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Al. Linhas de Torres, 2 1750-146 LISBOA [email protected]
Jornadas Mundiais da Juventude – Madrid,
2011
Mães de Paula - Moçambique
Assembleia de Província – Tenda da Reunião
Missão Benguela 2011
Centenário de Tui – as Provinciais de
Espanha e Portugal
Clélia Fasciani
Fundadora das ‘Mães de Paula’
Encontro Internacional de Formação
Roma, Julho 2011
Assembleia de Província – Tenda da Reunião
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AA PPrroovvíínncciiaa aa ccaammiinnhhoo...... MMaaiiss uumm ppaassssoo
Como quem olha o retrovisor, a Província ‘olhou-se’ para continuar o caminho. Foi no Conselho
Provincial Ampliado, em Fátima, nos dias 25 e 26 de Junho p.p. Assim nos conta a Irmã Goreti:
CPA - A Província que se revê e se vê no caminho percorrido
Para a sua preparação todas nós fomos convidadas através da avaliação do vivido e, dessa forma, todas
estivemos presentes no CPA.
As participantes eram 50, e para dar início aos trabalhos a Irmã Lúcia Soares deu as boas-vindas ao grupo
e relembrou o objectivo do mesmo:”Viver um momento forte de reflexão sobre a vida da Província, a
partir da avaliação da Programação e tendo em conta os desafios da situação actual, em ordem a dar
elementos para orientar e definir a Programação do próximo ano”.
A oração inicial desafiou-nos a reparar, reparar na vida à nossa volta, alargar o horizonte do nosso olhar,
um olhar que passe do eu ao nós.
Foi-nos, depois, apresentada a avaliação da Província e, num primeiro momento, tomámos consciência
do mais importante que se viveu e não se viveu. O convite era ver, para além do que aparece, que temas
estão a ser determinantes na nossa vida...
De tarde, tivemos connosco a Doutora Maria Eduarda Ribeiro, Economista e Secretária Geral da Comissão
Nacional Justiça e Paz, para nos falar dos “desafios da situação actual” e interpelar a viver com Esperança
mesmo diante de “uma situação tão catastrófica a nível Mundial”.
Desafiou-nos à solidariedade, à comunhão, à fraternidade: “nos momentos de crise e dificuldade tem que
se fazer escolhas. Que futuro? Queremos mais fraternidade ou individualismo?”.
Colocou-nos diante das causas da crise e das situações complicadas que estão a criar por não estarem a ser
combatidas.
Alertou-nos para as questões que se levantam, face às grandes tendências actuais. Considerou muito
importante o desenvolvimento local; disse que ele tem que ser feito “a partir de baixo”, pedindo o
envolvimento das pessoas na resolução dos problemas; com os mesmos recursos, é possível viver melhor,
é possível passar para a sustentabilidade ecológica. A crise ambiental tem que nos colocar problemas
sérios. Um dos apelos que nos deixou foi “recuperar alguma austeridade perdida: não se pode continuar a
viver como até aqui se tem vivido”.
No Domingo, com todos os desafios que nos deixou a Doutora Eduarda mais as sugestões vindas da
Província, procurámos, em pequenos grupos, “dar elementos para orientar e definir a Programação do
próximo ano”.
Rezámos a realidade como “gesto visível das mãos invisíveis de Deus” e terminámos o CPA com a
Eucaristia, entrega gratuita e amorosa de Jesus a cada uma, convidando-nos a ir e fazer o mesmo.
EE aassssiimm cchheeggáámmooss aaoo aannoo ddee 22001111--22001122
Cada ano mais um sonho... mais um esforço... mais um passo... sempre como MULHERES DE FÉ.
Neste ano somos desafiadas a com-viver da Palavra em espírito de família.
Foi assim o lançamento do ano:
ASSEMBLEIA DE PROVÍNCIA: uma só, em 3 locais diferentes – Coimbra, Sardão,
Calvanas – , com um total de 216 Irmãs.
Diz-nos a Irmã Maria Antónia Sequeira
Neste princípio de Setembro, muitos caminhos foram dar a Coimbra, depois da
diáspora das férias. Estiveram representadas muitas Comunidades: Viseu, Sardão, Vila
do Conde, Linhó, Lisboa-Residência do Lumiar e Residência das Calvanas, Noviciado,
Escola Paula Frassinetti...
Dois momentos a destacar :
Mulheres de fé que com-vivem da Palavra
em espírito de família
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Oração e reflexão na Tenda do Encontro à volta da PALAVRA - momento muito rico e denso sobre a
exigência de sermos mulheres de fé que com-vivem da Palavra em espírito de família.
Conhecimento do Programa da Província para o novo ano e trabalho sobre alguns pontos, em grupo
e assembleia. De salientar a síntese dos grupos sobre a conversão que nos é exigida.
O Lar Universitário cedeu-nos generosamente o espaço; e o grupo da logística, com o espírito prático já
habitual, proporcionou-nos o alimento necessário de um modo também prático, com refeição rápida e
saborosa.
O dia terminou com a Eucaristia e com um recado um pouco inédito do sacerdote que a celebrou, que
nos disse: “Trago um recado de Santa Paula dado mesmo agora: Diga às Doroteias que façam SILÊNCIO».
Silêncio para entrar na tenda?
Silêncio para ouvir novas interpelações?
Cada uma de nós vai ter que descobrir.
Imagens que guardam a memória...
FFéérriiaass...... SSeerrvviiççoo...... CCoommpprroommiissssoo...... Como é habitual, o tempo de férias foi vivido, pelos jovens e Irmãs que acompanham a Pastoral Juvenil,
em serviço-compromisso, desta vez em MAIS:
DO ÀS
COM AS DOROTEIAS
MAG+S (5 a 15 de Agosto)
O desafio foi lançado pelos nossos amigos Jesuítas, e nós aceitámos
colaborar neste grande evento. Abrimos a “nossa casa” a 25 Jovens,
vindos de diferentes países: Síria, Nigéria, França e Eslováquia.
Sonhámos em Cor Unum (Guida Ribeirinha, Goreti, Lisete, Ida, Paula,
Anabela e Guida Oliveira) e, como mulheres de fé, arriscámos unir
forças, partilhar dons, construir passo a passo a experiência de 8 dias em
Recardães sob o lema: “Descobrir uma Terra, uma cultura, uma fé”.
E Deus assim quis que a Obra surgisse com todo o seu esplendor…
Aqui ficam alguns testemunhos dos jovens. “Palavras vivas” que falam por si…
Ecos dos jovens do Mag+s
15.08.2011
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Queridas Irmãs,
Vocês são as irmãs mais fantásticas, que vestem
calças de ganga (!), que eu conheço.
Numa semana, vocês deram-nos tantas
coisas: divertimento, felicidade, alegria,
a oportunidade de conhecer tantas
pessoas e energia. Vocês são o exemplo
de vida com energia para mim. Eu não
vou esquecer isto!
Diverti-me muito. Eu fui para frente com a minha
fé em Deus. Por tudo isto, eu quero agradecer-vos!
Sigam em frente! Vocês são fantásticas.
Obrigada!!
Pauline (França)
IRMÃS
Como posso agradecer-vos? O mo-
mento partilhado convosco deu-me
força e fez-me crescer.
Estar longe da minha família foi difícil
mas aqui senti-me na minha própria
família. Obrigada por tomarem conta
de mim. Eu não esquecerei a Missa convosco.
Aprendi imenso em pouco tempo. Não vos
esquecerei. Vocês estão algures no meu coração.
Deus abençoa-vos. Deus cuida de vocês.
Eu tive uma rica experiência. Um só Deus para
todos nós. Dieynaba*
(*Dieynaba é uma jovem francesa de religião muçulmana que
participou em todos os momentos da experiência, incluindo a
eucaristia).
14/08/2011
Queridas Irmãs,
Vocês, Irmãs, são o que eu chamaria as atualizadoras do Evangelho. Vocês deram o verdadeiro significado
do amor aos vizinhos. Eu vi no vosso sorriso, para nós, grande riqueza de sacrifício, alegria, amor,
verdade, calor, trabalho duro, compromisso, felicidade e Cristo – como Espírito.
Vocês fizeram tudo isto para nós na nossa experiência. Eu aprendi de vocês todas – na comida que vocês
nos deram, nas vossas viagens connosco, na vossa paciência, na vossa
protecção, no vosso cuidado connosco, na vossa dor e na vossa
amizade.
Vocês mostraram-nos o verdadeiro modo que Jesus nos pediu para
carregar a nossa cruz, e isso é com amor e alegria no nosso coração
como vosso, apesar da dor.
Excelente discurso quando “ninguém disse que seria fácil”, lembram-se,
mas vocês tornaram-no fácil para nós todos. Com vocês, Irmãs, eu
acredito fortemente que “uma outra vida é possível”. Adeus… Eu gosto
de vocês. Obrigada e que Deus vos abençoe. Blessing
Em nome de todos nós da França, Eslováquia, Síria e Nigéria
OBRIGADA
Por todas as coisas que vocês fizeram
Por nos acolherem no meio de vós - Obrigada
Por cuidarem tão bem de nós
Por colocarem sorrisos nas nossas faces - Obrigada
Por toda a comida que comemos
Por todo o vosso cuidado maternal - Obrigada
Refrão: nós apenas queremos dizer obrigada, obrigada.
Jornadas Mundiais da Juventude (17 a 21 de Agosto)
Uma Doroteia tem que valer por 10. E, sem receio, lá fomos nós rumo a Madrid com um grupo de 50
jovens portugueses. Alojados na Comunidade de Puerta de Hierro, sentimos o acolhimento fraterno das
nossas Irmãs. As pequenas delicadezas, a atenção permanente a cada uma, o sorriso, a palavra… tudo nos
fez sentir em “Espírito de Família”.
E como grupo vivemos a experiência das Jornadas, no mar imenso da multidão de jovens de todos os
Continentes, de todas as raças, que buscavam o olhar do Papa, como que sedentos de Cristo. Experiência
de Igreja que nos faz abanar por dentro e sentir que vale a pena continuar a apostar na Juventude. É
impressionante o movimento que se gera à volta do Papa… Cristo continua a servir-se do frágil, do
simples para chegar até nós.
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Nas JMJ conheci, dizendo assim, um amor novo. Não sei explicar ao certo, e muito menos identificá-lo,
mas sei que é bom. Tenho a sensação de que me conquistou. Todas as noites, ao deitar, depois de um
dia bem passado ao sol com gente extraordinária, com muito calor e com muitas mensagens das
catequeses, fazia a reflexão do dia, e dava por mim a falar com alguém; esta voz era hipnotizante, doce,
meiga, parecia que me dizia sempre alguma coisa, estava sempre de sorriso na boca.
Depois de estar muitas horas à espera do Papa, na tarde da Via-Sacra, posso dizer que ver o sucessor de
Pedro foi das coisas mais bonitas que vivi nas JMJ. Tudo o que eu pensava e o que eu sentia parece que
desapareceu quando o sucessor de Pedro passou... as suas palavras, a sua alegria ao ver milhares de
jovens de todo o mundo e, principalmente, a sua mensagem.
Houve uma mensagem que me tocou pessoalmente em Cuatro Vientos, depois de uma noite magnifica
com chuva e trovoada à mistura, na eucaristia o Papa disse assim: “Incumbo sobre vós também a tarefa
extraordinária de serem discípulos e missionários de Cristo noutras terras e países onde há multidões de
jovens que aspiram a coisas maiores, vislumbrando em seus corações a possibilidade de valores mais
autênticos. Não se deixem seduzir pelas falsas promessas dum estilo de vida sem Deus!!!".
Sei que será estranho, mas algo mudou em mim com esta mensagem. (Sónia Ferreira)
"Apesar de ter sido uma semana cheia de detalhes e emoções, houve um momento que me marcou
pessoalmente. Na noite de Sábado, em Cuatro Vientos, estavam todas aquelas pessoas reunidas à espera
de ouvir Bento XVI quando cai a dita trovoada que nos colocou à prova. Cada um encontrava refúgio
da forma que podia: uns tinham impermeáveis, outros tinham lonas, outros até tendas ou chapéus de
chuva... pessoalmente, decidi aguentar a chuva e relâmpagos dentro do meu saco cama, que entretanto
descubro que não era tão impermeável quanto pensava. Já molhado, arrisquei então tirar a cabeça da
coberta para ver o cenário de caos que adivinhava à nossa volta. O que vi tocou-me e aqueceu-me a
alma: enquanto muitos se cobriam, umas tantas almas bravas e rebeldes desafiavam por completo os
elementos da natureza e, sem camisolas até, juntavam-se, dançavam, pulavam... sempre entoando "Esta
es la juventud del Papa!". Pessoas que não faziam a mínima ideia de quando e se a chuva iria parar
sequer... apenas sabiam que a Fé e a emoção de ver tanta gente junta os motivava. Foi a minha grande
lição de humildade, uma que trouxe comigo de Madrid" . (Tiago Mendonça)
MMIISSSSÃÃOO BBEENNGGUUEELLAA 22001111
Irmã Alice Simões
O mês de Agosto de 2011 foi muito especial para quem decidiu deixar o país e partir para Angola!
Partir para servir, para estar junto, para aprender, para entrar mais dentro da vida, para ser mais e
melhor, para viver no seio de uma Família que nos acolheu de braços abertos – a Província das Irmãs
Doroteias em Angola – e mergulhadas num povo lindo, lindo, lindo, onde a “seara é enorme…”! O
coração ficou preso à linda cidade de Benguela, terra das acácias, onde a vida sonha alto; é impossível
não se deixar tocar…
E fomos tocadas pela vida através do que realizámos, mas sobretudo do que vivemos e pelo testemunho
que as nossas queridas Irmãs nos deram de entrega incansável ao Reino num país em reconstrução! Mais
importante do que tudo o que fizemos foi a vida que aconteceu, aquele olhar que se cruzou com o nosso
e que fica para sempre!
Um obrigada muito grande a todas e a todos os que contribuíram para que esta Missão acontecesse;
sentimos que fomos enviadas, que a missão é d’Ele e que connosco foi uma grande multidão que nos
suportou directa ou indirectamente, pelo apoio monetário, pela oração ou pela palavra amiga que nos fez
voar!
O grupo que partiu foi constituído pela Andreia Soares, Mafalda Pinho, Liliana Rocha, Rita Gomes, Marta
Serrano, Daniela Geraldes e Susana Santos, acompanhadas pela Irmã Alice Simões. As áreas de trabalho
foram: curso de informática, curso de liderança, dinâmicas de grupo, formação de Professores, primeiros
socorros, gestão do tempo e oração. Deram-se explicações no Lar de Santa Paula e no colégio, trabalhou-
se no Lar e nas paróquias de Santo António e Nossa Senhora do Pópulo. Foi pouco tempo cronológico,
mas muito se viveu; o desejo de missão permaneceu e certamente dará fruto!
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Vão dois testemunhos:
O projecto Missão Angola 2011, mais do que uma experiência de trabalho, para mim foi uma caminhada
de amadurecimento espiritual e de aprendizagem com um povo que vive com a convicção de que nada
pode impedir a busca por uma vida melhor. Que melhor ideal para o dom da vida?! Assim como Jesus
anunciou que a maneira de transformar o mundo é o AMOR, foi isso que encontrei em Benguela... Amor
sob a forma de entrega, de força de trabalho, de espírito de sacrifício e de alegria de viver de cada uma das
pessoas com quem estive! A espiritualidade das Irmãs Doroteias foi o caminho certo para a redescoberta de
Angola, para a descoberta de Benguela e para o meu crescimento pessoal! Por tudo isso, aqui deixo o meu
profundo agradecimento a todas as pessoas que me ajudaram nesta procura e que deixaram a sua marca
na minha vida em Benguela. (Andreia Soares)
Depois de um ano de preparação chegou o grande momento de partir... para uma longa viagem até terras
de África. Um mês de missão passou num abrir e fechar de olhos... quase que saltámos do primeiro dia para
o último; e havia ainda tanto a fazer... Tudo foi diferente... o chão, o ar, as cores, o ambiente... mas, no
meio de tanta diferença que fui encontrando, nada causou estranheza. A missão foi ao encontro das
minhas expectativas antes de partir. A vontade de voltar a essa Terra é grande, para continuar o trabalho
que lá ficou por fazer, voltar a encontrar aqueles sorrisos, aquele espírito, amizade, partilha e, acima de
tudo, aquela simplicidade. Um obrigado por ser a escolhida para esta missão, para este desafio. Fiz o
melhor que podia mediante as circunstâncias, fiz o que propunham e respondi com espírito de missão... pois
foi pela missão que fui, que voltarei a ir, pois ficou no coração. (Liliana Rocha)
CCOOLLÉÉGGIIOO DDOO SSAARRDDÃÃOO –– AA aavveennttuurraa ddoo rreeccoommeeççaarr
Irmã Anabela Pereira
“Gosto de pensar, Senhor, que não são apenas os anos lectivos que começam, mas somos
nós. É dentro da nossa vida que conjugamos começos e recomeços, reencontros e descobertas… É
dentro da nossa vida que as folhas são mais brancas, essas folhas onde anualmente escrevemos
«lição nº 1». A aventura do saber faz sentido se ajuda, se interroga, se aprofunda a nossa maior
aventura que é aquele do ser”.
Tolentino Mendonça (Um Deus que dança)
“Gosto de pensar, Senhor, que não são apenas os anos lectivos que começam, mas somos nós”,
os professores do Colégio do Sardão, que nos sentámos à volta da mesma mesa para entregar um novo
ano, uma nova esperança, um sonho que nunca acaba.
Sabemos que nos é proposto um grande desafio: “Ser mais relação, em Espírito de Família”.
A cada um de nós foi distribuído um marcador, com valores diferentes. Todos partilhámos o nosso valor,
dizendo os aspectos que nos interpelavam mais.
No ar ficou um desejo de caminharmos rumo à meta, na certeza de que vale a pena tentar Ser Relação.
As cordas desprendem-se em verdadeiro rodopio, ganham vida, movimento e aos poucos ocupam o
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espaço todo… são os valores que se espalham pelo Colégio do Sardão. Somos todos convidados(as) a
lançar uma corda… ninguém fica de fora…
EEnnccoonnttrroo IInntteerrnnaacciioonnaall ddee FFoorrmmaaççããoo
Irmã Ana Maria Barrento
NAS PEGADAS DE PAULA, DISPONÍVEIS À PALAVRA-ACÇÃO DE DEUS
Ao pensar no ENCONTRO INTERNACIONAL DE FORMAÇÃO que se realizou em Itália, no passado mês
de Julho, só me chega ao pensamento e ao coração a palavra: GRATIDÃO.
Gratidão ao Senhor e à Congregação pela possibilidade que tive de viver este tempo de Graça, aberta à
Palavra, acompanhando Paula nas suas “pegadas”, para com ela, e movida pelo Espírito Santo, fazer uma
forte experiência de Deus, em Jesus Cristo.
Gratidão pela comunhão-fraternidade, com que tantas Irmãs e Comunidades das várias Províncias se
fizeram “presentes”. Cada mensagem que nos chegava era mesmo uma “surpresa”, acolhida sempre como
um presente de Deus. Também as nossas Irmãs de Itália, desde a primeira hora, nos acolheram muito
calorosamente e com um forte espírito de família.
Gratidão por ir “beber à fonte” da nossa Família Doroteia, caminhando e “tocando” concretamente
muitos espaços e momentos vividos por Paula e suas primeiras companheiras, em Génova: Monte Moro,
Madonnetta, Santo Estêvão, Santa Clara (onde não faltou no fim da Eucaristia a célebre “focaccia”), Casa
de Albaro, Colégio de Rivarolo… Foi emocionante perceber a tenacidade de Paula e o Dom que esta
grande Mulher é para o Mundo, para a Igreja, para a Congregação e para cada uma de nós.
Gratidão por viver dias de graça sob o olhar de Deus, o olhar de Maria e o olhar de Paula, deixando-nos
conduzir pelo Espírito.
Gratidão por redescobrir a maravilha da História do Desejo de Paula, que era fazer sempre a Vontade de
Deus, o que supôs um constante “partir” e “chegar”, que assinalou profundamente a vida de Paula.
Aceitámos entrar nesta dinâmica por dentro de nós, o que
exigiu também diversas partidas do que éramos… para
chegarmos aonde o Senhor nos foi levando. O importante é
saber e querer partir e dar o nosso TUDO para chegarmos
onde Deus quiser, apenas com o apoio e segurança na Fé.
Gratidão por, em Roma, sobretudo nos vários espaços de
Santo Onofre, vivenciar actualmente Paula no seu quotidiano:
fazer a experiência dos seus sentimentos, pensamentos,
palavras, gestos, relação com as Irmãs…
Gratidão pelo sabor da alegria que experimentámos, como
grupo, ao termos caminhado juntas, numa inter-ajuda irmã,
nos tempos de oração, de pesquisa, de partilha.
Gratidão por chegarmos à adesão ao Compromisso de Futuro,
assumido no último Capítulo Geral: “…chamadas a viver a dimensão mística e profética do nosso ser
Doroteias”. Sentimo-nos interpeladas a manter viva a nossa identidade: Mulheres de Fé que geram e
cuidam da vida.
Comunidade Bozzano
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Gratidão à Irmã Jaci e suas Conselheiras, pela delicadeza em serem presença junto de nós em alguns
momentos da nossa caminhada. Gosto de transcrever umas breves palavras da Irmã Jaci, ao situar o nosso
Encontro no momento que vive a Congregação: “A Congregação está a viver um processo de re-
estruturação, no desejo de nos reorganizarmos na situação nova que é a nossa… talvez neste período
actual, somos purificadas e tornamo-nos na pequena Congregação segundo o sonho de Paula”.
Gratidão às Irmãs que coordenaram esta Formação - Ada, Albanir, Francesca, Maria Antónia e Roseta -, pela
dedicação e empenho com que nos acompanharam para fazermos esta experiência profunda do Amor de Deus.
Gratidão pelo firme propósito que fizemos de colocar em prática o que no Encontro vimos e ouvimos, na
certeza e responsabilidade que nos toca nesta hora: Paula, hoje somos nós!
Termino com a exortação que a Irmã Jaci nos deixou na conclusão do Encontro, e que quero tornar
extensiva a todas as Irmãs Doroteias espalhadas pelo Mundo: “Sede Doroteias de verdade e disponíveis!
Se somos poucas, vamos precisar de nos entre-ajudar ainda mais!”.
A tod@s o meu bem-hajam!
CCeenntteennáárriioo ddaa FFuunnddaaççããoo ddee TTuuii Irmã Diana Barbosa
24 de Setembro de 2011 foi o dia escolhido pela Província Espanhola para celebrar o 1º Centenário
da chegada a Tui das Irmãs portuguesas, expulsas de Portugal pela Revolução de 5 de Outubro de 1910.
Nessa manhã partiram de Lisboa as Irmãs Mª Lúcia Soares, Pilar Moreira, Mª da Conceição Sousa,
Diana Barbosa e Mª Francisca Dias. Em Coimbra entraram a Irmã Margarida Ribeirinha e as Noviças Paula
Martins e Idalécia Videira; no Porto, a Irmã Mª Teresa Magalhães. De caminho fizeram uma breve
paragem num parque de merendas, em Barcelos, para um almoço pic-nic preparado pelo Noviciado.
À chegada à casa de Tui, receberam abraços efusivos das Irmãs Teresa López (Coordenadora
Provincial), Elvira Arzubialde (Coordenadora de Tui) e várias outras.
Na sala da Comunidade esteve-se em alegre convívio com Irmãs da Casa e outras que iam
chegando de fora. A Irmã Milagros Ramiro, a mais antiga da Província, com os seus 98 anos, lá estava,
muito lúcida e entusiasta; na véspera tinha dado uma entrevista a um jornalista! Depois de 40 anos
vividos em Pontevedra, regressou a Tui com o computador que lhe ofereceram as suas alunas na hora da
despedida... Seguiu-se o ensaio dos cânticos para a Eucaristia, incluindo um belo hino composto pelas
Irmãs do Peru.
Mais tarde, algumas foram visitar a enfermaria, muito bem montada, no 2º piso do edifício. A
Irmã Felisa Garcia (1ª Vice-Provincial e, depois, Provincial de Espanha), recentemente regressada do
hospital, ao ver as portuguesas ganhou novo fôlego, falando das «queridas Irmãs portuguesas, que deram
testemunho vivo da Fundadora».
Encaminhámo-nos para a Igreja paroquial de S. Francisco, onde seria celebrada a Eucaristia de
Acção de Graças, às 18 h. De caminho pudemos ver a fachada do Hotel Moderno (agora abandonado),
onde a 21 de Janeiro de 1911 se alojaram as nossas primeiras Irmãs que chegaram a Tui. A Igreja ‘dourada’
estava belamente ornamentada com flores brancas. Na capela-mor, à direita, havia um grande estátua
representando Santa Paula e uma menina. A Igreja encontrava-se repleta de Irmãs, antigas alunas, etc.
A Concelebração foi presidida pelo Senhor Bispo, com outros sete sacerdotes amigos. Toda a
assembleia se uniu aos cânticos, acompanhados a órgão. A homilia foi muito bela: na primeira parte, uma
acção de graças pelo carinhoso acolhimento da população de Tui às Irmãs portuguesas expulsas da sua
pátria; e uma acção de graças também a Deus, que generosamente fez frutificar a semente por elas
lançada em terra de Espanha... sublinhando que toda a páscoa é precedida de um êxodo... Na segunda
parte, exaltou «a grande mulher, Paula Frassinetti», tendo posto em evidência facetas muito importantes
da sua personalidade:
Mudanças – o arco da sua vida (1809-1882) foi um tempo de grandes mudanças sociais, que
ela acompanhou, procurando sempre dar-lhes nova resposta
Ideias muito claras
Firmeza na realização da vontade de Deus
Às suas religiosas inculcava uma atitude de amor e coração, mas não baseada no sentimento
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Nos muitos sofrimentos, ao longo da sua vida, nenhuma amargura, porque era uma mulher
enamorada de Jesus Cristo
Total confiança em Deus.
O Ofertório teve uma grande simbologia:
Um pouco de terra de Tui e umas sementes («as Doroteias de Portugal, portadoras da semente,
encontraram em Tui terra fértil»)
Um girassol e uma tocha («a vida de Paula, sempre orientada para Deus, e a sua fé e ânsia de
comunicar a luz»)
Um quadro com o escudo do Instituto e o globo terrestre («o esforço de todas as Doroteias
para transformar o mundo na grande família dos filhos de Deus»)
Pão e vinho («os trabalhos e as canseiras, as alegrias e as esperanças de toda a humanidade...
para salvação de todos»).
Antes da bênção final, as duas Provinciais (respectivamente de Portugal e de Espanha), em breves mas
sentidas palavras, referiram a morte-vida da Província Portuguesa, após um
acontecimento doloroso, que se mostrou providencial... Em seguida todos
os presentes foram convidados a acompanhar-nos à nossa casa.
O Hino final, a Santa Paula, foi entusiasticamente cantado e
acompanhado a viola, flauta e acordeão (pelas Irmãs Margarida
Ribeirinha, Francisca Dias e a Noviça Paula). Já no adro da Igreja, e pela
rua fora, todos continuavam a cantar, vibrando com o refrão do Hino:
Pelos caminhos do amor, pelas sendas que Paula abriu, na presença do
nosso Deus, sentimos a urgência de alcançar um mundo novo em
fraternidade.
Seguiu-se a visita a uma exposição alusiva ao centenário, bem como uma projecção intitulada
«Deus presente e activo», preparada por professores do Colégio de Pontevedra. O convívio fraterno
prosseguiu durante a merenda-ceia, muito bem preparada, finda a qual era forçoso partir de regresso a
Portugal. Foi um dia de acção de graças e de encontro fraterno entre as duas Províncias-irmãs. O nosso
obrigada a todas as Irmãs que o tornaram possível.
AAccoonntteecceeuu...... AAccoonntteeccee...... 02 Setembro – Realizou-se em Coimbra a
primeira Assembleia de Província.
02 Setembro – A Irmã Odete Almeida Vitória
regressou a Moçambique. A Irmã Maria da
Conceição Moreira ficou para tratamento,
estando na Casa Paula.
04 Setembro – Assembleias de Província no
Sardão e nas Calvanas.
08 Setembro – O Noviciado foi transferido
para Coimbra – Av. Dias da Silva, 126.
08 Setembro – A Irmã Lisete Gonçalves
regressou a Roma.
10 a 25 Setembro – Reuniões das várias
Equipas, em Fátima.
17 e 24 Setembro – Encontro de docentes e não
docentes sobre o espírito de família – Fátima,
Lisboa-Calvanas, Porto-Paz.
24 Setembro – Celebração dos 100 anos da
Casa de Tui (Espanha). Em resposta ao convite
muito amigo da nossa Província-irmã (e
também ‘filha’) estiveram presentes 9 Irmãs.
01 Outubro – As ‘Mães de Paula’ celebram 25 anos!
01 e 02 Outubro – Reunião de Coordenadoras,
em Fátima.
08 e 15 Outubro - Encontro de docentes e não
docentes sobre o espírito de família – Fátima,
Viseu, Lisboa-Calvanas, Porto-Paz.
16 Outubro – Lançamento das actividades da
Pastoral Juvenil Vocacional.
27 Outubro a 5 Novembro – Em Madrid
(Espanha) CGA da Europa e Experiência
Internacional de Formação Permanente. As
Irmãs Ada, Francesca e Maria Antónia Marques
Guerreiro, que a vão orientar, chegarão mais
cedo.
VViiddaass aaoo sseerrvviiççoo
BODAS DE OURO da Irmã Cardina... na primeira pessoa
Para quem não queria festa de Bodas de Ouro… multiplicaram-se as festas ao longo do ano, de
Dezembro até Agosto!
Primeiro celebrou-se na data própria, em Comunidade, a acção de graças
pelos 50 anos da minha entrada na Congregação, com a presença da Irmã
Lúcia Soares e da Irmã Maria Antónia. Como não houve convites, uma das
minhas cunhadas perguntou: “Se nós formos, fecham-nos a porta?” E lá
veio com o marido e com duas Irmãs da Comunidade de Viseu, trazendo
também o Pároco da minha juventude na terra natal, com grande surpresa
minha. Outras Irmãs se quiseram associar à celebração festiva da Eucaristia
na Capela de Vilar e ao almoço convívio que se seguiu.
O Padre Henrique fez questão de repetir a celebração das Bodas de Ouro
com o povo da sua antiga Paróquia. Foi no dia 31 de Julho, para coincidir
com a minha estadia na família, que também queria comemorar o evento.
Houve um grupo a preparar a Eucaristia com muito empenho e carinho.
Além de outras manifestações, foi lida esta mensagem que depois me
entregaram:
Era uma vez… Assim começam as histórias. E as Histórias de Vida não são
diferentes! Era uma vez uma menina. Foi baptizada nesta Igreja, como quase
todos nós. E puseram-lhe o nome de Ilda.
Cresceu. Foi para a escola aprender. Falou, ouviu, escutou… e no fundo do
seu coração Alguém segredou: “Queres ser feliz?!...”
Sem saber muito bem que voz era aquela, lá foi…
Já lá vão cinquenta anos, e parece que foi ontem, que é agora… E é.
Dado o primeiro passo, outros se lhe seguiram: passos simples umas vezes,
mais arrojados outras, decididos, mais decididos, incertos, mas sempre
seguindo em frente.
De Fidelidade se faz a vida. E por se ter mantido fiel, esta Comunidade em que
nasceu está-lhe grata, mesmo sem saber o quanto lhe deve: orações que fez por nós... o quanto, sem nos
apercebermos, foi anjo da guarda... Disse alguém: “Ninguém sabe o bem que faz quando faz bem”.
Cinquenta anos não é uma meta; é, antes, sinal de partida para mais e melhor.
Naqueles com quem convive, dando-se sempre mais, está cada um de nós a beneficiar da sua entrega.
“Uma alma que se eleva, eleva o mundo”.
Queremos continuar a contar com a generosidade da sua oração e
do seu testemunho.
Bem haja, Irmã Cardina!
Peraboa, 31 de Julho 2011. (Ana Maria Matias)
A terceira festa foi com a família - irmãos, cunhados e sobrinhos - no
dia 6 de Agosto, na vila da Zebreira, lugar onde nos costumamos
reunir cada ano, nas férias. Éramos 29 pessoas à volta do Altar,
numa Eucaristia muito bem preparada e participada por todos.
Seguiu-se o almoço, num restaurante da Idanha-a-nova. É bom
aproveitarmos estas ocasiões para fomentar o espírito de família. Foi um dia muito feliz, vivido em família.
Continuo a louvar a Deus pelos momentos de graça vividos ao longo deste ano e de toda a minha vida.
Festejam as Bodas de Ouro: 21 Novembro
Maria Antónia Sequeira; 26 Novembro
Maria Alcina Monteiro; 4 Dezembro
Conceição Leal.
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IRMÃ MARIA LUDOVINA MARTINS CASEIRA
A nossa Irmã Martins, como gostava de ser tratada, partiu aos 85 anos para a Casa do
Pai, a quem tanto amou e a quem sempre confiou a sua Vida. Era o dia 21 de Agosto
de 2011.
Entrou na Congregação no dia 31 de Julho, aos 24 anos, nesta casa do Linhó, onde
fez o Noviciado.
Os seus 61 anos de Vida Religiosa viveu-os nas Comunidades da Covilhã, Sá da
Bandeira (agora Lubango), Benguela, Lobito, Calvanas, Abrantes e Linhó, onde se
encontrava desde 1992.
Dentre as marcas da sua personalidade gostamos de destacar:
O sentido de responsabilidade, que evidenciou ainda bem jovem. Tendo perdido a Mãe aos 16 anos,
assumiu o lugar desta junto dos irmãos mais novos, e com os quatro rumou ao Brasil onde o Pai os
esperava.
O seu modo de educar, próxima e exigente; acompanhava as alunas, tendo em conta todas as dimensões
do seu desenvolvimento. Evidenciava e transmitia um forte espírito Missionário, que marcou os seus 16
anos em África e a sua vida de Doroteia.
A delicadeza e gratidão com que apreciava até os mínimos cuidados que lhe eram prestados.
O sentido de humor que aflorava frequentemente, dilatando os que a rodeavam e acompanhavam,
mesmo nestes últimos tempos, mais difíceis por causa da doença.
A sua forte afeição à família de sangue era bem visível, e traduzia-se numa forma simples de os entregar
ao Coração de Deus, na grande alegria demonstrada nos encontros familiares e sempre que algum dos
seus de qualquer modo a contactava.
Da sua vida, enraizada em Deus, podemos aprender o desejo de O dar a conhecer, a ternura por Maria,
Nossa Senhora, a coerência e a procura do essencial.
Hoje, sem dor e sem sombra, mergulha já na Luz do seu Senhor e acompanha, do céu, o nosso canto:
Para Ti, morada Santa.
IRMÃ MARIA DO ROSÁRIO CAETANO
Foi no Domingo, dia 4 de Setembro, que o Senhor veio buscar a nossa Irmã Maria do
Rosário Caetano para lhe dar a recompensa dos 80 anos vividos no seu amor e no amor
dos irmãos.
Toda a vida foi bastante doente, mas o seu calvário maior começou no dia 18 de
Fevereiro, festa de S. Teotónio, e durou até agora, quase sempre internada no Hospital
de Viseu e ultimamente em casa à espera da “sua hora”.
Mesmo na doença, não perdeu as suas qualidades de acolhimento e simpatia, de
comunicação e atenção a todos… nem o “desejo do Céu”, que tantas vezes manifestava.
Foi enfermeira quase toda a vida, velando pelas nossas Irmãs e Alunas doentes com todo
o cuidado, procurando aliviar os seus sofrimentos.
Tinha muito amor à Congregação mas também à sua família e à Beselga, sua terra natal.
Quando podia ir de férias à sua aldeia, trazia-nos sempre deliciosos frutos dos campos
cultivados pela sua família, e recolhia o pagamento das assinaturas da “Cruzada” que
pontualmente enviava para Braga.
Gostava muito de ler, sempre que podia, e com frequência recordava as “florinhas” de São Francisco, mas
também as de Santa Paula e de outros Santos que lhe vinham à mão…
Sentimos a falta da nossa Irmã Rosário e contamos que seja nossa “advogada no Céu”.
IRMÂ ROSA GONÇALVES DA SILVA - 8 Set. 2011 (no próximo Boletim vem uma pequena notícia)
Familiares de Irmãs falecidos:
- A mãe das Irmãs Catarina e Isabel Miguel (Bragança)
- A mãe da Irmã Palmira, Moçambique
- Um primo/irmão da Irmã Anciães (Calvanas); Um irmão da Irmã Carmen (Linhó)
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Manuela Coelho (Viseu)
No dia 1 de Outubro reuniram-se em Fátima, sob a protecção de Maria, as Mães de Paula portuguesas,
para celebrar o 25º Aniversário dos grupos no mundo.
Na celebração dos 10 anos, houve um encontro internacional em Roma. Na celebração dos 20 anos,
houve um encontro internacional em Génova.
Este ano, a mãe fundadora, Clélia, quis que os 25 anos fossem celebrados indo ao encontro dos grupos
mais distantes que geralmente pouco se podem fazer representar nestes encontros internacionais. Mães
italianas e portuguesas já visitaram os grupos de Angola, Moçambique, Austrália e Portugal-Açores.
Prepara-se a visita ao Brasil. Outras visitas virão depois.
O primeiro grupo das Mães de Paula nasceu em Árcore, a 1 de Outubro de 1986. Novos grupos foram
nascendo na Itália e noutros Países, alguns deles até sem a presença das Doroteias:
Itália .................1986
Malta ...............1989
Portugal ............1992
Austrália ..........1994
Moçambique ...1996
Brasil ...............1998
Inglaterra .........2004
S. Tomé ...........2004
EUA .................2006
Canadá ............2007
Angola .............2007
China ...............2007
Camarões ........2009
A Clélia disse, no Capítulo Geral de Lisboa, em 1991:
“Isto se propõe o grupo das MÃES DE PAULA: mudar o próprio coração para renovar a harmonia da
família, que se deve tornar, por sua vez, célula viva da Igreja, para poder mudar o mundo.
És tu, MÃE DE PAULA, reconstruindo o teu coração nas pegadas de Paula, quem reconstruirá a tua família
para formar, juntamente com outras famílias, as FAMÍLIAS DE PAULA que levarão ao mundo UM NOVO
MODO DE VIVER O AMOR”.
Embora sem grandes comemorações, sem grandes alardes, queremos celebrar os 25 anos das MÃES DE
PAULA em verdadeira união de corações que, apesar de distantes, palpitam em uníssono. Convidámos
algumas mães que passaram pelos nossos grupos e que, por circunstâncias diversas, não continuaram
connosco. Convidámos também as famílias e amigos, querendo que o Amor que partilhamos entre nós
possa chegar a muitos corações, e novas ‘mães’ se juntem aos nossos grupos.
Neste dia, connosco estão as Irmãs Doroteias que acompanham os grupos, bem como o Senhor Padre
Carlos, nosso assistente nacional (que este ano celebra as suas Bodas de Ouro sacerdotais) e o Padre Jorge,
outro Sacerdote que já nos acompanhou num retiro.
Não poderemos estar todas presentes, mas estamos unidas em espírito, celebrando o Dom que há 25 anos
as primeiras ‘mães’ receberam através da Clélia.
Também vamos ter muito presentes as nossas Doroteias e as ‘Mães’ dos nossos grupos, falecidas nestes 25
anos, que já são nossas “advogadas no Céu”.
Que Deus seja louvado pelas sementes que Santa Paula continua a lançar no mundo através de cada ‘mãe’
que quer viver a sua maternidade espiritual, completando a maternidade natural, tornando-se Mãe do
mundo, partilhando o Amor que há-de levar as famílias a serem força geradora de Paz.
O logotipo das Mães de Paula,
concebido por uma mãe de Paula
italiana (arquiteta Oretta), representa
duas MÃES que se encontram (Maria e
Isabel, na Visitação) formando o M de
“Mãe”, diante do MUNDO que desejam
transformar na família de Deus,
apoiadas na CRUZ, presença de Jesus, o
centro da nossa vida e verdadeiro Amor
que tudo envolve.
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Irmã Casimira Marques
A minha ida a Moçambique com as Mães de Paula, nestes 25 anos do início dos grupos, foi mesmo um
mimo do nosso Deus bom. Gostei muito de rever aquelas terras, mas o que mais me
impressionou foi a maneira como Santa Paula anda por ali “em bicos de pés”…
Mesmo sem as nossas Irmãs, que só estão perto do grupo de Lichinga, embora a Irmã
Lourdes Lima visite os grupos de vez em quando, acompanhada pela Irmã Palmira, que
então se reúne com os jovens, ou pela Mãe Rita.
As Irmãs Diocesanas da Imaculada Conceição querem conhecer melhor Santa Paula para
acompanharem os grupos das missões em que trabalham.
Esperávamos encontrar 4 ou 5 grupos (Lichinga, Lissiete, Cuamba, Etatara, Mavago) mas encontrámos o
dobro (Nhunqua, Quimara, Moheia, Moatize, Koré) e promessa de mais…
Em cada grupo uma imagem de Paula geralmente “pequenina” … Até o Bispo já perguntou se não
arranjavam uma maior!… mas é o jeito d’Ela, “em bicos de pés”
Agora, estão a receber uma linda estatuazinha de Paula com 10 cm de altura que
a Irmã Lourdes Lima conseguiu que lhe mandassem do Brasil, como esta que já
têm em Lichinga e que foi entregue aos grupos novos das Comunidades da
Paróquia de Etatara.
Por todo o lado a imagem de Santa Paula anda nas blusas daquelas Mães, que
protege, acompanha, consola, promove, ama, ensina a viver a maternidade
espiritual “pela via do coração e do amor”.
Na despedida, o grupo de Lichinga brindou-nos com este lindo quadro de Santa Paula sorridente, com
feições um pouco africanas e rodeada das suas mães, pintado por um artista da cidade, para enviar à
Clélia. Ficámos encantadas.
A mulher moçambicana ainda é demasiado escrava do trabalho: na machamba, na família, na Igreja…
Um dia, vimos passar um grupo em que a mulher levava uma carga à cabeça, outra na mão, uma criança
nas costas, outra pela mão… e o marido caminhava ao lado de mãos a abanar!!! A Tuxa ficou a olhar,
fotografou e não se cansava de citar este (mau) exemplo, para defender a dignidade da mulher!
É isso que Santa Paula anda a fazer por ali com muito carinho, no meio daquelas “imagens de Deus sem
moldura”, a fazê-las crescer em humanidade, a dizer-lhes que não estão sozinhas, a conduzi-las cada vez
mais a Jesus, a mostrar-lhes que têm muito valor e que podem ajudar a construir um futuro melhor.
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No dia 17 de Julho de 2011, as Mães de Paula do Sardão, com a Irmã Maria de Lourdes Rua Pereira e
outras Irmãs, visitaram Tui, Pontevedra e Santiago de Compostela.
Seguimos até à fronteira, observando e usufruindo de tanta beleza natural que o nosso País nos oferece!
Vimos campo e montanha, tudo mimos que a Natureza oferece ao nosso olhar, às nossas emoções e
sentimentos mais profundos. Sentimo-nos pequeninas, crianças e precisamos da capacidade e simplicidade
do seu olhar e do seu “estar” para enxergar mais além, tudo e toda a beleza que nos rodeia.
A Natureza fala, envolve e convida à reflexão e, se deixarmos, as forças de todo o Cosmos unem-se para
nos segredar que temos ao nosso lado tudo quanto precisamos para sermos felizes.
Depois passámos a fronteira e pudemos observar a quietude e mansidão das águas, com áreas de pesca de
mexilhão e outros mariscos.
Lissiete Cuamba Mavago
Liching
a
A Ir. Lourdes Lima
entrega a imagem a
uma mãe de Etatara.
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Tudo nos falou do Criador, que é também nosso Pai, que sentiu que tudo o que tinha criado era bom.
Quando chegámos a Tui esperavam-nos as Irmãs Doroteias com a simplicidade e carinho que as
caracterizam. Bem hajam!
Assistimos à celebração Eucarística numa Capela maravilhosa pela simplicidade acolhedora. Nesta Capela
rezou muitas vezes a Irmã Lúcia,
pastorinha de Fátima, antes de ter
ido para o Carmelo de Coimbra.
É grande a emoção, ao saber que
ali terá rezado Lúcia… e ali o Céu
terá comunicado e deixado
mensagens!
De Tui partimos para Pontevedra.
Visitámos a Casa das Irmãs e a
Basílica de Santa Maria, belíssima,
onde é fácil louvar e bendizer o Senhor e onde o espírito se eleva chegando mais facilmente à contemplação.
Dirigimo-nos depois para a outra casa que foi das Irmãs Doroteias e que hoje está transformada em
Museu e sob a alçada diocesana.
Rezámos numa pequenina Capela que corresponde ao quarto onde dormiu a Irmã Lúcia, um pouco
alargado. Numa das paredes há um quadro que assinala o local onde Lúcia terá recebido da Mãe do Céu
o pedido da Devoção aos Cinco Primeiros Sábados e a sua divulgação. Esta devoção é como que um elo –
quem os cumprir terá direito a um lugar no Céu!
Pudemos ainda ver o portão onde a Irmã Lúcia encontrou um Menino, a quem perguntou se sabia rezar a
Ave Maria; tendo respondido que sim, a Irmã percebeu que a seguia, mas não a rezava sozinho.
Recomendou-lhe então que fosse à Basílica, ali bem perto, e a rezasse junto da Mãe do Céu.
À noite, tendo voltado a este portão, e aparecendo-lhe a mesma
criança, perguntou-lhe se fizera o que lhe tinha recomendado. A criança
devolveu-lhe a pergunta: “E tu já divulgaste o que a minha Mãe te
pediu?”. O Menino ficou envolvido em luz e… desapareceu. O portão
tem uma placa que refere este acontecimento, e no interior pode ver-se
uma imagem com um Menino assinalando o local da aparição.
A Natureza veste-se de simplicidade e dignidade. Tudo nos aquece, a
brisa acaricia e do Céu a misericórdia espraia-se como a vastidão do mar!
Ali almoçámos num restaurante pequeno mas com pessoas muito
prestáveis e simpáticas.
No fim do almoço partimos para Santiago. Visitámos a Catedral e, numa Capela lateral
onde estava exposto o Santíssimo Sacramento, pudemos contemplar, rezar e adorar o
nosso Deus. Que bons foram estes momentos! Que reconfortante silêncio! Que paz e
harmonia se estabeleceu no interior, enchendo a alma e servindo de bússola à vida!
Aqui vale a pena entregar a nossa esperança no presente e no futuro!
O regresso foi calmo, os horários foram cumpridos, os lugares foram visitados e houve
tempo para conversar, para rir, para rezar… para sonhar, para silenciar… e agora para
recordar.
Bendito seja Deus que criou o descanso, um óptimo espaço para o nosso reencontro.
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