Adufe - Finaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaal

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 Índice Introdução 1 Artesanato 3 Ad uf e4 Artesão 5 Adu fe de Idanha-a-Nova e artesão J os é Relvas 5 Construção de um adufe 8 Conclusão ………………………………………………………………………………………………………………………………………… 9 Bibliografia …… ……………………………………………………………………………………………………………………………… 10 Anexos …………………………………………………………………………………………………………………………………………… 11 1. Introdução

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ÍndiceIntrodução 1

Artesanato 3

Adufe 4

Artesão 5

Adufe de Idanha-a-Nova e artesão José Relvas 5

Construção de um adufe 8

Conclusão ………………………………………………………………………………………………………………………………………… 9

Bibliografia …………………………………………………………………………………………………………………………………… 10

Anexos …………………………………………………………………………………………………………………………………………… 11

1. Introdução

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Andreia Filipa Martins e SilvaIgor José Moreira GameiroSónia Raquel Amaral Raposo

Este trabalho, está integrado na unidade curricular de Actividades Tecnológicas (AT),

leccionado pela Professora Doutora Paula Peres na Licenciatura de Animação Cultural da Escola

Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB).

O presente trabalho, foi-nos proposto pela docente e consiste num projecto de

investigação e acção do tema geral escolhido, abordando a história do artesanato, o adufe e avida de um artesão em questão, o Sr. José Relvas, residente em Idanha-a-Nova, explorando assim

uma profissão que com o passar dos anos tem vindo a ser esquecida. É o único na Beira Baixa que

ainda a faz adufes à maneira antiga, seguindo assim a tradição da construção desta peça em

questão, o adufe.

Com o seguinte trabalho, exploramos um pouco o mundo do artesanato e a vida deste

artesão.

1.Artesanato

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O Adufe

2.1. Breve Historia do Artesanato

O artesanato surge na Pré-História, no período neolítico (6. 000 a.C.), quando o

homem aprende a polir a pedra, a fabricar cerâmica, descobre também a técnica da

tecelagem das fibras animais e vegetais e começa já nesta época a fazer cestos,

ferramentas, vasos de cerâmica, roupas, esculturas e outros objectos, usando as mãos como

ferramenta e os recursos da natureza como matéria-prima.

Mais tarde na Idade Média, o artesanato concentra-se em pequenos espaços conhecidos

como oficinas, onde o artesão assume o papel de mestre, e ensina o seu “ofício” aos seus

aprendizes, estes trocam o conhecimento do mestre por comida e vestes.

Com o decorrer dos anos (e séculos), o artesanato começa a ser desvalorizado, devido

à mecanização que aparece no séc. XVIII com a Revolução Industrial.

Actualmente o artesanato é comparado ou igualado ao design, com a abertura de cada

vez mais lojas do chamado “artesanato chique”, este tem vindo a ganhar um novo rumo,

como o autor inglês David Pye coloca, “…o artesanato de classe média é hoje uma reacçãoao mundo estandardizado da produção industrial.”, criando assim a confusão sobre o que é o

artesanato.

O artesanato acaba sempre por ser um conjunto de trabalhos manuais, que requer

destreza e habilidade artística. Muitas das peças são funcionais ou decorativas, simboliza a

cultura e o folclore de um povo. Podendo ser considerado, qualquer trabalho manual,

artesanato.

2.2. Artesanato em Portugal

No mundo existem vários tipos de artesanato, com grandes diferenças entre eles, por

exemplo, no artesanato africano é utilizada mais a madeira e os metais escuros, como o

bronze. Já no artesanato árabe, utiliza-se os metais com muito brilho, como o ouro, a prata

e o alumínio, além do vidro.

Já em Portugal, mesmo sendo um país pequeno possui uma riqueza infindável em

artesanato, todo ele bastante diversificado e rico. De região para região, os artesãos dão

uma nova característica aos materiais, exemplos disso são os metais, o vidro, a cerâmica, os

tecidos, azulejos, entre outros.

Por exemplo no norte do país, o artesanato é bastante divulgado, sendo também a

zona do país que possui o maior número de artesãos, mas todo o país contribui para oartesanato português.

Em Trás-os-Montes, existe uma cerâmica muito escura com um brilho muito

característico, em Barcelos, têm o tradicional “Galo de Barcelos” bastante colorido, nas

Caldas da Rainha a loiça artística maioritariamente cerâmica, no Minho são feitos os

Filigranas, brincos típicos, na região de Arraiolos e Portalegre a tapeçaria e a tecelagem

mais importante do país, Alentejo a olaria, em Castelo Branco as colchas, nas ilhas a

tecelagem.

Poderíamos ficar a falar mais de cada região, mas o que realmente é importante em

todas as regiões, é que através de todos estes artefactos que fazem parte de cada cultura

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regional, existe um artesão que colocou um pouco de si no seu trabalho e encheu os nossos

olhos com a beleza e criatividade.

2.Adufe

2.1 Caracterização do Instrumento

Instrumento de percussão, o adufe possui uma membrana dupla (membrafone) de couro

bastante fina, no seu interior são colocadas pequenas sementes ou guizos, com o fim de

enriquecer a sonoridade. Com formato quadrangular, feito de madeira leve, mede

aproximadamente 45 centímetros nos caixilhos dos lados.

Segurado pelos polegares de ambas as mãos e pelo indicador da mão direita, é tocado por

todos os outros dedos livres.

É tradicional de Monsanto e da Beira Baixa, tem o nome de pandeiro na região de Trás-os-

Montes e também é utilizado no Brasil, possuindo outro nome, certamente por influênciaportuguesa.

3.2. Trajectória Histórica do Adufe 

Teve como origem a civilização da Mesopotâmia, passou pelo Egipto, Roma e o mundo pré-

islâmico. Mas foi entre os séculos VIII e XII, que os árabes introduziram o adufe na península

Ibérica, concentrou-se essencialmente no interior de Portugal, mas era usado em todo o país,

desde Trás-os-Montes até ao Alentejo em zonas pastoris.

Como já foi referido, o adufe encontra-se essencialmente concentrado no distrito de

Castelo Branco, onde nos dias de hoje ainda é tocado nas romarias e actividades religiosas, emmaior destaque a romaria da Senhora do Almortão, momento raro e digno de atenção onde o

adufe mantém a sua importância como instrumento arcaico na história da música popular

portuguesa.

É tradicionalmente tocado por mulheres, acompanhando o canto sobretudo nas festas e

romarias. Nesta tradição oral, especialmente nos versos de algumas canções acompanhadas pelo

adufe, este é referenciado (a madeira do instrumento) como “pau de laranjeira”, esta alusão

simbólica, é feita pela ligação entre a flor de laranjeira e o matrimónio, como reforço de outra

particularidade, na construção do instrumento é utilizada uma pele do animal macho e outra do

animal fêmea.

É por causa desta alusão, que as tocadoras de adufe, acentuam assim as particularidades

deste instrumento, juntando o carácter simbólico, à harmonia que surge do instrumento.

Também a sua forma quadrada, é relacionada ao "bendir" árabe ou ao "bodrum" seu

congénere céltico.

1.Artesão

1.1 O artesão e o seu trabalho 

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O Adufe

É através de um ofício manual, que o artesão exerce a sua arte. Transforma

matéria-prima num produto acabado, sendo este responsável pela selecção da

matéria-prima a ser utilizada e pela concepção da peça ou produto final.

O seu trabalho, é muitas vezes individual, e é através dele que este sobrevive

em muitas regiões, normalmente em áreas distantes dos grandes centros urbanos.

Ultimamente voltou a ser um trabalho bastante apreciado, sendo trazido devolta pelas grandes feiras artesanais, que voltaram com grande sucesso para os

consumidores, também muitas vezes “exploradas” pelas feiras medievais,

adequando-se bastante ao tema e época, as feiras típicas das regiões e festas de

concelhos e freguesias.

2.Adufe de Idanha-a-Nova e o artesão José Relvas

4.1 Procedimento da Entrevista

Devido à dedicação, entusiasmo e dinâmica, José Relvas, é considerado um dos

raros e talvez dos últimos profundos conhecedores e construtores de adufes, em

Idanha-a-Nova e no Pais, convenientemente, como já foi referido anteriormente,

este foi o artesão escolhido para a elaboração deste trabalho.

Inicialmente fizemos uma pesquisa sobre a peça, o adufe, e só depois nos

dirigimos ao artesão, podendo constatar posteriormente que o Sr. Relvas é mesmo

um dos últimos sabedores desta arte ancestral.

Iniciamos esta pesquisa no campo com uma entrevista, com tudo incluído, uma

demonstração de todo o material e a própria construção da peça em questão.4.2 Entrevista ao artesão

Esta entrevista foi feita em Idanha-a-Nova, na oficina do Sr. José Relvas, onde

fomos bastante bem recebidos e convidados a voltar novamente.

1. Há quanto tempo faz adufes? 

Isto é assim o meu pai já fazia isto, eu depois ainda andei aqui a trabalhar (…) ,na

área de telecomunicações (…) uns 30 e tal anos e depois disse, vou começar nesta área e

ver o que é que vai dar… porque antigamente ninguém passava cartucho ao adufe, era

no tempo em que as pessoas andavam de barriga vazia mas havia alegria, só que agora

já ninguém passa cartucho a isto outra vez, de maneiras que era novinho quando

comecei a fazer isto mas mais seriamente à uns 36 ou 37 anos.

2. Então aprendeu com o seu pai? 

Sim

3. Mais alguém na sua família fazia artesanato ou adufes? 

Epá, tenho neste momento, uns primos meus mas pouco, muito pouco… já não é

aquela coisa como era antigamente, epá isto é umas memórias que desaparecem da face

da terra, também genuinamente, imitações há muitas.

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4. Tem Filhos?  

Tenho um filho e uma filha.

5. E nunca pensou em ensinar a sua arte? 

Isto mal dá para mim, como ia dar para eles?

6. E a madeira, compra ou trabalha-a o senhor? Eu compro os barrotes e depois vou desfiando, tenho uma máquina… isto é

pinho de Flandres, é uma madeira levezinha.

7. Tem carta de artesão?  

Não, eu sou contra os papeis…

8. Só faz os adufes?  

Faço coisas em cortiça e madeira, só que isto ninguém passa cartucho, e como

ninguém passa cartucho eu desisti.

9. E quanto à pele, é o senhor que a trata ou compra? 

A pele eu comprei, hoje uma pessoa tem que recorrer às fábricas, hoje já

ninguém me pode matar ai uma ovelha ou o borrego, então recorro as fábricas.

10. Mas já vem tratada? 

É metade, metade.

11. O senhor vende muitos exemplares? 

Já se vendeu mais, agora chapéu. Agora vou fazendo para museus e

exposições.

12. Qual é o Custo?  

Os grandes normalmente 50 euros, e depois também tenho esses ai de 60centímetros, são adufes especiais.

13. Também faz dos adufes triangulares? 

Faço, comecei aí há 3 anos. Os quadrados mantêm-se mas já tem muitos

triangulares a nível nacional.

14. Esse não é considerado o tradicional? 

Aqui desta zona não, mas também não sei qual é o mais velho, se é este se é o

quadrangular, eu não minha perspectiva, acho que é esse o mais velho

(Triangular). Eu já há muitos anos que conheço uma doutora, musicóloga do

Canadá, ás vezes vem ai a visitar me e tal, ela fez um estudo da origem destes

instrumentos e no médio oriente aparecem lá, é tipo pirâmide estás a ver? Eu

acho que a natureza não fez nada ao quadrado, isso e a minha percepção, agora o

homem se calhar… era esse e depois como não havia aquele perfeccionismo, e

tudo ao pormenor os gajos quatro tabuinhas e..... este aqui é só cozer-se a pele e

mete se lá umas caricas para dentro, é que não era a origem disto nem era as

caricas, isso já vem da era do ferro, só que se eu vou aqui a meter guizos ninguém

compra aquilo.. Tem de ser as caricas e tal... como se há dois mil anos houvessem

caricas. Os guizinhos é isto assim olha… Isto é o principio da destruição das artes,

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O Adufe

estás a perceber, começa-se a alterar os planos depois esta tudo mudado. E para

mim é muito mais fácil de tocar do que o quadrangular. É mais simples.

15. E já fez algum em especial? 

O último que vendi, foi para a Dulce Pontes, era de 50cm o quadrado, foi o

percussionista dela que é espanhol, é de Barcelona, fez-me uma encomenda, e

tenho vendido para o Conservatório Musical de Grizio, esses gajos também queremadufes com outras dimensões. O adufe toca-se com as mãos, não se toca com

baquetas. Então vamos aqui a começar a iniciar o trabalhinho não é?

16. A pele que utiliza? 

É pele de cabra. Infelizmente tem de vir do Brasil para aqui, estou a dizer, dou a

minha palavra de honra. Só dá com a de cabra e de ovelha. A maior parte das

peles que nós temos fica tudo completamente deformado, a maior parte já não

consegue manter uma pele direitinha.

17.  Já alguma vez pensou em fazer outra coisa da vida? 

Olha se não abandona-se lá as telecomunicações, se calhar estava melhor do que

hoje. A vida também é um sacrifício, olha, temos de nos ir sacrificando.

18. Como faz para divulgar o seu trabalho? 

Faço exposições, feiras, estive na FiL há três anos. E depois tenho umas casas que

vou fornecendo o meu material.

19. Houve mais alguém conhecido a quem tenha vendido adufes? 

Epá já vendi a grandes Mestres da música popular portuguesa. Vendi há tempos ao

Grupo Trio Odemira. E o brasileiro, o pequenino, tem um triangular.

20. O que gasta nos materiais, compensa com a venda? 

Se ganhar ai, 12.50€ é o máximo, porque cada pele já custa 12€, mais IVA, depois

tenho que me deslocar para ir buscá-las, e o gajo desconfia, que ate a fábrica vai

“berrar”, tenho que ir ali perto de Viseu buscá-las, não é brincadeira nenhuma.

21. Os mais pequenos (encontravam-se dentro de um caixote) são porta-chaves? 

Não, isso é para por na batina... eu já mostro. É o símbolo daqui da nossa região,

os rapazes da Tuna, os grandes, sou eu que os vendo mas agora já não compram,

porque a Câmara oferece.

22. E o preço destes? 

Os mais pequenos são 2.50 euros. Vendem-se alguns.

Durante toda a entrevista, o Sr. Relvas deu-nos o gosto de assistir à construção de

um adufe, por inteiro, incluindo a colocação das decorações. Tivemos também o prazer

de desfrutar de uma vista privilegiada, pois a oficina do Sr. José Relvas encontra-se num

local fantástico, confessou-nos que não existe melhor sítio para trabalhar e que os

quatro canais da televisão nacional, já lá estiveram e adoraram a paisagem.

Na fase final de montagem o artesão confessou-nos a sua insatisfação quanto ao

futuro do adufe, dizendo mesmo, “O problema é aprender, não custa nada, vocês

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também andam na escola aprender.” Finalizando assim a nossa “visita” e convidando

para uma nova.

1.Construção de um adufeCom este trabalho conseguimos aprender passo a passo, da construção de um

adufe tradicional da zona de Idanha-a-Nova, estruturado pelo Sr. José Relvas.

Inicialmente a compra de material é um passo já redito e simples para o Sr. Relvas, as

peles são sempre de ovelha ou de cabra.

Antes da aplicação são colocadas de molho na água durante vinte e quatro horas e

só depois de verificada a sua condição levam uma matéria química para eliminação do

pelo. Embora o Sr. José não faça mais este processo, visto comprar as peles já tratadas.

Seguidamente, ficam mais dois dias em água misturada com sulfureto de cobre e cal

branca, para que a raiz dos pelos saia facilmente e o cheiro seja eliminado.Na fase seguinte, as peles, ainda molhadas, são aplicadas na armação de madeira e

seguidamente cosidas a toda a volta numa moldura quadrada de tábuas de pinho

previamente cortadas nas diferentes medidas.

Nas mãos do Sr. José, trata-se já de um processo mecanizado, a rapidez com que

constrói um adufe inteiro, é algo de fantástico.

Mais tarde são colocadas as maravalhas, os laços de ornamentação que são

vulgarmente de sarja ou flanela. São cortados de acordo com a dimensão do adufe e

colocados nos quatro cantos. Já o artesão José Relvas diz ser indiferente ás cores ou

tecidos utilizados, mas segue o gosto do comprador, no que diz conta ao “tradicional”.

Os adufes variam entre os 35 e os 50 cm.

No interior, antigamente, colocava-se areia, grãos de trigo ou guizos. Mais tarde,

passaram a ser usadas caricas espalmadas. O que deixa o Sr. Relvas imensamente triste

com este fim da tradição, pois como ele nos disse, as caricas não existiam antigamente,

e em termos de sonoridade é bastante diferente.

2.ConclusãoCom a aplicação deste trabalho pudemos concluir que, são poucos os que preservam ainda

a arte da construção manual de adufes, mesmo não existindo outra. E é neste momento que nos

apercebemos que muitos cidadãos nacionais, pouco ou nada sentem de interesse pela história,

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O Adufe

cultura ou tradição. Mas pensamos que no âmbito da educação, pela arte que se poderia vir a

despertar a sensibilidade para a formação de músicos, musicólogos e públicos.

Seriam também, seguramente interessantes que em diversas escolas, os professores

desenvolvessem variadíssimas actividades, no âmbito da construção e da formação de grupos de

percussão, empregando neste momento, o papel do animador como um impulsionador de maior

diversidade em termos de actividades, e as experiências e elo de ligação com novosconhecimentos em novas áreas e espaços.

5.Bibliografia

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• PYE, David. The nature and “art of craftmanship”. Cambridge, Studio Vista/Van Nostrand

Reinhold paperback.

 

Anexos

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O Adufe

Imagem 1 - Sr. José Relvas, colocando as primeiras tabuinhas.

Imagem 2 –Peles utilizadas na confecção do adufe (pele de ovelha)

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Imagem 3- Adufe triangular

Imagem 4 – Estrutura de madeira do adufe completa

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O Adufe

Imagem 5- Colocação das peles na estrutura de madeira

Imagem 6 – Corte das peles

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