Aceitabilidade de concordância verbal na língua inglesa por aprendizes de inglês como língua...

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  • 1. 0UNEB UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAO CAMPUS XIVDALILA OLIVEIRA DE ARAUJOACEITABILIDADE DE CONCORDNCIA VERBAL NA LNGUA INGLESA PORAPRENDIZES DE INGLS COMO LNGUA ESTRANGEIRACONCEIO DO COIT 2012

2. 1DALILA OLIVEIRA DE ARAUJOACEITABILIDADE DE CONCORDNCIA VERBAL NA LNGUA INGLESA PORAPRENDIZES DE INGLS COMO LNGUA ESTRANGEIRA Monografia apresentada Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educao, Campus XIV, como requisito final concluso do Curso de Licenciatura em Letras com habilitao em Lngua Inglesa. Orientadora: Prof Dr Irenilza OliveiraCONCEIO DO COIT 2012 3. 2DALILA OLIVEIRA DE ARAUJOACEITABILIDADE DE CONCORDNCIA VERBAL NA LNGUA INGLESA POR APRENDIZES DE INGLS COMO LNGUA ESTRANGEIRAMonografia apresentada Universidade do Estado da Bahia,Departamento de Educao, Campus XIV, como requisito final concluso do Curso de Licenciatura em Letras com habilitaoem Lngua Inglesa.Aprovada em: ___/___/___Banca examinadora_________________________________________Irenilza Oliveira e Oliveira - OrientadoraUniversidade do Estado da Bahia Campus XIV_________________________________________Neila Maria Oliveira SantanaUniversidade do Estado da Bahia Campus XIV_________________________________________Cristina dos Santos CarvalhoUniversidade do Estado da Bahia Campus XIVCONCEIO DO COIT 2012 4. 3 AGRADECIMENTOS A Deus por me conceder a vida, por iluminar o meu caminho para que eu pudesse concluiresta etapa da minha. Aos meus pais, por todo amor, carinho, educao, dedicao para comigo e por terem sidopea fundamental para que eu tenha me tornado quem hoje sou. A Vicente pelo apoio em todos os momentos que precisei, pelo companheirismo e porestar ao meu lado neste trabalho. A minha orientadora, professora Irenilza Oliveira, pelo ensinamento e dedicao paraconcretizao dessa monografia, pelo apoio e contribuio aos conhecimentos que pudeadquirir durante todo o curso. A todos os meu professores do Curso de Letras pelo apoio e dedicao e pelosensinamentos durante esses 4 anos, vocs foram peas fundamentais para me torna quem hojesou, especialmente s professoras Neila Maria Santana e Cristina Carvalho pela suascontribuies neste trabalho. Aos meus queridos e inesquecveis colegas de curso, pela amizade, pelo companheirismo,sem vocs essa trajetria no seria to prazerosa. 5. 4O real estado da lngua o das guas de um rio, que nunca paramde correr e de se agitar, que sobem e descem conforme o regime daschuvas, sujeitas a se precipitar por cachoeiras, a se estreitar entre as montanhas e a se alargar pelas plancies...Marcos Bagno 6. 5ResumoEste trabalho apresenta um estudo sobre a aceitabilidade de concordncia verbal na LnguaInglesa por aprendizes de ingls como segunda lngua, especificamente graduandos do cursode Letras com habilitao em LI da UNEB Universidade do Estado da Bahia. Este estudo baseado na Teoria Sociolingustica Laboviana, a qual tem por pressuposto bsico que avariao ordenada por restries lingusticas e extralingusticas, que levam o falante a usarcertas formas, quando faz uso da lngua falada. Trabalhos de pesquisas sobre variaes deconcordncia verbal em diversas comunidades do idioma ingls, tambm contriburam parafundamentar este trabalho. A pesquisa foi feita a partir de mtodos qualitativos de cunhosociolingustico, como questionrios de fatores sociais, atitudes lingusticas e testes depercepo a fim de avaliar a aceitabilidade de variao na concordncia verbal existente naLngua Inglesa por estudantes de Ingls como Lngua Estrangeira. Os resultados mostram queos falantes nativos do idioma ingls apresentaram algum tipo de preconceito lingusticoquanto utilizao das variantes de concordncia verbal, enquanto os aprendizes de inglscomo lngua estrangeira mostraram um grau de aceitabilidade maior e afirmaram fazer usodas vrias formas no padro de concordncia verbal.Palavras-chave: Concordncia Verbal. Variao. Aceitabilidade. Lngua Inglesa. 7. 6 AbstractThis paper presents a study on the acceptability of verb agreement variation in English bylearners of English as a second language, specifically, by undergraduate students of Letterswith Specialization in English Language of Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Thisstudy is based on the Theory Sociolinguistics Laboviana, which has the basic assumption thatthe variation is ordered by language and extra constraints that lead the speaker to use certainforms, while making use of spoken language. Research works on variations of verb agreementin several communities of the English language also contributed to support this work. Theresults show that native english speakers exposed some kind of linguistic prejudice in relationto the usage of verbal concordance variants, while english learners as a foreign languageshowed a greater degree of acceptability and claimed to use various non-standard verbagreement forms.Key-words: Verbal agreement. Variation. Acceptability. English Language. 8. 7SUMRIOINTRODUO .........................................................................................................9CAPTULO I: TEORIA VARIACIONISTA:UMAPERSPECTIVALABOVIANA .................................................................................................................. 111.1 A Metodologia da Pesquisa Variacionista ...........................................................13CAPTULO II: CONCORDNCIA VERBAL NA LNGUA INGLESA: UMFENOMENO VARIVEL ........................................................................................ 172.2 A Variao e o Ensino de Lngua Inglesa ............................................................ 21CAPTULO III: METODOLOGIA .......................................................................... 243.1 Sujeitos ..................................................................................................................... 243.2 Instrumentos selecionados para a coleta de dados ............................................... 253.2.1 Aplicao de testes .............................................................................................. 253.2.2 Aplicao de questionrio ...................................................................................... 263.3 Caracterizao das variveis ............................................................................... 26CAPTULO IV: ANLISE DE DADOS .....................................................................304.1 Variao de Concordncia Verbal utilizadas por Falantes Nativos....................304.2 Aceitabilidade das formas variantes de Concordncia Verbal por aprendizesde L2 ...........................................................................................................................324.2.1 Estudantes de lngua estrangeira do II semestre: Do conhecimento lingustico aouso das variantes .....................................................................................................324.2.1.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais....................................................... 334.2.1.2 Grupo (2) Curso livre .........................................................................................334.2.1.3 Grupo (3) Uso da lngua estrangeira na Universidade .....................................344.2.2 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do II semestre .................... 344.2.3 Estudantes de lngua estrangeira do VIII semestre: Uma anlise de aceitabilidadedas estruturas variantes de concordncia verbal .....................................................384.2.3.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais........................................................384.2.3.2 Grupo (2) Curso Livre .....................................................................................38 9. 84.2.3.3 Grupo (3) Uso da lngua estrangeira na Universidade/sala de aula em escolaspublica ................................................................................................................ 394.2.4 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do VIII semestre ................ 394.3 Resultados ............................................................................................................. 415 CONSIDERAES FINAIS ....................................................................................43REFERNCIAS ........................................................................................................ 44APNDICE A: Questionrios de Pesquisa Preenchidos por Falantes Nativos ......... 47APNDICE B: Questionrios de Pesquisa Preenchidos por Aprendizes de L2 ........49 10. 9INTRODUO A lngua, por ser flexvel, est sujeita s interferncias de diversos fatores lingusticose extralingusticos, que levam o falante a usar certas formas quando faz uso da lngua falada.Esta diversidade funcional e social da lngua pressupe a existncia de formas lingusticaschamadas de variantes. Foi a partir desse pressuposto que William Labov iniciou a Teoria da Variao, quebusca descrever a lngua atravs de seus aspectos sociais e como estes aspectos influenciam alinguagem. Estudos dessa natureza ganharam nfase na dcada de 60 e deram origem sociolingustica como cincia, fornecendo fundamentos necessrios para a crescenteinvestigao da lngua e seus aspectos sociais. Observando-se os aspectos variacionistas da lngua inglesa, nota-se a ocorrncia devariaes no mbito fonolgico, mais especificamente morfossinttico e sinttico. O objeto deinvestigao deste trabalho se detm no campo sinttico, na concordncia verbal, umfenmeno varivel que se realiza atravs de duas alternativas semanticamente equivalentes,verificando-se a presena da marca de concordncia do verbo ou a ausncia desta marca deconcordncia. Busca-se investigar se h uma aceitao dessas formas lingusticas variantespor falantes nativos do idioma ingls, assim como por aprendizes de ingls como lnguaestrangeira. Pretende-se ainda observar se estes ltimos fazem uso dessas formas variveisnos diversos contextos em que utilizam a lngua inglesa. Dessa forma, o presente trabalho buscou, na sociolingustica qualitativa instrumentos,tais como testes de percepo e questionrios, com o objetivo de apontar as formas deconcordncia que so consideradas mais aceitveis pelos sujeitos elencados. Nasociolingustica quantitativa, o trabalho se baseou para fazer o levantamento dos dadosreferente s estruturas variantes de concordncia verbal, assim como foi utilizada tambm avertente qualitativa para a anlise dos fatores extralingusticos (fatores sociais e atitudelingustica dos falantes) que levariam o falante aceitao ou no das formas variantes deconcordncia verbal da lngua inglesa. Este trabalho se justifica, uma vez que trabalhos sobre a aceitabilidade da variao deconcordncia verbal podem servir como fonte de pesquisa para que, ao se ensinar, os docenteslevem em conta as variaes existentes nessa lngua e, dessa forma, facilitem ao seu aluno ummaior conhecimento do sistema lingustico em questo sem haver lugar para o preconceito emrelao s variantes menos prestigiadas. 11. 10 Este trabalho organiza-se em quatro captulos. No primeiro captulo apresentam-se ospressupostos tericos da sociolingustica, a princpio com um breve histrico da teoriavariacionista, bem como algumas noes da relao entre lngua e sociedade, tecendoconsideraes sobre o fenmeno em estudo. Ainda neste captulo, descrevem-se os aspectosmetodolgicos da pesquisa sociolingustica, delineando cada etapa e instrumentos que podemser utilizados na realizao de pesquisas deste cunho terico. No segundo captulo, tecem-se consideraes sobre a variao de concordncia verbalem que se trazem tona importantes pesquisas que j foram desenvolvidas em diferentescomunidades lingusticas do idioma ingls sobre o fenmeno em questo. Aps faz-se umaabordagem terica do fenmeno variacionista no ensino de lnguas. No terceiro captulo, discorrem-se os procedimentos metodolgicos, em que seevidenciam os elementos constituintes desta pesquisa; os sujeitos, os instrumentosselecionados para a coleta de dados e a caracterizao das variveis de concordncia verbal asquais foram julgadas como aceitas ou no pelos sujeitos desta pesquisa. No quarto captulo apresentam-se os resultados detalhados obtidos nesta pesquisa,analisando-se o grau de aceitabilidade dos sujeitos elencados das estruturas de variao deconcordncia verbal no padro. Contudo, so feitas as consideraes finais, tecendo os resultados alcanados com odesenvolvimento desta pesquisa, assim como, pontos relevantes a respeito da teoriavariacionista em consonncia com a anlise dos dados obtidos com esta pesquisa. 12. 11CAPTULO I TEORIA VARIACIONISTA: UMA PERSPECTIVA LABOVIANA Lanando um olhar sobre a evoluo da lingustica como cincia, observamos que aprincpio os estudos da lngua delimitavam-se apenas ao seu sistema interno. Tericos dalingustica como Saussure (1916), Chomsky (1965) e Bloomfield (1933) definem lingusticaem seus estudos puramente sobre seus aspectos estruturalistas, excluindo os elementosexternos lngua. Somente em meados da dcada de 60, que se iniciam os estudos da lngua e seusaspectos sociais por meio do linguista William Labov, o qual constatou na fala um dosaspectos fundamentais da construo do fenmeno da linguagem, estabelecendo, assim, aligao desta com a sociedade. Labov relata, em entrevista para a Revista Virtual de Estudos da Linguagem (2007)que quando deu inicio a seus estudos, suas ideias objetivavam uma mudana para um campomais cientifico voltado para a investigao de como as pessoas utilizavam a linguagem na suavida cotidiana; Atravs da realizao de entrevistas gravadas, Labov percebe que a falacotidiana era repleta de variantes lingusticas, fato este com que a teoria padro da poca, omodelo gerativo, no se encontrava preparada para lidar, por tratar apenas dos aspectosestruturais da lngua. Seus estudos, ento, fornecem respostas claras para o tratamento da variao emudana lingusticas ocorrentes na lngua, dando origem, assim, Teoria da Variao,tambm conhecida como Teoria Laboviana, Sociolingustica Variacionista, SociolingusticaQuantitativa, a qual procura descrever a lngua sob seus aspectos sociais, uma vez que parte daexplicao da inter-relao entre lngua e sociedade, considerando os fatores externos aosistema lingustico e no somente os fatores internos lngua. Portanto, cabe Sociolingustica investigar e descrever as variantes lingusticas existentes, observando ainfluncia que elas exercem dentro do contexto de fala dos diversos grupos sociais. Tarallo (1986, p. 08) afirma que "variantes lingsticas so diversas maneiras de sedizer a mesma coisa em um mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade. A umconjunto de variantes d-se o nome de varivel lingstica". Estas variantes podem ser influenciadas por fatores sociais, regionais, culturais dofalante, o que possibilita a produo de sentenas diversificadas, muitas vezes no seguindo as 13. 12regras gramaticais padro da lngua, mas permitindo o entendimento da comunicao entredois ou mais indivduos em seus grupos sociais. Voltando o olhar para essas variantes lingusticas, elas so perceptveis em qualquersociedade, pois esto presente na fala de qualquer individuo de diferentes lnguas ou grupossociais distintos. Ao observarem-se os discursos, ou melhor, a fala de sujeitos de faixas etriasdiferentes, ou nveis de escolaridade distintos, ou pertencentes s vrias classes sociais, pode-se ver, mais claramente, como a lngua heterognea e diversificada. Nota-se tambm que o uso da lngua pode ser diferenciado de acordo com o ambienteem que o falante est inserido, por exemplo, em ambientes mais informais, em conversas coma famlia, amigos, etc., tende-se a utilizar as formas no padro, j em situaes comoentrevista de emprego, na escola, no trabalho, h uma propenso a se fazer uso da lnguapadro. Isso implica que o uso de variaes lingusticas comum na fala dos mais diversosgrupos sociais. Portanto, podem-se encontrar variantes que so estigmatizadas ou no dentrode uma comunidade de fala, visto que, h certo preconceito quanto ao uso de certas varianteslingusticas, consideradas erros lingusticos no meio social, geralmente essas variaesestigmatizadas so formas vindas das classes sociais de camadas baixas. Por outro lado,quando vindas das camadas de alto status social as variantes lingusticas so previsivelmenteaceitas e utilizadas pelos grupos sociais sem o olhar de estigma. Portanto, cabe salientar que o objetivo da sociolingustica o estudo e sistematizaodas variantes na lngua falada. A anlise de uma variante em uma determinada comunidade defala ou grupo social determinada por fatores de natureza lingustica e extralingustica,exercendo presso sobre os usos e aumentando ou diminuindo a frequncia em que elasocorrem. Segundo Labov, tais fatores so determinantes em qualquer estudo sociolingustico,pois o pesquisador deve levar em conta os fatores sociais como; sexo, grau de escolaridade,faixa etria, etc., e os fatores internos, estruturais da lngua para a sistematizao e anlise dasvariantes. No campo sinttico, h a ocorrncias de variaes no uso dos diversos elementosgramaticais. Como j foi mencionado, o foco deste trabalho restringe-se variao deconcordncia verbal na lngua inglesa e a aceitabilidade dessas variantes por aprendizes deingls como lngua estrangeira. Em entrevista para a Revista Virtual de Estudos da Linguagem, em 2007, Labovtambm fala sobre o futuro da sociolingustica. Segundo o linguista, O que ir determinar ofuturo sero os resultados dos estudos em variao lingustica, se eles provarem ser uma rota 14. 13positiva e cumulativa para responder nossas questes fundamentais sobre a natureza dalinguagem e das pessoas que a utilizam1". Nos dias atuais o campo da lingustica variacionista vem sendo bastante explorado porpesquisadores que almejam desvendar questes da natureza da linguagem, o uso da lngua esua mutabilidade dentro de diversos grupos sociais. Estudos dessa essncia, j foram e vemsendo realizados em diversos pases. No Brasil, encontram-se trabalhos importantes quecontriburam e contribuem para a rea da pesquisa sociolingustica realizados por Taralho(1986), Naro (2008), entre outros linguistas. Os trabalhos j existentes fornecem o alicercepara estudos contnuos e novas descobertas no campo variacionista. Porm, para ainvestigao de determinados fenmenos lingusticos variveis dentro de uma comunidadelingustica, necessrio que o pesquisador conhea os mtodos necessrios para a realizaoda pesquisa sociolingustica. Para tanto, na seo seguinte, sero abordados procedimentos dametodologia da pesquisa sociolingustica proposta por Labov.1.1 A Metodologia da Pesquisa Variacionista O variacionismo parte do pressuposto de que a heterogeneidade manifestada na fala pode ser analisada de forma coerente. (MONTEIRO, 2008). Desde as descobertas feitas por Labov de que h variao lingustica, estudos destanatureza ganharam nfase, permitindo investigar e constatar variantes presentes na lnguafalada. Na busca pela explicao desses fenmenos variveis ocorrentes nas diversascomunidades de fala, o pesquisador assume o difcil papel de integrar-se em um grupo socialou comunidade, a qual ser o seu foco de pesquisa para o estudo e anlise de um determinadoelemento lingustico varivel que se encontra em mudana nesse ambiente. Partindo do pressuposto terico de que a lngua, como um sistema heterogneo, podeser analisada e sistematizada, o uso da lngua por dois ou mais falantes permite a constataode fenmenos variantes, os quais possibilitam ao investigador coletar dados e analis-los. Para toda cincia, h uma teoria e, para cada teoria, h mtodos de investigaocaractersticos. Na teoria da variao lingustica, h procedimentos metodolgicos especficose rgidos a serem seguidos para se chegar a resultados vlidos.1LABOV, William. Sociolingustica: uma entrevista com William Labov. Revista Virtual de Estudos daLinguagem - Revel. Vol. 5, n. 9, agosto de 2007. Traduo de Gabriel de vila Othero. 15. 14 Portanto, realizar uma pesquisa sociolingustica no to simples como se imagina;no apenas perceber um determinado fenmeno varivel de natureza lingustica na lnguafalada, estud-lo e descrev-lo; necessrio conhecer os mtodos de investigao empricaantes mesmo de se iniciar a pesquisa sociolingustica. Segundo Monteiro (2008), essencialestabelecer e observar algumas questes como: o tipo de comunidade de fala, os elementosque iro interessar ao investigador, a quantidade de informantes necessrios para acomposio da amostra e o meio para entrar em contato com os informantes. Ao se integrar na comunidade ou grupo social em que se percebe um fenmenovarivel, o pesquisador se depara com o problema de registrar de dados. Claro que no necessrio coletar dados de todos que fazem parte da populao para se chegar a um resultadorepresentativo; segundo Monteiro (2008), a primeira deciso que o investigador deve tomarnesse sentido a de delimitar a populao de onde poder extrair a amostra. Mas como saberquantos informantes so necessrios para a constituio da amostra? Neste contexto, o tamanho da amostra depender da natureza lingustica da varivel aser estudada. Uma varivel fonolgica, por exemplo, bastante recorrente na fala; j umavarivel sinttica ocorre com menos frequncia, exigindo, portanto, uma amostragem maior.(TARALLO, 2008, p. 28). Por conseguinte, o investigador j tendo delimitado a populao de onde poderextrair a amostra, determinado quais os elementos variantes que sero investigados dentro dacomunidade, partir para a coleta de dados, que a principal etapa da pesquisasociolingustica Laboviana. Para configurar os princpios da pesquisa sociolingustica, Labov (1994) versa:A ambio terica da sociolingstica como cincia construir um modelode anlise que, contendo elementos especularmente relacionados aoselementos da estrutura lingstica, possa demonstrar as possibilidades derelacionamento entre esses elementos estruturais a partir da correlao comos fatos empricos. (LABOV, 1994, p.4). Para tanto, o investigador dever pensar quais instrumentos de pesquisa seroutilizados para a coleta de dados. De acordo com Monteiro (2008), normalmente, ainvestigao sociolingustica dever partir de registros da fala e, por isso, s vezes, necessrio estabelecer-se um plano de entrevista direcionado. Um dos desafios encontrados na coleta de dados captar a fala natural do entrevistadovisto que a presena do pesquisador pode causar um efeito negativo e ocasionar uma maiorpreocupao ao utilizar a fala por parte do entrevistado, evitando, assim, as ocorrncias de 16. 15elementos informais na fala, dificultando o trabalho do pesquisador, pois o objetivo dapesquisa lingustica na comunidade deve ser descobrir como as pessoas falam quando noesto sendo observadas; porm, s possvel a obteno de tais dados por meio da observaosistemtica (LABOV, 2008, p.244). Portanto, importante, como cita Monteiro (2008), opesquisador ter um primeiro contato com o grupo a ser analisado, antes do registro de dados. Nessa linha de pesquisa, importante ressaltar algumas tcnicas para a coleta dedados, que podem ser observaes atravs de conversas rpidas e annimas, ou seja, opesquisador no deixa claro para os informantes que ir analisar a lngua tal como falada nacomunidade; narrativas da vida pessoal do informante, mtodo este que favorece o usoespontneo da fala, pelo fato de o falante no se preocupar em monitorar o seu prpriodiscurso. Ademais, Labov (apud MONTEIRO, 2008, p. 87) sugere tambm que vlida aobteno de dados sistemticos at mesmo de programas de rdio, ou de televiso,principalmente no caso de entrevistas, palestras ou debates, sendo necessrio se observar oestilo da fala, que geralmente mais formal do que uma entrevista face a face. Alm dos mtodos apresentados, podem ser includos questionrios centrados noselementos lingusticos que esto sendo observados, testes que, segundo Tarallo (2008), irorefletir um estilo ainda mais pensado, mais intencional que um dado no-natural como o daentrevista, pois ser lembrado ao informante que preste muita ateno a questes delinguagem que refletiro a avaliao dada pelo informante s variantes. Indo um pouco mais alm das questes da linguagem, segundo Monteiro (2008), ametodologia proposta por Labov no se limita anlise das estruturas lingusticas; hmtodos de coleta de dados em que se apresentam variantes condicionadas por fatores deordem social, que funcionam como smbolo de identificao na comunidade e, quandoestigmatizadas, chegam a produzir sentimentos de inferioridade lingustica. Neste caso,podem ser utilizados testes para medir o grau de aceitabilidade ou grau de inseguranalingustica, que permitam ao informante considerar as formas presentes na fala queconsideram mais corretas. A partir dessa rdua investigao, o investigador perceber alguns elementos centrais,seja de ordem social ou lingustica, que permitiro o levantamento de hipteses que, por suavez, iro ser comprovadas ou no aps a anlise de dados, etapa final da pesquisasociolingustica. As hipteses de trabalho sero dadas pelo levantamento de todos os contextos oufatores que potencialmente influenciam a realizao de uma varivel, de uma ou de outra 17. 16forma, e decorrero consequentemente das entrevistas (ou de outros mtodos utilizados) feitascom os informantes. (TARALLO, 2008, p. 36). Realizada a coleta de dados, a prxima etapa da pesquisa consiste em descrever osdados e analis-los. Para isso, o investigador deve selecionar o conjunto de dados para aanlise e fazer o levantamento e a transcrio dos dados. Para o procedimento de anlise dosdados, h, por exemplo, o GoldVarb 2001, uma verso para ambiente Windows do pacote deprogramas VarbRul - do ingls Variable Rules Analysis, um conjunto de programascomputacionais de anlise multivariada, especificamente estruturada para acomodar dados devariao sociolingustica (GUY; ZILLES, 2007, p. 105). Ao optar pela anlise feita a mo, o pesquisador ter a rdua tarefa de descrever osdados e interpret-los e, somente atravs da correlao entre fatores lingusticos e no-lingusticos, esse pesquisador ter um melhor conhecimento de como a lngua usada e deque constituda. (TARALLO, 2008, p.62) Cabe salientar um aspecto quanto aos mtodos utilizados para a coleta de dados,abordados nesta seo. O investigador deve selecionar aqueles que ele acredita que soeficazes na sua pesquisa, relacionados com aos aspectos sociais que influenciam a variaolingustica que est sendo investigada e com os elementos lingusticos a serem analisados nascomunidades lingusticas. 18. 17 CAPTULO IIVARIAES DE CONCORDNCIA VERBAL NA LNGUA INGLESA "Nenhuma lngua permanece a mesma em todo o seu domnio e, ainda num s local, apresenta um sem-nmero dediferenciaes. (CUNHA, 1975).A variao sinttica gira em torno das diversas relaes entre os ncleos de umaorao (substantivo e verbo) e os outros elementos gramaticais (artigos, adjetivos, objetos,complementos, conjunes, preposies etc.), alm das relaes das frases entre si, quepermitem a formao de diferentes sentenas contendo um mesmo significado. Comoexemplo, vejam-se as sentenas em (1):(1) a) Dont nobody want no tea. b) Nobody wants tea or There isnt anybody who wants tea c) Nobody dont want no tea. d) Nobody wants teaLisa Green (2007) releva a variao lingustica considerando a sintaxe de dialetos emingls e o uso no padro da lngua inglesa a partir dos fatores sociais, analisando diversascomunidades lingusticas do idioma ingls, em que esto presentes diferentes estruturasgramaticais.Segundo Green, a teoria sinttica procura estudar os princpios que explicam asconstrues gramaticais. Pesquisas realizadas em diversas comunidades da fala que tm comolngua oficial o ingls observaram variaes sobre as propriedades sintticas.A concordncia verbal um fenmeno varivel que se realiza atravs de duasalternativas semanticamente equivalentes, observando, desta forma, a presena da marca deconcordncia do verbo ou da ausncia desta marca de concordncia.Na lngua inglesa, a relao de concordncia verbo-nominal tende a assumir diferentesformas na medida em que o verbo se adapta ao sujeito da orao. Como exemplo, pode-seobservar a variao da forma do verbo BE (ser/estar), que muda de acordo com os traos denmero e pessoa, refletidos no sujeito sinttico da orao empregado na orao. 19. 18 Vejamos os exemplos em (2): (2) a) The children were happy. b) The child was happy. c) The children was happy. Nos exemplos (2a) e (2b), uma variao de forma exibida pelo verbo BE paraestabelecer concordncia com o sujeito THE CHILDREN/CHILD, estando de acordo com anorma padro. Porm o fato de a sentena (2c) no estar em conformidade com a normapadro no significa que esta orao no seja uma variao aceitvel. A mensagem da fraseno foi perdida, e pode ser perfeitamente aceitvel por falantes de determinadas comunidades. Essas variaes, em muitos dialetos, so aceitas de forma natural e sem nenhumconstrangimento lingustico. J em outros, essas variaes so tidas como uma caractersticamarcante de um determinado contexto cultural, histrico e social que serve para diferenciaressas comunidades de outras. Outra pesquisa que comprova a existncia de variao de concordncia verbal noingls a realizada por Cheshire (2006). Essa autora relata uma pesquisa realizada com 16adolescentes britnicos de idades entre 11 e 16 anos, idade em que, segundo Naro (2008), oindivduo est mais apto a adquirir certas formas faladas. Inicialmente, foi analisado o comportamento de cada indivduo quanto aos aspectossociais da cultura local (o grau de escolaridade, a classe social) e aos fatores lingusticos. Combase nestes aspectos, os adolescentes foram divididos em 4 grupos de acordo com o ndice dacultura popular. O grupo 1 foi composto de meninos que se assujeitam fortemente s normasda prpria lngua e cultura, enquanto os meninos no grupo 4 no tiveram praticamentenenhuma caracterstica da cultura popular. Os grupos 2 e 3 eram intermedirios no queconcerne sua adeso cultura popular. Na sequncia, foi analisada a frequncia com quecada um dos quatro grupos de rapazes usou formas de concordncia no padro. Os dados apresentados pela autora mostram uma variao de concordncia verbal nouso da primeira pessoa do plural (We). Como se percebe no exemplo (3) abaixo, o sujeitoapresenta uma concordncia no padro na clasula (3a), e na sentena (3b) concorda sujeitoe verbo segundo norma padro. (3) verbal s: (3a) we goes shopping on Saturdays 20. 19 (3b) we go shopping on Saturdays importante notar que as formas padro e no padro tm o mesmo significadoreferencial e a mesma funo gramatical, sendo assim, as sentenas (3a) e (3b) no diferemem significado. De acordo com a pesquisa de Cheshire o indicador mais sensvel no padro (verbal-s), que ocorre muito freqentemente na fala dos meninos do grupo 1 (aqueles que mais seassujeitam s normas lingusticas da sua comunidade) e cada vez menos freqente no discursodos grupos 2, 3 e 4. Sendo assim, o recurso lingstico no padro (verbal-s) funciona comoum poderoso indicador de lealdade vernacular. Segundo a autora, o mesmo ocorre nos exemplos que se seguem abaixo, com o verboHAVE e o auxiliar DO. O grupo 1 utiliza com mais frequncia as formas exibidas nassentenas (4a ) e (5a ), pelo fato de estarem mais presentes em seu contexto cultural. (4) has (4a) we has a little fire, keeps us warm (4b) we have a little fire, keeps us warm (5) auxiliary DO (5a) how much do he want for it? (5b) how much does he want for it? De acordo com Cheshire, esse uso do grupo 1 aconteceu em decorrncia da poucafrequncia desses sujeitos na escola e pelo fato de no apresentarem um envolvimento com acultura do contexto escolar. Quanto aos grupos 2, 3 e 4, houve uma predominncia do uso dasformas apresentadas em (4b) e (5b). Para a autora, esse fato se justifica pelo contexto socialem que os alunos desses grupos esto inseridos. Esses sujeitos frequentam a escolaregularmente e se envolvem no contexto escolar, onde os professores fazem uso apenas dasformas padro. Assim, a autora conclui que, quando se estar analisando os aspectos sociolingusticosda variao sinttica, precisamos levar em conta no apenas de funes gramaticais, mastambm o contexto scio-histrico-cultural. Deste modo, a anlise da variao sinttica nosfornece uma gama de perspectivas intrigantes e complexas sobre como os falantes usam alinguagem para criar significados sociais. 21. 20 Nessa mesma linha de pesquisa podemos cita os trabalhos de Parrott (2001), queobjetiva fornecer os primeiros esboos de uma viso mais geral da variao de concordnciaverbal ocorrentes na Smith Island. Os dados apresentados no seu trabalho advm de umapesquisa sociolingstica realizada na Smith Island nos anos de 1999 e 2000. Os entrevistadoseram do sexo feminino e todos nascidos e criados na Ilha com idade entre 13- 90 anos. Dentre os fenmenos variantes encontrados em seus dados, Parrott deteve-se navariao de concordncia verbal envolvendo a cpula BE e o auxiliar DO com polaridadenegativa. As sentenas mostradas em (5) e (6) abaixo ilustram o tipo de variao encontrado. (6) She werent there. (7) It dont matter Em (6), o sujeito pronominal SHE aparece com o verbo BE no passado na formaWERENT. Em (7) o sujeito pronominal IT concorda com o auxiliar DO. De acordo com osdados coletados por Parrott, este tipo de variao utilizado com muita frequncia e aparecepraticamente a todo o momento na fala dos entrevistados, tanto nas falantes de meia-idadequanto na fala das adolescentes. O autor salienta que, com os sujeitos no plural no ocorre este tipo de variao, ouseja, nas sentenas em que os sujeitos apareciam no plural encontram-se sentenas de acordocom a norma padro. Para o autor, seus estudos sugerem que o sistema de concordncia verbal, na SmithIsland, est dividido em duas partes; os verbos de negao e os verbos no negativos.Segundo ele, cada parte do sistema afetado por formas diferentes de variao, que se doparalelamente e envolvem os nveis de concordncia. Outro trabalho sobre variao entre sujeito e verbo no ingls que merece destaque odesenvolvido por Cheshire e Fox (2009), que estudaram a variao do uso de WAS e WEREem comunidades lingusticas. A pesquisa foi realizada no interior e na rea externa de Londres em duas localidades,em Hackney e Havering, com o objetivo de investigar o ingls falado por adolescentes deidade entre 16-19 anos e idosos nascidos e criados nessas localidades, levando em conta osaspectos scio-histricos. Segundo as autoras, trata-se de locais que refletem omulticulturalismo, assim como o multilinguismo, o que torna ainda mais possvel encontraruma multiplicidade de variantes. 22. 21 A anlise de resultados foi desenvolvida a partir de fatores lingusticos, tais como,polaridade, tipo de assunto, ordem das palavras e tipo de clusula (interrogativas, declarativasou marca) e fatores extralingusticos como idade, sexo e etnia. Os resultados mostraram que,em contextos de polaridade positiva, mais frequente o uso no padro de WAS e o usopadro de WERE na fala dos adolescentes das duas comunidades Londrinas. importantedestacar, que nos resultados apresentados, o uso no padro de Was entre os adolescentes deHavering (58%), consideravelmente maior que entre os adolescentes de Hackney (42,4%). Nafala de idosos, constatou-se que no interior de Londres 51.5% utilizam a concordncia nopadro de WAS, e somente 19.2% entre os falantes da rea externa de Londres utilizam essaforma. Com relao polaridade negativa, Cheshire e Fox ressaltam que se trata de umfenmeno igualmente complexo em Londres. Os resultados mostram que o ndice do uso nopadro de Werent vem aumentando na fala de adolesentes, mostrando 41% de uso poradolescentes no interior de Londres e 69% de uso por falantes fora de Londres, sendo que amaior parte dos falantes que fazem uso dessa variante so do sexo feminino. Um aspecto importante relatado nos trabalhos desses autores o fato de que a variaode concordncia verbal pode ocorrer em todos os pases em que h falantes do ingls, o queparece indicar que esse fenmeno est sujeito influncia de fatores lingusticos e sociais, jque depende do contexto social em que o sujeito falante est inserido, e influencia o modo deexpresso desse falante e nos seus diversos grupos sociais. Trazendo essa realidade para o ensino de ingls como segunda lngua, indispensvelque o aprendiz tenha contato com essas variantes durante o processo de aprendizagem, paraque ele possa fazer uso destas em contextos diversos de comunicao.2.1 A Variao e o Ensino de Lngua Inglesa Durante dcadas, o ensino de lngua inglesa, nas escolas do Brasil, esteve (ou aindaest) centrado no ensino de regras da gramtica tradicional. Tal mtodo de ensino no sepreocupa em trabalhar as variaes existentes na lngua. Em consequncia, o aprendizado sereduz em uma forma mecnica de adquirir regras gramaticais. Segundo Bagno (2007), os PCN publicados em 1997 renem novas propostas pararenovao no ensino de lnguas. Nas palavras do autor; Os PCN introduziram algunsconceitos at ento pouco conhecidos na prtica docente, conceitos provenientes de umadisciplina relativamente nova dentro dos estudos da linguagem, a Sociolingustica. (p. 28). 23. 22 Para alm das regras da gramtica tradicional ensinada nas escolas, atualmente com asnovas propostas de ensino da lngua inglesa, os professores procuram desenvolver as quatrohabilidades, ler, escrever, ouvir e falar, com a finalidade de fazer com que os alunos utilizema lngua na sala de aula, para isso, bastante utilizado o mtodo comunicativo. Porm essetrabalho com a LI tem sido feito pautado nas regras da norma padro. Mas por que no incluiras variaes lingusticas no ensino de Lngua Inglesa? Ser que o ensino voltado apenas paraa norma padro lingustica est capacitando o aluno a utilizar a lngua estrangeira nos maisdiversos contextos? O professor pode mostrar ao aluno no uma nica forma de uso lingustico, e sim asvrias formas que podem ser usadas em diferentes comunidades lingusticas. Principalmentena abordagem comunicativa de ensino, importante que o professor trabalhe as variaeslingusticas na sala de aula, uma vez que o seu papel capacitar o aluno para o uso dalinguagem apropriada, adequada situao em que ocorre o ato da fala e ao papeldesempenhado pelos participantes. (LEFFA, 2001 apud RODRIGUES, 2005, p. 31) Apesar da renovao das propostas de ensino, com o advento dos PCN, asociolingustica pouco foi adequada prtica no ensino de lnguas, talvez muitos dosprofessores de lnguas ainda acreditem no velho mito de que as variaes ocorrentes no uso dalngua so erros lingusticos; e, com isso, surge o preconceito lingstico, que impede oprofessor de aceitar e, por conseguinte, de ensinar essas variaes na escola. Antes deresponder s questes levantadas acima, interessante abordar rapidamente por que asvariantes lingusticas so consideradas formas incorretas na prtica lingustica. Segundo Bagno (2007, p. 19), a noo de erro nasce, no mundo ocidental, junto comas primeiras descries sistemticas de uma lngua especifica, a lngua grega. O autor relataque, com a formao do grande imprio formado pelas conquistas de Alexandre, a lnguagrega tinha se tornado o idioma internacional, com isso surgiu a necessidade de se criar umpadro uniforme para superar as diferenas regionais e sociais; e esta foi apreendida pelosfillogos, que constituram uma norma unificada, um padro lingustico nico e correto queserviu at hoje de modelo para a sociedade. Veja-se que um padro lingustico estabelecido no sculo III a.C ainda seguido atos dias atuais, e pior, ensinado nas escolas at hoje, deixando excludas as formas lingusticasutilizadas pela maior parte da populao. Segundo Fiorin, se observarmos alguns fatos doportugus contemporneo, verificaremos que as formas consideradas "erradas" so frequentes,mesmo na fala de pessoas cultas, ocorrendo de forma bastante varivel em alguns casos.(2002, p.20) 24. 23 exatamente esta noo de erro que impede que os professores ensinem a lngua talcomo falada pelas comunidades. No caso do ingls especificamente, os estudantes, desde oensino fundamental e at mesmo na Universidade, estudam a lngua puramente sobre seuaspecto formal. Portanto, deve-se sim, ensinar as variantes, seja padro, no padro, estigmatizadas ouno, na sala de aula. O estudante deve conhecer tais formas, pois podero fazer uso destas emdiferentes contextos. Como abordado nos Parmetros Curriculares Nacionais, a questo davariao lingustica em Lngua Estrangeira pode ajudar no s a compreenso do fenmenolingustico da variao na prpria lngua materna, como tambm do fato de que a lnguaestrangeira no existe s na variedade padro, conforme a escola normalmente apresenta.(PCN, 1998, p. 20) Assim, caberia s instituies de ensino trabalhar as variedades da lngua estrangeira,permitindo que o aluno tenha contato com elas, possuindo conhecimento necessrio parasaber em quais contextos utiliz-las. Visto que as variedades lingusticas constituem umarealidade nas interaes sociais, o ensino de lngua inglesa no deve ser restringido somenteao ensino da norma padro, pois esta no a nica forma de manifestao lingustica. Para que as variaes lingusticas sejam trabalhadas em sala de aula, necessrio quehaja uma mudana no comportamento do prprio professor, assim como a incluso dasociolingustica no processo de formao do docente para que o mesmo tenha conscincia deque no existe uma nica forma correta de se dizer algo, tanto na lngua materna, quanto nalngua estrangeira. 25. 24 CAPTULO III: METODOLOGIA A proposta metodolgica do presente trabalho consistiu na pesquisa de campo que tevepor finalidade coletar dados sobre a aceitabilidade da variao de Concordncia Verbal poralunos do Curso de Letras/Ingls do Departamento de Educao Campus XIV da UNEB. Ouseja, neste trabalho, foram apresentadas para esses informantes produes lingusticas queenvolviam variaes de concordncia verbal socialmente significativas em seu contexto defala, e foi solicitado que eles indicassem as formas que utilizam normalmente. A Lngua Inglesa tem um grande nmero de falantes no nativos que esto espalhadosem diversos pases, fator esse que contribui para considerveis variaes fonticas, lxico-semnticas e morfossintticas. Os falantes no nativos geralmente aprendem/adquirem a LI em contextos formais deensino. Desta forma, o que se espera que estes sujeitos utilizem majoritariamente asestruturas do ingls conforme o padro gramatical. Por outro lado, possvel que um nmeroconsidervel desses aprendizes tenha contato com falantes nativos com o objetivo deaprimorar a lngua inglesa, atravs do skype ou outros meios tecnolgicos, ou at mesmo daparticipao de grupos de conversao, cursos de idiomas etc., o que os colocam em umambiente propcio para adquirir certas formas lingusticas variantes. Dessa forma, o presente trabalho buscou avaliar, de forma qualitativa e quantitativa, aaceitabilidade de variao na concordncia verbal existente na Lngua Inglesa por estudantesde Ingls como Lngua Estrangeira. Nessa empreitada, buscou-se comparar a aceitabilidadedessas formas variveis entre os aprendizes de lngua inglesa com a aceitabilidade dessesfenmenos por falantes nativos do idioma ingls, com o intuito de perceber se as diferentesformas de aquisio/aprendizagem da lngua influenciam a aceitabilidade das formasvariveis.Assim, esta pesquisa se configura como uma investigao etnogrfica j que se baseou emdados obtidos a partir da aplicao de questionrios que tiveram como objetivo apontar asformas de concordncia que so consideradas mais corretas pelos sujeitos arrolados.3.1 Sujeitos Os sujeitos participantes da pesquisa para primeira parte da anlise so 3 falantesnativos do idioma ingls, dois deles so frequentadores da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos 26. 25ltimos Dias de Conceio do Coit, de origem americana, um outro informante de origeminglesa, residente em Londres. Os dados que foram coletados desses informantes nativosserviram como base para subsdio desta pesquisa visto que j existem materiais quecomprovam o uso de variaes de concordncia verbal por falantes nativos de lngua inglesa. Os informantes que foram o foco de estudo desta pesquisa so 36 estudantes do Cursode Letra/Ingls da UNEB Departamento de Educao Campus XIV, do II e VIII semestres. Todos os estudantes participam do mesmo ambiente de ensino, porm se prev quecada um tenha suas particularidades quanto ao aprendizado do idioma e seu uso. Por isso, estapesquisa buscou investigar se possvel a aceitao por parte desses sujeitos de estruturassintticas que divergem da forma padro.3.2 Instrumentos selecionados para a coleta de dados Os instrumentos para a coleta de dados foram selecionados com base na metodologiada pesquisa variacionista utilizada por autores como Tarallo (2007), Monteiros (2008),Mollica e Braga (2008), e a partir de pesquisas variacionistas sobre a variao de concordnciaverbal utilizadas por falantes nativos de lngua inglesa como os trabalhos de Green (2007),Cheshire (2006) e Parrott (2001). Esses textos serviram de base para a composio dos testesde percepo e questionrios. Portanto, cabe delinear cada um dos instrumentos selecionadospara a constituio dos dados.3.2.1 Aplicao de Testes Tarallo (2007) sugere testes que podem ser utilizados na pesquisa sociolingustica, quediferem segundo a natureza da varivel: o teste de percepo e o teste de produo. Como,neste trabalho, o objetivo foi testar a aceitabilidade da variao de concordncia verbal, o testefoi montado com o objetivo de percepo, ou seja, foi solicitado do informante que semanifestasse em relao aceitabilidade de alguns enunciados. Este teste foi composto de 20 sentenas; algumas exibiam concordncia verbalconforme a norma padro e outras, no padro. Essas sentenas foram retiradas de pesquisas jexistentes na lngua inglesa as quais foram abordadas no capitulo II deste trabalho. Esteinstrumento objetivou levantar dados sobre o julgamento dos sujeitos participantes destapesquisa de estruturas com concordncia verbal no padro da lngua inglesa. Falantes nativos 27. 26tambm foram submetidos a esse teste. O objetivo foi comparar os julgamentos desses doistipos de falantes do ingls.Labov (1972 apud MONTEIRO, 2008) sugere uma srie de testes formais para seaferir que atitudes os falantes mantm em relao linguagem. Para este propsito, foiconstitudo para este trabalho um teste de atitude lingustica com seis questes, as quais sereferem ao sentimento lingustico do sujeito quanto ao uso da sua linguagem.3.2.2 Aplicao de questionriosAlm desses testes, foi elaborado um questionrio que visa investigar os fatores sociaisque influenciam a aceitabilidade das variaes de concordncia verbal por aprendizes delngua inglesa. O questionrio foi composto de seis questes voltadas para a investigaosobre os contextos em que os aprendizes tm contato com tais variantes, visto que se defende ahiptese de que muitos aprendizes aprendem/adquirem a LI em outros contextos fora daUniversidade, sendo possvel, assim, o contato com falantes nativos e, consequentemente, ouso de variaes.2.3 Caracterizao das variveisConsiderando-se trabalhos j existentes em relao s variaes lingusticas do ingls,e tendo como foco os elementos de variao de concordncia verbal, foram selecionadas asvariveis dependentes e independentes para a elaborao dos testes que serviram para a anlisede aceitabilidade destas formas lingusticas por alunos de lngua inglesa como segunda lnguae por falantes nativos. Torna-se relevante agora caracterizar essas variveis.I Varivel dependente Presena de concordncia (8) a. you were outside.b. There are lots of people in the room. Ausncia de concordncia (9) a. you was outside.b. There is two boys running. 28. 27Nos trabalhos de Green (2007), por exemplo, comprovada a existncia de formasvariantes com o verbo BE no tempo presente (is/are), que podem apresentar + ou concordncia em relao ao sujeito. Neste caso, o uso do IS encontra-se em variao, podendoocorrer em sentenas com o sujeito no plural, j o uso de ARE mais frequente nas formaspadro.II Variveis independentes lingusticas1. Tempo verbal Pres. Ind.(10) The children is sad. Passado(11) The children was happy.Nas pesquisas realizadas por Cheshire e Fox (2006), observamos a ocorrncia devariao no passado do verbo BE (Was/Were). Os resultados mostraram que, em contextos depolaridade positiva, comum o uso no padro de WAS e o uso padro de WERE; j comrelao polaridade negativa, constatou-se que frequente o uso de WERENT nas formasno padro e o uso de WASNT nas formas padro. Sendo assim, foram selecionadas assentenas listadas abaixo:2. Polaridade da sentenaa.Afirmativa(12) They were still like partying hard.(13) The women was making a dinnerb.Negativa(14) She werent there.(15) I wasnt there.Portanto, nas sentenas apresentadas, h a presena de + concordncia verbal no uso deWERE nas sentenas afirmativas, j nas sentenas negativas h - concordncia com autilizao de WERENT. Em relao utilizao de WAS em frases negativas, nota-se que h 29. 28variao quanto concordncia com o sujeito, enquanto, nas frases afirmativas, no h apresena desta variao. Alm dessa variao com o verbo BE, nota-se o uso de variantes no uso do verboauxiliar HAVE; frequente o uso de HAS com o sujeito no plural, enquanto o uso de HAVEse dar apenas nas formas padro. Esses dados encontram-se nas pesquisas realizadas porCheshire(2006). Ademais, um outro fenmeno varivel da lngua inglesa discutido na literatura (Cf.Parrott, 2005, Green, 2007, Cheshire, 2006), o uso dos auxiliares DO/DOES nas formasinterrogativas e negativas. Encontra-se em variao o uso de DO com o sujeito na terceirapessoa, j o DOES utilizado apenas na forma padro; as sentenas listadas abaixodemonstram tais usos.3. Presena/ausncia de forma varivel contrada ao NOT(16) It dont matter.(17) How much do he want for it? Cabe salientar o uso varivel do morfema flexional verbal s: Segundo Cheshire(2006), o s pode ser acrescentado ao verbo com sujeitos no plural na lngua falada, como nassentenas abaixo:4. Varivel do morfema flexional verbal s(18) The girls likes pizza.(19) The patatoes looks awful.(20) Only two apples seems to be left. Dessa forma, os fenmenos variantes analisados pelos autores acima citados servirode base para a constituio dos questionrios para a coleta de dados. Alm disso, foramcompostos testes que buscaram investigar os elementos sociais que podem influenciar no usodestas variantes, tanto dos sujeitos nativos quanto dos aprendizes de lngua estrangeira. 30. 29III Variveis independentes sociais Alm dos elementos estruturais, foram utilizados mtodos que buscaram investigar osfatores sociais que influenciam no uso das estruturas variveis aqui apresentadas, tais comoidade e atitude ao comportamento lingustico.1. Tipos de falantes Indica fatores referentes aos participantes da pesquisa, se falante nativo ou aprendizde ingls como lngua estrangeira.a. Falantes nativos A atitude lingustica do falante foi o foco de investigao deste grupo, pois a anlise sedeteve na aceitao das formas lingusticas no padro, assim como nas atitudes lingusticasdo falante referentes a variantes lingusticas da sua prpria lngua.b. Aprendizes de ingls como lngua estrangeira Estes sujeitos caracterizam-se como foco do trabalho, portanto, buscaram-se mtodosde investigao dos diversos fatores sociais que poderiam influenciar no uso ou aceitao dasvariantes investigadas, como; grau de uso da lngua, idade, sexo e atitude lingustica. 31. 30 CAPTULO IV: ANLISE DE DADOS Este captulo consiste na apresentao da anlise dos dados levantados. Inicialmente,torna-se relevante descrever os dados obtidos atravs de testes aplicados cujo objetivo foiinvestigar o uso das variantes lingusticas e atitudes lingusticas de falantes nativos da lnguainglesa por meio de uma metodologia de cunho qualitativo.4.1 Variaes de Concordncia Verbal utilizadas por Falantes Nativos Como j foi mencionado os dados aqui analisados foram obtidos atravs da aplicaode testes de percepo e um teste de atitude lingstica. Primeiramente, sero analisados osdados obtidos pelos informantes de origem americana, frequentadores da Igreja Jesus Cristodos Santos dos ltimos Dias, pelo fato de haver semelhanas quanto ao julgamento do uso dasvariantes lingusticas, assim como s atitudes lingusticas apresentadas por esses falantes. O pensamento desses sujeitos sobre a sua prpria fala reflete um certo preconceitoquanto ao uso das variaes lingusticas. Segundo esses falantes, eles fazem ou tentam fazeruso de uma linguagem mais intelectual e tentam no cometer erros quando fazem uso dalngua falada. Tal postura pode ser percebida nas respostas para a pergunta: What do youthink about your own speech?(21) a. I like it. I find that my form of speech to be very expressive, others have told me itsound intellectual or educated. (E.R, Ohio, USA) b. ()I was raised speaking English correctly, my parents always corrected me whenI made a mistake so I hope my speech is good. (E.R, Las Vegas, USA) Outras questes solicitam que esses informantes de origem americana analisem se elesconsideram incorretas algumas formas de variaes de concordncia verbal, tais como essasapresentadas em (20).(22) a. She werent there. b. It dont matter.Um deles apresenta a seguinte informao: 32. 31(23) I dont use them, except by accident. Usually when I decide on a better way to expressan idea in the middle of saying the sentence. (E.R, Ohio, USA).Observa-se que o falante admite que faz uso dessas variantes, mas ainda remetepreconceito quanto a essas formas lingusticas.O informante E.R (USA), apesar de ter apresentado um julgamento de inferioridade emrelao s variantes lingsticas no padro, quando foi solicitado que se pronunciasse quantoao uso destas em algumas situaes, assinalou que se sente mais confortvel utilizando oingls no padro:(24) Well I dont really think anyone speaks Standard Englisheverybody just speaks Englishlike everyone else just some people speak more correctly.No entanto, nos testes de percepo em que se apresentavam as variantes nas formaspadro e no padro, os dois sujeitos de origem americana julgaram apenas fazer uso dasformas do ingls padro.Ao analisar os dados obtidos pelo informante P.S (London, UK), nota-se que essesujeito no apresenta nenhum sentimento de preconceito lingustico quanto ao uso dasvariantes e que ele faz uso destas em diversos contextos. Ao perguntar se o informante utilizaas variantes no padro do ingls, ele apresenta a seguinte resposta:(25) Yes, depends on who Im talking to. (P.S, London, UK).Voltando especificamente para as variantes de concordncia verbal, ao se aferir se ofalante britnico considera incorretas as sentenas em (22), ele expressa a seguinte ideia:(26) No. Depends on who you are talking to or which situation.Em relao a se ele se sente mais confortvel utilizando o ingls no padro, P.Safirma:(27) Yes, when Im with my friends. Its just a way of cutting down long sentences and gostraight to the point. 33. 32 Nos testes de percepo, o informante de origem britnica afirmou que faz uso dediferentes formas de variao de concordncia verbal, tais como as sentenas em (28) abaixo.(28) a. Only two apples seems to be lefts. b. She werent there. c. It dont matter. Contudo, todos os sujeitos nativos participantes desta pesquisa fazem uso das varianteslingusticas, at mesmo aqueles que apresentam um grau de preconceito em relao ao usodessas variantes, como demonstrados no exemplos (21), (23) e (24), pois a lngua diversificada e influenciada por aspectos sociais de diversas comunidades lingusticas.4.2 Aceitabilidade das formas variantes de Concordncia Verbal por aprendizes deLngua Estrangeira A Sociolingustica qualitativa tem por objetivo investigar o carter social e a funosocial da linguagem, bem como as suas respectivas repercusses no comportamento dosindivduos. (PAULA, 2008, p. 26). Sendo assim, esta pesquisa buscou, alm de verificar se osaprendizes de ingls como lngua estrangeira fazem uso das variantes de concordncia verbal,observar se estes apresentam preconceitos lingusticos quanto ao uso destas variantes. Visto que os sujeitos participantes desta pesquisa foram estudantes do II e VIIIsemestres do curso de Letras com Habilitao em lngua inglesa da UNEB Campus XIVtorna-se relevante uma anlise processual por turma levando-se em conta os diversos fatoresde investigao (lingusticos e sociais) que podem influenciar no uso das variantes deconcordncia verbal e a aceitabilidade dessas variantes.4.2.1 Estudantes de lngua estrangeira do II semestre: do conhecimento lingustico ao usodas variantesOs sujeitos contribuintes para esta primeira anlise so 17 estudantes de lngua inglesado II semestre de Letras com Ingls. Levando-se em conta as diferentes formas de contato/usoda lngua pelos participantes, torna-se necessrio a diviso de (3) grupos, os quais buscamaprender a lngua em diferentes contextos, fator este que influencia o uso ou no das varianteslingusticas. 34. 334.2.1.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais O Skype uma tecnologia que permite a transmisso de sinais de voz pela Internetatravs da qual o aprendiz pode se comunicar com falantes nativos; assim como outros meiostecnolgicos, como redes sociais, comunidades e sites, que permitem aos aprendizes aprenderuma lngua estrangeira atravs do contato com a prpria lngua alvo. Acredita-se que por meiodessas tecnologias, o sujeito est mais apto a adquirir variantes presentes na lngua falada. O grupo (1) composto de (5) informantes que fazem uso destes recursos e estudamingls h aproximadamente 4 anos, a faixa etria varia de 18 a 27 anos e fazem uso do skypeou redes sociais e comunidades de idiomas semanalmente ou mensalmente. Todos os sujeitosdeste grupo julgam que tentam fazer uso da forma padro optando pelo inglsgramaticalmente correto. Isso ocorre pelo fato de a Universidade trabalhar apenas com aforma padro. Por outro lado, esses aprendizes esto tambm expostos a um ambiente (Skype ououtras ferramentas da internet) em que se deparam com variantes lingusticas. Dois dessesinformantes dizem que no aplicam variantes presentes na fala; no entanto, no apresentampreconceito algum quanto utilizao dessas variantes e respeitam o uso destas por diferentesgrupos sociais. Outros trs informantes pertencentes a este grupo consideram que aplicam asvariantes na lngua falada. No que concerne ao teste de percepo em que apresentam sentenas nas formaspadro e no padro misturadas entre si, todos esses informantes julgam fazer uso de varianteslingusticas de concordncia verbal, o que ser mostrado no tpico 4.2.2.4.2.1.2 Grupo (2) Curso LivreUm nmero considervel de alunos recorre a um curso de idiomas para conseguiruma melhor proficincia na lngua estrangeira. Dentre os sujeitos desta pesquisa, cincoestudantes participam de grupos de conversao oferecidos por cursos livres; trs dessesinformantes afirmam que fazem uso de variantes lingusticas. Segundo um destes sujeitos:(29) Por que no prprio processo de aprendizagem ns adquirimos tudo que nos passado,ento quando pratico ingls no cursinho acabo usando essas variantes (M. S., II semestre). 35. 34Este grupo apresenta uma faixa etria entre 21 a 28 anos e estudam a lngua hmais de 2 anos. Os sujeitos deste grupo esto em processo de aprendizagem do idioma inglse julgam estar no nvel bsico, exceto um deles que diz apresentar um ingls gramaticalmentecorreto. Apesar de afirmarem fazer uso das variantes lingusticas, na questo 3 do teste deatitude lingustica em que se pergunta se eles consideram incorretas certas estruturas usadasno idioma Ingls, como She werent there e It dont matter todos os aprendizes deste grupojulgam incorretas as estruturas, pois analisaram do ponto de vista na norma padro da lngua.4.2.1.3 Grupo (3): Uso da lngua estrangeira na Universidade Este grupo de estudantes, composto por sete aprendizes, faz uso da lngua apenasno ambiente de aprendizagem da prpria Universidade. Levando-se em conta que desteambiente participam diversos sujeitos que fazem uso das variantes lingusticas, cinco destesestudantes disseram fazer uso destas estruturas em conversas com os colegas na prpriaUniversidade e apenas dois afirmaram que no aplicam nenhum tipo de forma no padro nalngua falada. Um outro dado importante encontrado nos resultados desses sujeitos foi a falta depreocupao em utilizar a forma correta. Isto pode ser explicado pelo fato de eles terem aindapouco conhecimento em relao s formas gramaticais, preocupando-se principalmente emcomunicarem-se na lngua e serem entendidos. Cinco desses aprendizes fazem uso da lnguah apenas 6 meses enquanto outros dois estudam a lngua acerca de 3 anos.Voltando-se para o teste de Atitude lingustica, quanto ao julgamento dasestruturas no padro, se percebe que os informantes apresentam conhecimento sobre aexistncia das variaes lingusticas, pelo fato de emitirem que consideram incorretas asestruturas no padro apenas do ponto de vista gramatical.4.2.2 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do II semestre Neste quesito, no que se refere aos aprendizes de ingls como lngua estrangeira doII semestre, a anlise dos dados nos mostra que os sujeitos fazem uso de algumas estruturasde variao de concordncia verbal na lngua falada, no emitindo preconceito quanto ao usodessas estruturas. 36. 35Dessa forma, sero demonstradas aqui as estruturas mais utilizadas por estesgrupos, assim como a porcentagem de alunos que as utilizam, levando-se em conta que onumero total de participantes foram 17 estudantes.Grfico 1: Varivel verbo to be no presente do indicativo. A sentena acima apresenta um grau menor de concordncia entre o sujeito thechildren, que est no plural, e o verbo is que se apresenta no singular; uma forma varianteutilizada por 53% dos estudantes do II semestre do curso de lngua inglesa.Grfico 2: Varivel morfema flexional verbal s. Na sentena acima, a concordncia verbal no segue o padro lingustico. O sujeito thegirls est na 3 pessoa do plural, mas o verbo est seguindo a regra de concordncia de 3pessoa do singular (he, she, it), marcado pelo morfema s. No entanto, esta forma aceita por76% dos informantes do II semestre. 37. 36Grfico 3: Variao no passado do verbo to be (were) polaridade negativa. A estrutura apresenta uma variao de concordncia entre o sujeito, que est naterceira pessoa do singular she, e o verbo to be est no plural (werent). Esta sentena foimarcada positivamente por 35 % dos sujeitos. Grfico 4: Variao do verbo to be na forma interrogativa. No exemplo acima, a forma do verbo to be est no singular enquanto o sujeito the eggsest no plural, havendo um desencontro entre as marcas de concordncia do sujeito e doverbo. Grfico 5: Variao do auxiliar do com o sujeito na terceira pessoa. 38. 37 Na estrutura acima, houve uma variao no uso do auxiliar do, pois o sujeito seapresenta na 3 pessoa do singular it e, de acordo com o padro da lngua inglesa, com osujeito na terceira pessoa utilizado o auxiliar does. O mesmo ocorre no grfico (6) abaixo. Grfico 6: Variao do auxiliar do na forma negativa com o sujeito na terceira pessoa. A partir das amostras dos dados aqui levantados, nota-se que os informantes do IIsemestre fazem uso das variantes lnguisticas no prprio ambiente da universidade, havendodessa forma, um ambiente propcio aquisio das estruturas lnguisticas fora da formapadro. Outro fator que contribui para a utilizao destas estruturas o fato de que essesaprendizes esto no nvel inicial de aprendizagem/aquisio da lngua. Por isso, a maioriadeles no tem conhecimento quanto a diferir as estruturas padro das no padro. Outro fator importante que no houve diferenas entre o grupo que utiliza o skype eaqueles que no utilizam, pois nota-se claramente que todos os sujeitos destes grupos fazemuso de estruturas no padro, no havendo distines no grau de aceitabilidade.4.2.3 Estudantes de lngua estrangeira do VIII semestre: Uma anlise de aceitabilidade das estruturas variantes de concordncia verbal Levando-se em considerao as particularidades de cada sujeito quanto ao uso dalngua e sua aprendizagem, foram formados trs grupos a partir do ambiente em que osinformantes buscam aprender ou fazer uso da lngua inglesa.4.2.3.1 Grupo (1) Uso do Skype/ Redes Sociais Este grupo formado por oito sujeitos que fazem uso de recursos tecnolgicos para oaprendizado/aquisio do ingls, em sua maioria atravs da comunicao com falantes nativos. 39. 38Os informantes pertencentes a este grupo estudam ingls h mais de 3 anos e apresentam faixaetria de 21 a 26 anos, a maioria deles possui um ingls fluente ou intermedirio. No teste deatitude lingustica, seis desses informantes afirmaram fazer uso de variantes no ato da fala,enquanto dois destes julgam no aplicar as formas variantes e optam pelo ingls padro. Noentanto, no teste de aceitabilidade, todos marcaram estruturas com concordncia verbal nopadro como formas utilizadas por eles. Nenhum dos sujeitos apresentou preconceito em relao s formas variantes. Para elesso formas que podem ser utilizadas e bem entendidas.4.2.3.2 Grupo (2) Curso Livre Cinco informantes, de faixa etria entre 23 a 33 anos estudam ingls na prpriaUniversidade e em cursos de idiomas h aproximadamente 4 anos ou seja, esto menosexpostos a ambientes lingusticos em que poderiam se deparar com formas lingusticas nopadro. Por este motivo, consideram que fazem uso do ingls padro. Direcionando-se para as atitudes lingusticas apresentadas por esses sujeitos, percebe-se que dois desses informantes julgam as estruturas no padro de concordncia verbalincorretas, enquanto trs destes sujeitos julgam estas variantes aceitveis e compreensveis emcontexto comunicativo.4.2.3.3 Grupo (3) Uso da lngua estrangeira na Universidade/sala de aula em escolas publica Este grupo composto de seis sujeitos que usam a lngua inglesa na Universidade ouexercendo a funo de professor de ingls. Logo esses sujeitos esto expostos a ambientesmais formais de uso da LI. Esses sujeitos esto numa faixa etria entre 21 e 30 anos, estudam a lngua inglesa hmais de 3 anos. Dois deles utilizam o ingls tambm em conversas com colegas nauniversidade, enquanto os outros quatro utilizam a lngua na Universidade ou ambiente desala de aula. No que se refere as atitudes lingusticas destes sujeitos, a maioria deles considera quetenta fazer uso do ingls padro; quatro desses informantes consideram que aplicam asvariantes quando fazem uso do ingls assim como aceitam as estruturas no padro, noapresentando preconceito algum quanto s estruturas variantes de concordncia verbal,enquanto dois desses informantes julgam essas estruturas incorretas. Dessa forma, diante da 40. 39questo 4 do teste de atitude lingustica (Quando voc ouve o discurso de algumas pessoas emum padro de variao lingustica diferente do que voc aprendeu, o que pensa sobre estegrupo de pessoas?), todos eles disseram que reconhecem a existncia das variaeslingusticas presentes na lngua inglesa. A ttulo de ilustrao, segue abaixo a resposta de T.L:(30) Assim como em nossa lngua existem variaes quando nos comunicamos normalhaver tambm em outras lnguas (T.L., VIII semestre).4.2.4 Teste de aceitabilidade das variantes por aprendizes do VIII semestre Quanto aceitabilidade de estruturas variantes, percebeu-se que apesar de estaremmais expostos a um ambiente de ensino/aprendizagem em que o padro privilegiado,somente dois dos sujeitos afirmaram no fazer uso de nenhuma das estruturas no padro queforam apresentadas a eles. Sobre o teste de percepo, destacam-se algumas estruturas que foram julgadas comomais utilizadas pelos aprendizes do VIII semestre, como mostram os grficos a seguir.Grfico 7: Varivel morfema flexional verbal s.Grfico 8: Variao no passado do verbo to be (were) polaridade negativa.Grfico 9: Variao do Verbo to be na forma interrogativa. 41. 40Grfico 10: Variao no passado do verbo to be (was) com polaridade positiva.Grfico 11: Variao do auxiliar do na forma negativa com o sujeito na terceira pessoa. Note-se que o uso dessas variantes por parte desses sujeitos ocorre com menorfrequncia se for comparado com o uso dos estudantes do II semestre; isto certamente decorredo fato de os aprendizes do VIII semestre estarem expostos lngua padro h mais tempo. Ao analisar a aceitabilidade das variantes de concordncia verbal por parte destessujeitos observa-se que os grupos que fazem uso do ingls na Universidade e cursos deidiomas apresentam um menor grau de aceitabilidade quando comparado com aqueles queutilizam o Skype/redes sociais, isso ocorre devido ao contexto lingustico, o qual estes gruposesto expostos, ou seja, a um ambiente lingustico padro. 42. 414.3 Resultados Os dados mostraram que um nmero considervel de aprendizes de lngua inglesa fazuso de variantes de concordncia verbal no padro e que nos mais diversos contextos deutilizao da lngua h aceitabilidade destas variantes, como demonstrado na descrio de cadagrupo. Ao se aferir as sentenas variantes julgadas pelos aprendizes do II semestre,destacam-se algumas destas como mais utilizadas pelos sujeitos arrolados, como em (31) avarivel do morfema flexional verbal s utilizada por 76% dos sujeitos e em (32) a varivel doverbo to be no presente do indicativo julgada como aceitvel por 53% dos aprendizes. Na anlise da turma do VIII semestre, nota-se um menor grau de utilizao dasestruturas no padro, das quais a assinalada como mais utilizada foi a variao no passado doverbo to be (was) com polaridade positiva como em (33), apontada como utilizada por 53%dos sujeitos desta turma. (31) The girls like pizza. (32) The children is sad. (33) The women was making a dinner. Ao se comparar o grau de aceitabilidade destas estruturas variantes por falantesnativos e os aprendizes de ingls, percebe-se que estes ltimos apresentaram um grau deaceitabilidade maior e afirmaram fazer uso das vrias formas no padro apresentadas a estes.Ao se analisar o julgamento das sentenas de concordncia verbal no padro pelos falantesnativos, observa-se que estes apresentaram um maior interesse em utilizar a norma padro etambm mostraram algum tipo de preconceito lingustico quanto utilizao dessas variantes. 43. 425 CONSIDERAES FINAIS O desenvolvimento da sociolingustica como cincia possibilitou ao longo das dcadasa desmitificao de preconceitos lingusticos. De acordo com Aguilera (2008), a atitudelingustica assumida pelo falante implica a noo de identidade, que se pode definir como acaracterstica ou o conjunto de caractersticas que permitem diferenciar um grupo de outro,uma etnia de outra, um povo de outro. (AGUILERA, 2008, p.105-106). Ou seja, a atitudelingustica determinada por fatores sociais. Este trabalho, alm de avaliar a aceitabilidade de variao na concordncia verbalexistente na Lngua Inglesa por falantes nativos e aprendizes de ingls como segunda lngua,mostrou as atitudes lingusticas desses sujeitos com relao ao uso das variantes.Concluiu-se que h uma aceitao por parte desses sujeitos de estruturas sintticas quedivergem da forma padro. Esse resultado foi obtido levando-se em conta os fatoreslingusticos e extralingusticos.Dessa forma, a teoria sociolingustica foi de grande valia para o desenvolvimento destetrabalho, visto que, a partir desta, desenvolveu-se todo um referencial terico que deu a basepara a investigao.Trabalhos de pesquisas sobre as variantes de concordncia de verbal nas diversascomunidades do idioma ingls tambm foram fundamentais para se chegar aos resultadosdeste trabalho, uma vez que seus dados foram utilizados nos testes de atitude lingustica eaceitabilidade.Um ponto relevante observado na anlise de dados que os aprendizes que adquirem asestruturas de variao de concordncia verbal em contatos com nativos atravs de ambientesde comunicao, como meios disponibilizados na internet trazem essas estruturas para seucontexto de comunicao com os colegas dentro da Universidade, o que permite que mesmoaqueles sujeitos que julgaram fazer uso do ingls apenas na Universidade utilizem essasformas variantes.Conclui-se, ento, que, apesar de os estudantes de ingls como lngua estrangeiraaprenderem/adquirirem a lngua inglesa em um ambiente formal, em que a norma padro privilegiada, o contato com outras comunidades falantes do ingls favoreceu o uso de formasvariantes no padro de LI. 44. 43 REFERNCIASADGER, Carolyn. CHRISTIAN, Donna. Sociolinguistic variation and education. In:BALEY, Robert. LUCAS, Ceil. Sociolinguistic variation: theories, methods, andapplications. New York: Cambridge University Press , 2007. p. 237 256.AGUILERA, Vanderci. Crenas e atitudes lingusticas: o que dizem os falantes das capitaisbrasileiras. Disponvel em:http://www.gel.org.br/estudoslinguisticos/volumes/37/EL_V37N2_11.pdf . Acesso em:20.jan.2012.BAGNO, Marcos. Nada na lngua por acaso: por uma pedagogia da variao lingustica.So Paulo: Parbola, 2007.BATTISTI, Elisa. O estudo sociolingstico da variao. Departamento de Letras Universidade de Caxias do Sul (UCS), 2008. Disponvel em:. Acesso em: 10 out. 2010.BLAIR, David. COLLINS, Petter. English in Australia: Varieties of English around theworld. Germany: General series, 2001.BELL, Alan. Style in dialogue: Bakhtin and sociolinguistic theory. In: BALEY, Robert.LUCAS, Ceil. Sociolinguistic variation: theories, methods, and applications. 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So Paulo: tica, 2007.TORTORA, C., DIKKEN, M. Subject agreement variation: support for the configurationalapproach. Disponvel em:. Acesso em: 25 maio2010. 46. 45APNDICE A: Questionrios de Pesquisa Preenchidos por Falantes Nativos.UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEBDEPARTAMENTO DE EDUCAO CAMPUS XIVCURSO DE LETRAS COM HABILITAO EM LNGUA INGLESA Linguistic Questionnaire Attitude 1. What do you think about your own speech?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 2. Have you ever tried to change your speech? What particular things have you tried tochange?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 3. Do you apply variants of the non-standard English language when you use spokenlanguage? In which situations?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 4. Do you consider incorrect certain forms of speech used in the English language, suchas: (1) She werent there. (2) It dont matter? Why?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 5. Are there some situations that you feel more comfortable to speak non-standardEnglish than the Standard English? Which ones?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 6. When you hear some persons speech in a linguistic variation pattern different ofyours, what do think about this group of people?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 47. 46 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAO CAMPUS XIV CURSO DE LETRAS COM HABILITAO EM LNGUA INGLESAQuestionnaire1- Are the sentences below applied for you when using the spoken language? 1) The children is sad. ( )Yes ( )No 2) The girls likes pizza. ( )Yes ( )No 3) They are happy. ( )Yes( )No 4) The children have arrived. ( )Yes ( )No 5) The potatoes looks awful. ( )Yes( )No 6) They are old friends.( )Yes ( )No 7) They were still like partying hard.( )Yes ( )No 8) Us students is going.( )Yes ( )No 9) Him and me are going.( )Yes ()No 10) Only two apples seems to be left. ( )Yes ( )No 11) There are lots of people in the room. ( )Yes ( )No 12) There is two boys running.( )Yes ( )No 13) She werent there.( )Yes ()No 14) Is the eggs craked? ( )Yes ( )No 15) It dont matter. ()Yes ( )No 16) The mothers were shouting at you to come in.( )Yes ()No 17) The women was making a dinner. ( )Yes()No 18) how much do he want for it?()Yes ()No 19) You see Mary (yesterday)? ( )Yes ()No 20) Go you away.( )Yes ()No 48. 47APNDICE B: Questionrios de Pesquisa Preenchidos por Aprendizes de L2.UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEBDEPARTAMENTO DE EDUCAO CAMPUS XIVCURSO DE LETRAS COM HABILITAO EM LNGUA INGLESA Questionrio: Fatores Sociais Nome:__________________________________________________________ Idade:__________________ Sexo:________________Semestre:___________ H quanto tempo voc estuda ingls?________________________________________________________________. Voc utiliza a lngua inglesa fora da universidade? Em que situaes?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. Estuda ingls em outros contextos? (Curso livre, grupo e conversao, etc)._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. Voc utiliza o skype ou outro meio tecnolgico para se comunicar com falantesnativos da lngua inglesa?( ) Sim.( ) outros meios, ___________________________________.( ) No.(* Se voc no utiliza o skype, no necessrio responder as questes seguintes). Quantos contatos voc possui no skype?_____________________________________________________________________. Com que freqncia voc utiliza o skype?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. Em mdia quanto tempo voc permanece no skype, quando faz uso destemeio?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 49. 48 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAO CAMPUS XIV CURSO DE LETRAS COM HABILITAO EM LNGUA INGLESAQuestionrio de Atitude Lingustica O que voc acha do seu ingls? fluente ou gramaticalmente correto? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ __________________________________________________________________. Voc aplica as variantes do ingls no padro quando voc faz uso da lngua falada? Em que situaes? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________. Voc considera incorreto certas estruturas usadas no idioma Ingls, como: (1) She werent there. (2) It dont matter? Por qu? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________. Quando voc ouve o discurso de algumas pessoas "em um padro de variao lingstica diferente do que voc aprendeu, o que pensa sobre este grupo de pessoas? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________. 50. 49 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAO CAMPUS XIV CURSO DE LETRAS COM HABILITAO EM LNGUA INGLESA Questionrio 1 - Assinale as alternativas que indicam a sentena mais utilizada por voc quando faz ouso da lngua falada: 1) The children is sad.( )Yes()No 2) The girls likes pizza. ()Yes()No 3) They are happy. ( )Yes( )No 4) The children have arrived.( )Yes( )No 5) The potatoes looks awful. ( )Yes()No 6) They are old friends. ( )Yes( )No 7) They were still like partying hard. ( )Yes( )No 8) Us students is going. ( )Yes()No 9) Him and me are going. ( )Yes( )No 10) Only two apples seems to be left.()Yes()No 11) There are lots of people in the room.()Yes()No 12) There is two boys running. ( )Yes( )No 13) She werent there. ()Yes()No 14) Is the eggs craked?( )Yes()No 15)It dont matter.()Yes()No 16) The mothers were shouting at you to come in. ( )Yes( )No 17)The woman was making a dinner.()Yes()No 18) how much do he want for it?( )Yes( )No 19) You see Mary (yesterday)?( )Yes()No 20) Go you away. ( )Yes()No