ad005_16

1
5 ANEXO D 16/5/2010 CAPA COSTURANDO COSTURANDO A rtesanato é, essencial- mente, todo tipo de trabalho manual. As diversas técnicas se popularizaram com o tempo e continuam ganhando mais adeptos. Em Joinville, não é diferente. Há muitas pessoas que fazem artesanato na cidade, mas poucos pensam nesta ati- vidade como único trabalho, como única fonte de renda. Geralmente, encaram como uma segunda opção ou apenas como hobby. Entre tantos arte- sãos, um grupo de moradoras do Parque Guarani está desenvol- vendo, além da habilidade ma- nual, um talento empreendedor. Com tecidos, retalhos, li- nhas e agulhas, essas mulheres dão vida à bonecas de pano. Lela Magrela é a mais famosa delas. As artesãs criaram uma identidade regional no trabalho, simbolizando a cultura local. O moinho joinvilense é represen- tado em formato de flor, marca de todos os produtos da confec- ção, que inclui bolsas e chavei- ros. Para confeccionar as peças, parte da matéria-prima é doada por indústrias têxteis, com o apoio do Consulado da Mulher – primeiro e principal parceiro do ateliê Planeta Retalho. Diariamente, três artesãs trabalham no local, mas o grupo conta com outras 20 colabo- radoras. Número que sempre aumenta. Quando recebem en- comendas grandes, contam com a participação das costureiras do bairro para a confecção das peças – que ganham pela produ- ção. Cooperativismo é a palavra. Desde o preparo da matéria- prima até ao acabamento, todas colaboram. “Queremos juntar a comunidade. Queremos que o pessoal do bairro também par- ticipe”, explica a artesã Gilmara ARTE E SONHOS ARTE E SONHOS Dias do Rosário. O horário de produção é das 8 às 11 horas e das 14 às 17 horas no ateliê, mas é flexível, conforme a necessida- de das artesãs, que conciliam a atividade com os papeis de mãe, esposa e dona de casa. Além do retorno financeiro, o projeto desenvolve outros aspectos. “O objetivo do Con- sulado da Mulher é estimular atividades de geração de renda para mulheres com vulnerabili- dade social, mas com qualidade de vida. Porque além do produ- to, elas desenvolvem relações interpessoais”, explica Lúcia dos Santos Neitsch, coorde- nadora de projetos sociais do Consulado da Mulher de Join- ville. Atualmente, este é o único grupo de costura assessorado pela instituição, que auxilia outras artesãs. “Somos especia- listas em encorajar as pessoas a fazerem algo para amenizar a exclusão”, ressalta Lúcia. O Planeta Retalho começou a ser gestado quando o Consulado da Mulher de Joinville ofereceu uma oficina de artesanato para os pais e responsáveis dos alunos da Escola Municipal Prefeito Bal- tazar Buschle, que fica no bairro Parque Guarani. A instituição enviou bilhetes convidando para a palestra. A partir desta reunião, definiram qual era a necessida- de das moradoras e ofereceram duas oficinas: culinária e corte e costura. Ao todo, foram 20 vagas. O desenvolvimento do grupo ainda contou com o apoio de uma empresa têxtil de Blumenau, a Dudalina. Das 20 mulheres lá do início, sete continuaram. A voluntária do Consulado Marinalva Damiana Alves Gil acompanhou as mora- doras em um treinamento, em que aprenderam a fazer bolsas, aventais, jogos-americanos e luvas de cozinha. Depois do curso, que ocorreu em 2009, apenas Gilmara continuou no projeto. Semanalmente, ela costurava em uma das salas da escola, com o equipamento doado pelo Consulado. Quan- do o projeto ganhou mais uma máquina de costura, o ateliê foi transferido para a casa de Mari- nalva, no bairro Boehmerwald. Trabalhando juntas, a voluntária e a artesã tornaram-se amigas e entusiastas do projeto. Mais tarde, o Consulado da Mulher conseguiu unir a vontade de trabalhar de Gilma- ra com a experiência de outra voluntária, Marivande Mafra dos Santos, criadora da boneca Lela Magrela. Hoje, com estrutura ampliada, o ateliê se mudou para um espaço no bairro Itaum, próximo ao Parque Guarani, onde moram a maioria das ar- tesãs. Outras mulheres também aproveitaram a oportunidade e o Planeta Retalho continua a girar. Cooperativa criada com o apoio do Consulado da Mulher e do Sebrae está gerando renda para mulheres que moram no bairro Parque Guarani, em Joinville SEGUE STOCK.SCHNG, DIVULGAÇÃO

description

CAPA Cooperativa criada com o apoio do Consulado da Mulher e do Sebrae está gerando renda para mulheres que moram no bairro Parque Guarani, em Joinville 5ANEXOD 16/5/2010 SEGUE ➧ STOCK.SCHNG, DIVULGAÇÃO

Transcript of ad005_16

Page 1: ad005_16

5ANEXO D16/5/2010

CAPA

COSTURANDOCOSTURANDO

Artesanato é, essencial-mente, todo tipo de trabalho manual. As diversas técnicas se popularizaram com

o tempo e continuam ganhando mais adeptos. Em Joinville, não é diferente. Há muitas pessoas que fazem artesanato na cidade, mas poucos pensam nesta ati-vidade como único trabalho, como única fonte de renda. Geralmente, encaram como uma segunda opção ou apenas como hobby. Entre tantos arte-sãos, um grupo de moradoras do Parque Guarani está desenvol-vendo, além da habilidade ma-nual, um talento empreendedor.

Com tecidos, retalhos, li-nhas e agulhas, essas mulheres dão vida à bonecas de pano. Lela Magrela é a mais famosa delas. As artesãs criaram uma identidade regional no trabalho, simbolizando a cultura local. O moinho joinvilense é represen-tado em formato de flor, marca de todos os produtos da confec-ção, que inclui bolsas e chavei-ros. Para confeccionar as peças, parte da matéria-prima é doada por indústrias têxteis, com o apoio do Consulado da Mulher – primeiro e principal parceiro do ateliê Planeta Retalho.

Diariamente, três artesãs trabalham no local, mas o grupo conta com outras 20 colabo-radoras. Número que sempre aumenta. Quando recebem en-comendas grandes, contam com a participação das costureiras do bairro para a confecção das peças – que ganham pela produ-ção. Cooperativismo é a palavra. Desde o preparo da matéria-prima até ao acabamento, todas colaboram. “Queremos juntar a comunidade. Queremos que o pessoal do bairro também par-ticipe”, explica a artesã Gilmara

ARTE E SONHOSARTE E SONHOS

Dias do Rosário. O horário de produção é das 8 às 11 horas e das 14 às 17 horas no ateliê, mas é flexível, conforme a necessida-de das artesãs, que conciliam a atividade com os papeis de mãe, esposa e dona de casa.

Além do retorno financeiro, o projeto desenvolve outros aspectos. “O objetivo do Con-sulado da Mulher é estimular atividades de geração de renda para mulheres com vulnerabili-dade social, mas com qualidade de vida. Porque além do produ-to, elas desenvolvem relações interpessoais”, explica Lúcia dos Santos Neitsch, coorde-nadora de projetos sociais do Consulado da Mulher de Join-ville. Atualmente, este é o único grupo de costura assessorado pela instituição, que auxilia outras artesãs. “Somos especia-listas em encorajar as pessoas a fazerem algo para amenizar a exclusão”, ressalta Lúcia.

O Planeta Retalho começou a ser gestado quando o Consulado da Mulher de Joinville ofereceu uma oficina de artesanato para os pais e responsáveis dos alunos da Escola Municipal Prefeito Bal-tazar Buschle, que fica no bairro Parque Guarani. A instituição enviou bilhetes convidando para a palestra. A partir desta reunião, definiram qual era a necessida-de das moradoras e ofereceram duas oficinas: culinária e corte e costura. Ao todo, foram 20 vagas.

O desenvolvimento do grupo ainda contou com o apoio de uma empresa têxtil

de Blumenau, a Dudalina. Das 20 mulheres lá do início, sete continuaram. A voluntária do Consulado Marinalva Damiana Alves Gil acompanhou as mora-doras em um treinamento, em que aprenderam a fazer bolsas, aventais, jogos-americanos e luvas de cozinha. Depois do curso, que ocorreu em 2009, apenas Gilmara continuou no projeto. Semanalmente, ela costurava em uma das salas da escola, com o equipamento doado pelo Consulado. Quan-do o projeto ganhou mais uma máquina de costura, o ateliê foi transferido para a casa de Mari-nalva, no bairro Boehmerwald. Trabalhando juntas, a voluntária e a artesã tornaram-se amigas e entusiastas do projeto.

Mais tarde, o Consulado da Mulher conseguiu unir a vontade de trabalhar de Gilma-ra com a experiência de outra voluntária, Marivande Mafra dos Santos, criadora da boneca Lela Magrela. Hoje, com estrutura ampliada, o ateliê se mudou para um espaço no bairro Itaum, próximo ao Parque Guarani, onde moram a maioria das ar-tesãs. Outras mulheres também aproveitaram a oportunidade e o Planeta Retalho continua a girar.

Cooperativa criada com o apoio do Consulado da Mulher e do Sebrae está gerando renda para mulheres que moram no bairro Parque Guarani, em Joinville

SEGUE ➧

STOCK.SCHNG, DIVULGAÇÃO