Alcorão

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Alcorão Sagrado - texto na íntegra

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  • 1. Os Significados dos Versculos doAlcoroSagradowww.quran4free.comwww.fambras.org.br

2. I N T R O D U O3 Em nome de Allah, o Clemente, o MisericordiosoAllah, Exaltado seja, disse: "Em verdade, facilitamos o Alcoro, para a recordao. Haver, porventura, algum que receber a admoestao? (54:22).O Profeta (S) disse: "O melhor dentre vocs quem aprende o Alcoro e o ensina."O Livro de Allah a melhor proviso de todo muulmano e muulmana, que os aproxima de seu Senhor, ajuamdam-nos a ador-Lo, ilumina-los o caminho, informam-nos a respeito das notcias dos antecessores e do final da humanidade.Ao apresentarmos oprojeto de distribuio gratuta dos significados do Alcoro Sagrado, em portugus, estamos empenhados em servir ao Livro de Allah, colocando uma traduo dos significados do Alcoro nas mos do leitores da lngua portuguesa. Crendo na importncia dessa traduo para o muulmano brasileiro, optamos pela traduo do Prof. Samir El Hayek, que Allah lhe prolongue a vida, como sendo a traduo que inmeros especialistas elogiaram.Pedimos a Allah que beneficie com ela e abra os corao das pessoas para a orientao de Seu Livro, e que o ato seja a causa de orientao de muitos para a luz do Islam.INTRODUOSheikh Khaled Taky El DinDiretor dos Assuntos IslmicosFederao das Associaes Islmicas do Brasil 3. I N T R O D U O4Em nome de Allah, o Clemente, o MisericordiosoApresentaoLouvado seja Allah, Que disse em Seu Livro Sagrado: "Em verdade, este Alcoro encaminha senda mais reta e anuncia aos crentes benfeitores que obtero uma grande recompensa". (17:9). Que a paz e a graa de Allah estejam com o Rassulullah, Mohammad, o derradeiro dos profetas e mensageiros, que foi enviado humanidade como misericrdia, estejam, tambm, com seus familiares e seus companheiros, amm.Tenho a honra e a satisfao de dirigir-me, por intermdio dessas linhas, aos leitores dessa edio dos Significados dos Versculos do Alcoro Sagrado, do irmo Samir El Hayek, membro da comunidade rabe-islmica de So Paulo. H quarenta anos, encontramo-nos, pela primeira vez, em So Paulo, na vivacidade de sua esperana e na vitalidade de sua juventude. Apesar de sua pouca idade, estava envolvido na atividade de traduo, para a Sociedade Beneficente Muulmana de So Paulo, continuando at hoje as suas atividades, em benefcio de todos os muulmanos. O que mais chama a ateno, apesar da riqueza de sua produo literria na traduo de livros islmicos, que superam os cem, que ficou famoso pela traduo do Significado dos Versculos do Alcoro Sagrado, cuja primeira edio foi publicada em 1974. A comunidade muulmana a recebeu com aprovao, sentimentos de apreciao e agradecimento por preencher a lacuna que existia na lngua portuguesa a respeito do Alcoro. As edies foram se repetindo pela sua distino de ser a mais fiel ao sistema adotado pelos exegetas. Principalmente com respeito crena e aos versculos concernentes aos atributos de Allah, pois, nem todo indivduo que fala o rabe pode ser considerado capaz de entender o significado do Alcoro Sagrado, uma vez que a sua exegese e a compreenso de seu significado esto diretamente ligadas ao mtodo do Rassulullah (que Allah o abenoe e lhe d paz), quando explicava aos seus Companheiros o que no conseguiam 4. I N T R O D U O5entender do Alcoro Sagrado. Tal explicao uma das funes dos profetas, de acordo com as palavras de Allah, Exaltado seja, ao Seu Profeta, Mohammad: "E a ti revelamos a Mensagem, para que elucides os humanos a respeito do que foi revelado". (16:44). Apesar de estar implcito no texto mais de um significado, o verdadeiro significado o que foi explicado pelo Rassulullah (que Allah o abenoe e lhe d paz). Por exemplo, no versculo: "Em verdade, Mohammad no o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Allah e o derradeiro dos profetas". (33:40), vemos que a palavra rabe, "khtim", significa o derradeiro, o que ningum vir depois dele e a quem ningum se assemelhe; significa, tambm, "anel". Por isso, o Profeta Mohammad (que Allah o abenoe e lhe d paz) explicou que a palavra "khtim", utilizada no texto, significa o derradeiro. Ele disse: "Sou o derradeiro dos profetas", significando ser o ltimo que foi enviado. Tambm explicou isso, dizendo: "No haver profeta depois de mim". Por isso, entendemos do versculo que a revelao cessou com a morte do Profeta Mohammad (que Allah o abenoe e lhe d paz).Por outro lado, para se propor tarefa, o tradutor deve dominar as cincias e as regras da exegese, a primeira da qual, a explicao do Alcoro com o prprio Alcoro, de tal forma que, se um versculo tem um significado geral, num determinado assunto, outro versculo o esclarece sendo especfico num outro, pois no h contradies no Alcoro. Allah, Exaltado seja, diz a esse respeito: "A falsidade no se aproxima dele (o Livro), nem pela frente, nem por trs". (41:42).O segundo mtodo a utilizao da Sunna para a explicao do Alcoro, representada pelos ditos, atos e aprovaes do Profeta Mohammad (que Allah o abenoe e lhe d paz). O Imam Assiuti, 650 anos atrs, compilou, em seu livro: "Al Itcan fi 'Ulum al Curn" os ditos do Profeta sobre a exegese do Alcoro, organizando-os conforme o arranjo das suratas do Alcoro Sagrado.O terceiro mtodo a utilizao das afirmaes dos companheiros e dos familiares do Profeta (que Allah o abenoe e lhe d paz), pois estavam mais afeitos ao significado, por terem 5. I N T R O D U O6sido testemunhas vivas da revelao de muitos versculos do Alcoro Sagrado. Transmitiram posteridade como a revelao se operou. Conheciam, tambm, as causas da revelao de inmeros versculos, bem como a data de sua revelao. Muitos dos companheiros ficaram famosos por serem retentores e exegetas do Alcoro Sagrado como li ibn Abi Tlib, Ibn Mass'ud, Ibn Omar (Que Allah esteja satisfeito com todos eles). O mais famoso dentre todos foi Abdullah ibn Abbss, por quem o Profeta fez a seguinte splica: " Allah, instrui-o na religio e ensina-lhe os significados do Alcoro".Quanto ao quarto mtodo, a fidelidade crena transmitida pelo Profeta. O Imam Abu Tlib Attabari, na introduo de sua exegese do Alcoro Sagrado, diz: "Fica sabendo que a primeira regra para o exegeta a fidelidade crena transmitida pelo Rassulullah (que Allah o abenoe e lhe d paz).Quanto aos versculos dos atributos de Allah, no incluem semelhanas nem comparaes, nem explicaes, nem negao. Allah, Ta'la, diz: "Nada se assemelha a Ele, e o Oniouvinte, o Onividente". (42:11).O quinto mtodo a utilizao do rabe na exegese, em caso de dvida, devido s palavras de Allah, Ta ala: "Revelamo- lo como um Alcoro rabe, para que raciocineis". (12:2).Se assim deve ser, como os muulmanos podem aceitar outras tradues do Alcoro Sagrado, de significados adulterados por no seguirem essas regras? Seria possvel que se aceitasse uma traduo adulterada em sua crena devido ao desconhecimento do tradutor de uma das duas lnguas, ou para inventar falsidades contra o Islam e os muulmanos? Cito aqui o caso de 1980, quando aqui foi publicada uma traduo em lngua portuguesa. O tradutor utilizou uma traduo inglesa ou francesa e verteu lngua portuguesa. Com isso, no traduziu os significados do Alcoro Sagrado, mas o texto traduzido por outros. Desta feita, cometeu os mesmos erros que os outros cometeram e acrescentou-lhes mais erros ainda. A pseudo "traduo", portanto, ficou repleta de ms interpretaes, intencionais ou no, assemelhando-se s obras de alguns 6. I N T R O D U O7orientalistas que procuram difamar o Islam. E vendem o seu trabalho aos muulmanos, como se fosse uma importante produo cientfica. Por isso, os muulmanos do Brasil no permitiram que aquela traduo fosse utilizada em suas mesquitas, porque, na realidade, no abrangia os significados do Alcoro Sagrado. A mesma passou a ser comercializada entre os no muulmanos.Pelo que foi dito acima, o tradutor dos significados do Alcoro Sagrado deve se ater ao que foi transmitido pelo Rassulullah (que Allah o abenoe e lhe d paz) e pelos nossos antecessores em sua exegese do Alcoro Sagrado. O Tradutor to responsvel quanto o exegeta, pois ambos transmitem s pessoas o significado do Livro de Allah.Ns, propagadores e especialistas nos estudos do Alcoro, aprovamos a traduo do Samir El Hayek pela sua fidelidade sua crena, pois, em seu trabalho, ele foi minucioso na consulta s exegeses rabes mais fidedignas, alm de seguir as orientaes dos propagadores e especialistas, frente dos quais o Imam da comunidade Islmica do Brasil, o Dr. Abdalla Abdel Chakkur Kamel.Alm dos cuidados, o primor de estilo e a clareza dos termos acrescentam beleza traduo, que atrai os leitores, principalmente quando o tradutor escolhe as mais claras expresses que mais se aproximam do significado do texto original. Assim, o seu trabalho mais aceito e acrescenta beleza ao seu estilo.Baseados nisso, podemos afirmar que a traduo do El Hayek se espalhou por todos os quadrantes, tanto do Brasil como de todos os pases da lngua portuguesa, pela fidelidade de sua crena, a beleza de seu estilo, a coerncia de suas expresses. No h exagero nisso, porque o professor El Hayek cresceu em So Paulo, onde obteve os seus estudos acadmicos, tornando a lngua portuguesa a sua lngua me. Acrescenta-se a isso, que viveu durante quatro anos em Moambique, a convite das instituies islmicas locais, durante os quais produziu vrias obras culturais e islmicas, acrescentando-lhe conhecimento e experincia. 7. I N T R O D U O8Finalizo a minha apresentao afirmando que o Alcoro Sagrado um milagre de Allah na terra, com o qual Ele desafiou os intelectuais rabes e persas, tambm os gnios e os humanos a produzirem algo semelhante a ele. A sua eloquncia e significado sempre so atuais, pois cada vez que a cincia se desenvolve, os cientistas descobrem no Alcoro Sagrado provas claras de que um Livro revelado por Allah, Exaltado seja, pois encontram nele as provas de muitas descobertas cientficas hodiernas, em geologia, botnica, astronomia, etc. Os rabes s conseguiram descobrir o formato arredondado da terra, as camadas terrestres, as camadas celestiais, as profundezas do mar, as nebulosas, as galxias que representam os sinais da Grandiosidade e da Unicidade de Allah, por intermdio do Alcoro Sagrado, o Livro das leis divinas, que abrange todas as necessidades humanas, em todo tempo e em todo lugar. Se cada profeta tem um milagre, o Alcoro o milagre de Allah, revelado ao Profeta Mohammad (que Allah o abenoe e lhe d paz) durante 23 anos, como prova da veracidade de sua misso. O primeiro versculo revelado abrange a ordem para a procura do saber, em nome de Allah: "L, em nome do teu Senhor Que criou". (96:1), e o ltimo versculo revelado aconteceu nove dias antes do falecimento do Profeta ((que Allah o abenoe e lhe d paz), que ordenava o temor a Allah e a preparao para a Outra Vida: "E temei o dia em que retornareis a Allah". (2:281). Este versculo nos informa a respeito da morte de todo ser vivo e a respeito de Allah, o Vivente, o Subsistente.Peo a Allah que multiplique a recompensa de todos aqueles que colaboraram na produo dessa traduo e que a paz e a misericrdia de Allah estejam com o Rassulullah, o derradeiro dos profetas e dos mensageiros, com seus familiares e com seus companheiros. Amm.Cheikh Ahmad Saleh Mahairi,Mestre em exegese do Alcoro pela Universidade de Riadh, Arbia Saudita 8. I N T R O D U O9Em nome de Allah, o Clemente, o MisericordiosoAPRESENTAO DA 1a EDIOAo ser exposta, caros leitores, esta verso do Sagrado Alcoro, necessrio se faz frisarmos que possui uma histria, uma tradio, cujas explanaes podem servir de apresentao para a sua perfeita compreenso, bem como servir de introduo ao seu contedo. Assim sendo, preciso apresentar, de uma maneira rpida, a situao do mundo que circundava o ambiente em que ele foi revelado, naquele tempo e, ento, falar resumidamente sobre o Alcoro em si e quais as suas explicaes.O Alcoro foi revelado a Mohammad numa poca em que o mundo vivia em sobressalto, enfrentando problemas religiosos, polticos, sociais e econmicos.Havia dois imprios: o Persa e o Bizantino, que dividiam o poder entre si, apesar de suas slidas foras militares, suas internas lutas polticas, tiveram um papel preponderante no enfraquecimento de ambos. A poderosa fora militar persa foi minada por causas resultantes das lutas poltico-religiosas. Em um curto espao de tempo, de quatro anos, ocuparam o trono persa nada menos do que dez imperadoes - isso aconteceu por volta do ano 632 da era crist. Houve, tambm, vrias tentativas de usurpao do trono por parte dos comandantes militares; as guerras ininterruptas entre os dois imprios causaram dios e ressentimentos entre seus povos, sem contar com as grandes somas gastas devido a tais guerras.1 A religio persa era a masdesta. Ela havia atingido tal estgio de crena que o indivduo vivia em restrio quanto sua vida cotidiana. Adorava-se o Sol, a Lua, a gua e o fogo e todo aquele que atingia a idade de doze anos era obrigado a render cultos quelas entidades durante a manh, tarde, bem como durante a lua cheia. Havia outros rituais prestados, invocando a proteo da noite e do dia; outros, quanto ingesto do vinho e do leite; outros, ainda, quanto consumao de frutos. Cada um desses rituais tinha durao determinada e smbolos particulares.2 9. I N T R O D U O10A vida social tambm estava num caos moral, submersa nos atrativos terrenos, havendo uma predominncia de classes, anarquia religiosa de grupos contrrios religio persa.3Os bizantinos, por sua vez, sofriam as conseqncias de inmeras guerras pelo que estas causaram insubstituveis perdas de homens e perdas materiais. O pssimo quadro poltico, social e econmico foi o agente que incapacitou o Imprio de suportar tal situao, fazendo com que no pudesse resolver o problema dos agricultores e dos pequenos proprietrios, entre os habitantes das colnias. Os agricultores achavam por bem abandonar as suas terras por causa da impossibilidade de pagar os altos impostos. Isso causou muitas revoltas contra o governo e o Imperador, culminando com o assassinato deste, de sua esposa e de seus filhos,4 reinando, por conseguinte, a desordem no Imprio. A situao religiosa se deturpou com o aparecimento de vrias correntes, propiciando assim a dissidncia no seio da nao.5 J no sculo VII, o compacto Imprio Romano dividiu-se, enfraquecido por causa das lutas dos partidos, do desentendimento dos governantes, da inimizade dos grupos religiosos e de suas divergncias sobre a crena crist; tais divergncias causaram muitas anarquias, exlios e iniquidades, por causa do apego de cada grupo ao seu ponto de vista e seu desprezo aos que os contrariavam, pela intercesso dos imperadores e dos governantes a favor de um determinado grupo.O historiador ingls Herbert George Wells diz: "O Imprio Romano comeou a ruir com a deteriorao de sua situao poltico-econmica. Sua aristocracia era sustentada pelos pobres que trabalhavam para os ricos. Parecia grandioso; porm, no ntimo, era cheio de severidade, de ignorncia e de idolatria."6 Amir Ali diz ainda: "Muitos perceberam, naqueles dias negros, que as culturas, os conhecimentos e tudo que til vida, estavam a caminho do desaparecimento."7A Pennsula Arbica, onde nasceu o Profeta Mohammad e onde foi revelado o Alcoro, por sua vez, estava tambm dividida entre romanos e persas. As lutas internas e as discrdias a assolavam. Cada faco ou tribo adorava um dolo ou um elemento qualquer da natureza. A histria cita que a idolatria era 10. I N T R O D U O11a religio dominante entre os rabes. Os cristos nestorianos, por conseguinte, estavam espalhados pela cidade de Alhira e suas circunvizinhanas, pelas terras de Almanzira e por algumas regies do Imen. Os iacobitas eram formados pelos ghassanitas e iemenitas. O catolicismo, ao seu turno, espalhava-se entre os rabes da semipennsula do Sinai. Os judeus escolheram Iareb e suas vizinhanas e o sul da Arbia. Cada um destes grupos seguia, com fanatismo, seus ensinamentos, dividindo-se, os cristos e os judeus, em vrios grupos e vrias seitas, aumentando a inimizade entre os adeptos de cada religio e, ainda, entre os adeptos da mesma religio.A vida social da Pennsula sofria tambm, por causa dos costumes que razo e conscincia repugnavam! Assassinavam as filhas; havia a poligamia, a poliandria, a herana de mulheres como um objeto qualquer, e a prtica de obscenidades.Essa era a situao dos rabes antes do Islam: grupos que disputavam, tribos que combatiam entre si, inmeras seitas religiosas. Os judeus e os cristos no conseguiram, apesar da atividade de seus propagadores, reunir os rabes e constitu-los numa s nao. E no mago desse caos religioso, social e poltico surgiu Mohammad com o Alcoro, pregando a adorao a um Deus nico, o respeito ao ser humano, a valorizao do pensamento e da mente, auspiciando uma nova tica, que elevaria o valor humano, negando as obscenidades e as imoralidades, injungindo a relao do homem com sua comunidade e com seu Senhor. E, durante os vinte e trs anos da vida missionria do Profeta, o Alcoro foi um guia para os costumes, para o comportamento e para o carter da sociedade, resolvendo-lhe os problemas religiosos, polticos, sociais, econmicos e culturais. Ele foi e continua sendo a luz orientadora, o Livro da Vida, o cdigo da existncia do povo islmico, que sob tal sublime luz caminha. Ele vem a ser, como disse Mohammad (que Allah o abenoe e lhe d paz): "... algo que, se o seguirdes, nunca vos desviareis! o Livro de Allah (ou seja, o Alcoro)."Isso fez com que o Islam e o Alcoro reunissem os rabes e os constitussem numa nao, que se expandiu pela terra, para que 11. I N T R O D U O12nela, posteriormente, surgissem milhes de pessoas que abraassem o Islam e seguissem seu Livro.O Alcoro a Palavra de Allah, o Altssimo, revelada a Mohammad, e apresenta-se como um evidente nascimento histrico, dada a paulatinidade com que foi revelado ao Mensageiro de Allah (S) bem como a profunda transformao estrutural dos povos rabes. Estando o Profeta retrado em adorao no monte Hir, prximo a Makka, deu-se a revelao do primeiro versculo: "L em nome de teu Senhor Que criou; criou o homem de um algo que se agarra (cogulo). L que o teu Senhor o mais Generoso, Que ensinou atravs da pena, ensinou ao homem o que este no sabia..."8Os versculos do Alcoro prendem-nos leitura, incitam-nos cultura, incentivam-nos pesquisa e especulao. Seno, atentemos para o fato de que logo, no primeiro versculo revelado, nota-se um intrnseco incentivo s cincias e pesquisa. Nas Tradies do Profeta, ainda, h determinaes no sentido de que se procure a instruo e o estudo. Disse o Profeta do Islam: "Instruir- se dever de todos os muulmanos (homens e mulheres)." "Buscai o conhecimento, do bero sepultura!" "Buscai o conhecimento, ainda que seja na China!"9A revelao da primeira Surata do Alcoro deu-se no ms de Ramadan do ano Io da Misso, ou seja, agosto de 610 d.C. Deu-se por intermdio do anjo Gabriel, que apareceu ao Profeta e lhe transmitiu o Alcoro, Surata por Surata, versculo por versculo, para que ele o transmitisse aos rabes e aos humanos em geral. Disse Allah, o Altssimo: "E admoesta teus parentes mais prximos.'"10 "O tu, emantado! Levanta-te e admoesta! E enaltece a teu Senhor!" 11 "E no te enviamos seno como misericrdia para a humanidade."12A revelao deu-se no incio da Misso de Mohammad, prolongando-se at o seu falecimento, ou seja, duranmte vinte e trs anos O Alcoro, em si, representou uma completa norma de vida para o Imprio Muulmano, fundado por Mohammad e, podemos dizer que o Livro que criou uma nao alicerada em seus ensinamentos. Estruturou a vida religiosa, poltica, social, cultural e econmica daquela nao que nele 12. I N T R O D U O13creu, adotando o Islam por religio. Acrescente-se que esse livro pregou o respeito a todas as outras religies Divinas, a seus profetas, a seus Livros e a seus mensageiros, pregando a tolerncia e o amor entre os homens.Mohammad convocou o povo ao Islam; que o tomasse por religio, escolhida que foi por seu Senhor: "Hoje completei a religio para vs; tenho-vos agraciado generosamente, e vos aponto o Islam por religio...".13 O Alcoro constitui um cdigo e um discernimento de tal religio, pois explica, juntamente com as Tradies do Profeta, suas bases - rituais e legislativas - minuciosamente. Pois, como disse o Profeta: "Deixo-vos algo que, se o seguirdes, nunca vos desviareis! o Livro de Deus."O Alcoro foi documentado durante a vida do Profeta por escribas, aos quais o ditava, sendo que esses o registravam em pedaos de couro, em folhas de tamareiras e em pedras polidas. O nmero desses escribas alcanou, em Macca e Madina, o total de quarenta e trs.14 Desses, podemos citar: Alm dos primeiros quatro Califas, Azzubair ibn Alauwam, Khalid ibn Said Ibn Alssi, Hafzala ibn Arrabi Alabadi, Abdullah ibn Alacram, Charkhabil ibn Hussna, Abdullah ibn Rauha, Ubai ibn Kaab, Zaid ibn Sbet, entre outros. O Profeta no tinha possibilidade de escrever o que lhe era revelado, uma vez que era iletrado. A revelao deu-se em Makka e em Madina e entre ambas as cidades; por isso, as Suratas so divididas em duas partes: as reveladas em Makka, antes da Hgira, e as reveladas em Madina, depois da Hgira. O nmero total das Suratas de cento e quatorze, divididas em trinta livros.Muitos dos Companheiros do Profeta aprenderam de cor a maior parte do Alcoro; alguns o decoraram por completo. Dentre estes podemos citar: Moaz ibn Jabal, Ubai ibn Kaab, Abu Addard, Zaid ibn Sbit, Saad ibn Ubada e Osman ibn Affan.15O Alcoro permaneceu, por muito tempo, escrito nos objetos citados, bem como retido na memria de alguns homens at a morte do Profeta. Quando Abu Bakr tornou-se o primeiro Califa, deram-se vrios combates,16 ocasionando a batalha de Yamana, a morte de muitos muulmanos, entre eles, vrios retentores do contedo do Alcoro.17 mar ibn Alkattab, 13. I N T R O D U O14temeroso de que se perdesse para sempre o Alcoro, por causa da morte dos retentores de seu contedo, aconselhou o Califa a escrev-lo em material adequado. Ento, o Califa incumbiu Zaid ibn Sbit, um dos escribas do tempo do Profeta, de tal tarefa; este copiou o que estava escrito nos diversos objetos. A cpia foi confiada ao Califa Abu Bakr; aps o falecimento deste, a mar, e aps a morte deste, ficou sob a custdia de sua filha, Hafsa, uma das esposas do Profeta.18Os Companheiros do Profeta, os retentores do Alcoro e seus recitadores se espalharam pelas terras conquistadas pelos muulmanos, tanto na sia - nas terras do Ir, Sria e Palestina, como na frica - Egito e Norte do Continente. Nessas regies os muulmanos recitavam o Alcoro tal como o haviam ouvido e decorado de alguns dos Companheiros do Profeta, que lhes foram enviados para tal fim. Dentre esses missionrios podemos citar: Ubada Ibn Smit, em Homs; Abu Addard, em Damasco; Moaz Ibn Jabal, na Palestina19. Todos enviados pelo segundo Califa, mar Ibn Al Khattab, em atendimento ao ento governador de Damasco, lazid Ibn Abi Sufian.Expandiram-se as conquistas e aumentaram os limites do Imprio. Os muulmanos, ento, viajaram pelas terras conquistadas, distantes da Capital (Madina) e do Califa, difundindo a recitao do Alcoro entre os habitantes daquelas regies. Todavia, o modo de recitao se tornou alvo de dvidas e temores por parte de muitos dos Companheiros do Profeta e dos sbios, uma vez que a maior parte dos povos que abraou o Islam era no rabe, possuindo pronncias particulares para tal recitao. Houve certa negligncia na fiscalizao do modo de recitao, bem como no cumprimento dos rituais, devido ao elevado nmero de adeptos e ao fato de pertencerem a regies to distantes. Isso ocasionou o surgimento de vrios grupos de recitadores, sem, contudo, seguirem a forma original de recitao.20 Huzaifa Ibn Alyaman, um dos Companheiros do Profeta e um dos retentores e recitadores do Alcoro, advertiu sobre o perigo de que a diferena de pronncia na recitao viria abalar a unidade dos muulmanos, causando dissenses entre eles, pois o prprio constatara, em suas viagens a Azerbaijo, no 14. I N T R O D U O15Ir, a Homs, a Damasco, a Kufa e a Basra, acentuadas diferenas. Vrios dos Companheiros do Profeta apoiaram Huzaifa, fazendo com que apresentasse seu ponto de vista ao terceiro Califa, Osman Ibn Affan, conscientizando-o do que a nao viria a sofrer, no fossem sanadas as diferenas de opinio e de interpretao do Livro. Aconselhou-o a que agisse no sentido de instituir um s padro recitativo. Face a isso, o Califa pediu a Hafsa, filha de mar, que lhe entregasse os pergaminhos escritos no tempo de Abu Bakr. O Califa, ento, encarregou Zaid Ibn Sbit, Abdullah Ibn Azzubair, Said Ibn Al 'As e Abdullah Ibn Alhres Ibn Hicham de fazerem cpias,21 das quais conservou uma, remetendo um exemplar a cada regio muulmana, para que os recitadores, os ensinadores e o povo em geral o tomassem por modelo,22 evitando, assim, a divergncia existente entre eles.23 Osman, ento, ordenou que se queimasse tudo o que fora anteriormente escrito e que estivesse em desacordo com a cpia oficial.24 Este ato do terceiro Califa foi considerado fundamental para a conservao textual do Alcoro, fazendo com que o mesmo se conservasse, desde ento, a pronncia e o texto so iguais, at os nossos dias. O Alcoro que recitamos hoje o mesmo que fora recitado pelos Companheiros do Profeta, pelos escribas que o registraram e pelos califas posteriores a eles, sem quaisquer mudanas; conserva a mesma estrutura, as mesmas letras, as mesmas suratas e os mesmos versculos, quer seja no Paquisto, quer seja no Brasil; recitado no Oriente da mesma maneira como o no Ocidente; est presente em todos os lares muulmanos quer se encontrem nos complexos habitacionais de Londres, quer nas densas matas africanas, ou, ainda, nos extensos desertos asiticos, dada a facilidade propiciada pela inveno da imprensa.O Alcoro foi traduzido para a maioria das lnguas do mundo; muitos o explicaram. Em "O Livro dos ndices" de Ibn Annadim, encontramos o montante de vinte pginas, contendo nomes de livros que giram em torno do texto alcornico e de seus ensinamentos; isto, na poca do autor. Estudos posteriores sobre o Alcoro foram-se avolumando, girando em torno da lingustica, da legislatura, da histria e da cincia, nos vrios idiomas do 15. I N T R O D U O16mundo, tornando-se quase impossvel cont-los. Hoje, o Livro de setecentos milhes25 de muulmanos, espalhados em todos os cantos do globo.A revelao do Alcoro a Mohammad um milagre que desafia os rabes, dada a sua eloquncia, a sublimidade de seu significado e o pensamento que encerra. Os maiores retricos no conseguiram reproduzir algo que a ele se assemelhasse ou dele se aproximasse e, desde que foi revelado a Mohammad, continua com a sua eloquente posio, sua retrica mpar, acrescida pelo fato de que a base da lei e dos ritos islmicos. Abrange os pilares e os ensinamentos que regem a vida de um povo ou de um indivduo nos seus diversificados alcances: religiosos, sociais, culturais, ticos e econmicos.Os versados nas preciosidades alcornicas escreveram sobre os motivos da incapacidade de se produzir algo que se assemelhasse a ele. Disseram que isso provm do fato da eloquncia do seu estilo, de suas informaes histricas, de seu vaticnio de acontecimentos futuros, acrescentando-se as verdades cientficas sobre a criao e a formao do homem, sobre os astros, a terra, os ventos, as plantas, e sobre a orientao de como pautar a vida religiosa e tica. Tudo isso faz do Alcoro um Livro, cuja semelhana, mortal algum pode produzir e tudo que a histria do Islam e das crenas nos transmitiram atesta isso. O prprio Profeta expunha o Alcoro aos rabes e lhes pedia para que apresentassem algo semelhante, nem que fosse menor Surata dele. E a Histria do Islam ou das crenas no nos transmitiram informao alguma sobre algum que conseguisse tal feito.Dentre os que escreveram sobre a incapacidade de se produzir algo semelhante ao Alcoro durante os sculos IV e V da Hgira, podemos citar: Albaclani, com seu livro "O Milagre do Alcoro", o Imame Abdel Cher Ajjarjani, com seu livro "As Provas do Milagre do Alcoro" e, tambm, o Imame Azzamkhchari.26Devemos presumir, ento, que isso uma evidente prova de que o Alcoro no foi uma inveno humana. uma revelao de Allah, o Altssimo, transmitida por intermdio do anjo Gabriel a 16. I N T R O D U O17Mohammad, pois este era iletrado e no podia, por conseguinte, produzir um livro que abrangesse verdades histricas e cientficas, criasse uma base e uma lei religiosa, um esquema a uma vida poltica e social, e que, ainda, possusse uma eloquncia mpar.Houve muitas escolas e correntes, cada uma com seu prprio esquema para a explicao do Alcoro. Temos a sofista, a filosfica, a jurisprudente, a cientfica, a lingustica e a social. Cada escola ou corrente tinha os seus professores, os seus sbios, bem como os seus livros; dentre tais professores podemos citar: Muhiddin Ibn Arabi, com seu livro "As Conquistas Maquinenses"; Sahl Attastari, com seu livro "Explicaes do Magnfico Alcoro"; Mohamad Ibn Alhussain Ibn Mussa Assalmi, com seu livro "As Verdades da Explicao"; estes representam a explicao sofista. Ibn Sina, ou Avicena, representa a filosfica. A jurisprudente, porm, representada, entre outros, por Abu Bakr Arrazi, conhecido como Ajjassass; falecido em 370 H, com seu livro "As Mximas do Alcoro"; Ahmad Ibn Said, um dos sbios do sculo XI H com seu livro "As Explicaes Ahmaditas dos Versculos Legislativos", editado na ndia; Abul Hassan Attabari, falecido em 504 H, com seu livro "As Mximas do Alcoro", editado pela Casa do Livro Egpcia; Jalaluddin Assiuti, falecido em 911 H, com seu livro "A Luz na Auscultao da Revelao"; Abu Bakr Ibn Alarabi, falecido em 543 H, com seu livro "As Mximas do Alcoro"; Abu Abdullah Alkurtubi, falecido em 671 H, com seu livro "Coletnea das Mximas do Alcoro". Alghazali, com seus livros "Os Vivos" e "As Preciosidades do Alcoro"; Jalaluddin Assiuti, com seu livro "A Perfeio", representam a explicao cientfica do Alcoro. O Imame Mohamad Abda, o Cheique Rachid Rida, o Cheique Imame Mohamad Mustafa Almaraghi, por sua vez, representam a explicao social.27Todas essas explicaes tentaram ajudar o leitor a compreender o que encerram os versculos do Alcoro e a transmitir sua mensagem. Isso criou uma grandiosa e diversificada cultura, girando em torno dos versculos e do seu contedo. Essa diversificao e essa grandiosidade so provas de 17. I N T R O D U O18que as palavras de Allah so incomensurveis, no podendo nenhum ser humano lhe dar opinio ltima. O Alcoro diz: "Ainda que todas as rvores da terra se convertessem em calamos, e o oceano (em tinta), e lhes fossem somados mais sete oceanos, isso no iria esgotar as palavras de Allah, porque Allah Poderoso, Prudentssimo.28Finalmente, esperamos que esta verso "Os Significados dos Versculos do Alcoro Sagrado", que o irmo Samir El Hayek concluiu com muita propriedade, transporte os estudiosos e os leitores ao mbito de um livro que adentrou a histria... a histria da civilizao humana, ao cenrio de um grande espao de tempo na histria do pensamento da humanidade.A verso veio esclarecer aos leitores da lngua portuguesa as contribuies cientficas que os muulmanos - estruturados pelo Alcoro - legaram humanidade nos campos da arte, da filosofia, da geografia, da aritmtica, da lgebra, da geometria, da astronomia, da botnica, da farmacologia, da medicina, em acrscimo a suas influncias no campo da tica, do pensamento, da poltica e da sociologia.29 Esperamos que a leitura desta verso seja um incentivo pesquisa da influncia cientfica exercida pelos adeptos desse Livro, rabes ou no-rabes. Esperamos que esta verso seja uma orientao, uma misericrdia, pois Allah diz em Seu Livro: "E revelamos no Alcoro aquilo que blsamo e misericrdia para os crentes".3024 de Jumada Assnia de 1394; 14 de julho de 1974.DR. ABDALLA ABDEL CHAKUR KAMEL Diretor do Centro Islmico do Brasil eCoordenador dos Assuntos Islmicos da Amrica Latina 18. I N T R O D U O19NOTAS:1 A Prsia na poca Sassnida, de Christensen, pgs. 480, 482.2. Idem. As Crenas Omar Inayat, pg. 64, 78, Cairo, 1928.3. Al Islam, Hmid Abdel Kader, Pg. 80,86, Cairo, 1964.Al Kfi, Ibn Acir, v. 1.4. The Decline and Fall of the Roman Empire, Gibbon, v. 4, pg. 465, 466.5. The Arab Conquisto f Egypt, Butler, pg. 44 e 53.6. The Outline of History, Wells, v. 1, pgs. 366, 370, 380, 381.7. The Spirit of Islam, Amir Ali, pag. 52, 54.8. 96 Surata, versculos 1-5.9. Sahih Bukhri, Sahih Musslim e Tirmizi.10. 26 Surata, versculo 214.11. 74 Surata, versculos 1-3.12. 21 Surata, versculo 107.13. 5 Surata, versculo 3.14. Tarikh al Lugha al Arabiya, Hafni Nassif, pag. 62. Tarikh Al corna Azzinjni, pg. 30. Introducion au Coran R. Plachre. Este orientalista francs afirmou que o Profeta sabia ler e escrever. Tal afirmao, porm, vem contrariar a histria e as biografias do Profeta.15. Attabactul Kubra, (As Grandes Classes) Ibn Saad, v. 2, pg. 36516. Hurub Arradda watarkhuha, Ibn Al Acir, pg. 232.17. "Tarikh Ach-chu'ub wal Muluk" (Histria dos Povos e dos Reis) de Attabari. cap. "OsAcontecimentos dos Anos 11 e 12 da Hgira".18. Sahih Albukhari, v. 3, pg. 196. "Os Alcores", de Arthur Jeffery, v. 1, pg. 919. Attabakat al Kubra" de Ibn Saad, v. 2, pg. 356.20. "Tarikh Al Coran" do Dr. Abdel Sabur Chahin, pg. 111.21. sahih Albukhan, v. 3, pgs. 196 -197."Os Alcores", de Arthur Jeffery, v. 1, pgs. 22 e 23.22. "A Perfeio dos Ensinamentos Alcornicos", de Assiuti v. 1, pg. 60.23. "Al Kfi", de Ibn Alaclr, v. 3, cap. "Os Acontecimentos do Ano 30 da Hgira"."Os Alcores -", de Arthur Jeffery, v. 1, pg. 21. 24-dem, pg. 12." Al Kfi ", de Ibn Alacir, v. 3, cap. "Os Acontecimentos do Ano 30 da Hgira".25. Hoje o nmero de adeptos de um bilho e trezentos milhes de muulmanos.26. Muhdhart an Al Fiquih al Islmi Conferncias Sobre as Fontes da Jurisprudncia Islmica, Mohammad Abu Zahra, pg. 17.27. "Attafssir wal Mufassirin" de Mohamad Hussein Azzahabi. v. 2, pgs 46. 73. 96, 104, 110. 140,143, 213, 218, 342, 256 Cairo, 1962.28. 31a Surata, versculo 27.29. A Covilizao rabe, Gustave Le Bom30. 17 Surata, versculo 82. 19. I N T R O D U O21Introduo desta EdioLouvado seja Allah, Senhor do Universo, e que a Sua graa e paz estejam com o Profeta do Islam, Mohammad Ibn Abdullah, com seus familiares, seus companheiros, seus seguidores at o Dia do Juzo Final, amm.Atendendo solicitao dos nossos leitores, propusemo-nos a produzir uma edio simplificada para melhor compreenso dos significados do Alcoro. Para isso, preocupamo-nos em utilizar termos mais usuais do cotidiano, sem perda, contudo, do sentido. Esperamos corresponder s expectativas dos nossos leitores e ter servido, mais uma vez, ao Livro de Allah, fazendo-o ser compreendido pelos leitores no-rabes.Muitos termos islmicos tornaram-se parte do vocabulrio dos muulmanos, independentemente dos idiomas que falam ou lem. Por isso, utilizamos o termo Islam em lugar de Isl, usado no Brasil ou Islo, usado em Portugal, por mais se coadunar com o termo rabe. Utilizamos tambm o termo Mohammad em lugar de Maom e Mahoma - corruptelas do nome do Profeta do Islam. Quanto ao nome das duas cidades sagradas, Makka e Madina, assim as grafamos e no Meca e Medina, como corrente na lngua portuguesa, atendendo a uma solicitao do Ministrio de Awkaf (Bens Religiosos) da Arbia Saudita, por serem nomes prprios e no podem ser trocados.Ao mesmo tempo, utilizamos a palavra "Allah", em lugar da palavra "Deus", no por ser Allah o Deus particular dos rabes, mas pelo fato de a palavra "Allah" no possuir gnero ou nmero e, isto, se coaduna com a descrio do Criador.Louvado seja Allah por nos haver capacitado a servir o Alcoro e tornar vivel esta Edio simplificada, com comentrios. Esperamos com esta obra, concluda para o aprazimento de Allah (Todo-Poderoso), tenhamos servido ao Seu Livro.Todo o louvor e a gratido so para com Allah, o Senhor e Sustentador do Universo.Samir El Hayek 20. I N T R O D U O22INTRODUOLouvado seja Allah, Senhor do Universo. E que a paz e a misericrdia estejam com o Mensageiro e toda a sua estirpe, seus companheiros e seus seguidores!O Alcoro a palavra de Allah, revelada a Mohammad, desde a Surata da Abertura at a Surata dos Humanos, constituindo o derradeiro dos livros revelados humanidade. Encerra, em sua totalidade, diversificadas nuanas, tais como: a felicidade, a reforma entre os homens, a concrdia, no presente e no futuro; foi revelado, versculo por versculo, surata por surata, de acordo com as situaes e os acontecimentos, no decorrer dos vinte e trs ltimos anos da vida do Profeta Mohammad. Uma parte foi revelada antes da Hgira, em Makka, e outra depois, em Madina. Os versculos e as suratas revelados em Makka abrangem as normas da crena em Allah, em Seus anjos, em Seus livros, em Seus mensageiros e no Dia do Juzo Final. Os versculos e as suratas revelados em Madina dizem respeito aos rituais e jurisprudncia.Nele h narrativas sobre os nossos antecessores e sobre os nossos sucessores. um rbitro entre ns. H narrativas de povos anteriores, de sculos passados; h histrias dos profetas, dos mensageiros, dos povos, dos grupos, das pessoas, dos acontecimentos e do desenrolar da histria da civilizao; nele h explicaes e exemplos queles que por ele queiram pautar suas vidas, exortao para quem tem corao e est disposto a aceit-la, a prestar testemunho. Revela a Lei imutvel de Allah, quer seja na perdio dos extraviados, quer seja na salvao dos encaminhados. Ensina que o mundo dos homens, no decorrer dos sculos, s benfico com a religio de Allah; que a humanidade, o que quer que faa, no alcanar a almejada felicidade se no se iluminar, guiando-se com a Mensagem Divina.Nele h revelaes do futuro sobre o dia da Ressurreio, sobre a Vida Futura, no dia em que os homens se congregaro junto ao Senhor do Universo. "Aquele que fizer um bem, quer 21. I N T R O D U O23seja do peso de um tomo, v-lo-; e aquele que fizer um mal, quer seja do peso de um tomo, v-lo-". 1Nele h o julgamento dos problemas e das questes onde premente uma explicao e uma diretriz do caminho a seguir, no que diz respeito s questes da crena e do pensamento, do carter e do comportamento, das relaes econmicas, dos ramos doutrinrios, dos julgamentos pessoais ou no: " humanos, j vos chegou uma prova convincente de vosso Senhor e vos enviamos uma translcida Luz". 2 "Recorda-lhes o dia em que faremos surgir uma testemunha de cada povo para testemunhar contra os seus, e te apresentaremos por testemunha contra os teus. Temos-te revelado, pois, o Livro que uma explanao de tudo, guia, misericrdia e auspcio para os muulmanos."3 No h uma lei religiosa ou um problema, no que diz respeito ao mundo e vida dos homens, que no tenha no Alcoro uma soluo; um auxlio inesgotvel, guia, explicao e orientao a todos, quer seja em partes ou no todo: "J vos chegou de Allah uma Luz e um Livro esclarecedor.4Sim, este fabuloso Alcoro a luz orientadora para a humanidade. Arrancou-a das trevas e a transportou luz, verdade e verdadeira senda. Foi o ponto de transformao na sua longa histria, tirando-a da vida atroz de corrupo e levando-a para a vida de liberdade, de religio e de orientao e instituiu, no mundo todo, o direito e a compreenso, tirando a humanidade do mais baixo degrau e elevando-a aos pncaros da perfeio, de maneira sobranceira.As evidncias e os significados que o Alcoro abrange, j citados, s podem ser entendidos por meio de explicaes do texto alcornico e de seus versculos. Tal explicao uma pesquisa sobre a vontade de Allah, sobre o conhecimento dessa vontade por intermdio de Suas palavras no Alcoro, de acordo com a capacidade humana. A cincia da exegese nasceu dbil e cresceu paulatinamente, at alcanar a maturidade e seguir formidavelmente neste diapaso que conhecemos hoje. Na poca da revelao do Alcoro, enquanto o Profeta vivia, no havia necessidade de explicao dos versculos, nem a regulamentao dessa cincia, porque o texto, na sua totalidade, era claro, compreensvel ao Profeta e aos seus companheiros. Apesar 22. I N T R O D U O24disso, o Profeta explicava alguns versculos e algumas pronncias que podiam causar ambigidades; tambm os companheiros do Profeta e alguns adeptos assim o fizeram. Isto porque poderia haver m interpretao, quaisquer que fossem as razes que teriam de se desenrolar na alvorada de um povo progressista, em formao, que iria se expandir por meio de conquistas, enriquecendo sua existncia com acontecimentos histricos, discusses doutrinrias e pesquisas, em jurisprudncia e poltica.O Alcoro era e, continua sendo, o centro da cultura islmica, dos movimentos filosficos e de todas as suas atividades intelectuais; seus versculos estimulam a nele pensarmos. Disse o Altssimo: "Eis o Livro que te revelamos, para que os sensatos recordem seus versculos e neles meditem". 5 Disse mais: "No meditam, acaso, no Alcoro? Se fosse de outra origem que no de Allah, haveria nele muitas discrepncias". 6 E disse ainda: "No meditam, acaso, no Alcoro, ou que seus coraes so insensveis"? 7Sua explicao nada mais do que o resultado de meditao e deliberao. O ponto de vista dos doutos na matria bem como seus mtodos so diversos. Alguns, levados pela simpatia doutrinria, apegaram-se explicao dos versculos, nesse sentido. Outros, levados pela simpatia lingustica, eloquente, estilstica e literria, apegaram-se tambm a esse particular; o mesmo aconteceu com os simpatizantes da jurisprudncia. Outros, ainda, apegaram-se explicao das narrativas. Neste particular, houve os que se prolongaram na explicao, at a prolixidade estafante e, outros, restringiram-na sucintez chocante, outros ainda, quedaram-se no meio-termo. Deles, houve quem tendesse explicao pessoal e, outros ainda, que introduziram na explicao muitos outros conhecimentos. Alguns o fizeram em estilo esdrxulo; outros em estilo claro. De tudo isso, resultou uma grande riqueza cientfica e um movimento intelectual considervel, que elevam e glorificam um povo que serve ao Livro de seu Senhor, quer seja em decor-lo, preserv-lo e explic-lo, quer seja em examin-lo, elev-lo e consagr-lo, ao longo de catorze sculos, que sero 23. I N T R O D U O25seguidos por muitos outros, at que tudo que h no universo comparea perante o Criador: "Ns revelamos a Mensagem e somos Seu Preservador" 8 "Este o Livro (o Alcoro) veraz por excelncia. A falsidade no se aproxima dele nem pela frente, nem por trs, porque a revelao do Prudente, Laudabilssimo". 9Todas as importantes religies do mundo so baseadas nos seus Livros Sagrados, os quais so frequentemente atribudos a revelaes divinas. Seria pattico se, por algum infortnio, uma delas viesse a perder o texto original da revelao; a substituio jamais poderia estar em inteira conformidade com o que fora perdido. Os brmanes, os budistas, os judeus, os masdestas e os cristos podem comparar o mtodo empregado para a preservao dos ensinamentos bsicos de suas respectivas religies com o mtodo dos muulmanos. Quem lhes escreveu os livros? Quem lhos transmitiu de gerao a gerao? Ser a transmisso provinda de textos originais ou apenas traduo? No teriam as guerras fratricidas, causado dano s cpias dos textos? No haver contradies internas ou lacunas cujas referncias so encontradas em outro lugar? Estas so algumas das questes que podero ser aventadas e isso requer respostas satisfatrias.No tempo em que emergiram o que ns chamamos de as Grandes Religies, os homens no apenas confiaram em suas memrias, mas tambm inventaram a arte de escrever, para preservarem seus pensamentos, assentando tudo por escrito, de modo mais premente do que fariam as memrias individuais dos seres humanos que, afinal de contas, tm um limitado ciclo de vida.Mesmo assim, nenhum destes dois meios infalvel quando tomados separadamente. uma questo de experincia cotidiana o fato de que, quando se escreve algo e ento o revisa, encontram-se mais ou menos erros inadvertidos, omisso de letras ou mesmo de palavras. V-se repetio de relatos, uso de palavras contrrias quelas pretendidas, erros gramaticais, etc., sem falar nas mudanas de opinio do escritor, que tambm corrige seu estilo, seus pensamentos, seus argumentos e, s 24. I N T R O D U O26vezes, reescreve todo o documento. O mesmo acontece quanto faculdade da memria. Aqueles que tm obrigao de, ou habilidade em aprender de cor, algum texto, para recit-lo mais tarde, especialmente quando isso envolve longussimas passagens, sabem que s vezes suas memrias falham durante a recitao: pulam passagens, misturam umas com as outras, ou no se lembram de toda a sequncia; s vezes o texto correto permanece na subconscincia e relembrado no ltimo momento, ou no rebuscamento da memria por indicao de outrem, ou ao ser consultado o texto em documento escrito.O Profeta do Islam, Mohammad, de memria privilegiada, empregava ambos os mtodos simultaneamente, um ajudando o outro, reforando a integridade do texto e diminuindo ao mnimo as possibilidades de erro.Os ensinamentos islmicos so baseados no que o Profeta Mohammad disse ou fez. Ele prprio ditou certos textos a seus escribas, o que chamamos de Alcoro; outros textos foram compilados por seus companheiros, na maioria das vezes por iniciativa prpria e a esses escritos damos o nome de Tradio.A palavra Alcoro literalmente significa "leitura por excelncia" ou "recitao". Enquanto o ditava a seus companheiros, o Profeta lhes assegurava que era a Revelao Divina que ele havia recebido. Ele no ditou tudo de uma s vez: as revelaes chegavam em fragmentos, de tempos em tempos. To logo recebia uma, costumava comunic-la a seus companheiros e lhes pedir, no somente que a aprendessem de cor para que a recitassem durante a prtica das oraes, mas tambm que a escrevessem e que multiplicassem as cpias. Em tais ocasies, indicava o lugar preciso da nova revelao no texto; no era dele a compilao cronolgica. No de admirar a precauo e o cuidado tomado com a preciso, levando-se em considerao o padro da cultura dos rabes daquele tempo. razovel acreditarmos que as primeirssimas revelaes recebidas pelo Profeta no foram imediatamente submetidas 25. I N T R O D U O27escrita, pela simples razo de que no havia, ainda, companheiro algum ou aderentes. Essas primeiras partes no eram nem longas, nem numerosas. No havia risco de que o Profeta pudesse esquec-las, uma vez que as recitava freqentemente em suas oraes e em conversas proselticas.Alguns fatos da histria nos do a idia do que aconteceu. Omar ibn al Khattab considerado a quadragsima pessoa a abraar o Islam. Isso se refere ao ano quinto da Misso (oito antes da Hgira). Mesmo em uma data primordial existiram cpias escritas de certas Suratas do Alcoro e, como Ibn Hicham relata, foi devido ao profundo efeito produzido pela leitura acurada de alguns versculos da vigsima Surata que Omar abraou o Islam. No sabemos precisamente o tempo em que a prtica de escrever o Alcoro comeou; contudo, h informaes precisas de que durante os remanescentes dezoito anos da vida do Profeta, o nmero dos muulmanos, como tambm das cpias do texto Sagrado, continuou aumentando dia a dia. Como o Profeta recebia as revelaes em fragmentos, era natural que o texto revelado se referisse aos problemas do dia. Se acontecesse o fato de um de seus companheiros morrer, a revelao consistiria em promulgar a lei da herana; no seria a de lei penal, tratando de roubo, por exemplo, a ser revelada no momento. As revelaes continuaram durante a inteira vida missionria de Mohammad, treze anos em Makka e dez em Madina. Uma revelao consistia s vezes de uma Surata inteira, curta ou longa, e s vezes de apenas uns poucos versculos.A natureza das revelaes impunha ao Profeta repeti-las constantemente em suas recitaes e revisar continuamente a forma que as colees dos fragmentos teria que tomar. Todos os doutos afirmam, com autoridade, que o Profeta recitava todos os anos, no ms de Ramadan, perante o anjo Gabriel, a parte do Alcoro at ento revelada, e que no ltimo ano de sua vida Gabriel pediu-lhe que o recitasse, por inteiro, duas vezes. O Profeta concluiu, desde ento, que iria, em breve, despedir-se da vida. O Profeta costumava revisar, nos meses do jejum, os versculos e as Suratas, e coloc-las em sua seqncia adequada. Isto era necessrio por causa da continuidade das novas 26. I N T R O D U O28revelaes. E tambm sabido que o Profeta tinha o hbito de celebrar uma prtica adicional de orao durante os meses do jejum, todas as noites, s vezes mesmo em congregao, na qual ele recitava o Alcoro do princpio ao fim, tarefa esta que era completada ao cabo de um ms. Esta prtica, chamada de Tarawih, continua a ser observada com grande devoo at nossos dias.Quando o Profeta deu seu ltimo suspiro, uma rebelio estava tomando vulto em certas partes do pas. Tentando debel- la, vrias pessoas que conheciam o Alcoro de cor tombaram. O Califa Abu Bakr sentiu a urgncia da codificao do Alcoro, e a tarefa foi cumprida um ms depois da morte do Profeta.Durante seus ltimos anos de vida, o Profeta costumava usar Zaid ibn Sbet como principal amanuense, para tomar em ditado as revelaes recentemente recebidas. Abu Bakr encarregou a mesma pessoa da tarefa da preparao de uma cpia condizente de todo o texto, em forma de livro. Havia ento em Madina vrios Huffaz (aqueles que sabiam todo o Alcoro de cor), e Zaid era um deles. Sob a direo do Califa. Zaid transcreveu o texto escrito em pergaminhos ou pedaos de couro, nas omoplatas das reses, nos ossos, nas pedras polidas e mesmo em pedaos de porcelana.A cpia condizente, assim preparada, foi chamada de Musshaf (encadernao). Esta foi conservada sob a prpria custdia do Califa Abu Bakr e, depois dele, por seu sucessor, Omar ibn al Khattab. Nesse meio tempo o estudo do Alcoro foi encorajado em toda parte do Imprio Muulmano. O Califa mar sentiu a necessidade de enviar cpias do texto autntico aos centros provincianos, a fim de evitar as divergncias; mas foi deixado ao seu sucessor, Osman, continuar com a tarefa. Um de seus comandantes, Huzaifa Alyaman, havendo voltado de uma viagem pelas vastas terras conquistadas pelos muulmanos, relatou que havia encontrado divergentes cpias do Alcoro e que havia, s vezes, desentendimento entre os diferentes mestres do Livro, concernente a isso. Osman fez imediatamente com que a cpia preparada para Abu Bakr fosse confiada a uma comisso presidida pelo acima mencionado Zaid ibn Sbet, para a 27. I N T R O D U O29reproduo de sete cpias; ele autorizou-lhes a reviso da pronncia, se necessrio. Quando a tarefa foi concluda, o Califa efetuou uma recitao pblica da nova edio perante os doutos presentes na capital, perante os companheiros do Profeta, e ento enviou estas cpias aos diferentes centros do vasto Mundo Islmico, ordenando que dali por diante todas as cpias fossem baseadas na edio autntica. Ordenou a destruio das cpias que, de algum modo, se desviassem do texto assim oficialmente estabelecido. concebvel que as grandes conquistas militares dos primeiros muulmanos induzissem alguns espritos hipcritas a proclamarem sua impulsiva converso ao Islam por motivos materiais e para tentar danific-lo de maneira clandestina. Eles fabricaram verses do Alcoro com interpolaes. As "lgrimas de crocodilo", que foram derramadas pela destruio das cpias no autenticadas do Alcoro, por ordem do Califa Osman, somente poderiam ter sido de tais hipcritas. sabido que o Profeta s vezes ab-rogava certos versculos que haviam sido comunicados previamente ao povo e, isso era feito para fortificar as novas Revelaes Divinas. Houve Companheiros que aprenderam a primeira verso, sem, contudo, estarem cientes das ltimas modificaes, tanto por causa da morte do Profeta como por suas residncias fora de Madina. Eles devem ter deixado cpias a seus descendentes, as quais, embora autnticas, estavam ultrapassadas. Ainda, alguns muulmanos tinham o hbito de pedir ao Profeta que explicasse certos termos empregados no texto sagrado e anotar tais explicaes nas margens de suas cpias do Alcoro, a fim de no se esquecerem delas. As cpias feitas mais tarde, com base nesses textos anotados, iriam causar confuses na questo do texto e do glossrio. A despeito da ordem do Califa Osman, para que se destrussem os textos inexatos, existia, nos sculos III e IV da Hgira, assunto bastante para a compilao de volumosas obras, constituindo as "variaes do Alcoro." Estas chegaram at ns, mas um apurado estudo nos mostra que tais variantes eram devidas tanto aparncia falsa, como aos enganos no decifrar-se a velha escrita arbica, que no possua os sinais disacrticos, nem se 28. I N T R O D U O30podia distinguir entre as letras semelhantes, nem davam idia das mesmas, sendo meros pontos, como feito agora. Alm disso, existiam diferentes dialetos em diferentes regies e o Profeta havia permitido aos muulmanos de tais regies recitarem de acordo com suas algaravias, e mesmo substituir as palavras que estavam alm de sua argcia, por sinnimos que conhecessem melhor. Esta foi uma medida imergente de graa e clemncia. No tempo do Califa Osman, contudo, a instruo pblica se havia desenvolvido suficientemente e se fez necessrio que aquelas concesses no fossem mais toleradas, pois o Texto Sagrado seria afetado e as variantes da leitura se radicariam.As cpias do Alcoro enviadas por Osman aos chefes das provncias gradualmente desapareceram, nos sculos subseqentes; apenas uma delas, que presentemente se encontra em Tashkent, chegou at ns. O governo czarista da Rssia a havia publicado em uma reproduo fac-smile; constata-se haver uma completa identidade entre essa cpia e o texto em uso noutras ocasies. A mesma cpia fiel do manuscrito existente do Alcoro, tanto completo como fragmentado, datando do primeiro sculo da Hgira.O Alcoro dirigido a toda a humanidade, sem distino de raa, cor, regio ou tempo. Ainda mais, procura guiar a humanidade em todas as sendas da vida: espirituais, materiais, individuais e coletivas. Contm diretrizes para a conduta do chefe de Estado, bem como do homem comum; do rico, bem como do pobre; diretrizes para a paz, bem como para a guerra; tanto para a cultura espiritual como para o comrcio e bem-estar material. O Alcoro busca principalmente desenvolver a personalidade do indivduo: Cada ser ser pessoalmente responsvel perante seu Criador. Para tal propsito, o Alcoro no somente fornece ordens, porm tenta ainda convencer. Apela razo do homem e relata histrias, parbolas e metforas. Descreve os atributos de Allah, que Um, Criador de tudo, Onisciente, Onipotente, Ressuscitador dos mortos e Observador de nosso comportamento terreno; Justo, Clemente.10 O Alcoro indica ainda o modo de aprazermos a Allah, apontando quais as 29. I N T R O D U O31melhores oraes, quais os deveres do homem com respeito a Ele. a seus semelhantes e a seu prprio ser: ele d destaque ao fato de que no nos pertencemos, outrossim, pertencemos a Allah. O Alcoro fala das melhores normas relacionadas com a vida social, comercial, matrimonial, como a herana, o direito penal, o direito internacional, e assim por diante. Todavia, o Alcoro no um livro, no senso comum; a coleo das palavras de Allah, reveladas de tempos em tempos, durante vinte e trs anos, ao Seu Mensageiro, escolhido entre os seres humanos. O Soberano d Suas instrues a Seu vassalo; portanto, h certas nuanas compreendidas e implcitas; h repeties, e mesmo mudanas nas formas de expresso. Desse modo, Allah fala, s vezes, na primeira pessoa e s vezes na terceira. Ele diz "Eu", bem como "Ns" e "Ele", porm, jamais "Eles". E uma coleo de revelaes enviadas de ocasies em ocasies; e devemos, por isso, l-lo mais e mais, a fim de melhor avaliarmos os seus significados. Ele possui diretrizes para todos, em todos os lugares e para todos os tempos.O estilo e a dico do Alcoro so magnficos e apropriados para a sua qualidade Divina. Sua recitao comove o esprito at daqueles que apenas o ouvem sem entend-lo. Com o passar do tempo, o Alcoro tem, em virtude de sua reivindicao de origem divina, desafiado a todos a criarem, conjuntamente, mesmo uns poucos versculos iguais aos que contm. Tal desafio, porm, tem permanecido sem resposta at aos nossos dias.H algumas diferenas intrnsecas entre o Alcoro e os livros precedentes. Tais diferenas podem ser sucintamente estipuladas, como se segue:1. Os textos originais da maior parte dos primitivos Livros Divinos foram em sua quase totalidade perdidos, sendo que somente as suas tradues existem hoje. O Alcoro, por outro lado, existe hoje exatamente como foi revelado ao Profeta; nem uma palavra - mais ainda, nem uma letra sequer - foi trocada. Encontra-se disposio, em seu texto original, fazendo com 30. I N T R O D U O32que a Palavra de Allah seja preservada agora, bem como por todo o porvir.2. Nos primitivos Livros Divinos os homens mesclaram suas palavras com as palavras de Allah; porm, no Alcoro, encontram-se apenas as palavras de Allah - em suas prstinas purezas. Isto admitido, mesmo pelos oponentes ao Islam.3. No se pode dizer, com base na autntica evidncia histrica, em relao a nenhum outro Livro Sagrado, possudo por diferentes povos, que ele realmente pertence ao mesmo profeta a quem atribudo. No caso de alguns deles, mesmo isto no sabido. Em que poca e a que profeta eles foram revelados? Quanto ao Alcoro, as evidncias que existem de que foi revelado a Mohammad so to vultosas, to convincentes, to slidas e completivas, que mesmo o mais ferrenho crtico do Islam no pode lanar dvidas sobre isso. Tais evidncias so to vastas e detalhadas, que sobre muitos versculos do Alcoro, mesmo a ocasio e o local de suas revelaes, podem ser conhecidos com exatido.4. Os primitivos Livros Divinos foram revelados em lnguas que esto mortas h muito tempo. Na era presente, nao ou comunidade alguma fala tais lnguas e h apenas umas poucas pessoas que se jactam de compreend-las. Destarte, mesmo que tais Livros existissem hoje em suas formas originais e inalteradas, seria virtualmente impossvel, em nossa era, compreendermos e interpretarmos corretamente suas injunes, bem como pormos em prtica em sua forma requerida. A lngua do Alcoro, por outro lado, uma lngua viva; milhes de pessoas a fala e outro tanto a compreende. Ela est sendo ensinada e aprendida em quase todas as universidades do mundo; todas as pessoas podem aprend-la e aquele que no tem tempo para isso, pode, em qualquer parte, deparar com quem conhea a lngua, que lhe explique o significado do Alcoro.5. Cada um dos Livros Sagrados existentes, encontrados entre as diferentes naes do mundo, foi dirigido a um povo em particular. Cada um deles contm um nmero de ditames que parece ter sido dirigido a um perodo da histria em particular e que supria apenas as necessidades daquela era. Tais 31. I N T R O D U O33necessidades no so vlidas hoje, nem tampouco podem ser aplainadas e propiciamente vertidas para a prtica. Depreende-se disto que tais livros eram dirigidos queles povos em particular e nenhum deles para o mundo. Ademais, no foram revelados para serem seguidos permanentemente, mesmo pelo povo para o qual foram revelados; restringiam-se a influenciar somente sobre certo perodo. Em contraste a isso, o Alcoro dirigido a toda a humanidade; no se pode suspeitar que injuno alguma tenha sido dirigida a um povo em especial. Do mesmo modo, todos os ditames e injunes no Alcoro so os mesmos que podem ser aplicados em todos os lugares e em todas as pocas. Este fato vem provar que o Alcoro dirigido ao mundo inteiro, constituindo-se em eterno cdigo para a vida humana.6. No h negar o fato de que os precedentes Livros Divinos cultuavam o bem e a virtude, ensinavam tambm os princpios da moralidade e da veracidade, e apresentavam uma maneira de viver consentnea com a vontade de Allah. Contudo, nenhum deles era suficientemente compreensivo para englobar tudo quanto fosse necessrio para uma vida humana virtuosa, sem nada suprfluo, sem nada carente. Alguns deles excediam-se em um aspecto, alguns em outros. E o Alcoro e, apenas o Alcoro, que cultua no s tudo o que havia de magnfico nos livros precedentes, mas, ainda, aperfeioa os desgnios de Allah e os apresenta em sua totalidade, delineando uma norma de vida que compreende tudo o que necessrio para o homem, nesta terra.Os pensamentos se renovam e as culturas se proliferam; a vida evolui e a colheita intelectual da humanidade aumenta a cada dia; e quanto mais a humanidade evolui, mais unida e mais mesclada fica. Os veculos de comunicao em muito ajudam nisso, como se quisessem corroborar as palavras do Alcoro:"O humanos, em verdade, Ns vos criamos de macho e fmea e vos dividimos em povos e tribos para reconhecerdes uns aos outros". 11No que diz respeito traduo do Alcoro para outros idiomas, dando oportunidade a que outros povos, na pluralidade de suas lnguas e cores, possam conhecer a Mensagem de 32. I N T R O D U O34Mohammad, os doutos na matria dizem: "A Mensagem de Mohammad para a humanidade em geral e, sendo ele rabe, essa mensagem pode alcanar os no rabes, por meio de tradues que substituiro o original. Todavia, deve ser uma traduo impecvel, correta, concordante, para que se possa coibir a trajetria de muitas tradues incorretas e preambuladas de fbulas irreais".Como o Livro de Allah um mar sem porto, com profundeza ignorada, esforamo-nos em ter como base para a nossa verso uma explicao em estilo contemporneo, fcil, simples, clara, solerte, sucinta, livre das divergncias doutrinrias, dos aparatos artsticos, dos prembulos e dos problemas lingusticos, para que isso nos facilitasse e auxiliasse de uma maneira satisfatria, a traduo.E foi a paixo pelo Islam, o grande desejo de lhe ser til - ns que somos um de seus adeptos -, que nos levou a enfrentar a empresa de traduzir o Alcoro Sagrado.Depois de muito trabalho, de muita perseverana e de termos vencido o desnimo que chegou a nos invadir por dificuldades vrias, sai este, graas ao Altssimo. Imbudo de fora de vontade, seguimos avante, derrubando obstculos, vencendo etapas, auxiliado pela graa Divina. Para tanto, tivemos de recorrer a vrias fontes, consultar vrias interpretaes, antigas e modernas. Estivemos trabalhando frente a obras como: "Ahcam al Cor'an" (As Mximas do Alcoro), de Abu Bakr ar Razi; "Ahcam al Cor'an" (As Mximas do Alcoro), de Abu Bakr Ibn al Arabi; "' Muntakhab Ahcam al Cor'an" (Coletnea de Mximas do Alcoro), de Abu Abdullah al Kurtubi; "Ahcam al Cor'an" (As Mximas do Alcoro), de Abul Hassan at Tabari; "At Tafsir al Wdhih" (A Exegese Inteligvel), de Mohammad Mahmud Hijazi; "Al Cor'an al Mufassar" (O Alcoro Explicado), de Mohammad Farid Wajdi; "Tafsir al Manar" (A Exegese da Luz), de Mohammad Rachid Rida; "Al Muntakhab fi Tafsir al Cor'an al Carim" (O Seleto na Exegese do Sagrado Alcoro), publicado pelo Conselho Superior dos Assuntos Islmicos do Cairo; "The Holy Quran" (O Alcoro Sagrado), traduo de Maulana Abdur-Rahim Tariq; "Safwat al Bayan li Mani al Coran" (Gema do Discernimento das Exegeses 33. I N T R O D U O35do Alcoro), de Hassanain Mohammad Makhluf; "The Meaning of the Glorious Koran" (O Significado do Alcoro Glorioso), uma traduo explanatria de Mohammad Marmuduke Pickthall; "Al Mu'jam al Mufahrass li Alfaz al Coran al Carim" (ndice dos termos do Sagrado Alcoro), de Mohammad Fuad Abdel Baqui, "The Holy Koran, Translation and Commentary" (O Alcoro Sagrado, Traduo e Comentrios), de A. Youssef Ali.Na maioria dos casos seguimos as exegeses do Conselho Superior dos Assuntos Islmicos e do Professor Mohammad Mahmud Hijazi, por se situarem entre as que mais se coadunavam com os requisitos necessrios. Por fim, quando ainda na permanncia de dvida a respeito do significado de algum termo, recorremos ajuda inestimvel de S. E. Dr. Abdalla Abdel Chakur Kamel, Diretor do Centro Islmico do Brasil e Coordenador dos Assuntos Islmicos da Amrica Latina, que muito nos auxiliou neste sentido; a ele vo aqui os nossos agradecimentos.Queremos render os nossos mais sinceros agradecimentos ao Sr. Jorge Boucher, que lutou conosco, pesquisando, consultando, comparando e encontrando termos que iam ao encontro do sentido preciso, participando tambm conosco das vrias revises que efetuamos dos originais. Finalmente, agradecemos a todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, participaram na compilao deste livro, desde datilgrafos, digitadores, at impressores.O nosso muito obrigado a todos.So Paulo, 1394 H. 1974 d.C. Samir El Hayek1. 99a Surata, versculos, 7 e 8.2. 4a Surata, versculo. 174.3. 16a Surata, versculo. 89.4. 5 Surata, versculo 15.5. 38 Surata, versculo 296. 4a Surata. versculo 82.7. 47a Surata, versculo 24.8. 15 Surata, versculo 9.9. 41a Surata, versculo 41-42.10. Vide nota da 7 Surata, versculo 18011. 49 Surata, versculo 13. 34. Alcoro Sagrado 35. 1 SURATA A L - F T I H A - A A B E R T U R A PARTE 139"AL-FTIHA" (A ABERTURA)Revelada em Makka;7 versculos1. Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.2. Louvado seja Allah, Senhor do Universo,3. O Clemente, o Misericordioso,4. Soberano do Dia do Juzo.5. S a Ti adoramos e s de Ti imploramos ajuda!6. Guia-nos senda reta,7. senda dos que agraciaste, no dos abominados, nem dos extraviados. 36. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 140"AL BCARA" (A VACA)Revelada em Madina;286 versculos.Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.1. Alef, Lam, Mim .2. Eis o Livro que indubitavelmente a orientao dos tementes a Allah;3. Que crem no desconhecido, praticam a orao e gastam daquilo com que os agraciamos;4. Que crem no que te foi revelado ( Mohammad), no que foi revelado antes de ti e esto cientes da outra vida.5. Estes possuem a orientao do seu Senhor e estes sero os bem- aventurados.6. Quanto aos incrdulos, tanto se lhes d que os admoestes ou no os admoestes; no crero.7. Allah selou os seus coraes e os seus ouvidos; seus olhos esto velados e sofrero um severo castigo.8. Entre os humanos h os que dizem: Cremos em Allah e no Dia do Juzo Final. Contudo, no so crentes.9. Pretendem enganar a Allah e aos crentes, quando s enganam a si mesmos, sem se aperceberem disso.10. Em seus coraes h enfermidade, e Allah os aumentou em enfermidade, e sofrero um castigo doloroso por suas mentiras.11. Se lhes dito: No causeis corrupo na terra, afirmam: Ao contrrio, somos pacificadores.12. Certamente, eles so os corruptores, mas no o sentem.13. Se lhes dito: Crede, como crem os demais humanos, dizem: Temos de crer como crem os tolos? Em verdade, eles so os tolos, porm no o sabem.14. E quando se deparam com os crentes, asseveram: Cremos. Porm, quando a ss com os seus sedutores, dizem: Ns estamos convosco; apenas zombamos deles. 37. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 14115. Mas Allah zombar deles, e os abandonar, vacilantes, em suas transgresses.16. So os que trocaram a orientao pelo extravio; mas tal troca no lhes trouxe proveito, nem foram iluminados.17. Parecem-se com aquele que fez arder um fogo; mas, quando este iluminou tudo que o rodeava, Allah extinguiu-lhes a luz, deixando- os sem ver, nas trevas.18. So surdos, mudos, cegos e no se retraem (do erro).19. Ou como (aqueles que, surpreendidos por) nuvens do cu, carregadas de chuva, causando trevas, troves e relmpagos, tapam os seus ouvidos com os dedos, devido aos estrondos, por temor morte; mas Allah est inteirado dos incrdulos.20. Pouco falta para que o relmpago lhes ofusque a vista. Todas as vezes que brilha, andam merc do fulgor dele e, quando some, nas trevas se detm e, se Allah quisesse, priv-los-ia da audio e da viso, porque Onipotente.21. humanos, adorai ao vosso Senhor, Que vos criou, bem como aos vossos antepassados, qui assim tornar-vos-eis virtuosos.22. Ele fez-vos da terra um leito, e do cu um teto, e envia do cu a gua, com a qual faz brotar os frutos para o vosso sustento. No atribuais rivais a Allah, conscientemente.23. E se tendes dvidas a respeito do que revelamos ao Nosso servo (Mohammad), componde uma Surata semelhante s dele (o Alcoro), e apresentai as vossas testemunhas, independentemente de Allah, se estiverdes certos.24. Porm, se no o fizerdes e certamente no podereis faz-lo , temei, ento, o fogo infernal cujo combustvel sero os homens e as pedras; fogo que est preparado para os incrdulos.25. Anuncia ( Mohammad) aos crentes que praticam o bem, que obtero jardins abaixo dos quais correm os rios. Toda vez que forem agraciados com os seus frutos, diro: Eis aqui o que nos fora concedido antes! Porm, s o sero (os frutos) na aparncia. Ali tero pares imaculados e ali moraro eternamente.26. Allah no Se furta em exemplificar com um insignificante mosquito ou com algo superior (ou inferior) a ele. E os crentes sabem que esta a verdade emanada de seu Senhor. Quanto aos incrdulos, asseveram: Que querer significar Allah com tal exemplo? Com 38. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 142isso Ele desvia muitos e encaminha a muitos outros. Mas, com isso, s desvia os depravados,27. Que violam o pacto com Allah, depois de o terem concludo; separam o que Allah tem ordenado manter unido e fazem corrupo na terra. Estes sero os perdedores.28. Como ousais negar a Allah, uma vez que nada reis e Ele vos deu a vida, depois vos far morrer, depois vos ressuscitar e ento retornareis a Ele?29. Ele foi Quem vos criou tudo quanto existe na terra; ento, dirigiu Sua vontade at ao firmamento do qual fez, ordenadamente, sete cus, porque Onisciente.30. (Recorda-te, Profeta) de quando teu Senhor disse aos anjos: Vou instituir um legatrio na terra! Perguntaram-Lhe: Estabelecers nela quem ali far corrupo, derramando sangue, enquanto ns celebramos Teus louvores, glorificando-Te? Disse (o Senhor): Eu sei o que vs ignorais.31. Ele ensinou a Ado os nomes (de todas as coisas) e depois os apresentou aos anjos e lhes falou: Nomeai-os para Mim se estiverdes certos.32. Disseram: Glorificado sejas! No possumos mais conhecimento alm do que Tu nos proporcionaste, porque somente Tu s Prudente, Sapientssimo.33. Ele ordenou: Ado, revela-lhes os seus nomes. E quando ele lhes revelou os seus nomes, asseverou (Allah): No vos disse que conheo o mistrio dos cus e da terra, assim como o que manifestais e o que ocultais?34. E quando dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Ado! Todos se prostraram, exceto Lcifer que, ensoberbecido, se negou, e incluiu- se entre os incrdulos.35. Determinamos: Ado, habita o Paraso com a tua esposa e desfrutai (juntos) dele da sua abundncia como vos aprouver; porm, no vos aproximeis desta rvore, porque vos contareis entre os injustos.36. Todavia, Sat os seduziu, fazendo com que sassem do estado (de felicidade) em que se encontravam. Ento dissemos: Descei! Sereis inimigos uns dos outros, e, na terra, tereis residncia e gozo por um determinado tempo. 39. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 14337. Ado obteve do seu Senhor algumas palavras de inspirao, e Ele o perdoou, porque o Remissrio, o Misericordiosssimo.38. E ordenamos: Descei todos daqui! Quando vos chegar de Mim a orientao, aqueles que seguirem a Minha orientao no sero presas do temor, nem se angustiaro.39. Aqueles que descrerem e desmentirem os Nossos versculos sero os condenados ao inferno, onde permanecero eternamente.40. israelitas, recordai-vos das Minhas mercs, com as quais vos agraciei. Cumpri o vosso compromisso, que cumprirei o Meu compromisso, e temei somente a Mim.41. E crede no que revelei que confirma a revelao que vs tendes; no sejam os primeiros a neg-lo, nem negocieis as Minhas leis a vil preo, e temei a Mim, somente,42. E no disfarceis a verdade com a falsidade, nem a oculteis, sabendo-a.43. Praticai a orao, pagai o zakat e inclinai-vos, juntamente com os que se inclinam.44. Ordenais, acaso, s pessoas a prtica do bem e esqueceis, vs mesmos, de faz-lo, apesar de lerdes o Livro? No raciocinais?45. Amparai-vos na perseverana e na orao. Sabei que ela (a orao) deveras rdua, salvo para os humildes,46. Que sabem que encontraro o seu Senhor e a Ele retornaro.47. Israelitas, recordai-vos das Minhas mercs, com as quais vos agraciei, e de que vos preferi aos vossos contemporneos.48. E temei o dia em que nenhuma alma poder advogar por outra, nem lhe ser admitida intercesso alguma, nem lhe ser aceita compensao, nem ningum ser socorrido!49. Recordai-vos de quando vos livramos do povo do Fara, que vos aplicava o mais cruel castigo, degolando os vossos filhos e deixando com vida as vossas mulheres. Naquilo tivestes uma grande prova do vosso Senhor.50. E de quando dividimos o mar e vos salvamos, e afogamos o povo do Fara, enquanto olhveis.51. E de quando institumos o pacto das quarenta noites com Moiss e que vs, em sua ausncia, adorastes o bezerro, condenando-vos.52. Ento, perdoamos-vos, depois disso, para que ficsseis agradecidos. 40. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 14453. E de quando concedemos a Moiss o Livro e o Discernimento, para que vos orientsseis!54. E de quando Moiss disse ao seu povo: povo meu, por certo que vos condenastes, ao adorardes o bezerro. Voltai, portanto, arrependidos, penitenciando-vos para o vosso Criador, e imolai-vos mutuamente. Isso ser prefervel aos olhos de vosso Criador. Ele vos absolver, porque o Remissrio, o Misericordiosssimo.55. E de quando dissestes: Moiss, no creremos em ti at que vejamos Allah claramente! E a centelha vos fulminou, enquanto olhveis.56. Ento, vos ressuscitamos, aps a vossa morte, para que assim, talvez, Nos agradecsseis.57. E vos agraciamos com as sombras das nuvens e vos enviamos o man e as codornizes, dizendo-vos: Comei de todas as coisas boas com que vos agraciamos! (Porm, o desagradeceram) e, com isso, no Nos prejudicaram, mas prejudicaram a si mesmos.58. E de quando vos dissemos: Entrai nessa cidade e comei da abundncia dela com vos aprouver, mas entrai pela porta, prostrando-vos, e dizei: Remisso! Ento, perdoaremos as vossas faltas e aumentaremos a recompensa dos benfeitores.59. Os injustos substituram as palavras por outras que no lhes haviam sido ditas, pelo qu enviamos sobre eles um castigo do cu, por sua depravao.60. E de quando Moiss Nos implorou gua para o seu povo, e lhe dissemos: Golpeia a rocha com o teu cajado! E de pronto brotaram dela doz) mananciais, e cada grupo reconheceu o seu. Assim, comei e bebei da graa de Allah, e no prevariqueis na terra, causando corrupo.61. E de quando dissestes: Moiss, jamais nos conformaremos com um s tipo de alimento! Roga ao teu Senhor que nos proporcione tudo quanto a terra produz: suas hortalias, seus pepinos, seus alhos, suas lentilhas e suas cebolas! Perguntou-lhes: Quereis trocar o melhor pelo pior? Pois bem: Voltai para o Egito, onde tereis o que implorais! E foram condenados humilhao e indigncia, e incorreram na ira de Allah; isso, porque negaram os versculos de Allah e assassinaram injustamente os profetas. E tambm porque se rebelaram e foram agressores. 41. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 14562. Os crentes, os judeus, os cristos e os sabeus, enfim todos os que crem em Allah, no Dia do Juzo Final, e praticam o bem, recebero a sua recompensa do seu Senhor e no sero presas do temor, nem se angustiaro.63. E de quando exigimos o vosso compromisso e levantamos acima de vs o Monte, dizendo-vos: Apegai-vos com firmeza ao que vos concedemos e observai-lhe o contedo, qui (Me) temais.64. Apesar disso, recusastes aquilo depois, e, se no fosse pela graa de Allah e pela Sua misericrdia para convosco, contar-vos-eis entre os desventurados.65. J sabeis o que ocorreu queles, dentre vs, que profanaram o sbado; a esses dissemos: Sede smios desprezveis!66. E disso fizemos um exemplo para os seus contemporneos e para os seus descendentes, e uma exortao para os tementes a Allah.67. E de quando Moiss disse ao seu povo: Allah vos ordena sacrificar uma vaca. Disseram: Zombas, acaso, de ns? Respondeu: Guarde- me Allah de contar-me entre os ignorantes!68. Disseram: Roga ao teu Senhor para que nos indique como ela deve ser. Explicou-lhes: Ele afirma que h de ser uma vaca que no seja nem velha, nem nova, de meia-idade. Fazei, pois, o que vos ordenado.69. Disseram: Roga ao teu Senhor, para que nos indique a cor dela. Tornou a explicar: Ele diz que tem de ser uma vaca de cor amarela que agrade aos observadores.70. Disseram: Roga ao teu Senhor para que nos indique como deve ser, uma vez que todo o bovino nos parece igual e, se a Allah aprouver, seremos guiados.71. Disse-lhes: Ele diz que tem de ser uma vaca no treinada para o labor da terra ou para a rega dos campos; sem defeitos, sem manchas. Disseram: Agora falaste a verdade. E a sacrificaram, ainda que pouco faltasse para que no o fizessem.72. E de quando assassinastes um ser e disputastes a respeito disso; mas Allah revelou tudo quanto ocultveis.73. Ento ordenamos: Golpeai-o (o morto) com um pedao dela (rs sacrificada). Assim Allah ressuscita os mortos e vos manifesta os Seus sinais, para que raciocineis. 42. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 14674. Apesar disso os vossos coraes se endurecem; so como as rochas, ou ainda mais duros. De algumas rochas brotam rios, e outras se fendem e delas mana a gua, e h ainda outras que desmoronam, por temor a Allah. Mas Allah no est desatento a tudo quanto fazeis.75. Aspirais, acaso, a que os judeus creiam em vs, sendo que alguns deles escutavam as palavras de Allah e, depois de as terem compreendido, alteravam-nas conscientemente?76. Quando se encontram com os crentes, declaram: Cremos! Porm, quando se renem entre si, dizem: Relatar-lhes-eis o que Allah vos revelou para que, com isso, vos refutem perante o vosso Senhor? No raciocinais?77. Ignoram, acaso, que Allah sabe tanto o que ocultam, como o que manifestam?78. Entre eles h iletrados que no compreendem o Livro, a no ser segundo os seus desejos, e no fazem mais do que conjecturar.79. Ai daqueles que copiam o Livro (alterando-o) com as suas mos, e ento dizem: Isto emana de Allah, para negoci-lo a vil preo. Ai deles, pelo que as suas mos escreveram! E ai deles, pelo que lucraram!80. E asseveram: O fogo no nos atormentar, seno por dias contados. Pergunta-lhes: Recebestes, acaso, de Allah um compromisso? Pois sabei que Allah jamais quebra o Seu compromisso. Ou dizeis de Allah o que ignorais?81. Qual! Aqueles que lucram por meio de um mal, e esto envolvidos por suas faltas, sero os condenados ao inferno, no qual permanecero eternamente.82. Os crentes, que praticam o bem, sero os diletos do Paraso, onde moraro eternamente.83. E de quando exigimos o compromisso dos israelitas, ordenando- lhes: No adoreis seno a Allah; tratai com benevolncia vossos pais e parentes, os rfos e os necessitados; falai ao prximo com doura; observai a orao e pagai o zakat. Porm, vs o renegastes desdenhosamente, salvo um pequeno nmero dentre vs.84. E de quando exigimos o vosso compromisso, ordenando-vos: No derrameis o vosso sangue, nem vos expulseis reciprocamente de vossas casas; logo o confirmastes e testemunhastes. 43. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 14785. No entanto, vede o que fazeis: estais-vos matando; expulsais das vossas casas alguns de vs, contra quem demonstrais injustia e violao; e quando os fazeis prisioneiros, pedis resgate por eles, apesar de saberdes que vos era proibido bani-los. Credes, acaso, em uma parte do Livro e negais a outra? Aqueles, dentre vs, que tal cometeram, no recebero, em troca, seno a desonra, na vida terrena e, no Dia da Ressurreio, sero submetidos ao mais severo dos castigos. E Allah no est desatento em relao a tudo quanto fazeis.86. So aqueles que negociaram a vida futura pela vida terrena; a esses no lhes ser atenuado o castigo, nem sero socorridos.87. Concedemos o Livro a Moiss, e depois dele enviamos muitos mensageiros, e concedemos a Jesus, filho de Maria, as evidncias, e o fortalecemos com o Esprito da Santidade. Cada vez que vos era apresentado um mensageiro contrrio aos vossos interesses, vs vos ensoberbeceis! Desmenteis uns e assassinveis outros!88. Disseram: Nossos coraes so insensveis! Qual! Allah os amaldioou por sua incredulidade. Quo pouco acreditavam!89. Quando, da parte de Allah, lhes chegou um Livro (Alcoro), confirmante do deles apesar de antes terem implorado a vitria sobre os incrdulos quando lhes chegou o que sabiam, negaram- no. Que a maldio de Allah caia sobre os incrdulos!90. A que vil preo se venderam, ao renegarem o que Allah tinha revelado! Fizeram-no injustamente, inconformados com que Allah revelasse a Sua graa a quem Lhe aprouvesse, dentre os Seus servos. Assim, atraram sobre si abominao aps abominao. Os incrdulos sofrero um castigo afrontoso.91. Quando lhes dito: Crede no que Allah revelou!, dizem: Cremos no que nos foi revelado. E rejeitam o que est alm disso (Alcoro), embora seja a verdade corroborante da que j tinham. Dize-lhes: Por que, ento, assassinastes os profetas de Allah, se reis crentes?92. J Moiss vos havia apresentado as evidncias e, em sua ausncia, adorastes o bezerro, condenando-vos.93. E quando aceitamos o vosso compromisso e elevamos o Monte acima de vs, dizendo-vos: Recebei com firmeza tudo quanto vos concedermos e escutai!, disseram: J escutamos, porm nos rebelamos! E, por sua incredulidade, incutiram em seus coraes a 44. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 148adorao do bezerro. Dize-lhes: Quo detestvel isso a que vossa crena vos inspira, se que sois crentes!94. Dize-lhes: Se a ltima morada, ao lado de Allah, exclusivamente vossa, em detrimento dos demais, desejai ento a morte, se estiverdes certos.95. Porm, jamais a desejariam, por causa do que cometeram as suas mos; e Allah bem conhece os injustos.96. Tu os achars mais vidos de viver do que ningum, muito mais do que os idlatras, pois cada um deles desejaria viver mil anos; porm, ainda que vivessem tanto, isso no os livraria do castigo, porque Allah bem v tudo quanto fazem.97. Dize-lhes: Quem for inimigo de Gabriel, saiba que ele, com o beneplcito de Allah, impregnou-te (o Alcoro) no corao, para confirmar o que foi revelado antes; orientao e anncio de boas- novas para os crentes.98. Quem for inimigo de Allah, dos Seus anjos, dos Seus mensageiros, de Gabriel e de Miguel, saiba que Allah adversrio dos incrdulos.99. Revelamos-te versculos esclarecedores, e ningum ousar neg-los, seno os depravados.100. Ser possvel que, cada vez que contraem um compromisso, haja entre eles um grupo que o quebre? Em verdade, a maioria no cr.101. E quando lhes foi apresentado um Mensageiro (Mohammad) de Allah, que confirmou o que j possuam, alguns dos adeptos do Livro (os judeus) atiraram s costas o Livro de Allah, como se no o conhecessem.102. E seguiram o que os demnios apregoavam, acerca do Reinado de Salomo. Porm, Salomo nunca foi incrdulo; outrossim foram os demnios que incorreram na incredulidade. Ensinaram aos homens a magia e o que foi revelado aos dois anjos, Harut e Marut, na Babilnia. Ambos, a ningum instruram, sem que dissessem: Somos apenas uma prova; no vos torneis incrdulos! Porm, os homens aprendiam de ambos como desunir da sua esposa o marido. Mas, com isso no podiam prejudicar a ningum, a no ser com a anuncia de Allah. Os homens aprendiam o que lhes era prejudicial e no o que lhes era benfico, sabendo que aquele que assim agisse, 45. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 149jamais participaria da ventura da outra vida. A que vil preo se venderam! Se soubessem103. Todavia, se tivessem acreditado, e temido, teriam obtido a melhor recompensa de Allah. Se o soubessem!104. crentes, no digais (ao Profeta Mohammad):"R'ina"(digna-nos com teu olhar que tambm significa pastor de ovelhas) outrossim dizei: "Anzurna" (digna-nos com teu olhar, sem ambiguidade) e escutai. Sabei que os incrdulos sofrero um doloroso castigo.105. Aos incrdulos, dentre os adeptos do Livro, e aos idlatras, agradaria que no vos fosse enviada nenhuma merc do vosso Senhor; mas Allah concede a Sua Clemncia exclusivamente a quem Lhe apraz, porque Agraciante por excelncia.106. No anulamos nenhum versculo, nem fazemos com que seja esquecido (por ti), sem substitu-lo por outro melhor ou semelhante. Ignoras, por acaso, que Allah Onipotente?107. Porventura, no sabes que a Allah pertence o reino dos cus e da terra e que, alm de Allah, (vs) no tereis outro protetor, nem defensor?108. Pretendeis interrogar o vosso Mensageiro, como anteriormente foi interrogado Moiss? (Sabei que) aquele que permuta a f pela incredulidade desvia-se da verdadeira senda.109. Muitos dos adeptos do Livro, por inveja, desejariam fazer-vos voltar incredulidade, depois de terdes acreditado, apesar de lhes ter sido evidenciada a verdade. Tolerai e perdoai, at que Allah faa cumprir os Seus desgnios, porque Allah Onipotente.110. Observai a orao, pagai o zakat e sabei que todo o bem que apresentardes para vs mesmos, encontrareis em Allah, porque Ele bem v tudo quanto fazeis.111. Disseram: Ningum entrar no Paraso, a no ser que seja judeu ou cristo. Tais so as suas idias imaginrias. Dize-lhes: Mostrai a vossa prova se estiverdes certos.112. Qual! Aqueles que se submeteram a Allah e so caritativos obtero a recompensa, em seu Senhor, e no sero presas do temor, nem se angustiaro.113. Os judeus dizem: Os cristos no tm em que se apoiar! E os cristos dizem: Os judeus no tm em que se apoiar!, apesar de ambos lerem o Livro. Assim tambm os tolos dizem coisas 46. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 150semelhantes. Porm, Allah julgar entre eles, quanto s suas divergncias, no Dia da Ressurreio.114. Haver algum mais injusto do que aquele que impede que o nome de Allah seja celebrado em santurios, mas se esfora por destru- los? Estes no deveriam adentr-los seno, temerosos; sobre eles recair, pois, a desonra deste mundo e, no outro, sofrero um severo castigo.115. Tanto o levante como o poente pertencem a Allah e, aonde quer que vos dirijais, notareis o Seu Rosto, porque Allah Munificente, Sapientssimo.116. Dizem (os cristos): Allah gerou um filho! Glorificado seja! Pois a Allah pertence tudo quanto existe nos cus e na terra, e tudo est consagrado a Ele.117. Ele o Originador dos cus e da terra e, quando decreta algo, basta- Lhe dizer: Seja! e .118. Os tolos dizem: Por que Allah no fala conosco, ou nos apresenta um sinal? Assim falaram, com as mesmas palavras, os seus antepassados, porque os seus coraes se assemelhavam aos deles. Temos elucidado os versculos para a gente decidida.119. Por certo ( Mensageiro) que te enviamos com a verdade, como alvissareiro e admoestador, e que no sers responsabilizado pelos malvados.120. Nem os judeus, nem os cristos, jamais estaro satisfeitos contigo, a menos que abraces os seus credos. Dize-lhes: Por certo que a orientao de Allah a Orientao (por excelncia)! Se te renderes aos seus desejos, depois de te ter chegado o conhecimento, fica sabendo que no ters, em Allah, Protetor, nem Defensor.121. Aqueles a quem concedemos o Livro recitam-no como ele deve ser recitado. So os que acreditam nele; porm, aqueles que o negarem sero desventurados.122. israelitas, recordai-vos das Minhas mercs com as quais vos agraciei, e de que vos preferi aos vossos contemporneos.123. E temei o dia em que nenhuma alma poder advogar por outra alma, nem lhe ser aceita compensao, nem lhe ser admitida intercesso alguma, nem ningum ser socorrido.124. E quando o seu Senhor ps prova Abrao, com certos mandamentos, que ele observou, disse-lhe: Designar-te-ei Imam 47. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 151dos homens. (Abrao) perguntou: E tambm o sero os meus descendentes? Respondeu-lhe: Minha promessa no alcanar os injustos.125. Lembrai-vos que estabelecemos a Casa, para congresso e local de segurana para a humanidade; e adotai a Estncia de Abrao por oratrio. E estipulamos um pacto com Abrao e Ismael, dizendo- lhes: Purificai a Minha Casa, para os circundantes (da Caaba), os retrados, os que se inclinam e se prostram.126. E quando Abrao implorou: Senhor meu, faze com que esta cidade seja de paz, e agracia com frutos os seus habitantes que crem em Allah e no Dia do Juzo Final! Allah respondeu: Quanto aos incrdulos dar-lhes-ei um desfrutar transitrio e depois os condenarei ao tormento infernal. Que triste destino!127. E quando Abrao e Ismael levantaram os alicerces da Casa, exclamaram: Senhor nosso, aceita-a de ns pois Tu s Oniouvinte, Sapientssimo.128. Senhor nosso, permite que nos submetamos a Ti e que surja, da nossa descendncia, uma nao submissa Tua vontade. Ensina- nos os nossos ritos e absolve-nos, pois Tu s o Remissrio, o Misericordiosssimo.129. Senhor nosso, faze surgir, dentre eles, um Mensageiro, que lhes transmita as Tuas leis e lhes ensine o Livro, e a sabedoria, e os purifique, pois Tu s o Poderoso, o Prudentssimo.130. E quem rejeitaria o credo de Abrao, a no ser o insensato? J o escolhemos (Abrao), neste mundo e, no outro, contar-se- entre os virtuosos.131. E quando o seu Senhor lhe disse: Submete-te a Mim!, respondeu: Eis que me submeto ao Senhor do Universo!132. Abrao legou esta crena aos seus filhos, e Jac aos seus, dizendo- lhes: filhos meus, Allah vos legou esta religio; apegai-vos a ela, e no morrais sem serdes submissos (a Allah).133. Estveis, acaso, presentes, quando a morte se apresentou a Jac, que perguntou aos seus filhos: Que adorareis aps a minha morte? Responderam-lhe: Adoraremos o teu Deus e o Deus de teus pais: Abrao, Ismael e Isaac; o Deus nico, a Quem nos submetemos. 48. 2 SURATA A L B C A R A - A V A C A PARTE 252134. Aquela uma nao que j passou; colher o que mereceu e vs colhereis o que merecerdes, e no sereis responsabilizados pelo que fizeram.135. Disseram: Sede judeus ou cristos, que estareis bem iluminados. Responde-lhes: Qual! Seguimos o credo de Abrao, o monotesta, que jamais se contou entre os idlatras.136. Dizei: Cremos em Allah, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abrao, a Ismael, a Isaac, a Jac e s tribos; no que foi concedido a Moiss e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; no fazemos distino alguma entre eles, e a Ele nos submetemos.137. Se crerem no que vs credes, iluminar-se-o; se se recusarem, estaro em dissidncia. Allah ser-vos- suficiente contra eles, e Ele o Oniouvinte, o Sapientssimo.138. Eis aqui a religio de Allah! Quem melhor que Allah para designar uma religio? Somente a Ele adoramos!139. Pergunta-lhes: Discutireis conosco sobre Allah, apesar de ser Ele o nosso e o vosso Senhor? Somos responsveis por nossas aes assim como vs por vossas, e somos sinceros para com Ele.140. Podeis acaso, afirmar que Abrao, Ismael, Isaac, Jac e as tribo