegetal e catalogar possíveis espécies ainda desconhecidas, que habitam as áreas elevadas da flora das montanhas da Amazô-nia brasileira, fornecendo dados para auxiliar nas tomadas de decisões sobre políticas de conservação e manejo de espécies vegetais e incentivo ao desenvolvimento a novas pes-quisas em unidades de conservação.

Projeto explora diversidade vegetal“Montanha da Amazônia” registra a vasta riqueza de regiões de difícil acesso.

Espécies raras da flora brasileira poderão ser encontradas.

Duas das inúmeras espécies coletadas na região – Fotos Marcus Nadruz

(herbário), na divulgação científica (publica-ção dos resultados, confecção de relatórios e livros) ou na formação de recursos huma-nos (alunos), consequentemente tornando-se imprescindível em projetos dessa e de outras naturezas”, conclui.

Segundo Nadruz, o projeto encontra-se em andamento, ou seja, ainda em fase de coleta de dados. “Estamos coletando, fo-tografando e identificando amostras botâ-nicas férteis e trazendo para o herbário do

Pesquisadores na coleta de materiais – Foto Ricardo Azoury

A expedição na Serra da Mocidade, no Amazonas – Foto Ricardo Azoury

A estufa central do orquidário

lizado para a escolha dos locais deve-se ao fato de pertencerem à mesma cadeia de montanhas, possuírem alta diversida-de biológica, serem consideradas áreas

Orquidário do JbRJ é reaberto

N o início do ano, foi reaberto o orqui-dário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Após quase um ano de obras, o espaço foi todo recuperado, do telhado à qualidade do solo, do formato original dos canteiros ao sistema de aproveitamento de água da chuva para o lago. Uma das novidades é a mudança da concepção paisagística e da coleção. Foram incluídos alguns grupos de plantas que fazem contraste com as orquí-deas, ajudando a perceber como elas se distinguem na diversidade do mundo vege-tal. Outra novidade é que o espaço do or-quidário aberto ao público foi ampliado para mais de 360m2.

A história do orquidário do JBRJ remonta ao século XIX e poderá ser conhecida pelo público. Em transparências no centro da estufa principal, cercado por um lado com plantas aquáticas, estão em exibição fotos antigas e a biografia de Barbosa Rodrigues, que dirigiu o Jardim Botânico de 1892 a 1909 e estudou as orquídeas. n

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A chefe do Escritório Regional do IBAMA em Campos dos Goytcazes (RJ), Conselheira do CRBio-02, Rosa Maria C. Wekid Castello Branco, esteve em audiência pública, convocada pelo Mi-nistério Público Federal (MPF), para debater o tema “Repensando as queimadas: a cana como fator de desenvolvimento humano”, que levantou a questão da queima da palha da cana-de-açúcar na região Norte Fluminense do Rio de Janeiro, os impactos ambientais que tal queima causa e a situação das condições trabalhistas no meio rural.

O evento aconteceu em março, no auditório da Universidade Cân-dido Mendes (UCAM), na cidade de Campos e reuniu autoridades de diversos segmentos a fim de recolher informações e capacitar profissionais para futuras tomadas de decisões sobre o assunto.

“Esse é um vasto campo para a atuação do biólogo: geren-ciamento ambiental das usinas produtoras de açúcar e álcool; educação ambiental; pesquisas científicas nas universidades, relacionadas às perdas da flora e fau-na; execução de projetos sustentáveis junto aos produtores rurais, perícia téc-nica para a justiça e Ministério Públi-co da região, e na função de fiscal dos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Destaco ainda, a necessidade de estudo da fauna silves-tre que morre queimada nos canaviais. A grande falha na apuração é não re-gistrar a quantidade desses animais que voltam à natureza. Para se prote-ger do fogo, espécimes de aves, por exemplo, mudam seu comportamento. Muitos bichos fogem para as cidades. Não existe um levantamento estatísti-co científico sobre as espécies e nem sua quantidade exata”, declara. Os dados existentes sobre a fauna, nesse contexto, são escassos e representam uma fração ínfima da realidade, pois são referentes apenas aos animais res-gatados das queimadas dos canaviais com vida e levados a um atendimento emergencial. Na maioria das vezes, o resgate é sem sucesso – animais como gatos do mato, preás, onças, taman-duás, tatus, cobras e muitos outros. É grande a quantidade de animais que morrem pelo fogo, pela elevada tempe-ratura (de 100º a 800ºC) ou por asfixia causada pela fumaça. Além disso, há um número espantosamente maior de outros integrantes da fauna, como in-setos, pequenos roedores e pássaros, que são completamente incinerados e sequer deixam vestígios.”

A bióloga ainda explica que muitos, por não encontrarem mais as matas nativas que foram destruídas para im-plantação dos canaviais, têm como úni-co abrigo o próprio canavial, que serve para sobrevivência e procriação. Por esse motivo é muito comum os animais silvestres se multiplicarem no meio dos canaviais, onde muitas aves fazem seus ninhos e colocam ovos, atraídas pela farta oferta de insetos. Em contrapar-tida, atraem também predadores como cobras e ratos, que por sua vez atraem

O céu da cidade de Campos dos Goytacazes em dia de queimada

Conselheira integra debate sobre a queima de canaviais e os impactos ambientais em Campos (RJ)

Rosa Maria: “O repensar das queimadas abre um vasto campo de atuação para os biólogos”

outros predadores de maior porte, como o cachorro-do-mato. A essa população juntam-se outros animais, como a capivara e a paca.

“Impiedosamente, a queimada alcança esse nicho ecológico que tenta se restabelecer dentro do canavial, matando os ani-mais que dificilmente conseguem fugir dessa verdadeira armadi-lha preparada pelo ser humano. Assim, estão fora desse levanta-

mento todos os insetos e praticamente todas as aves e pequenos roedores. Também não estão computados ani-mais que conseguem fugir, lesionados, e acabam por morrer em outro lugar”, enfatiza Rosa Maria.

A contextualização sobre os proble-mas socioambientais que acarretam as queimadas dos canaviais no estado do Rio de Janeiro, mais precisamente na região Norte Fluminense, é de longa data, e foi pautada na audiência.

A conselheira do CRBio-02 acompa-nha e participa desse processo profis-sionalmente, desde 1991, como bióloga e representante do Ibama em Campos dos Goytacazes. Historicamente, em meio às discussões da Eco-92, surgiu um avanço ambiental no Rio de Janei-ro: a Lei Estadual nº 2.049/92, permi-tindo uma adaptação gradativa pelos produtores de um percentual para colheita da cana crua e outro ainda da cana queimada, num período de quatro anos (1993 a 1997). Ela informa: “Se cumprida efetivamente, desde 1998 no estado do Rio de Janeiro, o uso de fogo em canaviais e qualquer outra vegeta-ção estaria totalmente proibido.”

Recentemente publicada, a Lei Esta-dual nº 5.990/12 revoga a Lei nº 2.049/92, e por isso a queimada da palha da cana continua permitida de forma controlada e gradativa, devendo ser totalmente eli-minada somente em 2024.

Na Audiência Pública, os atores so-ciais diretamente envolvidos, tais como trabalhadores rurais, produtores rurais, industriais do açúcar e do álcool, ór-gãos ambientais/agropecuários, foram finalmente unânimes na conclusão: as queimadas em canaviais são danosas ao ambiente como um todo, degradan-tes para os trabalhadores rurais e noci-vas à saúde da sociedade. Assim, a fis-calização ambiental deve ser cumprida rigorosamente, por todos os órgãos do Sisnama, Ibama, Inea e secretarias de Meio Ambiente dos municípios, confor-me as leis vigentes. n

Do ponto de vista ambiental, o uso de fogo em canaviais causa:

• Redução e perda da biodiversidade, em função do desmatamento e da monocultura.

• Poluição das águas de superfície e sub-superfície e do solo em face do uso indiscri-minado de agrotóxicos.

• Endurecimento do solo pelo uso exces-sivo de maquinários durante a fase de plan-tio e de colheita.

•Assoreamento dos rios, córregos em decorrência da erosão dos solos.

• Produção de fuligem entre outros po-luentes devido à queima da palha da cana para a colheita.

• Prejuízos irremediáveis a fauna e flora em consequência de incêndios descontrolados.

• Concentração de renda e condições de trabalho degradantes para o cortador.

• Risco à saúde dos trabalhadores. O pro-cesso da queima libera hidrocarbonetos poli-cílicos aromáticos (HPAs) – componentes al-tamente cancerígenos; aumenta as doenças respiratórias e outras decorrentes.

•Aumento das despesas públicas para o tratamento das doenças.

Animal em fuga

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7 DE

ABRIL • DIA MUNDIAL DA SAÚDE biólogos zelam pela

saúde da população em nada menos que 26 áreas.

Entre elas: • análises clínicas;

• controle de vetores e pragas; • biologia forense;

• genética; • reprodução humana assistida;

• saneamento; • fiscalização e vigilância sanitária;

• vigilância ambiental; • terapia gênica e celular;

e muitas outras.

pARABéNSBIOLOgOS!

Esse dia também é seu.

O Dia Mundial da Saúde é celebrado anualmente em 7 de abril para marcar a data de aniversário de fundação da Organiza-ção Mundial da Saúde (OMS). A cada ano um tema é selecionan-do, destacando-se uma área prioritária na saúde pública. A data e as campanhas realizadas servem de oportunidade para que cada indivíduo, em qualquer lugar do mundo, envolva-se em atividades visando a melhoria da saúde.

Em 2014, o tema da campanha do Dia Mundial da Saúde é sobre doenças veiculadas por vetores. Atualmente, no Brasil, as principais doenças vetoriais (doenças metaxênicas) sujeitas a controle são: dengue, malária, leishmanioses, doença de Chagas, febre amarela, esquistossomose, filarioses (bancroftose e oncocercose), peste e febre do Oeste do Nilo.

Quem domina o assunto é a bióloga Rafaela Vieira Bruno, que trabalha no Instituto Oswaldo Cruz há 9 anos e, atualmente, é pes-quisadora e chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos: “Comecei como pós-doc, posteriormente fui efetivada após prestar concurso público”, comenta.

Com uma equipe de quatro alunos de iniciação científica (IC), um de mestrado, dois de doutorado e três pós-doc, o laboratório de Rafaela estuda os ritmos biológicos de insetos vetores (mosquitos, flebotomíneos e barbeiros) além de aspectos relacionados à gené-tica evolutiva destes insetos.

A pesquisadora escolheu ser bióloga porque se descobriu apaixonada por genética no último ano do ensino médio: “Resol-via todos os problemas dos livros e queria estudar doenças hu-manas, más formações embriológicas. Acabei trabalhando com embriologia de insetos.”

Rafaela afirma que as doenças provocadas por vetores nem sem-pre são características de países subdesenvolvidos, como muitos dizem: “No caso do dengue, por exemplo, a relação não é socioe-conômica e sim de clima. A incidência do dengue é muito maior nos países com clima tropical, por causa da relação entre as chuvas e a eclosão dos ovos do mosquito. Como a maior parte dos países com clima tropical é de países subdesenvolvidos, a associação (er-rônea) é quase que imediata. A leishmaniose também é uma doen-

ça chamada de tropical, mas ela já pode ser mais associada a baixos níveis socioeconômicos.

Apesar de existir tratamento, ele é caro e, em regiões mais isoladas, de difícil acesso. Além disso, fatores como desnutrição e imunossu-pressão contribuem para o agravo da doença.”

Em artigo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Me-dicina Tropical, escrito pelo pesquisador Pedro Luiz Tauil e dispo-nibilizado pela bióloga Rafaela Bruno, é afirmado que a análise do controle de doenças transmitidas por vetores no Brasil necessita considerar três aspectos: a urbanização da população, a transfor-mação do caráter eminentemente rural dessas doenças em conco-mitante transmissão urbana ou peri-urbana e a descentralização do controle para os municípios.

Mais de 80% da população brasileira vive atualmente em médias e grandes cidades. Esse processo ocorreu de forma tão rápida e intensa nos últimos 30 a 40 anos, que boa parte (cerca de 20%) dos moradores urbanos vive em condições precárias de habitação e saneamento, o que possibilitou que algumas doenças metaxênicas passassem a ser naturalmente transmitidas em áreas peri-urbanas ou urbanas, graças à emergência ou re-emergência de seus veto-res nessas áreas. O dengue, a leishmaniose visceral e a malária são exemplos clássicos.

O controle do dengue é um enorme desafio no mundo. É a prin-

Dia Mundial da Saúde

Do trabalho que realiza, o que a Rafaela mais gosta é da falta de rotina:“Apesar de ter umas tarefas diárias que

preciso cumprir, o fato de todos os dias lidar com alguma coisa nova me fascina e me motiva.”

Conselho parabeniza biólogos que trabalham na área de saúde

Tema de 2014 aborda doenças vetoriais

cipal doença re-emergente no Brasil. Durante quase 60 anos, de 1923 a 1982, não se apresentou registro de casos de dengue no país. Porém, desde 1976, o Aedes aegypti foi re-introduzido, a partir de Salvador, Bahia, e estava presente em muitos países vizinhos. Países da América Central, México, Venezuela, Colômbia, Surina-me e alguns outros do Caribe já vinham apresentando a doença desde os anos 70 (Pedro, 1923; Osanai et al., 1983).

O combate ao principal vetor do dengue, o mosquito Aedes ae-gypti, consiste em medidas contra as larvas e contra os mosquitos adultos. O vetor é o único elo vulnerável de cadeia de transmissão.

Depois da sua re-emergência, nenhum país eliminou o Aedes aegypti. Ele tem uma enorme facilidade de adaptação as condições ambientais. Contudo, outras atividades de controle da doença, como a redução da sua letalidade, por meio de uma assistência técnica oportuna e adequada, e a redução das dimensões das epidemias, por meio de uma vigilância ambiental e epidemiológica efetivas, po-dem e devem ser perseguidas, pois se mostram exequíveis.

Provavelmente, o desenvolvimento de uma vacina preventiva efi-caz seja o grande diferencial para modificar favoravelmente a pers-pectiva de controle do dengue. O IOC possui estudos sobre o tema, mas ainda não tem nenhum resultado efetivo. n

E m sua FanPage, no Site e via e-mail marketing, no dia 5 de abril de 2014 o CRBio-02 homenageou todos os biólogos que trabalham na área de saúde.

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Ao contratar um BIÓLOgO, exija o seu registro no CRBio e a Anotação de Responsabilidade

Técnica (ART). Somente com esses documentos ele é capacitado a exercer a profissão. Cada ART registra uma atividade desenvolvida pelo profissional e leva a geração da Certidão de Acervo Técnico (CAT). A CAT certifica, para efeitos legais,

todas as atividades profissionais registradas no CRBio por meio

das ARTs emitidas.

BIÓLOgOtem registro e ART

no CRBio

O verdadeiro

SistemaCFBio/CRBiosProfissional que tem ART

tem garantia de qualidade.