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A A indústria na era da internet www.adial.com.br Pró-Industrial ADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Fevereiro – 2013 – ANO V – Nº 38 ENTREVISTA Presidente da Abap-GO, Zander Campos Júnior REFLEXÃO O que a indústria pode esperar de 2013 EMPRESA A revolução econômica do Porto Seco Centro-Oeste SUA EMPRESA TEM PERFIL EM REDES SOCIAIS? SUA EMPRESA JÁ SOFREU UM ATAQUE EM MÍDIAS SOCIAIS? COMO REAGIRIA A UM PROTESTO EM MASSA DE MILHÕES DE CONSUMIDORES? SAIBA SE DEFENDER. EMPRESAS REGIONAIS E DE MÉDIO E GRANDE PORTES SÃO ALVOS FÁCEIS E PREFERIDOS DOS ATAQUES. ADIAL 38_Layout 1 15/02/2013 11:18 Page 1

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AA indústriana era da internet

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Pró-IndustrialADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Fevereiro – 2013 – ANO V – Nº 38

ENTREVISTAPresidente da Abap-GO,Zander Campos Júnior

REFLEXÃOO que a indústria

pode esperar de 2013

EMPRESAA revolução econômica

do Porto Seco Centro-Oeste

SUA EMPRESA TEM PERFIL EM REDESSOCIAIS? SUA EMPRESA JÁ SOFREU

UM ATAQUE EM MÍDIAS SOCIAIS?COMO REAGIRIA A UM PROTESTO

EM MASSA DE MILHÕES DE CONSUMIDORES? SAIBA SE

DEFENDER. EMPRESAS REGIONAIS E DE MÉDIO E GRANDE PORTES

SÃO ALVOS FÁCEIS E PREFERIDOS DOS ATAQUES.

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PRÓ-INDUSTRIAL

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Sumário

Editorial

O ano de 2012 já acabou? No calendário, sim. Nos indicadores,ainda não. O acúmulo de resultados ruins para a indústria no anopassado e o risco de inflação continuam a assombrar, agora não ape‐nas aos industriais, que desde o primeiro bimestre do ano passadoalertam, mas também a analistas, consumidores e até ao governo.

Enfim, e infelizmente, os impactos da desindustrialização e o en‐colhimento do setor já trazem reflexos para a economia, como des‐compasso entre a produção e o consumo – que deságua no aumentode preços e maior necessidade de importação, que afeta, por exemplo,a balanço de pagamentos.

Nada que antes os industriais não tenham alertado. O setor sentiuprimeiro o impacto da retração da economia, avisou e não teve res‐postas à altura dos problemas. Agora, os demais agentes econômicosbuscam uma solução. Com todos cientes, 2013 não pode repetir oserros e números ruins de 2012. Mas, para muitas indústrias, agora étarde. Perdas irreparáveis, com fechamento de empresas e empregos,e até extinção de alguns setores fornecedores por completo, queobriga o empresário recorrer à importação para adquirir o insumo.

Nesta edição, a Pró‐Industrial mantém seu papel de informar etrazer as principais novidades do setor. Traz como matéria de capa oavanço da internet, seus efeitos para indústria, pesquisa sobre o temae repercussão entre especialistas em Goiás.

No foco desta edição, a indústria da comunicação, que passou ater, por parte do governo goiano, incentivos fiscais e aproxima suaplataforma de ação do trabalho da ADIAL, constante defensora daspolíticas de benefício fiscal. Ainda sobre o tema, a revista entrevista opresidente da Abap‐GO, Zander Campos Júnior.

Conheça também o importante papel representado pelo PortoSeco na economia goiana e as novidades sobre tributos na colunaNotas Industriais. Boa leitura.

Produção

ADIAL ‐ Rua Dr. Olinto Manso Pereira, 837, 4º andar ‐ Ed. Rizzo PlazaSetor Sul, Goiânia Goiás. CEP: 74.083‐060 Fone: (62) 3213‐1666.

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Presidente do Conselho de Administração Cesar Helou

Vice‐Presidente Financeiro Rodrigo Penna de Siqueira

Conselho NatoCyro Miranda Gifford Júnior, José Alves Filhoe Alberto Borges de Souza

Vices‐Presidentes e Conselheiros Nelson Vas Hacklauer, Alberto Borges deSouza, Maximiliano Liubomir Slivnik, VanderlanVieira Cardoso, Sandro Antônio Scodro, Heribaldo Egídio da Silva, Paulo Sérgio Guimarães Santos, Pedro Henrique PessoaCunha, Heno Jácomo Perillo, Marco Aurélio Limírio Gonçalves, José Ba�sta Júnior, NelsonKowalski, José Alves Filho, Domingos VilefortOrzil, Alfredo Ses�ni Filho, Carlos Luciano Ribeiro, Rivas Rezende, Juliana Nunes e IngoKalder.

Diretor Execu�voEdwal Freitas Por�lho “Chequinho”

Projeto Gráfico e Diagramação Contemporânea

COMERCIAL ‐ ANÚNCIOS (62) 3213‐1666 ou (62) 9125‐9526

Pró-IndustrialExpediente

2013 não repetirá 2012

16‐17 PORTO SECO

EDITORIAL 2013 não repe�rá 2012. //INTERNET Aindústria já navega na era da internet 3‐5. //ANÁLISEMarke�ng x an�marke�ng 7. //ENTREVISTA ZanderCampos Júnior 8‐10.// INCENTIVOS FISCAIS A indús‐tria da Comunicação 11. // MARKETING & PRODU‐TOS Novidades na indústria 12. // NOTASINDUSTRIAIS Bene�cios, prazos e Guerra dos Portos13. //ADIAL Confraternização 2012 14. //REFLEXÃOSETORIAL Expecta�vas 2013 15. // LEITURA LivrosEmpresariais 18. // ESPECIAL China 19. // OPINIÃOCesar Helou 20.

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INTERNET

Centenas de milhões depessoas conectadas aomesmo tempo. Bi‐lhões, talvez. Umarede de comunicação

em escala mundial, divulgando fa‐mílias, empresas e governos. Parao bem ou para o mal, tudo é com‐partilhado, exposto a um julga‐mento que ocorre muitas vezessem ao menos chegar ao conheci‐mento dos envolvidos. Uma fotocomprometedora, uma reclama‐ção nas redes sociais, uma denún‐cia bem fundamentada podem, em

questão de minutos, destruir irre‐paravelmente reputações e marcas.

Ah, não espere um mínimo depiedade ou reparações se for umafalsa denúncia ou foto montada.

Um prazer, essa é a nova eradigital. E ninguém está de fora.

Até mesmo aquele industrialavesso à tecnologia, que não temperfil em redes sociais ou acessa e‐mail, sua empresa tem um site“mínimo”, não vende, não com‐pra, não interage? Sim, ele está.Não depende dele.

Primeiro, este empresário já de‐

veria ter um plano de conversão dasua empresa “analógica” para “di‐gital”.

Segundo, e pior, se ele está de‐satento com a questão, se não temum aparato de defesa digital e rea‐ção a ataques, não vai conseguirresponder a tempo – e é preciso seruma resposta quase automática.

Detalhe: as empresas regionais,em crescimento, são as principaisvítimas de ataques irreais ou deuma superdimensão a um fatoeventual ocorrido com seu pro‐duto ou serviço.�

A indústria já estána era da internetSITE, FACEBOOK, TWITTER, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E QUALQUER

OUTRA PLATAFORMA BASEADA NA INTERNET SÃO PRIORIDADES NO SETOR

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INTERNET

E agora, minhamarca foi atacada?

O INÍCIOA rede mundial de computadores, ouinternet, surgiu em plena Guerra Fria.Criada com objetivos militares, seria umadas formas das forças armadas norte‐americanas de manter as comunicações emcaso de ataques inimigos que destruíssemos meios de telecomunicações. Nasdécadas de 1970 e 1980, a internettambém foi um importante meio decomunicação acadêmico. Na década de 90,ganhou espaço em residências e empresas.

REDES SOCIAISA partir de 2006, começou uma nova erana internet com o avanço das redes sociais.Pioneiro, o Orkut ganhou a preferência dosbrasileiros. Nos anos seguintes surgiramoutras redes sociais como o Facebook,Twitter, Linkedin, G+, entre outros.

COMPRAS COLETIVASA partir de 2010, um novo serviço viroufebre no mundo da internet ‐ e quebrou

muito a desconfiança de consumidores eempresas. Conhecidos como sites decompras coletivas, eles fazem aintermediação entre quem vende e quemcompra. Estes sites conseguem negociardescontos para a venda de grandequantidade de produtos e serviços.

MOBILIDADEDesde o 2008, há um explosão no consumode dispositivos móveis. O número desmartphones, tablets, laptops e telefonescom conexão à Internet excederá 7 bilhõesnesse ano. Ou seja, vai superar a populaçãomundial. Até 2017 haverá cerca de 1,4dispositivos por habitante.

NUVEMDesde 2011, se populariza a armazenagemde dados de pessoas e empresas emservidores de cloud computing (computaçãonas nuvens). A perspectiva é que, até 2014,40% de todos os aplicativos no mundoestejam baseados em servidores externos.

A REDE MUNDIAL Confira a origem e evolução da rede mundial de

computadores e suas consequências para a indústria

Fonte: Arquitetura Humana/Exame

Um shopping, uma construtora,uma indústria do setor de alimentação,vários restaurantes e uma fábrica de cal‐çados foram algumas das empresas quesofreram ataques em mídias sociais re‐centemente. Eles ocorrem todos os dias.Em alguns dos casos, foi comprovada afraude da denúncia – normalmente,fotos – e eram ações de protesto de umconsumidor mal‐intencionado. Mas de‐pois que o viral (ação maciça de divul‐gação na internet, que pode ser uma,propaganda negativa da marca) ganhacorpo, qual o remédio para combatê‐lo?

Para especialistas, a receita é plane‐jamento de crise. Detalhe: empresas re‐gionais e de médio e grande portes sãomais vulneráveis, tornando‐se alvos fá‐ceis. Outro detalhe é que a fraude pode(e muitas vezes) ser uma ação fabricadapelo concorrente, que visa denegrir amarca rival.

Jeremiah Owyang, especialista dosetor de indústrias e analista da consul‐toria americana Altimeter Group, en‐sina que as marcas não estãopreparadas para ataque organizado emmídias sociais. Independente de seremou não verídicos, a maioria das empre‐sas falha ao usar ferramentas, equipe etecnologias similares para monitorar eresponder. “Esperem ataques coorde‐nados e organizados de seus críticos.Todo produto ou empresa tem umgrupo crítico”, disse.

“As marcas pensam que são donasde suas páginas no Facebook, mas osfãs têm demonstrado seu poder e pro‐priedade. Quando você olha de perto,na verdade, nenhuma das partes temrazão, já que a página pertence mesmoé ao Facebook. Mas não espere muitodele… As marcas estão lá por contaprópria”, completou. �

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INTERNET

Monitoramento, a palavra-chave

É uma realidade, com a inter‐net as empresas passaram a terduas vidas. Uma no mundo real,com lojas, fábricas, funcionário, le‐gislações, fiscais e suas marcas. Aoutra vida é no mundo virtual,onde também podem ter suas lojas(comércio eletrônico), com regraspróprias e suas mesmas marcas aliexpostas. É claro que a empresapode estar na internet por contaprópria com um site institucional– apresentando sua história,clientes e produtos. Pode entrarnas redes sociais para um contatomais direto com seu consumidor,além de fazer campanhas de ven‐das e marketing do seu produto.

Especialistas apontam que a in‐ternet é a forma de estudar o com‐portamento dos consumidores –serve também como um SAC (Ser‐viço de Atendimento ao Consumi‐dor) ativo, estreitando orelacionamento e buscando solu‐cionar problemas pontuais e quepodem desaguar em ações nos ór‐gãos de defesa do consumidor. “Éuma forma do consumidorconversar com sua marca”, des‐taca o especialista em inteligênciadigital Leonardo Bortoleto, diretorpresidente da Web Consult.

Para Leonardo, os negócios depequeno, médio e grande porteserão lembrados, amados ouodiados pelos internautas, e porisso é preciso se proteger. “Nãohá vantagem nenhuma em sairda rede. Quando a empresa sai,existe a impressão que ninguémestá falando da marca, a dife‐rença é que fora da rede ela não

fica sabendo. É importante ressal‐tar que para qualquer tipo de si‐tuação na internet, a ação deveser monitorada pelos responsá‐veis”, escreveu ele em seu blog.

COMO MONITORARO especialista explica que o

monitoramento do que se publicasobre a empresa nas redes sociaispode ser realizado por softwares.A recomendação é que seja feitopor estes programas no caso depequenas e médias empresas, masgrandes corporações devemcontratar serviços especializadosno assunto.

“Existem reclamações maissutis, mas da mesma importância.Só tem acesso a elas quem faz omonitoramento da marca. No mo‐nitoramento vamos na origem doproblema, percebemos a intençãodo comentário e tomamos a deci‐são de como agir”, escreve Leo‐nardo.

DICAO Scup, plataforma de moni‐

toramento e gestão de mídias so‐ciais, lançou o e‐book “ComoMonitorar as Mídias Sociais e terInsights para o Seu Negócio”.

Direcionado aos profissionaisque atuam com mídias sociais, o e‐book, com 39 páginas, está dispo‐nível para download no sitewww.ideas.scup.com, onde temoutras opções de livros eletrônicosde como fazer campanhas emredes sociais e como iniciar umaoperação de atendimento nas mí‐dias sociais.

AS DICAS DE OWYANG

Desenvolva uma estratégiacomunitária e pratique asrespostas para crisesNão fique assustado. Ao invés disso,desenvolva um planejamento, recursos euma resposta imediata para uma crise. Éimportante deixar tudo pronto de antemão,antes que algo realmente aconteça;

Companhias devem ter umaestratégia preparada, nunca saltarsem paraquedasAs empresas têm se sentido seduzidas aadotar novas ferramentas, como as páginasno Facebook, sem pensar muito nisso. Não ofaça sem um programa claro de regras,políticas, e pessoal experiente.

Contrate pessoal experiente, nãoapenas estagiáriosBusque pessoas experimentadas paragerenciar, especialmente aquelas quesabem como lidar com clientes furiosos semperder a compostura.

Planos e treinamentos para o piorElabore um planejamento prévio dasmedidas a serem tomadas caso ocorra umataque em grande escala.

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análise

Auanto custa umacampanha publi‐citária nacional,com pagamentode atores famo‐

sos, produtoras, agências depublicidade, o redesenho damarca, espaço em rádio, jornale TV? Cada empresa paga umpreço, mas nenhuma paga poruma campanha em todos Esta‐dos e canais de comunicaçãopor 30 dias menos do que al‐guns milhões.

Esse é o marketing. Agora, quanto custa o anti‐

marketing?Antes de avaliar os custos do

antimarketing, vamos a umaanalogia que deve ser considerada.Hoje, empresas de médio e grandeportes têm equipes preparadas paraocorrências de primeiros socorros etreinadas para dar o primeiro com‐bate ao fogo, o que seria uma espé‐cie de brigada de incêndios. Estabrigada é treinada para acidentes,faz simulações, está sempre atentaaos riscos.

O mundo do marketing ganhouna última década um novo canal,poderoso e perigoso, para exposi‐ção da marca, que é a internet. Elatem com forte diferencial a suaproximidade e interação abertacom o consumidor do produto –muito diferente das anteriores,como jornal, revistas, rádio, televi‐são ou outdoors.

Mas a rede mundial de compu‐tadores tem a capacidade de repro‐duzir com custo bem menor boasações promocionais para a empresaassim como disparar pelos quatro

cantos a milhões que lhe dão au‐diência um viral – que seria umamensagem, que pode também sernegativa. Essa ação de antimarke‐ting tem o poder destrutivo maioraté do que o marketing se não foridentificada, analisada e respon‐dida coerentemente em um prazomínimo, que pode ser de algunsminutos até poucos dias.

Para isso, as empresas quepodem ser afetadas por estes “in‐cêndios” em suas marcas necessi‐tam de ter, treinadas e atentas, suasbrigadas de incêndio. Deixar asfaíscas se alastrarem sem dar muitaatenção é um risco que muitas em‐presas correram e depois tiveramprejuízos que podem demorar anospara recuperar. As notícias ruinscolam na marca. Nesta lista, incluiboatos ou fraudes. Então, uma boabrigada tem sempre uma boa e rá‐pida resposta, de apoio ao consu‐midor reclamante ou desmentidocom relação a falsas informações

sobre a empresa e seus pro‐dutos.

O monitoramento dasredes sociais (Facebook,Twitter, G+, Linkedin e ou‐tras) é realizado por profis‐sionais formados nesta área,que já ganham, no mercadode trabalho, funções própriase nomes específicos. O ato de“vigiar” o que se diz de ver‐dade e/ou mentira da em‐presa na internet hoje éfacilitado por potentes soft‐wares de busca. Agora,assim como medir quando, oque, como e a que tempo res‐ponder cada “inserção” oumesmo ou mesmo avaliar o

aproveitamento e replicagem de in‐formações positivas é trabalho parauma profissional altamente capaci‐tado, que participe ou tenhacontato com toda elaboração da po‐lítica de marketing da empresa.

Mas destaca‐se que a internetnão é uma ferramenta especifica‐mente voltada para o marketing. Elaopera relações de negócios e trocainstantânea de informações. Empre‐sas compram e vendem com maisrapidez usando o computador.Cada vez mais, os negócios ocorremvirtualmente. Entrar ou não é ques‐tão de escolha, é questão de tempo.

A compreensão desta plata‐forma, suas nuances, seus riscos eseus benefícios já atiçam as empre‐sas. Ter equipes voltadas para pen‐sar digitalmente a empresa éprudente e essencial. Mas aconscientização dos envolvidos noprocesso, inclusive os acionistasmais conservadores, é vital.

Marketing x antimarketing

Q

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25 ,60/0

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ENTREVISTA

O fortalecimento da publicidade goiana

Zander Campos Júnior

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MMichal Gartenkraut

Em uma conversa franca com a reportagem da Pró‐Industrial, o publicitário e presidenteda Associação Brasileira de Agências de Publicidade, capítulo Goiás (Abap‐GO), ZanderCampos Júnior, falou do avanço da indústria da comunicação em Goiás nas últimas dé‐cadas, da ainda pequena participação do setor industrial goiano na receita do setor e da

ampliação da formação e parque tecnológico do segmento. Zander, que falou da importância dosincentivos fiscais para a indústria goiana e seus efeitos no crescimento da economia. Como a en‐trevista foi realizada em dezembro, o governo estadual ainda não havia anunciado o benefício fiscalpara a indústria da comunicação – que está detalhado em matéria seguinte à entrevista do presi‐dente da Abap‐GO. Confira os principais trechos da entrevista:

A produção publicitária emGoiás, até pelos prêmios e quali‐dade do trabalho que executa, hojeé reconhecida pelo mercado publi‐citário nacional?

Sim, de muito já é reconhecida.A indústria da comunicação no Es‐tado reúne talento, equipamento eempresas de todos os segmentos danossa cadeia, que nada ficam adever em quesitos de capacidadetécnica e qualidade, aos maioresmercados publicitários do País.Assim, temos agências de propa‐ganda, publicidade, promoção,eventos, Relações Públicas, gráficas,produtoras de áudio/vídeo/digital,gráficas de todos os meios, muitoantenados ao que de melhor existeem nível estrutural, e com custo‐be‐nefício competitivo.

E este reconhecimento ocorrepor parte das empresas goianas?

Ocorre, sim. E o reconhecimentodeste mercado anunciante local éessencial, pois movimenta o tradedo nosso setor. Exemplos temos vá‐rios, entre os quais, certames pro‐movidos por entidades e grandesgrupos de comunicação; entrega depremiações por marcas líderes emshare e vendas; apenas para citar al‐guns. Claro que também temosexemplos pontuais de empresasgoianas que não confiam no talentolocal, e preferem recrutar empresasde outros Estados.

Empresas goianas de abrangên‐cia nacional apostam no trabalhodas agências do Estado? Como estáa situação e o qual seria o ideal?

Ainda são poucas as empresasgoianas que anunciam no mercadoem nível nacional. Temos um mer‐cado local ainda predominando, porordem, o comércio, o setor públicono geral; seguido pelo setor de ser‐viços, e o da indústria. O ideal seriaum maior incremento das atividadesde comunicação por parte de indús‐trias que pouco ou nada fazem, alémda maior dinamização das deman‐

das de indústrias que aqui estão ins‐taladas, mas cujas matrizes são deoutros Estados, e por conseguinte,nada produzem em Goiás, em nossosetor, pois tudo é centralizado emsuas matrizes.

O setor industrial goiano estáem plena expansão. Como o setorde publicidade e propaganda avaliaeste avanço do ponto‐de‐vista eco‐nômico e de integração de negó‐cios? Como ampliar esta interação?

A meu ver, por meio de um mixde providências, assim ordenadas:investindo na capacitação e recicla‐gem de seus profissionais, que são oprincipal ativo das agências; investi‐mento em talento e equipamento;ampliando o rol de pesquisas e pro‐gramas de gestão e planejamento denossa área (planejamento, mídia,etc); participando dos eventos pro‐movidos por suas entidades classis‐tas, além de estar filiado às mesmas.

Como evoluiu a indústria dapropaganda goiana nas últimas dé‐cadas? Tem o mesmo perfil de evo‐lução do setor industrial do Estado?

Nos últimos trinta anos, o im‐pulso foi transformador, e coincidecom a instalação dos cursos super‐iores específicos de habilitação empublicidade e propaganda. Hoje, sãocerca de dez no Estado. Fora outroscursos de áreas correlatas, comoArtes Visuais, Design Gráfico, Le‐

O ideal seriaum maior incre‐mento da comunica‐ção por parte deindústrias que poucoou nada fazem, alémda maior dinamiza‐ção das demandas deindústrias que aquiestão instaladas, mascujas matrizes são deoutros Estados”

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tras. Na seara acadêmica, houvemuitos avanços, desde que o pri‐meiro curso, da UFG/Facomb se ins‐talou, no início dos anos 90. Creioque o perfil da evolução econômicado setor industrial foi mais veloz,uma vez que temos vários compo‐nentes neste contexto. A divisão deGoiás com Tocantins em 88, as novasmétricas de gestões públicas implan‐tadas, os programas de incentivo fis‐cal (Fomentar/Produzir), e as váriasinovações promovidas pelos diver‐sos governos, aliado ao boom da es‐tabilidade econômica, a melhora dosíndices estatísticos do estado, possi‐bilitaram um upgrade mais favorá‐vel e rápido ao ambiente de negóciosdo setor industrial. No nível de equi‐pamentos do setor da comunicação,o setor audio‐visual se beneficiou deganho de escala de produção nacio‐nal, e redução de alíquotas de im‐portação, apesar de mais taxas coma criação da Agência Nacional do Ci‐

nema, ANCINE. A digitalização dosprocessos, na indústria serigráfica,gráfica, fotográfica e fonográfica be‐neficiou e barateou vários serviços.No âmbito do setor gráfico, porexemplo, o governo do Estado elimi‐nou o ICMS para máquinas novas,dentre outros itens. E nosso parquegráfico ampliou e se modernizou emdez anos.

As agências maiores têm contatocom empresários de todo País?Como é o perfil, quais são as carac‐terísticas dos empresários goianos?Este perfil tem mudado nos últimosanos com a forte profissionalizaçãoda economia?

Esta atuação é muito individuali‐zada. O perfil e foco de atuação decada agência vai de sua filosofia.Temos agências que só operam com osetor privado; temos outras que ope‐ram todas as ferramentas da comuni‐cação; outras têm expertise commarketing político, web, promo,eventos, entre outros. Outras têmknow‐how de varejo, de imobiliário.A plataforma de contatos tambémvaria, pois temos empresas com escri‐tórios em outros mercados, ou que in‐tegram redes nacionais ouinternacionais, que possuem coliga‐das em vários locais. Hoje, realmentea economia não tem fronteira. As pu‐blicações especializadas do trade sãoum canal de forte apelo e interfacedestes contatos. O perfil tem sim mu‐dado com a profissionalização. E asagências publicitárias definem onicho onde desejam atuar e prospec‐tar. E os anunciantes têm também aoportunidade de pesquisar sobre asagências, visitando seus sites, assis‐tindo seus portfolios, visitando suasestruturas, conversando com seusexecutivos. Esta química cliente‐agên‐cia é vital para o bom negócio paratodos. É um casamento, que precisa

ser duradouro, feliz e de confiança.

Quais as perspectivas do setorpara os próximos doze meses?

Corroboramos a tese de que 2012ficou aquém da expectativa inicial. Osnós da economia no contexto interna‐cional, misturados ao nosso cenáriointerno, não possibilitou grandeavanço, em números finais tímidos decrescimento, PIB e outros indicadores.Em 2013, já teremos o evento Copadas Confederações. Em tese, grandeseventos, como Copa e Olimpíadas,movimentam grandes ações promo‐cionais de marketing nos mercados.Esperamos que Goiás possa ser bene‐ficiado também, apesar de não sersede destes grandes torneios. Noplano macro, torcemos para que asempresas no geral aloquem em seusbudgets uma rubrica destinada àsações de comunicação. É incrível, masmuitas empresas não o fazem. Equando precisam demandar o ser‐viço, por não ter provisionado, enten‐dem que é gasto, e não investimento.

No planomacro, torcemospara que as empre‐sas no geral alo‐quem em seusbudgets uma ru‐brica destinada àsações de comunica‐ção. É incrível,mas muitas empre‐sas não o fazem.”

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INCENTIVOS FISCAIS

Ogovernador de Goiás, MarconiPerillo, assinou no último dia19 de dezembro, em café damanhã no Palácio das Esmeral‐das, o Decreto nº7.774/12 que

altera o regulamento do Produzir, incluindoo anexo II do Decreto 5.265/2000 quecontempla toda a cadeia produtiva da in‐dústria da comunicação do estado.

De acordo com a medida as empresasdo programa Produzir terão descontos deaté 50% em incentivos fiscais nos investi‐mentos feitos em comunicação. O Decreto éretroativo ao dia 4 de dezembro, Dia Mun‐dial da Propaganda.

Era uma reivindicação de uma década,que finalmente agora tem solução definidapelo governo do Estado. Representantesdos segmentos que compõem o Fórum per‐manente da Indústria da Comunicação deGoiás participaram da solenidade de lança‐mento do decreto. Durante o discurso, oGovernador disse que a medida tem obje‐tivo de impulsionar a economia, sem fazerreserva de mercado.

Os dirigentes das entidades de classe queintegram o Fórum Permanente da Indústriada Comunicação de Goiás desenvolveramuma campanha publicitária para informar aosempresários do Produzir os benefícios danova medida e como fazer para aderir ao pro‐grama. O presidente da Associação Brasileiradas Agências de Publicidade em Goiás (Abap‐GO), Zander Campos Júnior, explica que ascerca de 700 empresas que estão no Produzirtêm créditos para fazer as compensações fis‐cais geradas pelo Estado.

“Na hora de fazer o acerto no programa,se ela tiver utilizado os serviços de propa‐ganda em Goiás, poderá ter um bom abati‐mento em seu saldo devedor”, disse. Veja noquadro explicativo ao lado:

INDÚSTRIA GOIANA PODERÁABATER METADEDO INVESTIMENTOEM COMUNICAÇÃOREALIZADO EMGOIÁS NO ACERTOANUAL DO PRODUZIR

Benefício Fiscalchega à indústria da comunicação

DETALHES DO PROGRAMA

ORIENTAÇÃO PARA AS EMPRESAS BENEFICIADAS PELO PRODUZIR POSSAM SE BENEFICIAR COM A INDÚSTRIA DA COMUNICAÇÃO GOIANA

1‐ As empresas beneficiadas peloPrograma de Desenvolvimento Industrialde Goiás (Produzir) que contrataremserviços da indústria da comunicação localpoderão, desde 4 dezembro de 2012,obter um desconto de 50% sobre o saldodevedor do financiamento concedido peloprograma.

2‐ Por esse Programa oficial (Produzir),o próprio Estado financia 73% do ICMS a serrecolhido mensalmente pelas empresas queaqui se instalam e usufruem dos incentivosfiscais contratados.

3‐ O anexo 2 do Decreto 5265/00, queregulamenta o Produzir, mostra uma sériede mais de 50 fatores de desconto que aempresa beneficiada se utiliza para reduzirou zerar sua dívida com o estado ( os 73%de ICMS financiado mensalmente). Acontratação de empresas integrantes daIndústria da Comunicação de Goiás, atravésde suas associações de classe ou sindicatos,será mais um dos itens capazes de gerardesconto sobre aquela parcela financiada.

4‐ Como fazer para que a empresabeneficiada pelo Produzir possa sebeneficiar desse novo fator de desconto:

a) Encaminhar um oficio ao ConselhoDeliberativo do Produzir, em atenção ao seupresidente, solicitando a inclusão de suaempresa na alínea c do Grupo III, do anexo

2 do decreto 5265/00.b) Em aproximadamente 60 dias, o

ofício será deferido e a partir daí, a empresapode ser beneficiada.

5‐ O desconto concedido é um dosmaiores índices percentuais previstos, o quemostra a enorme vantagem de se contratarpublicidade, dentro do Estado de Goiás,direcionar investimentos para a Indústria daComunicação de Goiás.

6‐ A empresa inscrita no Produzirpoderá se utilizar de gráficas (impressos,material de divulgação, embalagens, bulasde remédios, catálogos, materiais deexpediente etc), agências locais depublicidade, produtoras de rádio e de vídeo( comerciais, documentários, vídeos detreinamento e institucionais etc) , veículosde comunicação locais (rádios, TVs, revistas,jornais da Capital e do Interior, exibidoras deoutdoors e mídia exterior), institutos depesquisa de mercado, promotoras deeventos, ações via Leis Rouanet, Incentivo àCultura e Goyazes, etc.

7‐ Uma vez inclusa no decreto daComunicação, basta a empresa apresentaras notas fiscais na auditoria anualpromovida pelo programa Produzir ereceber 50% do seu investimento na formade crédito para acertar suas contas com ogoverno do Estado.

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Envie novidades da empresa no e‐mail: [email protected]

A Bunge Brasil acabade receber o SeloCombustível Social,certificação concedidapelo Ministério doDesenvolvimento Agrário(MDA). O SeloCombustível Social fazparte de um conjunto de medidas específicas para estimular a inclusãosocial na agricultura, instituídas em 2005, junto com o Programa Nacionalde Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Para obter esse selo, a Bunge vemtrabalhando para assegurar a inclusão da agricultura familiar na cadeiaprodutiva de seu biodiesel, garantindo a compra de matéria‐prima depequenos agricultores, principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul,Paraná e Mato Grosso.

A Pepsico traz para o mercado cookies de Toddy. Os biscoitosvêm com gotas de chocolate e estão disponíveis em embalagensde 60 gramas e de 150 gramas, com identidade visual que remeteàs tradicionais embalagens do achocolatado.

BUNGE

A marca de esmaltesRisqué, da Hypermarcas,desenvolveu um sistema paracoleta e descarte de embalagens pós‐consumo. Os coletoresno formato das tradicionais embalagens da marca têmcapacidade para 750 embalagens cada. “O descarte adequadodos vidrinhos de esmaltes proporcionará benefíciosambientais importantes. O material recolhido será processadoe transformado em fonte de energia para a indústria decimento, reduzindo o impacto ambiental causado pelo uso deaterros sanitários”, explica Patricia Peters, diretora dequalidade da Hypermarcas. A estimativa é que na fase deimplantação do projeto cerca de 150 quilos de embalagens deesmaltes sejam coletados por mês. Inicialmente, a marcadisponibilizará os coletores em unidades da loja decosméticos Ikesaki, em São Paulo.

A Sinhá mostra maisuma vez que, muitoalém de um importanteplayer do mercado, faz adiferença no segmentoem que atua. A marcaanunciou o lançamentodos Óleos Saborizados

PET Sinhá, nas versões 250 ml e 500 ml, disponíveis nos sabores Tradicional,Alho, Ervas Finas e Orégano. A novidade mostra a visão pioneira da marca,que é a única no mercado que oferece versões saborizadas em embalagempet 250 ml. Com preço competitivo, que garante giro e inovação à sua loja, oproduto é comercializado em embalagem Premium.

A empresa confirmou a compra dos ativos da empresa XL Foods, noCanadá. Fazem parte da aquisição, dois frigoríficos no Canadá, quesomam uma capacidade de abate de 5 mil cabeças por dia. Além deuma unidade de confinamento com capacidade estática para 70 milcabeças e uma propriedade rural de 2,6 mil hectares integrada peloconfinamento. A JBS também poderá adquirir os ativos da XL Foods nosEstados Unidos. Porém, a operação depende da autorização dasautoridades americanas. Juntos, os ativos da XL Foods no Canadá e nosEUA seriam adquiridos por US$ 100 milhões.

PIF PAFA Pif Paf apresentou quatro

novos produtos para o seuportfólio. A Sobrecoxa de Frangoda Linha Grill vem em pacotede1kg. O produto já vemtemperado com as mesmascaracterísticas dos outrosprodutos da Linha Pif Paf Grill. OKibe Bovino vem em cartucho de 300g e foi elaborado apartir da receita árabe. O Filet Mignon Suíno vem com duaspeças por embalagem e preparado com o tempero da LinhaGrill. O Penne ao Molho Sugo está disponível em embalagemde 325g e já vem pronto, é necessário aquecê‐lo em formicro‐ondas.

SINHÁ

TODDY

JBS HYPERMARCAS

MARKETING & PRODUTOS

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NOTAS INDUSTRIAIS

Inves�mentosAs Secretarias de Gestão e Planejamento, Fazenda e Indústria

e Comércio criaram um grupo de trabalho para discutir e aprovar onovo desenho da política de atração de investimentos para Goiásabrangendo vários setores da economia. Da Sefaz participam dacomissão o gerente de Tributação e Regimes Especiais, CíceroRodrigues da Silva e o auditor fiscal Luiz Alberto Pereira. Sob acoordenação do chefe de Gabinete Adjunto de Planejamento,Qualidade dos Gastos e Investimento, da Segplan, Júlio AlfredoRosa Paschoal, o grupo ainda tem como membros os servidores daIndústria e Comércio, Benedito Cardoso, Andréia Vecci e PedroCalmon Marques. A portaria designando os membros foi publicadano Diário Oficial do Estado do último dia 5.

O Secretário de Indústria eComércio, Alexandre Baldy,presidiu a última ReuniãoOrdinária de 2012 dosconselhos Deliberativo eConsultivo dos programasProduzir e Fomentar, realizadano auditório da Federação dasIndústrias de Goiás (FIEG).

Na ocasião foi realizadatambém a eleição dos novosrepresentantes dos segmentosda sociedade civil para o ano de2013. Foram escolhidosconsensualmente a Federaçãodos Trabalhadores na Indústriade Goiás (Ftieg), a Federaçãodas Associações Comerciais eIndustriais e Agropecuárias deGoiás (Facieg), e mantida noconselho a ADIAL (AssociaçãoPró‐Desenvolvimento Industrialdo Estado de Goiás).

Os 12 projetos, de instalaçãoe expansão, aprovados nestaúltima reunião, totalizaram R$28.2 milhões em investimentos

fixos, com compromisso decriação de 1.070 novosempregos diretos nos locais deinstalação das indústrias eempregos indiretos no raio deação dos empreendimentos.

Serão contemplados com asnovas unidades industriais eempresariais os municípios deGoiânia, Alexânia, Catalão,Anápolis, Águas Lindas, SenadorCanedo e Aparecida de Goiânia,onde desenvolverão atividadeseconômicas específicas dascadeias produtivas locais.

As novas empresasdesenvolverão atividades nosramos de fabricação deartefatos de cimento,esquadrias de alumínio, deplásticos e embalagens,esquadrias de metal, produtosveterinários, logística etransportes, importação eexportação de produtosfarmacêuticos, mobiliário ecolchões.

ADIAL MANTIDA NO CONSELHO DO PRODUZIRE DO FOMENTAR

Inflação de janeiroO IPCA de janeiro subiu 0,86% e ficou acima da taxa de 0,79% domês anterior. É o maior IPCA mensal desde abril de 2005 (0,87%).

TERMÔMETRO ECONÔMICO 2013Confira abaixo a última atualização dos indicadores econômicos do País e do Estado. A cada ediçao, a PRÓ‐INDUSTRIAL traz

novos números e suas sinalizações. Confira os resultados dos últimos dados divulgados.

Inflação em 2013A projeção de inflação medida pelo IPCA para 2013 subiu pelasexta semana consecu�va, de 5,68% para 5,71%.

Expansão da indústriaEm dezembro de 2012, o setor industrial repe�u o patamar de produ‐ção do mês imediatamente anterior (0,0%), na série livre de influência.

Comércio exteriorAs importações dispararam em Goiás ‐ puxadas pela compra de peças emáquinas automo�vasda Suzuki e redução das vendas de commodi�es.

PIB em 2013Já começou a reduzir. Mercado reduz expansão do PIB em 2013 a3,26%. O risco é ir caindo durante o ano e fechar abaixo de 2%.

Desemprego A taxa de desemprego registra menor índice em 10 anos e analistas prevêemque devem con�nuar em baixa em 2013. Esteve abaixo de 5,5% em 2012.

Galpões industriaisAção Orçamentária do Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio (MDIC), que disponibiliza recursos para aconstrução de galpões destinados a alocação de microempresasindustriais em 27 cidades goianas. Os recursos são provenientes deemendas da senadora Lúcia Vânia. Os municípios contempladosforam os seguintes: Abadia, Anápolis, Aparecida, Bela Vista,Goianápolis, Goianira, Inhumas, Nerópolis, Nova Veneza, Ceres,Damolândia, Ipiranga, Nova América, Rialma, Uruaçu, Alexânia,Amorinópolis, Anicuns, Buriti, Córrego do Ouro, Iporá, Israelândia,Mossâmedes, Novo Brasil, Matrinchã, Indiara, Pontalina.

Guerra dos PortosPelo menos 11 liminares foram concedidas pela Justiça de

Santa Catarina e do Espírito Santo livrando empresas da obrigaçãode colocar o preço das mercadorias importadas nas notas fiscais,no caso de operações interestaduais. As empresas alegam que amedida pode levá‐las a perder contratos e algumas dizem quecorrem até o risco de fecharem as portas.

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ADIAL

ADIAL inaugura Galeria dos Presidentes

Em um evento histórico para a ADIAL, a atual diretoria da en‐tidade homenageou os empresários que presidiram a associaçãodesde sua fundação com a Galeria dos Presidentes da ADIAL, naconfraternização de fim de ano da entidade.

O senador Cyro Miranda, Jose Alves Filho e Alberto Borgescompareceram ao evento e ouviram, do atual presidente da enti‐dade, o empresário Cesar Helou, da importância de cada gestão,do importância do empenho de cada diretoria no fortalecimentoe consolidação das políticas de incentivo fiscal do Estado de Goiáse da homenagem. “O legado de cada um deles é a ADIAL forteque temos hoje”, destacou o presidente. Prestigiaram o encontro,convidados, entre eles, o governador Marconi Perillo, associados,consultores, parceiros e colaboradores.

Presidente Cesar Helou durante discurso

Governador Marconi Perillo e Cesar Helou

Convidados da ADIALAlberto Borges, Cyro Miranda e José Alves: homenageados da noite

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O ano de 2013 começa semparecer que 2012 acabou. Ogrande problema dessa afir‐mação é saber ao certo osrumos que a economia to‐mara: estagnação ou recupe‐ração?

INCERTEZASOs empresários, por natureza,

são otimistas. Ser otimista no Brasilé condição existencial, pois para ven‐cer barreiras, atravessar crises, buro‐cracia e gargalos exigem muitotrabalho e uma mentalidade bas‐tante positivista – sem deixar de seapegar primeiramente na posiçãorealista dos fatos.

Mas, o que esperar de 2013 é umaincógnita. Temos a favor que, se oempresário sofreu com a paralisaçãodo crescimento da economia, o go‐verno federal também amargou noseu currículo um biênio perdido, ouseja, pela primeira vez na era da esta‐bilidade monetária um governo re‐gistrou dois anos de crescimentoquase zero. Se para crescer sustentá‐vel a economia exige uma expansãomínima de 4% ao ano, podemosdizer que os últimos 24 meses dese‐quilibraram o planejamento estraté‐gico de muitas empresas e do própriosetor público.

INFLAÇÃOOutro panorama que se evidencia

neste cenário de 2013 é o projeto eco‐nômico do governo federal, que,desde 1994 (Plano Real), nunca estevetão desfocado da meta de buscar a es‐

tabilidade monetária, que evitava atodo custo qualquer tanto de inflação,e mais interessado em promover ocrescimento econômico. Hoje, a prio‐ridade é crescer ‐ mas até agora nãocresceu. A inflação passou da meta,bateu em 6% e, nos alimentos, supe‐rou 10% e ligou o sinal de alerta.

Alta de preços ficou em um se‐gundo plano – hoje, com a conivênciado Banco Central é a conveniência doMinistério da Fazenda, que precisade mostrar bons números nas reu‐niões com Dilma Rousseff.

OUTRA INCERTEZACrescimento com inflação elevada

seria bom? Essa pergunta é simples.Inflação, que hoje foge a memória dealguns, nunca será bom. Mas algunsespecialistas defendem um tanto desacrifício da inflação para crescermais. Mas, qual será o medidor destesacrifício. Nesta encruzilhada, o go‐verno Dilma, sabe que será vital paraseu futuro político crescer a economia

nestes dois anos finais de mandato.Só não pode trocar os pés pelas mãos,como muitos, dos dois lados, já fize‐ram em vésperas de eleições. Podeser pior e mais caro para reformar nofuturo.

TAREFA DE CASAO maior problema deste longo

período de estagnação é que a tarefade casa construída por longos anos,pelos setores público e privado, seperde na necessidade de socorrermomentaneamente os balanços ne‐gativos. Para a indústria, o encolhi‐mento registrado nos últimos anosabre espaço para a indústria de foravender no mercado nacional ‐ até es‐timulada pelo governo federal quetenta segurar a inflação com impor‐tações generalizadas.

CONCLUSÃOEnfraquecer a indústria nacional é

fortalecer a indústria que produz forado País, é desindustrializar o País.

Que teremos em 2013

REFLEXÃO SETORIAL

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Na última década, amovimentação doPorto Seco Centro‐Oeste, de Anápolis,cresceu 8.850%, sal‐

tando de US$ 34 milhões em 2000,para US$ 2,05 bilhões em 2010. OPorto Seco é um terminal alfande‐gado de uso público, com objetivode ser um facilitador de comércioexterior em regiões do País ondenão existem os portos tradicio‐nais. No Porto Seco, armazena‐see se movimenta mercadorias vin‐das do exterior ou que serão ex‐

portadas. É difícil de mensurar a impor‐

tância do Porto Seco em Anápolispara a industrialização goiana,mas é impossível imaginar expan‐são tão volumosa sem a presençadeste que foi o primeiro PortoSeco da região Centro‐Oeste,criado por meio de concorrênciapública, em que um grupo de em‐presários goianos formaram oconsórcio vencedor da licitação. Ainauguração oficial da estaçãoaduaneira foi em outubro de 1999.

Como é um agente logístico, o

Porto Seco Centro‐Oeste contacom a melhor localização de todointerior brasileiro, em Anápolis,considerado o ‘trevo do Brasil’,pela facilidade natural de integra‐ção da região aos demais centrosconsumidores do País.

A integração dos modais rodo‐viário e ferroviário, pelo PortoSeco de Anápolis podem ser

PORTO SECO CENTRO-OESTE, EM ANÁPOLIS, É UM DOS CATALISADORES DA INDUSTRIALIZAÇÃO EM GOIÁS

EMPRESA

Porto Seco Centro-Oeste, uma revolução

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EdsonTavares: “É um atendimentopersonalizado para cada cliente”

Veículos no Porto Seco prontos para embarcar

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transportados os mais diversos tipos de cargas.“O Porto Seco de Anápolis é uma solução ideal deEstação Aduaneira, dinamiza a operação de im‐portação e exportação com a consequente reduçãode custos com otimização dos resultados”, afirmaEdson Tavares, superintendente da unidade.

Na Estação Aduaneira, as empresas que ope‐ram em comércio exterior encontram todos os ser‐viços próprios reunidos em um só lugar, com apresença constante da Receita Federal do Brasil;ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitá‐ria) do Ministério da Saúde e do Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento.

Edson Tavares lembra que hoje os serviços delogística oferecidos pelo Porto Seco Centro Oesteincluem consultoria, desenvolvimento de projetose implementação de operações logísticas comple‐tas com a parceria de renomadas transportadoras,o que permite um melhor planejamento da cadeiae ganhos de produtividade e lucro para os seusclientes.

“É um atendimento personalizado para cadacliente. Por isso mesmo que centenas de empre‐sas, de diferentes tamanhos e regiões do país e domundo, fazem parte da sua carteira de clientes”,comenta.

Atende aos setores de agricultura, siderurgia,construção e farmoquímicos; produtos florestaise minerais; bens de consumo (alimentos, bebidase têxtil) e bens duráveis (automobilístico e eletroe‐letrônico), entre outros.

Sua área de Logística é suportada por 500 milm² de extensão; quatro Armazéns Alfandegados;Terminais Armazenadores de Grãos e de Minériode Cobre; Terminal de Containeres; Ferrovia e trêsramais ferroviários, que oferecem soluções para agestão logística e o transporte de mercadorias.

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Foto aérea do Porto Seco Centro‐Oeste, em Anápolis

1997 a 1999 ‐ Processo de constituição junto à Receita Federal doprimeiro Porto Seco do interior do País.1999 ‐ Inauguração Oficial da primeira EADI do Centro‐Oeste do País einício das operações.2000 ‐ Volume de Importações: US$ 34,8 milhões.2002 ‐ Retomada das atividades logísticas da antiga RFFSA, em parceriaentre a Vale e a Ferrovia Centro Atlântica (FCA). Início da operação do“Trem Expresso” no Porto Seco, entre Anápolis e Santos. 2003 ‐ Porto Seco passa a atuar em um novo seguimento de mercado:Armazém Geral.2004 ‐ Torna‐se hub logístico no país para a importação e distribuiçãodos veículos das marcas Hyundai e Subaru.2010 ‐ Volume recorde de movimentação de mercadorias realizadaspor meio do Porto Seco Centro Oeste S/A: US$ 2 bilhões.2011 ‐ Ampliação da área total da empresa, atingindo 500.000m².

ALGUNS MOMENTOS HISTÓRICOS

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COMO ESTRUTURAS SECRETAS AINDA AMEAÇAM A ECONOMIA MUNDIALEleito o melhor livro do ano pela Financial Times, Fault Lines conta a história dos vários protagonistas da

turbulência financeira de 2008. De acordo com o autor Raghuram Rajan, professor de finanças na universidade deChicago, a crise foi uma conseqüência do uso sem freios do crédito barato em busca de apoio político das classes

menos favorecidas. A causa seria, portanto, os salários baixos da mão de obra menos educada e a crescentedesigualdade de renda nos EUA. Rajan foi um dos economistas que ficaram famosos por antecipar a crise financeira e

tem um forte viés social na sua leitura do sistema financeiro americano.

VAI ARRISCAR?Em um país em que mais de 75% das empresas vão à falência antes de completar três anos, empreender significaaceitar riscos. Contudo, a maioria dos pequenos empresários não consegue enxergar, de forma racional, os riscos e asoportunidades. Por isso, entender profundamente a relação entre gestão de risco e tomada de decisão é fundamentalpara o sucesso empresarial. Embora seja técnico, a obra de Damodaran apresenta todos os conceitos necessários paraa gestão estratégica do risco, auxiliando empreendedores a navegar a relação entre risco e retorno de forma eficiente

PRÁTICO, EFICAZ E INOVADORPlanos de Negócios que Dão Certo traz uma abordagem prática e inovadora para o desenvolvimento de um plano de

negócios de forma eficaz. Escrita por quatro especialistas reconhecidos internacionalmente, é uma obra que proporciona aoempreendedor um guia passo a passo para obtenção de seu plano de negócios. Todas as seções importantes do plano de

negócios são explicadas em detalhes, sempre com exemplos reais comentados de como redigi‐las e ainda com dicas do queevitar colocar em um plano de negócios. É especialmente útil aos empreendedores interessados em analisar a viabilidadede suas idéias e que estejam em busca de investimento para sua empresa, mas também pode ser utilizada em cursos de

empreendedorismo por alunos de graduação e MBA.

MOTIVOS PARA MOTIVARSe a sua equipe está desmotivada, não consegue atingir as metas e resiste às mudanças, chegou a hora deadmitir que o problema está em você. Nenhum líder ‐ seja ele gerente, pai ou professor ‐ é capaz de motivar aspessoas se ele próprio não estiver motivado, calmo e centrado. A colaboração necessária para o trabalho emequipe não pode ser obtida por meio de gritos, ameaças ou pressões, mas deve ser conquistada com respeito,inspiração e orientação. Foi pensando nos conceitos equivocados que as pessoas têm sobre liderança que SteveChandler e Scott Richardson criaram um guia prático e objetivo para ajudar você a encarar os desafios.

NADE, NAVEGUE, MAS NÃO FIQUE À DERIVAEm busca de um crescimento sustentável e lucrativo, de olho em fatias generosas do mercado e trabalhandopara tornar seus produtos — ou serviços — diferenciados em meio à concorrência, muitas empresas entramnuma roda‐viva de competição bruta, pesada. O resultado dessa “batalha” é um “oceano vermelho”,nascido da luta sangrenta entre rivais por um potencial de lucros muitas vezes decrescente. Esse é oproblema, segundo W. Chan Kim e Renée Mauborgne, autores de A Estratégia do Oceano Azul. Elesensinam: “Não concorra com os rivais — torne‐os irrelevantes”. Kim e Mauborgne também avisam: é bempequena a probabilidade de uma estratégia convencional se transformar em crescimento lucrativo nofuturo. Aliás, bons e maus exemplos disso na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos estão no livro.

LEITURA EMPRESARIAL

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OPINIÃO

A China, ah... a China

Liz Marília Vecci e Fernanda Terra*

“Começamos jogando fu‐tebol, no meio da par‐tida passamos parabasquete e não maisque de repente esta‐

mos numa partida de tênis. É precisoaprender esta dinâmica para fazer negó‐cio na China”, estas foram as palavras deFrederico Fleury Curado, presidente daEmbraer, que atua no mercado Chinêsdesde 1999, na 4ª Conferência Internacio‐nal do Conselho Empresarial Brasil‐China, presidido pelo EmbaixadorSérgio Amaral e realizado em São Pauloem novembro passado.

A China, ah... a China! O que pen‐sam, o que farão, como sobreviveremose nos relacionaremos com eles?

Em resumo, são essas as perguntascolocadas nos seminários sobre a China,e foram as que encontramos nessa 4ªConferência.

O Embaixador da China no Brasilabriu o Congresso, conservador, poucaspalavras, mas menção a nossa legislaçãotrabalhista protecionista. O que será queo auditório pensou?

Na sequência, analistas falam das“raízes estruturais da incerteza” e daidentidade nacional chinesa “as in aglass, darkly”. Falam da unidade estatalque para o chinês é análoga a religião,funciona como um credo de fé. Todosem uníssono repetem a mesma palavra“urbanização”. Cidades crescem, áreasagricultáveis se tornam cada vez mais es‐cassas, a segurança alimentar e a justiçasocial são preocupações. David Kelly, di‐retor de pesquisas da China Policy e Pro‐fessor da Universidade de Pequim dizque “a vida política chinesa ainda estáformulando respostas”, mas ele se dizfeliz por estar na China, pois não precisaconviver com nada americano. O sonho

americano não florescerána terra de Mao?

O painel que tratou doIntercâmbio Comercial trouxesurpresas. Claudio Frischtak in‐forma que 57 empresas brasileirasforam identificadas operando naChina. Segundo ele, o Governo Brasileiroprecisa se aparelhar mais para ajudar oempresário brasileiro a entrar na China,instruindo, estabelecendo fóruns de de‐bates dos problemas e representando‐omelhor. Então é dada a palavra aos pre‐sidentes da Embraer, Vale e Brasilfoods,em tom ameno mas firme eles dizem queas dificuldades de lucratividade naChina são enormes, que os chineses sãoresistentes a contratos de longo prazo eque as regras do jogo são mudadas atodo instante por isso é preciso “calma,persistência e consistência”.

A competição industrial vai além dasfronteiras nacionais, hoje competimoscom o mercado Chinês, onde há umazona cinzenta entre empresas e Governo,através de vários investimentos e subsí‐dios dos bancos estatais das Províncias,que são questionados pela OMC.

Enquanto o consultor dizia que o Go‐verno brasileiro deveria se ocupar maiscom a China o seleto time de empresá‐rios, polidamente diziam algo como “aChina nos ignora, ignora o Brasil, não otem como prioridade, somos absoluta‐mente desconhecidos lá”. Se a Chinanão quer o American Dream, nem oBrazilian Way of life, o que querentão?

Encerrando o Painel Intercam‐bio, um empresário chinês queestá no Brasil com 4 mil funcioná‐rios, entre chineses e brasileiros,diz que aqui os impostos são altose complicados, há uma grande dificul‐dade de conseguir vistos de trabalho e “obrasileiro foca mais no procedimento do

queno re‐

s u l ‐tado”. Ele

falou que parasobreviver no Brasil é preciso ter um ex‐celente time tributário dentro da em‐presa, ao que concordamos.

Há consenso quanto às perguntas ini‐ciais?

Não, concluímos que estamos longede consenso. Depreendemos que aChina em sua notável longevidade, di‐mensão geografica e expansão popula‐cional é para si o centro do mundo.Mundo cujo eixo parece deslocar‐se paraconfirmar essa percepção.

Assim, enquanto os Estados Brasilei‐ros debatem entre si a validade, legali‐dade e constitucionalidade dosbenefícios fiscais concedidos em virtudeda falta de uma política de desenvolvi‐mento nacional, permanecemos ignora‐dos pelo Grande Dragão Vermelho epela nossa pouca capacidade competi‐tiva diante do mercado mundial.

* Advogadas tributaristas do escritório Terra,Pimentel e Vecci Advogados e consultoras

jurídicas da ADIAL.

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Estados não podemperder autonomia

CESAR HELOU

Odesafio de reconstruirum sistema deunidades federativasmais integrado e menosdesigual é o debate

nacional que se dará, neste ano, entrelegisladores e a sociedadeorganizada, sempre com fortepressão do Poder Executivo. Areforma do pacto federativobrasileiro é uma ação de prioridademáxima, mas terá de ser realizadosem perder de vista que os anseiosque este terá de contemplar são osgerais e não os específicos.

O governo federal não podeatropelar novamente este debatepara tentar manter o sistema ou aestrutura do modelo atual,amplamente favorável a si. Pelomenos o ano começa com oposicionamento aberto do novopresidente da Câmara dosDeputados, Henrique EduardoAlves, de que o modelo de repartiçãode direitos e deveres, orçamento eadministração da Federação estáfalido e precisa ser revisto. E oparlamentar foi incisivo a culpar opacto federativo peloempobrecimento dos Estados emunicípios do Brasil.

Os Estados e municípiosbrasileiros não podem ser reféns daUnião. Viver de migalhas,negociadas a cada necessidade,como se fosse um favor orecebimento dos atuais repasses.Não é exatamente autonomia dosentes federativos que o governofederal busca. A Medida Provisória

599/2012, no qual está vinculado oProjeto de Resolução (PRS 1/2013), ébem clara. Os projetos se resumemem unificar as alíquotasinterestaduais de ICMS e criar “umacompensação aos Estados comcrédito automático da União emvalor equivalente à diminuição dasalíquotas por 20 anos, a partir dejaneiro de 2014”.

No passado recente, a Uniãoquebrou os municípios. Com esteprojeto, vai quebrar os Estados,tirando‐lhes autonomia sobre seuimposto – prevista na Constituição –e dar uma compensação provisóriaque repara apenas parte das perdas epor tempo limitado. Esta fixação dogoverno federal com os incentivosfiscais é equivocada.

Também concordamos em acabarcom a guerra fiscal, que não édesejável, mas defendemos aregulamentação dos benefíciostributários. Por isso, a ADIAL(Associação Pró‐Desenvolvimentodo Estado de Goiás) é contrária àalteração de alíquotas do ICMS.

Não adianta apenas o governofederal propor um modelo queprega o fim da guerra fiscal, se nãotiver embutido nele uma políticafederal de combate às desigualdadesregionais.

Pelo contrário, o modeloproposto tira autonomia dosEstados. As transferências federais aEstado e o uso do BNDES e bancospúblicos se tornaram, nos últimosanos, uma ferramenta política dogoverno federal. Recursos que antes

eram direcionados parafinanciamento do setor privadoestão hoje socorrendo contaspúblicas de Estados e municípiosque são sufocados pelo pactofederativo.

Por fim, a alteração das alíquotasdo ICMS vai criar barreiras mais doque trazer estímulos aodesenvolvimento regional. Ébastante previsível que São Paulo,por exemplo, que responde por 45%do consumo no País, irá incentivar asindústrias locais para as vendasinternas, criando um bloqueio paraindústrias de outros Estadosalcançarem o mercado paulista. Essaé a verdade atrás do discurso: umadefesa política da economia de umente federativo, que ao ver seu poderde manutenção e atração deindústrias se esvaírem usa de todasas formas possíveis – políticas,legislativas e judiciais – paraconcentrar poder econômico.

Mas o Brasil mudou e precisacontinuar essa mudança. Essa guerrapolítica fiscal atrasa o País. De umlado um governo que só incentiva oconsumo, sem incentivar a indústria‐ e força à importação e inflação. Dooutro, indústrias que não anunciaminvestimentos substanciais porquenão sabem o rumo tributário que oPaís tomará. Mas a realidade é que,se essa decisão demorar umadécada, os investimentos privadostambém vão ser protelados por umadécada.

OPINIÃO

Cesar Helou é empresário e presidente da ADIAL

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