Adultícia
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Adultícia
A adultícia é um processo pelo qual o indivíduo terá de passar para se tornar adulto,
envolvendo assim, a escolha de uma profissão, a escolha de um(a) parceiro(a), a integração de
uma personalidade nas estruturas socioculturais e as respetivas dinâmicas da sociedade em que
este atua. Este status manifesta-se pela maturidade e consolidação das estruturas da
personalidade, do desenvolvimento da identidade e por um sentimento de autorrealização, quer a
nível profissional, quer a nível relacional.
Para Coleman e seus colaboradores (1974), a sociedade espera do adulto uma
aprendizagem eficiente, a correta escolha ocupacional e preparação, a um elevado nível de
funcionamento cognitivo, uma autonomia crescente e ainda uma forte vinculação com o grupo de
pares.
Pukinas (1979) define três fases de maturidade: jovem-adulto (dos 18 aos 30 anos), adulto
(dos 30 aos 42 anos) e meia-idade (dos 42 aos 60 anos). Perante esta classificação surge a
necessidade de definir o que caracteriza um adulto maduro. Um adulto maduro não tem idade
definida, sendo identificado através da identidade social, da total integração da sua personalidade
e das suas capacidades e perícias que desenvolve para fazer face ao presente e ao futuro.
Um indivíduo adulto é uma pessoa cronologicamente adequada ao nível fisiológico, sexual,
cognitivo e com desenvolvimento do ego.
O padrão da sociedade adulta pode não ser atrativo para o indivíduo, antes ou depois dos
20 anos, devido ao desejo do estilo de vida, fixado pelos pares adolescentes (embora
cronologicamente já tenha alcançado a idade da maturidade). Grande parte dos jovens adultos
continua a realizar atividades tipicamente adolescentes. Alguns adolescentes opõem-se ao que é
convencional na sociedade adulta, demonstrando um desprezo pela autoridade que é manifestada
pela crítica aos que dirigem os assuntos sociais e culturais. Estes comportamentos devem-se à
necessidade de autoconfiança por parte dos pós adolescentes, que experienciam ansiedade
quando agem pelo seu próprio julgamento.
É importante referir que o crescimento da personalidade continua através da primeira fase
da idade adulta e, em alguns aspetos, vai até aos anos da velhice.
O desejo de ser amado e de amar encontra satisfação completa no casamento, embora o
jovem adulto tenha de ser suficientemente maduro para assumir as responsabilidades conjugais e
paternais. Este sentimento é fruto da vontade dos jovens casais terem o mesmo padrão de vida
que os pais conseguiram ao fim de 20 ou 30 anos de trabalho.
O desejo de casar, de estabelecer a sua residência e de construir família é característico da
idade adulta. Atualmente, a decisão de um indivíduo se tornar pai é cada vez mais adiada, uma vez
que os casais têm filhos cada vez mais tarde, porque as mudanças na sociedade têm alterado essa
experiência de forma radical. A utilização de contracetivos (baratos e eficazes), a necessidade de
uma segurança económica para receber os filhos e a emergência das carreiras profissionais das
mulheres promove o atraso do primeiro nascimento.
Para o casal, a gravidez é considerada um momento de grande stresse e de crescimento
pessoal, sendo que esta perturbação emocional tanto poderá estabilizar como abalar um
casamento.
O papel conjugal envolve a aceitação da paternidade, mas a vida familiar acarreta uma
aprendizagem fundamental, principalmente depois da chegada dos filhos. A chegada de um filho
torna mais difícil a gestão da harmonia conjugal, pelo que o adulto deverá estar minimamente
preparado em termos de maturidade e compreensão, perante as diferenças interpessoais no seio
do matrimónio.
É durante a adultícia que se forma a identidade profissional, visto que, é nesta fase que se
dá a escolha de uma profissão e o trajeto profissional tem início. O trabalho irá ocupar uma
considerável porção da vida do adulto e a sua influência abarca quase todos os aspetos da mesma,
nomeadamente o conceito de EU, pois a maior parte das pessoas definem-se a si mesmas segundo
o trabalho que desempenham. Muitas vezes, a designação da profissão acompanha o individuo
com se fosse um complemento do seu nome.
A cultura, a classe social e o sexo de pertença possuem efeitos de grande alcance nesta
parte vital da existência do indivíduo e influenciam o trabalho que realiza, onde e quando o faz. O
trabalho, por sua vez, influencia a personalidade, as atitudes, a vida familiar e as relações sociais
do indivíduo.
A escolha de uma profissão depende de três fatores básicos: a personalidade; os interesses
e os valores que podem determinar a carreira e o trabalho de um indivíduo. Segundo Hollands
(1985) as diferenças na personalidade são cruciais na escolha de uma profissão e quando a
ocupação e a personalidade se encaixam, a pessoa sente-se satisfeita, segue com o seu trabalho e
ascende na carreira. Em suma, sente-se realizada.