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A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso. Alanite, tantalite-columbite e berilo de Nampula e Alto-Ligonha (Moçambique) Autor(es): Neves, J. M. Correia; Carvalho, R. Guedes de Publicado por: Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico; Centro de Estudos Geológicos URL persistente: http://hdl.handle.net/10316.2/38217 Accessed : 2-Apr-2020 00:30:17 digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis,

UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e

Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.

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este aviso.

Alanite, tantalite-columbite e berilo de Nampula e Alto-Ligonha (Moçambique)

Autor(es): Neves, J. M. Correia; Carvalho, R. Guedes de

Publicado por: Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico; Centro de EstudosGeológicos

URLpersistente: http://hdl.handle.net/10316.2/38217

Accessed : 2-Apr-2020 00:30:17

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S U M Á R I O

J. Custódio de Morais — Observations of terrestrial magnetism made on the west coast of India by D. João de Castro in 1538-1539. F. Gonçalves Pureza & Abel Mendonça de Araújo — Granulometria e minerais pesados das areias das praias de entre o Porto e a Figueira da Foz. F. Gonçalves Pureza — Minerais pesados dos depósitos detríticos de Boucela, Urgueiros e Cruto (Braga). J. M. Correia Neves & R. Guedes de Carvalho — Alanite, Tantalite-Columbite e Berilo de Nam- pula e Alto-Ligonha (Moçambique). Marília Xavier de Morais — Radioactivi- dade de rochas graníticas do Maciço Hespérico. G. Henriques da Silva — Gas- trópodes terrestres fósseis do Quaternário da Ilha de Porto-Santo e descrição de uma nova espécie de Helicídeo. A. Duarte Guimarães — Sobre o doseamento do cálcio nas rochas silicatadas. A. Ferreira Soares & L. Nabais Conde — Contri­buição para o estudo das grutas da Província da Beira Litoral.

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Memóriase Notícias

PUBLICAÇÕES DO MUSEU E LABORATÓRIO MINERALÓGICO E GEOLÓGICODA UNIVERSIDADE DE COIMBRA E DO CENTRO DE ESTUDOS GEOLÓGICOS

N.° 41

Alanite, Tantalite-Columbite e Berilo de Nampula e Alto-Ligonha (Moçambique)

por

J. M. Correia Neves & R. Guedes de Carvalho

Bolseiros do Instituto de Alta Cultura

Existem já alguns; trabalhos de investigação sobre mine­rais das terras e seus correlacionados de Moçambique. Alguns de carácter analítico (1, 2, 3, 4), outros que enquadram os resultados da análise numa síntese quer geológica quer petrográfica e metalogenética (5, 6, 7, 8) e outros de feição analítica e metodológica (9).

Com este trabalho procuramos dar um pequeno contri­buto para o melhor conhecimento da mineralogia da Provín­cia de Moçambique.

Os minerais estudados foram oferecidos ao Museu e Labo­ratório Mineralógico e Geológico da Universidade de Coimbra pelo senhor Eng. A. da Silva Pinto.

Alanite

Colhida em Nicorropela, concelho de Nampula, no com­plexo granito-gneíssico (7).

O exemplar estudado, bem definido morfologicamente, apresentava faces de {100}, {101}, {201}, {155}, {111} e de {110} (fig. 1).

O estudo óptico, em lâmina delgada, revelou as proprie­dades típicas da alanite. Obtida uma radiografia pelo método das poeiras, só nos foi possível observar linhas de difracção, muito difusas, na região dos grandes valores de 20. Isto indicou-nos um desarranjo na rede da alanite que caracteriza

Obtida a recristalização do mineral por aquecimento numa atmosfera de ar, primeiro durante 15 horas a cerca de 750o C e depois reaquecendo durante 5 h e 30 minutos a 850o C, notou-se que no primeiro caso o pó do mineral tomou uma tonalidade esverdeada e no segundo uma cor castanha muito clara que se manteve mesmo depois de, posteriormente, haver sido reaquecido. Fizeram-se diagramas destes pós e dum terceiro obtido por reaquecimento do segundo a cerca de 850o C durante 16 horas.

Dos diagramas obtidos (Est. I, fig. 1), calculámos os parâ­metros reticulares e avaliámos as intensidades representa­das no quadro 1.

o estado metamítico revelado na amostra por uma fractura conchoidal-vítrea e por ser quase amorfa para os raios-X.

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O estado de metamictização é frequente nos minerais das terras raras e existe já abundante literatura relacionada com o fenómeno (10, 11), embora este ainda se não conheça com clareza.

Comparando os resultados obtidos e os indicados pela A. S. T. M., concluímos que a alanite de Moçambique apre senta o diagrama de difracção típico deste mineral.

Tantalite-Columbite

Colhida em Muiane, Alto-Ligonha, circunscrição civil de Alto-Molocué, em formações metamórficas enquadradas num complexo granito-gneíssico (7).

O exemplar estudado, bem definido morfologicamente, apresentava um bom número de faces na zona [001], nomea­

Obtivemos os diagramas numa câmara Philips de 114.83mm de diâmetro e utizámos a radiação Kα do Ferro que actuou sobre o pó do mineral durante 15 horas sob uma tensão de 45 KV e uma intensidade de 10 m. A.

A análise química forneceu os seguintes valores:

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damente faces de {1oo}, {210}, (11o), {130} e {010}; exis­tem também as formas {001} e {133}.

O pó deste mineral deu aos raios-X um bom diagrama (Est. 1, fig. 2) a partir do qual se calcularam os parâmetros reticulares e avaliaram as intensidades indicadas no quadro II.

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Obtivemos os diagramas numa câmara Philips de 114.83mm de diâmetro, utilizando a radiação Ka do Ferro que actuou sobre o pó do mineral durante 6 horas sob uma tensão de 40 KV e uma intensidade de 10 m. A., e numa câmara Siemens do Laboratório de Física do Consejo Superior de Investigaciones Científicas de Espanha com a constante 0.248, utilizando radiação Kα e Kβ do cobalto que actou sobre o mineral durante 6 horas sob uma tensão de 35 KV e uma intensi­dade de 9 m. A.

A análise química forneceu os seguintes valores:

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Comparando os resultados obtidos com os fornecidos pela A. S. T. M. concluímos que a tantalite-columbite do Alto-Ligo- nha apresenta o diagrama típico deste mineral.

Colhido em Muiane, Alto-Ligonha, circunscrição civil de Alto-Molocué, em formações metamórficas enquadradas num complexo granito-gneíssico (7).

O exemplar estudado apresentava clivagem segundo uma direcção normal a [0001] e apresentava faces de {0001}, {1010} e {2130}.

O diagrama de raios-X (Est. I, fig. 3) foi obtido no Labo­ratório de Física do Consejo Superior de Investigaciones Cien­tíficas, onde foi realizado por um de nós (Correia Neves) parte do estudo roentegenográfico sob a orientação do Dr. Rivoir, que nos deu preciosas indicações de técnica radiográfica, o que, a este nosso Amigo, sinceramente agradecemos. Este diagrama foi obtido utilizando uma câmara Unicam de 90 mm de diâmetro, e a radiação Kα do Cobre que actuou sobre o pó

Berilo

do mineral durante 2 horas sob uma tensão de 35 KV e uma intensidade de 14 m. A. Calculámos os parâmetros reticula­res e avaliámos as intensidades indicadas no quadro III.

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Do quadro anterior, onde, por comodidade, se não repre­sentam todos os valores paramétricos quer de A. S. T. M. quer os nossos, vemos que há concordância entre os valores representados.

B I B L I O G R A F I A

1 — Bannister, F. A. and Horne, J. E. T. — «A radioactive mineral fromMozambique related to davidite». Mineralogical Magazine, vol. xxix, n.° 209, pág. 101, Junho 1950.

2 — Pinto, A. da Silva — «Minerais de Moçambique». MoçambiqueDocumentário Trimestral, n.° 6, pág. 5, Abril-Maio-Junho, 1936.

3 -------idem.----- idem, n.° 8, pàg. 71, Outubro-Novembro-Dezembro, 1936.

4 -------idem.----- idem, n.° 12, pág. 31, Outubro-Novembro-Dezembro, 1937.

5 — Pinto Coelho, A. de Vasconcelos — «O minério de urânio de Mavudzi--Tete (Moçambique); Observações de campo e estudos labora­toriais». Garcia de Horta, vol II, n.° 2, pág. 209, 1954.

6 — Roso de Luna, I. e Freitas F. — «Geologia e Metalogenia dos depósi­tos de urânio do vale de Mavudzi, Distrito de Tete». Bol. Ser­viços de lnd. e Geol. da Prov. de Moçambique, n.° 11.

7 — Borges A. e Nunes, A. Figueiredo — «Geologia e Jazigos minerais do Alto Molocué. Carta Geológica (nota explicativa)». Boi. Servi­ços de lnd. e Geol. da Prov. de Moçambique, n.° 10.

S — Davidson, C. F. Bennett, J. A. E. — «The uranium deposits of the Tete district, Mozambique». Mineralogical Magazine, vol. xxix, n.° 211, 1950, pàg. 291.

9 — Colin, L. L. — «El empleo del tanino en el análisis químico de los minerales». Notas y comunicaciones del Instituto Geológico de España, n.° 26, 1952, pág. 3.

10 — Pabst, A. — «The metamict state». The American Mineralogist,vol. 37, n.os 3 e 4, 1952, pág. 137.

11 —Berman, Joseph — «Identification of. metamict minerals by X-raydiffraction». The American Mineralogist, vol. 40, n.os 9 e 10, 1955, pág. 805.

EST. I

S U M M A R Y

Alanite, Tantalite and Beryl at Nampula and Alto-Ligonha ( Mozambique)

Crystals of alanite, tantalite and beryl at Nampula and Alto-Ligonha gathered from metamorphic formations embedded in a granitic-gneissic complex were morphologically, roentgenographically and chemically studied. As the alanite was partially metamictized it was necessary to heat it to 850° C. for 16 hours in order to obtain a good recrystilization

R É S U M É

De PAllanite, de la Tantalite-Columbite et du Béryl de Nampula et de l’Haut-Ligonha (Mozambique)

Des cristaux d’allanite, de tantalite-columbite et de béryl de Nam­pula et de l’Raut-Ligonha, recueillis parmi des formations métamorphi­ques encadreés dans un complexe granito-gneissique, ont été étudiés morphologiquement, roentegenografiquement et chimiquement. Comme i’allanite se trouvait partiellement métamictisée on dut la chauffer á 850° C pendant 16 heures pour obtenir de nouveau une bonne cristallisation

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