África antes da Escravidão - Africa Befores Slavery

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História do Comércio de Escravos África antes da Escravização Europeia Transportes e Trânsito 1 A Gian Gabriel Guglielmelli Profª Rosália - História A África Ocidental tinha uma história e cultura muito rica e variada antes da chegada dos europeus. Sua estrutura política era muito ampla e variada, que incluía desde reinos até cidades-estados, entre outras organizações, cada qual com suas próprias características culturais e lingüísticas. Na áfrica havia desde grandes impérios como Songhai, com estrutura política complexa e centenas de milhares de camponeses, até sistemas políticos fracos que delegavam as decisões aos acordos entre as pessoas da aldeia. Como no século 16 a Europa estava devastada pela guerra e preocupada consigo, os grupos que mantinham o poder na áfrica estavam em constante mudança. A Arte, a Educação e a Tecnologia floresceram na África, e os africanos eram habilidosos especialmente em medicina, matemática e astronomia. Tanto quanto mercadorias simples, eles também tinham mercadorias de luxo como bronze, marfim, ouro e terracota para uso tanto local quanto comercial. Os africanos da África Ocidental já comercializavam com os europeus á anos através de mercadores da África do Norte. Já os primeiros europeus com contato direto com eles foram os Portugueses no século 15. Os holandeses, ingleses, franceses e escandinavos vieram depois. Eles estavam principalmente interessados em produtos de alto custo como o ouro, marfim e especiarias, particularmente a pimenta. Desde os primeiros contatos, os comerciantes europeus seqüestravam e vendiam os africanos na Europa. Entretanto, só a partir do século 17, quando os donos das plantações começaram a necessitar de mais e mais escravos para satisfazer a crescente demanda por açúcar na Europa é que o comércio de escravos tornou-se o principal tipo de comércio. O EFEITO DA ESCRAVIZAÇÃO NA ÁFRICA Provendo armas entre as mercadorias, os europeus aumentaram as guerras e a instabilidade política da áfrica ocidental. Alguns reinos, como Dahomey e Asante, cresceram poderosos e ricos; outros estados, entretanto não tiveram a mesma sorte e foram completamente destruídos e suas populações dizimadas enquanto eram absorvidas pelos rivais. Milhões de africanos foram forçados a abandonar suas casas e cidades inteiras foram esvaziadas; milhões morreram em guerras de escravização (pois o povo escravizado era vendido aos europeus para que eles não levassem o povo que vendia os escravos a eles) e os que restavam continuaram escravizados na África. Ouve forte resistência de algumas nações, como Angola e o Congo, contra a escravização, porém, os interesses envolvidos no comércio de escravos se provaram muito grandes para serem vencidos. 2/3 da população vendida eram de homens, porque as habilidades das mulheres eram cruciais às sociedades africanas. Até hoje a África Ocidental sofre profundamente e continua em desvantagem comparada aos que promoveram o comércio contra eles. Movimentos reparatistas continuam buscando o reconhecimento dos horrores cometidos durante a escravatura, querendo inclusive compensações financeiras da Europa e dos EUA para os africanos e descendentes dos africanos da diáspora.

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História do Comércio de Escravos

África antes da Escravização Europeia

Transportes e Trânsito 1 A Gian Gabriel Guglielmelli Profª Rosália - História

A África Ocidental tinha uma história e cultura muito rica e variada antes da chegada

dos europeus. Sua estrutura política era muito ampla e variada, que incluía desde reinos até

cidades-estados, entre outras organizações, cada qual com suas próprias características culturais

e lingüísticas. Na áfrica havia desde grandes impérios como Songhai, com estrutura política

complexa e centenas de milhares de camponeses, até sistemas políticos fracos que delegavam as

decisões aos acordos entre as pessoas da aldeia. Como no século 16 a Europa estava devastada

pela guerra e preocupada consigo, os grupos que mantinham o poder na áfrica estavam em

constante mudança.

A Arte, a Educação e a Tecnologia floresceram na África, e os africanos eram

habilidosos especialmente em medicina, matemática e astronomia. Tanto quanto mercadorias

simples, eles também tinham mercadorias de luxo como bronze, marfim, ouro e terracota para

uso tanto local quanto comercial.

Os africanos da África Ocidental já comercializavam com os europeus á anos através de

mercadores da África do Norte. Já os primeiros europeus com contato direto com eles foram os

Portugueses no século 15. Os holandeses, ingleses, franceses e escandinavos vieram depois.

Eles estavam principalmente interessados em produtos de alto custo como o ouro, marfim e

especiarias, particularmente a pimenta. Desde os primeiros contatos, os comerciantes europeus

seqüestravam e vendiam os africanos na Europa. Entretanto, só a partir do século 17, quando os

donos das plantações começaram a necessitar de mais e mais escravos para satisfazer a

crescente demanda por açúcar na Europa é que o comércio de escravos tornou-se o principal

tipo de comércio.

O EFEITO DA ESCRAVIZAÇÃO NA ÁFRICA

Provendo armas entre as mercadorias, os europeus aumentaram as guerras e a

instabilidade política da áfrica ocidental. Alguns reinos, como Dahomey e Asante, cresceram

poderosos e ricos; outros estados, entretanto não tiveram a mesma sorte e foram completamente

destruídos e suas populações dizimadas enquanto eram absorvidas pelos rivais. Milhões de

africanos foram forçados a abandonar suas casas e cidades inteiras foram esvaziadas; milhões

morreram em guerras de escravização (pois o povo escravizado era vendido aos europeus para

que eles não levassem o povo que vendia os escravos a eles) e os que restavam continuaram

escravizados na África.

Ouve forte resistência de algumas nações, como Angola e o Congo, contra a

escravização, porém, os interesses envolvidos no comércio de escravos se provaram muito

grandes para serem vencidos. 2/3 da população vendida eram de homens, porque as habilidades

das mulheres eram cruciais às sociedades africanas.

Até hoje a África Ocidental sofre profundamente e continua em desvantagem

comparada aos que promoveram o comércio contra eles. Movimentos reparatistas continuam

buscando o reconhecimento dos horrores cometidos durante a escravatura, querendo inclusive

compensações financeiras da Europa e dos EUA para os africanos e descendentes dos africanos

da diáspora.