AÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE · PDF file... como é o...
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AÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE ÚLCERA POR PRESSÃO:
REVISÃO INTEGRATIVA
Marcela Marques Jucá Fernandes1, Ilse Maria Tigre de Arruda Leitão
2, Luciana
Catunda Gomes de Menezes3, Roberta Meneses Oliveira
4, Maria Vilani
Cavalcante Guedes5
Introdução: As úlceras por pressão (UPP) consistem em lesões localizadas na pele e/ou no
tecido ou estrutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultantes de
pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento sendo classificadas
em estágios que vão de I a VI, com base no comprometimento tecidual e não na gravidade da
lesão1. Devido à dificuldade em diagnosticar algumas dessas alterações na pele, a nova
classificação foi acrescida de mais dois estágios: úlceras que não podem ser estadiadas devido
ao comprometimento do tecido com presença de esfacelo e/ou escara e quando há suspeita de
lesão tissular profunda.2 A qualidade da assistência de enfermagem vem sendo amplamente
discutida em razão dos altos custos para manutenção dos serviços, dos escassos recursos
disponíveis, do envelhecimento populacional e a prevalência das doenças crônico-
degenerativas. As ações preventivas em UPP visam bloquear os estímulos desencadeantes
contribuindo para que o indivíduo não desenvolva essas lesões3. A prevalência desse evento
varia entre 3% e 66% de acordo com as condições do paciente, a doença e o tipo de instituição
onde o paciente é tratado. No ambiente hospitalar, a prevalência varia de 5 a 40%4. Objetivo:
avaliar as evidências disponíveis na literatura sobre as ações desenvolvidas por enfermeiros
visando à prevenção de UPP. Metodologia: realizou-se uma revisão integrativa, sendo
pesquisados artigos com os descritores “úlcera por pressão”, “Enfermagem”, “prevenção &
controle” e “cuidados de enfermagem”, disponíveis nas bases de dados Scielo e BDENF,
publicados entre 2002 a 2011. Resultaram desta busca e da aplicação dos critérios de inclusão
e exclusão, 16 artigos, os quais constituíram a amostra deste trabalho. A maioria das
publicações foi encontrada em revistas específicas da Enfermagem. A revista que teve o
maior número de publicações foi a Acta Paulista de Enfermagem (5 artigos). Embora o maior
número de publicações tenha sido em revista de Enfermagem, também encontraram-se artigos
publicados em revistas de diversas áreas da saúde como Ciência & Saúde Coletiva e Revista
Brasileira de Terapia Intensiva. Para a análise e discussão das publicações, estas foram
sintetizadas e as ações de enfermagem divididas em seis categorias: alívio de pressão,
nutrição, higiene, hidratação, gerenciamento do cuidado e educação em saúde. Resultados:
Observou-se que algumas ações de enfermagem de prevenção de UPP dependem
exclusivamente da prescrição do enfermeiro e da implementação por parte da equipe de
enfermagem, como é o caso da mudança de decúbito. Embora essa ação seja eficaz, inclusive
com resultados na literatura, a mudança de decúbito foi pouco realizada, sendo sua
implementação citada apenas quando o paciente apresentava alto risco para o
desenvolvimento de UPP. Ainda nessa categoria, a utilização de colchão adequado foi citada
1 Enfermeira. Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica, Enfermeira do Hospital Monte Klinikum e do
Hospital de Caucaia (PSF). 2 Enfermeira. Mestre em Saúde Pública. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem e do Curso de
Especialização em Enfermagem Médico-Cirúrgica da Universidade Estadual do Ceará (UECE) 3 Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Estomaterapia. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em
Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde UECE. E-mail: [email protected] 4 Enfermeira, Mestre em Cuidados Clínicos em Saúde e Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em
Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde UECE. 5 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem e do Programa de
Pós-Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde UECE.
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em todos os artigos analisados. Diferentemente da mudança de decúbito, que depende
exclusivamente da enfermagem, a utilização de colchões específicos depende da sua compra
pela instituição, porém a enfermagem continua sendo responsável pela execução das ações
preventivas. O colchão mais citado nos artigos foi o caixa de ovo, sendo o colchão de ar ou
água também mencionado com menor importância. Na categoria nutrição, poucos
profissionais de enfermagem citaram a alimentação como intervenção para prevenção de
UPP, desconhecendo a importância da nutrição proteico-calórica na regeneração tissular,
reação inflamatória e reação imune. Na categoria higiene, somente a ação higienização da
pele foi encontrada em quatro artigos. Analisando criticamente essa categoria, observamos
que embora a enfermagem esteja atuando diariamente e desde os seus primórdios como
profissão na higienização da pele dos clientes, essa ação foi pouco citada e pouco reconhecida
como eficaz na prevenção de UPP. As ações de enfermagem relacionadas à hidratação foram:
hidratação oral ou endovenosa e hidratação da pele. A hidratação da pele é uma atividade
importante realizada pela equipe de enfermagem não necessária á prescrição médica. Estudos
comprovaram que pacientes sem úlcera por pressão recebeu mais vezes esse cuidado quando
comparado a um grupo com úlcera por pressão. A categoria gerenciamento do cuidado
apresentou maior número de artigos, totalizando 13, e listadas duas ações de enfermagem:
utilização de escala de avaliação do grau de risco, presente em 12 artigos, e protocolo de
prevenção de úlcera por pressão, encontrada em 1 artigo. A utilização de escalas de avaliação
de risco para UPP requer pouca habilidade do profissional enfermeiro, embora demande mais
tempo na assistência para sua avaliação e acompanhamento. Dentre essas escalas, destaca a
escala de Braden como a mais empregada na atualidade. Vale ressaltar que a única escala que
aborda características da pele como fator de risco é a escala de Waterlow, sendo um item
importante e diferencial. Esta escala é um indicador que utiliza maior número de variáveis,
tendo como vantagem a divisão do grau de risco em categorias; quanto maior a pontuação
maior o risco. A elaboração de protocolo foi divulgada com a finalidade de sistematizar as
atividades de enfermagem, reduzir a incidência de UPP, facilitar o trabalho assistencial e
oferecer satisfação ao cliente e à família mediante cuidado qualificado. Além disso, teve como
propósito sistematizar e implantar atividades desenvolvidas tanto por enfermeiros como por
outros membros da equipe de enfermagem. A categoria educação em saúde foi abordada
somente em 2 artigos, os quais foram divididos em duas ações de enfermagem distintas:
intervenção educativa em serviço e desenvolvimento de programa on-line para capacitação de
enfermeiros. Mesmo conhecendo a importância da educação em saúde na prevenção e
recuperação de paciente com úlcera por pressão, encontramos poucos artigos sobre a temática. É imprescindível que os profissionais de enfermagem tenham o conhecimento da
fisiopatologia que envolve essa problemática, que a educação continuada seja uma constante
nos serviços de saúde e que as instituições disponibilizem tecnologias para a realização desses
cuidados. Conclusão: Esse estudo possibilitou apreender as ações de enfermagem
desenvolvidas nas diferentes realidades, visando o cuidado ao cliente em situação de risco
para úlcera por pressão. Vale ressaltar que algumas ações dependem exclusivamente da
prescrição do enfermeiro e da implementação pela equipe de enfermagem, como a mudança
de decúbito, mas o trabalho interdisciplinar ainda é necessário para a execução das ações
preventivas em sua totalidade. Implicações/contribuições para a Enfermagem: a utilização
dos resultados desta pesquisa na prática assistencial é um processo difícil e desafiador, mas
tem considerável contribuição para os enfermeiros, pois envolve a disseminação e a aplicação
de evidências científicas à prática no que diz respeito à prevenção de UPP, o que inclui
protocolos de avaliação de risco e medidas interdisciplinares. Este conhecimento também
possibilita ao enfermeiro desenvolver habilidades para interpretar e integrar as evidências
oriundas de pesquisas com os dados do cliente e as observações clínicas, resultando em
qualidade da assistência de enfermagem. Referências: 1. Scarlatti KC, Michel JLM, Gamba
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MA, Gutiérrez MGR. Úlcera por pressão em pacientes submetidos à cirurgia: incidência e
fatores associados. Rev Esc Enferm USP. 2011; 45(6):1372-9. 2. Rogenski NMB, Kurcgant P.
Avaliação da concordância na aplicação da escala de Braden interobservadores. Acta Paul
Enferm. 2012; 25(1):25-8. 3 Bereta RP, Zborowski IP, Simão CMF, Anselmo AM, Ribeiro S,
Magnani LAFN. Protocolo assistencial para prevenção de úlcera por pressão em clientes
críticos. CuidArte Enferm. 2010; 4(2):80-6. 4. Campos SF, Chagas ACP, Costa ABP, França
REM, Jansen AK. Fatores associados ao desenvolvimento de úlceras de pressão: o impacto da
nutrição. Rev. Nutr. 2010; 23(5):703-14.
Descritores: Úlcera por pressão. Prevenção & Controle. Enfermagem.
Eixo 2: Questões antigas e novas da pesquisa em enfermagem.
Área Temática 5: Processo de Cuidar em Saúde e Enfermagem.
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