Agente realizado e realizador

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Tenha uma formação adequada para o bom exercício ministerial na Igreja

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Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 44 www.revistaparoquias.com.br | março-abril 2011

gestãoeministério

O mundo está se modernizando a cada dia e esta realidade per-passa todas as esferas da so-ciedade. Dessa forma, na me-dida do possível, todas as

estruturas são chamadas a se renovar para se tornar agentes ativos de renova-ção. As estruturas eclesiais são um gran-de suporte para manter a fé presente na vida das pessoas, uma vez que, cada agente eclesial fomenta e alimenta a vida de fé com sua vida e testemunho. A reno-vação ajuda no aprimoramento do pro-cesso de maturação espiritual, pois este processo, ao estar vinculado ao tempo, é chamado à mudança constantemente, mas a solidez e a profundidade do apri-moramento dependem da bagagem de experiência adquirida. Assim sendo, a Igreja pode-se afirmar como uma fonte rica em experiência para uma sociedade que pretende se reinventar a cada tempo que deseja ser sempre mais rápido. O testemunho é algo marcante na fé, mas ele está situado em um momento históri-co e, por isso, assume uma característica de referência para o presente que clama por novos testemunhos.

NOVAS EXPERIÊNCIAS FORTALECEDORASA Igreja contribuiu solidamente para

o desenvolvimento das redes sociais, como afirma a grande testemunha de nossos tempos, o Papa João Paulo II na Encíclica Sollicitudo Rei Socialis: “A soli-citude social da Igreja, que tem como fim um desenvolvimento autêntico do homem

e da sociedade, o qual respeita e promova a pessoa humana em todas as suas dimen-sões, manifestou-se sempre das mais diversas manei-ras”. Grande parte das conquistas sociais sempre esteve nos sermões dos grandes pregadores que conduziram patrões e em-pregados cristãos para a construção de uma socie-dade mais justa.

O amadurecimento social é fato e a Igreja par-ticipou ativamente dele à medida que desenvolveu e protegeu a consciência das pessoas. Hoje o grau de escolarização das pessoas está exigindo cada vez mais uma fé inte-ligente que ajude a propor respostas sóli-das para as questões existenciais. Utili-

zando-se ainda da grande testemunha em sua Encíclica Fides et Ratio: “A fé e a

Razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de co-nhecer a verdade e, em últi-ma análise, de conhecer a ele, para que, conhecendo-o e amando-o, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio”. Partindo destas palavras podemos

compreender que a criatura só é capaz de perceber sua função à medida que se encontra com o criador, pois somente ele é capaz de demonstrar o motivo da exis-tência da criatura.

Tenha uma formação adequada para o bom exercício ministerial na IgrejaPOR PE. DANIEL APARECIDO DE CAMPOS, SCJ

AGENTE REALIZADOE REALIZADOR

“A realização do mi-nistro de culto depende em muito do quanto ele con-segue ser coerente com a vida que assumiu, pois suas energias e suas convicções serão formatadas em si-tuações marcantes de sua identidade histórica”

www.revistaparoquias.com.br | março-abril 2011

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4 exemplos para a ação comunitária

1. O espaço religioso tem o privilé-gio de levar as pessoas para o seu interior e, dessa forma, propiciar o gerenciamento das experiências feitas durante a vida.

2. A formação dos ministros de cul-to precisa ser cada vez mais olha-da com carinho e com respeito.

3. A vocação é sempre mais exigente do que uma profissão, pois a pri-meira corresponde ao dia inteiro e a segunda é exercida somente por um período de tempo.

4. Os candidatos a ministro de culto devem se preparar para poder cor-responder aos desafios dos tempos modernos, pois, caso contrário, não estarão ajudando na prefigura-ção do Reino de Deus, mas sim na conquista de caprichos pessoais.

FORMAÇÃO NA VIDA ECLESIALA fé não pode ser comercializada,

mas sim vivenciada e o ministro de cul-to precisa estar ciente da importância do seu papel na vida das pessoas religio-sas. Partindo desse ponto, não fica mal comparar a vida de um médico com a vida de um ministro religioso, uma vez que, ambos tratam e orientam as pesso-as. A passagem pela vida de uma pessoa de um ministro pouco preparado para o serviço pode ocasionar grandes estra-gos espirituais, bem como a passagem de um mal psicólogo pode acarretar grande distúrbios psíquicos.

Assim sendo, é urgente o cuidado para que os ministros de culto tenham

ram, funciona como que uma resposta positiva ou porque não dizer um su-cesso humano. Mas para isso, o minis-tro precisa saber que está ali porque existe uma fé, devendo ser respeitada e desenvolvida à luz do que a pessoa pode progredir e não a partir do que o ministro deseja que a pessoa se torne. A realização marca profundamente a missão do ministro de culto.

Há pouco tempo atrás, a revista Veja (edição 2063) publicou um artigo intitulado ‘Stress no claustro’, afirman-do que uma pesquisa revelava que os padres e as freiras estão no topo da lista da tensão profissional graças a diversos fatores indicados ali; mas algo interes-sante o repórter conclui ao afirmar que: “apesar dos altos níveis de stress, o estudo também revelou que os religiosos são a categoria que com maior frequên-cia se declara feliz e a que menos perde a esperança”. Isso demonstra que uma pessoa bem preparada pode viver em situações de limite, ser feliz e com es-perança. Mas para isso é importante que exista uma coerência de vida que leve a uma perseverança no que se acredita. Preparar bem os ministros de culto e ter a certeza de que tanto os fiéis serão bem atendidos como os minis-tros experimentarão uma realização de vida que produz felicidade e esperança.

Pe. Daniel Aparecido de Campos, SCJ é Presbítero da Congregação dos Padres do Cora-ção de Jesus (Dehonianos). Vice-Diretor Admi-nistrativo Adjunto, Secretário Geral e Coordena-dor do Programa de Aproveitamento dos Estudos feitos em cursos livres de Teologia (Convalidação) da Faculdade Dehoniana. Espe-cialista em Gestão e Direito Educacional pela Escola Paulista de Direito/SP. Graduando em Administração pela Universidade de Taubaté – UNITAU. Ministra Cursos de Eneagrama.Contato: [email protected]

uma formação sólida e profunda ao ponto de capacitar o candidato a cum-prir o papel de orientador espiritual. A saúde espiritual do fiel depende, não só, mas em muito da qualidade profissional do ministro que com sua vida procura indicar um caminho a ser seguido. A realização profissional caminha em conjunto com a realização vocacional, pois ambas são fruto de uma boa prepa-ração conjugada com uma vivência convicta. O descaso com a preparação dos ministros de culto poderá ocasionar o esfriamento de uma dimensão funda-mental para que o ser humano se huma-nize, ou seja, a dimensão espiritual.

A exigência para se tornar um mi-nistro de culto deve perpassar o interno da entidade religiosa, bem com ser uma preocupação da sociedade civil. Religião e Estado não podem se confundir, mas também não podem se distanciar, uma vez que há, em muitos casos, uma estrei-ta relação entre o bom cidadão e o bom fiel praticante. A fé não deve ser vista como um empecilho para a vida civil, mas sim uma base sólida para a constru-ção de uma sociedade justa. A religião deve ter todo aparato para desenvolver o mundo interno das pessoas e o Estado deve resguardar todas as condições para que o ser possa desenvolver-se externa-mente. Juntas, estas duas realidades produzirão humanos responsáveis e de-tentores de valores eternos.

UM NOVO CAMINHOA realização do ministro de culto

depende em muito do quanto ele con-segue ser coerente com a vida que as-sumiu, pois suas energias e suas con-vicções serão formatadas em situações marcantes de sua identidade histórica. Marcar a vida daqueles que o procu-