AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta...

36
Nº 2 Trimestral / Maio 2020 / Gratuita AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU CULTURAS DE PAÍSES IRMÃOS Seniores cumpriram tradição brasileira na festa de carnaval ISSN: 2184-7290 SOCIEDADE Mulheres debatem novas vivências sobre o envelhecimento Como Elas vingaram na ciência HISTÓRIA Devoção com tradição ao Santo Lenho de Moreira CIÊNCIA À descoberta do espaço no Observatório do Porto ENTREVISTA Autarca de Moreira destaca projetos para a freguesia Carlos Moreira realça ação social do CES Pedras Rubras BREVES | SOCIEDADE | CIÊNCIA CULTURA E PATRIMÓNIO ENTREVISTA | FOTOREPORTAGEM ARTES E CULTURA

Transcript of AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta...

Page 1: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

Nº 2Trimestral / Maio 2020

/ Gratuita

AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU CULTURAS DE PAÍSES IRMÃOS Seniores cumpriram tradição brasileira na festa de carnaval

ISSN: 2184-7290

SOCIEDADEMulheres debatem novas vivências sobre o envelhecimento

Como Elas vingaram na ciência

HISTÓRIA Devoção com tradição ao Santo Lenho de MoreiraCIÊNCIA

À descoberta do espaço no Observatório do Porto

ENTREVISTAAutarca de Moreira destaca projetos para a freguesia

Carlos Moreira realça ação social do CES Pedras Rubras

BREVES | SOCIEDADE | CIÊNCIA CULTURA E PATRIMÓNIO

ENTREVISTA | FOTOREPORTAGEM ARTES E CULTURA

Page 2: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

2www.cespedrasrubras.pt

EQUIPA DE LIDERANÇA DA U. S. “VIVER A APRENDER”

Page 3: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

3

EDITORIAL/ ÍNDICE

BREVES

REPORTAGEM / SOCIEDADE

Dia da Mulher

ARTIGO / SOCIEDADE

De mulher para mulher (opinião)

ARTIGO / CIÊNCIA

As mulheres e a Ciência

REPORTAGEM / CIÊNCIA

Visita ao Planetário do Porto

ARTIGO / CULTURA E PATRIMÓNIO

Santo Lenho

EM ENTREVISTA

Presidente J. F. Moreira da Maia

FOTOREPORTAGEM

Festa de Carnaval

ARTES E CULTURA

Clube do Poeta Sénior

Artes

Lançamento 1ª Edição CES Magazine

Concurso de Fotografia

Jogos

4

6

8

10

14

16

18

22

25

28

30

31

32

“Os sentimentos mais genuinamente humanos logo se desumanizam na cidade” Eça de Queiroz, in a “Cidade e as Serras”. Uma obra literária de referência que os alunos da Univer-sidade Sénior “Viver a Aprender” se preparavam para estudar, mas a COVID-19 não deixou. O vírus propagou-se de tal forma na sociedade mundial que afetou a saúde e a vida social. De repente, as ruas ficaram desumanizadas porque as pessoas não podem sair para os empregos, para as escolas, para conviver, passear e ir de férias. Os sentimentos que mais genuinamente humanos existem num bom dia, boa tarde ou boa noite quedaram-se num simples aceno aos conhecidos e familiares. O dia-a-dia que agora se vive distancia-se anos--luz de um fim de inverno animado por uma Matiné de Carnaval, na despedida do voluntário Marcelo Nascimento. Pouco antes da chegada da primavera, já o mundo se agitava com a ameaça de um vírus que começava a provocar danos pela Ásia. Portugal ainda respirava alguma tranquilidade, devido à distância geográfica, embora temesse o pior. A comemoração do Dia Internacional da Mulher foi um encontro inédito e salutar que reuniu profissionais e alunas da universidade sénior num ambiente de partilha para assinalar o novo modo de olhar e de enfrentar o envelhecimento. Uma atitude inspiradora para sair de casa e procurar novos grupos como as universidades séniores, para evitar o isolamento ditado pela reforma. É certo que sim, mas a COVID-19 não deixou. A visita ao Planetário do Porto e a descoberta do que há no universo alimentou a curiosidade pela ciência e aliou-se à descoberta do contributo de muitas mulheres para melhorar, inovar e dotar a vida de mais qualidade. A mesma qualidade de vida mensurável pela tecnologia de ponta, pela indústria, pelos químicos e centrais nucleares e tantas outras criações que o Homem já fez. Esta é a qualidade de vida que o mundo apreciava e que agora é testada por todos, cada um à sua medida. Por uns, pela capacidade de resistência e de sobrevivência, e por outros pelo esforço de triunfar sobre um mal maior.

EDITORIAL

Page 4: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

4

Ao longo dos últimos três anos, os livros têm sido doados à Universidade Sénior “Viver a Aprender” por diversas pessoas, o que permitiu reunir dezenas de exemplares de diversas temáticas. Para melhor organizar as obras, a especialista em Ciência da Infor-mação, Daniela Oliveira foi convidada para indicar o método que melhor se adequasse ao contexto de Universidade Sénior. Deste modo, o modelo recomendado foi a criação de uma cota para cada livro com a indicação da insti-tuição a que pertence a biblioteca, o género literário e o número a que corresponde cada livro, para que se possa fazer uma disposição ordenada das obras na prateleira. Assim, a iniciativa pretende ser um incentivo à promoção do livro e da leitura junto de todos os alunos da Universidade Sénior.

Alunos de Educação Social do Porto realizam estudo científico na Universidade Sénior “Viver a Aprender”

Workshop sobre catalogação de livros motiva seniores para organizar a biblioteca

Alunas da ESE assistiram ao encontro para assinalar o Dia Internacional da Mulher.

Alunas do curso de Educação Social da Escola Superior de Educação do Porto iniciaram em março a primeira experi-ência no terreno na Universidade Sénior (U.S.) “Viver a Aprender”. Deste modo, as estudantes podem efetuar o primeiro contacto com a reali-dade social e tomar conhecimento da resposta dada pela instituição. A inter-venção das estudantes culmina com a apresentação de propostas que permita melhorar o funcionamento dos serviços prestados à comunidade. O ano passado, a U.S. recebeu dois estudantes do mesmo curso no âmbito de um estudo científico.

Daniela Oliveira, bibliotecária, ensinou como catalogar os livros para organizar melhor a biblioteca do CES Pedras Rubras.

Page 5: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

5

BREVES

Marcelo Nascimento de 29 anos, brasileiro, esteve a desenvolver um programa de voluntariado com a Universidade Sénior “Viver a Aprender” em janeiro e fevereiro deste ano, no âmbito de uma proposta apresentada pela AIESEC (Association Internacionale

des Étudiants en Sciences Économiques et

Commerciales).

O jovem orientou um atelier sobre cultura e tradições brasileiras que permitiu a aprendizagem de uma dança típica do Brasil, a “Quadrilha”, apresentada na festa de Carnaval.Marcelo Nascimento interveio junto dos utentes dos centros de Dia da Guarda e de Crestins devido aos protocolos de colaboração existentes com a U.S. com a realização de várias atividades lúdicas.

Recorde-se que no ano passado, Natália Mota também uma jovem brasileira desenvolveu uma ação de voluntariado junto dos seniores nas mesmas instituições.

Cultura brasileira foi o mote do projeto de voluntariado na U.S.

Marcelo é advogado e professor no Brasil e também se dedica a causas sociais.

O jovem brasileiro fez furor entre as utentes do Centro de Dia da Guarda em ambiente de ani-mação, de convívio e de partilha de afetos.

Marcelo e D. Helena protagonizam momento de dança no Centro de Dia de Crestins.

Page 6: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

6

Pela primeira vez realizou-se esta iniciativa com o intuito de criar um espaço de troca de experiências, de conhecimentos e de apren-dizagens que diferentes mulheres têm tido ao longo das suas vidas, para assinalar o Dia Internacional da Mulher. No século XXI, a mulher dispõe de uma varie-dade de opções que permitem manter-se ativa, participativa e atualizada. Deste modo, a informação sobre os acontecimentos que marcam a atualidade e a utilização das novas tecnologias são áreas que cada vez mais lhes despertam curiosidade e interesse para apren-der.Nos últimos anos, o aparecimento das univer-sidades seniores tem aberto portas para que

as mulheres possam continuar a sentir-se ativas, ocupadas e cultas. Por outro lado, também são locais que lhes proporcionam momentos de diversão e de alegria que não teriam se ficassem em casa dedicadas às lides domésticas. Esta questão foi abordada pela psicóloga convidada Raquel Freitas. A profissional salientou ainda a necessidade de haver um maior cuidado com o bem-estar não só físico mas também social e psicológico. É por isso que nos dias de hoje muitas mulhe-res estão a mudar de mentalidade para viver a fase sénior. Na prática, há uma faixa etária a partir dos 65 anos que se insere no novo modelo de enve-lhecimento e que contrasta com a realidade

Atitudes e comportamentos da mulher do séc. XXI para conquistar o envelhecimento ativo

As atitudes e os comportamentos da mulher atual para ter um envelhecimento ativo são cada vez mais o apanágio da sociedade atual, em prol de uma vida mais saudável a nível físico e mental. O tema esteve em debate na Mesa Redonda que decorreu no âmbito do Dia Internacional da Mulher, organizada pela Universidade Sénior “Viver a Aprender”.

Professoras, técnicas, enfermeira e alunas da U. S. debateram o modo como a mulher está a viver e a aceitar o envelhecimento.

Page 7: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

7

REPORTAGEM

de uma camada da população que apesar de coincidir com a idade tem um grau de depen-dência e de incapacidade mais acentuado. Sandrine Ferreira, Assistente Social no Centro de Dia da Guarda referiu que a maioria dos

SOCIEDADE

utentes são mulheres e muitas com uma idade avançada. Elas encontram naquele espaço a companhia, o convívio, as atividades e os passeios que dão alento aos seus dias e que as fazem sentir-se bem com elas mesmas. No centro de Dia de Crestins, a Educadora social Alice Azevedo encontra-se todos os dias com cerca de vinte utentes, uns mais debilita-dos e dependentes do que outros, por vezes em situação de dependência da família ou das instituições. Contudo, há a tentativa de incutir uma dinâmica no grupo com ações lúdicas a nível físico e intelectual. As residências seniores são para muitos idosos o fim da linha, pois encontram-se doentes ou com um elevado grau de dependência. A enfer-meira Patrícia Silva partilhou o conhecimento sobre esta realidade, nomeadamente no Lar da Pena, frequentado apenas por mulheres. No entanto, a ida da cabeleireira uma vez por mês, já é para as idosas um estímulo para melhorar a sua auto-estima. Os testemunhos das alunas da Universidade Sénior foram uma mais-valia para o encontro.

Sandrine Ferreira coordena o Centro de Dia da Guarda incutindo dinâmicas de grupo com trabalhos manuais e visitas ao exterior.

Alunas da U.S. participaram no debate com testemunhos sobre as próprias escolhas desde que entraram na fase sénior.

Odete Pinheiro é pintora, orienta o atelier de pintura e é também aluna da Universidade Sénior. Fernanda Sousa, amiga e também aluna da U.S. incentivou-a a frequentar e Odete aceitou o desafio numa tentativa de preencher algum tempo livre depois de ficar reformada. Hoje, a artista faz um balanço positivo da experiência, assim como Fátima Ribeiro e Maria Irene que frequentam as aulas de pintura. Ana Maria Santos faz parte da U.S. desde o primeiro ano e mostrou-se satisfeita com a experiência, assim como Fernanda Sousa que partilhou a necessidade que sentiu em conviver e de estar com outras pessoas dois anos após ter ficado reformada. Bernar-dete Rebelo, com 88 anos, é também uma das primeiras alunas e tem sido presença ativa nas diversas atividades. Gosta de escrever poemas e textos sobre diversos temas e fez o encerramento do encontro com um trabalho da sua autoria sobre “A mulher”, apresentado em prosa, e outro em poesia pela voz de Ana Maria Santos.O encontro terminou com a entrega de uma flor em tecido aos presentes, elaborada pelos alunos na disciplina de Manualidades.

Page 8: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

8

No dia 9 de março, tivemos uma manhã animada com alguns membros da Universi-dade Sénior “Viver a Aprender”, dos Centros de Dia da Guarda e de Crestins e com a psicó-loga Raquel Freitas, no auditório da Junta de Freguesia de Moreira da Maia. Em debate esteve a necessidade das mulheres se cuidarem não só fisicamente mas também emocionalmente. O bem-estar funciona como um todo e é nesse contexto que a Universi-dade Sénior “Viver a Aprender” tenta imple-mentar disciplinas que vão ao encontro das necessidades dos seniores.O bilhete de identidade não define como cada sénior se sente em relação à idade, pois o limite de idade deixou de fazer sentido para as pessoas se manterem ocupadas e ativas.De modo geral, entre os alunos presentes no debate foram reconhecidas as vantagens de frequentar a universidade sénior, da neces-sidade de nos mantermos ativos, de parti-lharmos ideias e de podermos fazer o que nos faz bem depois de uma vida de trabalho. Não interessa o que cada um de nós fez na sociedade enquanto trabalhadores, interessa sim o que fazemos agora e o que podemos oferecer à sociedade quando estamos bem, adaptando-nos à mudança dos tempos.No âmbito do dia internacional da Mulher, podia falar de muitas mulheres de nomes sonantes ao longo dos séculos. Mas queria contar a história de mulheres que foram pilares na sociedade na época em que viveram.As carquejeiras. Quem eram as carquejeiras? Eram mulheres como eu e vós que trabalhavam para alimentar a família. Elas trabalhavam o

dia todo a subir e a descer ladeiras bastante acentuadas, carregando à cabeça molhes de carqueija muito pesados e descalças fizesse frio, chuva ou sol. A carqueija era apanhada nos montes e trazida de barco pelo rio Douro, até ao Porto. Esta matéria-prima servia para acender os fornos onde se cozia o pão. As carquejeiras vinham de Matosinhos, Gaia e Maia e até 1940 eram muitas vezes retratadas e desenhadas, principalmente por ingleses para demonstrar o Porto rural. A partir dessa altura, estas mulheres são escondidas para não envergonhar o Estado Novo e até olhadas com indiferença. As mulheres carquejeiras eram escravas num Porto liberal e cheio de bons costumes que assobiava para o lado quando elas passavam num dia de trabalho árduo, sem lhes reco-nhecer o valor para terem a dádiva de um pedaço de pão.

Por isso, tiro o chapéu às mulheres escravas deste mundo e o meu obrigado.Viva as carquejeirasViva as mulheres do carvãoViva as mulheres que partiam pedraViva as mulheres que carregavam blocos para as estradasViva as mulheres que distribuíam águaViva as mulheres que lavavam roupaViva todas as mulheres que anonimamente deram a sua vida por uma sociedade mais justa.

A mulher é um ser paciente na demanda de paz e num trilho de amor sem fim. Com delica-deza própria que com ela nasce. Este é o ser profundo que a Humanidade não pode e não deve usar quando lhe dá jeito ou prazer. Não se iludam, ela perdoa mas não esquece!

(Por Fátima Ribeiro)

De mulher para mulherHomenagem às carquejeiras do Porto

Page 9: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

9

ARTIGOCULTURA E PATRIMÓNIO´

Residências SéniorProporcionamos toda

a tranquilidade, cuidados e apoio num

ambiente familiar

Serviço de Apoio Domiciliário

Prestação de cuidados de saúde e apoio nas atividades da

vida diária em sua casa.Serviço personalizado 24 horas/dia

todo o ano.

Enfermagem Serviço particular de prestação de cuidados de

enfermagem com qualidade, rigor e a máxima atenção pelos nossos pacientes.

Contactos www.cespedrasrubras.pt 224 051 772 I 910 107 112

Page 10: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

10

O ser humano é curioso por natureza e desde os primórdios que procurou encon-trar uma explicação para os fenómenos que observa no seu próprio corpo e até na natureza, para que pudesse compre-endê-los melhor. Esta é uma das causas que a comunidade científica enfrenta nos dias de hoje, de modo a encontrar um tratamento e uma vacina para combater o CORONA vírus que assolou a Humani-dade neste primeiro trimestre de 2020. E se as mulheres, muitas ou poucas vezes reconhecidas, têm acompanhado e contri-buído para os progressos científicos, nesta causa também elas se debatem para encontrar a cura.

A salvar vidas

Nas últimas duas décadas, a cientista tem-se dedicado à investigação da Malária, o que lhe valeu o prémio Pfizer em 2017. Em Portugal, Maria Manuel Mota foi conde-corada em 2005 como Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique e em 2013 foi distinguida com o prémio Pessoa. Salvar vidas é uma demanda comum a algumas mulheres ligadas à ciência. Gabriela León Gutiérrez, bioquímica indus-trial, dedicou-se à criação de uma substância para combater os agentes patogénicos da atmosfera, depois do seu filho de dois anos ter adoecido devido a um rotavírus. A inves-tigação da mexicana também foi essencial durante a epidemia de ébola, na Libéria.

“Cuando pudimos ayudar a Liberia a frenar la pandemia del ébola, fue el momento culmi-nante de todo el esfuerzo de todo el equipo y de todas las personas que creyeron en nosotros. Logramos un impacto”, explicou a cientista.“

A substância foi doada pela empresa criada pela cientista, a Gresmex, e foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas como “uma das cem que pode salvar o mundo no futuro”. Marie-Curie (1867-1934) também tentou salvar muitos soldados que combatiam durante a I Guerra Mundial, ao criar unidades móveis de raio x. Os aparelhos portáteis eram transportados em carros que ficaram conhecidos por petites Curies. No que diz respeito à área da saúde e da Medicina, muitos nomes há por mencionar, inclusive na enfermagem. A britânica Florence Nightingale (1820-

As Mulherese a Ciência

Maria Manuel Mota, bióloga, investiga-dora e diretora executiva do Instituto de Medicina Molecular (IMM).

Foto in expresso.pt

Maria Manuel Mota (1971) está a liderar a produção de um kit de diagnóstico da COVID-19 destinado a fazer o despiste da doença.

Page 11: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

11

ARTIGO

1910) é considerada a fundadora da enfer-magem moderna e ficou conhecida pelo seu tratamento dos feridos durante a Guerra da Crimeia. Nightingale foi também estatística, reformadora social e escritora.

Dar luz ao mundoPor um lado, se tecnologia é sinónimo de progresso para os países mais desenvol-vidos, por outro nos países em desen-volvimento a palavra de ordem é apenas energia. O problema da falta de energia nas Filipinas, país de origem da sua mãe, motivou Ann Makosinski (1997) a criar uma lanterna Hollow Flashlight, que não precisa de bateria e converte o calor das palmas das mãos em eletricidade. A jovem também conseguiu patentear a segunda invenção, que consiste numa chávena e-Drink que aproveita o excesso de temperatura do café para gerar eletricidade que pode ser usada para carregar telemóveis e dispositivos musicais. A energia é uma das áreas que apaixona não só os cientistas como também repre-senta uma das preocupações para garantir a sustentabilidade das novas gerações. Jessica O. Mathews, licenciada pela Escola de Negócios de Harvard, desenvolveu o Soccet, isto é, uma bola de futebol que acumula energia quando é pontapeada e esta pode ser usada para carregar uma bateria. Há outros projetos em desenvolvimento pela Uncharted Power, a empresa que Jessica O. Mathews criou com um sócio, como por exemplo o revestimento de passeios com painéis que possam gerar energia com os passos dos peões.

Ada Lovelace escreveu o primeiro algorit-mo para ser processado por uma máquina, a máquina analítica de Charles Babbage.

Foto in Revista Galileu

Na senda da tecnologia

Ao longo dos tempos, estas duas situa-ções motivaram ainda mais a mulher para investigar, descobrir e criar inventos que acabaram por provocar uma mudança, em cada época, no dia-a-dia de todos, fazendo jus à frase da primeira programadora de computadores, Ada Lovelace (1815-1852), pois “a imaginação é a faculdade da desco-berta, proeminentemente. É o que penetra nos mundos nunca vistos em nosso redor, os mundos da ciência”.Os primeiros passos para o aparecimento da Informática haviam sido dados por Charles Babbage com a invenção da máquina analí-tica. Contudo, Ada Lovelace ao ser contra-tada para traduzir a palestra do inventor para inglês, acrescentou várias anotações, tais como o primeiro algoritmo para obter um resultado particular através de uma máquina de uso genérico. Naquela época, a elite intelectual discriminava o trabalho das mulheres, por

CIENCIA^

Page 12: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

12

isso a filha do poeta romântico Lord Byron teve de assinar o invento apenas com as iniciais AAL. O reconhecimento mundial foi apenas alcançado um século após a sua morte.Atualmente, a utilização dos computadores faz parte do quotidiano para o desempenho da maior parte das profissões através do uso de programas adequados a cada área. Erna Schneider (1926) registou uma patente em 1971, de um programa informático para melhorar o funcionamento das centrais telefónicas. A investigadora inventou um algoritmo que permitia utilizar dados das chamadas para estabelecer as respostas por ordem, de modo a evitar os colapsos que estavam constantemente a acontecer naquela época. Grace Murray Hopper (1906-1992) foi contra-almirante da Marinha nos Estados Unidos da América e analista de sistemas. O seu contributo para o desenvolvimento da Informática deu-se com a criação do COBOL (1959), que consiste numa linguagem de programação que podia ser aplicada em todos os computadores. Hopper também foi a primeira programadora do Mark l, ou seja, o primeiro computador produzido pela IBM. A austríaca Hedy Lamarr (1914-2000) foi atriz de Hollywood e protagonizou o primeiro nu feminino integral da história do cinema (no filme Êxtase, 1933), mas acabou por se dedicar à investigação e à engenharia, o que lhe proporcionou a criação do “salto de frequência”, o que permite que um sinal se expanda por uma banda muito mais larga. Este mecanismo foi desenvolvido com o objetivo de controlar os torpedos telediri-gidos e está considerado como a base do Wi-Fi e do Bluetooth.

Inovações domésticasContudo, as mulheres tiveram sempre mais dificuldade em destacar-se, visto que as regras da sociedade assim o ditavam. Muitas vezes, a sua progressão nos estudos era muito difícil, pois estavam confinadas às tarefas domésticas e ao cuidado da família. Porém, algumas mulheres destacaram-se com as suas ideias inovadoras, como Lilian Moller Gilbreth (1878-1972), psicóloga cali-forniana, que tinha de gerir uma casa e doze filhos, o que a levou a ter ideias inovadoras para melhorar a organização doméstica, como o pedal para o caixote do lixo e as prateleiras para o frigorífico. Mesmo aquelas que enveredavam pelos caminhos da ciência deparavam-se com a dificuldade de patentear os seus inventos com os próprios nomes, usando apenas as iniciais ou os nomes dos maridos.Marie-Curie recusou-se a registar a patente da unidade móvel de raio-x por considerar que era contra o espírito científico. Todavia, Mary Beasley (1870-1942), empresária norte-americana registou catorze patentes, como por exemplo um bote salva-vidas, um aquecedor de pés, um gerador a vapor e um dispositivo para evitar o descarrilamento de comboios.

Beulah Louise Henry, Lady Edison, paten-teou 110 inventos e registou 49 patentes.

Foto in expresso.pt

Page 13: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

13

ARTIGO

Beaulah Louise Henry (1887-1973) desen-volveu 110 inventos e conseguiu registar 49 patentes, a maioria relacionada com a atividade doméstica como por exemplo a máquina de costura sem bobina, o abre-latas e um aparelho para fazer gelados. A empre-sária norte-americana ficou conhecida por lady Edison. Mas foi a húngara Maria Telkes (1900-1995), especialista em biofísica e radicada nos EUA que inventou uma estufa alimentada com energia solar, o refrigerador termoelétrico e uma unidade portátil de dessalinização da água para ser utilizada em botes salva-vidas, o que a tornou conhecida como a “rainha solar”.

A importância dos inventos criados por mulheres tem sido reconhecida ao longo dos tempos, mesmo a título póstumo, atendendo à mentalidade da época em que viveram. Há dois anos, a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) dedicou o Dia Mundial da Propriedade Intelectual ao tema “Alimentando a Mudança: Mulheres na Inovação e Criatividade”. Segundo o diretor-geral da OMPI, Francis Gurry, este dia “comemora os talentos e as conquistas das mulheres inventoras e criadoras em todo o globo”. Contudo, o alto responsável deixou um alerta por considerar que “ainda há trabalho para fazer”, pois “as estatísticas disponíveis indicam que o nível de partici-pação das mulheres em inovação e criativi-dade está abaixo da média, o que é injusto para as mulheres e uma perda para o mundo”.Atualmente, os dados revelam que há apenas uma mulher em um terço dos pedidos para registo de patente que chegam à OMPI, um número que Francis Gurry considera que está “muito abaixo da paridade que é procurada”. O século XX foi o mais marcante para todas as áreas da ciência. Com o avanço tecnológico, os cientistas ficaram dotados de ferramentas e de equipamentos que lhes permitiram testar as suas teorias ou modelos e fazer desco-bertas que até este momento não seriam possíveis. Para as mulheres foi também uma época de emancipação e de valorização, capacitada pelo esforço de interligação de conhecimentos provenientes de diferentes áreas de estudo para acelerar o apareci-mento de novas descobertas em várias áreas desde a medicina, química, física, informática e energia, o que revela como a interdiscipli-naridade está patente no percurso científico de muitas investigadoras.

A química norte-americana Stephanie Kwolek (1923-2014) foi a criadora do kevlar, isto é, a fibra sintética ultrarresistente usada nos coletes à prova de bala. Katherine Johnson (1919-2020) faleceu no passado mês de fevereiro aos 101 e deixou um enorme legado para a aeronáutica e exploração espacial, pois contribuiu com cálculos e definiu a trajetória para a primeira ida à Lua em 1969. A cientista espacial norte--americana deu vários contributos para o desenvolvimento de aplicações de compu-tação na NASA (National Aeronautics and Space Administration).

Stephen Kwolek criou a fibra usada nos coletes à prova de bala.

Foto: jalopnik.com

CIENCIA^

Page 14: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

14

A nossa viagem cósmica

entre galáxias

A construção de um relógio de sol foi a atividade realizada em laboratório pelo grupo de alunos da U.S. “Viver a Aprender” na visita ao Planetário do Porto.

Desde a antiguidade que o homem se inter-roga sobre o que há e como é o espaço. A Universidade Sénior “Viver a Aprender” preparou uma visita ao Planetário do Porto CCV (Centro Ciência Viva) para que os alunos pudessem conhecer um pouco mais sobre o mundo sem fim, que é o espaço e o sistema solar.

“Tivemos uma viagem cósmica de uma beleza astronómica entre galáxias” descreveu Fátima Ribeiro, aluna da Univer-sidade Sénior “Viver a Aprender”, após a visita ao Centro de Ciência Viva no Plane-tário do Porto CCV. A iniciativa decorreu no âmbito da disciplina de Mundo e Ciência sob

A observação do espaço e a construção de um relógio de sol foram as atividades que ocuparam os alunos da Universidade Sénior Viver a Aprender” durante a visi-ta ao Planetário do Porto CCV, no âmbito da disciplina de Mundo e Ciência.

Page 15: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

15

REPORTAGEMCIENCIA^

a orientação da professora Sara Monteiro. Ao entrar no edifício, os visitantes encontraram os modelos dos planetas e dos principais astros do sistema solar pendu-rados no teto do átrio à escala 1:82857100, tendo como modelo um Sol do tamanho da cúpula o Planetário.No laboratório de astrofísica, os alunos puderam observar a inclinação dos raios solares no planeta, o fenómeno de sucessão dos dias e das noites e das estações do ano, e por fim construíram um relógio de sol. No âmbito da visita, os seniores visualizaram vídeos sobre o espaço para explicar o funcio-namento do planeta Terra e do Sistema Solar e a biodiversidade na Terra na sala em cúpula. Esta experiência permitiu adquirir novos conhecimentos sobre o Sol, a Lua, a Nebu-losa da Cabeça de Cavalo (Barnard 33), a Nebulosa do Caranguejo e o Enxame Aberto NGC 2467 na exposição sobre o Sistema Solar, na qual também estavam apresen-tadas informações e imagens sobre a Rádio Galáxia Centaurus A (as rádios galáxias são as que apresentam núcleos muito ativos) e da Galáxia de Andrómeda que é a galáxia de grandes dimensões mais próxima da Via Láctea. No final da visita, em ambiente de boa disposição, os alunos comentaram que “ultrapassou as expetativas, pois para além de uma aula sobre o Sol e da contagem do tempo em horas ficamos perplexos com a beleza do avanço da tecnologia” adiantaram.

O que é e para que serve o planetário?O Planetário do Porto CCV é um espaço que visa a divulgação e a promoção da cultura científica através da realização de eventos ao longo do ano, nas áreas de Física, Química, Astronomia, Geologia, Biologia, Química e Tecnologia para grupos escolares e público em geral. O edifício está situado no Pólo III da Universidade do Porto e abriu as portas em novembro de 1998 no edifício proje-tado pelo arquiteto José Manuel Soares. Atualmente, o Planetário fez parte da rede de Centros de Ciência Viva, cuja gestão está cargo do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. Desde 2015, o sistema de vídeo imersivo e um software de simulação do universo “Sky Explorer v3” fornecido pela empresa RSA Cosmos proporcionam uma experiência imersiva única.

Projetor Optomecânico do Planetário do Porto

Page 16: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

16

Caro Leitor,

Vou escrever, a modos de carta aberta, a

todos os leitores que tiverem a paciência

de me ler e respeito bastante por um ícon

de beleza artística e riqueza incalculável,

tendo em consideração a prata dourada e as

pedras preciosas de que foi feita esta jóia da

ourivesaria dos finais da Idade Média ou prin-

cípios da Idade Moderna. E o seu valor sobe

exponencialmente se tivermos em conta o

seu historial e a devoção que muitos fiéis

ainda têm por esta relíquia, o chamado valor

subjectivo ou estimativo.

Trata-se de um objecto real, palpável e

visível, um bocadinho de madeira encas-

toado bem ao centro da Cruz. Ela serve de

Relicário muito bem guardado em uma qual-

quer dependência paroquial, poucas vezes

mostrado ao público devoto. Pessoalmente,

nunca o contemplei.

Segundo as crónicas, esse naco de madeira

terá sido adquirido na Terra Santa no tempo

das Cruzadas e trazido para a Península por

um qualquer cruzado ou monge-cruzado que

o tomou como sendo parte da Cruz de Jesus

Cristo.

Não se sabe se será ou não. O que se sabe é

que em 1085 já estava na igreja do Mosteiro,

pois um maiato de nome Gonçalo Guterres

fez testamento em favor de S. Salvador

e refere lignore sancte crucis. Dois anos

depois, outro maiato Trutesindo Guterres fez

uma doação ao Mosteiro e fala também no

Lenho da Santa Cruz.

Segundo opinião de alguém, essa relíquia

veio do Mosteiro de Lavra que existiu antes

de Moreira. O cronista F. Nicolau chama-lhe

“Sagrado Tesouro do Santo Lenho” mas não

diz a sua origem ou proveniência. No entanto,

ele fala de muitas doações antigas de bens e

terrenos em favor do Mosteiro à conta dessa

SantoLenhode Moreira

Painel “Alminhas” encontra-se junto à Igreja Conventual de S. Salvador de Moreira da Maia.

Page 17: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

17

ARTIGO

relíquia a que se atribuíam milagres, sobre-

tudo expulsões de endemoninhados. Mas

era sobretudo em ocasiões de seca ou de

tempestades que os Maiatos de 70 fregue-

sias das redondezas acudiam a Moreira para

participarem em procissões com a relíquia do

Santo Lenho, a fim de obterem a graça divina

Foi encontrada pelo prior D. Vasco Anes, em

1510 sob a pedra de ara de um altar, num

relicário antigo, e fez-se festa grande pelo

achamento, com a presença de milhares de

fiéis. Após isso, o Bispo do Porto, D. Pedro da

Costa mandou fazer um relicário, em forma

de Cruz, sendo de prata dourada e pedras

preciosas. No entanto existe a opinião de D.

José de Cristo que defende a data de 1601,

aquela em que o relicário foi mandado fazer

pelo prior D. Teotónio de Santo Agostinho.

O mesmo D. José de Cristo também diz que

o mesmo D. Pedro da Costa cortou um peda-

cinho dessa relíquia e a levou a Castela. Outro

pedacito da relíquia foi obtido pelo abade de

Vilar do Pinheiro, D. José da Apresentação

Lobo, depois de 1770, com autorização do

Bispo do Porto. Depois de 1848 e com auto-

rização, o abade de Barreiros, António José

de Moreira e Sousa, da quinta de Gontão,

também conseguiu uma partícula da Cruz

para a sua igreja.

A última informação é-nos dada pelo Padre

Joaquim de Azevedo no livro “Memórias

Manuscritas” dizendo que, em 1634, foi

erigida a Irmandade do Santo Lenho por D.

Frei Luís Álvares de Távora, balio de Leça e

comendador de Malta, inscrevendo-se como

1º irmão.

Finalmente convém referir que o Santo Lenho

é transportado em andor próprio na procissão

na Semana Santa.

(Por Virgílio do Vale)

CULTURA E PATRIMÓNIO´

Relicário do Santo Lenho (1ª metade séc. XVI) encontra-se no Mosteiro de S. Salvador em Moreira da Maia.

de haver sol ou chuva para as suas semen-

teiras. Outro milagre que se atribuiu à relíquia

do Santo Lenho foi a freguesia de Moreira e o

Mosteiro terem permanecido ilesos durante o

terramoto de 1755.

O Padre Carvalho, por escrito, relata que a

relíquia esteve muito tempo desaparecida,

talvez escondida, com medo de ser roubada.

Foto in visitmaia

Page 18: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

18

“O conceito de uma junta de freguesia é estar junto da população”.Carlos Moreira, presidente da Junta de Freguesia de Moreira da Maia há dois anos e meio, fez um balanço da atividade da Universidade Sénior “Viver a Aprender”, e revelou em entrevista à CES Magazine alguns projetos para a freguesia. Uma rotunda, um espaço polivalente, mais habi-tação e piscinas municipais são algumas das propostas a realizar em Moreira e Pedras Rubras.

CES Magazine (CM) - Há quanto tempo está a exercer o mandato de presidente da Junta de Freguesia de Moreira da Maia?

C. Moreira - Estou há dois anos e meio.

CM - Na sua opinião, a instalação do CES trouxe uma mais-valia?

Carlos Moreira (C. Moreira) - Sim, o CES para nós é uma mais-valia porque está a fazer um trabalho como uma autarquia devia fazer. Aqui torna-se muito mais familiar e no fundo como dizia uma colega do CES, este trabalho faz com que me levante de manhã, ponha o melhor fato e venha conviver, por isso tem de haver um reconhecimento nosso. Quando o Centro Educativo faz uma atividade, eu tenho de estar lá para reconhecer o vosso trabalho.

“Vocês têm ideias e nós estamos cá para apoiar”, Carlos Moreira mostrou--se disponível para colaborar com os projetos do CES Pedras Rubras.

CM- Sugestões para parcerias com o CES?C. Moreira - A disponibilidade é total e estou aberto a projetos. Vocês têm ideias e nós estamos cá para apoiar. Se não for da nossa parte, posso arranjar forma junto de empresas privadas que possam também colaborar. Há um reconhecimento do CES no executivo municipal da Maia já com algum relevo.

CM- Considera que a população de Moreira tem razões para se sentir bem?

C. Moreira- Sim, mas devíamos ter aqui uma piscina municipal que não temos. Quanto ao espaço? Seria no final da rua Dr. Farinhote. Mesmo a nível geográfico, o projeto ia ficar

Page 19: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

19

EM ENTREVISTA

no centro da freguesia. Vamos ter uma luta, uma atitude radical, com o fim das portagens porque temos muitos pórticos. A zona da ponte de Moreira, onde está a creche, está tudo degradado. A empresa que fez a obra faliu, mas posso dizer que aquela zona vai ser recuperada. Segundo a informação que tive durante o primeiro semestre deste ano, as obras irão arrancar. Gostaria de fazer um polivalente e um parque canino numa zona onde já moram cerca de duas mil pessoas, pois faz todo o sentido numa freguesia como a nossa com 15 mil habitantes.

C. M- Tem muitas ideias para a freguesia. Mas precisa do dinamismo da população para as concretizar?

C. Moreira- Sim, é mesmo isso. O meu pai há 40 anos iniciou os jovens no desporto, e fui aproveitando os valores que ele me ensinou. Há 2 anos e meio, quando o Sr. Presidente da câmara me fez o desafio, ponderei porque também tinha a parte profissional que exige muito de mim, mas pensei que seria a altura

de fazer o meu trabalho comunitário. Nós temos um elo de proximidade com a câmara municipal, por vezes tenho guerras grandes porque tenho de impor as nossas necessidades. A curto prazo vamos ter ainda

dentro deste ano, algumas obras no campo da feira de Pedras Rubras, um parque e uma rotunda. São obras de interesse para uma melhor qualidade de vida.Há dois novos projetos de uma

empresa que vai investir cerca de 35 milhões de euros em Moreira, tudo isso faz com que eu exija mais da câmara. Temos tanta coisa boa, como o aeroporto e não o aproveitamos. Os turistas que vêm visitar o Porto e vão pernoitar cá. A taxa turís-tica podia ser aproveitada, pois se cada um deixar um euro por cama, esse dinheiro podia ser aplicado na freguesia.Nós devíamos ter um espaço polivalente, onde as pessoas possam vir a pé e ter uma atividade. Os dinheiros não abundam e a dependência da câmara é muito grande. O conceito de uma junta de freguesia é estar junto da população.

“...O meu conceito é de comunidade, o que faz que eu respeite toda a

gente”.... ”

Carlos Moreira tem sido presença assídua nos encontros entre alunos e professores da Universidade Sénior para convívio e troca de saberes.

Page 20: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

20

Carlos Moreira tem participado nos eventos realizados pela Universidade Sénior “Viver a Aprender” no auditório da Junta de Freguesia de Moreira. O autarca salientou a importância

O espaço “Vozes da Terra” foi criado na U.S. para que a comunidade sénior pudesse expor dúvidas, colocar questões, dar opiniões e até críticas sobre o trabalho que a autar-quia, nomeadamente a Junta de Freguesia,

que o projeto tem tido na comunidade local, e demonstrou apreço pelo empenho e dedi-cação de todos os intervenientes nesta inicia-tiva de caráter social.

tem desenvolvido em Moreira da Maia. O encontro tem permitido uma troca de ideias salutar e com uma aceitação positiva da parte do presidente.

(Por Joaquina Xavier)

“Quando o Centro Educativo faz uma atividade, eu tenho de estar lá para reconhecer o vosso trabalho”.

Carlos Moreira confirmou na U.S. o arranque das obras da rotunda em Moreira e no campo da feira em Pedras Rubras, numa das sessões do “Vozes da Terra”.

Page 21: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

21

EM ENTREVISTA

PUBLICIDADEServiços de apoio a crianças e jovens

Trabalho social e orientação

Hotelaria e restauração

Turismo e lazer

Serviços de transporte

Proteção de pessoas e bens

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Certificação de Motorista deTransporte Coletivo de Crianças (TCC)

Certificação de Motorista dePesados de Passageiros (CAM)

ÁREAS DE FORMAÇÃO CERTIFICADAS PELA DGERT

Segurança e higiene no trabalho

Desenvolvimento pessoal

Comércio

Ciências informáticas

Produção agrícola e animal

Floricultura e jardinagem

Silvicultura e caça

Certificação de Motorista dePesados de Mercadorias (CAM)

Transporte em VeículoDescaracterizado (TVDE)

Page 22: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

22

Matiné deCarnavalcom sotaque brasileiro

Este ano, o Carnaval da U.S. teve sotaque brasileiro devido à colaboração de Marcelo Nascimento. O jovem de 29 anos, brasileiro, esteve a desenvolver um programa de volun-tariado através da AIESEC (Association Inter-nacionale des Étudiants en Sciences Écono-miques et Commerciales) com a Universidade Sénior “Viver a Aprender” durante dois meses. O voluntário proporcionou um conhe-cimento mais aprofundado sobre o seu país através de um workshop sobre Cultura Brasi-

A Matiné de Carnaval da Universidade

Sénior “Viver a Aprender” foi um momento de

convívio e de animação entre alunos profes-

sores e o voluntário da AIESEC, Marcelo

Nascimento, na tarde de 18 de fevereiro, na

antiga Escola Primária de Pedras Rubras

leira. A participação de Marcelo Nascimento estendeu-se às danças tradicionais do Brasil, como por exemplo a Quadrilha. Os seniores aderiram a esta iniciativa, ensaiaram a core-ografia e formaram a Quadrilha “Regabofe”.

Alunos da U.S. “Viver a Aprender” Dança da quadrilha “Regabofe”

Foto Teresa Nunes

Page 23: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

23

REPORTAGEM

Foto Teresa Nunes

FOTO

A apresentação da dança decorreu em ambiente carnavalesco, pois o fim do programa de voluntariado coincidiu com a época de Carnaval. A festa prolongou-se pela tarde com muita cor e animação.

As mascotes Evaristo e Francelina também estiveram presentes e deixaram um teste-munho, em quadras, gravado em áudio sobre a sua inscrição na Universidade Sénior. O momento de teatro radiofónico contou com a participação de José Ramos, na fala de narrador, António Santos na personagem de Evaristo e Joaquina Xavier na pele de Francelina.

A Matiné começou ao início da tarde e a festa

continuou com a apresentação da Quadrilha

“Regabofe”. Os participantes caracteriza-

ram-se de acordo com a tradição brasileira

ao estilo “caipira”.

Vírgilio do Vale e Orlando Teixeira protagoni-

zaram um momento musical com a interpre-

tação de temas de Fado de Coimbra, acom-

panhado à viola.

Foto Teresa Nunes

Foto Teresa Nunes

Page 24: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

24

Foto Teresa Nunes

Repasto com feijoada brasileira deu o mote para a tarde de diversão.

Para assinalar a despedida de Marcelo Nascimento, os alunos prepararam um almoço com feijoada brasileira e outras iguarias para acompanhar e regar o convívio.

O Carnaval da U.S. promete regressar no próximo ano com outros sons e cores, quiçá inspi-

rados na cultura de outro país.

Clara e Orlando protagonizaram um dos pares da quadrilha “Regabofe”.

Foto Teresa Nunes

Page 25: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

25

ARTES | CULTURA

Foto Teresa Nunes

Patrono do Clube do Poeta Sénior Conselheiro, Luís de Magalhães

ENTRE A DOR E A SAUDADE

Ó Dor, ó desolada companheira,

E tu, Saudade, lacrimosa amiga,

Morta a ventura e a alegria antiga,

Convosco irei vivendo a vida inteira.

Da existência a jornada derradeira,

O Destino mandou que eu a prossiga.

Vergado pelas mágoas e à fadiga,

A vós ambas levando à minha beira…

Seja, pois! Deus o quer! E assim iremos,

Assim nosso caminho seguiremos,

Sempre o adorado Ausente a relembrar,

Sempre a chorá-lo neste pranto ardente,

Pois que, já agora – desgraçadamente! –

Só na dor e a saudade o posso amar!

( In Antologia Poética )

O Conselheiro Luís de Maga-lhães, além de político e roman-cista, foi um dedicado cultivador da terra e senhor de muita sen-sibilidade que o levou a escrever poesia, sobretudo sonetos onde expressa todos os sentimentos que lhe iam na alma.Estimava os filhos como só um pai extremoso pode amar e, por isso, sofreu imenso com a perda dos dois meninos nascidos do seu casamento. Um faleceu em tenra idade, e o outro depois de servir a Pátria na 2ª Guerra Mun-dial veio a falecer, ainda jovem, vítima de doença contraída nes-se conflito. Chamava-se José Estêvão, como o avô.A sua dor foi muito grande e está bem expressa neste soneto que nos deixou, dedicado ao seu “Ausente”:

Page 26: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

26

Quem vê caras, não vê corações

AMOR COM SENTIDOOU CONSENTIDO?

Os meus alinhavos no teu ponto corrido.

Fez desenhar numa pressa o contorno desse vestido.

Numa calma, em desativo!

Não sei se vestido ou despido.

Desfizeste os meus alinhavos,

Substituíste-os pelo teu ponto corrido, em desatino!

Sem saber qual o meu alinhavo e o teu ponto corrido,

alinhavávamos numa pressa o nosso destino.

Nesse desatino ficou mais despido do que vestido.

Entrelacei o meu alinhavo com o teu ponto corrido,

Numa calma, sem desatino.

E fomos conseguindo ponto entre ponto,

Desenhar o contorno do nosso destino.

(Fátima Ribeiro)

Fátima RibeiroMaria de Fátima Martins Ribeiro, 61 anos, natural de Arcos de Valdevez.É reformada e ex-empresária.Na juventude viveu em Lisboa, onde frequentou a escola e a catequese. Algum tempo depois regressou a Arcos de Valdevez e frequentou o externato Arco-ense. Casou um ano antes de acabar o Magistério e desta união nasceram 4 filhos e já tem 7 netos. A nível profissional, Fátima Ribeiro tirou o curso de Chefe de Hotelaria e montou alguns negó-cios. Fátima Ribeiro frequenta a Univer-sidade Sénior “Viver a Aprender” desde 2018 e gosta das áreas de História da Arte, Estudos Lite-rários. Divertida e bem- disposta transmite boa disposição a todos os que a rodeiam.

Foto de Teresa Nunes

Page 27: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

27

ARTES | CULTURA

Quem vê caras, não vê corações

Bernardete Rebelo

Bernardete Rebelo nasceu em Bragança há 88 anos. Em criança sonhava ser enfermeira mas esse sonho não se concretizou. Estudou e trabalhou como admi-nistrativa. Casou nova e teve dois filhos. Hoje tem cinco netos e dois bisnetos. Ao longo de catorze anos, dedi-cou-se ao voluntariado hospitalar.Bernardete é uma das primeiras alunas inscritas na Universidade Sénior no ano letivo 2017-18, e tem interesse em disciplinas de História da Arte, Estudos Literá-rios, Teatro e Comunicação.

Bendita sejas tu que concebeste

Um filho a quem pudeste chamar teu

Bendito o sangue que perdeste

Na hora dolorosa em que nasceu,

Bendito o pão e a água que lhe deste

E o leite puro que de ti bebeu,

Bendita seja a fonte onde Deus quis

Nascessem os teus risos e teus ais

E tantos hão-de ser pela vida fora

És a mais abnegada entre os mortais

Bendita sejas tu, “Mulher-Mãe” a toda a hora!!!

(Bernardete Rebelo)

MULHER/ MÃE

Page 28: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

28

À DESCOBERTA DOS ACORDES NA VIOLA E NO CAVAQUINHO

O Grupo de Cavaquinhos surgiu no passado mês de dezembro pela vontade de alguns alunos para aprenderem a tocar um instrumento musical, na sequência das aulas de música e de canto propor-cionadas por professores da escola de música Sete Notas. Bruno Pais, professor de Música, referiu que “foi feito um trabalho teórico desde o início, mas o balanço é positivo”. O grupo ensaia músicas tradicionais portuguesas, tais como “Laurindinha”, “Fado do Estu-dante” e “Malhão”. Os alunos tiveram de adquirir o próprio cavaquinho e após algum tempo de ensaios mostraram-se satisfeitos e moti-vados com o projeto. Mário Ribeiro considerou que está a ser uma experiência interessante e está a gostar, pois nunca tinha tocado um instru-

Orlando Teixeira sublinhou que desde o início das aulas de música e de canto se sentiu motivado para aprender a tocar um instrumento musical, embora o processo não seja muito fácil. “É preciso persis-tência”, referiu. As mulheres também aderiram ao grupo. Odete Pinheiro, pintora e aluna da U.S, deu um descanso aos pincéis para aprender música e considerou que se está a sentir motivada. Fernanda Sousa também se mostrou interessada com a experiência. “Não acho difícil de aprender e é para conti-nuar”, adiantou. Por outro lado, Joaquim Álvaro, apesar de preferir tocar viola, está integrado no grupo de cavaquinhos. “Tem sido uma experi-ência muito positiva”, admitiu.Os ensaios decorrem à quarta-feira sob a orientação do professor Nuno Pais, a partir das 11:45, nas instalações da antiga Escola Primária de Pedras Rubras. Os sete magní-ficos vão continuar a tocar e esperam a adesão de outros colegas para aumentar o número de elementos do grupo.

O grupo ensaia todas as quartas-feiras ao final da manhã na antiga escola primária de Pedras Rubras.

Os sete magníficos vão continuar a tocar e esperam a adesão de outros colegas para aumentar o grupo.

mento de cordas. Na opinião de José Ramos, a música ajuda a descontrair e já aprendeu alguns acordes.ARTES

Page 29: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

29

ARTES | CULTURA

IDEIAS CRIATIVAS E INOVADORAS PARA REUTILIZAR MATERIAIS

TRABALHOS MANUAIS COMBINAM TECIDO COM ARTE FLORAL

Manualidades é uma disciplina nova que surgiu este ano letivo na Universidade Sénior “Viver a Aprender” com o objetivo de despertar a imaginação dos alunos para a criação de peças úteis, através do contraste entre cores e materiais diversos. O tema dos trabalhos é proposto de acordo com as épocas festivas como o Natal ou algumas datas temáticas, como por exemplo o Dia Internacional da Mulher. Por altura do S. Martinho, os alunos fizeram sacos em sarapilheira, decorados com picôt feito em lã e uma flor em feltro. A reciclagem de materiais também permite aproveitar embalagens em plástico ou em vidro, dando-lhes uma nova vida. Nesta perspetiva, na quadra natalícia, recolheram-se várias garrafas de vidro (utilizadas para vinho) e fez-se uma cobertura em sisal. Para a decoração, fizeram-se flores em sarapilheira, devida-mente tratada com cola branca. Para fina-

Posteriormente, com a aproximação da primavera e do Dia Internacional da Mulher, o novo projeto consistiu na elaboração de tulipas em tecido com o pé foi feito em arame. As tulipas foram distribuídas pelas mulheres que participaram na Mesa Redonda “Atitudes e Comportamentos da Mulher para o Envelhecimento Ativo”, organizada no âmbito do Dia da Mulher, no auditório da Junta de Freguesia de Moreira da Maia.A partir do início do terceiro período, os alunos darão início a um novo projeto criativo.

Tulipas feitas com aproveitamento de tecidos foram oferecidas às mulheres, no Dia Internacional da Mulher.

Garrafas decorativas e sacos de sarapilheira resultam da vontade de inovar e de criar novos projetos artísticos.

lizar, foi dado o retoque final com flores secas. As garrafas e os sacos foram oferecidos aos professores voluntários que colaboraram com a Universidade Sénior, como oferta de Natal.

Page 30: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

30

CES Pedras Rubras Magazine é uma publi-cação criada no âmbito do projeto da Univer-sidade Sénior “Viver a Aprender, trimestral e de distribuição gratuita. O próximo número vai sair em Maio.

O lançamento da publicação trimestral contou com a presença de alunos e de professores da Universidade Sénior “Viver a Aprender”. O primeiro número da revista CES Pedras Rubras Magazine já está nas bancas desde fevereiro.A revista, de distribuição gratuita, visa a divul-gação das atividades realizadas na insti-tuição com os alunos da universidade sénior e do centro educativo, que têm colaborado ativamente na pesquisa de informação e na redação de artigos, de reportagens e de entre-vistas com base nas orientações obtidas na disciplina de Oficina dos Media.A publicação contém diversas temáticas como o ambiente, a saúde, a cultura e o património e as artes que são apresentadas em formato de reportagem, fotorreportagem, entrevista e de artigo. Há ainda espaço para o clube do poeta sénior,

no qual os alunos com veia poética podem publicar trabalhos da sua autoria. A parte final da revista é dedicada ao lazer, onde se podem encontrar palavras cruzadas, sudoku e charadas para uns bons momentos de ginás-tica mental. A agenda surge também na última página para informar sobre os eventos mais próximos. A publicação surge no âmbito do projeto da U.S. concretizado através do Programa Operacional de Inclusão Social e Emprego (POISE), do Portugal 2020 e com o apoio do Fundo Social Europeu e do programa Portugal Inovação Social.

Alunos da U.S. são também os principais colabo-radores que permitem a concretização do projeto.

Foto de Teresa Nunes

Foto de Teresa Nunes

Lançamento do nº 1 da revistaCES Pedras Rubras Magazine

Page 31: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

31

LAZER

VENCEDOR DO CONCURSO DE FOTOGRAFIA

2ª Edição

TeresaNunes

Concurso de Fotografia CES Magazine Ações e Diversões da U.S. decorre até 30 de junho.

Foto de Teresa Nunes

Foto de Teresa Nunes

Registar os eventos realizados no âmbito das ações organizadas pela Universidade Sénior “Viver a Aprender”

Promover o Fotojornalismo como meio de expressão e de informação.

Revelar novos talentos da Fotografia.

Para mais informação contacte o CES Pedras Rubras

Page 32: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

32

CRUZADA SÉNIORHORIZONTAIS

SOLUÇÕES

SOLUÇÕES

VER

TIC

AIS

SUDOKU

Page 33: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

33

LAZER

Horizontais1-Escola para veteranos em Pedras Rubras, academia (2 palavras).2-Estar filiado num partido; igualares; 1006 (Rom.)3-Espécie de búfalo americano; chateadas. 4-Veneno, maldade; que tem cotação; tecido fino.5- Formar em alas; coisa própria de patareco, “pato”, néscio.6- Região metropolitana mais populosa e indus-trial da Alemanha; torna a pagar; resultado desportivo volumoso, capilota.7- Sinal de que o rádio, TV ou eletrodoméstico está ligado; toma com a mão o peso de; ir a baixo (a bandeira).8- Também por esta sigla era conhecida a PIDE; moveriam os remos; vai ao forno.9- Brinquedo infantil que se faz subir e descer ao longo de um fio; achando graça; cordeiro, sem vogais.10- Pele de cordeiro de pelo frisado ou tecido de lã que imita essa pele; cumprimento brasileiro; valor mobiliário obrigatoriamente convertível (sigla); extraterrestre.11- Perguntas, inquires; relativo à idade.12- Estrondeia, ressoa; clarão vivo proveniente de descarga elétrica entre duas nuvens; usa-se para classificar algo ou alguém como estando na moda.13- Duas vogais; intriga, conspiração; nome de mulher; mensagem ou método de requisição de protocolo de rede (inf.).14- Aplicou sedação; 3,1417; igreja patriarcal; António…, poeta e dramaturgo português (1897/1959).15- Fizera andar para trás, saíra do local onde se encontrava; tornes inadiável.16- Cabo americano (península), no estado de Massachussets banhado pelo Atlântico; saltadora olímpica portuguesa, recentemente agraciada com a medalha de bronze referente aos mundiais de 2009 (2 pl), Município do Rio de Janeiro que abarca o distrito de Niterói (abrev.).17- Qualidade do que é brando, frouxo; cloreto de sódio; elemento grego que exprime a ideia de povo, raça (pref.)18- Nome usado para designar a região sudeste da Europa (Albânia, Bósnia, Grácia, Sérvia, Montenegro, entre outros); que denota heroísmo, ousado.

Verticais1-A unidade; os que gostam da paródia, folga-zões; confederação brasileira de basquetebol (sigla).2-Povo formado por anões, segundo a mitologia nórdica; aquela que rói.3-Burlar, dispor indevidamente dos outros; lugar; instrumento de costura para proteger o dedo.4-Orifício provido de lente por onde se vê; elementos decorativos, adornos; a traseira da cabeça sem vogais.5-Histórico colégio inglês fundado em 1440 no condado de Berkshire; rio alentejano onde está instalada a barragem de Montargil, coligação política portuguesa e país da África oriental cuja capital é Kigali.6-Muco nasal; apanhara peixe; antigas embarca-ções.7-Senhorita (dim.); ato de volta a moer; direto (abr.).8-Dó; luto; sentadas (pop.).9-Eduardo ou Eduarda (dim.); designação comum a vários sulfatos de ferro, cobre e zinco, hidra-tados e cristalizados; andares, caminhares.10-Usuário; 3 romanos; senhor inglês (dim.); assembleia geral (inic.)11-O mais conhecido dos mosqueteiros do rei; o boi sagrado; sufixo designativo de doença.12- Falhara o alvo; 1505 romanos; fazer uma teima (pop.)13- São Miguel de…localidade do concelho de Famalicão celebrizada por Camilo Castelo Branco; a última do alfabeto grego; o Manuel para os amigos (pop.).14- Colocar amparos ou estacas nas videiras ou no feijoeiro; relativo ao ouvido (pref.); basílica (abrev.).15- Qualidade de bacalhau muito apreciada (2 pal.); personal on demand (inf., sigla); european community (sigla).16- Instituto de medicina dentária (sigla); orga-nização jihadista também conhecida como estado islâmico do Iraque; cidade dos arredores do Porto pertencente ao concelho de Gondomar (2pl.)17- Moldadas de forma oval; nome do autor da teoria da relatividade.18- Mais que um sorriso; mensageiro; anun-ciador; foi à praia e ficou muito queimada.

Page 34: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

34

CHARADAS1 - O que é que cai em pé e corre deitado?

2 - O que é que anda sempre de cabeça para baixo?

3 - O que é que se quebra quando se fala? 4 - Quanto mais se perde, mais se tem?

5 - O que é que tem barba e não é homem, tem dentes e não morde? 6 - O que é uma casinha branca sem porta nem tranca?

7 - O que é que voa sem ter asas, e chora sem ter olhos?

8 - O que é que vai e vem sem sair do lugar?

9 - O que é que tem pernas mas não anda, tem braços mas não abraça?

10 - O que é que corre a casa inteira e depois vai dormir para um canto?

SOLUÇÕES1-Rio / 2-O prego do sapato / 3-O silêncio / 4-O sono / 5-O milho / 6-O ovo / 7-A nuvem / 8-A porta / 9-A cadeira / 10-A vassoura

FICHA TÉCNICA

Edição: 2ª Edição - Maio 2020 Distribuição: Trimestral | GratuitaColaboradores: Alunos da U.S. Editora: Andreia VilhenaSede do Editor: Rua Dr. António Martins Costa Maia, 192 Diretor: Teresa Mateus Subdiretor: Claúdia Silva Nº de inscrição na ERC: 127371Proprietário: Centro Educativo e Social de Pedras Rubras NIPC: 514046899Estatuto editorial da revista: https://www.viver-a-aprender.com/magazineDesign Gráfico e Impressão: Dioscar - Artes Gráficas, Lda. - Trav. Campo da Telheira nº100, 4470-828 Vila Nova da Telha - Maia Tiragem: 1000 ExemplaresISSN: 2184-7290 Nº DL: 467600/20

Page 35: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

35

LAZERCENTRO EDUCATIVO

Acompanhamento pedagógico na execução de trabalhos de casa, orga-nização de cadernos diários e reali-zação e correção de fichas de trabalho

para alunos do ensino básico.

Disponibilizamos um serviço de expli-cações individuais, assegurado por professores especializados e expe-rientes, que pretende dar resposta às dificuldades mais específicas dos alunos de qualquer disciplina e nível

escolar.

Dispomos de um serviço de prepa-ração intensiva, com diferente duração, para dar resposta às neces-sidades dos alunos nesta fase tão importante do seu percurso escolar.

O objetivo da Educação Ambiental consiste na promoção de valores, na mudança de atitudes e de comporta-mentos face ao ambiente, de forma a preparar os jovens para o exercício de uma cidadania consciente, dinâmica e informada face às problemáticas

ambientais atuais.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Trata-se de um processo, conduzido por profissionais de psicologia, que através da pesquisa e análise de provas de interesses, aptidões e personalidade, dá algumas orienta-ções sobre o percurso académico e profissional indicado, bem como estratégias de autoconhecimento e pesquisa. Não toma a decisão, mas

apoia no processo.

Promovemos a Igualdade entre mulheres e homens. Consiste numa questão de direitos humanos e uma condição de justiça social, sendo igualmente um requisito necessário e fundamental para a igualdade, o

desenvolvimento e a paz.

Desenvolvemos as várias competên-cias linguísticas: ouvir, falar, ler e escrever, de forma motivadora e com recurso a métodos ativos, meios audiovisuais interativos, e materiais

didáticos diversificados.

O serviço de transporte escolar encontra-se licenciado pelo IMT e é direcionado a crianças e jovens até aos 16 anos. O serviço é utilizado para deslocações de e para estabele-cimentos de ensino, para prática de atividades desportivas ou culturais, visitas de estudo e outras desloca-

ções organizadas.

Proporcionamos atividades de lazer a crianças e jovens a partir dos 6 anos, nos períodos de interrupções letivas, desenvolvidas através de diferentes modelos de intervenção, nomeada-mente acompanhamento/inserção, prática de atividades específicas e

multiatividades.

ESCOLA DE LÍNGUAS TEMPOS LIVRES

TRANSPORTE ESCOLAR ORIENTAÇÃO VOCACIONAL IGUALDADE DE GÉNERO

ESTUDO ACOMPANHADO EXPLICAÇÕES INDIVIDUAIS PREPARAÇÃO PARA TESTES E EXAMES

Telefone:224 051 772 / 910 107 112

E-mail:[email protected]

Rua Dr. António Martins Costa Maia, 1924470-568 Maia

Page 36: AÇÃO DE VOLUNTARIADO NA U.S. “VIVER A APRENDER” JUNTOU ... · ARTES E CULTURA Clube do Poeta Sénior Artes Lançamento 1ª Edição CES Magazine Concurso de Fotografia Jogos

Línguas

Gratuito + 50 anos

Foto de Bárbara Pouzada

Saúde

Dinâmicas de grupo

Artes e Cultura

Atividades físicas