AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCOAGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO · previsão de 57 para 58,5 milhões de...

18
Sumário Executivo Soja As cotações internacionais devem ficar acomodadas em baixos patamares, em resposta aos altos estoques globais. O desenvolvimento do La Niña nos próximos meses poderá trazer volatilidade às cotações durante o plantio nos EUA, entre maio e junho, e no Brasil, entre setembro e outubro. Preços domésticos seguirão elevados, beneficiados pelo real enfraquecido. Milho Preços internacionais devem seguir em alta moderada, refletindo o recuo de produção nos EUA e no Brasil. Relação estoque consumo continua elevada, limitando alta mais relevante de preços. Cotações domésticas continuam altas, favorecidas pela desvalorização do real, mas nos meses à frente devem arrefecer, com a entrada da 1ª safra. Esse movimento deverá ser mais intenso no 2º semestre com a entrada da 2ª safra, que deverá ser recorde. Café Preços internacionais devem continuar estáveis em baixos patamares, face à estimativa de safra favorável no Brasil. Preços em reais devem continuar elevados, favorecidos pelo real fraco. Preços deverão continuar com volatilidade elevada, na medida em que saírem notícias sobre o desenvolvimento da colheita no Brasil e sobre os possíveis efeitos negativos do El Niño sobre as lavouras da Ásia. Boi A demanda doméstica por carne continuará arrefecida em resposta à necessidade de ajustes no orçamento doméstico. A oferta de animais prontos para abate continuará restrita pelos elevados custos com ração nos confinamentos. Embora a demanda doméstica continue a fundamentar preços mais baixos para o boi, as cotações futuras na BMF deverão continuar sustentadas pela expectativa de expansão das exportações. Açúcar e Etanol As cotações do açúcar devem seguir em alta moderada, em resposta ao melhor ajuste entre oferta e demanda globais. As cotações do etanol devem seguir em alta, beneficiadas pela demanda robusta em detrimento da gasolina. A partir da entrada da nova safra em março, os preços devem voltar a cair, refletindo o incremento de produção esperado para este ano. Fevereiro de 2016 Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Panorama Macroeconômico A confiança das famílias e dos empresários começa a dar alguns sinais de estabilização. Porém se mantém em um patamar ainda muito baixo, refletindo as preocupações relacionadas à sustentabilidade das contas públicas e às incertezas na esfera política. A desaceleração da atividade econômica brasileira ainda não foi interrompida, sustentando a piora do mercado de trabalho. A frustração com a arrecadação e a necessidade de aumentar a receita e reduzir as despesas elevam os desafios para o ajuste fiscal. Ao mesmo tempo, os sinais vindos da economia seguem decepcionando, com isso, prevemos retração de 3,5% do PIB neste ano, após retração projetada de 3,9% no passado, lembrando que o IBGE divulgará esses dados no dia 03 de março. O enfraquecimento da atividade doméstica e a dificuldade em fazer o ajuste das contas públicas além da tendência de apreciação do dólar em escala global e de queda dos preços das commodities devem manter a taxa de câmbio pressionada, divergindo dos fundamentos. Acreditamos que o dólar encerrará este ano cotado a R$ 4,00. Diante do fraco desempenho da economia, esperamos que o IPCA mostre alta de 6,9% neste ano. Assim, a descompressão em relação ao ano passado (10,67%), as incertezas no cenário global e a recessão brasileira sustentam a nossa expectativa de que a Selic fechará em 13,25% no final deste ano. O aumento da volatilidade dos mercados globais observada no início do ano se mantém, refletindo as incertezas relacionadas ao desempenho da China e seus possíveis impactos na economia mundial, em especial nos países emergentes e nas cadeias produtoras de commodities. Com isso, os bancos centrais ao redor do mundo, preocupados com os riscos presentes no cenário internacional, apontam a possibilidade de expandirem os estímulos monetários caso haja ameaça à recuperação econômica dos seus países. Esse também é o caso do Federal Reserve, que pode postergar a continuação da normalização monetária iniciada no final do ano passado (ou apenas torna-la mais gradual). AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Transcript of AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCOAGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO · previsão de 57 para 58,5 milhões de...

Sumário Executivo

Soja – As cotações internacionais devem ficar acomodadas em baixos patamares, em resposta aos altos

estoques globais. O desenvolvimento do La Niña nos próximos meses poderá trazer volatilidade às cotações

durante o plantio nos EUA, entre maio e junho, e no Brasil, entre setembro e outubro. Preços domésticos seguirão

elevados, beneficiados pelo real enfraquecido.

Milho – Preços internacionais devem seguir em alta moderada, refletindo o recuo de produção nos EUA e no

Brasil. Relação estoque consumo continua elevada, limitando alta mais relevante de preços. Cotações domésticas

continuam altas, favorecidas pela desvalorização do real, mas nos meses à frente devem arrefecer, com a entrada

da 1ª safra. Esse movimento deverá ser mais intenso no 2º semestre com a entrada da 2ª safra, que deverá ser

recorde.

Café – Preços internacionais devem continuar estáveis em baixos patamares, face à estimativa de safra

favorável no Brasil. Preços em reais devem continuar elevados, favorecidos pelo real fraco. Preços deverão

continuar com volatilidade elevada, na medida em que saírem notícias sobre o desenvolvimento da colheita no

Brasil e sobre os possíveis efeitos negativos do El Niño sobre as lavouras da Ásia.

Boi – A demanda doméstica por carne continuará arrefecida em resposta à necessidade de ajustes no

orçamento doméstico. A oferta de animais prontos para abate continuará restrita pelos elevados custos com ração

nos confinamentos. Embora a demanda doméstica continue a fundamentar preços mais baixos para o boi, as

cotações futuras na BMF deverão continuar sustentadas pela expectativa de expansão das exportações.

Açúcar e Etanol – As cotações do açúcar devem seguir em alta moderada, em resposta ao melhor ajuste

entre oferta e demanda globais. As cotações do etanol devem seguir em alta, beneficiadas pela demanda robusta

em detrimento da gasolina. A partir da entrada da nova safra em março, os preços devem voltar a cair, refletindo o

incremento de produção esperado para este ano.

Fevereiro de 2016

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Panorama Macroeconômico

A confiança das famílias e dos empresários começa a dar alguns sinais de estabilização. Porém se mantém em

um patamar ainda muito baixo, refletindo as preocupações relacionadas à sustentabilidade das contas públicas

e às incertezas na esfera política. A desaceleração da atividade econômica brasileira ainda não foi interrompida,

sustentando a piora do mercado de trabalho. A frustração com a arrecadação e a necessidade de aumentar a

receita e reduzir as despesas elevam os desafios para o ajuste fiscal. Ao mesmo tempo, os sinais vindos da

economia seguem decepcionando, com isso, prevemos retração de 3,5% do PIB neste ano, após retração

projetada de 3,9% no passado, lembrando que o IBGE divulgará esses dados no dia 03 de março. O

enfraquecimento da atividade doméstica e a dificuldade em fazer o ajuste das contas públicas – além da

tendência de apreciação do dólar em escala global e de queda dos preços das commodities – devem manter a

taxa de câmbio pressionada, divergindo dos fundamentos. Acreditamos que o dólar encerrará este ano cotado a

R$ 4,00. Diante do fraco desempenho da economia, esperamos que o IPCA mostre alta de 6,9% neste ano.

Assim, a descompressão em relação ao ano passado (10,67%), as incertezas no cenário global e a recessão

brasileira sustentam a nossa expectativa de que a Selic fechará em 13,25% no final deste ano.

O aumento da volatilidade dos mercados globais observada no início do ano se mantém, refletindo as incertezas

relacionadas ao desempenho da China e seus possíveis impactos na economia mundial, em especial nos países

emergentes e nas cadeias produtoras de commodities. Com isso, os bancos centrais ao redor do mundo,

preocupados com os riscos presentes no cenário internacional, apontam a possibilidade de expandirem os

estímulos monetários caso haja ameaça à recuperação econômica dos seus países. Esse também é o caso do

Federal Reserve, que pode postergar a continuação da normalização monetária iniciada no final do ano passado

(ou apenas torna-la mais gradual).

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte e projeção: Conab

Elaboração: BRADESCO

Produção Nacional

de soja

(em mil toneladas)

1991 – 2016

SO

JA

2

SOJA – As cotações internacionais devem ficar acomodadas em baixos patamares, em resposta aos altos estoques globais. O desenvolvimento do La Niña nos próximos meses poderá trazer volatilidade às cotações durante o plantio nos EUA, entre maio e junho, e no Brasil, entre setembro e outubro. Preços domésticos seguirão elevados, beneficiados pelo real fraco.

15.39419.419

25.934 26.160

31.370 32.345

41.917

52.01849.989

55.027

60.01857.162

68.688

75.324

66.383

81.499

86.121

96.228

100.933

8.000

17.000

26.000

35.000

44.000

53.000

62.000

71.000

80.000

89.000

98.000

107.000

90

/91

91

/92

92

/93

93

/94

94

/95

95

/96

96

/97

97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

02

/03

03

/04

04

/05

05

/06

06

/07

07

/08

08

/09

09

/10

10

/11

11

/12

12

/13

13

/14

14

/15

15

/16

*

em mil toneladasFonte e Projeção: CONAB

Elaboração: BradescoProdução Nacional de Soja 1990 - 2012

Fundamentos

O relatório do USDA divulgado neste mês manteve a estimativa de produção dos EUA em 107,0

milhões de toneladas na safra 2015/2016, que já está finalizada. Para o Brasil, o USDA manteve a

estimativa de 100 milhões de toneladas divulgada no mês anterior e para a Argentina elevou a

previsão de 57 para 58,5 milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque consumo foi elevada de

25,2% para 25,6%.

No 5º levantamento da Conab para a safra 2015/16 a estimativa para a produção de soja foi revisada

para baixo pelo segundo mês consecutivo. Agora é esperada produção de 100,9 milhões de

toneladas, ante 102,1 do mês passado, refletindo principalmente a menor estimativa para a

produtividade no Mato Grosso, que sofreu estiagem no período importante de desenvolvimento da

lavoura.

Ainda assim a soja é o destaque da atual temporada, sendo a única cultura apontada com elevação

de área em resposta à boa rentabilidade favorecida pelo dólar valorizado. Esse será, portanto, o

quarto ano consecutivo que o Brasil deverá colher safra recorde de soja, com ampliação de 6,1% ante

a safra passada.

Vem sendo apontada pelos serviços de meteorologia a crescente probabilidade de formação do La

Niña a partir de julho/agosto, que é o período de desenvolvimento das lavouras nos EUA, podendo

ficar mais intenso a partir de setembro/outubro, período de plantio no Brasil. Os efeitos do La Niña são

contrários ao do El Niño, que marcou a safra atual. Assim, é esperado clima mais seco no Sul do

País, mais chuvoso no Nordeste e também seco nos EUA. As consequências podem ser quebra de

produtividade nos EUA e no Sul do Brasil.

As cotações internacionais devem continuar acomodadas nos atuais baixos patamares, refletindo os

elevados estoques globais e a safra recorde no Brasil. As atenções deverão estar bastante

concentradas no desenvolvimento do La Niña nos próximos meses, que poderá trazer volatilidade às

cotações durante o plantio nos EUA, entre maio e junho, e no Brasil, entre setembro e outubro. Os

preços domésticos, por outro lado seguirão elevados, beneficiados pelo real enfraquecido.

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

491

546507

436

632

567

989

526

689

542

757

1.515

908

1.211

1.143

1.674

1.525

1.287

1.486

1.178

965883

400,0

600,0

800,0

1.000,0

1.200,0

1.400,0

1.600,0

1.800,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

PREÇOS INTERNACIONAIS DE SOJA - BOLSA DE CHICAGO - CBOT PREÇO FUTURO 1º VENCTO 2000 - 2010

em US$ cents por bushel

em US$ cents por bushel

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco•Projeção de preço: média dos preços futuros

de

z/1

6

Produtividade da

lavoura de soja

(em kg por ha)

1991 – 2016

Fonte e (*) projeção: Conab

Elaboração: BRADESCO

Fonte: Deral

Elaboração e Projeção: BRADESCO

Preço de soja em grão ao

produtor – Praça Paraná -

(em R$ por saca de 60 kg)

2002 – 2016

3

Fonte: Bloomberg

Elaboração: Bradesco

Soja - Preço Futuro 1º vencimento

(em US$ cents/bushel)

2000 – 2016

Projeção de preço: média

dos preços futuros

1.580

2.027

2.1502.221

2.175

2.2992.367 2.395

2.751

2.567

2.816

2.339

2.245

2.419

2.816

2.629

2.927

3.115

2.651

2.938

2.854

2.9983.037

1.500

1.700

1.900

2.100

2.300

2.500

2.700

2.900

3.100

3.300

90/9

1

91/9

2

92/9

3

93/9

4

94/9

5

95/9

6

96/9

7

97/9

8

98/9

9

99/0

0

00/0

1

01/0

2

02/0

3

03/0

4

04/0

5

05/0

6

06/0

7

07/0

8

08/0

9

09/1

0

10/1

1

11/1

2

12/1

3

13/1

4

14/1

5

15/1

6*

em kg por ha Fonte e Projeção: Conab Elaboração: Bradesco Produtividade da lavoura de soja - 1990 - 2012

18,04

26,63

19,98

43,93

32,42

48,15

22,57

28,62

27,03

44,37

39,81

30,59

45,68

40,14

73,92

50,53

61,83

53,38

66,10

70,82

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

SOJA EM GRÃO PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA PR

em R$ por saca de 60 kg Fonte: Deral PR Elaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

6

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

MIL

HO

MILHO – Preços internacionais devem seguir em alta moderada, refletindo o recuo de

produção nos EUA e no Brasil. Relação estoque consumo continua elevada, limitando

alta mais relevante de preços. Cotações domésticas continuam altas, favorecidas pela

desvalorização do real, mas nos meses à frente devem arrefecer, com a entrada da 1ª

safra. Esse movimento deverá ser mais intenso no 2º semestre com a entrada da 2ª

safra, que deverá ser recorde.

Fonte e (*) projeção: Conab

Elaboração : BRADESCO

Produção Nacional

de milho

(em mil toneladas)

1991 – 2016

4

24.096

30.77133.174

37.44235.716

32.393

42.290

35.281

47.411

42.129

35.007

42.515

51.370

58.652

51.004

56.01857.407

72.980

81.506 80.052

84.67383.336

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

90

/91

91

/92

92

/93

93

/94

94

/95

95

/96

96

/97

97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

02

/03

03

/04

04

/05

05

/06

06

/07

07

/08

08

/09

09

/10

10

/11

11

/12

12

/13

13

/14

14

/15

15

/16

*

em mil toneladas Fonte e Projeção: ConabProdução Nacional de Milho - 1991 - 2012

Fundamentos

No relatório mensal de acompanhamento de safra divulgado neste mês pelo USDA, a estimativa de

produção norte-americana, que já está finalizada, foi mantida em 345,5 milhões de toneladas. Já as

estimativas para a Argentina foram revisadas, passando de 25,6 para 27 milhões de toneladas, e para o

Brasil saltaram de 81,5 para 84 milhões de toneladas. Na comparação com o mês anterior a relação

estoque consumo ficou estável em 21,6%, permanecendo acima da safra passada, que fechou em

19,8%.

A Conab trouxe revisão positiva para a estimativa de produção de milho no 5º levantamento da safra

2015/16 divulgado neste mês. A produção esperada para a 1ª safra, que começará a ser colhida a partir

de março foi revisada para cima, passando de 27,7 milhões de toneladas na estimativa do mês passado

para 28,3 milhões de toneladas na estimativa atual. A 2ª safra, que começará a ser plantada a partir de

fevereiro, está estimada em 55 milhões de toneladas. Assim, a produção total de milho está estimada em

83,3 milhões de toneladas, o que representa um recuo de 2,8% ante a safra passada.

Um aspecto relevante para acompanhar nos próximos meses é a crescente probabilidade de formação

do fenômeno climático La Niña a partir de julho/agosto, período de desenvolvimento das lavouras nos

EUA, podendo ficar mais intenso a partir de setembro/outubro, período de plantio no Brasil. Os efeitos do

La Niña são contrários ao do El Niño, que marcou a safra atual. Assim, é esperado clima mais seco no

Sul do Brasil e nos EUA e clima mais chuvoso no Nordeste brasileiro. As consequências podem ser

quebra de produtividade nos EUA e no Sul do Brasil.

Os preços internacionais de milho devem seguir em movimento moderado de alta, refletindo o recuo da

produção nos EUA e no Brasil. Mas, de todo modo, a relação estoque consumo continua elevada,

limitando alta mais relevante de preços. Movimento volátil poderá ser percebido durante o plantio nos

EUA e no Brasil, que ocorrem respectivamente entre abril e maio e setembro e novembro. Os preços

domésticos continuam favorecidos pela desvalorização do câmbio, mas tendem a registrar recuo nos

meses à frente, com a entrada da nova safra. A partir do 2º semestre do ano, a queda de preços pode ser

mais acentuada, com a entrada da 2ª safra de milho, que deverá ser recorde.

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Produtividade –

milho

(em kg por ha)

1991 – 2016

Fonte: Conab

Elaboração : BRADESCO

Fonte: Deral

Elaboração e Projeção: BRADESCO

Preço de milho ao

produtor – Praça

Paraná

(em R$ por saca de

60 kg)

2000 – 2016

5

Milho - Preço Futuro 1º vencimento

(em US$ cents por

bushel)

2000 – 2016

Projeção de preço: média

dos preços futuros

Fonte: Bloomberg

Elaboração: Bradesco

217

235

267

215

316

237

413

326

493

711

418

322

347

546

750

598

766

661

440

502

337367

391

160

260

360

460

560

660

760

860

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

Milho - Bolsa de Chicago - CBOTPreço futuro 1º vencimento

Em US$ cents por bushelFonte: Bloomberg Elaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

6

1.791

2.1942.3492.344

2.622

2.356

2.5882.6502.5892.480

3.260

2.864

3.585

3.296

2.867

3.279

3.655

3.972

3.599

4.3114.158

4.808

5.1495.057

5.396 5.432

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

90

/91

91

/92

92

/93

93

/94

94

/95

95

/96

96

/97

97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

02

/03

03

/04

04

/05

05

/06

06

/07

07

/08

08

/09

09

/10

10

/11

11

/12

12

/13

13

/14

14

/15

15

/16

*

em kg por ha Produtividade - Milho - 1991 - 2012

11,95

7,05

11,40

22,28

18,96

16,26

10,44

14,14

24,94

13,07

19,96

26,92

17,26

23,29

17,8419,17

24,34

29,60

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

Preço pago ao produtor de milho - Paraná Fonte: DeralElaboração e Projeção:

Em R$ por saca de 60 kg Fonte: DeralElaboração e Projeção:

Em R$ por saca de 60 kg

de

z/1

6

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fundamentos

O relatório do USDA divulgado em meados de dezembro reduziu a estimativa da produção brasileira

para a safra 2015/16 (já finalizada no Brasil) de 52,4 milhões de sacas estimadas em junho para 49,4

milhões de sacas em dezembro, refletindo os efeitos da estiagem que assolou a região Sudeste no ano

passado. Assim, para a safra global, o USDA reduziu a estimativa de 152,7 milhões de sacas para 150,1

milhões de sacas entre os levantamentos de junho e de dezembro do ano passado, refletindo

principalmente a revisão baixista para o Brasil. Isso ajudou a sustentar os preços do café nos últimos

meses. Para o Vietnã, que produz café robusta e está em período de colheita, o USDA estimou

ampliação da produção de 28,6 para 29,3 milhões de sacas entre os dois levantamentos. No entanto, a

Vicofa, associação local dos cafeicultores estima produção de 18 milhões de sacas, em resposta aos

baixos preços recebidos na safra anterior que desincentivou o cultivo. Como apontado pelos serviços de

meteorologia, o El Niño deverá trazer estiagem nas regiões equatoriais, podendo comprometer a safra

de países produtores de café como Vietnã, Indonésia e Colômbia. Importante lembrar que a safra

2015/16 está em fase de colheita no Vietnã e na Colômbia, ao passo que no Brasil já está finalizada. A

colheita da safra 2016/17 no Brasil terá início em abril. O próximo relatório semestral do USDA será

divulgado em meados de junho, quando poderemos ter mais clara as estimativas para a safra desses

países.

A Conab divulgou em janeiro o 1º levantamento da safra 2016/17, que será de alta bienalidade. A safra

total de café no Brasil está estimada em 50,5 milhões de sacas de 60 quilos, uma alta de 16,9% ante o

volume de 43,2 milhões de sacas da safra passada. A produção de arábica está estimada em 38,8

milhões de sacas, com incremento de 21,1% ante a safra passada, que somou 32,1 milhões de sacas. A

ampliação da produção resulta do clima mais favorável e do incremento de área plantada em Minas

Gerais e São Paulo. A produção de robusta está estimada em 11,7 milhões de sacas, um acréscimo de

4,9% ante a safra passada, que alcançou 11,2 milhões de sacas. A ampliação será possível pelo

incremento de área plantada na Bahia. No Espirito Santo, principal estado produtor de robusta, a área foi

reduzida, como resultado das dificuldades enfrentadas pelos produtores com as variâncias climáticas do

ano passado.

As cotações internacionais devem continuar com tendência de estabilidade nos baixos patamares atuais,

em resposta às estimativas de safra favorável no Brasil, mas os preços domésticos em reais devem

continuar elevados, favorecidos pelo enfraquecimento do real. O movimento dos preços poderá

apresentar volatilidade elevada, na medida em que saírem notícias sobre o desenvolvimento da colheita

no Brasil, que se iniciará em abril, e sobre os possíveis efeitos negativos do El Niño sobre as lavouras da

Ásia.

CAFÉ – Preços internacionais devem continuar estáveis em baixos patamares, face à

estimativa de safra favorável no Brasil. Preços em reais devem continuar elevados,

favorecidos pelo enfraquecimento do real. Preços deverão continuar com volatilidade

elevada, na medida em que saírem notícias sobre o desenvolvimento da colheita no

Brasil e sobre os possíveis efeitos negativos do El Niño sobre as lavouras da Ásia.

Produção Nacional de

Café

(em mil sacas de 60 kg)

1995 – 2016

Fonte e projeção (*): Conab

Elaboração: Bradesco

CA

6

26.000

16.800

27.500

18.860

34.547

27.170

31.100

28.137

48.480

28.820

39.272

32.944

42.512

36.070

45.992

39.470

48.095

43.484

50.82649.152

45.342

43.235

50.535

11.000

21.000

31.000

41.000

51.000

61.000

94/9

5

95/9

6

96/9

7

97/9

8

98/9

9

99/0

0

00/0

1

01/0

2

02/0

3

03/0

4

04/0

5

05/0

6

06/0

7

07/0

8

08/0

9

09/1

0

10/1

1

11/1

2

12/1

3

13/1

4

14/1

5

15/1

6

16/1

7*

Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: BradescoProdução Nacional de Café - 1994 - 2012mil sacas de 60 kg

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: CEPEA ESALQ Elaboração: Bradesco

Preço Café Arábica

(em R$ por saca de 60 kg)

2000 – 2016

Projeção de preço: média

dos preços futuros BMF

7

Fonte: Bloomberg

Elaboração: Bradesco

Café Arábica - NYBOT Preço Futuro 1º vencimento

(em US$ cents por libra

peso)

2000 – 2016

Projeção de preço: média

dos preços futuros

115,06

63,07 65,95

67,78

99,48

127,53

96,55

131,18

152,04

108,67

142,45

204,99

272,07

180,03

150,03

117,62

197,02

118,14117,85

25,0

75,0

125,0

175,0

225,0

275,0

325,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

Projeção de preço: média dos preços futuros Café em grão - Bolsa de Nova York - NYBOT2000 - 2010Em US$ cents por libra peso

Fonte: Bloomberg Elaboração:

de

z/1

6

223,6239,8

337,0

230,4

291,4269,8

247,5

328,0

530,8

408,6

247,7

366,3

480,1

424,0

563,5

542,0

90,0

140,0

190,0

240,0

290,0

340,0

390,0

440,0

490,0

540,0

590,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

Café Arábica - Preço ao Produtor - Praça São Paulo 2000 - 2012Em R$ por saca 60 kg Fonte: Cepea EsalqElaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

6

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

104.974

120.133

80.000

90.000

100.000

110.000

120.000

130.000

140.000

150.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Exportações Brasileiras de carne bovina - 2010 - 2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco

2013

2014

2015

BO

I

BOI – A demanda doméstica por carne continuará arrefecida em resposta à

necessidade de ajustes no orçamento doméstico. A oferta de animais prontos para

abate continuará restrita pelos elevados custos com ração nos confinamentos.

Embora a demanda doméstica continue a fundamentar preços mais baixos para o

boi, as cotações futuras na BMF deverão continuar sustentadas pela expectativa de

expansão das exportações.

Fundamentos

Em resposta ao câmbio mais depreciado, os volumes embarcados de carne bovina passaram a expandir

a partir do início do segundo semestre do ano passado. Ainda assim, as exportações em volume caíram

13,3% no ano passado, refletindo o recuo de 47,9% e 40,4% das compras por parte da Rússia e da

Venezuela, respectivamente, que sofrem os efeitos da retração dos preços do petróleo e da

desvalorização das respectivas moedas ante o dólar, encarecendo as importações de carnes.

Neste ano, o câmbio depreciado continuará incentivando a ampliação dos embarques. Somam-se a isso

dois aspectos bastante relevantes: (i) a abertura de diversos mercados para a carne bovina brasileira

(EUA, China, Japão, África do Sul, Iraque, Irã e Arábia Saudita); e (ii) o recuo das exportações

australianas para países asiáticos, em razão do menor volume de animais prontos para abate. O USDA

estima expansão de 9,2% dos volumes embarcados de carne bovina pelo Brasil neste ano. Já a Abiec,

entidade que reúne os exportadores de carne, estima elevação de 21% em volume.

O movimento de preços de carnes no atacado dá indícios de que o consumidor está trocando o

consumo de carne bovina de 2ª pela carne de frango. Desde meados do ano passado até o início de

fevereiro, os preços da carne de 2ª caíram em média 4%, ao passo que os preços da carne de frango

subiram 15% no mesmo período. O consumo doméstico de carne, principalmente bovina, que tem

preços mais elevados, tende a arrefecer, refletindo a piora do mercado de trabalho e da renda da

população.

Apesar da melhora do clima, contribuindo para a boa manutenção dos pastos, a oferta de animais

prontos para abate deverá continuar muito justa neste ano, em resposta ao abate de fêmeas em anos

anteriores. No ano passado, a restrição de oferta levou à redução de 8,6% dos abates. Neste ano, a

oferta ainda poderá continuar restrita, já que os elevados custos com ração à base de milho deverão

limitar a expansão dos confinamentos.

A demanda doméstica por carne bovina deverá arrefecer nos meses à frente, refletindo a continuidade

de piora do mercado de trabalho e a necessidade de ajustes no orçamento doméstico das famílias. Em

que pese o maior regime de chuvas contribuindo para a boa manutenção dos pastos, a oferta deverá

continuar restrita, já que os elevados custos com ração deverão limitar o crescimento dos

confinamentos. Embora o arrefecimento da demanda interna fundamente preços mais baixos para o boi

nos meses à frente, a expectativa de expansão das exportações, favorecidas pelo câmbio e pela

abertura de novos mercados está sustentando as cotações futuras na BMF em elevados patamares.

8

Exportações

brasileiras de carne

bovina

(em mil toneladas)

2013 – 2015

FONTE: SECEX

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Boi Gordo – Preço ao

Produtor – Praça São Paulo

(em R$ por arroba)

2002 – 2016

FONTE: CEPEA

ELABORAÇÃO: BRADESCO

9

Projeção de preço: média

dos preços futuros BMF

BOVESPA

Abate de bois

em mil cabeças

2013 - 2015

FONTE: MAPA

ELABORAÇÃO: BRADESCO

2.294

2.485

2.2562.208

1.962

1.800

2.000

2.200

2.400

2.600

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Abates mensais de boi - 2010 - 2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco

2013

2014

2015

42,2

51,7

61,8

93,3

74,5

109,6106,9

90,897,0

108,4

125,2

150,7155,2

163,4

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

180,0

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

BOI GORDO PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA SP

Em R$ por arroba (15 kg)Fonte: Cepea EsalqElaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

6

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

222.429 223.460240.944

287.810

314.969

257.592

320.650

359.316

431.413

474.800

559.432

604.514623.905

560.364

588.916

658.822

634.767

658.702

150.000

250.000

350.000

450.000

550.000

650.000

90

/91

91

/92

92

/93

93

/94

94

/95

95

/96

96

/97

97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

02

/03

03

/04

04

/05

05

/06

06

/07

07

/08

08

/09

09

/10

10

/11

11

/12

12

/13

13

/14

14

/15

15

/16

*

mil toneladasProdução Nacional de Cana-de-Açúcar - 1990 - 2013

Fonte e projeção : Conab Elaboração. Bradesco

AÇÚCAR E ETANOL – As cotações do açúcar devem seguir em alta moderada,

em resposta ao melhor ajuste entre oferta e demanda globais. As cotações do

etanol devem seguir em alta, beneficiadas pela demanda robusta em detrimento da gasolina. A partir da entrada da nova safra em março, os preços devem

voltar a cair, refletindo o incremento de produção esperado para este ano.

Fundamentos

No último relatório divulgado em dezembro, a Conab apontou que a produção de cana no Brasil deva

atingir 658,7 milhões de toneladas na safra 2015/2016, o que representa alta de 3,8% em relação à safra

passada. Em relação ao levantamento de agosto, houve leve melhora na estimativa de produção,

passando de 655,2 milhões de toneladas para 658,7 milhões de toneladas, refletindo a melhora

climática. O próximo levantamento da Conab será divulgado em meados de abril, com a primeira

estimativa para a safra 2016/17.

O levantamento divulgado pelo USDA em novembro trouxe melhor ajuste entre oferta e demanda

globais, com a relação estoque consumo passando de 26% na safra passada para 22,9% na atual. O

próximo relatório semestral do USDA será divulgado em meados de maio. Consultorias internacionais

especializadas estão apontando que, após cinco anos gerando superávits globais, a indústria de açúcar

deverá apresentar déficit.

Segundo a Unica, faltando dois meses para a finalização do processamento da safra 2015/16 de cana,

foram moídos no Centro-Sul 4,7% a mais de cana em relação ao ano passado. Na mesma comparação,

a produção de açúcar está 4,3% menor e a de etanol anidro (misturado na gasolina) está 3,1% mais

baixa. Já a produção de etanol hidratado, usado diretamente nos veículos flex, está 10,7% maior para

atender ao forte incremento de consumo após a elevação do preço da gasolina.

Segundo a ANP, as vendas de etanol hidratado cresceram 37,5% em 2015, ante o ano anterior,

enquanto as vendas de gasolina caíram 7,3% no mesma base de comparação.

Os preços internacionais do açúcar devem seguir em alta moderada, refletindo o melhor ajuste entre

oferta e demanda globais por açúcar e a menor produção no Brasil. No entanto, os estoques globais

ainda continuam elevados, o que combinado ao dólar forte deverá impedir alta mais relevante dos

preços cotados nessa moeda. Os preços do etanol devem seguir pressionados, favorecidos pela

demanda robusta e pelo aumento de preços da gasolina. Mas a partir de março/abril, com a entrada da

nova safra, os preços devem voltar a cair, já que é esperado incremento relevante de produção de

etanol, em detrimento da produção de açúcar.

10

ÚC

AR

E

ETA

NO

L

Produção nacional de

cana-de-açúcar

em mil toneladas

1991 – 2016

Fonte e projeção (*): Conab

Elaboração: Bradesco

Safra 15/16 Mil ton Var. Abs. Var. %

1º Levantamento Abr/15 654.613

2º Levantamento Ago/15 655.159 546 0,1%

3º Levantamento Dez/15 658.702 3.543 0,5%

4º Levantamento Abr/16

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Preço de Etanol Hidratado

(em R$ por metro cúbico)

2012 - 2016

FONTE: BMF BOVESPA

ELABORAÇÃO: BRADESCO

11

Preços internacionais de

açúcar

(em US$ cents por

bushel)

2000 – 2016

Projeção de preço: média

dos preços futuros

FONTE: BLOOMBERG

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Produção nacional de

açúcar (em mil toneladas)

Produção nacional de

etanol (em mil litros)

1994 – 2016

FONTE: CONAB

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Projeção de preço: preços

futuros BMF BOVESPA

11.700

19.380

16.020

27.500

38.168

35.968

37.878

35.56034.613

12.692

13.078

10.518

14.640

23.007

25.763

27.595

23.640

28.660 29.215

8.000

15.000

22.000

29.000

36.000

43.000

93

/94

94

/95

95

/96

96

/97

97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

02

/03

03

/04

04

/05

05

/06

06

/07

07

/08

08

/09

09

/10

10

/11

11

/12

12

/13

13

/14

14

/15

15

/16

*

Açúcar em mil toneladasEtanol em mil litros

Fonte e (*) Projeção: Conab Elaboração: Bradesco

Produção nacional de açúcar e de etanol 1993 – 2013

AÇÚCAR

ÁLCOOL

5,6

10,7

9,0 8,8

6,3

9,0

8,4

17,9

8,9

13,1

11,3

28,4

14,6

32,1

21,9

29,5

24,9

17,7

15,4

10,7

14,9

13,96

3,0

9,0

15,0

21,0

27,0

33,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

Preços internacionais de açúcar – NYBOT – Preço futuro 1º Vencto 2000 – 2013Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

Em US$ cents por libra peso

de

z/1

6

1.062

1.291

1.025

1.146

1.225

1.354

1.150

1.136

1.076

1.316

1.192 1.148

1.353

1.590

1.708

1.842

1.455

1.475

920

1.020

1.120

1.220

1.320

1.420

1.520

1.620

1.720

1.820

1.920

jan

/12

fev/1

2m

ar/

12

ab

r/12

mai/1

2ju

n/1

2ju

l/12

ag

o/1

2set/

12

ou

t/12

no

v/1

2d

ez/

12

jan

/13

fev/1

3m

ar/

13

ab

r/13

mai/1

3ju

n/1

3ju

l/13

ag

o/1

3set/

13

ou

t/13

no

v/1

3d

ez/

13

jan

/14

fev/1

4m

ar/

14

ab

r/14

mai/1

4ju

n/1

4ju

l/14

ag

o/1

4set/

14

ou

t/14

no

v/1

4d

ez/

14

jan

/15

fev/1

5m

ar/

15

ab

r/15

mai/1

5ju

n/1

5ju

l/15

ag

o/1

5set/

15

ou

t/15

no

v/1

5d

ez/

15

jan

/16

fev/1

6m

ar/

16

ab

r/16

mai/1

6ju

n/1

6ju

l/16

ag

o/1

6set/

16

ou

t/16

no

v/1

6

em R$ por metro cúbico

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

FONTE: Bloomberg

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não

comerciais e preços

internacionais de soja

2010 - 2016

FONTE: Bloomberg

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não

comerciais e preços

internacionais de milho

2010 - 2016

FONTE: Bloomberg

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não comerciais

e preços internacionais

de café

2010 - 2016

Acompanhamento das posições não comerciais

-27264

192117

-24414

260.845

46.808

168.209

-130.404

-20775

1.613

940,8

926

-160.000

-120.000

-80.000

-40.000

0

40.000

80.000

120.000

160.000

200.000

240.000

280.000

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

2.000

fev/1

0

mai/1

0

ag

o/1

0

no

v/1

0

fev/1

1

mai/1

1

ag

o/1

1

no

v/1

1

fev/1

2

mai/1

2

ag

o/1

2

no

v/1

2

fev/1

3

mai/1

3

ag

o/1

3

no

v/1

3

fev/1

4

mai/1

4

ag

o/1

4

no

v/1

4

fev/1

5

mai/1

5

ag

o/1

5

no

v/1

5

fev/1

6

US$ c / bushel em número de contratos

posição não comercial

preço soja

16-j

un

-09

-66.274

385.009

80.111

149.456

-113.383

-15328

746,8

789,5

545,3

340,5

351,5

-300000

-200000

-100000

0

100000

200000

300000

400000

500000

150

250

350

450

550

650

750

850

fev/1

0

ou

t/10

jun

/11

fev/1

2

ou

t/12

jun

/13

fev/1

4

ou

t/14

jun

/15

fev/1

6

US$ cents por bushel

posição não comercial

preço milho

46.478

50.224

38.200

-2147

281,7

208,9

168,3

124,25

-30.000

-20.000

-10.000

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

-20

30

80

130

180

230

280

330

380

fev/1

0

ab

r/10

jun

/10

ag

o/1

0

ou

t/10

dez/1

0

fev/1

1

ab

r/11

jun

/11

ag

o/1

1

ou

t/11

dez/1

1

fev/1

2

ab

r/12

jun

/12

ag

o/1

2

ou

t/12

dez/1

2

fev/1

3

ab

r/13

jun

/13

ag

o/1

3

ou

t/13

dez/1

3

fev/1

4

ab

r/14

jun

/14

ag

o/1

4

ou

t/14

dez/1

4

fev/1

5

ab

r/15

jun

/15

ag

o/1

5

ou

t/15

dez/1

5

fev/1

6

Posições Não Comerciais e Preços Internacionais de café - 2007 - 2014 - Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

posição não comercial Café

16-j

un

-09

US$ c / libra em número de contratos

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

SO

JA

Complexo Soja

Da soja em grão produzida no Brasil, 43% do volume é exportado e 57% é destinado à moagem. O

processo de moagem resulta em 72% de farelo e 18% de óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas.

Do farelo produzido, 50% são exportados e, do óleo, 20% são embarcados.

A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%.

Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e

cerca de 80% são utilizados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e

suínos.

Países de destino

Grão: 75% China, 15% Europa, 10% outros países asiáticos.

Farelo: 70% Europa, 20% países asiáticos.

Óleo: 50% China, 20% Índia.

Sazonalidade

Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio.

Regionalização

Centro-Oeste: 49%; Sul 33%; 8% Nordeste; 6% Sudeste

Ranking

O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 30,8%, atrás dos EUA, com 31,5%, mas é o

maior exportador, com 40,7% do total, seguido pelos EUA, com 39,3%.

Retrato do mercado

13

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto

representa:

64% da avicultura

65% da suinocultura

23% da pecuária de leite

Países de destino

As exportações de milho respondem por 32% do volume produzido. Os principais mercados de destino

são: 20% Vietnã, 16% Irã, 7% Taiwan.

Sazonalidade

O milho tem duas safras:

Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e

maio. Representa 40% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45% Sul; 26% Sudeste; 10%

Centro-Oeste; 15% Nordeste.

Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro.

Responde por 60% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64,3% Centro-Oeste; 23% Sul

(somente Paraná); 6% Nordeste (somente Bahia); 5% Sudeste.

Ranking

O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 7% de participação no mercado e o segundo maior

exportador, com 18% de participação.

MIL

HO

Retrato do mercado

14

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O Brasil exporta 67% do café produzido, sendo 90% de café verde e 10% de café solúvel

A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos

totais, pois a maior parte da colheita é manual.

Países de destino

Café verde: 19,3% EUA; 18,8% Alemanha; 10% Japão.

Café solúvel: 16,3% EUA; 13,5% Rússia; 6,4% Ucrânia.

Regionalização

Distribuição regional da produção de café arábica:

71,5% Minas Gerais

10,5% São Paulo

9,1% Espírito Santo

4,3% Paraná

2,8% Bahia

Distribuição regional da produção de café robusta:

75,6% Espírito Santo

12,5% Rondônia

6,7% Bahia

2,6% Minas Gerais

Sazonalidade

A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se

estende até setembro.

Ranking

O Brasil é o maior player global, com participações de 37% na produção e de 27% na exportação. Os

demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que

responde por 15% do consumo mundial. C

AF

É

Retrato do mercado

15

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para

abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais

para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro.

As exportações respondem por 20% da produção nacional de carne bovina.

Países de destino

A Rússia é o principal mercado de destino das exportações brasileiras de carne bovina, com

participação de 22%. Hong Kong responde por 18%.

Regionalização

Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,4% Centro-Oeste; 20,4% Sudeste; 20,1%

Norte; 12,3 Sul; 10,8% Nordeste.

Ranking

O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,9% de participação, antecedido

pelos EUA, que representam 19,1%.

O Brasil é o maior exportador mundial, com 21% do mercado.

Sazonalidade

O ciclo da pecuária bovina é longo – 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do

animal com aproximadamente 15 arrobas.

O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto,

alimentado à base de capim.

O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde

por apenas 5% do total de abates.

A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens

abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são menores.

A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam

as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. No entanto, os preços se elevam

nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais elevado. No

pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado.

Nos confinamentos há dois turnos:

1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro

2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro

BO

I

Retrato do mercado

16

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Complexo Sucroalcooleiro

Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 46% se destinam à produção de açúcar e 54% à produção de

etanol.

O açúcar tem a seguinte destinação: 70% exportação e 30% mercado doméstico. O etanol tem a

seguinte destinação: 10% exportação e 90% mercado interno.

Do total de etanol produzido, o hidratado representa 55% (usado como combustível nos carros flex fuel)

e o anidro 45% (misturado à gasolina na proporção de 20% a 25%).

O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de

70%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

Países de destino

Açúcar Bruto (73% da produção) : 15% China; 8% Bangladesh;

Açúcar Refinado (27% da produção): Principais países: Países árabes e africanos;

Etanol: 60% EUA; Coreia do Sul 13%.

Sazonalidade

A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita da cana é de 18 meses, e da

mesma planta é possível fazer até 6 cortes, em média.

O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas.

Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção.

O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores

relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre.

Regionalização

65% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul.

Ranking

O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 22,2%. Os demais players são:

Índia 15%; União Europeia 9,2%; China 8,5%; Tailândia 6,2%.

O Brasil é o maior exportador, com participação de 46% no mercado global. Os demais exportadores

são: Tailândia 15%; Austrália 5,4%.

Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57% EUA e 27% Brasil.

ÚC

AR

E

ETA

NO

L

Retrato do mercado

17

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Economia Internacional: Fabiana D’Atri / Felipe Wajskop França / Daniela Cunha de Lima / Thomas Henrique Schreurs Pires

Economia Doméstica: Igor Velecico / Andrea Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Tatiany Neves Bast / Ariana

Stephanie Zerbinatti

Análise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida

Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi Barufi

Estagiários: Gabriel Marcondes dos Santos/ Wesley Paixão Bachiega / Carlos Henrique Gomes de Brito/ Gustavo Assis

Monteiro

Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos

Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo

O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO).

Equipe Técnica

18