Agroecológico Maio

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Aprenda a combater a cigarrinha 02 Cigarrinha das pastagens: praga rural pág. 03 Ano 5 | Edição nº 05 | Maio de 2013 www.sinter-mg.org.br DESTAQUE Bio Dicas Informativo Técnico do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais

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Pragas

Transcript of Agroecológico Maio

  • Aprenda a combatera cigarrinha02

    Cigarrinha das pastagens: praga rural

    pg. 03

    Ano 5 | Edio n 05 | Maio de 2013

    www.sinter-mg.org.br

    DESTAQUE

    Bio Dicas

    Informativo Tcnico do Sindicato dos Trabalhadores em Assistncia Tcnica e Extenso Rural do Estado de Minas Gerais

  • O Agroecolgico de maio traz informaes sobre a cigarrinha, praga que ataca a vegetao in-fectando pastos e contaminando rebanhos.

    Os insetos podem manifestar-se em surtos populacionais que ocorrem em funo das estaes climticas, principalmente o pe-rodo de chuvas.

    A cigarrinha uma praga e pode causar srios danos s forragei-ras. Os insetos, na ocorrncia de uma infestao agem sugando constantemente a seiva, o que causa o amarelamento, que pode comear na base e se estender por toda a planta.

    O inseto pode se alimentar tam-bm das partes verdes e das poucas brotaes da planta, causando a queima e morte das pastagens.

    Confira nessa edio todas as caractersticas da praga e ainda bio-dicas, com procedimento para se combater o inseto.

    Boa leitura.

    Comunicao Sinter-MG

    Como controlar a cigarrinha

    A melhor forma de controle da cigarrinha a preveno do surgimento da praga, utilizando produtos e mtodos naturais e realizando o plantio de gramneas mais resistentes proliferao das cigarrinhas das pasta-gens. Alm disso, podem ser adotadas medidas como rotao de pasta-gens, piqueteamento, plantio de capins resistentes, dentre outros.

    O ideal que o controle seja feito biologicamente, uma vez que de-terminados mtodos, como o extermnio qumico da peste, podem ser prejudicais vegetao e ao solo. O controle qumico e com insetici-das alternativos no funciona e consequentemente pode trazer danos s plantaes e risco sade dos animais. O ideal que o agricultor mude seu comportamento para prevenir uma infestao.

    Uma soluo eficaz no controle da Cigarrinha pode ser o controle bio-lgico com o fungo entomopatognico Metarhizu (pg.4). importante se promover a troca de insumos para eliminar o uso de agrotxicos e substituir por produtos alternativos. As prticas no campo devem ser pensadas de forma a aumentar a biodiversidade da unidade agrcola e promover um equilbrio biolgico duradouro.

    Editorial Bio Dicas

    Edio n 05 | Maio de 2013 | Ano 5 02

    DIRETORIA COLEGIADA DO SINTER-MGDiretor Geral | Carlos Augusto de Carvalho Diretor Secretrio | Ronaldo Vieira de Aquino Diretor de Administrao e Finanas | Darci Roberti Diretor De Assuntos Jurdicos | Pascoal Pereira de Almeida Diretor de Formao Poltica e Sindical | Lcio Passos Ferreira Diretor de Assuntos de Agricultura Familiar e Reforma Agrria | Leni Alves de Souza Diretor De Assuntos Dos Aposentados | Elizabete Soares de Andrade

    DIRETORES DE BASE Norte | Maria de Lourdes V. Leopoldo Centro | Afrnio Otvio Nogueira Tringulo | Walter Lcio de Brito Leste | Adilson Lopes Barros Zona Da Mata | Margareth do Carmo C. Guimares Sul | Andr Martins Ferreira

    REpRESENTANTES DAS SEES SINDICAISJanaba | Raimundo Mendes de Souza Jnior Januria | Renato Alves Lopes Montes Claros | Onias Guedes Batista Salinas | Jos dos Reis Francisco da Rocha Barbacena | Tadeu Csar Gomes de Azevedo Belo Horizonte | Silmara Aparecida C. Campos Curvelo | Marcelino Teixeira da Silva Divinpolis | Jlio Csar Maia Uberaba | Oeder Pedro Ferreira Uberlndia | Carlos Miguel Rodrigues Couto Patos De Minas | Dener Henrique de Castro Una | Dalila Moreira da Cunha Almenara | Ronilson Martins Nascimento Capelinha | Vilivaldo Alves da Rocha Governador Valadares | Maurlio Andrade Dornelas Tefilo Otoni | Luiz Mrio Leite Jnior Cataguases | Janya Aparecida de Paula Costa Manhuau | Clio

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    CONSELhO FISCAL Ilka Alves Santana | Francisco Paiva de Rezende | Marlene da Conceio A. Pereira | Reinaldo Bortone

    CONExO SINTERCoordenao | No de Oliveira Fernandes Filho Participao | Diretoria Sinter-MG Colaborao | Jos Lus Guimares Diagramao | Augusto Cabral Projeto Grfico | Somanyideas Jornalista Responsvel | Patrcia Brum JP 10872/MG Trainee | Liliane Mendes Circulao | Online

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  • A cigarrinha das pastagens, que podem ser de dife-rentes espcies (cientificamente denominadas Zulia entreriana, Deois fravopicta e Deois schac), so as principais causadoras dos danos indiretos ao gado e morte das pastagens forrageiras.

    Esses insetos sugam a seiva, introduzindo toxinas sali-vares nos tecidos vegetais. As consequncias so dis-trbios biolgicos, como a queima, que ocasionam a destruio da clorofila ou acarretam interferncias ne-gativas na fotossntese da planta. Como consequncia disso, o pasto, que serve de alimentao ao gado, tem sua capacidade nutricional reduzida, prejudicando as pastagens e os animais.

    H uma srie de medidas que podem ser adotadas para controlar ou tratar as infestaes de cigarrinhas.

    Confira as formas de controle dos insetos:

    Diversificao das pastagens:

    Consiste no estabelecimento de diferentes variedades de gramneas que podem apresentar reaes de resis-tncia praga. O produtor rural deve evitar a formao de extensas reas com uma nica variedade resistente, pois h risco da quebra desta resistncia, como o caso da qualidade braquiaro. Nos casos de utilizao de variedades susceptveis, nos perodos de maior in-cidncia do inseto, as variedades que apresentarem

    maior susceptibilidade praga, como braquiarinhas e quicuio, devem ser submetidas ao pastejo leve, ou seja, baixa carga e perodos de descanso longos. Re-comenda-se que os animais sejam manejados em pas-tos com capins resistentes, braquiaro e andropogon (Panicum maximum cv. Massai e Paspalum atratum cv. Pojuca), assim, as variedades que apresentam condi-es mais susceptveis podem se restabelecer aps o ataque dos insetos.

    Manejo das pastagens:

    Pastagens bem manejadas por meio da subdiviso dos pastos e do controle da presso de pastejo so mais tolerantes aos ataques das cigarrinhas. No pero-do de maior ocorrncia deve se evitar o superpastejo, que degrada ainda mais as pastagens. As gramneas com hbito de crescimento decumbente (inclinado ou cado) e estolonfero (rasteiras) devem ser mantidas a uma altura de 25 a 30 cm, enquanto as de crescimento cespitoso (touceira) devem obedecer a altura de 40 a 45 cm.

    Correo e adubao:

    A reposio peridica dos nutrientes que condicionam o crescimento saudvel das gramneas, principalmente o fsforo, deve ser determinada pela anlise de solo e exigncias da forrageira, a fim de manter as plantas vigorosas e consequentemente mais resistentes ao ataque de cigarrinhas.

    Sementes forrageiras:

    Adquirir sementes que apresentem boa qualida-de, evitar sementes de varredura, pois h risco de contaminao por ovos de cigarrinhas.

    Cigarrinha das pastagens:praga rural

    Edio n 05 | Maio de 2013 | Ano 5 03

  • Consorciao com leguminosas:

    As cigarrinhas alimentam-se exclusivamente de seiva das gramneas, com a utilizao de pastagens consor-ciadas com leguminosas, ocorre uma reduo do es-pao vital e substrato para sua alimentao. Quando plantadas em faixas, as leguminosas atuam tambm como barreira fsica na disperso do inseto.

    Controle gentico:

    A utilizao de variedades de gramneas que apre-sentam resistncia gentica s cigarrinhas das pas-tagens uma alternativa ecologicamente vivel. Dentre as gramneas forrageiras introduzidas e avaliadas na regio amaznica, as que se mostraram resistentes s cigarrinhas, segundo a EMBRAPA, foram A. gaya-nus cv. Planaltina, B. brizantha cv. Marandu, Tripsacum australe, Axonopus scoparius, Paspalum atratum cv. Pojuca, P. guenoarum FCAP-43 e P. secans FCAP-12. No entanto, recentemente, foram detectados surtos da espcie Mahanarva fimbriolata em cultivos simult- neos de milho, arroz e P. maximum cv. Tanznia, haven-do vrios relatos de produtores e tcnicos de ataque B. Brizantha cv.Marandu.

    Controle biolgico:

    Os inimigos naturais auxiliam no controle das cigarri-nhas, devendo-se adotar medidas que visem manter e/ou aumentar as suas populaes, como a manuten-o e formao de reas de florestas e evitar o uso do

    fogo, dentre outras. Existem vrios agentes biolgicos que vm sendo estudados no controle da cigarrinha.

    O fungo Metarhizium anisopliae tem se mostrado uma alternativa vivel, embora os resultados sejam ainda inconsistentes (eficincia entre 10% a 80%). Normal-mente realiza-se apenas uma aplicao em subdoses de condeos. Em regies ecologicamente favorveis ao entomopatognico, o controle tem superado o efeito real dos inseticidas qumicos.

    O fungo Metarhizium anisopliae pode ser aplicado na formulao p molhvel na dose mnima de 5,0x1012 condeos/ha (cerca de 500 gramas de condeos pu-ros), por meio de pulverizador terrestre gastando-se de 200 a 300 litros de gua/ha. A aplicao deve coinci-dir com as maiores populaes de ninfas que se d en-tre a 2 e a 3 geraes. Os pastos devem ser mantidos na altura de 25 a 40 cm de altura, dependendo do tipo de gramnea. A umidade elevada, seguida de veranicos e temperaturas na faixa de 25 a 27 graus C, so indis-pensveis para a obteno de bons resultados.

    O controle das cigarrinhas deve ser baseado em le-vantamentos populacionais, observando-se todas as medidas anteriormente descritas. No perodo chuvoso, deve ser realizado o levantamentos de insetos a cada 15 dias. Para contagem de ninfas (espumas) deve se utilizar o marco de 0,25 a 1,0 m quadrado, alocado aleatoriamente em pelo menos cinco pontos para cada 10 hectares de pasto. Com base no levantamento, caso necessrio, adota-se a medida de controle su-gerida.

    Edio n 05 | Maio de 2013 | Ano 5 04