História geral da Africa, V: Africa do século XVI ao XVIII; 2010
África antes da Escravidão - Africa Befores Slavery
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História do Comércio de Escravos
África antes da Escravização Europeia
Transportes e Trânsito 1 A Gian Gabriel Guglielmelli Profª Rosália - História
A África Ocidental tinha uma história e cultura muito rica e variada antes da chegada
dos europeus. Sua estrutura política era muito ampla e variada, que incluía desde reinos até
cidades-estados, entre outras organizações, cada qual com suas próprias características culturais
e lingüísticas. Na áfrica havia desde grandes impérios como Songhai, com estrutura política
complexa e centenas de milhares de camponeses, até sistemas políticos fracos que delegavam as
decisões aos acordos entre as pessoas da aldeia. Como no século 16 a Europa estava devastada
pela guerra e preocupada consigo, os grupos que mantinham o poder na áfrica estavam em
constante mudança.
A Arte, a Educação e a Tecnologia floresceram na África, e os africanos eram
habilidosos especialmente em medicina, matemática e astronomia. Tanto quanto mercadorias
simples, eles também tinham mercadorias de luxo como bronze, marfim, ouro e terracota para
uso tanto local quanto comercial.
Os africanos da África Ocidental já comercializavam com os europeus á anos através de
mercadores da África do Norte. Já os primeiros europeus com contato direto com eles foram os
Portugueses no século 15. Os holandeses, ingleses, franceses e escandinavos vieram depois.
Eles estavam principalmente interessados em produtos de alto custo como o ouro, marfim e
especiarias, particularmente a pimenta. Desde os primeiros contatos, os comerciantes europeus
seqüestravam e vendiam os africanos na Europa. Entretanto, só a partir do século 17, quando os
donos das plantações começaram a necessitar de mais e mais escravos para satisfazer a
crescente demanda por açúcar na Europa é que o comércio de escravos tornou-se o principal
tipo de comércio.
O EFEITO DA ESCRAVIZAÇÃO NA ÁFRICA
Provendo armas entre as mercadorias, os europeus aumentaram as guerras e a
instabilidade política da áfrica ocidental. Alguns reinos, como Dahomey e Asante, cresceram
poderosos e ricos; outros estados, entretanto não tiveram a mesma sorte e foram completamente
destruídos e suas populações dizimadas enquanto eram absorvidas pelos rivais. Milhões de
africanos foram forçados a abandonar suas casas e cidades inteiras foram esvaziadas; milhões
morreram em guerras de escravização (pois o povo escravizado era vendido aos europeus para
que eles não levassem o povo que vendia os escravos a eles) e os que restavam continuaram
escravizados na África.
Ouve forte resistência de algumas nações, como Angola e o Congo, contra a
escravização, porém, os interesses envolvidos no comércio de escravos se provaram muito
grandes para serem vencidos. 2/3 da população vendida eram de homens, porque as habilidades
das mulheres eram cruciais às sociedades africanas.
Até hoje a África Ocidental sofre profundamente e continua em desvantagem
comparada aos que promoveram o comércio contra eles. Movimentos reparatistas continuam
buscando o reconhecimento dos horrores cometidos durante a escravatura, querendo inclusive
compensações financeiras da Europa e dos EUA para os africanos e descendentes dos africanos
da diáspora.