Água e Sais No Leite

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Água e Sais No Leite

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  • Unopar - Mestrado do Leite 11/04/2015

    Qumica e Bioqumica dos Constituintes do Leite 1

    QUMICA E BIOQUMICA DOS CONSTITUINTES DO LEITE

    Prof Dr Joice Sifuentes dos Santos

    [email protected]

    UNIVERSIDADE NORTE DO PARAN

    MESTRADO EM CINCIA E TECNOLOGIA DELEITE E DERIVADOS

    Composio do Leite

    Componente %

    gua 87,3%

    Extrato seco total 12,7%

    Gordura 3,6%

    Extrato seco desengordurado 9,2%

    Protenas 3,3%

    Lactose 4,9%

    Minerais 0,9%

    Vitaminas

    Enzimas

    Pigmentos

    Gases dissolvidos

    Leite de vaca

    Composio do leite

    Soluo inica

    Disperso coloidalMinerais

    Lactose e albumina

    Casena e fosfatos

    Gordura

    Disperso verdadeira

    Disperso coloidal

    Emulso

    GUA

    1. gua

    Constituinte mais importante e mais abundante dosalimentos.

    Componente de grande importncia paraarmazenamento dos alimentos.

    Nutricionalmente, a gua contida nos alimentos no to importante

    Alimento % gua

    Leite fluido 88 90

    Queijo Minas frescal ~ 60

    Iogurte natural 85

    Doce de leite 15 40

    Leite em p 3,5 4

    1.1 Importncia da gua

    Essencial para a vida;

    Constitui de 70-95% do peso da maioria das formasde vida. a fase contnua dos seres vivos e dosalimentos;

    Estabiliza a TC dos seres vivos e do ambiente;

    Transporta nutrientes e resduos;

    Meio onde as reaes ocorrem, e reagente demuitas destas reaes;

    Participa da conformao e estabiliza a estrutura debiopolmeros;

    nica substncia abundante nos 3 estados damatria.

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    1.2 Importncia da gua nos alimentos

    Influencia na estrutura, textura, caractersticas

    organolpticas dos alimentos decisivo para

    aceitabilidade dos alimentos;

    Conservao (deteriorao microbiolgica ou

    enzimtica).

    2. Propriedades fsicas da gua

    Propriedade fsica Valor

    Ponto de fuso 0C a 101,3 kPa

    Ponto de ebulio 100C a 101,3 kPa

    Calor de fuso a 0C 80 kcal/g

    Calor de vaporizao 540 kcal/g

    Tenso superficial 0,0756 N/m a 0C

    Capacidade calorfica 4,217 kJ/kg/K a 0C

    Densidade da gua 0,999 g/cm3 a 0C

    Densidade do gelo 0,917 g/cm3 a 0C

    2.1 Estrutura e propriedades fsico-qumicas

    2 tomos de H e 1 tomo de O (PM= 18);

    2 pares de e compartilhados;

    2 pares de e no compartilhados;

    Solvente polar;

    Estrutura tetradrica(ngulo HOH 104,5);

    Pode formar pontes de H com outras 4 molculas de gua vizinhas;

    Molcula da gua forma dipolo eltrico.

    2.2 Molcula de gua

    Cada molcula de guapode formar 4 pontes deHidrognio com outrasmolculas.

    2.3 Estados fsicos da gua

    VAPOR GUA LQUIDA GUA SLIDA

    Molculas afastadas, raras pontes de H;

    contedo de energia alto, praticamente

    todas as molculas esto livres.

    Formao de agregados com molculas livres

    entre os mesmos, algumas pontes de H, contedo de energia

    mais baixo.

    Molculas fixas noretculo cristalino,

    distncias 1,2 ; todas as pontes de H possveis esto

    formadas. Contedo de energia baixo.

    Nenhuma molcula livre.

    Estrutura amorfa

    vs.

    Estrutura cristalina

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    2.4 Interaes gua-soluto

    Substncias hidroflicasLigaes dipolo-dipolo ou on dipolo

    Substncias hidrofbicas

    Formao de micelas

    Substncias eletrolticas

    2.4 Interaes gua-soluto

    A presena de solutos na gua modifica aspropriedades coligativas das solues:

    do ponto de congelamento;

    do ponto de ebulio;

    da presso de vapor.

    3. gua nos produtos lcteos

    Elevada porcentagem de gua no correspondesempre ao maior desenvolvimento de micro-organismos ou maior velocidade de reaesqumicas;

    Secagem da gua ocorre em 2 etapas de energia;

    Existncia de molculas de gua no congelvel.

    gua com diferentes propriedades e distribuio nos alimentos

    3.1 Classificao da gua quanto ao grau de ligao

    gua constitucional

    Faz parte da estrutura qumica do alimento.

    No removida durante a secagem.

    gua de hidratao de sais e protenas.

    gua vicinal

    Ligada a grupamentos mais hidroflicos.

    Difcil de ser removida.

    Disponvel para reaes qumicas.

    3.1 Classificao da gua quanto ao grau de ligao

    gua multicapa

    Interage com a gua vicinal ou comgrupamentos menos hidroflicos.

    Mais facilmente removida que a gua vicinal.

    gua livre

    No sofre atrao dos constituintes do alimento.

    3.1 Tipos de gua

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    3.1 Tipos de gua 4. Atividade de gua

    Interao da gua com os outros componentes doalimento

    Estado energtico da gua em um sistemaalimentar

    Tendncia de escape das molculas Disponibilidade de agir como solvente e participar

    de reaes qumicas e bioqumicas do alimento eno desenvolvimento de micro-organismos.

    Aa= PP0

    0 < Aa < 1gua puraAa = 1

    4.1 Aa de produtos lcteos

    Alimento Atividade de gua

    Leite fluido 0,995

    Leite evaporado 0,986

    Leite condensado 0,97

    Leite em p desnatado, 4,5% de gua 0,20

    Leite em p desnatado, 3% de gua 0,10

    Leite em p desnatado, 1,5% de gua 0,02

    Manteiga 0,92

    Queijo 0,94-0,98

    Doce de leite 0,81

    4.2 Fatores que influenciam a Aa

    Composio do alimentoConstituintes qumicos imobilizam parcialmente

    a gua

    Temperatura

    Atividade de gua com da temperatura

    Ponto de congelamento

    capacidade de evaporao reatividade qumica

    Aa

    Temperatura exerce maior influncia

    4.2 Fatores que influenciam a Aa

    Figura: Relao entre temperatura e atividade de gua dealimentos.

    Ponto Crioscpico

    5. Soro da gua

    Soro do vapor de gua para ou a partir de umalimento depende da presso de vapor exercidapela gua no alimento.

    p= presso de vapor do alimento

    p0= presso de vapor da atmosfera

    p < p0 Absoro (at ocorrer o equilbrio)

    p > p0 Dessoro (at ocorrer o equilbrio)

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    5. Soro da gua

    Soro de gua em produtos lcteos (assimcomo outros alimentos)

    Depende dos constituintes no gordurosos

    Protena Lactose

    5. Isotermas de soro

    a curva que indica, no equilbrio e para umadeterminada temperatura, a quantidade de guaretida ou perdida por um alimento em funo daumidade relativa da atmosfera que o rodeia.

    Maioria: forma sigmide

    Dois processos:

    Dessoro (desidratao)

    Absoro (hidratao)

    Figura: Histerese de uma isoterma de soro.

    5.1 Isotermas de soro Histerese

    Figura: Isoterma de soro de gua de alimento combaixa umidade

    5.2 Isotermas de soro

    5.3 Importncia das isotermas

    Processos de concentrao e desidratao;

    Avaliao da estabilidade dos alimentos;

    Previso do comportamento de alimentos emdiferentes UR;

    Previso do efeito da variao de TC sobre aAa de um alimento em uma embalagemimpermevel.

    6. Mtodos de avaliao da atividade de gua em alimentos

    Mtodo instrumental

    Aqualab

    Utiliza o princpio do ponto de orvalho emespelho encapsulado.

    A amostra colocada no equipamento,formado por uma cmara com um espelho deao inoxidvel que repetidamente resfriadae aquecida, enquanto o orvalho se forma e dissipado. O instrumento possui umaventoinha, que circula o ar e acelera oequilibrio da pressao de vapor. Quando oorvalho formado, o equipamente mede aTC e Aa da amostra, comparando comvalores posteriores at valor constante.

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    6. Mtodos de avaliao da atividade de gua em alimentos

    Avaliao atravs da Presso de vapor

    Em um recipientehermeticamente fechado, oalimento com umidadeconhecida mantido at oequilbrio a uma dada TC,avaliando-se a presso devapor originada com auxlio deum manmetro ou higrmetro

    6. Mtodos de avaliao da atividade de gua em alimentos

    Ganho ou perda de umidade

    O alimento, com peso conhecido, colocado emrecipientes fechados, contendo solues salinassaturadas ou H2SO4 em diferentes concentraes,gerando ambientes com Aa conhecidas. O alimento pesado diversas vezes, at atingir o equilbrio. Osresultados so interpolados em grficos e a Aa calculada.

    Soluo saturada

    Aa

    LiCl 0,11

    MgCl2 0,33

    K2CO3 0,43

    Mg(NO3)2 0,55

    NaBr 0,57

    NaC 0,75

    SnCl2 0,84

    KCl 0,86

    BaCl2 0,92

    6. Mtodos de avaliao da atividade de gua em alimentos

    Ganho ou perda de umidade

    Aa da amostra

    Aa

    g/g de amostra

    7. Alimentos segundo sua atividade de gua

    Alimentos com alto teor de umidade (Aa > 0,85) Tecidos, fluidos, disperses, gis;

    Leite, doce de leite, manteiga, carnes, ovos.

    Alimentos de umidade intermediria (0,65 < Aa < 0,85) gua no facilmente removida;

    Alimentos so estveis qumica e microbiologicamente;

    Doces de frutas, gelias, produtos de panificao.

    Alimentos secos ou de baixa umidade (Aa < 0,60)

    Estveis, facilmente armazenveis;

    Propriedades fsicas alteradas em Umidades Relativas elevadas;

    Leite em p, feijes, farinhas.

    Principal alterao ocrescimento de micro-organismos.

    S expressiva aoxidao de lipdios

    8.Alteraes durante o processamento 8.Alteraes durante o processamento ou estocagem de alimentos

    Atributo Alterao

    Textura Perda de solubilidade

    Perda da capacidade de reteno de gua

    Endurecimento

    Amaciamento

    Flavor Desenvolvimento de rancidez

    Sabor cozido ou caramelizado

    Outros off-flavors

    Flavors desejveis

    Cor Escurecimento

    Branqueamento

    Desenvolvimento de cores indesejveis

    Desenvolvimento de cores desejveis

    Valor nutricional Perda, degradao ou alterao da biodisponibilidade de nutrientes

    Segurana Gerao de substncias txicas

    Desenvolvimento de substncias protetoras

    Inativao de substncias txicas

    8. Atividade de gua e estabilidade de produtos lcteos

    Mudanas qumicas:

    Reao de Maillard,

    Oxidao dos lipdeos,

    Perda de vitaminas,

    Estabilidade de pigmentos,

    Desnaturao de protenas.

    Mudanas fsicas:

    Cristalizao da lactose

    Mudanas microbiolgicas:

    Desenvolvimento de bactrias, bolores eleveduras.

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    8. Atividade de gua e estabilidade de alimentos

    7. Atividade de gua e estabilidade de alimentos

    Atividade de gua

    Reao

    < 0,86 Limita o desenvolvimento de bactrias patognicas

    < 0,60 Estabilidade microbiolgica

    > 0,40 Atividade enzimtica possvel

    ~ 0,22 Oxidao lipdica mnima

    0,22 > Aa > 0,80 Reao de Maillard

    < 0,22 Oxidao lipdica aumenta

    8. Atividade de gua e estabilidade de alimentos

    8.1 Oxidao de lipdios

    Uma das principais reaes de deteriorao dealimentos com contedos baixos e mdios deumidade;

    Pode acontecer mesmo com Aa entre 0 e 0,2.

    cido graxo insaturado

    Radical livre

    Luz, Calor O2

    Perxido

    +

    8.1 Oxidao de lipdios

    8.1 Oxidao de lipdios

    Conseqncias indesejveis:

    Destruio de pigmentos naturais;

    Destruio de corantes adicionados;

    Produo de off flavour em vegetais e cereais, mesmocongelados prejuzos na qualidade sensorial;

    Destruio de vitaminas A e E, e seus precursores;

    Destruio de cidos graxos essenciais, como linolico elinolnico;

    Diminuio do valor nutricional de protenas e efeitosobre a textura de alimentos proticos.

    8.1 Oxidao de lipdios

    Alimentos desidratados apresentam mximaestabilidade quando armazenados em URprxima a camada monomolecular de gua.

    Modo de ao da gua sobre a oxidao:

    Atua sobre os radicais livres presentes nos alimentos ou formados na primeira fase da oxidao;

    Atua sobre os perxidos lipdicos que se originam ao mesmo tempo;

    Atuam sobre os metais traos que catalisam a oxidao.

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    8.1 Oxidao de lipdios 8.2 Escurecimento no enzimtico

    O leite o nico alimento rico em protenas quecontm grandes quantidades de acar redutor.

    8.2 Escurecimento no enzimtico

    Acar redutor

    Aminocido

    +Calor

    Melanoidinas

    8.2 Escurecimento no enzimtico

    Conseqncias desejveis:

    Produo de cor e sabor caractersticos;

    Po, doce de leite, carne assada.

    Conseqncias indesejveis:

    Produtos de reao tornam o alimento noaceitvel;

    Perda de protenas;

    Perda de lisina aa essencial;

    Leite em p, leite condensado.

    8.2 Escurecimento no enzimtico

    Velocidade mxima Aa 0,5-0,7

    gua produto da reao!

    Aa mais elevadas velocidade diminui

    Temperatura

    Dissoluo e difuso de substncias reativas

    Energia de ativao ao Aa

    8.3 Reaes enzimticas

    Velocidade aumenta com da Aa

    Exceo: lipases.

    Branqueamento catalase e peroxidase (indicadores)

    Ateno: produtos congelados.

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    8.4 Desenvolvimento de micro-organismos

    Observado em Aa relativamente elevadas;

    Aa 0,8.

    Alimentos duros e crocantes

    Tenro e mido;Entortam ao aplicar fora;Fcil mastigao;Endurecem se expostos a baixa umidade

    Devem ter baixa Aa;Quebram ao aplicar fora;So crocantes e sonoros;Amaciam ao serem expostos a umidade

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    8.5 Textura dos alimentos

    Solues para manter a textura:

    Manter a atividade de gua entre os limitescrticos para as caractersticas de texturadesejada.

    Prevenir a migrao da gua entre osmulticomponentes.

    Embalagem

    Adio de soluto

    Sal

    Acar

    Remoo de gua

    Desidratao

    Congelamento

    Aa

    Modificao da Atividade de gua do Alimento

    9. Controle da Atividade de gua para Conservao de alimentos

    Ao Aa, velocidade de:

    Pode continuar ocorrendo:

    Para impedir:

    Oxidao de lipdeos

    Reao de Maillard

    Reaes enzimticasDesenvolvimento de microrganismos

    Oxidao de lipdeosReao de Maillard

    exposio a luz exposio ao oxignio

    adio de SO2

    9. Controle da Atividade de gua para Conservao de alimentos

    Inibe o desenvolvimento de micro-organismos;

    Algumas enzimas podem ser inativadas

    Pode continuar ocorrendo reaes enzimticas

    Para impedir

    Lipases

    branqueamento

    9. Controle da Atividade de gua para Conservao de alimentos

    Sacarose, NaCl.

    presso osmtica do meio Aa

    Doce de leite, doces de frutas, geleias.

    Charque, bacalhau.

    Impede o desenvolvimento de micro-organismos.

    Pode ocorrer: oxidao dos lipdeos.

    SAIS

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    1. Sais

    Principais sais do leite:

    Fosfatos, citratos, cloretos, sulfatos, carbonatose bicarbonatos de Na, K, Ca e Mg.

    Outros elementos so encontrados emconcentraes trao:

    Cu, Fe, Zi, I

    Fosfato de ClcioCa3O8P2

    Carbonato de sdio

    Na2CO3Citrato de Clcio

    Ca3(C6H5O7) 2 Sulfato de clcio

    CaSO4

    Bicarbonato de sdio

    NaHCO3

    2. Mtodo de anlise

    Contedo mineral dos alimentos determinadopelas cinzas preparadas pelo aquecimento daamostra a 500-600C em uma mufla por cerca de4h para oxidar a matria orgnica.

    As cinzas no representam os sais como presentesno alimento:

    A cinza uma mistura de carbonatos e xidos doselementos presentes no alimento;

    P e S de protenas e lipdeos esto presentes nascinzas, enquanto ons orgnicos como citrato, soperdidos durante a incinerao;

    A temperatura empregada pode vaporizar certoselementos volteis, como Na e K.

    2.1 Composio dos sais do leite

    O contedo de cinzas do leite permanecerelativamente constante a 0,7-0,8%.

    Concentrao relativa dos vrios ons podevariar consideravelmente.

    Leite humano cinzas ~ 0,2%

    Concentraes dos constituintes salinos do leite (mg/L)

    Concentraes dos constituintes salinos do leite (mg/L)

    Constituinte Contedo mdio

    Intervalo usual

    Extremos reportados

    Sdio 500 300 600 110 1150

    Potssio 1450 1350 1550 1150 2000

    Clcio 1200 1000 1400 650 2650

    Magnsio 130 100 150 20 230

    Fsforo (total) 950 750 1100 470 1440

    Fsforo (inorgnico) 750

    Cloreto 1000 800 - 1400 540 2420

    Sulfato 100

    Carbonato 200

    Citrato (cido ctrico) 1750

    Leites anormais: colostro, leite de lactao muito tardia, ou leite de vacas com infeco masttica

    Constituinte Leite humano

    Leite de vaca

    Constituinte Leite humano

    Leite de vaca

    Sdio (mg) 150 500 Iodo (g) 70 260

    Potssio (mg) 600 1500 Fluoreto (g) 77 -

    Cloreto (mg) 430 950 Selnio (g) 14 -

    Clcio (mg) 350 1200 Cobalto (g) 12 1

    Magnsio (mg) 28 120 Cromo (g) 40 10

    Fsforo (mg) 145 950 Molibidnio (g) 8 73

    Ferro (g) 760 500 Nquel (g) 25 25

    Zinco (g) 2950 3500 Silicone (g) 700 2600

    Cobre (g) 390 200 Vandio (g) 7 -

    Magnsio (g) 12 30 Arsnico (g) 50 45

    Composio mineral (mg ou g/L) de leite maduro humano ou leite bovino

    Composio mineral (mg ou g/L) de leite maduro humano ou leite bovino

    Todos os principais e vrios ons apresentam maiores concentraes no leite bovino do que no leite humano

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    3. Minerais do leite

    Fe baixa [ ] no leite de muitas espcies.Ligado a lactoferrina, transferrina, xantinaoxidase e um pouco a caseinas.

    Zn a maioria est ligada a caseina, um poucoa lactoferrina.

    Cu ligado a caseinas, -lactoglobulina,lactoferrina e um pouco a membranas lipdicas.

    Mn associado a membranas lipdicas.

    Co parte essencial da vitamina B12.

    3. Minerais do leite

    Contribuem para:

    Capacidade tamponante do leite

    Manuteno do pH do leite

    Fora inica do leite

    Presso osmtica do leite.

    4. Fatores que influenciam a composio de sais no leite

    A composio dos sais no leite influenciada pordiversos fatores, como:

    Raa;

    Individualidade da vaca ;

    Estgio da lactao;

    Alimentao;

    Infeco masttica;

    Estao do ano.

    4.1 Raa das vacas

    Leite de vacas Jersey geralmente contm maisclcio e fsforo que outras raas

    Concentrao de sdio e cloretos geralmente menor.

    4. Fatores que influenciam a composio de sais no leite

    Jersey Holandesa

    4. Fatores que influenciam a composio de sais no leite

    4.2 Estgio da lactao

    Ca [ ] no comeo e no final da lactao

    P tendncia a [ ] ao longo da lactao

    4. Fatores que influenciam a composio de sais no leite

    4.2 Estgio da lactao

    Na e Cl - no comeo da lactao, seguido por umarpida , ento aumentando gradualmente at ofinal, quando ocorre um rpido

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    4. Fatores que influenciam a composio de sais no leite

    4.2 Estgio da lactao

    K - gradualmente ao longo da lactao

    Citrato influncia a distribuio de Ca, apresentavariao sazonal, mais influenciada pelaalimentao do que pelo estgio de lactao.

    4. Fatores que influenciam a composio de sais no leite

    4.3 Infeco do bere

    O leite de vacas com mastite contm deslidos totais, especialmente lactose, e nveisde Na e Cl.

    [ ] diretamente relacionadas

    ons Na+ e Cl- vem do sangue para compensar osmoticamente

    a diminuio na sntese de lactose ou vice versa.

    4. Fatores que influenciam a composio de sais no leite

    4.4 Alimentao

    A alimentao tem relativamente pouco efeitona [ ] da maioria dos elementos no leite, pois oesqueleto serve como um reservatrio deminerais.

    Citrato - no leite em dietas com muitadeficincia em forragem

    Fenmero Ultrecht leite com pouca estabilidade ao calor

    4. Fatores que influenciam a composio de sais no leite

    4.4 Alimentao

    Pequenas mudanas na concentrao de saisdo leite, especialmente Ca, P inorgnico ecitrato, tem um efeito muito significante nascaractersticas de processamento do leite, o quepode ser alterado pelo nvel e tipo dealimentao.

    5. Caractersticas dos sais do leite

    Os sais complexos do leite apresentamtamanhos que variam entre sais ultrafiltrveis,incluindo ons livres e ons complexos, e sais detamanho coloidal.

    Alguns dos de tamanho coloidal, participam daestrutura das micelas de casena.

    5. Caractersticas dos sais do leite

    Componente Mdia (mg/100 mL)

    Ultrafiltrvel (%)

    Coloidal(%)

    Clcio total 121 33 67

    on de clcio 8 100 0

    Magnsio 12,5 64 36

    Citrato 181 94 6

    Fsforo inorgnico

    65 55 45

    Sdio 60 96 4

    Potssio 144 94 6

    Cloreto 108 100 0

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    5. Caractersticas dos sais do leite

    Ca2+ e Mg2+ - ocorrem principalmente comocomplexos, incluindo grandes quantidades decitrato de Ca e citrato de Mg

    As espcies coloidais dos sais do leite ligam-seas protenas do leite, tanto como ons individuaisquanto como estruturas complexas, nas micelasde casena.

    Essas interaes afetam a estabilidade e afuncionalidade das protenas do leite os saisdo leite desempenham papel importante naspropriedades dos produtos lcteos.

    6. Partio dos sais do leite entre as fases coloidal e solvel

    Alguns dos sais do leite (cloretos, sais de Na eK) so suficientemente solveis para estarempresente quase inteiramente na fase dissolvida.

    Outros (fosfato de Ca) tem maior concentraodo que pode ser mantido em soluo no pHnormal do leite.

    Existem parcialmente na formasolvel e parcialmente na formainsolvel/coloidal associado comcasena.

    6. Partio dos sais do leite entre as fases coloidal e solvel

    A linha divisria entre solvel e coloidal umpouco arbitrria.

    Posio exata depende muito domtodo usado para realizar aseparao.

    Separao no difcil, pois ossais insolveis ocorremprincipalmente associados amicelas de caseina coloida.

    6.1 Mtodos usados para separar fases coloidal e solvel

    Dilise

    Ultrafiltrao

    Centrifugao a alta velocidade

    Coagulao

    O mtodo usado no deve promover mudanasno equilbrio entre as duas fases.

    Evitar mudanas de:pH ( pH dissolve Ca3O8P2)Temperatura ( TC dissolve Ca3O8P2)

    6.1 Mtodos usados para separar fases coloidal e solvel

    Ultrafiltrao

    Membranas de celofane ou polissulfona a 20Ce presso transmembrana de 100 kPa.

    [ ] de citrato e clcio so um pouco menores.

    6.1 Mtodos usados para separar fases coloidal e solvel

    Dilise

    Pequeno volume de gua contra pelo menos 50vezes o volume de leite (clorofrmio ou azidacomo conservante) a 20C/48h.

    Processo de separao mais satisfatrio.

    Temperatura determinante.

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    7. Fosfato de clcio coloidal

    Parte dos sais do leite esto presentes em ousobre as micelas de casena partculascoloidais.

    Sais no dissolvidos fosfato de clcio coloidalou micelar.

    Inclui outros componentes: K, Na, Mg e citrato.

    Quantidade = 7 g/100 g de casena seca.

    Casena carregada negativamente no pH doleite, associada a ons positivos.

    7. Fosfato de clcio coloidal

    8. Aspectos nutricionais

    Fosfato de clcio necessrio para ocrescimento e manuteno dos ossos.

    Pouco hidrossolvel difcil alcanar altasconcentraes em sistemas aquosos como oleite.

    8. Aspectos nutricionais

    Mecanismos para sobrepor a baixahidrossolubilidade:

    1. Leite bovino tem alta concentrao de casena,que pode acomodar grandes quantidades defosfato de clcio no dissolvido, formando asmicelas de casena.

    2. Parte do fosfato est esterificado, se mantendonas micelas de casena ou em soluo

    8. Aspectos nutricionais

    Leite e produtos lcteos so uma importantefonte de clcio para humanos.

    O Ca desses produtos bem absorvido.

    A taxa molar Ca/P igual a 0,9 no leite,considerada alta comparada a outros alimentos.

    Benfico para pessoas predispostas a osteoporose

    8. Aspectos nutricionais

    Parte do Ca no absorvida

    Gastroenterites podem ser significativamentealiviadas.

    Diminui o risco de cncer de coln em ratos eprovavelmente em humanos.

    Permanece no intestino como fosfato declcio amorfo sobre o qual diversoscompostos solveis podem ser absorvidos.

    Induo de efeitos benficos.

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    8. Aspectos nutricionais

    Leite uma boa fonte de muitos outrosminerais, como elementos traos,especialmente Zn.

    Contm pouco Fe, o que auxilia na reduo docrescimento de bactrias patognicas nointestino de bezerros jovens.

    Elementos trao txicos (Cd, Hg e Pb)dificilmente so detectados em leite emconcentraes no seguras.

    9. Mudanas nos sais

    Sais do leite esto em equilbrio dinmico.

    Mudanas nas condies externas do leitecausam alteraes neste equilbrio.

    Soluo Entre soluo e fosfatos coloidal

    Entre soluo e protenas

    9.1 Acidez

    pH pode ser alterado como resultado deadies, por concentrao ou aquecimento doleite.

    Fermentao microbiana da lactose a cidoltico de importncia.

    A queda do pH causa uma dissoluo parcial dofosfato coloidal, e diminuio da carga negativade protenas.

    pH [Ca2+]

    Bactrias cido lticas quebram citrato [Ca2+]

    9.2 Tratamento trmico

    Aquecimento mudana mais importante que o Ca e fosfato dissolvidos se tornamsuperssaturados e parcialmente associadoscom as micelas casena.

    Ca 2+ + H2PO4 - CaHPO4 + H+

    O leite se torna mais cido.

    A reao lenta e ocorre em uma estreita faixade TC. 80C qualquer aumento em TCtem pequeno efeito

    9.3 Concentrao

    Concentrao do leite por evaporao de guacausa diversas mudanas, mas deve serconsiderado que o aquecimento tambm estenvolvido.

    pH 0,3 para concentrao 2:1

    0,5 para concentrao 3:1

    Principal causa de mudana formao defosfato de clcio adicional nas micelas decasena.

    Referncias Bibliogrficas

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