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Adesão à Dieta Mediterrânica numa amostra de Estudantes Universitários
Adherence to the Mediterranean Diet in a University Students sample
Inês Maria Serdoura Santos
Orientado por: Mestre Alda Jorge Rodrigues Alvim
Trabalho de Investigação
Ciclo de estudos: 1.º Ciclo em Ciências da Nutrição
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
Porto, 2017
i
Resumo
Introdução: A população universitária é um grupo vulnerável já que neste período
da sua vida começa a responsabilizar-se pela sua alimentação e atravessa um
momento determinante na aquisição de hábitos alimentares e estilos de vida
saudáveis. Os hábitos alimentares dos jovens Portugueses estão cada vez mais
afastados da Dieta Mediterrânica (DM).
Objetivo: Avaliar a adesão à DM numa amostra de estudantes universitários e
relacioná-la com o sexo, idade, faculdade, índice de massa corporal (IMC) e
consumo de pequeno almoço.
Amostra e Métodos: O estudo incluiu 52 estudantes que aceitaram participar no
estudo. Recolheu-se informação sociodemográfica (sexo, idade e a faculdade a
frequentar), antropométrica (estatura e peso), de estilo de vida (prática de atividade
física e consumo de pequeno almoço) e de frequência alimentar. A adesão à DM
foi calculada usando o Mediterranean Diet Serving Score baseado nas ultimas
recomendações da Pirâmide da Dieta Mediterrânica.
Resultados: A mediana de pontuação do MDSS foi de 8 (5,00). A adesão à DM foi
de 53,8%. Foram encontradas diferenças significativas entre os estudantes que
aderem e os que não aderem para as variáveis IMC (p=0,007) e “Consumo de
pequeno almoço” (p=0,031).
Conclusões: Este estudo sugere que existe uma adesão à DM semelhante à
encontrada noutros estudos, apesar de ser baixa (53,8%). Este facto, deve ser
encarado como uma prioridade para futuras intervenções, não só pelos benefícios
para a saúde inerentes a este padrão alimentar, mas também por ser considerado
uma parte da herança cultural do país.
ii
Palavras-Chave
Dieta Mediterrânica, Estudantes Universitários, Mediterranean Diet Serving Score
iii
Abstract
Introduction: The university population is a vulnerable group since in this period of
their lives they begin to take responsibility for their food and to consolidate their
food-related behaviors and healthy lifestyles. Young Portuguese eating habits are
moving away from the Mediterranean Diet (MD).
Objective: Evaluate the adherence to the MD in a university student sample and
relate it with the sex, age, faculty, Body Mass Index (BMI) and breakfast
consumption.
Subjects and methods: The study included 52 students who accepted to
participate in the study. Information about sociodemographic data (sex, age,
faculty), anthropometric data (height and weight), lifestyle data (physical activity
practice and breakfast consumption) and food frequency was collected. The MD
adherence was calculated using the Mediterranean Diet Serving Score based on
the last recommendations from the Mediterranean Diet Pyramid.
Results: The median of the score obtained in the MDSS was 8 (5,00). Statistical
differences were found between the students who adhere and those who don’t to
the variables “BMI” (p=0,007) and “Breakfast Consumption” (p=0,031).
Conclusions: This study suggests a similar adherence to the MD to the one found
in other studies, despite being low (53,8%). This fact must be faced as a priority to
future interventions, not only for the health benefits inherent to this dietary pattern
but also because it’s considered part of the country’s cultural heritage.
Keywords
Mediterranean Diet, University Students, Mediterranean Diet Serving Score
iv
Índice
Resumo................................................................................................................................i
Palavras-Chave......................................................................................................................ii
Abstract...............................................................................................................................iii
Keywords..............................................................................................................................iii
Lista de Siglas e Acrónimos..............................................................................................v
1. Introdução...................................................................................................................1
2. Objetivos.....................................................................................................................3
3. Amostra e Metodologia.............................................................................................3
4. Resultados..................................................................................................................7
5. Discussão e Conclusão..........................................................................................11
6. Agradecimentos.......................................................................................................15
7. Referências Bibliográficas......................................................................................16
v
Lista de Siglas e Acrónimos
AF – Atividade Física
DM – Dieta Mediterrânica
Exp b – Exponencial do Coeficiente de Regressão
FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
FCNAUP – Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do
Porto
IMC – Índice de Massa Corporal
IPAQ – Questionário Internacional de Atividade Física
Kg - Kilograma
MET – Equivalente Metabólico
MDSS – Mediterranean Diet Serving Score
m – metro
Min - Minutos
OMS – Organização Mundial de Saúde
PA – Pequeno Almoço
PAM – Padrão Alimentar Mediterrânico
QFA – Questionário de Frequência Alimentar
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura
1
1. Introdução
A entrada na universidade implica frequentemente alterações no estilo de vida
de muitos jovens, associada a mudanças de foro psicológico, emocional e
ambiental(1, 2). Viver fora de casa, tomar as suas próprias decisões adaptar-se a
novos horários, novas atividades, novas rotinas, começar a responsabilizar-se pela
sua alimentação, ser responsável por fazer as compras e até mesmo cozinhar as
suas próprias refeições fazem da população universitária um grupo especialmente
vulnerável numa perspetiva nutricional.
Atravessam assim, um período complexo para a consolidação de hábitos e de
condutas alimentares importantes para a sua saúde futura(1, 3, 4). Os jovens
universitários, muitas vezes não possuem aptidão nem experiência para tomarem
as melhores decisões e existe uma tendência para desenvolverem hábitos pouco
saudáveis, como demonstram estudos realizados em Espanha(5, 6), na Grécia(7), no
Chile(8), na Tunísia(9) em Itália(10) e no Chipre(11), que poderão perdurar para o resto
das suas vidas, influenciando não só a sua saúde no momento mas também a sua
saúde futura, aumentando o risco de padecerem de doenças crónicas.
Os últimos dados da Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência
indicam que no ano letivo 2015/2016 se encontravam inscritos no Ensino Superior
356399 estudantes(12).
Uma dieta equilibrada é aquela que aporta todos os nutrientes que
necessitamos para cobrir as necessidades fisiológicas do organismo. Não existe
um único modelo de dieta saudável(3): esta pode ser alcançada combinando os
alimentos de diversas formas.
2
A Dieta Mediterrânica foi considerada, em 2013, Património Cultural Imaterial
da Humanidade pela UNESCO(13). Representa características alimentares comuns,
é marcada por influências socioculturais, históricas e geográficas dos países
banhados pelo Mar Mediterrânico ou que por ele são influenciados, como é o caso
de Portugal(14, 15). É considerado um dos padrões alimentares mais saudáveis(15)
porque apresenta variedade e equilíbrio nutricionais.
Não existe uma definição DM, já que, cada país personaliza esta dieta tendo em
conta a sua cultura e os alimentos disponíveis, mas todos eles têm uma base em
comum(16).
Caracteriza-se por: (i) um consumo elevado de alimentos de origem vegetal
como os cereais pouco refinados, produtos hortícolas, fruta, leguminosas secas e
frescas e frutos secos e oleaginosos; (ii) um consumo frequente de pescado
principalmente nas zonas próximas da costa em detrimento das carnes vermelhas;
(iii) uso do azeite como gordura principal para cozinhar ou temperar alimentos; (iv)
um consumo baixo a moderado de lacticínios; (v) o consumo de água como bebida
de eleição e baixo consumo de vinho a acompanhar as refeições principais; (vi) a
realização de técnicas culinárias simples, refeições em família ou entre amigos,
promovendo o convívio entre pessoas à mesa e com a prática regular de atividade
física; (vii) valorização da sustentabilidade alimentar(17) já que os produtos são
preferencialmente frescos, locais, pouco ou nada processados, respeitando sempre
a sua sazonalidade.(18-20). A DM é muito mais do que uma dieta: representa um
estilo de vida(21).
A Fundação da DM em conjunto com investigadores(19), criou uma pirâmide
alimentar adaptada às variações que existem neste padrão alimentar e que é a
representação do mesmo(22).
3
Recentemente em Portugal, foi desenvolvida a “Roda da Alimentação
Mediterrânica”(23) um novo guia que evidência alguns alimentos mediterrânicos
mais relacionados com o padrão alimentar português. Estes encontram-se
destacados em cada um dos grupos de alimentos da “Nova Roda dos Alimentos”(24),
guia alimentar mais usado em Portugal.
Em Portugal e noutros países mediterrânicos, a tendência tem sido para um
afastamento(25) deste padrão alimentar em detrimento de um padrão alimentar mais
ocidental, sendo que este afastamento é mais evidente em pessoas mais jovens(26).
Os hábitos alimentares inadequados foram o fator de risco que mais contribuiu
para o total de anos de vida saudável perdidos em Portugal (19%)(27). De acordo
com dados recentes acerca da população portuguesa, a nível nacional, 30,8% dos
indivíduos apresentam uma baixa adesão ao PAM, 41,4% apresenta uma adesão
moderada e 27,8% apresenta uma adesão elevada(26).
A adesão ao PAM é importante para melhorar a saúde das populações, dado
os benefícios associados para a saúde deste padrão alimentar(28) e os estudantes
universitários parecem ser um grupo interessante para ocorrerem intervenções.
2. Objetivos
Avaliar a adesão à DM e quais os fatores (sexo, idade, faculdade, IMC, AF e
consumo de PA) que estão associados numa amostra de estudantes universitários.
3. Amostra e Metodologia
Amostra
Foram convidados a participar neste estudo todos os estudantes universitários
que se encontravam a frequentar a licenciatura em Ciências da Nutrição na
4
FCNAUP e a licenciatura em Ciências do Desporto na FADEUP. A população em
estudo foi selecionada por conveniência.
Metodologia
A informação foi recolhida através de um questionário de administração indireta.
O questionário foi disponibilizado online na plataforma LimeSurvey e foi enviado via
correio eletrónico. Antes de iniciarem o questionário, os participantes foram
informados com as instruções de preenchimento. Para prosseguir com o
preenchimento do questionário era obrigatório os estudantes assinalarem ter lido
as informações e darem o seu consentimento para utilização da informação,.
Foi autorreportada informação sociodemográfica (sexo, idade, o ciclo de
estudos e a faculdade a frequentar), antropométrica (estatura e peso), de estilo de
vida (prática de atividade física e consumo de pequeno almoço) e de frequência
alimentar.
A estatura e o peso foram ambos autorreportados. O IMC foi calculado usando
a fórmula de Quetelet [IMC=Peso(kg)/Estatura(m2)](29). Os estudantes foram
classificados segundo o seu IMC nos diferentes grupos propostos pela OMS(30, 31).
Para avaliar a AF foi utlizado o IPAQ versão curta autoadministrado. Este
método de avaliação da atividade física encontra-se validado para a população
portuguesa(32). O IPAQ na sua versão curta considera três tipos de atividades
específicas: caminhar, atividades de intensidade moderada e atividades de
intensidade vigorosa avaliando a sua duração e a sua frequência. Também
considera o tempo que os indivíduos passam sentados durante uma semana (AF
sedentária). De acordo com o protocolo de pontuação e análise de dados do
IPAQ(33), a AF Total pode ser expressa como MET em minutos por semana,
5
multiplicando os minutos por semana obtidos em cada categoria de atividade
específica pelo MET de cada atividade (Atividade Física Total = 3,3 MET x minutos
a caminhar x dias da caminhada + 4,0 MET x minutos de AF de intensidade
moderada x dias de AF de intensidade moderada + 8,0 MET x minutos de AF de
intensidade vigorosa x dias de AF de intensidade vigorosa). Este protocolo propõe
ainda a classificação da AF em 3 categorias: AF Baixa/Inativo (menos de 600
MET/min/semana), AF Moderada (pelo menos 600 MET/min/semana) e AF Alta
(pelo menos 3000/MET/min/semana)(33).
O consumo alimentar foi avaliado recorrendo a um QFA validado para a
população portuguesa(34) constituído por uma lista de 86 itens alimentares. Para
cada item o inquirido indicava a frequência do consumo que variava entre 9 opções
desde «nunca ou menos de uma vez por dia» a «seis ou mais vezes por dia». Os
itens do questionário foram posteriormente agrupados em 14 grupos de acordo com
a Pirâmide da Dieta Mediterrânica(19): fruta, vegetais, cereais, batatas, azeite,
oleaginosas, produtos lácteos, leguminosas, pescado, carne branca, carne
vermelha, doces e bebidas fermentadas, para análise da adesão à DM. A
frequência de consumo de cada um dos grupos alimentares foi obtida somando a
frequência de consumo de cada um dos alimentos constituintes dos grupos. A
adesão dos estudantes à DM foi analisada através do Mediterranean Diet Serving
Score (MDSS)(35). O MDSS é baseada na Pirâmide da Dieta Mediterrânica(19, 22). A
atribuição de pontos para cada grupo de alimentos encontra-se descrita na tabela
1.
Quando as quantidades de carne, ovos, batatas, doces e bebidas fermentadas
são maiores do que o recomendado ou quando as da fruta, dos vegetais, dos
6
cereais, do azeite, das oleaginosas e dos produtos lácteos e do pescado não são
alcançadas, não se atribui nenhum ponto.
Tabela 1: Mediterranean Diet Serving Score(35)
Grupo Alimentos Frequência de consumo recomendada
Pontos atribuídos
Fruta 1-2 por refeição principal 3 Vegetais ≥ 2 por refeição principal 3 Cereais 1-2 por refeição principal 3 Batatas ≤ 3 por semana 1 Azeite 1 por refeição principal 3
Oleaginosas 1-2 por dia 2 Produtos Lácteos 2 por dia 2
Leguminosas ≥ 2 por semana 1 Ovos 2-4 por semana 1
Pescado ≥ 2 por semana 1 Carne Branca 2 por semana 1
Carne Vermelha < 2 por semana 1 Doces ≤ 2 por semana 1
Bebidas Fermentadas 1-2 copos por dia 1
Os alimentos, que segundo a Pirâmide da Dieta Mediterrânica(19) têm mais
benefícios para a saúde e que devem ser consumidos mais vezes, têm um peso
maior na pontuação final do que os que devem ter uma menor frequência de
consumo. De um máximo de 24 pontos, 12 (50%) são alcançados quando se
alcança o consumo recomendado de fruta, vegetais, cereais e azeite, 4 pontos
(17%) quando se alcança o consumo recomendado de produtos lácteos e
oleaginosas e 8 pontos (33%) para o consumo recomendado de leguminosas,
batatas, ovos, peixe, carne branca, carne vermelha, doces e bebidas fermentadas.
Uma das vantagens do uso do MDSS é que é um instrumento validado que permite
determinar a adesão à DM sem necessidade de se estimar a ingestão de
nutrientes(35).
A maioria dos índices(14) utilizam 9 grupos alimentares para avaliar a adesão
enquanto que este considera 14, incluindo mais alimentos relacionadas com este
7
padrão alimentar. Para definir uma adesão ou uma não adesão à DM usou-se a
mediana da amostra como ponto de corte(35).
A análise estatística foi efetuada através do IBM SPSS Statistics v.24 para Mac
e do Microsoft Excel® 2016 para Mac.
As variáveis nominais são mostradas como frequências e percentagens. A
estatística descritiva foi realizada para todas as variáveis quantitativas reportando
a média e desvio padrão para as que apresentavam distribuição normal ou a
mediana com a amplitude interquartil para as que apresentavam distribuição não
normal. A normalidade das variáveis foi testada com o teste de Kolmogorov-
Smirnov. O teste de X2 foi usado para avaliar as diferenças entre grupos de
variáveis nominais, o teste de Mann-Whitney U foi usado para avaliar as diferenças
entre as variáveis nominais e cardinais não normais e entre variáveis nominais e
ordinais e o teste t-student para avaliar as diferenças entre as nominais e as
cardinais com distribuição normal. Utilizou-se uma regressão logística e calcularam-
se os respetivos Exp b e valores de p.
A significância estatística foi considerada quando o valor p era menor que 0,05.
4. Resultados
Responderam ao questionário 88 estudantes, 10% da população em estudo.
Foram considerados todos os indivíduos que completaram o questionário até ao
final e por esse motivo foram excluídas 36 respostas.
A amostra final de participantes foi de 52 estudantes (41 do sexo feminino e 11
do sexo masculino) com idades compreendidas entre os 18 e os 36 anos. 36
estudantes (69,2%) eram da FCNAUP (33 do sexo feminino e 3 do sexo masculino)
com idades compreendidas entre os 19 e os 36 anos e 16 estudantes (30,8%) eram
8
da FADEUP (8 do sexo feminino e 8 do sexo masculino) com idades
compreendidas entre os 18 e os 25 anos. A mediana da pontuação do MDSS foi de
8 pontos (5,00) com um mínimo de 4 pontos e um máximo de 18 pontos. A adesão
à DM na amostra foi de 53,8% (Tabela 2.) Na tabela 2 encontram-se as proporções
dos estudantes que cumprem as porções recomendadas de ingestão de cada um
dos grupos. Nesta amostra de estudantes 40,2% reporta um consumo adequado
de fruta, 10,9% de vegetais, 25% de cereais, 55,4% de batatas, 28,8% de azeite,
50% de leguminosas, 50% de ovos, 92,4% de pescado, 90,4% de carne branca,
55,8% de carne vermelha, 50% de doces e 1,9% de bebidas fermentadas.
Tabela 2: Componentes da MDSS: proporção de estudantes que segue as
recomendações das porções recomendadas pela Pirâmide da DM.
Na tabela 3 são descritas as características sociodemográficas,
antropométricas e de estilo de vida da amostra final após estratificação por adesão
ou não adesão à DM. A adesão à DM foi de 78,6% nos indivíduos do sexo feminino
Total (n, %) Componentes da MDSS, n (%) Fruta (1-2 por refeição principal) 37 (40,2%) Vegetais (≥ 2 por refeição principal) 10 (10,9%) Cereais (1-2 por refeição principal) 23 (25,0%) Batatas (≤ 3 por semana) 51 (55,4%) Azeite (1 por refeição principal) 15 (28,8%) Oleaginosas (1-2 por dia) 11 (21,2%) Produtos Lácteos (2 por dia) 15 (28,8%) Leguminosas (≥ 2 por semana) 26 (50,0%) Ovos (2-4 por semana) 26 (50,0%) Pescado (≥ 2 por semana) 48 (92,3%) C. Branca (2 por semana) 47 (90,4%) C. Vermelha (< 2 por semana) 29 (55,8%) Doces (≤ 2 por semana) 26 (50,0%) Bebidas Fermentadas (1-2 copos por dia) 1 (1,9%) MDSS ≥ 8, n (%) 28 (53,8%)
9
e de 21,4% nos do sexo masculino. 60,7% dos estudantes da FCNAUP aderem à
DM e 39,3% dos estudantes da FADEUP também.
A mediana do IMC dos estudantes que aderem à DM é de 22,59 kg/m2 (3,18)
enquanto que a mediana do IMC dos que não aderem é de 20,77 kg/m2 (2,31).
A prevalência de baixo peso nos estudantes que aderem à DM é inferior à
prevalência de baixo peso dos que não aderem (0% vs 16,7%). Por outro lado, a
prevalência de excesso de peso é maior nos que aderem à DM do que nos que não
aderem (4,2% vs 7,7%).
Quando se agrupou a AF em Baixa, Moderada ou Alta verifica-se que a maioria
do estudantes que aderem e não aderem à DM reportam uma AF Moderada (39,3%
e 41,7% respetivamente).
Quando questionados sobre a toma do pequeno-almoço, verificou-se que os
alunos que aderem à DM têm uma maior percentagem de resposta positiva (92,9%)
ao contrário dos que não aderem (66,7%).
Na maioria das variáveis não foram encontradas diferenças estatisticamente
significativas com exceção do IMC (p=0,007) e do consumo de pequeno almoço
(p=0,031).
A regressão logística é apresentada na tabela 4 descrevendo as associações
entre as características sociais, demográficas e de estilo de vida da mostra e a
adesão à DM.
10
Tabela 3: Características sociodemográficas, antropométricas e
comportamentais dos estudantes
a. Teste de X2 b. Teste de Mann-Whitney U c. Teste de t-student
Adesão à Dieta Mediterrânica
Total Adere à DM Não adere à DM p
Sexo, n (%) Feminino 41 (78,8%) 22 (78,9%) 19 (79,2%) 1,000a Masculino 11 (21,2%) 6 (21,4%) 5 (20,8%)
Idade, anos 21,00 (2,00) 21,00 (3,00) 20,00 (3,00) 0,115b
Faculdade, n (%) FCNAUP 36 (69,2%) 17 (60,7%) 19 (79,2%) 0,229a FADEUP 16 (30,8%) 11 (39,3%) 5 (20,8%)
IMC, kg/m2 21,91 (3,59) 22,59 (3,18) 20,77 (2,31) 0,007c
IMC, kg/m2, n (%) Baixo Peso (<18,5) 4 (7,7%) 0 (0%) 4 (16,7%)
0,063a Normoponderal (18,5 – 24,99) 44 (84,6%) 25 (89,3%) 19 (79,2%)
Excesso de Peso (≥25) 4 (7,7%) 3 (10,7%) 1 (4,2%) Atividade Física, n (%)
Baixa 19 (36,5%) 10 (35,7%) 9 (37,5%) 0,930b Moderada 21 (40,4%) 11 (39,3%) 10 (41,7%)
Alta 12 (23,1%) 7 (25,0%) 5 (20,8%) “Toma pequeno-almoço?”, n (%)
Sim 42 (80,8%) 26 (92,9%) 16 (66,7%) 0,031a Não 10 (19,2%) 2 (7,1%) 8 (33,3%)
11
Tabela 4: Associação entre as características sociodemográficas,
antropométricas e de estilo de vida e a adesão à DM (coeficientes b e
respetivos valores de p)
* modelo ajustado para todas as variáveis da tabela.
Usando uma análise bivariável não ajustada e uma análise bivariável ajustada,
verificou-se uma associação positiva entre o IMC e a adesão à DM e entre o
consumo de pequeno almoço e a adesão à DM. Indivíduos com um maior IMC tem
uma maior probabilidade de aderirem à DM (Exp b = 1,450 e p=0,013; Exp b =
1,814 e p = 0,010) e indivíduos que consomem o pequeno almoço tem uma maior
probabilidade de aderirem à DM do que os que não consomem (Exp b = 6,5 e
p=0,080; Exp b = 7,184 e p=0,011).
5. Discussão e Conclusão
O objetivo deste estudo era avaliar a adesão à DM e quais os fatores (sexo,
idade, faculdade, IMC, AF e consumo de PA) que estão associados a esta adesão
numa amostra de estudantes universitários.
Exp b Bruto p Exp b ajustado* p Sexo, n (%)
Feminino 1 - 1 - Masculino 0,958 0,965 5,980 0,094
Idade, anos 1,290 0,121 1,571 0,110 Faculdade, n (%)
FCNAUP 1 - 1 - FADEUP 0,407 0,156 0,136 0,091
IMC, kg/m2 1,450 0,013 1,814 0,010 Atividade Física, n (%)
Baixa 1 - 1 - Moderada 0,794 0,756 2,256 0,440
Alta 0,786 0,741 3,463 0,227 “Toma pequeno-almoço?”, n (%)
Sim 1 - 1 - Não 6,500 0,080 7,184 0,011
12
O estudo revelou que a mediana do MDSS foi de 8 num máximo de 24 pontos.
Estudos que utilizaram o mesmo índice de adesão reportam um mediana de
pontuação ligeiramente superior(35, 36) à encontrada, mas é importante referir que
as características das amostras utilizadas eram diferentes sendo que estas
constavam de mulheres e adultos. A adesão da amostra à DM foi de 53,8%,
percentagem muito semelhante à encontrada em outros estudos realizados em
estudantes universitários(1, 3, 37). É importante salientar que existem inúmeros
índices para definir a adesão à DM(14) e que, entre eles existem diferenças no que
diz respeito à definição de “Adesão à Dieta Mediterrânica”(14). Este facto deve ter
sido em conta quando se comparam diferentes estudos. A ausência de estudos
realizados em Portugal nesta população, não permitem a comparação destes
resultados com estudos prévios.
Neste estudo, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas
entres os estudantes que aderem e os que não aderem para as variáveis faculdade,
a idade, o sexo e a AF.
O facto de não se verificarem diferenças significativas entre os estudantes que
aderem e não aderem na variável “Faculdade” pode advir do facto de em ambas,
os estudantes terem um conhecimento superior no que toca a estilos de vida
saudáveis.
Na variável “sexo”, a diferente proporção entre indivíduos do sexo feminino e
masculino poderá afetar a análise estatística (41 vs. 11).
Quando classificados em três grupos de AF, a maioria dos estudantes de ambos
os grupos, que aderem e que não aderem à DM, tem uma atividade física
moderada. Apesar da utilidade dos questionários de atividade física e do IPAQ estar
validado para a população portuguesa(32), este instrumento, muitas vezes
13
sobrestima a verdadeira atividade física. Tratando-se de um método de avaliação
indireta requer o uso da memória, sendo por isso mais suscetível de erro na
avaliação do nível de atividade física quando comparado com métodos diretos(38) .
Seria interessante, em vez de analisar estes dados em MET/min/semana analisá-
los em min/semana de AF vigorosa e moderada já que as recomendações da
OMS(39) estão expressas nestas unidades e assim, poderíamos verificar se esta
amostra cumpre ou não com essas recomendações. É importante realçar que a
prática de atividade física regular diminui o risco de incidência de algumas doenças
crónicas não transmissíveis(40) e é importante fomentar este hábito nas populações
mais jovens.
O consumo do pequeno almoço está associado, nesta amostra, com uma
adesão à DM, no entanto estes resultados não são encontrados noutros estudos(11,
41, 42). Saltar o pequeno almoço, é uma consequência da entrada na universidade(7),
e pode ser uma consequência da mudança de rotinas. O pequeno-almoço é um
hábito associado a estilos de vida saudáveis e o PAM sendo um modelo de estilo
de vida saudável poderá explicar este resultado.
À semelhança do consumo do pequeno almoço, um IMC mais elevado foi
associado a uma adesão à DM. Resultados semelhantes foram encontrados num
estudo(43) mas na maioria dos estudos a evidência é contraditória(37, 44): quanto
maior o IMC menor a adesão. Este resultado poderá ser justificado com o facto do
IMC só refletir a composição corporal de indivíduos com características
determinadas. Seria mais adequado estudar a associação da adesão à DM com
resultados de uma análise à composição corporal. Como a variável IMC é contínua,
não é possível determinar a partir de que valor de IMC é que esta associação tem
significado estatístico.
14
As limitações deste estudo incluem o facto de o peso e da altura terem sido
ambos auto reportados, existindo uma tendência para uma subestimativa do peso
e uma sobre estimativa da estatura, sendo este desvio mais pronunciado no sexo
feminino que no masculino(45) e o facto de o QFA usado para estimar a frequência
de consumo de alimentos ser ligeiramente diferente do usado no estudo que propõe
este índice de adesão(35). O facto de o QFA ser muito extenso pode ter feito com
que muitos estudantes não quisessem participar, pelo que seria interessante que
se desenvolvesse uma ferramenta mais simples, prática e validada para avaliar a
adesão à DM para a população portuguesa.
O MDSS demonstra utilidade quando possuímos dados sobre a frequência de
consumo de alimentos ou grupos de alimentos, mas pode não ser a melhor
ferramenta uma vez que, tal como na Pirâmide da Dieta Mediterrânica(19), apenas
estima porções, não quantidades. As quantidades podem variar de estudo para
estudo, criando um erro associado à ferramenta.
Os principais resultados deste estudo devem ser entendidos devidamente
enquadrados nas limitações inerentes. O facto de a população em estudo ter sido
selecionada por conveniência e do seu tamanho reduzido, faz com que estes
resultados não possam ser extrapolados para toda a população universitária.
Para obter mais informação acerca destas variações que ocorrem na adesão à
DM nos estudantes universitários seria interessante realizar este estudo com um
maior número de participantes. Seria igualmente interessante analisar mais dados
como por exemplo outros determinantes do estilo de vida como os hábitos
tabágicos, a frequência de ingestão de bebidas alcoólicas, se aderiu a algum tipo
de dieta no ano anterior (terapêuticas ou para perda de peso), o número de
refeições diárias e quantas realiza em casa, se consome suplementos alimentares,
15
qual o seu estatuto socioeconómico e se vive com o agregado familiar ou
deslocado, já que estas variáveis podem, em certa medida condicionar o grau de
adesão à DM como demonstrado noutros estudos realizados na população
universitária. (1, 3, 4, 8, 9, 11, 36, 42, 43, 46-49)
Apesar de todas as limitações, os resultados obtidos neste trabalho juntamente
com a crescente evidência científica de que hábitos alimentares saudáveis podem
ajudar a prevenir doenças crónicas justificariam a intervenção junto deste grupo
específico.
Este estudo sugere que existe uma adesão à DM semelhante à encontrada
noutros estudos, apesar de ser baixa (53,8%). Este facto, deve ser encarado como
uma prioridade para futuras intervenções, não só pelos benefícios para a saúde
inerentes a este padrão alimentar, mas também devido ao facto de este ser
sustentável(17) bem como por ser considerado uma parte da herança cultural do
país.
Dado a grande proporção de jovens que frequentam as universidades, estas
podem representar cenários privilegiados para intervenção e promoção de hábitos
de vida saudáveis.
6. Agradecimentos
À Prof. Doutora Sara Rodrigues por todo o contributo, disponibilidade e apoio
prestado na realização deste trabalho.
Ao Prof. Doutor Rui Poínhos pelo apoio prestado na análise estatística dos dados.
16
7. Referências Bibliográficas
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