Al. Linhas de Torres, 2 1750-146 LISBOA doroteiasportugal ... · De tarde, tivemos connosco a...

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Al. Linhas de Torres, 2 1750-146 LISBOA [email protected] Jornadas Mundiais da Juventude – Madrid, 2011 Mães de Paula - Moçambique Missão Benguela 2011 Centenário de Tui – as Provinciais de Espanha e Portugal Clélia Fasciani Fundadora das ‘Mães de Paula’ Encontro Internacional de Formação Roma, Julho 2011 Assembleia de Província – Tenda da Reunião

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Al. Linhas de Torres, 2 1750-146 LISBOA [email protected]

Jornadas Mundiais da Juventude – Madrid,

2011

Mães de Paula - Moçambique

Assembleia de Província – Tenda da Reunião

Missão Benguela 2011

Centenário de Tui – as Provinciais de

Espanha e Portugal

Clélia Fasciani

Fundadora das ‘Mães de Paula’

Encontro Internacional de Formação

Roma, Julho 2011

Assembleia de Província – Tenda da Reunião

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AA PPrroovvíínncciiaa aa ccaammiinnhhoo...... MMaaiiss uumm ppaassssoo

Como quem olha o retrovisor, a Província ‘olhou-se’ para continuar o caminho. Foi no Conselho

Provincial Ampliado, em Fátima, nos dias 25 e 26 de Junho p.p. Assim nos conta a Irmã Goreti:

CPA - A Província que se revê e se vê no caminho percorrido

Para a sua preparação todas nós fomos convidadas através da avaliação do vivido e, dessa forma, todas

estivemos presentes no CPA.

As participantes eram 50, e para dar início aos trabalhos a Irmã Lúcia Soares deu as boas-vindas ao grupo

e relembrou o objectivo do mesmo:”Viver um momento forte de reflexão sobre a vida da Província, a

partir da avaliação da Programação e tendo em conta os desafios da situação actual, em ordem a dar

elementos para orientar e definir a Programação do próximo ano”.

A oração inicial desafiou-nos a reparar, reparar na vida à nossa volta, alargar o horizonte do nosso olhar,

um olhar que passe do eu ao nós.

Foi-nos, depois, apresentada a avaliação da Província e, num primeiro momento, tomámos consciência

do mais importante que se viveu e não se viveu. O convite era ver, para além do que aparece, que temas

estão a ser determinantes na nossa vida...

De tarde, tivemos connosco a Doutora Maria Eduarda Ribeiro, Economista e Secretária Geral da Comissão

Nacional Justiça e Paz, para nos falar dos “desafios da situação actual” e interpelar a viver com Esperança

mesmo diante de “uma situação tão catastrófica a nível Mundial”.

Desafiou-nos à solidariedade, à comunhão, à fraternidade: “nos momentos de crise e dificuldade tem que

se fazer escolhas. Que futuro? Queremos mais fraternidade ou individualismo?”.

Colocou-nos diante das causas da crise e das situações complicadas que estão a criar por não estarem a ser

combatidas.

Alertou-nos para as questões que se levantam, face às grandes tendências actuais. Considerou muito

importante o desenvolvimento local; disse que ele tem que ser feito “a partir de baixo”, pedindo o

envolvimento das pessoas na resolução dos problemas; com os mesmos recursos, é possível viver melhor,

é possível passar para a sustentabilidade ecológica. A crise ambiental tem que nos colocar problemas

sérios. Um dos apelos que nos deixou foi “recuperar alguma austeridade perdida: não se pode continuar a

viver como até aqui se tem vivido”.

No Domingo, com todos os desafios que nos deixou a Doutora Eduarda mais as sugestões vindas da

Província, procurámos, em pequenos grupos, “dar elementos para orientar e definir a Programação do

próximo ano”.

Rezámos a realidade como “gesto visível das mãos invisíveis de Deus” e terminámos o CPA com a

Eucaristia, entrega gratuita e amorosa de Jesus a cada uma, convidando-nos a ir e fazer o mesmo.

EE aassssiimm cchheeggáámmooss aaoo aannoo ddee 22001111--22001122

Cada ano mais um sonho... mais um esforço... mais um passo... sempre como MULHERES DE FÉ.

Neste ano somos desafiadas a com-viver da Palavra em espírito de família.

Foi assim o lançamento do ano:

ASSEMBLEIA DE PROVÍNCIA: uma só, em 3 locais diferentes – Coimbra, Sardão,

Calvanas – , com um total de 216 Irmãs.

Diz-nos a Irmã Maria Antónia Sequeira

Neste princípio de Setembro, muitos caminhos foram dar a Coimbra, depois da

diáspora das férias. Estiveram representadas muitas Comunidades: Viseu, Sardão, Vila

do Conde, Linhó, Lisboa-Residência do Lumiar e Residência das Calvanas, Noviciado,

Escola Paula Frassinetti...

Dois momentos a destacar :

Mulheres de fé que com-vivem da Palavra

em espírito de família

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Oração e reflexão na Tenda do Encontro à volta da PALAVRA - momento muito rico e denso sobre a

exigência de sermos mulheres de fé que com-vivem da Palavra em espírito de família.

Conhecimento do Programa da Província para o novo ano e trabalho sobre alguns pontos, em grupo

e assembleia. De salientar a síntese dos grupos sobre a conversão que nos é exigida.

O Lar Universitário cedeu-nos generosamente o espaço; e o grupo da logística, com o espírito prático já

habitual, proporcionou-nos o alimento necessário de um modo também prático, com refeição rápida e

saborosa.

O dia terminou com a Eucaristia e com um recado um pouco inédito do sacerdote que a celebrou, que

nos disse: “Trago um recado de Santa Paula dado mesmo agora: Diga às Doroteias que façam SILÊNCIO».

Silêncio para entrar na tenda?

Silêncio para ouvir novas interpelações?

Cada uma de nós vai ter que descobrir.

Imagens que guardam a memória...

FFéérriiaass...... SSeerrvviiççoo...... CCoommpprroommiissssoo...... Como é habitual, o tempo de férias foi vivido, pelos jovens e Irmãs que acompanham a Pastoral Juvenil,

em serviço-compromisso, desta vez em MAIS:

DO ÀS

COM AS DOROTEIAS

MAG+S (5 a 15 de Agosto)

O desafio foi lançado pelos nossos amigos Jesuítas, e nós aceitámos

colaborar neste grande evento. Abrimos a “nossa casa” a 25 Jovens,

vindos de diferentes países: Síria, Nigéria, França e Eslováquia.

Sonhámos em Cor Unum (Guida Ribeirinha, Goreti, Lisete, Ida, Paula,

Anabela e Guida Oliveira) e, como mulheres de fé, arriscámos unir

forças, partilhar dons, construir passo a passo a experiência de 8 dias em

Recardães sob o lema: “Descobrir uma Terra, uma cultura, uma fé”.

E Deus assim quis que a Obra surgisse com todo o seu esplendor…

Aqui ficam alguns testemunhos dos jovens. “Palavras vivas” que falam por si…

Ecos dos jovens do Mag+s

15.08.2011

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Queridas Irmãs,

Vocês são as irmãs mais fantásticas, que vestem

calças de ganga (!), que eu conheço.

Numa semana, vocês deram-nos tantas

coisas: divertimento, felicidade, alegria,

a oportunidade de conhecer tantas

pessoas e energia. Vocês são o exemplo

de vida com energia para mim. Eu não

vou esquecer isto!

Diverti-me muito. Eu fui para frente com a minha

fé em Deus. Por tudo isto, eu quero agradecer-vos!

Sigam em frente! Vocês são fantásticas.

Obrigada!!

Pauline (França)

IRMÃS

Como posso agradecer-vos? O mo-

mento partilhado convosco deu-me

força e fez-me crescer.

Estar longe da minha família foi difícil

mas aqui senti-me na minha própria

família. Obrigada por tomarem conta

de mim. Eu não esquecerei a Missa convosco.

Aprendi imenso em pouco tempo. Não vos

esquecerei. Vocês estão algures no meu coração.

Deus abençoa-vos. Deus cuida de vocês.

Eu tive uma rica experiência. Um só Deus para

todos nós. Dieynaba*

(*Dieynaba é uma jovem francesa de religião muçulmana que

participou em todos os momentos da experiência, incluindo a

eucaristia).

14/08/2011

Queridas Irmãs,

Vocês, Irmãs, são o que eu chamaria as atualizadoras do Evangelho. Vocês deram o verdadeiro significado

do amor aos vizinhos. Eu vi no vosso sorriso, para nós, grande riqueza de sacrifício, alegria, amor,

verdade, calor, trabalho duro, compromisso, felicidade e Cristo – como Espírito.

Vocês fizeram tudo isto para nós na nossa experiência. Eu aprendi de vocês todas – na comida que vocês

nos deram, nas vossas viagens connosco, na vossa paciência, na vossa

protecção, no vosso cuidado connosco, na vossa dor e na vossa

amizade.

Vocês mostraram-nos o verdadeiro modo que Jesus nos pediu para

carregar a nossa cruz, e isso é com amor e alegria no nosso coração

como vosso, apesar da dor.

Excelente discurso quando “ninguém disse que seria fácil”, lembram-se,

mas vocês tornaram-no fácil para nós todos. Com vocês, Irmãs, eu

acredito fortemente que “uma outra vida é possível”. Adeus… Eu gosto

de vocês. Obrigada e que Deus vos abençoe. Blessing

Em nome de todos nós da França, Eslováquia, Síria e Nigéria

OBRIGADA

Por todas as coisas que vocês fizeram

Por nos acolherem no meio de vós - Obrigada

Por cuidarem tão bem de nós

Por colocarem sorrisos nas nossas faces - Obrigada

Por toda a comida que comemos

Por todo o vosso cuidado maternal - Obrigada

Refrão: nós apenas queremos dizer obrigada, obrigada.

Jornadas Mundiais da Juventude (17 a 21 de Agosto)

Uma Doroteia tem que valer por 10. E, sem receio, lá fomos nós rumo a Madrid com um grupo de 50

jovens portugueses. Alojados na Comunidade de Puerta de Hierro, sentimos o acolhimento fraterno das

nossas Irmãs. As pequenas delicadezas, a atenção permanente a cada uma, o sorriso, a palavra… tudo nos

fez sentir em “Espírito de Família”.

E como grupo vivemos a experiência das Jornadas, no mar imenso da multidão de jovens de todos os

Continentes, de todas as raças, que buscavam o olhar do Papa, como que sedentos de Cristo. Experiência

de Igreja que nos faz abanar por dentro e sentir que vale a pena continuar a apostar na Juventude. É

impressionante o movimento que se gera à volta do Papa… Cristo continua a servir-se do frágil, do

simples para chegar até nós.

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Nas JMJ conheci, dizendo assim, um amor novo. Não sei explicar ao certo, e muito menos identificá-lo,

mas sei que é bom. Tenho a sensação de que me conquistou. Todas as noites, ao deitar, depois de um

dia bem passado ao sol com gente extraordinária, com muito calor e com muitas mensagens das

catequeses, fazia a reflexão do dia, e dava por mim a falar com alguém; esta voz era hipnotizante, doce,

meiga, parecia que me dizia sempre alguma coisa, estava sempre de sorriso na boca.

Depois de estar muitas horas à espera do Papa, na tarde da Via-Sacra, posso dizer que ver o sucessor de

Pedro foi das coisas mais bonitas que vivi nas JMJ. Tudo o que eu pensava e o que eu sentia parece que

desapareceu quando o sucessor de Pedro passou... as suas palavras, a sua alegria ao ver milhares de

jovens de todo o mundo e, principalmente, a sua mensagem.

Houve uma mensagem que me tocou pessoalmente em Cuatro Vientos, depois de uma noite magnifica

com chuva e trovoada à mistura, na eucaristia o Papa disse assim: “Incumbo sobre vós também a tarefa

extraordinária de serem discípulos e missionários de Cristo noutras terras e países onde há multidões de

jovens que aspiram a coisas maiores, vislumbrando em seus corações a possibilidade de valores mais

autênticos. Não se deixem seduzir pelas falsas promessas dum estilo de vida sem Deus!!!".

Sei que será estranho, mas algo mudou em mim com esta mensagem. (Sónia Ferreira)

"Apesar de ter sido uma semana cheia de detalhes e emoções, houve um momento que me marcou

pessoalmente. Na noite de Sábado, em Cuatro Vientos, estavam todas aquelas pessoas reunidas à espera

de ouvir Bento XVI quando cai a dita trovoada que nos colocou à prova. Cada um encontrava refúgio

da forma que podia: uns tinham impermeáveis, outros tinham lonas, outros até tendas ou chapéus de

chuva... pessoalmente, decidi aguentar a chuva e relâmpagos dentro do meu saco cama, que entretanto

descubro que não era tão impermeável quanto pensava. Já molhado, arrisquei então tirar a cabeça da

coberta para ver o cenário de caos que adivinhava à nossa volta. O que vi tocou-me e aqueceu-me a

alma: enquanto muitos se cobriam, umas tantas almas bravas e rebeldes desafiavam por completo os

elementos da natureza e, sem camisolas até, juntavam-se, dançavam, pulavam... sempre entoando "Esta

es la juventud del Papa!". Pessoas que não faziam a mínima ideia de quando e se a chuva iria parar

sequer... apenas sabiam que a Fé e a emoção de ver tanta gente junta os motivava. Foi a minha grande

lição de humildade, uma que trouxe comigo de Madrid" . (Tiago Mendonça)

MMIISSSSÃÃOO BBEENNGGUUEELLAA 22001111

Irmã Alice Simões

O mês de Agosto de 2011 foi muito especial para quem decidiu deixar o país e partir para Angola!

Partir para servir, para estar junto, para aprender, para entrar mais dentro da vida, para ser mais e

melhor, para viver no seio de uma Família que nos acolheu de braços abertos – a Província das Irmãs

Doroteias em Angola – e mergulhadas num povo lindo, lindo, lindo, onde a “seara é enorme…”! O

coração ficou preso à linda cidade de Benguela, terra das acácias, onde a vida sonha alto; é impossível

não se deixar tocar…

E fomos tocadas pela vida através do que realizámos, mas sobretudo do que vivemos e pelo testemunho

que as nossas queridas Irmãs nos deram de entrega incansável ao Reino num país em reconstrução! Mais

importante do que tudo o que fizemos foi a vida que aconteceu, aquele olhar que se cruzou com o nosso

e que fica para sempre!

Um obrigada muito grande a todas e a todos os que contribuíram para que esta Missão acontecesse;

sentimos que fomos enviadas, que a missão é d’Ele e que connosco foi uma grande multidão que nos

suportou directa ou indirectamente, pelo apoio monetário, pela oração ou pela palavra amiga que nos fez

voar!

O grupo que partiu foi constituído pela Andreia Soares, Mafalda Pinho, Liliana Rocha, Rita Gomes, Marta

Serrano, Daniela Geraldes e Susana Santos, acompanhadas pela Irmã Alice Simões. As áreas de trabalho

foram: curso de informática, curso de liderança, dinâmicas de grupo, formação de Professores, primeiros

socorros, gestão do tempo e oração. Deram-se explicações no Lar de Santa Paula e no colégio, trabalhou-

se no Lar e nas paróquias de Santo António e Nossa Senhora do Pópulo. Foi pouco tempo cronológico,

mas muito se viveu; o desejo de missão permaneceu e certamente dará fruto!

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Vão dois testemunhos:

O projecto Missão Angola 2011, mais do que uma experiência de trabalho, para mim foi uma caminhada

de amadurecimento espiritual e de aprendizagem com um povo que vive com a convicção de que nada

pode impedir a busca por uma vida melhor. Que melhor ideal para o dom da vida?! Assim como Jesus

anunciou que a maneira de transformar o mundo é o AMOR, foi isso que encontrei em Benguela... Amor

sob a forma de entrega, de força de trabalho, de espírito de sacrifício e de alegria de viver de cada uma das

pessoas com quem estive! A espiritualidade das Irmãs Doroteias foi o caminho certo para a redescoberta de

Angola, para a descoberta de Benguela e para o meu crescimento pessoal! Por tudo isso, aqui deixo o meu

profundo agradecimento a todas as pessoas que me ajudaram nesta procura e que deixaram a sua marca

na minha vida em Benguela. (Andreia Soares)

Depois de um ano de preparação chegou o grande momento de partir... para uma longa viagem até terras

de África. Um mês de missão passou num abrir e fechar de olhos... quase que saltámos do primeiro dia para

o último; e havia ainda tanto a fazer... Tudo foi diferente... o chão, o ar, as cores, o ambiente... mas, no

meio de tanta diferença que fui encontrando, nada causou estranheza. A missão foi ao encontro das

minhas expectativas antes de partir. A vontade de voltar a essa Terra é grande, para continuar o trabalho

que lá ficou por fazer, voltar a encontrar aqueles sorrisos, aquele espírito, amizade, partilha e, acima de

tudo, aquela simplicidade. Um obrigado por ser a escolhida para esta missão, para este desafio. Fiz o

melhor que podia mediante as circunstâncias, fiz o que propunham e respondi com espírito de missão... pois

foi pela missão que fui, que voltarei a ir, pois ficou no coração. (Liliana Rocha)

CCOOLLÉÉGGIIOO DDOO SSAARRDDÃÃOO –– AA aavveennttuurraa ddoo rreeccoommeeççaarr

Irmã Anabela Pereira

“Gosto de pensar, Senhor, que não são apenas os anos lectivos que começam, mas somos

nós. É dentro da nossa vida que conjugamos começos e recomeços, reencontros e descobertas… É

dentro da nossa vida que as folhas são mais brancas, essas folhas onde anualmente escrevemos

«lição nº 1». A aventura do saber faz sentido se ajuda, se interroga, se aprofunda a nossa maior

aventura que é aquele do ser”.

Tolentino Mendonça (Um Deus que dança)

“Gosto de pensar, Senhor, que não são apenas os anos lectivos que começam, mas somos nós”,

os professores do Colégio do Sardão, que nos sentámos à volta da mesma mesa para entregar um novo

ano, uma nova esperança, um sonho que nunca acaba.

Sabemos que nos é proposto um grande desafio: “Ser mais relação, em Espírito de Família”.

A cada um de nós foi distribuído um marcador, com valores diferentes. Todos partilhámos o nosso valor,

dizendo os aspectos que nos interpelavam mais.

No ar ficou um desejo de caminharmos rumo à meta, na certeza de que vale a pena tentar Ser Relação.

As cordas desprendem-se em verdadeiro rodopio, ganham vida, movimento e aos poucos ocupam o

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espaço todo… são os valores que se espalham pelo Colégio do Sardão. Somos todos convidados(as) a

lançar uma corda… ninguém fica de fora…

EEnnccoonnttrroo IInntteerrnnaacciioonnaall ddee FFoorrmmaaççããoo

Irmã Ana Maria Barrento

NAS PEGADAS DE PAULA, DISPONÍVEIS À PALAVRA-ACÇÃO DE DEUS

Ao pensar no ENCONTRO INTERNACIONAL DE FORMAÇÃO que se realizou em Itália, no passado mês

de Julho, só me chega ao pensamento e ao coração a palavra: GRATIDÃO.

Gratidão ao Senhor e à Congregação pela possibilidade que tive de viver este tempo de Graça, aberta à

Palavra, acompanhando Paula nas suas “pegadas”, para com ela, e movida pelo Espírito Santo, fazer uma

forte experiência de Deus, em Jesus Cristo.

Gratidão pela comunhão-fraternidade, com que tantas Irmãs e Comunidades das várias Províncias se

fizeram “presentes”. Cada mensagem que nos chegava era mesmo uma “surpresa”, acolhida sempre como

um presente de Deus. Também as nossas Irmãs de Itália, desde a primeira hora, nos acolheram muito

calorosamente e com um forte espírito de família.

Gratidão por ir “beber à fonte” da nossa Família Doroteia, caminhando e “tocando” concretamente

muitos espaços e momentos vividos por Paula e suas primeiras companheiras, em Génova: Monte Moro,

Madonnetta, Santo Estêvão, Santa Clara (onde não faltou no fim da Eucaristia a célebre “focaccia”), Casa

de Albaro, Colégio de Rivarolo… Foi emocionante perceber a tenacidade de Paula e o Dom que esta

grande Mulher é para o Mundo, para a Igreja, para a Congregação e para cada uma de nós.

Gratidão por viver dias de graça sob o olhar de Deus, o olhar de Maria e o olhar de Paula, deixando-nos

conduzir pelo Espírito.

Gratidão por redescobrir a maravilha da História do Desejo de Paula, que era fazer sempre a Vontade de

Deus, o que supôs um constante “partir” e “chegar”, que assinalou profundamente a vida de Paula.

Aceitámos entrar nesta dinâmica por dentro de nós, o que

exigiu também diversas partidas do que éramos… para

chegarmos aonde o Senhor nos foi levando. O importante é

saber e querer partir e dar o nosso TUDO para chegarmos

onde Deus quiser, apenas com o apoio e segurança na Fé.

Gratidão por, em Roma, sobretudo nos vários espaços de

Santo Onofre, vivenciar actualmente Paula no seu quotidiano:

fazer a experiência dos seus sentimentos, pensamentos,

palavras, gestos, relação com as Irmãs…

Gratidão pelo sabor da alegria que experimentámos, como

grupo, ao termos caminhado juntas, numa inter-ajuda irmã,

nos tempos de oração, de pesquisa, de partilha.

Gratidão por chegarmos à adesão ao Compromisso de Futuro,

assumido no último Capítulo Geral: “…chamadas a viver a dimensão mística e profética do nosso ser

Doroteias”. Sentimo-nos interpeladas a manter viva a nossa identidade: Mulheres de Fé que geram e

cuidam da vida.

Comunidade Bozzano

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Gratidão à Irmã Jaci e suas Conselheiras, pela delicadeza em serem presença junto de nós em alguns

momentos da nossa caminhada. Gosto de transcrever umas breves palavras da Irmã Jaci, ao situar o nosso

Encontro no momento que vive a Congregação: “A Congregação está a viver um processo de re-

estruturação, no desejo de nos reorganizarmos na situação nova que é a nossa… talvez neste período

actual, somos purificadas e tornamo-nos na pequena Congregação segundo o sonho de Paula”.

Gratidão às Irmãs que coordenaram esta Formação - Ada, Albanir, Francesca, Maria Antónia e Roseta -, pela

dedicação e empenho com que nos acompanharam para fazermos esta experiência profunda do Amor de Deus.

Gratidão pelo firme propósito que fizemos de colocar em prática o que no Encontro vimos e ouvimos, na

certeza e responsabilidade que nos toca nesta hora: Paula, hoje somos nós!

Termino com a exortação que a Irmã Jaci nos deixou na conclusão do Encontro, e que quero tornar

extensiva a todas as Irmãs Doroteias espalhadas pelo Mundo: “Sede Doroteias de verdade e disponíveis!

Se somos poucas, vamos precisar de nos entre-ajudar ainda mais!”.

A tod@s o meu bem-hajam!

CCeenntteennáárriioo ddaa FFuunnddaaççããoo ddee TTuuii Irmã Diana Barbosa

24 de Setembro de 2011 foi o dia escolhido pela Província Espanhola para celebrar o 1º Centenário

da chegada a Tui das Irmãs portuguesas, expulsas de Portugal pela Revolução de 5 de Outubro de 1910.

Nessa manhã partiram de Lisboa as Irmãs Mª Lúcia Soares, Pilar Moreira, Mª da Conceição Sousa,

Diana Barbosa e Mª Francisca Dias. Em Coimbra entraram a Irmã Margarida Ribeirinha e as Noviças Paula

Martins e Idalécia Videira; no Porto, a Irmã Mª Teresa Magalhães. De caminho fizeram uma breve

paragem num parque de merendas, em Barcelos, para um almoço pic-nic preparado pelo Noviciado.

À chegada à casa de Tui, receberam abraços efusivos das Irmãs Teresa López (Coordenadora

Provincial), Elvira Arzubialde (Coordenadora de Tui) e várias outras.

Na sala da Comunidade esteve-se em alegre convívio com Irmãs da Casa e outras que iam

chegando de fora. A Irmã Milagros Ramiro, a mais antiga da Província, com os seus 98 anos, lá estava,

muito lúcida e entusiasta; na véspera tinha dado uma entrevista a um jornalista! Depois de 40 anos

vividos em Pontevedra, regressou a Tui com o computador que lhe ofereceram as suas alunas na hora da

despedida... Seguiu-se o ensaio dos cânticos para a Eucaristia, incluindo um belo hino composto pelas

Irmãs do Peru.

Mais tarde, algumas foram visitar a enfermaria, muito bem montada, no 2º piso do edifício. A

Irmã Felisa Garcia (1ª Vice-Provincial e, depois, Provincial de Espanha), recentemente regressada do

hospital, ao ver as portuguesas ganhou novo fôlego, falando das «queridas Irmãs portuguesas, que deram

testemunho vivo da Fundadora».

Encaminhámo-nos para a Igreja paroquial de S. Francisco, onde seria celebrada a Eucaristia de

Acção de Graças, às 18 h. De caminho pudemos ver a fachada do Hotel Moderno (agora abandonado),

onde a 21 de Janeiro de 1911 se alojaram as nossas primeiras Irmãs que chegaram a Tui. A Igreja ‘dourada’

estava belamente ornamentada com flores brancas. Na capela-mor, à direita, havia um grande estátua

representando Santa Paula e uma menina. A Igreja encontrava-se repleta de Irmãs, antigas alunas, etc.

A Concelebração foi presidida pelo Senhor Bispo, com outros sete sacerdotes amigos. Toda a

assembleia se uniu aos cânticos, acompanhados a órgão. A homilia foi muito bela: na primeira parte, uma

acção de graças pelo carinhoso acolhimento da população de Tui às Irmãs portuguesas expulsas da sua

pátria; e uma acção de graças também a Deus, que generosamente fez frutificar a semente por elas

lançada em terra de Espanha... sublinhando que toda a páscoa é precedida de um êxodo... Na segunda

parte, exaltou «a grande mulher, Paula Frassinetti», tendo posto em evidência facetas muito importantes

da sua personalidade:

Mudanças – o arco da sua vida (1809-1882) foi um tempo de grandes mudanças sociais, que

ela acompanhou, procurando sempre dar-lhes nova resposta

Ideias muito claras

Firmeza na realização da vontade de Deus

Às suas religiosas inculcava uma atitude de amor e coração, mas não baseada no sentimento

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Nos muitos sofrimentos, ao longo da sua vida, nenhuma amargura, porque era uma mulher

enamorada de Jesus Cristo

Total confiança em Deus.

O Ofertório teve uma grande simbologia:

Um pouco de terra de Tui e umas sementes («as Doroteias de Portugal, portadoras da semente,

encontraram em Tui terra fértil»)

Um girassol e uma tocha («a vida de Paula, sempre orientada para Deus, e a sua fé e ânsia de

comunicar a luz»)

Um quadro com o escudo do Instituto e o globo terrestre («o esforço de todas as Doroteias

para transformar o mundo na grande família dos filhos de Deus»)

Pão e vinho («os trabalhos e as canseiras, as alegrias e as esperanças de toda a humanidade...

para salvação de todos»).

Antes da bênção final, as duas Provinciais (respectivamente de Portugal e de Espanha), em breves mas

sentidas palavras, referiram a morte-vida da Província Portuguesa, após um

acontecimento doloroso, que se mostrou providencial... Em seguida todos

os presentes foram convidados a acompanhar-nos à nossa casa.

O Hino final, a Santa Paula, foi entusiasticamente cantado e

acompanhado a viola, flauta e acordeão (pelas Irmãs Margarida

Ribeirinha, Francisca Dias e a Noviça Paula). Já no adro da Igreja, e pela

rua fora, todos continuavam a cantar, vibrando com o refrão do Hino:

Pelos caminhos do amor, pelas sendas que Paula abriu, na presença do

nosso Deus, sentimos a urgência de alcançar um mundo novo em

fraternidade.

Seguiu-se a visita a uma exposição alusiva ao centenário, bem como uma projecção intitulada

«Deus presente e activo», preparada por professores do Colégio de Pontevedra. O convívio fraterno

prosseguiu durante a merenda-ceia, muito bem preparada, finda a qual era forçoso partir de regresso a

Portugal. Foi um dia de acção de graças e de encontro fraterno entre as duas Províncias-irmãs. O nosso

obrigada a todas as Irmãs que o tornaram possível.

AAccoonntteecceeuu...... AAccoonntteeccee...... 02 Setembro – Realizou-se em Coimbra a

primeira Assembleia de Província.

02 Setembro – A Irmã Odete Almeida Vitória

regressou a Moçambique. A Irmã Maria da

Conceição Moreira ficou para tratamento,

estando na Casa Paula.

04 Setembro – Assembleias de Província no

Sardão e nas Calvanas.

08 Setembro – O Noviciado foi transferido

para Coimbra – Av. Dias da Silva, 126.

08 Setembro – A Irmã Lisete Gonçalves

regressou a Roma.

10 a 25 Setembro – Reuniões das várias

Equipas, em Fátima.

17 e 24 Setembro – Encontro de docentes e não

docentes sobre o espírito de família – Fátima,

Lisboa-Calvanas, Porto-Paz.

24 Setembro – Celebração dos 100 anos da

Casa de Tui (Espanha). Em resposta ao convite

muito amigo da nossa Província-irmã (e

também ‘filha’) estiveram presentes 9 Irmãs.

01 Outubro – As ‘Mães de Paula’ celebram 25 anos!

01 e 02 Outubro – Reunião de Coordenadoras,

em Fátima.

08 e 15 Outubro - Encontro de docentes e não

docentes sobre o espírito de família – Fátima,

Viseu, Lisboa-Calvanas, Porto-Paz.

16 Outubro – Lançamento das actividades da

Pastoral Juvenil Vocacional.

27 Outubro a 5 Novembro – Em Madrid

(Espanha) CGA da Europa e Experiência

Internacional de Formação Permanente. As

Irmãs Ada, Francesca e Maria Antónia Marques

Guerreiro, que a vão orientar, chegarão mais

cedo.

VViiddaass aaoo sseerrvviiççoo

BODAS DE OURO da Irmã Cardina... na primeira pessoa

Para quem não queria festa de Bodas de Ouro… multiplicaram-se as festas ao longo do ano, de

Dezembro até Agosto!

Primeiro celebrou-se na data própria, em Comunidade, a acção de graças

pelos 50 anos da minha entrada na Congregação, com a presença da Irmã

Lúcia Soares e da Irmã Maria Antónia. Como não houve convites, uma das

minhas cunhadas perguntou: “Se nós formos, fecham-nos a porta?” E lá

veio com o marido e com duas Irmãs da Comunidade de Viseu, trazendo

também o Pároco da minha juventude na terra natal, com grande surpresa

minha. Outras Irmãs se quiseram associar à celebração festiva da Eucaristia

na Capela de Vilar e ao almoço convívio que se seguiu.

O Padre Henrique fez questão de repetir a celebração das Bodas de Ouro

com o povo da sua antiga Paróquia. Foi no dia 31 de Julho, para coincidir

com a minha estadia na família, que também queria comemorar o evento.

Houve um grupo a preparar a Eucaristia com muito empenho e carinho.

Além de outras manifestações, foi lida esta mensagem que depois me

entregaram:

Era uma vez… Assim começam as histórias. E as Histórias de Vida não são

diferentes! Era uma vez uma menina. Foi baptizada nesta Igreja, como quase

todos nós. E puseram-lhe o nome de Ilda.

Cresceu. Foi para a escola aprender. Falou, ouviu, escutou… e no fundo do

seu coração Alguém segredou: “Queres ser feliz?!...”

Sem saber muito bem que voz era aquela, lá foi…

Já lá vão cinquenta anos, e parece que foi ontem, que é agora… E é.

Dado o primeiro passo, outros se lhe seguiram: passos simples umas vezes,

mais arrojados outras, decididos, mais decididos, incertos, mas sempre

seguindo em frente.

De Fidelidade se faz a vida. E por se ter mantido fiel, esta Comunidade em que

nasceu está-lhe grata, mesmo sem saber o quanto lhe deve: orações que fez por nós... o quanto, sem nos

apercebermos, foi anjo da guarda... Disse alguém: “Ninguém sabe o bem que faz quando faz bem”.

Cinquenta anos não é uma meta; é, antes, sinal de partida para mais e melhor.

Naqueles com quem convive, dando-se sempre mais, está cada um de nós a beneficiar da sua entrega.

“Uma alma que se eleva, eleva o mundo”.

Queremos continuar a contar com a generosidade da sua oração e

do seu testemunho.

Bem haja, Irmã Cardina!

Peraboa, 31 de Julho 2011. (Ana Maria Matias)

A terceira festa foi com a família - irmãos, cunhados e sobrinhos - no

dia 6 de Agosto, na vila da Zebreira, lugar onde nos costumamos

reunir cada ano, nas férias. Éramos 29 pessoas à volta do Altar,

numa Eucaristia muito bem preparada e participada por todos.

Seguiu-se o almoço, num restaurante da Idanha-a-nova. É bom

aproveitarmos estas ocasiões para fomentar o espírito de família. Foi um dia muito feliz, vivido em família.

Continuo a louvar a Deus pelos momentos de graça vividos ao longo deste ano e de toda a minha vida.

Festejam as Bodas de Ouro: 21 Novembro

Maria Antónia Sequeira; 26 Novembro

Maria Alcina Monteiro; 4 Dezembro

Conceição Leal.

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IRMÃ MARIA LUDOVINA MARTINS CASEIRA

A nossa Irmã Martins, como gostava de ser tratada, partiu aos 85 anos para a Casa do

Pai, a quem tanto amou e a quem sempre confiou a sua Vida. Era o dia 21 de Agosto

de 2011.

Entrou na Congregação no dia 31 de Julho, aos 24 anos, nesta casa do Linhó, onde

fez o Noviciado.

Os seus 61 anos de Vida Religiosa viveu-os nas Comunidades da Covilhã, Sá da

Bandeira (agora Lubango), Benguela, Lobito, Calvanas, Abrantes e Linhó, onde se

encontrava desde 1992.

Dentre as marcas da sua personalidade gostamos de destacar:

O sentido de responsabilidade, que evidenciou ainda bem jovem. Tendo perdido a Mãe aos 16 anos,

assumiu o lugar desta junto dos irmãos mais novos, e com os quatro rumou ao Brasil onde o Pai os

esperava.

O seu modo de educar, próxima e exigente; acompanhava as alunas, tendo em conta todas as dimensões

do seu desenvolvimento. Evidenciava e transmitia um forte espírito Missionário, que marcou os seus 16

anos em África e a sua vida de Doroteia.

A delicadeza e gratidão com que apreciava até os mínimos cuidados que lhe eram prestados.

O sentido de humor que aflorava frequentemente, dilatando os que a rodeavam e acompanhavam,

mesmo nestes últimos tempos, mais difíceis por causa da doença.

A sua forte afeição à família de sangue era bem visível, e traduzia-se numa forma simples de os entregar

ao Coração de Deus, na grande alegria demonstrada nos encontros familiares e sempre que algum dos

seus de qualquer modo a contactava.

Da sua vida, enraizada em Deus, podemos aprender o desejo de O dar a conhecer, a ternura por Maria,

Nossa Senhora, a coerência e a procura do essencial.

Hoje, sem dor e sem sombra, mergulha já na Luz do seu Senhor e acompanha, do céu, o nosso canto:

Para Ti, morada Santa.

IRMÃ MARIA DO ROSÁRIO CAETANO

Foi no Domingo, dia 4 de Setembro, que o Senhor veio buscar a nossa Irmã Maria do

Rosário Caetano para lhe dar a recompensa dos 80 anos vividos no seu amor e no amor

dos irmãos.

Toda a vida foi bastante doente, mas o seu calvário maior começou no dia 18 de

Fevereiro, festa de S. Teotónio, e durou até agora, quase sempre internada no Hospital

de Viseu e ultimamente em casa à espera da “sua hora”.

Mesmo na doença, não perdeu as suas qualidades de acolhimento e simpatia, de

comunicação e atenção a todos… nem o “desejo do Céu”, que tantas vezes manifestava.

Foi enfermeira quase toda a vida, velando pelas nossas Irmãs e Alunas doentes com todo

o cuidado, procurando aliviar os seus sofrimentos.

Tinha muito amor à Congregação mas também à sua família e à Beselga, sua terra natal.

Quando podia ir de férias à sua aldeia, trazia-nos sempre deliciosos frutos dos campos

cultivados pela sua família, e recolhia o pagamento das assinaturas da “Cruzada” que

pontualmente enviava para Braga.

Gostava muito de ler, sempre que podia, e com frequência recordava as “florinhas” de São Francisco, mas

também as de Santa Paula e de outros Santos que lhe vinham à mão…

Sentimos a falta da nossa Irmã Rosário e contamos que seja nossa “advogada no Céu”.

IRMÂ ROSA GONÇALVES DA SILVA - 8 Set. 2011 (no próximo Boletim vem uma pequena notícia)

Familiares de Irmãs falecidos:

- A mãe das Irmãs Catarina e Isabel Miguel (Bragança)

- A mãe da Irmã Palmira, Moçambique

- Um primo/irmão da Irmã Anciães (Calvanas); Um irmão da Irmã Carmen (Linhó)

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Manuela Coelho (Viseu)

No dia 1 de Outubro reuniram-se em Fátima, sob a protecção de Maria, as Mães de Paula portuguesas,

para celebrar o 25º Aniversário dos grupos no mundo.

Na celebração dos 10 anos, houve um encontro internacional em Roma. Na celebração dos 20 anos,

houve um encontro internacional em Génova.

Este ano, a mãe fundadora, Clélia, quis que os 25 anos fossem celebrados indo ao encontro dos grupos

mais distantes que geralmente pouco se podem fazer representar nestes encontros internacionais. Mães

italianas e portuguesas já visitaram os grupos de Angola, Moçambique, Austrália e Portugal-Açores.

Prepara-se a visita ao Brasil. Outras visitas virão depois.

O primeiro grupo das Mães de Paula nasceu em Árcore, a 1 de Outubro de 1986. Novos grupos foram

nascendo na Itália e noutros Países, alguns deles até sem a presença das Doroteias:

Itália .................1986

Malta ...............1989

Portugal ............1992

Austrália ..........1994

Moçambique ...1996

Brasil ...............1998

Inglaterra .........2004

S. Tomé ...........2004

EUA .................2006

Canadá ............2007

Angola .............2007

China ...............2007

Camarões ........2009

A Clélia disse, no Capítulo Geral de Lisboa, em 1991:

“Isto se propõe o grupo das MÃES DE PAULA: mudar o próprio coração para renovar a harmonia da

família, que se deve tornar, por sua vez, célula viva da Igreja, para poder mudar o mundo.

És tu, MÃE DE PAULA, reconstruindo o teu coração nas pegadas de Paula, quem reconstruirá a tua família

para formar, juntamente com outras famílias, as FAMÍLIAS DE PAULA que levarão ao mundo UM NOVO

MODO DE VIVER O AMOR”.

Embora sem grandes comemorações, sem grandes alardes, queremos celebrar os 25 anos das MÃES DE

PAULA em verdadeira união de corações que, apesar de distantes, palpitam em uníssono. Convidámos

algumas mães que passaram pelos nossos grupos e que, por circunstâncias diversas, não continuaram

connosco. Convidámos também as famílias e amigos, querendo que o Amor que partilhamos entre nós

possa chegar a muitos corações, e novas ‘mães’ se juntem aos nossos grupos.

Neste dia, connosco estão as Irmãs Doroteias que acompanham os grupos, bem como o Senhor Padre

Carlos, nosso assistente nacional (que este ano celebra as suas Bodas de Ouro sacerdotais) e o Padre Jorge,

outro Sacerdote que já nos acompanhou num retiro.

Não poderemos estar todas presentes, mas estamos unidas em espírito, celebrando o Dom que há 25 anos

as primeiras ‘mães’ receberam através da Clélia.

Também vamos ter muito presentes as nossas Doroteias e as ‘Mães’ dos nossos grupos, falecidas nestes 25

anos, que já são nossas “advogadas no Céu”.

Que Deus seja louvado pelas sementes que Santa Paula continua a lançar no mundo através de cada ‘mãe’

que quer viver a sua maternidade espiritual, completando a maternidade natural, tornando-se Mãe do

mundo, partilhando o Amor que há-de levar as famílias a serem força geradora de Paz.

O logotipo das Mães de Paula,

concebido por uma mãe de Paula

italiana (arquiteta Oretta), representa

duas MÃES que se encontram (Maria e

Isabel, na Visitação) formando o M de

“Mãe”, diante do MUNDO que desejam

transformar na família de Deus,

apoiadas na CRUZ, presença de Jesus, o

centro da nossa vida e verdadeiro Amor

que tudo envolve.

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Irmã Casimira Marques

A minha ida a Moçambique com as Mães de Paula, nestes 25 anos do início dos grupos, foi mesmo um

mimo do nosso Deus bom. Gostei muito de rever aquelas terras, mas o que mais me

impressionou foi a maneira como Santa Paula anda por ali “em bicos de pés”…

Mesmo sem as nossas Irmãs, que só estão perto do grupo de Lichinga, embora a Irmã

Lourdes Lima visite os grupos de vez em quando, acompanhada pela Irmã Palmira, que

então se reúne com os jovens, ou pela Mãe Rita.

As Irmãs Diocesanas da Imaculada Conceição querem conhecer melhor Santa Paula para

acompanharem os grupos das missões em que trabalham.

Esperávamos encontrar 4 ou 5 grupos (Lichinga, Lissiete, Cuamba, Etatara, Mavago) mas encontrámos o

dobro (Nhunqua, Quimara, Moheia, Moatize, Koré) e promessa de mais…

Em cada grupo uma imagem de Paula geralmente “pequenina” … Até o Bispo já perguntou se não

arranjavam uma maior!… mas é o jeito d’Ela, “em bicos de pés”

Agora, estão a receber uma linda estatuazinha de Paula com 10 cm de altura que

a Irmã Lourdes Lima conseguiu que lhe mandassem do Brasil, como esta que já

têm em Lichinga e que foi entregue aos grupos novos das Comunidades da

Paróquia de Etatara.

Por todo o lado a imagem de Santa Paula anda nas blusas daquelas Mães, que

protege, acompanha, consola, promove, ama, ensina a viver a maternidade

espiritual “pela via do coração e do amor”.

Na despedida, o grupo de Lichinga brindou-nos com este lindo quadro de Santa Paula sorridente, com

feições um pouco africanas e rodeada das suas mães, pintado por um artista da cidade, para enviar à

Clélia. Ficámos encantadas.

A mulher moçambicana ainda é demasiado escrava do trabalho: na machamba, na família, na Igreja…

Um dia, vimos passar um grupo em que a mulher levava uma carga à cabeça, outra na mão, uma criança

nas costas, outra pela mão… e o marido caminhava ao lado de mãos a abanar!!! A Tuxa ficou a olhar,

fotografou e não se cansava de citar este (mau) exemplo, para defender a dignidade da mulher!

É isso que Santa Paula anda a fazer por ali com muito carinho, no meio daquelas “imagens de Deus sem

moldura”, a fazê-las crescer em humanidade, a dizer-lhes que não estão sozinhas, a conduzi-las cada vez

mais a Jesus, a mostrar-lhes que têm muito valor e que podem ajudar a construir um futuro melhor.

MMããeess ddee PPaauullaa ddoo SSaarrddããoo

No dia 17 de Julho de 2011, as Mães de Paula do Sardão, com a Irmã Maria de Lourdes Rua Pereira e

outras Irmãs, visitaram Tui, Pontevedra e Santiago de Compostela.

Seguimos até à fronteira, observando e usufruindo de tanta beleza natural que o nosso País nos oferece!

Vimos campo e montanha, tudo mimos que a Natureza oferece ao nosso olhar, às nossas emoções e

sentimentos mais profundos. Sentimo-nos pequeninas, crianças e precisamos da capacidade e simplicidade

do seu olhar e do seu “estar” para enxergar mais além, tudo e toda a beleza que nos rodeia.

A Natureza fala, envolve e convida à reflexão e, se deixarmos, as forças de todo o Cosmos unem-se para

nos segredar que temos ao nosso lado tudo quanto precisamos para sermos felizes.

Depois passámos a fronteira e pudemos observar a quietude e mansidão das águas, com áreas de pesca de

mexilhão e outros mariscos.

Lissiete Cuamba Mavago

Liching

a

A Ir. Lourdes Lima

entrega a imagem a

uma mãe de Etatara.

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Tudo nos falou do Criador, que é também nosso Pai, que sentiu que tudo o que tinha criado era bom.

Quando chegámos a Tui esperavam-nos as Irmãs Doroteias com a simplicidade e carinho que as

caracterizam. Bem hajam!

Assistimos à celebração Eucarística numa Capela maravilhosa pela simplicidade acolhedora. Nesta Capela

rezou muitas vezes a Irmã Lúcia,

pastorinha de Fátima, antes de ter

ido para o Carmelo de Coimbra.

É grande a emoção, ao saber que

ali terá rezado Lúcia… e ali o Céu

terá comunicado e deixado

mensagens!

De Tui partimos para Pontevedra.

Visitámos a Casa das Irmãs e a

Basílica de Santa Maria, belíssima,

onde é fácil louvar e bendizer o Senhor e onde o espírito se eleva chegando mais facilmente à contemplação.

Dirigimo-nos depois para a outra casa que foi das Irmãs Doroteias e que hoje está transformada em

Museu e sob a alçada diocesana.

Rezámos numa pequenina Capela que corresponde ao quarto onde dormiu a Irmã Lúcia, um pouco

alargado. Numa das paredes há um quadro que assinala o local onde Lúcia terá recebido da Mãe do Céu

o pedido da Devoção aos Cinco Primeiros Sábados e a sua divulgação. Esta devoção é como que um elo –

quem os cumprir terá direito a um lugar no Céu!

Pudemos ainda ver o portão onde a Irmã Lúcia encontrou um Menino, a quem perguntou se sabia rezar a

Ave Maria; tendo respondido que sim, a Irmã percebeu que a seguia, mas não a rezava sozinho.

Recomendou-lhe então que fosse à Basílica, ali bem perto, e a rezasse junto da Mãe do Céu.

À noite, tendo voltado a este portão, e aparecendo-lhe a mesma

criança, perguntou-lhe se fizera o que lhe tinha recomendado. A criança

devolveu-lhe a pergunta: “E tu já divulgaste o que a minha Mãe te

pediu?”. O Menino ficou envolvido em luz e… desapareceu. O portão

tem uma placa que refere este acontecimento, e no interior pode ver-se

uma imagem com um Menino assinalando o local da aparição.

A Natureza veste-se de simplicidade e dignidade. Tudo nos aquece, a

brisa acaricia e do Céu a misericórdia espraia-se como a vastidão do mar!

Ali almoçámos num restaurante pequeno mas com pessoas muito

prestáveis e simpáticas.

No fim do almoço partimos para Santiago. Visitámos a Catedral e, numa Capela lateral

onde estava exposto o Santíssimo Sacramento, pudemos contemplar, rezar e adorar o

nosso Deus. Que bons foram estes momentos! Que reconfortante silêncio! Que paz e

harmonia se estabeleceu no interior, enchendo a alma e servindo de bússola à vida!

Aqui vale a pena entregar a nossa esperança no presente e no futuro!

O regresso foi calmo, os horários foram cumpridos, os lugares foram visitados e houve

tempo para conversar, para rir, para rezar… para sonhar, para silenciar… e agora para

recordar.

Bendito seja Deus que criou o descanso, um óptimo espaço para o nosso reencontro.

LLIIVVRROOSS QQUUEE VVAALLEE AA PPEENNAA LLEERR……

Das edições Paulinas

José Tolentino de Mendonça, O TESOURO ESCONDIDO – Para uma arte da procura interior

PAI-NOSSO QUE ESTAIS NA TERRA – O Pai-nosso aberto a crentes e a não-crentes

Luciano Manicardi, A CARIDADE DÁ QUE FAZER – Redescobrindo a actualidade das “Obras de Misericórdia”

Carlos Maria Antunes, ATRAVESSAR A PRÓPRIA SOLIDÃO – Chamamento à vida espiritual

Da RR / AO / Passo a rezar

José Tolentino de Mendonça, UM DEUS QUE DANÇA