Adelaide Câmara - ebookespirita.org · Venho hoje conversar um pouco convosco sobre os ... deveis...

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  • Adelaide Cmara Adelaide Cmara Adelaide Cmara Adelaide Cmara Grandes Espritas do Brasil(*)(*)(*)(*)

    ADELAIDE AUGUSTA CMARA foi uma das mais devotadasfiguras femininas do Espiritismo no Brasil, bem conhecida pelo seupseudnimo de AURA CELESTEAURA CELESTEAURA CELESTEAURA CELESTE.

    Encarnou na cidade de Natal, Estado do Rio Grande doNorte, em 11 de janeiro de 1874, e desencarnou na cidade do Riode Janeiro, em 24 de outubro de 1944.

    Aura Celeste veio para a antiga Capital Federal em janeiro de1896, graas ao auxlio de alguns militantes do Protestantismo, acuja religio pertencia, os quais lhe propiciaram a oportunidade delecionar no Colgio Ram Williams, o que fez com muitaproficincia, durante algum tempo, at que organizou em suaprpria residncia, um curso primrio, onde muitos homensilustres do meio poltico e social brasileiro aprenderam com ela asprimeiras letras.

    Foi nesse perodo de sua vida, no ano de 1898, quecomeou a sentir as primeiras manifestaes de suas faculdadesmedinicas. Nessa poca, o grande Bezerra de Menezes dirigia osdestinos da Federao Esprita Brasileira, revestido daquela aurolade prestgio e de respeito que crentes e descrentes lhe davam, e oEspiritismo era o assunto de todas as conversas, no s pelosfenmenos e curas medinicas, como pela propaganda falada,pelos livros e pela imprensa.

    Sob a sbia orientao de Bezerra de Menezes comeou asua notvel carreira medinica como psicgrafa, no Centro EspritaIsmael. O grande apstolo do Espiritismo brasileiro, pela suaconhecida clarividncia, prognosticou, certa vez, que AdelaideCmara, com as prodigiosas faculdades de que era dotada, um diaassombraria crentes e descrentes. E essa profecia de Bezerra nose fez esperar, pois em breve Adelaide Cmara, como mdiumauditiva, comeou a trabalhar na propagao da Doutrina, fazendoconferncias e receitando, com tal acerto e exatido, que o seunome se irradiou por todo o Pas.

    Com a desencarnao do inolvidvel mestre, doutor Bezerrade Menezes, em 1900, Adelaide Cmara aproximou-se do grandeseareiro que foi Incio Bittencourt e, nas sesses do Crculo EspritaCritas, passou a emprestar o seu concurso magnfico comomdium e como propagandista de primeira grandeza.

  • Contraindo npcias em 1906, os afazeres do lar, e aeducao dos filhos mais tarde, obrigaram-na a afastar-se dapropaganda ativa nos Centros, mas, nem por isso, ficou inativa.Nas horas de lazer, entrava em confabulao com os guiasespirituais, e pde receber e produzir pginas admirveis, queforam dadas publicidade na obra Do Alm, em 21 fascculos, eno livro Orvalho do Cu.

    Foi a que adotou o pseudnimo de AURA CELESTE, nomecom que ficou conhecida no Brasil inteiro.

    Em 1920, retorna tribuna e aos trabalhos medinicos, comtal vigor e entusiasmo, que o seu organismo de compleiofranzina ressentiu-se um pouco, mas, nem por isso, deixou ela decumprir com os seus deveres. O Dr. Joaquim Murtinho era omdico espiritual que, por seu intermdio, comeou a trabalhar nacura dos enfermos e necessitados, diagnosticando e curando atodos quantos lhe batiam porta, desenvolvendo-lhe,espontaneamente, diversas faculdades medinicas nesse perodo.

    Alm das mediunidades de incorporao, audio, vidncia,psicogrfica, curadora, intuitiva, possua Adelaide Cmara, ainda, aextraordinria faculdade da bilocao. Muitas curas operou emdiferentes lugares do Brasil, a eles se transportando emdesdobramento fludico, sendo visvel o seu corpo perispirtico,como aconteceu em Juiz de Fora e Corumb (provadamenteconstatado), por enfermos que, sob os seus cuidados, a viramaplicar-lhes passes.

    Poetisa, conferencista, contista, e educadora sobretudo,deixou excelentes obras ltero-doutrinrias, em prosa e verso,assinando-os geralmente com o seu pseudnimo. assim que deua pblico Vozes dAlma, versos; Sentimentais, versos;Aspectos da Alma, contos; Palavras Espritas, palestras;Rumo Verdade e Luz do Alto. Esparsos em revistas e jornaisespritas, h muitas poesias e artigos doutrinrios de sua autoria.

    O grande jornalista e literato Leal de Souza, referiu-se aAdelaide Cmara como a grande Musa moderna, a Musaespiritualista.

    Em 1924, teve as suas vistas voltadas para o campo daassistncia s crianas rfs e velhice desamparada. Centralizoutodos os seus esforos no propsito de materializar esse antigoanseio de sua alma. Pouco, entretanto, pde fazer em quase trsanos de lutas. Aconteceu, ento, que um confrade, Joo Carlosde Carvalho, estava angariando donativos e meios para a fundaode uma instituio dessa natureza, e, um dia, faz-lhe entrega dalista de donativos a fim de que Adelaide Cmara arranjasse novosbolos para to humanitrio fim. Dias depois, Joo Carvalhodesencarna, e ela fica de posse da lista e do dinheiro arrecadado.

  • Passados alguns meses, o Sr. Lopes, proprietrio da CasaLopes, que andava estudando a Doutrina, mostrou-se interessadona organizao de uma instituio de amparo e assistncia aosrfos e Adelaide lhe informa possuir uma lista com algunsdonativos para esse fim. A idia foi recebida com entusiasmo elogo concretizada. Alugaram uma casa em Botafogo e a foiinstalado, no dia 13 de maro de 1927, o Asilo Esprita JooEvangelista, sendo ela a sua primeira diretora. Compareceu a essafestiva inaugurao o doutor Guillon Ribeiro, ento 2o. secretrio daFederao Esprita Brasileira e representante desta naquelasolenidade. Adelaide Cmara, em breves palavras, exprimiu o jbilode sua alma, afirmando realizado o ideal de toda a sua existncia ser me de rfos, graa do cu que no trocaria por todo o ouroe todas as grandezas do mundo.

    Dedicou, da por diante, todo o seu tempo a essa grandiosaobra de caridade, emprestando-lhe as luzes do seu saber e de suabondade at o dia em que serenamente entregou a alma a Deus.

    Com extremosa dedicao, trabalhou Aura Celeste em vriassociedades espritas beneficentes da cidade do Rio de Janeiro,dando a todas elas o melhor de suas energias e de sua inteligncia.

    No Asilo Esprita Joo Evangelista, porm, foi onderealizou sua tarefa mxima, no s como competente educadora,mas tambm como hbil orientadora de inumerveis jovens que alireceberam, como ainda recebem, instruo intelectual e educaomoral.

    A vida e a obra de Adelaide Cmara foram uma escada deluz, uma afirmao de f e humildade, e um perene testemunho deamor. Era a grande educadora que ensinava educando e educavaensinando, pelo exemplo.

    Mdium sem vaidades, sincera e de honestidade a todaprova, praticava a mediunidade como verdadeiro sacerdcio.

    Dotada de slida cultura teria, se quisesse, conquistadofama no mundo das letras. Poetisa de vastos recursos, oradoraconvincente e natural, senhora de estilo vigoroso e de fulguranteimaginao, tudo deu e tudo fez, com o cabedal que possua, parao bom nome e o engrandecimento da Doutrina Esprita.

    O Asilo Esprita Joo Evangelista, no Rio de Janeiro, aest ainda, em sede prpria, atestando a obra e o devotamento causa do bem daquela nobre mulher que se chamou AdelaideAugusta Cmara.

  • ADELAIDE AUGUSTA CMARA ADELAIDE AUGUSTA CMARA ADELAIDE AUGUSTA CMARA ADELAIDE AUGUSTA CMARA (AURA CELESTE) (AURA CELESTE) (AURA CELESTE) (AURA CELESTE)

    (*) Nota: Fonte: Grandes Espritas do Brasil (INTERNET)(*) Nota: Fonte: Grandes Espritas do Brasil (INTERNET)(*) Nota: Fonte: Grandes Espritas do Brasil (INTERNET)(*) Nota: Fonte: Grandes Espritas do Brasil (INTERNET) AUTOR: ZEUS WANTUIL AUTOR: ZEUS WANTUIL AUTOR: ZEUS WANTUIL AUTOR: ZEUS WANTUIL

  • ASILO ESPRITA JOO EVANGELISTA BAIRRO: HUMAITRUA VISCONDE DE SILVA, 92 RIO DE JANEIRO-BR

  • ADELAIDE AUGUSTA CMARA(AURA CELESTE)

    DO ALM

    COMUNICAES MEDINICAS

    17o FASCCULO

    R i o d e J a n e i r o1 9 4 0 - 2 0 1 5

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    Sobre interesses vitaisSobre interesses vitaisSobre interesses vitaisSobre interesses vitaisMeus amigos, queridos companheiros, Deus vos conceda a sua grande beno.Venho hoje conversar um pouco convosco sobre os interesses vitais desta organizao

    esprita.Nunca demais chamar a vossa ateno para os pontos capitais da doutrina, porquanto,

    crentes fiis que sois, deveis amar, com toda a firmeza do vosso corao, os ensinamentos querecebeis do Alto; e aquilo que se faz por amor, dedicao e boa vontade, no se torna pesado, nemdifcil sequer.

    Quereis saber se tal ou qual obra progride, e por qu? Examinai as criaturascomponentes dessa mesma obra; sabereis, ento, se ela tem ou no fundamentos terrenos.

    Quereis examinar a parte espiritual desse trabalho? Verificai a vida prtica de cada umdos seus diretores, dos seus membros efetivos; sabereis, ento, pelo seu comportamento dirio, qualo alcance de sua f.

    Jesus a ningum sobrecarrega com peso demasiado superior s suas foras; cada um tem acarga que pode suportar, cada um tem a dor que lhe peculiar, cada um tem o encargo que a suaresponsabilidade comporta.

    Dentro desta Casa mais de uma vez se vos tem dito, carssimos irmos h servio paratodos; desde que haja uma distribuio fiel, o seu desempenho no se tornar pesado para ningum.Se, porm, o trabalho no for dividido criteriosamente, ou melhor, se for discricionariamente feito,sem uma regra, sem um mtodo, sem um caminho direito a observar certamente tudo ficar embalbrdia, nada ser realizado com proveito.

    O interesse desta Casa a ordem, o estudo, a disciplina, a fidelidade, que fazem a suareputao. Todos esses requisitos, reunidos, formam um bloco coeso, forte, e o progresso, com o seucarro vertiginoso, facilmente passar por sobre esses trilhos abenoados pela mo de Deus. Mas, seum de vs relaxar o cumprimento do dever; se um de vs no tem amor causa que defende, nemcompreender a responsabilidade que to de perto lhe toca neste caso o esforo supremo dosoutros no poder suprir essa falta, porquanto eles tm as suas obrigaes diretas e no podero agircom uma responsabilidade repartida entre muitos.

    Compreendei-me: dirigentes e dirigidos precisam ter uma solidariedade perfeita, para que oprogresso se possa estabelecer em vosso meio.

    Que se espera do Asilo Esprita Joo Evangelista? Que ele reparta, com as crianas quevm para o seu seio, o po material, fcil de conquistar pelo homem, e o po espiritual, gratuitamentefornecido pelo Pai. Havendo boa vontade da parte dos que fornecem o alimento material, e existindoigual soma de bons desejos da parte dos recipientes, tudo ser fcil.

    O que falta ao Asilo Esprita Joo Evangelista a compreenso recproca entre os mais velhose as crianas; desde que no h esse entendimento perfeito entre todos, certamente a harmonia nose pode estabelecer. Porque discordar uma vez ou outra isso no tem importncia... Masdiscordar in totum, haver um propsito firme de inobservncia de regras , to-somente, falta decompreenso! E vs vos podeis entender perfeitamente uns com os outros, porquanto a religio queprofessais, as comunicaes que ouvis, os conselhos que se vos do so repartidos igualmente semexceo.

    Pergunto: Que mais fcil, que mais agradvel viver no seio harmnico de umacongregao que se entende, que se estima, e cujos laos fraternos so slidos, firmes; ou converteressa mesma associao em uma priso, onde ningum se pode sentir vontade porquanto falta oprprio ar para se respirar? Penso eu e acredito que comigo pensareis vs tambm que maisagradvel ser trabalharem todos em conjunto, viverem felizes, obedecendo suavemente, para aconquista de prmios (que seja dito de passagem no sei como iro sair no fim do ano), vivendoem compreenso mtua, em afeio recproca, em solidariedade perfeita, em comunho de idias;penso eu que bem melhor viver assim.

    No entanto, preciso que saibais vs todos, a quem as minhas palavras vo diretas e queme conheceis perfeitamente, porquanto nunca falto quilo que prometo; preciso que saibais queaqueles que vos tocam de perto, que assistem convosco nas vossas sesses, que muitas vezes

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    presenciam a vossa vida domstica, as vossas aulas, a vossa vida interna neste edifcio, entristecemsobremaneira, e, se fossem criaturas humanas, talvez as lgrimas lhes rolassem pelas faces!...

    do meu dever falar, do meu dever explicar, do meu dever apelar para as vossasconscincias, para as vossas inteligncias, despertando-vos para o bem, porque o tempo corre, otempo voa e o dia que passa no volta mais!

    Portanto, preciso ganhar em sabedoria, em compreenso, em entendimento, e procurar sero que realmente deveis ser; criaturas honestas, criaturas crists, criaturas espritas.

    Deus vos guarde!

    ANALIA FRANCO(Em 25-4-39).

    F e coragemF e coragemF e coragemF e coragemMeus amigos, meus irmos, o vosso velho confrade quem vos vem dizer algumas palavras

    no encerramento desta sesso.Ouvistes o que foi dito, no comeo, pelo esprito que na Terra se chamou Analia Franco, que

    to bem desempenhou a sua tarefa entre os homens educando a mocidade, fornecendo-lhe meiosde defesa contra o mal, apontando-lhe o caminho da verdade, da luz, e dando, perante ela, umexemplo frisante de Cristianismo Esprita; ouvistes a sua palavra aconselhando-vos para o bem; deforma tal que bem desnecessrio seria que eu, seu velho companheiro de longos anos, ainda viesseacrescentar qualquer cousa aos seus dizeres.

    No entanto falou-se em f; e a f atraiu-me a f, meus amigos, que foi o sustentculo daminha alma em toda a sua vida terrena; a f, que agentou os meus passos, para me livrar demuitos erros; a f, que no me deixou cair no despenhadeiro das paixes; a f, que me mostrou ocaminho seguro para esse Alm luminoso onde vivem os puros...

    E, pela f, eu quero dar tambm o meu testemunho, quero vir ao vosso meio, para encorajar-vos e dizer-vos: Meus irmos, que tendes uma grande responsabilidade sobre os ombros, qual aresponsabilidade desta Casa, encorajai-vos! Ns vos ajudaremos sempre que apelardes para ns, etemos confiana em que a vossa f no desfalecer. Continuai sempre encorajados! No sejam a mvontade de muitos e a ingratido de outros que vos faam esfriar no cumprimento do dever.Lembrai-vos de que amor sacrifcio, e, por Jesus, no h sacrifcio; por Ele, tudo se faz por amor;no se pode chamar sacrifcio cruz mais pesada, por amor de Jesus!

    O Asilo Esprita Joo Evangelista progredir. Sede vs as colunas bsicas da sua f, sede vsa garantia do seu progresso, sede vs os expoentes da sua verdade, sede vs o testemunho vivo doCristianismo Esprita; e que Deus vos abenoe.

    oVELHO BASTOS

    (Em 25-4-39)

    PensarPensarPensarPensarMeus amigos, meus queridos irmos, aqui estou mais uma vez entre vs, eu que desde algum

    tempo no vos tenho falado. Tenho estado ausente, sempre em obrigaes concernentes aosespritos, procurando levar conforto e consolo queles que ainda no conhecem a paz benfica doamor de Deus.

    As almas que vivem em turbulncia, que aninham dio dentro de si, que tm pensamentosodientos para com os seus irmos, em vez de possurem ondas de paz e harmonia, bem ao contrrio,s deixam transparecer pensamentos maus. Almas que perturbam lares em uma simples passagem,causando a todos perturbao enorme, meus amigos, so espritos que no tm dentro de si o amorde Deus; so espritos que arrogam-se o direito de se vingarem, de castigarem os homens, porque

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    em tempos anteriores foram talvez seus algozes, e se julgam no direito de desforrarem-se de taiscriaturas, que no podem ter, no presente, recordao do passado.

    Meus amigos, pensar uma necessidade para o homem. Quem no pensa insensato. Oraciocnio a faculdade que Deus nos d para refletirmos sobre este ou aquele assunto terreno. Osque no raciocinam assemelham-se aos animais, que no possuem essa faculdade concedida porDeus ao homem.

    O homem o nico ser da criao que possui essa faculdade to bela, to nobre, que lhepermite discernir entre os bons e os maus pensamentos, que perturbam a sua prpria existncia,causando mal at aos seus prprios organismos fsicos, os quais se ressentem da sua perturbadorainfluncia... Enquanto que aqueles que s alimentam pensamentos bons, nas suas prprias molstiasso felizes, alegres, recebem tudo com alegria, com satisfao, porque as ondas de pensamento queemitem, so sempre cheias de bondade, de harmonia, caridade e ternura.

    Pensar, meus amigos, uma necessidade, um atributo do homem; mas pensar bem, saberescolher o motivo de seus pensamentos, isto que a criatura deve cultivar com apreo e dedicao.

    Quantas vezes os experientes, os experimentados da vida, vm trazer o pecado alheiocomo lio aos novatos, mostrando-lhes que a vida no to m quanto se diz, chamando-lhes aateno sobre tais faltas, agravando-as, para exemplo... No sejais desse gnero; essa experinciano vos serve. A experincia til a que encaminha as criaturas para o bem, apontando-lhes o devere a justia, para que se conduzam com acerto na vida, pautando os seus atos pela verdade e odireito. Mas a experincia que se ganha no detestvel hbito de criticar os outros com maneirasgrosseiras, injustas, essa experincia no serve: leva para o mal!

    Tende piedade dos que erram, amai muito os que sofrem, e tende a experincia do viverbem, aprendendo no Livro da Vida, para no cairdes nas tentaes em que muitos caem...

    Deus vos proteja sempre! E lembrai-vos das ilustraes que vos d o Espiritismo.Deus vos abenoe.

    GRACE(Em 28-4-39)

    Idia primordialIdia primordialIdia primordialIdia primordialDEUS, nosso Senhor, seja louvado, e o seu Bendito Filho JESUS.Amigos e irmos, a continuao das experincias demonstradas em vossas sesses de

    Espiritismo prtico, deve alicerar em vosso entendimento a idia primordial de que a vida no temsoluo de continuidade.

    O homem fecha os olhos na Terra para abrir os da alma no Espao. Tal tenha sido a sua vidano decurso da existncia terrena, tais sero as conseqncias no Espao, ao despertar consciente dasua alma.

    Convm, pois, continuar a bradar aos ouvidos da humanidade, o cuidado enorme que deve terna prtica dos atos, no exerccio da palavra e das aes; porque os seus atos, as suas palavras, osseus pensamentos, tero infalivelmente repercusso no mundo das causas. Os crentes espritasdevem viver de acordo com a doutrina que professam, essa doutrina que tem por alvo o amor deDeus, e o amor fraterno. O amor do prximo se estende por toda a humanidade, quando, de fato, oamor de Deus existe em seus coraes. O amor do prximo se reflete inteiramente no corao deDeus, porquanto Jesus disse, quando aqui esteve: Quando praticardes a Caridade, aceitarei comopraticada em favor de mim prprio.

    Sendo assim, no fiqueis tristes, no fiqueis perturbados, nem vos incomode o pensamentoqualquer crtica insensata partida daqueles que no so professos da vossa f.

    Fazei sempre o bem, no rejeiteis oportunidade de praticar aes dignas, honestas e boas;no torneis o mal com o mal; se algum vos ferir uma face, se algum vos prejudicar, orai a Deuspor essa criatura, para que abandone a maledicncia, os maus atos, a linguagem ferina, o veneno dasua alma.

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    Vivei, pois, cristmente!... As santas promessas se ho de cumprir um dia. Muitos dosvossos, partidos deste mundo terreno, acham-se hoje no Espao, dando prova de que no so falsasas promessas de Jesus, quando disse: Eu vou, antes de vs, para vos preparar morada.

    Continuai pois, meus amigos, nas vossas lidas caridosas e vivei sempre confiantes naspromessas divinas.

    Deus vos abenoe sempre. MAX

    (Em 28-4-39).

    Tudo aceitar por amor a JesusTudo aceitar por amor a JesusTudo aceitar por amor a JesusTudo aceitar por amor a JesusMeus amigos, meus irmos, Jesus quando esteve neste mundo de dores em que vs hoje

    habitais, disse aos seus discpulos, como tambm aos seus apstolos, que todos tomassem a suacruz e a carregassem nos ombros; que levassem o seu fardo, que era leve; querendo dizer que, noobstante todo o sofrimento que a criatura humana carregar sobre si, ele se tornar peso leve, se foraceito por amor de Jesus.

    Amados irmos, vs no desconheceis que a Terra atravessa neste momento uma crisepavorosa de inquietao, de preocupao, de incerteza, que absorve o pensamento daqueles que seconsideram dirigentes de povos, e que tambm preocupa as famlias das grandes naes, dospequenos povos, enfim, impressiona, pode-se dizer, a totalidade do gnero humano.

    Vs sabeis que a inquietao paira na Terra; ningum tem segurana do dia de amanh;ningum sabe o que possa sobrevir de um instante para outro; e essa inquietao perturba osnimos, preocupa as criaturas.

    Meus amigos, devo dizer que os povos que assim se inquietam, que assim se perturbam, sopovos compostos de criaturas que no conhecem muito de perto o Espiritismo. Alguns, certo,sabem que o Espiritismo cientfico, se preocupa com a demonstrao prtica da existncia alm-campa. Mas, isto somente suficiente para tranqilizar uma alma? Saber que os mortos podem secomunicar com os vivos, basta isso para uma certeza, um conforto? Vs bem sabeis que no, porqueh almas to vivas quanto todas as outras, e, no obstante, em condies bem diferentes. Algumasem sofrimentos, outras em alegria; algumas em tormentos, outras em completa paz; algumas emevoluo, outras aparentando estacionamento; algumas em vidas luminosas, cheias de glrias queDeus lhes concede, e outras inferiores, na sombra perturbadora, cheias de remorsos. Porconseguinte, saber que a alma vive depois da morte no suficiente para o homem. Saber comoessa alma viver alm da morte, este o ponto essencial; saber qual o dia que o espera amanh,ponto capital da doutrina!

    O crente esprita deve assim raciocinar: Eu morrerei, porque todos morrem; meu corpodescer tumba; o que ser do meu esprito? Entrar ele feliz no mundo da luz, ou permanecer nasombra, negando a existncia da prpria luz, ou, ainda, permanecer na inquietao, semconhecimento prprio do seu ser? Esta deve ser a preocupao do crente esprita, a quem Jesus dara resposta: Carregai o meu peso que leve.

    Se o crente esprita se preocupa com a sua doutrina, se ele busca na sua vida diriaexemplificar os ensinamentos trazidos pelo Cristo, pode aspirar a luminosidade, se indiferente dordo seu irmo, calcando aos ps o preceito da Caridade, o crente esprita est preparando a descidapara os mundos inferiores.

    Vivei, pois, pela f, pela Caridade! Consagrai-vos humildade crist; deixai que outros seenvaideam; vs no podeis ser vaidosos; sois cristos, isso o suficiente.

    Que Deus vos abenoe e vos ampare nas sinuosidades da estrada que percorreis, e vosanime! Que a vossa f esteja sempre viva, brilhante, alumiando os vossos passos e, talvez, os passosdos que vos seguem.

    Que assim seja. JEAN MARIE VIANNEY

    (Cure dArs)(Em 5-5-39).

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    A imortalidade da almaA imortalidade da almaA imortalidade da almaA imortalidade da almaPaz, meus amigos.J dizia, naqueles tempos, o Divino Mestre, que o pior cego o que no quer ver e o pior

    surdo, aquele que no quer ouvir. Fecham propositadamente os olhos e cerram os ouvidos para nover nem escutar as palavras de vida, que jorram em abundncia do Infinito. um labutar incessante, um trabalho sem trguas a dos espritos do bem, incansveis batalhadores, que procuram inteirar ohomem das verdades concernentes imortalidade das suas almas. Mas, os espritos, acastelados noseu orgulho, rejeitam, e indiferentemente folheiam os livros que contm as comunicaes que lhesdeveriam iluminar o entendimento, para a compreenso da Verdade. Continuam na vida secularinteiramente afastados do misticismo das religies, no aceitam as devoes, no acreditam nosmilagres e levam adiante os seus raciocnios: no acreditam nos espritos!

    Que o homem negue aquilo que se lhe aponta como sobrenatural, milagroso, compreensvel, porque tudo tem a sua explicao; porm, que o homem negue o testemunho do seuprprio ser, da voz ntima da sua conscincia, que lhe faz sentir a verdade alm da morte, realmente demasiado orgulho, ou suma estultcia.

    Meus amigos, compreendei: A vossa incredulidade vai afetar o vosso destino espiritual comohumanos e, aps a morte, o vosso aferramento s cousas materiais, o vosso apego a tudo quanto terreno, vos afastar das cousas iluminadas que pertencem a alma.

    O homem quer viver do materialismo, do sensualismo, da prodigalidade, dos vcios, enfim, detudo quanto concerne matria; mas no quer espiritualizar o seu ser, no quer pensar nas ddivaseternas que a Providncia tem que lhe dar; no quer pensar na vida alm-campa, porque essa vidaapontaria, sem dvida alguma, responsabilidades na existncia terrena... Mas, ele pensa que, porafastar o perigo, o perigo se distancia tanto, que acaba por se desviar. Mero engano: O homemafasta o perigo, mas no o pode afastar da porta do tmulo, porque a o corpo pender para asepultura e o esprito entrar nesse abismo, nesse caos incerto, em que tudo que o cerca desconhecido, e ele nem a si prprio conhece.

    Perigo da incredulidade, perigo da descrena, perigo da falta de f! O atalaia vigilante, que a conscincia, de vez em quando sacode as fibras do seu ser, procurando despert-lo para o bem. Eo homem cerra os olhos, fecha os ouvidos! Ele no que enxergar, ele no quer ouvir agora... Temostempo... Temos tempo... Sim, temos tempo porque a eternidade no tem medida... Mas, essemesmo tempo que tu desperdias, vai fazer-te grande falta quando chegar o dia ltimo, porque noacumulaste na alma os tesouros da crena. Tu no podes encontrar aquilo de que no te apoderaste.

    Meus amigos, acreditai na imortalidade da alma; a alma sobrevive matria; a alma temvibraes imortais; a alma tem durao infinita!

    At...JOS DACIO

    (Em 5-5-39).

    Gratido e amor a DeusGratido e amor a DeusGratido e amor a DeusGratido e amor a DeusMeus amigos, queridos irmos, desam sobre vs a consolao e a paz que vem de Deus.Amigos, desde a infncia preciso pensar, raciocinar, sobre o futuro que aguarda os nossos

    espritos; desde criana, o abec do Espiritismo deve ser estudado e as lies preliminares gravadasno entendimento, para, mais tarde, serem aprofundadas e virem a dar o fruto esperado.

    Quando se estuda Espiritismo comparando os seus ensinamentos com o desenrolar da vidaterrena, fazendo um paralelo entre a Doutrina e os fatos, pode-se tirar a limpo a verdade daquilo queos espritos revelam e ensinam.

    Enquanto se estuda, enquanto se trabalha dentro de uma casa como esta, nada faltando parao conforto e a felicidade interna de cada ser, no se compreende, muitas vezes, aquilo que sedesfruta e se julga mal a vida que se leva. Quando, porm, os tempos vo correndo e a hora da

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    partida para o mundo l fora se aproxima, quantas vezes vem a reflexo ao crebro que at aqueleinstante raciocinou de modo diverso!... E ento se compreende que aquilo que parecia uma prisono era tal, que aquilo que parecia mal, bem ao contrrio, era um bem, que aquilo que parecia deveracabar-se depressa, quem dera que se pudesse estender mais agora, que o perodo de tempo queparecia interminvel, dentro das quatro paredes disso que se imaginava um crcere, era realmenteum tempo passageiro, como de fato passageiramente se foi!... E eis que a criatura se v no mundo,l fora, entregue a si prpria, ao seu destino, sem um brao forte, protetor, que a ampare, sem umapessoa que tenha realmente a obrigao precisa de a encaminhar, ela, que no conhece a vida!Ento que se v o peso enorme da responsabilidade assumida em sair de um ninho, implume, paraviver, l fora, entregue aos temporais da vida mundana!...

    Para vs, que conheceis a vida unicamente por esse prisma aparente de felicidade quedescobris, eu digo estas palavras, que viro, talvez, tornar-vos importunas aos vossos ouvidos, porm,que ho de calar, certo, no nimo de algumas.

    Aqui tudo silncio; aqui no h preocupaes para os vossos espritos. No precisopensar no dia de amanh, porque ele amanhecer com todos os privilgios do dia atual; no preciso pensar se o frio se aproxima, porque o calor no faltar na alcova; no preciso pensar se acomida ser farta, porque de antemo j se sabe que o ser; no preciso pensar no agasalho,porque ele no faltar, podeis estar certas. L fora... onde esta certeza, onde esta segurana?Quem velar? Quem permanecer cuidando? Como h de ser? E nas molstias, que certamentevm, quando menos se espera porque ningum se vai por a esper-las; nas molstias, que nosatiram sobre um leito de dor, necessitando de remdios, de regimen, de socorros mdicos... de ondevir tudo isso, quem o fornecer?

    Estas reflexes vm para vos dizer: Caros amigos, quando se devem a Deus as benes queaqui se desfrutam, necessrio que cada esprito seja agradecido ao Pai das luzes. Deus, NossoSenhor, quem move os homens; Deus, Nosso Senhor, quem vela pela infncia desvalida; Deus,Nosso Senhor, quem enche os coraes de amor, para faz-los transbordar por todos vs! Convm,pois, que ningum se recolha ao seu leito para dormir sem elevar a Deus um pensamento de gratidoe de amor! o conselho que dou.

    E para aqueles que no so membros desta Casa, para aqueles que so, talvez, visitantes,digo: Nada impossvel quando se tem f. As mais duras provaes so bem recebidas, quandoaceitas pelo amor de Deus. Porque Deus, Nosso Senhor, a ningum castiga com inclemncia; bemao contrrio, a sua bandeira de misericrdia se estende sobre toda a humanidade. As provas, asdores, so o preparo da reabilitao para o esprito. preciso bendize-las, preciso aceit-las, erogar sempre a Deus as suas esmolas, porque Deus Nosso Senhor, no d pedras a quem lhe pedepo.

    Devotados que sois causa esprita, guardai estas palavras da vossa amiga, que certamenteno reconhecestes hoje, e que assim vos fala pelo amor que vos tm.

    Deus vos guie!

    IRENE(Em 9-5-39)

    Entidade felizEntidade felizEntidade felizEntidade felizMeus amigos, meus irmos, vs falastes de felicidade e infelicidade.Eu me senti sempre feliz. Devo dizer a vs, que j me conheceis pelas manifestaes

    trazidas a esta Casa, e a outros, que me conheceram da infncia que sempre fui feliz.A dor e o sofrimento foram meus companheiros inseparveis na vida terrena; pouco se

    afastaram de mim; sempre os tive a meu lado. A dor se manifestou por diferentes formas:primeiramente, atacando o meu corpo, tornando-o imprestvel para o trabalho. E eu, que tantonecessitava de fazer pela vida, porque no tinha a proteo terrena, havia de ser forosamente umfardo para aquela que me deu o ser, porque no podia trabalhar. No entanto, louvei sempre oSenhor, que me deu a dor como companheira inseparvel.

  • 9

    Correram os tempos, e a minha mocidade no foi menos dolorosa do que a infncia. Meusdias foram terminados num hospital. L, padeci as dores que a molstia imprimiu no meu corpo, e oabatimento moral do meu esprito no se demonstrou, como era de prever se revelasse, porque a f osustentou.

    A saudade dos meus, a separao daqueles a quem amava faziam-me perder noites de sono,quando, ento, resolvi tornar-me til queles que sofriam mais do que eu; e, na prpria enfermariaonde o meu corpo agonizava posso assim me exprimir , eu procurei ser til queles que j noerguiam a cabea do travesseiro.

    Eu fui sempre feliz. A minha alma se voltava para Jesus; e o via, pendido do madeiroinfamante a coroa de espinhos encravada em sua formosa cabea, os cravos perfurando-lhes asmos, que tantos benefcios derramaram sobre a Terra, os ps igualmente atravessados, por pregosprofundos, que lhe dilaceravam as carnes e os dedos, e o sangue a gotejar do alto da cruz... E,comparando aqueles sofrimentos com o meu, eu dizia: Ele um justo, e assim padece; eu aquiestou pagando as minhas culpas. No fui infeliz, ento, porque recebi o clice amargo da existnciacom toda a felicidade da minha alma, com todo o prazer do meu esprito.

    Mais tarde, quando, liberta da matria, penetrei no azul infinito, que este Espao onde hojehabito, tive a surpresa de me ver rodeada por vrias entidades felizes, que me acariciavam echamavam para o seu meio.

    Ningum me desprezou; todos me ampararam, todos me quiseram, todos me amaram... Eainda fui feliz.

    Meus amigos, tende f! A f o que sustenta as nossas almas nas dores da vida; a f oamparo do crente; a f a certeza da vida melhor.

    Permita Deus que a vossa nunca desfalea!Que assim seja.

    AIDA(Em 9-5-39)

    Preparo espiritualPreparo espiritualPreparo espiritualPreparo espiritualMeus carssimos irmos, Deus seja convosco.Na concentrao para a prece, os vossos pensamentos se evolaram ao Alto, em busca das

    esmolas de que necessitais para vs, e para aqueles que vos so caros. Assim meus amigos, deveisfazer sempre.

    Na Terra o sofrimento campeia sob diferentes formas: abatendo corpos, ferindo almas,pesando como cruz nos ombros dos fracos, abrindo chagas nos coraes maternos, enfim,preparando os espritos pelo buril da dor, para esculpidos, limpos de culpa, poderem penetrar noAlm, quando Deus Nosso Senhor os chamar.

    Meus amigos, preparai-vos todos. Ningum se descuide um s dia do preparo espiritual dasua alma. Os cuidados higinicos que dispensais aos vossos corpos so feitos diariamente, e mais deuma vez durante o dia; os cuidados do vossa alma, igualmente, devem ser assim praticados, paraque elas possam permanecer macias como arminho, suaves como harmonia.

    Meus irmos, calma: Nem um s fio dos vossos cabelos cair, se no for da vontadeDaquele que tudo pode. Serenai os vossos nimos, no vos perturbeis. A posio do crente espritaem qualquer situao da vida, mormente naquela em que dominam apreenses, de prece, deconcentrao. Palavras soltas aqui e ali, so como verdadeiras fascas que podem atear grandesfogueiras. Por vezes, grandes incndios provm de uma simples fagulha.

    Tende cuidado, pois naquilo que falais, naquilo que expressais, e at, se possvel for, nosvossos ocultos pensamentos.

    O crente esprita tem muitas preocupaes, muitos embaraos. Aprendei com aqueles que sededicam ao trabalho de fazer bem sem olhar a quem.

  • 10

    Meus amigos, orai por todas as criaturas; orai, e, quanto possvel, fazei bem a todos oshomens. Quem assim se acastela na prtica da Virtude e da Caridade Crist, no teme ascalamidades que tornam os homens fracos. As crises formidveis que empolgam naes, tm opoderio forte das almas; vs, tendes o poder invencvel da f, muralha intransponvel que jamaisruir.

    Orai, pois, e confiai em Deus que vela por todos os seus filhos. E que a paz bendita doCordeiro Imaculado do Senhor desa sobre todos vs, tranqilizando os vossos coraes e ensinando-vos a ser bons e pacientes uns com os outros.

    Deus vos ampare e vos guie sempre.

    THEREZA DE JESUS(Em 12-5-39)

    Fazer bemFazer bemFazer bemFazer bemMeus amigos, meus irmos, paz convosco.O ideal esprita o fazer bem. Fazer bem, sem olhar a quem, palavra

    evanglica. No penseis, porm, meus caros amigos, que fazer bem significa no ter ocritrio necessrio para procurar onde ele est e agir, ento, com segurana. Fazer bemsignifica enxugar as lgrimas dos aflitos, correr em busca das aflies para remedi-las,minorar o sofrimento daqueles que padecem dores da alma, procurar avanar na senda doprogresso para se tornar cada vez mais til ao seu semelhante.

    Fazer bem, meus amigos, no ter pensamentos maus contra o seu prximo; nojulgar precipitadamente as aes alheias, nem emprestar o seu prprio pensamentomalvolo quele que o tem ingnuo; enfim, fazer bem escoimar-se do mal, agir comcaridade, dando margem prtica dos sentimentos cristos.

    Esta Casa abriga em seu seio crianas, que de vs necessitam; crianas para quema vossa presena representa um valor; mas, tambm, vs tendes aqui, sesses onde ofazer bem se pode executar quotidianamente. Lembrar-se das criatura humanas eesquecer os necessitados do Alm, fazer uma parte do bem e deixar em esquecimento aoutra. Reparti-vos portanto. Pensai nos desolados, nos suicidas, aqueles que, uma vezconscientes do crime que praticaram, padecem as torturas do remorso, que, praza a Deus,nunca experimenteis! Lembrai-vos daqueles a quem o brilho da luz ofusca; daqueles quese sentem bem na escurido aves noturnas que nada mais desejam seno covis para seesconderem. Pensai nos sofredores, que renegaram a Deus na Terra e que certamentevoltaro para tomar pesada cruz.

    Meus amigos, o fazer bem tem um campo muito vasto, vastssimo at. Quereisdiminuir o travo das vossas dores, das vossas preocupaes, abreviar a aflio que oprimeo vosso peito, fazer estancar as lgrimas amargas que s ocultas derramam os vossosolhos? Entretende-vos a pensar bem e consultai a Deus em prece: Meu Deus, que h debom para eu fazer; onde se oculta o meu dever, que eu quero descobrir e, ligeiro, dar-lhecumprimento?!. assim que fazem aqueles que no rejeitam trabalhos, porque amam aJesus; dolorosamente cruciados de dores, feridos na sua alma, ainda tm o temponecessrio para pensar no sofrimento alheio, esquecendo a prpria gravidade do seu sentir!

    Meus amigos, orai muito. Orai pelos que sofrem; orai pelos abandonados da sorte;lembrai-vos dos leprosos nos leprosrios e no vos esqueais tambm dos loucos, nosmanicmios; dos tuberculosos, nos sanatrios; das pobres crianas deformadas, cuja vistainspira d; espinhas retorcidas, cabeas disformes, pernas e braos raquticos, ventredesenvolvido, verdadeiros esqueletos deformados... molstias estas, que a cincia, nocumprimento do seu dever procura debelar. Pobres crianas, em promiscuidade comoutras, e nem sempre tratadas com a devida pacincia! E aquelas que tm filhos robustos,perfeitos, belos, no conhecem a dor de possuir um aleijado!

  • 11

    Orai por essas crianas que so espritos em prova. No vos esqueais dessessofrimentos, que so atrozes, verdadeiros! Pensai, meus amigos, nesses casos dolorososda Terra, porque isso alevantar o esprito, ser solidrio com os seus irmos, fazer bem, implorar a Deus a continuao das suas grandes bnos sobre este planeta de dores!

    Deus vos abenoe e vos inspire para o bem.

    ALFREDO BARCELOS(Em 12-5-39).

    Regozijo de um espritoRegozijo de um espritoRegozijo de um espritoRegozijo de um espritoAmigos e irmos, paz em Jesus; que essa paz, suave e doce, penetre em vosso ser,

    tornando-vos tranqilos, pacientes e confiantes.Meus amigos, estou alegre, muito alegre, hoje. Meu esprito se regozija em Deus, meu

    Salvador, e eu sinto, realmente, que algo de estranho se passa em mim, para maior satisfao,alegria e felicidade do meu ser. que o tempo vai passando, os anos vo correndo, e eu tenhoprazer ao ver que esta data, que se reproduz anualmente, como as outras, vai minorando, atenuandocertos pensamentos sombrios, vai esclarecendo a inteligncia, abrindo a luz da razo; vai, enfim,sendo mais compreendida e aceita por quem, de fato, a deve aceitar no direi sem saudade, mascom ternura, confiana e f.

    Houve um tempo em que esta data simbolizava um luto, houve um tempo em que este diaera ttrico, sombrio. Hoje no assim. Para mim, um dia feliz; porque o dia em que se penetrano Alm, onde se vai compreender as cousas eternas de maneira muito melhor do que quando seest na Terra, motivo de grande satisfao. Minha alma tem, realmente, muito que agradecer aDeus; muito devo ao meu Salvador, que me fez ler no livro do Infinito as graas do seu amor, opoder da sua sabedoria, a obra das suas mos.

    Meus amigos, a Terra farta em dores, tristezas, amarguras, dissabores, que o homem deveaceitar, mas no provocar. Quando as dores, tristezas e angstias vm como um clice de prova, que preciso esgotar at o fim abenoadas sejam essas dores, essas angstias, esses pesares! Mas,quando a dor vem provocada pela prpria criatura, que no soube desviar-se do caminho dastentaes, que no soube fugir causa dos seus males essa dor no igual, no como aquela aque primeiro me referi. E, uma vez que se penetra no mundo verdadeiro, tudo fica to claro, tontido, que ns aceitamos e compreendemos todas as dores e desgostos por que passamos, eentramos, ento, na apreciao da causa desses fatos.

    Para o meu esprito, a vida no Espao tem sido proveitosa; tenho visto, ouvido e aprendidoaquilo que no pensei jamais aprender quando terrena. A visita aos outros planetas, aos outrosmundos habitados, s regies desconhecidas para ns, os da Terra, causa tanto prazer, desenvolvetanto a inteligncia e anima tanto a f, que eu me sinto perfeitamente identificada com este mundoonde habito, desejosa de que outros venham, tambm, aproveitar as mesmas bnos, as mesmasluzes, as mesmas belezas.

    Quanto o Espao belo, meus amigos; quanto o Espao luminoso! Quanta harmonianestes mundos formados por nosso Deus e Pai! Assim pensando, assim verificando, ns lamentamoso tempo que perdemos na Terra, quando poderamos ter ensaiado os nossos espritos nacompreenso futura destas belezas que hoje desfrutam.

    Meus amigos, vs sois felizes num certo ponto, porque ouvis estas prelees, compreendeisesta santa doutrina, aceitais os ensinamentos que vos so ministrados do Alm por aqueles quesabem mais; tudo o vosso corao aceita, o vosso entendimento acolhe; sois bem felizes nesteponto! Resta-vos, porm, no deixar jamais que a chama da f esmorea. Alimentai-a sempre,porque quanto mais ardente e viva ela for, tanto mais certeza tereis desse futuro, que para mim,hoje, um presente.

    Eu sado os crentes espritas do Asilo Esprita Joo Evangelista, porque vejo em muitos agrande f, o sentimento ardente do amor a Deus, o devotamento causa do prximo e concito todosesses que se lembram de mim, que, talvez, me conheceram, e, muito especialmente, quem

  • 12

    mais de perto me toca a que voltem sempre as vistas para o Alm; no se deixem prender sinfelicidades da Terra a no ser para atenu-las, quando for possvel; no permitam que asapreenses lhes absorvam os espritos de tal forma que prejudiquem a alegria de suas almas. A almacrist deve ser alegre, a alma esprita deve reagir sempre, lembrando-se de que a Terra , realmente,um planeta de dor e sofrimento, de decepes e mgoas; mas no se fica aqui eternamente: pormais duradoura que seja uma existncia, h de chegar o dia do renascimento... E o meu chegou, eeu me sinto feliz; e concito os que me querem a que no derramem lgrimas, a no ser de felicidade,pela felicidade que eu desfruto.

    MARIA LUIZA(Em 16-5-39).

    A unio faz a foraA unio faz a foraA unio faz a foraA unio faz a foraSalve doutrina bendita do Espiritismo Cristo; tu ensinas a humanidade a compreender os

    laos de fraternidade que a devem unir!Meus amigos, vs deveis ser sempre caridosos uns para com os outros. Ningum procure

    isolar-se do seu irmo. Quem quer servir a Deus, melhor fazer procurando a dor onde ela seencontre, para alivi-la, do que fugindo a esse sentimento fraterno de solidariedade crist, para isolar-se do resto do mundo.

    Que poder fazer o crente esprita afastado do convvio dos seus irmos? Entregue aosseus prprios pensamentos, pouco saber do que se passa com os seus amigos, com os seus irmos,dalma; separando-se inteiramente do convvio deles, padecer em dobro os seus sofrimentos, porqueno ter o consolo de mo amiga, de palavras afetuosas, a suavizar-lhe as mgoas.

    Orai pelos que assim pensam, meus amigos; procurai, pela vossa bondade, pelo sentimentodo vosso corao, atrair esta espcie de sofredores, que buscam, no silncio de seus prpriosespritos, a consolao de que necessitam.

    Os homens foram feitos para viverem em comum, para serem amigos uns dos outros, parazelarem os interesses mtuos, para terem reciprocidade de afeto entre si, para se auxiliarem,amando-se muito, porque todos so filhos do mesmo Pai, que Deus.

    Quem assim no pensa se arrisca a viver separado dos seus irmos, no tendo na vida, olenitivo que a outros dado pelo fato de se tornarem ntimos, fraternos, uns com os outros. A cruzpesada necessita sempre de um cirineu. Deus a ningum sobrecarrega com um peso demasiado;mas ordena aos seus filhos que todos se auxiliem mutuamente. Assim, o peso das cruzes, aliviado,ser bem mais fcil de suportar.

    Quando cada um procura sofrer sozinho, separado dos seus irmos, sem querer ouvir umapalavra amiga que o conforte, o seu padecimento sempre dobrado. Mas, quando algum aceita apalavra amiga daquele que o estima como irmo, esse algum, embora sofrendo, sempre tem algumaesperana de conforto; e o seu isolamento s lhe poder trazer prejuzos.

    Os espritos que pensam mal porque no so felizes, tm grande prazer em afastar oshomens uns dos outros. Eles sabem que a unio faz a fora, e por isso que, para desperdiarenergias, eles o afastam uns dos outros. O trabalho esprita, muitas vezes, caminha vagarosamente,por causa dessas injunes dos espritos pequeninos em entendimento, que buscam afastar os seusirmos terrenos das suas prprias relaes, para os enfraquecer.

    No consintais em que haja brecha nas vossas fileiras pelas insinuaes prfidas dessesinfelizes. Uni-vos sempre, uni-vos muito; pensai em ser amigos uns dos outros, e jamais aceiteisconselhos que visem afastar-vos do convvio dos vossos irmos espritas. Que a casa de JooEvangelista seja preservada dessa espcie de atraes inferiores, para que o nmero de seusfreqentadores possa sempre crescer em solidariedade, em fraternidade crist, em fora espiritual.

    Que Deus me oua e atenda a esta splica, para o bem de todos.

    GRACE(Em 16-5-39).

  • 13

    Problema a solucionarProblema a solucionarProblema a solucionarProblema a solucionarMeus amigos, meus prezadssimos irmos, convosco esteja a paz do Senhor.O problema de Espiritismo, a resolver-se na Terra, o problema da solidariedade e da

    fraternidade crist.Nada possvel fazer em benefcio dos espritas, se eles no tm em si o amor que entrelaa

    coraes na mesma f, se eles no tm entre si aquela solidariedade perfeita que deve existir entreverdadeiros irmos. O esprita que conhece o evangelho de Jesus, aprende desde cedo a saber queJesus resumiu os grandes mandamentos do Declogo em dois: Amar a Deus sobre todas as cousas,e ao prximo como a si mesmo. Amar a Deus sobre todas as cousas, no necessrio ensinar aoshomens porque, quem tem f, quem conhece o porqu da vida, no pode ter amor superior ao amorque deve consagrar ao seu Deus; Deus, Pai amantssimo que vela pela humanidade inteira; Deus,que no poupando recursos para apontar a humanidade o caminho do bem, enviou Jesus Cristo paraexemplificar as suas leis por completo, mostrando ao homem que o caminho para l, o sacrifcio, a abnegao, a negao de si prprio, a dedicao ao prximo. Amar ao prximo, porm,mandamento que to grande quanto o primeiro, porquanto aquele que odeia o seu irmo est, poresse mesmo fato, afastado do corao de Deus, esse amor parece realmente duro de penetrar noscoraes humanos! De que feito o esprito humano? De que feita a sua estrutura material, paraassim se diferenciar dos outros seres, seus irmos, igualmente humanos? O que que distingue ohomem do animal? Ser simplesmente a forma corprea? Ser somente a figura que distingueverdadeiramente o homem dos outros animais? o seu raciocnio, a sua inteligncia, porque elestm o instinto, o homem tem a razo, que o fiel da balana na vida humana. E por que o homemno raciocina, para compreender que Deus no o quer por inimigo do seu irmo? Oh! Vs queodiais, vs que s tendes na alma o fel que destilam os vossos lbios, vs que praguejais contra seresque muitas vezes vos pertencem, de perto, no vos esqueais que com a medida com que julgardesos outros, com essa mesma medida sereis julgados.

    Todos pecam, todos erram, e ns no aconselhamos que se ame o pecado; bem aocontrrio, o pecado deve ser demolido, se que ele tem um corpo, extinto, se que ele umasemente. O pecado deve ser estigmatizado para todo o sempre.

    Se vs virdes algum borda de um pntano, quase a submergir-se que fareis? Tereis naalma a coragem precisa para empurr-lo ao fundo, ou procurareis salv-lo daquele lodaal infecto emque se acha prestes a mergulhar? Essa a condio do pecador; no se deve agrav-la,aprofundando mais o abismo que o ameaa. Devemos pedir ao Pai luzes que os ilumine, que os tragapara o verdadeiro caminho, que os faa ver a verdade, que os faa compreender o bem e apelar paraos Guias espirituais, em splicas. Que eles sejam a lanterna que v alumiar os caminhos escuros poronde transitam essas pobres almas!

    Meus amigos, eis a o problema a resolver em Espiritismo; a verdadeira Solidariedade eFraternidade Crists.

    Deus vos ampare e vos guie sempre.At...

    JOS DACIO(Em 19-5-39).

    Moeda correnteMoeda correnteMoeda correnteMoeda correnteMeus amigos e meus irmos, ao concluirdes os trabalhos de hoje, cumpre-me dizer-vos que a

    prece deve ser aconselhada em benefcio das almas sofredoras; elas so os piores cegos, os pioressurdos.

    O sofredor impenitente aquele que nega sempre. preciso que esses espritos sintam umefeito positivo sobre si mesmos, para que possam ento crer; e o que ns, os espritos, podemos

  • 14

    fazer, e vs, os terrenos, tambm podereis fazer, orar muito por esta classe de espritos, para queeles possam receber algum benefcio em seu ser, de forma a poderem acreditar na bondade infinitado nosso Deus. Sentindo o efeito, eles compreendero que existe uma causa.

    Meus amigos, a caridade moeda corrente; esta moeda tem livre curso nos mundos celestese nos mundos menores. Na vossa Terra, to mesquinha em sentimento, a caridade tem livre curso;almas benfazejas, procuram fazer dela o seu condo maravilhoso, e ela vai cumprindo o seu dever,abrindo as portas dos coraes e conquistando almas para Jesus.

    No Espao infinito, igualmente, a caridade vai se estendendo a todos os seres sofredores,buscando, alivi-los, de forma que eles venham a conhecer que aquele fludo benfico que aspiram spode ser partido das alturas.

    Orai muito, meus amigos; orai pelos sofredores. Vs, criaturas que vos sentis atingidas emvossos organismos fsicos e muitas vezes nas vossas prprias almas, pelas atraes, pelas influnciasdesses irmos a quem chamais inferiores e obsessores, deveis tambm concorrer para o seuprprio benefcio. Nem sempre so elas que vos atraem. Muitas vezes, os pendores das criaturashumanas, casam com os pendores inferiores do esprito, e, ento, difcil se torna a tarefa para aquelesque querem salv-los desses perigos iminentes. Vede o homem, que se embriaga: ele est senhorde si at o momento de levar o copo aos lbios; est no seu sentido moral perfeito; tem o seucrebro esclarecido; tem a noo clara do seu dever; e por que cede tentao do lcool? Porque passa por esses lugares que o prendem? Ele vai direito ao vcio; assenta-se mesa e vaifazendo libaes aps libaes, at perder a razo! E argumentam: o esprito que est em talponto, que o atrai para ali. Mas, por sua vez, no ser ele o seu companheiro? So cousas muitoprofundas para um estudo superficial. No defendo o esprito obsessor, querendo negar a culpa domal que pratica; mas, a verdade que a semente lanada em terreno propcio nasce, cresce e dfruto; e se o terreno contrrio quela semente, ela no poder frutificar.

    Coraes devem estar prontos, frteis para a sementeira do bem. Quando o terreno se nega prtica do mal, a semente no encontrar guarida; estiola-se e no poder nascer.

    Perdoai-me a franqueza e vivei como espritas.Deus vos guarde sempre.

    NERY(Em 19-5-39)

    No h mistrioNo h mistrioNo h mistrioNo h mistrioAmigos e irmos, paz seja convosco.Procurando desvendar os mistrios do Alm, o homem qualifica de sobrenatural tudo quanto

    lhe escapa percepo; desejoso de conhecer o porqu da morte, no se preocupa com o porqu davida.

    Respondendo: No h mistrio. O Alm est oculto momentaneamente aos vossos olhos; ser-vos-

    descoberto por completo, quando nele penetrardes aps a desencarnao do esprito. No hmistrio. O homem inteligente e que tem f, aliando esses dois predicados a uma vontade inabalvel,certamente desvendar tudo quanto qualifica de segredo e que nada mais do que a vontade deDeus expressa no Infinito, para cuja leitura preciso apenas levantar a ponta do vu. No hmistrio. Deus no tem prazer em ocultar do homem a cincia que um dia lhe dar integralmente;se ela, hoje, ministrada ao ser humano em pequenas parcelas, isso est em correspondncia com ograu de capacidade do indivduo. No se pode dar alimento forte ou demasiado quele cujoorganismo se acha depauperado; assim tambm, espiritualmente falando, no se pode ministrar dozeelevada de sabedoria quele cujas capacidades intelectual e moral ainda esto muito aqum daquiloque deseja saber.

    Meus amigos, crer a cousa mais natural da vida. O homem no possui apenas inteligncia tem, tambm, sentimento; e alguma cousa h de vibrar dentro da criatura, mostrando-lhe queexiste esse mundo alm, para o qual ir um dia. A ss consigo mesmo, mergulhando o pensamento

  • 15

    dentro do prprio ser, sondando a sua alma, examinando o seu interior, auscultando as pulsaes doseu esprito, como o mdico ausculta as do corao, o homem chegar ao resultado de compreenderque muita cousa lhe escapa por no se dedicar a esses estudos profundos que a sua alma deseja.

    Por que contentar-vos com as exterioridades fteis que enchem a vida comum das criaturashumanas? Por que no pensar no porqu da vida, se o tempo corre e a vida no tem soluo decontinuidade, o impressionar-se com o porqu da morte?

    Muitos dizem, com tristeza: Que pena que a vida se acabe; que pena que a vida termineno tmulo! Morrer depois de uma vida inteira de trabalho... Quando podia descansar, vem a morte efaz o ponto final da existncia...

    Puro engano. A morte tem somente a funo de abrir a porta para que o esprito escape,nada mais. Bem pensado, ela nem destri, porque a matria no perece. A morte, insensibilizando ocorpo d escapada ao esprito: esta a sua funo. No vos impressioneis com o porqu da morte;impressionai-vos, sim, com o porqu da vida, cuja orientao precisais aprender cedo, para que notropeceis nos escolhos que a existncia terrena oferece.

    O homem que no se orienta pela f, perde-se no labirinto de erros e precipcios querepresenta a vida mundana; e, assim, temendo a morte que fatalmente vir e para a qual, nosseus desvarios, ele caminha a passos rpidos esquece-se de que viver sempre, e, quando lhefalam a este respeito, responde, com o sorriso sarcstico peculiar aos que no entendem destascousas: Sim; pode ser verdade; mas eu prefiro isto aqui...

    Preferes, ento, a cruz sobre os ombros eternamente? Preferes, ento, o remorso, aagonia, a dor, o atraso espiritual, as canseiras da vida material; Preferes tudo isso glria queDeus te promete dar um dia, quando, pela f, a conquistares?!

    Meus amigos, no h mistrio. A preguia intelectual do homem que o impede deperscrutar estas cousas; porque, estudando, aperfeioando o carter, aproximando-se da verdade eda luz, certamente lhe vir a convico de que existe de fato, um mundo alm. Para esse mundoalm caminhais todos vs; lembrai-vos sempre das virtudes que para l conduzem abnegao,altrusmo, caridade, humildade, pacincia, resignao nas grandes dores, perdo para as culpas;enfim, amor ao prximo.

    Deus vos guie sempre nesta vida dolorosa de amarguras e sofrimentos para aqueles que nosabem crer.

    Deus vos abenoe!

    MAX(Em 23-5-39).

    A voz de uma sofredoraA voz de uma sofredoraA voz de uma sofredoraA voz de uma sofredoraMeus amigos, Deus vos d a sua paz. uma das virtudes que mais aproveita ao ser humano, a pacincia. Posso falar dela,

    porque foi a minha inseparvel companheira, enquanto o meu corpo viveu neste mundo em que hojeviveis.

    Desde a infncia, desde as faixas do bero, o sofrimento no me deixou, e ele cresceucomigo. Iam-se passando os meses, os anos, e o sofrimento tambm aumentando a sua dose,reduzindo o meu corpo a sua verdadeira morada. Quando a idade da adolescncia se aproximou,mais vivas se tornaram as minhas dores, porque ento, no sendo mais infantil, eu j podia comeara compreender as cousas, com os mais velhos. Os outros eram alegres, risonhos, felizes em seuslares, felizes com suas companheiras de escola e eu, sem poder freqentar aulas, sem preparo,apenas ganhando dia-a-dia mais pacincia no meu sofrimento!

    Meu crebro, raciocinava: Por que, Senhor? Que fiz eu? Por que padeo tanto, desde ainfncia at agora? Por que no vejo diante de mim, um dia de sol, um dia em que a minha alma sealegre como os outros? Mas, seja feita a tua santssima vontade.

    Assim foi passando a minha existncia, sempre sofredora, sempre dolorosa; do nascimentoao tmulo um constante gemido; no tive rosas, no tive flores, no tive alegria nem prazeres

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    infantis, nem sonhos de mocidade... Tive uma velhice precoce; aos 20 anos parecia ter dobradoidade... Mas, graas a Deus, (disso me recordo com suma satisfao!) palavras contra essesofrimento, meus lbios nunca proferiram; eu tinha a convico secreta de que um dia haveria de terexplicao de tudo aquilo, como e porque Deus, Pai de infinita misericrdia e amor, to amante dascriancinhas, to bom para toda a humanidade, teria repartido entre as suas ddivas uma parte todolorosa para mim, enquanto para todos outros, sade, vigor, fortuna, mocidade...

    O sofrimento continuou, at que, no podendo mais o pobre corpo resistir a tanta mgoa, atanta pena, a tanta amargura, tombou vencido pela molstia! E agora quero dar-vos conta oresultado de minha pacincia!

    Senti-me transportada imediatamente para esse Espao animado, que tanto embelezam osdias de Sol; senti-me transportada, como, no sei; braos rapidamente levaram meu pobre corpocomo um simples trapo, cuidaram dele, e nada vi. Minha alma se foi... e se foi... escutando agrande msica do Universo, e se foi, ao som de cnticos alegres, que eu nunca havia escutado naTerra. E eu me vi to bela, subitamente! O meu corpo doentio, l na terra ficou; agora eu eratransparente, difana e no manchava os lugares por onde passava... Eu no me conheci; foi precisoque voz amiga me dissesse, que tudo l ficou, e, ento, o Grande Livro da Vida, simbolizado naquelasgravaes do Infinito, me mostrou as pginas das vrias encarnaes anteriores; e me mostroutambm o momento em que resolvi a tomar o fardo pesado da regenerao pela dor, com pacincia,sem falha. E eu havia prometido ao meu guia que dos meus lbios humanos no sairia uma palavracontra aquela prova dolorosa, aquele clice amargo, que eu havia aceitado propositadamente paraminha regenerao. Graas a Deus cumpri o meu dever. O motivo da minha grande alegria noEspao, foi a passagem da Escritura Sagrada, que dizia: H mais alegria no cu, pela entrada deum pecador regenerado, do que pela entrada de um justo! Resgatado todo o meu crime, era euquem dava motivo quela festa!

    Hoje me sinto to feliz, to bem, meus amigos! E Deus me permitiu dar-vos estetestemunho, e eu venho concitar-vos!

    Meus amigos, sofrei, sofrei com pacincia! Se o vosso corpo que padece, gemeiresignadamente! Se tendes dores profundas na alma, oferecei-as a Jesus! O sofrimento o batismodo Esprito. Somos salvos por ele.

    Glria seja dada a Deus.

    MARIA DOS ANJOS(Em 23-5-39).

    Perseverana na fPerseverana na fPerseverana na fPerseverana na fSeja louvado o nome do Senhor; paz seja concedida aos homens de boa vontade.Amigos e irmos, ao principiardes o vosso trabalho hoje, recordai-vos de que a sinceridade de

    corao, a boa vontade de trabalhar, so elementos indispensveis espcie de trabalho que idesexecutar.

    O mdium, nas mos da Providncia, um instrumento para a chamada de muitas almas aosps de Jesus.

    A vida material, oferece criatura humana seus gozos, seus prazeres, suas dores. Nohavendo crena da parte do indivduo, quando essa vida se limita a oferecer-lhe o seu clice doloroso,que a criatura tem de esgotar at o fim, nem uma gota de mel o adoa! Sem o mdium, comomelhoraria a condio dos espritos sofredores? certo que as dores, as provas, as agonias moraisno faltam queles que resolveram carregar a sua cruz at o fim; mas certo tambm, que elessentem as influncias benficas do Alm, outros tantos Cirineus para os ajudarem a levar o peso dacruz. Tendes dessa afirmativa exemplos frisantes sob as vossas vistas.

    Assim compreendendo, o ser desencarnado que habita fora da esfera terrestre, pela pacinciae conformidade no sofrimento, ganha a verdadeira felicidade no espao glorioso.

    Concito-vos, meus amigos, a perseverardes na vossa f, cada vez mais firmes e devotados.

  • 17

    O mundo tem para vos oferecer aquilo que vs sabeis e que rejeitais, muitas vezes; o Almtem para vos oferecer vida eterna, vida sem igual, prazeres que vs ainda no tivestes a felicidade degozar, mas que ireis gozar um dia.

    A Terra um martrio, um mundo de dores. Sabeis que sois viajores peregrinos, que muitoem breve lanareis o ponto final nesta existncia terrena.

    Que importa que o tmulo guarde em seu seio um corpo que nada vale, um monto de ossos,carne apodrecida, se a vossa inteligncia a vossa vontade, o vosso verdadeiro eu, sobrevivero atoda essa runa material, livres das penas e dores que padeceis quando humanos?

    Deus vos guarde para todo o sempre.

    JOAO DE FREITAS

    (Em 26-5-39)

    PrecePrecePrecePreceMeus amigos, a hora de prece. Crentes espritas, tende agora os vossos pensamentos

    voltados para Deus, orando:

    Pai de infinita misericrdia e amor pelos pecadores, atende s splicas dos teusfilhos, neste instante, ao encerrar esta sesso, que buscam alvio para os seus irmos.

    Tu, que s Pai caridoso e bom, aceita os nossos pedidos fervorosos, e permite que osbondosos Guias, mensageiros do Alm, derramem sobre os sofredores, os fludos salutares deque necessitam para que tenham a coragem necessria para suportar as grandes dores, assuas provas!

    Sobre aqueles que sabem crer, Senhor Deus, que a consolao dos espritos venhaportadora das tuas graas.

    Faa, Senhor Deus, com que haja paz, solidariedade fraterna, e sempre amor a Deuse ao prximo.

    Que assim seja, em nome de Jesus.

    MAX(Em 26-5-39).

    Ascenso MaravilhosaAscenso MaravilhosaAscenso MaravilhosaAscenso MaravilhosaMeus amigos, meus irmos, desejo-vos toda a paz. Abenoado seja o Espiritismo, que Deus

    permitiu fosse o revelador das verdades encobertas aos homens.O olhar do homem no pode devassar as alturas, perscrutando o que h no Infinito, nem

    pode o seu ouvido escutar as harmonias celestes. Para que tal acontecesse, para que lhe chegassemao conhecimento as maravilhas que enchem esse Espao azul que tanto vos encanta, tornou-senecessrio que o Espiritismo viesse contar-lhe todas as cousas.

    a voz do Infinito, trazida pelos entes que aqui viveram e que daqui partiram, voltando, paravos dar testemunho da verdade.

    Entre vs, meus amigos, essa caridade no tem sido poupada. O Asilo Esprita JooEvangelista conta com uma infinidade de espritos amigos, prontos a trazerem aos seus queridos daTerra todas as instrues que Deus permite; ns estamos a postos, vigilantes por vs, desejando ovosso progresso, participando das vossas alegrias, regozijando-nos com a vossa felicidade eprocurando consolar-vos nas vossas penas. No vacileis, porm, na f! Compreendei que, por mais

  • 18

    que ns queiramos fazer por vs, nada poderemos conseguir de proveitoso se a vossa cooperaono contribuir; e o nosso maior desejo a vossa felicidade.

    Meus amigos, no h exagero nesta expresso , quem, como ns, conhece, at certoponto, claro, as belezas do Infinito, desfrutando as graas que Deus concede, no pode serindiferente vossa sorte; desejamos, que, quando chegar a vossa hora, possais, tambm virencontrar-nos, trazidos pela vossa esperana, pela vossa f.

    por isso que cultivamos tanto o vosso aprendizado, encorajando-vos, fazendo-vos ver anecessidade da dor, incutindo-vos a pacincia na adversidade e ensinando-vos o perdo a todos osseres; porque aquele que ama, perdoa e cultiva a virtude, aquele que deseja subir, mais depressagalga esta ascenso maravilhosa do esprito que vem da Terra para a luz.

    Subi, meus amigos; mas subi pela humildade, pela vontade de ser bons, pela caridade,comprovadas nos vossos atos e nas vossas palavras, subi, meus amigos, e vinde at ns, vinde,porque, ento, vereis quanto real a nossa amizade para convosco, quanto vos estimamos e quantovelamos pelo vosso sossego. No vos faam esmorecer as lutas terrenas; sejam elas um incentivopara o vosso progresso, sejam elas, realmente, a alavanca que vos impulsione para a frente!Coragem, meus amigos; haveis de ser felizes conosco, um dia!

    IRENE(Em 30-5-39).

    F e perseveranaF e perseveranaF e perseveranaF e perseveranaAmigos e irmos, duas condies indispensveis para o progresso do homem esprita so a

    f e a perseverana. A f, porque o elemento bsico, que traz a convico da realidade da vidaalm-campa; porque ela quem sustenta o homem nas grandes dores da vida presente; porque,enfim, ela o nico alimento da alma verdadeiramente crente. A perseverana , tambm, elementoutilssimo para o crente, porque, por ela, o indivduo persiste naquilo que acertado e justo. A faponta-lhe o caminho a seguir, a perseverana o faz dele no se afastar; a f diz-lhe que alm-campa h um mundo feliz, onde ele ir habitar; a perseverana o faz permanecer nesta crena e dartestemunho dela, jamais se afastando do caminho que f conduz.

    Para aquele que cr segundo a palavra do Mestre augusto no h impossveis. Tudorealiza a f, tudo opera a crena verdadeira do homem. Situaes que, para outros, pareceminexplicveis; contingncias difceis, que semelham grandes montanhas intransponveis, para ohomem crente se transformam em plancies onde ele pode caminhar vontade, sem risco detropear. que ele se apoia no basto poderoso da f, e por ela tudo consegue.

    Quando virdes uma criatura desesperada, sem conforto, alucinada, enxergando perigos portodos os lados e procurando afastar-se deles, parecendo, at, que quanto mais os evita mais osperigos se aproximam podeis ficar certos de que essa criatura no tem f muito slida, vai como abandeira levada pelo vento; se tivesse crena, saberia que, alm dos poderes humanos, existe opoder ultra-supremo, que o poder sem limites do arquiteto que dirige todo o Universo; se possussef, no ignoraria que as situaes irremediveis para o homem podem desfazer-se de um instantepara o outro, ao sopro da vontade de Deus.

    Assim pois, todo crente esprita deve fortalecer-se na f, e, pedindo ao seu Deus aquilo quejulga necessrio para o corpo ou para o esprito, Dele esperar a grande esmola. Os desesperados davida, aqueles que procuram dela escapar pela porta falsa que conduz morte pelo suicdio, esses soindivduos fracos, sem convices, que no sabem lutar, a quem tudo amedronta, a quem qualquersituao apavora. A f sustenta o homem; para ela, no h impossveis.

    H, tambm, necessidade de explicar criatura humana como possvel permanecer assimsolidamente na f. Porque muitos dizem Senhor, Senhor! Eu creio; mas longe esto de crer. Af salvadora, que aponta o caminho real para a outra vida, sem iluses, em plena verdade, a f dacriatura que traz o corao mostra diante de Deus, que no tem subterfgios em sua vida, que noapresenta aos homens uma face, quando o seu interior bem diverso; a f que conforta e sustenta a f sincera, que no duvida e procura dar testemunho desse sentimento augusto perante os homens.

  • 19

    Mas a f daqueles que s a possuem em certos momentos adequados sua existncia e quando essavirtude no lhes vem atrapalhar qualquer passo da vida ou quando ela os faz parecer bem aos olhosdo mundo essa f no aquela de que So Paulo fala com tanto ardor.

    O homem verdadeiramente crente procura, nas situaes mais difceis da vida, manter-sedentro da f, ainda mesmo quando as convenincias sociais o impelem para uma posio diferente,at mesmo quando o preconceito de raa ou de famlia lhe faz pender para um lado que a fcondena. A tentao pode vir, mas a perseverana se manifesta: o caso da perseverana.

    Perseverai at o fim disse o Mestre ; no vacileis, perseverai at o fim!Meus amigos, ter f no momento em que estamos no meio de outros que a possuem, quando

    nos achamos no convvio de irmos crentes na mesma Doutrina, no o mesmo que manter-se ums em um centro onde todos os demais pensam de maneira diversa. Ento, aquele quecontemporiza, que procura amoldar-se a essa situao, no diga que tem f; porque, se a tivesse,saberia sobrepor-se s circunstncias do momento, saberia colocar a crena altura de um dogma,saberia, enfim, que suas convices merecem o sacrifcio do mundo e das convenincias sociais, adedicao inteira do seu esprito!

    Meus amigos, ter f ser leal a Jesus, e a Jesus no se mente!Deus vos guarde e abenoe sempre, em todos os dias da vossa vida.

    TIAGO(Em 30-5-39)

    Um corretivoUm corretivoUm corretivoUm corretivoA Terra, meus amigos, o cenrio onde se desenvolvem as atividades dos espritos

    encarnados, isto , dos homens. A Terra de tudo tem. Criaturas em progresso, criaturas em provas,criaturas negativas porque no do fruto bom, nem mau, e criaturas que, aparentando crer, no dodessa f nenhum testemunho solene, pelo fato mesmo dela ser apenas aparente.

    Homens, que me ouvis, homens, genericamente falando, compreendei que a doutrina espritatem elevado alvo a colimar. Ela no foi manifestada ao mundo to-somente para lhe contar que hum mundo oculto que ele no conhece; ela no foi revelada somente para dizer que a espiritualidade um fato... No! A doutrina esprita tem um fim nobre e altrustico, qual aquele de fazer o bem snossas almas, ensinando-lhes o caminho do progresso, a remisso de pecados, o arrependimento pelaf, o amor pela caridade, e a salvao pela humildade. Que pensa o crente esprita da f quemanifesta perante os homens? Pensa ele que a f realmente um mandamento, s porque a suapalavra o afirma? Pensa ele que pelo fato de demonstrar perante o pblico que um espritafervoroso, ser considerado por Deus como tal? Recorde-se, porm, que necessria a realidade dofruto, pois que: Pelo fruto os conhecereis. E eu ouso perguntar aos meus irmos neste instante:Que fruto estar dando cada um de vs de sua f? Estareis vs, respeitando os seus ditames?Estareis vs dentro da diretriz traada pelo Evangelho Cristo? Estareis vs crendo que Deus vos v?Homens de pouca f! Quantas vezes os vossos olhos cobiam o que no lhes pode pertencer;quantas vezes a vossa mentalidade transviada da linha do bem, vos faz desejar verdadeirosimpossveis, perante a vossa f; quantas vezes os vossos ps que outrora seguiram, talvez peloscaminhos nvios do erro, do pecado, de sensualismo brutal, voltam a percorrer esses caminhos !

    Recordai-vos do aviso. Aquele que no tem culpa, nada tem a temer, pois os seuspensamentos so puros, os seus ps caminham na linha do dever, no tem o que recear pelo queacabo de proferir, nem pelo que vou dizer.

    Guardai-vos, porque, quando muitas vezes pensais estar a ss, estais acompanhados deperto, e ns nos entristecemos porque um momento vos vemos pregando a doutrina, exaltando-a, e,no instante seguinte, dando formal desmentido: a propriedade alheia lei divina!

    Lar inviolvel! A reputao dos outros respeitabilssima! No vos falo em vo; sei porquefalo.

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    Guarde-vos Deus do grande pecado de desejar impossveis. Que Deus vos abenoe, todas asvezes que aceitardes o corretivo que vem de l.

    Deus vos abenoe, Deus vos faa pensar bem e corrigir as vossas faltas, enquanto cedo.Que assim seja.

    TIAGO(Em 2-6-39)

    Uma explicao necessriaUma explicao necessriaUma explicao necessriaUma explicao necessriaLouvado seja o nome do Senhor Jesus Cristo.Vs no podeis me esperar; vs no podeis acreditar que eu c viesse... No entanto, aqui

    estou. As minhas crenas opostas s vossas, dentro do seu sistema prtico, so, todavia, as mesmas,no que diz respeito a f em Deus.

    No h muito tempo deixei a Terra em que habitais. Esprito que me estimou sempre e comquem sempre aprendi, dando-me esclarecimentos necessrios para a vida terrena, tem sido meu anjotutelar neste itinerrio que fao no mundo dos espritos.

    Ide-vos admirar quando souberdes quem vos fala, mas no h motivo para isso. Eu sabiaque a alma imortal; sempre soube que o corpo morre e ela vive; nunca tive dvidas a esserespeito, e no parti cega para a outra vida.

    Um caso me traz aqui hoje, que explicar um ponto que desejo ver esclarecido.Quando da Terra sa, no deixei compromisso com pessoa alguma. Absolutamente, nada

    devo a ningum. Aquilo que me foi confiado, eu o restitu. Estou com a minha conscincia em paz, e,absolutamente, no fico perturbada com essa idia de pensar que devo, porque no devo.

    Triste condio de alma! Sim senhores! Pobre criatura sem luz! Esquece-se que eu estou c,mas estou viva; no estou morta, porque esprito, alma, no morre. Esquece-se de que eu posso viraqui tudo dizer, pois que no tenho capricho nenhum, e no fiz o propsito de no vir. Quando sepassa para o Alm que se sabe como so as cousas.

    Cuidado, cautela! Leva o recado direito, porque no s tu s que ests ouvindo; h muitagente escutando. No devo nada a ningum, no escondi cousa alguma. Minha conscincia estdescansada, minha f, firme. Permanecei na vossa, porque a existncia do esprito um fato.

    Deus vos ampare e no desproteja o meu esprito.Meu nome, basta isso.

    MARIA IGNACIA(Em 2-6-39)

    Ser felizSer felizSer felizSer felizMeus amigos, meus irmos, Deus seja convosco. muito natural que toda criatura humana deseje ser feliz. A felicidade a aspirao da

    humanidade. Todos querem um lar bem constitudo, onde reinem a paz e o bem-estar espiritual ematerial de seus componentes; todos desejam que a felicidade more em suas casas. Nem eu aquivim para censurar ou insinuar cousa diferente.

    Meus amigos, em que consiste a felicidade? Como se pode ser feliz? Onde habita afelicidade, para que seja procurada e trazida queles que a desejam? O que necessrio fazer paraque ela no se afaste, antes more efetivamente nos lares que a almejam?

    Desde o momento em que um desgosto, uma molstia, uma causa qualquer comum vidamaterial se lhe defrontem, a criatura humana no se julga mais feliz; ela, que dantes se regozijavapela paz que reinava em seu lar, de um momento para outro j no se sente feliz. Por vezes, a

  • 21

    molstia, que vem perturbar o curso da felicidade; de outras vezes, um desgosto qualquer quedesempenha esse papel.

    Mas, meus amigos, cumpre encarar a felicidade como de fato no como uma iluso, umamiragem enganadora. A felicidade promete e vem. E vs pensais que ela promete e foge. No assim. Ser feliz ter a conscincia tranqila, ter certeza de que a ningum se faz mal, saber quese pode realizar, e assim se faz, a maior soma de benefcios possveis a cada um; ser feliz no dizermal dos outros, ter a mente pura, limpa, clara, para que Deus nela possa mergulhar o seu olharprofundo; ser feliz viver em paz com todas as criaturas, ter a paz ntima, a paz interior, que s aconscincia tranqila pode dar.

    E, quando o sofrimento vem, quando as dores inevitveis da vida se apresentam, sob a formade uma cruz, ainda assim possvel pessoa bem intencionada ser feliz; porque essa felicidade,agora, representar o cumprimento da prova, que ela oferece em resgate do seu pecado;compreendendo que ningum pode viver sem se purificar, para benefcio de sua alma. Aquele quedeseja ser feliz se adapta s circunstncias da vida, certo de que Deus no indiferente ao seusofrimento; se o permite, porque alguma utilidade ele tem.

    Meus amigos, preciso saber viver para poder ser feliz.A esta mesma hora, em que vs aqui vos reunis cristmente, religiosamente, buscando

    ganhar algum conhecimento da doutrina que professais, que venha fazer bem aos vossos espritos outros indivduos, em reunies que vs no conheceis, gastam o tempo inutilmente. Nem devo dizerinutilmente: prejudicialmente a expresso. Quantos, neste momento, afastados de seus lares,esgotam as foras espirituais de suas mentes e as energias vitais de seus corpos materiais,desperdiando horas e horas a fio na prtica de toda sorte de pecados!...

    E possvel que tais criaturas se sintam felizes? No o creio. Seus entendimentos seencontram obscurecidos pelos vapores das bebidas alcolicas; seus sentimentos, abafados, porqueelas so as primeiras a querer sufoc-los; seus coraes, pisados pelos seus prprios ps; suasinteligncias, embotadas pelo vcio; suas deliberaes, incertas; enfim, tais indivduos no se podemsentir felizes no meio em que se encontram.

    E por que no pode a felicidade existir para eles? Porque eles no a vo buscar onde ela seencontra, nem abrem a porta de seus lares para que ela entre; deixam-na l fora e vivem delaafastados.

    Meus amigos, vs podeis ser muito felizes. Tendes uma crena que o sustentculo dosvossos corpos e espritos; possus o conhecimento da vida eterna, que uma certeza para afastar opavor da morte; desfrutais a convivncia crist dos vossos irmos, que vos fortalece a f. Sede, pois,felizes assim, ligando corao a corao, irmo a irmo; que o sentimento de um, seja o sentimentode todos; que a alegria de um, faa a felicidade do outro; que a tristeza de um encontre eco nocorao do outro. assim que se pode ser feliz. Porque, no obstante toda a luta do dia, todo otrabalho, toda a falta de conforto, tudo quanto possais imaginar de penoso, ao recolher-se acriatura aos seus aposentos, a comunho que se estabelece entre ela e o Divino Mestre umverdadeiro alento para as foras enfraquecidas. E, ento, essa criatura poder dizer: Jesus,Senhor, terei cumprido o meu dever? Ao que o Mestre responder, carinhoso e bom: Sim;cumpriste o teu dever.

    Eis a felicidade, meus amigos, eis a felicidade no meio das dores, eis a felicidade no seio dadesdita!

    Que Deus vos ensine a pensar assim, para que possais suportar as agruras da vida material.Deus vos proteja, e abenoe sempre, o meu voto sincero.

    THEREZA DE JESUS(Em 6-6-39).

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    No final de uma sessoNo final de uma sessoNo final de uma sessoNo final de uma sessoSenhor Deus, abenoa este pequenino rebanho, que aqui se encontra reunido em nome do

    teu bendito Filho! Permite, Senhor Deus, que possam todos colher desses ensinamentos do Alto,todo o bem para as suas almas! D, Senhor Deus, que todos possam comungar na taa do amorfraterno; que os coraes se sintam ligados pela mesma f; que o sentimento do amor os una emlaos fortes! E permite, bondoso Pai, que, l fora, no bulcio do mundo, afastada do lar espiritual deJoo Evangelista, nenhuma dessas criaturas que aqui viveram esquea os ensinamentos profundosrecebidos dos Guias; que a mudana de vida, a companhia daqueles que no crem, a falta doaconchego do lar espiritual no as faam esquecer os ensinamentos trazidos pelos mestres do Alm;antes, que cada criatura que aqui viveu, que aqui nasceu espiritualmente, conserve dentro dalma arecordao viva das frases que os lbios pronunciaram em nome dos Guias abenoados de Jesus;que esses ensinamentos encontrem eco em seus coraes e tenham uma assimilao comprovadapela demonstrao prtica da vida diria!

    Seja abenoado para todo o sempre o lar bendito de Joo Evangelista.Que assim seja.

    MAX(Em 6-6-39)

    Olhar para o altoOlhar para o altoOlhar para o altoOlhar para o altoAmados irmos, o batel da vossa vida vai singrando as guas desse mar tempestuoso, que a

    existncia na matria. Nem vos admireis que assim seja. A terra um mundo de provas e dores;mas tambm um mundo de estudo, de aprendizado. Na experincia de um, aprendem muitos; naexperincia de todos, aprende a coletividade.

    No desespereis, caros irmos e meus amigos, quando as vicissitudes da Terra concorrerempara que o vosso passo seja perturbado, quando o vosso caminho procura ser sempre seguro. Frentealtiva! Olhos para o Alto! Coraes abertos diante de Deus! Prece constante pelos obsessores, pelosinfelizes! Coragem para suportar o peso da cruz, que talvez no leve muito tempo a ser retirada dosombros, porque, quando as almas padecem e se submetem ao sacrifcio, sem modular queixa, aCaridade de Deus pode arrebat-las para o mundo da luz, onde residem permanentemente as almasfelizes e boas. No entanto, enquanto o dia abenoado no raia, suportai, mas suportai com pacinciaos sofrimentos que vos impem a maldade, a incompreenso do mundo e a falta de f daqueles quenos rodeiam.

    Amigos e irmos, Deus vos abenoe todas as vezes que auxiliais os fracos e amparais ossofredores; porque no s sofrimento o daqueles que vivem na rua a suplicar esmolas; hcriaturas que padecem dentro da alma e no entanto; somente a Caridade de Deus as v, somente Eleas entende, porque muitos homens passam indiferentes, cuidando que a dor sempre material.

    Puro engano. A fonte de dor vem do esprito, e este s o Cristo est sempre pronto aatenuar.

    Seja feita no lar cristo a santssima vontade de Jesus.Que assim seja, para benefcio de todas as almas.

    MAX(Em 9-6-39).

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    Molstias da almaMolstias da almaMolstias da almaMolstias da almaAmigos e irmos, Deus seja louvado.Volto mais uma vez a aconselhar os meus irmos em Cristo, para que tenham a sua vida

    traada sempre pela norma do Espiritismo Cristo, deixado ao mundo por Aquele que sacrificou aprpria vida no cimo do Calvrio.

    Meus irmos, a doutrina que vs professais profunda e instrutiva e tem base suficiente parasobre ela edificardes a vossa f. A doutrina que vs professais inteligente, porque fala aos vossosconhecimentos despertando a vossa razo para as profundezas reais da vida alm-tmulo. Se a vidamaterial exige apuro cuidadoso, estudo meticuloso para a realizao dos seus justos fins, por partedos cientistas dedicados, quanto mais a doutrina, a cincia, a filosofia da alma de onde se origina af! Materialistas, a parte espiritual do vosso ser, a alma, elemento impondervel, vs recusais aceitarpelo simples fato de no a enxergardes, esquecendo que no que diz respeito s minsculas grandezasmateriais necessitais de lentes fortes para a sua percepo, pois no as divisais a olho nu...

    A cincia esprita, a cincia da vossa alma, to bela, to profunda, to elevada, exige cuidadomuito mais eficiente, estudo meticuloso, que abrange grandes conhecimentos.

    No vos encontreis nas condies daqueles que por no conhecerem a existncia dosmicrbios, os negam... No sejais assim no que diz respeito a alma. A alma necessita cuidado notratamento de suas molstias; e as molstias da alma so bem mais graves do que as molstiasfsicas, porque a alma padece e poucos conhecem o seu sofrimento... S o Esprito Divino, s omensageiro do Senhor, ministra-lhe o alvio, pela irradiao de fludos, blsamo salutar da f!

    Volto a falar-vos, meus amigos, para vos dizer: Cuidado, muito cuidado com as molstias dasvossas almas! So elas: o orgulho, a avareza, a maledicncia, o egosmo, que se pode qualificarcomo raiz de todos os males que se localizam nos organismos fsicos, gerando doenas mortais...

    Falo isto queles que no sabem crer, e aos que crem, para que pelos seus atos, pela suaconduta de todos os dias, possam destruir os grmens dessas doenas perigosssimas. Pela vossaconduta que o mundo vos distingue dos outros homens.

    Que sejais isentos de culpa, e que Deus vos abenoe.

    THIAGO(Em 16-6-39).

    Belas e confortadoras palavrasBelas e confortadoras palavrasBelas e confortadoras palavrasBelas e confortadoras palavrasDeus seja louvado.Joo Evangelista reparte as esmolas espirituais a muitos crentes que aqui se apresentam. Ele

    reparte o po material com as crianas que aqui moram, e reparte esmolas morais para os aflitos decorao, fornecendo-lhes o blsamo que cicatriza as grandes dores, e tonifica as almas.

    A Casa de Joo Evangelista s tem para os assistentes palavras de conforto e paz.Eu fui mulher na ltima existncia; falo assim para me conhecerem, porque no estou sendo

    conhecida por vs, parecendo algo diferente e efetivamente o estou.Uma s palavra resume tudo quanto me vai na alma pela interpretao fiel do meu

    pensamento nas intuies. Eu agradeo mais uma vez o que se faz em meu nome. Agradeo porqueo meu esprito se eleva e glorifica ao meu Deus, pelo bem que se produz em benefcio dele. O meuesprito deseja evoluir muito, tem nsia de progresso e luz. Eu pouco fiz na Terra. As circunstnciasde vida, a crena, e, o que dizer mais? H porm na Terra quem tenha abraado a verdadeira f,quem conhea as luzes do Espiritismo e o brilho do mundo Alm. Em meu nome muita cousa temsido feita, muita lgrima enxugada, muita caridade praticada; e eu venho mais uma vez agradecer,por ver certo o recebimento fiel das minhas intuies. Tenho uma palavra exclusivamente para asmulheres, exclusivamente para o sexo fraco, (no dizer do homem), e essa palavra : mulheres,sede fortes! No permitais que o homem encontre em vs a fraqueza moral que encontra no vosso

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    corpo fsico. Seja ele robusto, forte, valoroso, mas encontre em vs a fortaleza moral para nopermitir que seja maculada, nem de leve, a vossa reputao, que deve permanecer limpa peranteDeus. Vs sois fracas, sois o sexo fraco; no permitais porm, que a fraqueza moral se aposse devs. O homem que tanto se gaba de sua fortaleza, que tanto se diz capaz de lutar pela vida, fracassaa cada passo; no sabe fugir das tentaes; com toda a sua fortaleza, na realidade um fraco,espiritualmente falando.

    Guarde, pois, a mulher as minhas palavras e siga o seu caminho. O homem, ande comoentender, mas que a mulher continue sempre a ser, como filha, a princesa do lar, e, como esposa, arainha do prprio lar!

    Deus ampare todas as mulheres para que seja puro o seu carter.Adeus, meus filhos!... Paz a todos vs..

    MARIA RITA(Em 16-6-39).

    A fidelidade na crenaA fidelidade na crenaA fidelidade na crenaA fidelidade na crenaMeus amigos, meus irmos, vs que vos ajuntais em nome do Senhor, para fazer um trabalho

    proveitoso, recordai-vos sempre que a fidelidade da f a base essencial da vossa crena.A crena que no slida, repousando na rocha que Jesus, crena que no protege, no

    ampara, no fortifica, no alenta.Recordai, meus irmos, que Jesus o vosso Salvador, trouxe, quando desceu a este mundo de

    provaes e dores, a misso que lhe foi confiada de mostrar criatura humana a rota que a conduzao bem. Vs tambm, j se v, que em categoria menor, trazeis as vossas provas, as vossas misses,as vossas tarefas. Procurai saber onde se encontra o vosso dever para irdes busc-lo; procurai saberonde se encontra a vossa tarefa e desempenhai o vosso trabalho.

    No vos descuideis! Sede fiis vossa crena, pela vossa palavra, pelo vosso gesto, pelasvossas aes, pelo vosso trabalho.

    Recordai-vos sempre, meus amigos, que Jesus est em toda parte; Ele v o mais secreto davossa vida, o mago do vosso ser.

    Assim, pois, meus caros amigos, queridos irmos, continuai a abraar a crena que at hojetendes abraado, e que Deus vos abenoe.

    JOO DE FREITAS(Em, 23-6-39).

    Como se pode ser felizComo se pode ser felizComo se pode ser felizComo se pode ser felizAmigos e irmos, Deus vos conceda a sua paz.O homem, cheio de faltas, cheio de erros, durante a vida terrena atravessa os maiores

    precipcios, saltando verdadeiras fogueiras para se aproximar do que entende ser a sua felicidade.Onde ele pe o seu corao, considera estar a o seu mundo feliz. natural. Nem todos tem umacrena abalizada e forte; seu ideal naturalmente a felicidade... Mas ela mora no Alm...

    Mesmo assim, meus amigos, neste mundo em que vs viveis, pode-se ser feliz. certo queh muita lgrima, h muita dor, muita tristeza, tudo isso proveniente das provas, dos crimespraticados pelos homens nas vidas passadas e muitas vezes nas vidas presentes.

    H porm, um recanto em que a criatura pode se sentir feliz! na doura do seu prprio lar,no aconchego da sua prpria famlia, no corao de seus verdadeiros amigos. Mas, infelizmente, etalvez pela prpria contingncia das dores terrenas, das provas, das amarguras, o homem perturba asrelaes mais afetivas da sua existncia!

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    At na prpria famlia h cises, h pensamentos opostos, h verdadeiras desarmonias.Quem tem o seu lar em calma, levante os olhos a Deus e agradea-o do ntimo da alma, porque hlares de onde a felicidade se ausentou, por culpa de seus prprios chefes. preciso que o amor deDeus e do Cristo reinem em cada lar; por Jesus no h sacrifcios! Tudo Ele fez pela criaturahumana, pela salvao dos espritos. Jesus veio ao mundo afim de apontar a rota que conduz verdadeira vida. O que no se pode fazer para obedecer ao Divino Mestre, to santo, to puro, tomeigo, to caridoso e bom? Poucas almas, porm, compreendem a doura amarga, ou a amarguradoce, do fazer bem em nome de Jesus...

    Quantas cruzes pesadas carregam ombros fracos, para oferecer a Jesus! Quantos sofrimentosvoluntariamente aceitos, para tecer com essas dores, uma coroa de espinhos, que Jesus transformarem rosas e colocar naquele que