Agroecológico Janeiro 2013

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Fitoterapia para bovinos 02 Plantas medicinais conheça um pouco mais pág. 03 Ano 5 | Edição nº 01 | Janeiro de 2013 www.sinter-mg.org.br DESTAQUE Bio Dicas Informativo Técnico do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais

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Fitoterapia parabovinos02

Plantas medicinaisconheça um pouco mais

pág. 03

Ano 5 | Edição nº 01 | Janeiro de 2013

www.sinter-mg.org.br

DESTAQUE

Bio Dicas

Informativo Técnico do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais

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Plantas medicinais: cura ou perigo?

O problema relacionado às plan-tas medicinais é algo recorrente no Brasil. A sociedade prefere usar as espécies para curar enfermidades pelo fato de serem “naturais”, porém, esquecem que a parte química dos medicamentos é oriunda das plantas. Questões como dosagem e consu-mo, além dos cuidados com relação ao plantio, época certa de coleta, tipo de terra e local apropriado, se não respeitados podem trazer sérios riscos à saúde.

Nesta edição do Agroecológico pre-tendemos promover e difundir a infor-mação com relação à toxicidade de determinadas plantas consideradas medicinais, além de levar conheci-mento sobre a função de algumas delas. Esperamos que o material chame a atenção para as potenciali-dades da medicina natural, mas tam-bém mostre os perigos a que seus consumidores estão sujeitos, se não tomadas as devidas precauções.

Confira também os benefícios da me-dicina alternativa nos cuidados com os animais.

Desejamos uma boa leitura a todos.

Antônio Domingues.

Fitoterapia para bovinos

A fitoterapia vem sendo cada vez mais utilizada no tratamento de doenças. O método propicia o mesmo resultado da terapia sintética em um curto período de tempo, mantendo a qualidade de vida do animal, além de reforçar e aumen-tar sua imunidade, auxiliando sua integridade física e mental.

O tratamento em base ecológica de doenças infecciosas e parasitárias ou distúrbios fisiológicos dos animais pode ser feito também com as técnicas de Fitoterapia, Homeopatia, Acupuntura, entre outros. Quando o animal adoece, o primeiro ponto que devemos analisar é o seu manejo e se o animal está sendo cuidado corretamente. É necessário que os criadores aprendam a ob-servar a natureza e o comportamento dos animais para prevenir que ocorram enfermidades. É possível que para cuidar melhor dos animais, seus criadores necessitem do auxílio de alguns medicamentos e que estes medicamentos sejam fitoterápicos.

Mastite

Mastite ou mamite é uma infecção da glândula mamária, uma doença que ataca mais os animais de produção de leite.

Agente transmissor: Bactérias, fungos, algas, leveduras, vírus, etc. São mais de 200 agentes causadores de mastite. Transmissão: Falta de higiene do ordenhador, das instalações e do maquinário usado. Pode ser causada também por deficiência nutricional e estresse do animal.

Prevenção: Para prevenir o surgimento da mastite é necessário seguir al-gumas regras básicas como manter a boa higiene dos animais, ordenhar em clima calmo e sem barulho, utilizar instalações e materiais adequados, cuidar para que seja adotada a correta nutrição e fornecimento de sal mineral aos animais, além de realizar exame do CMT (teste da raquete) uma vez por mês e teste da caneca de fundo escura diariamente;

Tratamento: Trate o animal doente com tintura de própolis. Misture 300g de própolis bruto em 1 litro de álcool de cereais ou cachaça e deixe descansar por 30 dias. Coloque de 40 a 100 gotas misturadas no alimento do animal, 2 vezes por dia. Ordenhe o animal com mastite 4 vezes por dia, lembrando sempre de antes de realizar o procedimento, fazer massagem no úbere com água morna, sal e vinagre para drenar o local.

Fonte: Biblioteca Central da Epagri. BOFF, P. (Coord.). Agropecuária saudável: da prevenção de doenças, pragas e parasitas à terapêutica não residual. Lages: Epagri; Udesc, 2008.

Editorial Bio Dicas

Edição nº 01 | Janeiro de 2013 | Ano 5 02

DIRETORIA COLEGIADA DO SINTER-MGDiretor Geral | Carlos Augusto de Carvalho Diretor Secretário | Ronaldo Vieira de Aquino Diretor de Administração e Finanças | Darci Roberti Diretor De Assuntos Jurídicos | Pascoal Pereira de Almeida Diretor de Formação Política e Sindical | Lúcio Passos Ferreira Diretor de Assuntos de Agricultura Familiar e Reforma Agrária | Leni Alves de Souza Diretor De Assuntos Dos Aposentados | Elizabete Soares de Andrade

DIRETORES DE BASE Norte | Maria de Lourdes V. Leopoldo Centro | Afrânio Otávio Nogueira Triângulo | Walter Lúcio de Brito Leste | Adilson Lopes Barros Zona Da Mata | Margareth do Carmo C. Guimarães Sul | André Martins Ferreira

REpRESENTANTES DAS SEçõES SINDICAISJanaúba | Raimundo Mendes de Souza Júnior Januária | Renato Alves Lopes Montes Claros | Onias Guedes Batista Salinas | José dos Reis Francisco da Rocha Barbacena | Tadeu César Gomes de Azevedo Belo Horizonte | Silmara Aparecida C. Campos Curvelo | Marcelino Teixeira da Silva Divinópolis | Júlio César Maia Uberaba | Oeder Pedro Ferreira Uberlândia | Carlos Miguel Rodrigues Couto Patos De Minas | Dener Henrique de Castro Unaí | Dalila Moreira da Cunha Almenara | Ronilson Martins Nascimento Capelinha | Vilivaldo Alves da Rocha Governador Valadares | Maurílio Andrade Dornelas Teófilo Otoni | Luiz Mário Leite Júnior Cataguases | Janya Aparecida de Paula Costa Manhuaçu | Célio

Alexandre de O. Barros Juiz de Fora | Deyler Nelson Maia Souto Viçosa | Luciano Saraiva Gonçalves de Souza Alfenas | Sávio dos Reis Dutra Lavras | Júlio César Silva Pouso Alegre | Sérgio Bras Regina

CONSELhO FISCAL Ilka Alves Santana | Francisco Paiva de Rezende | Marlene da Conceição A. Pereira | Noé de Oliveira Fernandes Filho | Reinaldo Bortone

CONExãO SINTERCoordenação | Antônio Domingues Participação | Diretoria Sinter-MG | André Henriques Diagramação | Augusto Cabral Projeto Gráfico | Somanyideas Jornalista Responsável | Patrícia Brum JP 10872/MG Trainee | Liliane Mendes Circulação | Online

Para sugestões, comentários e críticas sobre o Conexão [email protected]

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As plantas medicinais têm seu uso descrito por pra-ticamente todos os povos desde os tempos mais re-motos. A partir dos conhecimentos tradicionais do uso das plantas medicinais na busca de solução de algum mal-estar ou a cura de alguma doença, surgiram inte-resses comerciais e científicos.

Entre o uso primitivo e mágico das plantas pelos curan-deiros até o conhecimento atual, existem diferenças difíceis de serem mensuradas. Entretanto, a partir do momento em que as plantas passaram a ser utilizadas fora do seu contexto original, tornou-se necessária a avaliação da sua eficácia e segurança.

As plantas foram e são as fornecedoras de gran-des venenos da história da humanidade e o co-nhecimento da potencial toxicidade remonta à an-tiguidade. Sócrates, por exemplo, foi condenado à morte através da ingestão de cicuta, os índios ame-ricanos usavam o curare e a estricnina já fez parte dos romances policiais envol-vendo assassinato.

Muitas plantas contêm substâncias capazes de exer-cer ação tóxica sobre organismos vivos. Segundo algu-mas teorias, essas substâncias seriam formadas com a função de defender a espécie de seus predadores. Por isso, não é de surpreender que muitas plantas acumulem substâncias de elevada toxicidade, como os glicosídeos cianogênos, presentes na mandioca-brava, proteínas tóxicas como a ricina, presente na mamona, muitos alcalóides como a coniina presentes na cicuta e a estricnina, presente na noz-vômica.

É de se ressaltar que muitas plantas são completa-mente desconhecidas quanto ao potencial de causar intoxicações. Exemplifica essa questão o relato (Re-gistro junto ao Centro de Informações Toxicológicas do Estado de Santa Catarina, outubro de 1997), da

morte de uma criança de três anos de idade, atribuída à ingestão de sementes de Hennecartia omphalandra Poisson (pimenteira-do-mato), planta nativa da região sul do Brasil, para a qual não havia registro escrito so-bre toxicidade. Algumas plantas são fontes frequentes de intoxicação, destacando-se em nosso meio, comi-go-ninguém-pode, coroa de cristo, pinhão de purga ou pinhão-paraguaio, aroeira-brava, mamona e cartuchei-ra, entre outras.

Além do vegetal em si, são necessários outros parâ-metros para a segurança do uso de plantas medicinais. As condições de coleta e armazenamento são pontos

críticos. Por exemplo, plantas colhidas na beira de estradas movimentadas podem estar contaminadas com produtos derivados do tráfego de au-tomóveis. Da mesma forma, plantas medicinais coletadas próximo a lavouras, onde são utilizados defensivos agríco-las ou próximo a depósitos e emissão de resíduos indus-triais, são potencialmente

contaminadas por esses produtos.

A secagem das plantas, quando necessária, deveria ser feita ao abrigo da luz, o que nem sempre ocorre. O armazenamento das plantas deveria ser feito em lugar seco e ventilado de modo a não favorecer o desen-volvimento de fungos e/ou bactérias. Assim, efeitos adversos advindos da utilização de plantas podem ter origem em circunstâncias relacionadas com o proces-samento e/ou armazenamento.

Outros fatores importantes na composição de plantas são as variações de tempo e lugar. Ela é fortemente influenciada por variações climáticas e de composição do solo. Como elemento de comparação, pode se citar as uvas utilizadas no fabrico de vinhos, cuja qualidade depende da origem da matéria-prima e do processa-mento. Nesse caso, são facilmente identificados vi-nhos de determinada origem e de determinada safra,

Plantas Medicinais: conheça um pouco mais

“...as plantas foram e são as for-

necedoras de grandes venenos da

história da humanidade e o

conhecimento da potencial toxici-

dade remonta à antiguidade...”

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que possuem características especialmente diferen-ciadas. De forma semelhante, a toxicidade de plantas medicinais pode apresentar variações significativas, relacionadas com fatores como a região e época de coletas, processamento do material, forma de armaze-namento e embalagens utilizadas.

Não obstante essa variabilidade possível, para um nú-mero significativo de plantas, existem dados acumula-dos sobre toxicidade, principalmente através de relatos de casos na literatura e em Centros de Informações To-xicológicas, ou através de estudos em animais. Neste último caso, além da variabilidade dos vegetais e das condições de coleta e armazenamento, somam-se as dificuldades de transposição de resultados dos estu-dos em animais para seres humanos.

Conheça um pouco mais sobre as plantas medicinais na nossa edição de fevereiro do Agroecológico.

Fonte: Revista Brasileira de Farmacognosia e Livro Manual de Tera-togênese, de editoria da Universidade do Rio Grande do Sul.

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BOLDOPeumus boldus Mol

Estudos em animais evidenciaram ação abortiva.

Artemisia absinthium L.LOSNA

Pode causar distúrbios visuais e convulsões.

Mentha pulegium L.POEJO

Pode ocasionar o aborto.

Ruta graveolens L.ARRUDA

O manuseio das folhas pode causar eritemas, coceiras e dermatites.