Adventist World (Fevereiro 2009)

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Revista Adventist World Revista mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia

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Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Fe vere iro 2009

A R T I G O E S P E C I A L

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Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Esperança Grandes CidadesPara as

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Veja página 22

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Fe vere iro de 2009

A I G R E J A E M A Ç Ã O

Editorial ....................... 3

Notícias do Mundo 3 Notícias & Fotos

Visão Mundial 8 Cinco Razões pelas quais

Descanso Bem à Noite

Janela10 Gibraltar por Dentro

S A Ú D E

Como Tratar a Degeneração Macular ...................... 11Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Adorar a Deus Levantando as Mãos .. 26Por Angel Manuel Rodríguez

E S T U D O B Í B L I C O

Direção de Deus ......... 27Por Mark A. Finley

I N T E R C Â M B I O M U N D I A L

29 Cartas30 Intercâmbio de Ideias31 O Lugar de Oração

O Lugar das Pessoas ... 32

Capa: UMA PROVA: Daniel Lisulo crê que uma intervenção miraculosa o livrou de ser expulso da universidade após se recusar a assistir a aulas aos sábados.

A R T I G O D E C A P A

“Escolhi o Sábado” Por Andrew McChesney .............................................................. 16Para alguns, lealdade à lei de Deus significa correr o risco de desagradar a sociedade.

D E V O C I O N A L

O Povo Mais Feliz da Terra Por Leo Van Dolson ............... 12Os cristãos desfrutam bênçãos que duram mais do que uma vida inteira.

V I D A A D V E N T I S T A

Conquistando Corações Por Homer Trecartin .................. 14Como influenciamos nossa família, amigos e colegas de trabalho?

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Poder Capaz de Transformar a Sociedade Por Ivan Warden ......................................................................... 20Se você nasceu de novo, já tem um dom e pode usá-lo na edificação do reino de Deus.

A R T I G O E S P E C I A L

Esperança Para as Grandes Cidades: Johanesburgo, África do Sul ............................................. 22

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Permita que a Mente de Cristo Dirija a Sua Por Ellen G. White ...................................................................... 25O ministério terrestre de Jesus mudou a visão de serviço pelos outros.

A N D R E W M c C H E S N E Y

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 5, nº 2, fevereiro de 2009.

Tradução: Sonete Magalhães Costa

www.portuguese.adventistworld.org

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Em novembro de 2008, criminosos quebraram janelas, escreveram ameaças nas paredes e destruíram a propriedade particular de cinco igrejas adventistas do sétimo dia na Sérvia. Os líderes da Igreja na região se viram obrigados a pedir ajuda à comunidade internacional.

De acordo com uma declaração feita por líderes da Igreja na região sudeste da Europa, os últimos atos de vanda-lismo aconteceram depois de um ano, quando aumentou a violência contra os adventistas da Sérvia.

O presidente da Igreja Adventista no sudeste da Europa, Miofrag Zivanoviz, disse no apelo: “Informamos às auto-

N O T Í C I A S D O M U N D O

ridades o que tem acontecido. Como os incidentes continuam a se repetir, chegamos à conclusão de que as medi-das tomadas não são eficazes, não estão proporcionando proteção e segurança aos membros da igreja.” Zenavonic disse que o governo sérvio não tomou medida nenhuma para proteger a Igreja Adventista contra o crime e a violência; e a polícia local não tentou capturar nem punir os criminosos.

“Por muitos anos, a Sérvia passou por momentos difíceis. Alguns extre-mistas acreditam que os criminosos precisam de um bode expiatório e o encontraram nas minorias religiosas,”

Definições Vivas

Um dos desafios enfrentados por todo recém converso é aprender o

vocabulário da fé. Todas as comunidades cristãs usam palavras especiais para destacar ideias e mesmo instituições que consideram importantes e até vitais. Se você já ficou confuso com o significado da palavra “justificação” ou questionou o que “pena inspirada” pode significar, você não está sozinho. Todos os anos, milhares de novos adventistas aprendem a linguagem desta fé ouvindo-nos, reunindo nuan-ces de significado que formam alguns tipos de definições.

Algumas ideias, porém, não são totalmente compreendi-das até que sejam vividas. Passamos a conhecer algumas ver-dades bíblicas vitais ao vê-las, na prática, na vida de cristãos que nos mostram, com suas ações, que as palavras sozinhas não convencem.

Diga a palavra “graça” numa classe de escola sabatina e uma dúzia de vozes responderão em coro a clássica definição: “favor imerecido”. Diga, porém, em meu ouvido a palavra “graça” e responderei a clássica ideia bíblica que se torna viva quando um irmão na fé me trata com tanto carinho e que não fiz nada para merecer. A princípio, isso me confundia. Lentamente, porém, concluí, por meio dessa definição viva,

que é assim que a Palavra também a descreve. Sua bondade para comigo, com certeza, assemelha-se ao que Deus tem feito pelo homem, em Cristo. Agora, regozijo-me ainda mais na graça de Deus e na de meus irmãos.

Não há um modo melhor de aprender a verdade do que pelas ações de irmãos cristãos. Na verdade, foi assim que Deus planejou. Nunca foi o plano do Espírito que aprendêssemos sobre a graça, misericórdia ou sobre o perdão em dicionários teológicos. Aqueles a quem Jesus chama de “bem-aventu-rados” no Sermão da Montanha são assim chamados por ser aqueles aos quais algum cristão um dia perdoou, por quem algum cristão demonstrou misericórdia. Tornaram-se pacificadores porque algum fiel, um dia, fez as pazes com eles, assim como a Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós para mostrar-nos como é Deus (Jo 1:14). As ideias da Palavra escrita devem se tornar carne antes de verdadeiramente tornar-se vida em nós.

Neste mês, torne-se uma definição viva das verdades que você leva no coração.

Posso garantir que alguém estará observando, ouvindo e aprendendo.

— Bill Knott

E D I T O R I A L

PICHAÇÃO E AMEAÇAS: Ameaças foram pichadas na Igreja Adventista de Sivac em setembro de 2008. Os líderes da igreja dizem que autoridades pouco fizeram para dissuadir os vândalos.

Adventistas Sérvios Pedem Ajuda Internacional

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N O T Í C I A S D O M U N D O

disse John Graz, diretor de Liberdade Re-ligiosa para a Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia. “Estamos es-perando que o governo sérvio tome uma atitude em relação às agressões e que demonstre ao mundo inteiro sua posição em relação à liberdade religiosa.”

Cópias da declaração apelando às autoridades foram enviadas ao governo sérvio, à Organização de Segurança e Cooperação Europeia, às Embaixadas dos Estados Unidos, Alemanha e Aus-trália, ao Centro de Desenvolvimento da Sociedade Civil e à Sede Mundial da Igreja Adventista.

De acordo com a declaração, o van-dalismo começou em janeiro de 2008, quando igrejas nas cidades de Sivac, Kula e Kraqujevac tiveram suas paredes pichadas com ameaças. Em outubro, as janelas da Igreja Adventista de Kraqujevac foram quebradas e, em novembro, saquearam a sede da igreja de Belgrado. Os vândalos de Belgrado foram filmados por câmeras de segu-rança enquanto destruíam carros no estacionamento. Nenhuma prisão tinha sido feita até o momento em que a declaração foi divulgada.

—Reportagem de Megan Brauner/Rede Adventista de Notícias

São Paulo passa Carta de Liberdade Religiosa

Líderes da Igreja Adventista do Sé-timo Dia e proponentes da Liberdade ■

Religiosa no Brasil dizem que a passa-gem da Carta de Liberdade Religiosa ajuda a galvanizar a liberdade de crença já estabelecida pela constituição do país e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Criada para chamar a atenção para a defesa legal da liberdade civil e dos direitos humanos em São Paulo, o documento foi divulgado em 10 de novembro pela Associação Brasileira de Liberdade Religiosa e Cidadania (ABLIRC) – parceira da Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA).

São Paulo, com quase 18 milhões de habitantes, é a maior e uma das mais importantes cidades brasileiras, disse John Graz, secretário geral da IRLA. Graz disse também que os proponentes da Liberdade Religiosa esperam que outras cidades sigam o exemplo, acei-tando a Carta.

“Os brasileiros são privilegiados porque vivem em liberdade,” disse Graz aos participantes do lançamento da Carta. “Associado a esse privilégio,” con-tinuou ele, “vem a responsabilidade de manter assuntos de liberdade religiosa na vanguarda internacional. Se uma nação esquece sua própria liberdade, facilmente pode perdê-la.”

Aldir Soriano, advogado especia-lizado em liberdade religiosa que, em 2006, começou a elaboração da Carta, disse que, pelo fato de alguns países

que perderam sua liberdade estarem dificultando questões de liberdade religiosa, as nações que mantêm forte proteção às suas crenças não devem abrandar seu apoio.

O Relatório Mundial de Liberdade Religiosa, que classifica os vários tipos de liberdade desfrutada por todas as comunidades religiosas desse país de maioria católica, lista o Brasil na ca-tegoria 1. A nação tem atualmente 1,4 milhões de Adventistas do Sétimo Dia.

—Rede Adventista de Notícias

Igreja ganha novo prédio e identidade na Ucrânia.

Um novo templo da Igreja Adventista do Sétimo Dia na capital da Ucrânia tem servido para mais do que apenas um lugar de adoração. Depois de décadas lutando contra a limita-ção da liberdade religiosa, adventistas dizem que a inauguração da Igreja Adventista de Podol em Kiev, marca seu lugar no país que é, em sua maio-ria, ortodoxo.

Líderes da Igreja dizem que, por vários anos, oficiais do governo não permitiam que os adventistas construís-sem uma estrutura permanente dentro dos limites da cidade, mas a proposta de uma igreja que se misturasse com a área, inclusive com arquitetura similar à de outras igrejas, foi finalmente permitida em 2006.

“Fiquei imensamente impressio-nado, tanto com o prédio como com o espírito de celebração da igreja”, disse Jan Paulsen, presidente da Associacão Geral, após sua visita. Enquanto estava nesse país do leste europeu, Paulsen encontrou-se com o vice-primeiro-ministro da nação, Ivan V. Vasiunyk, e também com Yuriy Bogutsyi, assessor do presidente.

“Os oficiais do governo, bem como o primeiro-ministro estão conscientes do trabalho adventista na região,” disse Paulsen. Nos últimos cinco anos, o nú-mero de alunos da faculdade adventista

F O T O : P A U L O H E N R I Q U E D E M A U Á / A N N

CARTA DE LIBERDADE RELIGIOSA: Aldir Soriano é entrevistado pelo Centro de Mídia na região central do Brasil. Soriano, que elaborou a Carta de Liberdade Religiosa em novem-bro de 2008, disse que tais esforços são vitais para o enriquecimento da liberdade de crença no país.

A Igreja em Ação

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cresceu consideravelmente, sendo hoje dois mil alunos.

Paulsen disse estar entusiasmado com o envolvimento dos jovens da congregação de Podol. “Eu, particu-larmente, notei que muitas crianças, jovens e profissionais recém formados estão frequentando essa igreja,” disse o presidente, citando uma acentuada diferença entre outras igrejas ao redor do mundo já visitadas por ele.

Localizada no coração da cidade, en-tre o centro e o bairro governamental, a igreja é apenas uma das três propriedades adventistas na área. Como outras congre-gações da igreja alugam instalações para adoração, a congregação de Podol teve que alugar um prédio por 17 anos.

Com 26 igrejas adventistas em Kiev, a Ucrânia tem cerca de 60 mil membros, no país com aproximadamente 46 mi-lhões de habitantes.

—Ansel Oliver, Rede Adventista de Notícias, com reportagem adicional de Yury Kuzmenko.

A congregação adventista de Podol, na Ucrânia, recebeu permissão para construir um prédio para a igreja dentro dos limites da cidade, depois de mostrar aos administradores do município o projeto de uma igreja com a aparência similar à de outras casas de culto da região.

Y U R I Y K U Z M E N K O / A N N

A Igreja Adventista elegeu, em reuniões executivas recentes, três novos presi-dentes de divisão: (1) John Rathinaraj para a Divisão Sul-Asiática (SUD)*; (2) Bruno Vertallier para a Divisão Euro Africana (EUD)* e (3) Gilbert Wari para a Divisão Centro-Oeste Africana (WAD)*. A seguir, eis um esboço biográficos desses líderes da igreja, recém-eleitos:

John Rathinaraj – SUD* Eleito presidente da Divisão Sul-Asiáti-

ca durante as reuniões do Concílio Anual da igreja, realizado no dia 12 de outubro de 2008 em Manila, Filipinas, John Rathinaraj assume o cargo com larga experiência de liderança na região. Desde 2005, Rathi-naraj serviu como secretário na sede da Divisão em Hosur, próximo a Bangalore, responsável pela supervisão administrativa para seus mais de 1,4 milhões de membros em cerca de 3.500 igrejas na Índia, Nepal, Butão e Maldivas. De 1996 a 1997, Rathi-naraj serviu como presidente do Setor de Karnataka e, apenas um ano depois, foi eleito presidente do que era, na época, a União do Sul da Índia. Sob sua liderança, a comunidade adventista cresceu acima dos oitenta mil membros em mais de mil igre-jas. No ano 2000, esse crescimento resultou na divisão da União do Sul da Índia em três uniões distintas, incluindo a União do Sudeste da Índia, da qual Rathinaraj serviu como presidente até 2005. No Congresso Mundial da Associação Geral daquele ano, em St. Louis, Missouri, Estados Unidos, ele foi eleito secretário da SUD*.

Nascido em Kanyakumari, na região sul da Índia, Rathianaraj adquiriu experiência adicional sendo professor, por muitos anos. Após graduar-se como bacharel em filosofia e religião, em 1973, foi chamado pela Associa-ção Tamil Sul não apenas como pastor da igreja local, mas, também, como diretor de um pequeno colégio interno.

Por Sandra Blackmer

N O T Í C I A S D O M U N D O

RECÉM-ELEITO PRE-SIDENTE DA DIVISÃO SUL-ASIÁTICA: John Rathinaraj

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N O T Í C I A S D O M U N D O

Durante os sete anos que ali esteve, Rathinaraj estabele-ceu outras duas novas igrejas e mais uma escola. Desse pe-ríodo até ser eleito presidente da Associação Karnataka, em 1996, serviu em várias instituições de ensino e em funções administrativas da igreja. Durante esse período, completou o mestrado em História.

Do ponto de vista de Rathinaraj, a Igreja na sua região, em cinco anos a partir de agora, “vai ser uma comunidade muito mais forte. Estamos esperando mais profissionais, membros leigos dedicados e jovens talentosos para assumir a liderança”, disse à Adventist World.

“Minha prioridade para a igreja é vê-la cumprindo sua missão de levar o evangelho a todas as partes da Divisão Sul-Asiática... e também tornar-se economicamente forte”, acrescenta.

Gordon Christo, eleito para suceder Rathinaraj como secretário da Divisão, o define como alguém de “coração compassivo” e “sempre pronto para ajudar os outros”.

“Ele tem anos de experiência em liderança como presi-dente de missões, uniões e escolas”, diz Christo. “Por onde passa, as pessoas o respeitam.”

A esposa de Rathinaraj, Flora, gra-duada pelo Spicer College, é professora, coordena a Missão Infantil Adventista da Índia, na sede da divisão. O objetivo dessa missão é prover oportunidades para que os filhos de famílias adventis-tas com dificuldades financeiras rece-bam educação cristã.

John e Flora Rathinaraj têm dois filhos casados e um neto.

Rathinaraj substitui Ron Watts, que renunciou há alguns meses, por proble-mas de saúde na família. Watts serviu à SUD como presidente, de 1997 até sua renúncia em 2008. Sua esposa, Dorothy, foi secretária associada da Divisão.

—Escrito com o apoio do secretário executivo da SUD, Gordon Christo e ANN.

Bruno Vertallier—EUD*O diretor ministerial da Divisão Euro-Africana, Bruno

Vertallier, é seu novo presidente, substituindo Ulrich W. Frikart, que anunciou no último mês de agosto que se apo-sentaria no fim de 2008.

Vertallier, 60, fala quatro idiomas− francês, inglês, ale-mão e espanhol − e, em 1993, recebeu o título de doutor em ministério em Teologia Prática pela Universidade Andrews, em Berrien Springs, Michigan, Estados Unidos. Trabalhou como pastor na França, diretor de jovens para a União Oceano Índico, em Madagáscar, como professor de Teologia Prática na Universidade Adventista Salève, na França e como presidente da Associação Sul da França. Foi secretário da Divisão Euro-Africana de 2004 até sua recente eleição como presidente da Divisão.

“Meu sonho é ver o crescimento espiritual da igreja para que ela seja conhecida, não apenas por seu crescimento em número mas, acima de tudo, por ser uma igreja que ora e que tem compaixão pelas pessoas”, disse Vertallier à Adventist

RECÉM-ELEITO PRESIDENTE DA DIVISÃO EURO-AFRICANA: (Da direita) Christiane e Bruno Vertallier recebem os cumprimentos de Kari e Jan Paulsen, presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.

C O R T E S I A D A D I V I S Ã O E U R O - A F R I C A N A

A Igreja em Ação

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World. “A igreja precisa demonstrar que nosso conhecimento e compreensão da Bíblia pode, também, ser um teste-munho vivo no meio de nossas comu-nidades. Assim, oro para que nossos membros atinjam esse nível de amor pelo próximo à semelhança de Jesus.”

E acrescenta: “A crise [do tempo do fim] requer que a Igreja Adventista do Sétimo Dia […] corresponda às expec-tativas de milhões de pessoas que preci-sam de esperança.”

Vertallier crê que a experiência de servir a Deus em três continentes o ajudará a “compreender que precisa-mos estar abertos às pessoas e aceitá-las como estão, com a possibilidade de crescermos juntos na luz dada pelo Es-pírito Santo”, mas reconhece sua neces-sidade da força e direção de Deus para liderar a divisão.

“Oro para que o Senhor amplie minha capacidade de comunicação com as pessoas a fim de evitar polarizações”, diz ele.

Vertallier aprecia esquiar e fazer caminhadas nas monta-nhas com a esposa e a família e credita a seus netos o fato de “mantê-lo alerta”.

Christiane Vertallier, a esposa, é diretora do Ministério da Mulher para a Divisão. O casal tem três filhas adultas e quatro netos.

Gilbert Wari – WAD* Os líderes da igreja, no último 19 de novembro, elegeram

o secretário da Divisão Centro-Oeste Africana (WAD)*. Wari substitui Luka Daniel que jubilou-se. Daniel foi presidente da WAD desde 2003.

Wari tem servido a WAD como secretário desde 2002. Previamente, fora diretor de comunicação para a União Central-Africana e presidente da Missão Centro-Sul de Camarões. Serviu ainda como diretor de departamento na Missão Camarões do Norte e como professor.

Nascido em 1960 no norte de Camarões e or-denado ao ministério em 1994, Wari é graduado em Teologia pela Universidade Adventista da África Cen-tral, em Ruanda, e é mestre em Teologia pelo Newbold College, na Inglaterra. No momento, está cursando doutorado em Teologia.

Wari disse à Adventist World, por telefone, que uma de suas principais metas como presidente é a de preparar jovens para servir à Igreja Adventista, no futuro. “Temos de suprir as necessidades dos jovens em relação à sua educação e formação porque, muito em

breve, eles serão os líderes da igreja”, disse ele.“Se não tivermos um sistema estabelecido, um lugar onde

sejam devidamente orientados e treinados, desde a igreja local até as mais altas organizações, eles assumirão a liderança mesmo sem preparo adequado.

Sempre que sua pesada agenda permite, Wari relaxa praticando seu hobby, que é desenho, bem como a leitura e visitas.

O Website da WAD descreve Wari como homem de experiência, a despeito de ser jovem, que “terá de enfrentar os desafios desse vasto campo missionário”. E acrescenta que ele é “discreto, trabalhador e meticuloso”.

Wari é casado com Josephine, diretora associada de edu-cação para a divisão. O casal tem três filhos.

—Reportagem de Verna Francis, WAD*.

*Siglas em Inglês

RECÉM-ELEITO PRESIDENTE Divisão Centro-Oeste Africana: Gilbert Wari

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Jan Paulsen é o presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

V I S Ã O M U N D I A L

Há alguns poucos sentimentos que nos perturbam e nos causam incerteza, como o

receio pelo desconhecido e o temor do que nos trará o futuro. A crise financeira que engoliu o mercado financeiro mundial nos últimos meses está gerando esse tipo de ansiedade. A humanidade parece ter chegado a uma encruzilhada e o caminho à frente não é claro. Acordamos todas as manhãs e encaramos realidades cada vez mais austeras. À noite, a preocupação nos tira o sono. Será que vou manter meu emprego? E a casa? E o fundo de aposentadoria? O que essas manchetes vão significar para nossos filhos, pais, planos e sonhos?

A igreja, como organização mun-dial, com seu massivo programa global de missão, está enfrentando as mesmas realidades financeiras confrontadas

pelos governos, indústrias e pessoas. Não estamos imunes. Ao se cons-cientizarem dessa realidade, muitos membros de nossa igreja perguntam: Como essa incerteza financeira afeta o trabalho da igreja no mundo?

Como presidente da Associação Geral, minha primeira responsabili-dade é cuidar do bem-estar da igreja. Os desafios que enfrentamos são reais. Reconheço isso plenamente. Mas, ao mesmo tempo, tenho algumas convic-ções básicas que me acompanham dia e noite, dando-me uma sensação de paz e segurança que supera qualquer ansiedade pelo futuro.

1 A igreja é o povo de Deus. O que acontece ao povo de Deus está em Suas mãos. Eventos e circunstâncias acon-tecem e até podem impactar a igreja. Como aconteceu no passado, a igreja pode ser conduzida a desertos e perse-guições, mas a sobrevivência do povo de Deus não está em jogo; não será um ser humano que poderá salvar ou destruir a igreja. Por isso, sinto paz só pelo fato de saber que há Alguém cuja grandeza é sem limites e de que a igreja é dEle. É difícil explicar a natureza de

5RazõesPor Jan Paulsen

minha confiança nEle; se tentasse, po-deria parecer simplista, mas ela é bem compreensível e real.

2 Como pastor e líder eleito da igre-ja mundial, sou apenas um servo. Não sou o dono nem o senhor da igreja. Mas o modo com que vejo meu papel e a maneira como lido com minhas res-ponsabilidades é como um servo sobre o qual depositaram uma confiança es-pecial. Tenho que ter cuidado para não confundir minha função com o senso de propriedade. Como servo, cuidando do que me foi confiado. O que o Pro-prietário requer e espera de mim? Ele espera que eu seja fiel e faça o melhor. Isso é tudo! O Senhor não pede mais do que isso. Se estou fazendo o melhor que posso e mantenho meu coração puro, sinto profunda paz e posso dor-mir à noite. Não sou profeta; não sei o que acontecerá quando eu acordar, mas não tenho que me preocupar com isso. Tudo está nas mãos de Deus.

3 Tenho uma percepção muito forte da fidelidade de Deus para com Seu povo. Trata-se de uma fidelidade testada e provada muitas e muitas vezes. Ao

A Igreja em Ação

pelas quais Descanso Bem à Noite

8 Adventist World | Fevereiro 2009

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longo dos anos, Seu amor e cuidado infalível por Sua igreja é inconfundível. Obtenho força indescritível da certeza de que “nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado”.* Ao mesmo tempo, tenho forte percepção de que o povo de Deus é fiel a Ele. Esta é uma relação que tam-bém foi testada tanto em bons como em maus tempos. A fidelidade do povo de Deus não depende do tamanho do seu contra-cheque ou do valor da poupança que guardam no banco; na verdade, prosperidade financeira, às vezes, pode pregar peças em nossa mente e levar-nos a territórios que não são ocupados por Deus. Frequentemente, a demons-tração mais visível e surpreendente da fidelidade de Deus acontece em meio às dificuldades e provas.

Assim, as duas certezas complemen-tares – a fidelidade de Deus e a fidelida-

de de Seu povo – transmitem-me um maravilhoso sentimento de paz.

4 Mesmo descansando na certeza da direção de Deus, pode ser que enfren-temos realidades práticas. Orçamentos a serem concluídos, “sins” administra-tivos ou “nãos” decisivos a serem ditos. Quando os tempos são difíceis e in-certos, como estão agora, não há outra escolha a fazer a não ser apertar o cinto e estar dispostos ao sacrifício. Estamos começando por nós mesmos, na Asso-ciação Geral. Não comprometeremos a missão, mas estamos reduzindo o uso dos nossos recursos, encontrando alternativas, maneiras menos dispen-diosas de cumprir nossas responsabili-dades; segurando um pouco mais tudo o que percebemos que pode ser feito amanhã. Temos que seguir em frente com prudência e cautela, e devemos fazê-lo de modo que fique visível para os membros da igreja.

5 Volto a mais um valor espiritual importante, que me proporciona uma boa noite de sono: Preciso chegar ao final de cada dia com a forte percepção do perdão de Deus. Enquanto falo com Deus, as falhas pessoais e corporativas tornam-se parte de ontem; posso de-sejar desfazer algumas, mas não posso. Posso apenas levá-las a Ele e pedir Sua cura. Em minha vida, Ele tem me atendido muitas e muitas vezes, e isso me traz paz.

A igreja e o seu cuidado pertencem ao Senhor. Ele “nos selou como Sua propriedade e pôs Seu Espírito em nosso coração como garantia do que está por vir” (2Co 1:22, NVI). Meu desafio e o seu desafio é sermos fiéis. Não importa o que nos traga o amanhã, o Seu pro-pósito prevalecerá.

* Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 3, p. 443.

Essas duas garantias complementares – a fidelidade de Deus e a de Seu povo – me oferecem uma maravilhosa sensação de paz.

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Espanha

Baía de Gibraltar Mar Mediterrâneo

Estreito de Gibraltar

Conhecida por muitos simples-mente por “A Rocha”, Gibraltar é um território britânico na

costa sul da Espanha, que entregou essa estreita península, de 6,8 quilômetros quadrados, para o Reino Unido como parte do Tratado de Utrecht, em 1713.

Devido à importância de Gibraltar para as estratégias militares na foz do mar Mediterrâneo, o Reino Unido construiu ali uma guarnição militar. Em 1830, o governo britânico transformou a guarnição em uma colônia formal. A Grã-Bretanha usava Gibraltar para controlar o tráfico de entrada e saída do Mediterrâneo. Durante a II Guerra Mundial, as forças Aliadas lançaram de Gibraltar ataques contra as forças Axis, no norte da África.

Nos primeiros anos da década de sessenta, o Reino Unido considerou a possibilidade de conceder independên-cia a Gibraltar, mas a Espanha alegou, então, ter soberania. Em 1967, os gi-braltarinos votaram um referendo para permanecerem como parte do Reino Unido. No fim da década de noventa, o Reino Unido manteve diálogo com a Espanha sobre a partilha da soberania de Gibraltar. Novamente os gibralta-rinos realizaram referendo e votaram majoritariamente para permanecerem como súditos britânicos. Então, Gibral-tar, o Reino Unido e a Espanha assina-ram um acordo pelo qual a Espanha concordou em remover determinadas restrições, ao passo que o Reino Unido concordou em compensar os espanhóis que estavam empregados em Gibraltar antes de fecharem a fronteira, em 1969; e Gibraltar concordou em permitir à Espanha a abertura de um centro cultu-ral onde a bandeira espanhola pudesse ser hasteada.

Hoje, Gibraltar é uma cidade com vinte e nove mil habitantes, localizada no sopé do Rochedo de Gibraltar, de 426 metros. Devido à densidade do ter-ritório, a maioria das pessoas mora em apartamentos e trabalha para o governo nas docas ou na indústria do turismo. Os acordos comerciais com a Espanha são importantes porque todos os ali-mentos têm de ser importados, uma vez que não há terrenos agrícolas.

Adventistas em GibraltarNão há igrejas adventistas do sétimo

dia organizadas em Gibraltar. O primeiro registro de um adventista em Gibraltar foi de G. F. Jones e sua esposa, o qual havia servido como missionário pioneiro no sul do Pacífico e mudou-se para o território em 1934, tendo morado ali por algum tempo. Ao longo dos anos, peque-nos grupos de adventistas têm morado esporadicamente em Gibraltar.

Em 1993, iniciou-se um trabalho organizado com os sete membros que moravam na área. A comunidade, porém, definhou e, em 2004, havia apenas três membros. Naquele ano, a Missão Global – o braço da linha de frente da missão adventista – iniciou um projeto de cinco anos em conjunto com duas igrejas espanholas próximas, para

fundar uma igreja. Agora, um pequeno grupo de dez a doze pessoas reúne-se todos os sábados à tarde para o culto e o estudo da Bíblia. Um médico adventista realiza seminários sobre vida familiar e estilo de vida saudável. No momento, a divisão está realizando uma iniciativa patrocinada pela Igreja Adventista ao redor do mundo, chamada “Seguindo a Bíblia”, que estimula um profundo interesse na leitura da Bíblia. Trata-se de uma viagem multi-idiomática da Bíblia a países de todo o mundo. A viagem começou no último mês de outubro, nas Filipinas e dará a volta ao globo até julho de 2010, quando a Bíblia será mostrada na reunião de abertura da Assembleia Mundial da Associação Geral em Atlanta, Estados Unidos.

Para saber mais sobre o trabalho da missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia, visite: www.AdventistMission.org

J A N E L A

por DentroGibraltar

V E R A R E I S

A Igreja em Ação

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GIBRALTARCapital: Gibraltar

Principais idiomas: Inglês, espanhol, italiano e português.

Religiões: Católica – 78%; anglicana – 7%; outras cristãs – 3%; islamismo – 4%; judaísmo – 2%; hinduísmo – 2%; outras – 4%.

População: 29.000*

Comunidade adventista: 6*

Adventistas per capita: 1:4.143**Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 144° Relatório Estatístico Anual.

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Espanha

Baía de Gibraltar Mar Mediterrâneo

Estreito de Gibraltar

Amácula é a porção da retina que possui a maior concentração

de receptores de luz quando se olha diretamente para alguma coisa. Quando há degeneração da mácula, perdemos a habilidade de ver claramente e, embora não resulte em cegueira total, nossa visão pode ficar severamente comprometida.

Poucas camadas de células formam a mácula e essas camadas possuem funções diversificadas. Devido a uma variedade de problemas, algumas des-sas camadas podem ser avariadas por um processo chamado degeneração macular. Quando o médico examina o fundo do olho, pode encontrar man-chas amarelo claro, chamadas drusen. Quase todas as pessoas, com mais de cinquenta anos, possuem drusen. O excesso dessas lesões está associado à degeneração macular.

Na degeneração macular re-lacionada à idade, um dos fatores desencadeantes é a inflamação. Esse processo envolve o sistema inflama-tório complementar. A condição é frequentemente descrita como dege-neração macular primária (ou MD), MD intermediária ou MD avançada. Na MD avançada, encontramos atrofia e drusen que se estende até o centro da mácula, assim como a presença de novos vasos que crescem ali.

Apenas 10 a 15% das degenerações maculares encaixam-se no estágio

grave. Os que estão nesse estágio podem sofrer rápida perda de visão, mas o processo é mais lento nos outros grupos. Cegueira total não é comum, mas se o estágio de um olho é grave, o outro tem cerca de 40% de chance de se deteriorar em cinco anos.

Aparentemente, não existe uma causa específica para a degeneração macular, mas alguns riscos podem ser identificados. Cerca de 1,5% das pes-soas em idade avançada desenvolvem a forma avançada de degeneração ma-cular, embora 9% contraiam a forma intermediária. Pelo fato de a população estar envelhecendo, estima-se que, na América do Norte, haverá um acréscimo de 50% nas degenerações maculares até 2020.

O nível para fumantes (ativos e passivos) está se elevando, mas obesi-dade, hipertensão e consumo elevado de gordura vegetal são outros fatores de risco.

O baixo consumo de antioxidantes e zinco pode ser um fator adicional.

Tudo isso leva a uma fórmula de vi-tamina C, 500 mg; vitamina E, 400 UI; betacaroteno, 15 mg; óxido de zinco, 80 mg e Cupric Oxide, 2mg, que reduz a taxa de crescimento da degeneração macular em 25% a mais que o placebo. Mas problemas potenciais existem com o suplemento de beta caroteno (estudo mostrou aumento de 17% de câncer no

pulmão de fumantes), e o suplemento de vitamina E pode causar problemas cardíacos.

A dieta adventista tipicamente recomendada, com redução do con-sumo de gordura e sal e o aumento do consumo de frutas, vegetais folhosos verdes, grãos integrais e castanhas, é bem efetiva na redução do risco de degeneração macular. Várias terapias inovadoras estão sendo avaliadas e prometem ser promissoras no auxílio da restauração da visão em pessoas afetadas com a DM.

Esperamos que seu esposo possa ser beneficiado por alguns desses avanços. Mantenha-se otimista. Visite um especialista atualizado e não se desespere. Novas terapias já estão às portas.

Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor-executivo da ICPA e diretor associado do Ministério da Saúde.

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

Meu esposo sofre de degeneração macular. Está deprimido, embora a doença tenha atingido apenas um dos olhos e não é severa. Seu médico prescreveu-lhe algumas vitaminas e eu gostaria de saber mais sobre esse mal para que possa ajudá-lo mais apropriadamente.

MacularDegeneração

Como Tratar aS A Ú D E N O M U N D O

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D E V O C I O N A L

As pessoas convertidas são felizes. Sua vida é expandida com uma nova e duradoura alegria.

Como no retorno do filho pródigo, começam a se alegrar. Campbell Morgan fez pessoas sorrirem ao expressar a clássica frase de Habacuque 3:18 do seguinte modo: “Irei pular de alegria pelo Senhor; vou rodopiar de prazer no Senhor de minha salvação.”

A conversão é, sem dúvida, uma experiência feliz e revigorante. Um poeta expressou-a assim:

“Acima, é um suave céu azulE a Terra, doce verde, norte a sul.Os pássaros, em cantos de alegria,

Louvam. As flores, que rica beleza!Pois eu sei – agora tenho certeza:Ele é meu e eu sou dEle cada dia”.A única maneira de preencher a vida

é preenchê-la com Ele.Mas, às vezes, parece que o brilho

de nossa experiência cristã se evapora. Parece que esquecemos as palavras de alegria encontradas no Salmo 16:11: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na Tua presença há plenitude de alegria, na Tua destra, delícias perpetuamente.” Um semblante sombrio é a contradição de nossa experiência com Cristo.

Ellen G. White escreveu: “Em Cristo se resumem a ternura do pastor, a afeição do pai e a incomparável graça do compassivo Salvador. Apresenta Suas bênçãos nos mais fascinantes termos. Não Se contenta apenas em anunciar essas bênçãos; oferece-as da maneira mais atrativa, para despertar o desejo de as possuir. Assim devem Seus servos apresentar as riquezas da glória do inex-primível Dom. O maravilhoso amor de Cristo abrandará e subjugará os

corações, quando a simples reiteração de doutrinas nada conseguiria” (O Desejado de Todas as Nações, p. 826).

Duas IlustraçõesUma ilustração vem do Antigo Tes-

tamento e outra do Novo. 1. Antigo TestamentoSabemos quem escreveu o Salmo 23.

Foi Davi. É difícil encontrar alguém que tenha tido mais problemas e tristezas do que ele. Muitos desses problemas foram autoinfligidos, o que os tornava ainda mais difíceis de suportar.

Mas tudo o que vemos no Salmo 23 indica que Davi, apesar de todos os seus problemas, teve uma vida repleta de Deus, o Bom Pastor.

A última parte do quinto verso diz: “O meu cálice transborda.” As bênçãos e a alegria de Davi no Senhor não paravam na borda. Seu copo estava tão cheio que transbordava!

Quando você bebe alguma coisa de que gosta e pede que seu anfitrião o sirva mais uma vez, ele o enche até a borda?

Leo Van Dolson foi editor associado da Adventist Review (Revista Adventista em inglês) e da Lição da Escola Saba-

tina para Adultos. Hoje, jubilado, mora em McDonald, Tennesse, EUA.

Povo Mais Feliz

Terrada

O

E tudo isso graças ao

incomparável amor de

Deus

Por Leo Van Dolson

12 Adventist World | Fevereiro 2009

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Talvez, não. Por quê? Porque as pessoas, quando enchem copos, param um pouco antes da borda, temendo que o conteúdo derrame. Deus, porém, não Se importa de modo algum se as bênçãos e a alegria que Ele dá transbordam. Na realidade, Ele quer que isso aconteça!

Encher o copo da nossa vida, ge-nerosa e cuidadosamente até a borda é uma coisa. Mas como Deus quer muito mais para nós, não para na borda. Se O deixarmos agir segundo Sua vontade, Ele encherá nosso copo até transbordar e isso será uma bênção para os que estão ao nosso redor, pois receberão o excesso.

2. Novo TestamentoO Novo Testamento relata o que

significou para Jesus ter morrido na cruz por nós. Comentando o que encontramos ali, Ellen White escreveu: “O imaculado Filho de Deus pendia da cruz, a carne lacerada pelos açoites; aquelas mãos tantas vezes estendidas para abençoar, pregadas ao lenho; aqueles pés tão incansáveis em serviço

de amor, cravados no madeiro; a régia cabeça ferida pela coroa de espinhos; aqueles trêmulos lábios entreabertos para deixar escapar um grito de dor. E tudo quanto sofreu – as gotas de san-gue a Lhe correr da fronte, das mãos e dos pés, a agonia que Lhe atormentou o corpo, e a indizível angústia que Lhe encheu a alma ao ocultar-se dEle a face do Pai – tudo fala a cada filho da famí-lia humana, declarando: É por ti que o Filho de Deus consente em carregar esse fardo de culpa; por ti Ele destrói o domínio da morte, e abre as portas do Paraíso. Aquele que impôs calma às ondas revoltas e caminhou por sobre as espumejantes vagas, que fez treme-rem os demônios e fugir a doença, que abriu os olhos cegos e chamou os mortos à vida – ofereceu-Se a Si mesmo na cruz em sacrifício, e tudo isso por amor de ti. Ele, o que leva sobre Si os pecados, sofre a ira da justiça divina, e torna-Se mesmo pecado por amor de ti” (O Desejado de Todas as Nações, p. 755, 756).

Que maravilhoso amor Jesus tem por nós! Ele tudo doou para que tenhamos completa alegria nEle. Ele doou tudo e então foi ressuscitado. A alegria dos dis-cípulos, quando viram Jesus novamente, foi além da nossa compreensão. Puderam registrar alegremente, como João escre-veu: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no Seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1Jo 5:11, 12).

João sofreu muito por Cristo, mas nada disso importava. Ele tinha a vida eterna. Que tremenda alegria e felici-dade por causa disso! Ter a vida eterna pelo amor e cuidado de Jesus.

Temos essa vida eterna nEle, hoje. Não nos esqueçamos disso como, às vezes, fazemos. É nosso privilégio ser o povo mais feliz da Terra. Precisamos demonstrar essa alegria e felicidade aos que estão ao nosso redor. Assim, vamos testemunhar para todos de que iremos “habitar na casa do Senhor para todo o sempre”(Sl 23:6).

Se deixarmos que Ele faça o que deseja, encherá tanto o nosso copo que transbordará e isso será uma bênção para os que estão ao nosso redor. Esses receberão o excesso.

F O T O S : M A T T H E W H E R Z E L Fevereiro 2009 | Adventist World 13

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V I D A A D V E N T I S T A

O ano era 1968. Babur, de dez anos de idade e curioso, obser-vava o estranho casal que havia

desembarcado do trem e caminhava com suas malas pelas ruas da vila. Eles alugaram um quarto na casa do tio de Babur para onde se mudaram, silencio-samente, com seus poucos pertences.

Por quatro dias, a comunidade religiosa – mas não cristã – daquele país comunista, cochichava entre si. Todos queriam saber quem eram eles e por que tinham vindo. Seriam professores? Espiões enviados pelo governo? Aparen-temente, ninguém sabia.

Pouco a pouco, porém, pedaços da história começaram a surgir e rapida-mente se espalharam entre os habitantes da vila. O homem – souberam – era o famoso fabricante de violinos, com re-conhecimento e vários prêmios por suas habilidades musicais em todo o mundo. Ele também era alguma coisa chamada de “adventista”. Um homem da vila dis-se, sem esconder seu desgosto enquanto cuspia as palavras, que “adventista” era um tipo de “crente”.

Apesar do ridículo, o casal sorria para todos, cumprimentava-os alegre-mente, aprenderam o nome das pessoas e começaram a ajudá-los em toda a cidade. O homem não podia construir violinos ali, mas usou seu talento de trabalhar na madeira, a fim de ajudar a construir lindos móveis. Não demorou muito para que o casal se tornasse mui-to amado e respeitado na vila.

Dois anos e meio se passaram e todos na vila foram despedir-se do casal, que recebeu muitos presentes e abraços. Lágrimas fluíam livremente de muitas pessoas, enquanto o casal embarcava no trem e acenava “adeus” pela última vez.

O Chamado do ExércitoDez anos se passaram e Babur rece-

beu uma intimação para se apresentar ao serviço militar na cidade. Pouco antes de partir, ele se casou com Nadire, sua amiguinha de infância.

O exército o designou para servir como contador e secretário do capitão. Em tal função, ele desfrutava de bastan-te tempo livre. Assim, certo sábado, Ba-bur decidiu procurar o casal que havia se mudado para sua cidade e morado na casa de seu tio havia dez anos. Quando o encontrou, foi recebido cordialmente em seu humilde lar.

Babur disse que as pessoas na vila ainda falavam sobre eles como pessoas

de fé que frequentavam algo parecido a uma sinagoga.

− E eu quero ir com vocês! – disse Babur. O homem sorriu e disse:

− Bem, não vamos à sinagoga, vamos à igreja aos sábados. Você é bem-vindo.

Babur começou a frequentar a igreja regularmente. Os membros eram ami-gáveis e o que diziam começou a fazer sentido para ele. Certa noite, enquanto orava, sentiu o poder de Deus vir sobre ele e, enquanto chorava, compreendeu que Jesus havia morrido por ele e que seus pecados estavam perdoados.

Babur escreveu uma carta para sua jovem esposa explicando sua nova fé. Em poucos dias, Nadire enviou-lhe uma resposta muito zangada.

− Mentira! – protestou – É tudo um monte de mentiras.

Condenado à MorteSempre que Babur estava em casa,

Nadire percebia que, em vez de ir a festas com os amigos, ele ficava em casa lendo, brincando com sua filhinha, cui-dando de seus pais e fazendo pequenas tarefas para ela em casa. Ele nunca havia sido assim antes.

Não demorou muito e Babur disse à sua família que iria se batizar na Igreja Adventista do Sétimo Dia, e a notícia se espalhou como fogo. A reação foi ainda pior, pois ele insistia em encontrar um emprego com o sábado livre.

Por Homer Trecartin

Homer Trecartin dirige o departamento de Volun-tariado Adventista como secretário associado da Associação Geral.

Conquistando

Corações

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− Seu tolo! – disse Nadire. – Como espera sustentar sua família com essas idéias estranhas?

Duas vezes Babur levou Nadire e sua filhinha à igreja adventista da cidade. Nadire não entendeu muito o que estava acontecendo, mas gostou das pes-soas. Mas quando voltou para casa, os problemas se multiplicaram. Seus cole-gas de trabalho começaram a falar dela e de Babur. Começaram a ter problemas com os pais, pois não ajudavam na lavoura aos sábados. Finalmente, num surto de raiva, o pai de Nadire levou-a, junto com a filhinha, de volta para sua casa e fez uma declaração pública:

− Minha sentença é: Babur tem que morrer!

De algum modo, Nadire e Babur conseguiam enviar mensagens um para o outro. Secretamente, empacotaram o que podiam carregar, fugiram das casas onde estavam e Babur, Nadire e sua filha encontraram-se no ponto de ônibus. Subiram no microônibus e deixaram que as lágrimas rolassem pelo rosto enquanto se distanciavam do seu querido lar e de sua família.

O SonhoEnquanto a distância aumentava, Na-

dire refletia no sonho que tivera na noite anterior. Nele, viu claramente a face que vira em um dos livros de Babur – a face de Jesus. Ele sorria para ela e dizia:

− Não se preocupe, nem tenha medo. Quando acordou de seu sonho, ela

orou a Jesus pela primeira vez em sua vida.

Agora, as lágrimas ainda rolavam pelo rosto e, deitada no ombro de Ba-bur e apertando sua mão, murmurou:

− Estarei ao seu lado aonde quer que esta experiência nos leve.

Os Problemas ContinuaramDois anos se passaram. Nadire e Ba-

bur continuaram a estudar com o pastor da cidade. Finalmente, foram batizados.

Apesar da ira de seu tio e dos avisos de que ele poderia até matá-lo, Babur decidiu que visitaria sua vila. Nervoso, bateu à porta da casa do tio. Sua tia atendeu e sussurrou entre os dentes:

− Babur! Vá embora rápido. Seu tio não está aqui, mas se ele chegar e encontrar você, algo muito ruim poderá acontecer.

Babur, porém, sentou-se para esperá-lo e em seu coração implorava a ajuda de Deus. Logo a porta se abriu para que seu tio entrasse acompanhado de outro homem.

− Você envergonhou nossa família e nossa vila – vociferou o desconhecido.

Suavemente Babur disse:− Tio, quero lhe dizer quem sou

e quem não sou. Frequento a mesma igreja que aquele homem a quem todos amávamos frequenta – aquele que foi

expulso da sua cidade e veio morar em nossa casa.

O Tio resmungou, mas se recusou a olhá-lo ou dizer alguma coisa.

− Bem – disse o outro homem arrogantemente. – Que livro é esse em sua mão?

Engolindo nervosamente, Babur ergueu a Bíblia e respondeu:

− Trata-se da Torah, dos Salmos e o Njeal.

O homem apertou os olhos com suspeita:

− Você pode ler alguma coisa dela? Babur começou a ler sobre Abraão

na Torah.− Hummm – o homem parecia

interessado. – Leia noutro lugar.Ganhando coragem, Babur leu por-

ções de outros lugares. Após algum tempo, o homem lim-

pou a garganta, pensativo, virou-se para o tio de Babur e disse:

− Não vejo dificuldade alguma nesse jovem. Você tem superestimado os problemas.

O tio não falava e ainda não olhava para Babur, mas a ira havia abandonado seus olhos. Ele deixou que Babur saísse sem maiores ameaças.

Transformando CoraçõesBabur e Nadire moraram fora da

ilha por mais alguns anos. Quando retornaram, tentaram ser como o casal que conheceram muitos anos antes. Eles ajudavam as pessoas e eram amigos de todos.

No princípio, o povo era reservado e frio com eles. Pouco a pouco, porém, começaram a estreitar o relacionamen-to. Hoje, 35 anos mais tarde, Babur é ministro ordenado. Ele e Nadire são missionários no país vizinho e sempre que vão visitar os pais, são recebidos de braços abertos.

Oro para que toda cidade, vila e subúrbio da Terra recebam famílias que vivam silenciosamente entre eles, mos-trando qual o significado de alguém ser verdadeiramente fiel a Jesus.

*Todos os nomes na história foram trocados.

M A T T H E W H E R Z E L

Conquistando

Corações

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Page 16: Adventist World (Fevereiro 2009)

Andrew McChesney, jornalista, morou e trabalhou em Moscou nos últimos doze anos.

Daniel Lisulo enterrou a cabeça no travesseiro, sacudindo todo o corpo com seus soluços. Momentos antes, ele

estivera diante da reitora da Universidade Amiga do Povo, em Moscou, para pedir o sábado livre. Com outra nova aluna estrangeira, Daniel se matriculou no curso intensivo da lín-gua russa, quatro horas por dia, seis dias por semana. Mas um desses dias caía no sábado.

A reitora, Galina Andreevna, recusou-se a ouvir Daniel quando ele foi ao seu escritório. “Se você se recusar a estudar aos sábados, pode arrumar as malas e voltar para casa”, ela disse muito irritada. Pelo menos foi assim que soou para Da-niel, que falava muito pouco o idioma russo, poucos dias após chegar de Lusaka, Zâmbia. Com 18 anos de idade, Daniel estava entre quatro zambianos que ganharam bolsa integral do governo russo para estudar medicina. Mas, com a exigên-cia de frequentar aulas aos sábados, Daniel agora enfrentava a perspectiva de passar pela vergonha de ter que voltar para casa. “Eu estava tão assustado e não sabia o que fazer. Não conhecia ninguém aqui”, disse ele.

Daniel é um dos muitos adventistas do sétimo dia que en-frentam o dilema de colocar em primeiro lugar os estudos ou o sábado. Dezoito anos após o colapso da União Soviética, os guardadores do sábado continuam a ser um sério problema nas escolas russas, particularmente no nível superior, onde as aulas e exames são, geralmente, marcados para os sábados.

“Temos esse problema em todos os lugares”, disse Alina Danilova, violinista de 18 anos de idade que quase teve que abandonar o famoso conservatório de Moscou, quando seu grupo foi escalado para aulas aos sábados. Na Rússia, os alunos do primeiro ano são colocados em grupos que perma-necem juntos até a formatura.

Apos ferventes orações, Alina recebeu permissão do reitor para ser transferida para um grupo que não se reunia aos sábados. Se ela não tivesse mudado de grupo, teria que mudar de escola.

Alto RiscoOs riscos são maiores para os alunos estrangeiros, com

bolsa de estudos, do que para estudantes russos, como Alina. Cerca de cem mil alunos estrangeiros estudam na Rússia

Escolhi

Sábado

Por Andrew

McChesney

Esquerda: APOIO ESPIRITUAL: O estudante universi-tário Daniel Lisulo e Cassy Eliezer (da direita para a

esquerda) posam com um amigo no saguão da Igreja Adventista do Sétimo Dia Internacional de Moscou.

Os três estudantes decidiram guardar o santo sábado em vez de transgredir suas crenças.

Estrema Direita: REITORA SEVERA: Daniel em frente ao escritório de Galina Andreevna, reitora

da universidade. Ela disse que, se ele não fosse às aulas aos sábados, podia fazer as malas e voltar

para casa. Placa: Gabinete da Reitora.

A R T I G O D E C A PA

o

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Para estudantes universitários na Rússia, a escolha pode significar expulsão

Page 17: Adventist World (Fevereiro 2009)

Escolhi

Sábado

Abaixo: RECREANDO-SE COM OS AMIGOS: Daniel Lisulo (ao centro, na primeira fila) e Yemurai Bikwa

(à direita) conversam com um aluno de medicina da Jordânia, fora do prédio principal do

departamento médico da Universidade Amizade entre os Povos, em Moscou.

F O T O S D E A N D R E W M C C H E S N E Y

Fevereiro 2009 | Adventist World 17

Para estudantes universitários na Rússia, a escolha pode significar expulsão

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todos os anos, segundo dados do Ministério de Ciência e Educação, a maioria de países em desenvolvimento como África, Ásia e América do Sul. Para eles, a recusa a frequentar as aulas pode significar voltar para casa.

“Do ponto de vista humano, isso é um grande risco – eles podem expulsar-nos da universidade imediatamente”, disse Cassy Eliezer, 30, do Haiti, estudante de relações públicas. “Na minha universidade, se alguém perde aulas quatro vezes em um semestre corre o risco de ser expulso.”

Assim que Cassy chegou a Moscou, em 2004, muitos alunos o advertiram de que ele teria que escolher entre Jesus e seus estudos. “Respondi que já havia escolhido Deus havia treze anos”, disse Cassy. “Eu apenas peço a Deus para me dar poder até que me expulsem da universidade. Se uma janela se fechar para mim, Deus abrirá outra.”

Mas Deus mantém a janela aberta para aqueles que Lhe obedecem. Nakena Katundu, 23, estudante de Engenharia Química, de Zâmbia, apelou para o reitor quando foi escala-do recentemente para assistir a três aulas de laboratório aos sábados. Num momento de total desânimo, escreveu uma carta explicando que era adventista do sétimo dia, razão pela qual não podia estudar aos sábados, pois cria ser esse o dia do Senhor.

“Você deve guardar o sábado para Cristo”, disse Nakena. “Deve, porém, dizer às autoridades por que está dando esse passo, de modo que fique claro para eles.”

Nakema deu a carta para seu pastor russo traduzir e entre-gou para outro reitor. Para sua surpresa, o reitor concordou em deixar que Nakema frequentasse as aulas de laboratório com um grupo que não se reunia aos sábados. O reitor assi-nou e carimbou sua autorização na carta de Nakena.

“Tais experiências nos fazem crescer em Cristo. Vemos como Deus nos leva até o fim”, diz Nakena.

De Volta a DanielDaniel, entretanto, não conhecia as experiências dos

outros alunos e, entre lágrimas amargas, no seu quarto do dormitório, orou a Deus pedindo direção.

No fim de sua primeira semana de aulas, ele voltou ao es-critório de Galina Andreevna. Ele falou em inglês, e a reitora, uma senhora robusta, de cabelos curtos e brancos, face severa, respondeu em russo, gesticulando com as mãos para ajudá-lo a entender. Ela deu uma gargalhada irônica, enquanto Daniel gaguejava seu pedido mais uma vez e mandou que ele se re-tirasse do seu escritório. Na tarde da sexta-feira seguinte, Da-niel abordou a reitora outra vez e recebeu a mesma resposta.

A primeira semana de aulas na universidade era um desafio para todos os estudantes e os zambianos resolveram se encontrar. Um deles soube que Daniel era adventista e

De cima para baixo: OUSANDO SER DANIEL: Daniel Lisulo, estudante de medicina de Zâmbia, que permaneceu firme em sua fé, posa na entrada principal da escola de medicina na Universidade Amizade entre os Povos, em Moscou. FÉ INABALÁVEL: Daniel Lisulo em frente da Igreja Adventista do Sétimo Dia Internacional de Moscou. Ele crê que uma intervenção miraculosa o livrou de ser expulso da universidade, após se recusar a frequentar aulas aos sábados.

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apresentou-o a Sajin Tito, estudante de medicina da Índia, que estudou em Moscou por vários anos. Sajin convidou Da-niel para o culto de pôr-do-sol em uma sala do dormitório. Daniel compareceu e os estudantes oraram com ele, tentando encorajá-lo.

No domingo pela manhã, Daniel procurou a reitora pela quarta vez. Galina Andreevna despejou uma torrente de palavras em tom de ameaça, as quais Daniel não podia com-preender. Uma coisa, porém, ele entendeu: “Não tomar uma decisão já é uma decisão”, disse a reitora. “Volte para casa!”

Assustado e confuso, Daniel foi para seu dormitório e chorou.

“Quase perdi minha fé em Deus”, disse ele.Na mesma tarde, Sajin e Nakena foram ao seu quarto,

depois do culto na igreja. − Você sabe o que é correto. Não deixe que ninguém

mude suas convicções, Sajin disse a ele.− Não tenha medo de fazer o que é certo” – completou

Nakena. – Você pode até perder sua bolsa de estudos, mas não perca sua fé e a chance de ir para o Céu.

Intervenção MiraculosaDaniel orou durante aquele fim de semana e, na segunda-

feira, compareceu às aulas, como de costume. Seus professo-res não disseram uma palavra sobre sua ausência.

A semana passou rapidamente e Daniel começou a pensar se conseguiria faltar às aulas todos os sábados sem ter problemas. Entretanto, quando ele se sentou em sua classe, na sexta-feira, Galina Andreevna entrou.

− Zâmbia! – gritou ela para Daniel, indicando que ele a seguisse.

Galina Andreevna levou-o a um auditório e fê-lo compre-ender, por meio de sinais com as mãos, que ele iria fazer uma prova de ortografia. Daniel sentiu o sangue fugir do rosto. Ele havia aprendido o alfabeto cilírico havia apenas uma semana.

Galina Andreevna anunciou a primeira palavra: “prepoda-vatil”, ou “professor”. Tremendo, Daniel orou silenciosamente: “Se for da Tua vontade que eu não estude aos sábados, por favor, ajuda-me.” Então, ele pediu que a reitora repetisse a palavra.

“Prepodavatil”, disse ela.Daniel soletrou lentamente a palavra. Para sua surpresa,

soletrou corretamente. A reitora deu outra palavra. Também correta.

Após mais quatro palavras, Galina Andreevna ligou bruscamente um teclado. Os alunos aprendem pronúncia cantando as palavras russas, e a reitora deu uma lista de cem palavras a Daniel. Lágrimas surgiram nos olhos do rapaz, rolando pelo seu rosto. Ele sabia que só Deus podia ajudá-lo.

A reitora começou a tocar e Daniel hesitantemente cantou a primeira palavra. A reitora ficou em silêncio. Daniel cantou a segunda, depois a terceira e a quarta. Lentamente, um olhar de espanto tomou conta do rosto dela. Quando ele chegou à centésima palavra, estava radiante. Daniel pronunciou corre-tamente todas as palavras.

– Você é incrível! – disse ela em inglês. – Não sei o que dizer. Você é bom. Vá e confie em seu Deus.

Louvado seja o Senhor!Daquele dia em diante, a reitora começou a cumprimen-

tar Daniel com um grande sorriso. Quando chegou a vez de eleger um monitor de classe –, um aluno para representar o grupo diante da reitora – ela interferiu e indicou Daniel. No começo do semestre, ela nomeou novamente Daniel para o cargo.

“Concluí que foi Deus”, disse Daniel, que, depois de um ano de aulas preparatórias, está terminando seu primeiro ano como estudante de medicina. “Essa foi a primeira vez que vi Deus realmente do meu lado. Não importa o que estiver enfrentando, Deus estará ao meu lado.”

“Bem-aventurado o homem que faz isso..., que se guarda de profanar o sábado” (Is 56:2).

Não tenha medo de fazer o que é certo ... Você pode até perder sua bolsa de estudos, mas não perca sua fé e a chance de ir para o Céu.

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C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Os adventistas do sétimo dia têm 28 crenças fundamentais. A décima sétima, intitulada “Ministério e Dons Espi-

rituais”, é de suma importância. O apóstolo Paulo apresenta uma base bíblica e teológica para os dons espirituais em vários lugares, principalmente em 1 Coríntios 12 e Efésios 4:1-3.

Pense, agora, nos três diálogos imaginários, a seguir:

Diálogo 1:Trevas: “Eu estava aqui primeiro e sou mais velha.”Luz: “E daí? Você não é mais importante do que eu.”

Ao ler novamente sobre a Criação relatada em Gênesis 1, você perceberá que não houve desacordo entre as trevas e a luz; nenhuma tensão negativa entre elas. Cada uma funcio-nava de acordo com o propósito de Deus para elas. Título designa função, não importância.

Diálogo 2Serafim: “Eu tenho seis asas. Sou um anjo de elite. Sou mais amado por Deus; afinal, Ele me criou com seis asas.”Querubim: “Deus me ama mais que aos anjos com duas asas. Posso não ter seis asas, mas as quatro que tenho fazem de mim mais especial que os anjos com apenas duas asas. Sou muito especial para Deus também.

Um estudo sobre os anjos no Antigo Testamento (Is 6:2; Ez 1:6, 11; 10:8, 21) revelará que serafins e querubins não dis-cutem, é claro. Sentimentos de superioridade, rancor, ressen-timento e inferioridade não existem entre eles. Cada um age segundo o propósito de Deus para o qual foram criados e de acordo com o plano de salvação de Deus para a humanidade.

Diágolo 3Cérebro: “Estou de greve hoje. O coração não colocou meu nome nos créditos do programa de televisão sobre saúde, ontem”.Olhos: “Simplesmente me recuso a usar o dom da visão para guiar o corpo em seu deslocamento. A boca não colocou meu nome nos créditos daquele artigo na revista da Associação Médica.”

Pés: “Não vou ajudá-lo a ficar em pé ou a caminhar, por-que o resto do corpo negou meu pedido de descanso.”

Esses diálogos captam a essência da ilustração de Paulo sobre o corpo humano em 1 Coríntios 12:13-17.

Ninguém é Superior ou InferiorNão há guerra ou rancor entre as partes do corpo. Não

há malícia ou animosidade. Cada órgão é vital para o funcio-namento do corpo. Do mesmo modo, os dons são dados à igreja para que ela funcione com eficiência no cumprimento da missão de Deus. No plano dEle, cada dom existe para a alegria e felicidade do ser humano.

Construir o Reino é construir pessoas. O reino de Deus é construído ao construirmos pessoas. As pessoas sempre foram e continuam a ser da maior importância para Jesus. Antes de retornar ao Céu, Ele disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15) Mas antes de sair, discípulos precisavam de uma integração mais consisten-te entre a teoria e a prática, de palavras e de obras, de fato e de fé. Precisavam esperar.

Esperar o quê? Seu curso intensivo tinha uma extensão de curriculum além da morte de Jesus. Em Atos 1:4 e 8, Lucas relata que eles tiveram que “esperar” o cumprimento da pro-messa do Pai. “Mas recebereis poder”, disse Jesus, “ao descer sobre vós o Espírito Santo.”

Eles necessitavam da capacitação especial do Espírito Santo. E, uma vez equipados pelo Espírito, estariam aptos a pregar, ensinar e propagar os valores do reino por toda Jerusalém. Indo ainda mais além, eles “espalhavam” o evangelho também em Samaria e nos confins da Terra (At 1:4, 8). Os princípios do reino foram levados para o palácio de César, para as prisões e a cada nível da sociedade e a toda a língua e povo daquele tempo. Os construtores do reino – desde o tempo de Jesus até o tercei-ro século – pregavam nas esquinas, nos desertos, à beira de rios, em montanhas e onde quer que fosse possível.

Para equipar os construtores do reino, Deus deu dons especiais (veja 1Co 12 e Ef 4). Nesse contexto, dois conceitos

Capaz de

Isso é o que o povo de Deus pode ser por meio do Espírito

Ivan L. Warden é diretor associado do Patrimônio Literário de Ellen G. White, na Associação Geral, em Silver Spring, Maryland.

PoderTransformar a Sociedade

N Ú M E R O 1 7

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fundamentais formavam a base do sucesso no ministério congregacional. Sem a compreensão e a prática desses dois conceitos, os dons não funcionam plenamente. Sem eles, a congregação se torna morta viva. A respiração e o pulso podem ser evidentes, mas não haverá vigor, vitalidade, nem energia.

compreender que Deus valoriza as pessoas. Seu Filho mor-reu para nos salvar. Que presente e que sacrifício! Os dons são concedidos às pessoas.

A palavra ekklesia aparece mais de cem vezes, e todas as vezes em que aparece ela se refere a uma reunião de pessoas. Isso nos ajuda a compreender que Deus valoriza a raça hu-mana. O Filho de Deus morreu para nos salvar. Que presente e que sacrifício! Os dons são concedidos às pessoas. Em Je-rusalém, no aposento superior, os discípulos “não esperavam ociosos”.1 Eles, “pondo de parte todas as divergências, todo o desejo de supremacia, uniram-se em íntima comunhão cristã.”2 Quando discordavam, concordavam em discordar. A união não elimina a variedade de pontos de vista, mas pos-sibilita o processo de se chegar a um acordo pelo consenso. Usando esse método, igrejas tornam-se mais vivas espiritual-mente, mais cientes de sua missão, mais entusiastas.

No cenáculo, o amor foi praticado. E “o amor pode nos dar em um instante o que dificilmente o trabalho nos dá em anos” (Goethe).

Ellen White disse: “Se nos humilhássemos perante Deus e fôssemos gentis, corteses, bondosos e compassivos, haveria cem conversões à verdade onde agora existe apenas uma.”3 Imagine o que aconteceria se as igrejas hoje tivessem a experi-ência do cenáculo de Jerusalém. Nossa compreensão dos dons espirituais e dos ministérios seria transformada. Corretamen-te compreendidos e alegremente colocados em prática, esses dons transformariam a sociedade como nada mais o faria.

Eu creio nos dons espirituais e nos ministérios. Tenho visto seus frutos.

1 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 35.2 Ibid., p. 37.3 Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 189.

Isso é o que o povo de Deus pode ser por meio do Espírito

Deus concede a todos os membros de Sua igreja, em todas as épocas, dons espirituais que cada membro deve em-pregar em amoroso ministério para o bem comum da igreja e da humanidade. Sendo outorgados pela atuação do Espírito Santo, o qual distribui a cada membro como Lhe apraz, os dons proveem toda as aptidões e ministérios de que a igreja necessita

para cumprir suas funções divinamente ordenadas. De acordo com as Escrituras, esses dons abrangem ministérios como a fé, cura, profecia, proclamação, ensino, administração, reconciliação, compaixão e serviço abnegado e caridade para ajuda e animação das pessoas. Alguns membros são chamados por Deus e dotados pelo Espírito para funções reconhecidas pela

igreja em ministérios pastorais, evangelísticos, apostólicos e de ensino especialmente necessários para habilitar os membros para o serviço, edificar a igreja com vistas à maturidade espiritual e promo-ver a unidade da fé e do conhecimento de Deus. Quando os membros utilizam esses dons espirituais como fiéis despenseiros da multiforme graça de Deus, a igreja é protegida contra a influência demolidora de falsas doutrinas, tem um crescimento que provém de Deus e é edificada na fé e no amor. (Rm 12:4-8; 1 Co 12:9-11, 27, 28; Ef 4:8, 11-16; At 6:1-7; 1 Tm 3:1-13; 1 Pe 4:10, 11.)

Poder PorIvan L. Warden

Transformar a Sociedade

EspirituaisDons Ministérios

Os dois conceitos são unidade e amor. Sem eles, tanto o clero como a congregação se transformam num mesquinho e decadente organismo, meio morto vivo, pois esses conceitos afetam o comportamento.

Mas, com a compreensão correta desses conceitos e interesse em praticá-los, veremos que os resultados obtidos pelos primeiros discípulos serão superados. Quando cheia do Espírito Santo, nossa vida se torna agente de Deus na Terra, para a construção do reino. Os dons são dados ao povo, não a prédios ou instituições. As pessoas fazem a igreja e não a igreja faz as pessoas. No Novo Testamento a igreja (ekklesia) refere-se às pessoas, não a prédios e estruturas. Refere-se à reunião de pessoas. Isso nos ajuda a

e

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Foi realizada, na Divisão Sul-Africana Oceano Índico (SID, sigla em inglês)

uma série de evangelismo denominada “Johanesburgo para Jesus”, no período de 29 de agosto a 20 de setembro, pelo evangelista e vice-presidente da Associação Geral, pastor Mark Finley, que atuou como orador principal. O editor de Adventist World, Bill Knott, conversou recentemente com Finley e o presidente da SID, Paul Ratsara, para saber mais sobre esse extraordinário evento.

KNOTT: Mark, como evangelista, você já esteve em muitos lugares desafiadores: Moscou, Londres, Manila, Los Angeles. Quais foram os desafios específicos que você e sua equipe encontraram em Johanesburgo?

FINLEY: Johanesburgo é uma cidade incrível e complexa. É uma cidade de pessoas muito ricas e muito pobres. É uma cidade de letrados e iletrados. Há grupos multiétnicos e o desafio histórico da divisão entre os povos. Um desafio imediato em Johanesburgo é a comple-xidade para locomoção. O planejamento precisa ser diferente em relação a esse aspecto. Além disso, há o problema do crime, particularmente à noite, o que é reconhecido pela sociedade. Fazer as pessoas saírem à noite é o maior desafio. Outro problema: o mundo conhece bem a história recente e como a África do Sul trabalhou para apagar décadas de segregação racial. Essa histórica divi-são entre o povo tende a separar pessoas e isolá-las em lugar de reuni-las em um único propósito.

Paul, fale sobre o processo para a reali-zação de tudo isso. O que aconteceu na Divisão Sul-Africana Oceano Índico

A R T I G O E S P E C I A L

esperança Para as

Grandes johanesburgo, áfrica do sul

:Cidades

F O T O S : C O R T E S I A D E M A R K F I N L E Y

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para preparar o povo para esse evento? Os membros descobriram alguma coisa trabalhando juntos, planejando para essa campanha?

RATSARA: Um evento como esse é a oportunidade de pôr em prática aquilo em que acreditamos. Cremos que o evangelismo não é um evento – é um processo. Assim, tomamos tempo em oração para nos preparar para esse grande evento. Incentivamos o povo a orar uns pelos outros. Nós os fizemos amigos. Reunimo-nos em pequenos grupos para treinamento e, finalmente, os envolvemos em eventos maiores de treinamento. Meses antes do evento, Mark veio nos encontrar e tivemos uma grande reunião de obreiros e voluntários que estavam ansiosos para participar na campanha evangelística. Isso foi inédito para a nossa região. Antes, nunca havia acontecido nada semelhante: oração, pequenos grupos, treinamento e reuniões, em alta escala, para motivar os membros adventistas.

Quantos adventistas, você estima, fizeram parte da imensa equipe de apoio na campanha “Johanesburgo para Jesus”?

RATSARA: Centenas de pessoas, eu diria. Talvez, mais de mil. Tivemos, inclusive, 175 pioneiros da Missão Adventista que se envolveram muito no treinamento e continuarão envolvidos na sequência dos trabalhos. FINLEY: Fiquei muito animado ao ver as duas associações da área de Joha-nesburgo – a Associação Transvaal e a Trans-Orange – trabalhando juntas para apoiar a série de evangelismo. A Associação Transvaal abriu as portas do seu acampamento jovem e convidou os pastores para irem a uma grande reunião de treinamento. Tivemos entre 150 e 200 pastores, obreiros bíblicos e outros reunidos

no acampamento. Estudamos sobre o ministério da oração e crescimento da congregação local: como organizar pe-quenos grupos; como fazer evangelis-mo na comunidade; como evangelizar pessoas que não têm inclinação para religião. Estudamos sobre a natureza do evangelismo público. Essas reuniões foram com pastores e obreiros durante a semana, e seu clímax foi no sábado, num grande encontro. A primeira reunião pública para os membros reuniu cerca de sete mil adventistas: a segunda, algo entre dez mil e doze mil. Também fizemos a instalação para transmitir as reuniões, via satélite, para mais de duzentas cidades da África do Sul e planejamos transmissões com uma semana de atraso pela Hope TV para todo o país e continente.

RATSARA: Os adventistas de todo o mundo estão acostumados a ouvir histórias maravilhosas sobre o evange-lismo, no continente africano, durante os últimos dez anos. Mas o desafio, na África do Sul, consiste no fato de que o secularismo aumenta, é muito dife-rente; por isso, aprendemos a avaliar a situação de diferentes maneiras. Soweto e Johanesburgo juntas têm mais de oito milhões de habitantes e apenas onze mil adventistas na região. Podemos dizer que esse é um território não-penetrado. O número de adventistas per capita é muito baixo.

Ouvi dizer que você planejou vários lugares para evangelismo de grande escala. Como foi isso?

FINLEY: Na verdade, preguei em dois locais todos os dias. Eu pregava em Soweto, que é um município na região sudoeste, uma área tradicionalmente para os negros sul- africanos, e também preguei na Universidade Wits, uma ins-tituição acadêmica de muito prestígio na cidade. Nosso alvo específico era evangelizar os jovens, com a intenção de

alcançar os líderes da sociedade sul-afri-cana também. Assim, havia duas reuni-ões cinco noites por semana – uma sob uma linda tenda, em Soweto, e a outra no anfiteatro da universidade.

Como foi estar entre dois públicos totalmente diferentes todas as noites?

FINLEY: O público em Soweto era animado, até exuberante. Foi uma ex-periência absolutamente maravilhosa ir àquele lugar todas as noites e ser recebido tão calorosamente. As pessoas vinham das ruas. Todas as noites, antes das reuniões, oferecíamos alimento para crianças e adultos que não tinham o que comer. Lições do curso bíblico eram distribuídas todas as noites e muitos vinham para participar dessa parte do programa. Concertos musicais de, pelo menos, 45 minutos precediam o sermão. Havia ainda uma segunda tenda, onde tínhamos um simpósio sobre saúde em todas as reuniões. Aconteciam muitas coisas todas as noites, antes de eu entrar para pregar. Queríamos suprir as necessida-des de Soweto. Perguntávamos a nós mesmos: Como podemos evangelizar e alimentar esse povo? Como podemos suprir as necessidades deles e de suas famílias, necessidades médicas e, claro, espirituais? Centenas vieram e encon-traram Cristo nessas reuniões porque também foram atendidos. O Espírito de Deus tocou o coração deles. Foram reuniões emocionantes.

Imagino que as reuniões na universi-dade foram bem diferentes.

FINLEY: Quando você chega à Uni-versidade Wits, encontra primeiro a segurança: há guardas nos portões eletrônicos que permitem sua entrada. Levávamos nosso pessoal de apoio, até ali, de ônibus. Tínhamos estudantes universitários e alguns dos professores assistindo às reuniões. Com certeza, era

esperançaGrandes

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uma audiência que ia se convencendo das verdades, cada noite, enquanto eu pregava. Eram pessoas pensantes e eu percebia o Espírito de Deus tocando corações e vidas.

O presidente da plataforma, na Universidade Wits, tinha razões para estar feliz com as reuniões no campus. Ele e sua esposa, anos atrás, se tornaram adventistas vindos de tradição não-cristã. Os parentes de sua esposa também eram membros de sua antiga religião. O casal começou a orar pelos membros da família dela. Cada noite, ele deixava a plataforma para ir sentar-se com a esposa e as irmãs dela, poucas fileiras atrás. Eu observava aquelas pessoas queridas e não-cristãs sentadas ali e, enquanto eu pregava, percebia lágrimas em seus olhos. Per-cebi que o Espírito de Deus tocava o coração deles. Na noite anterior, antes do último batismo, o irmão veio até mim, com um sorriso de uma orelha a outra, e me abraçou. “Mark”, disse ele, “as irmãs de minha esposa ligaram e disseram que querem ser batizadas.” No sábado, no grande batismo, aquela família estava unida.

Os primeiros relatórios nos dizem que mais de novecentas pessoas foram ba-tizadas como resultado da campanha “Johanesburgo para Jesus” e a projeção é de que muitos mais seguirão. Paul, como você acha que essa campanha vai impactar a igreja na África do Sul?

RATSARA: Nunca mais seremos os mesmos. Essa campanha exerceu enorme impacto na comunidade e nos membros adventistas também. Os adventistas sentiram o poder de Deus de um modo tão grandioso que desco-briram a alegria de evangelizar. Pode-se sentir o entusiasmo dos pastores, anciãos e dos membros. Construirmos tremenda boa-vontade em várias comunidades – e isso não é fácil de ser conseguido aqui. A imagem da igreja,

o modo como é vista pela sociedade, mudou.

FINLEY: O efeito dominó desse esforço continuará adiante por muitos meses ainda. Centenas de adventistas convida-ram pessoas para irem a suas casas para assistir às reuniões pela televisão nos pequenos grupos. Esse impacto ainda vai ser sentido. Gravamos as reuniões e estão produzindo DVDs aos milhares para serem entregues a cada uma das pessoas. De certo modo, as reuniões não acabaram realmente e não terminarão por muitos meses enquanto continu-arem a fazer o trabalho nos lares e nos pequenos grupos por todo o país.

RATSARA: Mark está absolutamente correto: o impacto ainda vai crescer. Um dia depois das reuniões em Soweto e na Universidade Wits, reunimos os mais novos membros batizados, tanto de Soweto como da Universidade Wits, para treiná-los e dar-lhes apoio. Esse é um processo, não apenas um evento, e sabemos que, ao aprenderem como partilhar sua fé com outros – talvez até com milhares − decidirão seguir a Je-

sus. O que vimos até agora são apenas os primeiros frutos. Muitos e muitos mais virão.

O que a igreja mundial deveria aprender do que aconteceu em Joha-nesburgo?

FINLEY: Uma das peças-chave do suces-so do evangelismo “Johanesburgo para Jesus” foi a união integrada da divisão, união, associações, membros de igreja e pastores. Penso que há lições para a igreja mundial. Quando nos unimos para focar na missão, o Espírito Santo faz mais do que se trabalhássemos indi-vidualmente e sozinhos.

RATSARA: Quando há preparo, os resultados aparecem. Se o evangelismo é um processo, vamos em frente para tra-balhar em conservação, apoio, nutrição e treinamento de novos membros. En-carando o evangelismo, não deveríamos ter medo de que os novos membros desapareçam em poucos meses. Em muitos sentidos, as atividades aumen-tam quando a campanha evangelística termina.

A R T I G O E S P E C I A L

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Ao assumir a humanidade, Cristo Se uniu à raça humana por laços inquebrantáveis. Com Sua vida ministerial marcada pela renúncia, ligou a Si o cora-

ção de cada membro da família humana. “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, Se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo.” Tocado pelo sentimento das enfermi-dades deles, Cristo chorava com os que choravam e, com os que se alegravam, Ele Se alegrava. É impossível que tal caráter não influencie o caráter de Seus seguidores....

Devemos aprender com a vida de bondade, misericórdia e abnegação do Pai. [...] Devemos aprender a agir com amor e bondade. […] Quando um transgressor se torna conscien-te de seu erro, não o trate de modo a tirar-lhe seu respeito próprio. Não o rasgue em pedaços, mas una os pedaços para restaurá-lo. Você pode ver erros em um irmão ... mas nunca aja de modo a dar-lhe a impressão de que se considera superior. [...] Tal curso está em total desarmonia com o verdadeiro requinte, a verdadeira nobreza de caráter.

A ação sempre testemunhará da estrutura do caráter. O conselho de quem possui um senso aguçado do que é correto é de grande valor. Suas obras serão como as de Cristo, procurando tirar da angústia e da miséria os seres infelizes que, certamente, perecerão, a menos que mão compreensiva e amorosa lhes seja estendida.

Colocando Nossas Mãos nas dEleSomos todos pecadores e devemos procurar a verdadeira

grandeza de caráter por meio de Cristo. Não devemos exal-

tar-nos a nós mesmos e esperar que os pecadores subam ao nosso nível. Deus nos chama para fazer o que o Redentor do mundo fez. [...] Sendo Ele rico, fez-se pobre em nosso favor. [...] Com Seu longo braço humano, Ele abraça nossa raça, enquanto que com Seu braço divino alcança o trono do In-finito, trazendo ao homem caído poder para cooperar com Seu esforço humano. Ao procurarmos seguir o exemplo de Cristo, devemos permanecer em terreno elevado, imbuídos de simpatia, abundante amor e terna compaixão. Devemos

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Os adventistas do sétimo dia crêem que Ellen G. White exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos de ministério público. Este texto foi extraído do artigo publicado pela primeira vez na Advent Review and Sabbath Herald (Revista do Advento e Arauto do Sábado), hoje Adventist Review (Revista Adventista em inglês), no dia 21 de novembro de 1899.

Por Ellen G. White

MenteCrıstode

Permita que a

Alta consideração por outros nos ajuda a desenvolver a mente de Jesus

Dirija a Sua

permanecer onde os raios do Sol da Justiça possam brilhar sobre nós e encher-nos de simpatia, ternura e a piedade de Cristo pelos que não têm esperança.

O poder divino nos será concedido para unir-se à nossa capacidade humana.

Trajando as Vestes da Justiça de CristoA mente de Cristo deve ser a mente de cada filho de

Deus. [...] Quão ternamente Ele penetra nos sentimentos dos outros! Ele deseja despertar em cada coração o anelante desejo de procurar e salvar os perdidos. Seus servos não devem exibir sua própria superioridade. Não devem fazer referência especial de suas qualificações; pois, agindo assim, testificam que não possuem os dons que pensam possuir. Se os olhos estiverem fixos em Jesus, se contemplarem Sua pureza e excelência, não podem se considerar santos ... verão a si mesmos como perdidos e sem esperança, trajando vestes de justiça própria como qualquer outro pecador. Se somos salvos, não é pela nossa superioridade de intelecto ou nosso refinamento, mas pela graça de Deus. Não possu-ímos nenhuma vestimenta que nos garanta lugar de honra nas bodas do Cordeiro. Somente as vestimentas de Cristo, tecidas no tear dos Céus, darão aos convidados o direito a um lugar no banquete das bodas. Cada um deve aceitar as vestes, oferecidas até ao mais indigno que creia em Cristo como seu Salvador pessoal.

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P E R G U N TA : Há base bíblica para a prática, cada vez mais comum, de levantar e movimentar as mãos durante o canto congregacional?

Essa pergunta pode parecer sem importância, porém revela que estamos muito interessados em um tipo de culto que

esteja biblicamente fundamentado e que não viole as instru-ções bíblicas. Mostra, também, que o movimento das mãos enquanto cantamos está criando certa tensão. Vou falar do uso das mãos durante os atos de adoração. Ficará claro que, na Bíblia, o ritual do uso das mãos acontecia, principalmente, durante a oração.

1. Atos não-verbais. As expressões corporais desem-penham papel importante na expressão de ideias e emoções. Estudos sobre o papel dos atos não-verbais na adoração nos ajudam a entender um pouco melhor seu significado. Na Bíblia, temos apenas a lingua-gem da postura, gestos, mo-vimentos e expressões faciais. As artes do antigo Oriente Médio ilustram muitos desses gestos. Os gestos das mãos, mencionados na Bíblia, eram também comuns no ambiente de adoração e culto no antigo Oriente Médio.

2. Levantar das Mãos. As expressões “levantar as mãos [yādîm]” ou “levantar as pal-mas (mãos)[kappayim]” são praticamente sinônimas. São usadas em diferentes contextos e, em alguns casos, expressam significados distintos. “O ato de levantar as mãos” é um gesto que expressa adoração no con-texto do culto. Os que ministravam no templo eram exortados assim: “Levantem as mãos na direção do santuário e bendigam o SENHOR!” (Sl 134:2, NVI).

O gesto indicava que o objeto de louvor era o Senhor e que todo o indivíduo estava envolvido nesse ato. Era tam-bém usado para apresentar ao Senhor as orações e súplicas (Sl 28:2), como se a oração fosse colocada na palma da mão e levantada ao Senhor pedindo-Lhe que aceitasse (Sl 141:2). Em outros casos, o gesto aparece para expressar a vontade do adorador de receber do Senhor o que pediu (Sl 63:4, 5; Lm 2:19). Mas o levantar das mãos parece expressar algo profundo, algo relacionado com o coração humano: “Derrame o seu coração como água na presença do Senhor. Levante para Ele as mãos” (Lm 3:41, NVI). O levantar das

mãos correspondia ao levantar do íntimo do ser adorador ao Deus adorado, em comunhão com Ele.

3. Movimentar as Mãos. Neste caso, o verbo é pārash (“acenar”), expressando a ideia de que as mãos acenam em frente da pessoa, não necessariamente levantadas. Às vezes, parece que o adorador acena as mãos em direção ao templo, ao Céu

(1Rs 8:38, 39, 54; Sl 44:20) ou ao Senhor (Êx 9:33). O movimentar das mãos era usado, particularmente, durante as orações de súplica (1Rs 8:54; Is 1:15; Êx 9:29; Lm 1:17) ou quando havia uma profunda necessidade da presença de Deus (Sl 143:6). No salmo 88:9, lemos: “A minha vista desmaia por causa da aflição. SENHOR, tenho clamado a Ti todo o dia,

tenho estendido para Ti as minhas mãos”. A necessidade do salmista é tão intensa que ele implora pela ajuda do Senhor. Embora em necessi-dade profunda, o adorador vai ao Senhor e estende as mãos a Ele, pedindo ajuda. Esse gesto mais intenso era uma expressão pessoal de de-pendência de Deus (Sl 44:20) e a devoção do coração ao Senhor (Jo 11:13).

4. E Então? Tanto quanto posso apurar, não há aceno com as mãos durante o culto na Bíblia. O levantar das mãos é comum (cf. 1Tm 2:8). A Bíblia não prescreve gestos das mãos na adoração, mas os descreve como prática comum aceitável. A arte dos cristãos primitivos indica que eles costumavam orar com os braços e as mãos estendidas

para os lados, formando um crucifixo com o corpo. Hoje, unimos nossas mãos, tanto atrás como na frente do corpo, ou simplesmente as deixamos soltas. Ocasionalmente, podemos juntar as palmas das mãos e entrelaçar os dedos, uma prática comum entre os antigos romanos e sumerianos. Em outros tempos, as palmas eram colocadas juntas com os dedos es-tendidos, ato comum no budismo e hinduísmo. A introdução de novidades em nossas igrejas, influenciadas pelo sistema carismático de adoração, pode perturbar um culto que deveria estar centrado em nosso Criador e Redentor e na Sua Palavra.

Seria melhor seguir as práticas comuns da congregação onde coletivamente adoramos o Senhor.

Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral.

AdorarLevantando as Mãos

a

Por Angel Manuel

Rodríguez

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Deus

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E S T U D O B Í B L I C O

Sempre me questionei sobre como podemos ter certeza da direção de Deus nas decisões que fazemos. Quais são os princípios para receber a direção de Deus? Como sabermos se estamos seguindo a Sua vontade e não a nossa? Na lição de hoje, exploraremos os quatro princípios bíblicos para recebermos a direção de Deus. Descobriremos um Deus que sabe todas as coisas, que deseja guiar Seus filhos em suas decisões e como podemos estar abertos para compreender Sua vontade e deixá-Lo dirigir nossa vida.

1. Que três coisas Deus promete fazer por nós? Leia o texto abaixo e escreva sua resposta nas linhas abaixo.“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as Minhas vistas, te darei conselho.” (Sl 32:8).

Deus promete que vai

(a) você,

(b) você,

(c) você.

2. Quão constante é a direção de Deus? Escreva sua resposta nos espaços em branco abaixo.“que este é Deus, o nosso Deus para todo o sempre; ele será nosso guia até a morte” (Sl 48:14).

Deus promete nos guiar todos os dias e mesmo até a .

PRINCÍPIO 1—ORAÇÃO

3. Que convite nos faz Deus para recebermos Sua direção?“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” (Tg 1:5).

Deus nos convida a pedir (o quê?)

e Ele dará (como) .

Há períodos na vida em que oramos a respeito de alguma decisão e questionamos se estamos ou não recebendo a direção de Deus ou simplesmente seguindo nossa vontade. A resposta de Deus, geralmente, vem no crescimento de nossas convicções, não em ações impulsivas. A impressão divina é uma constante e crescente consciência de que Deus quer que façamos algo, não uma impressão momentânea que pode estar conosco hoje e desaparecer amanhã.

Por Mark A. Finleydeus

Direçãode

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PRINCÍPIO 2—CONSELHO

4. Como Deus equilibra nossas convicções para nos ajudar a evitar as decisões erradas? “Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança” (Pv 11:14).“Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito” (Pv 15:22).

Deus nos dá para ajudar-nos a tomar boas decisões.

Se formos sábios, quando tivermos decisões importantes a tomar, procuraremos seguir conselheiros devotos.

PRINCÍPIO 3—PROVIDÊNCIA

5. Ao buscarmos a direção de Deus em oração e estarmos abertos aos conselhos divinos, que instrução específica é dada por Deus para conhecer a Sua vontade?“Dá-Me, filho Meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos Meus caminhos.” (Pv 23:26).“Vinde e vede as obras de Deus: tremendos feitos para com os filhos dos homens!” (Sl 66:5)

Deus nos convida a Seus caminhos e Seus feitos.

Quando buscamos a Sua vontade, a providência de Deus operará em nossa vida. Ao procurarmos as portas que Ele abre e observarmos os Seus caminhos, descobriremos a Sua vontade.

PRINCÍPIO 4—A PALAVRA

6. Que ilustração usou o salmista para descrever a Palavra de Deus como fonte de Sua direção?“Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra e luz para os meus caminhos.” (Sl 119:105).

Os princípios da Palavra de Deus são como uma e uma .

A vontade de Deus nunca nos levará para onde a Palavra de Deus não nos guia. Se tomarmos decisões que nos levem a direção contrária à Palavra de Deus, podemos ter certeza de que são nossas decisões e não dEle. Um princípio que deve ser dominante em discernir a vontade de Deus é a vontade de fazer qualquer coisa que Ele nos leva a fazer (Sl 40:8; MT 26:39; Hb 10:7). Outra maneira de termos certeza de que estamos seguindo a vontade de Deus e não a nossa, é estarmos dispostos a renunciar às coisas que mais desejamos para colocar a vontade de Deus em primeiro lugar. Somente quando submetemos nossas decisões e suas consequências a Ele, estaremos certos de Sua direção. Deus deseja nos guiar. Ao seguirmos esses princípios bíblicos de direção, faremos boas

decisões para a glória de Seu nome e nossa vida será abençoada.

O que diz a Bíblia sobre a vitória sobre os vícios? Será esse o assunto do nosso

estudo bíblico no próximo mês.

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C A R T A S

O poder do amorAcabei de ler o artigo “O poder do amor” de Ellen G. White, da Adventist World de novembro de 2006 e fui profundamente tocado. É maravilhoso saber como o amor atua e os frutos que produz.

Agora, preocupo-me com a igreja. Embora o amor seja pregado quase todos os dias, não consigo entender por que as pessoas, nas igrejas que conheço, não mostram amor umas pelas outras. Gostaria que alguma coisa fosse feita para que as pessoas se amem mutua-mente. É bom praticar o amor na igreja para que o mundo possa aprender algo conosco.

Maqhawe LungaMkoba, Gweru, Zimbábue

Abençoado e edificadoEscrevo para expressar minha sincera gratidão pelo bom trabalho que estão realizando com a Adventist World. A revista tem me proporcionado bem-estar espiritual e social. Que o bom Deus abençoe toda a equipe que atua na elaboração dessa grande revista!

Totonga MarangarireZimbábue

Muito obrigado à Adventist World! Tenho sido muito abençoado por essa revista. Mantenham o bom trabalho de espalhar a linda mensagem de Deus!

Arnold NyamandeZimbábue

Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.

É bom praticar o amor na igreja para que o mundo possa aprender algo conosco.

— Maqhawe LungaMkoba, Gweru, Zimbabwe

Intercâmbio Mundial

Fevereiro 2009 | Adventist World 29

Pregadores mortos?Escrevo referindo-me à “Frase do Mês” no Lugar das Pessoas da Adventist World, abril de 2008, destacando a afirmação: “Pregadores desinteressantes, desanimados, que pregam mensagens sem vida”. Sendo ela literal, simbólica ou em nível contextual, Baraka Muganda deve uma explicação a muitos pregadores. Com que autoridade ou com ordem de quem pode ele emitir tal afirmação?

Wazalabana Maate MisakiUganda

Encontro com DeusSou leitor assíduo de sua publicação, mas a razão prin-cipal de minha carta é que me senti profunda-mente tocado ao ler a maneira

como Denis Yoshioka se encontrou com Deus (veja “O Evangelho Segundo Pedro”, Adventist World de abril de 2007). Fui inspirado! Seu testemunho fortaleceu minha fé em Deus e aben-çoou ricamente minha vida. Sou um jovem pastor e sirvo a Deus com meu trabalho no Ministério de Provas Bíblicas, em Kampala, Uganda.

Stephen KakaireKampala, Uganda

Espalhando o EvangelhoLi o artigo de capa da edição de julho de 2008, “Daniel em Moscou”, e estou feliz com a maneira como o evangelho está sendo levado a

todas as partes do mundo. Não recebo a revista Adventist World todos os meses, mas gostaria de recebê-la.

Emmanuel Duah Worcester, Massachusetts, Estados Unidos

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I N T E R C Â M B I O D E I D E I A S

Senhor:Estou aqui, entregue em Tua mão,Com impuro e pesado coração.Qual ave no deserto do viver,Não conheço Teus caminhos de paz.Meus atos mostram que sou incapazDa culpa e da descrença conhecer.

Não me afastes nunca, Senhor, de Ti,Nem consideres meu viver aqui.Que eu me arrependa e receba Teu perdão.Cura-me, ó Pai, ouve meu clamor,Molda meu viver, mesmo em meio à dor.Faze de mim alguém com Tua aprovação.

Mostra-me Tua Lei, mostra Teu querer,Para que diferente eu possa serDos que desprezam os desventurados,Dos que ofendem o Espírito e a Lei,Não conhecem os caminhos do Rei,E da fonte do bem vivem distanciados.

Agora, aqui, ensina-me, SenhorA distribuir aos fracos, Teu amorE aos pobres levar conforto e esperança.Ensina-nos Senhor, a sempre darSem nada receber, sem retornar,E sempre em Ti demonstrar confiança.

Que eu saiba discernir o bem do malE conhecer, no íntimo, afinal,Neste mundo tão cheio de corrupção,Que eu fale de Ti, de Tua vinda.Se perseguido, que eu possa ainda,Pelo Espírito, ter esta visão.

Ensina-me, Senhor, os Teus caminhos,Os mistérios da Lei. E, mesmo sozinho,Que eu possa neles crer e meditar.E, em silêncio, possa eu Te ouvir,Tua presença ao meu lado aqui sentir,Até que venhas levar-me para o lar.

—Por Felicien Ekoume, membro da Igreja Adventista Croydon, em Londres, Inglaterra.

*Versos em Português por Gesson Magalhães

Ensina-me! Leitor compartilha

alguns pensamentos para o ano novo

V I V E K C H U G H

Intercâmbio Mundial

30 Adventist World | Fevereiro 2009

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O L U G A R D E O R A Ç Ã O

Estive longe de Deus e por muitos anos fui usado por Satanás. Agora, quero uma total transformação em minha vida, para estar pronto para me encontrar com nosso Senhor.

Deng, Sudão

Minha mãe está em coma na Ingla-terra. Por favor, orem para que ela receba de Deus a cura.

Carol, Estados Unidos

Orem pelos soldados (tanto os adventistas como os não-adventistas) para que tenham força para fazer a vontade de Deus em suas lutas diárias. Orem, também, pelas nossas famílias para que continuemos a realizar Sua obra de acordo com Sua vontade.

Jovem, Quênia

Estou quase contraindo novas núpcias. Meu noivo, porém, não com-partilha minha fé. Orem para que Deus me mostre o que é melhor para mim e para meus filhos. Obrigada!

Marie, Martinica

Por Sua misericórdia, Deus respondeu aos nossos pedidos há mais de um ano. Muito obrigada por orarem por nós. Por favor, mantenham-nos em suas orações: embora tenhamos ganhado a causa, no tribunal, ainda necessitamos de dinheiro para terminar os trâmites dos papéis e precisamos que as coisas aconteçam de forma pacífica e rápida para que possamos elevar nosso pobre nível de vida. Obrigado!

Naomi, Filipinas

Mudei-me recentemente para Paris e tenho enfrentado muitos pro-blemas. Minha vida espiritual não é boa, estou zangado com Deus e O tenho insultado. Por favor, ajudem-me com suas orações!

Fabien, França

Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.

Editor AdministrativoBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoChun, Pyung Duk

Comissão EditorialJan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert E. Kyte, assessor jurídico

Comissão Coordenadora da Adventist WorldLee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson;Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk

Editor-ChefeBill Knott

Editores em Silver Spring, MarylandRoy Adams (editor associado), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran

Editores em Seul, CoréiaChun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan

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Coordenadora TécnicaMerle Poirier

Assistente Executiva de RedaçãoRachel J. Child

Assistentes AdministrativosMarvene Thorpe-BaptisteAlfredo Garcia-Marenko

Atendimento ao LeitorMerle Poirier

Diretor de Arte e DiagramaçãoJeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson

ConsultoresJan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Ulrich W. Frikart, D. Ronald Watts, Bertil A. Wiklander

Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: [email protected]: www.adventistworld.org

A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

Adventist World é uma revista mensal editada simultanea-mente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.

Vol. 5, No. 2

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

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Q U E L U G A R É E S S E ?

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C O M P A R T I L H E C O N O S C O !Estamos aceitando material para apreciação nas seguintes categorias: FRASES ADVENTISTAS (profundas e espontâneas)VIDA ADVENTISTA (anedotas curtas, especialmente do mundo adulto)QUE LUGAR É ESSE? (fotos, em alta qualidade, de membros de todo o mundo)

Enviar material para Give & Take, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA; fax 301-680-6638; e-mail: [email protected] gentileza, inclua o número do seu telefone. O material enviado não será devolvido.

V I D A A D V E N T I S T AQuando minhas netas gêmeas tinham cerca de seis anos de

idade, vieram me visitar. Estávamos almoçando em nossa velha mesa de piquenique, na varanda de casa. Natasha, uma das gême-as, tinha acabado de verificar, com tristeza, que seu banco havia perdido uma lasca da parte posterior. Enquanto comíamos, faláva-mos das coisas maravilhosas que haverá no Céu. Eu lhes disse que as ruas serão cobertas de ouro. Imediatamente, Natasha disse que gostaria que seu banco também fosse de ouro. Quando perguntei a razão, ela disse: “Assim não vão sair mais lascas!” —Joyce Schnell, Sandy, Oregon, Estados Unidos.

O Lugar Das

PESS AS

RESPOSTA: Nas Filipinas, duas mulheres adventistas posam em frente a uma árvore de durião. O durião é considerado pelos asiáticos “a rainha das frutas tropicais”. Uma fruta pode pesar cerca de cinco quilos. O durião é rico em proteínas, minerais, gorduras e é uma das frutas mais caras.

ASHLEY C

HIZ

A

MW

EN

DA

F R A S E D O M Ê S

“Não posso fazer nada enquanto não permitir a atuação de Cristo, que tudo pode.” — Chidi-Ezeama, Uchenna, durante os exames na universidade, enquanto jejuava e orava na Capela de Estudantes Adventistas em Umudike, Nigéria.

C O N H E Ç A S E U V I Z I N H O

Meu nome é Ashley Chiza Mwenda. Sou uma jovem adventista e fre-quento a Igreja Adventista

do Sétimo Dia Central de Lusaka, no Zâmbia. Minha

amiga Kalinda e eu estamos envolvidas no trabalho missionário. Esta foto foi feita alguns minutos antes de um batismo na igreja de Chilongolo, local em que dirigimos uma campanha evangelística de duas semanas.