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Michele Doebber Karen Bruck Josias Melo Acompanhamento dos Estudantes Indígenas da UFRGS Coordenadoria de Ações Afirmativas UFRGS

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Michele Doebber

Karen Bruck

Josias Melo

Acompanhamento dos Estudantes

Indígenas da UFRGS

Coordenadoria de

Ações

Afirmativas

U F R G S

Como reconhece Gersem Baniwa, “o interesse dos povos indígenas

pelo ensino superior está relacionado à aspiração coletiva de

enfrentar as condições de vida e marginalização” [...]. Ou seja,

como “ferramenta para promover suas próprias propostas de

desenvolvimento, por meio do fortalecimento de seus

conhecimentos originários, de suas instituições e do incremento

de suas capacidades de negociação, pressão e intervenção dentro

e fora de suas comunidades”.

Por que a demanda crescente por ensino superior?

Por que a demanda crescente por ensino superior?

- Espaço de afirmação da luta política, pautado pelo movimento

indígena organizado

- A universidade como aliada nessa luta e na valorização

(afirmação das identidades étnicas)

- Formação de quadros para realizar a interlocução com a

sociedade envolvente e ocupar cargos hoje ocupados por não

indígenas na condução de políticas governamentais para povos

indígenas

-Equilibrar o diálogo com o Estado

- Formação de professores: educação escolar de ensino básico

também crescente

O acesso e a permanência

Modalidades de Acesso

- Cotas (todas universidades públicas)

- PROUNI (vagas em universidades privadas)

- Graduações Interculturais (26 licenciaturas)

Ingresso por meio de Cotas

1) reserva de vagas (disputa com todos os candidatos)

2) bônus (agrega pontos no processo seletivo)

3) vagas suplementares (processo seletivo específico)

Até o início da semana, UFPA registrou a

inscrição de 170 candidatos no concurso

(Foto: Divulgação/UFPA)

1.300

13.000

2002 2012

Estudantes indígenas no Ensino Superior

Estudantes indígenas no ES

U F R G S

Ingresso indígena na UFRGS: como funciona

- Articulação com diferentes parceiros (CEPI, FUNAI, SEC, escolas indígenas...)

- Realização de uma assembleia com representantes de Terras Indígenas do estado do Rio Grande do Sul

- Edital para inscrição no processo seletivo destinado a candidatos indígenas pertencentes às etnias residentes no território nacional

- Identificação dos candidatos, através de documento fornecido pelas lideranças indígenas

- Cronograma de ações que viabilize o ingresso: seleção, recepção e matrícula, moradia, bolsa, escolha de um professor orientador e um colega monitor...

- Ações de acompanhamento

Assembleias para escolha dos cursos

Cursos escolhidos na UFRGS

Saúde: Medicina, Enfermagem, Odontologia, Farmácia, Nutrição, Psicologia, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Saúde Coletiva

Educação: Pedagogia, História, Letras, Matemática, Ciências Sociais, Biologia, Educação Física, Geografia

Direito, comunicação, arte e assistência: Ciências Jurídicas e Sociais - Direito, Jornalismo, Serviço Social, Artes Visuais, Políticas Públicas

Ciências da Terra: Agronomia

Outros: Engenharia Mecânica

24 cursos

“Escolhi o curso de Odontologia pela necessidade do meu povo. A saúde bucal é uma questão muito séria

nas aldeias, pois quando os indígenas passaram a consumir mais alimentos industrializados, a ingerir

mais açúcar, teve aumento de cárie e, consequentemente, a perda dentária. Antigamente, meu povo não sofria tanto com esse problema, pois os indígenas se alimentavam com comidas típicas,

que não causavam tanto dano aos dentes”.

(MALAQUIAS, 2012 – estudante Odontologia/Enfermagem)

Processo Seletivo Específico (PSI)

• Porto Alegre e Passo Fundo

• Prova de português e redação

Inscritos no processo seletivo UFRGS

0

20

40

60

80

100

2008 2009 2010 2011 2012

43

84 78 80 79

Fonte: CAPEIn

Números gerais

Vagas oferecidas (2008-2014): 70 vagas

Vagas ocupadas: 65 vagas

(9 guaranis, 53 kaingangs, 1 inca)

Estudantes matriculados: 45

Diplomados: 3

Acompanhamento

• Acolhimento e acompanhamento da primeira matrícula • Auxílio para acessar benefícios • Reuniões periódicas com estudantes (mail list e facebook) • Atendimento presencial na CAF (prioritário) • Orientador e monitor • Contato direto com coordenação dos cursos • Capacitação de servidores (técnicos, professores,

monitores, orientadores) • Acompanhamento de desempenho • Apoio pedagógico e mediação com os cursos • Oficinas específicas e apoio à eventos • Transferência interna entre cursos

Acolhimento

Apoio à permanência 1) apoio material: bolsa (cuja contrapartida é dedicar-se aos estudos), vaga para morar na casa do estudante, auxílio transporte, auxílio creche, refeições no RU, auxílio para a aquisição de materiais didáticos (cópias, equipamentos). 2) apoio pedagógico: um professor orientador e um estudante monitor. Equipe de acompanhamento da Coordenadoria de Ações Afirmativas em conjunto com Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, Pró-Reitoria de Graduação e Comissão de Graduação dos cursos.

- Sala de informática na Casa do Estudante, com monitoria específica - Incentivo no acesso a bolsas acadêmicas e projetos - Curso de Leitura e Escrita na Universidade para Estudantes Indígenas - Curso de Inglês (NELE) - Oficinas de elaboração de resumos, pôster para eventos, informática - Apoio à participação em eventos (como o Encontro Nacional de Estudantes Indígenas)

Qualificação da permanência

Atribuições do orientador e do monitor:

Acolher o estudante indígena na universidade e apoiar a sua permanência (acadêmica e pessoal).

Um caminho de duas vias:

- o estudante indígena aprende a universidade e sente uma certa segurança;

- um processo de sensibilização e formação do professor e do aluno (não indígena) sobre a temática indígena e, às vezes, estendendo-se aos demais.

Ano Ingresso Curso Situação Acadêmica

Créditos Integralizados

2008 Direito Diplomado 100,00% 2008 Enfermagem Diplomada 100,00% 2008 Pedagogia Matriculado 94,86% 2008 Medicina Matriculado 78,25% 2010 Educação Física Matriculado 61,80% 2010 Serviço Social Matriculado 54,85% 2011 Pedagogia Matriculado 50,47%

2010 Pedagogia Matriculada - Transferência Interna Matemática para

Pedagogia 49,53% 2012 Ciências Sociais Matriculado 47,40% 2008 História Trancado (2013/2-2014/2) 38,54% 2009 Direito Matriculado 29,09% 2010 Agronomia Matriculado 28,57% 2012 Enfermagem Matriculado 27,14% 2009 Enfermagem Matriculado 25,65% 2009 Medicina Matriculado 24,14% 2009 Nutrição Matriculado 23,38% 2012 Pedagogia Matriculada 22,90% 2008 Jornalismo Desligado 22,45% 2013 Direito Matriculado 18,18% 2012 Odontologia Matriculado 17,86% 2008 Agronomia Matriculado 17,58%

Sistematização: Acompanhamento do curso

2008 Letras Desligado 17,33% 2012 Fisioterapia Matriculado 15,51% 2010 Odontologia Desligada 13,69% 2013 Serviço Social Matriculado 13,59%

2008 Enfermagem Matriculado - Tranferência interna da Odontologia para

Enfermagem 11,83% 2009 História Matriculado 10,87% 2011 Medicina Matriculado 10,27% 2011 Odontologia Desligada 10,12% 2010 Direito Desligado 8,10% 2011 Serviço Social Desligada 7,77% 2010 Pedagogia Transferência Interna 7,01% 2010 Biologia Matriculado 6,79% 2013 Odontologia Matriculado 6,55% 2013 Geografia Matriculado 6,31% 2011 História Desligado 5,43% 2012 Psicologia Matriculada 5,11% 2011 Psicologia Matriculado 5,11% 2013 Enfermagem Matriculado 4,30% 2011 Biologia Matriculado 4,07% 2009 Odontologia Desligado 4,07%

2011 Medicina Matriculada - Transferência interna Enfermagem para

Medicina 3,77%

2012 Odontologia Matriculada - Tranferência interna História para

Odontologia 3,27%

2011 Medicina

Veterinária Desligado 2,95% 2013 Medicina Matriculado 2,74% 2009 Agronomia Desligado 2,39%

2011 Farmácia Abandono 2,37% 2009 Ciências Sociais Desligado 1,16% 2014 Artes Visuais Matriculado 0,00% 2014 Direito - Diurno Matriculado 0,00% 2013 Ed. Fisíca Matriculado 0,00% 2010 Enfermagem Desligada 0,00% 2014 Enfermagem Matriculada 0,00%

2012 Engenharia Mecânica Readmissão de Abandono 0,00%

2014 Fisioterapia Matriculado 0,00% 2013 História Desligado 0,00% 2010 Medicina Desligada 0,00% 2014 Medicina Matriculado 0,00% 2012 Medicina Readmissão de Abandono 0,00% 2014 Políticas Públicas Matriculado 0,00% 2012 Nutrição Matriculada 0,00% 2014 Nutrição Matriculado 0,00% 2014 Odontologia Matriculado 0,00% 2009 Pedagogia Desligado 0,00% 2014 Saúde Coletiva Matriculado 0,00% 2014 Serviço Social Matriculado 0,00%

Capacitações

Refletindo sobre estratégias de

acompanhamento dos

estudantes indígenas da UFRGS

Formatura

Universidade: espaço de diálogo intercultural?

Desafios e possibilidades para os estudantes indígenas na universidade

- Adequação aos tempos e ritmos acadêmicos e urbanos;

- Situações de desconforto diante de algumas incompreensões e diferenças;

- A ausência de situações (disciplinas, programas de ensino, espaços e tempos diferenciados) que deem conta da temática indígena, que dialogue com os modos de vida de cada povo – constante estranhamento.

O estreitamento dos laços de amizade e cumplicidade, a inserção efetiva e afetiva do estudante em seu curso, o

reforço e valorização da sua presença (vista como potência), são as iniciativas que mais funcionam para a permanência.

A presença de estudantes indígenas na universidade

poderá se constituir num movimento de troca de

saberes e conhecimentos, dirimindo a ignorância que

ainda predomina no seio da universidade e, quiçá,

anunciando um diálogo intercultural que leve em

consideração uma relação de reciprocidade.

OBRIGADA!!!

Transferência Interna 2013

• Ciências Sociais

• Comunicação Social – Jornalismo

• Enfermagem

• Matemática – Licenciatura

• Medicina

• Odontologia

• Pedagogia

• Psicologia

Odontologia

Enfermagem

História

História

Curso de Leitura e Escrita na Universidade para Estudantes Indígenas

• 2008/2 – 2012/1 – Curso de Inglês para Estudantes Indígenas (CIEI)

• 2012/2 – 2013/2 – Curso de Leitura e Escrita na Universidade para Estudantes Indígenas (LEUI)

Nas edições do CIEI, o foco do curso era a leitura em inglês, visando à participação confiante dos estudantes em demandas de leitura em seus cursos de graduação. O objetivo era que os estudantes não virassem as costas para os textos em inglês e pudessem se sentir aptos a participar de atividades nos cursos de graduação a partir desses textos, ampliando assim a possibilidade de construir novos conhecimentos e de conferir novos contornos à própria realidade. Através do diálogo constante, foi constatado que as demandas dos estudantes não se relacionavam somente à leitura em língua inglesa, e que a exigência em ler em inglês dependia muito do grupo de alunos, dos cursos e das disciplinas em que estavam matriculados. Outro fato importante foi que, apesar de o curso ter sido inicialmente planejado para alunos frequentando os dois semestres iniciais, alguns estudantes continuaram participando, exigindo, portanto, que as unidades pedagógicas e as tarefas propostas fossem sempre renovadas, para ampliar e aprofundar os estudos dos alunos antigos e contemplar as necessidades dos estudantes novos. Tendo em vista essa dinâmica de (re)construção conjunta do curso, pelos professores estagiários[1] e estudantes, no ano de 2012 o curso começou a tomar nova forma e novos objetivos começaram a ser visados. O novo curso (LEUI) é uma extensão do primeiro, englobando os objetivos do CIEI, mas também ampliando-os, reformulando-os e propondo o desenvolvimento de projetos pedagógicos, com a elaboração de produtos finais publicáveis para cumprir as metas de participação política e acadêmica de cada grupo de estudantes matriculados em cada edição do curso. Em decorrência dessas mudanças, o inglês deixou de ser a principal língua enfocada no curso, para dar espaço a múltiplas línguas e letramentos, a línguas que sejam necessárias para cumprir os objetivos de cada projeto em sua singularidade. Isso gerou maior abertura para produtos finais diversos, sejam em inglês, português ou na língua indígena dos estudantes. Nesse sentido, ao invés de ser exclusivamente um curso de leitura de textos acadêmicos em inglês, tornou-se um curso em que os estudantes leem, escrevem e discutem nas línguas que sejam relevantes para o desenvolvimento e a efetiva realização de um projeto. Projeto que os integrantes do curso decidem conjuntamente, do qual se sintam participantes e autores, e no qual a voz dos estudantes indígenas é determinante para o sucesso do que está sendo visado como produção final.

Escolha de cursos pelas lideranças (2008-2014)

2008: • Agronomia • Ciências jurídicas e Sociais – (Direito) • Comunicação social - Jornalismo • Enfermagem • História (Lic.) • Letras (Lic.) • Matemática • Medicina • Odontologia • Pedagogia

2009: • Agronomia • Ciências jurídicas e Sociais – (Direito) • Ciências Sociais • Enfermagem • História (Lic.) • Letras (Lic.) • Medicina • Nutrição • Odontologia • Pedagogia

2010: • Agronomia • Ciências jurídicas e Sociais – Direito • Ciências Biológicas • Educação física (Lic.) • Enfermagem • História (Lic.) • Matemática • Medicina • Odontologia • Serviço Social

2011: • Ciências Biológicas • Enfermagem • Farmácia • História (Lic.) • Medicina • Medicina Veterinária • Odontologia • Pedagogia • Psicologia • Serviço Social

2012: • Ciências Sociais • Enfermagem • Engenharia Mecânica • Fisioterapia • História (lic.) • Medicina • Nutrição • Odontologia • Pedagogia • Psicologia

2013: • Ciências Jurídicas e Sociais (Direito) • Educação Física • Enfermagem • Geografia • História • Medicina • Odontologia • Pedagogia • Psicologia • Serviço Social

2014: • Ciências Jurídicas e Sociais (Direito) • Odontologia • Fisioterapia • Enfermagem • Artes Visuais • Saúde Coletiva • Medicina • Nutrição • Serviço Social • Políticas Públicas

Na efetivação desta política, o diálogo intercultural se estabelece de fato e em que situações?

Que mecanismos epistemológicos colocam-se em ação para construir a imagem social do outro e com ele estabelecer (ou não) relações?

Poderíamos pensar então que esta convivência, que coloca em interação diferentes modos de vida na universidade, seria inevitavelmente um caminho para um diálogo intercultural?

- Sim e não: há uma ambiguidade, porque a interação é conflituosa, violenta e pautada por muitas incompreensões e imposições – porém há uma presença e uma convivência.

Ocorreu na semana passada a segunda edição da Semana com a Cultura Guarani-Mbyá. Durante cinco dias escolas, alunos e funcionários da UFRGS e a comunidade em geral visitaram a Tekoá Pindó Mirim para uma atividade de

vivência, aprendizagem e diálogo intercultural. AGUYJEVETE!

“Nunca pensei tanto na minha identidade indígena

como aqui!” “Aqui a gente tem que ser índio

mesmo!”. São depoimentos que mostram que as

identidades étnicas são construídas histórica e

socialmente, assim como as fronteiras éticas, que

conformam as identidades coletivas.

Buscar frases do livro

- Inelligentsia → intelectual indígena, que emerge e

atua nos movimentos, faz a interface com a academia.

- É o que exige a valorização do conhecimento oral.

- É o que diz: “agora, na universidade, deixamos de ser

objetos, para sermos sujeitos da pesquisa”.

-É o que traz para a universidade o conhecimento do

seu povo.

- É o que se sente forte porque aprende também o

conhecimento do outro mundo.” Aprendi a viver nos

dois mundos”!

O significado do Tutor (Professor Orientador) e

do Monitor (colega do mesmo curso)

“não é suficiente pensar só no ingresso, essa

discussão deverá ser acompanhada pela preocupação

com a permanência”.

Qualificar e potencializar a permanência do

estudante indígena na universidade não se resume

apenas em providenciar apoio material, mas no

acompanhamento pedagógico efetivo e afetivo a cada

estudante.

Cursos que encaminham para Faculdades Indígenas:

- Roraima – UFRR - Instituto Insikiran (Licenciaturas e Gestão Territorial Indígena)

– Mato Grosso – UNEMAT (Faculdade Indígena Intercultural – Licenciaturas e Formação de Gestores);

- Minas Gerais – UFMG (Licenciatura Intercultural Indígena – oferta regular).

Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica (UFSC – sul do Brasil)

Envolve Povos Guarani, Kaingang e Xokleng

- Licenciatura da Infância: Formação inicial comum para a docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental das escolas indígenas

- Licenciatura das Linguagens: Ênfase Línguas Indígenas

-Licenciatura em Humanidades: Ênfase Direitos Indígenas

Organização curricular básica : Tempo-Universidade e Tempo-Comunidade (Pedagogia da Alternância)

3) PÓS-GRADUÇÃO

Não há uma política que fomente e ou apoie

Mestrados e doutorados: cerca de 100 estudantes em curso; 40 teses e dissertações já defendidas (Programa de bolsas da Fundação Ford e mais recentemente CAPES E CNPq)

Especializações (Pós-graduação lato sensu, principalmente nas áreas de educação e saúde)

• De que forma os conhecimentos indígenas se relacionam com os conhecimentos acadêmicos?

• Que relações são estabelecidas tendo em vista o diálogo entre diferentes racionalidades, cosmologias, processos de aprendizagem?

Lógica indígena e lógica acadêmica: diálogo possível?

• Conhecimento do ponto de vista ocidental: quatro etapas – uma realidade que se dá fora do sujeito; o conhecimento dessa realidade; um saber que resulta da administração dos conhecimentos ou ciência; ação que volta sobre a realidade para modificá-la solução dos problemas fora de nós, no mundo exterior (Rodolfo Kusch)

• Conhecimento universitário: predominantemente disciplinar, organizado de forma hierárquica, processo de produção descontextualizado do cotidiano da sociedade (Boaventura de Souza Santos)

• Se relaciona com um saber para viver

• Funda-se fortemente na afetividade, na adesão emocional visão global do mundo

inteligência visão analítica do mundo

• Predomínio de uma atitude contemplativa

• Considera o mundo em sua totalidade, visão orgânica

• É um saber do como ou das modalidades, do como se faz – saber ocidental regido pelo princípio da causalidade, solucionismo intelectual e ativo, urgência de um fazer constante

• Estreita relação entre saber e rito: o conhecimento se relaciona com criar, multiplicar, deixar acontecer, em suma, um saber para viver

• El mundo es así, um puro acontecer

Em que consiste o saber indígena e de onde provém?

GRACIAS!!!!

População Indígena no Brasil (dados de 2010):

- 817.963 (0.4% da população brasileira)

Estado de Roraima: 11% da pop. indígena; RS: 0.3%

Região norte: (37,4 % da pop. indígenas) 35% de

universidades com vagas para indígenas.

Região sul:(9.2 % da pop. Indígena) 61% das

universidades oferecem vagas.

Terras indígenas: área de 112.703.122 hectares

(13 % da área total do Estado brasileiro.)

Por que a demanda crescente por ensino

superior?

Embora a maioria das escolas indígenas brasileiras

ainda ofereça apenas os anos iniciais do ensino

fundamental, em 2009 o Censo Escolar registrou

2.550 escolas distribuídas em Terras Indígenas

de todo o território nacional, em contraste com as

1.392 escolas indígenas que constavam em 2002,

evidenciando a quase duplicação em menos de uma

década.