Akadémicos 28

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Ak adémicos Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1250, de 26 de Junho de 2008 e não pode ser vendido separadamente. Royalistick Rapper Cinco dias na “cidade do rock” “Há os que pensam que o Hip Hop é uma maneira de ser rebelde” 06 e 07 04 e 05 28 FOTO: PEDRO JERÓNIMO FOTO: HUGO SILVA/FOOTMOVIN

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Edição N.º 28 do Jornal Akadémicos Kapa: Cinco dias na "cidade do rock"

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AkadémicosSuplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1250,de 26 de Junho de 2008 e não pode ser vendido separadamente.

RoyalistickRapper

Cinco dias na“cidade do rock”

“Há os que pensam que o Hip Hop é uma maneira de ser rebelde”

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MÚSICA

Hoje, às 21:30Sond’ar-te Electric EnsembleInovadora conjugação de instrumen-tos acústicos com meios electrónicos para ver no Tatro José Lúcio da Silva. 10 Euros

Dia 3 de Julho, às 21.30Orquestra GulbenkianDois concertos de Chopin para piano em destaque neste con-certo que terá como protagonista a jovem e galardoada pianista chinesa Sa Chen. Para assistir no Teatro José Lúcio. 10 Euros

DANÇA

16 de Julho, às 21:30Ancient Times TodayTrês nacionalidades, três artistas criadores, várias coreografias so-bre temas milenários numa abordagem contemporânea. 12 Euros

EXPOSIÇÕES

Até 30 de Junho, das 17:30 às 24:00Bonecas de todos os temposEsta exposição pode ser visitada no Teatro José Lúcio da Silva e apresenta cerca de 500 exemplares que vão contando da histó-ria das bonecas, da sua evolução e dos países de origem. Teatro José Lúcio da Silva. Entrada Livre

CINEMA

Dia 26 e 27, às 21h30LobosUm crime de morte acontece e dá origem a uma fuga constante. Um drama de José Nascimento em exibição no teatro Miguel Franco Franco

De 3 a 9 de JulhoMy Blueberry NightsElizabeth embarca numa viagem pela América após um desgosto amoroso. As experiências durante a viagem e o encontro com uma série de estranhos levam-na a novas e inesperadas aven-turas que lhe permitem descobrir um novo caminho.

DESPORTO

De 28 de Junho a 5 de JulhoOrientaçãoA Praia do Pedrógão vai receber cerca de 3500 participantes do Campeonato do Mundo de Orientação. Para acom-panhar, no pinhal ou à beira-mar.

02 JORNAL DE LEIRIA 26.06.2008

Edição número seis, Novembro de 2005. Era a primeira de muitas participações no jornal da academia leiriense e o primeiro contacto com o mundo da comunicação social. As cores eram outras, o grafismo era outro, a equipa era outra, mas a finalidade era a mesma de hoje. Durante cerca de três anos participei num projecto que me fez ver na prática o que aprendi em aulas, fez-me despertar o gosto pela comunicação social, conhecer pessoas novas, proporcionou-me novas experiências e momentos para recordar. Mesmo depois de ter termi-nado o curso de Comunicação Social e Edução Multimédia (CSEM), no passado ano lectivo, a colaboração continuou. Termina agora o meu contributo, rumo a outros desafios profis-sionais. Num futuro próximo, espero continuar a abrir as páginas do Akadémicos e ver um jornal mais independente, mais participado

— que a redacção extrapole mais o curso de CSEM — mais arrojado, mais crítico e mais interventivo. Apesar de tudo o que tem mostra-do, é um projecto que tem muito para ensinar e muito mais para dar. Quantas vezes não descobrimos nestas actividades um talento em nós desconhecido? Resta-me desejar a todos os que fazem parte da equipa que ten- ham tão boas ou melhores experiências e que no fim façam, igual-mente, um balanço positivo e agradecer aos que durante três anos tanto me deram e ensinaram. A redacção vai de férias e regressa no próximo ano lectivo. Comi-go, fica a aprendizagem, ficam os bons momentos, e a esperança de que o Akadémicos seja, cada vez e a cada edição, mais academia. Obrigada Ak(c)adémicos. Vemo-nos por aí.

Abertura

Ângela DuarteColaboradora Akadémicos/Ex-aluna CSEM

CLÁUDIA SILVAUma agenda do mês

Director:José Ribeiro [email protected]

Director Adjunto:João Nazá[email protected]

Coordenadora de RedacçãoAlexandra [email protected]

Coordenadora PedagógicaCatarina [email protected]

Apoio à EdiçãoAlexandre [email protected]

Secretariado de RedacçãoÂngela Duarte

Redacção e colaboradoresÂngela Duarte, Cláudia Silva, Daniela Sousa, David Sineiro, Iolanda Silva, Jorge Bastos, Pedro Jerónimo, Sara Vieira, Vânia Marques, Vânia Santos, Tiago Gomes

Departamento GráficoJorlis - Edições e Publicações, ldaIsilda [email protected]

MaquetizaçãoLeonel Brites – Centro de Recursos Multimédia ESE–[email protected]

Presidente do Instituto Politécnico de LeiriaLuciano de [email protected]

Presidente do Conselho Directivo da ESEJosé Manuel [email protected]

Directora do Curso de Comunicação Sociale Educação MultimédiaAlda Mourã[email protected]

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESE e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

[email protected]

Vai lá, vai...

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Está a dar

Ana Domingues, Marisa Men-donça e Susana Brito, foram as protagonistas de um projecto ino-vador e solidário, desenvolvido na Escola E.B. 1 de Caxieira. No intuito de tornar as aulas mais interactivas, as alunas estagiárias do curso de 1ºciclo pensaram, em conjunto com a professora coope-rante Alice Lagoa, equipar a escola com um videoprojector. Começaram por vender rifas para um cabaz de Natal compos-to por produtos disponibilizados pelos pais dos alunos, mas não foi suficiente. Sem desistirem, propu-seram-se a participar na festa de Santa Eufémia. Com o apoio da comunidade, organizaram uma

quermesse, venderam bolos, com-potas e café. A iniciativa “superou todas as expectativas”, dizem as alunas, pois não só conseguiram fundos para o desejado videopro-jector como também para um qua-dro interactivo e ainda para livros.

A noite mais esperada A inauguração do equipamen-to decorreu no dia 2 de Junho. Cerca de quarenta pessoas — pais, alunos e comunidade escolar—juntaram-se no palco deste está-gio, a sala de aulas da Escola, para assistir à apresentação das funcio-nalidades do quadro “hiperactivo”, como lhe chamam os alunos e que agradou também aos pais.

Aos olhos dos alunos, “o novo material é fixe”, dizem que apren-der agora vai ser mais divertido e que vão ter muitas saudades das estagiárias. Graça Guarda, tam-bém docente na Caxieira, confes-sou no entanto que “o melhor são as pessoas, não o material, por-que sem elas nada seria possível”. Uma opinião partilhada pela pro-fessora cooperante Alice Lagoa, que afirmou que “dar aulas todos dão, chegar aos pais e envolver toda esta comunidade é que é di-fícil”. Cecília Duarte, mãe de um dos alunos, sublinhou também que a aquisição de material “foi o resultado de todo um trabalho de grupo”.

No âmbito da Escola de Verão, vai decorrer, entre o dia 21 e 26 de Julho, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, a Primeira Semana da Ciência e da Tecno-logia. Esta iniciativa é destinada aos estudantes do Ensino Secun-dário que frequentaram neste ano lectivo o 10º e 11º ano e tem por objectivo motivá-los para o pros-

seguimento de estudos nas áreas científicas e tecnológicas. O programa de actividades —que envolve as áreas de Enge-nharia Civil, Electrotécnica, En-genharia do Ambiente, Gestão e Jurídica — inclui workshops como “Segredos da Engenharia Civil”, “Ligação ao Mundo Digi-tal”, “Observar e experimentar

instrumentos de orientação”, “Espião de Trajectos utilizando o GPS”, “Água Pura, Piscina Segu-ra”. Estão previstas também acti-vidades como piscina, ensaio de graffiti digital na cidade de Leiria, visita de estudo ao Alviela e jogos e competições que visam promo-ver a socialização e o contacto com a natureza.

Está a dar

Kapas

A Filha da Minha Melhor Amiga é uma obra da autoria de Dorothy Koomson, constitui o seu terceiro romance, que protagoniza uma das mais recentes revelações do top editorial britânico. Kamryn Matika e Adele Brannon são me-lhores amigas desde sempre, até ao dia em que Kamyrn acidentalmente descobre que Adele e o seu noivo, Nate, se envolveram, e dessa relação nasce uma filha, Tegan. Este é o ponto de partida para uma história emocio-nante e não tão imaginária quanto se pensa. Com o passar dos anos, Kamrym transfor-ma-se numa mulher de sucesso a nível pro-fissional, mas a nível pessoal evita envolver-se em relações complexas numa tentativa de não voltar a sofrer. No dia em que comemora mais um dos seus aniversários recebe um telefonema ines-perado. É Adele que está a morrer e lhe im-plora que adopte Tegan, um pedido de adop-ção do fruto de uma noite de amor entre a sua melhor amiga e o seu noivo. Tegan, uma criança debilitada e insegura pelos maus tratos do avô, a pouco e pouco, vai percebendo que Kam será a sua nova mãe e que não lhe fará mal. Esta mãe por acaso terá de lutar com uma série de assuntos de infância para os quais não tem resposta e com os quais nunca pen-sou lidar. Torna-se uma descoberta de auto-conhecimento e de coragem, que exige muita reflexão. Existem livros que marcam e este é um deles. Cada página traz uma surpresa, cada personagem faz rir e chorar e cada história transporta uma lição de vida. Grandes ques-tões de maturidade são expostas na obra: amizade, morte, traição e o perdão. Uma lei-tura comovente.

A filha da minhamelhor amiga

SARA VIEIRA

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SARA VIEIRA

Um Estágio para recordar

ESTG promove Semana da Ciência e Tecnologia

Alunas da ESE desenvolvem projecto na Eb1 da Caxieira

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Rock in Rio na primeira filaDois palcos, uma

tenda, 82 artistas, 90 horas de música e

354 mil espectadores. Um “cocktail”

acompanhado de muita animação, tudo “Por Um Mundo Melhor.”

Ainda antes do término da terceira edição

do Rock in Rio (RiR) Lisboa — 30, 31 de

Maio, 1, 5 e 6 de Julho — surgiu a revelação:

regresso em 2010

04 JORNAL DE LEIRIA 26.06.2008

Está a dar

A temperatura ronda os 30º C. São 15 horas e estamos a uma hora da abertura das portas da “cidade do rock”. As filas começam a perder-se de vista, excepto para as equipas de segurança, que palmilham cada metro quadrado das imediações do recinto. Qua-se tropeçam numa garrafa de vodka, vazia, que assinala uma das poucas sombras exis-tentes, onde centenas de fãs se amontoam, numa espera que parece valer a pena. “Muse é a minha doença”, afirma Pedro Tavares, que su-porta o calor desde as 12 ho-ras. A espera, ansiada, está

espelhada no rosto. Percorre-mos mais uns metros, até ao topo da fila, onde encontra-mos os madrugadores do dia. Célio Rocha, 17 anos, vem de Famalicão e também tem outra patologia: Linkin Park, precisamente a banda que mobiliza a maioria dos fãs. “Vale a pena o esforço”, apon-ta o jovem, que foi o primeiro a chegar. O relógio marcava 7:15 horas. Mesmo ao lado, Pedro Gonçalves, 14 anos, é outro dos resistentes a quem diagnosticamos The Offspring e Muse como “vírus” activos. Está quase na hora, no en-tanto, uma última paragem:

cordão de segurança. Objectos cortantes não entram e bebidas só em garrafas de plástico sem tampa. Cooperação é a palavra de ordem entre segurança e espectadores. Feita a vistoria, porta de entrada à vista. Bebe- -se mais um gole de água, para refrescar, inspira-se fundo, para um último esforço, e em segundos o exterior e o inte-rior da “cidade do rock” ficam separados por centímetros. O coração bate mais depressa, a ansiedade aumenta. “Só abre às 16 horas”, relembram os se-guranças. De repente, as gra-des são retiradas… e milhares correm em direcção ao palco.

A família Medina, o pai Ro-berto e a filha Roberta, dão as boas-vindas e aplaudem os vi-sitantes, incentivando-os para um último sprint. Por entre a avalanche de fãs, alteramos a rota de um deles. Atenden-do a que a maioria está em idade escolar, seria este um dia de gazeta às aulas? “Hoje baldei-me”, confirma João Gil, 16 anos, de Lisboa. Os ami-gos, que entretanto pararam, mantêm o discurso, no en-tanto, preferem o anonimato. Terminada a entrevista, resta aguardar mais umas horas até ao início dos concertos no Palco Mundo.

TEXTO: ÂNGELA DUARTE, IOLANDA SILVA, PEDRO JERÓNIMOFOTOS: IOLANDA SILVA (IS) E PEDRO JERÓNIMO (PJ)

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Nos bastidores Mas nem só de fãs e músi-ca vive o Rock in Rio. O Fes-tival movimenta um grande número de colaboradores que garantem o funcionamento do espaço. Em turnos de 12 horas, duas equipas formadas por 90 motoristas e 80 carri-nhas asseguravam os trans-portes de todos os que traba-lhavam na, e para a, “cidade do rock”. Os shuttles, que a cada quinze minutos passa-vam em pontos estratégicos a fim de não deixar ninguém a pé, eram assegurados pela empresa Drive 4 You, a mes-

ma que irá garantir os trans-portes nos próximos dias no RiR-Madrid. Miguel Caeiro, um dos mo-toristas que fazia uma pausa durante o seu turno, contou-nos alguns dos episódios ca-ricatos que viveu durante o encontro. “Já me invadiram a carrinha e tudo”, disse. Para além das histórias narradas pelos motoristas dos shuttles, também o Akadémi-cos presenciou um episódio, nomeadamente quando uma senhora, vinda do nada, pede ao motorista, que nos levava para o recinto, que entregasse

uma encomenda na recepção de um hotel. “Devem pensar que nós somos táxis”, desaba-fou o motorista.

Vestir a camisola Motivação foi a palavra de ordem que moveu 557 volun-tários, vindos de todo o país, incluindo Madeira e Açores, e ainda vários brasileiros e uma tunisina, para ajudarem num evento que, durante cin-co dias, procurou sensibilizar para “Um Mundo Melhor”. “Há voluntários que vie-ram apenas de mochila às costas e têm dormido na

rua”, confessou-nos Mafalda Mendonça, a coordenadora do grupo de voluntariado, falando-nos na dificuldade de encontrar alojamento para todos. Para a coordenadora, que esteve envolvida nas ou-tras duas edições, “o Rock in Rio é simplesmente vician-te”. Que o diga Sónia Brito, do Cartaxo, que participou no voluntariado do RiR pelo terceiro ano. “Este ano está a ser mais difícil, porque há mais público o que torna logo as coisas mais exigentes”, re-feriu Sónia, no final de um turno de seis horas.

No encerramento do palco Sunset foi prestada homena-gem a um dos maiores músi-cos portugueses: Rui Veloso. Expensive Soul e Sara Ta-vares brindaram o público com algumas músicas do seu reportório e, no fim, Sara Ta-vares chama ao palco Rober-ta Medina, vice-presidente do Rock in Rio, que tem algo

a comunicar. Em homena-gem a Rui Veloso, oferece-lhe uma guitarra rara. Segundo Medina, uma de duas na Eu-ropa. Emocionado, Rui Veloso não perdeu tempo e começou de imediato a tocar. Depois de Lado Lunar, entra o cabo-ver-diano Tito Paris, que se junta ao músico português para

cantar “Saudade”, de Cesária Évora. No fim, e já com todos em palco, Rui Veloso recebeu uma ovação de cerca de 5 mil pessoas que também quise-ram prestar a sua homena-gem ao músico. Na plateia, estava uma vasta e jovem assistência. Ao abordarmos uma jovem de

15 anos para tentar perceber o porquê da preferência por Rui Veloso em vez de Alanis Morissette, bem mais próxi-ma da sua geração e que ac-tuava à mesma hora no Palco Mundo, Carolina foi firme na resposta: “há uma qualidade musical muito maior do que na Alanis. Sem dúvida que prefiro ouvir Rui Veloso”.

05JORNAL DE LEIRIA 26.06.2008

O RiR EM NÚMEROS

562,5 MilEuros arrecadados para o projecto que visa o financiamento do concurso “Rock in Rio Escola Solar”

400Painéis fotovoltaicos (compra e instalação) nas 20 escolas vencedoras garantidos com o valor angariado

354 Milpessoas no total dos cinco dias de RiR

90 Milpessoas lotaram o primeiro dia do even-to, 30 de Maio. O cenário repetiu-se no dia de encerramento, a 6 de Junho

82Artistas subiram aos palcos da “cidade do rock”

557Voluntários durante os cinco dias,de 7500 que se inscreveram

60 milAssinaturas recolhidas pela Greenpea-ce para uma petição a ser entregue no G8 com a finalidade de sensibilizar as maiores potencias do mundo a reduzir em 50% as emissões de CO2 até 2050 e apelar ao recurso das energias renováveis

8 MilCopos vazios recolhidos num copo gigante pela Sociedade Ponto Verde, com o projecto 100R (100 por cento sem resíduos)Homenagem em português

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Como despertaste para o mundo do Hip Hop? Comecei numa altura em que o Hip Hop quase não ti-nha visibilidade, mais ou me-nos em 1996, quando ainda era novo, com 15 ou 16 anos. Começaram a circular umas cassetes muito suspeitas no bairro. Comecei a ouvir. Até aí não ouvia música. Acho que o Hip Hop é a única mú-sica que eu conheço. Gostei logo. Nem é pela música, o Hip Hop é diferente, introduz o convívio. É música de rua. Quando moramos num sitio em que temos 15 amigos e todos gostam daquilo, todas as noites nos reunimos e fa-zemos improvisos e letras. Não é por acaso que a maio-ria dos grupos quando apare-cem têm 15 elementos. Nos EUA, grupos como os Wu-tangclan ou as grandes crews, têm sempre muitos músicos. Foi isso: bairro, amigos, éra-mos 15 ou éramos 20, depois ficámos 10, depois ficámos 5, e depois ficámos 2…

Quais são as tuas princi-pais referências? Isso das referencias é complicado. Temos sempre a referência de alguém, mesmo enquanto pessoas, mas é difí-cil reconhecermos as nossas influências. Há muitos MC’s bons, não só nos EUA como em Portugal, MC’s que me inspiram, que me dão von-tade de ser tão bom quanto eles, mas procuro que não influenciem a minha capaci-dade criativa.

Como surgiu a oportunida-de para gravar o álbum Visão Periférica? Conheço muita gente, há muito tempo, mas nunca tive padrinhos e nunca pedi nada a ninguém. Já crescidinho, com 21 ou 22 anos, apareceu uma proposta. O Twism do Algarve quis fazer um projecto para o Beats e Rimas. Foi uma ideia que pouca gente aceitou e eu aproveitei e fiz o tema o Xlibris. Quando o projecto saiu, toda a gente adorou e ficou a pensar: “Quem é este tipo?” Daí, foi um saltinho. Eu estava a gravar o meu álbum independente, fizeram-me uma oferta para uma parceria e gravei o disco. Correu bem. Graças a Deus, consegui. Com o teu trabalho, chegas sempre a algum lado.

Achas que o Hip Hop está na moda? É passageiro ou veio para ficar? Há de tudo um pouco. Vamos comparar o Hip Hop ao Benfica, tens os sócios do clube, que vão ver os jogos e pagam as quotas e tens os fa-náticos, os tipos que passam lá vida. Tens os adeptos e tens aqueles que são do Benfica porque o pai também é, mas quando crescem já são do Por-to ou do Sporting. No Hip Hop é a mesma coisa, há todo tipo de pessoas, desde os curiosos, aos que acham que aquilo é bom. Também há os que pen-sam que o Hip Hop é uma ma-neira de ser rebelde, por exem-plo, os tipo que queriam ser gangsters ou que queriam ser maus, tinham que ouvir Hip

Hop, só ouviam 2Pac, 2Pac e 2Pac, ou Notorius. Não per-cebem nada de Hip Hop, mas têm de ouvir. Há vários tipos de pessoas que entram e de-pois uns ficam e outros saem. Eu vivo numa periferia da ci-dade, há muita gente que já ouvia, mesmo antes dos Mo-rangos com Açúcar. Agora, os morangos ajudaram, claro, isso é como tudo. Se agora co-meçar a passar Hip Hop numa novela das 9 horas da noite, para pessoas mais velhas, elas também começam a gostar.

“Mestre sem cerimónias que a indústria não assume”. Apesar de mais divulgado, o Hip Hop ainda é um género marginalizado? Sem dúvida. É isso mesmo. Nós somos mestres sem ceri-mónias que a indústria tenta esconder. Porque a indústria pega nuns dois ou três, tipo os Mind da Gap, o Boss AC, ou ou-tro grupo qualquer e promove, e esquece os outros. A indús-tria devia deixar de ignorar o Hip Hop, artistas que, sem terem meios, sem anúncios na televisão, sem dominarem as rádios, conseguem vender 3.000 discos, conseguem ter concertos com 2.000 pessoas.

Na música Por(ti)gal, o país é pintado da pior forma. O Hip Hop é um meio de inter-venção? Eu já pensei que sim, hou-ve uma altura em que eu acreditei nisso, mas neste mo-mento já não acredito tanto. O Hip Hop é intervenção mas o

Português está muito confuso hoje em dia. E Portugal não tem só coisas más, mas as coi-sas boas não preciso de dizer numa música porque toda a gente sabe.

Hoje fala-se de Hip Hop comercial e de Hip Hop under-ground, o que os distingue? Cada vez menos vejo essa distinção, porque, repara, o Sam the Kid tem o disco que é underground e toda a gente diz que o Sam é comercial, o que é injusto, porque o Sam, na minha opinião é o MC mais desenvolvido em Portugal. E agora é comer-cial só porque vendeu mais discos? Também o Valete é um MC underground e teve uma distribuição boa, che-gou a muita gente, teve em primeiro na MTV e na Ante-na 3. Ser underground não é vender 10 discos nem é ser mau, é não ter limites, não ter nada que impeça a liber-dade criativa. Agora, se fize-res um verso de 16 barras,

06 JORNAL DE LEIRIA 26.06.2008

Sentado no mochoSentou, vai ter k explicar

“A indústria devia deixarde ignorar o Hip Hop”

Royalistick, rapper

Diz que nunca pediu nada a ninguém e que

o que conseguiu foi por mérito próprio. Em

2008, ROYALISTICK surge com Portfólio, um álbum “menos violento” e “mais

pessoal” que conta com a participação de nomes como Valete e

PacMan

VÂNIA SANTOS E DANIELA SOUSA

Ser “underground” não é vender 10 discos nem é ser mau, é não ter limites, não ter nada que impeça a liberdade criativa

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e pensares que fica muito grande e que as discotecas não vão passar essa música, isso já não é ser underground porque estás a pensar no su-cesso da música antes dela estar acabada.

Acreditas que só temos uma chance porque só vive-mos uma vez. Agarraste a tua? Há uma música do Sam The Kid que eu oiço muitas vezes porque mexe realmen-te comigo, não me lembro do nome, mas tem a ver com escolhas. Sinceramente, acredito que não somos só nós que decidimos as coisas. Eu posso dizer que agora vou fazer um grande disco e que vai chegar a toda a gen-te, se o Bomberjack não tiver receptivo, ou não fizer uma boa promoção do meu disco, o disco não vai vender, se a MTV não estiver receptiva a passar o meu videoclip mais vezes, as pessoas não o vão ver, se as rádios não tiverem receptivas o som não vais passar. Também tem a ver com sorte. Eu vivo da ma-neira como sei viver, agar-ro o mais possível todas as chances que tenho, não to-das, mas agarro o mais pos-sível, vivo o mais possível,

faço muitas coisas mal, faço muitas coisas bem, basica-mente é isso…e acho que toda a gente devia viver as-sim, na boa. Quem é a “estrela brilhante” que ilumina o teu caminho? Ora aí está uma boa per-gunta, no sentido figurati-vo. Se me estás a fazer essa pergunta enquanto músico, aquilo que mais me motiva é querer fazer mais e melhor.

Podemos falar um pouco do novo álbum? O novo álbum chama-se Portfólio. É um álbum com um conceito novo, tem um CD e um DVD. O CD é a par-te áudio, e o DVD é o making off, explica o porquê de cada faixa, como é que eu escrevi aquilo, como é que o beat me veio parar as mãos. A nível de mudanças, é mais mu-sical, foi quase todo produ-zido pela Madcuts, não tem a violência do álbum Visão Periférica, nem pouco mais ou menos. É um disco total-mente diferente, tem muitas faixas, é um trabalho mais consciente, não tão violen-to, não tão extremista. Visão Periférica é um disco que eu não voltava a fazer, é violen-

to. Hoje, quando ouço, penso que há coisas que se eu não dissesse com tanta violência talvez chegassem melhor às pessoas. Então optei por aí, no Portfólio, criativamente saiu assim, tem músicas com uma mensagem boa e que fi-cam no ouvido.

Qual a mensagem geral do álbum? É um álbum que fala um bocadinho de tudo, é muito pessoal, fala desde a minha vida enquanto mú-sico, à vida que levo longe dos olhares das pessoas. Porque há pessoal que só me conhece de videoclips e concertos, mas por trás dis-so há muitas outras coisas. Faço o relato do que é ser músico no backstage, onde às vezes não há condições. Falo do meu crescimento, falo do Hip Hop português, falo de amor, de guerra, de consciência. As pessoas ao ouvirem aquele disco têm, pelo menos, uma faixa de que vão gostar muito.

Uma palavra que defina o teu Hip Hop? Uma vez que eu sou o Royalistick o meu Hip Hop é de sangue azul. Nobre.

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Kultos

O Comboio das 3 e 10 é o mais recente filme de James Mangold, realizador de Walk the Line e Cop Land, e mostra que, ao contrário do que muitos di-zem, os Westerns ainda não estão mortos. Passado no Velho Oeste americano, este re-make de um clássico de 1957 segue a história de Dan Evans – Christian Bale (Batman Begins / The Prestige), um rancheiro inválido que se vê obriga-do a confrontar o perigoso fora-da-lei Ben Wade – Russell Crowe (American Gangster / Gladiator). Este Western está longe de ser um filme cheio de acção, primando antes pelas suas personagens complexas e dualidade ideológica. Este não é um qualquer blockbuster de Verão, como tal, a acção é contida e realista, podendo ser aborrecida para os que procuram apenas acção desmiolada. Apesar de haver bastantes mortes, essas mortes não sig-nificariam nada se não houvesse de facto relações entre as personagens e a própria audiência. Dan é constantemente perseguido pelo grupo de foras-da-lei apoiantes de Ben Wade, comanda-do por Charlie Prince – Ben Foster (X-Men: The Last Stand / Alpha Dog), e é este grupo que ajuda a criar a antecipação que é quase palpável, enquanto o filme nos leva lenta mas seguramente para um confron-to final entre as duas facções. Este confronto é tão antecipado como temido, e a tensão nele presente deixa-nos perceber que todo o filme foi criado com aqueles últimos momentos em mente. Os três actores principais oferecem performan-

ces perfeitas, convincentes, e que nos levam a en-trar no filme. É impossível não torcer por Dan, ao mesmo tempo que se acredita que Ben é na verdade uma boa pessoa. Ninguém esperaria outra coisa de Bale e Crowe, o mais surpreendente é mesmo a es-trondosa actuação de Ben Foster que em nada des-toa, perto destes grandes senhores de Hollywood. Em termos musicais, O Comboio das 3 e 10 está perfeito, tendo sido nomeado para um Oscar e con-tando com os típicos sons do Velho Oeste, desde os disparos dos revolveres à sempre constante músi-ca de banjo. O tema musical foi também nomeado para uma estatueta dourada. A realização é também impecável, como seria de esperar de um realizador que já nos ofereceu al-gumas pérolas consagradas pela crítica mundial, e a caracterização dos cenários e pessoas está sim-plesmente perfeita. É sem duvida refrescante ver o regresso dos Wes-terns com um remake bem feito e apelativo, se bem que não para todos os públicos. O género ganha-rá um novo fôlego se mais realizadores souberem explorar as suas forças, fazendo com que os filmes deixem de ter todos aquele recorrente sentido de dejá vu que levou à decadência deste tipo de filmes. 7/10

3:10 to Yuma

DAVID SINEIRO

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Se agora começar a passar Hip Hop numa novela das 9 horas da noite, para pessoas mais velhas, elas também começama gostar.

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Verão é tempo de festivais de música. No Porto, a 4 e 5 de Julho, haverá Super Bock, Super Rock com a presença dos ZZ Top e Jamiroquai. No segundo acto, em Lisboa, dias 9 e 10, desta-que para Iron Maiden, Beck e Duran Duran. Nesse dia, terá também início o Festival Ali-ve, em Oeiras, que decorre até dia 12, e tem como cabeças de cartaz Rage Against the Machi-ne, Bob Dylan e Neil Young. Por Gaia passarão Peter Murphy e Riders On The Storm (The Do-ors), no Marés Vivas, de 17 a 19 de Julho. Em Sines e Porto Covo decorrerá o Musicas do

Mundo onde actuam Doran-Stucky-Studer-Tacuma (tributo Jimi Hendrix), entre os dias 19 e 26. O mês fecha da melhor forma com o início do Paredes de Coura que se prolonga até 3 de Agosto, com Sex Pistols. De 7 a 10 de Agosto, o Su-doeste, em Zambujeira do mar, traz Björk, Franz Ferdinand e The Chemical Brothers.Ainda em Junho, dias 27 e 28, decor-rerá, mais perto, na Bajouca, em Leiria, o Rock´s Pot, com realce para Linda Martini e The Blows, com os lucros a reverter para a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria.

O Instituto Politécnico de Leiria alcançou um honroso terceiro lugar na final four da Liga Universitária de Futsal (LUF), disputa-da nos passados dias 6 e 7 de Junho no Pa-vilhão Multidesportos de Coimbra. A equipa orientada por Vítor Coelho enfrentou a As-sociação Académica da Universidade do Mi-nho (AAUM) numa das partidas referentes às meias-finais e bem se pode queixar da falta de sorte. Depois de estar a vencer durante grande parte do encontro, o IPL concedeu a igualda-de quando faltavam apenas 11 segundos para o apito final. Prémio para a AAUM, que não se

deixou abater pela desvantagem no marcador. No prolongamento, os minhotos chegaram à vitória por 4-3. Seguiu-se o encontro relati-vo à atribuição do terceiro e quarto lugares, que pôs frente a frente IPL e Associação Aca-démica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD). Venceu o IPL por cla-ros 3-0, arrecadando o último lugar do pódio entre as 10 equipas que este ano competiram na LUF. Na final, a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) ven-ceu a AAUM por 3-2, alcançando o título de campeão da LUF.

Festivais de Norte a Sul

08 JORNAL DE LEIRIA 26.06.2008

A Fechar

JORGE BASTOS

TIAGO GOMES

IPL alcança o terceiro lugar

Atletas e treinadores distinguidos em Gala de Desporto

Liga Universitária de Futsal

Decorreu no passado dia 12 de Junho a Gala de Desporto do Instituto Politécnico de Leiria. Depois de uma temporada onde as maiores ale-

grias vieram do atletismo, foram premiados os atletas e treinadores que, nas diferentes modali-dades, representaram o IPL.

TREINADOR DO ANONuno Figueiroa - Basquetebol

MODALIDADE DO ANOAtletismo

ATLETA REVELAÇÃOAndebol Feminino: Mariama SanóAndebol Masculino: Nuno LeonorAtletismo: Catarina RosaBasquetebol Feminino: Cristina FreitasBasquetebol Masculino: Marcos OrtézBodyboard: João AntunesFutebol 11: Luís CorreiaFutsal Feminino: Rita SantiagoFutsal Masculino: Marcos SilvaSurf: Ricardo CostaSurf: Marco SilvaTénis: Rita FranciscoVoleibol Feminino: Florbela BrásVoleibol Masculino: Raul Dias e Luís Santos

ATLETA DO ANOAndebol Feminino: Marisa GasparAndebol Masculino: Francisco AguiarAtletismo: Cândida BairradaBasquetebol Feminino: Sara MoretoBasquetebol Masculino: Pedro Rocha Futebol 11: Rui HilárioFutsal Feminino: Mª Salete FernandesFutsal Masculino: Cláudio LourençoGinástica: Liliana CostaTénis: João RodriguesVoleibol Feminino: Cátia FerreiraVoleibol Masculino: João Branco

REPRESENTAÇÃO INTERNACIONALJoão LopesRui Peixoto

DIVULGAÇÃO E EMPENHOJoão Faustino – Capitão equipa Futebol 11Alberto Martinho – Ex-jogador da equipa de

andebol. Treinador adjunto andebolPedro Silva – Atleta do andebolVictor Perez – Atleta de ERASMUS da equipa futsalCândida Bairrada – Atleta do atletismoGuida Fernandes – Ex aluna do IPL,actualmente vice-presidente da FADU

RECONHECIMENTO E MÉRITOVítor Coelho – Treinador do Futsal

CAMPEÃ NACIONAL UNIVERSITÁRIACândida Bairrada (duas vezes) - AtletismoDiana Morgado - AtletismoAna Filipa Neves - AtletismoCatarina Rosa (duas vezes) - Atletismo

CAMPEÃO NACIONAL UNIVERSITÁRIOJoão Lopes - AtletismoIvo Vital - Atletismo

DR

útil

“Onde está o meu eco-ponto?” e “Em que estado esta o meu ecoponto?” são as questões lançadas ao público neste site. As repostas servem de base a uma avaliação que tem por o objectivo auxiliar os Sistemas Municipais/Autarquias a detectarem eventuais problemas e a melhorarem os processos de recolha, tornando o ser-viço cada vez mais eficaz. Visite “o meu ecoponto” e contribua para a requalifi-cação do meio ambiente.

agradável Toda a informação acer-ca dos festivais e concertos no nosso país. Aqui será fácil encontrar data, preço, localização assim como ou-tras informações acerca de qualquer evento musical. A contagem decres-cente para cada um dos eventos, assim como a possibilidade de receber gratuitamente informação via SMS, são alguns dos elementos que fazem deste, um site apetecível.

Últimas

Erasmus BuddyEstão abertas até dia 30 de Junho as inscrições para o Erasmus Buddy. Pretende-se neste pro-grama que os alunos, possuindo conhecimen-tos suficientes de Inglês ou Castelhano, apoiem os estudantes Erasmus estrangeiros e os ajudem na sua inserção nas Es-colas do Instituto Poli-técnico de Leiria, bem como, em vários aspec-tos da cultura portugue-sa, reforçando o contacto entre culturas. Os parti-cipantes poderão ter um certificado de trabalho voluntário no seu curri-culum vitae.

Concurso Nacionalde Inovação BESPelo terceiro ano con-secutivo, o IPL abraça o convite do Banco Espírito Santo e participa num projecto que pretende premiar e divulgar tra-balhos de investigação, desenvolvimento e ino-vação. Este ano Energias Renováveis, Fileira Flo-restal, Processos Indus-triais, Saúde, Cuidados Pessoais e Acolhimento e Transportes são as áreas a concurso. A participa-ção pode ser individual ou em grupo e a data li-mite das inscrições é 30 de Junho. Mais informa-ções em www.bes.pt.

Parque de Lazer do IPLPara quem gosta da vida ao ar livre, o IPL dispo-nibiliza um novo espaço, situado na Nazaré, com serviço de aluguer de tendas e piscina. O par-que está disponível para funcionários e estudan-tes do IPL, estudantes e outras instituições de ensino superior, alunos das escolas secundárias do Distrito de Leiria e ha-bitantes da Nazaré. Pre-çário e mais informações em www.ipleiria.pt.

VÂNIA MARQUES

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INTERNETESIOLANDA SILVA

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