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IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017 1 ACESSIBILIDADE DE QUÊ PARA QUEM: Filmes dublados e legendados em cinemas do Município do Rio de Janeiro Gabriel Balardino 1 Lucy Anna Diniz 2 INTRODUÇÃO - UMA CIDADE DIVIDIDA? Há alguns anos, é possível perceber uma certa preferência pela exibição de filmes dublados ou legendados em determinadas áreas da cidade do Rio de Janeiro. É incomum encontrarmos sessões legendadas nos cinemas de algumas áreas da Zona Norte e da Zona Oeste da cidade. Tal fato nos leva a pensar sobre o quão acessíveis são filmes dublados e legendados, e a que público se destinam por parte dos cinemas. Quais as diferenças entre o filme dublado e o legendado? Quem assiste cada forma de exibição? Quem deixa de assistir por ser dublado ou legendado? Essas e outras questões nos inquietam, toda vez que vamos assistir a um filme que não seja nacional e nos deparamos com tal situação. Neste trabalho, apresentamos um levantamento sobre sessões exibidas em diversas salas de três grandes redes da cidade, em um domingo, dia 02 de abril de 2017. Tal levantamento tem como objetivo verificar a veracidade de nossa percepção inicialmente apresentada, e refletir sobre os motivos e os impactos possíveis de tal divisão. Para fazer tal levantamento, entramos nos portais de cada rede, e verificamos todos os filmes em exibição para aquela data. Registramos os filmes que estavam em exibição, as modalidades de tradução (dublado ou legendado) e quais cinemas de cada rede estavam exibindo. Posteriormente montamos uma base de dados com as redes, a localização de cada cinema, e os dados que coletamos sobre as exibições do dia 02 de abril de 2017. A partir de tal base de dados, desenvolvemos tabelas e mapas, a fim de analisar os dados obtidos e tecer uma reflexão a respeito do consumo cultural cinematográfico e a espacialização deste na cidade do Rio de Janeiro. 1 Mestre em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Membro do Núcleo de Pesquisas e Estudos Urbanos e Rurais (URAIS), coordenado pelo professor João Rua. Professor de Geografia da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ). 2 Pedagoga pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa Comunicação, Audiovisual, Cultura e Educação (CACE), coordenado pela professora Adriana Hoffmann Fernandes. Professora de Educação Infantil na Casa Monte Alegre.

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ACESSIBILIDADE DE QUÊ PARA QUEM:

Filmes dublados e legendados em cinemas

do Município do Rio de Janeiro

Gabriel Balardino1

Lucy Anna Diniz2

INTRODUÇÃO - UMA CIDADE DIVIDIDA?

Há alguns anos, é possível perceber uma certa preferência pela exibição de filmes dublados

ou legendados em determinadas áreas da cidade do Rio de Janeiro. É incomum encontrarmos

sessões legendadas nos cinemas de algumas áreas da Zona Norte e da Zona Oeste da cidade. Tal

fato nos leva a pensar sobre o quão acessíveis são filmes dublados e legendados, e a que público se

destinam por parte dos cinemas.

Quais as diferenças entre o filme dublado e o legendado? Quem assiste cada forma de

exibição? Quem deixa de assistir por ser dublado ou legendado? Essas e outras questões nos

inquietam, toda vez que vamos assistir a um filme que não seja nacional e nos deparamos com tal

situação.

Neste trabalho, apresentamos um levantamento sobre sessões exibidas em diversas salas de

três grandes redes da cidade, em um domingo, dia 02 de abril de 2017. Tal levantamento tem como

objetivo verificar a veracidade de nossa percepção inicialmente apresentada, e refletir sobre os

motivos e os impactos possíveis de tal divisão.

Para fazer tal levantamento, entramos nos portais de cada rede, e verificamos todos os filmes

em exibição para aquela data. Registramos os filmes que estavam em exibição, as modalidades de

tradução (dublado ou legendado) e quais cinemas de cada rede estavam exibindo. Posteriormente

montamos uma base de dados com as redes, a localização de cada cinema, e os dados que coletamos

sobre as exibições do dia 02 de abril de 2017. A partir de tal base de dados, desenvolvemos tabelas

e mapas, a fim de analisar os dados obtidos e tecer uma reflexão a respeito do consumo cultural

cinematográfico e a espacialização deste na cidade do Rio de Janeiro.

1Mestre em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Membro do Núcleo de Pesquisas e Estudos

Urbanos e Rurais (URAIS), coordenado pelo professor João Rua. Professor de Geografia da Secretaria Municipal de

Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ). 2 Pedagoga pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Membro do Grupo de Estudos e

Pesquisa Comunicação, Audiovisual, Cultura e Educação (CACE), coordenado pela professora Adriana Hoffmann

Fernandes. Professora de Educação Infantil na Casa Monte Alegre.

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O QUE É ACESSIBILIDADE? DIREITO À CIDADANIA

A lei nº 10.098/00 define acessibilidade como possibilidade e condição de alcance para

utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das

edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de

deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2000: p. 1)

De acordo com a norma ABNT NBR 9050:2004, acessibilidade é “Possibilidade e condição

de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações,

espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos.” (ABNT, 2004: p.2).

A partir das diversas definições de acessibilidade aqui apresentadas, e longe de querer

esgotar o conceito, podemos ampliá-lo como forma de compreender nossas intenções ao tratar do

tema. Acessibilidade, de forma geral, pode ser entendida como a característica, a qualidade que

possibilita que um espaço ou meio seja utilizável por qualquer pessoa que assim deseje.

Assim, como a acessibilidade se espacializa de forma diferenciada na cidade do Rio de

Janeiro? Quais as configurações de salas de exibição de produções cinematográficas dubladas e

legendadas dentro do tecido urbano no Rio de Janeiro? Em que espaços se localizam os cinemas e

quais os títulos chegam em cada região da cidade do Rio de Janeiro? Que cinemas e filmes figuram

entre esses espaços?

A cidade do Rio de Janeiro, inserida dentro da lógica de produção capitalista do espaço,

constitui-se por espaços privilegiados e espaços excluídos. Nesse sentido, falamos de uma produção

do espaço que segue, segundo Lefebvre, as características de “homogeneidade-fragmentação-

hierarquização” (LEFEBVRE, 2006 [2000]:7), no caso dos cinemas, isso é bem representado por

ser uma estrutura cultural que, cada vez mais, se torna semelhante e inserida dentro de shopping

centers, locais que tendem à homogeneização. Da mesma forma, por se inserirem de forma

diferenciada, seja pelo número de salas quanto pelos tipos de filmes escolhidos, há o processo de

fragmentação e hierarquização. Processo no qual se atribui valor diferenciado à cada espaço da

cidade. Em que algumas salas, no caso, têm acesso a determinados conteúdos e modalidades de

tradução diferentes de outras.

Como traz Colacique (2013), garantir acesso, especialmente à informação e à cultura, é

também garantir direito à autonomia e o exercício da cidadania. Ter acesso a determinados espaços,

meios e informações pode significar ter acesso a mais direitos? Nesse sentido, deixar de ter acesso é

deixar de ter direitos? Segundo Oliveira (1999), a lógica do consumismo acaba por alienar o

cidadão de seu papel, inserindo-o na sociedade a partir da dimensão de usuário (OLIVEIRA, 1999:

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p.112). Portanto, ao não ter a garantia do uso diverso e múltiplo do cinema, mas sim inserido dentro

da lógica de oferta e procura visando lotar salas, o processo de distribuição de filmes não estaria

colaborando para uma hierarquia de cidadania, onde uns são “mais cidadãos que outros”, isso é, tem

acesso mais garantido por estarem melhor inseridos no circuito de consumo e produção capitalista

do espaço?

O AUDIOVISUAL E O CINEMA DE MASSAS. CINEMA PARA QUEM?

Atualmente, a linguagem audiovisual é presente e pulsante em nossa sociedade. Desde a

infância temos contato com produtos audiovisuais que vão desde peças publicitárias a obras de arte.

Não há criança brasileira, nascida depois dos anos 1970, que não tenha sido exposta à televisão ou

outros meios que reproduzam obras audiovisuais. Como trazem Rosália Duarte, Camila Leite e Rita

Migliora (2006), crianças não só aprendem com a televisão, como têm consciência de quais coisas

estão aprendendo e tecem reflexões sobre suas aprendizagens com o audiovisual. Portanto, não cabe

mais discussões sobre o papel formativo das narrativas audiovisuais, sabemos que o audiovisual

forma, que o audiovisual educa. A questão que aqui propomos está mais relacionada com “quem”.

Que formas de narrativas audiovisuais educam a que pessoas?

Filmes que passam primeiro nos cinemas recebem o status de arte com maior frequência do

que os que passam na televisão, ou na internet. E, apesar de não haver criança após os anos 1970

que não tenha sido exposta a obras audiovisuais em alguma medida, há inúmeras crianças que

nunca entraram em uma sala de cinema.

De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Hábitos Culturais realizada pela FECOMÉRCIO-

RJ em parceria com a IPSOS, 35% dos brasileiros foram ao cinema em um período de um ano. O

que significa que 65% dos brasileiros não foi ao cinema. Apesar de não termos encontrado o

registro metodológico de tal pesquisa, ou do espaço amostral da pesquisa pelas agências que

supostamente a produziram, encontramos publicações da Agência Brasil de comunicação que

afirmam que tal pesquisa foi produzida com 1200 sujeitos de 72 municípios do país em dezembro

de 2015. Encontramos também algumas postagens sobre os resultados da referida pesquisa nas

páginas oficiais de tais agências em redes sociais. Apesar dos resultados extremamente

significativos de tal pesquisa, e de tais resultados terem sido divulgados por diversas agências de

notícias, acessar os dados sobre a pesquisa, ou mesmo os dados nela produzidos, não é tarefa

simples, visto que tais dados não foram publicados por tais agências em seus respectivos portais.

Sejam quais forem os interesses de tais agências em manter os dados em sigilo, tal fato aumenta a

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relevância de se pesquisar sobre acesso e acessibilidade do cinema, uma vez que explicitar e

investigar desigualdades pode promover a diminuição das mesmas.

Isso nos mostra que o cinema já carrega consigo alguma forma de exclusão. Seja uma

exclusão marcada pela desigualdade econômica, sejam exclusões outras. Além da exclusão total,

existem ainda exclusões parciais no cinema. Existem determinados filmes que são exibidos apenas

em salas específicas (que geralmente são mais caras), existem filmes que não são exibidos em todos

os cinemas da cidade, e existem salas que exibem apenas filmes dublados, ou apenas filmes

legendados. Podemos entender tais restrições como promotoras de exclusões interseccionais.

De acordo com Kimberlée Crenshaw (2002),

“A interseccionalidade é uma conceituação do problema que busca capturar as consequências

estruturais e dinâmicas da interação entre dois ou mais eixos da subordinação. Ela trata

especificamente da forma pela qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros

sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de

mulheres, raças, etnias, classes e outras. Além disso, a interseccionalidade trata da forma como

ações e políticas específicas geram opressões que fluem ao longo de tais eixos, constituindo

aspectos dinâmicos ou ativos do desempoderamento. ” (CRENSHAW, 2002: p. 177)

Sujeitos que carregam consigo a interseccionalidade de opressões como opressões de classe

e capacitismo, por exemplo, são multiplamente esquecidos por determinadas salas de cinema que

não exibam filmes de formas diversas. De que forma pode ser proveitoso restringir o público de

determinado cinema? Com que intuito as redes diminuem a oferta de determinadas formas de

exibição em determinadas salas?

LEGENDADO E DUBLADO. O QUE É ACESSÍVEL E PARA QUEM?

Voltando ao conceito de acessibilidade, para que um espaço ou meio seja acessível, é

necessário que haja a garantia de que qualquer pessoa que deseja utilizá-lo possa fazê-lo de forma

autônoma. Nesse sentido, a existência dos dois tipos de modalidade de tradução nas sessões, de um

mesmo filme e num mesmo estabelecimento de exibição de filmes pode possibilitar, e até garantir,

em certa medida, a permanência de espectadores com necessidades distintas.

Filmes dublados, podem ser mais acessíveis a pessoas que tenham dificuldade de leitura ou

que não sejam alfabetizadas, ou que tenham problemas de visão como miopia, e até mesmo, podem

ser mais acessíveis às pessoas cegas, enquanto serão extremamente inacessíveis a pessoas surdas,

por exemplo. Por outro lado, filmes legendados são mais acessíveis às pessoas surdas enquanto

serão inacessíveis a todas as pessoas que não puderem ler.

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Isso sem contar com as pessoas que podem ler e que são ouvintes, mas tem preferências por

uma ou outra modalidade de tradução dos diálogos, seja pela interferência estética que a legenda

pode causar, ou pela interferência semântica de uma possível dublagem imperfeita.

Perceber a modalidade de tradução em que a sessão é exibida é também perceber a que

público se destina?

DIVISÕES DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO: AS ZONAS, AS REGIÕES

ADMINISTRATIVAS E OS BAIRROS

Antes de se efetuar uma análise sobre a distribuição das salas de cinema na cidade do Rio de

Janeiro, cabe compreender como a cidade se estrutura e se organiza dentro de sua política de

planejamento, na percepção social e circulação das pessoas. Três lógicas que por vezes dialogam e

em outras nem tanto.

O Rio de Janeiro se divide em bairros, uma escala local e que, normalmente, pode ser

percorrida a pé com facilidade. Para além dessa escala, entram aquelas ligadas ao planejamento e a

divisão social da cidade, em que alguns bairros, devido a suas características, exercem centralidade

sobre outros. Essa escala, ao ser convertida em política de planejamento sobre o território carioca,

deu origem às Regiões Administrativas (FIGURA 1), que pensam a relação estabelecida em um

espaço mais amplo e que organizam as ações estratégicas da prefeitura. Eventualmente, devido a

alguma particularidade local (como a presença de um complexo de favelas) uma Região

Administrativa pode ter uma escala bem reduzida.

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FIGURA 1 - Mapa da cidade do Rio de Janeiro com bairros e Regiões Administrativas. Fonte:

http://www.processamentodigital.com.br

Nessa escala, a circulação das pessoas entre os subcentros comerciais e a moradia

estabelecem a relação das pessoas com tais escalas e reforçam sua condição como escala vivida.

Para além desta, existe a divisão do município em “Zonas” (FIGURA 2), tal divisão obedece uma

regionalização a partir das características econômicas, sociais, culturais e históricas da cidade do

Rio de Janeiro e relaciona-se muito mais com os sentidos dado para o espaço do que, efetivamente,

sobre como as pessoas o ocupam e imaginam, sendo portanto, diferentes formas de regionalizar a

cidade do Rio de Janeiro e, através dessas, identificar a relação entre os espaços concebidos,

percebidos e vividos dentro da dialética da produção do espaço (LEFEBVRE, 2006: 65-66). Mesmo

que não seja intenção discutir em um artigo breve as noções de presença/ausência na composição da

produção espacial, compreender essas regionalizações a luz da espacialidade diferencial

(LACOSTE, 2012), nos permite entender as diferentes geo-grafias dos sujeitos da produção do

espaço carioca e, portanto, entender o quanto esses sujeitos se efetivam como cidadãos produtores

da cidade.

Sendo assim, a divisão em Zona Sul, Zona Norte, Zona Oeste e Centro, mais do que ditar a

circulação das pessoas em seu cotidiano, gera uma clivagem simbólica da cidade, estabelecendo

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uma valoração cultural e imagética das Zona Sul e Centro, enquanto nega à Zona Norte e Zona

Oeste de serem até mesmo concebidas como parte da cidade (FARIA, 2013).

FIGURA 2 - Mapa do Rio de Janeiro por Zonas de Ocupação. Fonte: www.dicasdacarioca.com.br

É dentro dessa construção da cidade, a partir dessas diferentes dinâmicas, que se busca

compreender a distribuição dos cinemas no Rio de Janeiro, diferenciando-os através da

presença/ausência de salas dubladas e legendas nas diferentes Regiões e zonas da cidade do Rio de

Janeiro.

OS CINEMAS NO RIO DE JANEIRO, DISTRIBUIÇÃO DE SALAS.

A oferta de salas no Rio de Janeiro, possui hoje a atuação de três grandes grupos

empresariais que administram salas de cinema de grande apelo. Essas salas concentram-se

basicamente em shopping centers, havendo apenas três salas compostas por cinemas de rua. Um

processo que se colocou no Rio de Janeiro, como em outras cidades, entre as décadas de 1970 e

1990 com a ressignificação das formas de sociabilidade relacionadas ao cinema, juntamente com a

expansão dos shopping centers (FERRAZ, 2009; FERREIRA; ALVES, 2013). Em tal cenário, as

redes de cinema se fortaleceram, criando diversos conglomerados que administram diferentes salas

em todo território carioca, destacando-se três em especial: Kinoplex, Cinemark e Cinesystem, redes

com grande penetração no território carioca e que possuem salas especialmente dentro dos

shoppings centers.

Cabe entender que os cinemas acabaram criando uma relação simbiótica com os shoppings,

tornando-se atrativos para o público e, ao mesmo tempo, com a concentração de pessoas e em um

ambiente vigiado, os custos se tornaram mais viáveis para a manutenção que os antigos cinemas de

rua. Tanto assim que as três redes juntas possuem salas em quase todas as Regiões Administrativas

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(R.A.) do Rio de Janeiro, mostrando o poder de penetração no tecido urbano carioca do cinema

pautado nas grandes redes administradoras (FIGURA 3).

FIGURA 3 - Localização dos cinemas por Região Administrativa. Fonte: Elaborado pelos autores.

Porém, mesmo com tal entrada, é possível notar grandes diferenças, em particular quando se

nota que em R.A.s da Zona Norte existe um e em alguns casos dois cinemas por R.A. enquanto na

Região Administrativa da Barra da Tijuca possui seis cinemas e entrada de todas as três redes

(TABELA 1). Curioso perceber que tal divisão não obedece à lógica de adensamento populacional,

já que diversas Regiões Administrativas da Zona Norte possuem densidade populacional superior à

da R.A. da Barra da Tijuca. Sendo tal fenômeno muito mais associado ao tipo de expansão urbana

engendrado para esta área da cidade: focado no transporte individual e no consumo em shopping

centers. (MAIA, 1998; LEMOS et al., 2004: 46)

TABELA 1 - Número de cinemas em cada Região Administrativa que possui cinemas. Fonte: Elaborado pelos autores.

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Sendo assim, hoje é possível perceber que os cinemas, através das grandes salas de redes

cinematográficas, possui considerável entrada nas diferentes regiões da cidade do Rio de Janeiro,

tendo a capacidade potencial de levar cultura audiovisual para todos os habitantes da cidade. Mas

será que é para todos mesmo? E que cultura é essa?

UMA CIDADE DIVIDIDA POR UMA LEGENDA. ANÁLISE DE FILMES

VOLTADOS PARA O PÚBLICO JUVENIL E ADULTO NA CIDADE DO RIO DE

JANEIRO

A cidade do Rio de Janeiro é uma cidade de divisões, ou, nos dizeres de Pierre Bourdieu ao

teorizar sobre habitus as “di-visões” (SCHENATO, 2011:32), em um projeto que divide a cidade

em Zona Norte e Zona Sul pautada na diferenciação cultural e econômica da cidade. Tal projeto,

que se configura no planejamento urbano da cidade e que aparece de forma recorrente nas

geografias das imagens da cidade, aparece também nos aparelhos culturais - que o diga as

distorções de números de palcos de teatros e casas de show entre as diferentes áreas da cidade.

Porém, o cinema, até pela sua relação estreita com a lógica mercadológica e de consumo, possui

uma entrada ampla e fácil em diversas áreas da cidade e, até por ser orientada pelo lucro, tal

dinâmica provoca a busca pelo máximo de espectadores por sala. Dessa maneira, a escolha por

quais filmes privilegiar em cada lugar da cidade passa por uma escolha intencional de público e um

recorte que define as possibilidades de circulação e de acesso dos sujeitos à cidade.

Tendo em vista os filmes em cartaz no dia 02/04/2017, um domingo, se traçou o panorama

dos filmes exibidos nas diferentes salas da cidade e sua divisão entre filmes legendados e dublados.

Nesse panorama teve-se que: existiam 17 filmes em cartaz, sendo: 15 estrangeiros e 2 nacionais.

Destes 15, 13 são produções Estadunidenses e 2 produções europeias. Além disso, nenhum dos

filmes não estadunidenses aparecem em mais do que duas salas e apenas oito filmes estão em mais

que 5 cinemas diferentes. Tais características denotam o caráter de “blockbusters” das redes de

cinema e a opção pelos filmes Hollywoodianos, tendo a exibição de filmes de caráter diverso uma

participação pontual e, pode-se dizer, até mesmo residual e como “marca de status” para

determinados cinemas, como o caso do Cinema Odeon e do Fashion Mall, reconhecidos na cidade

como cinemas de arte e marcados por exibições especiais. Dentro da escala de importância

geopolítica no plano global, fica inegável perceber o peso das produções estadunidenses dentro da

produção cinematográfica. Isso avaliado em um momento do ano em que ocorrem as grandes

premiações do cinema (Globo de Ouro - Janeiro, BAFTA - Fevereiro, Oscar - Fevereiro, Palma de

Ouro - Maio) (MELO, 2017; VARELLA, 2016.) e ainda assim, poucos filmes fora do circuito

comercial possuem capacidade de penetração cultural dentro da lógica do cinema comercial.

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No caso carioca, tal característica se torna particularmente interessante de ser analisada, já

que fica explícito um caráter “importador” de obras cinematográficas. Logo, a tradução dessa obra

se torna imperativo para a sua comercialização e tal tradução, tal como dito anteriormente, pode ser

efetuada de duas formas: através de legendas ou dublagem. E nesse caso, a oferta pelos cinemas dos

filmes dublados e legendados demonstra uma divisão da cidade bastante marcante. Para efeitos de

análise, considerou-se apenas as salas com filmes voltados para um público jovem e adulto,

retirando os filmes infantis e infanto-juvenis da análise, já que estes, por se voltarem para um

público ainda não plenamente letrado, apresentam sempre grande quantidade de filmes dublados, o

que viciaria a análise, diminuindo (ainda mais) a proporção de filmes legendados exibidos na

cidade. A partir desses filtros, no dia dois de abril de 2017 houveram 219 sessões na cidade do Rio

de Janeiro, sendo 102 dubladas (46,6%) e 117 legendadas (53,4%), uma situação que,

aparentemente, demonstra um equilíbrio entre as modalidades escolhidas para tradução dos filmes.

Porém, quando se colocam os dados no mapa para tentar enxergar a oferta consecutiva de

filmes dublados e legendados no Rio de Janeiro, distribuídas por Regiões Administrativas,

começamos a perceber que o cenário não é de uma distribuição uniforme. Mas sim, de escolhas e

seletividade do espaço.

FIgura 4 - Distribuição de sessões por modalidade de tradução - Regiões Administrativas. Fonte: Elaborado pelos

autores.

Em tal mapa, se percebe que algumas Regiões Administrativas não possuem a oferta de

filmes dublados e legendados consecutivamente. Mas sim, a oferta de apenas uma das duas

modalidades. Nesse cenário a escolha de público se torna evidente.

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Pode-se notar a quase total ausência de filmes dublados na Zona Sul e Centro da Cidade

(com uma única sessão dublada às 14 horas no Shopping Rio Sul, em Botafogo) e aí cabe o

questionamento: o que motiva tal ausência? Será que o apreço à cultura letrada e a valorização da

pronúncia da língua estrangeira na atuação frente à dublagem serve de motivador para a exclusão do

circuito de cinemas da Zona Sul e Centro das versões dubladas? Será um processo de seleção de

público? Afinal, sem a oferta de filmes dublados, o cinema “filtra” todos aqueles para os quais a

legenda gera uma barreira. Mas e os filmes legendados? Será que possuem penetração na cidade

toda?

Pelo mapa, poderia se sugerir que os filmes legendados possuem uma entrada espacial muito

maior que os filmes dublados, afinal, enquanto esses simplesmente inexistem em áreas importantes

da cidade, é possível encontrar filmes legendados em vários cinemas da Zona Norte e na Zona

Oeste. Porém, ao observar os dados da TABELA 2, percebe-se que poucas são as sessões de filmes

legendados no universo total de exibições. E mesmo assim, com a grande maioria das sessões

localizadas na Região Administrativa de Tijuca (44%), no caso da Zona Norte e na Região

Administrativa da Barra da Tijuca, no caso da Zona Oeste (94%).

TABELA 2 - Sessões por modalidade de tradução nas Zonas da Cidade em números absolutos e porcentuais. Fonte:

Elaborado pelos autores.

A tabela já demonstra uma boa distribuição de sessões ao longo de toda a cidade,

confirmando o que o mapa já revelava, de que a distribuição espacial de filmes não é a questão mais

problemática no que diz respeito ao acesso. Porém, é revelador perceber que do universo total de

filmes exibidos na Zona Norte, mais de 70% das sessões são dubladas e, se excluído o bairro da

Tijuca, tal porcentual sobe para mais de 80%. A situação é ainda mais intensa na Zona Oeste. Se os

dados indicam o maior número de sessões da cidade do Rio de Janeiro e uma boa distribuição entre

salas legendadas e dubladas, a exclusão da Barra da Tijuca modifica totalmente esse panorama, já

que só essa R.A. concentra 88% das sessões da Zona Oeste, e esta passa a ter mais de 85% das

sessões disponíveis dubladas.

No caso da Zona Sul, o fenômeno é inverso, nesse caso quase todos as sessões são

legendadas, com apenas uma sessão, sendo dublada. Na tabela 3, é possível perceber que a

distribuição de salas legendadas, mesmo dentro de uma mesma Zona, não é equitativa, mas sim

com a concentração de sessões em algumas R.A.s. Enquanto algumas R.A.s possuem apenas

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sessões legendadas, outras possuem apenas sessões dubladas. Considerando que são apenas três

redes, que compõem uma territorialidade pautada na lucratividade, tal indicador também aponta

para um direcionamento de público e, portanto, de definição de acessos e usos do espaço.

TABELA 3 - Sessões por modalidade de tradução nas Regiões Administrativas em números absolutos e porcentuais.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Cabe então questionar, por que será que há tamanha distorção entre as regiões da cidade? O

que motiva que, enquanto na Zona Sul haja predomínio de filmes legendados, na Zona Norte haja o

predomínio de filmes dublados? É impossível diferenciar essa prática de todo o bojo de produção

do espaço urbano da cidade e, principalmente, de uma política urbana que gera uma clivagem social

e de uma acessibilidade parcial e seletiva da cidade.

CONSIDERAÇÕES

A partir dos dados levantados e aqui analisados, podemos perceber que o município do Rio

de Janeiro vive uma divisão real, no que diz respeito a exibição de filmes. De forma geral, podemos

afirmar que a Zona Sul e o Centro da cidade exibem filmes legendados enquanto as Zonas Norte e

Oeste exibem filmes dublados. Estes dados implicam e são implicados por outras divisões que se

sobrepõem na mesma cidade. Divisões socioeconômicas, divisões baseadas em acesso à

informação, divisões baseadas em mobilidade. Divisões que retratam as múltiplas exclusões que

acontecem na cidade.

Com base nestas constatações podemos refletir sobre acessibilidade dos cinemas e a

hierarquização da cidadania na cidade do Rio de Janeiro. Teriam, os cidadãos dependentes de uma

ou outra modalidade de tradução, menos direitos à informação e ao entretenimento? Apesar de toda

a corrente inclusiva que vem se instalando nas teorias e práticas educativas, não vemos repercussão

da intenção inclusiva em outras esferas da sociedade, como a exemplo dos cinemas da cidade.

Em tal sentido, percebe-se que o discurso de acessibilidade precisa ir além da escola, já que

a educação não se faz apenas através de conteúdos, currículos e espaços escolares, mas sim em um

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processo que envolve a relação dos sujeitos com o espaço vivido por eles. Sendo assim, é

importante compreender as visões e di-visões estabelecidas na cidade, buscando entender como a

própria noção de cidadania é conduzida para uma lógica do consumo e da busca do lucro. Assim, a

cultura, nesse caso a cultura audiovisual, prevalece como um objeto de consumo e sua distribuição

pela cidade tem como critério a capacidade de comercialização. Constrói-se, portanto, campos de

“preferências” nas quais as exclusões se ampliam e o acesso se torna não só parcial, como seletivo,

sendo determinado quem e onde terá acesso a que tipo de serviços.

Não se trata de questionar simplesmente a falta de oferta de determinadas modalidades de

tradução em áreas específicas da cidade, mas sim de refletir e questionar o quanto essas ofertas não

representam o acordo, cada vez menos tácito, que rege a forma como a cidade é dividida e os

critérios que usamos na produção do espaço urbano, especialmente no que diz respeito de “para

quem” ela é ofertada. A produção desigual do espaço e a escolha pelas modalidades de tradução

dizem sobre a distribuição territorial de certo habitus sobre a cidade e o localiza espacialmente,

confirmando uma cidade que não preza por ser mais plenamente acessível, mas que ao contrário, se

constrói a partir de clivagens que pouco têm a ver com uma ampliação da cidade.

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