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Revista Bancári@s

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Otávio Dias ∞ BradescoPresidê[email protected]

Carlos Alberto Kanak • HSBCSecretaria [email protected]

Antonio Luiz Fermino • CaixaSecretaria de Finanç[email protected]

Audrea Louback • HSBCSecretaria de Organização e Suporte Administrativo [email protected]

Eustáquio Moreira dos Santos • Itaú UnibancoSecretaria de Imprensa e Comunicaçã[email protected]

Marcio M. Kieller Gonçalves • Itaú UnibancoSecretaria de Formação Sindical [email protected]

Denívia Lima Barreto • HSBCSecretaria de Igualdade e da [email protected]

Ademir Vidolin • BradescoSecretaria de Assuntos Jurídicos Coletivos e [email protected]

Margarete Segalla Mendes • HSBCSecretaria de Saúde e Condições de [email protected]

André C. B. Machado • Banco do BrasilSecretaria de Políticas Sindicais e Movimentos [email protected]

Genésio Cardoso • CaixaSecretaria de [email protected]

Júnior César Dias • Itaú UnibancoSecretaria de Mobilização e Organização da [email protected]

Pablo Sérgio M. Ruiz Diaz • Banco do BrasilSecretaria de Ass. de P. Sociais e E. Socioeconô[email protected]

Anselmo Vitelbe Farias • Itaú UnibancoSecretaria de Assuntos do Ramo [email protected]

Selio de Souza Germano • Itaú UnibancoSecretaria de Esportes e [email protected]

Alessandro Greco Garcia - Banco do BrasilAna Luiza Smolka - Banco do BrasilAna Maria Marques - Itaú UnibancoCarl Friedrich Netto - Banco do BrasilClaudi Ayres Naizer - HSBCEdson Correia Capinski - HSBCEdna do Rocio Andreiu - HSBCElize Maria Brasil - HSBCErie Éden Zimmermann - CaixaGenivaldo Aparecido Moreira - HSBCHamilton Reffo - HSBCHerman Felix da Silva - CaixaIlze Maria Grossl - HSBCJoão Batista Melo Cavalcante - CaixaJorge Antonio de Lima - HSBC

Efetivos Suplentes

José Carlos Vieira de Jesus - HSBCJosé Florêncio F. Bambil - Banco do BrasilKarin Tavares - SantanderKarla Cristiane Huning - BradescoKelson Morais Matos - BradescoLílian de Cássia Graboski - ABN/RealLuceli Paranhos Santana - Itaú UnibancoMarco Aurélio Vargas Cruz - HSBCMarisa Stedile - Itaú UnibancoSalete A. Santos Mendonça Teixeira - CaixaSonia Regina Sperandio Boz - CaixaSidney Sato - Itaú UnibancoUbiratan Pedroso - HSBCValdir Lau da Silva - HSBCVanderleia de Paula - HSBC

Luiz Augusto Bortoletto - HSBCIvanício Luiz de Almeida - Itaú UnibancoDenise Ponestke de Araújo - Caixa

Deonísio Schimidt - HSBCTania Dalmau Leyva - Banco do BrasilBras Heleison Pens - Itaú Unibanco

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Cartas do leitorEditorialBancosEntrevistaCapaVida sindicalFormaçãoJurídicoOpiniãoCulturaCidadaniaBem viverAconteceuMemórias da lutaHumor

12 Balanço positivoEm três anos de mandato, gestão “Quem luta conquista”

conseguiu despertar a consciência dos bancários de Curitiba e região para a importância da unidade da categoria.

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Trabalhadores do setor financeiro se arriscam ao preferir a automedicação em vez de buscar ajuda pro-fissional especializada.

Saúde em risco

Política em quadrinhosTemas políticos têm sido pano de fundo de vários

livros de histórias em quadrinhos, com abordagens bio-gráficas ou mesmo ficcionais.

Ônibus mais caroReajuste de 13,6% na tarifa de ônibus do transporte

coletivo de Curitiba está sob investigação do Ministério Público do Estado do Paraná.

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Conselho Editorial: Carlos Kanak, EustáquioMoreira dos Santos, Júnior César Dias,

Marcio Kieller, Otávio Dias e Pablo Diaz Jornalista responsável: Renata Ortega (8272-PR)

Redação: Flávia Silveira, Paula Padilha e Renata OrtegaProjeto gráfico: Fabio Souza e Renata Ortega

Diagramação: Fabio Souza e Mariana KaminskiRevisão: Maria Cristina Périgo

Impressão: Maxigráfica • Tiragem: 8.000 Contato: [email protected]

A revista Bancári@s é uma publicação bimestral doSindicato dos Bancários de Curitiba e região,

produzida pela Secretaria de Imprensa e Comunicação.Presidente: Otávio Dias • [email protected]

Sec. Imprensa: Eustáquio Moreira • [email protected]

Rua Vicente Machado, 18 • 8° andarCEP 80420-010 • Fone 41 3015.0523

www.bancariosdecuritiba.org.brOs textos assinados são de inteiraresponsabilidade de seus autores.

Atualize seus dados

Junto com a edição de fevereiro da Revista Bancári@s, os trabalhadores sindicalizados receberam em suas casas ou lo-cais de trabalho uma Agenda 2011, elaborada pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. O presente foi uma retri-buição ao apoio e ao companheirismo dos milhares de asso-ciados ao longo do ano de 2010. Contudo, a entidade recebeu e-mails de bancários que não receberam a agenda:

“[...] sou sindicalizado, e alguns colegas de minha unidade receberam a Agenda 2011 do Sindicato. Gostaria de solicitar que me enviassem uma agenda, pois não recebi.”

Bancário da Caixa Econômica Federal

“Alguns colegas meus, que são sindicalizados, receberam em casa uma Agenda 2011, porém, em minha casa, não rece-bi. É provável que meu endereço seja muito antigo, assim, gostaria de saber como faço para atualizá-lo.”

Bancário do HSBC

De fato, muitos bancários não receberam a agenda devido à desatualização de seu cadastro junto ao Sindicato. Por isso, a entidade está promovendo uma campanha intitulada “Atu-alize seus dados”. Basta acessar o site www.bancariosdecuri-tiba.org.br e informar as alterações necessárias.

Se você tem críticas ou sugestões para a Revista Bancári@s, mande um e-mail para [email protected].

Maus: a história de um sobreviventeAutor: Art SpiegelmanPáginas: 296Editora: Cia das Letras

Trabalho internoGênero: DocumentárioTempo de duração: 120 minAno de lançamento: 2010

Considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos, o livro conta a história de Vladek Spiegelman, um judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho, Art Spiegelman.

Vencedor do Oscar 2011 na categoria melhor documen-tário, o filme recupera, de forma didática e extensa, os motivos que levaram os Estados Unidos e o mundo à crise econômica de 2008, a maior desde a Grande Depressão americana de 1930.

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Foi assinado no dia 26 de fevereiro o Protocolo para Preven-ção de Conflitos no Ambiente de Trabalho. O Acordo Aditivo estabelece uma política de prevenção e combate ao assédio moral nos bancos. Desde então, os bancários podem delatar aos sindicatos qualquer prática assediadora.

Luta contra assédioganha aliado

No final do mês de janeiro, nove ins-tituições financeiras que atuam no Brasil, por intermédio da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), assinaram o Acordo Aditivo intitulado Protocolo de Preven-ção de Conflitos no Ambiente de Trabalho. Trata-se de uma política de prevenção e combate ao assédio moral, prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2010/2011 da categoria bancária, em que os bancos se comprometem a declarar ex-plicitamente condenação a qualquer tipo de prática assediadora, incentivando ações e comportamentos adequados no ambi-ente de trabalho. Apenas o Banco do Brasil se negou a assinar o aditivo.

Na prática, o Protocolo representa um instrumento de denúncia, em que os bancários podem delatar aos sindicatos qualquer tipo de assédio moral. Uma con-quista histórica dos trabalhadores do ramo

financeiro, fruto da perseverança durante a campanha salarial de 2010. Diante de mais este aliado na luta pela preservação dos di-reitos e sobretudo da saúde da categoria, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região está disponibilizando nesta edição da Revista Bancári@s a íntegra do Acordo Aditivo e também a Cláusula 51 da CCT, que prevê o Protocolo.

O objetivo é munir os bancários dos instrumentos necessários para que eles se sintam seguros em denunciar todo e qualquer tipo de assédio sofrido em seus locais de trabalho. O Acordo estabelece que bancos e sindicatos disponham de um canal específico para encaminhamento de reclamações, sugestões e pedidos de esclarecimento. As denúncias feitas dire-tamente às instituições financeiras serão respondidas aos trabalhadores após a apu-ração. Já aquelas feitas aos sindicatos serão

encaminhadas aos bancos, por escrito, e apuradas em 60 dias. A identidade dos de-nunciantes serão preservadas.

Além da íntegra do Protocolo de Pre-venção de Conflitos no Ambiente de Tra-balho, esta edição da Revista Bancári@s apresenta os principais temas debatidos nas discussões específicas de bancos pú-blicos e privados, a luta da CUT por uma política de correção permanente para a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e uma avaliação da gestão “Quem luta conquista” (2008/2011). A publi-cação traz ainda uma matéria sobre os perigos da automedicação, outra sobre a inserção de temas políticos nas histórias em quadrinhos e o novo Índice de Valores Humanos (IVH) que integra a avaliação do PNUD. Boa leitura!

A Direção

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Finalmente, PCRConforme anunciado para a Comissão

de Empregados do Banco do Brasil, a im-plantação do Plano de Carreira e Remu-neração (PCR) foi efetivada no dia 31 de março, com incidência na folha de paga-mento de abril, vigência a partir de 01 de setembro de 2010 (data-base da cate-goria) e pontuação com efeitos retroati-vos a janeiro de 2006 para a progressão por mérito na carreira. Com isso, o banco cumpriu a 44ª cláusula do acordo aditivo de trabalho, assinado após a campanha salarial de 2010.

No PCR, a pontuação diária é defini-da de acordo com o Valor de Referência (VR) da comissão. Para quem recebe até R$ 4.056,10 será computado 1 ponto por dia, com avanço de nível a cada três anos. Para VR entre R$ 4.056,10 e R$ 6.760,17 a pontuação será 1,5 por dia, com avanço de nível a cada dois anos. As comissões de R$ 6.760,17 a R$ 13.520,33 recebem 3 pontos, com avan-ço de nível a cada um ano. As comissões acima desse valor recebem 6 pontos e avançam níveis a cada seis meses. A cada

BANCO DO BRASIL REALIZA IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE CARREIRA E REMUNERAÇÃO DENTRODO PRAZO NEGOCIADO NA CAMPANHA SALARIAL

1.095 pontos o bancário avança um ní-vel na tabela por mérito.

Apenas os funcionários comissionados estão incluídos e progredirão na carreira de mérito. Nessa tabela, são 25 níveis (M1 ao M25) e cada nível M corresponderá a R$ 80,50 (R$70,80 + 25%) de incorpo-ração da Contribuição Temporária Variável de Função Comissionada (CTVF) nas ver-bas fixas. Funcionários oriundos de ou-tros bancos estão incluídos no PCR, mas serão avaliados a partir da migração, ao contrário dos funcionários concursados, que terão o seu histórico considerado desde 2006.

Com o PCR, que aparecerá no espe-lho como “verba 011”, o salário base do funcionário terá diminuído o valor da remuneração variável, que será subs-tituída por verbas fixas. “Isso significa uma verba que não pode ser retirada nem reduzida, portanto é uma incorpo-ração gradual ao salário dos comissio-nados”, avalia Ana Smolka, representante do Paraná na Comissão de Empregados. Para André Machado, diretor do Sindicato

dos Bancários de Curitiba e região, ainda faltam avanços no PCR para o valor das comissões ser efetivamente incorporado aos salários. “As menores comissões nun-ca vão chegar ao final do PCR e muitos chegarão ao fim de sua carreira sem ter incorporado todas as verbas variáveis ao salário. Essa será nossa luta para daqui em diante”, afirma.

Ações judiciais O Sindicato continua pressionando

o BB pelo cumprimento da jornada dos bancários, que é de seis horas (inclusive para comissionados que exercem cargos técnicos). Desde 2004, a entidade move ações de substituição processual pelas 7ª e 8ª horas trabalhadas e não pagas como extra. As ações de 2006 já estão em fase de liquidação e recebimento de valores. Em 2010, novas ações foram ajuizadas e cerca de 400 delas estão em andamento na 15ª Vara do Trabalho de Curitiba. Ainda é pos-sível se cadastrar para novas ações coletivas acessando www.bancariosdecuritiba.org.br. São cerca de 30 cargos contemplados.

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Caixa: Sindicato estáde olho na jornada

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região inicia, em abril, uma campanha de conscientização dos empregados da Caixa Econômica Federal, para que respeitem o limite de duas horas extras diárias e registrem sua jornada corretamente no Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon).

A Caixa manteve desde outubro de 2010 o Si-pon destravado, prejudicando os trabalhadores, já que permitia a realização de login sem marcação de ponto. O funcionário continuava trabalhando, mas o sistema não reconhecia como hora trabalhada. A situ-ação foi revertida no início de março, após cobrança da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa). Agora, o Sipon trava após cinco minutos de utilização sem login no sistema, protegendo o bancário, que tem seu horário efetivamente registrado.

Para Antonio Luiz Fermino, representante do Paraná na CEE, os trabalhadores não podem con-cordar com a política da empresa e burlar o próprio horário de trabalho. “Por isso, estamos promovendo esta campanha sobre o controle da jornada, para que o ponto seja marcado. O bancário não pode jogar contra sua própria saúde, realizando jornadas inter-mináveis”, orienta o dirigente. “Essa atitude só ajuda a Caixa a omitir a falta de funcionários e o excesso de trabalho a que estão submetidos”.

É prática entre funcionários da Caixa a “marcação

CAMPANHA “MARQUE SEU PONTO” ORIENTA FUNCIONÁRIOS A NÃOEXTRAPOLAREM A JORNADA DE TRABALHO

paralela” do ponto, diretamente com o gestor da uni-dade. “Esta prática traz sérios prejuízos ao tra-balhador. Não há qualquer garantia de que seja recebido futuramente, já que dependerá de prova testemunhal e ainda assim há que se con-siderar a prescrição, a fixação da média muitas vezes com duração inferior a efetivamente tra-balhada. Dificuldades típicas de uma ação tra-balhista que o empregado deverá enfrentar para receber o que lhe era devido”, orienta Nasser Ah-mad Allan, assessor jurídico do Sindicato.

Aditivo sobre a jornada Na Caixa, o registro de jornada e as horas extras

são regulamentados pela cláusula 4ª do Acordo Adi-tivo, que estabelece que a jornada diária pode ser prorrogada, desde que seja excepcional (em casos de necessidade de serviço, deve ser feito o paga-mento de adicional de 50% sobre o valor da hora normal). Só é permitida a compensação de metade das horas extraordinárias, o res-tante deve ser pago. O aditivo também garante ao funcionário o registro no Sipon, conforme parágrafo terceiro: “As horas extraordinárias serão efetivamente registradas e os dados fun-cionais serão disponibilizados aos empregados por meio do Sistema de Ponto Eletrônico”.

Ao encerrar o processo de promoção por méri-to do Plano de Cargos e Salários (PCS), 94,6% dos empregados foram promovidos em pelo menos um delta. Apenas 5,4% permaneceram no mesmo estágio na carreira. Na avaliação de 2008, 20% dos bancários não haviam sido promovidos. “Essa diferença deve-se à mudança na metodologia e

nos critérios de avaliação”, explica Antonio Luiz Fermino. No novo modelo, a linha de corte foi definida em 8,2, nota 15% inferior à média al-cançada pelos bancários na avaliação de 2008. O segundo delta foi distribuído para os melhores avaliados até que se esgotasse o orçamento dis-ponível para as promoções.

Promoção por mérito

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Bancários de privados debatem demandas

Os trabalhadores do Itaú Unibanco, além da Par-ticipação nos Lucros e Resultados (PLR), recebem também parte da remuneração variável pelo pro-grama próprio, denominado Ação Gerencial Itaú para Resultados (Agir) – que recentemente teve a incorporação do programa RR, utilizado pelo Unibanco. Em 2011, mais uma vez, os bancários foram surpreendidos pelos valores.

Os funcionários oriundos do Unibanco rece-beram um valor menor referente à PLR, sob a ale-gação de ser um resquício do processo de fusão.

“A relação entre meta e remuneração está distor-cida. O banco aumentou as metas mas os ganhos dos bancários foram redu-zidos. Queremos acesso a esses cálculos, para saber o porquê da redução dos valores. Alguma coisa está errada”, observa Eustáquio Moreira, dirigente do Sin-dicato dos Bancários de Curitiba e região.

No pagamento ante-rior, o movimento sindi-

cal questionou os cálculos do Agir e do RR e os bancários receberam um complemento. “O Agir é uma caixa preta. Não sabemos quais são as regras e os cálculos. Quando vem o pagamento todos são surpreendidos”, denuncia Armando Dibax, diretor da FETEC-CUT-PR.

O Agir possui 17 modalidades diferentes. Cada bancário sabe de sua remuneração, mas desconhece a dos colegas. O programa remunera a cada semestre de acordo com o cumprimento de metas. O movi-mento sindical reivindica que haja participação de

trabalhadores na elaboração dessas metas, para que sejam discutidas e melhoradas. “As regras são mo-dificadas a todo o momento, com o claro objetivo de tornar as metas inatingíveis. Este programa tem tudo para ser uma enganação, pois é exatamente como nos sentimos, enganados” protesta Júnior César Dias, dirigente do Sindicato. Os bancários do Itaú Unibanco que se sentiram prejudicados devem denunciar ao Sindicato.

SantanderEm reunião, os bancários do Santander, represen-

tados por dirigentes sindicais da Contraf-CUT e sin-dicatos filiados, debateram a importância de exigir o fim das demissões. O banco alega que há apenas “rotatividade normal de empregados”. Contudo, o movimento sindical defende que não há justifica-tiva, já que o Brasil foi responsável por um terço do lucro mundial do banco espanhol em 2010. A prin-cipal preocupação é com os funcionários que ainda não foram realocados após o processo de integração tecnológica com agências do antigo Real.

Bradesco Nos dias 17 e 18 de março, representantes dos

bancários do Bradesco de todo o país na Comissão de Organização dos Empregados (COE) se reuni-ram para definir os temas e prioridades que serão debatidos com o banco neste ano. A Campanha de Valorização dos Funcionários será reeditada, com o objetivo de acabar com as negativas do Bradesco às reivindicações dos funcionários. Também será elaborada uma minuta de reivindicações, cujas ban-deiras de luta serão novamente pela criação de um Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) para garantir a valorização dos trabalhadores, utilizando critérios justos e transparentes.

REUNIÕES AMPLIADAS JÁ DERAM INÍCIO ÀS DISCUSSÕES DASPRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES NO ITÁU UNIBANCO, SANTANDER E BRADESCO

“ O banco aumentouas metas mas osganhos dosbancários foramreduzidos.Queremos acesso a esses cálculos, para saber o porquê da redução dos valores.”

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HSBC: PPR x PLRDiante das inúmeras reclamações de

bancários sobre os cálculos apresentados nos contracheques e, principalmente, so-bre a compensação do Programa de Par-ticipação nos Resultados (PPR) na Par-ticipação nos Lucros e Resultados (PLR), o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, juntamente com a FETEC-CUT-PR e a Contraf-CUT, se reuniram com a di-reção do HSBC, no início de março, para esclarecer a questão. O banco informou que os valores recebidos no dia 25 de fe-vereiro correspondem ao saldo dos pro-gramas PPR B, PPR C e da PLR prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT 2010/2011), inclusive os 2% linear da parcela adicional.

Quanto aos descontos para os partici-pantes da Participação Semestral Variável (PSV), garantidos pela Lei nº 10.101, os mesmos se referem aos valores já recebi-dos ao longo do ano, além do adianta-mento da primeira parcela da PLR, feita em outubro de 2010. Os representantes

do HSBC explicaram que o PSV é divi-do em duas etapas: uma delas vinculada à performance individual da venda de produtos e paga mensalmente; e a outra, vinculada ao resultado atingido, paga a cada semestre. Já para os integrantes do PPR B (área administrativa), o desconto foi referente aos adiantamentos da PLR da Convenção Coletiva. Conforme nego-ciado com o movimento sindical, o valor de 15% pago a título de adiantamento do PPR 2010, em fevereiro do ano passado, não foi descontado.

Por um PPR justo Na reunião ampliada da Comissão

de Organização dos Empregados (COE/HSBC), realizada em São Paulo no dia 10 de março, os representantes dos bancários definiram que irão partici-par da próxima reunião da comissão do PPR, órgão eleito pelos funcionários, sem participação dos sindicatos. O ob-jetivo é apontar as falhas e fazer críticas

MOVIMENTO SINDICAL COBRA ESCLARECIMENTO SOBRE PAGAMENTODA PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS E DO PROGRAMA PRÓPRIO

PLR Básica90% do salário (salário base + ATS) + R$ 1.100,80 (limitado a R$ 7.181,00)• Primeira parcela, paga em outubro de 2010: 54% do salário + R$ 660,48 (limitado a R$ 4.308,60)• Segunda parcela, paga em fevereiro de 2011: valor integral menos o que foi antecipado em outubro• O valor da PLR Básica será descon-tado do programa próprio de remune-ração (PPR)

Entenda a remuneração variável no HSBC

PLR Adicional2% do lucro líquido dividido igual-mente para todos os bancários• Em outubro de 2010, foi paga a quantia de R$ 423,87, que corres-ponde a 2% do lucro líquido do primeiro semestre• Em fevereiro de 2011, foi paga a quantia de R$ 693,20• A parcela adicional não é descontada dos programas próprios e é paga a to-dos os bancários

PPR BValor de referência x Performance co-letiva x Performance individual – PLR• Valor de referência: 90% x (salário base + ATS) + R$ 1.128,75 (limitado a R$ 7.208,95)• Performance coletiva: 1,30 (Azul)• Performance individual: CDP 1 e 2 = 1,15 / CDP 3 = 1,05 / CDP 4 e 5 = 0,00• 90% do salário (salário base + ATS) + R$ 1.100,80 (limitado a R$ 7.181,00)

ao Programa. “Continuaremos insistin-do por um novo método de negociação para a definição das regras do programa próprio do HSBC, uma vez que as re-percussões na vida funcional dos traba-lhadores são muito grandes, indo além da remuneração”, afirma Carlos Alberto Kanak, coordenador nacional da COE/HSBC. “Do jeito como acontece hoje, não há espaço para avançarmos. Precisa-mos que o banco abra negociação com os sindicatos”, conclui.

“Diante deste debate, ressaltamos a importância da Convenção Coletiva de Trabalho, que determina a distri-buição de até 15% do lucro dos bancos de forma mais justa, incluindo todos os funcionários e desvinculada do cum-primento de metas. As metas, impostas unilateralmente pelas instituições finan-ceiras, têm sido uma preocupação cons-tante do movimento sindical”, ressalta Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.

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Pela não precarização

Há cerca de uma década, vem se observando um crescimento acelerado da demanda por serviços bancários. Contudo, para acompanhar tal expansão, o setor tem investido sobretudo na contratação de trabalhadores não bancários, apoiando-se nas ter-ceirizações e na transferência de várias atividades para outros entes, como financeiras ou os chamados “correspondentes bancários”. Este foi o caminho encontrado pela classe patronal para aliar as neces-sidades cada vez maiores da globalização à redução de gastos com direitos trabalhistas.

O resultado disso é a de-sestruturação da organiza-ção do trabalho e a precarie-dade das condições de saúde e segurança. Em primeira instância, o impacto das terceirizações é a redução gradativa dos trabalhadores enquadrados profissional-mente como bancários, devido à consequente di-minuição das contratações. Por outro lado, os trabalha-dores terceirizados não pos-suem os mesmos direitos garantidos aos bancários, apesar de realizarem as mes-

mas atividades. E a soma desses fatores torna-se bas-tante preocupante.

Diante deste cenário cada vez mais comum, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região entre-vistou o procurador Iros Reichmann Losso, da Co-ordenadoria de Atuação em Primeiro Grau da Procu-radoria Regional do Trabalho da 9ª Região (Paraná) e membro do Núcleo de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho do Ministério Público do Trabalho. O

procurador relatou à Revista Bancári@s as principais consequências das terceirizações e informou que ain-da não existe jurisprudência consolidada na Justiça do Trabalho a respeito deste tipo de expansão.

Losso também afirmou que a conduta adotada pelos patrões tem gerado inúmeras ações que, em breve, devem gerar passivo trabalhista considerável para os empregadores envolvidos, resultando em uma maior reflexão acerca das desvantagens da terceirização. Assim, sempre que estiver exposto a condições de trabalho inadequadas, os trabalha-dores devem denunciar a situação aos sindicatos, Ministério do Trabalho e também ao Ministério Pú-blico do Trabalho. Leia mais:

Bancári@s: Quais as consequências das ter-ceirizações para as relações de trabalho nos bancos, tendo em vista que esses trabalhadores não estão am-parados pelos acordos coletivos da categoria bancária e têm seus salários e direitos reduzidos?

Iros Reichmann Losso: Efetivamente, com a ter-ceirização acentuada e o repasse de várias atividades bancárias para outros entes que não as instituições bancárias, tais como financeiras, cooperativas de crédito e os chamados “correspondentes bancários”, surgem algumas questões que ainda não encontra-ram definitiva solução no mundo do direito, entre elas, a extensão dos benefícios concedidos por lei ou norma coletiva aos bancários a esses trabalhadores, e, principalmente, as condições de segurança laboral na prestação de serviços por essas outras entidades. Com esse repasse de atividades a terceiros, o setor bancário propriamente dito teve sua expansão brecada ou a-nulada, reduzindo, por óbvio, a empregabilidade na categoria profissional bancária. Somam-se a isso as inovações tecnológicas, gerando déficit ainda maior nas novas admissões de bancários.

Bancári@s: Por que os bancos podem realizar

PROCURADOR DO TRABALHO FALA SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS DA TERCEIRIZAÇÃO NO SETOR BANCÁRIO E ORIENTA TRABALHADORES A EXIGIR SEUS DIREITOS

“ Com esse repasse de atividades a terceiros, o setor bancário propriamente dito teve sua expansão brecada ou anulada, reduzindo, por óbvio, a empregabilidade na categoria profissional bancária.”

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esse tipo de expansão, apoiada na ter-ceirização, sem qualquer restrição do Ministério do Trabalho?

I. R. L.: A expansão dos serviços bancários e repasse a outros entes, como já exposto, decorrem da tendência atual no mundo globalizado de terceirização de serviços com vistas a redução de en-cargos e responsabilidades trabalhistas. Apesar dos vários questionamentos so-bre a licitude dessa terceirização, não há jurisprudência firme na Justiça do Tra-balho a respeito do tema, sendo que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ora estende benefícios dos bancários aos trabalhadores desses entes terceirizados, como na Súmula 55, quando menciona que as financeiras equiparam-se aos es-tabelecimentos bancários para fins da jornada reduzida bancária (art. 224 da CLT), ora restringe essa equiparação, vide Orientação Jurisprudencial 379 da Seção de Dissídios Individuais (Sub-seção I) do TST, que entende que os em-pregados de cooperativas de crédito não se equiparam aos bancários para efeitos de jornada legal reduzida.

Bancári@s: E como se pode impe-dir que os bancos continuem realizan-do esse tipo de burla dos direitos dos trabalhadores?

I. R. L.: Essa conduta, por muitas

vezes representar redução de direitos dos trabalhadores envolvidos, tem gera-do várias ações no âmbito da Justiça do Trabalho, tanto por ex-empregados de empresas terceirizadas, financeiras, cooperativas de crédito ou de “cor-respondentes bancários”, como pelo Ministério Público do Trabalho, neste caso, questionando em especial a falta de condições de segurança adequada na prestação de serviços por esses tra-balhadores. Isso deverá, em breve, gerar passivo trabalhista considerável para os empregadores envolvidos, o que certa-mente acarretará maior reflexão pelo setor patronal acerca da desvantagem de adotar essa conduta.

Bancári@s: Qual o papel do Minis-tério Público do Trabalho nessa defesa dos direitos dos trabalhadores?

I. R. L.: O Ministério Público do Tra-balho tem várias investigações Brasil afora tratando tanto da terceirização e desse repasse das atividades bancárias a outros entes, como, em especial e principalmente, abordando a questão da segurança no trabalho nessa presta-ção de serviços. Há Ações Civis Públicas ajuizadas, inclusive com decisões fa-voráveis, no sentido desses entes ado-tarem medidas concretas visando à se-gurança dos empregados, muitas vezes

expostos a riscos acentuados de assalto sem qualquer proteção. Aliás, como já dito, com maiores condenações no âm-bito laboral, inclusive referentes a vul-tuosas indenizações por danos morais coletivos, geralmente pedidas nas ações do MPT, há tendência de se inibir a continuidade da expansão dessa forma de terceirização no setor bancário.

Bancári@s: Como os trabalhadores podem agir para combater a precariza-ção e a terceirização?

I. R. L.: A principal forma dos tra-balhadores lutarem por seus direitos nesse caso é denunciando a situação ao seu sindicato de classe, ao Ministério do Trabalho e Emprego e também ao Ministério Público do Trabalho. Perce-bendo que seu empregador não toma medidas de segurança e medicina do trabalho adequadas à prestação de ser-viços bancários, deverá levar isso ao conhecimento das entidades sindicais obreiras e autoridades competentes, para providências. Também poderá o trabalhador ingressar com ação tra-balhista para postular diferenças que entender devidas, por não estar en-quadrado como bancário, além de ou-tras indenizações porventura devidas pelo risco corrido ante a ausência de medidas de segurança.

“ Percebendo que seu empregador não toma medidas desegurança e medicina do trabalhoadequadas, otrabalhador deverá levar isso aoconhecimento das entidades sindicais.”

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Um triênio delutas e conquistas

No próximo dia 21 de junho, encerra-se o man-dato da gestão “Quem luta conquista” à frente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. De 2008 a 2011, a diretoria cutista que comandou a entidade, encabeçada pelo presidente Otávio Dias, travou inúmeras lutas e somou várias conquistas. “Quando assumimos o Sindicato, tínhamos como desafios o aumento do número de associados e a re-construção documental da história da entidade. Três anos se passaram e, ao chegarmos ao fim deste man-dato, podemos afirmar que ambos os desafios foram vencidos”, comemora Otávio Dias.

Em 01 de junho de 2008, o Sindicato contava com 6.105 bancários sindicalizados. Até dia 30 de março deste ano o número já chegava a 7.337. “As campanhas de sindicalização promovidas durante este período resultaram nos maiores índices de as-sociação, o que demonstra o grau de satisfação dos trabalhadores com a gestão”, avalia o secretário-geral da entidade, Carlos Alberto Kanak. “Contudo,

GESTÃO “QUEM LUTA CONQUISTA” ENCERRA MANDATO COM BALANÇO POSITIVO

mais importante que as estatísticas quantitativas é a unidade da categoria que conquistamos. Ao longo de três anos, pudemos perceber uma tomada de consciência por parte dos trabalhadores, que pas-saram a participar mais ativamente das reuniões e assembleias, bem como da campanha salarial”, acrescenta Otávio Dias.

Com a consolidação do Espaço Cultural e Es-portivo, as últimas grandes assembleias da categoria reuniram mais de 1.500 trabalhadores. A unificação dos bancários também refletiu na organização e no poder de pressão das greves realizadas, que, nos últi-mos dois anos, conseguiram mobilizar mais de 70% da base. “Ao encerrar a campanha salarial do ano passado, a avaliamos como uma das maiores e me-lhores já realizadas, pois além das conquistas sociais e salariais, conseguimos despertar nos trabalhadores a consciência de classe frente a intransigência patro-nal. O uso da Justiça e das práticas antissindicais por parte dos banqueiros não impediram os bancários

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de lutar pelos seus direitos”, constata o presidente da entidade.

No que tange a reconstrução da história do Sindicato, no ano de 2009 foi formada uma comissão com o obje-tivo de realizar uma pesquisa e um le-vantamento de informações, com base em arquivos documentais e no relato oral dos dirigentes sindicais da época. Os trabalhos realizados por essa equipe integram o projeto Memória e História do Sindicato dos Bancários de Curitiba, que irá sistematizar todas as informa-ções reunindo-as em um livro de caráter histórico. O prazo final, em que está pre-vista a conclusão dos trabalhos e lança-mento do livro, é junho de 2011.

Um dos primeiros frutos do projeto foi, em meio ao levantamento bibliográ-fico e documental, a descoberta nos ar-quivos do Ministério do Trabalho e Em-prego (MTE) de uma ficha que aponta como data de fundação da entidade o dia 06 de julho de 1932. O documento, datado da década de 1960, tinha por ob-jetivo atualizar o cadastro de dados junto à Delegacia Regional do Trabalho no Es-tado do Paraná. “Diante deste novo fato, em 2011, o Sindicato não estaria com-pletando 69 anos como se pensava até

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então, mas sim 79 anos. Uma vez que a carta sindical foi emitida em 1942, a en-tidade serviu aos bancários paranaenses durante 10 anos antes de ser legalmente reconhecida, o que significa uma década a mais de lutas e conquistas”, explica Márcio Kieller, dirigente sindical e coor-denador do projeto.

Além destes dois desafios, a direto-ria que comandou o Sindicato também prezou pela manutenção da transparên-cia dos recursos bancários, com presta-ção de contas anuais e ampla divulgação de todos os balanços. “Também zelamos do bom investimento das contribuições de nossos associados. Nestes três anos melhoramos as estruturas das Sedes Ad-ministrativas e Campestre e do Espaço Cultural, sempre visando melhor atender aos bancários”, acrescenta Antonio Luiz Fermino, tesoureiro da entidade. “Nossa assessoria jurídica também contabilizou inúmeras vitórias, não só na derrubada de interditos proibitórios, como também nas ações judiciais de 7ª e 8ª horas, entre outras”, conclui Ademir Vidolim, secre-tário jurídico.

Campanha nacional unificadaAlém das conquistas para os bancários

de Curitiba e região, durante o mandato da gestão “Quem luta conquista”, o Sin-dicato também contribuiu para vitórias nacionais e intenacionais, participando da campanha unificada da categoria e de discussões mundiais. “Nestes três anos, podemos contabilizar a assinatura de acordos que mantiveram o ganho real e valorizaram o piso dos bancários. Conseguimos ainda melhorar as regras da Participação nos Lucros e Resultados (PLR)”, comemora Otávio Dias. Contabi-lizam ainda a conquista da 13ª cesta-ali-mentação, a ampliação da licença-mater-nidade para 180 dias, a inclusão de uma cláusula de Segurança Bancária e a assi-natura do Acordo Aditivo de prevenção e combate ao assédio moral.

“Na Caixa Econômica Federal, con-seguimos a implementação do PCS/PFG e da PLR Social. Já no Banco do Brasil, o PCR foi finalmente implantado. E, pela primei-ra vez, clausulamos a contratação de 15 mil novos funcionários nos bancos públi-cos”, acrescenta o presidente do Sindicato. No âmbito internacional, os bancários, por meio da UNI Finanças, alcançaram a unificação dos debates por um Sistema Financeiro mais justo e por mais Saúde e Condições de Trabalho no mundo.

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Debate sobre correção da tabela do IRPF

A presidente Dilma Rousseff assumiu compro-misso com as centrais sindicais de estabelecer uma política de correção permanente para a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). A proposta foi apresentada e defendida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em reunião realizada no dia 11 de março com representantes do Governo Fe-deral. “Nós da CUT avaliamos que será uma con-quista histórica para a classe trabalhadora brasileira. É uma reivindicação antiga da nossa Central que está muito próxima de ser alcançada”, comemora Roni Barbosa, presidente da CUT-PR. O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, também partici-pou do encontro, representando os interesses da categoria bancária.

A tabela do IRPF define o percentual de imposto retido na fonte e interfere na vida de todos os tra-balhadores, tanto dos que declaram o imposto anu-al quanto dos que são isentos. A correção da tabela impede que os trabalhadores tenham seus reajustes salariais dissolvidos pelo imposto. “Sempre lutamos pela desoneração fiscal aos que ganham menos. Um exemplo é a nossa reivindicação pela tributação so-bre as grandes fortunas. Isso significa corrigir um erro histórico no Brasil, que é aquele velho jargão ‘pobre paga mais imposto do que rico no país’”, reafirma Roni.

A Medida Provisória publicada no Diário Ofi-cial dia 28 de março corrigiu a tabela do IR com índice de 4,5% para todas as faixas salariais em 2011. Também regulamentou o mesmo percentu-al a ser corrigido todos os anos até 2014. A faixa de isenção passou para R$ 1.566,61 em 2011, R$ 1.637,11 em 2012, R$ 1.710,78 em 2013 e R$ 1.787,77 em 2014.

A correção da tabela do IRPF incide sobre sa-lários e também tributa o pagamento de Participa-ção nos Lucros e Resultados (PLR). “Ao corrigir a

REIVINDICAÇÃO DA CUT POR UMA POLÍTICA PERMANENTE DE CORREÇÃOPARA A TABELA DO IMPOSTO DE RENDA FOI ATENDIDA

tabela do IR, o Governo Federal deixa de arrecadar, uma vez que menos contribuintes passarão a pagar o imposto e aqueles que continuarão pagando, com o reajuste da tabela serão menos tributados”, con-textualiza o presidente da CUT-PR. O governo anun-ciou que deixará de arrecadar R$ 9,372 bilhões por causa da correção.

Faixas salariais Atualmente, o IRPF incide

sobre os salários da seguinte forma: para salários até R$ 1.566,61 o trabalhador é isento do imposto retido na fonte e não precisa declarar renda para a Receita Fede-ral, desde que esteja fora das outras exigências, como va-lores de bens, por exemplo. De 1.566,62 até 2.347,85 o imposto retido é de 7,5%. De 2.347,86 até 3.130,51 a alí-quota é de 15%. Para salários de 3.130,52 até 3.911,63 a alíquota é de 22,5%. O teto de 27,5% é para salários aci-ma de 3.911,63.

Defasagem A tabela do imposto de

renda ficou defasada em 64,1% durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso e apenas no governo Lula foi negociada sua correção com o movimento sindical. De acordo com cálculos do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), a defasagem poderia ultrapas-sar 70% em 2011, caso o governo não revisasse os valores das faixas.

“ Sempre lutamos pela desoneração fiscal aos que ganhammenos. Um exemplo é a nossa reivindicação pela tributação sobre as grandes fortunas. Isso significa corrigir um erro histórico no Brasil, que é aquele velho jargão ‘pobre paga mais impostodo que rico no país’.”

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Assédiomoral

“A discussão sobre assédio moral é nova, mas o fenômeno é velho. Tão velho quanto o trabalho.” São com essas palavras que o doutor em Psicologia Social e professor da Unicamp, Roberto Heloani, situa os debates sobre as práticas assediadoras no trabalho. Bastante discutido, o tema é considera-do um problema recorrente enfrentado pela cate-goria bancária. Segundo a pesquisa realizada pela Contraf-CUT em junho de 2010, oito em cada dez funcionários de instituições financeiras do país afir-mam que o assédio moral é a maior dificuldade com que se deparam cotidianamente no ambiente profissional.

Considerando cada indivíduo como produto de uma construção sócio-histórica, Heloani escla-rece que a humilhação no trabalho – ou o assédio moral – sempre existiu nas mais diferentes formas. “A humilhação está embasada no próprio sistema macroeconômico, que, em seu processo disciplinar, favorece o aparecimento da violência, em que o su-perior hierárquico detém um certo poder sobre seu subordinado”, explica.

Historicamente, as transformações econômica, culturais e sociais modificaram a relação entre ca-pital e trabalho. Se, por um lado, a globalização, a automação e a informatização tornaram a atividade profissional mais precária e seletiva, por outro, o Estado, mediante uma ideologia neoliberal, retirou ou diminuiu benefícios e direitos dos trabalhadores. Além disso, por meio dos discursos sobre traba-lho em equipe, gestores organizacionais acabaram por impor elementos antagônicos: a necessidade da cooperação em grupo versus a competição pela

aquisição e manutenção de um posto de trabalho. É neste contexto que surge o assédio moral,

uma prática caracterizada pela intencionalidade na constante e deliberada desqualificação de determi-nada pessoa, seguida de sua consequente fragiliza-ção, com o intuito de neutralizá-la em termos de poder. Trata-se de um processo disciplinador em que se procura anular a vontade daquele que, para o agressor, se apresenta como ameaça. “Ou seja, a perversidade, por vezes ligada a traços como frieza, calculismo e inteligência, e encorajada por práticas organizacionais danosas, como a corrosão de va-lores éticos essenciais, acaba por desconsiderar o outro, em um verdadeiro extermínio psíquico, cal-culado e covarde, em relação à pessoa a quem, no íntimo, o agressor inveja”, detalha.

“Assim, a violência reflete, tal como uma ima-gem no espelho, as formas de poder constituídas socialmente. Se for certo que o furor expansionista do capital conquistou-nos financeiramente, é tam-bém exato que nesse processo de expansão com-prometeu-se o nosso discernimento, ou melhor, a nossa saúde moral.”, conclui Heloani.

O psicólogo acrescenta que a prática pode começar de forma quase imperceptível e inofensiva, com piadas e apelidos pejorativos, e ir crescendo. “No início, a vítima fica espantada, não entende o que está acontecendo. Quando toma consciência e tenta reagir, o processo já tomou tal rumo que ela não consegue mais se defender. É importante desta-car que o assédio moral não precisa ser uma coisa grosseira, mas pode começar de forma sutil e ir avançando”, revela Heloani.

RESULTADO DE UMA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA E SOCIAL, A PRÁTICAASSEDIADORA PODE CAUSAR DANOS IRREVERSÍVEIS. BANCÁRIOS JÁ PODEM DENUNCIAR

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O agressorEspecialistas descrevem que, bons em fazer

política na organização e hábeis em decisões difí-ceis e polêmicas, os assediadores não raro são admi-rados por sua relativa eficiência e eficácia, apesar da arrogância e do menosprezo com que tratam seus subordinados. “Na verdade, os agressores possuem traços narcisistas e destrutivos, estão frequente-mente inseguros quanto à sua competência profis-sional e podem exibir, às vezes, fortes características de personalidade paranoica”, detalha Heloani. Eles, normalmente, apresentam extrema dificuldade para admitir críticas, agem com desconfiança e exces-siva suspeita em relação às atitudes alheias, a quem atribuem intenções maldosas, e, aparentando hiper-sensibilidade, podem exagerar o risco e a incerteza presentes em diversas situações.

A vítima Por não tolerarem o sucesso daqueles que pos-

sam distinguir-se mais do que eles, os agressores normalmente afetam os melhores funcionários, pessoas mais jovens com ou mais qualificações. Em-bora sejam desqualificadas, Heloani explica que as vítimas não são doentes ou frágeis. São indivíduos com personalidade, transparentes e sinceros, que se posicionam, algumas vezes questionando privilé-gios, e não têm grande talento para o fingimento. “Elas se tornam os alvos das agressões justamente por não se deixarem dominar, por não se curvarem à autoridade de um superior sem nenhum ques-tionamento a respeito do acerto de suas determi-nações”, afirma. É o próprio assédio que pode vir a adoecer as vítimas, desencadeando um processo de identificação em relação a que o assediador afirma sobre elas: que são desatentas, inseguras e não pos-suem qualificação.

Bancário, denuncie!Frente a uma organização do trabalho deficitária,

as estatísticas e pesquisas científicas comprovam que os bancários são uma das principais categorias vítimas do adoecimento mental devido ao assédio moral e outros tipos de violência nos locais de tra-balho. Por isso, há muito o que se comemorar com a inclusão de uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT 2010/2011) que prevê a instituição de um Protocolo de Prevenção de Conflitos no Am-

biente de Trabalho, a maior conquista da Campanha Nacional dos Bancários 2010.

O acordo aditivo, assinado em janeiro pelo Itaú Unibanco, Santander, HSBC, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, Safra, Votorantim e Bic Banco, instaura uma política de prevenção e combate às praticas assediadoras e garante aos tra-balhadores um canal de denúncia. O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, espera que, com o Protocolo, os bancos real-mente se empenhem na luta contra o assédio moral. “Queremos uma melhora no ambiente de trabalho. Os funcionários precisam ser valorizados e as diver-sidades respeitadas”, diz. “Pois, com a assinatura, os bancos se comprometeram a declarar explicita-mente condenação a qualquer ato de assédio, incen-tivando a prática de ações e comportamentos ade-quados, que possam prevenir conflitos indesejáveis no ambiente de trabalho”, acrescenta.

Conforme estabelece o Protocolo, os bancários que se sentirem vítimas de assédio devem fazer uma denúncia ao seu sindicato, identificando-se para que a entidade possa tomar as devidas providências e dar um retorno ao trabalhador. O sigilo é mantido para proteger o denunciante e a entidade sindical tem dez dias úteis para apresentar a reclamação ao banco, que terá, então, 60 dias corridos para apurar o caso e prestar esclarecimentos. Denúncias anôni-mas continuarão sendo apuradas, mas fora deste programa. As reclamações dos bancários da base de Curitiba e região podem ser feitas pelo site do Sin-dicato (www.bancariosdecuritiba.org.br) ou pelo e-mail [email protected].

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Com a palavra,os financiáriosSINDICATO TAMBÉM LUTA PELOS DIREITOS DOS TRABALHADORESEM EMPRESAS DE CRÉDITO E FINANCEIRAS

Além de representar os bancários, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financiários de Curitiba e região também defende os direitos dos trabalhadores em financeiras e em-presas de crédito, como a BV Financeira, BMG Fi-nanceira, Triângulo, Sofisa, Pine, entre outras. Par-te desses funcionários inclusive trabalha para os próprios bancos, que possuem instituições finan-ceiras. Contudo, apesar dos lucros exorbitantes do setor, os financiários também são vítimas da des-valorização do emprego. É comum entre os bancos a contratação de promotores de vendas ou presta-dores de serviço para realizar atividades financeiras por salários mais baixos e direitos reduzidos.

Sendo assim, apesar de se tratar de uma catego-ria equivalente, os financiários não possuem os mesmos direitos garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários. E é somente por meio do Sindicato que a luta dos trabalhadores das financeiras pode ser feita. Desde dezembro de 2010, a entidade tem realizado reuniões por local de tra-

balho nas plataformas da BV Financeira em Curi-tiba. Nos encontros, os dirigentes têm feito uma apresentação do Sindicato e abordado a importância da sindicalização dos financiários, além de explicar a estrutura e a organização da campanha salarial e suas dificuldades. Para 2011, outras reuniões já es-tão agendadas e o movimento sindical está traba-lhando em prol de um acordo para jornadas nos fins de semana da BV Financeira.

Campanha Salarial 2010Com data base em 01 de junho, os financiários

obtiveram importantes conquistas na campanha sa-larial de 2010, recebendo o maior índice de ganho real de todos os tempos, tanto nos pisos como nas demais verbas. A proposta da entidade patronal, a Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi), foi aceita pelos trabalhadores da base de Curitiba e região no dia 29 de outubro do ano passado, em assembleia no Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários.

Veja as principais conquistas da Campanha Salarial dos Financiários de 2010

Reajuste Salarial:• 7,5% para salários até R$4.600• Para os salários superiores a R$4.600, reajuste fixo de R$345 ou reposição da inflação (o que for superior)Valorização dos Pisos: 16,33%• Portaria: R$854,88• Escritório: R$1.234,43• Tesouraria: R$1.303,61Demais verbas e benefícios: 7,5%

PLR• Regra: 90% sobre salário-base mais verbas fi-xas de natureza salarial, acrescido do valor de R$ 1.397,50, com teto de R$ 7.406,02• Antecipação: metade do valor fixo ou R$ 698,75Cláusulas Sociais• Isonomia de tratamento para casais homoafetivos• Acordo para prevenir e combater o assédio moral• Compromisso de implementar as negociações na mesa paritária sobre igualdade de oportunidades

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2. MOBILIÁRIO DOPOSTO DE TRABALHO2.1. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé deve ser proporcionado ao trabalhador mo-biliário que atenda aos itens 17.3.2, 17.3.3 e 17.3.4 e alíneas, da Norma Regulamentadora n°. 17 (NR 17) e que permita variações posturais, com ajustes de fácil acionamento, de modo a prover espaço suficiente para seu conforto.

3. EQUIPAMENTOS DOSPOSTOS DE TRABALHO3.1. Devem ser fornecidos gratuita-mente conjuntos de microfone e fone de ouvido (headsets) individuais, que permitam ao operador a alternância do uso das orelhas ao longo da jornada de trabalho e que sejam substituídos sempre que apresentarem defeitos ou desgaste devido ao uso.3.2. O empregador deve garantir o

Leia alguns trechos do Anexo II da Norma Regulamentadora nº 17 - Teleatendimento/Telemarketing

correto funcionamento e a manuten-ção contínua dos equipamentos de comunicação, incluindo os conjuntos de headsets, utilizando pessoal técnico familiarizado com as recomendações dos fabricantes.3.3. Os monitores de vídeo devem proporcionar corretos ângulos de visão e ser posicionados frontalmente ao operador, devendo ser dotados de regulagem que permita o correto ajuste da tela à iluminação do ambi-ente, protegendo o trabalhador contra reflexos indesejáveis.

4. CONDIÇÕES AMBIENTAISDE TRABALHO4.1. Os locais de trabalho devem ser dotados de condições acústicas ade-quadas à comunicação telefônica, adotando-se medidas tais como o ar-ranjo físico geral e dos postos de tra-balho, pisos e paredes, isolamento acústico do ruído externo, tamanho,

forma, revestimento e distribuição das divisórias entre os postos, com o fim de atender o disposto no item 17.5.2, alínea “a” da NR-17.

5. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO5.1. A organização do trabalho deve ser feita de forma a não haver ativi-dades aos domingos e feriados, seja total ou parcial, com exceção das em-presas autorizadas previamente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, conforme o previsto no Artigo 68, “caput”, da CLT e das atividades pre-vistas em lei.5.2. O contingente de operadores deve ser dimensionado às demandas da produção no sentido de não gerar sobrecarga habitual ao trabalhador.5.3. O tempo de trabalho em efetiva atividade de teleatendimento/tele-marketing é de, no máximo, 06 (seis) horas diárias, nele incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração.

A Convenção Coletiva de Trabalho dos Financiários 2010/2011, assinada em novembro, contempla trabalhadores do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Es-pírito Santo e Paraná, mas é estendida a empresas de atuação nacional, como Ay-moré, BV Financeira e outras. As cláusu-las são semelhantes às da CCT da catego-ria bancária, como os auxílios (creche, alimentação, refeição, transporte), esta-bilidade, gratificação de função, jornada de 6 horas diárias, entre outros. Leia a íntegra da Convenção e também o acor-do aditivo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em www.bancariosde-curitiba.org.br.

Condições de trabalhoComo a maioria dos trabalhadores

desta categoria atuam em serviços de te-

leatendimento e call center, a CCT dos financiários garante àqueles que fazem serviço de digitação o repouso estabe-lecido pela Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17), de acordo com a cláusula 4.7.4. A cada período de 50 minutos consecutivos de trabalho, o digitador tem direito a 10 minutos para descanso não deduzido da jornada de trabalho.

Para prevenir sobrecarga, o Anexo II da NR-17 também estabelece pausas de descanso e intervalos para repouso e alimentação dos trabalhadores em telea-tendimento/telemarketing, que devem ser feitas fora do local de trabalho e em dois períodos de 10 minutos contínuos após os primeiros e antes dos últimos 60 minutos. Confira a íntegra da NR-17 e do Anexo II também no site www.ban-cariosdecuritiba.org.br.

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O salto e as calçadas

Olha eu aqui, novamente, falando sobre nós mu-lheres, após o 08 de março. A título de informação, ainda não conquistei meu “final de semana de meni-nos”, mas hoje meu assunto é outro.

Para alguns, pode parecer uma futilidade o uso de salto alto por parte de nós mulheres, mas nós sa-bemos o “poder” que ele nos dá. Normalmente, uso sapatos de salto para trabalhar; gosto do visual, pa-recemos mais elegantes, o salto nos eleva, principal-mente a autoestima.

Mas, infelizmente nós, mulheres pedestres de Curi-tiba, estamos sendo “impedidas” de usá-los em nossa cidade. A minha indignação por não poder ir trabalhar de salto já vem de algum tempo. Moro a mil e duzen-tos metros do meu local trabalho e, pasmem, vou de carro (gasto combustível, estacionamento, tem o des-gaste do próprio carro, além do estresse no trânsito).

No entanto, volta e meia, por pura teimosia, in-sisto em ir caminhando. O tempo gasto é o mesmo, mas, sinceramente, minha saúde é mais beneficiada pelo uso do carro do que pela caminhada, uma vez que já caí duas vezes neste trajeto, além de virar o pé inúmeras vezes.

Na última vez em que fui caminhando, fiz uma experiência diferente: fotografei todo o percurso, as calçadas e as pessoas que delas faziam uso. Para o meu espanto, não sou a única a pensar desta forma, afinal, encontrei somente duas mulheres com sapa-tos de salto. Conversei com diversas pessoas, homens e mulheres, para pedir autorização para fotografar. Quando expliquei o motivo, eles foram unânimes e concordaram comigo: andar a pé nas calçadas de Curitiba é um verdadeiro desafio, com salto ou não!

Um dos exemplos desse grande desafio é um de nossos cartões-postais, que não nos dá segurança para transitar com sapatos de salto ou solado de couro, principalmente nos dias de chuva (o que é corriqueiro em Curitiba); a rua quase se transforma em uma pista

de patinação no gelo, de tão escorregadia. Estou me referindo à Rua XV de Novembro, ou Rua das Flores. Mas ela não é a única, poderia citar aqui diversos pon-tos críticos da cidade, mas esse não é o principal ob-jetivo. Depois que anoitece, e aqui as noites começam mais cedo, a maratona piora. Se já temos dificuldade para desviar dos buracos e pedras soltas durante o dia, imaginem à noite, com pouca luz.

Em contrapartida, a maioria das empresas, grandes ou não, pedem, ao nos contratar, “boa apresentação”. No meu universo, que é o segmento bancário, ao adentrar uma agência, observo que a grande maio-ria das mulheres estão com sapatos de salto. Mas no quesito boa apresentação o que é mais fashion ou vale mais? Um sapato de salto, ou uma botinha/tala de gesso, ainda que colorida?

Sem me aprofundar no tema, não é sem razão que os lojistas de nossas ruas reclamam da concorrência desleal dos shoppings. Lá, todas nós conseguimos subir no salto sem correr maiores riscos. Os pisos são planos, dificilmente estão molhados e à noite a iluminação nos favorece.

Nesta linha de raciocínio, caímos numa questão de fundo: o trânsito e o comércio de rua da cidade só irão melhorar quando o poder público passar a desempenhar o seu papel principal, que é de viabili-zar, ordenar e fiscalizar a mobilidade urbana, privile-giando os indivíduos (homens, mulheres, idosos ou não, pessoas com necessidades especiais e até mesmo famílias com seus carrinhos de bebê) e não o au-tomóvel, meio que privilegia o individualismo.

Partindo dessa premissa, lanço aqui um desafio: que as senhoras Marry Ducci (mulher do prefeito Luciano Ducci) e Fernanda Richa (mulher do atual governador e ex-prefeito Beto Richa) façam o tra-jeto habitual de muitos curitibanos, ir de uma praça a outra no centro da cidade, claro que usando seus sapatos de salto!

Sonia Boz,dirigente do Sindicato dos Bancários deCuritiba e região

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Política em quadrinhosSegunda Guerra Mundial. Um jovem

norte-americano é convocado para o exér-cito e, durante a viagem que o levará até sua base militar, começa a relembrar fatos marcantes de sua vida, como a origem de seus pais e as situações que marcaram sua adolescência. Aos poucos, sua biografia vai sendo desenhada: desde as aventuras da mãe ao chegar nos Estados Unidos, no início do século XX, e os motivos que le-varam o pai à América, após ser pintor em Viena, até os acontecimentos que antece-deram sua convocação para o exército.

É assim que Will Eisner relata sua auto-biografia, no livro No Coração da Tempes-tade, uma das obras consideradas inova-doras no mundo dos quadrinhos. Isso mesmo, as histórias em quadrinhos, mui-tas vezes pensadas como ‘coisa para cri-ança’, têm, cada vez mais, trazido histórias densas, contextualizadas em épocas im-portantes da história da humanidade.

De acordo com Lielson Zeni, jornalista com mestrado em Adaptações Literárias

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS ADOTAM TEMAS POLÍTICOS PARA ENTRETER O LEITOR E ENSINAR ESTUDANTES

em Quadrinhos, os efeitos do texto sem imagens são bastante diferentes daqueles que exploram tal recurso. “Os quadri-nhos têm todas as virtudes que um meio visual dispõe para mostrar algo, em vez de detalhar apenas com palavras, como um texto sem imagens faria”, explica. Os temas políticos, segundo o jornalista, estão mais presentes nas tiras diárias de cartunistas como Laerte e Angeli, mas também aparecem como pano de fundo em histórias biográficas, publicadas em livros. Além disso, já existem revistas que tratam ficcionalmente o tema. “No Brasil, temos a Ato 5, escrita pelo carioca André Diniz e desenhada pelo curitibano José Aguiar”, conta. “Outro escoamento para temas políticos são as adaptações de o-bras literárias”, acrescenta Lielson.

HQs nas escolasNo Brasil, a publicação formal de

histórias em quadrinhos, com editora, impressão em larga escala e distribuição,

é mais difícil que a de obras literárias. Mas o mercado já está consideravelmente melhor que há 10 anos. “Os meios de publicação, sejam virtuais ou impressos, tiveram uma baixa de custo com a popu-larização da informática, o que ajudou a produção independente”, analisa Lielson.

Um fato curioso é que no país existe uma forte demanda por materiais que consigam se incluir no Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). O programa prevê que o governo compre livros e quadrinhos para distribuir na rede pública de ensino. “Com isso, várias editoras que não publicavam quadrinhos tentam abo-canhar essa venda ao Governo Federal, o que faz com que contratem profissionais de HQs em sua produção”, conta o jorna-lista. Mas o incentivo à leitura de quadri-nhos nas escolas é visto, claro, com bons olhos. “Os quadrinhos podem ajudar tanto quanto cinema, literatura ou qualquer ou-tra forma de expressão, tanto para adultos como para crianças”, finaliza Lielson.

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Índice mede satisfação dos brasileiros

Em 2010, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou, pela primeira vez, um novo indicador complementar ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Índice de Va-lores Humanos (IVH). O indicativo mede o grau de satisfação e as experiências vividas pelos brasileiros em três âmbitos: saúde, educação e trabalho.

O IVH foi publicado no terceiro caderno do Relatório de Desenvolvimento Humano 2009/2010, que ouviu 2.002 pessoas em 148 cidades sobre o sistema de saúde brasileiro, o que consideram impor-

tante para a educação e as ex-periências vividas no trabalho. “É uma maneira de tirar a superficialidade do IDH. Este índice dá novas ferramentas de avaliação que ajudam a elaborar políticas públicas”, avalia Pablo Diaz, secretário de Assuntos de Políticas Sociais e Estudos Socioeconômicos do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. A exemplo

do IDH, o IVH varia de 0 a 1, sendo 1 o melhor resul-tado. O índice geral do Brasil foi 0,59.

Perguntas e resultadosQuanto à experiência dos brasileiros no traba-

lho, foram consideradas 32 variáveis, com situações que devem ter acontecido nos seis meses anteri-ores à pesquisa. Entre os aspectos, estão liberdade de expressão, cooperação entre os colegas, orgulho do trabalho, estresse, sobrecarga e medo. O resul-tado geral foi 0,79, um bom índice na avaliação do PNUD. De acordo com o Programa, a satisfação está ligada diretamente ao aumento da renda e ao grau de escolaridade do trabalhador.

Em educação, a avaliação foi feita com pais, alu-nos e professores a respeito do tipo de conhecimento

IVH APONTA OPINIÃO DA POPULAÇÃO SOBRE SAÚDE, EDUCAÇÃO E AMBIENTE DE TRABALHO

transmitido nas escolas. Os pais foram questionados se o conhecimento deve formar um bom cidadão, garantir uma boa vida ou conseguir um emprego. Os alunos responderam sobre interesse nos estudos, res-peito aos professores, tolerância com colegas, respon-sabilidade com as tarefas, honestidade e liberdade de expressão de ideias. Para os professores, as perguntas foram parecidas com as dos alunos. O IVH-E ficou em 0,54, com diferença maior na região Norte, que obteve índice de 0,47. Nesta região, a maioria das pessoas enxerga a educação como um facilitador na conquista de um bom emprego. No resto do país, os brasileiros atribuem à educação o papel de formar bons cidadãos.

O pior resultado foi no índice de satisfação com os serviços de saúde. Os entrevistados responderam questões relativas ao tempo de espera para atendimen-to, a facilidade de compreensão da linguagem usada pelos profissionais e o interesse da equipe médica pelo caso. O IVH-S ficou em 0,45, com pior resultado na região Norte (0,41). O Ministério da Saúde, em res-posta, considera o indicador reducionista e afirma que, enquanto outros quesitos são abordados a partir de questões subjetivas, a avaliação de saúde é objetiva, a partir dos serviços prestados. “Em contramão, quando o IDH divulga o crescimento na expectativa de vida, por exemplo, o Ministério da Saúde não se pronun-cia sobre os métodos para se chegar neste resultado”, lembra o dirigente Pablo Diaz.

De acordo com Diaz, o que o IVH tenta é, em sua raiz, resgatar a ideia de direito à felicidade. Segundo ele, a felicidade tem se “privatizado” e as pessoas acabam a atribuindo à compra de bens pessoais ou vivências individuais. “Temos de retornar à ideia de felicidade como um bem público, que precisa e pode ser obtido por todos. É preciso dar condições para essas pessoas serem felizes e isso conseguiremos com políticas públicas, desenvolvidas a partir das neces-sidades da população”, finaliza.

“ É uma maneira de tirar a superficialidade do IDH. Este índice dá novas ferramentas de avaliação que ajudam a elaborar políticas públicas.”

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Aumento suspeitoO Ministério Público do Estado do

Paraná (MP-PR) abriu investigação para apurar se o reajuste de 13,6% na tarifa de ônibus do transporte coletivo de Curitiba é abusivo ou não. A entidade pediu infor-mações para Urbs, com o detalhamento da planilha de custos, vislumbrando a verificação dos motivos do aumento de R$ 2,20 para R$ 2,50.

“Por que anunciar o reajuste tão em cima da hora, na véspera do feriado de carnaval?”, questiona a vereadora Profes-sora Josete (PT). A bancada petista na Câ-mara Municipal divulgou, antes do anún-cio do reajuste, um estudo técnico com informações que levaram os vereadores a constatarem que o aumento na tarifa tem relação com o calendário eleitoral, e não com quesitos técnicos. “Acredito que o valor é muito caro, o que impede o aces-so a parcela significativa da população. Transporte público é um serviço público e como tal deveria ser garantido a todos”, defende a vereadora.

Uma das constatações dos vereadores da oposição é de que a tabela para definir o valor da tarifa está defasada. “Hoje a

REAJUSTE DA TARIFA DE ÔNIBUS EM CURITIBA FOI DIVULGADO NO FINAL DA TARDEDE SEXTA-FEIRA, VÉSPERA DE CARNAVAL, UMA SURPRESA PARA OS CURITIBANOS

definição da tarifa não passa pela Câmara Municipal. Podemos fazer o debate políti-co, porém o prefeito tem uma base de apoio de 33 vereadores, num total de 38, o que limita muito a ação da oposição”, lembra a vereadora do PT.

O principal argumento utilizado pela Urbs para justificar o aumento no valor da tarifa é o reajuste salarial de moto-ristas e cobradores. Mas o levantamento realizado pela bancada do PT esclarece que, com o reajuste de 10% nos salários, o impacto na tarifa seria de R$ 0,08, der-rubando a justificativa da Urbs.

Outra realidade enfrentada pela popu-lação é a precariedade dos serviços ofe-recidos. “As pessoas, em sua esmagadora maioria, precisam do transporte coletivo para ir trabalhar ou à escola. E começam e terminam suas duras jornadas diárias sendo ‘premiadas’ com um ônibus lotado, sujo e com nenhuma segurança”, constata André Machado, secretário de Políticas Sindicais e Movimentos Sociais do Sindi-cato dos Bancários de Curitiba e região. “Um transporte público de qualidade sig-nificaria um aumento de salário indireto

para os trabalhadores. Além de aliviar o trânsito caótico da cidade”, propõe.

Protestos continuamEm 2011, até o mês de março, foram

realizados seis protestos contra o aumen-to da tarifa do transporte coletivo em Curitiba, organizados pelo Movimento Passe Livre (MPL). O MPL protocolou na Prefeitura de Curitiba um abaixo-assinado contra o reajuste, com 20 mil participações, que exige o congelamento da tarifa em R$ 2,20. O grupo anunciou que pretende entregar o documento ao Ministério Público. “A bancada do PT na Câmara já havia solicitado há mais de um ano o acompanhamento do MP em relação ao transporte público em Curi-tiba. Esperamos que, com os fatos atuais, os procedimentos cabíveis sejam agiliza-dos”, finaliza Professora Josete.

Procurado, o Ministério Público anun-ciou que aguarda a resposta da Urbs com os dados solicitados para definir se o reajuste da tarifa vai ser investigado. A so-licitação foi feita pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba.

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Automedicação é um perigo para saúdeTOMAR REMÉDIOS SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA PODE ACOBERTAR DOENÇAS PIORES, DIFICULTAR O DIAGNÓSTICO OU MESMO CAUSAR DEPENDÊNCIA

A garganta começa a incomo-dar, surge uma tosse e você se lembra daquele remédio que tomou no inverno passado e funcionou. Ou então ouve de um vizinho sobre um amigo, que quan-do sentiu a mesma coisa, tomou deter-minado medicamento e melhorou. “A automedicação mais comum acontece assim, ouvindo a indicação de conheci-dos”, conta Vera Salerno, médica sanita-rista do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Campinas.

Atitudes que parecem banais, como tomar um remédio para gripe após sen-tir um mal-estar, podem ser arriscadas, pois o medicamento pode mascarar os sintomas de uma doença evolutiva e dificultar o diagnóstico. “E também cada corpo reage de uma forma. O que é bom para meu amigo, pode não ser bom para mim”, orienta a especialista.

Há também o risco de dois ou mais medicamentos, se tomados simultanea-

mente, reagirem entre si. “Uma substância pode dificultar o efeito da outra, como, por exemplo, os remé-dios para úlcera que cortam o efeito dos remédios para crise convulsiva”, explica Vera Salerno. Eles também podem reagir com certos alimentos e com bebida al-coólica, o mais comum. “Substâncias que atuam no Sistema Nervoso central são afetadas pelo uso do álcool. Tanto o efeito do remédio como da bebida são modificados”, conta a médica.

O importante, de acordo com Vera, é ressaltar que todo medicamento é tóxico. “Essas toxinas causam mudan-ças no funcionamento do corpo, então, às vezes, um remédio que faz bem para uma parte do corpo acaba prejudicando outra”, destaca. E mais, estas substâncias podem causar dependência facilmente.

O risco da dependênciaO uso de drogas psicoativas sem

acompanhamento médico é perigoso, já que elas agem no Sistema Nervoso. Tais medicamentos costumam apresentar diversos efeitos colaterais e apenas um profissional sabe dizer qual o mais ade-quado para cada situação e paciente. E o risco de se tornar dependente destas drogas é enorme.

Antidepressivos, ansiolíticos e remé-dios para dormir são os mais procura-dos. “É preciso lembrar que se sentir triste não necessariamente indica que a pessoa está deprimida. As pessoas con-fundem tristeza e dificuldade em lidar com alguma perda, por exemplo, com depressão”, afirma Vera Salerno. A médi-ca conta que este tipo de problema é bastante comum entre os bancários, jun-

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to com os proble-mas de insônia.

O ambiente de trabalho nos ban-cos, com pressão constante, gera estres-se no bancário, que pode passar noites sem dormir di-reito. “Ele consegue com um amigo um remédio para dormir e logo começa a se sentir melhor. O problema é que bastam trinta dias de uso desta medicação para ele estar viciado”, alerta. O indicado, nestes casos, é procurar um profissional de saúde, que pode ser um médico, psicólogo ou enfermeiro, e contar o que está sentindo. “Muitas vezes só de desabafar a pessoa já se sente melhor e não precisa iniciar um tratamento com remédio”, conta a médica.

A responsabilidade das farmáciasDesde 2010, as receitas de antibióticos são carim-

badas e retidas nas farmácias. Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que mais da metade das prescrições desses remédios são inadequadas. Só no Brasil, o comércio de antibióticos movimentou, em 2009, cerca de R$1,6 bilhão, segundo relatório do Instituto IMS Health.

A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sani-tária (Anvisa) vale para mais de 90 substâncias que abrangem todos os tipos de antibióticos registrados no país. A partir de abril de 2011, a comercialização de antibióticos passa a ter regras ainda mais rígi-das e as receitas devem ser escrituradas, ou seja, re-gistradas no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados.

Apesar de todas estas ações da Anvisa, muitas farmácias burlam a lei. “Às vezes, o médico receita duas caixas de um remédio para um paciente, mas ele chega à farmácia e só compra uma. Algumas farmá-cias vendem esta caixa que sobrou para outro cliente que não tenha receita”, denuncia Vera Salerno.

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Vigilantes do Paraná entram em greve

Entre os dias 01 e 04 de fevereiro, os vigilantes de Curitiba e também do inte-rior do estado do Paraná fizeram greve por melhores condições de trabalho e reajuste salarial. A paralisação conquistou aumento de 7%, adicional de risco de vida de 12% e R$13 de vale-refeição. A classe patronal também se comprometeu a conceder estabilidade de 60 dias no em-

prego e pagar os dias parados.Durante a greve, o Sindicato dos

Bancários de Curitiba e região fez a fiscali-zação para que a Lei Nº 7.102, que deter-mina que estabelecimentos financeiros só podem funcionar se houver a presença de ao menos dois vigilantes, fosse cumprida. A estimativa é de que 70% das agências bancárias de Curitiba ficaram fechadas.

Assinado acordo contra o assédio moral

Conquista da Campanha Nacional dos Bancários 2010, o Protocolo para Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho foi assinado no dia 26 de fevereiro. Participam do acordo aditivo a Contraf-CUT e sindicatos associados e os bancos Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, HSBC, Caixa Econômica, Ci-tibank, Safra, Votorantim e Bic Banco.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, espera que os bancos passem a condenar os atos de assédio: “Espe-ramos uma melhora no ambiente de trabalho, pois as diversidades precisam ser respeitadas.” A partir de agora, o bancário que se sentir assediado deve fazer a denúncia ao Sindicato.C

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Sindicato promove curso CPA-20

De 14 de fevereiro a 04 de março, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região promoveu o curso preparatório para o exame de certificação profissional série 20 (CPA-20). As aulas foram mi-nistradas de segunda a sexta-feira, das 19h15 às 22h30, para uma turma de 40 bancários sindicalizados de diferentes bancos. Além de infraestrutura, a enti-

dade subsidiou parte do valor do curso. As provas para a certificação profissional são agendadas pelos próprios partici-pantes após o término do curso.

A iniciativa da Secretaria de Forma-ção da entidade reflete a preocupação do Sindicato com a qualificação de seus as-sociados, que de posse desta certificação, poderão obter ascensão profissional.

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BB: Bancários cobram cumprimento da jornada

O Sindicato dos Bancários de Curi-tiba e região esteve, no dia 15 de feve-reiro, no Centro de Suporte Operacional (CSO) do Banco do Brasil, realizando um ato pelo cumprimento da jornada de seis horas. Desde 2004, o Sindicato move ações de substituição processual pelas 7ª e 8ª horas trabalhadas e não pagas como extra. Mais de 150 ações foram ajuiza-

das em 2006, a maioria delas já em fase de liquidação. Em 2010, uma nova leva de ações foi ajuizada por bancários não contemplados nas anteriores e cerca de 400 delas foram distribuídas na 15ª Vara do Trabalho de Curitiba. Os bancários que ainda não se inscreveram para ga-rantir seu direito devem se cadastrar no site www.bancariosdecuritiba.org.br.

Assembleia elegeComissão Eleitoral

Em assembleia realizada no dia 17 de fevereiro, bancários da base do Sin-dicato de Curitiba e região elegeram os três membros da Comissão Eleitoral, que definiu os procedimentos para as eleições da nova diretoria. Foram eleitos Marisa Stedile, secretária-geral da CUT-PR, Elias Hennemann Jordão, presidente da FETEC-CUT-PR, e Domingos Oliveira

Davide, presidente do Sintracon. O mandato da atual gestão se encerra

dia 21 de junho e as eleições acontecem nos dias 26, 27 e 28 de abril. Devem vo-tar todos os bancários sindicalizados que, na data da votação, tenham mais de seis meses de inscrição no quadro social da entidade e estejam com as mensalidades sindicais quitadas até 30 dias antes.

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Sindicato visita agênciasdo Banco do Brasil

Desde o dia 22 de fevereiro, o Sindi-cato dos Bancários de Curitiba e região tem realizado reuniões nas agências, de-partamentos e demais locais de trabalho do Banco do Brasil. A primeira visita foi à agência de São José dos Pinhais, a segun-da maior da base territorial da entidade. O objetivo é mobilizar os trabalhadores desde já para as demandas específicas e

lutas da categoria. As reuniões já são rea-lizadas há três anos consecutivos e têm gerados bons frutos nas conquistas dos bancários do BB. Entre os temas debati-dos com os bancários durante as visitas, estão as conquistas salariais dos anos an-teriores e a luta pelo Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) empreendida em 2009 e 2010.

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Sindicato realiza II Ciclo de Debates

De 28 de fevereiro a 02 de março, a entidade promoveu o II Ciclo de De-bates do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região: A força da mulher. O evento foi realizado para Comemorar o Dia Internacional de Mulher (08 de março) e relembrar o Dia Internacional de Combate e Conscientização às víti-mas de LER/Dort (28 de fevereiro), de-

batendo temas pertinentes à categoria. Na programação, debates com médi-

cos e especialistas, oficinas de beleza e bem-estar e uma mini mostra de ci-nema, além da participação da médica do CRST (Campinas/USP), Vera Lúcia Salerno; da jornalista e cientista políti-ca Marilena Wolf de Mello Braga; e da psicóloga Marcia Uhlmann Velloso.

PLR da CABB gera insatisfação

Na manhã do dia 28 de fevereiro, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região esteve na Central de Atendimen-to do Banco do Brasil (CABB), em São José dos Pinhais, para protestar contra a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) recebida pelos atendentes. A mo-bilização aconteceu no mesmo dia em que o banco pagou a segunda parcela

da PLR, sem creditar a parte variável da distribuição do lucro para os aten-dentes. Segundo os dirigentes, as cen-trais de atendimento exercem, cada vez mais, um papel estratégico para o BB, funcionando como um canal barato de atendimento e impulsionador de ven-das. Contudo, a direção do banco remu-nera muito mal esses trabalhadores.

REG/Replan: Proposta da Caixa é recusada

Em assembleia realizada no dia 15 de março, no Espaço Cultural e Esportivo, os bancários da Caixa Econômica Federal da base de Curitiba e região rejeitaram por unanimidade a proposta de conciliação da empresa apresentada na ação judicial protocolada pelo Sindicato. A Caixa havia proposto permitir a mobilidade dos par-ticipantes do REG/Replan não saldado

dentro do próprio PCC. “O que nós esta-mos buscando é o fim da discriminação para que os trabalhadores que ficaram no REG/Replan não saldado possam migrar para o PFG”, salienta Antonio Luiz Fer-mino, representante do Paraná na CEE/Caixa. O Sindicato irá juntar aos autos a recusa da proposta pelos trabalhadores e o processo continuará tramitando.

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Definido calendário daCampanha Salarial 2011

O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, participou de reunião do Comando Nacional, em São Paulo, que definiu os temas e o calendário da Campanha Na-cional dos Bancários 2011. A pauta de reivindicações abordará os temas em-prego e remuneração; saúde e condições do trabalho; segurança bancária; e siste-

Sindicato realiza passeio de Cicloturismo

Aconteceu no dia 19 de março o primeiro passeio do Cicloturismo dos Bancários de 2011, organizado pelo Sin-dicato dos Bancários de Curitiba e região. Contrariando todas as previsões de chu-va, a pedalada reuniu esporte, cultura e lazer, além de entretenimento e muita diversão. Foram 27 bancários que saíram do Espaço Cultural, rumo à Balsa Nova.

Sindicato participa de encontro da UNI Finanças

Sob o tema “De volta ao futuro: rompendo barreiras por um sistema fi-nanceiro justo”, foi realizada, nos dias 16 e 17 de fevereiro, em Lisboa, a 3ª Conferência Mundial da UNI Finanças. O encontro reuniu trabalhadores de todo o mundo para definir a estratégia para o setor nos próximos quatro anos e eleger a nova diretoria da entidade.

Após a realização da Conferência, foram divulgadas as orientações para a ação sindical das entidades filiadas. Tam-bém foi aprovada a proposta da Contraf-CUT para que seja adotada a campanha “Menos Metas, Mais Saúde”. O Brasil foi representado por dirigentes da Contraf-CUT e federações, incluindo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.

Após cruzarem por belas paisagens, os bancários fizeram uma breve parada para acompanhar as comemorações dos 12 anos do assentamento Contestado, localizado na Lapa, com inauguração da Escola Estadual Contestado, administrada pelo MST. Feito isso, eles seguiram rumo ao centro da Lapa, onde puderam sa-borear uma ótima comida tropeira.

ma financeiro. Ficou definido que a 13ª Conferência Nacional será realizada em São Paulo, dias 30 e 31 de julho. As con-ferências regionais e estaduais devem ser feitas até 24 de julho e a previsão de entrega da pauta de reivindicações à Fenaban é dia 10 de agosto. Em breve o SEEB irá divulgar a data da Conferência de Curitiba e região.

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Sindicato comemorareconhecimento legal

No dia 27 de março do longínquo 1942, foi assinada a Carta Sindical, pu-blicada em 30 de março, que determi-nou o reconhecimento jurídico e políti-co do Sindicato dos Bancários de Curi-tiba e região. Quase sete décadas depois, a entidade, que até então somava 69 anos, descobriu, por meio de uma ficha encontrada nos arquivos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que sua

CARTA SINDICAL, EMITIDA EM 1942, REPRESENTA COMPROMETIMENTO DA ENTIDADE COM A LUTA DA CATEGORIA BANCÁRIA

verdadeira data de fundação foi o dia 06 de julho de 1932. O documento, datado da década de 1960, tinha por objetivo atualizar o cadastro de dados junto à De-legacia Regional do Trabalho no Estado do Paraná e representou uma descoberta importantíssima, que acrescenta mais uma década à história de lutas e con-quistas da entidade.

O achado é resultado do trabalho de pesquisa e levantamento de informações que vem sen-

do empreendido pelo projeto intitulado Memória e História do Sindicato dos Bancários de Cu-ritiba. No ano de

2009, uma comissão foi formada com o objetivo de recontar a história da en-tidade, com base em arqui-vos documentais e no relato oral dos dirigentes sindicais. “Tudo começou quando, há alguns anos, discutíamos que pouco se conhecia so-bre a nossa história. Dali em diante, decidimos tomar a iniciativa de resgatá-la, para que pudéssemos con-tar aos bancários a origem de nossa entidade e as con-quistas que tivemos através de muitas lutas durante to-das essas décadas”, explica Márcio Kieller, dirigente

sindical e atual coordenador do projeto. Com essa descoberta, no ano de 2011,

o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região comemora 79 anos de fundação e 69 anos de reconhecimento legal.

Carta SindicalPara o reconhecimento legal de um

sindicato, é preciso a obtenção da Carta Sindical, um documento expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que reconhece oficialmente a entidade como representativa de uma categoria profis-sional perante as instâncias governamen-tais. A carta do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região – na época, Sindi-cato dos Bancários do Paraná – foi emi-tida em 27 de março de 1942. “Mais do que o reconhecimento legal e político, a certidão de registro sindical comprova a regularidade da entidade e representa sua consolidação como representante de uma categoria de trabalhadores”, afirma Már-cio Kieller.

A importância da Carta Sindical está em garantir que uma entidade cumpra as formalidades exigidas pela lei, tornando pública a sua existência e habilitando-a para a prática de atos sindicais, tais como a representação da categoria e a negocia-ção coletiva. “O fato de termos conquis-tado o reconhecimento legal ainda em 1942, apenas 10 anos após a assembleia de fundação do Sindicato, indica o com-prometimento e a responsabilidade da entidade desde o início de sua atuação”, finaliza o dirigente sindical.

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