Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de … · 2013-06-13 · Mestrado e...
Transcript of Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de … · 2013-06-13 · Mestrado e...
RAFAEL ALVES BELINO
Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de
corte em confinamento
Cuiabá – MT
2011
RAFAEL ALVES BELINO
Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de
corte em confinamento
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal de Mato Grosso para a obtenção do título de Mestre em Ciência Animal. Área de Concentração: Nutrição e Produção de Ruminantes. Orientador : Prof. Dr. Joanis Tilemahos Zervoudakis Co-Orientadores: Prof. Dra. Luciana Keiko Hatamoto-Zervoudakis e Prof. Dr. Luciano da Silva Cabral
Cuiabá – MT
2011
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE – O AUTOR.
FICHA CATALOGRÁFICA Bb431
B431 Belino, Rafael Alves
Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de corte em confinamento / Rafael Alves Belino. – Cuiabá: UFMT, 2011.
101 f. : il. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Mato
Grosso. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Área de Concentração: Nutrição e Produção de Ruminantes. Orientador: Prof. Dr. Joanis Tilemahos Zervoudakis 1. Milho grão inteiro 2. Alto teor de concentrado
3. Consumo 4. Ganho de peso 5. Nitrogênio amoniacal 6. Ph ruminal I. Título
Catalogação na fonte: Ana Lúcia Ramos de Melo CRB1/2087
Dedicatória
A DEUS, à minha família e
Aos meus pais, Itamar Alves Belino e Lucineide Araújo Belino.
Agradecimentos
A DEUS, que em todos os momentos difíceis carregou-me em seus braços.
A minha esposa Rafaela, esta pessoa que é fundamental em todos os meus passos nesta
pequena mais promissora caminhada, pois sempre esteve ao meu lado.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Joanis Tilemahos Zervoudakis, que me guiou e deu-me a mão
quando em alguns tropeços me deparei. OBRIGADO JOANIS!
Fazendo das palavras da Rafa as minhas, não poderia deixar de agradecer também ao próprio
Mestrado e ao João R. Junior porque sem eles não teria tido a chance de conhecer uma mulher
maravilhosa, Rafaela Zanin, minha namorada, e agora minha esposa. TE AMO RAFA!
OBRIGADO POR ME ATURAR NESSES DIAS DIFÍCEIS DE FINALIZAÇÃO DA
DISSERTAÇÃO!
Aos membros da banca examinadora e co-orientadores ao médico veterinário
Francisco Carlos Zanin, à empresa Rico Nutrição Animal, à Fazenda Agroindustrial Aricá, à
empresa Alltech, pela doação das cânulas ruminais ao INCT – Ciência Animal, pela
concessão da bolsa de estudo, pois estes foram fundamentais para a elaboração desta
dissertação.
E por último, mais não menos importante, todos os amigos, profissionais, estagiários e
colaboradores do setor de bovinos de corte pela ajuda.
RESUMO
BELINO, Rafael Alves. Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de corte em confinamento. 2011 105f. Dissertação (Mestrado em ciência animal) Faculdade de Agronomia Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2011. O sistema de confinamentos tem passado por inovações tecnológicas, utilizando-se cada vez mais explorar o potencial dos animais em busca de maior produtividade o uso de dietas altamente concentrada tem sido cada vez mais constante, contudo, o objetivo desta pesquisa foi avaliar diferentes aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos constituídas por 85% de milho grão inteiro e 15% de núcleo peletizado, este último composto por 11,55% de farelo de soja, 0,3% uréia e 3,15% de macro e micro minerais e aditivos. Os aditivos avaliados foram: monensina sódica (M), levedura viva (LV), virginiamicina (VI) e a combinação de monensina sódica, levedura viva e virginiamicina (MLVVI). Foram conduzidos dois experimentos, o primeiro avaliou a viabilidade econômica e o desempenho produtivo de 60 bovinos Nelore, machos castrados, peso inicial de 420 kg e idade de 46 meses, em 4 lotes de 15 animais em delineamento inteiramente casualizado (DIC). O período experimental foi de 99 dias para as dietas (M) e (MLVVI) e 86 dias para as dietas (VI e LV), onde sobras e fornecido eram monitoradas diariamente. Não houve diferenças significativas (P>0,10) para nenhuma das variáveis analisadas como: ganho médio diário (GPD kg/dia), consumo médio diário de ração (CSR kg/dia), conversão média alimentar (CA), rendimento de carcaça quente (RCQ %) em função das dietas experimentais, apresentaram respectivamente médias de 1,15, 7,02, 6,12 e 53,25. Na avaliação econômica observou remuneração verificando-se receitas de R$ 0,51; 0,58; 0,14 e 0,17, respectivamente, para as dietas M, LV, VI e MLVVI. Cenários foram simulados obtidos a partir do coeficiente de variação de algumas variáveis, considerando a série de preços de 2007 a 2010 da arroba do boi e do milho saca de 50 kg, corrigidos com o índice geral de preços disponibilidade interna (IGP-DI). Gerando seis simulações de viabilidade econômica para todos os cenários, sendo eles o melhor, pior, médio, mais provável, otimista e pessimista, obtendo-se respectivamente remuneração de R$ 2,10, -1,43, 0,45, 0,36, 1,32 e -0,43. No segundo experimento avaliou os parâmetros ruminais de oito bovinos mestiços Europeu x Zebu, castrados, canulados no rúmen, peso médio inicial de 590 kg em delineamento quadrado latino 4x4 duplicado (DQL), em piquetes individuais. Foi verificado diferença estatística para os valores de pH ruminal no horário 0, com efeito de tratamento (p=0,044) posteriormente verificado pela análise dos contraste estatisticamente significativo (p=0,0605) para efeito entre dietas (MLVVI vs. VI+LV+M) e (p=0,0346) entre as dietas (LV vs. M); e não significativos no mesmo horário para a concentração de nitrogênio amoniacal N-NH3 (mg/dl) entre tratamentos. Não houve diferença de consumos médios de MS, e dos nutrientes PB, EE, CT e FDN (kg/dia e % PV). Houve efeito de tratamento para a digestibilidade da FDN (p=0,0882) e CT (p=0,0482), não apresentando significância estatística em nenhuma das variáveis nos contrastes ortogonais. Houve diferença entre as rações para o nitrogênio ureico no plasma NUP (mg/dl) (p=0,0807) não apresentando significância estatística para nenhum dos contrastes. O uso combinado de aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos não possibilitou incrementos no desempenho animal. Palavras chave: milho grão inteiro, alto teor de concentrado, consumo, ganho de peso, nitrogênio amoniacal, pH ruminal.
ABSTRACT
BELINO, Rafael Alves. Additives in diets of high grain supply for beef cattle feedlot. 2011 107f. Dissertação (Mestrado em ciência animal) Faculdade de Agronomia Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2011. The system of constraints has been through technological innovations, using increasingly exploring the potential of livestock in search of more productive use of highly concentrated diets have been more constant, however, the purpose of this study was to evaluate different additives Diets high in grain supply consisting of 85% whole corn grain and 15% of core pellets, the latter composed of 11.55% soybean meal, 0.3% urea and 3.15% of macro and micro minerals and additives. Treatments were: monensin (M), live yeast (LV), virginiamycin (VI) and the combination of monensin, virginiamycin and live yeast (MLVVI). Two experiments were conducted, the first assessed the economic viability and productive performance of 60 Nellore steers, initial weight of 420 kg and age 46 months, in 4 batches of 15 animals in a randomized design (CRD). The experiment lasted 99 days for diets (M) and (MLVVI) and 86 days for diets (VI and LV), where remains were supplied and monitored daily. No significant differences (P> 0.10) for any of the variables such as average daily gain (ADG kg / day), average daily feed intake (CSR kg / day), average feed conversion (FC), carcass hot (WHR%) depending on the experimental diets were respectively averaged 1.15, 7.02, 6.12 and 53.25. In economic evaluation noted remuneration verifying revenue of R$ 0.51, 0.58, 0.14 and 0.17, respectively, for diets M, LV, and VI MLVVI. Scenarios were obtained from the coefficient of variation of some variables, considering the price series from 2007 to 2010 kilos of cattle and 50 kg bag of maize, corrected with the general price index (IGP-DI). Generating six simulations of economic viability for all scenarios, since they are the best, worst, average, more likely, optimistic and pessimistic, respectively obtaining payment of R$ 2.10, -1.43, 0.45, 0, 36, 1.32 and -0.43. In the second experiment evaluated the ruminal eight crossbred European x Zebu steers with ruminal cannulas, initial weight of 590 kg in 4x4 Latin square design replicated (DQL) in individual paddocks. Statistical difference was observed for rumen pH values at time 0, with treatment effect (p = 0.044) later verified by the analysis was significantly higher (p = 0.0605) for the effect of diet (MLVVI vs. VI+LV+M) (p = 0.0346) between diets (LV vs. M) and not significant at the same time for the concentration of ammonia nitrogen N-NH3 (mg / dl) among treatments. There was no difference in mean intakes of DM, CP and nutrients, EE, CT and NDF (kg / d and% BW). There was no treatment effect for NDF (p = 0.0882) and CT (p = 0.0482), showing no statistical significance in any of the variables in orthogonal contrasts. There were differences among diets for the urea nitrogen in plasma PUN (mg / dl) (p = 0.0807) did not show statistical significance for any of the contrasts. The combined use of additives in diets of high grain supply is not possible increases in animal performance Keywords: whole corn grain, high concentrate, consumption, weight gain, ammonia nitrogen, rumen pH.
ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e
NDT dos núcleos M, LV, VI e MLVVI e do milho utilizados na composição das dietas. .......................................................................................................................51
Tabela 2- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT das deitas totais (85% milho e 15% núcleo peletizado) M, LV, VI e MLVVI..................................................................................................................................52
Tabela 3- Médias das variáveis dos resultados do desempenho dos animais submetidos às dietas experimentais Monensina (M), Levedura Viva (LV), Virginiamicina (VI) e Padrão (MLVVI)......................................................................................................55
Tabela 4 -Análise econômica do resultado do confinamento em função das dietas experimentais Monensina (M), Levedura Viva (LV), Virginiamicina (VI) e Padrão (MLVVI)..................................................................................................................61
Tabela 5- Cenários dos preços pagos ao produtor na arroba do boi e milho, saca de 50kg, no intervalo dos anos de 2007 a 2010. ..........................................................................64
Tabela 6- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT dos núcleos M, LV, VI e MLVVI e do milho utilizados na composição das dietas. .......................................................................................................................79
Tabela 7- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT das deitas totais (85% milho e 15% núcleo peletizado) M, LV, VI e MLVVI...................................................................................................................................80
Tabela 8- Valores médios de pH e concentração de amônia N-NH3 (mg/dl), no líquido ruminal de bovinos mestiços alimentados com quatro dietas experimentais, nos diferentes tempos de amostragem: antes da alimentação, 2, 4, 6 e 8 horas após alimentação. .............................................................................................................84
Tabela 9- Consumo de MS (MS kg/dia) e (MS % Peso corporal), consumo de FDN (FDN kg/dia) e (FDN % Peso corporal), consumo de proteína bruta (PB), consumo de extrato etéreo (EE), consumo de carboidratos totais (CT), e da digestibilidade aparente da MS, FDN, PB, EE e CT em porcentagem pelos animais confinados submetidos às dietas experimentais. ........................................................................88
SUMÁRIO Página
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................11 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..........................................................................................13 2.1. Cenário da Pecuária de Corte frente ao Confinamento .....................................................13 2.2. Intensificação dos sistemas produtivos..............................................................................14 2.3. Impactos Ambientais da pecuária......................................................................................16 2.4. Confinamento tradicional x confinamento com dieta de alto fornecimento de grãos .......19
2.5. Perspectivas no uso de dieta de alto concentrado no Estado de Mato Grosso ..................23
2.6. Viabilidade econômica ......................................................................................................24 2.7. Eficiência no uso de dietas de alto concentrado por bovinos zebuínos e de mestiços de raças européias..........................................................................................................................26
2.8. Distúrbios digestivos decorrentes de uso de elevadas quantidades de concentrado para bovinos confinados...................................................................................................................28
3. ADITIVOS ..........................................................................................................................29
3.1 Monensina sódica ...............................................................................................................30
3.2 Virginiamicina....................................................................................................................32
3.3 Levedura Viva (Saccharomyces cerevisiae).......................................................................34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................37 CAPÍTULO I ..........................................................................................................................42
Introdução ...............................................................................................................................46
Material e Métodos.................................................................................................................48
Resultados e discussão............................................................................................................55
Conclusões ...............................................................................................................................66
Referências ..............................................................................................................................67
CAPÍTULO II .........................................................................................................................70
Introdução ...............................................................................................................................74
Material e métodos .................................................................................................................77
Resultados e discussão............................................................................................................83
Conclusões ...............................................................................................................................95
Referências ..............................................................................................................................96
Conclusões gerais..................................................................................................................101
11
1. INTRODUÇÃO
A perspectiva da produção de carne bovina no Brasil, não deve ser abordada dentro
de um sistema de produção exclusivamente. São claras e evidentes, as potencialidades do país
na produção de carne a pasto. No entanto, tem-se no confinamento de bovinos de corte, uma
estratégia para terminação cuja flexibilidade advém da variação de parâmetros zootécnicos,
bem como dos econômicos de cada região onde a pecuária se insere.
(SIQUEIRA et al., 1999).
A pecuária de corte é apontada como uma das principais fontes de renda nacional
com o rebanho efetivo de bovinos passando de 162 milhões para 170 milhões de cabeça do
ano de 2000 a 2008, representando um crescimento em torno de 4,9% nesse período. Nesse
mesmo período, o número de animais confinados passou de 1,95 para 2,75 milhões de
cabeças. Destacam-se atualmente como estados mais importantes no uso desta técnica: São
Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande
do Sul, que participam com mais de 87% do total de confinamentos no Brasil
(ANUALPEC, 2009).
A produção de carne no país tem crescido significativamente, sendo que a partir de
1990 com a globalização da economia e abertura dos mercados cada vez mais exigentes
intensificou-se ainda mais o processo de modernização da atividade agropecuária, em
decorrência do aumento da competitividade e da forte pressão da relação desfavorável entre
os preços de insumos e de produtos (FERNANDES et al., 2007). Verificando-se com isso
interesse crescente em estratégias que proporcionem melhores resultados de eficiência
produtiva e qualidade dos produtos, pois a atividade pecuária tende a ser mais uma atividade
empresarial, afastando-se do modelo extrativista e aproximando-se da intensificação total
(EUCLIDES FILHO, 2004).
De acordo com Fernandes et al. (2006) o confinamento deve ser visto como uma
ferramenta estratégica para o pecuarista que quer ganhar em escala no seu sistema de
produção e ganhar qualidade em seus produtos. É importante ressaltar que, a adoção de
manejos intensivos visando maior produção, envolve diversos fatores tais como o potencial
genético dos animais, associados às estratégias de alimentação que supram suas exigências
para a máxima produção.
Dessa forma, o fornecimento de dietas com elevado teor de concentrado para bovinos
jovens, que apresentam boas resposta a esse tipo de alimentação, tem sido adotado com o
12
objetivo de intensificar o sistema de produção, pois permite o abate de animais jovens e com
acabamento de gordura adequado, sem prejuízos à qualidade da carne (LEME et al., 2003).
De acordo com Caetano (2008) tem sido crescente o uso de dietas com elevado teor
de concentrado nos confinamentos brasileiros, pois as mesmas dispensam a necessidade de
manejo no uso de alimentos volumosos, e se justifica pelo preço mais baixo por unidade de
energia dos principais ingredientes dos concentrados como milho e sorgo na região Centro
Oeste, e da polpa cítrica no Centro Sul do país.
Além disso, o uso desse tipo de dieta, conforme acrescenta Silva (2009), pode
diminuir os custos operacionais durante a produção e distribuição aos animais e,
conseqüentemente, a mão-de-obra, a duração do confinamento e o desperdício de alimentos,
bem como a racionalização do investimento em máquinas e instalações, com reflexo positivo
na rentabilidade da atividade.
Silva (2009) sugere ainda que para a utilização de dietas com alto teor de
concentrado, são necessárias algumas operações no manejo alimentar para que a estabilidade
ruminal não fique comprometida durante a utilização destas dietas. Algumas estratégias como
a inclusão de aditivos, fibras, e o uso de grãos inteiros, são fundamentais para prevenir
distúrbios metabólicos ruminais, e para não comprometer o desempenho dos animais. Os
aditivos podem ser a monensina sódica, virginiamicina e/ou levedura viva que têm sido
utilizados com o objetivo de promover um ambiente ruminal mais favorável ao
desenvolvimento microbiano, entretanto, ainda são escasso os trabalhos de pesquisa com
aditivos em dietas de alto teor de grãos.
Portanto, o presente trabalho foi realizado para avaliar diferentes aditivos alimentares
que apesar de apresentarem mecanismos de ação distintos, a (monensina a virginiamicina e a
levedura viva) objetivam melhorar a eficiência alimentar e o desempenho animal por meio,
principalmente, da manutenção de um ambiente ruminal mais estável e de uma fermentação
microbiana mais eficiente
13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Cenário da Pecuária de Corte frente ao Confinamento
A pecuária Brasileira, de acordo com Jorge Junior et al. (2006) tem condições para
atender o aumento na demanda de carne pelos mercados nacional e internacional. Além de
possuir o maior rebanho bovino comercial do mundo, constituído em sua maioria por animais
azebuados adaptados às condições do país tem grandes extensões de pastagens, que
possibilitam a utilização de sistemas de produção extensivos, resultando em custos de
produção mais baixos em comparação a outros países exportadores de carne.
A criação de bovinos no Brasil, por ser quase que exclusivamente dependente da
utilização de pastos como principal fonte de alimento para os animais, uma vez que este
representa a opção mais barata para alimentação dos rebanhos, constitui a base da pecuária de
corte no país. Existe, no entanto, a necessidade de aumentar a produtividade, minimizando os
efeitos decorrentes da sazonalidade tanto quantitativa quanto qualitativa das forrageiras
tropicais (PAULINO, 1999).
Portanto, de acordo com Euclides Filho (2000) a qualidade da alimentação e o
potencial genético do animal devem interagir com outras alternativas tecnológicas
disponíveis, para que se produza carne com qualidade constante e de maneira uniforme
durante o ano todo. É fundamental que utilizem alternativas que promovam a redução do ciclo
de produção, uma vez que esse parâmetro é fundamental para a viabilidade econômica da
atividade.
O confinamento de bovinos para corte passou a ter expressão no País, a partir de
1980, como uma prática de engorda intensiva de animais, via fornecimento de alimentação
adequada nos meses de inverno, ou seja, no período de declínio da produção (entressafra) das
pastagens (WEDEKIN e AMARAL, 1991). Sendo favorecido pela interação agroindústria-
pecuária, desenvolvido por pecuaristas progressistas, de médios e grandes portes,
principalmente em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo
(WEDEKIN et al., 1994).
O confinamento é uma forma de intensificar o sistema de produção que predomina
basicamente no uso do pasto. Dados de confinamentos comerciais mostram que os bovinos
brasileiros permanecem somente cerca de 70-80 dias confinados. Isto vem confirmar que
14
mesmo os bovinos terminados nesses sistemas, mais de 90% dos nutrientes consumidos pelos
animais ao logo da sua vida são provenientes do pasto (LANNA et al., 2004).
As vantagens do confinamento são: redução da idade de abate do animal com isso,
aumento da eficiência produtiva do rebanho, produção de carne de melhor qualidade devido à
menor idade e melhor acabamento de carcaça, maior giro de capital investido pelo retorno
mais rápido de parte do capital investido, melhor aproveitamento das áreas de pastagens para
outras categorias animais, elevada produção de adubo orgânico (esterco) aproveitamento de
resíduos agroindustriais como alimento animal (PEIXOTO et al 1989).
O ano de 2010 fechou o terceiro trimestre com o abate de 7,394 milhões de cabeças
de bovinos. Este número representa queda de 2,5% com relação ao trimestre imediatamente
anterior e aumento de 2,6% com relação ao mesmo período de 2009. A queda observada
resultou, sobretudo, da redução do abate de vacas, tendo em vista que o abate de bois cresceu
no mesmo período (IBGE, 2010).
No entanto, a pecuária de corte nacional tem avançado em tecnologia em busca por
sistemas de produção de bovinos que otimizam a utilização de recursos operacionais,
tecnológicos, socioeconômicos, ambientais e genético, que promovam maior eficiência e
lucratividade desta atividade. O confinamento reúne estas características, porém, sua
viabilidade econômica exige um enfoque empresarial com seus métodos de gerenciamento e
comercialização, pois somente melhoria tecnológica não basta para garantir lucratividade ao
setor de pecuária de corte, especialmente ao confinamento (ALMEIDA e AZEVEDO, 1999).
2.2. Intensificação dos sistemas produtivos
Um sistema de criação engloba um conjunto de fatores que abrange desde
tecnologias, práticas de manejo, genética dos animais, além das condições socioeconômicas,
culturais, o tipo de criação, a demanda do mercado consumidor e possibilidade de
investimentos (EUCLIDES FILHO, 2000).
O confinamento é um tipo de sistema de produção intensivo, pois consiste em manter
os animais em áreas de tamanho limitado e submetê-los durante curto espaço de tempo à dieta
capaz de proporcionar a terminação dos animais confinados (CARDOSO, 1996).
É por meio deste tipo de sistema que o pecuarista pode diminuir o tempo necessário
para que os animais alcancem o peso de abate para serem comercializados na entressafra,
contribuindo assim, para melhorar a produtividade do rebanho. Desta forma, o confinamento
representa mais uma alternativa que pode ser utilizada para melhorar o desenvolvimento
15
desses animais, desde que lhes ofereça um nível nutricional adequado
(BRONDANI e RESTLE, 1991).
De acordo com Barioni et al. (2008) para atender a demanda nacional e internacional
por carne bovina, a pecuária nacional encontra-se frente a um grande desafio, pois, além da
redução das áreas de pastagens para uso na produção de grãos e cana-de-açúcar destinados à
produção de energia, ainda existem restrições à expansão da área agrícola pela abertura de
novas áreas. Desta forma, torna-se fundamental o incentivo à pecuária nacional para aumentar
a produção de carne por unidade de área.
A pecuária de corte encontra-se diante de uma problemática no setor que é a
degradação das áreas utilizadas para pastagens, que segundo Kichel et al., (2000) é causada
por fatores relacionados ao inadequado uso de uma forrageira às condições de clima e solo,
formação, homogeneidade, incidência de invasoras, manejo inadequado, ajuste da capacidade
de suporte da forrageira em uso e a não reposição dos níveis de nutrientes dos solos
incompatibilizando aos níveis extraídos pela pastagem.
Desta forma, sistemas de produção animal integrados à agricultura, principalmente a
da soja, podem proporcionar a melhoria da produtividade, decorrentes do aumento da
fertilidade dos solos. De acordo com Brandão et al. (2006) ao introduzir a soja em áreas de
pastagens degradas, a pecuária e a agricultura estariam se beneficiando mutuamente, e este
seria um mecanismo por meio do qual a pecuária estaria conseguindo renovar suas pastagens,
com conseqüente aumento na capacidade de suporte dos pastos no futuro.
Considerando-se apenas a fase de engorda de bovinos, a produtividade de carne de
uma pastagem degradada está em torno de 2,0 arrobas/ha/ano, enquanto que numa pastagem
em bom estado pode-se atingir até 16 arrobas/ha/ano (KICHEL et al., 2000).
Como forma de intensificação dos sistemas produtivos de bovinos de corte o uso de
confinamento é uma atividade com características estratégicas que, além de acelerar o
crescimento, procura retirar os animais do pasto durante a seca quando estes se encontram
pesados e erados, objetivando a engorda. Este tipo de animal possui elevada exigência
nutricional e taxas de crescimento relativamente baixas em relação às suas exigências de
mantença, o que o torna muito ineficiente no pasto. Com isso, o confinamento substitui oito
meses de pastejo por 80 dias de cocho. A retirada deste tipo de animal do pasto permite
destinar a área de pasto para outras categorias do rebanho e/ou reduzir a lotação dos pastos,
perenizando e aumentando a produtividade destas pastagens no início do verão, além de
diminuir despesas com reforma de pastos degradados (PIRES, 2010).
16
A decisão de engordar bovinos em condições de pastejo, utilizando-se suplementação
alimentar com concentrado, ou de engordá-los em confinamento, dependerá não só da
condição particular da região e/ou da propriedade, mas também do mercado. A
implementação de qualquer destes sistemas pode viabilizar o abate de animais mais jovens,
com carcaças de melhor qualidade, além de aumentar a capacidade de suporte da propriedade.
Em muitas situações, a combinação das duas estratégias pode ser muito interessante
(EUCLIDES et al., 1998).
2.3. Impactos Ambientais da pecuária
De acordo com Primavesi et al, (2004) a agricultura e a pecuária contribuem para as
emissões antrópicas de metano (CH4), dióxido de carbono (CO2) e óxido nitroso (N2O) à
atmosfera. O aumento da concentração desses gases provoca o aquecimento da superfície
terrestre e destruição da camada de ozônio na estratosfera.
Como as alterações nas condições climáticas têm se estabelecido nos últimos tempos,
o objetivo de pesquisas relacionadas a essas mudanças tem sido mais evidente, pois parte
destas mudanças é atribuída aos sistemas de produção animal. O conhecimento dos fatores
que afetam e determinam a emissão de produtos poluidores, é fundamental ao processo de
redução dos impactos ambientais causados pelos sistemas de produção animal e ao mesmo
tempo possibilita aumentar a eficiência produtiva dos mesmos (BERCHIELLI et al., 2006).
Neste sentido, Primavesi et al, (2004), destacam que a emissão de metano por
unidade de matéria seca ingerida é maior com alimentos de pior qualidade e menor densidade
energética; os animais jovens ingerem mais matéria seca em porcentagem do peso vivo do
que animais adultos, podendo resultar em maior emissão de metano por peso vivo; o uso
crescente de concentrado energético em substituição ao volumoso resulta em pico de emissão
de metano quando o concentrado participa com 40% da matéria seca; a melhoria na qualidade
do volumoso favorece o aumento da ingestão de matéria seca e reduz a emissão de metano
por unidade de matéria seca ingerida, aumentando a eficiência de utilização da energia bruta
ingerida; os volumosos de clima tropical, quando de boa qualidade, resultam em perdas de
energia bruta ingerida, na forma de metano, similares às encontradas em condições de clima
temperado; a cana-de-açúcar picada, quando adequadamente corrigida, pode melhorar a
eficiência nutricional e reduzir a emissão de metano ruminal; e, os bovinos mais produtivos
reduzem a emissão de metano por quilograma de produto gerado.
17
A redução de CO2 a CH4, realizada pelas metanogênicas no rúmen, desempenha
importante função, agindo na remoção contínua de H2 resultante da fermentação da matéria
orgânica. Dessa forma a redução ou eliminação da metanogênese pode exigir o
estabelecimento de outra rota para evitar o acúmulo de H2 e o adequado funcionamento do
rúmen (WEIMER, 1998), caso contrário, determinados sistemas enzimáticos podem ser
inibidos comprometendo o desenvolvimento dos microrganismos ruminais. Normalmente,
compostos que causam redução na produção de CH4 resultam em redução da produção de
acetato e amônia e aumento na produção de propionato e, algumas vezes, butirato
(GARCIA-LOPEZ et al., 1996).
Quanto às emissões destes gases, a pecuária contribui com cerca de 16% do total
eliminado na atmosfera. Porém, apesar de grande emissora de metano, a pecuária tem um
grande potencial de seqüestro de carbono, através das pastagens quando bem manejadas. A
emissão nacional é um pouco maior que 1 Mg CO2 eq/ha, enquanto o seqüestro pode atingir
0,78 Mg CO2 eq/ha. Desta forma, a melhora da produtividade do setor representa o principal
meio para reduzir a emissão de metano por animal, bem como para resolver a maior parte dos
problemas relacionados à pecuária nacional (ZEN et al., 2008). Estes mesmos autores
acrescentam ainda que os principais problemas da pecuária nacional apontados pelos
pesquisadores são: degradação dos sistemas ambientais, degradação do solo, emissão de gases
efeito estufa e poluição dos recursos hídricos.
No confinamento, o fator ambiental relevante está relacionado principalmente à
racionalização do uso de solo, que evita o desmatamento de grandes áreas para a formação de
pastagens. Porém, nesse processo de criação intensiva de bovinos, também existem pontos
negativos decorrentes ao acúmulo de dejetos, geração de resíduos líquidos, possibilidade da
proliferação de insetos que podem causar poluição direta do local, com conseqüências em
toda área de influência indireta, afetando a qualidade ambiental e principalmente pela
possibilidade da contaminação dos recursos hídricos. Estes problemas devem ser evitados
e/ou solucionados, bem como monitorados com maior preocupação por parte dos pecuaristas
e dos órgãos de fiscalização ambiental (MANSO e FERREIRA, 2007).
Contudo, extensão do impacto causado pelos dejetos pode ser minimizada com a
utilização de sistemas de reciclagem de nutrientes dos mesmos. Um desses sistemas é a
biodigestão anaeróbia, que é eficiente, pois, além de gerar o biofertilizante e produzir o
biogás, fonte de energia alternativa, estabiliza a matéria orgânica e reduz ou elimina os
coliformes (AL-MASRI, 2001). A produção de biogás resultante da fermentação de 1 kg de
18
esterco bovino é de 0,036 a 0,042 m3, suficiente para atender à demanda de biogás diária por
habitante da zona rural, de 0,023 a 0,043 m3 (RAMACHANDRA et al., 2004).
Outro fator importante para a redução dos gases do efeito estufa, está relacionado ao
tipo de alimentação dos animais em sistemas de confinamentos, que de acordo com Almeida
(2010), onde a dieta é à base de silagens e grãos, a qual apresenta uma maior digestibilidade
pelos ruminantes, a emissão de metano por dia deveria aumentar. No entanto, em função do
maior ganho de peso diário dos animais mantidos em confinamento, a emissão de metano por
quilo de carne produzida é reduzida. Contudo, devido ao uso de fertilizantes nitrogenados na
produção dos grãos utilizados no confinamento, quanto pelo nitrogênio volatilizado das fezes,
a emissão de gás óxido nitroso (N2O) tende a ser aumentado consideravelmente.
No entanto, poucos estudos têm sido feitos no sentido de mensurar a emissão de GEE
gerada em todo o ciclo de produção, em diferentes sistemas produtivos. Com este objetivo,
Subak (1999) promoveu a comparação das emissões entre o sistema americano de produção
em confinamento e o sistema pastoril nômade do Sahel (região ao sul do deserto do Saara). Os
resultados da autora mostram que se for considerado apenas a emissão de metano o sistema
intensivo leva vantagem em relação ao pastoril. No primeiro sistema as emissões eram de
3,6 kg de CO2 equivalente por quilo de peso vivo adicionado para o primeiro, contra
3,8 kg CO2eq./kg peso vivo adicionando para o segundo, se consideradas apenas as emissões
de CH4 Quando contabilizadas todas as fontes de emissões, no entanto, foram contabilizados
para o sistema intensivo 14,8 kg CO2eq. contra 8,1 kg CO2eq. para o sistema pastoril africano.
Em dietas compostas por cerca de 90% de alimentos concentrados, as perdas de
energia na forma de CH4 podem ser variáveis, encontrando-se perdas em torno de 2 a 3%, o
que representa aproximadamente a metade do valor normalmente relatado (6%),
(JOHNSON e JOHNSON 1995).
A intensidade da emissão de metano proveniente da fermentação ruminal depende
principalmente do tipo de animal, do consumo de alimentos e da digestibilidade dieta. As
estratégias que podem ser usadas para reduzir as emissões de metano provenientes da pecuária
estão relacionadas à melhoria da qualidade da dieta, à melhoria de pastagens, à suplementação
alimentar, ao aumento da capacidade produtiva dos animais e outras medidas que refletem na
melhor eficiência produtiva, resultando em ciclos de produção mais curtos
(BERCHIELLI et al., 2006).
Almeida (2010) estudando a emissão dos gases de efeito estufa ressaltou que com o
menor tempo de vida dos animais em confinamento recebendo alimento com alto teor de
energia e proteína, este sistema foi eficiente na redução da emissão dos gases de efeito estufa
19
em até 17% por quilo de carne produzida, quando comparado ao sistema de engorda a pasto.
Comparando o pior sistema em termo de emissões a pasto com índice de intervalo entre partos
(IEP) de 21 meses, com o sistema de confinamento (IEP de 15 meses), pode se perceber uma
diferença de 33% na quantidade de equivalente CO2. Isso ocorre porque quanto maior o IEP,
mais vacas são necessárias para o nascimento de um mesmo número de bezerros.
2.4. Confinamento tradicional x confinamento com dieta de alto fornecimento de grãos
Na terminação de bovinos de corte em confinamento, a alimentação é o componente
mais expressivo, pois supera 70% do custo de produção total, quando desconsiderado o valor
de compra do animal (PACHECO et al., 2006).
A alimentação dos animais normalmente é constituída de uma fração volumosa,
oferecida ad libitum e outra concentrada, com oferta limitada, dependendo dos objetivos a
serem alcançados em termos de desempenho animal, respeitando-se obviamente, a relação
custo/benefício no momento de se determinar qual a participação do concentrado na ração
total (FEIJÓ et al., 1996).
Os alimentos volumosos são assim classificados por apresentarem teor de fibra bruta
na base da matéria seca acima de 17 a 18%. A fibra pode ser descrita como a fração dos
alimentos que apresenta lenta e incompleta digestão e, por isso, ocupa espaço no trato
gastrintestinal (MERTENS, 1996). Entretanto, a sua presença nas dietas faz-se necessária para
garantir condições ruminais adequadas, desta forma, a quantidade e o tipo de fibra que são
oferecidos podem ter um grande efeito na função ruminal, afetando a ruminação, a secreção
de saliva e, conseqüentemente, o pH ruminal (ALVES, 2006).
A escolha por determinado volumoso depende basicamente do sistema de produção
da propriedade, nível de tecnologia aplicada, tipo do rebanho, capacidade de investimento do
produtor, além de outros fatores como clima, e fertilidade do solo (ALVES, 2006). Contudo,
nos tipos de confinamento tradicionais onde os volumosos na maioria das vezes superam os
50% de inclusão do total da dieta, é imprescindível um prévio e detalhado planejamento, antes
de iniciar a atividade.
As dietas brasileiras para confinamentos tradicionalmente são balanceadas com altas
proporções de volumoso, devido ao alto custo dos grãos e dos concentrados protéicos.
Portanto, a utilização de dietas com altos teores de concentrado exige uma alta eficiência
biológica em termos de resposta do animal para que a atividade seja lucrativa
20
(LEME et al., 2003). Aspectos relacionados aos animais como: genética, sanidade e
capacidade de resposta à alimentação devem ser levados em consideração.
No entanto, é a disponibilidade do volumoso que define o número de animais que o
produtor poderá confinar. Entre outras palavras, não basta o produtor querer confinar
determinado número de cabeças se o volumoso não for suficiente para atender as exigências
dos animais ao longo do período de confinamento. Entre as opções forrageiras mais comuns
em fazendas de terminação brasileiras, destacam-se três volumosos: a cana-de-açúcar picada,
e silagens de planta inteira de milho e de sorgo. Outras opções como silagens de gramíneas
(entre as quais cana-de-açúcar) e bagaço de cana in natura ou hidrolisados são menos
freqüentes (PIRES, 2010).
Por participar em menor proporção, porém em maior custo na inclusão de
formulação de dietas em confinamentos tradicionais, Mendonça et al. (2000) afirmaram que
ações administrativas devem ser voltadas para medidas que reduzam o dispêndio de
concentrado na dieta dos animais, por meio da reavaliação da qualidade dos volumosos
utilizados e/ou da possibilidade do uso de alimentos alternativos. Pois, cerca de dois terços do
custo total da dieta é representado pelos concentrados, especialmente quando se utilizam
grãos.
Portanto, Rezende et al. (2009) ao realizarem uma avaliação mais criteriosa,
concluíram que a partir de custos viáveis de volumosos e concentrados, havendo remuneração
por uma carcaça de melhor qualidade, o sistema de alimentação que utiliza maior nível de
concentrado em regime de confinamento de animais jovens tende a ser mais eficiente. Pois, à
medida que se reduz o tempo gasto na terminação e, com isso, os custos de produção, visto
que a maior parte destes custos é decorrente da alimentação, associado ao fato de diluir os
custos de mantença e da maior eficiência biológica de animais jovens em relação a animais
mais velhos.
Nos últimos anos, dietas típicas de acabamento com alta proporção de volumoso
(60%), estão dando lugar às dietas de alta proporção de concentrado ou alta proporção de
grãos. Nessas dietas, a proporção de grãos de cereais varia entre 60 e 85%, os quais são
usados como a principal fonte de energia para os animais (SILVA, 2009). Isso também tem
sido observado no Brasil, em função do aumento no custo de produção dos alimentos
volumosos, melhoria da qualidade dos animais, disponibilidade crescente de subprodutos, e
surgimento de grandes confinamentos (SANTOS et al., 2004).
Segundo Preston (1998) a prática de se fornecer dietas de elevado nível de
concentrado se justifica pelos resultados obtidos, tais como: rápido ganho de peso, elevada
21
eficiência alimentar e, conseqüentemente, redução no tempo para terminação e abate, menor
custo de mão-de-obra e maior uniformidade do produto final.
Diversos fatores têm contribuído para o aumento do uso desse tipo de dieta (alto
fornecimento de grãos) dentre elas destacam-se a maior densidade energética, a facilidade de
transporte, estocagens e mistura de grãos, obtenção de dados do valor nutritivo mais
facilmente em relação aos alimentos volumosos, contribuindo para o acabamento de bovinos
de maneira consistente em logística mais eficiente (SILVA, 2009).
As dietas com alto teor de concentrado, geralmente contém altos teores de
carboidratos não fibrosos, principalmente o amido (GABARRA, 2001).
Putrino et al. (2002) avaliando os níveis de concentrado 20, 40, 60 ou 80%, no
desempenho de bovinos nelores confinados, verificaram aumento linear no ganho médio
diário, enquanto a ingestão de matéria seca tendeu a aumentar quadraticamente atingindo a
máxima ingestão com 47% de concentrado, sem alteração na eficiência alimentar.
A utilização de dietas com elevados níveis de concentrado é uma prática comum no
sistema norte-americano de engorda de bovinos, onde a inclusão de fibra longa é muito
pequena (5 a 10%). Embora a necessidade da fibra nas rações de confinamento seja baixa, seu
fornecimento é freqüentemente uma limitação operacional e econômica. A adequação de
rações a estas novas demandas, pelo ajuste de porcentagem mínima de fibra, cuja função neste
caso é exercer um efeito mais mecânico do que nutritivo, ou seja, proporcionar estímulo à
ruminação e salivação, reduzindo com isso os riscos de distúrbios digestivos (acidose)
(KATSUKY, 2009).
De acordo com Mertens (2001) o que define o conceito de fibra fisicamente efetiva é
o tamanho da partícula que por sua vez influencia a atividade da mastigação, que difere da
efetividade da fibra na manutenção da porcentagem de gordura do leite. Para esclarecer estes
conceitos dois novos termos foram desenvolvidos: FDN efetivo (eFDN), que está relacionado
à habilidade total de um alimento em substituir a forragem de forma que a porcentagem de
gordura do leite seja mantida e FDN fisicamente efetivo (peFDN), que esta relacionado às
propriedades físicas da fibra (principalmente tamanho da partícula) que estimula a atividade
mastigatória e estabelece a estratificação bifásica do conteúdo ruminal (flutuam no mat
partículas grandes em um conteúdo líquido e partículas pequenas) (HALL et al,1999).
O estímulo que a fibra exerce no rúmen tem como resultado final a secreção salivar,
que pelo fato de ser rica em íons bicarbonato e fosfato, neutraliza os ácidos produzidos pela
fermentação da matéria orgânica no rúmen. Desta forma, o pH ruminal em dado momento é
determinado pela relação entre a produção de ácidos e o sistema tamponante do rúmen. Baixo
22
pH ruminal pode diminuir a ingestão de matéria seca, a digestibilidade da fibra, o crescimento
da microbiota ruminal e o fluxo de proteína microbiana para o duodeno (MICHAEL, 1997).
Programas de formulação de dietas para animais ruminantes capazes de encontrar o
teor de energia ótimo para maximizar lucro conforme recomenda Lanna et al. (1999) devem
incluir restrições para manter os níveis de fibra efetiva que evitem o aparecimento de
distúrbios digestivos. No entanto, deve-se levar em consideração que estes valores têm se
mostrado diferentes entre zebuínos e animais europeus e seus cruzamentos.
O grande desafio para os nutricionistas brasileiros está no fato de a maioria dos
animas serem zebuínos da raça Nelore e seus cruzamentos, não castrados, e animais mais
velhos, diferente das características dos animais onde foi originada a técnica da dieta de alto
grão. A dieta se caracteriza pela grande praticidade de fornecimento aos animais confinados,
já que é composta somente por dois ingredientes: o milho e o pellet concentrado protéico,
vitamínico e mineral. A proporção mais indicada e utilizada da dieta é de 85% de milho
inteiro e 15% do pellet concentrado, dessa forma, baseada fortemente no milho como
ingrediente.
Como nessa dieta não inclui fibra proveniente de qualquer fonte volumosa, o uso do
milho na forma de grão inteiro (não processado) tem como objetivo garantir a mínima
motilidade ruminal necessária. De acordo com Stok et al. (1995) a função do grão de milho
inteiro nestas rações é promover uma maior salivação e elevação do pH ruminal, com isso se
espera uma redução da acidose subclínica e maior consumo quando comparado com rações
contendo o grão de milho processado.
Ainda pode ser complementado que no uso de formulação de rações com milho
inteiro, este pode proporcionar rações de elevada densidade nutricional sem a necessidade de
utilização de fibras provenientes de forragens (OWENS et al, 1997) (GRANDINI, 2009). O
grão de milho inteiro funciona com estímulo suficiente para a ruminação e função ruminal,
permitindo eliminar a necessidade de fibra longa proveniente do feno em dietas de alto teor de
grãos para bovinos em confinamento (PORDOMINGO et al., 2002).
Nesse tipo de dieta de confinamento o que se pretende atingir é a possibilidade de
engordar animais com adequação de rações que não sejam dependentes de fibra longa,
permitindo com isso, simplificar a alimentação e torná-la acessível ao maior número de
confinadores (KATISUKI, 2009).
23
2.5. Perspectivas no uso de dieta de alto concentrado no Estado de Mato Grosso
Um dos estados que mais se destaca no desenvolvimento pecuário do Brasil é o
Estado de Mato Grosso, que teve seu crescimento em efetivo bovino concentrado nos
municípios das regiões norte, nordeste e noroeste. Pois, 52 municípios dos 141 existentes
apresentaram crescimento do rebanho bovino no período de 2002 a 2007, com destaque para
os municípios de Cáceres, Vila Bela da Santíssima Trindade, Pontes de Lacerda, Juara e
Paranatinga, os quais concentram juntos torno de 7% do efetivo bovino do MT, podendo ser
considerados os “mais pecuários” do estado (ABREU et al., 2010).
Mato Grosso concentra um bom parque industrial frigorífico, possibilitando o
escoamento da produção de bovinos desse estado. Estão registrados no Serviço de Inspeção
Federal (SIF) 40 matadouros frigoríficos. Em 2007 foram abatidos em Mato Grosso
aproximadamente 4,64 milhões de cabeças (IBGE 2006), dos quais 8,17% podem ter sido
animais oriundos de confinamentos.
Apesar do maior número de confinamentos no Estado ser baseado em dietas
tradicionais, as características do desenvolvimento agropecuário de Mato Grosso (MT),
caracterizado pela elevada disponibilidade de grãos de baixo custo, contribui bastante para a
adoção deste tipo de tecnologia (dietas e alto teor de grãos), conforme tem sido observado nos
anos mais recentes na região.
Conforme dados do IBGE (2010) a estimativa da safra nacional de cereais,
leguminosas e oleaginosas é da ordem de 148,8 milhões de toneladas, superior em 11,0% à
obtida em 2009 que foi de 134,0 milhões de toneladas. No entanto, o Estado de Mato Grosso
se destaca na produção de grãos do País, com 19,1% de participação do total produzido,
ficando atrás apenas do estado do Paraná, com 21,5% do total. Esses dados favorecem o
Estado do Mato Grosso na adoção de dietas de alto teor de concentrado para bovinos de corte
em confinamento, devido a grande disponibilidade dos cereais e subprodutos da agroindústria
empregados na formulação dessas dietas e a disponibilidade de animais.
Contudo, a pecuária de corte nesta região é afetada pelo conhecido ciclo pecuário
que é regulado principalmente pela lei do comércio (relação entre oferta e demanda), ou seja,
a cada cinco anos, em média, são feito abates de um grande número de fêmeas, que por sua
vez afeta o número de nascimentos nos anos subseqüentes, contribuindo para a falta de
animais destinados aos confinamentos, e esses por sua vez, interferem no preço da arroba
praticado no comércio. Estes fatores possivelmente podem afetar o uso da técnica de
terminação de animais em confinamento neste Estado.
24
No entanto, nos últimos anos os confinadores desse Estado têm enfrentado seguida
valorização do bezerro e do boi magro, devido ao abate sucessivo de matrizes nos anos
anteriores, o que tem aumentado o valor de compra dos animais para a engorda (61,8%),
comparado aos gastos com a alimentação (34,6%) (CEPEA, 2008). Contudo, quando
desconsiderado o valor de compra do animal a alimentação ainda é o fator mais oneroso desse
sistema de produção, e cerca de dois terços do custo total da dieta é representado pelos
concentrados, especialmente quando se utilizam grãos (MENDONÇA et al., 2000).
Uma das características do setor agropecuário do estado de Mato Grosso é a
diversificação das propriedades no que diz respeito aos sistemas agrícolas e pecuários,
possuindo uma proximidade entre as regiões produtores de grãos com regiões pecuárias, e até
mesmo ambos cultivos em uma mesma propriedade por meio da integração lavoura pecuária,
podendo contribuir ainda mais para a possibilidade de expansão dos sistemas de
confinamentos, principalmente com o uso de dietas de alto teor de concentrado.
Confinamentos que se desenvolvem dentro de uma propriedade com expressiva
atividade agrícola servem como opção de diversificação de investimentos, existindo ainda a
possibilidade de reaproveitamento dos co-produtos oriundos da lavoura para compor as dietas
destinadas aos animais confinados, colaborando desta forma para o aumento da rentabilidade
da atividade já que este se encontra disponível na propriedade (MOREIRA et al., 2009).
2.6. Viabilidade econômica
O ato de confinar animais deve ser precedido de total planejamento e controle de
custos, pois a maioria dos insumos utilizados são commodities, e tendo suas cotações
atreladas ao dólar, estão sujeitos a grandes variações. Muitos fatores afetam o desempenho
econômico da atividade, tais como custo de aquisição dos animais, o valor nutritivo dos
alimentos, o custo da alimentação, categoria animal utilizada e diferencial de preço
safra/entressafra. Isso reforça a idéia de que é necessário um grande domínio técnico e
controle gerencial da atividade (GOTTSCHAL et al., 2008).
Em razão da nova ordem econômica, os negócios agropecuários atingiram um grau
de complexidade semelhante aos demais setores da economia, exigindo do produtor uma nova
visão da administração dos seus negócios. Nesse sentido, o controle dos custos é sem dúvida
uma ferramenta que vem a auxiliar a análise econômica do confinamento e seqüencialmente
da viabilidade do empreendimento (SANTOS et al., 2002).
25
O preço do grão em relação à forragem é um fator fundamental em dietas de alto
grão para ruminantes, pois a inclusão do grão aumenta a densidade energética das dietas, o
que otimiza a produção nos sistemas intensivos bem geridos (HUNTINGTON, 1997).
Contudo, em dietas totalmente concentrada baseada em milho grão inteiro, o preço
desse ingrediente pode ser o fator decisivo na adoção dessa técnica, devido a sua grande
participação na inclusão, pois representa de 75-80% da composição dessas dietas.
Dados do IMEA no ano de 2010 mostram uma variação no valor da saca do milho no
Estado de Mato Grosso de R$ 10,00 de média no primeiro semestre deste ano, atingindo
R$ 18,00 no segundo semestre até o mês de novembro, enquanto o valor médio da arroba do
boi era de R$ 70,00 no primeiro semestre, chegando a R$ 90,00 no segundo semestre no
mesmo mês.
Esses dados refletem numa primeira análise que o milho no primeiro semestre
representava em valor absoluto, 14,28% do valor da arroba do boi, enquanto que no segundo
semestre este valor decresceu para 11,38%. Desta forma, a arroba do boi foi mais valorizada
que o milho o que poderia justificar a terminação dos animais no final do segundo semestre,
dados que devem ser avaliados devido a grande inclusão do milho nestas dietas. Porém, é
apenas um dos fatores que devem ser considerados.
Missio (2009) avaliando a terminação de bovinos mestiços Charolês-Nelore, inteiros
submetidos a dietas com níveis crescentes de concentrado (22, 40, 59, e 79%), constataram
que os custos com mão-de-obra, com equipamentos e volumoso diminuíram com o aumento
nos níveis de concentrado da dieta. Entretanto, apesar do desempenho animal ter aumentado
com o incremento do nível de concentrado da dieta de 22 para 79%, houve redução da
lucratividade da terminação dos animais.
Eficiência biológica é um fator considerado de grande importância em dietas de alto
grão, pois de acordo com Leme et al. (2003) estas dietas necessitam de uma alta eficiência
biológica em termos de resposta do animal para que a atividade se torne lucrativa.
O potencial genético dos animais para precocidade, especificamente deposição de
gordura e conversão alimentar, estão diretamente relacionados ao tempo de permanência em
confinamento. Esses dois fatores refletem na eficiência de transformar alimento consumido
em ganho de peso e, portanto, no custo por kg de ganho de peso dos animais
(RESTLE et al., 2007).
26
2.7. Eficiência no uso de dietas de alto concentrado por bovinos zebuínos e de mestiços
de raças européias
Dietas de alto grão são originalmente usadas nos Estados Unidos, onde são
empregadas em confinamentos desde a década de 70, e mais recentemente em confinamentos
Argentinos que utilizam principalmente animais do grupo genético Bos taurus, raças de
origem européias mais adaptadas àquelas condições. No Brasil, esta técnica além de bastante
nova, possui a característica de uso de animais Bos índicus, principalmente da raça Nelore que
podem apresentar desempenhos diferenciados quando submetidos ao uso de dietas altamente
concentrada. Segundo Magnabosco (1997), 80% do rebanho brasileiro é composto por gado
Zebu.
Porém, nos últimos anos, a pecuária de corte no Brasil tem experimentado mudanças
profundas, principalmente pela utilização de raças sintéticas ou produtos de cruzamentos de
animais de raças zebuínas e européias, as quais, em sistemas intensivos de produção,
proporcionam altos índices de produtividade (PUTRINO et al., 2002).
Contudo, pesquisas sugerem que comparativamente entre as linhagens Bos taurus e
Bos índucus existe uma diferença entre os dois grupos quanto à ingestão alimentar e eficiência
de utilização de rações com alta ou baixa densidade energética (OLIVEIRA et al., 1994).
Os zebuínos atingem o ápice da curva de consumo com rações de menor
concentração energética do que taurinos e seus cruzamentos (LANNA et al., 2003). Como
conseqüência, os zebuínos podem apresentar respostas inconsistentes quando são submetidos
às rações onde o amido responde por mais de 50% da matéria seca ou o teor de nutrientes
digestíveis totais (NDT) excede 67%, o que requer mais cuidados na utilização de rações com
alto teor de energia para zebuínos (LANNA et al., 1998).
No entanto, Oliveira et al. (1998), avaliando níveis crescentes de concentrado
(25; 37,5; 50; 62,5 e 75%), na dieta de bovinos Nelore em confinamento, encontraram
resposta quadrática para consumo de matéria seca, sendo o maior desempenho alcançado com
o nível de 58,47% de concentrado na dieta.
Bulle et al. (2002) avaliando tourinhos de diferentes grupos genéticos ¾ europeu
¼ zebu, de raça paterna Britânica ou Continental em dietas de alto concentrado contendo
9, 15 e 21% de bagaço de cana in natura (MS), não encontraram diferenças entre o teor de
fibra e os grupos genéticos em nenhuma das variáveis analisadas e sugeriram que até 9% de
bagaço de cana na matéria seca é aceitável como única fonte de fibra nessas dietas.
27
Nuñez (2008) avaliou o desempenho de bovinos Nelores em dietas de alto teor de
concentrado em dois níveis, 73 e 91%, com a combinação de dois aditivos, virginiamicina e
ionóforo, encontrou melhor resultado para ingestão de matéria seca, consumo de energia
metabolizável, e ganho de peso para o maior nível de concentrado, concluindo que o
desempenho de animais Nelores pode ser melhorado com aumento do nível de concentrado
nas dietas.
A divergência de resultados entre trabalhos com avaliação de níveis de concentrado
na dieta de acordo com Costa et al. (2005) permite inferir que o consumo de matéria seca é
uma variável complexa, que pode ser afetada por diversos fatores, como animal, alimento,
alimentação e condições climáticas, que interagem e passam a ser determinantes.
Ao avaliar o desempenho de animais da raça Nelore e seu cruzamento com a raça
Angus (Brangus) alimentados com rações com níveis crescente de concentrado de 20, 40, 60 e
80% nas dietas, Putrino et al. (2002) encontraram resultados para ganhos diários de peso vivo
em jejum, peso vazio e de peso de carcaça quente, diferentes entre as raças, com maiores
ganhos para a raça Brangus e níveis de concentrado na dieta. Sendo que as maiores médias
para as raças Brangus e Nelore foram obtidas com 40 e 60% de concentrado na dieta.
Putrino et al. (2002) encontraram exigências líquidas de proteína e energia para
ganho de peso vazio diferentes entre as raças, com valores médios para o Brangus e o Nelore,
respectivamente de 0,160 e 0,188 kg de proteína e 3,02 e 2,66 Mcal por quilo de ganho de
peso vazio, podendo concluir que a raça Brangus apresentou maior deposição de gordura do
que a Nelore. Não foram observadas diferenças entre os níveis de concentrado da dieta,
provavelmente devido à idade jovem dos animais que não alcançaram a fase de maior
deposição de gordura da curva de crescimento.
Míssio et al. (2009) avaliaram bovinos mestiços Charolês Nelore, com 14-16 meses
em confinamento utilizando diferentes níveis de concentrado na dieta, 22, 40, 59 ou 79%, e
encontraram para as variáveis consumo de matéria seca em porcentagem do peso vivo e do
tamanho metabólico, comportamento quadrático, até os níveis de 67 e 75% de concentrado na
dieta, respectivamente. E para consumo de energia digestível e ganho de peso vivo médio
diário aumentos lineares com a elevação do nível de concentrado na dieta.
Contudo, conforme Pereira (2000), as raças zebuínas têm participação importante na
composição e produção do rebanho nacional. Entretanto, os índices de produtividade deste
rebanho são menores que os de outros países produtores, o que vem comprovar a necessidade
de utilização de tecnologias apropriadas para o País.
28
2.8. Distúrbios digestivos decorrentes de uso de elevadas quantidades de concentrado
para bovinos confinados
O emprego de maiores quantidades de grãos de cereais na dieta de bovinos em
confinamento baseia-se no fato de os mesmos serem ricos em amido, que é o principal
responsável pela energia necessária para manutenção e crescimento das bactérias ruminais
(PASSINI et al., 2003).
O amido das rações de bovinos em confinamento é proveniente principalmente do
milho, que segundo Pires (2010) é a principal fonte de energia das rações, para terminação de
bovinos em confinamento, pois participa entre 60-80% na composição de rações para elevado
desempenho, e contém entre 70 a 75% de amido na matéria seca total dos grãos.
O amido é o principal constituinte energético do milho, que nos ruminantes difere
nos locais de fermentação como rúmen e intestino grosso e no intestino delgado digerido
enzimaticamente (HENRIQUE et al., 2007).
Vários fatores podem afetar a digestibilidade do amido, segundo
Zeoula e Caldas Neto, (2001), como tipo de grão do cereal, teor de amilopectina, e de
amilose, camada externa do grânulo, presença de uma matriz protéica revestindo o grânulo, de
amido e processamento do grão que pode aumentar a área de superfície de contato,
aumentando a susceptibilidade do amido à ação enzimática e aumento na digestibilidade tanto
no rúmen como no intestino.
No entanto, o processamento do grão para aumentar a digestão ruminal do amido no
rúmen é benéfica nutricionalmente até certo ponto, porque, aumenta a disponibilidade de
energia rapidamente fermentável no rúmen, com consequentes aumentos nas produções de
proteínas microbianas e de ácidos graxos voláteis totais (NOCEK e TAMMINGA, 1991).
O ecossistema do rúmen consiste principalmente de bactérias (1010-1011 células/ml),
protozoários (104-106/ml), fungos anaeróbios (103-105 zoospóro/ml) e bacteriófagos
(108- 109/ml) (Kamra, 2005). O sinergismo e antagonismo de diferentes grupos de
microrganismos e também de gêneros de um mesmo grupo são diversos e complicados. Os
resultados destas relações no rúmen é responsável pela bioconversão dos alimentos na forma
em que é utilizada pelo animal. A qualidade e quantidade dos produtos da fermentação são
dependentes do tipo e atividade dos microrganismos no rúmen
(TOWNE e NAGAJARA, 1990; TOWNE, 1990; RUSSEL et al., 1992).
O aumento na produção de ácidos pode fazer com que o pH ruminal atinja valores
inferiores a 5,0, levando a mudança na proporção populacional de bactérias, pois nesta
29
condição, a bactéria Streptococcus bovis perde eficiência, enquanto que outras espécies mais
tolerantes ao baixo pH, como os Lactobacilli aumentam seu crescimento. Considerando que
bactérias utilizadoras do ácido lático, como Megaesphera elsdenii, tem crescimento limitado
em pH abaixo de 5,5, o acúmulo de acido lático é evidenciado, o que leva ao quadro de
acidose ruminal (CARVALHO, 1998).
De acordo com Owens et al. (1998) em condições de contínua ingestão a maior
disponibilidade do amido pode levar à acidose aguda ou crônica, sendo estes distúrbios
importantes problemas para produção dos ruminantes submetidos à dietas ricas em
concentrado, que ocorrem frequentemente durante adaptação dos animais ao confinamento.
Por outro lado, a acidose crônica pode continuar durante todo o período de alimentação. Com
a acidose aguda, a acidez ruminal e a osmolaridade aumentam acentuadamente e acumula
glicose; isto, então, pode danificar a parede ruminal e intestinal, diminuir o pH do sangue e
causar desidratação que pode levar o animal à morte. Laminite, polioencefalomalácia e
abscesso hepático, são freqüentemente associados à acidose. Até mesmo, após os animais
recuperarem de um episódio de acidose, a absorção dos nutrientes pode ser retardada.
Medidas que possam controlar a acidose como, fornecimento de aditivos,
tamponantes, processamento dos grãos e medidas de manejo como adaptção às dietas de alto
teor de concentrado podem ser eficientes no controle destes distúrbios.
O equilíbrio do ecossistema ruminal deve sempre ser buscado, pois está associado à
maior eficiência de crescimento microbiano e maior digestão dos componentes nutritivos dos
alimentos, repercutindo em maior consumo voluntário e potencial produtivo dos ruminantes
(BERCHIELLI et al., 2006).
3. ADITIVOS
De acordo Pires (2010), o maior objetivo na nutrição está em melhorar a eficiência
animal, para tanto são lançados recursos para manipular a fermentação ruminal, como o uso
dos aditivos na dieta. Os esforços focalizam, particularmente, as substâncias que aumentam a
digestibilidade da fibra, maior provimento do ácido propiônico no rúmen, manutenção do pH
próximo à normalidade, redução de acidose ruminal, do timpanismo, da metanogênese, da
proteólise ruminal e desaminação de aminoácidos.
Por definição, aditivos para produtos destinados à alimentação animal são
substâncias, microrganismos ou produto formulado, adicionado intencionalmente, que não é
30
utilizado normalmente como ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as
características dos produtos destinados à alimentação animal ou dos produtos animais,
melhore o desempenho dos animais sadios, atenda às necessidades nutricionais ou tenha efeito
anticoccidiano (BRASIL, 2009).
Existe, portanto, de acordo com Pires (2010), uma ampla gama de aditivos utilizados
na alimentação animal com distintas finalidades, regidos por lei quanto a sua classificação
categoria e níveis de inclusão, estas substâncias ou aditivos compreendem desde os
antioxidantes e antifúngicos até os pigmentos, edulcorantes, inclusive as substâncias
tamponantes e os ionóforos antibióticos.
Os aditivos abordados nesta revisão estão classificados como antibióticos ionóforo, a
monensina sódica, não ionóforo como a virginiamicina, também um probiótico a levedura
viva (Saccharoyces cerevisiae), e os tamponantes como o bicarbonato de sódio e calcáreo.
3.1 Monensina sódica
Segundo Berchielli et al. (2006) a monensina sódica está compreendida em um grupo
de mais de 120 antibióticos ionóforos resultantes da fermentação dos actinomicetos,
produzidos principalmente por bactérias do gênero Streptomyces. Porém, apenas a monensina,
lasalocida, salinomicina e propionato de laidlomicina são aprovadas para o uso em dietas de
ruminantes. A utilização de ionóforos já é consagrada na nutrição de ruminantes
principalmente em confinamentos, e os efeitos decorrentes de sua utilização já são bastante
elucidados, sendo a monensina o ionóforo mais comumente utilizado.
A ação deste antibiótico está relacionado principalmente à ação sobre as bactérias
gram-positivas produtoras primárias de acetato, butirato, H2 e formato que são inibidas na
presença da monensina, porém, nas espécies gram-negativas, as quais produzem succinato
que é o precursor do propionato, a monensina apresenta pequeno ou efeito nulo
(RESTLE et al., 2001).
De acordo com Reis et al. (2006) o mecanismo de ação considerado básico dos
ionóforos sobre as bactérias está relacionado com um processo chamado bomba iônica, que
regula o balanço químico entre o meio interno e externo da célula. Os ionóforos ao se ligarem
à membrana celular das bactérias e protozoários e, provavelmente, a dos fungos ruminais,
facilitam o movimento dos cátions através da membrana celular. Essas reações culminam em
uma reduzida concentração intracelular de K+, baixo pH e maior concentração intracelular de
Na+. Nesse caso, as bactérias gram-positivas são forçadas a utilizar os sistemas de transporte
31
celular para dissipar o H+ e o Na+ intracelular na tentativa de manter o equilíbrio celular, com
o gasto de 1 mol de ATP por próton transportado. Esse processo, juntamente com a baixa
concentração de K+ intracelular, reduz as reservas energéticas e a taxa de síntese de proteína
com consequente menor capacidade de divisão celular. Como consequência, a bomba iônica
não opera eficientemente, provocando um desequilíbrio e devido a uma maior concentração
de cátions dentro da célula, ocorre aumento da pressão osmótica, a água penetra em excesso e
com isso a célula “incha” tendendo a romper-se. Desse modo, as bactérias acabam morrendo
ou assumem um nicho microbiano sem expressão ruminal.
A maior resistência das bactérias gram-negativas a ação dos ionóforos, se dá em
função da composição do seu envoltório celular, que é composto por uma parede e uma
membrana externa de proteção formada por proteínas, lipoproteínas e lipossacarídeos, que
contém canais protéicos denominados porinas, com tamanho aproximado de 600 Dalton, os
quais impedem o acesso a maioria dos ionóforos, uma vez que, os ionóforos possuem um
tamanho que varia de 500 a 2000 Dalton. Por outro lado, as bactérias gram-positivas possuem
apenas uma camada espessa de peptidoglicano, que por ser porosa não impede a ação do
ionóforo (MORAIS et al., 2006).
A monensina sódica, um dos ionóforos mais utilizados, possui um grupamento
carboxílico exposto, que quando não-protonado favorece livre movimentação através da
membrana, de modo que, a ligação com íons metálicos e prótons permite sua atuação como
metal/próton antiporte (LANA e RUSSELL, 2001). Segundo Chow e Russell (1990), esse
grupamento tem pKa ligeiramente alcalino, sendo mais hábil em pH ácido, o que potencializa
seu efeito quando fornecida a animais submetidos a altos níveis de concentrado na dieta.
Schelling (1984) classificou o modo de ação dos ionóforos na membrana celular das
bactérias como básico, tendo como efeitos secundários aproximadamente sete eventos
sistêmicos. A modificação da concentração dos ácidos graxos voláteis (AGV) é a mais
amplamente reconhecida, em que ocorre redução na proporção molar de acetato e aumento de
acetato. A alteração no consumo alimentar também deve ser considerada, assim como
mudanças na produção de gás, resultando em menor emissão de metano, provavelmente
contribui para o aumento da eficiência de uso da energia. Mudanças na digestibilidade são
provavelmente muito variáveis, mas deve ser consideradas. A digestibilidade ainda pode ser
influenciada por fatores como adaptação, dieta, estado fisiológico e idade dos animais, tipo e
dose do produto utilizado, entre outros (LUCCI et al., 2001). A alteração na utilização da
proteína parece resultar de vários fatores que ocorrem simultaneamente. A modificação do
enchimento ruminal e taxa de passagem podem ser importantes no caso de alguns dos
32
sistemas citados anteriormente. A melhora na produção animal parece ocorrer quando esses
fatores ocorrem em conjunto.
Os benefícios da monensina na melhora da conversão alimentar de bovinos em
confinamento têm sido atribuídos ao aumento na digestibilidade dos alimentos, às mudanças
na relação acetato:propionato e à redução na produção de metano
(GOODRICH et al., 1984; RUSSELL e STROBEL, 1989; RAUN, 1992).
Foi verificado também influência da monensina sódica nas características de carcaça
analisada de bovinos de corte (GOODRICH et al., 1984). Resultados estes obtidos de cerca de
11.000 animais, onde foi obtido um efeito positivo (0,61%) sobre a área de olho de lombo dos
animais confinados.
Em uma dieta predominantemente concentrada com diferentes níveis de
suplementação de monensina fornecida para bezerros, Salles e Lucci (2000) constataram
comportamento quadrático para o consumo de MS, de modo que a maior ingestão ocorreu
quando fornecida monensina (0,8 mg/kg de PV, estimado em 14,3 mg/kg de MS ingerida) e a
diminuição da ingestão ocorreu no nível mais alto desse ionóforo
(1,2 mg/kg de PV, estimado em 22,7 mg/kg de MS ingerida).
A monensina tem pouco impacto na média de ganho diário do animal, contribuindo
para a redução da ingestão de alimento e a razão acetato/propionato no fluído ruminal
(RUSSELL, 1996). Assim, para produtores de carne ou leite que utilizam grande quantidade
de grãos, a maior economia se dá quando a aquisição dos alimentos é um fator importante.
3.2 Virginiamicina
Virginiamicina, um antibiótico não-ionóforo, que tem sido utilizado por muitos anos
como um aditivo capaz de aumentar o potencial de desempenho tanto para aves com em
suínos. Alguns estudos têm indicado um efeito promotor de crescimento da virginiamicina em
ruminantes através de ganho de peso e eficiência alimentar e diminuição da incidência de
abscessos hepáticos e acidose em bovinos alimentados com grãos
(HEDDE, 1984; ROGERS et al., 1995). O efeito da virginiamicina em bactérias gram
positiva é semelhante ao da monensina, embora os modos de ação sejam diferentes
(NAGARAJA et al., 1987).
Virginiamicina é um antibiótico produzido por Streptomyces virginae, isolado pela
primeira vez de solo belga. Possui na sua composição dois componentes principais: Fator M e
33
Fator S. O Fator M é um componente que apresenta atividade antimicrobiana para o
Micrococcus aureus, enquanto o Fator S apresenta atividade contra o Bacillus subitilis.
Contudo, a interação sinérgica desses dois componentes faz da virginiamicina um antibiótico
de ampla atividade contra microrganismos gram positivos, entre eles, Stapyilococcus aureus,
Lactobacillus acidophylus, Clostridium welchii, Bacillus subitilis, Escherichia coli, Candida
albicans, Mycobacterium tuberculosis e Corynebacterium xerosis. A virginiamicina é estável
por três anos em condições de baixa umidade e temperatura ambiente. Não é degradada no
processo de peletização da ração e pode permanecer estável na ração por até 3 meses. É
rapidamente metabolizada e excretada pelo animal (KLINE, 1991).
A virginiamicina apresenta atividade principalmente contra as bactérias gram
positivas, tanto aeróbicas como anaeróbicas, mas não apresenta efeito sobre a maioria das
bactérias gram negativas em função da impermeabilidade da parede celular (COCITO, 1979).
De acordo com esse autor, no interior das células, ambos os fatores M e S se ligam específica
e irreversivelmente a subunidade do fator 50S dos ribossomos, inibindo a formação de
ligações peptídicas durante a síntese de proteína, o que causa redução no crescimento, ou seja,
bacteriostase, ou morte da célula bacteriana, atividade bactericida.
O uso deste aditivo tem sido bastante empregado em dietas de alto teor de
concentrado, Coe et al. (1999) destacaram que o efeito mais importante da virginiamicina
ocorre quando os ruminantes são alimentados com dietas ricas em carboidratos altamente
fermentáveis.
A inclusão de virginiamicina em dietas para vacas leiteiras reduziu o risco de
acidose, pois estabilizou o pH ruminal, inibindo as bactérias que produzem ácido lático e
aumentou a digestibilidade e uso da energia em deita de alto teor de concentrado
(CLAYTON et al., 1999).
A virginiamicina quando fornecida para bovinos proporcionou condições aos animais
para mudanças bruscas na composição da dieta sem necessidade de adaptação. De acordo com
Zorrilla et al. (1991) quando os bovinos foram alimentados com virginiamicina
foi possível fazer a substituição de uma dieta de forragem para um Dieta 100% de trigo dentro
de 24 horas.
Rogers et al. (1995) em sete experimentos no decorrer de quatro anos mostraram que
a virginiamicina levou a menor incidência de abscesso hepático em novilhos em
confinamento com dietas de alta energia de 30% para menos de 20%. Eles também
observaram um aumento na eficiência alimentar e ganho médio diário.
34
O uso da virginiamicina na maior parte dos experimentos é feito em associação a
outro aditivo, podendo contribuir ainda mais com a prevenção de ocorrência de distúrbios
nutricionais em ruminantes em dietas com teor de concentrado mais elevados.
3.3 Levedura Viva (Saccharomyces cerevisiae)
As necessidades advindas de uma exigência por melhores condições de vida tem se
tornado crescente nos últimos anos, com isso a necessidade de meios que possam promover
este bem estar também tem sido mais enfatizado por pesquisadores e este parecem ser seus
maiores desafios nos últimos tempos.
Os antibióticos usados como promotores de crescimento nas rações foram banidos
pela União Europeia (UE) desde janeiro de 2006, o que têm contribuído para intensificar a
procura por aditivos alternativos (FERELI et al., 2010).
Segundo Gattass et al. (2008) entre os aditivos alternativos existentes no mercado,
destacam-se as culturas de leveduras, que atuam como probiótico e possuem características
que atendem às exigências internacionais dos maiores importadores de carne bovina
brasileira.
As leveduras do gênero Saccharomyces cerevisiae são fungos unicelulares,
apresentam-se na forma de células alongadas ou ovaladas, abundantemente encontradas na
natureza em frutas cítricas, cereais e vegetais. As leveduras não são habitantes normais do
aparelho digestório; recentemente algumas cepas passaram a ser incorporadas na alimentação
animal como fonte direta de proteína, geralmente a partir de resíduos de fermentados
industriais ou então como probiótico a partir da ingestão direta de células viáveis que
estimulam a microbiota intestinal. A sua capacidade de atuar como probiótico dependerá do
uso contínuo e do fornecimento de quantidade suficiente de células vivas (CUARÓN, 2000).
De acordo com Góes et al. (2005) a cultura de levedura é um produto composto por
leveduras fermentativas, ou seja, células viáveis adicionadas ao seu meio de crescimento
enquanto que os extratos fúngicos são da mesma forma, organismos vivos, porém adicionados
em meios de cultura secos. Dentre as culturas de leveduras, destaca-se particularmente a
Saccharomyces cerevisiae e o extrato fúngico, de Aspergillus oryzae sendo estes o mais
utilizado na nutrição de ruminantes.
35
Embora ainda não muito bem esclarecidas por diversos autores o mecanismo de ação
das leveduras em ruminantes parece está relacionado principalmente ao fato destas culturas
apesar de não crescerem em meio ao fluido ruminal, serem capazes de manter a sua atividade
metabólica e viabilidade gerando mecanismos considerados responsáveis pelo aumento da
quantidade de bactérias no rúmen (NISBET e MARTIN, 1991).
Um dos meios pelos quais elas beneficiam o crescimento de bactérias no rúmen está
relacionado ao fato de estas removerem o O2 devido à atividade respiratória das leveduras,
mecanismo considerado de grande importância, pois a presença de O2 no rúmen inibe o
crescimento da maior parte das bactérias, que são estritamente anaeróbicas. A adição de
leveduras no fluído ruminal “in vitro”, na concentração de 1,3 mg, aumentou a taxa de
desaparecimento de O² de 46 a 89% (NEWBOLD et al., 1996).
Assim como o fornecimento de nutrientes que, por sua vez, estimulam o crescimento
e atividade de certos microrganismos, como as bactérias Selenomonas ruminantium,
utilizadoras de lactato. Esta estimulação parece advir de um elevado fornecimento de ácidos
dicarboxílicos, particularmente, o ácido málico ou malato contido nas leveduras, o qual é
intermediário no ciclo de Krebs, e utilizada na via do succinato-propionato para síntese de
succinato e propionato, via esta utilizada pelas bactérias Selenomonas ruminantium
(NISBET e MARTIN, 1990; NEWBOLD et al., 1996).
Além da capacidade de liberação de fatores de crescimento, tais como enzimas
essenciais, vitaminas, principalmente as do complexo B e aminoácidos durante a digestão
(MARTIN e NISBET, 1992; NEWBOLD et al., 1996). Segundo Newbold (2001) e Wallace
(1994), esses efeitos elevam a taxa de digestão da celulose e o fluxo de proteína microbiana, o
que resulta em maior ingestão de matéria seca e, portanto, melhora o desempenho do animal.
Pesquisas têm mostrado um aumento na taxa inicial, mas não na extensão, de
degradação da fibra no rúmen com o uso da levedura na dieta
(CHADENAMA e OFFER, 1990; WILLIANS et al., 1991; ERASMUS et al., 1992). Esse
efeito tem sido mais pronunciado em dietas ou sistemas de alimentação que podem
comprometer a celulólise, como em dietas com maior participação de concentrado
(WILLIAMS et al., 1991).
A suplementação com levedura pode estimular uma espécie de bactéria acetogênica
“hidrogeniotrópica” hábil em usar o H² para produção de acetato, em condições in vitro
(CHAUCHEYRAS et al., 1995). Essas bactérias estão presentes em grande número no rúmen
de bezerros recém-nascidos, antes do estabelecimento da metanogênese
36
(MORVAN et al., 1994) e em bovinos alimentados com dietas com baixo volumoso
(LEEDLE e GREENING, 1988).
A incorporação de cultura de leveduras nas dietas de ruminantes é benéfica, pois
provoca diminuição nas concentrações de lactato por sua ação estimulante sobre as bactérias
que fermentam o lactato, como a Selenomonas ruminantium, reduzindo assim, os efeitos
negativos provocados pela acidose lática, causada pela intensa fermentação de dietas de alto
teor de concentrado devido estas propiciarem um crescimento rápido de bactérias ruminais,
como a Streptococcus bovis, aumentando a produção de lactato
(WILLIAMS et al., 1991; MARTIN e NISBET, 1992).
Portanto salienta-se a importância de se conhecer a técnica, assim com as estratégias
de produzir carne em confinamento, possibilitando assim atingir um melhor desempenho
animal em uma produção de ciclo curto contudo um melhor retorno econômico. Sendo assim
objetivou-se na presente dissertação avaliar o uso de dieta com alto teor de concentrado
constituído de 85% de milho grão inteiro e núcleo peletizado 15%, contendo farelo de soja, e
nitrogênio não protéico (NNP) proveniente da uréia, macro e micro minerais, bicarbonato e
aditivos, o objetivo desta dissertação é avaliar a eficiência isoladamente e o possível efeito
somatório entre os diferentes compostos aditivos, levedura viva Saccharomyces cerevisiae,
monensina sódica, virginiamicina, quando empregada na formulação de dietas de alto grão
fornecidas para bovinos em confinamento visando o desempenho animal e os parâmetros
ruminais.
Os capítulos a seguir foram elaborados segundo as normas da Revista Pesquisa
Agropecuária Brasileira, editada mensalmente pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – Embrapa – vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, U.G.P.; OTÁVIO L. M. CELIDONIO, O.L.M.; PALUDO, S.K. Desenvolvimento pecuário, o caso do Mato Grosso. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 47., 2010. Salvador. Anais... 2010. CD-rom.
AL-MASRI, M.R. Changes in biogas production due different ratios of some animal and agricultural wastes. Bioresource Technology, v.77, n.1, p.97-100, 2001.
ALMEIDA, A.J.; AZEVEDO, C. Semiconfinamento. 2ed.são Paulo: Editora Globo,1999. 184p
ALMEIDA, M.H.S.P. Análise econômico-ambiental da intensificação da pecuária de corte, no Centro-Oeste brasileiro. 2010, 88f. : il. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2010.
ALVES, A.C.N. Substituição parcial da silagem de milho desidratado na ração de vacas holandezas em lacatação. 2006, 66f. : il. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2006.
ANUALPEC. Anuário da pecuária brasileira. Agra FNP Pesquisas Ltda. 360p. 2009.
BARIONI, L.G.; TONATO, F.; GERALDO BUENO MARTHA JUNIOR; LUPINACCI, A.V.; VELOSO, R.F. Visão sistêmica aplicada á otimização da produtividade do animal e da área. In: SIMCORTE, SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 6., 2008, Viçosa MG. Anais...Departamento de Zootecnia Universidade Federal de Viçosa, 2008. p.321-344.
BRANDÃO, A.S.P.; REZENDE, G. C. MARQUES, R.W.C. Crescimento agrícola no período 1999/2004: a explosão da soja e da pecuária bovina e seu impacto sobre o meio ambiente. Econ. aplic., São Paulo, v. 10, n. 2, p. 249-266, 2006
BRASIL. Instrução Normativa n° 15, de maio de 2009, regulamenta o Registro dos estabelecimentos e dos produtos destinados à alimentação animal, na forma do Anexo à presente Instrução Normativa.
BRONDANI, I.L., RESTLE, J. Efeito das dietas contendo cana-de-açúcar ou silagem de milho no desempenho de novilhos em confinamento. Ciência Rural, Santa Maria, v. 21, n. 1, p. 129-134, 1991.
BULLE, M.L.M.; RIBEIRO, F.G.; LEME, P.R.; TITTO, E.A.L.; LANNA, D.P.D. Desempenho de Tourinhos Cruzados em Dietas de Alto Teor de Concentrado com Bagaço de Cana-de-Açúcar como Único Volumoso. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p.444-450, 2002.
BERCHIELLI, T.T.; PIRES, A.V.; OLIVEIRA, S.G. Nutrição de ruminantes. Jaboticabal: Funep, 2006. 583p.
CAETANO, M. Estudo das perdas de amido em confinamento brasileiro e do uso de amido fecal como ferramenta de manejo de bovinos confinados. 2008, 76f. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2008.
38
CARDOSO, E.G. Engorda de Bovinos em Confinamento – Aspectos Gerais. 1996. Disponível em < http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc64/ > Acessado em: 18 de novembro de 2010.
CARVALHO, M.P. Substituição do milho por subprodutos energéticos em dietas de bovinos à base de bagaço de cana tratado à pressão e vapor: Digestibilidade e parâmetros ruminais. 1998. 110f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo Piracicaba, 1998.
CHADENAMA, I.; OFFER, N.W. the effect of dietary inclusion of yeast culture on digestion in the sheep. Animal Production , v. 50, p. 483, 1990.
CHAUCHEYRAS, F.; FONTY G.; BERTIN, G. In vitro H² utilization by a ruminal acetogenic bacterium cultivated alone or in association with an Archaea Methanogen is stimulated by a probiotic strain of Saccharomyces cerevisiae. Applied and Environmental Microbiology , v.61, n.9, p.3466-3467, 1995.
CHOW, J.M.; RUSSELL, J.B. Effect of ionophores and pH on growth of Streptococcus bovis in batch and continuous culture. Applied and Environmental Microbiology, v.56, n.6, p.1588-1593, 1990.
CLAYTON, EH; LEAN, IJ; ROWE, JB; Y COX, JW. 1999. Effects of feeding virginiamycin and sodium bicarbonate to grazing lactating dairy cows. Journal of Dairy Science. v.82, n.7 p1545-1554, 1999.
COCITO, C. Antibiotics of the virginiamycin family, inhibitors which contain synergistic components. Microbiological reviews, Waschington, v. 43, n.2, p. 145-198, 1979.
COE. M. L.; NAGARAJA, T. G.; SUN, Y. D.; Y WALLACE, N. 1999. Effect of virginiamycin on ruminal fermentation in cattle during adaptation to a high concentrate diet and during an induced acidosis. Jounal Animal Science. v.77, n. 8, p. 2259-2268, 1999.
COSTA, M.A.L.; VALADARES FILHO, S.; PAULINO, M.F.; VALADARES, R.F.D.; CECON, P.R.; PAULINO, P.V.R.; MORAES, E.H.B.K.; MAGALHÃES, K.A. Desempenho, digestibilidade e características de carcaça de novilhos zebuínos alimentados com dietas contendo diferentes níveis de concentrado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.1, p.268-279, 2005.
CUARÓN, J.A.I. La influéncia de la levadura en la dieta, respuesta microbiológica antagonista. In: SIMPÓSIO SOBRE ADITIVOS ALTERNATIVOS NA NUTRIÇÃO ANIMAL, 2000, Anais... Campinas: CBNA. 2000, p.71-79.
ERASMUS, L.J. et al. Effect of yeast culture supplement on production, rumen fermentation, and duodenal nitrogen flow in dairy cows. Journal of Dairy Science, v.75, p.3056- 3065, 1992.
EUCLIDES FILHO, K. O enfoque de cadeia produtiva como estratégia para a produção sustentável de carne bovina. In: MEDEIROS, S.R.; EUCLIDES FILHO, K.; EUCLIDES, V.P.B. (Eds.) A produção animal e a segurança alimentar. Campo Grande: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2004. 568p.
EUCLIDES FILHO, K. Produção de Bovinos de Corte e trinômio genótipo-ambiente-mercado. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 2000. 61p. – (Documentos /Embrapa Gado de Corte, ISSN 1517-3747; 85).
39
EUCLIDES, V.P.B.; EUCLIDES FILHO, K.; ARRUDA, Z.J.; FIGUEIREDO, G.R. Desempenho de Novilhos em Pastagens de Brachiaria decumbens Submetidos a Diferentes Regimes Alimentares. Revista Brasileira de Zootecnia. v.27, n.2, p.246-254, 1998.
FEIJÓ, G.L.D.; SILVA, J.M.; THIAGO, L.R.L.; PORTO, J.C.A.; ARRUDA, E.F. Efeitos dos níveis de concentrado na engorda de bovinos confinados. Desempenho de novilhos F1 Pardo Suíço/Nelore. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 33, 1996, Fortaleza. Anais. Fortaleza: SBZ, 1996, v.1, p.73-76.
FERELI, F.; BRANCO, A.F.; JOBIM, C.C.; MARCANTONIO, S.; Monensina sódica e Saccharomyces cerevisiae em dietas para bovinos: fermentação ruminal, digestibilidade dos nutrientes e eficiência de síntese microbiana. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.1, p.183-190, 2010.
FERNANDES, A.R.M.; SAMPAIO, A.A.M.; HENRIQUE, W.; PERECIN, D.; OLIVEIRA, E.A.O.; TÚLLIO, R.R. Avaliação econômica e desempenho de machos e fêmeas Canchim em confinamento alimentados com dietas à base de silagem de milho e concentrado ou cana-de-açúcar e concentrado contendo grãos de girassol. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.4, p.855-864, 2007.
FERNANDES, A.R.M.; SAMPAIO, A.A.M.; HENRIQUE, W.; TULLIO, R.R.; PERECIN, D.; OLIVEIRA, E.A.; VILELA, H.L.F.; FAZOLO, B.; RIBEIRO, G. M.; SILVA, T.M. Eficiência produtiva e características qualitativas da carne de bovinos jovens terminados em confinamento. Consumo de nutrientes e desempenho. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 47, 2006. João Pessoa, PB. Anais...2006. CD-rom
GABARRA, P.R. Digestibilidade de nutrientes e parâmetros ruminais e sanguineos de novilhos nelore alimentados com fontes protéicas e energéticas com diferentes degradabilidades ruminais. 2001. 94f. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2001.
GARCIA-LOPEZ, P.M.; KUNG Jr., L.; ODOM, J.M. In vitro inhibition of microbial methane production by 9,10- anthraquinone. Journal of Animal Science, Savoy, v.74, p.2276-2284, 1996.
GATTASS, C.B.A.; MORAIS, M.G.; ABREU, U.G.P.; FRANCO, G.L.; STEIN, J.; LEMPP, B. Efeito da suplementação com cultura de levedura na fermentação ruminal de bovinos de corte. Revista. Brasileira de. Zootecnia, v.37, n.4, p.711-716, 2008.
GOES, R. H. T. B.; ALVES, D. D.; VALADARES FILHO, S. C.; et al. Utilização de aditivos alimentares microbianos na alimentação de bovinos de corte e leite: Revisão. Arquivo de Ciência Veterinária e Zoologia. UNIPAR, v.8, n.1, p.47-56, 2005.
GOODRICH, R.D.; GARRETT, J.E.; GAST, D.R.; KIRICK, M.A.; LARSON, D.A.; MEISKE, J.C. Influence of monensin on the performance of cattle. Journal of Animal Science., v. 58, p. 1484-1498, 1984.
GOTTSCHALL, C.S., CANELLAS, L.C. E FERREIRA, E.T. Confinamento de bovinos de corte: alternativas para o aumento da eficiência econômica. PUBVET, v.2, n.10, 2008. Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=169> Acessado em: 25 de novembro de 2010.
GRANDINI, D. V. Dietas contendo milho inteiro, sem fontes de volumoso para bovinos confinados. In: SIMPOSIO INTERNACIONAL DE NUTRICAO DE RUMINANTES, 2,
40
2009, Botucatu-SP. Anais... Botucatu: IV SIMPOSIO DE NUTRICAO DE RUMINANTES – Recentes Avanços na Nutrição de Bovinos Confinados. 2009. p. 90-102. CD-rom.
HALL, M.B., HOOVER, W.H.; JENNINGS, J.P., MILLER, T.K.; WEBSTER. A method for partitioning neutral detergent soluble carbohydrates. Journal Science Food Agriculture, v.79, p.2079-2086, 1999.
HEDDE, R.D. 1984. Nutritional aspects of virginiamycin in feeds. Pages 359 – 368 in Antimicrobials and Agriculture. M Woodbine, ed. Butterworths, Boston.
HENRIQUE, W.; FILHO, J. A. B.; LEME, P. R.; LANNA, D. P. D.; ALLEONI, G.F.;FILHO, J. L. V. C.; SAMPAIO, A. A. M. Avaliação da silagem de grãos de milho úmido com diferentes volumosos para tourinhos em terminação. Desempenho e características de carcaça. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 36, n.1, p. 183-190, 2007.
HUNTINGTON, G.B. Starch utilization by ruminants: fron basics to the bunk. Journal of Animal Science. Savoy, v. 75, n. 3, p. 852-867, 1997.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. 2010. Disponivel em: < www1.ibge.gov.br/.../noticia_visualiza.php?...Abate-bovino...2010 > Acessado em: 18 de novembro de 2010
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2006. Disponível em <www.ibge.gov.br/home/estatistica/.../2006/agropecuario.pdf> Acessado em: 04 de outubro de 2010.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1711&id_pagina=1> Acessado em: 22 de novembro de 2010.
IMEA, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, 2010. Disponível em: <http://www.imea.com.br/> Acessado em: 22 de novembro de 2010.
CEPEA. Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – ESALQ/USP, 2008. Confinamento brasileiro enfrenta os mesmos gargalos dos norte-americanos. Disponível em: < www.seagri.ba.gov.br/notcepea_boi_agosto08.pdf> Acessado em: 10 de novembro de 2010.
JOHNSON, K.A.; JOHNSON, D.E. Methane emissions from cattle. Journal of Animal Science, Savoy, v.73, p.2483-2492, 1995.
JORGE, JUNIOR, J.; CARDOSO, V.L.; ALBUQUERQUE, L.G. Modelo bioeconômico para cálculo de custos e receitas em sistemas de produção de gado de corte visando à obtenção de valores econômicos de características produtivas e reprodutivas. Revista Brasileira de Zootecnia. v.35, n.5, p.2187-2196, 2006.
KAMRA, D.N. Rumen microbial ecosystem. Current Science, v.89, n.1, p.124-134, 2005.
KATSUKY, P.A. Avaliação nutricional, desempenho e qualidade da carne de bovinos alimentados com rações sem forragem, com diferentes níveis de substituição do milho inteiro por casca de soja. 2009. 55f. Tese (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, da Universidade Estadual de Londrina – UEL. Londrina, 2009.
KICHEL, A.N.; MIRANDA, C.H.B.; ZIMMER, A.H. Degradação de pastagens e produção de bovinos de corte com a integração agricultura x pecuária. In: SIMOPÓSIO DE PTODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 1, 2000, Viçosa. Anais... Viçosa, 2001.p.2001-234.
41
LANA, R.P.; RUSSELL, J.B. Efeitos da monensina sobre a fermentação e sensibilidade de bactérias ruminais de bovinos sob dietas ricas em volumoso ou concentrado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.2, p. 254-260, 2001.
LANNA, D. P. D.; BERNDT, A.; CRUZ, G. M.; ALLEONI, G. F.; ALENCAR, M.M. Tissue deposition rates and empty body compositionof purebred and crossbred Nelore bulls. In: Annual Meeting, 2003. Journal of Animal Science., v. 81. p. 306, 2003.
LANNA, D.P.; PACKER, I.U. Eficiência biológica e econômica de bovinos de corte. In: ALLENCAR, M.M.; FREITAS, A.R.; CRUZ, G.M. et al. (Eds.). WORKSHOP SOBRE QUALIDADE DA CARNE E MELHORAMENTO GENETICO DE BOVINOS, 1, 1998, São Carlos. Anais... São Carlos: Embrapa/Fundepec. 1998. p.83-104.
LANNA, D.P.D.; FERRAZ, J.B.S.; ALMEIDA, R. Integrando genética e nutrição no sistema de pastejo. In: SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE PRODUÇÃO DE CARNE BOVINA COM QUALIDADE, 2., 2004. Ribeirão Preto. Anais... Ribeirão Preto: ABNP, 2004. p.1-13.
LANNA, D.P.D.; TEDESCHI, L.O.; BELTRAME FILHO, J.A. Modelos lineares e não-lineares de uso de nutrientes para formação de dietas de ruminantes. Scientia Agricola, v.56,n.2, p.479-88, 1999.
LEEDLE, J.A.Z.; GREENING, R.C. Posprandial changes in methanogenic and acidogenic bacteria in the rumens of steers fed high- or low-forage diets once daily. Applied and Environmental Microbiology , v.54, p.502-506, 1988.
LEME, P.R.; SILVA, S.L.; PEREIRA, A.S.C. et al. Utilização do bagaço de cana-de-açúcar em dietas com elevada proporção de concentrados para novilhos Nelore em confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.1786-1791, supl.1, 2003.
LUCCI, C.S.; PEIXOTO, K.C.J.; AMARO, F.R. RODRIGUES, P.H.M.; ALMEIDA, T.F.; SANTOS,M.V. Efeitos de níveis e de tempos de adaptação a lasalocida sódica sobre a degradabilidade ruminal do feno de coast-cross (Cynodon dactylon) e do farelo de soja em bovinos. Boletim da Indústria Animal , v.58, n.1, p.95-112, 2001.
MAGNABOSCO, C.U. Estimativas de parâmetro genéticos em características de crescimento de animais da raça Nelore usando os métodos de Máxima Verossimilhança Restrita e Amostragem de Gibbs. 83f. Tese (Doutorado em Ciências), Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. 1997.
MANSO, K.R.J.; FERREIRA. O.M. Confinamento de bovinos: estudo do gerenciamento dos resíduos. Universidade Católica de Goiás, 2007 – Departamento de Engenharia Ambiental. Disponível em: < www.ucg.br/.../CONFINAMENTO%20DE%20BOVINOS%20%20GERENCIAMENTO%20DE%20RESÍDUOS > Acessado em 22 de novembro de 2010.
MENDONÇA, S.S., CAMPOS, J.M.S., ASSIS, A.J., et al. Sistema de produção de recria de machos e fêmeas leiteiras a pasto. II Desempenho econômico na estação da seca. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 37, 2000, Viçosa, MG. Anais... Viçosa: SBZ, 2000. CD Rom.
MERTENS, D.R. Physical effective NDF and its use in formulating dairy rations. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL EM BOVINOS DE LEITE, 2., 2001, Lavras. Anais...Lavras:UFLA-FAEPE, 2001. p.25-36.
42
MERTENS, D.R. Using fiber and carbohydrate analyses to formulate dairy rations. In: INFORMATIONAL CONFERENCE WITH DAIRY AND FORAGE INDUSTRIES, 1996, Wisconsin, USA. Wisconsin, [s.ed.]. Proceedings. p.81-92, 1996.
MICHAEL, S.A. Relationship between fermentation acid production in the rumen and the requirement for fisically effective fiber. Journal of Dairy Science, Savoy, v. 80, n. 7, p. 1447-1462, 1997.
MISSIO, R.L.; BRONDANI, I.L.; FREITAS, L.S.; SACHET, R.H.; SILVA, J.H.S.; RESTLE, J. Desempenho e avaliação econômica da terminação de tourinhos em confinamento alimentados com diferentes níveis de concentrado na dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.7, p.1309-1316, 2009.
MORAIS, J.A.S.; BERCHIELLI, T.T.; REIS, R.A. Aditivos. In: BERCHIELLI, T.T.; PIRES, A.V.; OLIVEIRA, S.G.O. Nutrição de ruminantes. 1.ed. Brasil: Funep, 2006. p.539-570.
MOREIRA, S. A; THOMÉ, K. M; FERREIRA, P. DA S; BOTELHO FILHO, F. B. Análise econômica da terminação de gado de corte em confinamento dentro da dinâmica de uma propriedade agrícola. v. 5, n 3 ano 2009. Disponível em: <http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero3v5/gado%20de%20corte.pdf> Acessado em: 18 de novembro de 2010.
MORVAN, B.; DORE, J.; RIEU-LESME, F.; LOIC, F.; GÉRARD, F. Establishment of hydrogen-utilizing bacteria in the rumen of the newborn lamb. FEMS Microbioliology Letters, v. 117, n. 3, p.249-256, 1994.
NAGARAJA, T.G., M.B. TAYLOR, D.L. HARMON AND J.E. BOYER. 1987. In vitro lactic acid inhibition alterations in volatile fatty acid production by antimicrobial feed additives. Journal of Animal Science. 65: 1064 - 1076.
NEWBOLD, C. J.; WALLACE, R. J.; McINTOSH, F. M. Mode of action of the yeast Saccharomyces cerevisiae as a feed addtive for ruminants. Brit. J. Nutr . Londres, v. 76, n. 2, p. 249-261, 1996.
NEWBOLD, C.J. Proposed mechanisms for enzymes as modifers of ruminal fermentation. 2001. Disponível em: < http://dairy.ifas.ufl.edu/rns/1997/florida.pdf >Acessado em 22 de novembro de 2010.
NISBET, D. J. MARTIN, S. A. The effect of Saccharomyces cerevisiae culture on lactate utilization by the ruminal bacterium Selenomonas ruminatium. Journal of Animal Science. Savoy, v. 69, p. 4628-4633, 1991.
NISBET, D. J.; MARTIN, S. A. Effects of dicarboxylic acids and Aspergillus oryzae fermentation extract on lactate uptake by the ruminal bacterium Selenomonas ruminantium. Appl. Environ. Microb . Washington, v. 56, p. 3515-2518,1990.
NOCEK, J.E.; TAMMINGA, S. Site of digestión of starch in the gastrointestinal tract of dairy cows and effect on milk yeld and composition. Journal of Dairy Science. v. 74, n. 10, p.3598-3629, 1991.
NUÑEZ, A.J.C. Uso combinado de ionóforo e virginiamicina em novilhos Nelores confinados com dietas de alto concentrado. 2008, 67f. il. Dissertação (Mestrado) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2008.
OLIVEIRA, M. A. T.; FONTES, C. A. A.; LANA, R. P.; LEÃO, M. I.; VALADARES FILHO, S. C.; PERON, A. J. Consumo alimentar e digestibilidade de rações com dois níveis
43
de concentrado em bovinos de cinco grupos genéticos. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v. 23, n. 4, p. 667-677, 1994.
OLIVEIRA, S.R., COELHO DA SILVA, J.F., VALADARES FILHO, S.C. et al. Desempenho de novilhos Nelore, não castrados, recebendo rações com vários níveis de concentrado. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 35, 1998, Botucatu. Anais... Botucatu: SBZ, 1998, p.155.
OWENS, F. N.; SECRIST, D. S.; HILL, W. J.; GILL, D. R. Acidosis in cattle: A review. Journal of Animal Science, Savoy, v. 76, n. 1, p. 275–286. 1998.
OWENS, F. N.; SECRIST, D. S.; HILL, W. J.; GILL, D. R. The effect of grain source and grain processing on performance of feedlot cattle: A review. Jounal Animal Science, v. 75, p. 868-879, 1997.
PACHECO, P.S.; RESTLE, J.; VAZ, F.N. et al. Avaliação econômica da terminação em confinamento de novilhos jovens e superjovens de diferentes grupos genéticos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.1, p.309-320, 2006.
PASSINI, R.; RODRIGUES, P.H.M.; CASTRO, A.L. et al. Parâmetros de fermentação ruminal em bovinos alimentados com grãos de milho ou sorgo de alta umidade ensilados. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.5, p.1266-1274, 2003.
PAULINO, M.F. Misturas múltiplas na nutrição de bovinos de corte a pasto. In: SIMPÓSIO GOIANIO SOBRE PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE. Goiânia, 1999. Anais...Goiania: CBNA, 1999. p. 95-104.
PEIXOTO, A. M.; HADDAD, C. M.; BOIN, C. BOSE, M. L. V. O confinamento de bois. 4. ed. São Paulo: Globo, 1989.
PEREIRA, J.C.C. Contribuição genética do zebu na pecuária bovina do Brasil. Informe Agropecuário, v.21, n.205, p.30-38, 2000.
PIRES, A.V. Bovinocultura de corte / Alexandre Vaz Pires. – Piracicaba: FEALQ, 2010 v. 1, 760p. : ilust. Color 28 cm.
PORDOMINGO, A. J.; JONAS, O.; ADRA, M.; JUAN, N. A; AZCARATE, M. P. Evaluación de dietas basadas en grano entero, sin fibra larga, para engorde de bovinos a corral. 2002. Revista de Investigaciones Agropecuárias. v. 31, n. 001, p. 1-23, 2002.
PRESTON, R.L. Management of high concentrate diets in feedlot. In: SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO INTENSIVA DE GADO DE CORTE, 1998, Campinas. Anais... Campinas: CBNA, 1998. p.82-91.
PRIMAVESI, O. et al. Metano entérico de bovinos leiteiros em condições brasileiras. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 39, p. 277-283, mar, 2004.
PUTRINO, S.M.; LEME, P.R.; SILVA, S.L.; LANNA, D.P.D.; ALLEONI, G.F.; SCHALCH, F.J.; Desempenho de tourinhos Brangus e Nelore alimentados com diferentes proporções de concentrado. In: REUNIAL ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 39., Recife. Anais...Piracicaba, 2002, CD-rom.
RAMACHANDRA, T.V.; KAMAKSHI, G.; SHRUTHI, B.V. Bioresource status in Karnataka. Renewable and Sustainable Energy Review’s, v.8, n.1, p.1-47, 2004.
RAUN, A.P. Rumensin; “then and now”. In: Rumensin “in the 1990’s”, 1990, Dallas, TX. Proceedings ... Indianapolis: Elanco Animal Health, p.A1-A20, 1992.
44
RESTLE, J.; NEUMANN, M.; ALVES FILHO, D.C.; PASCOAL,L.L.; ROSA, J.R.P.; MENEZES, L.F.G.; PELLEGRINI, L.G. Terminação em Confinamento de Vacas e Novilhas sob Dietas com ou sem Monensina Sódica. Revista Brasileira de Zootecnia., v.30, n.6, p.1801-1812, 2001.
RESTLE, J.; PACHECO, P.S.; COSTA, E.C.; FREITAS, A.K.; VAZ, F.N.; BRONDANI, I.L.; FERNANDES, J.J.R. Apreciação econômica da terminação em confinamento de novilhos Red Angus superjovens abatidos com diferentes pesos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.4, p.978-986, 2007.
REZENDE, P.L.P.; MOREIRA, P.C.; WASCHECK, R.C.; FREITAS NETO, M.; ALVES, V.A. Níveis de concentrado na terminação de bovinos. Revista UCG Estudos, Goiânia, v. 36, n. 11/12, p. 1241-1262, nov./dez. 2009.
REIS, R. A.; MORAIS, J. A. S.; SIQUEIRA, G. R. Aditivos alternativos para a alimentação de Ruminantes. In: II Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal. São Paulo, SP. Anais... São Paulo, SP: CBNA, 2006. p. 1-40.
ROGERS, J.A., M.E. BRANINE, C.R. MILLAR, M.I. WRAY, S.J. BARTLE, R.L. PRESTON, D.R. GILL, R.H. PRITCHARD, R.P STILBORN AND D.T. Bechtol. 1995. Effects of dietary virginiamycin on performance and liver abscess incidence in feedlot cattle. Journal Animal Science. V.73, p. 9-20, 1995.
RUSSEL, J.B.; CONNOR, J.D.; FOX, D.C.; A net carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets: I. Ruminal Fermentation. Jounal Animal Science, v.70, p.3553-3561, 1992.
RUSSELL, J.B. Bacteria: mechanisms of ionophore action in ruminal bacteria. In: SYMPOSIUM SCIENTIFIC UP DATE ON RUMENSIN/TYLAN FOR THE PROFESSIONAL FEEDLOT CONSULTANT, 1996, Amarillo, TX, Indianapolis, IN, Proceedings… Indianapolis: Elanco Animal Health, 1996. p.E1-E19.
RUSSELL, J.B., STROBEL, H.J. The effect of ionophores on rumen fermentation. Appl. Environ. Microbiol. , v. 55 p.1-6, 1989.
SALLES, M.S.V.; LUCCI, C.S. Monensina para bezerros ruminantes em crescimento acelerado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.2, p.573-581, 2000.
SANTOS, F.A.P.; PEREIRA, E.M.; PEDROSO, A.M. Suplementação energética de bovinos de corte em confinamento. In: SIMPÓSIO SOBRE BOVINOCULTURA DE CORTE, 5., Piracicaba, 2004. Anais... Piracicaba: FEALQ, 2004, p.261-297.
SANTOS, J. G et al. Necessidade de planejamento e controle econômico-financeiro. In: SANTOS, J. G et al. Administração de Custos na Pecuária. São Paulo: Editora Lavras, p. 15-22, 2002.
SHELLING, G.T. Monensin mode of action in the rumen. Journal of Animal Science, Champaign, v.58, n.6, p. 1518-1527, 1984.
SILVA, H.L. Dietas de alta proporção de concentrado para bovinos de corte confinados. 2009, 157f Tese (Doutorado)-Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária, Goiânia, 2009.
SIQUEIRA, G.B.; ALCALDE, C.R.; BERTIPAGLIA, L.M.A.; ANDRADE, P. Utilização do resíduo de maracujá e silagens de híbridos de milho, na terminação de bovinos de corte em confinamento. Acta Scientiarum, v.21(3), p.749-753, 1999.
45
STOCK, R. A.; KLOPFENSTEIN, T.; SHAIN, D. Feed intake variation. Okla. Agric. Exp. Sta. Misc. Publ. P-942, p. 56-59, 1995.
SUBAK, S. Global environmental costs of beef production. Ecological Economics, Amsterdam, v. 30, p. 79 – 91, 1999.
TOWNE, G.; NAGAJARA, T.G. Omasal ciliated protozoa in cattle, bison and sheep. Applied Environment Microbiology , v.56, p.409-412, 1990.
TOWNE, G.; NAGAJARA, T.G.; BRANDT, R.T. Ruminal ciliated protozoa in cattle fed finishing diets with or without supplemental fat. Journal Animal Science, v.68, p.2150-2155, 1990.
WALLACE, R.J. Ruminal microbiology, biotechnology, and ruminant nutrition: progress and problems. Journal of Animal Science, Champaign, v. 72, p. 2992-3003, 1994.
WEDEKIN, V.S.P.; AMARAL, A.M.P. Confinamento de bovinos em 1991. Informações Econômicas, São Paulo, v. 21, n. 9, p. 9-18, 1991.
WEDEKIN, V.S.P.; BUENO, C.R.F.; AMARAL, A.M.P. Análise econômica do confinamento de bovinos. Informações Econômicas, São Paulo, v.24, n.9, p. 123-131, 1994.
WEIMER, P.J. Manipulating ruminal fermentation: a microbial ecological perspective. Journal of Animal Science, Savoy, v.76, p.3114-3122, 1998.
WILLIAMS, P.E.V.; TAIT, C. A.G.; INNES, G. M. Effects of the inclusion of yeast culture (Saccharomyces cerevisiae plus growth medium) in the diet of dairy cows on milk yield and forage degradation and fermentation paterns in the rumen of steers. Journal of Animal Science. Savoy, v. 69, p. 3016-3026, 1991.
ZEN, S.; BARIONI, G.; BONATO, D.; ALMEIDA, M.H.S.P.; RITTL,T.F. Pecuária de corte brasileira: impactos ambientais e emissões de gases efeito estufa (GEE). Piracicaba, SP: CEPEA/ESALQ/USP, 2008. Disponível em: < www.cepea.esalq.usp.br/.../Cepea_Carbono_pecuaria_SumExec.pdf ->Acessado em 12 de novembro de 2010.
ZEN, S.; BARIONI, L.G.; BONATO, D.B.B.; ALMEIDA, M.T.H.S.; RITTL, T.F. pecuária de corte brasileira: impactos ambientais e emissões de gases efeito estufa (GEE). Disponível em: <http://cepea.esalq.usp.br/pdf/Cepea_Carbono_pecuaria_SumExec.pdf http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero3v5/gado de corte.pdf > Acessado em: 10 de novembro de 2010.
ZORRILLA-RIOS, J. P. J. MAY, W. JONES, AND J. B. ROWE. 1991. Rapid introduction of cattle to grain diets using virginiamycin. In: D. J. Farrell (Ed.) Recent Advances in Animal Nutrition in Australia. p 10A. University of New England, Armidale, NSW, Australia
42
CAPÍTULO I
Aditivos em dietas de alto Fornecimento de grãos para bovinos de corte em
confinamento: desempenho produtivo e econômico
Resumo – O objetivo desta pesquisa foi avaliar diferentes aditivos em dietas de alto grão
constituídas por 85% de milho grão inteiro e 15% de núcleo peletizado, sendo este último
composto por 11,55% de farelo de soja, 0,3% uréia e 3,15% de macro e micro minerais e
aditivos. Os aditivos avaliados foram: monensina sódica (M), levedura viva (LV),
virginiamicina (VI) e a combinação de monensina sódica, levedura viva e virginiamicina
(MLVVI). As respectivas dietas foram fornecidas para bovinos de corte previamente
adaptados, aumentando-se gradativamente a inclusão de milho até atingir o fornecimento
desejado (8,0kg/dia na matéria natural). Foram utilizados 60 bovinos Nelore, machos
castrados, com peso inicial de 420 kg, idade média de 46 meses, divididos aleatoriamente em
4 lotes de 15 animais, para a avaliação do desempenho produtivo, o qual foi medido pela
diferença entre o peso corporal final e inicial. O experimento teve duração de 99 dias para as
dietas (M) e (MLVVI) e 86 dias para as dietas (VI e LV), nos quais eram monitoradas
diariamente a quantidade de oferta das dietas e as respectivas sobras. Não foram encontradas
diferenças significativas (P>0,10) para nenhuma das variáveis analisadas como: ganho médio
diário (GPD kg/dia), consumo médio diário de ração (CSR kg/dia), conversão média
alimentar (CA), rendimento de carcaça quente (RCQ %) em função das dietas experimentais,
que apresentaram respectivamente valores médios de 1,15, 7,02, 6,12 e 53,25. Na avaliação
econômica, avaliando-se apenas os custos com alimentação e as receitas obtidas através dos
ganhos em quilo no período de confinamento para as dietas experimentais, foi observada
remuneração para os diferentes aditivos avaliados, verificando-se receitas em reais/kg de
43
ganho de R$ 0,51; 0,58; 0,14 e 0,17, respectivamente, para as dietas M, LV, VI e MLVVI.
Posteriormente à avaliação econômica foram gerados possíveis cenários obtidos a partir do
coeficiente de variação de algumas variáveis, considerando uma série histórica dos preços
praticados entre os anos de 2007 a 2010 da arroba do boi e do milho saca de 50 kg, corrigidos
de acordo com o índice geral de preços disponibilidade interna (IGP-DI). Gerando seis
simulações de viabilidade econômica para todos os cenários, sendo eles o melhor, pior,
médio, mais provável, otimista e pessimista, obtendo-se respectivamente remuneração para as
receitas em reais/kg de ganho de R$ 2,10, -1,43, 0,45, 0,36, 1,32 e -0,43. O uso combinado de
aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos não possibilitou incrementos no desempenho
animal. Através da maioria dos cenários o confinamento desenvolvido dentro dos padrões
tecnológicos e da avaliação econômica desta pesquisa, a atividade permitiu o pagamento dos
custos obtidos com a aquisição da ração.
Termos para indexação: alto concentrado, conversão alimentar, ganho de peso, milho grão
inteiro, nelore.
44
Additives in diets of high supply of grains to feedlot cattle: performance and economic
Abstract – The aim of this study was to evaluate different additives in high grain diets
consisting of 85% whole corn grain and 15% of core pellets, the latter being composed of
11.55% soybean meal, 0.3% urea and 3, 15% of macro and micro minerals and additives.
Treatments were: monensin (M), live yeast (LV), virginiamycin (VI) and the combination of
monensin, virginiamycin and live yeast (MLVVI). The respective diets were fed to beef cattle
previously adapted, increasing gradually adding corn to achieve the desired supply
(8.0 kg / day as fed). A total of 60 Nelore steers, initially weighing 420 kg, mean age 46
months were randomly divided into four batches of 15 animals for the performance
evaluation, which was measured by the difference between body weight and final initial. The
experiment lasted 99 days for diets (M) and (MLVVI) and 86 days for diets (VI and LV),
which were monitored daily in the volume of supply of diets and their leftovers. There were
no significant differences (P> 0.10) for any of the variables such as average daily gain
(ADG kg / day), average daily feed intake (CSR kg / day), average feed conversion (FC), hot
carcass yield (HCY%) as a function of the experimental diets, which showed mean values of
respectively 1.15, 7.02, 6.12 and 53.25. In economic evaluation, evaluating only feed costs
and revenues from earnings in pounds for the period of confinement for the experimental
diets, there was compensation for different additives evaluated, compensation was observed
for the different additives evaluated, verifying receipts of R$ 0.51, 0.58, 0.14 and 0.17,
respectively, for diets M, LV, and VI MLVVI. After the economic evaluation were generated
scenarios obtained from the coefficient of variation of some variables, considering a series of
prices between the years 2007 to 2010 arroba of cattle and 50 kg bag of maize, corrected
according to the general price index (IGP-DI). Generating six simulations of economic
viability for all scenarios, since they are the best, worst, average, more likely, optimistic and
45
pessimistic, respectively obtaining compensation for revenue of R$ 2.10, -1.43, 0.45 , 0.36,
1.32 and -0.43. The combined use of additives in diets of high grain supply is not possible
increases in animal performance. Through most of the scenarios developed within the
confinement of technology standards and economic evaluation of this research activity
allowed for the payment of costs obtained with the acquisition of food.
Index terms: high concentrate, feed conversion, weight gain, whole grain corn, Nelore.
46
Introdução
Na pecuária brasileira, principalmente com o crescimento do número de animais
terminados em confinamentos, há necessidade de se desenvolver estratégias nutricionais com
altos níveis de concentrados. Pretende-se desta forma, a melhoria no desempenho produtivo,
manipulação na deposição de gordura de acabamento e marmoreio, com efeitos no
rendimento de carcaça e qualidade da carne de animais confinados. Propõem-se com isto,
reduzir gastos com as dietas, bem como diminuir os custos operacionais na sua produção e
distribuição aos animais. Como conseqüência, a mão-de-obra, o tempo de confinamento, os
desperdícios de alimentos, investimentos em máquinas e instalações serão racionalizados,
com reflexo positivo na rentabilidade da atividade (Silva, 2009).
Resultados satisfatórios foram encontrados por Woody et al. (1983), que estudaram o
efeito de níveis de grãos nas dietas de bovinos em acabamento, os quais verificaram que
animais alimentados com dietas de alto concentrado (90% de grãos) ganharam peso 7% mais
rápido e apresentaram requisitos alimentares 16% menores por unidade de ganho do que
animais alimentados com 70% de grãos.
Como a alimentação é responsável por grande parte dos custos de produção nos
sistemas de confinamento, a condução criteriosa dos programas de alimentação exige o
respaldo de estudos que busquem conhecer, com maior precisão, as interações e os impactos
produzidos pelo emprego do concentrado na alimentação de bovinos (Costa et al., 2005).
Pois, segundo Pacheco et al. (2006), além de fatores relacionados à redução de custo com a
alimentação, o potencial genético e a idade de abate dos animais, refletem diretamente na
eficiência de transformação do alimento consumido em ganho de peso e, conseqüentemente,
no custo por unidade de ganho de peso.
47
Na nutrição de ruminantes, estudos têm sido conduzidos, procurando-se manipular a
fermentação ruminal, no sentido de melhorar sua eficiência, seja por meio do aumento na
produção de ácido propiônico, na diminuição da metanogênese ou na redução da proteólise e
deaminação de aminoácidos no rúmen. Inicialmente, este objetivo foi buscado apenas através
da manipulação da dieta, entretanto, a descoberta de compostos químicos ativos no rúmen
abriu grandes perspectivas nessa área das ciências agrárias (Bergen & Bates, 1984).
Os aditivos podem ser assim definidos: são ingredientes dietéticos, podendo ou não
conter nutrientes, com a finalidade de produzir resposta favorável para melhor desempenho
animal (conversão alimentar e produção) e sanidade (diminuição de acidose, abscesso de
fígado, timpanismos, etc), seja por aumentar quantitativa e/ou qualitativamente a
disponibilidade dos nutrientes ou pela eficiência de utilização desses (Lucci, 1997).
Dessa forma, objetivou-se avaliar a eficiência e o possível efeito somatório dos
diferentes compostos aditivos: levedura viva (Saccharomyces cerevisiae), monensina sódica,
virginiamicina, quando utilizados em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos
Nelore em confinamento, por meio da mensuração e análise das variáveis, ganho de peso,
consumo de ração, dias para atingir 18@, conversão alimentar, rendimento de carcaça quente
e avaliação econômica dos custos empregados na aquisição da ração em relação às receitas
sobre o ganho de peso no período de confinamento referentes a venda dos animais.
48
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Fazenda Agroindustrial Aricá, localizada no município
de Cuiabá-MT, entre os meses de outubro de 2009 a janeiro de 2010. Foram confinados 60
bovinos da raça Nelore, machos castrados, com idade e peso corporal médio de 46 meses e
420 kg respectivamente, distribuídos em quatro lotes de 15 animais. Os bovinos foram
selecionados de um lote de 180 animais, sendo inicialmente pesados e submetidos à avaliação
visual da condição corporal e, posteriormente, foram agrupados em quatro lotes. Estes
animais passaram por jejum sólido de 14 horas antes da pesagem inicial.
A área experimental foi constituída de 4 piquetes de 1500 m² cada, onde cada piquete
foi subdivididos em uma área de 600m2 e outra de 900m2 , cujo solo era coberto por
Brachiaria brizantha cv. Marandu. As baias eram providas de comedouros cobertos e
bebedouros, disponibilizando 40 cm linear de comedouro para cada animal. Durante a
adaptação, cada grupo permaneceu em seus respectivos piquetes na área total, com forragem à
disposição intencionalmente para iniciar a transição da dieta para os animais, sendo a mesma
naturalmente reduzida pelo pastejo e pisoteio. Após a adaptação, os animais foram confinados
nos piquetes subdivididos menores estes de 600m2, sendo a área disponível por animal de
4m2, e a forragem eliminada dos piquetes.
Os animais passaram por uma adaptação de 14 dias às dietas, sendo o trato realizado
duas vezes ao dia em proporções iguais nos horários (06:00 e 17:00 h), iniciando-se com
fornecimento de aproximadamente 0,5% do peso dos animais (2,0 kg/animal/dia), em que era
aumentando 1,0 kg/animal a cada dois dias até atingir aproximadamente 2,0% do peso do
animal (8,0 kg/animal/dia) no 14º dia experimental.
49
Foram adaptados fornecendo-se no primeiro dia dois quilos da dieta em dois tratos
diários, aumentando-se a cada dois dias um quilo da dieta de modo que no 14º dia
completasse o segundo dia dos animais comendo oito quilos da ração.
A adaptação foi determinada com a quantidade do núcleo peletizado fixada em
1,2 kg/dia, aumentando-se apenas a inclusão de milho grão inteiro, iniciando com 0,8 kg para
completar os 2,0kg iniciais, e assim sucessivamente até se atingir os 14 dias de adaptação de
tal modo que dos 8,0 kg no final da adaptação (85% correspondendo ao milho, e 15% ao
núcleo peletizado), ou seja, 6,8 kg de milho e 1,2 kg de núcleo, sendo neste último mantendo
o fornecimento dos aditivos desde o início da adaptação.
As sobras foram retiradas e pesadas, a fim de quantificar o consumo de matéria seca
pelos animais, antes do primeiro trato do dia.
Após a adaptação foi determinado que, não havendo sobras a cada dois dias consecutivos,
aumentou-se 0,5 kg de ração por animal no fornecimento das 17:00 h, até o limite máximo de
fornecimento de 10 kg/animal/dia, ou seja, 2,4% do peso corporal dos animais.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), onde os
grupos dos animais foram formados considerando o peso corporal inicial, sendo
posteriormente distribuídos, para receber as diferentes dietas experimentais.
As dietas experimentais foram constituidas por 85% de milho grão inteiro e 15% de núcleo
peletizado, com as seguintes inclusões dos ingredientes: 11,55% de farelo de soja, 0,3% uréia
e 3,15% de macro e micro minerais e aditivos. Os aditivos testados foram monensina sódica
(M) (Rumensin R-100 ®); levedura viva (LV) (Beef Saac ®); virginiamicina (VI) e a
combinação de monensina sódica, levedura viva e virginiamicina (MLVVI), os quais deram
origem às dietas experimentais.
50
Os animais foram pesados no início do experimento no final da adaptação e em
seguida em intervalos de 28 dias, totalizando 99 dias de confinamento, exceto os lotes das
dietas experimentais (VL) e (VI) que foram abatidos com 86 dias, devido os animais destes
lotes terem obtido o peso preconizado para abate que foi de 18@. Somente para as pesagens
inicial e final os animais foram submetidos a jejum de sólido por 14 horas.
No frigorífico os animais foram abatidos, após jejum de sólidos por 24 horas, onde foi
obtido o rendimento de carcaça quente pela razão entre peso da carcaça sem vísceras, couro,
cabeça, patas e vassoura da cauda e o peso vivo em jejum de 24 horas multiplicado por 100,
sendo a classificação das carcaças determinada conforme a classificação Carrefour – Carne
Bovina GO.
Foram feitas amostragem das sobras e das dietas para determinação da composição
químico-bromatológica, a qual foi realizada no laboratório de Nutrição Animal da Faculdade
de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia - FAMEVZ, da Universidade Federal de
Mato Grosso - UFMT. As amostras foram analisadas para determinações da matéria seca
(MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido
(FDA), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína
(FDNcp) e matéria mineral (MM), que foram realizadas de acordo com descrições de
Silva e Queiroz, (2002). A determinação do nitrogênio insolúvel em detergente neutro
(NIDN) posteriormente multiplicado pelo fator de correção (6,25) para obtenção do valor em
proteína do detergente neutro (PIDN), seguiu os métodos descritos por
Van Soest et al. (1991).
A quantificação dos carboidratos não fibrosos (CNF) foi realizada de acordo com
adaptação de Hall, (2000), em virtude da inclusão de uréia na composição das dietas, sendo:
CNF= 100 – [(%PB - %PB da uréia + % uréia) + FDNcp + %EE + %cinzas]
Onde FDNcp= fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína.
51
Os teores de carboidratos totais dos alimentos (CT) foram calculados segundo
Sniffen et al. (1992):
CT = 100 – (%PB + %EE + %Cinzas).
Com base na composição química dos alimentos, os teores de nutrientes digestíveis
totais (NDT) foram estimados segundo o NRC (2001).
Na Tabela 1 encontra-se a composição químico-bromatológicas dos ingredientes,
núcleos e milho, utilizados para compor as dietas e na Tabela 2 a composição quimico-
bromatológica da dieta total (85% milho e 15% núcleo peletizado) de cada dieta experimental.
Tabela 1- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT dos núcleos M, LV, VI e MLVVI e do milho utilizados na composição das dietas.
Itens Núcleos Milho
M LV VI MLVVI
MS (%) 89,65 89,14 88,73 90,46 89,73 PB¹ 41,10 41,52 42,11 40,41 8,65 EE¹ 3,01 3,06 2,98 2,99 4,12 MM¹ 8,17 7,93 8,12 8,10 1,35 CT¹ 46,80 47,20 46,60 47,5 84,90 CNF¹ 58,90 60,70 60,60 60,40 86,15 FDN¹ 32,41 32,40 30,87 31,04 19,60 FDA¹ 34,62 35,21 34,25 35,17 9,94 FDNi¹ 3,12 2,63 3,18 2,87 2,01 FDNcp¹ 22,52 18,09 17,82 18,82 14,62 PIDN² 42,32 41,98 45,57 42,80 12,50 NDT³ 60,21 59,78 58,89 60,10 86,00 ¹% da MS, ² % do N total*(6,25), ³calculado (NRC, 2001)
52
Tabela 2- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT das deitas totais (85% milho e 15% núcleo peletizado) M, LV, VI e MLVVI.
Itens Dietas M LV VI MLVVI MS (%) 90,81 90,80 90,73 90,77 PB¹ 14,02 14,03 14,01 13,64 EE¹ 4,70 4,75 5,37 5,05 MM¹ 4,03 4,10 4,03 4,02 CT¹ 77,21 77,25 76,42 77,47 CNF¹ 51,70 52,78 51,84 53,72 FDN¹ 17,79 16,65 16,50 15,69 FDA¹ 9,63 9,79 9,11 9,75 FDNi¹ 1,64 1,72 1,73 1,71 FDNcp¹ 25,58 24,81 24,50 23,68 PIDN² 14,52 13,68 14,33 14,38 NDT³ 81,03 81,63 81,01 81,71 ¹% da MS, ² % do N total*(6,25), ³calculado (NRC, 2001)
Foi feita a avaliação econômica para os tratamentos em função dos resultados das
médias de desempenho dos animais submetidos a cada dieta experimental onde se utilizou os
seguintes procedimentos para cálculo:
O consumo diário de ração na matéria seca (CRMS kg/dia), assim como o ganho de
peso diário (GPD kg/dia) foram obtidos através das médias de cada dieta experimental.
O ganho de peso em equivalente rendimento de carcaça (GPRC kg/dia) foi obtido
entre a diferença do peso vivo final médio, considerando rendimento de carcaça (RC) de 54%
para a dieta monensina e 53% para VI, LV e MLVVI e o peso vivo inicial médio,
considerando 50% de (RC), sendo a diferença dividida pelo total de dias de confinamento de
cada dieta avaliada.
O custo do milho em reais por quilo (CM R$/kg) obteve-se do preço médio do quilo
de R$ 0,20 sendo a tonelada de R$ 200,00, valor de compra do milho durante o período
experimental (outubro/2009 a janeiro/2010). Assim como, o custo do núcleo em reais
(CN R$/kg) foi obtido do preço da saca de 30kg no valor de R$ 56,45; 57,69; 56,32 e 60,25
53
para as respectivas dietas M, LV, VI e MLVVI, dividindo-se cada valor da saca pelo seu
respectivo peso, encontrando o valor do quilo de cada dieta. Considerando a inclusão de 85%
de milho e 15% de núcleo das dietas. Onde somando os dois custos encontrou-se o custo da
ração (CR R$/kg).
O custo da ração diário (CRD R$/dia) foi encontrado pelo produto da multiplicação
entre o custo da ração (CR R$/kg) e o consumo diário da ração na matéria seca
(CRMS kg/dia).
O custo do ganho de peso diário (CGPD R$/dia) obtido do produto da multiplicação
do custo da ração (CR R$/dia) pelo ganho de peso diário (GPD kg/dia)
A receita em reais por dia (RT R$/dia) obteve-se do ganho de peso em equivalente
rendimento de carcaça (GPRC kg/dia) de cada dieta, multiplicando-se pelo valor pago pela @
de R$ 70,00 posteriormente dividido por 15 valor em quilo equivalente de uma @.
O lucro em reais por dia (LUCRO R$/dia) obtido do produto da subtração entre a
receita em reais por dia (RT R$/dia) e o custo da ração diário (CRD R$/dia).
Depois de obtidos os resultados da avaliação econômica em seguida foram gerados
possíveis cenários para estes indicadores a partir do coeficiente de variação de algumas
variáveis
Foi feita uma simulação de possíveis cenários que podem ocorrer considerando uma
série histórica dos preços praticados entre os anos de 2007 a 2010 da arroba do boi e do milho,
saca de 50kg, na região onde foi desenvolvida a pesquisa, por ser estas as variáveis que mais
impactam no resultado da avaliação econômica nesta pesquisa. Onde os preços foram
corrigidos de acordo com o índice geral de preços – disponibilidade interna (IGP-DI) de
acordo com (IPEADATA, 2010) para o mês de dezembro de 2010.
A partir dos resultados da avaliação econômica para os tratamentos em função dos
resultados das médias de desempenho dos animais submetidos a cada dieta experimental,
54
obtiveram-se as médias gerais, as quais foram submetidas às simulações dos possíveis
cenários, substituindo o valor da arroba e do milho encontrados para cada cenário gerando
assim, seis simulações de viabilidade econômica para cada cenários, sendo eles o melhor, pior,
médio, mais provável, otimista e pessimista.
O cenário melhor foi gerado considerando-se o máximo preço praticado no mercado
pela arroba do boi e o mínimo preço do milho correspondente à saca.
O pior cenário foi gerado considerando-se o mínimo preço praticado pela arroba e o
máximo preço do milho.
O cenário médio foi gerado considerando-se as médias dos preços de ambas variáveis.
O cenário mais provável foi gerado considerando-se os o preço das variáveis que
ocorrem com maior freqüência.
O cenário otimista foi gerado considerando-se as médias do preço da variável arroba do
boi, adicionado do percentual do coeficiente de variação (+10%) obtido a partir da série de
preços coletados e ainda subtraído do coeficiente de variação (-29%) da série de preços
coletados referente ao milho.
O cenário pessimista foi gerado considerando-se as médias do preço da variável arroba
do boi, subtraído do percentual do coeficiente de variação (-10%) obtido a partir da série de
preços coletados e ainda adicionado o percentual do coeficiente de variação (+29%) da série de
preços coletados referente ao milho.
O Delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em que a variável
ganho de peso diário médio (GPD kg/dia) foi utilizado análise de co-variância
(Snedecor & Cochran, 1989), como não houve efeito o modelo foi reparametrizado e os grau
de liberdade associados ao peso vivo inicial (PVI) foram deslocados ao resíduo. Os dados
foram analizados através da ANAVA e SNK com nível de significância de 10%.
55
Resultados e discussão
Não foi encontrada diferença significativa (P>0,10) para nenhuma das variáveis
analisadas, de desempenho dos animais submetidos às dietas experimentais (Tabela 3).
Tabela 3 Médias das variáveis dos resultados do desempenho dos animais submetidos às dietas experimentais Monensina (M), Levedura Viva (LV), Virginiamicina (VI) e Padrão (MLVVI).
Dietas Variável M LV VI MLVVI Médias CV % Peso corporal inicial (Kg) 423,75 421,92 423,84 421,54 422,76 0,28 Peso corporal final (Kg) 529,17 523,46 527,31 535,78 528,93 0,97 Ganho de peso diário (GPD kg/dia) 1,06 1,16 1,23 1,18 1,15 6,20 Ganho total em confinamento (Kg) 105,42 101,54 103,47 114,24 106,17 5,28 Consumo diário de ração (CR kg/dia) 6,55 6,98 7,96 6,61 7,02 9,28 Dias para atingir 18@ 99 86 86 99 92,50 8,11 Conversão alimentar (CA) 6,17 5,59 6,64 6,06 6,12 7,04 Rendimento carcaça quente (RCQ %) 54 53 53 53 53,25 0,94 Peso carcaça quente (Kg) 285,55 276,34 280,08 286,04 282,00 1,65 NS = não significativo para todas as variáveis analisadas
O ganho médio diário dos animais nesta pesquisa foi de 1,15 kg/dia, resultados
superiores aos de Katsuky, (2009), que obteve valores inferiores para ganho de peso de
0,953 kg/dia e consumo de matéria seca de 6,99 kg/dia para uma dieta com inclusão de
84,75% de milho grão inteiro avaliando os efeitos de diferentes níveis de substituição do
milho por casca de soja (0, 15, 30 e 45% base natural), em rações a base de concentrados,
sobre o desempenho produtivo em bovinos confinados, castrados da raça Nelore, com peso
vivo médio de 461,83 kg e idade média de 24 meses, não encontrando diferenças
significativas entre as dietas para as variáveis ganho médio diário, e conversão alimentar.
E inferiores aos encontrados por Nuñes, (2008) avaliando bovinos em confinamento
em dieta com nível de concentrado de 91% e dois níveis de virginiamicina
(0,0 e 15,0 mg/kg MS) em associação ao ionóforo salinomicina, encontrando para ganho
56
médio diário dos animais 1,79 kg/dia. Estes resultados foram superiores aos encontrados no
presente estudo, possivelmente pelo fato de ser animais castrados, com peso inferior aos desta
pesquisa, e testar a presença ou não de virginiamicina em associação com um antibiótico
ionóforo (salinomicina), não testando a virginiamicina isoladamente como neste estudo.
Zin, (1986) confinando bovinos fornecendo dieta contendo 90% de concentrado,
testando níveis de ionóforo, não verificou efeito no ganho de peso dos animais, encontrando
melhora na conversão alimentar de 6% para os níveis de salinomicina de 11 e 22 mg/kg de
matéria seca.
Ao avaliar o desempenho de bovinos de corte cruzados jovens com idade de 9 meses e
peso inicial de 257 kg, submetidos às dietas de alto teor de concentrado, como única fonte
volumosa o bagaço de cana, Bulle et al. (2002) encontraram valores médios de consumo de
matéria seca de 6,85 kg MS/dia para o nível de concentrado de 91% e ganho de peso diário de
1,24 kg/dia. Estes autores atribuíram a limitação de ingestão de matéria seca em função da
maior densidade energética da dieta e maiores ganhos quando consumos de matéria seca são
aumentados. Os resultados demonstram certa similaridade, apesar do fornecimento pré-fixado
de ração, da diferença entre o grupo genético, idade e peso entre os animas aqui estudados que
foram animais Nelores, entre 40 e 46 meses e peso inicial de 420 kg.
Os ganhos de peso diário dos animais desta pesquisa foram numericamente inferiores
aos resultados de Nuñez, (2008) e Bulle et al. (2002), anteriormente descritos, possivelmente
por conseqüência da menor ingestão de matéria seca diária média de 8,96 kg/dia e 6,85 kg/dia
respectivamente aos resultados dos autores, e as características dos animais por eles
trabalhados. O fator que possivelmente pode ter contribuído para tal efeito está na idade mais
elevada dos animais quando comparado aqueles dos estudos anteriormente descritos. Animais
mais jovens são mais eficientes quanto à conversão alimentar (quilo de alimentos/quilo de
ganho em peso), pois o ganho se dá principalmente pelo crescimento da massa muscular, que
57
é um tecido com teor de água relativamente elevado. Ao contrário de animais mais pesados ou
mais velhos que demandam comparativamente maior quantidade de alimento/quilo de ganho,
pois estes estarão sintetizando gordura a taxas mais elevadas (Cardoso, 2000). Assim como a
diferença dos ingredientes e composição química das dietas avaliadas, pois, estas possuem
certa proximidade apenas no nível de concentrado.
Nesse estudo o rendimento de carcaça foi de 53,3% valor próximo aos 54,3%
encontrados por Katsuky, (2009), que trabalhou com dietas contendo mesmos níveis de milho
grão inteiros aqui utilizados.
Resende et al. (2009) concluíram que à partir de custos viáveis de volumoso e
concentrado, havendo remuneração por uma carcaça de melhor qualidade, o sistema de
alimentação que utiliza maior nível de concentrado em regime de confinamento de animais
jovens tende a se tornar mais eficiente, à medida que se reduz o tempo gasto na terminação e
os custos de produção, visto que a maior parte destes custos é decorrente da alimentação e que
se demonstra, na maioria das pesquisas, maior eficiência biológica em animais jovens em
função do perfil de ganho de peso.
O fornecimento do aditivo monensina sódica, ionóforo, na dosagem de
25,5 mg/kg MS na dieta não influenciou o consumo de matéria seca, assim como o ganho de
peso médio diário e conversão alimentar dos animais confinados, podendo ser inferido que o
efeito da utilização do aditivo em promove menor consumo não influenciou na maior
eficiência nessas condições experimentais.
O uso da monensina tem sido indicado pela sua capacidade de aumentar a eficiência
alimentar, ou seja, menor consumo para mesmos ganhos de peso em comparação ao não
fornecimento, como pode ser verificado por Restle et al. (2001) ao fornecerem 13 mg de
monensina/kg de MS ingerida para novilhas em confinamento que obtiveram reduções de
1,7% no consumo.
58
Oliveira et al. (2009) fornecendo níveis de monensina de 0, 14, 28, e 42 mg/kg MS na
dieta para novilhas em confinamento aumentaram o custo da ração e não encontraram
diferenças significativas para ganho de peso diário, conversão alimentar e consumo de matéria
seca.
Baile et al. (1979) sugerem que a baixa palatabilidade dos ionóforos monensina sódica
reduz o consumo pelos animais independente do tipo de dieta, com predominância desse
efeito para as dietas altamente concentradas.
Oliveira, (2004) avaliando o desempenho de bovinos Nelores castrados confinados em
função do fornecimento ou não de diferentes ionóforos: lasolacida (44 mg/kg MS ingerida) e
monensina (44 mg/kg MS ingerida) observou diferença de -6,3% para monensina e de -5,9%
para lasolacida, na redução da ingestão de matéria seca dos animais comparado com controle
enquanto para ganho de peso diário, espessura de gordura subcutânea, rendimento de carcaça
e área de olho de lombo não houveram efeitos significativos.
São escassas as pesquisas nacionais com a utilização de virginiamicina isoladamente
em bovinos confinados avaliando desempenho, no entanto, no presente estudo este aditivo na
inclusão de 18,7 mg/kg MS de ração, proporcionou resultados divergentes dos obtidos por
Rogers et al. (1995), que avaliaram efeito de diferentes níveis de virginiamicina sobre
desempenho de bovinos de corte, e encontraram aumento no ganho de peso, melhora na
conversão alimentar com baixo ou inexpressível efeito sobre a ingestão de matéria seca, além
de evitar oscilações no consumo e diminuir a incidência de abscesso hepático em bovinos
confinados. Os autores encontraram melhores respostas nas dosagens de 19,3 a 27,3 mg/kg
para aumento no ganho de peso, 13,2 a 19,3 mg/kg para melhor conversão alimentar e
16,5 a 19,3 mg/kg para a menor ocorrência de abcesso hepático. Não foram encontrados
abcessos hepáticos em nenhum dos animais abatidos das diferentes dietas avaliadas no
presente estudo.
59
Avaliando bovinos submetidos à dietas com alta proporção de amido e proteína,
Andrighetto et al. (1997) observaram que os animais que receberam virginiamicina
apresentaram aumento de 7,8% no ganho de peso e melhora de 7,3% na conversão alimentar.
A levedura viva (Saccharomyces cerevisiae) de acordo com Wallace, (1994) é um aditivo que
tem se destacado em várias pesquisas pelos efeitos benéficos para ruminantes com alta
variação nos resultados encontrados por diversos autores, relacionados a fatores dependentes
da dosagem avaliada e da dieta.
Gattas et al. (2008) confinando novilhos ½ Red Angus ½ Nelore, alimentados com
proporção de 1:1 da relação volumoso:concentrado, com base na MS, com inclusão ou não de
cultura de levedura (1,0 g/100 kg de peso vivo) à dieta, não encontraram diferença (P<0,05)
entre os tratamentos para o desempenho dos animais. Assim, como nesta pesquisa, com o
dobro de fornecimento do aditivo levedura viva de 2,0 g/100kg, em relação ao fornecimento
do autor supracitado, não foi observado efeito significativo em nenhuma das variáveis
analisadas.
Gomes, (2008) trabalhando com bovinos Nelores confinados com dietas de alto nível
de concentrado (96%) e avaliando a inclusão ou não de levedura viva e a combinação de
levedura e bactéria probiótica, não verificou diferença significativa na ingestão de matéria
seca, ganho de peso diário e eficiência alimentar dos animais.
Contudo, na dieta MLVVI onde se objetivou avaliar a possibilidade do efeito
somatório entre os aditivos estudados, os resultados não foram estatisticamente diferentes,
podendo inferir que a associação entre os aditivos não influenciou no desempenho dos
animais.
A literatura apresenta limitação quanto às pesquisas que avaliaram o efeito somatório
desses três aditivos simultaneamente nesse tipo de dieta, para desempenho de bovinos de
corte confinados. Contudo Nuñez, (2008) não encontrou diferenças significativas em dietas
60
altamente concentrada com uso de dois aditivos, ionóforos e não ionóforos, para bovinos
confinados.
Kuss et al. (2009) avaliaram o desempenho e as características da carcaça e da carne
de novilhos cruzados, não castrados, alimentados com ou sem adição de monensina
(200 mg/dia/animal) e/ou probiótico (Saccharomyces cerevisiae) (23,7 x 108 UFC/animal/dia)
à dieta, composta por silagem de milho e fornecimento de 1,2% de concentrado, na fase de
recria e posteriormente avaliando estes animais na fase de terminação em confinamento, não
encontrando melhora no desempenho e nas características da carcaça e da carne desses
novilhos.
A utilização de aditivos associados a outros em dietas com alto teor de concentrado,
sem o uso de fonte volumosa, parece se justificar somente pelo fato deste proporcionar uma
maior segurança na formulação deste tipo de dieta, devendo ser levado em consideração o
custo adicional na dieta total.
Para Restle & Vaz (1999), a alimentação é responsável por aproximadamente 70% do
custo total do confinamento, sendo 80%, relativos ao custo do alimento concentrado utilizado
na dieta. Contudo, de acordo com Faturi et al., (2003) o uso de concentrados mais energéticos
são indicados para a alimentação de bovinos, embora possam ter custos limitantes
ocasionados por fatores de produção, preços internacionais e pela oferta. Podendo também ser
influenciado pela disponibilidade de excedente de produção em regiões produtoras, o que
pode justificar o uso em dietas com elevados níveis de concentrado em confinamentos.
Desse modo, foi feito uma avaliação econômica dos desempenhos dos animais
submetidos às dietas experimentais, obtendo-se o consumo diário de ração (CSR kg/dia),
ganho de peso diário (GPD kg/dia), ganho de peso em equivalente rendimento de carcaça
(GPRC kg/dia), custo do milho em reais (CM R$/kg), custo do núcleo em reais (CN R$/kg),
custo da ração (CR R$/kg), custo da ração diário em reais (CRD R$/dia), custo do ganho de
61
peso diário (CGPD R$/dia), receita em reais por dia (RT R$/dia) e o lucro em reais
(LUCRO kg R$/dia) que podem ser vistos na Tabela 4.
Tabela 4 Análise econômica do resultado do confinamento em função das dietas experimentais Monensina (M), Levedura Viva (LV), Virginiamicina (VI) e Padrão (MLVVI).
Itens Dietas M LV VI MLVVI Medias CV % CSR kg/dia1 6,55 6,61 7,96 6,98 7,03 9,27 GPD kg/dia2 1,06 1,18 1,23 1,16 1,16 6,15 GPRC kg/dia3 0,74 0,77 0,8 0,74 0,76 3,78 CM R$/kg4 0,17 0,17 0,17 0,17 0,17 0,00 CN R$/kg5 0,28 0,29 0,28 0,3 0,29 3,30 *CR R$/kg6 0,45 0,46 0,45 0,47 0,46 2,08 CRD R$/dia7 2,96 3,03 3,6 3,29 3,22 9,02 CGPD R$/dia8 3,16 3,58 4,43 3,8 3,74 14,16 **RT R$/dia9 3,47 3,61 3,73 3,45 3,57 3,67 LUCRO R$/dia10 0,51 0,58 0,14 0,17 0,35 64,94 *Rações onde o milho participa com 85% e o núcleo 15% de inclusão. **Preço pago pela @ de R$ 70,00 e rendimentos de carcaça de 54% (M) e 53% para as dietas LV, VI e MLVVI. 1Consumo diário de ração na MS 2Ganho de peso diário 3Ganho de peso equivalente rendimento carcaça 4Custo do milho em reais por quilo 5Custo do núcleo em reais por quilo 6Custo da ração 7Custo da ração diário 8Custo do ganho de peso diário 9Receita em reais por dia 10Lucro em reais por dia
A avaliação econômica foi feita levando em consideração apenas os custos com
aquisição da ração em relação ao ganho obtido no período de confinamento, onde foi
desconsiderada a representatividade de quaisquer outros custos adicionais obtidos.
Os valores obtidos do lucro em reais por dia (LUCRO R$/dia) encontrados para todas
as dietas apresentaram-se positivos, sendo para as respectivas dietas os valores de:
M (R$ 0,51), LV (R$ 0,58), VI (R$ 0,14) e MLVVI (R$ 0,17) podendo ser afirmado que
todas as dietas apresentaram viáveis nas condições experimentais avaliadas, porém, deve ser
levado em consideração a não inclusão dos demais custos de produção como, custo com
62
mão-de-obra, infraestrutura, depreciação, vermífugos e vacinas dentre outros, o que
possivelmente poderia afetar a lucratividade quando esses custos forem inclusos.
Vaz et al. (2000), em um estudo sobre alimentos e níveis de concentrado para
confinamento de bovinos de corte, encontraram uma gama de alimentos com diferentes
custos, e diferentes desempenhos animais, o que demonstra a importância do ajuste do
concentrado em função do retorno econômico.
No entanto, conforme mencionam Resende et al. (2009), a resposta animal à adição de
concentrado parece ser variável, de modo que o nível ótimo de concentrado na ração tem
como fatores determinantes o sexo, raça e idade do animal, além da qualidade do volumoso e
do concentrado.
Missio, (2007) ao avaliar o efeito do incremento de concentrado na proporção de
22, 40, 59 ou 79% de concentrado na dieta de bovinos cruzados Charolês-Nelores não
castrados, abatidos entre 14 e 16 meses, obteve viabilidade econômica entre 26 e 61% de
concentrado na dieta, onde foi encontrado comportamento linear para receita líquida até o
nível de 78% de concentrado, enquanto para lucratividade do período e lucratividade mensal o
comportamento foi quadrático, com os pontos de máxima de 26 e 49% de concentrado
respectivamente, passando a ser negativa a partir dos 79% de fornecimento de concentrado.
Pode-se inferir que a baixa eficiência biológica de animais mais velhos e não cruzados pode
ter sido a principal causa dos baixos desempenhos, consequentemente influenciando melhores
resultados para o lucro nesta pesquisa.
O preço da inclusão dos aditivos no núcleo das dietas foram os fatores que
influenciaram a diferença dos custos das rações (CR R$/kg), de R$ 0,45 para as dietas
M e VI, R$ 0,46 para LV e R$ 0,47 para a dieta MLVVI. No entanto, parece não ter sido este,
tão pouco o custo do milho praticado durante o período experimental, o fator de maior
63
relevância para que resultados melhores fossem obtidos, mas sim os baixos desempenhos em
ganho médio diário obtidos pelos animais proporcionados pelas dietas.
Ao comparar o custo da ração da dieta MLVVI de (R$ 0,47/kg) a qual teve a inclusão
de todos os aditivos, às demais dietas, esta foi a mais cara, contudo, o fator determinante para
o pior lucro tido tanto com a dieta MLVVI de (R$ 0,17/dia) como a dieta VI de (R$ 0,14/dia)
foi o maior consumo diário de ração destas dietas em relação às demais.
No entanto, o melhor ganho de peso diário de 1,23 kg/dia obtido pela dieta VI não
influenciou para que esta obtivesse o melhor lucro, porém a dieta LV com ganho de peso
diário 1,18 kg/dia e lucro de R$ 0,58, foi a melhor, isso devido ao menor consumo diário de
ração (6,61 kg/dia) enquanto a dieta VI obteve consumo de (7,96 kg/dia), uma diferença de
20,42%.
Contudo, o menor consumo proporcionado pela dieta M de (6,55kg/dia) influenciou
em menor ganho de peso diário (1,06 kg/dia). O que permite inferir que não é
necessariamente o maior ganho de peso diário e o menor consumo de matéria seca
isoladamente que viabilizará a atividade, e sim a melhor eficiência. Evidenciado por
Restle et al. (2000) e Faturi et al. (2003) ao afirmarem que a avaliação econômica dos custos
com alimentação no sistema de confinamento é importante, pois nem sempre a melhor
resposta biológica consiste na melhor resposta econômica.
De acordo com Simões e Moura, (2005) o ambiente de incertezas, a volatilidade dos
preços de insumos e produtos e a falta de informações precisas dificultam a tomada de decisão
e inibe novos investimentos no setor produtivo de gado de corte, o que torna necessário o uso
de metodologias de analise econômica de sistemas de produção que podem ajudar muito na
tomada de decisão dos pecuaristas.
Contudo, foi gerado as simulações de possíveis ocorrência de cenários com base nos
históricos dos preços praticados no mercado entre os anos de 2007 a 2010 referentes à arroba
64
do boi e do milho saca de 50kg, corrigidos através do IGP-DI, e a relação em porcentagem
entre os preços obtidos, os quais podem ser observados na Tabela 5.
Tabela 5 Cenários dos preços pagos ao produtor na arroba do boi e milho, saca de 50kg, no intervalo dos anos de 2007 a 2010.
Cenários Valores em R$ @ boi Milho saca 50 kg Melhor 98,48 7,46 Pior 65,35 22,94 Médio 80,01 13,45 Mais provável 80,00 14,17 Otimista 87,95 17,41 Pessimista 72,08 9,49
A partir dos resultados da avaliação econômica dos desempenhos dos animais
submetidos às dietas experimentais, obtiveram-se as médias dos resultados do confinamento,
dos quais foram simulados os cenários possíveis de ocorrer, levando em consideração o
histórico dos preços praticados no mercado entre os anos de 2007 a 2010, referentes à arroba
do boi e do milho saca de 50 kg na região onde foi desenvolvida a pesquisa, substituídos nos
referidos cenários, os quais podem ser observados na Tabela 6.
Tabela 6 Análises das médias econômicas dos resultados do confinamento em função dos cenários simulados referentes aos preços da arroba do boi e do milho, saca 50kg nos anos de 2007 a 2010
Cenários
Itens Melhor Pior Médio Provável Otimista Pessimista Média das
dietas
CM R$/kg4 0,13 0,39 0,23 0,24 0,29 0,29 0,17 *CR R$/kg6 0,38 0,58 0,46 0,47 0,41 0,51 0,46 CRD R$/dia7 2,92 4,77 3,63 3,72 3,16 4,1 3,22 CGPD R$/dia8 3,39 5,54 4,22 4,32 3,67 4,77 3,74 **RT R$/dia9 5,02 3,33 4,08 4,08 4,48 3,67 3,57 LUCRO R$/dia10 2,10 -1,43 0,45 0,36 1,32 -0,43 0,35 *Rações onde o milho participa com 85% e o núcleo 15% de inclusão. **Preço pago pela @ de R$ 70,00 e rendimentos de carcaça de 54% (M) e 53% para as dietas LV, VI e MLVVI. 4Custo do milho em reais por quilo 6Custo da ração 7Custo da ração diário 8Custo do ganho de peso diário 9Receita em reais por dia 10Lucro em reais por dia
65
De acordo com os resultados obtidos pode-se considerar que os cenários que mais se
aproximaram das médias obtidas nesta pesquisa foram os cenários Médio e o Provável,
entretanto, a atividade neste caso pode ser considerada como muito sensível a variações de
preço.
Os cenários Pior e Pessimistas os resultados foram negativos podendo-se interpretar
que a atividade apresenta incapacidade de pagamento dos custos obtidos com a aquisição das
rações utilizadas no período de engorda dos animais.
Contudo, os cenários Melhor e Otimista apresentaram uma superioridade em relação as
Médias, inferindo-se que nesta ocasião, os preços fazem com que a atividade seja lucrativa de
acordo com a avaliação econômica estabelecida.
De acordo com Simões & Moura (2005) este método de avaliação comparativa de
diferentes cenários permite fazer algumas inferências sobre possíveis situações futuras;
entretanto, não são consideradas todas as possibilidades de ocorrência dos valores para as
variáveis de entrada, bem como não se pode prever a probabilidade de ocorrência de cada um
deles. Em outras palavras, a análise mostra o que pode ocorrer, mas não “garante” que um dos
cenários vai ocorrer.
No entanto, fazendo-se uma análise geral, por meio da observação conjunta dos
cenários construídos, pode-se inferir que em termos médios e de maior probabilidade a
atividade desenvolvida dentro dos padrões tecnológicos e da avaliação econômica desta
pesquisa, a atividade possibilita o pagamento dos custos obtidos com a aquisição da ração
usada no período de confinamento dos animais. A comparação com os demais cenários mostra
certa oscilação dos resultados, ou seja, positiva quando os cenários foram o melhor e otimista,
cobrindo os custos com a aquisição da ração com certa margem favorável à atividade, e
negativa quando os cenários foram os pior e o pessimista, ou seja, nestas ocasiões considera-se
66
desfavorável a atividade, pois os custos com a aquisição da ração são superiores a receita
gerada.
Porém, deve-se considerar que esta é uma avaliação econômica referente apenas aos
custos com aquisição da ração, e receitas sobre o ganho obtido no período experimental. Se
avaliado em um sistema pecuário completo, o confinamento permite aumento da capacidade
de suporte da propriedade ao tempo que os animais são retirados das pastagens,
consequentemente aumento no número de animais vendidos no ano, aumentando-se a
produtividade.
Conclusões
Os aditivos monensina sódica, levedura viva e virginiamicina assim como seu efeito
somatório nas dietas avaliadas, de alto fornecimento de grãos para bovinos Nelores em
confinamento, proporcionam aos animais desempenhos que podem ser considerados
satisfatórios, levando em consideração o elevado desafio em que os animais foram
submetidos quanto à grande inclusão de carboidrato proveniente do milho nas dietas. A
viabilidade econômica no uso de dietas com alto fornecimento de grãos, foi positiva quando
considerado apenas os custos com ração em relação aos ganhos de peso obtidos dos animais
sobre a receita proveniente da venda no abate. As simulações dos cenários em grande parte
indicaram que a atividade nas condições desta pesquisa remunerou o capital investido com a
aquisição da ração
67
Referências
ANDRIGHETTO, I.; ANDREOLI, D.; COZZI, G.; PARENTI, E.; VOLPATO, M.R. Quantitative and qualitative productive performace of young bullsand steers fed a diet added with virginiamycin. Zootecnia e Nutrizione Animale, Bologna, v.23, p. 179-193, 1997.
BAILE, C.A., McLAUGHLIN, C.L., POTTER, E.L. CHALUPA, W. Feeding behavior changes of cattle during introduction of monensin with roughage or concentrate diets. Journal of Animal Science., v.48, n.6, p.1501-1508, 1979.
BERGEN, W G.; BATES, D.B. Ionophores: Their effect on producion effciency and mode of action. Journal of Animal Science, v. 58, n. 6, p. 1465-1483, 1984.
BULLE, M.LM.; RIBEIRO, F.G.; LEME, P.R.; TITTO, E.A.L.; LANNA, D.P.D. Desempenho de Tourinhos Cruzados em Dietas de Alto Teor de Concentrado com Bagaço de Cana-de-Açúcar como Único Volumoso. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 31, n. 1, p. 444-450, 2002 (suplemento).
CARDOSO, E.G. Confinamento de bovinos. Disponível em: < www.cnpgc.embrapa.br/.../confinamento/ > Acessado em: janeiro de 2011.
COSTA, M.A.; VALADARES FILHO, S.C.; PAULINO, M.F.; VALADARES, R.F.D.; CECON, P.R.; PAULINO, P.V.R.; MORAES, E.H.B.K.; MAGALHÃES, K.L. Desempenho, Digestibilidade e Características de Carcaça de Novilhos Zebuínos Alimentados com Dietas Contendo Diferentes Níveis de Concentrado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.1, p.268-279, 2005.
FATURI, C.; RESTLE, J.; PASCOAL, L.L.; CERDÓTES, L.; RIZZARDO, R.A.G.; FREITAS, A.K. Avaliação econômica de dietas com diferentes níveis de substituição do grão de sorgo por grão de aveia preta para terminação de novilhos em confinamento. Ciência Rural, Santa Maria, v.33, n.5, p.937-942, 2003.
GATTASS, C.B.A.; MORAIS, M.G.; ABREU, U.G.P.; LEMPP, B.; STEIN, J.; ALBERTINI, T.Z.; FRANCO, G.L. Consumo, digestibilidade aparente e ganho de peso em bovinos de corte confinados e suplementados com cultura de levedura (saccharomyces cerevisiae cepa 1026). Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 3, p. 535-542, 2008.
GOMES, C.T. Aditivos (Monensina sódica, levedura e probióticos) para bovinos da raça Nelore terminados com rações com concentrado rico em co-produtos. 2009, 109f.:il. Dissertação (mestrado) Escola superior Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2009.
IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, IPEADATA. Disponível em <www.ipeadata.gov.br> Acessado em: 22 de novembro de 2010.
KATSUKY, P.A. Avaliação nutricional, desempenho e qualidade da carne de bovinos alimentados com rações sem forragem, com diferentes níveis de substituição do milho inteiro por casca de soja. 2009. 55f. Tese (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, da Universidade Estadual de Londrina – UEL. Londrina, 2009
KUSS, F.; MOLETTA, J.L.M., CARNEIRO DE PAULA, M.; MOURA, I.C.F.; ANDRADE, S.J.T.; SILVA, A.G.M. Desempenho e características da carcaça e da carne de novilhos não-castrados alimentados com ou sem adição de monensina e/ou probiótico à dieta. Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.4, p.1180-1186, 2009.
LUCCI, C.S. Nutrição e manejo de bovinos leiteiros. São Paulo: Manole, 1997. 169p.
68
MISSIO, R.L. Níveis de concentrado na dieta de bovinos. Santa Maria, 2007.108p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Programa de Pós Graduação em Zootecnia Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007.
NUÑEZ, A.J.C. Uso combinado de ionóforo e virginiamicina em novilhos Nelore confinados com dietas de alto concentrado. 2008, 67f.:il. Dissertação (Mestrado) Escola superior Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2008.
OLIVEIRA, M.G. Desempenho de bovinos em confinamento suplementados com diferentes ionóforos. 2004, 55f. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos – Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2004.
OLIVEIRA, M.V.M.; LANA, R.P.; EIFERT, E.C.; LUZ, D.F.; VARGAS JUNIOR, F.M.. Desempenho de novilhas Holandesas confinadas com dietas com diferentes níveis de monensina sódica. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.9, p.1835-1840, 2009
PACHECO, P.S.; RESTLE, J.; VAZ, F.N.; FREITAS, A.K.; PADUA, J.T.; NEUMANN, M.; ARBOITTE, M.Z. Avaliação econômica da terminação em confinamento de novilhos jovens e superjovens de diferentes grupos genéticos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.1, p.309-320, 2006.
RESTLE, J.; ALVES FILHO, D.C.; NEUMANN, M. Eficiência na terminação de bovinos de corte. In: RESTLE, J. (Ed,) Eficiência na produção de bovinos de corte. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2000. p.277-303.
RESTLE, J.; NEUMANN, M.; ALVES FILHO, D.C. et al. Terminação em confinamento de vacas e novilhas sob dietas com ou sem monensina sódica. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.6, p.1801-1812, 2001.
RESTLE, J.; VAZ, F.N. Confinamento de bovinos definidos e cruzados. In: LOBATO, J.F.P.; BARCELLOS, J.O.J.; KESSLER, A.M. Produção de bovinos de corte. Porto Alegre : EDIPUCRS, 1999. p.141-168.
REZENDE, P.L.; PAULA. MOREIRA, P.C.; WASCHECK, R.C.; FREITAS NETO, M.D.; ALVES, V.A. Níveis de concentrado na terminação de bovinos. Estudos, Goiânia, v. 36, n. 11/12, p. 1241-1262, 2009.
ROGERS, J.A.; BRANINE, M.E.; MILLER, C.R.; WRAY, M.I., BARTLES, S.J.; PRESTON, R.L.; GILL.D.R.; PRITCHARD, R.H.; STILBORN, R.P.; BECHTOL, D.T. Effects of dietary virgyniamycin on performance and liver abscess incidence in feedlot catlle. Jounal of Animal Science. Savoy, v.73, p.9-20, 1995.
SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimento: métodos químicos e biológicos. 3 ed. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2002, 235p.
SILVA, H.L. Dietas de alta proporção de concentrado para bovinos de corte confinados. 2009, 157f.: il., color., figs., tabs., Tese (Doutorado)-Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária, Goiânia, 2009.
SIMÕES, A.R.P.; MOURA. A.D. Análise econômica e de risco para um sistema de recria de gado de corte em regime de pastejo rotacionado na região de Aquidauana – MS. In: CONGRESSO DA SOBER, 43, 2005, Ribeirão Preto, 2005. Anais ... Ribeirão Preto, 2005. CD-rom.
SNEDECOR e COCHRAN (1989) (SNEDECOR, G.W., COCHRAN, W.G. 1989. Statistical methods). 8nd. ed. Iowa: Iowa University Press. 503p.
69
SNIFFEN, C.J.; O’CONNOR, J.D.; VAN SOEST, P.J. et al. A net carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets: II.Carbohydrate and protein availability. Journal of Animal Science, v.70, n.11, p.3562-3577, 1992.
VAN SOEST, P.J., ROBERTSON, J.B., LEWIS, B.A. Methods for dietary fiber, and nonstarch polysaccharides in relation to animal nutrition. Journal Dairy Science, 1991.
VAZ, F.N.; VAZ, R.Z.; ROSO, C. Tipos e níveis de concentrado para confinamento. In: RESTLE, J. (Ed.). Eficiência na produção de bovinos de corte. Santa Maria : UFSM, 2000. p.219-257.
WALLACE, R.J. Ruminal microbiology, biotechnology, and ruminant nutrition: progress and problems. Journal of Animal Science, Champaign, v. 72, p. 2992-3003, 1994.
WOODY, H.D.; FOX, D.G.; BLACK, J.R. Effect of diet grain content on performance of growing and finishing cattle. Journal of Animal Science, v.57, p.717-726, 1983.
ZIN, R.A. Effect of Salinomycin Suplementation on Characteristics of Digestion and Feedlot Performance of Cattle. Journal of Animal Science, Savoy, v. 63, p 1996-2004, 1996.
70
CAPÍTULO II
Aditivos em dietas de alto fornecimento de grão para bovinos de corte em confinamento:
digestibilidade e parâmetros ruminais
Resumo – O objetivo desta pesquisa foi avaliar diferentes aditivos em dietas de alto grão
constituídas por 85% de milho grão inteiro e 15% de núcleo peletizado, em que o último era
composto por 11,55% de farelo de soja, 0,3% uréia e 3,15% de macro e micro minerais e
aditivos, sob os parâmetros ruminais de bovinos confinados. Os aditivos testados foram
monensina sódica (M); levedura viva (LV); virginiamicina (VI) e a combinação de monensina
sódica, levedura viva e virginiamicina (MLVVI), os quais deram origem às dietas avaliadas.
Fornecidas para bovinos de corte previamente adaptados, aumentando-se gradativamente a
inclusão de milho até atingir o fornecimento desejado (8,0kg/dia na matéria natural). Foram
utilizados oito bovinos mestiços Europeu x Zebu, castrados, canulados no rúmen, com peso
médio inicial de 590 kg em delineamento em quadrado latino 4x4 duplicado (DQL), mantidos
em piquetes individuais, com área de 100m² por animal, com forragem de Brachiaria
decumbens, disponível apenas no período de adaptação , sendo as mesmas após a adaptação
por meio do pastejo e pisoteio exterminadas. Foi verificado diferença estatística para os
valores de pH ruminal no horário 0, com efeito de tratamento (p=0,044) sendo posteriormente
verificado pela análise dos contraste estatisticamente significativo (p=0,0605) para efeito
entre as dietas (MLVVI vs. VI+LV+M M) e (p=0,0346) entre as dietas (LV vs. M); e não
significativos no mesmo horário para a concentração de NH3 (mg/dl) entre os tratamentos.
Não houve diferença para as rações sobre consumos médios de MS, e dos nutrientes PB, EE,
CT e FDN (kg/dia e % PV), uma vez que o consumo de MS foi restrito, e as rações
71
experimentais apresentaram teores semelhantes desses nutrientes na MS. Houve efeito de
tratamento para a digestibilidade da FDN (p=0,0882) e CT (p=0,0482), não apresentando
significância estatística para nenhuma das variáveis nos contrastes ortogonais, assim como
houve diferença entre as rações para o nitrogênio ureico no plasma NUP (mg/dl) (p=0,0807)
não apresentando significância estatística para nenhum dos contrastes. Dietas altamente
concentradas com o uso de aditivos proporcionaram condições favoráveis para o crescimento
de microorganismos no ambiente ruminal, podendo ser fornecidas em confinamentos.
Termos para indexação: consumo, digestão, nitrogênio amoniacal ruminal, milho grão inteiro,
confinamento, pH ruminal
72
Additives in diets of high supply of grain for feedlot cattle: digestibility and ruminal
Abstract: The aim of this study was to evaluate different additives in high grain diets
consisting of 85% whole corn grain and 15% of core pellets, where the latter was composed
of 11.55% soybean meal, 0.3% urea and 3.15% macro and micro minerals and additives on
ruminal characteristics in beef cattle. The additives tested were monensin (M), live yeast
(LV), virginiamycin (VI) and the combination of monensin, virginiamycin and live yeast
(MLVVI), which gave rise to the diets evaluated. Provided for beef cattle previously adapted,
increasing gradually adding corn to achieve the desired supply (8.0 kg / day as fed). They
used eight crossbred European x Zebu steers with ruminal cannulas, with an average initial
weight of 590 kg in Latin square design, 4x4 duplicate (DQL), kept in paddocks individual,
with an area of 100m ² per animal with forage Brachiaria decumbens only available in the
adjustment period, being the same after the adjustment through grazing and trampling
exterminated. Statistical difference was observed for rumen pH values at time 0, with
treatment effect (p = 0.044) and subsequently verified by the analysis was significantly higher
(p = 0.0605) for the purpose among diets (MLVVI vs VI + LV + MM) (p = 0.0346) between
diets (LV vs M) and not significant at the same time for the concentration of NH3 (mg / dl)
among treatments. There was no difference in diets on mean intakes of MS, PB and nutrients,
EE, CT and FDN (kg / d and % PV), since the intake was restricted, and the experimental
diets had similar levels of these nutrients MS. There was no treatment effect for FDN
(p = 0.0882) and CT (p = 0.0482), showing no statistical significance for the variables in
orthogonal contrasts, as there was no difference between diets for the nitrogen in urea plasma
NUP (mg / dl), (p = 0.0807) did not show statistical significance for any of the contrasts.
Highly concentrated diets with additives provided conditions favorable for growth of
microorganisms in the rumen and can be supplied in feedlots
73
Index term: ruminal ammonia nitrogen, whole grain corn, feedlot, ruminal pH
74
Introdução
Nos últimos anos, nos grandes confinamentos instalados no Brasil, substanciais
quantidades de grãos de cereais vêm sendo utilizados como principal fonte de energia. Dietas
típicas de acabamento de alta proporção de volumoso 60% e concentrado 40% na matéria
seca (MS), estão dando lugar às dietas de alta proporção de concentrado e ou alta proporção
de grão. Diversos fatores, incluindo maior densidade energética, facilidade de transporte,
estocagem e misturas de grãos têm conduzido a adoção de dietas de alto concentrado em
oposição às dietas de menor densidade energética advindas das forragens. Desse modo, o
valor nutricional é mais previsível em grãos do que em forragens, o que permitem aos
produtores a engorda de bovinos de maneira consistente e uniforme com maior facilidade
(Silva, 2009).
O emprego de maiores quantidades de grãos de cereais na dieta de bovinos em
confinamento baseia-se no fato dos mesmos serem ricos em amido, que é o principal
responsável pela energia necessária para manutenção e crescimento das bactérias ruminais
(Passini et al., 2003).
Com isso, a grande participação na composição em carboidratos não estruturais,
proveniente dos grãos, permite elevada fermentação ruminal, neste sentido, a manipulação da
dieta tende melhorar a eficiência da fermentação ruminal. Particularmente, pretende-se
aumentar o rendimento do ácido propiônico ruminal, redução da metanogênese, rápida
diminuição da proteólise ruminal e desaminação de proteínas dietéticas, desse modo, as trocas
de fermentação no rúmen, devem aumentar a eficiência produtiva global em ruminantes
(Bergen & Bates, 1984).
75
De acordo com Zeoula et al. (2008) o processo de otimização da fermentação ruminal
pode ser considerado como a maximização ou minimização de reações no rúmen, dependendo
do tipo, teor de alimentação, produção animal e compostos utilizados na modificação da
fermentação ruminal. Em qualquer situação, processos que devem ser maximizados são:
síntese de proteína microbiana e fermentação da fibra em ácidos graxos voláteis e os que
devem ser minimizados: metanogênese, degradação da proteína verdadeira do alimento,
biohidrogenação de ácidos graxos insaturados e, em parte, a fermentação do amido.
Muitos dos produtos finais da fermentação, como os ácidos graxos voláteis e a
proteína microbiana, são as principais fontes de nutrientes (energia e nitrogênio) para
ruminante. Em contrapartida, outros produtos da fermentação, como calor, metano e amônia,
representam perdas de energia e proteína do alimento para o ambiente. Contudo, a redução na
eliminação desses produtos tem concentrado esforços dos pesquisadores propiciando aumento
na eficiência de conversão dos nutrientes consumidos em produtos consumíveis (carne e leite)
e redução no impacto dos sistemas de produção no ambiente. A manipulação ruminal por
meio de substâncias introduzidas na ração, ou naturalmente presentes nos alimentos tem
oferecido alternativas para aumentar a eficiência de utilização das dietas consumidas pelos
ruminantes (Reis et al., 2006).
No entanto, segundo os mesmos autores, há uma grande variedade de aditivos
utilizados diretamente na alimentação com potencial para influenciar alguns componentes do
metabolismo do rúmen, incluindo inibidores da produção de metano, da proteólise, da
deaminação, antibióticos, agentes defaunantes, enzimas microbianas, alimentação com ácidos
graxos e lipídios, agentes tamponantes e saliva artificial, aumento na produção de propionato
pela ação de ionóforos, probióticos, aditivos microbianos e surfactantes não-iônicos.
Com isso, o objetiva-se com esta pesquisa avaliar a eficiência isoladamente e o
possível efeito somatório entre os diferentes compostos aditivos, levedura viva
76
Saccharomyces cerevisiae, monensina sódica, virginiamicina, quando empregada na
formulação de dietas de alto grão, constituída de milho grão inteiro (85%) e núcleo peletizado
(15%), contendo diferentes fontes de proteína como farelo de soja, e nitrogênio não protéico
(NNP) proveniente da uréia, macro e micro minerais, bicarbonato fornecidas para bovinos em
confinamento, sobre a digestibilidade e os parâmetros ruminais.
77
Material e métodos
O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte da Fazenda
Experimental da Universidade Federal do Mato Grosso, localizado no município de Santo
Antônio do Leverger – MT, entre os meses de Abril a julho de 2010. Foram utilizados oito
bovinos mestiços Europeu x Zebu, castrados, canulados no rúmen, com peso médio inicial de
590 kg distribuídos em delineamento quadrado latino 4x4 duplicado (DQL), os quais foram
mantidos em piquetes individuais, com área de 100m² por animal, com forragem de
Brachiaria decumbens, disponível apenas no período de adaptação , sendo as mesmas após a
adaptação por meio do pastejo e pisoteio pelos animais exterminadas, disponibilizou-se
também comedouros e bebedouros individuais.
As dietas experimentais foram definidas por 85% de milho grão inteiro (85M) e 15%
de núcleo peletizado (15NP), em que o último era composto por 11,55% de farelo de soja,
0,3% uréia e 3,15% de macro e micro minerais e aditivos. Os aditivos testados foram
monensina sódica (M); levedura viva (LV); virginiamicina (VI) e a combinação de monensina
sódica, levedura viva e virginiamicina (MLVVI), os quais deram origem as dietas
experimentais.
Os animais passaram por uma adaptação de 14 dias às dietas, sendo o trato realizado
duas vezes ao dia em proporções iguais nos horários (06:00 e 17:00 h), iniciando-se com
fornecimento de aproximadamente 0,5% do peso dos animais (2,0 kg/animal/dia), em que era
aumentando 1,0 kg/animal a cada dois dias até atingir aproximadamente 2,0% do peso do
animal (8,0 kg/animal/dia) no 14º dia experimental.
Foram adaptados fornecendo-se no primeiro dia dois quilos da dieta em dois tratos
diários, aumentando-se a cada dois dias um quilo da dieta, de modo que no 14º dia
completasse o segundo dia dos animais comendo oito quilo da ração.
78
A adaptação foi determinada com a quantidade do núcleo peletizado fixada em
1,2 kg/dia, aumentando-se apenas a inclusão de milho grão inteiro, iniciando com 0,8 kg para
completar os 2,0kg iniciais, e assim sucessivamente até se atingir os 14 dias de adaptação de
tal modo que dos 8,0 kg no final da adaptação (85% correspondendo ao milho, e 15% ao
núcleo peletizado), ou seja, 6,8 kg de milho e 1,2 kg de núcleo, sendo neste último mantendo
o fornecimento dos aditivos desde o início da adaptação.
As sobras foram retiradas e pesadas, a fim de quantificar o consumo de matéria seca
pelos animais, antes do primeiro trato do dia.
Após a adaptação foi determinado que, não havendo sobras a cada dois dias
consecutivamente, aumentava-se 0,5kg de ração por animal no fornecimento das 17:00 h, até
o limite máximo de fornecimento de 10 kg/animal/dia.
Foram feitas amostragens das sobras e das dietas para determinação da composição
químico-bromatológica, no laboratório de Nutrição Animal da Faculdade de Agronomia,
Medicina Veterinária e Zootecnia - FAMEVZ, na Universidade Federal de Mato Grosso -
UFMT. As amostras foram analisadas para determinações da matéria seca (MS), proteína
bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), extrato etéreo
(EE), fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína (FDNcp) e matéria mineral
(MM), que foram realizadas de acordo com descrições de Silva & Queiroz, (2002). A
determinação do nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) posteriormente
multiplicado pelo fator de correção (6,25) para obtenção do valor em proteína do detergente
neutro (PIDN), seguiu os métodos descritos por Van Soest et al. (1991).
A quantificação dos carboidratos não fibrosos (CNF) foi realizada de acordo com
adaptação de Hall, (2000), em virtude da inclusão de uréia na composição das dietas, sendo:
CNF= 100 – [(%PB - %PB da uréia + % uréia) + FDNcp + %EE + %cinzas]
Onde FDNcp= fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína.
79
Os teores de carboidratos totais dos alimentos (CT) foram calculados segundo
Sniffen et al. (1992):
CT = 100 – (%PB + %EE + %Cinzas).
Com base na composição química dos alimentos, os teores de nutrientes digestíveis
totais (NDT) foram calculados segundo o NRC (2001).
Na Tabela 6 encontra-se a composição químico-bromatológicas dos ingredientes, núcleos e
milho, utilizados para compor as dietas e na Tabela 7 a composição quimico-bromatológica
da dieta total (85% milho e 15% núcleo peletizado) de cada dieta experimental.
Tabela 6 Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT dos núcleos M, LV, VI e MLVVI e do milho utilizados na composição das dietas.
Itens Núcleos Milho
M LV VI MLVVI
MS (%) 89,65 89,14 88,73 90,46 89,73 PB¹ 41,10 41,52 42,11 40,41 8,65 EE¹ 3,01 3,06 2,98 2,99 4,12 MM¹ 8,17 7,93 8,12 8,10 1,35 CT¹ 46,80 47,20 46,60 47,50 84,90 CNF¹ 58,90 60,70 60,60 60,40 86,15 FDN¹ 32,41 32,40 30,87 31,04 19,60 FDA¹ 34,62 35,21 34,25 35,17 9,94 FDNi¹ 3,12 2,63 3,18 2,87 2,01 FDNcp¹ 22,52 18,09 17,82 18,82 14,62 PIDN² 42,32 41,98 45,57 42,80 12,50 NDT³ 60,21 59,78 58,89 60,10 86,00 ¹% da MS, ² % do N total*(6,25), ³calculado (NRC, 2001)
80
Tabela 7 Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT das deitas totais (85% milho e 15% núcleo peletizado) M, LV, VI e MLVVI.
Itens Dietas
M LV VI MLVVI MS (%) 90,81 90,80 90,73 90,77 PB¹ 14,02 14,03 14,01 13,64 EE¹ 4,70 4,75 5,37 5,05 MM¹ 4,03 4,10 4,03 4,02 CT¹ 77,21 77,25 76,42 77,47 CNF¹ 51,70 52,78 51,84 53,72 FDN¹ 17,79 16,65 16,50 15,69 FDA¹ 9,63 9,79 9,11 9,75 FDNi¹ 1,64 1,72 1,73 1,71 FDNcp¹ 25,58 24,81 24,50 23,68 PIDN² 14,52 13,68 14,33 14,38 NDT³ 81,03 81,63 81,01 81,71 ¹% da MS, ² % do N total*(6,25), ³calculado (NRC, 2001)
O experimento foi dividido em quatro períodos experimentais, compostos por 25 dias,
sendo 20 dias determinados para a adaptação e os outros cinco dias para as coletas dos dados.
No início de cada período experimental os animais foram pesados pela manhã em jejum.
Para a estimativa da excreção de matéria seca (MS) fecal, amostras fecais foram
coletadas por três dias consecutivos diretamente do reto do animal em cada período
experimental, em horários alternados, ou seja, no 16º dia antes do primeiro arraçoamento, 17º
dia quatro horas após o primeiro arraçoamento, e no 18º dia antes do segundo arraçoamento,
as amostras foram armazenadas em sacos plásticos devidamente identificados, congeladas.
Posteriormente, as amostras fecais foram pré-secas em estufa de ventilação forçada
(60ºC) por 72 horas, sendo moídas em moinho de facas com peneira com malha de 1,0 mm.
As fezes de cada animal dos três dias de coletas e horários diferentes após pré-secagem foram
feitas uma amostra composta individualmente de cada animal por período armazenadas em
frascos de plásticos devidamente identificados para posteriores análises laboratoriais.
As estimativas da produção fecal a concentração de fibra em detergente neutro
indigestível (FDNi) foi determinada nas amostras dos ingredientes, dietas, sobras e fezes por
81
intermédio da incubação in situ, nos mesmos animais após o término do experimento, obtida
após incubação por 254 horas, para determinação do consumo de MS, posteriormente, para o
coeficiente da digestibilidade aparente a partir do FDNi, utilizando-se o procedimento
sequencial conforme metodologia descrita por Casali et al. (2008), calculado a partir da
quantificação da dieta fornecida, das sobras coletadas e pesadas diariamente e da estimativa
de produção fecal utilizado para cálculo da estimativa da digestibilidade aparente dos
nutrientes.
Para mensurar o pH e a concentração de nitrogênio amoniacal no líquido ruminal,
amostras de líquido ruminal foram coletadas manualmente, no 19° dia do período
experimental, imediatamente antes do trato da manhã, duas, quatro, seis e oito horas após o
fornecimento da ração (06:00, 08:00; 10:00; 12:00 e 16:00 h, respectivamente), na região de
interface líquido/sólido do ambiente ruminal e filtradas em camada tripla de gaze. As leituras
de pH foram feitas imediatamente após a coleta por intermédio de peagâmetro digital. Para
determinação do N-amoniacal, separou-se uma alíquota de liquido ruminal de 40 mL, na qual
foi adicionado 1 mL de solução de HCL 1:1, sendo acondicionada em recipiente com tampa,
identificada e congelada a –20°C para posterior análise laboratorial.
Foi realizada no 20º dia a coleta de amostras “spot” de urina (10mL) proveniente de
micção espontânea dos animais e de sangue para determinação das concentrações de uréia no
plasma (NUP) por pulsão da veia caudal quatro horas após o fornecimento do suplemento.
Após coletadas as amostras foram centrifugadas e o plasma congelado a -20 ºC para posterior
análise.
As concentrações de nitrogênio moniacal (N-NH3) nas amostras do líquido ruminal
filtrado e nos fluidos de abomaso e íleo foram determinadas mediante destilação com
hidróxido de potássio (KOH) 2N, conforme técnica de Fenner, (1965), adaptada por
Vieira, (1980).
82
Os procedimentos estatísticos foram realizados por intermédio do programa SAS
(Statistical Analysis System), adotando 0,10 como nível crítico de probabilidade. Os
contrastes ortogonais utilizados para partição específica dos efeitos de tratamento foram:
comparando-se Dieta padrão (MLVVI) versus outras 3 dietas (M+VI+LV), Monensina (M)
versus levedura (LV) e Levedura (LV) versus Virginamicina (VI)
83
Resultados e discussão
Os valores médios de pH e as concentrações de nitrogênio amôniacal N-NH3 (mg/dL),
no líquido ruminal estão apresentados na Tabela 8. Observou-se para os valores de pH
ruminal no horário zero hora, efeito de tratamento (p=0,044) sendo posteriormente verificado
pela análise dos contraste estatisticamente significativo (p=0,0605) para diferença entre as
dietas (MLVVI vs. VI+LV+M M) e (p=0,0346) entre as dietas (LV vs. M). E não
significativos no mesmo horário para a concentração de N-NH3 (mg/dL) entre os tratamentos.
O pH mais baixo no horário zero pode ter sido influenciado pelo efeito dos animais
terem possivelmente consumido maior quantidade da dieta no período noturno ou no início da
manhã.
Apesar de haver diferença estatística nos demais horários de coleta, para os efeitos de
tratamentos, assim como verificado contrastes significativos para os efeitos das dietas, os
valores apresentaram-se em maior parte próximos a 6,2 onde de acordo com Orskov, (1992) o
crescimento de bactérias celulolíticas é retardado quando o pH ruminal é menor que este
valor. Russell et al. (1979) argumentam que, já as bactérias fermentadoras de carboidratos
solúveis persistem em variações de pH até 4,6 a 4,9.
84
Tabela 8 Valores médios de pH e concentração de amônia N-NH3 (mg/dl), no líquido ruminal de bovinos mestiços alimentados com quatro dietas experimentais, nos diferentes tempos de amostragem: antes da alimentação, 2, 4, 6 e 8 horas após alimentação.
Variável Horário Dietas1 CV(%) Contraste (P<)2
M LV VI MLVVI 1 2 3 0 5,81 6,24 6,08 5,78 6,29 * Ns * 2 5,91 6,34 6,15 6,08 6,14 * ns *
pH 4 6,03 6,49 6,20 6,04 6,22 ns ns * 6 6,07 6,41 6,24 6,01 5,40 * ns * 8 6,17 6,46 6,35 6,08 4,27 * ns *
0 8,13 7,00 7,49 5,62 63,64 ns ns ns 2 13,21 8,43 8,95 10,11 39,74 ns ns * N-NH3 4 10,90 7,87 7,79 8,39 43,86 ns ns ns
6 11,77 7,23 7,77 6,27 48,25 * ns * 8 10,94 5,85 7,48 5,20 59,60 * ns * 1 Dietas = M – Monensina sódica 10%; LV – Levedura viva (Saccharomyces Cerevisiae); VI – Virginiamicina 10%; MLVVI – monensina + levedura viva + virginiamicina. 2 Contrastes = 1. Efeito da dieta MLVVI vs. VI+LV+M, 2. Efeito da dieta VI vs. LV, 3. Efeito da dieta LV vs. M. * Significativo ns - não significativo
Orskov, (1986), por sua vez, relata que o abaixamento do pH ruminal ocorre,
principalmente, após a ingestão rápida de alimento, por causa de uma rápida taxa de
fermentação de açúcares e ácidos orgânicos. Relata, ainda, que a alimentação com grãos de
cereais moídos resulta em alguns problemas, dentre os quais, encontram-se a inadequada
secreção de saliva para manter o pH entre 6 e 7 e a inadequada estrutura física para estimular
a mobilidade ruminal em dietas com elevadas quantidades de grãos.
Contudo, nesta pesquisa, os valores de pH podem ser considerados satisfatórios para
crescimento microbiano considerando o elevado nível de carboidratos solúveis das dietas.
Outro fator que pode ter contribuído foi o fornecimento do milho grão inteiro ou não
processado, que possivelmente proporcionou um retardamento da digestão do amido,
contribuindo para a motilidade ruminal. Apesar de que, durante a coleta dos dados ter sido
evidente quadros clínicos de timpanismo espumoso para todas as dietas preferencialmente nos
tempos 2, 4 e 6 horas de coletas.
85
As concentrações de nitrogênio amoniacal ruminal em todos os horários mantiveram-
se em níveis acima de 5 mg/dl de fluido ruminal referenciado por Satter & Slyter, (1974)
como mínimo ideal para a ocorrência de máxima fermentação microbiana ruminal. No entanto
inferior aos recomendados por Leng & Nolan, (1984), os quais seriam entre 15 e 20mg/dL,
para se obter o melhor crescimento microbiano, consequentemente potencializando a digestão
ruminal.
A redução na concentração de nitrogênio amoniacal, com níveis crescentes de
concentrado, pode ser justificada pelo aumento na disponibilidade de energia ruminal, que
possibilita maior utilização da amônia para o crescimento microbiano (Carvalho et al. 1997).
Entretanto, Mehrez et al. (1977) afirmaram que a máxima atividade fermentativa
ruminal foi observada quando o nitrogenio amoniacal alcançou valores entre
19 e 23 mg N/100 mL de líquido ruminal.
Segundo Devant et al. (2001), em dietas com alto teor de concentrado, a
degradabilidade da PB do farelo de soja diminui, limitando a disponibilidade de amônia e
ácidos graxos voláteis de cadeias ramificadas.
Nocek & Russell (1988) afirmaram que a taxa de digestão do alimento no rúmen e
particularmente o sincronismo entre a taxa de digestão das proteínas e dos carboidratos pode
ter importante efeito sobre os produtos finais da fermentação e sobre a produção animal.
Não foi verificado efeito dos aditivos em promover estabilidade no pH do líquido
ruminal principalmente no tempo zero das dietas de alto nível de concentrado avaliadas,
sendo posteriormente verificado possível contribuição dos aditivos avaliados, pois os valores
de pH estiveram em faixa próxima ao adequado para bom crescimento microbiano.
No entanto, Bagg, (1997) afirmou que os ionóforos podem ter significante efeito
positivo sobre desordens que envolvem o sistema digestivo, tal como acidose ruminal e
timpanismo em função de mudança na dinâmica alimentar. Vacas confinadas, quando
86
suplementados com monensina sódica, ingerem menor quantidade de alimento em cada
refeição, passando a necessitar de um maior número de refeições ao longo do dia.
Van Nevel, (1991) concluiu que os ionóforos não provocam alteração na
digestibilidade do amido. Todavia, o uso de ionóforos tem sido sugerido como forma de
diminuir os efeitos da ingestão elevada de amido sobre o ambiente ruminal.
Lana & Russell (1997), Green et al. (1999) e Surber & Bowman (1998) ao utilizarem a
monensina, observaram aumentos no pH do líquido ruminal. Esse aumento seria causado, de
acordo com Osborne et al. (2004), primariamente pela inibição das bactérias
(Streptococcus bovis) produtoras de lactato, que crescem rapidamente sem a presença da
monensina em dietas com elevada proporção de amido.
Segundo Williams et al. (1991), a elevação no pH ruminal 4 horas após o
fornecimento de dieta com 50% de concentrado e suplementação com cultura de levedura
provavelmente é conseqüência da modulação dos picos de lactato e da redução na
concentração de ácido lático no líquido ruminal. Como neste experimento não houve
variações bruscas de pH, é possível inferir que o efeito de modulação ruminal não foi
suficiente para que possíveis diferenças entre os tratamentos fossem detectadas.
Em ruminantes, o uso de virginiamicina em dietas de bovinos tem apresentado maior
inibição na produção de lactato em relação aos ionóforos (Lanna & Medeiros, 2007).
Bovinos holandeses foram induzidos a quadro de acidose por administração intraruminal de
solução aquosa de amido e grão de milho moído, comparando-se a virginiamicina e
monensina/tilosina Coe et al. (1999) encontraram melhor eficiência em prevenir a redução do
pH ruminal comparado ao controle, porém, a virginiamicina proporcionou maior pH as 3, 6, 9
e 12 horas após a administração da mistura de carboidratos, enquanto que a
monensina/tilosina proporcionou aumento de pH somente às 6 horas após a indução, sendo o
pH similar para ambos os tratamentos somente após 51 horas. Quando os animais controle
87
apresentaram acidose aguda às 36 horas, com um pH de 4,36 os animais tratados com
virginiamicina apresentaram pH ruminal de 5,8. Assim como a concentração de lactato
também foi menor para a virginiamicina.
Contudo, Mathieu et al. (1996) verificaram decréscimo na concentração de ácido
lático no líquido ruminal e menor variação pós-refeições no pH, assim como
Carro et al. (1992) observou efeitos associados à suplementação com a levedura viva. No pH
ruminal, trabalhos têm sugerido que os efeitos das leveduras têm sido melhores em dietas com
alto concentrado onde o pH é geralmente menor (William et al., 1991; Mir & Mir, 1994).
Martin & Nisbet, (1992) observaram que a utilização de cultura de levedura na
alimentação de vacas leiteiras eleva a concentração de amônia ruminal, por potencializar a
proteólise, provavelmente por fornecer nutrientes que estimulam as bactérias proteolíticas,
evidenciado ao fornecerem 5 g do probiótico, verificaram o maior fluxo omasal de nitrogênio,
consequentemente maior passagem para o intestino do nitrogênio oriundo da dieta.
Hill et al. (2002) avaliaram o efeito da virginiamicina sobre os produtos da
fermentação ruminal em 14 vacas leiteiras holandesas separadas em dois grupos animais sem
adição de virginiamicina e com virginiamicina, encontraram valores de pH ruminal na média
de 6,4 para os animais que receberam o produto e média de 5,3 para os que não receberam o
aditivo.
Não houve diferença para as rações sobre consumos médios de MS, e dos nutrientes
PB, EE, CT e FDN (kg/dia e % PV), uma vez que o consumo de MS foi restrito, e as rações
experimentais apresentaram teores semelhantes desses nutrientes na MS, e houve efeito de
tratamento para a digestibilidade da FDN (p=0,0882) e CT (p=0,0482), não apresentando
significância estatística para nenhuma das variáveis nos contrastes ortogonais utilizados para
partição específica dos efeitos de tratamento, comparando-se a dieta padrão (MLVVI) versus
88
outras 3 dietas (M+VI+LV), Monensina (M) versus levedura (LV) e Levedura (LV) versus
Virginiamicina (VI) especificados na (Tabela 9).
Tabela 9 Consumo de MS (MS kg/dia) e (MS % Peso corporal), consumo de FDN (FDN kg/dia) e (FDN % Peso corporal), consumo de proteína bruta (PB), consumo de extrato etéreo (EE), consumo de carboidratos totais (CT), e da digestibilidade aparente da MS, FDN, PB, EE e CT em porcentagem pelos animais confinados submetidos às dietas experimentais.
Variável Dietas1 CV(%) Contraste (P<)2
M LV VI MLVVI 1 2 3 Consumo MS kg/dia 7,51 8,27 7,96 7,27 20,25 ns ns ns MS % Peso corporal 1,18 1,33 1,25 1,16 21,16 ns ns ns FDN kg/dia 2,12 2,21 2,11 1,86 21,21 ns ns ns FDN % Peso corporal 0,33 0,36 0,33 0,30 21,31 ns ns ns PB kg/dia 1,06 1,16 1,12 1,00 19,97 ns ns ns EE kg/dia 0,36 0,39 0,43 0,37 20,17 ns ns ns CT kg/dia 5,87 6,40 6,11 5,58 21,54 ns ns ns Digestibilidade MS % 77,92 82,16 73,81 71,32 14,71 ns ns ns FDN % 87,47 81,77 79 84,24 10,33 ns ns ns PB % 86,42 82,28 79,32 81,85 7,19 ns ns ns EE % 84,63 79,30 78,88 78,15 10,16 ns ns ns CT % 90,20 86,87 82,78 85,38 7,36 ns ns ns 1 Dietas = M – Monensina sódica 10%; LV – Levedura viva (Saccharomyces Cerevisiae); VI – Virginiamicina 10%; MLVVI – monensina + levedura viva + virginiamicina. 2 Contrastes = 1. Efeito da dieta MLVVI vs. (VI+LV+M), 2. Efeito da dieta VI vs.LV, 3. Efeito da dieta LV vs. M. MS = Matéria seca, FDN= Fibra em detergente neutro, PB = Proteína bruta, EE = Extrato etéreo, CT = Carboidratos totais. ns = Não significativo
De modo geral, reduções nos consumos de MS em bovinos, com a presença de
ionóforo nas rações são relatadas na literatura (Goodrich et al., 1984; Nicodemo, 2001).
Borges et al. (2008) ao estudarem os efeitos da administração de enramicina, um
antibiótico não-ionóforo administrado na dose de 20 mg/animal/dia e monensina sódica
ionóforo na dose de 300 mg/animal/dia, sobre a digestão total dos nutrientes da dieta e o
consumo de matéria seca digestível em bovinos alimentados com dieta contendo 60% de
concentrados (milho, farelo de soja e minerais) e 40% de volumoso (cana-de-açúcar)
observaram consumo de MS em média de 1,87% do peso vivo (PV), independentemente do
89
tratamento manteve-se dentro do esperado para a categoria animal estudada. Nenhum dos
antibióticos testados alterou o consumo de MS.
No entanto, devido ao fornecimento restrito da dieta nesta pesquisa, o consumo de
matéria seca total foi de 1,18, 1,33, 1,25 e 1,00% do peso corporal, para as respectivas dietas
M, LV, VI e MLVVI. O encontrado para bovinos mestiços em confinamento em ganho diário
mínimo de 0,14 kg/dia e máximo 2,15 kg/dia corresponde a consumo de matéria seca em
porcentagem do peso vivo mínimo de 1,06 e máximo 2,7%, e médias de 1,2 kg/dia consumo
de 2,16% do peso vivo respectivamente (Azevedo et al., 2010).
Salles & Lucci (2000), utilizando diferentes níveis de suplementação de monensina e
uma dieta predominantemente concentrada para bezerros, constataram comportamento
quadrático para o consumo de MS e maior ingestão quando fornecida monensina na
proporção de 0,8 mg/kg de peso vivo (PV), (estimado em 14,3 mg de monensina/kg de MS
ingerida). Verificaram ainda diminuição da ingestão no nível mais alto de 1,2 mg de
monensina/kg de PV (estimado em 22,7 mg de monensina/kg de MS ingerida).
Nuñes (2008) avaliou o efeito dos aditivos virginiamicina e ionóforo combinadamente
em dietas de diferentes níveis de concentrado em confinamento de bovinos Nelore, com doses
de (0 e 15 mg/kg de MS) e salinomicina (13 mg/kg de MS), encontrou consumo de matéria
seca menor para o tratamento com virginiamicina tanto em kg/dia (7,98 e 8,76) como em
porcentagem do peso vivo (1,88 e 2,01).
A digestibilidade da matéria seca (MS) para as dieta composta pelos aditivos não
foram alteradas. Semelhante aos resultados obtidos nesta pesquisa, Massaro Junior (2010) que
trabalhou com bovinos canulados no rúmem e avaliou os efeitos da inclusão de cultura de
Saccharomyces cerevisiae e Lactobacillus casei (4,5 x 107 UFC/kg e 3,1 x 107 UFC/kg
respectivamente) na dieta 50% volumoso e 50% concentrado para bovinos confinados, sobre
90
o consumo e a digestibilidade dos nutrientes e não encontrou influência no consumo e na
digestibilidade em nenhuma das variáveis analisadas.
Contudo, de acordo com alguns autores como Newbold et al. (1995) e
Nicodemo, (2001), o uso de leveduras (fungos unicelulares), especialmente do gênero
Saccharomyces, na dieta de bovinos de corte, pode resultar em aumento na digestibilidade
ruminal da MS, especialmente da fibra.
De acordo com o Callaway & Martin (1997) o aumento no número de bactérias do
rúmen decorrentes do aumento na taxa de degradação de fibra pela adição de extrato de
Aspergillus oryzae e culturas de leveduras em dietas para ruminantes pode melhorar a
digestibilidade da MS, PB e hemicelulose
Wholt et al. (1998), obsevaram aumento da digestibilidade da proteína e fibra em
detergente neutro (FDN) em vacas no início da lactação, que contribuíram para uma maior
digestibilidade de MS, com a adição de leveduras.
Martin & Nisbet (1992) acrescentam que as leveduras incrementam a atividade
metabólica e a viabilidade mibrobiana, gerando mecanismos considerados responsáveis pelo
aumento da quantidade de bactérias ruminais, tais como remoção de oxigênio, fornecimento
de nutrientes e liberação de fatores de crescimento, como enzimas essenciais, vitaminas,
principalmente as do complexo B e aminoácidos, bem como ácidos dicarboxílicos
(fumarato, malato), efeito tampão e redução do número de protozoários
(Callaway & Martin, 1997).
No entanto, nesta pesquisa devido ao alto nível de carboidrato proveniente do milho
grão inteiro, possivelmente a levedura viva não proporcionou efeito sobre os protozoários,
tanto pelo efeito do pH ruminal baixo e pela taxa de passagem de sólidos maior, e menor
retenção ruminal.
91
Resultados inferiores para os coeficiente de digestibilidade da MS de (79,2%) sem e
(77,8%) com a adição de levedura (Saccharomyces cerevisiae 8 x 109 UFC/g) foram
observados por Greene, (2002) para dietas contendo 90% de concentrado, fornecidas a
novilhos com consumo de 9,8 kg MS/dia.
De acordo com Wallace, (1994), os efeitos da utilização de leveduras são altamente
dependentes da dose e da dieta fornecida.
Porém, as culturas de leveduras não agem de forma similar, quando adicionadas em
qualquer tipo de dieta. Assim, torna-se muito difícil predizer quais são as condições ou
composições dietéticas que forneçam respostas ideais quando utilizadas com leveduras
(Góes et al., 2005).
No entanto, as dietas compostas pela monensina sódica (M), não-ionóforo
virginiamicina (VI) e a dieta composta pelos três aditivos estudados, monensina,
virginiamicina e levedura (MLVVI) não diferiram entre si para as variáveis referentes à
digestibilidade total da MS, PB, FDN, EE e CT.
Borges et al. (2008) ao estudarem os efeitos da administração de enramicina um
antibiótico não-ionóforo administrado na dose de 20 mg/animal/dia e monensina sódica
ionóforo na dose de 300 mg/animal/dia, sobre a o consumo de matéria seca e digestão total
dos nutrientes da dieta de bovinos contendo 60% de concentrados (milho, farelo de soja e
minerais) e 40% de volumoso (cana-de-açúcar) não obteve nenhuma alteração proveniente
dos antibióticos sobre a digestibilidade de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo, fibra
em detergente ácido, fibra em detergente neutro, amido, energia bruta e nutrientes digestíveis
totais.
Fereli et al. (2010) avaliaram os efeitos do uso de monensina sódica, Saccharomyces
cerevisiae e da mistura de ambos na dieta de bovinos em doses diárias de: 200 mg de
monensina sódica, 100 mg monensina sódica + 2,5 g Saccharomyces cerevisiae, 200 mg de
92
monensina sódica + 5 g Saccharomyces cerevisiae, e 5 g Saccharomyces cerevisiae,
fornecidos diariamente pela cânula ruminal observaram que a digestibilidade aparente ruminal
da matéria seca foi menor na dieta com 50% da dose de cada aditivo. Os resultados da
digestibilidade aparente intestinal e total da matéria seca comprovaram que as dietas contendo
5 g/dia de probiótico foram mais eficientes que aquela contendo apenas o ionóforo com um
adicional de 14% na digestibilidade total.
Esses autores reportaram também que as doses de monensina não influenciaram o
consumo de carboidratos não-fibrosos, mas afetaram a digestão ruminal, intestinal e total
desses carboidratos. A inclusão do probiótico na dieta aumentou a digestão e a digestibilidade
total dos carboidratos não-fibrosos.
Os ionóforos podem causar pequena à moderada melhora na digestibilidade dos
alimentos, dependendo das condições experimentais. Estas condições, não estão definidas até
o momento, mas sabe-se que podem influenciar sobre fatores como consumo de alimentos,
enchimento ruminal ou taxa de passagem (Rodrigues et al., 2000).
A monensina foi relatada por Pomar et al. (1989) em ser capaz de aumentar a
digestibilidade da FDA e FDN em dietas predominantemente concentradas e aumentou em
dietas predominantemente volumosas.
O efeito do ionóforo sobre a digestibilidade da fibra têm sido comumente atribuídos,
ao aumento do tempo de retenção da MS no rúmen (Ellis et al., 1983), ao menor consumo
voluntário de alimentos (Roger & Davis, 1982), à melhora das condições ruminais
(Branine & Galyean, 1990) ou ao aumento no estímulo à ruminação (Knowlton et al., 1996).
Segundo Van Nevel & Demeyer (1988), o efeito da monensina na degradação da fibra
ainda não está esclarecido. Segundo Domescik e Martin (1999), a utilização dos ionóforos
poderia diminuir a digestibilidade da FDN, em razão da redução da atividade dos
microrganismos celulolíticos.
93
Outros pesquisadores observaram aumento da digestibilidade aparente da PB com o
uso de ionóforos na dieta (Russel, 1996; Lanna et al., 2000; Barbosa et al., 2001).
Contudo a avaliação de digestibilidade de dietas com o emprego de aditivos ionóforos,
não-ionóforos e probióticos, parece ser ainda bastante restritas em pesquisas nacionais com a
utilização desses três aditivos e seus possíveis efeitos associadamente.
Houve diferença para as rações para o nitrogênio ureico no plasma NUP (mg/dl)
(p=0,0807) não apresentando significância estatística para nenhum dos contrastes ortogonais
utilizados para partição específica dos efeitos de tratamento, comparando-se a dieta padrão
(MLVVI) versus outras 3 dietas (M+VI+LV), Monensina (M) versus levedura (LV) e
Levedura (LV) versus Virginiamicina (VI) , apresentando valores de NUP (mg/dl) de 28,00,
33,00, 29,88, 35,50, para as dietas M, LV, VI, MLVVI respectivamente.
Com base nos resultados de nitrogênio ureico no plasma encontrados nesta pesquisa,
pode-se dizer que os teores de proteína bruta das dietas estavam em excesso. Pois de acordo
com Broderick e Clayton, (1997) as concentrações de uréia sangüínea têm sido utilizadas para
monitorar o consumo de proteína dietética próximo as exigências do animal, já que o
consumo excessivo de proteína pode afetar o desempenho reprodutivo do animal, elevando
sua exigência em energia, ou ainda aumentar o custo da ração.
De acordo com Van Soest, (1994) a amônia é exigida pela maioria dos
microrganismos ruminais fermentadores de carboidratos, alguns dos quais também requerem
e/ou são estimulados por aminoácidos, peptídeos e isoácidos derivados de valina, leucina e
isoleucina. O catabolismo de proteínas produz amônia no rúmen. O que pode ocasionar
economia de proteína, através da reciclagem, assim como problemas pelo excesso. Dessa
forma, é necessário que alguma proteína seja degradada no rúmen para suprir as necessidades
de peptídeos e/ou aminoácidos. A disponibilidade de carboidratos estimula o uso de amônia
na síntese de aminoácidos e no crescimento microbiano.
94
Valadares et al. (1997) verificaram, por intermédio de análise de regressão, que a
máxima produção microbiana correspondeu a concentrações de NUP variando de
13 a 15 mg/dL, o que provavelmente representaria o limite à partir do qual estaria ocorrendo
perda de proteína em dietas onde os teores de proteína bruta variou de 7,0 a 14,5%.
Segundo Harmeyer e Martens (1980), a concentração de uréia no sangue está
diretamente relacionada à quantidade de proteína e à relação energia:proteína da ração.
Rennó et al. (2000) encontraram valor médio para nitrogênio ureico plasmático de
bovinos em dieta com elevado nível de concentrado (75%) e teor de proteína de proteína bruta
de (12%) de 7,64 mg/dL. Este resultado apesar do nível de concentrado ser alto, encontra-se
bastante inferior ao desta pesquisa, com valores para nitrogênio ureico plasmático médio de
31,5 mg/dL.
95
Conclusões
Os aditivos utilizados de forma exclusiva ou em conjunto nas dietas avaliadas
proporcionam um ambiente ruminal que pode ser considerado satisfatório, levando em
consideração o elevado desafio em que foram submetidos os bovinos quanto à grande
inclusão de carboidrato proveniente do milho nas dietas.
96
Referências
AZEVEDO, J.A.G.; VALADARES FILHO, S.C.; PINA, D.S.; VALADARES, R.F.D.; DETMAM, E. Exigências nutricionais de zebuíno BR-CORTE. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, ed. 2, 2010. 193p.
HARMEYER, J., MARTENS, H. 1980. Aspects of urea metabolism with reference to the goat. Journal Dairy Science, v.63, n.10, p1707-1728.
BAGG, R. Mode of action of ionophores in lactating dairy cattle. Usefulness of ionophores in lactating dairy cattle. Proceedings of a Symposium. Held at the Ontario Veterinary College, June, 1997.
BARBOSA, N.G.S.; LANA, R.P.; MÂNCIO, A.B. Fermentação da proteína de seis alimentos por microrganismos ruminais, incubados puros ou com monensina ou rumensin®. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.4, p.1316–1324, 2001.
BORGES, L.F.O.; PASSINI, R.; MEYER, P.M.; PIRES, A.V.; RODRIGUES, P.H.M. Efeitos da enramicina e da monensina sódica no consumo de matéria seca, na fermentação ruminal e no comportamento alimentar em bovinos alimentados com dietas com alto nível de concentrado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.4, p.681-688, 2008.
BRANINE, M.E.; GALYEAN, M.L. Influence of grain and monensin supplementation on ruminal fermentation, intake, digesta kinetics and incidence and severity of frothy bloat in steers grazing winter wheat pasture. Journal of Animal Science, v.68, n.5, p.1139-1150, 1990.
BRODERICK, G.A.; CLAYTON, M.K. A statistical of animal and nutrition factors influencing concentrations of milk urea nitrogen. Journal of Dairy Science, v.80, p.2964-2971, 1997.
CALLAWAY, E. S.; MARTIN, S. A. Effects of a Saccharomyces cerevisiae culture on ruminal bacteria that utilize lactate and digest cellulose. J. Dairy Sci. Savoy, v. 80, n. 9, p. 2035-2044, 1997.
CARRO, M.D. et al. Effects of yeast culture on rumen fermentation, digestibility duodenal flow in dairy cows fed a silage based diet. Livestock Production Science, v.37, p. 219-229, 1992.
CARVALHO, A.U.; VALADARES FILHO, S.C.; COELHO DA SILVA, J.F. et al. Níveis de concentrado em dietas de zebuínos. 3. Eficiência microbiana e população de protozoários ruminais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.26, n.5, p.1007-1015, 1997.
CASALI, A. O; DETMANN, E; PEREIRA, J.C., HENRIQUES; L. T., FREIAS, S.G., PAULINO, F. et al. Influencia do tempo de incubação e do tamanho de partículas sobre os teores de compostos indigestíveis em alimentos e fezes bovinas obtidos por procedimento in situ. Revista Brasileira de Zootecnia. v.37, p.335-342, 2008.
CHIZZOTTI, M.L.; VALADARES FILHO, S.C.; VALADARES, R.F.D. et al. Consumo, digestibilidade e excreção de uréia e derivados de purinas em vacas de diferentes níveis de produção de leite. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.1, p.138-146, 2007.
97
COE, M.L.; NAGARAJA, T.G.; SUN, Y.D.; WALLACE, N.; TOWNE, E.G.; KEMP, K.E. HUTCHENSON, J.P. Effect of virginiamycin on ruminal fermentation in cattle during adaptation to a high concentrate diet and during an induce acidosis. Journal of Animal Science, Savoy, v. 77, p. 2259-2268, 1999.
DEVANT, M.; FERRET, A.; CALSAMIGLIA, S. CASALS, R. GASA, J. Effect of nitrogen source in high-concentrate, low, protein beef cattle diets on microbial fermentation studied in vivo and in vitro. Journal of Animal Science, v.79, p.1944-1953, 2001.
DOMESCIK, E.J.; MARTIN, S.A. Effects of laidiomycin propionate and monensina on the in vitro mixed ruminal microorganism fermentation. Journal of Animal Science, v.56, n.8, p.2305-2312, 1999.
ELLIS, W.C.; HORN, G.W.; DELANEY, D. et al. Effects of ionophores on grazed forage utilization and their economic value for cattle on wheat pasture. In: NATIONAL WHEAT
ERICKSON, G.E.; MINTON, C.T.; FANNING, K.C.; COOPER, R.J.; SWINGLE, R.S.; PARROT, J.C.; VOGEL, G. & KLOPFENSTEIN. Interction between bunk menagement and monensin concentration on finishing performance, feeding behavior, and ruminal metabolism during an acidosis challenge with feedlot cattle. J. Anim. Sci, 8: 2869-2879, 2003.
FERELI, F.; BRANCO, A.F.; JOBIM, C.C.; CONEGLIAN, S.M.; GRANZOTTO, F.; BARRETO, J.C. Monensina sódica e Saccharomyces cerevisiae em dietas para bovinos: fermentação ruminal, digestibilidade dos nutrientes e eficiência de síntese microbiana. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.1, p.183-190, 2010
GOES, R.H.T.B.; ALVES, D.D.; VALADARES FILHO, S.C.; MARSON, É.P. Utilização de aditivos alimentares microbianos na alimentação de bovinos de corte e leite: Revisão. Arq. ciên. vet. zool. UNIPAR, v.8, n.1, p. 47-56, 2005.
GOODRICH, R.D.; GARRETT J.E.; GHAST, D.R. et al. Influence of monensin on the performance of cattle. Journal of Animal Science, v.58, n.6, p.1484-1498, 1984.
GREENE, W. Use of Saccharomyces cerevisiae in beef cattle. In: SIMPÓSIO GOIANO SOBRE MANEJO E NUTRIÇÃO DE BOVINOS DE CORTE, 4., 2002, Goiânia. Anais... Goiânia: Colégio Brasileiro de Nutrição Animal, 2002. p.79-96.
HALL, M.B. Calculation of non-estructural carboidrate content of feeds that contain non-protein nitrogen. Universidade de Florida, 2000. p.A-25 (Bulletin 339, april, 2000).
HILL, J.A.G.; LIMA, P.G.C.; FUNAYAMA, S.; HARTMANN, W.; GUGELMIN, C. Efeito da virginiamicina, via oral, sobre a produção de ácidos graxos voláteis, pH ruminal e pH de fezes em vacas leiteiras. Ciência e Cultura, n. 31, FACIAG 02, p. 53-59, 2002.
HOOVER, W.H.; STOKES, S.R. Balancing carbohydrates and proteins for optimum rumen microbial yield. Journal of Dairy Science, v.74, p.3630- 3644, 1991.
KNOWLTON, K.F.; ALLEN, M.S.; ERIKSON, P.S. Lasalocid and particle size of corn for dairy cows in early lactation: 2. Effect on ruminal measurements and feeding behavior. Journal of Dairy Science, v.79, n.4, p.565-574, 1996.
LANA, R.P.; CUNHA, L.T.; BORGES, A.C. Efeito da monensina na fermentação da proteína de algumas fontes de alimentos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.3, p.1868-1875, 2000.
LANA, R.P.; RUSSELL, J.B. Effect of forage quality and monensin on the ruminal fermentation of fistulaled cows fed continuosly at a constant intake. Journal of Animal Science, v.75, n.1, p.224-229, 1997.
98
LANNA, D.P.D.; MEDEIROS, S.R. Uso de aditivos na bovinocultura de corte. In: SANTOS, F.A.P.; MOURA, J.C.; FARIA, V.P. Requisitos de qualidade na bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2007, cap. 15, p. 297-324.
LEÃO, M.I.; COELHO DA SILVA, J.F.; CARNEIRO, L.H.D.M. Implantação de fistula ruminal e cânula duodenal reentrantes em carneiros, para estudos de digestão. Ceres, v.25. n.1 p. 42-54, 1978.
LENG, R.A.; NOLAN, J.V. Nitrogen-metabolism in the rumen. Journal of Dairy Science, v.67, n.5, p.1072-1089, 1984.
MARTIN, A.S.; NISBET, D.J. Effect of direct-feed microbial on rúmen microbial fermentation. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 75, n. 6, p. 1736-1744, 1992.
MARTIN, S.A.; NISBETI D.J. Effect of direct-fed microbials on rumen microbial fermentation. Journal of Dairy Science, v.75, p.1736-1744, 1992.
MASSARO JUNIOR, F. L. Comportamento ingestivo e metabólico de bovinos alimentados com ração a base de milho e farelo de soja, com e sem a adição de probiótico – Londrina, 2010. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) – Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, 2010. 49 f. : il.
MATHIEU, F. et al. The effect of Saccharomyces cerevisiae and Aspergillus oryzae on fermentations in the rumen of faunated and defaunated sheep: Protozoal and probiotic interactions. Reprod. Nutr. Dev. v.36, p.271-287, 1996.
MEHREZ, A.Z.; ORSKOV, E.R.; McDONALD, I. Rates of rumen fermentation in relation to ammonia concentration. British Journal Nutrition , v.38, n.3, p.437-443, 1977.
MIR, Z.; MIR, P.S. Effect of the addition of live yeast (Saccharomyces cerevisiae) on growth and carcass quality of steers fed high-forage or high-grain diets and on feed digestibility and in situ degradability. Journal of Animal Science, v.72, p.537-545, 1994.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC. Nutrients requirements of dairy cattle. 7.ed. Washington: National Academy Press, 2001. 381p.
NEWBOLD, C.J.; WALLACE, R.J.; CHEN, X.B. et al. Different strains of Saccharomyces cerevisiae differ in their effects on ruminal bacterial numbers in vitro and in sheep. Journal of Animal Science, v.73, n.6, p.1811-1818, 1995.
NICODEMO, M.L.F. Uso de aditivos na dieta de bovinos de corte. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 2001. p.9-53.
NOCEK, J.E.; RUSSELL, J.B. Protein and energy as an integrated system: relationship of ruminal protein and carbohydrate availability to microbial synthesis and milk production. Journal of Dairy Science, v.71, p.2070-2107, 1988.
ORSKOV, E.R. 1982. Protein nutrition in ruminants . Academic Press, New York. 178p.
ØRSKOV, E.R. Starch digestion and utilization in ruminants. Journal Animal Science, v.63, n. 5, p.1624-1633 1986
OSBORNE, J.K.; MUTSVANGWA, T.; ALZAHAL, O. et al. Effects of monensin on ruminal forage degradability and total tract diet digestibility in lactating dairy cows during grain-induced subacute ruminal acidosis. Journal of Dairy Science, v.87, n.6, p.1840-1847, 2004.
OWENS, F.N.; SECRIST, D.S.; HILL, W.J. et al. Acidosis in cattle: a review. Journal of Animal Science, v.76, n 1, p.275, 1998.
99
OWES, F.N.; SECRIST, D.S.; HILL, W.J. et al. Acidosis in cattle: a review. Journal of Animal Science, v.76, n.1, p.275-286, 1998.
PASSINI, R.; RODRIGUES, P.H.M.; CASTRO, A.L. et al. Parâmetros de fermentação ruminal em bovinos alimentados com grãos de milho ou sorgo de alta umidade ensilados. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.5, p.1266-1274, 2003.
PASTURE SYMPOSIUM, 1983, Stillwater. Proceedings... Stillwater: Agricultural Experimental Station, 1983. p.343.
POMAR, C; BERNIER, L.F; SEOANE, F.R; LATRILLE, L.High-houghage rations whit or whithout monensin for veal production. 2 Ration digestibility. Canadian Journal of Animal science, v. 69, n. 2, p. 403-410, 1989.
REIS, R.A.; MORAIS, J.A.S.; SIQUEIRA, G.R. Aditivos alternativos para a alimentação de ruminantes. In: II Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal (II CLANA) Palestra Técnica, Realização: CBNA – AMENA. 2006 – São Paulo, SP. Ingredientes destinados à Nutrição Animal.
RENNÓ, L.N.; RILENE FERREIRA DINIZ VALADARES, R.F.D.; VALADARES FILHO, S.C.; LEÃO, M.I.; SILVA, J.F.C.; CECON, P.R.; GONÇALVES, L.C.G.; DIAS, H,L.C.; LINHARES, R.S. Concentração Plasmática de Uréia e Excreções de Uréia e Creatinina em Novilhos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.4, p.1235-1243, 2000.
RODRIGUES, P.H.M.; LUCCI, C.S.; CASTRO, A.L. Efeitos da lasalocida sódica e proporção volumoso/concentrado sobre a degradabilidade in situ do farelo de soja e do feno Coast Cross [Cynodon dactylon (L) Pers] em vacas secas. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.37, n.3, p.253-258, 2000.
ROGERS, J.A.; DAVIS, C.L. Rumen volatile acid fatty production and nutrient utilization in steers fed a diet supplemented with sodium bicarbonate and monensin. Journal of Dairy Science, v.65, n.6, p.944-952, 1982.
RUSSELL, J.B. Bacteria: mechanisms of ionophore action in ruminal bacteria. In: SYMPOSIUM SCIENTIFIC UP DATE ON RUMENSIN/TYLAN FOR THE PROFESSIONAL FEEDLOT CONSULTANT, 1996, Amarillo, TX, Indianapolis, IN, Proceedings… Indianapolis: Elanco Animal Health, 1996. p.E1-E19.
RUSSELL, J.B.; SHARP, W.M.; BALDWIN, R.L. The effect of pH on maximum bacterial growth rate and its possible role as a determinant of bacterial competition in the rumen. Journal of Animal Science, v.48, p.251-258, 1979.
SALLES, M.S.V.; LUCCI, C.S. Monensina para bezerros ruminantes em crescimento acelerado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.2, p.573-581, 2000.
SAS (2001; SAS. The statistical analyze systems for windows: version 8. Cary, 1999- 2001. CD-Rom).
SATTER, L.D.; SLYTER, L.L. Effect of ammonia concentration on rumen microbial production in vitro. British Journal of Nutrition , v.32, n.2, p.199-208, 1974.
SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimento: métodos químicos e biológicos. 3 ed. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2002, 235p.
SILVA, H.L. Dietas de alta proporção de concentrado para bovinos de corte confinados. 2009, 157f.: il., color., figs., tabs., Tese (Doutorado)-Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária, Goiânia, 2009.
100
SNEDECOR e COCHRAN (1989) (SNEDECOR, G.W., COCHRAN, W.G. 1989. Statistical methods). 8nd. ed. Iowa: Iowa University Press. 503p.
SNIFFEN, C.J.; O’CONNOR, J.D.; VAN SOEST, P.J. et al. A net carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets: II.Carbohydrate and protein availability. Journal of Animal Science, v.70, n.11, p.3562-3577, 1992.
STOCK, R.A.; LANDERT, S.B; STROUP, N.W.; LARSON, E.M.; PARROT, J.C.; BRITTON, R.A. Effect of monensin and tylosin combination on feed intake variation of feedlot sterrs. Journal of Animal Science, 1995. 73: 39-44.
SURBER, L.M.M.; BOWMAN, J.G.P. Monensin effects on digestion of corn or barley high concentrate diets. Journal of Animal Science, v.76, n.7, p.1945-1954, 1998.
VALADARES, R. F. D.; GONÇALVES, L. C.; RODRIGUES, N. M.; VALADARES FILHO, S. C.; SAMPAIO, I. B. Níveis de proteína em dietas de bovinos. 4. Concentrações de amônia ruminal e uréia plasmática e excreções de uréia e creatinina. Revista Brasileira de Zootecnia, v.26, n.6, p.1270-1278, 1997.
VAN NEVEL, C.J. Modification of rumen fermentation by the use of additives. In: JOUANY, J.P. (Ed.) Rumen microbial metabolism and ruminant digestion. Paris: INRA, 1991. p.263-280.
Van NEVEL, C.J.; DEMEYER, D.I. Manipulation of rumen fermentation. In: HOBSON, P.N. (Ed.) The rumen microbial ecosystem. London: Elsevier Applied Science, 1988. p.387-443.
VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminants. 2ed. Ithaca: Cornell University, 1994. 476p.
VAN SOEST, P.J., ROBERTSON, J.B., LEWIS, B.A. Methods for dietary fiber, and nonstarch polysaccharides in relation to animal nutrition. Journal Dairy Science, 1991.
VIEIRA, P.F. Efeito do formaldeído na proteção de proteínas e lipídios em rações para ruminantes. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 1980. 98p. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal de Viçosa, 1980.
WALLACE, R. J. Ruminal microbiology, biotechnology, and ruminant nutrition: progress and problems. Journal of Animimal Science, v.72, p.2992-3003, 1994.
WILLIAMS, P.E.V.; TAIT, C.A.G.; INNES, G.M. NEWBOLD, C.J. Effects of the inclusion of yeast culture (Saccharomyces cerevisae plus growth medium) in the diet of dairy cows on milk yield and forage degradation and fermentation patterns in the rumen of steers. Journal of Animal Science , v.69, n.7, p.3016-3026, 1991.
WILLIAMS, P.E; TAIT, C.A.; INNES, G.M.; NEWBOLD, C.J. Effects of the inclusion of yeast culture (Saccharomyces cerevisiae plus growth medium) in the diet of dairy cows on milk yield and forage degradation and fermentation patterns in the rumen of steers. Journal of Animal Science, v.69, p. 3016-3026, 1991.
WOHLT, J. E.; CORCIONE, T. T.; ZAJAC, P. K. Effect of yeast on feed intake and performance of cows fed diets based on corn silage during early lactation. J. Dairy Sci. Savoy, v. 81, n. 5, p. 1345-1352, 1998.
ZEOULA, L.M.; BELEZE, J.R.F.; GERON, L.J.V.; MAEDA, E.M.; PRADO, I.N.P.; PAULA, M.C.Digestibilidade parcial e total de rações com a inclusão de ionóforo ou probiótico para bubalinos e bovinos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.3, p.563-571, 2008.
101
Conclusões gerais
O uso de dietas de alto fornecimento de milho grão inteiro requer uma atenção
especial quanto a sua formulação, adaptação ao fornecimento e manejo dos animais,
submetidos a esta dieta, considerando o elevado desafio em que os bovinos são submetidos
referentes à grande inclusão de carboidrato proveniente do milho.
Nesta pesquisa os aditivos monensina sódica, levedura viva e virginiamicina assim
como seu efeito somatório nas dietas avaliadas, proporcionam aos animais desempenhos que
podem ser considerados satisfatórios, pois os aditivos contribuíram para uma estabilidade no
desempenho animal assim como proporcionaram um ambiente ruminal favorável ao
desenvolvimento microbiano aos animais submetidos às dietas avaliadas.
A viabilidade econômica no uso de dietas com alto fornecimento de grãos, foi positiva
quando considerado apenas os custos com ração em relação aos ganhos de peso obtidos dos
animais sobre a receita proveniente da venda no abate. As simulações dos cenários em grande
parte indicaram que a atividade nas condições desta pesquisa remunerou o capital investido
com a aquisição da ração.