Detransp Agente

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Agente Estadual de Trânsito – DETRAN SP DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO DETRAN / SP AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO ÍNDICE - Nível Superior Conhecimentos Gerais Língua Portuguesa: Interpretação de texto: verbal e não verbal. .............................................................................................................................................. 1 Sinônimos, antônimos e parônimos. .......................................................................................................................................................... 32 Sentido próprio e figurado das palavras. ................................................................................................................................................. 33 Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção (emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem). Vozes verbais: ativa e passiva. ................................................... 33 Pontuação. .............................................................................................................................................................................................................. 29 Colocação pronominal. ..................................................................................................................................................................................... 56 Concordância verbal e nominal. ................................................................................................................................................................... 51 Regência verbal e nominal. ............................................................................................................................................................................. 53 Crase. ........................................................................................................................................................................................................................ 30 Matemática: Operações com números reais. ........................................................................................................................................................................ 1 Razão e proporção. Porcentagem. Regra de três simples e composta. Média aritmética simples e ponderada. Juro simples. .................................................................................................................................................................................................................... 33 Relação entre grandezas: tabelas e gráficos. .......................................................................................................................................... 40 Sistemas de medidas usuais. .......................................................................................................................................................................... 29 Raciocínio lógico. Resolução de situações problema. ......................................................................................................................... 55 Direito Administrativo: O Direito Administrativo e o Regime Jurídico-Administrativo: as funções do Estado. ........................................................... 1 A função política ou de governo. ..................................................................................................................................................................... 2 Princípios constitucionais do Direito Administrativo Brasileiro. .................................................................................................... 4 Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: conceito, regime jurídico. Relações com a pessoa que as criou. ............................................................................................................................................................. 5 Contrato de Gestão: Contrato de Gestão entre Estado e entidades da Administração Indireta/Organizações soci- ais. .............................................................................................................................................................................................................................. 10 Atos administrativos: Conceito, perfeição, requisitos, elementos, pressupostos, vinculação e discricionariedade. Revogação. Invalidade. ..................................................................................................................................................................................... 14 O procedimento (ou processo) administrativo: conceito, requisitos, importância. ............................................................. 23 Licitação (Lei Federal nº 8.666/93 e alterações posteriores): princípios e pressupostos; ............................................... 25 Contrato Administrativo: alterações; extinção; prazo e prorrogação; formalidades; pagamentos e equilíbrio eco- nômico-financeiro. ............................................................................................................................................................................................. 50 Responsabilidade do Estado; Controle externo e interno. Controle parlamentar direto. Controle pelo Tribunal de Contas. ..................................................................................................................................................................................................................... 59 Discricionariedade administrativa e Controle Judicial. ...................................................................................................................... 71 Servidores Públicos: agentes públicos. Cargo, emprego e função pública. ................................................................................ 76

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  • Agente Estadual de Trnsito DETRAN SP

    DEPARTAMENTO ESTADUAL

    DE TRNSITO

    DETRAN / SP

    AGENTE ESTADUAL DE TRNSITOAGENTE ESTADUAL DE TRNSITOAGENTE ESTADUAL DE TRNSITOAGENTE ESTADUAL DE TRNSITO

    NDICE - Nvel Superior Conhecimentos Gerais Lngua Portuguesa: Interpretao de texto: verbal e no verbal. .............................................................................................................................................. 1

    Sinnimos, antnimos e parnimos. .......................................................................................................................................................... 32

    Sentido prprio e figurado das palavras. ................................................................................................................................................. 33

    Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advrbio, preposio e conjuno (emprego

    e sentido que imprimem s relaes que estabelecem). Vozes verbais: ativa e passiva. ................................................... 33

    Pontuao. .............................................................................................................................................................................................................. 29

    Colocao pronominal. ..................................................................................................................................................................................... 56

    Concordncia verbal e nominal. ................................................................................................................................................................... 51

    Regncia verbal e nominal. ............................................................................................................................................................................. 53

    Crase. ........................................................................................................................................................................................................................ 30

    Matemtica: Operaes com nmeros reais. ........................................................................................................................................................................ 1

    Razo e proporo. Porcentagem. Regra de trs simples e composta. Mdia aritmtica simples e ponderada. Juro

    simples. .................................................................................................................................................................................................................... 33

    Relao entre grandezas: tabelas e grficos. .......................................................................................................................................... 40

    Sistemas de medidas usuais. .......................................................................................................................................................................... 29

    Raciocnio lgico. Resoluo de situaes problema. ......................................................................................................................... 55

    Direito Administrativo: O Direito Administrativo e o Regime Jurdico-Administrativo: as funes do Estado. ........................................................... 1

    A funo poltica ou de governo. ..................................................................................................................................................................... 2

    Princpios constitucionais do Direito Administrativo Brasileiro. .................................................................................................... 4

    Autarquias, Fundaes Pblicas, Empresas Pblicas e Sociedades de Economia Mista: conceito, regime jurdico.

    Relaes com a pessoa que as criou. ............................................................................................................................................................. 5

    Contrato de Gesto: Contrato de Gesto entre Estado e entidades da Administrao Indireta/Organizaes soci-

    ais. .............................................................................................................................................................................................................................. 10

    Atos administrativos: Conceito, perfeio, requisitos, elementos, pressupostos, vinculao e discricionariedade.

    Revogao. Invalidade. ..................................................................................................................................................................................... 14

    O procedimento (ou processo) administrativo: conceito, requisitos, importncia. ............................................................. 23

    Licitao (Lei Federal n 8.666/93 e alteraes posteriores): princpios e pressupostos; ............................................... 25

    Contrato Administrativo: alteraes; extino; prazo e prorrogao; formalidades; pagamentos e equilbrio eco-

    nmico-financeiro. ............................................................................................................................................................................................. 50

    Responsabilidade do Estado; Controle externo e interno. Controle parlamentar direto. Controle pelo Tribunal de

    Contas. ..................................................................................................................................................................................................................... 59

    Discricionariedade administrativa e Controle Judicial. ...................................................................................................................... 71

    Servidores Pblicos: agentes pblicos. Cargo, emprego e funo pblica. ................................................................................ 76

  • Agente Estadual de Trnsito DETRAN SP

    Legislao a) - Constituio do Estado de So Paulo: Artigos 111 a 116. ........................................................................................................... 1 b) - Legislao do Sistema de Acesso Informao (SIC): .................................................................................................................. 2 - Lei Federal n 12.527, de 18 de novembro de 2011 .

    - Regulamentao no Estado de So Paulo: Decreto n. 58.052, de 16 de maio de 2012.

    Noes de Informtica: Conhecimentos sobre os princpios bsicos de informtica: sistema operacional; diretrios e arquivos. .................... 1

    Conhecimentos de aplicativos: processadores de textos (Word), planilhas (Excel). ........................................................... 18

    Navegao Internet: pesquisa WEB, sites. Uso de correio eletrnico: caixa postal, mensagens (ler, apagar, escre-

    ver, anexar, arquivos e extrao de cpias). ........................................................................................................................................... 31

    Conhecimentos Especficos Gesto Pblica: Planejamento e gesto estratgica; ............................................................................................................................................................... 1

    tica no servio pblico; ..................................................................................................................................................................................... 2

    conceitos de eficincia, eficcia e efetividade na administrao pblica; .................................................................................... 3

    qualidade no servio pblico; .......................................................................................................................................................................... 4

    avaliao e mensurao do desempenho governamental; .................................................................................................................. 5

    novas formas organizacionais: consrcios pblicos, agncias reguladoras e executivas; organizaes sociais (OS),

    organizaes da sociedade civil de interesse pblico (OSCIP); instrumentos de contratualizao do poder pblico:

    contrato de gesto, termo de parceria; gerenciamento de programas e projetos; controles internos e externos;

    responsabilizao e prestao de contas; transparncia; ouvidoria nas organizaes pblicas; ..................................... 6

    Planejamento oramentrio pblico e seus instrumentos: Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Oramentrias e Lei

    Oramentria Anual. .......................................................................................................................................................................................... 19

    Lei de Responsabilidade Fiscal. .................................................................................................................................................................... 34

    Legislao de Trnsito a) - Cdigo de Trnsito Brasileiro e atualizaes: Lei n. 9.503 de 23 de setembro de 1997. (atualizado at 01/06/2013) ........................................................................................................................................................................................................... 1

    b) Resolues do Conselho Nacional de Trnsito (CONTRAN): .................................................................................................... 57 1. - N 168/2004 - Estabelece Normas e Procedimentos para a formao de condutores de veculos automotores e eltricos, a realizao dos exames, a expedio de documentos de habilitao, os cursos de formao, especiali-

    zados, de reciclagem e d outras providncias (contemplando alteraes at a Resoluo n 435/13). .................. 57

    2. - N 182/2005 - Dispe sobre uniformizao do procedimento administrativo para imposio das penalidades de suspenso do direito de dirigir e de cassao da Carteira Nacional de Habilitao. ...................................................... 66

    3. - N 425/2012 - Dispe sobre o exame de aptido fsica e mental, a avaliao psicolgica e o credenciamento das entidades pblicas e privadas de que tratam o art. 147, I e 1 a 4 e o art. 148 do Cdigo de Trnsito Brasi-

    leiro. .......................................................................................................................................................................................................................... 68

    4. - N 432/2013 - Dispe sobre os procedimentos a serem adotados pelas autoridades de trnsito e seus agentes na fiscalizao do consumo de lcool ou de outra substncia psicoativa que determine dependncia ...................... 65

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    A Opo Certa Para a Sua Realizao

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    APOSTILAS OPO

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    A Opo Certa Para a Sua Realizao

  • APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos

    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 1

    LNGUA PORTUGUESA

    Interpretao de texto: verbal e no verbal. Sinnimos, antnimos e parnimos. Sentido prprio e figurado das palavras. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advrbio, preposio e conjuno (emprego e sentido que imprimem s relaes que es-tabelecem). Vozes verbais: ativa e passiva. Pontuao. Colocao pronominal. Concordncia verbal e nominal. Regncia verbal e nominal. Crase.

    COMPREENSO E INTERPRETAO DE TEXTOS

    Os concursos apresentam questes interpretativas que tm por finali-dade a identificao de um leitor autnomo. Portanto, o candidato deve compreender os nveis estruturais da lngua por meio da lgica, alm de necessitar de um bom lxico internalizado.

    As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto

    em que esto inseridas. Torna-se, assim, necessrio sempre fazer um confronto entre todas as partes que compem o texto.

    Alm disso, fundamental apreender as informaes apresentadas por

    trs do texto e as inferncias a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideolgica do autor diante de uma temtica qualquer.

    Denotao e Conotao Denotao e Conotao Denotao e Conotao Denotao e Conotao Sabe-se que no h associao necessria entre significante (expres-

    so grfica, palavra) e significado, por esta ligao representar uma con-veno. baseado neste conceito de signo lingustico (significante + signi-ficado) que se constroem as noes de denotao e conotao.

    O sentido denotativo das palavras aquele encontrado nos dicionrios,

    o chamado sentido verdadeiro, real. J o uso conotativo das palavras a atribuio de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreenso, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construo frasal, uma nova relao entre significante e significado.

    Os textos literrios exploram bastante as construes de base conotati-

    va, numa tentativa de extrapolar o espao do texto e provocar reaes diferenciadas em seus leitores.

    Ainda com base no signo lingustico, encontra-se o conceito de polis-

    semia (que tem muitas significaes). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem mltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de nibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, no se est atribuindo um sentido fantasioso palavra ponto, e sim ampliando sua significao atravs de expresses que lhe completem e esclaream o sentido.

    Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcanar a dois nveis de leitura: a informativa e

    de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-em-se informaes sobre o contedo abordado e prepara-se o prximo nvel de leitura. Durante a interpretao propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada pargrafo. Este tipo de procedimento agua a memria visual, favorecendo o entendimento.

    No se pode desconsiderar que, embora a interpretao seja subjetiva,

    h limites. A preocupao deve ser a captao da essncia do texto, a fim de responder s interpretaes que a banca considerou como pertinentes.

    No caso de textos literrios, preciso conhecer a ligao daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestaes de arte da poca em que o autor viveu. Se no houver esta viso global dos momen-tos literrios e dos escritores, a interpretao pode ficar comprometida. Aqui no se podem dispensar as dicas que aparecem na referncia bibliogrfica da fonte e na identificao do autor.

    A ltima fase da interpretao concentra-se nas perguntas e opes de

    resposta. Aqui so fundamentais marcaes de palavras como nononono, excexcexcexceeeetotototo, erradaerradaerradaerrada, respectivamenterespectivamenterespectivamenterespectivamente etc. que fazem diferena na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretao, trabalha-se com o conceito do "mais ade-quado", isto , o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder pergunta, mas no ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.

    Ainda cabe ressaltar que algumas questes apresentam um fragmento

    do texto transcrito para ser a base de anlise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente parea ser perda de tempo. A descontex-tualizao de palavras ou frases, certas vezes, so tambm um recurso para instaurar a dvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta ser mais consciente e segura.

    Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretao de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:

    01. 01. 01. 01. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto; 02.02.02.02. Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura, v

    at o fim, ininterruptamente; 03.03.03.03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos

    umas trs vezes ou mais; 04.04.04.04. Ler com perspiccia, sutileza, malcia nas entrelinhas; 05.05.05.05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06.06.06.06. No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor; 07.07.07.07. Partir o texto em pedaos (pargrafos, partes) para melhor compre-

    enso; 08.08.08.08. Centralizar cada questo ao pedao (pargrafo, parte) do texto cor-

    respondente; 09.09.09.09. Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo; 10.10.10.10. Cuidado com os vocbulos: destoa (=diferente de ...), no, correta,

    incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, s vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;

    11.11.11.11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;

    12.12.12.12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lgica objetiva;

    13.13.13.13. Cuidado com as questes voltadas para dados superficiais; 14.14.14.14. No se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,

    mas a opo que melhor se enquadre no sentido do texto; 15.15.15.15. s vezes a etimologia ou a semelhana das palavras denuncia a

    resposta; 16.16.16.16. Procure estabelecer quais foram as opinies expostas pelo autor,

    definindo o tema e a mensagem; 17. 17. 17. 17. O autor defende ideias e voc deve perceb-las; 18. 18. 18. 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito so importants-

    simos na interpretao do texto. Ex.: Ele morreu de fomede fomede fomede fome. de fome:de fome:de fome:de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realizao

    do fato (= morte de "ele"). Ex.: Ele morreu faminto.faminto.faminto.faminto. faminto: faminto: faminto: faminto: predicativo do sujeito, o estado em que "ele" se encontrava

    quando morreu.; 19.19.19.19. As oraes coordenadas no tm orao principal, apenas as idei-

    as esto coordenadas entre si; 20.20.20.20. Os adjetivos ligados a um substantivo vo dar a ele maior clareza

    de expresso, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo Cunegundes

    ELEMENTOS CONSTITUTIELEMENTOS CONSTITUTIELEMENTOS CONSTITUTIELEMENTOS CONSTITUTIVOSVOSVOSVOS TEXTO NARRATIVOTEXTO NARRATIVOTEXTO NARRATIVOTEXTO NARRATIVO

  • APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos

    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 2

    As personagens: As personagens: As personagens: As personagens: So as pessoas, ou seres, viventes ou no, for-as naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos.

    Toda narrativa tem um protagonista que a figura central, o heri ou

    herona, personagem principal da histria. O personagem, pessoa ou objeto, que se ope aos designos do prota-

    gonista, chama-se antagonista, e com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano.

    As personagens secundrias, que so chamadas tambm de compar-

    sas, so os figurantes de influencia menor, indireta, no decisiva na narra-o.

    O narrador que est a contar a histria tambm uma personagem,

    pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-tncia, ou ainda uma pessoa estranha histria.

    Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-

    nagem: as planasas planasas planasas planas: que so definidas por um trao caracterstico, elas no alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem caricatura; as redondasas redondasas redondasas redondas: so mais complexas tendo uma dimen-so psicolgica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reaes perante os acontecimentos.

    Sequncia dos fatos (enredo):Sequncia dos fatos (enredo):Sequncia dos fatos (enredo):Sequncia dos fatos (enredo): Enredo a sequncia dos fatos, a

    trama dos acontecimentos e das aes dos personagens. No enredo po-demos distinguir, com maior ou menor nitidez, trs ou quatro estgios progressivos: a exposio (nem sempre ocorre), a complicao, o climax, o desenlace ou desfecho.

    Na exposio o narrador situa a histria quanto poca, o ambiente,

    as personagens e certas circunstncias. Nem sempre esse estgio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literrios mais recentes, a histria comea a ser narrada no meio dos acontecimentos (in mdia), ou seja, no estgio da complicao quando ocorre e conflito, choque de inte-resses entre as personagens.

    O clmax o pice da histria, quando ocorre o estgio de maior ten-

    so do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a concluso da histria com a resoluo dos conflitos.

    Os fatos:Os fatos:Os fatos:Os fatos: So os acontecimentos de que as personagens partici-pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o g-nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma crnica, o relato de um drama social um romance social, e assim por diante. Em toda narrativa h um fato central, que estabelece o carter do texto, e h os fatos secundrios, rela-cionados ao principal.

    Espao: Espao: Espao: Espao: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu-gares, ou mesmo em um s lugar. O texto narrativo precisa conter informaes sobre o espao, onde os fatos acontecem. Muitas ve-zes, principalmente nos textos literrios, essas informaes so extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo.

    Tempo:Tempo:Tempo:Tempo: Os fatos que compem a narrativa desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificao do momento, dia, ms, ano ou poca em que ocorre o fato. A temporalidade sa-lienta as relaes passado/presente/futuro do texto, essas relaes podem ser linear, isto , seguindo a ordem cronolgica dos fatos, ou sofre inverses, quando o narrador nos diz que antes de um fa-to que aconteceu depois.

    O tempo pode ser cronolgico ou psicolgico. O cronolgico o tempo

    material em que se desenrola ao, isto , aquele que medido pela natureza ou pelo relgio. O psicolgico no mensurvel pelos padres fixos, porque aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepo da realidade, da durao de um dado acontecimento no seu esprito.

    Narrador: observador e personagem:Narrador: observador e personagem:Narrador: observador e personagem:Narrador: observador e personagem: O narrador, como j disse-

    mos, a personagem que est a contar a histria. A posio em que se coloca o narrador para contar a histria constitui o foco, o

    aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-zado por :

    ---- viso por detrsviso por detrsviso por detrsviso por detrs : o narrador conhece tudo o que diz respeito s personagens e histria, tendo uma viso panormica dos acon-tecimentos e a narrao feita em 3a pessoa.

    ---- viso com:viso com:viso com:viso com: o narrador personagem e ocupa o centro da narrati-va que feito em 1a pessoa.

    ---- viso de fora:viso de fora:viso de fora:viso de fora: o narrador descreve e narra apenas o que v, aqui-lo que observvel exteriormente no comportamento da persona-gem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador um observador e a narrativa feita em 3a pessoa.

    Foco narrativo: Foco narrativo: Foco narrativo: Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apre-sentar um foco narrativo, isto , o ponto de vista atravs do qual a histria est sendo contada. Como j vimos, a narrao feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.

    Formas de apresentao da fala das peFormas de apresentao da fala das peFormas de apresentao da fala das peFormas de apresentao da fala das perrrrsonagenssonagenssonagenssonagens Como j sabemos, nas histrias, as personagens agem e falam. H

    trs maneiras de comunicar as falas das personagens. Discurso Direto: Discurso Direto: Discurso Direto: Discurso Direto: a representao da fala das personagens atra-

    vs do dilogo. Exemplo: Z Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da verdZ Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da verdZ Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da verdZ Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da verda-a-a-a-

    de. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carnde. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carnde. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carnde. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carnaaaaval a cidval a cidval a cidval a cidaaaade de de de do povo e de ningum mais. do povo e de ningum mais. do povo e de ningum mais. do povo e de ningum mais.

    No discurso direto frequente o uso dos verbo de locuo ou descendi:

    dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travesses. Porm, quando as falas das personagens so curtas ou rpidas os verbos de locuo podem ser omitidos.

    Discurso Indireto:Discurso Indireto:Discurso Indireto:Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas

    prprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-xemplo:

    Z Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passZ Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passZ Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passZ Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passaaaados, os dos, os dos, os dos, os meus primeiros passos em liberdade, a frmeus primeiros passos em liberdade, a frmeus primeiros passos em liberdade, a frmeus primeiros passos em liberdade, a fraaaaternidade que nos reternidade que nos reternidade que nos reternidade que nos reu-u-u-u-nia naquele momento, a minha literatura e os mnia naquele momento, a minha literatura e os mnia naquele momento, a minha literatura e os mnia naquele momento, a minha literatura e os meeeenos sonos sonos sonos sommmmbrios por brios por brios por brios por vivivivir.r.r.r.

    Discurso Indireto Livre:Discurso Indireto Livre:Discurso Indireto Livre:Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se

    mistura fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narrao. Exemplo:

    Os trabalhadores passavam para os partidos, conveOs trabalhadores passavam para os partidos, conveOs trabalhadores passavam para os partidos, conveOs trabalhadores passavam para os partidos, converrrrsando alto. sando alto. sando alto. sando alto. Quando me viram, sem chapu, de pijama, por aquQuando me viram, sem chapu, de pijama, por aquQuando me viram, sem chapu, de pijama, por aquQuando me viram, sem chapu, de pijama, por aqueles lugares, eles lugares, eles lugares, eles lugares, ddddeeeeramramramram----me bonsme bonsme bonsme bons----dias desconfiados. Talvez pensassem que estdias desconfiados. Talvez pensassem que estdias desconfiados. Talvez pensassem que estdias desconfiados. Talvez pensassem que esti-i-i-i-vesse doido. Como poderia andar um homem quela hora , sem vesse doido. Como poderia andar um homem quela hora , sem vesse doido. Como poderia andar um homem quela hora , sem vesse doido. Como poderia andar um homem quela hora , sem fazer nada de cfazer nada de cfazer nada de cfazer nada de caaaabea no tempo, um branco de ps no cho como bea no tempo, um branco de ps no cho como bea no tempo, um branco de ps no cho como bea no tempo, um branco de ps no cho como eles? S sendo doido mesmo.eles? S sendo doido mesmo.eles? S sendo doido mesmo.eles? S sendo doido mesmo.

    (Jos Lins do R(Jos Lins do R(Jos Lins do R(Jos Lins do Reeeego)go)go)go) TEXTO DESCTEXTO DESCTEXTO DESCTEXTO DESCRITIVORITIVORITIVORITIVO Descrever fazer uma representao verbal dos aspectos mais carac-

    tersticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. As perspectivas que o observador tem do objeto so muito importantes,

    tanto na descrio literria quanto na descrio tcnica. esta atitude que vai determinar a ordem na enumerao dos traos caractersticos para que o leitor possa combinar suas impresses isoladas formando uma imagem unificada.

    Uma boa descrio vai apresentando o objeto progressivamente, vari-

    ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco.

    Podemos encontrar distines entre uma descrio literria e outra tc-

    nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas: Descrio Literria:Descrio Literria:Descrio Literria:Descrio Literria: A finalidade maior da descrio literria

    transmitir a impresso que a coisa vista desperta em nossa mente atravs do sentidos. Da decorrem dois tipos de descrio: a subje-tiva, que reflete o estado de esprito do observador, suas prefern-cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e no o que v realmente; j a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 3

    vo, fenomnico, ela exata e dimensional. Descrio de Personagem:Descrio de Personagem:Descrio de Personagem:Descrio de Personagem: utilizada para caracterizao das

    personagens, pela acumulao de traos fsicos e psicolgicos, pela enumerao de seus hbitos, gestos, aptides e temperamen-to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-cial e econmico .

    Descrio de Paisagem:Descrio de Paisagem:Descrio de Paisagem:Descrio de Paisagem: Neste tipo de descrio, geralmente o ob-servador abrange de uma s vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais tpicas desse todo.

    Descrio do Ambiente:Descrio do Ambiente:Descrio do Ambiente:Descrio do Ambiente: Ela d os detalhes dos interiores, dos am-bientes em que ocorrem as aes, tentando dar ao leitor uma visu-alizao das suas particularidades, de seus traos distintivos e tpi-cos.

    Descrio da Cena:Descrio da Cena:Descrio da Cena:Descrio da Cena: Trata-se de uma descrio movimentada, que se desenvolve progressivamente no tempo. a descrio de um incndio, de uma briga, de um naufrgio.

    Descrio Tcnica:Descrio Tcnica:Descrio Tcnica:Descrio Tcnica: Ela apresenta muitas das caractersticas gerais da literatura, com a distino de que nela se utiliza um vocabulrio mais preciso, salientando-se com exatido os pormenores. pre-dominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer con-vencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, a fenmenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.

    TEXTO DISSERTATIVOTEXTO DISSERTATIVOTEXTO DISSERTATIVOTEXTO DISSERTATIVO Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertao cons-

    ta de uma srie de juzos a respeito de um determinado assunto ou ques-to, e pressupe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerncia e objetividade.

    A dissertao pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir

    o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questo.

    A linguagem usada a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-

    do o contexto. Quanto forma, ela pode ser tripartida em : Introduo: Introduo: Introduo: Introduo: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados fundamen-

    tais do assunto que est tratando. a enunciao direta e objetiva da definio do ponto de vista do autor.

    Desenvolvimento: Desenvolvimento: Desenvolvimento: Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-cadas na introduo sero definidas com os dados mais relevan-tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucesso deles resulte num conjunto coerente e unitrio que se encaixa na introduo e de-sencadeia a concluso.

    Concluso:Concluso:Concluso:Concluso: o fenmeno do texto, marcado pela sntese da ideia central. Na concluso o autor refora sua opinio, retomando a in-troduo e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertao, cabe fazermos a distino entre fatos, hiptese e opinio.

    - Fato:Fato:Fato:Fato: o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; a obra ou ao que realmente se praticou.

    - Hiptese:Hiptese:Hiptese:Hiptese: a suposio feita acerca de uma coisa possvel ou no, e de que se tiram diversas concluses; uma afirmao so-bre o desconhecido, feita com base no que j conhecido.

    - Opinio:Opinio:Opinio:Opinio: Opinar julgar ou inserir expresses de aprovao ou de-saprovao pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos descritos, um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo.

    O TEXTO O TEXTO O TEXTO O TEXTO ARGUMENTATIVOARGUMENTATIVOARGUMENTATIVOARGUMENTATIVO Baseado em Adilson CitelliBaseado em Adilson CitelliBaseado em Adilson CitelliBaseado em Adilson Citelli A linguagem capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-

    rizada pela identificao de um elemento de constituio de sentidos. Os discursos verbais podem ser formados de vrias maneiras, para dissertar ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em prticas um conjunto de referncias codificadas h muito tempo e dadas como estruturadoras do tipo de texto solicitado.

    Para se persuadir por meio de muitos recursos da lngua necessrio

    que um texto possua um carter argumentativo/descritivo. A construo de um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua anlise e esta dar-se- a partir do momento em que a compreenso do contedo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formao discursi-va responsvel pelo emassamento do contedo que se deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formao do ponto de vista do sujeito, suas anlises das coisas e suas opinies. Nelas, as opinies o que fazemos soltar concepes que tendem a ser orientadas no meio em que o indivduo viva. Vemos que o sujeito lana suas opinies com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanaes renderem o convencimento do ponto de vista de algo/algum.

    Na escrita, o que fazemos buscar intenes de sermos entendidos e

    desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas as frases ou palavras articuladas produzem significaes dotadas de intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerncia de relevada importncia para a produo textual, pois nela se dar uma se-quncia das ideias e da progresso de argumentos a serem explanadas. Sendo a argumentao o procedimento que tornar a tese aceitvel, a apresentao de argumentos atingir os seus interlocutores em seus objeti-vos; isto se dar atravs do convencimento da persuaso. Os mecanismos da coeso e da coerncia sero ento responsveis pela unidade da for-mao textual.

    Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos

    verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por fora semntica, por recorrncias lexicais, por estratgias de substituio de enunciados.

    Um mecanismo mais fcil de fazer a comunicao entre as pessoas a

    linguagem, quando ela em forma da escrita e aps a leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer que h de ter algum que transmita algo, e outro que o receba. Nesta brincadeira que entra a formao de argumentos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicao; nisto, estes argumentos explanados sero o germe de futuras tentativas da comunica-o ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-so).

    Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; no tem em sua

    unidade a mono caracterstica da dominao do idioma/lngua, e sim o propsito de executar a interao do meio e cultura de cada indivduo. As relaes intertextuais so de grande valia para fazer de um texto uma aluso outros textos, isto proporciona que a imerso que os argumentos do tornem esta produo altamente evocativa.

    A parfrase tambm outro recurso bastante utilizado para trazer a um

    texto um aspecto dinmico e com intento. Juntamente com a pardia, a parfrase utiliza-se de textos j escritos, por algum, e que tornam-se algo espetacularmente incrvel. A diferena que muitas vezes a parfrase no possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetio de argu-mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-rentes. A criao de um texto requer bem mais do que simplesmente a juno de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. necessrio ter na escolha das palavras e do vocabulrio o cuidado de se requisit-las, bem como para se adot-las. Um texto no totalmente auto-explicativo, da vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histrico uma relao interdiscursiva e intertextual.

    As metforas, metomnias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-

    tram em ao inseridos num texto como um conjunto de estratgias capa-zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia tambm muito utilizada para causar este efeito, umas de suas caractersticas salientes, que a ironia d nfase gozao, alm de desvalorizar ideias, valores da oposio, tudo isto em forma de piada.

    Uma das ltimas, porm no menos importantes, formas de persuadir

    atravs de argumentos, a Aluso ("Ler no apenas reconhecer o dito, mais tambm o no-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou conceitos pr estabelecidos, sem porm com objetivos de forma clara e concisa. O que acontece a formao de um ambiente potico e sugervel, capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensao...

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 4

    Texto Base: CITELLI, Adilson; O Texto Argumentativo So Paulo SP,

    Editora ..Scipione, 1994 - 6 edio.

    ESTRUTURAO E ARTICULAO DO TEXTO

    Resenha Critica de Articulao do TextoResenha Critica de Articulao do TextoResenha Critica de Articulao do TextoResenha Critica de Articulao do Texto Amanda Alves Martins Resenha Crtica do livro A Articulao do Texto, da autora Elisa Guima-

    res No livro de Elisa Guimares, A Articulao do Texto, a autora procura

    esclarecer as dvidas referentes formao e compreenso de um texto e do seu contexto.

    Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o

    texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensveis para a sua construo, como as intenes do falante (emissor), o jogo de ima-gens conceituais, mentais que o emissor e destinatrio executam.(Manuel P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado isso, um texto no pode existir de forma nica e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto semanticamente para que haja um entendimento e uma compreenso deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli-cam de forma recproca.

    Completando o processo de formao de um texto, a autora nos escla-

    rece que a economia de linguagem facilita a compreenso dele, sendo indispensvel uma ligao entre as partes, mesmo havendo um corte de trechos considerados no essenciais.

    Quando o tema a situao comunicativa (p.7), a autora nos esclare-

    ce a relao texto X contexto, onde um essencial para esclarecermos o outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con-forme so inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi-mento de que no podemos considerar isoladamente os seus conceitos e sim analis-los de acordo com o contexto semntico ao qual est inserida.

    Segundo Elisa Guimares, o sentido da palavra texto estende-se a uma

    enorme vastido, podendo designar um enunciado qualquer, oral ou escri-to, longo ou breve, antigo ou moderno (p.14) e ao contrrio do que muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmento, uma frase, um verbo ect e no apenas na reunio destes com mais algumas outras formas de enunciao; procurando sempre uma objetividade para que a sua compreenso seja feita de forma fcil e clara.

    Esta economia textual facilita no caminho de transmisso entre o enun-

    ciador e o receptor do texto que procura condensar as informaes recebi-das a fim de se deter ao ncleo informativo (p.17), este sim, primordial a qualquer informao.

    A autora tambm apresenta diversas formas de classificao do discur-

    so e do texto, porm, detenhamo-nos na diviso de texto informativo e de um texto literrio ou ficcional.

    Analisando um texto, possvel percebermos que a repetio de um

    nome/lexema, nos induz lembrar de fatos j abordados, estimula a nossa biblioteca mental e a informa da importncia de tal nome, que dentro de um contexto qualquer, ou seja que no fosse de um texto informacional, seria apenas caracterizado como uma redundncia desnecessria. Essa repeti-o normalmente dada atravs de sinnimos ou sinnimos perfeitos (p.30) que permitem a permutao destes nomes durante o texto sem que o sentido original e desejado seja modificado.

    Esta relao semntica presente nos textos ocorre devido s interpre-

    taes feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada semnti-ca referencial (p.31) para causar esta busca mental no receptor atravs de palavras semanticamente semelhantes que fora enunciada, porm, existe ainda o que a autora denominou de inexistncia de sinnimo perfeito (p.30) que so sinnimos porm quando posto em substituio um ao outro no geram uma coerncia adequada ao entendimento.

    Nesta relao de substituio por sinnimos, devemos ter cautela

    quando formos usar os hipernimos (p.32), ou at mesmo a hiponmia (p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-tituies pode-se causar desajustes e o resultado final no fazer com que a imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-lao, errnea, pode ser utilizada.

    Seguindo ainda neste linear das substituies, existem ainda as nomi-

    naes e a elipse, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por um verbo substitudo por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto na segunda, ou seja, na elipse, o substituto nulo e marcado pela flexo verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de Elisa Guimares:

    Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presena suave. Mil deles no causam o incmodo de dez cearenses.

    __No grita, ___ no empurram< ___ no seguram o brao da gente,

    ___ no impem suas opinies. Para os importunos inventaram eles uma palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para essa casta de gente (...) (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crnicas escolhidas. Rio de Janeiros, Jos Olympio, 1958, p.82).

    Porm preciso especificar que para que haja a elipse o termo elptico

    deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais j ditos anteriormente so primordiais para a compreenso e produo textu-al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande valor para tais feitos.

    Ao abordar os conceitos de coeso e coerncia, a autora procura pri-

    meiramente retomar a noo de que a construo do texto feita atravs de referentes lingusticos (p.38) que geram um conjunto de frases que iro constituir uma microestrutura do texto (p.38) que se articula com a estrutu-ra semntica geral. Porm, a dificuldade de se separar a coeso da coe-rncia est no fato daquela est inserida nesta, formando uma linha de raciocnio de fcil compreenso, no entanto, quando ocorre uma incoern-cia textual, decorrente da incompatibilidade e no exatido do que foi escrito, o leitor tambm capaz de entender devido a sua fcil compreen-so apesar da m articulao do texto.

    A coerncia de um texto no dada apenas pela boa interligao entre

    as suas frases, mas tambm porque entre estas existe a influncia da coerncia textual, o que nos ajuda a concluir que a coeso, na verdade, efeito da coerncia. Como observamos em Nova Gramtica Aplicada da Lngua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):

    A coeso e a coerncia trazem a caracterstica de promover a inter-

    relao semntica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que chamamos de conectividade textual. A coerncia diz respeito ao nexo entre os conceitos; e a coeso, expresso desse nexo no plano lingusti-co (VAL, Maria das Graas Costa. Redao e textualidade, 1991, p.7)

    No captulo que diz respeito s noes de estrutura, Elisa Guimares,

    busca ressaltar o nvel sinttico representado pelas coordenaes e subor-dinaes que fixam relaes de equivalncia ou hierarquia respectiva-mente. Um fato importante dentro do livro A Articulao do Texto, o valor atribu-do s estruturas integrantes do texto, como o ttulo, o pargrafo, as inter e intrapartes, o incio e o fim e tambm, as superestruturas.

    O ttulo funciona como estratgica de articulao do texto podendo de-

    sempenhar papis que resumam os seus pontos primordiais, como tam-bm, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.

    Os pargrafos esquematizam o raciocnio do escritos, como enuncia

    Othon Moacir Garcia: O pargrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-

    venientemente as ideias principais da sua composio, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estgios.

    bom relembrar, que dentro do pargrafo encontraremos o chamado

    tpico frasal, que resumir a principal ideia do pargrafo no qual esta inse-rido; e tambm encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos de pargrafo, cada qual com um ponto de vista especfico.

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 5

    No que diz respeito ao tpico Inicio e fim, Elisa Guimares preferiu a-bord-los de forma mtua j que um consequncia ou decorrncia do outro; ficando a organizao da narrativa com uma forma de estrutura clssica e seguindo uma linha sequencial j esperada pelo leitor, onde o incio alimenta a esperana de como vir a ser o texto, enquanto que o fim exercer uma funo de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o que tambm, alimenta a imaginao tanto do leito, quanto do prprio autor.

    No geral, o que diz respeito ao livro A Articulao do Texto de Elisa

    Guimares, ele nos trs um grande nmero de informaes e novos concei-tos em relao produo e compreenso textual, no entanto, essa grande leva de informaes muitas vezes se tornam confusas e acabam por des-prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e dificultando o entendimento terico.

    A REFERENCIAO / OS REFERENTES / COERA REFERENCIAO / OS REFERENTES / COERA REFERENCIAO / OS REFERENTES / COERA REFERENCIAO / OS REFERENTES / COERNNNNCIA E COESOCIA E COESOCIA E COESOCIA E COESO A fala e tambm o texto escrito constituem-se no apenas numa se-

    quncia de palavras ou de frases. A sucesso de coisas ditas ou escritas forma uma cadeia que vai muito alm da simples sequencialidade: h um entrelaamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto falado ou escrito. Os mecanismos lingusticos que estabelecem a conectivi-dade e a retomada e garantem a coeso so os refrefrefrefeeeerentes textuaisrentes textuaisrentes textuaisrentes textuais. Cada uma das coisas ditas estabelece relaes de sentido e significado tanto com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru-indo uma cadeia textual significativa. Essa cocococoeeeeso,so,so,so, que d unidade ao texto, vai sendo construda e se evidencia pelo emprego de diferentes procedimentos, tanto no campo do lxico, como no da gramtica. (No esqueamos que, num texto, no existem ou no deveriam existir elemen-tos dispensveis. Os elementos constitutivos vo construindo o texto, e so as articulaes entre vocbulos, entre as partes de uma orao, entre as oraes e entre os pargrafos que determinam a referenciao, os contatos e conexes e estabelecem sentido ao todo.)

    Ateno especial concentram os procedimentos que garantem ao texto

    coesocoesocoesocoeso e coernciacoernciacoernciacoerncia. So esses procedimentos que desenvolvem a dinmi-ca articuladora e garantem a progresso textual.

    A coesocoesocoesocoeso a manifestao lingustica da coernciacoernciacoernciacoerncia e se realiza nas re-

    laes entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos em relao aos substantivos; formas verbais em relao aos sujeitos; tempos verbais nas relaes espao-temporais constitutivas do texto etc.), na organizao de perodos, de pargrafos, das partes do todo, como formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver um tema ou as unidades de um texto. Construda com os mecanismos gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.

    1. Considere-se, inicialmente, a coesocoesocoesocoeso apoiada no lxicolxicolxicolxico. Ela pode dar-se pela reiteraoreiteraoreiteraoreiterao, pela substituiosubstituiosubstituiosubstituio e pela associaoassociaoassociaoassociao. garantida com o emprego de:

    enlaces semnticos de frases por meio da repetio. repetio. repetio. repetio. A mensagem-tema do texto apoiada na conexo de elementos lxicos sucessi-vos pode dar-se por simples iterao (repetio). Cabe, nesse ca-so, fazer-se a diferenciao entre a simples redundncia resultado da pobreza de vocabulrio e o emprego de repeties como recur-so estilstico, com inteno articulatria. Ex.: As contas do patro eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas Fabia-no sabia que elas estavam erradas e o patro queria engan-lo.Enganava. Vidas secasVidas secasVidas secasVidas secas, p. 143);

    substituio lxica, que se d tanto pelo emprego de sinnimossinnimossinnimossinnimos como de palavras quase sinnimaspalavras quase sinnimaspalavras quase sinnimaspalavras quase sinnimas. Considerem-se aqui alm das palavras sinnimas, aquelas resultantes de famlias ideolgicas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaar, revoar, voar;

    hipnimos hipnimos hipnimos hipnimos (relaes de um termo especfico com um termo de sen-tido geral, ex.: gato, felino) e hipernimos hipernimos hipernimos hipernimos (relaes de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais especfico, ex.: felino, gato);

    nominalizaes nominalizaes nominalizaes nominalizaes (quando um fato, uma ocorrncia, aparece em forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.: consertar, o conserto; viajar, a viagem). preciso distinguir-se en-tre nominalizao estrita e. generalizaes generalizaes generalizaes generalizaes (ex.: o co < o animal) e especificaes (especificaes (especificaes (especificaes (ex.: planta > rvore > palmeira);

    substitutos universais (substitutos universais (substitutos universais (substitutos universais (ex.: Joo trabalha muito. Tambm o faofaofaofao. O

    verbo fazer em substituio ao verbo trabalhar); enunciados que estabelecem a recapitulao da ideia global. enunciados que estabelecem a recapitulao da ideia global. enunciados que estabelecem a recapitulao da ideia global. enunciados que estabelecem a recapitulao da ideia global. Ex.:

    O curral desertodesertodesertodeserto, o chiqueiro das cabras arruinadoarruinadoarruinadoarruinado e tambm dddde-e-e-e-sertosertosertoserto, a casa do vaqueiro fechadafechadafechadafechada, tudo anunciava abandono (VVVVi-i-i-i-das Secdas Secdas Secdas Secasasasas, p.11). Esse enunciado chamado de anfora concep-tual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere so retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as repeties e faz-se o discurso a-vanar, mantendo-se sua unidade.

    2. A coesocoesocoesocoeso apoiada na gramtica gramtica gramtica gramtica d-se no uso de: certos pronomespronomespronomespronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-

    se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto, diferentemente dos pronomes de 1 e 2 pessoa que se referem pessoa que fala e com quem esta fala.

    certos advrbios advrbios advrbios advrbios e expresses adverbiaisexpresses adverbiaisexpresses adverbiaisexpresses adverbiais; artigos;artigos;artigos;artigos; conjunesconjunesconjunesconjunes; numeraisnumeraisnumeraisnumerais; elipseselipseselipseselipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado

    anterior, a palavra elidida facilmente identificvel (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for-as. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relao entre as duas oraes.). a prpria ausncia do termo que marca a inter-relao. A identificao pode dar-se com o prprio enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver-bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares p-blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma situao no-verbal. Nesse caso, a articulao se d entre texto e contexto (extratextual);

    as concordnciasas concordnciasas concordnciasas concordncias; a correlao entre os tempos verbaisa correlao entre os tempos verbaisa correlao entre os tempos verbaisa correlao entre os tempos verbais. Os diticos exercem, por excelncia, essa funo de progresso textu-

    al, dada sua caracterstica: so elementos que no significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situao comunicativa. J os com-ponentes concentram em si a significao. Referem os participantes do ato de comunicao, o momento e o lugar da enunciao.

    Elisa Guimares ensina a respeito dos diticos: Os pronomes pessoais e as desinncias verbais indicam os participan-

    tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locues prepositivas e adverbiais, bem como os advrbios de tempo, referenciam o momento da enunciao, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti-mamente, recentemente, ontem, h alguns dias, antes de (pretrito); de agora em diante, no prximo ano, depois de (futuro).

    Maria da Graa Costa Val lembra que esses recursos expressam rela-

    es no s entre os elementos no interior de uma frase, mas tambm entre frases e sequncias de frases dentro de um texto.

    No s a coeso explcita possibilita a compreenso de um texto. Mui-

    tas vezes a comunicao se faz por meio de uma coeso implcitacoeso implcitacoeso implcitacoeso implcita, apoiada no conhecimento mtuo anterior que os participantes do processo comuni-cativo tm da lngua.

    A ligao lgica das ideiasA ligao lgica das ideiasA ligao lgica das ideiasA ligao lgica das ideias Uma das caractersticas do texto a organizao sequencial dos ele-

    mentos lingusticos que o compem, isto , as relaes de sentido que se estabelecem entre as frases e os pargrafos que compem um texto, fazendo com que a interpretao de um elemento lingustico qualquer seja dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse encadeamento lgico so: a articulao, a referncia, a substituio voca-bular e a elipse.

    ARTICULAOARTICULAOARTICULAOARTICULAO Os articuladores (tambm chamados nexos ou conectores) so conjun-

    es, advrbios e preposies responsveis pela ligao entre si dos fatos denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependn-cia de sentido das frases no processo de sequencializao textual. As

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 6

    ideias ou proposies podem se relacionar indicando causa, consequncia, finalidade, etc.

    Ingressei na Faculdade a fim de a fim de a fim de a fim de ascender socialmente. Ingressei na Faculdade porque porque porque porque pretendo ser bilogo. Ingressei na Faculdade depois de depois de depois de depois de ter-me casado. possvel observar que os articuladores relacionam os argumentos di-

    ferentemente. Podemos, inclusive, agrup-los, conforme a relao que estabelecem.

    Relaes de:Relaes de:Relaes de:Relaes de: adioadioadioadio: os conectores articula sequencialmente frases cujos contedos

    se adicionam a favor de uma mesma concluso: e, tambm, no s...como e, tambm, no s...como e, tambm, no s...como e, tambm, no s...como tambm, tanto...como, alm de, alm disso, ainda, nemtambm, tanto...como, alm de, alm disso, ainda, nemtambm, tanto...como, alm de, alm disso, ainda, nemtambm, tanto...como, alm de, alm disso, ainda, nem.

    Na maioria dos casos, as frases somadas no so permutveis, isto ,

    a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Ele entrou, dirigiu-se escrivaninha e sentou-se. alternnciaalternnciaalternnciaalternncia: os contedos alternativos das frases so articulados por

    conectores como ou, ora...ora, seja...sejaou, ora...ora, seja...sejaou, ora...ora, seja...sejaou, ora...ora, seja...seja. O articulador ouououou pode expressar incluso ou excluso.

    Ele no sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade. oposiooposiooposiooposio: os conectores articulam sequencialmente frases cujos conte-

    dos se opem. So articuladores de oposio: mas, porm, todavia, mas, porm, todavia, mas, porm, todavia, mas, porm, todavia, entretanto, no entanto, no obstante, embora, apesar de (que), ainda que, entretanto, no entanto, no obstante, embora, apesar de (que), ainda que, entretanto, no entanto, no obstante, embora, apesar de (que), ainda que, entretanto, no entanto, no obstante, embora, apesar de (que), ainda que, se bem que, mesmo que, se bem que, mesmo que, se bem que, mesmo que, se bem que, mesmo que, etc.

    O candidato foi aprovado, mas no fez a matrcula. condicionalidadecondicionalidadecondicionalidadecondicionalidade: essa relao expressa pela combinao de duas

    proposies: uma introduzida pelo articulador se se se se ou casocasocasocaso e outra por entoentoentoento (consequente), que pode vir implcito. Estabelece-se uma relao entre o antecedente e o consequente, isto , sendo o antecedente verdadeiro ou possvel, o consequente tambm o ser.

    Na relao de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma

    condio hipottica, isto ,, cria-se na proposio introduzida pelo articula-dor se/caso uma hiptese que condicionar o que ser dito na proposio seguinte. Em geral, a proposio situa-se num tempo futuro.

    Caso tenha frias, (ento) viajarei para Buenos Aires. causalidade:causalidade:causalidade:causalidade: expressa pela combinao de duas proposies, uma

    das quais encerra a causa que acarreta a consequncia expressa na outra. Tal relao pode ser veiculada de diferentes formas:

    Passei no vestibular porqueporqueporqueporque estudei muito

    visto quevisto quevisto quevisto que j quej quej quej que

    uma vez queuma vez queuma vez queuma vez que _________________ _____________________

    consequncia causa

    Estudei tanto quetanto quetanto quetanto que passei no vestibular. Estudei muito por issopor issopor issopor isso passei no vestibular

    _________________ ____________________ causa consequncia

    ComoComoComoComo estudei passei no vestibular PorPorPorPor ter estudado muito passei no vestibular

    ___________________ ___________________ causa consequncia

    finalidade:finalidade:finalidade:finalidade: uma das proposies do perodo explicita o(s) meio(s) para

    se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais so: para, afim de, para quepara, afim de, para quepara, afim de, para quepara, afim de, para que.

    Utilizo o automvel a fim dea fim dea fim dea fim de facilitar minha vida.

    conformidadeconformidadeconformidadeconformidade: essa relao expressa-se por meio de duas proposi-

    es, em que se mostra a conformidade de contedo de uma delas em relao a algo afirmado na outra.

    O aluno realizou a prova conforme conforme conforme conforme o professor solicitara. segundosegundosegundosegundo consoanteconsoanteconsoanteconsoante comocomocomocomo de acordo com de acordo com de acordo com de acordo com a solicitao... temporalidade:temporalidade:temporalidade:temporalidade: a relao por meio da qual se localizam no tempo a-

    es, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de duas proposies.

    Quando Quando Quando Quando MalMalMalMal Logo que Logo que Logo que Logo que terminei o colgio, matriculei-me aqui. Assim queAssim queAssim queAssim que Depois queDepois queDepois queDepois que No momento em que No momento em que No momento em que No momento em que Nem bem Nem bem Nem bem Nem bem a)a)a)a) concomitncia de fatos: Enquanto concomitncia de fatos: Enquanto concomitncia de fatos: Enquanto concomitncia de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estudava

    com afinco. Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada

    uma das proposies. b)b)b)b) um tempo progressivo:um tempo progressivo:um tempo progressivo:um tempo progressivo: proporo que proporo que proporo que proporo que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.

    bar enchia de frequentadores medida que medida que medida que medida que a noite caa. Concluso:Concluso:Concluso:Concluso: um enunciado introduzido por articuladores como portaportaportaportannnnto, to, to, to,

    logo, pois, ento, por conseguintelogo, pois, ento, por conseguintelogo, pois, ento, por conseguintelogo, pois, ento, por conseguinte, estabelece uma concluso em relao a algo dito no enunciado anterior:

    Assistiu a todas as aulas e realizou com xito todos os exerccios. PoPoPoPor-r-r-r-

    tanto tanto tanto tanto tem condies de se sair bem na prova. importante salientar que os articuladores conclusivos no se limitam

    a articular frases. Eles podem articular pargrafos, captulos. Comparao:Comparao:Comparao:Comparao: estabelecida por articuladores : tanto (to)...como, tatanto (to)...como, tatanto (to)...como, tatanto (to)...como, tan-n-n-n-

    to (tal).to (tal).to (tal).to (tal)...como, to ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, assim ..como, to ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, assim ..como, to ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, assim ..como, to ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, assim comocomocomocomo.

    Ele to to to to competente quanto quanto quanto quanto Alberto. Explicao ou justificativa: Explicao ou justificativa: Explicao ou justificativa: Explicao ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, popois, que, popois, que, popois, que, porrrrque que que que in-

    troduzem uma justificativa ou explicao a algo j anteriormente referido. No se preocupe que que que que eu voltarei poispoispoispois porqueporqueporqueporque As pausasAs pausasAs pausasAs pausas Os articuladores so, muitas vezes, substitudos por pausas (marca-

    das por dois pontos, vrgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar tipos de relaes diferentes.

    Compramos tudo pela manh: tarde pretendemos viajar. (causalida-

    de) No fique triste. As coisas se resolvero. (justificativa) Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos flor da pele. ( oposi-

    o) No estive presente cerimnia. No posso descrev-la. (concluso)

    http://www.seaac.com.br/ A anlise de expresses referenciais fundamental na interpretao do

    discurso. A identificao de expresses correferentes importante em diversas aplicaes de Processamento da Linguagem Natural. Expresses referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou podem fazer referncia a entidades j mencionadas,podendo fazer uso de reduo lexical.

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 7

    Interpretar e produzir textos de qualidade so tarefas muito importantes na formao do aluno. Para realiz-las de modo satisfatrio, essencial saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do discurso. A linguagem um ato intencional, o indivduo faz escolhas quan-do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas escolhas, de modo a fazer com que suas opinies sejam aceitas ou respei-tadas, fundamental lanar mo dos operadores que estabelecem ligaes (espcies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso.

    Autor e Narrador: Diferenas Equipe Aprovao VestEquipe Aprovao VestEquipe Aprovao VestEquipe Aprovao Vest

    Qual , afinal, a diferena entre Autor e Narrador? Existe uma diferena enorme entre ambos.

    Autor

    um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer-cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infncia e, mais eventualmente ainda, pode at tocar trombone, piano, flauta transversal. Paga imposto.

    Narrador

    um ser intradiegtico,ser intradiegtico,ser intradiegtico,ser intradiegtico, ou seja, um ser que pertence histria que es-t sendo narrada. Est claro que um preposto do autor, mas isso no significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma-chado de Assis seria um crpula como Bentinho ou um bgamo, porque, casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se tambm com Capitu, foi amante de Virglia e de um sem-nmero de mulheres que permeiam seus contos e romances.

    O narrador passa a existir a partir do instante que se abre o livro e ele, em primeira ou terceira pessoa, nos conta a histria que o livro guarda. Confundir narrador e autor fazer a loucura de imaginar que, morto o autor, todos os seus narradores morreriam junto com ele e que, portanto, no disporamos mais de nenhuma narrativa dele.

    GNEROS TEXTUAIS

    Gneros textuais so tipos especficos de textos de qualquer natureza, literrios ou no. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as funes sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser considerados exemplos de gneros textuais: anncios, convites, atas, avisos, programas de auditrios, bulas, cartas, comdias, contos de fadas, convnios, crnicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis-tas, circulares, contratos, decretos, discursos polticos

    A diferena entre Gnero TextualGnero TextualGnero TextualGnero Textual e Tipologia TextualTipologia TextualTipologia TextualTipologia Textual , no meu enten-

    der, importante para direcionar o trabalho do professor de lngua na leitura, compreenso e produo de textos1. O que pretendemos neste pequeno ensaio apresentar algumas consideraes sobre Gnero TeGnero TeGnero TeGnero Texxxxtualtualtualtual e TipTipTipTipo-o-o-o-logia Textuallogia Textuallogia Textuallogia Textual, usando, para isso, as consideraes feitas por Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionveis para o termo Tipologia TextualTipologia TextualTipologia TextualTipologia Textual. No final, apresento minhas consideraes a respei-to de minha escolha pelo gnero ou pela tipologia.

    Convm afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen-

    so e a produo escrita em Lngua Materna deve ter como meta primordial o desenvolvimento no aluno de habilidades que faam com que ele tenha capacidade de usar um nmero sempre maior de recursos da lngua para produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situao especfica de interao humana.

    Luiz Antnio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco-

    la a partir da abordagem do Gnero TextualGnero TextualGnero TextualGnero Textual Marcuschi no demonstra favorabilidade ao trabalho com a TipoloTipoloTipoloTipologia Textualgia Textualgia Textualgia Textual, uma vez que, para ele, o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez que no possvel, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo-ra possamos classificar vrios textos como sendo narrativos, eles se con-cretizam em formas diferentes gneros que possuem diferenas espec-ficas.

    Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlndia/MG)

    defendem o trabalho com a Tipologia TextualTipologia TextualTipologia TextualTipologia Textual. Para o autor, sendo os textos de diferentes tipos, eles se instauram devido existncia de diferentes modos de interao ou interlocuo. O trabalho com o texto e com os diferentes tipos de texto fundamental para o desenvolvimento da compe-tncia comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto apropriado para um tipo de interao especfica. Deixar o aluno restrito a apenas alguns tipos de texto fazer com que ele s tenha recursos para atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espcie de levantamento de quais tipos seriam mais necessrios para os alunos, para, a partir da, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessrios.

    Marcuschi afirma que os livros didticos trazem, de maneira equivoca-

    da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, no se trata de tipo de texto, mas de gnero de texto. O autor diz que no correto afirmar que a carta pessoal, por exemplo, um tipo de texto como fazem os livros. Ele atesta que a carta pessoal um Gnero TeGnero TeGnero TeGnero Texxxxtuatuatuatuallll.

    O autor diz que em todos os gneros os tipos se realizam, ocorrendo,

    muitas das vezes, o mesmo gnero sendo realizado em dois ou mais tipos. Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode apresentar as tipologias descrio, injuno, exposio, narrao e argu-mentao. Ele chama essa miscelnea de tipos presentes em um gnero de hethethetheteeeerogeneidade tipolgicarogeneidade tipolgicarogeneidade tipolgicarogeneidade tipolgica.

    Travaglia (2002) fala em conjugao tipolgicaconjugao tipolgicaconjugao tipolgicaconjugao tipolgica. Para ele, dificilmente

    so encontrados tipos puros. Realmente raro um tipo puro. Num texto como a bula de remdio, por exemplo, que para Fvero & Koch (1987) um texto injuntivo, tem-se a presena de vrias tipologias, como a descri-o, a injuno e a predio. Travaglia afirma que um texto se define como de um tipo por uma questo de dominncia, em funo do tipo de interlocu-o que se pretende estabelecer e que se estabelece, e no em funo do espao ocupado por um tipo na constituio desse texto.

    Quando acontece o fenmeno de um texto ter aspecto de um gnero

    mas ter sido construdo em outro, Marcuschi d o nome de intertextualintertextualintertextualintertextualiiiidade dade dade dade intergneros. intergneros. intergneros. intergneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu no texto a configurao de uma estrutura intergneros de natureza altamente hbrida, sendo que um gnero assume a funo de outro.

    Travaglia no fala de intertextualidade intergnerosintertextualidade intergnerosintertextualidade intergnerosintertextualidade intergneros, mas fala de um iiiin-n-n-n-

    tercmbio de tipostercmbio de tipostercmbio de tipostercmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossveis, na opinio do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de descri-es e comentrios dissertativos feitos por meio da narrao.

    Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configurao terica: intertextualidade intergneros = um gnero com a funo de outro heterogeneidade tipolgica = um gnero com a presena de vrios

    tipos Travaglia mostra o seguinte: conjugao tipolgica = um texto apresenta vrios tipos intercmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro Aspecto interessante a se observar que Marcuschi afirma que os g-

    neros no so entidades naturais, mas artefatos culturais construdos historicamente pelo ser humano. Um gnero, para ele, pode no ter uma determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gnero. Para exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o autor da carta no tenha assinado o nome no final, ela continuar sendo carta, graas as suas propriedades necessrias e suficientes .Ele diz, ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista de produtos em oferta. O que importa que esteja fazendo divulgao de produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usurios da-quele produto.

    Para Marcuschi, Tipologia TextualTipologia TextualTipologia TextualTipologia Textual um termo que deve ser usado para

    designar uma espcie de sequncia teoricamente definida pela natureza lingustica de sua composio. Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias narrao, argumentao, exposio, descrio e injuno (Swa-

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    les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo TipologiTipologiTipologiTipologia a a a TextualTextualTextualTextual usado para designar uma espcie de sequncia teoricamente definida pela natureza lingustica de sua composio (aspectos lexicais, sintticos, tempos verbais, relaes lgicas) (p. 22).

    Gnero TextualGnero TextualGnero TextualGnero Textual definido pelo autor como uma noo vaga para os

    textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte-rsticas scio-comunicativas definidas pelos contedos, propriedades fun-cionais, estilo e composio caracterstica.

    Travaglia define Tipologia TextualTipologia TextualTipologia TextualTipologia Textual como aquilo que pode instaurar um

    modo de interao, uma maneira de interlocuo, segundo perspectivas que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar ligadas ao produtor do texto em relao ao objeto do dizer quanto ao fa-zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto insero destes no tempo e/ou no espao. Pode ser possvel a perspectiva do produtor do texto dada pela imagem que o mesmo faz do receptor como algum que concorda ou no com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformao, quando o produtor v o receptor como algum que no concorda com ele. Se o produtor vir o receptor como algum que concorda com ele, surge o discur-so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinio de Travaglia, uma perspecti-va em que o produtor do texto faz uma antecipao no dizer. Da mesma forma, possvel encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de comprometimento ou no. Resumindo, cada uma das perspectivas apre-sentadas pelo autor gerar um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva faz surgir os tipos desdesdesdescrio, dissertao, injuno crio, dissertao, injuno crio, dissertao, injuno crio, dissertao, injuno e narrao.narrao.narrao.narrao. A segunda perspectiva faz com que surja o tipo argumeargumeargumeargumennnntativo tativo tativo tativo stricto sensustricto sensustricto sensustricto sensu6 e no no no no argumentativo argumentativo argumentativo argumentativo stricto sensustricto sensustricto sensustricto sensu. A perspectiva da antecipao faz surgir o tipo preditivopreditivopreditivopreditivo. A do comprometimento d origem a textos do mumumumunnnndo comentadodo comentadodo comentadodo comentado (comprometimento) e do mundo narradomundo narradomundo narradomundo narrado (no comprometimento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, de maneira geral, no tipo narraonarraonarraonarrao. J os do mundo comentado ficariam no tipo dissertdissertdissertdissertaaaaoooo.

    Travaglia diz que o GnerGnerGnerGnero Textualo Textualo Textualo Textual se caracteriza por exercer uma fun-

    o social especfica. Para ele, estas funes sociais so pressentidas e vivenciadas pelos usurios. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabe-mos que gnero usar em momentos especficos de interao, de acordo com a funo social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que ele pode apresentar caractersticas que faro com que ele funcione de maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo no o mes-mo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informaes sobre um concurso pblico, por exemplo.

    Observamos que Travaglia d ao gnero uma funo social. Parece

    que ele diferencia Tipologia TextualTipologia TextualTipologia TextualTipologia Textual de GneroGneroGneroGnero TextualTextualTextualTextual a partir dessa qualidade que o gnero possui. Mas todo texto, independente de seu gnero ou tipo, no exerce uma funo social qualquer?

    Marcuschi apresenta alguns exemplos de gneros, mas no ressalta

    sua funo social. Os exemplos que ele traz so telefonema, sermo, romance, bilhete, aula expositiva, reunio de condomnio, etc.

    J Travaglia, no s traz alguns exemplos de gneros como mostra o

    que, na sua opinio, seria a funo social bsica comum a cada um: aviso, comunicado, edital, informao, informe, citao (todos com a funo social de dar conhecimento de algo a algum). Certamente a carta e o e-mail entrariam nessa lista, levando em considerao que o aviso pode ser dado sob a forma de uma carta, e-mail ou ofcio. Ele continua exemplificando apresentando a petio, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado (com a funo social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e-mail e o ofcio aqui. Nota promissria, termo de compromisso e voto so exemplos com a funo de prometer. Para mim o voto no teria essa fun-o de prometer. Mas a funo de confirmar a promessa de dar o voto a algum. Quando algum vota, no promete nada, confirma a promessa de votar que pode ter sido feita a um candidato.

    Ele apresenta outros exemplos, mas por questo de espao no colo-

    carei todos. bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que no foram mostrados aqui, apresentam funo social formal, rgida. Ele no apresenta exemplos de gneros que tenham uma funo social menos rgida, como o bilhete.

    Uma discusso vista em Travaglia e no encontrada em Marcuschi7 a

    de Espcie. Espcie. Espcie. Espcie. Para ele, EspcieEspcieEspcieEspcie se define e se caracteriza por aspectos formais de estrutura e de superfcie lingustica e/ou aspectos de contedo. Ele exemplifica EspcieEspcieEspcieEspcie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo narrativo: a histria e a no-histria. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta as EspciesEspciesEspciesEspcies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele mostra as EspEspEspEspciesciesciescies distintas objetiva x subjetiva, esttica x dinmica e comentadora x narradora. Mudando para gnero, ele apresenta a corres-pondncia com as EspEspEspEspciesciesciescies carta, telegrama, bilhete, ofcio, etc. No gnero romance, ele mostra as EspciesEspciesEspciesEspcies romance histrico, regionalista, fantstico, de fico cientfica, policial, ertico, etc. No sei at que ponto a EspEspEspEspciecieciecie daria conta de todos os Gneros TeGneros TeGneros TeGneros Texxxxtuaistuaistuaistuais existentes. Ser que possvel especificar todas elas? Talvez seja difcil at mesmo porque no fcil dizer quantos e quais so os gneros textuais existentes.

    Se em Travaglia nota-se uma discusso terica no percebida em Mar-

    cuschi, o oposto tambm acontece. Este autor discute o conceito de DomDomDomDom----nio Discursivonio Discursivonio Discursivonio Discursivo. Ele diz que os domnios discursivos so as grandes esferas da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo informa, esses domnios no seriam nem textos nem discursos, mas dariam origem a discursos muito especficos. Constituiriam prticas discursivas dentro das quais seria possvel a identificao de um conjunto de gneros que s vezes lhes so prprios como prticas ou rotinas comunicativas institucio-nalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalstico, discurso jurdico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalstica, jurdica e religiosa, no abrange gneros em particular, mas origina vrios deles.

    Travaglia at fala do discurso jurdico e religioso, mas no como Mar-

    cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que para ele tipologia de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo-gias de discurso usaro critrios ligados s condies de produo dos discursos e s diversas formaes discursivas em que podem estar inseri-dos (Koch & Fvero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fvero, o autor fala que uma tipologia de discurso usaria critrios ligados referncia (institucional (discurso poltico, religioso, jurdico), ideolgica (discurso petista, de direita, de esquerda, cristo, etc), a domnios de saber (discurso mdico, lingusti-co, filosfico, etc), inter-relao entre elementos da exterioridade (discur-so autoritrio, polmico, ldico)). Marcuschi no faz aluso a uma tipologia do discurso.

    Semelhante opinio entre os dois autores citados notada quando fa-

    lam que textotextotextotexto e discursodiscursodiscursodiscurso no devem ser encarados como iguais. Marcuschi considera o textotextotextotexto como uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum Gnero TextualGnero TextualGnero TextualGnero Textual [grifo meu] (p. 24). DiscuDiscuDiscuDiscurrrrsosososo para ele aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instncia discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera o discursodiscursodiscursodiscurso como a prpria atividade comunicativa, a prpria atividade produ-tora de sentidos para a interao comunicativa, regulada por uma exteriori-dade scio-histrica-ideolgica (p. 03). Texto Texto Texto Texto o resultado dessa atividade comunicativa. O textotextotextotexto, para ele, visto como

    uma unidade lingustica concreta que tomada pelos usurios da ln-gua em uma situao de interao comunicativa especfica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma funo comunicativa reco-nhecvel e reconhecida, independentemente de sua extenso (p. 03).

    Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que

    sua preocupao com a tipologia de textos, e no de discursos. Marcus-chi afirma que a definio que traz de texto e discurso muito mais opera-cional do que formal.

    Travaglia faz uma tipologizao dos termos Gnero Textual, TipolGnero Textual, TipolGnero Textual, TipolGnero Textual, Tipoloooogia gia gia gia Textual e EspcieTextual e EspcieTextual e EspcieTextual e Espcie. Ele chama esses elementos de TipTipTipTipeeeelementoslementoslementoslementos. Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipolgicos (Gnero Gnero Gnero Gnero Textual, Tipologia Textual e EspcieTextual, Tipologia Textual e EspcieTextual, Tipologia Textual e EspcieTextual, Tipologia Textual e Espcie) so bsicos na construo das tipolo-gias e talvez dos textos, numa espcie de analogia com os elementos qumicos que compem as substncias encontradas na natureza.

    Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discusses

    feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gneros Gneros Gneros Gneros TextuaisTextuaisTextuaisTextuais, esto diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho com o gnero uma grande oportunidade de se lidar com a lngua em seus mais diversos usos autnticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele apresenta a ideia bsica de que um maior conhecimento do funcionamento dos Gneros TextuaisGneros TextuaisGneros TextuaisGneros Textuais importante para a produo e para a compreenso

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 9

    de textos. Travaglia no faz abordagens especficas ligadas questo do ensino no seu tratamento Tipologia TextualTipologia TextualTipologia TextualTipologia Textual.

    O que Travaglia mostra uma extrema preferncia pelo uso da TipTipTipTipoooollllo-o-o-o-

    gia Textualgia Textualgia Textualgia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem pare-ce ser mais taxionmica. Ele chega a afirmar que so os tipos que entram na composio da grande maioria dos textos. Para ele, a questo dos elementos tipolgicos e suas implicaes com o ensino/aprendizagem merece maiores discusses.

    Marcuschi diz que no acredita na existncia de Gneros TextuaisGneros TextuaisGneros TextuaisGneros Textuais ide-

    ais para o ensino de lngua. Ele afirma que possvel a identificao de gneros com dificuldades progressivas, do nvel menos formal ao mais formal, do mais privado ao mais pblico e assim por diante. Os gneros devem passar por um processo de progresso, conforme sugerem Sch-neuwly & Dolz (2004).

    Travaglia, como afirmei, no faz consideraes sobre o trabalho com a

    Tipologia TextualTipologia TextualTipologia TextualTipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia teria que, no mnimo, levar em conta a questo de com quais tipos de texto deve-se trabalhar na escola, a quais ser dada maior ateno e com quais ser feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma srie de fatores, porm dois so mais pertinentes:

    a) O trabalho com o