Aleister Crowley

Edward Alexander Crowley, conhecido como Aleister Crowley, nasceu na Inglaterra no dia 12 de outubro de 1875.

Sua infncia esteve marcada por rgidos padres de comportamento impostos por seus pais, Edward Crowley e Emily Bishop, ativos membros de uma extremada seita Crist chamada Irmandade de Plymonth. Seu pai, um rico cervejeiro aposentado, fez com que Crowley, ainda criana, freqentasse a sua seita, forando-o a diversas leituras da Bblia Crist e acostumando-o vida religiosa da Irmandade. Este fato, muito embora viesse ser de grande valia bem mais tarde, quando da compreenso dos Mistrios com os quais esteve em contato, naquele momento apenas fez nascer na criana que se formava, uma intensa repulsa quanto a dogmas, principalmente os de natureza "crist".

Seu pai morreu cedo, devido a um cncer de lngua, deixando boas lembranas no menino, mas sua me, segundo ele, era uma "estpida criatura", e as brigas da adolescncia logo fizeram com que sua me o chamasse de "Besta", apelido que adotou posteriormente e que lhe trouxe boa parte da fama.

Em 1886, com o falecimento de seu pai, Crowley fica sob os cuidados de seu tio e tutor Tom Bishop. Tamanha era a crueldade de seu tio, que Crowley se refere a este perodo de sua vida como "A Infncia no Inferno".

Estudou, destacando-se em todas as disciplinas, em Trinity College, Cambridge, onde ficou no perodo de 1895 a 1898. Nesta poca, Crowley, leitor voraz, estudou intensamente, tomando contato com o que de importante havia na literatura inglesa, francesa, alm de diversas outras obras em Latim e Grego clssicos, inclusive filosofia e alquimia; se dedicou a canoagem, ciclismo, montanhismo e xadrez, atividade esta em que ganhou notoriedade e que exerceu por toda sua vida. Em Cambridge, ansiando por um volume maior de conhecimento e aventuras, em 1898, antes de sua graduao, Crowley abandona os estudos. Em uma de suas autobiografias, intitulada O Equincio dos Deuses, Crowley insinua que sabia mais do que os professores, e por isso se recusara a continuar l. Dizia ele que o papel de um embaixador ou de um poeta, profisses que ele pensava em seguir durante seus anos universitrios, seriam de reconhecimento muito baixo, e que, portanto, deveria buscar outros meios para se fazer conhecido. O meio encontrado foi o da religio, mais especificamente no sentido de questionar o pensamento religioso vigente o cristianismo.

Crowley havia iniciado a leitura de alguns livros sobre alquimia e magia. Algo comeava a tomar forma dentro de seu inquieto ser, e faz com que ele decida dedicar sua vida ao estudo do Ocultismo e da Magia.

Em 1898, atravs de dois amigos, Julian Baker e George Cecil Jones (ambos membros da Ordem Golden Dawn), Crowley apresentado a Samuel Liddell "MacGregor" Mathers, Frater D.D.C.F. (Deo Duce Comite Ferro), um dos lderes da Ordem Hermtica da Aurora Dourada (The Hermetic Order of the Golden Dawn), uma das mais influentes Ordens do sculo XIX, que proporcionou a Crowley sua primeira Iniciao e o contato com os primeiros mistrios mgicos que tanto procurava.

A Golden Dawn, constitua uma das mais importantes Ordens, conseguindo reunir em seu corpo de iniciados a nata da intelectualidade inglesa e europia da poca. Os estudos provenientes da Ordem incluam assuntos como Magia Enoquiana, Teurgia, Gocia, Abramelin, Tar, entre outros, so profundamente estudados at hoje.

Depois de sua iniciao, devido capacidade de Crowley de assimilao de conhecimentos e sua dedicao ao estudo e a prtica do Ocultismo o conduziram, a ascender rapidamente aos Graus subseqentes da Ordem Golden Dawn, onde aprendeu vrias tcnicas mgicas oferecidas como Cabala e Magia Cerimonial, consagrao de Talisms, evocao de Espritos, etc.

Crowley, sob o pseudnimo de Conde Vladmir Svareff ou Aleister MacGregor, comeou a publicar poemas erticos, todos financiados pelo dinheiro que recebera da herana do pai, alm de cultivar uma intensa vida sexual, a qual escandalizou alguns membros da Ordem. Esses fatos, e sua rpida ascenso dentro da Ordem, causaram grande revolta por alguns membros, que no reconheciam o grau de Crowley. No demorou o rompimento espetacular com a Golden Dawn, o que teria includo, histrias fantsticas de ataques mgicos envolvendo Crowley e seus inimigos e vice-versa.

Em 1900, Crowley foi para Nova York e depois ao Mxico, onde travou contato com o venervel-mestre Don Jesus Medina, um dos altos chefes da Maonaria local. Crowley afirma que Medina, o convidou para iniciar-se em sua Loja e que rapidamente galgou os graus Manicos, alcanando, por graa, o mais alto Grau do Rito. Crowley, no entanto, jamais foi considerado um Maom regular.

Com a chegada de seu amigo e mentor, Oscar Eckenstein, que ele daria novos rumos a seu aprendizado. Eckenstein, revelando-se, para a surpresa de seu pupilo, um grande instrutor, demonstrou que Crowley no tinha controle sobre seus prprios pensamentos, qualificando sua atitude para com a magia como apenas mera fascinao romntica. A partir da, Crowley decide dar um tom cientfico a seus experimentos, estudando com Eckenstein, uma srie de mtodos de controle mental.

Aps algum tempo de alpinismo e treino mental, Crowley decide ir para o Oriente. No Ceilo ele foi introduzido nos segredos da ioga e na filosofia budista. Na primavera de 1902, Crowley e Eckenstein se aventuram na escalada do K2, no Himalaia. No outono de 1902, Crowley retorna a Paris. Seu novo encontro com Mathers (da Ordem Golden Dawn) o decepciona a tal ponto que s lhe restou a bomia vida parisiense. Retorna a sua recm adquirida manso em Boleskine, nas proximidades do Lago Ness, na Esccia, em 1903 e ento, procurando algo suficientemente prosaico para si, intitula-se Lorde Boleskine. Em agosto deste mesmo ano, casa-se com Rose Kelly, segundo ele "uma da mais brilhantes e inteligentes mulheres do mundo", e viaja em lua de mel pela Europa e Egito. Em determinado momento da viagem no Egito, reza a lenda, que Rose recebeu mensagens do deus egpcio Hrus, nas quais era ordenado a Crowley que comparecesse em determinado templo em um determinado horrio por 3 dias consecutivos. De acordo com os relatos de Crowley, enquanto estavam no Cairo, um ser, identificando-se como Aiwass, transmite a ele, nos dias 8, 9 e 10 de abril, o Liber Al vel Legis ou, como passaria a ser conhecido, O Livro da Lei. Esse foi o primeiro livro escrito por Crowley com cunho mstico e mgico. O Livro da Lei um livro que seria o guia para a humanidade, montado pelos Chefes Secretos que regem o destino da Terra. No Livro da Lei h algumas diretrizes das quais a humanidade deveria seguir, como forma de melhor compreenso sobre as mudanas dos tempos. Ele dividido em 3 captulos, e a narrativa baseada no panteo egpcio. O Livro da Lei fala que chegado o fim de uma Era, a Era de Osris, do deus sacrificado, representado principalmente na figura de Cristo, que viera substituir a Era de sis, a Era da nutrio. Agora, chegada a Era de Hrus, o deus da guerra, a criana conquistadora, que vir ocupar o lugar do Pai (Osris) e da Me (sis). Esta Nova Era, baseada nas funes divinas de Hrus, podem ser definidas por alguns axiomas principais, contidas logo no primeiro captulo do Livro:

Todo homem e toda mulher uma estrela (Livro da Lei: Captulo I, 3) A palavra da Lei Thelema (Livro da Lei: Captulo I, 39) Faze tua Vontade h de ser o todo da Lei (Livro da Lei: Captulo I, 40) No tens direito alm de fazer a tua Vontade (Livro da Lei: Captulo I, 42) Amor a Lei, Amor sob Vontade (Livro da Lei: Captulo I, 57) Sendo Vontade o conceito-chave de todo o Livro, deve-se ter em mente que Vontade no quer dizer aqui o mesmo que desejo. Este fruto da conscincia, enquanto que aquela seria a expresso mais profunda da alma. Em um paralelo com um conceito do senso comum cristo, pode-se tomar Vontade como a misso de algum na Terra. Segundo o Livro da Lei ento, todo homem deve descobrir sua prpria Vontade e, quando a tiver descoberto, deve cumpri-la como direito que lhe dado pelo cosmos.

Tomando o axioma Amor a Lei, tem-se que somente possvel cumprir com a Lei atravs do Amor; e sendo Amor sob Vontade, tem-se que todo ato de Amor deve estar regido pela Vontade. Alm disso, Crowley define Amor no mais no sentido de amor ao prximo, como no pensamento cristo. Para Crowley, Amor deve ser tomado como Movimento da Vontade para Mudana. Logo, Amor, em Thelema, pode ser compreendido como a aceitao da condio de mudanas constantes que a vida impe ao ser humano. No apenas isso: sendo todo homem e toda mulher uma estrela, ou seja, sendo cada um de ns o centro de todo um sistema, cada um tem uma rbita prpria. E para que um no invada a rbita de outro, necessrio conhecer a prpria Vontade, pois ela que guiar cada um em seu caminho prprio. Estando em conformidade com a prpria Vontade, e aceitando as mudanas necessrias para que ela se efetive, o homem assume assim o seu status de Estrela, centro de um Universo um Deus. Entre tantos significados atribudos pelos seguidores da doutrina de Crowley, Liber Al vel Legis proclamaria o fim de uma Era (ou Eon) marcada pelo sofrimento, pela intermediao entre Deus e o homem. Em seu lugar, nasceria a poca do deus de alegria, onde o homem teria a liberdade de realizao de sua prpria vontade.

Em 1907, fundou a A.'.A.'., Argentum Astrum, a Ordem da Estrela de Prata uma ordem csmica que no possui representao no plano fsico. nela que ocorre a verdadeira transmutao da alma, a verdadeira evoluo espiritual. dividida em 10 graus e, para fazer parte dela, o interessado deve conhecer algum iniciado que possa conduzi-lo. Por no possuir espao fsico, impossibilitando

assim o contato com outros thelemitas, o iniciado teoricamente s conheceria seu prprio instrutor.

No perodo de 1907-1911, escreveu cerca de uma dzia de livros de cunho potico-mgico. Neste perodo tambm, aps a morte de sua filha em 1906, Crowley separa-se de sua esposa, Rose Kelly, em 1909. Crowley, com o Livro das Mentiras, curiosamente, mesmo antes de sua publicao em 1913, chamaria a ateno de Theodor Reuss, ocultista e lder da Ordo Templi Orientis (O.T.O.), na Alemanha, ordem que se autoproclamava legtima herdeira dos Cavaleiros Templrios. Essa sociedade tinha grande nfase em estudos de Magia Sexual, e diz a lenda que Theodor Reuss, certa vez visitou Crowley, dizendo que ele havia publicado o grande segredo da Ordem em seu livro The Book of Lies, O Livro das Mentiras, que um livro de poemas mgicos. Crowley foi nomeado representante da Ordo Templi Orientis para os pases de lngua inglesa. E ento, passaria a escrever (e tambm reescrever) os Rituais da O.T.O. A O.T.O. era uma organizao de cunho manico, mstico e mgico, fundada por Carl Kellner, em 1902. Kellner, segundo a lenda, teria viajado pelo oriente onde havia sido iniciado por um faquir rabe e por yoguis hindus, recebendo os mistrios da Filosofia e do Yoga da Mo Esquerda, a Magia Sexual. Em 1914, escreve seu famoso livro Magia em Teoria e Prtica (conhecido por "Magick"). Crowley monta sua prpria concepo para o termo Magia. Primeiramente, ele adiciona a letra k na palavra inglesa Magic, como forma de distinguir a verdadeira Magia daquela que praticada em circos. Isso se deu obviamente pelo fato de que em ingls no h diferena entre Magia e Mgica a mesma palavra, Magic, serve para expressar as duas coisas. Alm disso, h tambm um sentido oculto neste k:

O k saxo, adicionado ao c em Magick, foi aqui usado por ele (no livro Magick: Book Four) pela primeira vez, para ligar sua linha com a Cincia da Magia, opostamente a meros truques de conjurao. Ele tem tambm um significado secreto, pois k representa kteis, grego para as genitlias femininas, as quais estavam agora representando uma grande parte das operaes mgicas de Crowley.

Cunhou-se assim ento o termo Magick, que Crowley definia como todo ato capaz de causar mudanas em conformidade com a Vontade. Logo, a Magia em Crowley pode ser desde tomar um caf at fazer um ritual de evocao

anglica desde que ambos os atos estejam de acordo com a Vontade, eles so atos mgickos. Crowley demonstra grande afeio pelos sistemas politestas e pelo esprito pago. Ele desejava restaurar o esprito pago na sociedade, e seus ritos dirios de adorao ao Sol so um exemplo disso. Alm disso, ele costumava dizer que as pessoas esto cansadas de adorar deuses hipotticos. Da sua doutrina ser centrada no homem como um Deus, na idia de que o homem fez Deus de acordo com sua prpria imagem, de que no h nada nos deuses que no h no homem. Sobre sua metodologia em si, Crowley tinha um lema: o mtodo da Cincia, o objetivo da Religio. Ele acreditava que era necessria uma constante observao de experimentos mgickos, que deveriam ser registrados em um dirio de forma mais detalhada possvel.

Crowley iniciaria uma srie de mudanas dentro da O.T.O., fazendo com que a ordem deixasse cada vez mais de lado seu carter Manico, adotando cada vez mais a postura de uma ordem inicitica baseada na Lei de Thelema. Todo o processo de mudana que Crowley produziu, chegando a ser Gro-Mestre da ordem, causou muita desavena e reparties dentro da ordem. At hoje, esta histria deveras confusa, e faltam muitos dados para compreend-la com maior exatido. Contudo, para entendermos melhor a funo da O.T.O. como corpo inicitico, basta dizer que Crowley a considerava como um instrumento fsico para uma ordem muito maior, a A..A.. Mais tarde, quando acrescentado de outras trs partes, seria publicado como o Book Four, tambm chamado de Liber ABA Em 1920, fundou a Abadia de Thelema, na localidade de Cefalu, na Siclia, Itlia. Atividades suspeitas e boatos sobre missas negras e orgias de sangue levaram a sua expulso do local, por Mussolini, em 1923. Em 1925 Theodor Reuss falece. Crowley convocado para uma reunio internacional da O.T.O., onde os rumos da Ordem de Reuss seriam traados. Crowley "convidado" a ser o Chefe Internacional da Ordo Templi Orientis. Aceita e ficou mundialmente conhecido como Frater Baphomet.

Durante os anos seguintes, Crowley viveu alternadamente na Frana, Alemanha e Norte da frica.

Expulso da Frana em 1929 sob acusao de ser agente alemo, Crowley retorna Inglaterra.

A publicao de suas Confisses, em 1930, proporcionou a Crowley um interessante encontro com Fernando Pessoa, um dos maiores gnios da literatura portuguesa. Fernando Pessoa, que alm de clebre poeta era um competente astrlogo, fascinado pelas cincias esotricas, envia, neste mesmo ano, uma carta a Crowley, indicando erros em seu mapa natal. Crowley, entusiasmado com o conhecimento do poeta lusitano, contesta sua carta, dando-lhe razo, e expressa seu desejo de conhec-lo.

Fernando Pessoa o recebe no porto de Lisboa. E tanto foi a admirao e fascnio de Pessoa, no famoso caso da Boca do Inferno, onde Crowley simulou um trgico suicdio, Pessoa testemunhara, confirmando o que supostamente teria ocorrido a seu novo amigo.

Pessoa, que vira naquele estranho ingls um irmo nos Mistrios, a partir do encontro e da amizade com Crowley, em muito mudou o tom de sua poesia. Adentrou-se no estudo do simbolismo, publicando obras de notvel valor, at sua prematura morte, em 1935.

Crowley segue e, entre casos amorosos e escndalos sexuais, drogas, e causas judiciais, publica nos anos 30 uma srie de ensaios e instrues que comporiam os nmeros subseqentes de The Equinox Vol. III, o qual fora iniciado em 1919. O livro The Equinox of the Gods, relatando suas experincia no Cairo e a escritura de Liber Legis, publicado privadamente em 1936. Trabalhando com Lady Frieda Harris, Crowley, ao longo de cerca de cinco anos, concebe um Tarot de modo que a imagem do Eon fique registrada. O resultado final o maravilhoso The Book of Thoth, onde a principal mensagem de sua obra est apresentada de forma sinttica. Durante esse trabalho com Lady Harris, em 1942, na forma de um manifesto da O.T.O., Crowley publica Liber OZ, a Carta dos Deveres e Direitos dos homens e das mulheres. Alguns seguidores de Crowley so enfticos quando afirmam que algo muito parecido seria elaborado alguns anos depois pela ONU.

Seus ltimos anos, a partir de 1945, so vividos em Hastings, onde uma srie de novos discpulos continua recebendo instrues. Desta poca, vem sua ltima obra, consistindo numa coletnea de cartas dirigidas a uma jovem discpula, que foram publicadas bem mais tarde, aps a sua morte, como Magick Without Tears.

Aleister Crowley morreu aos 72 anos na Inglaterra, no dia 1 de Dezembro de 1947.

Mas seu legado ainda vive na Lei do Thelema trazida por ele humanidade (juntamente com dzias de livros e escrituras em magia e outros assuntos

msticos), e nas ordens A.'. A.'. e O.T.O. que continuam a seguir e desenvolver os princpios do Thelema at os dias de hoje.

Quatro dias depois, no crematrio de Brighton, assistido por um reduzido nmero de admiradores e discpulos, realizada a cerimnia que ficou conhecida como "O ltimo Ritual", com a leitura de trechos da Missa Gnstica, e de seu maravilhoso Hino a P.

Realizara-se, assim, a ltima vontade da Crowley.

Aleister Crowley se dedicou de corpo e alma em desvendar os seus mistrios e segredos, indo a fundo na sua busca, no se limitando por nada, derrubando todas as barreiras, experimentando todas as facetas da alma humana, de todas as formas.

Sua filosofia mgica sempre pautada pelo autoconhecimento, e fica claro que para nos tornarmos senhores de algo precisamos conhec-lo, vivenci-lo. O ser humano como divino outro postulado Thelmico, Todo homem e toda Mulher uma estrela, ou seja, tem sua rbita e papel no universo e deve ser respeitado pelo simples ato de existir, mas no entendamos este respeito como piedade,

mas sim como um ecossistema, onde cada parte cumpre a sua funo. A grande aspirao de Crowley reflete a aspirao de todo ser humano, o anseio do homem por Liberdade. Seu trabalho no apenas resultado dos caprichos de uma controvertida personalidade, mas, principalmente, vem da necessidade humana de tomada de conscincia, necessidade de Vontade, necessidade de entendimento. Isto liberdade, liberdade apenas para a realizao de sua Vontade Verdadeira, nada mais. Sobre as acusaes de Crowley ser Satanista ou adorador do Diabo, basta dizer que ele no acreditava no Diabo, e deixa isso bem claro no seu livro Magick: Book Four. Para ele, o Diabo era uma construo infantil, criada por alguns cristos mal-intencionados que desejavam controlar a populao atravs do medo. parte os movimentos mgicos e iniciticos, Crowley tambm exerceu enorme influncia sobre o trabalho de vrios artistas, compositores e conjunto musicais; famosos grupos e cantores de rock como Black Sabbath, Led Zeppelin (Jimmy Page, guitarrista do Led, inclusive comprou o famoso "Castelo" de Boleskine, onde Crowley morou por alguns anos), Rolling Stones, The Clash, Beatles (no lbum Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band, sua fotografia aparece como "uma das pessoas que gostamos"), Iron Maiden, Ozzy Osbourne (que comps o clssico "Mr. Crowley"), entre tantos outros, alm de artistas do quilate de H. R. Giger, Kenneth Anger, David Bowie, entre outros, tm Crowley como uma fonte de inspirao para seus trabalhos e vidas.

No meio artstico brasileiro, h o memorvel Raul Seixas, o grande arauto da mensagem de Aleister Crowley. Em especial as msicas A Lei e Sociedade Alternativa (ambas de Raul Seixas e Paulo Coelho), que tm como base Liber OZ. Outras notveis obras de sua autoria so A Ma, Tente Outra Vez (estas em parceria com Marcelo Motta e Paulo Coelho) alm de muitas outras canes do maluco beleza que apresentam, de um modo bem particular ao Raul, a Lei de Thelema.