Adm. Pública
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1 Introdução
A educação é uma das ferramentas mais eficazes para o desenvolvimento de uma
nação, isto porque capacitam os indivíduos tornando-os seres mais críticos e cientes de
seus direitos e deveres. É uma forma de inclusão social, por isso deve ser projetada para
atender a todos de maneira igualitária, desde a educação infantil a universidade.
As instituições de ensino, públicas ou privadas, além de se preocuparem com índices
numéricos devem está atentas à formação do cidadão e capacitação dos educadores,
contribuindo, assim, para uma boa qualidade do ensino.
A qualidade na educação é importante porque ajuda a combater a pobreza e
capacita as pessoas com o conhecimento, habilidades e a confiança que precisam para
construir um futuro melhor. Quando a preocupação com a quantidade prevalece sobre a
qualidade, no ensino, corre-se o risco de formar pessoas incapazes de desempenhar suas
funções profissionais e exercer a cidadania.
Especialmente no ensino público, o analfabetismo funcional é ainda um dos
principais problemas a ser sanado, que só pode ser vencido através de políticas públicas de
educação e social que invistam em forma de diminuir a evasão escolar e garanta a
qualidade do ensino.
Investir na educação, ampliando vagas públicas e reforçando a qualidade do ensino, é o
caminho para o avanço econômico e social de um País.
2 Fundamentação Teórica
2.1 A Educação no Brasil
A configuração do sistema educacional brasileiro, tal como o conhecemos hoje, foi
dada ainda pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n. 9394 de 20/12/1996 – LDB),
aprovada pelo Congresso Nacional em 1996. Esta Lei introduziu diversas exigências aos
entes federados, tais como as relativas a um gasto mínimo por aluno, que cada um deve
realizar, em sua jurisdição. Além disso, estabeleceu o aumento do número de dias letivos
em todos os estabelecimentos do País (para 200 dias letivos, perfazendo um total de 800
horas-aula anuais).
A inscrição da Educação como “direito de todos” já constava da Constituição de
1934, elaborada nos primórdios da Era Vargas. Datam daquele período, também, os
primeiros esforços para a implantação de um sistema educacional de âmbito nacional. Mas
foi apenas na Constituição de 1988 que ela tornou-se um “dever do estado”, devendo ser
provida de forma universal, ao menos no nível básico.
As políticas públicas funcionam como meio de atingir os objetivos propostos pela
LDB. Política pública pode ser definida como o conjunto de ações desencadeadas pelo
Estado, no caso brasileiro, nas escalas federal, estadual e municipal, com vistas ao bem
coletivo. Elas podem ser desenvolvidas em parcerias com organizações não
governamentais e, como se verifica mais recentemente, com a iniciativa privada.
2.2 Estrutura do sistema educacional brasileiro
2.3 Dados estatísticos na Educação do Brasil
O Brasil manteve a mesma posição do ano passado (2010) e ficou no 88º
lugar de 127 no ranking de educação feito pela UNESCO, o braço da ONU para a
cultura e educação. Com isso, o país fica entre os de nível "médio" de
desenvolvimento na área, atrás de Argentina, Chile e até mesmo Equador e Bolívia.
Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola (IBGE). O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler (Todos pela Educação); 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita (Todos pela Educação). Professores recebem menos que o piso salarial. (BRUINI, 2008)
Apesar do Plano Plurianual de 2008-2011 ter sido voltado para a Educação, o
Brasil ainda necessita de uma política ainda mais ativa para a educação.
Com base nisso, nos estudos comparativos a seguir, serão enfocados os
dados da região do Brasil com a qual estamos atuando, ou seja, a Região Nordeste.
O país possui uma população, em média, de 190.755.799 (2010) habitantes e
uma população em idade escolar de 45.364.276 (2010), ou seja, 23,78% da
população do Brasil estão na escola. Mas ainda possui uma taxa de analfabetismo
de 13,5%, sendo 10 a 14 anos: 3,9% e 15 ou mais: 9,6 %
0 a 3 anos4 a 6 anos
7 a 14 anos
15 a 17 anos
Total 4 a 17 anos
Brasil (2010)10.925.89
38.696.67
226.309.73
010.357.87
445.364.27
6Região Norte
(2010)1.232.733 966.864 2.751.080 1.016.228 4.734.172
Região Nordeste (2010)
3.352.8212.669.08
88.082.782 3.163.316
13.915.186
Região Sudeste (2010)
4.106.9273.270.35
010.074.94
33.987.640
17.332.933
Região Sul (2010) 1.392.3621.122.27
03.468.685 1.423.767 6.014.722
Região Centro- 841.050 668.100 1.932.240 766.923 3.367.263
oeste (2010)Tabela XX: Taxa de população em idade escolar.
Analisando a tabela acima, nota-se que comparação com as outras regiões o
Nordeste encontra-se em 2º lugar, ficando atrás apenas do Sudeste. Mostra que a
população, apesar do alto índice de pobreza, preocupa-se com sua Educação,
assim como com o seu desenvolvimento social.
A próxima tabela mostra a taxa de analfabetismo do Brasil.
10 a 14 anos 15 anos ou maisBrasil (2010) 3,9 % 9,6 %
Região Norte (2010) 7,0 % 11,2 %Região Nordeste (2010) 7,1 % 19,1 %Região Sudeste (2010) 1,8 % 5,4 %
Região Sul (2010) 1,3 % 5,1 %Região Centro-oeste (2010) 1,9 % 7,2 %
Tabela XX: Taxa de analfabetismo
Nota-se que a Região Nordeste apesar de está explícito na Tabela XX que
encontra-se em 2º lugar na população em idade escolar, no analfabetismo o
Nordeste encontra-se em primeiro, bem acima da média brasileira de analfabetismo
que é de 9,6%, consequente, ainda, pela baixa renda da população e a falta de
formação que os pais tem pais tem, pois quando os pais são analfabetos, a
probabilidade de seus filhos também se tornarem é bastante alta.
E, por fim, a próxima tabela apresentará o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica, o IDEB.
Ens. Fundamental - anos iniciais
Ens. Fundamental - anos finais
Ensino Médio
Brasil (2009) 4,6 4,0 3,6Região Norte (2009) 3,8 3,6 3,3
Região Nordeste (2009) 3,8 3,4 3,3Região Sudeste (2009) 5,3 4,3 3,8
Região Sul (2009) 5,1 4,3 4,1Região Centro-oeste
(2009)4,9 4,1 3,5
Tabela XX: IDEB
O IDEB,
foi criado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) em 2007 e representa a iniciativa pioneira de reunir num só
indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Ele agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações em larga escala do INEP a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do INEP, o SAEB – para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil – para os municípios.
A partir disso o índice da Região Nordeste, no Ensino Fundamental nos anos
iniciais, encontra-se muito abaixo da nota, 3,8, mas ainda equiparada com a Região
Norte, em comparação com a nota nacional que é de 4,6. No Ensino Fundamental
nos anos finais, encontra-se abaixo da nota, 3,4, em comparação com a nota
nacional que é de 4,0. Já no Ensino Médio, encontra-se equiparado com a nota da
Região Norte, 3,3, próximos da nota nacional, 3,6, mas muito abaixo da nota
nacional, 6,0, que essa é a nota dos países desenvolvidos.
Em geral, o Brasil ainda necessita melhorar sua Educação, apesar de em
algumas regiões os números serem altos, a nível nacional é bastante acidentado,
concentrado apenas em regiões mais desenvolvidas.
Com a criação de bolsas de estudos, iniciativa do governo federal anterior e
vigente no atual, pode ser considerado como incentivo para os pais matricularem
seus filhos, mas não pode ser considerado como único, a Educação tem ser iniciada
dentro da casa de cada indivíduo. Os pais, antes de tudo, tem que mostrar a seus
filhos que seu futuro só será garantido a partir de uma boa educação, tanto moral
quanto escolar.
2.4 Recursos e Financiamentos da Educação no Brasil
A destinação de recursos para a educação é de extrema importância, pois
assim será possível promover a universalização do ensino.
A Constituição de 1988 estabeleceu que a União, os Estados e os municípios
devem destinar parte das receitas de seu orçamento ao custeio da educação, em
todos os níveis de ensino. Em 1996, uma Emenda constitucional aplicada à
constituição de 88, determinou que os repasses de recursos se dessem segundo as
alíquotas de 25% para a União e 18% para Estados e municípios.
O financiamento da educação no Brasil provém de diversas fontes,
constituindo com isso uma composição múltipla e complexa. São fontes de
financiamento da educação parte dos orçamentos públicos, transferências federais e
estaduais, contribuição social paga por empresas e entidades públicas como, por
exemplo, o salário – educação, onde 10% deste é destinado ao Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), e os outros 90% são distribuídos entre os
diversos entes governativos.
Outra forma utilizada para o financiamento educacional, provida da Emenda
Constitucional n. 14/96, corresponde à obrigatoriedade da União de fazer dotações
de recursos complementares a Estados e municípios para a promoção da educação
básica. A dotação tem como principal objetivo promover a redistribuição dos
recursos recolhidos pela União, destinados à educação, complementando o que é
aplicado pelos Estados e municípios, nas regiões em que o gasto por aluno é inferior
a um valor mínimo estipulado pelo MEC.
Como exemplos de dotações feitos pela União teve-se inicialmente a criação
do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino fundamental) e de
Valorização do Magistério, que vigorou até 2006, e atualmente em substituição ao
Fundef criou-se o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica) e de Valorização dos Profissionais da Educação.
No Brasil o ministério que centraliza boa parte das receitas e dos recursos
destinados á política educacional e realiza a redistribuição desses recursos através
de transferências é o MEC, que por sua vez dispõe de diversos órgãos internos para
uma melhor condução das atividades. Após o arrecadamento das receitas elas são
reunidas no FNDE, este corresponde a uma autarquia responsável por aplicar
recursos nos Estados, no Distrito Federal, nos municípios e em organizações não
governamentais para atendimento às escolas públicas de educação básica, além de
financiar diversos programas como Alimentação Escolar, Programa de Livro
Didático, Programa Alfabetizado.
4 Estudo de Caso
Patos é um município brasileiro do estado da Paraíba, situa-se na
mesorregião do Sertão Paraibano. Distante 307 km de João Pessoa, sua sede
localiza-se no centro do estado, interligando-o com toda a Paraíba e viabilizando o
acesso aos Estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Patos é a 3ª
cidade-pólo do estado da Paraíba, considerando sua importância socioeconômica.
A cidade em estudo conta com uma população de 100.674 habitantes (censo
2010), PIB: R$ 542.837,96 (2008) e Renda Média (R$): R$ 163,21 (2000).
Baseado no site Todos pela Educação foram obtidas informações: da
população total 24,1% encontra-se estudando em idade escolar (4-17). Dessa
população em idade escolar 15,0% dos que cursam a 4ª e 5ª ano do ensino
fundamental encontram-se com aprendizado adequado na língua portuguesa, e na
matemática 13,2%, já entre os que cursam o 8ª e 9ª ano do ensino fundamental
10,4% encontram-se com aprendizado adequado na língua portuguesa, e 3,3% em
matemática.
A cidade conta com o Programa Mais Educação, criado pela Portaria
Interministerial nº 17/2007, na qual aumenta a oferta educativa nas escolas públicas
por meio de atividades optativas que foram agrupadas em macrocampos como
acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos,
cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde, educomunicação,
educação científica e educação econômica.
No Brasil as atividades tiveram início em 2008, com a participação de 1.380
escolas, em 55 municípios, nos 27 estados para beneficiar 386 mil estudantes. Em
2009, houve a ampliação para 5 mil escolas, 126 municípios, de todos os estados e
no Distrito Federal com o atendimento previsto a 1,5 milhão de estudantes, inscritos
pelas redes de ensino, por meio de formulário eletrônico de captação de dados
gerados pelo Sistema Integrado de Planejamento, Orçamento e Finanças do
Ministério da Educação (SIMEC).
Para o desenvolvimento de cada atividade, o governo federal repassa
recursos para ressarcimento de monitores, materiais de consumo e de apoio
segundo as atividades. As escolas beneficiárias também recebem conjuntos de
instrumentos musicais e rádio escolar, dentre outros; e referência de valores para
equipamentos e materiais que podem ser adquiridos pela própria escola com os
recursos repassados.
Na cidade de Patos o programa entrou em vigor em março de 2011, através
da iniciativa da Secretaria da Educação que solicitou ao governo federal a
implantação desse programa.
As verbas para o funcionamento do programa são enviadas do governo
federal juntamente com MEC (Ministério da Educação), e este último junto ao FNDE
(Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação) são os dois principais órgãos
fiscalizadores.
O “Mais Educação” abrange 36 escolas município de Patos, na qual duas são
da zona rural, neste mesmo ano 4000 mil crianças foram atendidas com previsão de
5000 mil crianças em 2012. Em cada escola o número de alunos a ser atendido são
de 100 a 500, em Patos são atendidos em média 150 alunos, mas por falta de
infraestrutura ainda não foi atingido sua meta de 500 alunos.
O programa trabalha em parcerias com: igrejas católicas e evangélicas,
ONG’s e universidades, que delas são selecionados os chamados “oficineiros”,
responsáveis por coordenar as várias oficinas oferecidas, como pintura em tela,
música, informática, dança, português, matemática, entre várias outras. Em cada
escola existem 06 (seis) oficinas, sendo que varia os tipos de oficina de uma escola
para outra.
De acordo com a coordenadora do programa, uma das principais metas é
tornar o ensino escolar integral, uma proposta antiga, que tem como o propósito de
retirar as crianças da rua, do trabalho infantil, do abando, da ociosidade, além disso,
esse programa objetiva tornar-se uma política pública, mas ainda está em fase de
experimentação.
5 Conclusão
Baseado nos índices estatísticos percebeu-se que a educação no Brasil
encontra-se em processo de desenvolvimento, recebendo cada vez mais atenção
dos órgãos públicos, através de políticas públicas mais efetivas e programas como o
“Mais Educação”.
A proposta desse programa visa melhorar o ensino fundamental público, onde
a partir do estudo de caso realizado na cidade de Patos/PB, nota-se que a educação
cidade teve grandes progressos após a implantação desse programa, como a
disposição de oficinas com atividades extracurriculares, proporcionando às crianças
acesso as atividades que vão além do ensino comum, que provavelmente não
teriam se não fosse a ação desse programa.
E por fim, apesar dos progressos, muita coisa precisa ser melhorada, como a
infraestrutura e a capacitação dos profissionais em geral, para poder atender a
demanda que ainda é grande em relação a oferta de atividades disponibilizadas.
Referências
A importância da Educação no Brasil
http://www.parana-online.com.br/colunistas/201/73275/
Educação no Brasil
http://www.brasilescola.com/educacao/educacao-no-brasil.htm
http://www.todospelaeducacao.org.br/
http://www1.folha.uol.com.br/saber/882676-brasil-fica-no-88-lugar-em-ranking-de-
educacao-da-unesco.shtml
http://portalideb.inep.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=45&Itemid=5
http://portal.mec.gov.br/index.php?
Itemid=86&id=12372&option=com_content&view=article