ROSEMAR A. ALENCAR MENDES - rosimaralencar@hotmail.com

SECADI - Curso de Educação Ambiental :: CEA - Maranguape

Fortaleza, Maio de 2012.

EXPLORAÇÃO DE ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL

INTRODUÇÃO

A Energia Nuclear no Brasil é vista como um programa amplo, para fins pacíficos, onde

pesquisas, materiais ou fontes radioativas são aplicados em indústrias e saúde, reconhecendo que

pacientes utilizando radiofármacos, superam doenças como o câncer, combatendo com maior

eficácia e minimizando efeitos colaterais. É importante, salientar a presença de pequenos

reatores, e parcela significativa de material radioativo, como o uranio, e o radioisótopo que

colaboram de forma incisiva no combate e diagnostico de doenças, segundo a folha de São Paulo.

Faremos analises o avanço tecnológico, levando se em conta, aspectos positivo e os negativos,

ajudando a elucidar, os pontos que podem gerar duvidas, sobre este tema. O Brasil é um dos

poucos países do mundo a dominar todo o processo de fabricação do combustível para usinas

nucleares, levando em consideração que as reservas brasileiras de urânio estão entre as maiores

do mundo, dando para manter atualmente 10 reatores funcionando, equivalente a Angra 1 e

Angra 2 por cerca de 100 anos. Segundo o ministério da ciências e tecnologia que coordena

um grupo encarregado de rever o programa nuclear, formulando planos a médio prazo, com

objetivo de fortalecer todas as atividades e assegurar um bom funcionamento, sem que haja

acidentes que coloque em risco a vida de milhares de seres. Buscando uma maior compreensão

sobre o funcionamento de energia nuclear ou sobre sua complexidade, seu principio de

funcionamento é similar ao de uma termoelétrica convencional, onde o calor gerado pela queima

de combustível produz vapor, que aciona uma turbina, acompanhada a um gerador de corrente

elétrica, o calor é produzido pela fissão do urânio no reator, cujo o sistema é constituído por três

circuitos, a saber; primário, secundário, e de refrigeração. No primeiro a água é aquecida a uma

temperatura de 320c, sob uma pressão de 187 de atmosfera por turbulações e vai até o gerador de

vapor, onde. Em seguida essa água passa por turbulações e vai até o gerador, de vapor,

vaporizando o circuito secundário, sem que haja contato físico entre os dois circuitos. O vapor

gerado aciona a turbina, que movimenta, o gerador e produz corrente elétrica.

2. HISTÓRICO

Após diversas pesquisas e adesão de vários países na utilização da energia nuclear, o

Brasil decidiu se posicionar e instalar usinas, esse acontecimento se solidificou na década de 60,

com a finalidade de adquirir conhecimento sobre a tecnologia, e resolver o problema localizado

na complementação térmica para suprimento de eletricidade no Rio de Janeiro.

Em 1972, iniciou-se a construção de Angra I, e posteriormente, em 1975, o país decidiu

assinar com a República Federal da Alemanha o acordo de cooperação para o uso público da

energia nuclear, em junho adquiriu as usinas de Angra II e Angra III.

Segundo o ministério das ciências e Tecnologia outro fato relevante é a questão da fusão

nuclear, porem assegura que só venha ter aplicações práticas em trinta ou quarenta anos pois, o

mesmo afirma que: o Brasil precisa estar preparado para quando isso ocorrer; se não

investirmos em pesquisas nessa área, quando a aplicação vier, não teremos condições de

aproveitá-las”.

Nessa trajetória histórica no campo da medicina, através de estudos, técnicos do

Governo Federal, estão projetando aquele que seria o maior reator nuclear da América

Latina, localizado em Aramar –SP, seu orçamento inicial chega a 500 milhões de dólares, e este

reator com multipropósitos brasileiro, este teria o objetivo de tornar o país independente na

produção de Isótopos radioativos para medicina. Vale salientar a grande contribuição cientifica e

tecnológica para diagnóstica os distúrbios de tireoides, canceres e outras doenças do coração,

cérebro, fígado e ossos.

Hoje o Brasil visa estabelecer sua emancipação cientifica e tecnológica, fabricando o

próprio combustível nuclear e importando uma série de materiais. No campo da geração da

eletricidade, ocorreram diversas conquistas de âmbito industrial e tecnológicos, pode-se

mencionar a criação da Eletrobrás Eletronuclear, em 1997. Esta teve a finalidade de operar e

construir usinas termonucleares, criando a subsidiaria da Eletrobrás, ou seja, uma empresa de

economia mista, responsável por três por cento da energia elétrica consumida em território

brasileiro. A energia nuclear utiliza um eficiente sistema de distribuição elétrico, interligado os

principais centros consumidores do país, correspondendo a trinta por cento da energia, consumida

no estado Rio de Janeiro, proporção que se ampliará quando a Angra III for concluída, essa

estimativa, é uma previsão a partir de 2015.

A complexidade das usinas nucleares não oferecem riscos, se operadas com um sistema

de segurança, sendo que a mesma, devem ser prioritária, e prevalecendo, acima da produtividade

e da economia, não comprometendo essa segurança por nenhuma outra razão, respeitando outro

aspecto de suma relevancia, o treinamento instalado em locais apropriados para o ensino prático

de tarefas de manutenção.

3. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ENERGIA NUCLEAR

Dentro de uma hierarquia de responsabilidades sobre a energia nuclear e o funcionamento

de usinas, podemos mencionar a autonomia da Agência Internacional de Energia Atômica

(AIEA), responsável pelo controle e desenvolvimento das empresas nucleares em todo o mundo,

estando ligado a “Nações Unidas”, como uma organização a partir de 29 de julho de 1957.

Recentemente países como Irã e Coreia do Norte, estão sobre a fiscalização severa, por

ameaçarem construir a bomba atômica, passando de um aspecto pacífico, para um conflituoso e

instável, gerando uma insatisfação nacional.

É importante reconhecer os benefícios e os malefícios que a energia nuclear pode gerar.

Dentre os aspectos positivos, poderíamos destacar as pesquisas e os avanços tecnológicos,

principalmente no campo da medicina, onde diversas doenças estão sendo diagnosticadas e

tratadas, tais como; câncer, tireoides, fígado e ossos, através de aparelhos sofisticados e que

apresentam um grau de radioatividade.

Outro ponto a ser destacado, seria o desenvolvimento da tecnologia na criação de

submarinos nucleares, que tem como finalidade fortalecer a nossa segurança nacional, dentre

outros benefícios.

No entanto, não podemos deixar de mencionar questões de insegurança, diante esses

rejeitos radioativos, pois, o mínimo erro, em sua execução, poderia ocasionar em sérios prejuízos

socioambientais, ou seja, a energia nuclear, se não seguir rigorosamente regras de segurança,

afetará não só a comunidade atual, mas gerações futuras, desequilibrando ou mesmo devastando

vidas.

Um caso a ser relatado, como exemplo de desinformação, e falta de compromisso por

parte dos órgãos responsáveis, foi o acontecimento de 1987, na cidade de Gôiania, com a

liberação de um material radioativo, encontrado em um lixão da cidade, o equipamento era

utilizado em um hospital, e foi violado por um morador do local, que utilizando de ferramentas

abriu, e se apropriou do material radioativo, sem saber da contaminação e possíveis

consequências.

Segundo dados fornecidos pelos GREENPEACE ocorreram inicialmente quatro mortes,

posteriormente 60, entre funcionários que realizaram a limpeza do local; 628 vítimas

contaminadas e reconhecidas pelo ministério Público entre eles, policiais militares, bombeiros,

vizinhos e familiares.

Outro fato acontecido recente, que causou uma preocupação aos moradores do Rio de

Janeiro, foi o roubo de um carro, com aparelho radioativo, conhecido como gamografia, contendo

Selênio 75, utilizado para radiografia, e soldas industriais, podendo causar sérios prejuízos a

saúde e ao ambiente, no que se refere a agressão de natureza física seriam; queimaduras e lesões

graves se estiver em contato com a pele, a apropriação indevida, e a falta de informação e

respeito aos critérios de segurança, poderiam violar o direito social de e cidadãos inocentes,

conforme Jornal da Ciência.

4. CONCLUSÃO

Diante de tantos fatos, e de acontecimentos sérios de ordens socioambientais é que me

posiciono contra, a utilização dessa forma de energia, pois a meu ver, com todos os cuidados, leis

e normas a serem respeitadas, o homem ainda não disponibiliza de uma formação emocional

equilibrada, para assumir tamanha responsabilidade, constatamos isso, diante as guerras, e no

caos de suas consequências futuras. Acredito que possamos recorrer a outras formas possíveis e

menos agressiva, de energia. A economia e a produtividade não podem serem vistas como

prioridades, mas sim, a preservação de vidas e a valorização de nosso meio ambiente, que já se

encontram tão agredidos por atitudes consumistas e compulsivas.

As pesquisas e a evolução tecnológica são favoráveis a nossa melhoria de condição de

nossa existência, mas se empregada para fins pessoais, e de forma inadequada, serão armas

poderosas na degradação do planeta, e consequentemente na extinção de vidas.

Quanto as pesquisas acho de suma importância, para que possamos acompanhar o

desenvolvimento tecnológico, e avançarmos em vários setores sociais. Como sugestão

poderíamos analisar as outras formas de energia, menciono até a eólica, sabedora que todas irão

mexer com o nosso meio ambiente, mas serão vistas questões de menor impacto.

REFERENCIAS

AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ÁTÔMICA. Acessado 07/05/2012 [link]

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Atlas de energia elétrica do Brasil /

Agência Nacional de Energia Elétrica. 3. ed. – Brasília : Aneel, 2008. p. 117- 129 [link]

CNEN. Apostila educativa Energia Nuclear. Acessado 04/05/2012 [link]

ELETROBRAS TERMONUCLEAR (Eletronuclear). A energia nuclear: história, princípios de

funcionamento. Rio de Janeiro, 2001.

FOLHA DE SÃO PAULO, 30/05/2009. Acessado: 07/05/2012 [link]

JORNAL DA CIÊNCIA. 02/05/2012. Acessado 06/05/2012. [link]