AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCOAGRONEGÓCIO ...³cio...O plantio da próxima safra 2015/16 no Brasil...

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Setembro de 2015 Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Panorama Macroeconômico Os dados globais continuam sustentando nossa expectativa de que o crescimento do PIB mundial em 2015 será inferior ao registrado no ano passado (prevemos expansão de 3,1% ante 3,4% em 2014). De um lado, a desaceleração da economia chinesa se acentuou, com destaque para o fraco desempenho do setor de construção e da indústria. Soma-se a isso a queda acentuada da bolsa e a mudança do regime de câmbio anunciado pelo governo do país, que aumentaram as incertezas em relação à condução da política econômica daqui para frente. Acreditamos que os riscos baixistas para a economia chinesa são elevados e novas medidas de estímulo podem não ser suficientes para garantir uma aceleração da economia. Isso, por sua vez, dá um viés de baixa para nossa expectativa de crescimento do PIB de 6,5% neste ano, abaixo da meta de expansão de 7% estipulada pelo governo. Por outro lado, as condições internas da economia dos EUA seguem se fortalecendo, em especial no mercado de trabalho. Com isso, o banco central norte-americano tem intensificado sua sinalização na direção do início da normalização monetária. Ainda assim, a inflação corrente no país e as expectativas de inflação continuam em patamar inferior à meta de 2,0%, permitindo que o Fed conduza esse processo de maneira bastante gradual. Acreditamos, assim, que a taxa de juros norte-americana começará a subir em dezembro deste ano. As principais implicações desse cenário, na nossa visão, concentram-se no fortalecimento do dólar em escala global, na queda dos preços das commodities e na piora da economia dos países emergentes. As preocupações relacionadas à condução da política fiscal continuam elevadas, impactando negativamente a confiança, ao mesmo tempo que a desaceleração da atividade econômica brasileira ainda não foi interrompida. A frustração com a arrecadação e os desafios de aumentar a receita e reduzir as despesas tornaram o ajuste fiscal mais dependente do ambiente político. Ao mesmo tempo, os sinais vindos da economia seguem decepcionando, sugerindo uma retração do PIB de 2,7% e 1,0% neste e no próximo ano. O enfraquecimento da atividade doméstica e a dificuldade em fazer o ajuste das contas públicas devem manter a taxa de câmbio pressionada, a qual deverá mostrar alguma apreciação em relação ao patamar atual nos próximos meses. Adicionalmente, também diante da contração do PIB e da acomodação das expectativas de inflação, o Banco Central optou pelo fim do ciclo atual de aumento da taxa Selic, que deverá seguir em 14,25% a.a. por um período prolongado. AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO Sumário Executivo Soja A combinação de safras recordes nos EUA e no Brasil, estoques ainda elevados (embora mais baixos do que o previsto no início do ano) e o dólar forte, que exerce pressão de baixa para as commodities, continuarão mantendo as cotações da soja em baixos patamares. O recuo de estoques apontado pelo USDA limitará a baixa das cotações. Milho O dólar forte deverá continuar exercendo pressão de baixa para as cotações internacionais, em que pese a redução dos estoques globais e a menor estimativa para a produção norte-americana. No mercado doméstico, os preços internos devem seguir em baixa, refletindo o forte incremento da segunda safra. Café A despeito dos fundamentos de alta para os preços do café, como a redução da relação estoque consumo global e os efeitos negativos do El Niño sobre as lavouras da Ásia, as cotações internacionais devem continuar em baixa e com volatilidade, respondendo ao movimento de valorização do dólar. Boi Nos meses à frente, as cotações devem se manter em elevação, seguindo a sazonalidade até outubro, porém limitadas de um lado pelo consumo fraco, e sustentadas de outro pela oferta restrita. Açúcar e Etanol Apesar do recuo da relação entre estoque e consumo e dos efeitos negativos do El Niño sobre a produtividade da Ásia, que fundamentam um cenário de alta para os preços do açúcar, o dólar mais valorizado deverá continuar exercendo pressão de baixa para as cotações. Já o etanol deve seguir em alta, em função do consumo mais forte ante a gasolina.

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Setembro de 2015

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Panorama Macroeconômico

Os dados globais continuam sustentando nossa expectativa de que o crescimento do PIB mundial em 2015 será

inferior ao registrado no ano passado (prevemos expansão de 3,1% ante 3,4% em 2014). De um lado, a

desaceleração da economia chinesa se acentuou, com destaque para o fraco desempenho do setor de

construção e da indústria. Soma-se a isso a queda acentuada da bolsa e a mudança do regime de câmbio

anunciado pelo governo do país, que aumentaram as incertezas em relação à condução da política econômica

daqui para frente. Acreditamos que os riscos baixistas para a economia chinesa são elevados e novas medidas

de estímulo podem não ser suficientes para garantir uma aceleração da economia. Isso, por sua vez, dá um viés

de baixa para nossa expectativa de crescimento do PIB de 6,5% neste ano, abaixo da meta de expansão de 7%

estipulada pelo governo. Por outro lado, as condições internas da economia dos EUA seguem se fortalecendo,

em especial no mercado de trabalho. Com isso, o banco central norte-americano tem intensificado sua

sinalização na direção do início da normalização monetária. Ainda assim, a inflação corrente no país e as

expectativas de inflação continuam em patamar inferior à meta de 2,0%, permitindo que o Fed conduza esse

processo de maneira bastante gradual. Acreditamos, assim, que a taxa de juros norte-americana começará a

subir em dezembro deste ano. As principais implicações desse cenário, na nossa visão, concentram-se no

fortalecimento do dólar em escala global, na queda dos preços das commodities e na piora da economia dos

países emergentes.

As preocupações relacionadas à condução da política fiscal continuam elevadas, impactando negativamente a

confiança, ao mesmo tempo que a desaceleração da atividade econômica brasileira ainda não foi interrompida.

A frustração com a arrecadação e os desafios de aumentar a receita e reduzir as despesas tornaram o ajuste

fiscal mais dependente do ambiente político. Ao mesmo tempo, os sinais vindos da economia seguem

decepcionando, sugerindo uma retração do PIB de 2,7% e 1,0% neste e no próximo ano. O enfraquecimento da

atividade doméstica e a dificuldade em fazer o ajuste das contas públicas devem manter a taxa de câmbio

pressionada, a qual deverá mostrar alguma apreciação em relação ao patamar atual nos próximos meses.

Adicionalmente, também diante da contração do PIB e da acomodação das expectativas de inflação, o Banco

Central optou pelo fim do ciclo atual de aumento da taxa Selic, que deverá seguir em 14,25% a.a. por um

período prolongado.

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Sumário Executivo

Soja – A combinação de safras recordes nos EUA e no Brasil, estoques ainda elevados (embora mais baixos

do que o previsto no início do ano) e o dólar forte, que exerce pressão de baixa para as commodities, continuarão

mantendo as cotações da soja em baixos patamares. O recuo de estoques apontado pelo USDA limitará a baixa

das cotações.

Milho – O dólar forte deverá continuar exercendo pressão de baixa para as cotações internacionais, em que

pese a redução dos estoques globais e a menor estimativa para a produção norte-americana. No mercado

doméstico, os preços internos devem seguir em baixa, refletindo o forte incremento da segunda safra.

Café – A despeito dos fundamentos de alta para os preços do café, como a redução da relação estoque

consumo global e os efeitos negativos do El Niño sobre as lavouras da Ásia, as cotações internacionais devem

continuar em baixa e com volatilidade, respondendo ao movimento de valorização do dólar.

Boi – Nos meses à frente, as cotações devem se manter em elevação, seguindo a sazonalidade até outubro,

porém limitadas de um lado pelo consumo fraco, e sustentadas de outro pela oferta restrita.

Açúcar e Etanol – Apesar do recuo da relação entre estoque e consumo e dos efeitos negativos do El Niño

sobre a produtividade da Ásia, que fundamentam um cenário de alta para os preços do açúcar, o dólar mais

valorizado deverá continuar exercendo pressão de baixa para as cotações. Já o etanol deve seguir em alta, em

função do consumo mais forte ante a gasolina.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte e projeção: Conab

Elaboração: BRADESCO

Produção Nacional

de soja

(em mil toneladas)

1991 – 2015

SO

JA

2

SOJA – A combinação de safras recordes nos EUA e no Brasil, estoques ainda elevados e o fortalecimento do dólar continuarão mantendo as cotações da soja em baixos patamares. O recuo de estoques apontado pelo USDA limitará a baixa das cotações

15.39419.419

25.934 26.160

31.370 32.345

41.917

52.01849.989

55.027

60.01857.162

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*

em mil toneladasFonte e Projeção: CONAB

Elaboração: BradescoProdução Nacional de Soja 1990 - 2012

Fundamentos

O USDA divulgou o 5º levantamento da safra 2015/16 e trouxe revisão positiva para a estimativa de

produção nos EUA, passando de 106,6 para 107,1 milhões de toneladas, refletindo a melhora da

produtividade ante a estimativa anterior. Ao contrário do que tem sido esperado pelo mercado, essa é

a 3ª revisão positiva para a produtividade norte-americana. Para o Brasil, o USDA manteve a

estimativa anterior de 97 milhões de toneladas, uma ampliação de 2,6% ante a safra passada.

Novamente o relatório trouxe redução dos estoques globais e consequente recuo da relação estoque

consumo, de 28,0% no mês passado para 27,4% neste mês. Na safra passada, a relação estoque uso

fechou em 26,4%.

A Conab divulgou o último levantamento da safra 2014/15, cuja colheita já está finalizada. Com a

melhora do regime de chuvas nas regiões produtoras, o último levantamento apontou uma safra

recorde de soja, atingindo 96,2 milhões de toneladas, expansão de 11,8% ante a safra passada,

contrariando assim as estimativas do começo do ano, quando se esperava quebra de safra que

poderia ser afetada pela estiagem. A produção cresceu tanto pelo incremento de área (+6,4%) quanto

de produtividade (+5,1%).

As leituras de temperatura no Oceano Pacífico que influenciam a região da América do Sul estão

apontando que as temperaturas seguirão acima da média histórica, porém com trajetória de

desaquecimento nos próximos meses até o final do 1º semestre do próximo ano. Isso indica que o El

Niño trará chuvas durante o período de desenvolvimento das lavouras de grãos no Brasil,

beneficiando a produtividade. Já para a região da Ásia, as leituras apontam que a temperatura

continuará subindo e atingirá o pico em dezembro, passando a desaquecer a partir de janeiro do

próximo ano. Isso significa dizer que até o final deste ano deverá ocorrer estiagem na Ásia. No

entanto, o impacto nas lavouras de grãos será limitado, pois o período de colheita, que se estende até

novembro, já começou.

O plantio da próxima safra 2015/16 no Brasil começa a partir de meados de setembro, quando

termina o vazio sanitário, período determinado pelo governo para que a terra fique em repouso a fim

de evitar a propagação de pragas.

Nos meses à frente, as cotações deverão ficar mais voláteis, respondendo ao cenário externo

(principalmente com a desaceleração da China) e também à evolução do clima, condicionado ao

desenvolvimento do El Niño, durante o período de plantio no Brasil.

As cotações de soja continuam sem tendência de alta, sendo os principais fundamentos (i) as safras

recordes nos EUA e no Brasil, (ii) os estoques ainda elevados, embora estejam mais baixos ante o

previsto no início do ano e (iii) o dólar forte, que exerce pressão de baixa para as commodities. Por

outro lado, o recuo de estoques apontado pelo USDA desde o início da atual safra limita a baixa das

cotações.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

491

546507

436

632

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989

526

689

542

757

1.515

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1.287

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965867

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PREÇOS INTERNACIONAIS DE SOJA - BOLSA DE CHICAGO - CBOT PREÇO FUTURO 1º VENCTO 2000 - 2010

em US$ cents por bushel

em US$ cents por bushel

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco•Projeção de preço: média dos preços futuros

de

z/1

6

Produtividade da

lavoura de soja

(em kg por ha)

1991 – 2015

Fonte e (*) projeção: Conab

Elaboração: BRADESCO

Fonte: Deral

Elaboração e Projeção: BRADESCO

Preço de soja em grão ao

produtor – Praça Paraná -

(em R$ por saca de 60 kg)

2000 – 2015

3

Fonte: Bloomberg

Elaboração: Bradesco

Soja - Preço Futuro 1º vencimento

(em US$ cents/bushel)

2000 – 2015

Projeção de preço: média

dos preços futuros

1.580

2.027

2.1502.221

2.175

2.2992.367 2.395

2.751

2.567

2.816

2.339

2.245

2.419

2.816

2.629

2.927

3.115

2.651

2.938

2.854

2.999

1.500

1.700

1.900

2.100

2.300

2.500

2.700

2.900

3.100

3.300

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3

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4

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5*

em kg por ha Fonte e Projeção: Conab Elaboração: Bradesco Produtividade da lavoura de soja - 1990 - 2012

18,04

26,63

19,98

43,93

32,42

48,15

22,57

28,62

27,03

44,37

39,81

30,59

45,68

40,14

73,92

50,53

61,83

53,38

63,31

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SOJA EM GRÃO PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA PR

em R$ por saca de 60 kg Fonte: Deral PR Elaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

MIL

HO

MILHO – O dólar forte deverá continuar exercendo pressão de baixa para as cotações

internacionais, em que pese a redução dos estoques globais e a menor estimativa

para a produção norte-americana. No mercado doméstico, os preços domésticos

devem seguir em baixa, refletindo o forte incremento da segunda safra

Fonte e (*) projeção: Conab

Elaboração : BRADESCO

Produção Nacional

de milho

(em mil toneladas)

1991 – 2015

4

24.096

30.77133.174

37.44235.716

32.393

42.290

35.281

47.411

42.129

35.007

42.515

51.370

58.652

51.004

56.01857.407

72.980

81.506 80.052

84.729

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

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*

em mil toneladas Fonte e Projeção: ConabProdução Nacional de Milho - 1991 - 2012

Fundamentos

O USDA divulgou, no 5º levantamento da safra 2015/16, redução da estimativa de produção de milho nos

EUA, de 347,6 milhões de toneladas para 345,1 milhões de toneladas, como resultado da piora da

produtividade. O USDA revisou para baixo os estoques globais e, com isso, a relação estoque consumo

caiu de 19,7% no mês passado para 19,2% no mês atual. Na safra passada, a relação estoque consumo

fechou em 20%.

A Conab divulgou o último levantamento da safra 2014/15. A produção total de milho foi recorde e

chegou a 84,7 milhões de toneladas, expansão de 5,8%. A 1ª safra alcançou 30,2 milhões de toneladas,

recuando 4,4% ante o ano anterior e refletindo a redução de 7,0% da área, que cedeu espaço para a

soja. A 2ª safra de milho foi o destaque da atual temporada, com expansão de 4,1% da área, de 8,2% da

produtividade e de 12,6% da produção, atingindo 54,5 milhões de toneladas.

As leituras de temperatura no Oceano Pacífico que influenciam a região da América do Sul estão

apontando que as temperaturas seguirão acima da média histórica, porém com trajetória de

desaquecimento nos próximos meses até o final do 1º semestre do próximo ano. Isso indica que o El

Niño trará chuvas durante o período de desenvolvimento das lavouras de grãos no Brasil, beneficiando a

produtividade. Já para a região da Ásia, as leituras apontam que a temperatura continuará subindo e

atingirá o pico em dezembro, passando a desaquecer a partir de janeiro do próximo ano. Isso significa

dizer que até o final deste ano deverá ocorrer estiagem na Ásia. No entanto, o impacto nas lavouras de

grãos será limitado, pois já estão em período de colheita que se estende até novembro. O impacto mais

forte poderá ocorrer nas culturas de café e cana, cuja colheita ocorre a partir de outubro até meados do

ano seguinte.

O plantio da safra 2015/16 no Brasil começa em meados de 15 de setembro, quando termina o vazio

sanitário, período determinado pelo governo para que a terra fique em repouso a fim de evitar a

propagação de pragas.

Nos meses à frente, as cotações deverão apresentar muita volatilidade respondendo ao cenário externo,

principalmente a China e também à evolução do clima condicionado ao desenvolvimento do El Niño,

durante o período de plantio no Brasil. .

Apesar da redução dos estoques globais e da menor estimativa para a produção norte-americana, as

cotações internacionais de milho continuam sem tendência de alta, uma vez que o dólar forte exerce

pressão de baixa para as commodities agrícolas. Os preços domésticos também devem seguir em

baixos patamares, em resposta ao forte incremento da segunda safra.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Produtividade –

milho

(em kg por ha)

1991 – 2015

Fonte: Conab

Elaboração : BRADESCO

Fonte: Deral

Elaboração e Projeção: BRADESCO

Preço de milho ao

produtor – Praça

Paraná

(em R$ por saca de

60 kg)

2000 – 2015

5

Milho - Preço Futuro 1º vencimento

(em US$ cents por

bushel)

2000 – 2015

Projeção de preço: média

dos preços futuros

Fonte: Bloomberg

Elaboração: Bradesco

11,95

7,05

11,40

22,28

18,96

16,26

10,44

14,14

24,94

13,07

19,96

26,92

17,26

23,29

17,84

20,89

5,0

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Preço pago ao produtor de milho - Paraná Fonte: DeralElaboração e Projeção:

Em R$ por saca de 60 kg Fonte: DeralElaboração e Projeção:

Em R$ por saca de 60 kg

de

z/1

5

217

235

267

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316

237

413

326

493

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Milho - Bolsa de Chicago - CBOTPreço futuro 1º vencimento

Em US$ cents por bushelFonte: Bloomberg Elaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

6

1.791

2.1942.3492.344

2.622

2.356

2.5882.6502.5892.480

3.260

2.864

3.585

3.296

2.867

3.279

3.655

3.972

3.599

4.3114.158

4.808

5.1495.057

5.382

1.500

2.000

2.500

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4.000

4.500

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03

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04

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05

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06

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07

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08

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09

/10

10

/11

11

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12

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13

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14

/15

*

em kg por ha Produtividade - Milho - 1991 - 2012

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fundamentos

No último relatório semestral divulgado em junho, o USDA apontou recuo dos estoques na atual safra

2015/16, contribuindo, dessa forma, para a redução da relação estoque consumo, de 23% para 21,4%. O

próximo levantamento semestral do USDA será divulgado em meados de dezembro.

A Conab divulgou em junho o 2º levantamento para a safra 2015/16 de café. A estimativa para a

produção é de 44,25 milhões de sacas de 60 quilos, um recuo de 2,4% ante a safra passada, como

efeito da estiagem que afetou negativamente as lavouras do Sudeste.

A estiagem que afetou o Sudeste entre a primavera de 2014 e início de 2015, período importante para o

desenvolvimento da planta, provocou a redução do tamanho dos grãos, o que tem consequências para a

produtividade, podendo levar à revisão baixista das estimativas de produção a serem divulgadas em

setembro pela Conab.

Apesar das preocupações com os efeitos da estiagem sobre as lavouras de café do Sudeste, os preços

do café seguem em queda desde julho, reagindo à valorização do dólar. O movimento do câmbio

impacta os preços das commodities, mas para o café o impacto do dólar valorizado é mais intenso se

comparado aos grãos, dado que o Brasil responde por 30% das exportações globais.

As leituras de temperatura no Oceano Pacífico que influenciam a região da América do Sul estão

apontando que as temperaturas seguirão acima da média histórica, porém com trajetória de

desaquecimento nos meses à frente até o final do 1º semestre do próximo ano, confirmando assim o El

Niño. Isso significa dizer que durante a florada do café, que se concentra entre setembro e outubro, o

clima estará mais chuvoso, sendo benéfico para a produtividade da próxima safra 2016/17, que começa

a ser colhida em maio. Para a região da Ásia, importante produtora de café, as leituras apontam que a

temperatura continuará subindo e atingirá o pico em dezembro, passando a desaquecer a partir de

janeiro do próximo ano. Com isso, até o final deste ano deverá ocorrer estiagem na Ásia, impactando

negativamente a produtividade das lavouras de café, cuja colheita ocorre a partir de outubro até meados

do ano seguinte.

Apesar da colheita da safra 2015/16 ainda estar em andamento, as atenções estarão voltadas para o

desenvolvimento do clima no Brasil durante o período da florada da safra 2016/17.

Os fundamentos – recuo da relação estoque consumo global e efeitos negativos do El Niño sobre as

lavouras da Ásia – apontam tendência de leve alta para os preços de café. No entanto, as cotações

internacionais devem seguir voláteis e em baixa, respondendo ao movimento da valorização do dólar.

CAFÉ – A despeito dos fundamentos de alta para os preços do café, tais como a

redução da relação estoque consumo global e os efeitos negativos do El Niño sobre as

lavouras da Ásia, as cotações internacionais devem continuar em baixa e voláteis,

respondendo ao movimento de valorização do dólar

Produção Nacional de

Café

(em mil sacas de 60 kg)

1994 – 2015

Fonte e projeção (*): Conab

Elaboração: Bradesco

CA

6

26.000

16.800

27.500

18.860

34.547

27.170

31.100

28.137

48.480

28.820

39.272

32.944

42.512

36.070

45.992

39.470

48.095

43.484

50.82649.152

45.34244.284

11.000

21.000

31.000

41.000

51.000

61.000

94/9

5

95/9

6

96/9

7

97/9

8

98/9

9

99/0

0

00/0

1

01/0

2

02/0

3

03/0

4

04/0

5

05/0

6

06/0

7

07/0

8

08/0

9

09/1

0

10/1

1

11/1

2

12/1

3

13/1

4

14/1

5

15/1

6*

Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: BradescoProdução Nacional de Café - 1994 - 2012mil sacas de 60 kg

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: CEPEA ESALQ Elaboração: Bradesco

Preço Café Arábica

(em R$ por saca de 60 kg)

2000 – 2015

Projeção de preço: média

dos preços futuros BMF

7

Fonte: Bloomberg

Elaboração: Bradesco

Café Arábica - NYBOT Preço Futuro 1º vencimento

(em US$ cents por libra

peso)

2000 – 2015

Projeção de preço: média

dos preços futuros 115,06

63,07 65,95

67,78

99,48

127,53

96,55

131,18

152,04

108,67

142,45

204,99

272,07

180,03

150,03

117,62

197,02

134,70

25,0

75,0

125,0

175,0

225,0

275,0

325,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

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jan

/05

jan

/06

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/07

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/09

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/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

Projeção de preço: média dos preços futurosCafé em grão - Bolsa de Nova York - NYBOT

2000 - 2010Em US$ cents por libra peso

Fonte: Bloomberg Elaboração:

de

z/1

6

223,6

104,4

239,8

337,0

230,4

291,4

245,8

269,8

247,5

282,2

328,0

530,8

457,8

387,5

408,6

247,7

366,3

424,0

529,2

90,0

140,0

190,0

240,0

290,0

340,0

390,0

440,0

490,0

540,0

590,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

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/03

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/12

jan

/13

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/15

Café Arábica - Preço ao Produtor - Praça São Paulo 2000 - 2012Em R$ por saca 60 kg Fonte: Cepea EsalqElaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

5

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

70.893

101.746104.974

127.236

120.133

60.000

70.000

80.000

90.000

100.000

110.000

120.000

130.000

140.000

150.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Exportações Brasileiras de carne bovina - 2010 - 2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco

2012

2013

2014

2015

BO

I

BOI – Nos meses à frente as cotações devem se manter em elevação,

seguindo a sazonalidade até outubro, porém limitadas de um lado pelo

consumo fraco, e sustentadas de outro pela oferta restrita.

Fundamentos Apesar da leve melhora dos volumes embarcados nos últimos meses, as exportações de carne bovina

acumulam queda de 18,7% no ano até agosto, refletindo a redução de compras por parte da Rússia (-

45,5%) e da Venezuela (-45,6%), que sofrem os efeitos da retração dos preços do petróleo e da

desvalorização da moeda local ante o dólar, encarecendo as importações de carnes. A abertura dos

mercados norte-americano e chinês para as exportações brasileiras de carne bovina é positiva, mas

como ainda depende de inspeção sanitária e entrega de certificado sanitário, os efeitos mais claros

sobre as exportações brasileiras deverão ser percebidos apenas a partir do próximo ano.

A piora do mercado de trabalho e o aperto da renda do consumidor devem continuar arrefecendo o

consumo doméstico de carne bovina. O movimento de preços de carnes no atacado dá indícios de que o

consumidor está trocando o consumo de carne de 1ª por carne de 2ª e pela carne de frango. Os preços

da carne de 2ª subiram entre 25% e 28% desde o início do ano até este mês, ao passo que os preços da

carne de 1ª caíram 4%. Já os preços da carne de frango subiram quase 30%.

A oferta de boi pronto para abate continuará restrita, fruto do abate de fêmeas ocorrido em anos

anteriores. Até julho deste ano, os abates caíram 10% ante o mesmo período do ano passado. No início

deste ano, era esperada ampliação de oferta de boi nos confinamentos, mas nos meses mais recentes

as pesquisas de intenção com os confinadores estão apontando queda ou aumento muito moderado. Os

preços do bezerro ainda continuam inibindo uma ampliação mais relevante do confinamento.

Os frigoríficos estão fazendo ajustes para reduzir a capacidade instalada. Neste ano, já foram fechadas

pouco mais de 40 plantas pelo País, reduzindo assim a demanda para a compra de boi.

A ocorrência do El Niño trará mais chuvas ao Centro Sul do Brasil, favorecendo o desenvolvimento das

pastagens.

Nos meses à frente, o mercado de boi contará de um lado com pressão de alta advinda da oferta mais

restrita e de outro com a demanda doméstica arrefecida e com o baixo dinamismo das exportações.

Dessa forma, podemos esperar que as cotações sigam em alta moderada e sazonal até outubro, de um

lado limitada pelo consumo fraco e de outro sustentada pela oferta restrita.

8

Exportações

brasileiras de carne

bovina

(em mil toneladas)

2012 – 2015

FONTE: SECEX

ELABORAÇÃO: BRADESCO

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Boi Gordo – Preço ao

Produtor – Praça São Paulo

(em R$ por arroba)

2002 – 2016

FONTE: CEPEA

ELABORAÇÃO: BRADESCO

9

Projeção de preço: média

dos preços futuros BMF

BOVESPA

Abate de bois

em mil cabeças

2013 - 2015

FONTE: MAPA

ELABORAÇÃO: BRADESCO

42,2

51,7

61,8

93,3

74,5

109,6106,9

90,897,0

108,4

125,2

150,7

141,5

149,3

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

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/08

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jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

BOI GORDO PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA SP

Em R$ por arroba (15 kg)Fonte: Cepea EsalqElaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

6

2.294

2.256

2.485

2.2312.186

2.072

1.600

1.700

1.800

1.900

2.000

2.100

2.200

2.300

2.400

2.500

2.600

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Abates mensais de boi - 2010 - 2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco

2013

2014

2015

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

222.429 223.460240.944

287.810

314.969

257.592

320.650

359.316

431.413

474.800

559.432

604.514623.905

560.364

588.916

658.822

634.767655.159

150.000

250.000

350.000

450.000

550.000

650.000

90

/91

91

/92

92

/93

93

/94

94

/95

95

/96

96

/97

97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

02

/03

03

/04

04

/05

05

/06

06

/07

07

/08

08

/09

09

/10

10

/11

11

/12

12

/13

13

/14

14

/15

15

/16

*

mil toneladasProdução Nacional de Cana-de-Açúcar - 1990 - 2013

Fonte e projeção : Conab Elaboração. Bradesco

AÇÚCAR E ETANOL – Apesar do recuo da relação entre estoque e consumo e

dos efeitos negativos do El Niño sobre a produtividade da Ásia, que

fundamentam um cenário de alta para os preços do açúcar, o dólar mais

valorizado deverá continuar exercendo pressão de baixa para as cotações. Já o

etanol deve seguir em alta, em função do consumo mais forte ante a gasolina

Fundamentos

Em abril, a Conab divulgou o 2º levantamento da safra 2015/16, que está em fase de processamento. A

estimativa de produção de cana foi levemente revisada para cima, passando de 654,6 milhões de

toneladas para 655,2 milhões de toneladas, refletindo a melhora de produtividade com o clima mais

chuvoso. Ante a safra anterior, é estimada uma alta de 3,2% da produção de cana. O próximo

levantamento da Conab será divulgado em dezembro.

Em maio, o relatório semestral de açúcar do USDA apontou melhor ajuste entre oferta e demanda

globais, com a relação estoque consumo passando de 26% na safra passada para 23,4% na atual.

Segundo a Unica, até meados de agosto, o volume de cana processada no Centro-Sul está no mesmo

nível registrado em igual período do ano anterior, com leve alta de 0,42%. A produção de açúcar está

8,3% mais baixa, e a de etanol anidro (misturado na gasolina) está 12,7% menor. Já a produção de

etanol hidratado está 15,2% maior para atender o forte incremento de consumo após a elevação do

preço da gasolina no início do ano.

Até julho, as vendas de etanol hidratado cresceram 40,3% ante o mesmo período do ano passado,

enquanto as vendas de gasolina caíram 5,2% no mesma base de comparação.

Apesar da oferta global mais contida, os preços do açúcar no mercado internacional estão em trajetória

de queda desde julho, refletindo a valorização do dólar. O movimento do câmbio impacta os preços das

commodities, mas para o açúcar o impacto do dólar valorizado é mais intenso dado que o Brasil é um

relevante player global e responde por 45% das exportações mundiais.

As leituras de temperatura no Oceano Pacífico que influenciam a região da América do Sul estão

apontando que as temperaturas seguirão acima da média histórica, porém com trajetória de

desaquecimento nos meses à frente até o final do 1º semestre do próximo ano. Isso indica que o El Niño

trará chuvas durante o período de desenvolvimento da cana no Brasil, podendo afetar negativamente a

produtividade, pois o excesso de chuva pode levar a menores níveis de ATR na planta. Para as regiões

da Ásia e da Oceania, as leituras apontam que a temperatura continuará subindo e atingirá o pico em

dezembro, passando a desaquecer a partir de janeiro do próximo ano. Isso significa dizer que até o final

deste ano deverá ocorrer estiagem na Ásia, impactando negativamente a produtividade da cana, cuja

colheita ocorre a partir de outubro até meados do ano seguinte.

O melhor ajuste global entre oferta e demanda e a possível quebra de produtividade na Ásia, associada

ao El Niño, fundamentam a tendência de alta para os preços internacionais do açúcar. Mas em um

cenário de dólar mais valorizado, as cotações deverão continuar pressionadas para baixo. Os preços do

etanol devem seguir em alta, em resposta ao incremento de consumo em detrimento da gasolina.

10

ÚC

AR

E

ETA

NO

L

Produção nacional de

cana-de-açúcar

em mil toneladas

1991 – 2016

Fonte e projeção (*): Conab

Elaboração: Bradesco

Safra 15/16 Mil ton Var. Abs. Var. %

1º Levantamento Abr/15 654.613

2º Levantamento Ago/15 655.159 546 0,1%

3º Levantamento Dez/15

4º Levantamento Abr/16

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

1.062

1.291

1.025

1.146

1.225

1.354

1.150

1.136

1.076

1.316

1.192

1.148

1.345

910

1.010

1.110

1.210

1.310

1.410

1.510

jan

/12

fev/1

2m

ar/

12

ab

r/12

mai/1

2ju

n/1

2ju

l/12

ag

o/1

2set/

12

ou

t/12

no

v/1

2d

ez/

12

jan

/13

fev/1

3m

ar/

13

ab

r/13

mai/1

3ju

n/1

3ju

l/13

ag

o/1

3set/

13

ou

t/13

no

v/1

3d

ez/

13

jan

/14

fev/1

4m

ar/

14

ab

r/14

mai/1

4ju

n/1

4ju

l/14

ag

o/1

4set/

14

ou

t/14

no

v/1

4d

ez/

14

jan

/15

fev/1

5m

ar/

15

ab

r/15

mai/1

5ju

n/1

5ju

l/15

ag

o/1

5set/

15

ou

t/15

no

v/1

5d

ez/

15

jan

/16

fev/1

6m

ar/

16

em R$ por metro cúbico

Preço de Etanol Hidratado

(em R$ por metro cúbico)

2012 - 2016

FONTE: BMF BOVESPA

ELABORAÇÃO: BRADESCO

11

Preços internacionais de

açúcar

(em US$ cents por

bushel)

2000 – 2015

Projeção de preço: média

dos preços futuros

FONTE: BLOOMBERG

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Produção nacional de

açúcar (em mil toneladas)

Produção nacional de

etanol (em mil litros)

1993 – 2016

FONTE: CONAB

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Projeção de preço: preços

futuros BMF BOVESPA

11.700

19.380

16.020

27.500

38.168

35.968

37.878

35.560

37.283

12.692

13.078

10.518

14.640

23.007

25.763

27.595

23.640

28.66028.520

8.000

15.000

22.000

29.000

36.000

43.000

93

/94

94

/95

95

/96

96

/97

97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

02

/03

03

/04

04

/05

05

/06

06

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07

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08

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09

/10

10

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11

/12

12

/13

13

/14

14

/15

15

/16

*

Açúcar em mil toneladasEtanol em mil litros

Fonte e (*) Projeção: Conab Elaboração: Bradesco

Produção nacional de açúcar e de etanol 1993 – 2013

AÇÚCAR

ÁLCOOL

5,6

10,7

9,0 8,8

6,3

9,0

8,4

17,9

8,9

13,1

11,3

28,4

14,6

32,1

21,9

29,5

24,9

17,7

15,4

10,5

12,6

3,0

9,0

15,0

21,0

27,0

33,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

jan

/16

Preços internacionais de açúcar – NYBOT – Preço futuro 1º Vencto 2000 – 2013Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

Em US$ cents por libra peso

de

z/1

6

Page 12: AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCOAGRONEGÓCIO ...³cio...O plantio da próxima safra 2015/16 no Brasil começa a partir de meados de setembro, quando termina o vazio sanitário, período

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

FONTE: Bloomberg

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não

comerciais e preços

internacionais de soja

2009 - 2015

FONTE: Bloomberg

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não

comerciais e preços

internacionais de milho

2009 - 2015

FONTE: Bloomberg

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não comerciais

e preços internacionais

de café

2009 - 2015

Acompanhamento das posições não comerciais

-27264

192117

-24414

260.845

46.808

168.209

-130.404

-1070

1.613

940,8

988,5

-160.000

-120.000

-80.000

-40.000

0

40.000

80.000

120.000

160.000

200.000

240.000

280.000

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

2.000

set/

09

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09

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10

jun

/10

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10

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10

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11

jun

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11

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12

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12

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jun

/13

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13

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13

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14

jun

/14

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14

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14

mar/

15

jun

/15

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15

US$ c / bushel em número de contratos

posição não comercial

preço soja

16-j

un

-09

-66.274

385.009

80.111

149.456

-113.383

58948

746,8

789,5

545,3

340,5

363,75

-300000

-200000

-100000

0

100000

200000

300000

400000

500000

150

250

350

450

550

650

750

850

set/

09

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09

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/10

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10

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10

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11

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11

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11

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jun

/12

set/

12

dez/

12

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/13

set/

13

dez/

13

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/14

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14

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14

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15

jun

/15

set/

15

US$ cents por bushel

posição não comercial

preço milho

46.478

50.224

38.200

-15218

281,7

208,9

168,3

122,9

-30.000

-20.000

-10.000

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

-20

30

80

130

180

230

280

330

380

set/

09

no

v/0

9

jan

/10

mar/

10

mai/1

0

jul/10

set/

10

no

v/1

0

jan

/11

mar/

11

mai/1

1

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11

no

v/1

1

jan

/12

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2

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no

v/1

2

jan

/13

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3

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v/1

3

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/14

mar/

14

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4

jul/14

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4

jan

/15

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15

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5

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set/

15

Posições Não Comerciais e Preços Internacionais de café - 2007 - 2014 - Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

posição não comercial Café

16-j

un

-09

US$ c / libra em número de contratos

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

SO

JA

Complexo Soja

Da soja em grão produzida no Brasil, 43% do volume é exportado e 57% é destinado à moagem. O

processo de moagem resulta em 72% de farelo e 18% de óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas.

Do farelo produzido, 50% são exportados e, do óleo, 20% são embarcados.

A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%.

Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e

cerca de 80% são utilizados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e

suínos.

Países de destino

Grão: 75% China, 15% Europa, 10% outros países asiáticos.

Farelo: 70% Europa, 20% países asiáticos.

Óleo: 50% China, 20% Índia.

Sazonalidade

Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio.

Regionalização

Centro-Oeste: 49%; Sul 33%; 8% Nordeste; 6% Sudeste

Ranking

O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 30,8%, atrás dos EUA, com 31,5%, mas é o

maior exportador, com 40,7% do total, seguido pelos EUA, com 39,3%.

Retrato do mercado

13

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto

representa:

64% da avicultura

65% da suinocultura

23% da pecuária de leite

Países de destino

As exportações de milho respondem por 28% do volume produzido. Os principais mercados de destino

são: 14% Japão, 13% Coréia do Sul, 8,5% Taiwan.

Sazonalidade

O milho tem duas safras:

Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e

maio. Representa 40% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45% Sul; 26% Sudeste; 10%

Centro-Oeste; 15% Nordeste.

Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro.

Responde por 60% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64,3% Centro-Oeste; 23% Sul

(somente Paraná); 6% Nordeste (somente Bahia); 5% Sudeste.

Ranking

O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 7% de participação no mercado e o segundo maior

exportador, com 18% de participação.

MIL

HO

Retrato do mercado

14

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O Brasil exporta 67% do café produzido, sendo 90% de café verde e 10% de café solúvel

A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos

totais, pois a maior parte da colheita é manual.

Países de destino

Café verde: 19,3% EUA; 18,8% Alemanha; 10% Japão.

Café solúvel: 16,3% EUA; 13,5% Rússia; 6,4% Ucrânia.

Regionalização

Distribuição regional da produção de café arábica:

71,5% Minas Gerais

10,5% São Paulo

9,1% Espírito Santo

4,3% Paraná

2,8% Bahia

Distribuição regional da produção de café robusta:

75,6% Espírito Santo

12,5% Rondônia

6,7% Bahia

2,6% Minas Gerais

Sazonalidade

A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se

estende até setembro.

Ranking

O Brasil é o maior player global, com participações de 37% na produção e de 27% na exportação. Os

demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que

responde por 15% do consumo mundial. C

AF

É

Retrato do mercado

15

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para

abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais

para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro.

As exportações respondem por 20% da produção nacional de carne bovina.

Países de destino

A Rússia é o principal mercado de destino das exportações brasileiras de carne bovina, com

participação de 22%. Hong Kong responde por 18%.

Regionalização

Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,4% Centro-Oeste; 20,4% Sudeste; 20,1%

Norte; 12,3 Sul; 10,8% Nordeste.

Ranking

O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,9% de participação, antecedido

pelos EUA, que representam 19,1%.

O Brasil é o maior exportador mundial, com 21% do mercado.

Sazonalidade

O ciclo da pecuária bovina é longo – 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do

animal com aproximadamente 15 arrobas.

O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto,

alimentado à base de capim.

O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde

por apenas 5% do total de abates.

A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens

abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são menores.

A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam

as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. No entanto, os preços se elevam

nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais elevado. No

pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado.

Nos confinamentos há dois turnos:

1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro

2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro

BO

I

Retrato do mercado

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Complexo Sucroalcooleiro

Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 46% se destinam à produção de açúcar e 54% à produção de

etanol.

O açúcar tem a seguinte destinação: 70% exportação e 30% mercado doméstico. O etanol tem a

seguinte destinação: 10% exportação e 90% mercado interno.

Do total de etanol produzido, o hidratado representa 55% (usado como combustível nos carros flex fuel)

e o anidro 45% (misturado à gasolina na proporção de 20% a 25%).

O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de

70%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

Países de destino

Açúcar Bruto (73% da produção) : 15% China; 8% Bangladesh;

Açúcar Refinado (27% da produção): Principais países: Países árabes e africanos;

Etanol: 60% EUA; Coreia do Sul 13%.

Sazonalidade

A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita da cana é de 18 meses, e da

mesma planta é possível fazer até 6 cortes, em média.

O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas.

Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção.

O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores

relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre.

Regionalização

65% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul.

Ranking

O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 22,2%. Os demais players são:

Índia 15%; União Europeia 9,2%; China 8,5%; Tailândia 6,2%.

O Brasil é o maior exportador, com participação de 46% no mercado global. Os demais exportadores

são: Tailândia 15%; Austrália 5,4%.

Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57% EUA e 27% Brasil.

ÚC

AR

E

ETA

NO

L

Retrato do mercado

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Economia Internacional: Fabiana D’Atri / Felipe Wajskop França / Thomas Henrique Schreurs Pires

Economia Doméstica: Igor Velecico / Andrea Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Tatiany Neves Bast / Ariana

Stephanie Zerbinatti

Análise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida

Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi Barufi

Estagiários: Davi Sacomani Beganskas / Henrique Neves Plens / Mizael Silva Alves/ Gabriel Marcondes dos Santos/

Wesley Paixão Bachiega/ Carlos Henrique Gomes de Brito

Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos

Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo

O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO).

Equipe Técnica

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