MINISTERIO DA AGRICULTURA, PECUARIA E … · ... considerase produto a bebida ...
Agricultura Produto 5 Final1
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FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES
c. 023/2015 - GEPRO/FEA
Brasilia. 26 de janeiro de 2015.
A Senhora
Priscila Santos
Subsecretaria de Desenvolvimento Sustentável
Secretaria de Assuntos Estratégicos
Presidência da República
Referência: Projeto BRA 06/032 - PRIVADOS - CIC 96.518-9 Entrega do 51' Produto - Complemento
Prezada Senhora,
Em confonnidade com a Carta d~Acordo nO 25760/2014 na qual eS1abeJeceparceria entre o PNUD
e a Fundação Eliseu Alves para elaboraçã:> de pesquisas a condução de grupos de discussao e a elaboração
de subsídios técnicos conclusivus relacionados à área temática de Adaptação às Mudanças do Clima, vinos
pela presente oficializar a entrega do quirta produto - -Relatório de análiSE de produção agropecuátia e
alocaçao de terra com mudança dO clima. para 2040, a partir de modelo económico~ enviado pela O•.••
Leila Harfuch da Empresa Agroicone com as alterações pertinentes.
Sem mais para o morr ento subscrevemo-nos ao inteiro dispor de Vossas Senhorias, para quaisqJer
esclarecimentos que se fizerem necessários,
Atenciosamente,
'undaçào de Apoio a "esQl.llsa Glenllf.ca e IecnolOorr..aCNPJ' 08 962 3I1if(D)1-3Qwww,fundac3oeltseualvesol9br
sa.N 310 Bloco B Sala 3!i ~bsoloA5éINo_le. lbslha Df-. Brasil.
Cl:P 10 156 520!lP.'enel3deptoJeIMOlundacaoehseuatvl!s orl br
Tf'L:+55 61 34481054Tri.: +556134-181055Tel.: •.556134481056
AGROICOm»_. , ~ U."
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES
FUNCAÇM ElISEU ALVES
Produto 5:
Relatório Parcial
Adaptação às mudanças do clima: impactos
sobre a agricultura brasileira
Fundação Eliseu Alves
PROJETO BRA/06/032 - BRASIL TRÊS TEMPOS
CARTA DE ACORDO Nº 2576012014
F\I~ do!Apaoo li "".~ C•••••l.',ça e TeenolOgJCll'
CNPJ 08 962 J06IOOOl.3O
wwwlunrt.lcaol'li<,t>udlvt'\.org.bf
São Paulo-SP
18 de janeiro de 2015
SClN 310 61oco BS"!1I 35 Sa;b,o oAsaNorte,Bt~. DF.B,as~,CEP 70.756.510
Tt't. .'j,'i 61 l"<tll 70S. 1
1('1.;'556111014090F.a.: .•.5561 2107 40<17
8~renc:ia(lllundd(;tOt'Il\t'Od.Iw\,ot8.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESSumário
CONTEXTO 3
1. Introdução 4
2. Metodologia 6
2.1. Metodologia para simulação dos cenários climáticos 11
3. Premissas para o cen3rio de referência 12
4. Resultados para o cenário de referência 15
5. Resultados do simulador SCENAGRI-Embrapa: dados de ent~ada no BlUM 18
6. ConsideraçõesFinais 23
Referências Bibliográficas 26-------------------------
/'L.-J
fundllç60 do Atlooo. Pe.Q,,.. Coonl "ca e Tecnolàg<aCNPJ: 08,962.llJM)()()l.JO
www .•lJ!\dol(.JOl:I.wf.lJI~~.Ofg.br
SCLN 310 Bloco B Sala 35 SubsolokiIJ NOrlll. &11$110/1• DF, BrllSd,
CEP 70.756 520
Tf'l : -'iS 61 344MJO'i4 2
leI.: +55 b1 21014090fal(.: .•55 61 2107 4047
gE'fPncial1i'lu rtd.l(JOf'IiY"'.lIVM org.Dr
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESCONTEXTO
o projeto "BRt..Sll 3 TEMPOS" 8RA/06/032, executado pela Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), tem cemo objetivo desenvolver
estratégias e ações naconais que subsidiem o governo na fo~mulação e implementação de
políticas públicas de ongo prazo que promovam o crescimento econômico do país,
acompanhado de inclusão SOci31. Essas ações serão realizadas por meio de estudos,
produtos e eventos sobre temas de grande importância para o planejamento estratégico
brasileiro. Para tanto, o projeto foca no tema da Adaptação às Mudanças Climáticas.
A agricultura tem um papel importante nesse contexto, pois é fortemen:e
impactada pela mudança climática. Devido à enorme importância do setor agrícola na
economia do País, é preciso mel"'lor conhecer os efeitos e as opções de adaptação do setor
agrícola às mudanças do clima no Brasil. Dessa forma, a SAE/PR propôs uma avaliação dos
prováveis impactos de diferentes cenários climáticos para o Brasil, bem como as estratégi3s
alternativas de adaptação em um horizonte de 30 anos (2('10-2040). Neste contexto,
estudos estratégicos setoriais irão subsidiar as medidas de- adaptação às mudanÇ3s
climáticas.
A Tabela A apresenta as atividades e os produtos esperados conforme carta de
acordo de cooperação técnica 25760/2014, "Adaptação às Mucanças do Clima: Cenários e
Alternativas - Agricultura.
Tabela A- Produtos esperados para o estudo de cooperação :écnica do setor agropecuáric
,T.I.o-55 613448 "" 3 ~Tel.: ~55 b12107 4090
r"lI.: "55 612107 4047gf'rf'ncl ••~fund,l( aoelís.-uaivf>!.org.br
SClN 310 Bloco BSala 35 SubsoloAsa Norlfl. BlII I<a. DF B'as,l.CEP 70.756 520
Ação IProduto esperado I Forma de entrega dos resultados
Produto
1 linha de base de produção agropecuária e alocação de terra para o período 2010-2040.
2Relatório referente ã preparação do simulador de cerários de cultura para a utilizaçãode modelos climáticos regionalizados.
3 Relatório d:Jsimulação dos cenários para as principais cutturas brasileiras em 2040.
4Relatório de análise comparativa das culturas nos cerários simulados para 2040 emrelação à condição atual.
SRelatório de análise de produção agropecuária e alocação de terra com mudança doclima, para 2040, a partir de modelo econômico.
6Análisede 'vulnerabilidade econômica do sistema de produção das principais culturasbrasileiras.
7 Relatório de análise das possíveis medidas adaptativa identificadas.
8 Relatório final.
FIJI'd3çl)o ele Aoolo. F'MQuaN oenl la fI"~CNPJ: 08.962 3OMlOOl':lO
www.lund.l(.lOl::I.~U.lIve).o18.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES
Este relatório refere-se ao Produto 5 da Tabela A "R~latório de análise de produção
agropecuária e alocação de terra com mudança do clima, para 2040, a partir de mod~lo
econômico" .
Importante re;saltar que o Produto 5 previa a .:ntrega de todos os cenários
climáticos simulados na modelagem econômica para o setor êgropecuário (cenários base,
HadGen RCP4.5, HadGen RCP8.5, Miroe RCP4.5 e Miroe RCP8.5), incorporando os
resultados simulados previamente no SCENAGRI-Embrapa. Entretanto, devido a interação
com o setor de energia do Projeto (mais especificamente biocombustíveis e biomassa
lenhosa), os mesmos cenários não foram finalizados, inviabilizando cumprir com todas as
atividades previstas para o Produto 5.
Além disso, devido ao atraso nos recebimentos dos c-enários para o setor de energia,
há a necessidade de adaptar as atividades e o conteúdo do Produto 7 descrito no Plano de
Trabalho, que deverâ incorporar os resultados dos cenários climáticos simulados na
modelagem econômica (prevista no Produto 5). O Produto 8 irá incluir as medidas de
adaptação a partir dos resultados mensurados e será o relatório final deste estudo.
Deste modo, o presente relatório descreve a metodcdogia utilizada (para cenário de
referência e futura simulação dos cenários climáticos), os resultados para o cenário de
referência para 2040 (revisado em relação ao Produto 1) e as restrições produtivas parê o
setor agropecuário adaptados para a modelagem econômica a partir dos cenários climáticos
simulados no SCENAGRI.Embrapa.
1. Introdução
A agricultura é um importante setor da economia brêsHeira, que responde por cerca
de 5,5% do PIB (25% cuando o agro negócio é incluído) e por 36% das exportações do pais.
De acordo com O censo agropecuário de 2006, o Brasil possui 5 milhões de propriedades
rurais das quais 85% pertencem a pequenos proprietários e 16% são grandes fazendas
comerciais que ocupail 75% da terra cultivada. Em 2009, o Brasil apresentou um saldo
comercial positivo agrícola de US$5S bilhões. Como a agricultura é essencial para a
segurança alimentar n3cional e exerce uma forte atuação s':lbr~ o aumento do PIS, existe
£;4Fur.dat;ào IM Apooo a P!asqu.sa C*" !.a. Ol'"IlC:n0i6goa
CNf'J: 08.962.306lO001.30
www.fundacaoelllot.lialws.org.br
SCLN 310 Bloco B Sal. 35 SubtOJ:)~ Norto. Brll&ll'll - Df Sr,,:; I.CEP 70.756 520
Tpl-; .•'i'i 61 J4<18 ]054
Tel.: +55 til 21074090
ra:c "55 612107 4047gl'renclapfllnd,lcaOl'tiSl" JalVf>S,org.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESuma crescente preo:upação com o fato de que o setor est,ª cada vez mais vulnerável às
variações e às mudanças climáticas.
A agricultura tem um papel importante no ciclo do carbono já que ao mesmo tempo
em que se configura como fonte de emissões de gases de efeito estufa - causa principal do
aquecimento global - também pode ser fortemente impact3da pela mudança climática.
Devido à enorme importância do setor agrícola na economia do País, é preciso melhor
conhecer os efeitos: as opções de adaptação do setor agríc:>la às mudanças do clima no
Brasil.
o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPeC, na sigla em inglês)
aponta que a muc'ança do clima impõe uma grande ameaça ao desenvolvimento
sustentável, por afetar de forma direta e indireta grande partE' da população, sua saúdE. os
recursos hídricos, a infraestrutura urbana e rural, as zonas costeiras, as florestas e a
biodiversidade, bem como os setores econômicos - como 3gricultura, pesca, produção
florestal, geração de energia, indústrias - além das cadeias destes setores. O IPCCsinaliza
impactos de grande magnitude sobre a América do Sul, em especial sobre recursos hídricos e
setores econômicos ~Iacíonad,)s, impondo ao governo bra~ileiro a necessidade de formular
e implementar medicas de adêptação, com vistas a gerendar ~iscos climáticos e responder
de forma tempestiva aos prová'leis impactos decorrentes da mudança global do clima. Desta
forma, torna-se fundamental a elaboração de subsidios ao planejamento nacional de longo
prazo que incorpore a mudança do clima.
Entre os estucos mais recentes aplicados para o Brasil, Assad et aI. (2013) simulou
diferentes modelos climáticos globais e regionais e os impactm do clima sobre a produção
agrícola e concluiu qLe a agricultura é vulnerável a temperatLras mais elevadas. O estudo
também enfatiza que ::mderá haver migração regional da prcdução agropecuária deslocar do
a produção para regiões menos afetadas, impactando o desenvclvimento econômico local
Este estudo tem como ':Jbjetivo de avaliar os impactos dos cenários de mudanças
climáticas (1PCC,20141 sobre o setor agropecuário brasileiro sob a ótica econômica, e avaliar
cenários
f7Tel,: ~S5 61 J448 }QS4
leI.: ~55611107 4090
falt,: "'55 612107 4047gerl'nci;a@fund"(:Joerj.'\ftJa~ org.Df'
SCLN310 Bloco BSala 35 Sl.bso oAsI Norle. Bt/Wlla • DF Bf8$ll,
CE? 70.756 510
possíveis medidas adaJtativas às restrições produtivas.
Especificamente para este relatório são apresentados a metodologia (seção 2); as
premissas para o cenário de referência (seção 3); os resuh:ados finais para o cenário je
referência (seção 4); os dados de entrada para a modelageíl econômica dos
climáticos (seção 5) e considerações finais (seção 6).
FIInd8ç80 de l\poIolJ ~ Clent la '~llCnológocaCNPJ: 08 96:2 J06IOOOI.3O
www.lunda(<lot.ri~u.alvt.s.Of8.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES
2. Metodologia
De forma a captar as dinâmicas do uso da terra, oferta e demanda dos principais
produtos do setor agropecu3rio brasileiro, para simular os cenários de referência e de
mudanças do clima, foi utirzado o modelo BLUM - Modelo de Uso da Terra para a
Agricultura Brasileira. Utilizou-se também o modelo de alocação por microrregião do IBGE,
descritos a seguir.
BlUM é um modelo econômico dinâmico de equilH::rio parcial, multi-regional e multi-
mercados para o setor agropecuário brasileiro composto por dois módulos: oferta e
demanda e uso da terra.
O modelo inclui os seguintes produtos: soja, mi;ho (primeira e segunda safras),
algodão, arroz, feijão! (safras de verão e de inverno), cana-:te-açúcar, trigo, cevada, pecuária
de leite e de corte, carnes bovina, suína e de frango e ovos. As florestas comerciais são
consideradas como projeções exógenas no modelo_ Combinadas, estas atividades feram
responsáveis por 95% da área total utilizada para a produção agropecuária em 2008.
As "safrinhas" ou culturas de inverno como milho, feijão, cevada e trigo não geram
demanda adicional por terra por serem plantadas após U11a cultura principal de primeira
safra (ou safra de verão)_ No entanto, a produção destas safras e contabilizada na of~rta
nacional de cada uma destas lavouras.
No módulo de oferta e demanda, a demanda total por uma atividade e projet3da
nacionalmente e formada pela demanda domestica, exportações líquidas (exportações
menos importações) e estoques finais (os quais não são considerados para pecuária, carnes
e cana-de-açúcar) e respondem a preços e a variáveis exógenas (como PIB, população, taxa
de câmbio, entre outras).
A oferta é formada pela produção nacional (a qual é projetada regionalmente) e
pelos estoques iniciais (novamente considerados apenas para grãos e seus comple)los,
açúcar e etanol) e respondem às rentabilidades de cada commodity, as quais dependem de
custos, preços e produtividades.
1 o Brasil possui três safras de feijão. dividas a partir do período de pLantb e colheita. No modelo BLUfI.I,aprodução de feijão foi dividido nas safras de verão (que compete por terra com outros usos) e de inverno (quenão compete por terra com lavouras plantadas durante o verão).
FunGaçjo Ó8 Apoio i Pe$q...Ja C••••l l.ta. - ectl(llóglca(".NPJ: 08962 306rUOO1-JO
WW\\I.lunddldOt'l'~udlw5.0l"8.br
SClN 310 Bloco B Sala 35 Sl,.bso o~ Nonll. 811l~a. DF: BrASI.
CEP 70.756 520
~Tt>I.:"55 61 344g 1054 6
Tel.: "55 b1 21014090fale.: .•556121074047
@at'ncl.l(llfund.lCJoelt!>f'llJlves org.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESA área total alocada pra agricultura e pecuária é calculada para seis regiões2, como mmtra a
Figura 1:
• Sul (estados do Paraná, Santa Catarina e RioGrande da Sul);
• Sudeste (est3dos de São Paulo, Rio de Janeiro, Esphto Santo, e Minas Gerais);
• Centro-Oeste Cerrado (estados de Mato Grosso d:>Sul, Goiás e parte do estado do
Mato Grossc dentro dos biomas Cerrado e Pantanal);
• Norte Amaz5nia (parte do estado do Mato Grosso dentro do bioma Amazônia,
Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima);
• Nordeste lit:>râneo (Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do No1:e e
Sergipe);
• Nordeste Cerrado (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia).
Oferta e demanda nacional e o uso da terra regional responde a preços.
Consequentemente, para um dado ano, o equilíbrio é obtido quando se encontra um vetor
de preços que equilbra todos os mercados simultaneamente. Ano a ano, uma sequência de
vetores de preços é estimada, permitindo avaliar a trajetória dos mercados ao longo do
tempo. Os resultadas do modelo são: uso da terra regional, produção nacional e regional,
preços, consumo e exportações líquidas.
A área alocada para cada região no módulo de u~o ca terra é parte da oferta no
módulo de oferta e demanda, garantindo a interação entre esses dois módulos tal que a
seguinte identidade é satisfeita:
Estoque inicial + Produção + Importações = Estoque fin~1 + Consumo + Exportações
Ou, considerando que Exportações líquidas = Exportações - 'mp,rtações:Estoque inicial + Produção = Estoque final + Consurro + Exportações líquidas
G'7
1As regiões foram divididas a partir da homogeneidade da produção agrí::ola e da divisão dos biomas.
FuncIlIQ80 de Apooo' PetoQ_ c-.,!oClJ •• ecnoIoOlCa
CNPj: 08.962 306IOOOl.JO
wwW.tU[ldoll3oell~u.Jlve~.OIg.br
SCLN 310 Bloco B Sala 35 SubscloASlI Norte. 8ra!lll<a ..DF B,asd.CEP 70.756 520
r•.l.: _55 61 3448 }OS4 7
fel.: +556111014090
r,lII..: .55 612107 4047
ge",llria~fur'ld.u<l()plíSf'llalvps org.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESFigura 1 - Regiões consideradas no Modelo de Uso da Terra para a Agricultura Brasileira -
BLUM
Fonte: !CONE (2014)
I•
_ Norte Amaz6nia
Centrf}-Ollste Cerrada
Nordeste Cerrado
Nordesle Lrtorâneo
Slldesle
S"'
,.~
•
,
~••••
•••r'''
o BLUM também considera as interações entre os setores analisados, assim cemo
entre um produto e seus subprodutos. Por exemplo, a relaçãc' entre os grãos e a pecuária
ocorre a partir do consumo de ração (basicamente milho e farelo de soja) que é função da
oferta de carnes, leite e ovos, sendo um componente da jemanda doméstica de milh:l e
soja. No caso do complexo de soja, farelo e óleo de soja são parte da demanda doméstica de
soja em grão e são determinados pela demanda por esmagam~nto. Similarmente, açúcêr e
etanol são componentes da demanda por cana-de-açúcar (Fi.~ura 2).
Figura 2. Interações entre os produtos e setores no BLUM
~'
Fundeçitode ApoIOli ~ C"""~_. Tecro'ó!J'CllOJPJ: 08 962 J06..UOOl.JO
www JUlld<l(.toeheudIVI.'~.Ofl:l.br
SClN 310 Bloco B 5",1", 35 SLbso oAsa Norte. BIlI~l<a DF.8r/ls.ol,CEP: 10.756 520
T",l.: +5':061 ;\448 10<;4 8
leI.: +5~612107 40'JO
rax.: "55 61 2107 4047fjf"rPf\("lal#lfufld,lCaOf'li$fualVf"!i.orfj.hr
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES
, ...,.
Etanol
Açucar
ndustriae
Biodiesel
Óleo de Soja •
[Farelo de Soja
••~-~----.
---+--- .
Suinocultura
Avicultura
Bovinocultura
I
Fonte: ICONE (2014)
A dinâmica do uso da terra está dividida em dois efeitos: competição e escalo.
Intuitivamente, o efeito competiç~o representa como as diferente; atividades agropecuárias
competem por uma dada quantidade de terra arável disponível. O efeito escala se refere i
maneira pela qual a competição entre as diferentes atividades geram uma necessidade
adicional por terra. Es:a necessidade é acomodada pela expansão da área total d2
agropecuária sobre vege:ação nativa.
O efeito competição consiste em um sistema de equações que ataca a participação
da área agropecuária para cada lavoura e pasto em cada região como função das
rentabilidades (própria e das competidoras). Ele estabelece que, para uma dada quantidade
de terra para agropecuária, o aumento na rentabilidade relatiJa de uma atividade irá
resultar em um aumento da participação da área dedicada a esta atividade e reduzir a
participação de área de SJas competidoras.
As condições de regularidade (homogeneidade, simetria e adicional idade) são
impostas de forma que as matrizes de elasticidades (e seus coeficientes associadas) são
consistentes teoricamen:e. Para qualquer conjunto destes coeficientes são calculados os
impactos e a competição entre as atividades. Assim, a partir desta estrutura, as simulações
realizadas no BLUMpermite calcular não apenas alocação de terra. mas também mudanças
Ter.:~!l561 J44810~4
T('L:~556121014090
fOI>:,.'>'i 6171014047
al'rE'IXI.apfund.K<J(J('liSl'u.a!wes org.br
SCLN310 Bloco BSala 35 SubsoloAsa Norte, BrMl • - DF. B'85I1
CEP 7O.7~f>520
no uso da terra. Em out~as palavras, as condições de regularidade permitem identificar a9
www fund.lc.a(Whwu.aIVt'~.orB b,
~ 00 ApolO a f'P-sQu 1101Olffil fOI (I TemolOgQ
OjPJ08,962~1':30
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESsubstituição de área para cada atividade, considerando a quantidade total de área alocada
para a agropecuária.
Para garantir ccerência das condições acima mencionadas, a área de pastagem é
regional e endogenamente determinada. No contexto da agricultura Brasileira, é
particularmente relevante projetar a área de pastagem tanto endogenamente quanto
regionalmente, pois corresponde a, aproximadamente, 77% do total de área utilizada para
agropecuária.
Apesar da competição entre as atividades representar a dinâmica das regiões onde a
área agrícola é estável e próxima ao potencial arável, esta anélise é insuficiente para o Brasil.
No caso brasileiro, tanbém é necessário analisar a dinâmica das regiões de fronteira
agrícola. A história re,:ente da agropecuária brasileira mostra que lavouras, florestas
comerciais e pastagens combinadas respondem a incentivos de mercado e contribuem com
a expansão da área total alocada para a agropecuária (Nassar et aI., 2010). Isto é captado nJ
efeito escala do BlUM. Este progresso metodológico é essencial para ajustar o modelo às
realidades específicas da dinâmica do uso da terra brasileira.
O efeito escala se refere às equações que definem como as rentabilidades das
atividades determinam a área total alocada para a produção agropecuária. Mais
precisamente, a área total alocada para a agropecuária é uma participação da área arável
total disponível em cada região, e responde às mudanças na rentabilidade média da
agropecuária.
Os efeitos escala e compefção não são independentes. Em conjunto, eles são os dois
componentes das elastiàdades-retorno próprias de cada atividade. Considerando a condição
ceteris paribus (tudo o mais consténte), o aumento na rentabilidade de uma atividade posslli
três efeitos: aumento na área total alocada para a agropecuária (a partir do retorno médio),
aumento na área alocada para esta atividade (aumento de sua participação no total),.
redução na participação da área das outras atividades. Ao mesmo tempo, a elasticidade
regional do uso da terra (elasticidéde-área-retorno total) com relação à rentabilidade médía
é a soma das elasticidades escala de cada atividade. Assim, as elasticidades de competição
podem ser calculadas diretamente a partir da elasticidade-area total, enquanto as
elasticidades próprias (e asticidade.área com relação à rentabilidade da própria atividade)
SCLN 310 Bloco B Sala 35 Sub!oloAY Norte. BrllSllra - DF 81ud,CEP 70.756 520
são obtidas a partir de análises econométricas e de revisão de Iiterétura.
T.I.,.55613448'054 107Tel.. +55b1210/4090rale .55 612107 4047
gerPllci;i[flfundu;iOPlj5t'Ud "-'f'S.org.br
Fu0daç60 o. Apooo li f'esQu!SlI ClOfll hClll. Tee:noIóg>CeCNPJ: 08,962 3OMlOO1-)(I
www.l:.lI1dac.:.IOl:.ii~udlVt.S.urg.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESApós a simulação dos ce1ários no BlUM, os resultados podem ser alocados por microrregião
do IBGE. O modelo de ak>cação por microrregião segue a estrutura do BLUM para o lado da
oferta e alaca os impactos de um cenário específico por micror~egião.
Os resultados do BLUMpara área e produção em cada uma das seis regiões para soja,
milho (primeira safra e total), arroz. algodão, feijão (safra de "erã::>e total), cana.de.açúcar.
rebanho bovino e pasto são alocados nas 558 microrregiões brasileiras.
A dinâmica do modelo alocação por microrregiões é taseada em duas etapas:
primeiro alaca os resultados do BlUM em cada estado e depois distribui o resultado do
estado para suas respectivas microrregiões.
ICONE (2014) trêz a descrição completa do BlUM e do modelo de alocação por
microrregião.
Neste relatório (Produto SI, são apresentados os resultados da simulação no BlUM
apenas para o cenário de referência (sem incorporar restrições climáticas), sendo os dados
de entrada no BlUM que incorpora as restrições climáticas descritos na seção 2.1.
2.1. Metodologia para simulação dos cenários c1imáticcs
Este estudo complementa as análises das simulações dos cenários climáticos obtidas
a partir do simulador SCENAGRI-Embrapa, sob uma perspectiva econômica para o setor
agropecuário brasileiro.
Os resultados gerados pelo simulador foram adaptados para serem incorporadm
como restrições ao crescimento de área para a produção agropecuária como um todo e para
lavouras específicas, de acordo com as classificações de risco (alto e baixo) do SCENAGRI.
Embrapa. Ou seja, este relatório descreve como os result2do! obtidos pelo simulador
SCENAGRI-Embrapa serã::>utilizados no modelo BlUM para sinulu os impactos regionais e
econômicos sobre o seto( agropecuário brasileiro a partir dos cenários climáticos analisados.
Deste modo, este relatório não gerou resultados a partir do modek> BlUM (para os cenários
climáticos), apenas mostra como cs impactos sobre as lavouras irão afetar a disponibilidade
de terra apta para produção a partir das tecnologias disponíveis hoje (sem incorporar novas
tecnologias ou mudança! drásticas de manejo, que poderão ser analisadas como medidas de
adaptação).
FunóeÇào De t>.poio b PesquISa c.."" "ca e -&:noiOgaCNPJ: 08.961.JOftlOOO1.3Q
www.fundduoell!IeUdlws.o/g.br
SClN 310 Bloco B 5ala 35 SUb3010Asa NOrtn. BI<lll.i"1l. DF 8fll5ll,CEP 70.756520
T.bSS 613""'054 117Tel.; •.55 61 H014090
Fall.: "55 612107 4047
lif'rp"ria~fu"l1ar ':1Dt'IiSl'ua If"!>.or.ll.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESo módulo de uso da terra do BlUM (e do modelo de alocação por microrregião) foí
adaptado para receber as restrições climáticas à produção agropecuária. No componente
"e/eito escala", que refere-se à alocação de área total para o setor, a área total disponível
para a expansão agropecuária (dados exógenos no modelo) '=oi restrita de acordo com c
cenário simulado. Ou seja, espera4se que o aumento do risco associado à produção
agropecuária devido às mudanças climáticas reduza o montante de área disponível para a
expansão da produção (por microrregião e região BlUM).
No componente "efeito competição", a área total alo:ad3 para cada lavoura será
restrita às áreas potenciais de baixo risco de perda produtiva, em c3da região.
Oeste modo, a simulação dos cenários climáticos no mc,delo econômico para o setor
agropecuário partirá da ~eguinte premissa: a produção agropecuária não poderá ocorrer em
áreas de alto risco de pe.da de safra, de acordo com a classificação do simulador SCENAGRI.
Embrapa. Somente umé exceção foi considerada nesta premissa: o fato de hoje haver
produção em áreas classificadas como de alto risco produtivo. Neste caso, a expansão
produtiva irá considerar (somar) as áreas potenciais de baixo risco climático e as áreas
atualmente em produção sob alto risco (seguindo a PAM, 2012), sob o argumento de que
hoje a região já é tomadora de risco e continuará disposta a tal, hdependente da restrição
climática. Esta exceção :ornou.se importante pelo fato de existir atualmente quantidade
significativa de áreas produtivas sob o risco de perdas produtiJas, que não podem ser
ignoradas no futuro (con':orme descrito na seção S).
Além dos resultados do simulador SCENAGRI-Embrapa çara os cenários de mudanças
climáticas, foram utilizadJs os resultados do grupo de energia (COPPE-PPE)para o cenário de
referência (mais especificamente os dados até 2040 para biocombustiveis e biomassa
lenhosa), assim como s~rão incorporados os resultados dos ceiários climáticos quando
disponibilizados à Agroicnne. Assim, as interfaces deste relatório com os demais grupos do
Projeto são feitas junto fi Embrapa (restrições às áreas aptas para produção agropecuária) e
à COPPE-PPE(para bioen.rgia).
3. Premissas para o cenário de referência
Para a simulação do cenário de referência (ou cenário base), sem incorporar os
efeitos da mudança c1ilTática até o ano de 2040, foram utilizadas as premissas do Plano
FlJI'IdaC6O de AfiOto. Pe&qursa CIlW1111Q1e -Do:nOIógaCNPJ: OB.961..JOM)()()l.JO
vrww J i.mdél(,)ot:tl~wl..".s.Of8.br
SCLN 310 8loco B $ala 35Subs-jloAsa None, BrMlIii\ - DF 6111S•CEP-70.756520
Tel.: .•55 61 340lR]054 12~leI.; '55 b1 21074090ral(.; "'55 612107 4().47Rerl'ncl,)l!bfund,lCa(l('liSl'ua OIM,Org.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESNacional de Energia 2050 (MMEjEPE, 2014) e de outras fonte~ oficiais (como IBGE). O
cenário mundial "arquipélago" e "pedalinho" para a economia racional foram escolhidos
para as projeções das '/ariáveis macroeconômicas simuladas no BLUM e outras fontes
também foram utilizadas para a simulação:
• PIS Brasil :rescendo a 3,2% aa a partir de 2016 (Boletim Focus do Bacen de
08/08/2014 para 2014 e 2015);
• PIS Mundial crescelldo a 3% aa;
• Preço do petróleo a USBO/barril até 2020; U$ 85 até 2030 e U$ 90 até 2040;
• População brasileira crescendo a 0,4% aa (atingindo 225,5 milhões de
pessoas) - base nas projeções IBGE.
Outras premissas macroeconômicas:
• População mundial crescendo a 0,85% aa. alcanÇ3ndo 9 bilhões em 204C
(ONU, 2014);
• Taxa de ir fiação brasileira a 4,5% aa, taxa decrescente até atingir 3,62% nc
final do período.
É importante enfatizar que premissas setoriais como de produção de biocombustíveis
(biodiesel e etanol), e de biomassa lenhosa foram obtidas a partir dos resultados das
simulações do grupo de Energia (COPPE). Para o cenário de referencia, o grupo de energia
gerou dois resultados para biocombustíveis e biomassa lenhosa, considerando os dois
cenários de emissões de gases de efeito estufa (GEE)do IPCC:Representative Concentratior.
Pathways (RCP) 4.5 (errissões moderadas de GEE) e 8.5 (emiss5es muito altas de GEE).
Como o setor de energa e transportes são importantes emissOf'"es e também potenciais
mitigadores de GEE,os resultados foram analisados separadamente, conforme Tabela 1.
Tabela 1- Cenários de referência para produção de biocombustíveis e biomassa lenhosa
RCP8.5 RCP4.5
Variável Unidade 2010 2020 2030 2040 2020 2030 2040
Etanol Anidro IOEm3 8.36 5.87 5.39 6.42 5.87 5.39 5.22
Etanol Hidratado IDEm) 19.57 17.92 24.39 32.49 17.92 24.39 35.69Biodiesel IDEm) 1.50 1.90 2.39 2.99 1.90 2.39 2.99Biomassa milt-ões
83.70 108.83 172.87 225.57 137.10 167.98 219.13lenhosa toneladasFonte; resultados do estudo
Os dados da Tabela 1 foram adaptados em equivalente área de florestas plantadas
(para biomassa lenhosa] e, no caso dos biocombustíveis, em produção total de etano! e
FundllCAODeApoloIJ PesQ\J'U C*l' la e -ecnolOgoca SCLN310 Bloco BSala 35 Subsolo Tel.: .55 61 3448 }054 1~CNPJ.011,962306lO001.30 A.uNone.Bril. -DFBrllsd. Tel.:.•55 b12107 4090 ..• ./
www.lullddt.i1ot:ll!>t.ualVt.~.or8.br CEP 70.756 520 Fac .•55 6111074047
fierp"ri,)~lund.lC')Ql>Il~pua Vf>C>.org.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESbiodiesel (utilizou.se a variação da produção entre 2010 e 2040 da Tabela 1 sobre os valores
observados no BlUM em 20103). Para a modelagem econômica do setor agropecuário e uso
da terra, ao adaptar os dados pa"a o BLUM para o cenário de referência, foi utilizado o
cenário RCP 8.5 para os setores considerados, pois representa éS condições atuais globais de
emissões de GEE. Além jisso, observou-se uma diferença inferior a 5% entre os cenários
para todos os setores analisados, não influenciando a modelagem econômica de uso da
terra. A causa da pequena diferença entre os cenários para o setor de bioenergia refere-se
ao impacto relativamente pequeno das emissões de GEEsobre a a ocação ótima de energia,
gerado pelo grupo da COPPE-PPE.
Além da incorporação das informações acima no cenãrio de referência, devido as
considerações durante o Workshop Brasil 2040 em novembro de 2014 em Brasília, as
tendências de produtividades por hectare das lavouras foram revisadas, de acordo com a
Tabela 2.
As taxas de crescimento das produtividades das lavou.as foram calculadas a partir
das seguintes premissas:
(i) Não há incorporação de novas tecnologias produtivas em relação ao cenário
atual (tais como: novas variedades de sementes; mudanças nos sistemas
produtivm de lavouras; mudanças drásticas de rT'anejo);
(ii) As taxas de crescimento das produtividades furam calculadas a partir de
análises entre as maiores produtividades médias mundiais para cada lavoura
e considerando projeções de produtividade disponíveis na literatura.
Ou seja, as produtividades projetadas até 2040 para todJS os cenários simulados
refletem tanto os ganhos históricos de produtividade média quanto os máximos atuais
(valores absolutos) observados nos principais países produtores je commodities agrícolas
(como nos Estados Unidcs e na União Europeia).
Tabela 2 - Produtividade média das lavouras por hectare: projeçõei para 2040 para Brasil
3 Importante informar que os dados do BlUM para 2010 são considerad,s como histôricos e baseados em
informações oficiais. A produç:ão observada para 2010 da COPPE é Iigeiram~nte diferente do BlUM, por isso foi
'"_<;60 do""" __ c_",~.'_<o SCLN310.'0'0 • sal. 35 Sub",lo To', -5561 "48 10540CNPJ:08.962306lO001.30 AsaNorte. Brll~l<a.Df 8."sd. feL:+SS&12101409014/
www.lundd(JOt",~u<lI,«~.Ofg.br CEP10.756 S}O F.I1I .•: ~SS61 21074041
gerencia@lfuncbc3~liseu.l V£'S.org.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESToneladas/hectare
2010 2040
Milho li! safra 4,41 6,42Milho 2i! safra 4,16 9,18Soja 2,93 4,32Algodão 3,63 5,12Arroz 4,22 6,98Feijão(verão) 0,72 1,20Feijão(inverno) 1,36 1,99Cana-de-açúcar 78,28 97,03Trigo 2,74 4,56
Fonte: resultados do estudo
Taxade crescimento médio (% ao ano)
Período Feríado Período
2000-2014 2015-2030 2030-2040
3,78% 1,44% 0,94%7,14% 2,39% 1,94%1,lSO,i. 1,51% 1,31%3,11% 1,27% 1,10%3,85% 1,30% 1,07%1,59% 1,69% 1,54%4,41% 1,30% 1,2&0;'
0,58% 1,11% 1,05%5,01% 2,07% 1,54%
Assim, a restrição produtiva proveniente dos cenários cimáticos será incorporada à
expansão de área regional (conforme metodologia descrita na seção 2), mas não nas
produtividades esperadas utilizadas no cenário de referência.
Entretanto, caso existam no mercado novas tecnologias que deverão deslocar as
curvas de produtividades para cima (aumentando as taxas de crescimento da Tabela I),
estas poderão ser utilizadas como medidas de adaptação após ana lisados os resultados dos
cenários climáticos. Para isso, são necessárias duas informações de especialistas: quanto que
a nova tecnologia poderá deslocar a curva de produtividade (ou qual o máximo valor
absoluto da produção por hectare para cada lavoura); e como irá ocorrer a adoção da nova
tecnologia (qual a curva de adoção dos produtores às novas tecnologias; em quais regiões
estas tecnologias serão ircorporadas considerando as condições climáticas específicas).
4. Resultados para o cenário de referência
As premissas descritas na seção anterior para o cenário de referência foram
incorporadas no modelo BlUM para simulação deste cenário, rujas resultados para oferta e
demanda para as lavouras e os prcdutos industriais derivados Estão apresentados na Tabela
3. Importante ressaltar que as prel1issas incorporadas (revisão das curvas de produtividade
e das premissas para o setor de energia) geraram resultados diferentes daqueles
apresentados no Produto 1.
utilizada a variação percentual da produção entre 2010 e 2040 para o perioco projetado. Esta prática é comumpara alinhar as premissas entre modelos, =lue partem de diferentes bases de dados.
Fundeç60 de I.,polo a Pe8q-.JI'U CfOI'\I la o -0Cf'I0/ó0'C<'CNPJ: 08961 J06JOOl)l-30
www.lulldd{aot:lt~lJdlVt.s.Olg.br
SClN 310 Bloco Bsala 35 5ub~loAlIa Nono. Brll5Íllll Df Br••••••
CEP 70.756 510
~/
Tt'I.: -55 61 34481054 lS
Tel.. +55 bl 11074090fóllt.: .•.55 611107 4047
liprt'f'lcia (IIlLmoacólOt'li<,f'u<I'W'S.Ofg.br
\jTabela 3- Resultados para o cenário de referência: projeções para o setor agropecuário para 2040 (mil toneladas ou milhões de litros)
2010 2015 2020 2025 2030 2040 2040-2010. Cresc. Anual"
Produção 148,892 197,190 220,453 248,220 279,271 344,966 196,073 6,536Grãos e
Consumo Doméstico 113,835 130,787 143,809 158,968 175,713 211,337 97,502 3,250oleaginosas
Exportações Líquidas 36,588 69,418 80,528 93,044 107,126 136,461 99,873 3,329
Produção 27,154 30,750 34,55::\ ::\R,7GO 4::j,fi40 li4.4~fi n,?p., 9n9
Farelo de soja Consumo Doméstico 12,944 16,280 18,857 21,721 24,977 32,714 19,770 659
Exportações Liquidas 13,629 14,468 15,696 17,069 18,664 21,722 8,093 270
Produção 6,973 7,824 8,792 9,870 11,104 13,851 6,878 229
Óleo de sojaConsumo Doméstico 5,187 5,922 6,514 7,058 7,698 9,098 3,911 130
Para Biodiesel 2,098 2,553 3,024 3,362 3,813 3,903 1,806 60
Exportações Líquidas 1,548 1,855 2,280 2,812 3,406 4,753 3,205 107
Produção 37,893 39,697 42,119 45,778 49,831 59,088 21,195 707
Açúcar Consumo Doméstico 10,659 12,061 12,639 13,535 14,453 16,526 5,866 196
Exportações LIquidas 27,514 27,519 29,511 32,227 35,369 42,537 15,022 501
Produção 27,376 23,360 21,243 24,363 26,522 311,568 7,192 2~0Etano!
(milhões litros)Consumo Doméstico 25,501 21,154 19,037 22,158 24,317 32,363 6,861 229
Exportações Líquidas 2,067 2,450 2,450 2,449 2,449 2,446 379 13
Produçio 211,833 27,555 30,351 33,211 36,138 38,9112 11,110 ~70Carnes bovina,
Consumo Doméstico 18,801 20,411 21,980 23,676 25,311 27,767 8,966 299suína e frangoExportações Líquidas 6,031 7,144 8,372 9,535 10,827 13,395 7,364 245
Produção 31,628 38,069 42,807 47,099 51,623 61,490 29,863 995
leite Consumo Doméstico 38,691 38,860 43,276 47,291 51,536 60,802 22,111 737
Exportações Uquidas -3,534 -791 -469 -192 87 688 4,222 141.Variação absoluta entre 2040 e 2010 (em mil toneladas ou milhões de litros) .•• Variação absoluta entre 2040 e 2010 divido em 30 anos -variação absoluta anual (em mil toneladas ou milhões de litros).Fonte: resultados do estudo
16
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES05 resultados da Tabela 3 (e considerando a interação ent~e C5setores apresentados
na Figura 2) mostram que a agropecuária brasileira continuará se expandindo em todo o
período projetado, puxado tanto pelo consumo doméstico quanto pelas exportações. Entre
2010 e 2040 esperam-se as seguintes variações na produção:
• 132% para grãos e oleaginosas;
• 100% para farelo e óleo de soja;
• 56% para açúcar e 26% para etanol (cenário exógeno para consumo - COPPE);
• 57% para a carnes de frango, suína e bovina;
• 94% para a produção de leite.
Vale destacar que 25 taxas de crescimento anuais para o período projetado foram
inferiores às observadas ros últimos dez anos. principalmente por não serem consideradas
inovações tecnológicas, apenas adaotações de manejo para as lavouras. Outro fator deve-se
à menor taxa de crescimento da economia mundial em relação à ú tima década, resultando
em menor crescimento das exportações (além do fato do Brasil ser o maior exportador
mundial de produtos como carnes, soja e açúcar, por exemplo, não permitindo ganhos
expressivos de participação no mercado internacional no futuro). Ainda assim, espera-se
forte crescimento do agrcnegócio brasileiro até 2040 no cenário de referência.
Para o uso da terra, a Figura 3 mostra os resultados para a área alocada para a
agropecuária por região ELUM.
Figura 3 - Resultados do cenário de referência para área alocada para agropecuária (em mil
hectares)
250.000
200.000
150.000
100.000
50.000
o
38099
52.318
59.233
40.088
32141
2010
39.080
53.205
60.215
40.702
32.393
2015
39.243
53.361
60.170
40.707
32.393
2020
39.550
53.630
60.336
40.758
32.393
2025
39.806
53.917
60.493
40.796
32.394
2030
40.037
54.247
60.642
40.833
32400
2035
40.302
54.758
60.871
40.884
32408
2040
_ Sul _ Sudeste a Centro. Oeste Cerrado
Fonte: resultados do estuco
Norte Amazônia _ Nordeste litcrâneo _ Nordeste Cerrado
f~ Oe Apooo é Pesquose CIOI'I1~>C8e 1etnolOgcaCNPJ: 08962.J061OOO1.3Owww.tundacaocl;seualvt.S.org.br
SClN 310 Bloco BSala 35 SubsoloAsa N0ft8. ara. -Df ar_CEP-70.75f" •..sm
Tl!I.:.5S 6134-18 205"l 17
TpL: -55 61 1107 4090
F-d•. :+~"612107 4041gerencla!D1undacdoell~~Ives-Ofg.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESPara aumentar a produção esperada, a área de lavouras de p~imeira safra deverá
aumentar em 13,9 milhões de hectares, grande parte substituindo pastagens de baixa
tecnologia. A área de pastagens será reduzida em 14 milhões de hectares, sendo substituída
por lavouras e florestas plantadas. Ainda assim, a agropecuária irá incor'porar 7,7 milhões de
hectares de novas áreas procutivas em 2040 em relação a 2010, sendo que 64% deste total
deverá ser proveniente do bioma Cerrado (regiões do BlUM: Sudeste, Centro-Oeste
Cerrado, Nordeste Cerrado).
5. Resultados do simulador SCENAGRI-Embrapa: dados de ertrada no BLUM
A partir do simulador SCENAGRI-Embrapa foram gerados as resultados dos cenários
RCP4.5 e 8.5 simulados n05 modelo climáticos HadGen2-ES e MIROCS,conforme descritos
no Produto 4 (grupo da Embrapa). Por município, foram geradc,s resultados de restrição
legal (critério Opara alto ris:o ou 1 para baixo risco) para as lavouras de soja, milho li! e 2i!
safras, arroz, feijão para safras de verão e de inverno, cana-de-açúcar, algodão, trigo e
sorgo4•
De acordo com o Produto 2 desenvolvido pela Embrapê, o critério utilizado para
indicar a aptidão de uma la'/oura em um ponto qualquer no territ:>ric (como município) é "a
ocorrência do {ndice de Satisfação de Necessidade de Água -ISNA maior ou igual ao mínimo
em pelo menos 80% dos anos da série estudada". Ou seja, s:Jb uma interpretação
simplificada, se houver 200/.de probabilidade de quebra de safra parê determinada lavoura a
partir das condições climáticas consideradas para o período de 2011 a 2040, o município foi
classificado como de alto risco climático, e não terá acesso aos programas de crédito à
agricultura brasileira de acordo CO"Tl o Zoneamento Agrícola de q,isco Climático (MAPA,
2014).
Observou-se Que, de acordo com os dados do IBGE(20U), que já existe atualmente
área plantada sob a classificação de alto risco produtivo. A Tajel.a 4 resume a área atual
(2012) em alto risco climático por la'loura para os cenários atual e simulados.
4 Alavoura de sorgo não faz parte das ativijades analisadas na modelagem econômica, pois não há competiçãopor terra para esta lavoura (po. ser uma cultura de inverno) e por não afetar) de'Tlanda por terra.
Fundaçio óe Apooo ~ ~ e-.t l-.c. o Tlla'>Ológ.c.JCNPJ: 08962 306l'O001 ~
www.fund.1CJOf.li<.f.uJlws.org_br
SCLN310 Bloco BSal. 35 Sub~doA$Il Nane. 8<iI. Df 810)5 •CEP-70.756-520 7'Tel.; .!os &13448 IO!o4 18
Tt'I.: .•55 612107 4090
FJx..:.•55 61 1107 40478~1t'I1Üi@fuIHj<ll<lot!li~I!Ud~,0I8.b!
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES
Tabela 4 - Área plantada de 2012 c1é:ssificadas como alto risco climático para cada cenário
simulado, atual e para perío::lo de 2011-2040 (mil hectares)
lavoura Atual/Base HadGen 4.5
Soja 3.770 13.206Milho l' safra 296 897
Milho2a safra 1.103 3.288Arroz 9 88
Cana 1S 230Algodão 2 S5
Trigo 141 490Feijãoverão 973 1.311Feijãoinverno 305 543
Fonte: SCENAGRI-Embrapa e resultados do estudo
HadGen 8.5
14.9111.0123.696162
26458513
1.490472
MIR0C54.5
8.92935036941
15
298
849
430
MIROC58.5
6.8513657853015
2210
930
445
Conforme descrito pela Embrapa no Produto 4 "Os resultados do aumento da
temperatura e diminuição das chu'Jas do modelo MIROCS, de uma maneira geral, são
menores que os do Hadgen2-ES, o que explica essas diferenças na expansão das áreas de
alto risco. Portanto, ao se :otalizar as reduções de áreas de baixo risco e compará-Ias entre
os dois modelos, percebe.se que no HadGen2~ES elas são sempre maiores que as do
MirocS".
Os resultados apon:am um aumento no número de municípios classificados como de
alto risco agroclimático em todos os cenários climáticos simulados. Isso faz com que áreas
atualmente em produçãc (IBGE, 2012) sejam negativamente afetadas pelas mudanças
climáticas.
Observa-se também que a lavoura de soja possui a maior área atual sob alto risco e
será a mais impactada nos cenários climáticos e em ambos os modelos HadGen e MIROC,
conforme descrito no Procuto 4.
Para confirmar as areas classificadas atualmente como de "alto risco agroclimático".
a Figura 4 mostra o histjrico de produtividade média obsel'\ada os municípios com tal
classificação para soja, sendo analisado o período de 2003 a 2012.
F~ do A000041 Pesqu $li Coenl Ig o-OQ>OIóQ-ea
CNPJ 08 962 J06IOOOl JO
www.fundo.lr:I{)(.li!.pualVf.~.OfR.hr
SCLN310 Bloco BSala 35 SubsoloAsa Norte. BtD$1h8 CF. er5S~.CEP-70.7S6-520
rei.; .55 61 ~40181054 19Tel.: .•.55 6121074090F,n.; •.'15 611107 4Q.47
8t'rt'rr(i.l~1 undoJc.aoeli:.t'1J"~.ol8.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES
Figura 4 - Produtividades médias dos municípios classificados como de alto risco climático
(kgjha)
115"do,_ ••••••.0. •••""",e.tio._em0lio '''CO ••• o)(lj••••• 1«>
- 50 ••• ,,010 le.1
_AssIsO_btIOl'IdG •• ,._ ••
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~l""'i_lIlo""".l_eotlo._ ••.•aftame"••roch_
2008 200!1 2010 2011 1012
Piauí
Paraná
2004 200S 2lXlf
--~--,-_Mombari_Ubi,",1
P.IoIIt1.
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2011
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2004 2005
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II
Fonte: IBGE (2014)
Nos estados selecionados, o Rio Grande do Sul, o Paraná e São Paulo apresentaram
maior número de municípios produzindo soja sob alto risco agroclimático em 2012. A área
plantada com soja nestes municípios representam 20%, 15% e 67% jo total de cada estado,
respectivamente. Entretarto, a variação da produtividade é maicr nos estados da região Sul,
alcançando 85% de diferença entre as produtividades máxima e mínima. Nos estados de São
Paulo e do Piauí, este diferencial é menor, porém o percentual da área plantada com soja
sob alto risco é superior a 61% em ambos os estados.
Importante ressaltar que, neste estudo, as produtividades não serão diferenciadas
nos cenários climáticos em relação ao cenário de referência para o período projetado até9'I'undaç6000AooIo/I ~ Co'l '1aI e-ecnolOoJoo:a SCLN310 Bloco Bsala 3S SlJbsoto Tel.:'::'~ 613<101810504 20CNPJ oe962 3Q6IOOOtJO AsaNorte.Sra. DJ:.Bra:s( Tel.: -55 61 21074090
www.f..md.l[aOl..r••••u.11ws.OfR.br CE?:70.756-520 Fal "'')5til 11014041
8efl'ndd(!!lfllnd;aC4oeliseu;a)~.or8.br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES2040, pois as restrições climáticas entrarão como impedimento à produção de cada lavoura,
tendo estas as mesmas curvas de produtividades apresentadas para o cenário de referência.
Conforme supracitado, a ún ca forma de incorporar novas curvas de produtividades seria via
novas tecnologias (como sementes adaptadas às restrições c1imáticês), mas incertezas em
relação à disponibilidade ao longo do período projetado não permite aprofundamento desta
analise até aqui. Entretanto. como medida de rnitigação, poderá ser explorada no Produto 7
a partir de análises de especialistas e com as opções tecnológicas existentes ou em
andamento.
Os dados da primeira coluna da Tabela 4, área plantada em 2012 classificada como
alto risco climático para a lavoura, foram incorporados ao potencial "apto" à expansão de
área plantada no BlUM para simular os cenários climáticos, pois considera~se que os
produtores destes municípios continuarão tomando risco até 2040, acessando ou não o
crédito agrícola. Os adicionais de áreas de alto risco nos cenários climáticos, entretanto,
foram descontados da área apta a e)Cpansão de cada lavoura. De.He modo, a Tabela 5 traz a
área total potencial por lavoura para cada cenário, agregado para o Brasil, somada a área
plantada em 2012 classificada como alto risco agroclimático.
Tabela 5 - Área potencial considerada como apta à produção por Iavcura (mil hectares)
lavoura Atual/Base HacGen 4.5 HadGen 8.5 MIROCS4.5 MIROC58.5
Soja 187.604 118.321 112.935 161.593 167.139Milho 1a safra 223.575 187.738 187.604 220.709 220.455Milho 2a safra 176.701 128.900 125.257 190.500 177.906Arroz 213.757 168.122 161.992 187.J71 192.086Cana 232.439 211.631 207.247 232.285 231.524Algodão 228.210 203.744 197.601 227.041 226.820Trigo 203.636 159.746 152.351 195.369 193.463Feijão verão 201.612 148.404 140.211 ~9S.74S 195.272Feijão inverno 183.173 134.738 136.717 :68.069 161.769Fonte: SCENAGRI-Embrapae resultados do estudo
De acordo com os resultados da Tabela 5, apesar do elevado potencial de área para
produção classificado como baixo risco produtivo para cada lavoura, é importante notar que
o mesmo é reduzido ao i1corporar os cenários climáticos, em especial para a soja. Além
disso, os impactos regionais também são relevantes, conforme Figura S.
Funclltçjo ao Apooo a PesQursa ClOOllca e T8Cf'OlOg<C<1CNPJ 08 962 306JOOO1JO
WW\\i JundacõlOPli'#\J.,IIif'~.orR.br
SCLN 310 Bloco B Sala 35 SubsolooAM Norte. Brusllta Df. 8'0:;CEP- 70.756-520
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FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES
Figura 5 - Área potencial apta (baixo risco) para produção de soja a partir dos cenárk>s
climáticos
Nordeste NordMteCerrado
Litorâneo
1.000 h<I
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
I10.000 I Io,,' Sudeste Centro.()este NorteAmazônia
cerrado
II I II I• Atu~t • HadGen 4.5 • HadGen 8.5 MIROC 4.5 • MIROC 8.5
Fonte: SCENAGRI-Embrapa (3daptado) e resultados do estudo
Entre as regiões mais afetadas negativamente destaca-se o Sul, que nos cenárics
simulados pelo HadGen-2S as áreas de baixo risco para produção de soja praticamente
desapareceram em toda a região. Entretanto, para as projeções serão consideradas as áreas
atualmente em alto risco para produção (3,8 milhões de hectares, conforme Tabela 4). ParJ
as demais regiões, apes3r dos impactos serem relevantes, ainda assim regiões como Norte-
Amazônia, Nordeste Cerrado e Centro~Oeste Cerrado possue" juntos 90 milhões de
hectares aptos para expansão de soja até 2040 em ambos m cenários simulados pelo
HadGen-2S. Os resultad'Js apresentados pelo modelo MIROCS tiveram impactos negativos,
porém menores do que o modelo anterior.
SCLN 310 61oco 6 Sala 3S 5ubs.oloA:RI Nono. Bli'. DF' 8J'«t .CEP 70.756-520
Além da restrição individual para a expansão de área de lavouras em cada regiãc
BLUM e microrregião, é necessár'o restringir o potencial de área alocada para agricultura
("efeito escala"), para captar os impactos sobre as áreas de past3gens não simuladas pela
Embrapa. Utilizou-se como critério limitante para o potencial produtivo o máximo de área
legal de baixo risco (confJrme classificação da Embrapa detalhado no Produto 4) entre todas
as lavouras de verão, pois partiu-se da premissa de que pastagem podem continuar sendo
aptas à produção nas á#eas sem restrições ambientais e legais. Combinou-se também a
TeL~SS61j44S1054 22 ~
1l'1.: ~S5 61 2107 4090 ;/f"".: •.55 til 21074047
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Fundao;jode Apooo. flesQuow (00:.,,,1 fao-~CNPJ" 08962 306fOOO1 JO
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESrestrição produtiva resultante da lavoura de arroz, por ser considerada a que maL, se
aproxima às necessidades hídricas e climáticas das pastagens. A Figura 6 resume os
resultados para área total potencial para produção agropecuáriô.
Figura 6 - Área dispo,ível potencial para produção agropecuária de baixo risco climático (mil
hectares)
1.000 hôI
300.000
250.000 49.613
=-~. 37.397
200.000
69.923 E9.923 69.923150.000
100.000 68.685 613.685 68.685
50.000 41.693 3-4.902 31.9n
3'2.2:62 3_ S6'! "3288'o
47762
59.923
68.685
41.693
47.821
69.923
68.685
41.693
Atual Had:ien 4.5 HadGen 8.5 MIROC4.5 MIROC8.5
• Sul • Sudeste _ Cefltro-Oeste Cerrado Norte Amazônia • Nordeste litorâneo • Nordeste Cerrado
Fonte: SCENAGRI-Embrapa (adaptado) e resultados do estudo
Observa-se que a área cisponível para produção agropecuária também foi afetada
negativamente, em cada cenário climático considerado. Ambos ('s modelos se comportaram
de forma semelhante aos impa:tos negativos sobre a aptidão das lavouras (novamente,
cenários simulados no HadGen possuem maiores impactos negétivos em termos absolutos
comparados ao MIROCS).
Deste modo, no BLUM,os dados da Tabela 5 serão utilizados como restrição de área
plantada total para cada lavoura ("efeito competição"). Os dados da Figura 6 irá restringir a
alocação de área total p3ra a agropecuária ("efeito escala").
Após incorporadas as re5trições na modelagem econômica, serão avaliados o,;
impactos sobre os produtos agropecuários por região. Espera-se que haverá realocação
regional da produção para os produtos mais afetados pelo clima, assim como novO!
equilíbrios de preço e qlTclntidade para cada cenário.
6. Considerações Finais
furl(lBçáO lki A4l(lIOa ~ ClOfll roCe 11~~CNPJ 06 962 306lO001 30
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Cjh.1.. .!lS 61 3448 2U54 23fel.: .55 6121074090Fac .•.')561 11074047
gerentiil@'ufidiltilocliWUilfre5;.org..br
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESEste relatório apresentou a metodologia do estudo, os resultados para o cenáric de
referência para 2040 para o setor agropecuário brasileiro (sem incorporar as restrições
climáticas) e os dados de entrada na modelagem econômica considerando as restrições dos
cenários climáticos analisados. O Produto 7 irá apresentar os resultados dos cenários
climáticos simulados na modelagem econômica.
A partir do cenário de referência, a agropecuária brasileira deverá apresentar
crescimento expressivo até 2040, puxado pelo consumo doméstico e pelas exportações.
Entretanto, o crescimento ao longo do período projeto deverá ser menor do que observado
na última década, devido à desaceleração da economia mundial e à atual consolidação do
Brasil com elevadas participações no comércio mundial nos principais produtos da pauta
exportadora de commodities agrícolas.
Os impactos dêS mudanças climáticas sobre o potencial produtivo das lavouras são
relevantes em todos os cenários analisados, em especial àqueles simulados pelo modelo
HadGen. A ocorrência de veranicos mais intensos, o aumento da temperatura e a mudança
na distribuição das chuvas explicam os impactos negativos das mudanças climáticas sobre o
setor agropecuário brasileiro, que hoje é quase totalmente baseado em produção de
sequeiro.
As mudanças climáticas deverão provocar os seguintes impactos:
• Aumente do risco agroclimático nas áreas plantadas em 2012 para quase
todas as lavouras em todos os cenários apresentados;
• Redução do potencial produtivo de baixo risco agroclimático para o período
projetadc (até 2040);
• Impactos mais relevantes sobre a cultura de soja em todos os cenários
apresentados até 2040;
• Impactos diferentes entre regiões, mais relevantes na região Sul do Brasil,
importante produtor de grãos e oleaginosas;
• Alguns municípios devem deixar de produzir soja por já apresentarem alto
risco climático;
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gCf("nti,l(filfund,lC.lot"hsCU,l!w!..Ofg.br"
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVES• Diferenças de impactos importantes entre os modelos climáticos simulados,
sendo que os maiores efeitos negativos sobre o setor agropecuário
resultaram do modelo HadGen.
Apesar de importantes impactos negativos sobre as lavouras, ainda existe Lm
potencial produtivo re,evante para todo o setor, superior à demanda por área apresenta:lo
no cenário de referência para 2)40. Entretanto, impactos regionais e locais não podem ser
ignorados, além da necessidade de realocação produtiva para regiões de baixo ri~co
agroclimático.
Espera-se que a simulação dos cenários climáticos apresentados na modelagem
econômica apresente a seguinte dinâmica: a redução d3S áreas aptas para produção
agropecuária deve afEtar os preços das commodities agríco as; as regiões de maior aptidão
produtiva devem responder ::msitivamente, enquanto outras regiões deverão perder
produção; haverá impactos sobre os preços ao produtor e ao consumidor final; nO'lOS
equilíbrios de oferta, demanda e preços serão gerados.
Oeste modo, a própria dinâmica econômica deverá a:Jresentar medidas de adapta;ão
às restrições climáticas. Entretanto, políticas públicas dever:1 ser voltadas para minimizar os
impactos negativos das mudanças climáticas sobre o setor agropecuário brasileirc, a
produção e preços dos alimentos (podendo afetar a taxa de irflação) e ao poder aquisitivo
da população. Impactos locais negativos também não podem ser ignorados pelo setor
público, já que diversos municíoios deverão perder produção de grãos, afetando a economia
local.
Medidas de adaptação :ambém deverão ser analisadas pelas políticas públicas. E1tre
elas, conforme citad:J, é a inovação tecnológica, capaz de introduzir novas variedades de
sementes resistentes a períodos de seca mais longos e aos eventos extremos. Entretanto, só
será possível analisar esta medida de adaptação se hOUVErperspectivas atuais para novas
tecnologias e se a adoção de tecnologia for previamente conhecida, assim como 5eus
impactos sobre os custos de produção.
Para contorn,H os veranicos, que afetarão as lavouras atualmente na região Sul do
Brasil, a incorporação de irrigação como prática de rr anejo pode ser uma opção de
adaptação. Entretanto, a disponibilidade hídrica, os custos de produção (e redução de
'0_ doApoo'"""'''~ C,~til~.T~" SCLN310 610006S.I. " Subolo T,I.,.55613448 20>40CNPJ:08.962.306lO001-30 AsaNorte,Brllsnia.DF.Brasil. TeI.:.•55 61 Z10140ID 25 fw.vw.fund.Jc.Joellseu.alves.org.br CEP:70.756.520 F.ac .•.55 61 21014147
gefenci.J@lundJ(Jot'li~t>u.alve~.org.bf
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVEScompetitividade em relação às lavouras de sequeiro} e a infraestrutura necessária pajem
ser restritivas em adotar esta prática de manejo.
Assim, uma análise mai5 completa das possíveis medidas de adaptação e das políticas
públicas voltadas ao setor agmpeeuáriQ se faz necessária. Para tal, será necessário consultar
especialistas sobre os temas levantados e espera-se que esta análise seja realizada no
Produto 7.
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f~ 00 Apolo" ~ C"",'loea 6 -ocnolOgoeaCf'.lPJ: 08 962 J06IOlXJl lO
wwwJundac.lOE'li'lt'u.llws.orR_br
SCLN 310 Bloco B Sala 3S SubsoloAsI!INOfte. Broslba Df. BroJ$d,
CEP' 70.756.520
7leI.: ,5561 ::l44!j1054 26"
Teol.:"55 612107 4090F.l•. ; .•55 61 2107 4047
8crcllda~rulld<l~oeri>eu<lI\.es.o'8.bf
FUNDAÇÃO ELlSEU ALVESMME - Ministério de Minas e Energia e EPE - Empresa de Pesquisa Energética. Cenário
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la ia Humberto Arnanci
70
Gerente de Projetos
Division (2011), CD-ROM Editian.
f~ ÓlIApoIO li Pesqut$ll C'CIllloea o Tecnológca
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