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ADEQUAÇÃO DE METODOLOGIA PARA ÍNDICE DE ACIDEZ A PEQUENAS AMOSTRAS DE ÓLEO DE MACAÚBA E BABAÇU
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ISSN: 1806-549X
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ADEQUAÇÃO DE METODOLOGIA PARA ÍNDICE DE ACIDEZ A PEQUENAS AMOSTRAS DE
ÓLEO DE MACAÚBA E BABAÇU - Joyce Nascimento e Souza, Silma da Conceição Neves, Patricia
Pereira Souza, Lilian Alves Santos, Ludmila Nayara de Freitas Correa, Sônia Ribeiro Arrudas, Leonardo
Monteiro Ribeiro ([email protected])
Introdução
O Brasil possui um clima favorável para o desenvolvimento de plantas oleaginosas tanto nativas quanto exóticas [1],
propiciando assim, o incentivo ao cultivo dessas plantas para a produção de biodiesel. Porém esses óleos podem ter
outros usos como alimentícios, farmacêuticos e cosméticos [2]. Dentre as espécies que apresentam essas características
estão as palmeiras macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex. Mart.) e o babaçu (Attalea vitrivir Zona), com
grande potencial para a produção de biocombustíveis [1;3].
Os óleos vegetais são compostos de ésteres derivados de glicerol. Os componentes químicos desses óleos podem
variar conforme a espécie oleaginosa, podendo apresentar até dois tipos diferentes de óleo. Os óleos vegetais podem ser
classificados em: saturado quando constituído de glicerídeos derivados de acido láurico; insaturados devido os
glicerídeos serem provenientes de ácido oléico e ácido palmítico e polinsaturados quando os glicerídeos são formados
principalmente por ácido linoléico e ácido linolênico [4].
A reação de oxidação é uma das principais causas de deterioração de óleos vegetais e, possui como conseqüência, o
desenvolvimento da rancidez oxidativa, caracterizada por modificações na cor, flavor e aroma do óleo, que levam
geralmente à rejeição do produto, além da diminuição da qualidade nutricional dos mesmos com conseqüências
importantes para a saúde [5].
O índice de acidez é o método utilizado para avaliar o estado de conservação do óleo, podendo ser alterada pela
degradação enzimática ocorrente na semente e em frutos, devido às condições de alta umidade [6]. A metodologia
utilizada para avaliar o índice de acidez mede por meio de titulação a oxidação do material, e segundo a metodologia
proposta pelo Instituto Adolf Lutz [7] recomenda-se que as amostras de óleo devem conter uma massa de 2g. Diante das
necessidades de análise de acidez com amostras menores, o objetivo do presente trabalho foi adequar metodologia para
determinação da acidez do óleo de sementes de macaúba e babaçu.
Material e métodos
Os frutos de macaúba e babaçu foram coletados em população natural do município de Montes Claros e Januária,
respectivamente, e levados para o Laboratório de Micropropagação da Universidade Estadual de Montes Claros
(UNIMONTES).
As sementes foram submetidas à secagem em estufa a 105°C durante 24 horas, para redução do teor de água. Em
seguida foi realizada a extração do óleo por método de prensagem a frio. Após obtenção do óleo, este foi centrifugado
para separação das impurezas e logo após, direcionado para a análise. No presente trabalho, foram utilizadas as
seguintes massas de óleo: 2; 1,5; 1; 0,5 e 0,1g. A quantidade dos outros reagentes utilizados nesta metodologia foi
proporcional à massa da amostra de óleo, seguindo o procedimento estabelecido pelo Instituto Adolf Lutz [7]. Os
resultados obtidos foram comparados para verificar o índice de acidez em função da massa da amostra. Os dados
obtidos foram submetidos à análise de variância e médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível 5% de
probabilidade. A análise estatística foi realizada utilizando o programa estatístico SAS – The SAS System for Windows
Version 8 [8].
Resultados e Discussão
Para o índice de acidez do babaçu, observou-se, estatisticamente, ausência de diferença significativa entre as amostras
de 2; 1,5; 1 e 0,5g, apresentando variação apenas na amostra 0,1g em relação as amostras de 1,5 e 2g (Fig.1). Para o
índice de acidez da macaúba, observou-se diferença significativa das amostras 2; 1,5 e 1g em relação as amostras 0,5 e
0,1g. (Fig. 2).
O índice de acidez é um dos parâmetros utilizados para verificar a qualidade do óleo [8], sendo necessário adequar-se
a metodologia para cada espécie. Um dos aspectos a ser observado é a quantidade de material em cada amostra. A
ausência de diferença significativa nas amostras de 2; 1,5; 1; e 0,5g do óleo de babaçu possibilita a utilização de
amostras com massas de até 0,5 g quando comparado a metodologia proposta pelo Instituto Adolf Lutz. A redução da
massa por amostra contribui para realização do teste mesmo com menores quantidades de óleo e ainda diminui os gastos
com reagentes químicos. Exemplos neste sentido incluem experimentos nos quais há a necessidade da determinação da
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acidez do óleo de sementes isoladas, e não do lote. Entretanto, havendo disponibilidade de amostras, sugere-se a
utilização de maior quantidade, segundo a metodologia proposta pelo Instituto Adolf Lutz.
Verificou-se que os valores de índice de acidez encontrados para o babaçu e a macaúba são similares aos
apresentados por Nascimento et al. [9] e CETEC [4], respectivamente.
Conclusão
Conclui-se que em caso de baixa disponibilidade de óleo da semente, pode-se utilizar a quantidade mínima de 0,5g de
massa de óleo para babaçu e 1,0g para macaúba.
Agradecimentos
Agradecimentos a CAPES pela concessão de bolsa e à FAPEMIG pela concessão de bolsa e pelo apoio a projeto de
pesquisa (Processo Nº CRA-APQ – 02230-09).
Referências
[1] MOURA, E. F. Embriogênese somática em macaúba: Indução, Regeneração e caracterização anatômica. 2007. Tese (Doutorado em Genética e melhoramento) -
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa - MG.
[2] GIOIELLI, L. A. Óleos e gorduras vegetais: composição e tecnologia. Revista Brasileira de Farmacognosia, vol.5, n. .2 , São Paulo, 1996.
[3] SANTOS, J. R.de J. 2008. Biodiesel de babaçu: Avaliação térmica oxidativa e misturas binárias. Tese (Doutorado em Química) Universidade Federal da Paraíba, João
Pessoa, PB.
[4] CETEC – FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS GERAIS. Programa de energia. Produção de combustíveis líquidos a partir de óleos vegetais.
Transeterificação de óleos vegetais. Relatório final Belo Horizonte, 1983.
[5] WAGNER, K. H.; ELMADFA, I. Effects of tocopherols and their mixtures on the oxidative stability of olive oil and linseed oil under heating. European Journal of
Lipid Science and Technology, v.103, p.624-629. 2001.
[6] MACHADO, G. C.; CHAVES, J. B. P.; ANTONIASSI, R. Composição em ácidos graxos e caracterização física e química de óleos hidrogenados de coco babaçu.
Revista Ceres, vol. 53, n. 308, p.463-470, 2006.
[7] INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas, métodos químicos e físicos para análises de alimentos. São Paulo. 3º. ed. São Paulo :Instituto Adolfo Lutz,; v.1, p.
533, 1985.
[8] SAS INSTITUTE. SAS user’s guide: statistics version. Cary: SAS Institute, 1990. 846p.
[9] NASCIMENTO, U. M.; VASCONSELOS, A. C. S.; AZEVEDO, E. B. Otimização da produção de biodiesel a partir de óleo de coco babaçu com aquecimento por
microondas. Eclética química, v. 34, p. 37-48, 2009.
ISSN: 1806-549X
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0,67 a
0,59 ab0,55 ab
0,5 b 0,5 b
0
0,2
0,4
0,6
0,8
0,1 0,5 1 1,5 2
acid
ez
(%
)
massa da amostra (g)
Figura 1. Acidez do óleo da semente de babaçu (Attalea vitrivir) expressa em percentual de ácido láurico, em função da massa da
amostra. As letras iguais indicam ausência de divergência estatística pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (P=
0,0038; CV= 10,39).
1,02 a0,95 a
0,76 b0,67 b
0,77 b
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0,1 0,5 1 1,5 2
acid
ez
(%
)
massa da amostra (g)
Figura 2. Acidez do óleo da semente de macaúba (Acrocomia aculeata) expressa em percentual de ácido oléico, em função da massa
da amostra. As letras iguais indicam ausência de divergência estatística pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (P<
0,0001; CV= 8,95).