Acho que só me alfabetizei porque minha família...

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1 1. ESCOLARIZAÇÃO Mônica - P1 Sempre estudei em escola publica nunca repeti de ano. Filha única de classe média. Casada, 2 filhos um de 15 outro de 19 anos. No primeiro e segundo ano numa escola municipal depois fui para uma estadual. No ensino médio, fiz curso técnico de secretariado achando que esta seria a minha função, trabalhei um tempo nisto e vi que não dava certo, resolvi fazer magistério no CEFAM, mais ou menos no ano de 82, depois fiz pedagogia na Faculdade Tibiriçá, em 03 nos, terminei em 87. Mas não comecei a dar aula logo de cara. Sempre estudei com uma método tradicional, mas uma professora me marcou, era de história da faculdade e foi muito marcante pelo motivo dela dar aula como se estivesse no local em que ensinava, ela tinha a capacidade de nos levar..... Rosalete - P2 Minha escola ficava no interior de São Paulo, na cidade de Olímpia. Sempre foi em escola pública de 1ª a 4ª série tive períodos agradáveis e não agradáveis, na minha época de infância minha situação escolar era assim, vim de uma família muito pobre, então a gente tinha situações difíceis mas nunca parei de estudar. Repeti a 2ª série pq na época era uma professora muita brava eu não gostava dela, tive um trauma muito grande na 2ª série e não consegui superar e passar este ano e fui barrada na segunda série, mas depois nas séries seguintes foi td uma maravilha as professoras eram ótimas. Método tradicional, tinha que decorar mesmo e fazer muitas vezes as mesmas palavras, como sempre nè, mas nada diferente dos muitos anos que a gente carregou depois. As aulas eram marcadas por português, matemáticas, história, geografia, era dentro de um contexto, mas tudo muito separado com falas: fecha o caderno de matemática que agora que nós vamos aprender geografia, e assim por diante, todas as séries foram assim. Eu fiz uma primeira série legal, a professora era ótima, mas na segunda série o que eu fiquei mais traumatizada foi porque tive problemas de saúde e faltei muito, com isso eu fiquei um pouco debilitada e acho que isso ajudou na minha retenção. Era muito autoritária, muito severa, a gente não podia fazer nada de diferente, tinha que ser tudo do jeito dela senão não tava legal, por isso talvez que me marcou muito e eu não conseguia aprender com ela, não entrava na minha cabeça. Então foi onde tive que fazer novamente a segunda série, outra coisa é que mandava decorar a tabuada em casa, eu estudava, estudava, chegava na hora o nervosismo atrapalhava e ela batia com a régua, tinha que saber, tinha que saber e aquilo foi traumatizando e não conseguia aprender. Eu chorava todo dia escondido de minha mãe, porque ela achava que a professora tinha razão, afinal ela era a professora. Ao fazer a segunda série de novo foi um processo lento e consegui aprender o básico. Tanto é que eu vim me dar melhor mesmo a partir da terceira e quarta série. Também peguei pessoas mais calmas. mais tranqüilas que souberam transmitir o ensino e eu me saí melhor e consegui terminar a quarta série. Não parei de estudar nenhum ano, concluí o ensino médio e o colegial. Fiz um ano de colegial e optei por magistério, fazendo o 2º, 3º e 4º ano. Renata - P3 Bom, sou a caçula, tenho uma irmã mais velha oito anos. Meu pai era funcionário público da Prefeitura de São Paulo, não considero que éramos carentes, apesar de sempre estudar em escola pública. Sou casada há dois anos e ainda não tenho filhos. Bom, na minha época a preocupação da pré-escola não era alfabetizar, era só aprender o nome. Então da pré-escola eu saí sabendo fazer o meu nome. Hoje em dia as crianças da pré-escola já sabem ler e escrever, naquela época não. Foi na primeira série que eu entrei em contato com a alfabetização mesmo, com famílias silábicas, cartilhas, a minha professora, lembro bem, eu digo que foi minha melhor professora do primário, ela só brincava, e eu acho que é exatamente isso, ela brincava de uma forma que ficava mais fascinante, só que eu tive muita dificuldade, não sei se era por causa da sustentação que tinha que ter no pré e eu não tive, mas tive muita dificuldade, mas tinha o trabalho da minha família, meu pai e minha mãe me ajudaram bastante, Acho que só me alfabetizei porque minha família ajudava, e eu me lembro da família da girafa que eu tinha muita dificuldade estas coisas

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1 1. ESCOLARIZAÇÃO

Mônica - P1

Sempre estudei em escola publica nunca repeti de ano. Filha única de classe média. Casada, 2 filhos um de 15 outro de 19 anos. No primeiro e segundo ano numa

escola municipal depois fui para uma estadual. No ensino médio, fiz curso técnico de secretariado achando que esta seria a minha função, trabalhei um tempo nisto e

vi que não dava certo, resolvi fazer magistério no CEFAM, mais ou menos no ano de 82, depois fiz pedagogia na Faculdade Tibiriçá, em 03 nos, terminei em 87.

Mas não comecei a dar aula logo de cara. Sempre estudei com uma método tradicional, mas uma professora me marcou, era de história da faculdade e foi muito

marcante pelo motivo dela dar aula como se estivesse no local em que ensinava, ela tinha a capacidade de nos levar.....

Rosalete - P2

Minha escola ficava no interior de São Paulo, na cidade de Olímpia. Sempre foi em escola pública de 1ª a 4ª série tive períodos agradáveis e não agradáveis, na

minha época de infância minha situação escolar era assim, vim de uma família muito pobre, então a gente tinha situações difíceis mas nunca parei de estudar. Repeti

a 2ª série pq na época era uma professora muita brava eu não gostava dela, tive um trauma muito grande na 2ª série e não consegui superar e passar este ano e fui

barrada na segunda série, mas depois nas séries seguintes foi td uma maravilha as professoras eram ótimas. Método tradicional, tinha que decorar mesmo e fazer

muitas vezes as mesmas palavras, como sempre nè, mas nada diferente dos muitos anos que a gente carregou depois. As aulas eram marcadas por português,

matemáticas, história, geografia, era dentro de um contexto, mas tudo muito separado com falas: fecha o caderno de matemática que agora que nós vamos aprender

geografia, e assim por diante, todas as séries foram assim. Eu fiz uma primeira série legal, a professora era ótima, mas na segunda série o que eu fiquei mais

traumatizada foi porque tive problemas de saúde e faltei muito, com isso eu fiquei um pouco debilitada e acho que isso ajudou na minha retenção.

Era muito autoritária, muito severa, a gente não podia fazer nada de diferente, tinha que ser tudo do jeito dela senão não tava legal, por isso talvez que me marcou

muito e eu não conseguia aprender com ela, não entrava na minha cabeça. Então foi onde tive que fazer novamente a segunda série, outra coisa é que mandava

decorar a tabuada em casa, eu estudava, estudava, chegava na hora o nervosismo atrapalhava e ela batia com a régua, tinha que saber, tinha que saber e aquilo foi

traumatizando e não conseguia aprender. Eu chorava todo dia escondido de minha mãe, porque ela achava que a professora tinha razão, afinal ela era a professora.

Ao fazer a segunda série de novo foi um processo lento e consegui aprender o básico. Tanto é que eu vim me dar melhor mesmo a partir da terceira e quarta série.

Também peguei pessoas mais calmas. mais tranqüilas que souberam transmitir o ensino e eu me saí melhor e consegui terminar a quarta série. Não parei de estudar

nenhum ano, concluí o ensino médio e o colegial. Fiz um ano de colegial e optei por magistério, fazendo o 2º, 3º e 4º ano.

Renata - P3

Bom, sou a caçula, tenho uma irmã mais velha oito anos. Meu pai era funcionário público da Prefeitura de São Paulo, não considero que éramos carentes, apesar de

sempre estudar em escola pública. Sou casada há dois anos e ainda não tenho filhos. Bom, na minha época a preocupação da pré-escola não era alfabetizar, era só

aprender o nome. Então da pré-escola eu saí sabendo fazer o meu nome. Hoje em dia as crianças da pré-escola já sabem ler e escrever, naquela época não. Foi na

primeira série que eu entrei em contato com a alfabetização mesmo, com famílias silábicas, cartilhas, a minha professora, lembro bem, eu digo que foi minha melhor

professora do primário, ela só brincava, e eu acho que é exatamente isso, ela brincava de uma forma que ficava mais fascinante, só que eu tive muita dificuldade, não

sei se era por causa da sustentação que tinha que ter no pré e eu não tive, mas tive muita dificuldade, mas tinha o trabalho da minha família, meu pai e minha mãe me

ajudaram bastante, Acho que só me alfabetizei porque minha família ajudava, e eu me lembro da família da girafa que eu tinha muita dificuldade estas coisas

2 todas. Eu tenho boas recordações da professora, e foi na primeira série que me alfabetizei, apesar de todas as dificuldades que eu tinha mas a família estava sempre

ajudando. Na primeira série saí alfabetizada, apesar do silabário, da cartilha. A professora me marcou porque brincava muito e fazia muitas brincadeiras com as

sílabas e desenhos relacionados com as sílabas, acho que isto cativa a criança, já é um primeiro passo. Sempre estudei em escola pública, desde a EMEI até o ensino

médio, só a faculdade foi particular. Fiz magistério no SECA, na Vila Guilherme, que é do estado. foi lá que conheci o sócio-construtivismo.

Mariana - P4

Bom, eu não sou de São Paulo, sou de uma cidade do interior chamada Piracaia. Na minha cidade não tinha escola particular e só tinha uma escola estadual na época

em que comecei a estudar então a gente conhecia todos os professores, encontrava na feira, na venda, era muito engraçado. Eu adorei todos meus professores de 1ª a

4ª série. Não fui alfabetizada por cartilha, não sei dizer que método pelo qual eu fui alfabetizada, mas eu me lembro que era a partir de palavras. A professora

lançava uma palavra e a gente tinha que relacionar esta palavra com outras palavras que começassem com a mesma letra. Isto foi o ano inteiro da primeira série e foi

a série que mais me marcou, parecia que o mundo estava se abrindo e eu começa a conhecer o mundo letrado, por meio de pequenas palavras e destas palavras a

gente ia conhecendo outras e outras. Foi a professora da primeira série que me marcou no ensino fundamental I, depois de 5ª a 8ª foram eu tive uma professora de

história que tratava a disciplina de história como se fosse uma história mesmo, ela conversava explicando os processos históricos pelos quais passaram a humanidade

e a outra foi a professora de língua portuguesa que deu aula pra mim dois anos na 6ª e na 7ª série que eu adorava. Acho que foi o que me levou a fazer Letras depois.

Foram estas as coisas mais importantes da minha formação. Nunca repeti nenhuma série e olha que naquela época tinha reprovação ainda, depois quando cheguei na

8ª começo a progressão continuada. Tive várias colegas que reprovaram.

3 2. ESCOLHA DO MAGISTÉRIO (Nível médio)

Mônica – P1

Minha mãe trabalhava em escola pública, e eu estudava na escola depois ficava o outro período com ela lá enquanto ela trabalhava, então acredito que minha

influência tenha vindo daí. Com certeza, este fato influenciou minha decisão.

Rosalete - P2

Bom, era um sonho meu desde menina eu adorava brincar de escolinha e ensinar minhas bonecas e aquilo foi crescendo dentro de mim. Quando tive a oportunidade

de me dedicar ao magistério, fiz a opção. E também era um meio de uma mulher sair com uma formação e uma profissão em vista, também, mulher não tinha muita

opção. Minha família era pobre e eu precisa ajudar. Na minha idade os pais queriam que a filha mulher fosse professora. Mas a paixão era aprender a ensinar outras

crianças.

Renata - P3

Na verdade eu não tinha noção do era dar aula, minha irmã já tinha feito alguma coisa na educação, aí eu resolvi a ir para o magistério, porque queria aprender a

ensinar alguém. Como eu tive dificuldade e alguém me auxiliou eu também quero ajudar alguém, por isso entrei no magistério, mas eu não tinha muita noção, eu

tinha 14 anos, em março fiz 15 anos, não muita noção do que era educação. Me assustava um pouco e eu dizia pra minha mãe, não quero ficar minha vida toda

dando aula. Hoje em dia estou mais tranqüila, hoje eu quero dar aula, é isso que eu quero fazer, mas no começo não tinha muita noção. Não encarava dar aula como

profissão. Não queria ficar a vida inteira dando aula achava estressante , achava e continuo achando que não é muito valorizado, mas hoje em dia em gosto, tomei

gosto pela coisa, vejo com mais responsabilidade. Nada como o tempo. O curso me ajudou a ser professora. Me deu uma sustentação tremenda para quem esta

iniciando, ajuda a tornar mais responsável. Quando se é adolescente um curso profissionalizante faz diferença, no SECA tinha outros cursos profissionalizante e o

regular, e os alunos que saiam de lá, saíam como uma outra cabeça, tô falando de maturidade de vida mesmo. Depois do magistério eu fiz história, meu marido

por exemplo, fez história e não fez magistério, é totalmente diferente a forma de encarar uma sala de aula, eles se sentem inseguros, não tem aquela didática nem

aquela coisa manual de saber recortar, de lidar com criança. Eles já vão direto pra faculdade e não tem noção nenhuma.

Mariana - P4

Na verdade, na minha família tem muitos professores, acho que era meio conseqüência, apesar de minha irmã ser psicóloga, professor é a maioria. Apesar de em

casa nunca ninguém ter comentado: precisa ser professor, fui influenciada de certa forma por eles. Meus pais não são professores, meu pai é militar.

Eu achava o magistério interessante, porém faltava instrução. O curso de magistério por si só não dá muita base pra vc dar aula, eu já achava isto na época. Busquei

na faculdade ampliar estas teorias. Quando eu entrei na faculdade no ano seguinte eu senti mais isso ainda, porque na faculdade vc começa a conhecer outras

propostas educacionais e começou a me abrir algumas idéias que eu tinha visto no magistério, porém eu acho que o magistério é bom. Existe uma diferença entre o

professor que faz magistério e o que sai do ensino médio direto pra faculdade. O professor que faz magistério passa por um período de maturidade em sala de aula,

maturidade profissional, aprende a ter uma postura diferente diante da vida.

Por exemplo, eu vejo as professoras pesquisadoras que a gente tem em sala de aula para nos ajudar, elas saíram do ensino médio e entraram em pedagogia através

deste programa de incentivo, e eu vejo um despreparo gigantesco nelas, apesar delas estarem na faculdade e conhecerem teóricos e ter um conceito muito bom sobre

os processos alfabetização, elas tem um despreparo na sala. Não sei se é porque eu sou uma professora muito coruja, eu sinto um certo receio em deixar minha sala

com ela, porque eu sinto nelas um certo despreparo e elas me relatam este despreparo, elas ficam aflitas em algumas situações, não sei se é porque elas estão no

primeiro anos, não sei, mas se tivessem feito magistério, não seriam tão despreparadas. Acho que o magistério ajudaria muito.

4 3. COMO APRENDEU (Vem aprendendo a ser professora)

Mônica - P1

O que me ajudou muito foram professoras mais experientes. Não eram muito tradicionais, usavam métodos misturados, mistos. Eram professoras diferentes,

amigas de trabalho mais experientes que juntas, com vontade de melhorar, nós já alfabetizávamos com textos, tirando palavrinhas dos textos, o que já é um método

diferente de memorização que era só silabas, as famílias e a junção das famílias. Primeiro ensinava o alfabeto, depois íamos para as famílias e iam formando as

palavrinhas depois para frases bem simples. Depois faço todos os cursos que o Estado fornece, e assim vou melhorando. Registrar o que acontece em sala de aula

me ajudou mas Foi muito difícil ter o hábito de registrar tudo, hã.... a formadora nos incentivava a registrar, com nossas próprias palavras, tudo que acontecia.

Todos os dias de todas as matérias. Hoje na minha prática eu faço semanário e registro toda minha aula. Tudo. Entendeu?

Rosalete - P2

Meu tempo de experiência de tudo que fui captando ao longo dos anos, vivenciando as experiências que foram dando certo e vou tomando minhas decisões.

Quando era pequena e estudava, pensava isto vou fazer isto nunca vou fazer com meus alunos. Nem muito no tradicional nem muito no construtivismo, cada

situação é uma realidade, não dá para ser só tradicional, nem só construtivista dentro de uma sala de aula, pois a sala é heterogênea com crianças de todos os tipos,

eu tenho alunos de inclusão, não posso tomar decisão muito rígidas, vou mesclando a teoria com minha experiência prática e aprendendo a ensinar a cada dia.

Renata - P3

É uma junção de coisas porque o L&V contribuiu esclarecendo muitas coisas que eu não conhecia, mas acho que o molejo de trabalhar com alguma criança, a

desenvoltura a didática eu já tinha. Não podemos descartar a experiência que aprendi no dia-a-dia.

Mariana - P4

Sou bastante preocupada com meus alunos, mas acho que poderia me empenhar ainda mais, falta ainda, tenho que sentar e estudar mais estas minhas dúvidas e

buscar soluções para elas, que é uma coisa que não faço. Não sei se é falta de tempo, quando se dá conta já é outro dia, e tem que montar atividades daquele dia e

assim vai, mas um outro curso além do L&V seria bom, não pode acabar nisso tinha que ter uma continuidade.

5 4. CURSOS DE PEDAGOGIA (Ensino superior)

Expectativas

Mônica - P1

Entrei achando que ia ter mais conhecimento da área, escola, aprender mais sobre metodologia, ter mais conhecimento, que ia completar o curso de magistério,

mas o curso também foi muito teórico e com pouca pratica. Como ainda não dava aulas, e pedagogia formava para professor da história da educação, filosofia da

educação talvez para dar aulas no magistério. Queria mais conhecimento e prática, que não teve muito. Ah! Para ter um curso universitário

Um curso universitário era importante naquele momento, porque ele dava a formação de Administração e supervisão e por incrível que pareça, eu ainda não estava

muito na área, por que eu comecei a dar aulas apos concluir pedagogia. Estava preocupada em ter um curso universitário, só isso. O que ele poderia de

proporcionar de bom? Ah! Mais conhecimento, apesar de que hoje pensando, para a área da educação foi fraco. Minha avaliação do curso de pedagogia é que na

minha época achei que o curso não me leva à realidade, entendeu?

Quais suas expectativas ao ingressar no curso de Pedagogia, elas foram atendidas? Entrei achando que ia ter mais conhecimento da área, escola, aprender mais

sobre metodologia, ter mais conhecimento, que ia completar o curso de magistério, mas o curso também foi muito teórico e com pouca pratica. Como ainda não

dava aulas, e pedagogia formava para professor da história da educação, filosofia da educação talvez para dar aulas no magistério. Queria mais conhecimento e

prática, que não teve muito. Não serviu para desafiar minhas concepções na época. Não me questionou nada.

Rosalete - P2

Primeiro, porque para tomar posse no estado depois do concurso a gente tinha que ter nível superior, e como assim que terminei o magistério não pude fazer

porque não tinha nenhuma faculdade de pedagogia na minha cidade, só tinha administração. Naquela época tinha que fazer numa cidade fora e ter que viajar, aí já

tinha casada, tinha filhos pequenos, e aboli a faculdade da minha cabeça por um tempo. A hora que as crianças estiverem maior e eu tiver com quem deixar aí eu

faço. Foi o que aconteceu. Surgiu na minha cidade o curso e eu me inscrevi.

Minhas expectativas ao ingressar no curso de pedagogia foi ter um nível cultural melhor, uma bagagem melhor, tanto para trabalhar em sala de aula, como para ter

mais conhecimento e saber de novos autores, conhecer livros diferentes que falassem sobre educação, porque quando você faz o magistério, tem tudo muito

simples, reduzido, resumido, se aprende o mínimo. A gente tem que estar mesclando, estudando sempre, fazendo cursos, vendo novas coisas. Todos os cursos que

eram dados pela escola do Estado eu fazia todos eles, até mesmo na faculdade quando entrei todos os cursos que a faculdade oferecia eu fazia. Minha expectativa

era adquirir um nível cultural melhor e estar passando depois para meus alunos.

O curso respondeu estas expectativas, porque nós tínhamos seminários e cursos, e a cada curso se aprendia um pouquinho mais, ou então a gente via as mesmas

coisas que vc tinha visto, porém mais avançado, de uma forma diferente, via os autores de outra maneira, começava a pensar diferente. A faculdade em si me

trouxe um grande ganho, fez diferença na minha vida profissional.

Renata - P3

Na verdade estou cursando pedagogia, porque eu terminei o magistério e fiz faculdade de história e não quis fazer pedagogia pois não achava tão importante,

queria fazer uma matéria específica e aí, agora estou cursando pedagogia. É importante devido ao fundamento de alfabetização que o curso de história não dá.

Bom o curso que estou fazendo não é aquele curso que eu vou todo dia, é uma vez por mês, são os textos que estudo em casa que são muito bons, os professores on

line, orientam legal, mas pra quem já tem uma prática, pra quem não tem fica meio evasivo. Uma experiência que tive sobre alfabetização, eu e a outra professora

6 daqui que já tem esta noção do que é alfabetização sabemos sobre hipóteses silábicas, mas quem não tem esta noção dada no magistério, não sabia, ficaram no ar.

Se fosse presencial, a troca com professor pra quem não tem experiência é muito melhor. Este curso é pra quem já tem licenciatura, pra quem não noção do que é

educação o presencial é bem melhor.

Estou fazendo porque passei no concurso e preciso dele pra me efetivar. É por causa do diploma. Entrei agora em 2007 e o curso dura 01 ano. Como só tinha

licenciatura em história, tomei posse com o magistério através de uma liminar, que nos deu 03 anos para fazer o curso, então pra mim p que interessa é o diploma,

porque a experiência estou vivenciando, já tinha o magistério e a faculdade de história. Mas olha, os textos da faculdade são muito bons, alguns eu não tinha

contato, tipo Freinet, Luckesi que fala sobre avaliação, no magistério falamos, mas de forma bem superficial, até o Perrenoud foi superficial, estes textos são mais

profundos e mais trabalhados, tem mais sentido o texto, o magistério é como se fosse um resumo, na faculdade não.

Mariana - P4

Eu não queria fazer pedagogia de jeito nenhum, porque achava um curso banal. Mas como ingressei no Estado por concurso, precisava ter o pedagogia para tomar

posse definitiva, pois apenas com o magistério me permitiu entrar por uma liminar, e eu tive que me comprometer a buscar formação para validar o concurso. Uma

situação obrigada. Fui obrigada a fazer pedagogia.

E eu não estou achando ruim não, estou gostando, só acho que quando você faz uma segunda faculdade você acaba criticando muito a segunda. E o curso não é tão

ruim assim né? Em relação às suas expectativas....Eu daria uma nota 7,0. acho o curso 70%. O curso não é tão ruim assim.

7 5. LETRA E VIDA (Formação continuada)

Formato

Mônica - P1

Olha... o meu durou 2 anos e meio. Aconteceram alguns problemas na DE e eles não venciam o conteúdo em uma aula, então o grupo foi continuando,

continuando. A gente só passava de um capítulo para o outro, apos concluir o anterior. Foi a primeira turma de Letra e Vida na DE Norte 2, em 2002, foi o grupo

piloto.

Rosalete - P2

Se o curso fosse estendido a um período maior com mais tempo para discussão, ele seria melhor, apenas 160 horas complementa aquilo que vc já sabe. Para quem

nunca teve nenhum tipo de curso ele dá uma formação faltando. è um curso para quem já tem outra formação, ele apenas recicla o conhecimento. É bom pq as

crianças mudam, não são sempre as mesmas então a maneira de ensinar tem que ser diferente também.

Renata - P3

Ser uma vez por semana na escola. É isso?

Acho que deveria ser mais de um dia por semana com menos horas por encontro. durar mais de um ano, maior tempo pra tirar dúvidas, para trocar experiências,

não no formato do HTPC. Deveria ter mais teoria. As professoras desta escola teve uma vantagem porque nossa turma foi aqui mesmo na escola, e nós temos uma

estrutura boa, temos vídeo, TV, não precisava tomar condução, estávamos na própria escola onde a gente trabalha, nossa turma recebeu os livros, tem turmas que

não recebeu todos os livros.

Acho que devia ser segunda e terça o conteúdo do curso e quarta só responder dúvidas e trazer atividades pra gente discutir. Todas saímos com muitas dúvidas,

nossa sorte é que nossa formadora é também nossa CP.

Mariana - P4

Olha 03 horas semanais e seguidas era pesado, pesado. E como era semanal, eu não retomava as coisas só ia fazer o trabalho pessoal na outra segunda, correndo, a

não ser que o assunto me chamasse muita atenção, se não esquecia. A não ser que a Ângela CP que também era nossa formadora, durante a semana nos lembrava:

olha não vai esquecer to trabalho pessoal, o fato dela estar aqui me ajudou muito.

Mas este formato de ser uma vez por semana, três horas no mesmo dia era muito pesado. Minha sugestão é dividir em dois encontros de 01 hora e meia. E mais,

tinha que ser um programa de formação continuada na escola, tipo HTPC.

8 5. LETRA E VIDA (Formação continuada)

Formas de ensinar

Mônica - P1

Eu era tradicional...memorização, repetição, no começo da minha carreira era isso, parece que meu serviço era limitado, hoje nesta época do ano meus alunos

produzem pequenos textos, naquela época não, eles faziam frases e frases bobas. O que me ajudou muito foram professoras mais experientes. Não eram muito

tradicionais não, usavam métodos misturados, mistos. Não eram muito tradicionais não, usavam métodos misturados, mistos. Eram professoras diferente, amigas

de trabalho mais experientes que juntas, com vontade de melhorar, nós Já alfabetizávamos com textos, tirando palavrinhas dos textos, o que já é um método

diferente de memorização que era só silabas, as famílias e a junção das famílias. Primeiro ensinava o alfabeto, depois íamos para as famílias e iam formando as

palavrinhas depois para frases bem simples. Sabia que precisava mudar alguma coisa na minha prática, tava cansada de pegar o planejamento do ano passado e

repetir, repetir, sem mudar nada, tinha até uma pasta com as matrizes das atividades, era só rodar no mimeógrafo. Então fiz inscrição numa tentativa de quem sabe

me ajuda a alfabetizar.

Rosalete - P2

Lá (no interior) eu fiz como PROFA E ele não pontuava aqui em São Paulo, e aqui eu fiz como Letra e Vida, já pontuando na minha classificação, que estou

começando agora como concursada.

É..... a pontuação foi decisiva. Também queria ver se tinha alguma diferença e se eu ia aprender coisas novas ver de uma outra forma. O que aprendi na minha

cidade me garantiu uma boa aprendizagem, aqui completou tudo o que já havia visto e acrescentou um pouco mais. Lá tinha leitura, mas a maneira que a pessoa

me passou o curso aqui, as leituras eram diferenciadas a maneira de passar as tarefas. Um completou o outro e foi positivo.

Renata - P3

Muitas vezes a gente pensa: vou dar qualquer coisa e abre o livro e dá. Agora não, tem que procurar atividades visando a dificuldade de cada aluno, sílabas mais

complexas que fazem o aluno pensar, como problematizar, é o antes de dar a aula. Eu não tinha esta preocupação, pegava o livrinho lá e dava qualquer coisa.

Acho que é por isso que os professores não gostam do construtivismo, porque dá trabalho, o silabário e mais fácil de trabalhar, no sócio construtivismo você usa

pouco a lousa e as atividades você já trás.

Outra coisa que eu mudei é ler diariamente para as crianças diversos gêneros textuais. Mudei a idéia de tem que ler, então vou ler na última aula para aquietar as

crianças, não, hj em dia a primeira coisa que faço antes de começar a aula é ler, para despertar na criança o gosto pela leitura.

Apesar de saber que alfabetização é um processo, que umas chegam mais rápido que outras, mas fico desesperada quando um aluno meu não avança.

Mariana - P4

precisa mais tempo nestes momentos de reflexão, porque eu não pensar sozinha sobre uma nova atividade de textos que se sabe de cor, eu propus uma atividade

para meus alunos na semana passada e a Ângela comentou comigo que o enfoque teria que ser outro, eu estava enfocando letra por letra e eles estão em outra fase,

e ela me explicou como deveria montar a atividade, eu não tinha pensado desta forma, porque a proposta do livro era para uma fase de escrita e eu queria usar em

outra e não soube fazer. Isto porque ela foi olhar meu semanário, se não ia continuar no erro. Quantas e quantas pessoas devem fazer a mesma coisa, sem ter um

CP para olhar e orientar. Poderia ter um exemplo assim: textos que se sabe de cor para todas as hipóteses da escrita e o professor a partir daquilo, construiria

outras.

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5. LETRA E VIDA (Formação continuada) Encontros

Mônica - P1

A Formadora chegava lá e fazia a leitura do dia, aí fazia a pauta e começava o conteúdo com bastante discussão aí tinha o café.... tem a tarefa.... Tinha perguntas,

questionários, aplicação com os alunos. Fazíamos durante a semana e discutíamos na reunião da próxima semana e trocávamos, também, experiências. Todos que

quisessem fazer colocações, tinha a oportunidade. Nossa formadora era muito boa e experiente. Passava muita experiência para nós. As opiniões divergentes eram

discutidas, às vezes vc aplica uma atividade e não dá certo, porque foi mal planejada, e isso era discutido, não era visto como erro nosso, mas era apontada se foi

mal planejada, se houve ansiedade na hora de aplicar. O erro era visto com um reconstrução.

Rosalete - P2

No interior nossas reuniões eram dentro da secretaria, ficávamos sentados em círculos ou grupos onde eram discutidos os assuntos, planejava atividades, depois era

exposto para o grupo maior, onde cada um dava sua opinião. Era agradável e gratificante. A formadora passava as informações muito bem, estava sempre bem

preparada. Ela começava lendo em voz alta para nós; depois vinha a rede de idéias; a análise do texto do livro de formação e a gente assistia o vídeo sobre o

assunto do dia, depois havia um momento de leitura compartilhada de outro texto do livro de formação e a retomada da leitura do primeiro texto, que eram as

problematizações, por fim o trabalho pessoal que deveria ser feito durante a semana. Toda aula, aqueles que quisessem, não era obrigado, tinha oportunidade de

falar, se manifestar, dar sua opinião. Era bem produtivo.

Renata - P3

Extremamente dinâmicos, a Ângela e muito dinâmica, já chegava fazendo a leitura. Nossas colegas eram participativas, faziam as tarefas em grupo e depois

explanava, a Ângela valorizava nossas produções e compartilhava o trabalho pessoal com o restante do grupo.

Mariana - P4

Era muito corrido, mas nossa formadora tentava dar o espaço pra gente se colocar, e todo mundo tentava conversar sobre aquele assunto, só que era muito rápido.

No mesmo dia tinha a leitura, os vídeos e as discussões, era muito rápido não dava conta, então as discussões acabavam sendo cortadas, a Ângela tinha que parar

para não acumular a matéria para a aula seguinte, e aí a gente não ia terminar nunca o curso.

Algumas vezes eu quis colocar alguma coisa e não dava tempo, sorte que a formadora era também nossa CP e eu perguntava em particular, se eu fizesse numa

outra escola com outra formadora ficaria perdida estas dúvidas.

105. LETRA E VIDA (Formação continuada)

Problematização

Mônica - P1

A formadora estava sempre bem preparada, ela tem muitas experiências e além disso ela lê muito e trazia muitos livros além dos módulos, e incentivava a gente a

ler. Eu não tinha o hábito de ler e mudou bastante, eu leio muito hoje, e leio para os alunos todos os dias. Ela tinha conhecimento sobre alfabetização, como

crianças aprendem, hipóteses sobre escrita, tinha domínio sobre a turma, ninguém saia no meio da aula, ela é bem carismática. Mesmo no difícil começo em que

éramos muito tradicionais, então teve muito debate e bastante resistência. As pessoas não acreditavam que esta técnica daria certo, ficavam revoltadas e

falavam...”isto não vai dar certo, querem me obrigar”. E a formadora trazia a experiência dela em sala de aula, pois ela pegou classes muito complicadas e difíceis,

então ela contava.

Rosalete - P2

Geralmente as problematizações eram feitas em grupo, a gente discutia no grupo e depois passava as conclusões do grupo para o grupo maior, que eram uns 30

professores mais ou menos. Depois da leitura inicial no grupão, era passado a problematização do dia e as questões que a gente tinha que discutir em grupo e

depois socializava para todos. A mesma coisa aconteceu com o grupo aqui em São Paulo. As reflexões individuais eram feitas durante a semana no trabalho

pessoal.

Renata - P3

Alguns questionamentos que tínhamos apresentávamos para a Ângela e ela tentava responder, mas ela tinha que dar conta do conteúdo e às vezes respondia

correndo. Se a gente tivesse dúvidas sobre uma atividade que não deu certo durante a semana, ele discutia no grupo, mas rapidamente, porque quando uma

começava a falar que tinha dúvidas todo mundo também queria falar e ela tinha que dar conta do conteúdo. Não tinha como ela responder de todo mundo e

dúvidas é o que mais tem.

Faltou um espaço para dúvidas.

Mariana - P4

Possibilitava e muito, principalmente as reflexões individuais. Isto que faltou no PROFA, momentos de reflexão. Mas eu aprendi muito nesta questão de fazer

sondagem, avaliar meus alunos dentro da evolução deles, considerar os erros e trazer estes erros para uma evolução dentro de sala de aula, então aprendi muito, e a

reflexão sobre a própria prática era constante durante a formação do L&V.

Em grupo as reflexões foram poucas. Mas acho que um espaço para reflexões em grupo são muito importantes, muito, nós tentamos fazer isso no HTPC, no dia

em que nos reunimos por série, e conversamos na prática de cada uma e em como agir em relação a determinado conteúdo, mas é pouco, são 50 minutos uma vez

por semana e não dá conta de falar sobre tudo. E no L&V tinha pouco deste espaço e muita gente que não trabalhava com alfabetização e a gente acabava

perdendo tempo em explicar coisas para aquela pessoa, e acabava não refletindo direito sobre as práticas.

O grupo é importante porque vc troca conhecimento e cresce.

11

5. LETRA E VIDA (Formação continuada) Material

Mônica - P1

Rosalete - P2

Acho que são adequados, falta um pouquinho de exemplos nos livros. Outro dia eu queria trabalhar textos que se sabe de cor, fui procurar nos livros e tinha

pouquíssima sugestão de como se trabalhar, falta mais atividades para o professor adequar sua sala de aula, falta mais exemplos.

Renata - P3

Achei muito bom, o terceiro livro que é só de textos é muito bom. Ás vezes tenho vontade de rever os vídeos em casa, seria bom se entregassem um CDzinho para

cada um, seria ótimo, pois só anotar não é suficiente.

A qualidade dos assuntos abordados tanto nos vídeos como nos CDs são muito bons e relevantes.

Mariana - P4

Acho que são adequados, falta um pouquinho de exemplos nos livros. Outro dia eu queria trabalhar textos que se sabe de cor, fui procurar nos livros e tinha

pouquíssima sugestão de como se trabalhar, falta mais atividades para o professor adequar sua sala de aula, falta mais exemplos.

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5. LETRA E VIDA (Formação continuada) Espaço físico

Mônica - P1

Era adequado, porque fizemos no CEFAM 1 (Centros Específicos de Formação e Aperfeiçoamento do magistério) cujo espaço físico era excelente.

Rosalete - P2

Foi adequado, tanto na minha cidade quanto aqui. Talvez porque foi aqui na própria escola que já tem as salas de aula adequadas.

Renata - P3

Foi aqui mesmo na escola, e nós temos uma estrutura boa, temos vídeo, TV, não precisava tomar condução, estávamos na própria escola onde a gente trabalha,

nossa turma recebeu os livros, tem turmas que não recebeu todos os livros.

Mariana - P4

O espaço físico até foi adequado porque nossa turma era pequena umas 45 pessoas, não achava muito grande e tinha muitas faltas, nunca estavam todas lá. O que

era problema, era uma TV de 29’ para uma turma de 45 alunos, então a altura não era muito adequada, e tinha gente que não prestava atenção, sabe aqueles

grupinhos que ficam conversando num canto? Isso era ruim, mas o espaço em si era bom.

1 O CEFAM foi um órgão da rede pública estadual, que oferecia oportunidade para os alunos do ensino médio da rede pública estadual – cursar a 2ª série já na formação para habilitação específica, para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro séries iniciais do ensino fundamental. Cada região tinha um pólo do CEFAM.

135. LETRA E VIDA (Formação continuada)

Fundamentação teórica

Mônica - P1

Mostra o que era antes e explica as fases da educação até chegar no agora e dá para os professores compararem, até em discussão com a minha coordenadora nós

achamos que ficamos muito paradas no tempo. O curso Letra e Vida tinha que ter acontecido bem antes. Os teóricos são Telma Weiz, Jussara Holfmann, alguma

coisa de Emília Ferreiro, não sei se tinha um homem que não me lembro. Não ficou claro os teóricos, lembro da Telma porque ela assinava os textos.

Rosalete - P2

Pausa...... trouxe vários pensadores, mas citar nomes agora....não me lembro.....falava-se muito de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, na linha delas duas.

Mas....não sei dizer o que elas dizem.

Renata - P3

Houve mas não lembro, acho que.....Piaget

Mariana - P4

Tinha que ser um estudo mais pesado sobre estas teorias, a gente tinha que sentar ler, estudar mesmo, outras teoria que vem depois daquilo, como o curso é muito

corrido, a gente acaba não estudando os textos do próprio curso como os da Telma Weinz e Jussara Holfmann. Não aula mesmo a gente apenas pincelava e os

vídeos que eram discussões entre as formadores, era superficial.

145. LETRA E VIDA (Formação continuada)

Pontos Positivos

Mônica - P1

Tudo, porque muda a concepção de ver a alfabetização. O ponto forte é quando a gente descobre que não precisa das sílabas para alfabetizar os alunos, você deve

usar os textos conhecido deles e alfabetiza sem medo. No começo eu ficava com dúvida, mas aos poucos é bom saber que não precisa da junção das sílabas mas

que com texto conhecidos: música, listas de nome, a gente alfabetiza.

Rosalete - P2

Trouxe sim, a maneira de expor a aula, de trabalhar a leitura de formas diferenciadas, repetindo várias vezes a mesma leitura, então assim, vc pega um texto e

começa a ler para a criança, se possível, na versão de mais de um autor. Isso vc capta o olhar dos alunos que eles vibram com isso. Trabalho muita leitura em sala

de aula no início da aula, texto informativo. Atualmente estou trabalhando com jornal em sala de aula, ensinando eles a lidarem com o jornal, explico como

funciona o jornal, que tem vários cadernos, que cada caderno trata de um assunto e depois deparo as folhas do jornal, o que é manchete, o jornal possui data, tem

nome... e coloco as perguntinhas na lousa e eles vão pesquisando no jornal: nome do jornal, se tem numeração de páginas qual o nome do caderno que ele está na

mão, coisinhas básicas, por enquanto. Eles estão amando trabalhar com jornal e como produto final eles estarem montando alguma coisinha com o jornal. Leio

texto instrucional, receitas de bolo, folheto de spermercado. Isso mudou e muito minha prática, e foi através do L&V. Outra coisa é a sondagem que a gente faz e

a cada sondagem vc percebe a evolução da escrita os tipos de erros, que tipo de atividade vc pode fazer para fazer este aluno melhorar. A valorização da escrita o

aluno. Antes do L&V a gente não usava como usamos hj e não tinha o hábito de fazer isso, sondagem era a escrita do aluno, uma redação, mas nunca na primeira

série. Agora desde a primeira série a gente já começa com frases e depois com textos e vai......isso foi contribuição do L&V.

Renata - P3

Éra uma outra visão que eu tinha. Hoje em dia-a-dia eu valorizo mais os conhecimentos dos meus alunos, tento fazer que eles avancem nos conhecimentos deles,

eu planejo minhas aulas, coisa que eu não planejava, tudo isso foi o L&V que me deu este conhecimento.

Em relação às minhas experiências, percebi que preciso evoluir, estar sempre aprendendo, que tenho que repensar minha prática, o que deu certo e adequar as que

não deram, trocar idéias com as minhas colegas. É isso.

Mariana - P4

Me ajudou e me ajuda inclusive a pensar em minhas experiências, muitas vezes busco os livros como manual, nesta questão de alfabetização. Mas tenho muitas

dúvidas ainda. Por exemplo estou trabalhando com reescrita agora, e fico aflita com as crianças que estão nas fase silábico com valor sonoro, quase silábicas

alfabéticas e elas não produzem textos, tenho 15 alunos assim, e eu não sei como lidar o que fazer, os outros já estão indo e eu tenho que parar e voltar com estes,

montar duas atividades diferentes pra sala isso me falta um pouco.

155. LETRA E VIDA (Formação continuada)

Lacunas

Mônica – P1

Eu acho que após o término do curso foi prometido que as reuniões iam continuar pelo menos de 15 em 15 dias, ou uma vez por mês, para trocas de experiências e

validar as atividades de sala de aula pós curso. O ponto fraco é não ter continuidade pedagógica após o curso.

Rosalete - P2

Não senti esta necessidade.

Renata - P3

Não sei se é uma lacuna, mas acho que deveria ter uma continuidade além de simplesmente jogar a idéia, explicar como é que se faz a sondagem, as hipóteses

silábicas e produção de textos, explicar que tem que trabalhar com leitura todo dia, fazer reescrita a partir de uma leitura, é importante, mas quando você não está

mais no curso e vão aparecendo algumas dúvidas, quando uma criança não consegue progredir, e você diz, ta faltando algum referencial teórico, alguma

informação, aí já não tem mais com quem buscar ajuda. Eu tive sorte da minha CP ser também a minha formadora, então recorro a ela porque trabalhamos juntas.

Outras pessoas não tem esta possibilidade, não tem mais contato com ela, a quem ele vão recorrer?

Sem ajuda as atividades ficam repetitivas, você segue as orientações do L&V, mais sempre vai dar cruzadinha? Sempre reescrita? Sempre produção de textos, não

tem outras atividades que se prestam ao mesmo objetivo? Chega uma hora que cansa, deveria ter outra coisa pra eu estar trabalhando com esta criança, aí é onde,

muitas vezes o professor se desespera e acaba trabalhando com o silabário e as famílias, para dar alguma referência para a criança. O L&V não dá receitas, mas no

vídeo que a gente assistente é pedido que a gente anote algumas atividades, mas muitas eu não consigo fazer atividades, talvez porque eu não tenha criatividade,

não consigo criar uma atividade, pego as atividades das minhas colegas. Os problemas talvez sejam de o curso deveria ser uma formação continuada, assim como

para a criança aprender é um processo, para o professor também deveria ter uma capacitação de uma vez por mês, sempre ampliando os conhecimentos deste

professor, um grupo para tirar dúvidas, trocar idéias de atividades, ver outras idéias de intervenções em sala de aula. Deveria o governo estar sempre investindo na

formação de alfabetizadores, já que estão exigindo, dê a formação.

Mariana - P4

A Secretaria da Educação fala que temos que trabalhar projetos, mas o L&V não tivemos tempo de ver muito bem estes projetos, essa idéia de forçar a escola a

trabalhar com projetos, confesso pra você que não sei montar um projeto de língua portuguesa. De 5ª a 8ª até saberia montar, mas em alfabetização sinto uma certa

aflição, foi uma lacuna mesmo no L&V. Vimos muito superficialmente, não foi abordado direito, não sei se a Ângela não gosta de projetos. Tem umas propostas

de gibi, poesia, mas nós apenas lemos os projetos, não tentamos trazer o fundamento de projetos nem tentamos elaborar um.

16

6. CONTRIBUIÇÃO DO LETRA E VIDA Assuntos de impacto

Mônica - P1

Desenvolvi o hábito da leitura, do estudo, perceber que todo aluno tem condições de aprender, cada uma na sua hipótese, um na pré, outro silábico alfabético...

todos aprendem. Antes eu achava que tem alguns que não aprendem, que o que estava na pré tinha problemas, era a visão que nós tínhamos (direção e CP). Tanto

que logo no início do ano, a gente já inseria a letra cursiva, hj em dia não, estamos em agosto e eu ainda estou na letra de forma. Porque fica difícil até fazer um

diagnóstico com letra manuscrita, e a leitura de um livro é em letra de forma. Muda a concepção de ver a alfabetização. O ponto forte é quando a gente descobre

que não precisa das sílabas para alfabetizar os alunos, você deve usar os textos conhecido deles e alfabetiza sem medo. No começo eu ficava com dúvida, mas aos

poucos é bom saber que não precisa da junção das sílabas mas que com texto conhecidos: música, listas de nome, a gente alfabetiza.

Rosalete - P2

Trouxe sim, a maneira de expor a aula, de trabalhar a leitura de formas diferenciadas, repetindo várias vezes a mesma leitura, então assim, vc pega um texto e

começa a ler para a criança, se possível, na versão de mais de um autor. Isso vc capta o olhar dos alunos que eles vibram com isso. Trabalho muita leitura em sala

de aula no início da aula, texto informativo. Atualmente estou trabalhando com jornal em sala de aula, ensinando eles a lidarem com o jornal, explico como

funciona o jornal, que tem vários cadernos, que cada caderno trata de um assunto e depois deparo as folhas do jornal, o que é manchete, o jornal possui data, tem

nome... e coloco as perguntinhas na lousa e eles vão pesquisando no jornal: nome do jornal, se tem numeração de páginas qual o nome do caderno que ele está na

mão, coisinhas básicas, por enquanto. Eles estão amando trabalhar com jornal e como produto final eles estarem montando alguma coisinha com o jornal.

Isso mudou e muito minha prática, e foi através do L&V. Eu não tinha o hábito de ler e mudou bastante, eu leio muito hoje, e leio para os alunos todos os dias.

Outra coisa é a sondagem que a gente faz e a cada sondagem vc percebe a evolução da escrita os tipos de erros, que tipo de atividade vc pode fazer para fazer este

aluno melhorar. A valorização da escrita o aluno.

Antes do L&V a gente não usava como usamos hj e não tinha o hábito de fazer isso, sondagem era a escrita do aluno, uma redação, mas nunca na primeira série.

Agora desde a primeira série a gente já começa com frases e depois com textos e vai......isso foi contribuição do L&V.

Renata - P3

Trabalhar com textos, as crianças produzirem textos que tem significado para elas. Não adianta dar um exercício que a criança não entende, td tem que ter um

porque, vai trabalhar música, então as crianças vão montar palavras da música, vão ler a música, vão produzir um texto referente à música. Ó que me impactou

mais, é ensinar algo que tenha sentido para eles.

Na questão de você saber que a criança tem alguma noção do que é escrita, por exemplo, quando lá no começo do ano a gente ensina o alfabeto, aí ao fazer a

sondagem você dita girafa ele escreve GRF, e você percebe que ele tem noção do que é escrita, e hj em dia é difícil você pegar uma criança pré-silábica que não

teve contato com a escrita, que nunca viu alguém ler e escrever. A maioria das crianças já tem noção do que é escrita, e muitas já vem com valor sonoro. Ela sabe

que cada vez que se abre a boca você escreve uma letra, ela pode até não ter valor sonoro. Ela já sabe que para escrever o nome dela é preciso letras, algumas tem

noção que o que se fala pode se escrever, por isso que a gente faz o ajuste das músicas.

O L&V contribui com isso, pois eu não sabia como intervir com a criança.

17Antes do L&V eu sabia que tinha que fazer uma sondagem mas não sabia como fazer, então quando a Ângela que foi minha formadora do L&V começou a

explicar como è a sondagem, que deve ser no mesmo campo semântico, começando com as polissílabas, trissílabas, dissílabas e monossílabas eu não sabia isto, e

achava que qualquer palavras servia: uma flor, um animal, um alimento. Palavras do mesmo grupo semântico serve para diminuir o leque da criança ela se

concentrar só num grupo, eu não sabia isso. Assim mesmo tenho dúvida, então corro na Ângela e ela mês explica, especialmente as fases onde a criança está.

Outra coisa que eu mudei é ler diariamente para as crianças diversos gêneros textuais. Mudei a idéia de tem que ler, então vou ler na última aula para aquietar as

crianças, não, hj em dia a primeira coisa que faço antes de começar a aula é ler, para despertar na criança o gosto pela leitura.

Apesar de saber que alfabetização é um processo, que umas chegam mais rápido que outras, mas fico desesperada quando um aluno meu não avança, não sei o que

fazer.

Mariana - P4

O que mais contribuiu foi entender e olhar a hipótese de escrita da criança e perceber a evolução. Antes eu achava que aquela criança não ia conseguir aprender

nem progredir e acabava valorizando muito as crianças que já estavam alfabetizadas e pouco as que não estavam alfabetizadas que são as que mais precisam de

mim e de intervenções adequadas. Isto o L&V me ajudou muito. Agora as questões de leitura diária e trazer a leitura pra sala de aula não foi o L&V que me

ajudou, foi minha formação em Letras.

Eu já trabalhava com sondagem por causa do PROFA, mas eu não dava muito valor a sondagem, engavetei, o L&V que me trouxe para valorizar esta sondagem,

e descobrir as atividades que fazem o aluno avançar, pois apesar de saber fazer a sondagem, não sabia o que fazer com ela.

Textos que se sabe de cor foi o que mais usei. Mas eu aprendi muito nesta questão de fazer sondagem, avaliar meus alunos dentro da evolução deles,

considerar os erros e trazer estes erros para uma evolução dentro de sala de aula, então aprendi muito, e a reflexão sobre a própria prática era

constante durante a formação do L&V.

18

6. CONTRIBUIÇÃO DO LETRA E VIDA Mudanças declaradas pela prática

Mônica - P1

A idéia de começar a alfabetizar com nome próprio, para eles conhecerem o nome de todos os amigos, este é o primeiro momento, depois um cartaz de pregas, o

bingo com os nomes das crianças, dou uma cartelinha com os nomes, aí eu “canto” um nome e já problematiza, este nome começa com que letra, termina com que

letra? Esse é o início pra pré-silábicos. Mais pra frente começamos com músicas fazendo a leitura o com reajuste da leitura, depois nós dividimos a música

faltando palavras, depois corto todas as frases da música, embaralha e eles tem que por em ordem. Sempre trabalhando em dupla, onde um aluno está um nível

acima do seu colega. Silábicos com valor sonoro montam as as palavras recortadas, não mais as frases. Para os alfabéticos corto as sílabas e como desafio corto as

letras. Eles tem que montar com letras móveis. Você viu no meu vídeo esta atividade não foi?

Rosalete - P2

as mudanças foram acontecendo aos poucos, gradativamente, não dá pra terminar o curso e dizer: a partir de hoje vou trabalhar construtivista. Não tem como, pois

o método tradicional está muito enraizado em nós, eu aprendi no tradicional, trabalhei muito tempo no tradicional e depois mudar de repente pro construtivismo foi

muito difícil, primeiro a gente vai mesclando, aos poucos, até conseguir trabalhar totalmente construtivista.

Nem sempre o que foi planejado dá certo, as vezes vc prepara a atividade e quando chega na sala de aula ela não acontece, entendeu? Ou fugiu da realidade do seu

aluno, é preciso mudar de estratégia, buscar outros recursos durante a aula e criar outra atividade na hora em que está acontecendo, o L&V dá esta abertura para vc

mudar e fazer estes ganchos.

A maneira de expor a aula, de trabalhar a leitura de formas diferenciadas, repetindo várias vezes a mesma leitura, então assim, vc pega um texto e

começa a ler para a criança, se possível, na versão de mais de um autor. Isso vc capta o olhar dos alunos que eles vibram com isso. Trabalho muita

leitura em sala de aula no início da aula, texto informativo. Atualmente estou trabalhando com jornal em sala de aula, ensinando eles a lidarem com

o jornal, explico como funciona o jornal, que tem vários cadernos, que cada caderno trata de um assunto e depois deparo as folhas do jornal, o que é

manchete, o jornal possui data, tem nome... e coloco as perguntinhas na lousa e eles vão pesquisando no jornal: nome do jornal, se tem numeração

de páginas qual o nome do caderno que ele está na mão, coisinhas básicas, por enquanto. Eles estão amando trabalhar com jornal e como produto

final eles estarem montando alguma coisinha com o jornal. Outra coisa é a sondagem que a gente faz e a cada sondagem vc percebe a evolução da

escrita os tipos de erros, que tipo de atividade vc pode fazer para fazer este aluno melhorar. A valorização da escrita o aluno. Antes do L&V a

gente não usava como usamos hj e não tinha o hábito de fazer isso, sondagem era a escrita do aluno, uma redação, mas nunca na primeira série.

Renata - P3

O preparar aula. Muitas vezes a gente pensa: vou dar qualquer coisa e abre o livro e dá. Agora não, tem que procurar atividades visando a dificuldade de cada

aluno, sílabas mais complexas que fazem o aluno pensar, como problematizar, é o antes de dar a aula. Eu não tinha esta preocupação, pegava o livrinho lá e dava

qualquer coisa.

19Acho que é por isso que os professores não gostam do construtivismo, porque dá trabalho, o silabário e mais fácil de trabalhar, no sócio construtivismo você usa

pouco a lousa e as atividades você já trás.

Outra coisa que eu mudei é ler diariamente para as crianças diversos gêneros textuais. Mudei a idéia de tem que ler, então vou ler na última aula para aquietar as

crianças, não, hj em dia a primeira coisa que faço antes de começar a aula é ler, para despertar na criança o gosto pela leitura.

Apesar de saber que alfabetização é um processo, que umas chegam mais rápido que outras, mas fico desesperada quando um aluno meu não avança.

Mariana - P4

Me ajudou e me ajuda inclusive a pensar em minhas experiências, muitas vezes busco os livros como manual, nesta questão de alfabetização. Mas tenho muitas

dúvidas ainda. Por exemplo estou trabalhando com reescrita agora, e fico aflita com as crianças que estão nas fase silábico com valor sonoro, quase silábicas

alfabéticas e elas não produzem textos, tenho 15 alunos assim, e eu não sei como lidar o que fazer, os outros já estão indo e eu tenho que parar e voltar com estes,

montar duas atividades diferentes pra sala isso me falta um pouco.

Você tem que compreender o aluno ver o que ele está pensando, a realidade dele, então se vc não chega ao aluno corre o risco de dar uma musica que não tem nada

a ver com ele, com a realidade deles, por exemplo, outro dia eles estavam brincando e eu fui falar uma coisa assim tão simples: enceradeira. Eles não sabiam o

que era enceradeira, não sabia o que era o objeto. A mesma coisa aquela história: o boi baba na cuia, não é da realidade deles nem boi nem cuia. O professor tem

que chegar no aluno pra ver qual a realidade dele, seu dia-a-dia, como ele está pensando, para vc planejar o que vai dar, para poder atrair. Porque se não vc vai

ficar dando aula e ele nem aí...

20

6. CONTRIBUIÇÃO DO LETRA E VIDA Praticas desalojadas

Mônica - P1

Cópia, exercícios de prontidão, ba-be-bi-bo-bu, pegar o planejamento do ano passado e aplicar neste ano, pois cada ano é uma realidade, não dá, não dá, minha

série deste ano é totalmente diferente da minha série do ano passado.

Rosalete - P2

Cópia, escreva 10 vezes tal palavra, 20 vezes a tabuada e depois faz uma chamada oral da tabuada. Isto é um martírio pra cabeça do aluno. Eu fui ensinada desta

forma. O L&V veio mostrar pra nós que não adianta ficar batendo na mesma tecla da memorização, mas tem tem que fazer o aluno refletir. Com atividades que

possam ajudar os alunos a avançar. Por exemplo o aluno pré-silábico que pra escrever usa muitas letras que não tem relação com o que você perguntou. Então

você vem com atividades que ajudem o aluno a superar esta fase, com cruzadinhas, caça-palavras, pequenos textos, música que se sabe de cor, explorar a oralidade.

Renata - P3

Exercícios de memorização, copiar sem sentido(fazer as crianças copiarem textos enormes só para registrar a matéria),ir dar aula sem antes ter planejado,desistir de uma atividades antes reavaliar e etc.

Mariana - P4

Não consigo imaginar o que o L&V tenha me ensinado a não fazer nunca mais, talvez seja ignorar as hipóteses de escrita que antes tinham importância secundária

e hoje têm principal relevância em minha prática.

21

6. CONTRIBUIÇÃO DO LETRA E VIDA HTPC

Mônica – P1

Acho o HTPC muito importante pois é o lugar onde a CP nos ajuda a refletir, porque você precisa ter uma pessoa que acredita neste trabalho porque tem escolas

que não aplica porque a coordenadora não acredita e não dá apoio,

No nosso caso tanto a CP como a reflexão com as colegas nos fazem crescer.

Rosalete - P2

Podemos trazer nossas dúvidas que é discutida e levantada hipóteses de como melhorar, a CP fornece atividades que te ajudam a melhorar suas dificuldades. Aqui

nós somos uma equipe onde um ajuda o outro oferecendo atividades que deram certo em sua sala de aula, para o colega tentar em sua sala também. Há esse

envolvimento entre nós.

Renata - P3

É o lugar onde troco experiências com minhas amigas, quando a gente encontra as 08 meninas da primeira série. Considero um grupo de reflexão e crescimento, é

todo mundo trocando experiências, que tem 20 anos de experiência com quem tem só 2. Uma contribuindo com as outras.

O nosso HTPC, é divido em duas etapas, o primeiro dia trocamos idéias dividas por série, planejando conteúdos e possíveis atividades.O segundo dia a

coordenadora é quem encabeça questionamentos da prática em salas de aula, orienta como deve ser as intervenções com os alunos, vários assuntos que lhes são

recomendados pela supervisora de ensino que deve ser de conhecimento dos professores da rede estadual. Acredito que é extremamente importante ser assistidas

de perto e ver um trabalho de equipe acontecer.

Um grupo de reflexão é de eximia importância, a troca de conhecimentos, de experiências, nos leva a reflexão que muitas vezes nos parece não ter solução mas ao

trocar com o outro que está na mesma situação vêm elucidar alguns questionamentos como por exemplo como ajudar um aluno avançar em sua hipótese de escrita.

Mariana - P4

Sim, considero. Acho o HTPC um importante momento de reflexão e de troca de experiências. Lamento que o tempo ás vezes não seja utilizado para tais práticas,

ou melhor, algumas vezes o período do HTPC nem é utilizado.

Um grupo de reflexão permite atualizar propostas didáticas, permite refletir sobre problemas diversos da sala de aula e permite construção de novos

conhecimentos.

22

7. Papel da Coordenadora Pedagógica na Unidade Escolar

Mônica - P1

Você precisa ter uma pessoa que acredita neste trabalho porque tem escolas que não aplica porque a coordenadora não acredita e não dá apoio, as mães também

tem que dar apoio a comunidade também, porque elas foram alfabetizadas de outra forma, então se não tem apoio da direção, da comunidade e da coordenação fica

muito difícil.

Rosalete - P2

Apesar da classe ser do professor e ele ter liberdade de trabalhar do jeito que achar melhor, lógico que é dentro do plano e do regimento da escola, você vai

desenvolver da melhor maneira, porém do seu jeito. A formação nos HTPC’s, pela CP fazem muita diferença em nossa prática, pois a cada HTPC é incutido em

nós algo diferente que nos faz mudar nossa maneira de pensar e trabalhar as atividades dentro da sala de aula.

Renata - P3

Se não estivesse nesta escola tendo apoio da CP, talvez não conseguisse mudar minha prática, pois tudo necessita de um incentivo, como já havia dito, eu gostava

da metodologia, mas não havia recebido orientação, e não tinha uma carta branca para aplica-lá em outras escolas.

Mariana - P4

Hoje, depois do curso tenho certo comprometimento quanto ao respeito aos processos de alfabetização pelos quais passam os alunos. Não sei exatamente se esse

comprometimento se deve só ao L&V, mas tenho consciência de que o curso me ajudou muito e as orientações da CP viabilizam as práticas.

Quantas e quantas pessoas devem fazer o mesmo curso, sem ter um CP para olhar e orientar. Poderia ter um exemplo assim: textos que se sabe de cor para todas as

hipóteses da escrita e o professor a partir daquilo, construiria outras.

23

8. IMAGEM DO PROFESSOR

Mônica - P1

Eu dou aula e faço o melhor e sempre me questiono assim; eu sou aquela professora que eu queria ter pros meus filhos? Sempre me baseio nesta pergunta, todos

os dias e procuro fazer o melhor. Até estava comentando com minha coordenadora que a gente pega o mapeamento de um ano pro outro e vê o progresso, né,

como eu recebi a sala no começo do ano e como como eu entreguei, pois nós vamos mapeando as dificuldades que eu tive, aí eu pego deste ano e a gente vai

comparando, e vou vendo o progresso dos alunos e das minhas atividades.

Rosalete - P2

Eu sou uma pessoa que está no magistério a algum tempo, que tem experiência, que venho buscando novos conhecimentos, novas propostas, tudo que é oferecido

pelo estado eu faço para estar melhorando meu desempenho em sala de aula. Me acho uma boa professora, igual a que queria que meus filhos tivessem: sou

amorosa, sou professora, sou mãe, sei ouvir, então meus alunos me adoram, sei ser rígida no momento certo, as mães não reclamam de mim. Meus alunos

aprendem, a cada momento de sondagem, desde o começo do ano, eu vou vendo o progresso deles, então se você não é uma boa professora não consegue atingir

isso, da mesma maneira que ele entra ele sai no fim do ano. Considero as diferenças, tem criança que tenho que buscar lá no fundo alguma coisa que vc possa

estar inserindo para melhorar a auto estima, para abrir este aluno e ele crescer e melhorar; e tem aqueles que são mais espertos e os que são remediados. O bom

professor consegue enxergar.

Renata - P3

Sou extremamente rígida, gosto de dar o melhor pros meus alunos, vou atrás de pesquisar coisas novas, planejo minhas aulas. Sempre faço cursos, mas acho que o

estado deveria investir mais, este ano nós não tivemos nada, fora o HTPC. Se o Estado quer qualidade deve oferecer treinamento.

Mariana - P4

Sou bastante preocupada com meus alunos, mas acho que poderia me empenhar ainda mais, falta ainda, tenho que sentar e estudar mais estas minhas dúvidas e

buscar soluções para elas, que é uma coisa que não faço. Não sei se é falta de tempo, quando se dá conta já é outro dia, e tem que montar atividades daquele dia e

assim vai, mas um outro curso além do L&V seria bom, não pode acabar nisso tinha que ter uma continuidade.

24

9. Importância do ato de ler e escrever Mônica - P1

È tudo na vida , quando lemos abrimos nosso horizonte para a vida e para novos conhecimentos. Sem a leitura e a escrita, ficamos na dependência de outras

pessoas e não buscamos nossos direitos.

Rosalete - P2

A escrita possibilita a criança a se tornar um adulto que pode trabalhar, ser autônomo, pegar um ônibus, ler uma notícia e saber se diz respeito a ele. A escrita e a

leitura é tudo na nossa sociedade. Quem não domina ta fora do mercado de trabalho.

Renata - P3

A leitura te possibilita um leque de opções, você conhecer outros mundos, outras opiniões. A partir do momento que você lê um outro mundo se abre, quer seja

sobre a culinária, arte, política, e você lendo você pode exercitar sua escrita, pode expressar sua opinião melhor. Você cria um senso crítica sabendo discutir mais

certos assuntos, acho que é esta a importância, também você se tornar um cidadão que pode criticar o meio onde está, não aceitar tudo, discutir.

Mariana - P4

Porque você conhece tudo lendo e escrevendo, você conhece o mundo. Escrever e ler te proporciona exercer cidadania. Acho dificílimo viver sem ler e escrever.

A prática social, brigar por seus direitos, entender coisas que acontece com você, no seu trabalho, na sua vida pessoal, se eu tivesse filhos que ajudaria a questionar

o que eles viram na escola, como pegar um ônibus sem saber ler e escrever. A escrita te proporciona uma libertação de pensamento, porque escrevendo você dá

margem à imaginação. Não me considero escritora, mas as vezes que pego escrevendo coisas que refletem minhas emoções, ou mesmo para preparar minhas aulas

tento relatar o que se passa no meu pensamento naquele momento, por que estou preparando aquela aula