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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA: AGRICULTURA E AMBIENTE Alencar Zachi da Fonseca EFEITO DA VELOCIDADE DE SEMEADURA E DOSE DE LUBRIFICANTE SÓLIDO NO ESTABELECIMENTO DA CULTURA DO MILHO Frederico Westphalen, RS 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA:

AGRICULTURA E AMBIENTE

Alencar Zachi da Fonseca

EFEITO DA VELOCIDADE DE SEMEADURA E DOSE DE

LUBRIFICANTE SÓLIDO NO ESTABELECIMENTO DA CULTURA DO

MILHO

Frederico Westphalen, RS

2021

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Alencar Zachi da Fonseca

Efeito da velocidade de semeadura e dose de lubrificante sólido no estabelecimento da

cultura do milho

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-

Graduação em Agronomia: Agricultura e

Ambiente, da Universidade Federal de Santa

Maria (UFSM), como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em Agronomia.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Silveira de Farias

Frederico Westphalen, RS

2021

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Alencar Zachi da Fonseca

Efeito da velocidade de semeadura e dose de lubrificante sólido no estabelecimento da

cultura do milho

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-

Graduação em Agronomia: Agricultura e

Ambiente, da Universidade Federal de Santa

Maria (UFSM), como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em Agronomia.

Aprovado em 28 de maio de 2021:

_____________________________________

Marcelo Silveira de Farias, Dr. (UFSM)

(Presidente/Orientador)

_________________________________

Antônio Luis Santi, Dr. (UFSM)

_____________________________________

Gilvan Moisés Bertollo, Dr. (UTFPR)

Frederico Westphalen, RS

2021.

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Aos meus pais, Nilsa Rosane Zachi da Fonseca e Nilvo Rodrigues da Fonseca, a minha irmã

Marla Fonseca Ernzen e a todos os meus familiares e amigos, que desde o início dessa

caminhada, pelo incentivo, carinho e confiança.

A Maricleidi Basso, pelo amor, pelo carinho, amizade, e por sempre estar ao meu lado...

DEDICO...

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AGRADECIMENTOS

Agradecer a divina santidade, nosso senhor Deus, pela vida e por sempre estar ao meu

lado.

A minha luz e fonte de inspiração, meus pais Nilsa Rosane Zachi da Fonseca e Nilvo

Rodrigues da Fonseca.

Saudar minha terra Pinheirinho do Vale, lugar aonde aprendi, na rotina campesina, a

respeitar a natureza, sem precisar cursar a faculdade.

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pela oportunidade de poder usufruir

de ensino gratuito e de excelente qualidade. Agradecer aos professores desta instituição, pelas

ótimas disciplinas cursadas e por serem parte ativa na construção do conhecimento profissional,

ético e pessoal durante todo o período de graduação e mestrado.

À minha namorada Maricleidi Basso, por todo o apoio e carinho que me foi dado quando

nos momentos difíceis precisei. Também pela compreensão pelos momentos em que não pude

me fazer presente ao seu lado e por todo o respeito e admiração mútuo que faz nosso

relacionamento ser único e especial para mim.

Ao Prof. Dr. e orientador Marcelo Silveira de Farias, primeiramente pela amizade, pois

com a mesma podemos chegar até aqui com a realização deste trabalho e, essa sempre

permanecerá. Agradeço por acreditar na minha capacidade e pela essência humana depositada

em cada trabalho de pesquisa.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa

de estudos de mestrado.

A Secretaria de Pós-Graduação em Agronomia, Agricultura e Ambiente, representada

pelos servidores Valdecir e Adriana, que não mediram esforços para nos auxiliar e fazer os

ajustes necessários.

Aos amigos, em especial: Luis Carlos Zanatta, Ezequiel Zibetti Fornari, Fernanda

Marcolan de Souza, Ronaldo Luiz Outeiro Giongo e Marcos Roberto Krenchinski pelas

palavras de apoio, boas risadas nos momentos de descontração.

A todos os professores, em especial: Antônio Luis Santi, Claudir José Basso, Marcos

Toebe, Stela Maris Kulczynski e Vanderlei Rodrigues da Silva, pela ajuda com as análises

laboratoriais, auxiliar no planejamento e execução do projeto de mestrado e por acreditar na

credibilidade do meu trabalho de mestrado.

Aos colegas de mestrado, em especial: Lucas José Trombetta, Felipe Tolotti Peruzzo,

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Rodrigo Zeni, Schayana Pavelski, Daiane Sartori Andreola, Gabriela de Barros e Fernanda

Marcolan de Souza, pela união, reciprocidade e entrosamento durante a realização do mestrado.

Aos amigos que me ajudaram durante esta caminhada, dentre eles: Maricleidi Basso,

Gabriela de Barros, Mateus Junior Rodrigues Sangiovo, Ezequiel Zibetti Fornari, Marcelo

Stefanello Brondani, Luis Felipe Rossetto Gerlach, Hêmili Kauani Ubinski Bairros, Bruno

Henrique Rodrigues Sangiovo, Eduardo Somavilla Manfio, Gabriel Alencar Pasinatto,

Alexandre Wahlbrinck Volz e Jean Carlos da Costa Pereira pelo exemplo de trabalho em grupo,

pela coragem e dedicação singular e por mostrarem que mesmo sem recursos financeiros pode-

se realizar trabalhos de qualidade. Um especial agradecimento aos amigos Marcelo Stefanello

Brondani, Ezequiel Zibetti Fornari, Mateus Junior Rodrigues Sangiovo e Eduardo Somavilla

Manfio por estarem sempre dispostos a ajudar seja para o que e quem for.

Ao seu José Orivaldo Câmara dos Santos e a sua esposa Elza De Bem dos Santos, e

seu filho Jeovane, e aos demais membros da família, por acreditarem no trabalho e também

disponibilizar o que fosse necessário para a realização do experimento em campo, pelo carinho

e receptibilidade que tiveram conosco, pelas amizades que fizemos, pelas alegrias que

compartilhamos, e pelos conhecimentos que juntos construímos.

Agradeço à minha família, por todas as vezes que incansavelmente esteve ao meu lado

me incentivando, apoiando e muitas vezes financiando. Que sonhou comigo e que durante essa

trajetória nunca me deixou fraquejar, me fornecendo o amor e carinho de que tanto precisei e

que fez com que eu não voltasse atrás na decisão que havia tomado, me permitir fazer mestrado.

A todos vocês, meu sincero MUITO OBRIGADO.

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EPÍGRAFE

‘’Um homem pode duvidar do que ouve; pode também duvidar do que vê; só não pode,

porém, duvidar do que faz.’’

(Seaman Knapp)

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RESUMO

EFEITO DA VELOCIDADE DE SEMEADURA E DOSE DE LUBRIFICANTE

NO ESTABELECIMENTO DA CULTURA DO MILHO

AUTOR: Alencar Zachi da Fonseca

ORIENTADOR: Marcelo Silveira de Farias

Este trabalho teve como objetivos avaliar o efeito de velocidades de semeadura e doses

de lubrificante sólido sobre a distribuição longitudinal e população de plantas de milho, em dois

anos agrícolas e, ainda, avaliar dentre os indicadores estatísticos, aquele que melhor detecta a

variabilidade espacial de sementes. O estudo foi conduzido em Latossolo Vermelho, em área

de 0,36 hectares, localizada no município de Boa Vista das Missões, RS, Brasil. O experimento

foi realizado com a semeadora da marca Stara, modelo Victoria 3150. Estava montada com oito

linhas, espaçadas em 0,45 m cada, com distribuição mecânica de sementes, por meio de disco

alveolado, com 28 furos e abertura de 11,5 mm, juntamente com anel de 4 mm de espessura,

com rebaixe de 2 mm. Os sulcadores são do tipo haste para adubo e disco duplo desencontrado

para sementes e contava com reservatório de sementes individual. Foi tracionada por um trator

agrícola com potência compatível. Em cada faixa de semeadura, com largura de 3,15 metros e

comprimento útil de 10 metros, foram avaliados os espaçamentos aceitáveis, falhos e duplos

entre plantas, em diferentes velocidades de semeadura (2,0; 4,0; 6,0; 8,0 e 10,0 km h-1) que

foram organizadas e distribuídas por meio de sorteio, dentro de cada bloco, com quatro

repetições. Cada reservatório de semente continha uma dose de lubrificante (0,0; 2,0; 4,0; 8,0;

12,0; 16,0; 20,0 e 24,0 g kg-1 de semente), onde foram ordenadas por meio de sorteio, em cada

faixa de semeadura. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas

pelo teste de Tukey (ρ≤0,05). Quando a interação entre os níveis dos fatores foi significativa,

ajustou-se o modelo de superfície resposta, e quando não foi significativa, ajustou-se modelos

de regressão gerais, para velocidades de semeadura e doses de lubrificantes separadamente,

desde que os fatores apresentassem significância. Também foram avaliados os indicadores

estatísticos (Erro Padrão, Desvio Padrão, Coeficiente de Variação, Desvio Médio Absoluto e

Desvio Médio Absoluto Ajustado), a fim de conferir qual destes tem maior capacidade de

detectar a variabilidade espacial de sementes. Observou-se no ano agrícola 1 que, para as

velocidades de 4 e 6 km h -1 as doses ideais de lubrificante são de 8 e 12 g kg-1 de semente.

Para o segundo ano, ocorreu comportamento similar, porém o lubrificante atua em segundo

plano, e com o aumento da velocidade de trabalho, tem-se redução da plantabilidade. Quanto

aos indicadores de variabilidade, o Desvio Médio Absoluto Ajustado, com base na distribuição

referência, foi superior em relação aos demais. De modo geral, o aumento da velocidade de

semeadura provoca aumento, não só de plantas falhas e duplas, como também da variabilidade

espacial de plantas, por todos os indicadores de variabilidade usados neste trabalho.

Recomenda-se, ao utilizar semeadoras mecânicas, realizar a semeadura da cultura do milho

entre as velocidades de 4 e 6 km h-1, com dose de grafite entre 8 e 12 g kg-1 semente.

Palavras-chave: Zea mays, Qualidade de semeadura, Mecanização agrícola, Semeadoras,

Plantabilidade.

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ABSTRACT

EFFECT OF SEEDING SPEEDS AND DOSES OF SOLID LUBRICANT

ON ESTABLISHMENT OF MAIZE CROP

AUTHOR: ALENCAR ZACHI DA FONSECA

ADVISOR: MARCELO SILVEIRA DE FARIAS

This work aimed to evaluate the effect of sowing speeds and doses of solid lubricant on

the longitudinal distribution and population of corn plants, in two agricultural years, and also

to evaluate, among the statistical indicators, the one that best detects the spatial variability of

seeds. The study was conducted in Latossolo Vermelho, in an area of 0.36 hectares, located in

the municipality of Boa Vista das Missões, RS, Brazil. The experiment was carried out with the

Stara brand seed drill, model Victoria 3150. It was mounted with eight rows, spaced 0.45 m

each, with mechanical seed distribution, by means of a honeycomb disc, with 28 holes and an

opening of 11.5 mm, together with a 4 mm thick ring, with a 2 mm recess. The furrowers are

of the rod type for fertilizer and double offset disc for seeds and had an individual seed reservoir.

It was pulled by an agricultural tractor with compatible power. In each sowing strip, with a

width of 3.15 meters and a useful length of 10 meters, the acceptable spacings, faults and

doubles between plants were evaluated, at different sowing speeds (2.0; 4.0; 6.0;); 8.0 and 10.0

km h-1) which were organized and distributed by drawing lots, within each block, with four

repetitions. Each seed reservoir contained a dose of lubricant (0.0; 2.0; 4.0; 8.0; 12.0; 16.0; 20.0

and 24.0 g kg-1 of seed), where were sorted by drawing lots, in each seeding range. Data were

subjected to analysis of variance and means compared by Tukey test (ρ≤0.05). When the

interaction between factor levels was significant, the response surface model was adjusted, and

when it was not significant, general regression models were adjusted for seeding rates and

lubricant doses separately, as long as the factors were significant. . Statistical indicators were

also evaluated (Standard Error, Standard Deviation, Coefficient of Variation, Mean Absolute

Deviation and Mean Absolute Adjusted Deviation), in order to check which of these has the

greatest capacity to detect the spatial variability of seeds. It was observed in agricultural year 1

that, for speeds of 4 and 6 km h -1 the ideal doses of lubricant are 8 and 12 g kg-1 of seed. For

the second year, a similar behavior occurred, but the lubricant acts in the background, and with

the increase in work speed, there is a reduction in plantability. As for the variability indicators,

the Adjusted Absolute Mean Deviation, based on the reference distribution, was higher than the

others. In general, the increase in sowing speed causes an increase, not only in faulty and double

plants, but also in the spatial variability of plants, due to all the variability indicators used in

this work. It is recommended, when using mechanical seeders, to sow the maize crop at speeds

of 4 to 6 km h-1, with a dose of graphite between 8 and 12 g kg-1 seed.

Key words: Zea mays, Sowing quality, Agricultural mechanization, Sowing machines,

Plantability.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização das áreas agrícolas de cada safra agrícola, utilizadas no experimento.

.................................................................................................................................................. 26

Tabela 2 - Especificações técnicas da semeadora-adubadora utilizada no experimento. ......... 27

Tabela 3 - Velocidades de trabalho utilizadas com as marchas e rotação do motor. ................ 29

Tabela 4 - Intervalos de referência para os espaçamentos entre sementes. .............................. 30

Tabela 5 - Resumo da análise de variância para as variáveis: percentual de falhas, percentual de

duplas, percentual de aceitáveis, percentual de área ocupada em relação à área prevista e

população final de plantas por hectare na colheita 2019/2020 e 2020/2021. ........................... 34

Tabela 6 - Resumo da análise de variância o espaçamento entre sementes na linha, em

experimento de milho, conduzido nas safras agrícolas 2019/2020 e 2020/2021. .................... 39

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Falhas e duplas na distribuição de sementes nos discos alveolados. ....................... 18

Figura 2 - Localização geográfica das áreas experimentais (anos agrícolas 2019/2020 e

2020/2021) utilizadas no estudo. .............................................................................................. 25

Figura 3 - Conjunto mecanizado utilizado no experimento: trator agrícola MF 299 e semeadora-

adubadora Victoria 3150. .......................................................................................................... 28

Figura 4 – Croqui experimental utilizado nos dois anos agrícolas. .......................................... 29

Figura 5 -Representação do uso do GPS pelo operador durante a semeadura. ........................ 30

Figura 6 - Avaliação e mensuração da distribuição longitudinal de sementes. ........................ 31

Figura 7 - Modelo de superfície de resposta para a interação entre velocidade de semeadura (x,

em km h-1) e dose de lubrificante sólido (y, em g kg-1 de semente) sobre: a) percentual de

espaçamentos falhos, b) percentual de espaçamentos duplos, c) percentual de espaçamentos

aceitáveis, d) percentual de área ocupada em relação à área prevista, e) população final de

plantas por hectare nas safras agrícolas de 2019/2020 e 2020/2021. ....................................... 36

Figura 8 - Efeito da velocidade de semeadura (x, em km h-1) sob dose de lubrificante sólido (0,

2, 4, 8, 12, 16, 20 ou 24 g kg-1 de semente) sobre: a) percentual de espaçamentos falhos, b)

percentual de área ocupada em relação à área prevista e c) população final de plantas por

hectare, em experimento de milho, conduzido no ano agrícola 2020/2021. ............................ 37

Figura 9 - Modelo de superfície de resposta para a interação entre velocidade de semeadura (x,

em km h-1) e dose de lubrificante sólido (y, em g kg-1 de semente) sobre: a) percentual de

espaçamentos duplos e c) percentual de espaçamentos aceitáveis, no ano agrícola ................ 38

Figura 10 - Modelo de superfície de resposta para a interação entre velocidade de semeadura

(x, em km h-1) e dose de lubrificante sólido (y, em g kg-1 de semente) sobre: a) Média do

espaçamento entre sementes na linha (em cm), b) Desvio Padrão do espaçamento entre

sementes na linha (em cm), c) Erro Padrão do espaçamento entre sementes na linha (em cm),

d) Desvio Médio Absoluto do espaçamento entre sementes na linha (em cm), e) Desvio Médio

Absoluto Ajustado do espaçamento entre sementes na linha (em cm), e f) Coeficiente de

Variação do espaçamento entre sementes na linha (em %), em experimento de milho, no ano

agrícola 2019/2020. .................................................................................................................. 41

Figura 11 - Efeito da velocidade de semeadura (x, km h-1) sob dose de lubrificante sólido (0, 2,

4, 8, 12, 16, 20 ou 24 g kg-1 de semente) sobre: a) Média do espaçamento entre sementes na

linha (em cm), b) Desvio Padrão do espaçamento entre sementes na linha (em cm), c) Erro

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Padrão do espaçamento entre sementes na linha (em cm), d) Desvio Médio Absoluto do

espaçamento entre sementes na linha (em cm), e) Desvio Médio Absoluto Ajustado do

espaçamento entre sementes na linha (em cm), f) Coeficiente de Variação do espaçamento entre

sementes na linha (em %), em experimento de milho, conduzido no ano agrícola 2020/2021.

.................................................................................................................................................. 42

Figura 12 - Relação entre o percentual de sementes classificadas como aceitáveis e estatísticas

de variabilidade: a) Desvio Padrão; b) Erro Padrão; c) Desvio Médio Absoluto; d) Desvio

Médio Absoluto Ajustado; e e) Coeficiente de Variação do espaçamento entre sementes na

linha, em experimento de milho, no ano agrícola 2019/2020. ................................................. 43

Figura 13 - Relação entre o percentual de sementes classificadas como aceitáveis e estatísticas

de variabilidade: a) Desvio Padrão; b) Erro Padrão; c) Desvio Médio Absoluto; d) Desvio

Médio Absoluto Ajustado; e e) Coeficiente de Variação do espaçamento entre sementes na

linha, em experimento de milho, no ano agrícola 2020/2021. ................................................. 44

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 14

1.1 HIPÓTESE ...................................................................................................................... 15

1.2 OBJETIVOS.................................................................................................................... 15

1.2.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 15

1.2.2 Objetivos específicos .............................................................................................. 15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 16

2.1 SEMEADURA MECANIZADA ..................................................................................... 16

2.2 DISTRIBUIÇÃO LONGITUDINAL DE SEMENTES ................................................... 16

2.3 MECANISMOS DOSADORES DE SEMENTES........................................................... 17

2.4 DOSADOR DE SEMENTES DO TIPO MECÂNICO .................................................... 17

2.5 VELOCIDADE DE SEMEADURA ................................................................................ 19

2. 6 VARIABILIDADE ESPACIAL ENTRE PLANTAS ...................................................... 20

2.7 LUBRIFICANTE SÓLIDO .............................................................................................. 21

2.8 MODELOS ESTATÍSTICOS PARA QUANTIFICAR A VARIABILIDADE................. 22

2.8.1. Variância ..................................................................................................................... 22

2.8.2. Desvio Padrão da Média ............................................................................................ 23

2.8.3. Erro Padrão da Média ............................................................................................... 23

2.8.4 Desvio Médio Absoluto ................................................................................................ 23

2.8.5 Desvio Médio Absoluto Ajustado ............................................................................... 24

2.8.6 Coeficiente de Variação............................................................................................... 24

3. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 25

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL .................................................... 25

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO CONJUNTO MECANIZADO ............................................. 27

3.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................... 28

3.4 COLETA DE DADOS E AVALIAÇÕES ......................................................................... 30

3.4.1 Distribuição longitudinal ............................................................................................... 30

3.3 ANÁLISE DE DADOS .................................................................................................... 32

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 34

4.1 DISTRIBUIÇÃO LONGITUDINAL DE SEMENTES ................................................... 34

4.2 INDICADORES PARA AVALIAR A QUALIDADE DE SEMEADURA ...................... 39

5. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 46

6. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................... 47

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................... Erro! Indicador não definido.

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1. INTRODUÇÃO

O aumento no rendimento de grãos deve-se ao aumento da população de plantas,

redução no espaçamento entre linhas, irrigação e maior utilização de híbridos simples de alto

potencial de rendimento, encontrando-se lavouras que produzem em média acima de 12.000 kg

ha-1 (GRAFFITTI; RIBEIRO, 2020). Porém, a irregularidade na distribuição de plantas na linha

reduz a eficiência de aproveitamento de água, luz e nutrientes, aumentando o número de plantas

dominadas na lavoura, causando prejuízos em rendimento (SCHIMITT, 2014).

A cultura do milho necessita de melhor qualidade de semeadura (DIAS et al., 2009;

HÖRBE, 2015; VIAN, 2016); em observações de campo, ainda é baixa a qualidade na

distribuição de plantas na linha de semeadura (HÖRBE, 2015), que pode alterar a quantidade e

qualidade de radiação luminosa interceptada pelas plantas, (WEINIG, 2000; LIU et al., 2004).

Neste sentido, há uma preocupação com a variação espacial de plantas, principalmente na

precisão da distribuição de sementes, na semeadura.

População adequada e uniformidade de distribuição longitudinal das plantas de milho

na linha de semeadura é extremamente importante para alcançar alta produtividade. O milho é

altamente sensível às variações da população de plantas, ao espaçamento entre linhas, à

uniformidade de emergência e à uniformidade da distribuição de plantas na linha, pois apresenta

limitada plasticidade (SANGOI et al., 2011, SANGOI et al., 2012). É necessário que a planta

apresente condições adequadas de interceptação de radiação solar, através da população e

distribuição de plantas na área (FANCELLI; DOURADO NETO, 2000).

Um dos fatores capazes de aumentar a produtividade de uma lavoura, é a qualidade da

operação de semeadura, que pode ser afetada por inúmeras variáveis, principalmente pela

velocidade de semeadura (KURACHI et al., 1989). A velocidade de semeadura, associada à

profundidade de deposição das sementes, influenciam de forma direta no estabelecimento de

um bom estande de plantas. A população de plantas pode estar adequada na média, porém sua

distribuição heterogênea pode prejudicar a produtividade (SCHIMANDEIRO et al., 2006).

Alguns fatores específicos das sementes (dose, uniformidade de lote e utilização de

tratamentos com inseticidas e fungicidas) modificam o coeficiente de atrito das sementes,

dificultando o preenchimento adequado nos alvéolos do mecanismo dosador. Assim,

recomenda-se o uso de grafite como lubrificante (JASPER et al., 2006), para aumentar a

fluidez das sementes no depósito da semeadora e reduzir o atrito das sementes entre si e com

as partes internas da semeadora (CALAÇA, 2011). A adição de grafite deve ser feita após o

tratamento com o defensivo, afim de desempenhar sua função.

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Conforme destacado, altas velocidades de semeadura aumentam o espaçamento médio

entre sementes. Logo, para dada variabilidade (mesmo escore de Desvio Padrão), tratamentos

com maiores médias teriam menores escores de Coeficiente de Variação (CV), sugerindo maior

qualidade do processo de semeadura, o que poderia ser contraditório. O CV é a estatística

comumente empregada para avaliar a variabilidade de espaçamento entre plantas e a qualidade

da semeadura. Porém, um problema dessa estatística é o fato de associar no cálculo, a medida

de variabilidade (Desvio Padrão) e outra de posição central (média). Diante disso, outras

medidas de variabilidade podem, ou até mesmo, devem ser utilizadas.

1.1 HIPÓTESE

A precisão da distribuição de sementes no processo de semeadura é influenciada

negativamente pelas altas velocidades de semeadura. Como opção para minimizar este efeito,

o uso de lubrificante sólido pode atenuar a má distribuição, causada pelo excesso de velocidade.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar o efeito de velocidades de semeadura e de doses de lubrificante sólido sobre a

distribuição longitudinal e o efeito na população de plantas de milho.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Quantificar as sementes com espaçamentos aceitáveis, falhas e duplas em função

de diferentes velocidades de semeadura e doses de lubrificante sólido para semente.

b) Determinar o indicador estatístico que melhor expressa a variabilidade na

distribuição de sementes.

c) Validar o indicador Desvio Médio Absoluto Ajustado para determinar a

qualidade de semeadura.

d) Recomendar estratégias para melhorar a distribuição de plantas na linha de

semeadura, a fim de aumentar a uniformidade do espaçamento entre plantas.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 SEMEADURA MECANIZADA

A operação de semeadura é considerada uma das principais operações para garantir o

sucesso de uma lavoura. Possui papel importante no processo, desenvolvendo funções básicas

como: cortar a palha, abrir o sulco, distribuir sementes, controlar a profundidade de semeadura

e fechar o sulco para o recobrimento da semente (LOLI et al., 2018). Alguns fatores, como:

uniformidade no tamanho e forma das sementes; tipos de mecanismos dosadores, tipo de

sulcador, tipo de disco de corte); método (velocidade e regulagens); velocidade recomendada

para operação; profundidade de deposição de fertilizante e de sementes; espaçamento entre as

unidades de semeadura; definição da época de semeadura; verificação da população e o

espaçamento recomendados para cada cultura; operação na velocidade recomendada e

manutenção da máquina (WEIRICH NETO, 1999).

2.2 DISTRIBUIÇÃO LONGITUDINAL DE SEMENTES

O milho é uma cultura que não se adapta facilmente aos diferentes arranjos espaciais,

interferindo na produção final, devido ao pouco ou ausente efeito compensatório do milho

(plasticidade) quando se observa a ocorrência de espaçamentos falhos bem como de

espaçamentos duplos (ARGENTA; SILVA; SANGOI, 2001).

As semeadoras possuem algumas funções, dentre elas, as mais importantes são:

armazenamento das sementes, escoamento controlado das sementes no solo e, também, o

preparo do leito de semeadura e acabamento final do sulco (MIALHE, 2012). Assim, os

dosadores de sementes tornam-se componentes muito importantes em uma semeadora, pois

interferem diretamente no resultado final do estande de plantas (DIAS et al., 2009).

Quando a distribuição longitudinal de sementes não é uniforme, dois problemas são

detectados, o aparecimento de espaçamentos duplos e falhos. Na situação de sementes duplas,

a perda de produtividade é resultante da competição intraespecífica. No caso de falhas de

semeadura, o espaço, onde deveria estar uma planta, pode ser ocupado por plantas daninhas,

que, segundo Pinheiro-Neto et al. (2008), competirão com a cultura principal por luz, água,

nutrientes, CO2 e espaço, em um sistema denominado competição interespecífica.

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2.3 MECANISMOS DOSADORES DE SEMENTES

O processo operacional de semeadura mecanizada contribui para um sistema produtivo

de sucesso (MACEDO et al., 2016); por isso, neste processo é importante que a distribuição

longitudinal das sementes seja adequada, que quando aliada à profundidade correta de

deposição das mesmas no solo, se obtém posteriormente estande de plantas bem distribuído e

uniforme (ALMEIDA et al., 2010). Fatores esses, que são influenciados pela velocidade de

semeadura e pelo sistema dosador de sementes.

Os mecanismos dosadores são responsáveis por quantificar as sementes que serão

distribuídas, conduzindo-as da parte interna do depósito até o tubo condutor, para obtenção da

densidade de sementes desejadas e o mínimo de danos possíveis às mesmas (SILVA, 2000). O

acúmulo de sementes em alguns pontos pode favorecer o desenvolvimento de plantas mais altas,

gerando competição intraespecífica e reduzindo a produção individual de cada planta. Da

mesma forma, a falta de população de plantas também reduz a produção final, favorecendo a

infestação de plantas daninhas que comprometendo a produtividade.

As semeadoras diferem entre si pelo sistema dosador de sementes, podendo ser

classificadas em fluxo contínuo ou para sementes miúdas e de precisão, onde a dosagem é feita

de semente em semente. A Associação Brasileira de Normas Técnicas conceitua as semeadoras

de precisão como máquinas que distribuem as sementes no sulco, individualmente ou em

grupos, em linha e em intervalos regulares, segundo a densidade de semeadura pré-estabelecida

através das possíveis regulagens existentes no equipamento (ABNT, 1994).

2.4 DOSADOR DE SEMENTES DO TIPO MECÂNICO

O mecanismo dosador mecânico, ou perfurado, sistema mais utilizado nas semeadoras

de precisão (FRANCETTO et al., 2012), possui em seu disco dosador furos redondos, oblongos

ou formato especial, tecnicamente chamados de alvéolos, localizados nas bordas ou

concentricamente nos discos. Constituídos de uma base fundida, sustentam um eixo com pinhão

e engrenagem de acionamento da coroa, que possui um pino chanfrado de ambos os lados.

Sobre este disco localiza-se o platô, que limita o alojamento das sementes nos alvéolos,

ejetando-as, quando coincidirem com a abertura de saída de sementes (BALASTREIRE, 1987).

Os mecanismos dosadores de sementes mecânicos funcionam por meio da deposição

das sementes em discos perfurados (discos alveolados). As sementes são depositadas no disco,

que as conduz até a saída para o tubo condutor para liberação, onde serão conduzidas até o solo.

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Porém, é mais suscetível a falhas na uniformidade da distribuição e altamente influenciado pela

velocidade do conjunto mecanizado trator-semeadora para o seu correto funcionamento,

podendo duas sementes serem depositadas em um mesmo alvéolo, ou nenhuma, sendo

importante a escolha correta do diâmetro dos alvéolos do disco dosador de sementes.

Uma das alternativas é a adição de grafite nas sementes, para facilitar o escoamento das

mesmas nos reservatórios, como forma de facilitar o seu correto alojamento no disco alveolado,

a fim de melhorar a distribuição longitudinal de sementes ao longo do sulco de semeadura

(OLIVEIRA et al., 2007). Problemas na distribuição de sementes, como a ocorrência de falhas

e duplas podem ser observadas na Figura 1.

Figura 1 - Falhas e duplas na distribuição de sementes nos discos alveolados.

Fonte: Adaptado de MARTIN, 2020.

A regulagem desse sistema é feita por meio da troca dos discos alveolados de sementes

ou da relação de transmissão. A adequação do equipamento ao formato e tamanho das sementes

pode ser realizada com a troca dos discos alveolados. Para substituir os discos, articula-se a

base do mecanismo dosador com o fundo do reservatório de sementes para acesso ao disco.

Para o ajuste de população de sementes desejada, a regulagem ocorre pela troca de relação de

engrenagens, entre a roda de acionamento da semeadora e o eixo do mecanismo.

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2.5 VELOCIDADE DE SEMEADURA

Para uma boa precisão de distribuição de sementes, a velocidade de trabalho do conjunto

mecanizado é importante (EMBRAPA, 1998). Esta constatação corrobora com o que descrevem

Ivančan et al. (2004), onde velocidades de semeadura elevadas são cada vez mais utilizadas,

visando aumentar a capacidade operacional dos conjuntos mecanizados, isto é, a quantidade de

área semeada na unidade de tempo. Para velocidades de semeadura elevadas ou altas densidades

populacionais, ocorre o aumento da velocidade angular do disco dosador de sementes, que no

estudo de Carpes et al. (2016) houve tendência a reduzir o nível de precisão da semeadura.

Os dosadores de disco alveolado são mais sensíveis à elevação da velocidade periférica,

ocorrendo maior redução no percentual de espaçamentos aceitáveis com aumento da velocidade

(DIAS et al., 2014). Nas semeadoras, altas velocidades periféricas dos discos dosadores

alveolados resultam em maior índice de falhas visto que, o tempo disponível para as sementes

preencherem os alvéolos é menor. Quanto maior o diâmetro do disco, menor sua velocidade

periférica e, mais tempo terá o alvéolo para capturar a semente. Assim, as sementes podem não

ter tempo suficiente para saírem dos alvéolos, ocasionando falhas e danos (SIQUEIRA, 2007).

No estudo de Carpes et al. (2017), estes observaram que o aumento na densidade de

semeadura (60.000 a 90.000 sementes ha-1), e também, da velocidade periférica do disco

dosador de sementes, tanto pneumático quanto mecânico, teve diminuição dos espaçamentos

aceitáveis, para a maioria dos condutores, tendo relação direta com a qualidade de semeadura.

Ao aumentar a velocidade de trabalho do conjunto, maiores são os problemas na uniformidade

de distribuição das sementes na linha de semeadura (FRABETTI et al., 2011).

Ao estudarem dois mecanismos dosadores (mecânico e pneumático) na semeadura do

milho, Bottega et al. (2018) concluíram que, o aumento da velocidade de trabalho, de 4 para 8

km h-1, interfere na precisão e na distribuição das plantas. Esses dados corroboram com os

encontrados por Pinheiro-Neto et al. (2008) onde, a porcentagem de espaçamentos aceitáveis

reduz, e a população de plantas é alterada, não sendo obtida pelas semeadoras uma população

de plantas agronomicamente recomendada, devido ao aumento da velocidade de trabalho.

Da mesma forma, Gonçalves et al. (2018), ao avaliarem a influência da velocidade de

trabalho no desempenho de uma semeadora-adubadora, na cultura do milho, com a regulagem

para 70.000 plantas ha-1, utilizaram três velocidades de trabalho (5,29; 8,29; e 13,43 km h-1)

verificaram que, a velocidade de 5,29 km h-1 teve número de sementes mais próximo da

densidade esperada e conforme houve aumento da velocidade diminui o número de sementes

depositadas por metro, espaçamento entre sementes e, portanto, a uniformidade de semeadura.

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No sistema pneumático, Carpes et al. (2018) afirmam que, para velocidades elevadas, o

mecanismo raspador do sistema dosador de sementes, pode ser a causa para redução na

qualidade de distribuição. Pode ocorrer aumento dos percentuais de espaçamentos duplos, caso

sua função não seja feita adequadamente e ocorrer a exclusão de sementes normais (individual).

Também podem ocorrer falhas do preenchimento dos orifícios do disco, ou então a não retirada

de sementes duplas, alojadas nas bordas dos orifícios.

Com a baixa uniformidade na distribuição das plantas pode ocorrer o aproveitamento

ineficiente de recursos como luz, água e nutrientes, necessários para o bom desenvolvimento

da cultura. O mau aproveitamento desses recursos, pode influenciar também na população de

plantas com espigas para a cultura do milho, como observado por Garcia et al. (2006), onde à

medida que se aumentou a velocidade de trabalho do conjunto mecanizado, foi observado

menor número de plantas com espiga, afetando negativamente a produtividade.

A adoção de velocidades de trabalho elevadas compromete vários aspectos relacionados

à semeadura. VIERA & REIS (2001), consideram como velocidade ideal de semeadura aquela

em que o sulco é aberto e fechado com o mínimo revolvimento do solo possível, permitindo

distribuir sementes e insumos em quantidades, com espaçamentos e profundidades adequadas

e constantes. BOTTEGA et al (2018), obtiveram bons resultados para velocidade de trabalho

de 4 a 6 km h-1 na semeadura do milho, para o dosador pneumático. BRANQUINHO et al.

(2004) concluíram que, a velocidade de semeadura da soja até 7,3 km h-1 não alterou

significativamente a distribuição longitudinal de sementes.

O maior cuidado é dado a distribuição longitudinal das sementes, influenciada pela

velocidade periférica do disco dosador, através da velocidade de trabalho, durante a operação

de semeadura. Neste contexto, o uso de lubrificante sólido tem sido essencial, com o objetivo

de diminuir os danos mecânicos nas sementes, tentar minimizar os erros na distribuição

longitudinal de sementes na linha e melhorar o fluxo de sementes no depósito da semeadora.

2. 6 VARIABILIDADE ESPACIAL ENTRE PLANTAS

A variabilidade de espaçamentos entre plantas é causa de redução na produtividade de

culturas agrícolas (MEROTTO JUNIOR et al., 1999). Elevar a densidade de plantas tem sido a

forma de potencializar a produtividade de grãos de soja (KUSS et al., 2008) e de milho

(ALMEIDA et al., 2000; SANGOI et al., 2002). O aumento da produtividade das culturas,

devido ao melhor arranjo de plantas está associada ao aumento da radiação solar interceptada

(ANDRADE et al., 2002). Sendo assim, para que sejam obtidas diferentes densidades de

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semeadura e, por conseguinte, populações de plantas, são necessárias variações na regulagem

da semeadora, o que pode interferir na qualidade da dosagem de sementes, expressa na

distribuição de espaçamentos aceitáveis, múltiplos e falhos.

O aumento da capacidade operacional propiciada pelo uso de velocidades de trabalho

mais elevadas, pode comprometer a qualidade da semeadura (LIU et al., 2004; CANOVA et al.,

2007). Porém, Klein et al. (2002) afirmam que, maiores velocidades de semeadura, como 10,7

km h-1, não afetam a distribuição de plantas de soja. MELLO et al. (2007) ao analisarem as

velocidades de 5,4; 6,8 e 9,8 km h-1 na semeadura do milho, com discos alveolados horizontais

verificaram que, o aumento da velocidade reduziu a percentagem de espaçamentos normais

entre as sementes, independentemente do híbrido utilizado.

2.7 LUBRIFICANTE SÓLIDO

O tratamento fitossanitário de sementes promove alteração na distribuição de sementes

por disco perfurado horizontal, devido ao fato de que os principais produtos do mercado

conferem certa aderência às sementes, dificultando o enchimento dos alvéolos e,

consequentemente, o desempenho desse sistema (SILVA et al., 2009). Uma alternativa para

contornar a dificuldade de escoamento pode ser a utilização de um lubrificante inerte e sólido

como o grafite, que diminui tanto o coeficiente de atrito entre as sementes como também, com

as paredes do reservatório. Na maioria das vezes, a dosagem é feita empiricamente, sem levar

em consideração a quantidade a ser usada e o efeito do uso do grafite nos diferentes sistemas

de distribuição de sementes (MANTOVANI et al., 1999).

Para que a lavoura se desenvolva de forma satisfatória, alguns fatores específicos das

sementes, devem ser levados em consideração, como: dose, uniformidade de lote e a utilização

de tratamentos com inseticidas e fungicidas, pois estes modificam o coeficiente de atrito das

sementes, dificultando o preenchimento adequado nos alvéolos do mecanismo dosador, sendo

recomendado o uso de grafite como lubrificante (JASPER et al., 2006). O grafite tem como

função aumentar a fluidez das sementes no depósito da semeadora, reduzindo o atrito das

sementes entre si e com as partes internas da semeadora (CALAÇA, 2011).

A adição de grafite deve ser feita após o tratamento com o defensivo, para que possa

desempenhar sua função, estando em contato com a semente. Goulart (2000) observa que, a

adição de grafite junto às sementes com ou sem tratamento com fungicidas, não afetaram a

germinação, como a eficiência dos fungicidas no controle de fungos das sementes e no solo.

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Em estudo realizado por Santos et al. (2011), concluíram que, o melhor resultado foi

obtido pelo tratamento com Inoculante, o qual não diferiu do tratamento com Fungicida +

Inoculante + Grafite, constatando-se que, com o uso do grafite pode-se empregar

simultaneamente após inoculante e fungicida, assegurando a população inicial da lavoura. Os

autores também observaram que, as porcentagens de germinação em tratamento de semente

com grafite após passarem pelo mecanismo dosador (96,0%) não diferiram da testemunha que

também passaram pelo mecanismo (98,7%); portanto, demonstrou que a diferença não foi

causada pelo grafite. Mantovani et al. (1999) encontraram melhores resultados usando grafite

na dose de 4 gramas kg-1 de sementes; enquanto Jasper et al. (2006) encontraram a dosagem de

3,24 gramas de grafite kg-1 de semente como sendo a dose ótima.

2.8 MODELOS ESTATÍSTICOS PARA QUANTIFICAR A VARIABILIDADE

Caso todas as observações de uma dada variável apresentarem valores semelhantes, isso

demonstra que, em relação à variável, os indivíduos são parecidos. Por outro lado, se as

observações estão distantes, isso demonstra diferença entre os indivíduos, sendo que, quanto

maior for a dispersão, maior será a diferença. Em populações onde todos os indivíduos são

iguais, em determinada variável ou características, um indivíduo representa suficientemente

uma população, demonstrando uma dispersão nula. Em estudos estatísticos, é importante o

entendimento desta dispersão (FERREIRA, 2009). Pode-se citar algumas medidas de dispersão

usualmente empregadas em estudos estatísticos: Variância (V), Desvio Padrão (DP),

Coeficiente de Variação (CV), Erro Padrão da Média (EP), Índice de Variação (IV).

2.8.1. Variância

A variância representa a soma do quadrado dos desvios, dividido pelo tamanho da

amostra. Esta medida de dispersão, por mais que seja um parâmetro facilmente interpretado,

possui o inconveniente de apresentar um valor quadrado em relação a variável a ser estudada

(STORCK, 2015). A variância populacional pode ser calculada pela seguinte equação: 𝜎2 =

Σ(Xi−μ)2

𝑁, onde: Xi é o valor de cada observação da população; µ é a média populacional; e N é

o número de observações da população.

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2.8.2. Desvio Padrão da Média

O Desvio Padrão (DP) é muito utilizado para medir a variabilidade dos valores em torno

da média. Sendo o valor mínimo do DP igual a zero indica que não há variabilidade, ou seja,

são valores constantes. O DP é obtido pela raiz quadrada da variância. A vantagem do Desvio

Padrão em relação à Variância é a unidade de medida, pois o Desvio Padrão é apresentado na

mesma escala das observações da variável estudada e da média da amostra (STORCK, 2015).

2.8.3. Erro Padrão da Média

O Erro Padrão da Média (EP) demonstra a variabilidade entre as médias amostrais

obtidas da coleta de amostras da população, enquanto o DP mede a variabilidade de uma

amostra formada por valores únicos (CARGNELUTTI FILHO, 2014). O EP é usado para

estimar a precisão com que a média foi calculada. Valores baixos de EP indicam maior precisão

da média estimada da população.

Frequentemente, um DP maior resulta em um EP maior e uma estimativa menos precisa.

O maior tamanho amostral provoca um EP menor e maior precisão (CARGNELUTTI FILHO,

2014). O EP pode ser estimado pela divisão do Desvio Padrão pela raiz quadrada do número de

observações, conforme a seguinte equação: S𝑋 =𝑠

√𝑛.

2.8.4 Desvio Médio Absoluto

O Desvio Médio Absoluto (DMA) de um conjunto de dados é a distância média entre

cada valor e a média (CHOPRA, 2003). O DMA é uma forma de descrever a variabilidade em

um conjunto de dados. Além disso, nos ajuda a entender como os valores de um conjunto de

dados foram "distribuídos", dada pela equação DMA=∑ |Xi-X̅|

n. Essa métrica é usada para avaliar

as previsões através da soma dos erros absolutos. Utiliza-se esta técnica para verificar a

distância entre o predito e o realizado e, assim, utilizar a mesma unidade de medida dos dados,

facilitando assim a compreensão do erro. Como as técnicas anteriores, este indicador não mostra

o viés do modelo, caso exista algum (STORCK et al., 2015).

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2.8.5 Desvio Médio Absoluto Ajustado

O Desvio Médio Absoluto Ajustado (DMAAj) é definido como sendo a média do

Desvio Absoluto em todos os períodos em função de um valor referência, conforme a seguinte

expressão: DMAAj=∑ |Xi-X̅r|

n, onde: Xi o espaçamento ocupado pela i-ésima semente; n o

número de sementes avaliadas; e 𝑋𝑟 o espaçamento referência (originalmente previsto).

A diferença do DMA em relação ao DMAAj, é que este apenas leva em consideração

somente o quanto cada valor se distancia da média. Já o DMAAj é um ajuste do DMA,

utilizando um valor referência no cálculo. O DMAAj pode ser utilizado para indicar o quanto

cada espaçamento entre sementes se distancia do valor médio, isto é, do espaçamento referência

previsto. Assim, os tratamentos que se afastem da média originalmente prevista, apresentam

maiores escores de variabilidade, indicando menor precisão no processo de semeadura.

2.8.6 Coeficiente de Variação

O método mais usado para avaliar a qualidade de semeadura conforme Henrichsen et

al., 2021, é o Coeficiente de Variação (CV). Essa é uma medida de dispersão empregada para

estimar a precisão de experimentos fornecendo a variação dos dados obtidos em relação à

média, por meio da seguinte expressão matemática: 𝐶𝑉 =𝑆

𝑋× 100. Quanto maior for o C.V.

maior é a variação em relação a média, ou seja, aumenta a irregularidade de distância entre as

plantas (PIMENTEL-GOMES, 2009).

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3.MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL

O estudo foi conduzido em área experimental no município de Boa Vista das Missões,

Rio Grande do Sul, Brasil, em duas áreas destinadas ao cultivo agrícola de grãos, com SPD

consolidado há, aproximadamente 20 anos (Figura 2).

Figura 2 - Localização geográfica das áreas experimentais (anos agrícolas 2019/2020 e

2020/2021) utilizadas no estudo.

Fonte: O autor, 2021.

O clima da região é subtropical úmido com verão quente, tipo Cfa, com temperaturas

máximas do ar iguais ou superiores a 22 °C, temperaturas mínimas do ar entre -3 a 18 °C e

precipitação média anual entre 1.900 e 2.200 mm (ALVARES et al., 2013). O relevo da região

é suave ondulado e o solo presente na área experimental foi classificado como Latossolo

Vermelho (SANTOS et al., 2013) e com textura argilosa, em altitude média de 532 metros,

como apresentado no Tabela 1. O manejo utilizado nas áreas inclui a adoção do SPD.

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Tabela 1 - Caracterização das áreas agrícolas de cada safra agrícola, utilizadas no experimento.

Caracterização* Unidade Ano agrícola

2019/2020

Ano agrícola

2020/2021

Teor de argila kg kg-1 0,71 0,69

Teor de areia kg kg-1 0,18 0,21

Teor de silte kg kg-1 0,11 0,10

Densidade do solo Mg m-3 1,26 1,30

Umidade volumétrica do solo m³ m-3 0,50 0,52

Resistência à penetração kPa 2.05 2.16

Classificação do solo - Latossolo Vermelho distrófico típico

Unidade de mapeamento - Cruz Alta

Tamanho da área m² 3.600

Latitude ° 27°38′56″ S 27°38′05″ S

Longitude ° 53°21′25″ O 53°21′22″ O

Altitude da área m 530 535

Topografia da área - Plana Suave

Declividade da área Graus 3,36 12,68

*Profundidade de 0 a 20 cm.

As cultivares utilizadas foram escolhidas pelo produtor rural, por meio de

recomendações técnicas feitas pelo responsável técnico da propriedade. Utilizou-se o híbrido

simples Dekalb 230 PRO 3 de ciclo hiperprecoce, e o híbrido Brevant 2418 Leptra de ciclo

superprecoce, no primeiro e segundo ano, respectivamente.

O híbrido DKB 230 PRO 3 permite a utilização de alta população de plantas, porém o

híbrido B2418VYHR sugere a utilização de 70 a 80 mil plantas por hectare. A germinação

mínima das sementes dos híbridos foi de 90%, pureza de 98% e possibilidade de sementes

infestadas 3% (informações fornecidas pela empresa de sementes). Preconizou utilizar a mesma

densidade para ambos os híbridos, onde a semeadora foi calibrada para depositar 3,5 sementes

por metro linear e, assim atingir a densidade final de 77.778 sementes ha-1, determinada pelas

informações agronômicas do híbrido para a região de cultivo (Região 102), sugerindo a

utilização de 70 a 80 mil plantas por hectare.

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3.2 CARACTERIZAÇÃO DO CONJUNTO MECANIZADO

O experimento foi realizado com semeadora-adubadora marca Stara, modelo Victoria

3150, ano de fabricação 2008, com oito linhas espaçadas em 0,45 m cada, com distribuição

mecânica de sementes (disco alveolado de 28 alvéolos e abertura de 11,5 mm, anel de 4 mm de

espessura, com rebaixe de 2 mm), conforme a Tabela.

Tabela 2 - Especificações técnicas da semeadora-adubadora utilizada no experimento.

Parâmetros Características

Largura total (mm) 4570

Largura útil de trabalho (mm) 3150

Comprimento (mm) 4920

Altura (mm) 2170

Peso (vazio) (kg) 2500

Capacidade do reservatório de adubo (kg) 920

Capacidade do reservatório de sementes (kg) 240

Potência mínima requerida para tração (cv) 88

Fonte: Dados fornecidos pelo fabricante.

A semeadora-adubadora possuía disco de corte liso de 17”, mecanismo de abertura do

sulco e deposição de adubo do tipo haste sulcadora, mecanismo dosador de fertilizantes do tipo

rosca sem fim (FertiSystem), discos duplos desencontrados de 14” para abertura de sulcos para

as sementes, respectivamente, rodas aterradoras-compactadoras duplas em “V”. Os dosadores

possuíam acionamento mecânico, tanto os dosadores como os discos de sementes são de

plástico comum, o sentido de rotação do disco de semente foi o sentido contrário ao

deslocamento do conjunto trator-semeadora (anti-horário).

Na condução do experimento, utilizou-se um trator agrícola da marca Massey Ferguson,

modelo MF 299, tração tipo 4x2 TDA, com potência de 95,6 kW (130 cv), com pneus do tipo

diagonal: dianteiros 14.9x26R1 e traseiros 23.1x30R1 marca Goodyear, e peso/lastragem total

6704 kg-1 (dianteira 2682 kg-1=40% e traseira 4022 kg-1=60%) segundo informações do

fabricante. O ano de fabricação é 2012 e estava com 2.985 horas de uso. (Figura 3).

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Figura 3 - Conjunto mecanizado utilizado no experimento: trator agrícola MF 299 e semeadora-

adubadora Victoria 3150.

Fonte: O autor, 2021.

3.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental foi constituído de arranjo bifatorial, sendo eles:

velocidade de semeadura (2,0; 4,0; 6,0; 8,0 e 10,0 km h -1) e doses de lubrificante sólido para

semente (0,0; 2,0; 4,0; 8,0; 12,0; 16,0; 20,0 e 24,0 g kg -1 de semente). Tais tratamentos foram

dispostos em blocos casualizados e instalados como experimento fatorial, com cinco níveis para

o primeiro fator (velocidade de semeadura) e oito para o segundo fator (doses de lubrificante

sólido), totalizando 40 tratamentos para cada bloco, com quatro blocos.

A unidade amostral constiuída com largura útil de 3,15 m (largura de trabalho da

semeadora), foi avaliada com uma velocidade de trabalho diferente, organizadas e distribuídas

por meio de sorteio, dentro de cada bloco. Cada linha de semeadura possuía uma dose diferente

de lubrificante, ordenadas por sorteio, em cada faixa de semeadura. As unidades experimentais

foram constituídas pela distância percorrida de 10 metros do conjunto mecanizado (Figura 4).

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Figura 4 – Croqui experimental utilizado nos dois anos agrícolas.

Assim, cada linha continha uma dose diferente de grafite, para cada faixa. Dentro de

cada velocidade de semeadura, as oito linhas úteis haviam diferentes doses de grafite e, dentro

de cada bloco, eram realizadas cinco diferentes velocidades de semeadura, totalizando 160

unidades experimentais. As combinações de marchas e rotações do motor utilizadas para obter

as velocidades de semeadura estão descritas na Tabela 3.

Tabela 3 - Velocidades de trabalho utilizadas com as marchas e rotação do motor.

Nomenclatura

experimento

Velocidade de

semeadura (km h-1) Marcha de trabalho utilizada

Rotação do

motor (rpm)

V1 2,0 Segunda marcha, reduzida baixa 1.600

V2 4,0 Terceira marcha, reduzida, baixa 1.900

V3 6,0 Primeira marcha, simples, baixa 1.900

V4 8,0 Primeira marcha, simples, alta 2.000

V5 10,0 Segunda marcha, simples, baixa 1.900

Fonte: Dados fornecidos pelo fabricante.

Para garantir a velocidade constante durante a semeadura de cada faixa, utilizou-se

equipamento de navegação (GPS) acoplado no painel do trator para visualização do operador,

além de conferir o tempo utilizado para percorrer a distância utilizada através de cronômetro

(50 metros), como pode ser observado na Figura 5.

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Figura 5 -Representação do uso do GPS pelo operador durante a semeadura.

3.4 COLETA DE DADOS E AVALIAÇÕES

3.4.1 Distribuição longitudinal

Para avaliar a distribuição longitudinal de sementes, foi quantificado o índice de

espaçamentos duplos ou múltiplos, falhos e aceitáveis. Segundo a norma ABNT (1995) a

classificação de espaçamentos aceitáveis ocorre quando estão dentro da faixa de tolerância,

conforme a Tabela 4. O espaçamento nominal (X referência) é definido pela população desejada

por hectare. Por exemplo, 77.777 sementes/ha com espaçamento entre linhas de 0,45 m,

resultando em 3,5 sementes/m, com espaçamento nominal (X ref) de 28,57 cm.

Tabela 4 - Intervalos de referência para os espaçamentos entre sementes.

Tipo de espaçamento Intervalo de tolerância para X Múltiplo

< 0,5 X ref X < 14,28

0,5 X ref < Aceitável > 1,5 X ref 14,28 < X > 42,85

Falho > 1,5 X ref X > 42,85

X ref: espaçamento de referência equivalente a 28,57 cm. Fonte: Autor, adaptado de ABNT (1995).

Para garantir velocidade constante de semeadura, dentro de cada faixa de semeadura, de

50 metros de comprimento, foram descartados os 20 metros iniciais e também os 20 metros

finais da área experimental, sendo utilizados uma faixa central de 10 metros de comprimento

de cada linha, mantendo também, a largura total do experimento.

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Para a distribuição longitudinal de sementes utilizou-se o método proposto por Kurachi

et al., 1989; Mahl et al., 2004, onde a avaliação ocorreu a mensuração do espaçamento entre

uma semente e outra, em 10 metros lineares, iniciando na primeira semente no início da área

do experimento até a última semente dentro da faixa de avaliação, em todas as unidades

experimentais. Desta forma, adaptou-se a metodologia proposta, onde a mensuração foi feita

após a emergência total de plantas, realizada abertura do sulco ao longo da linha de avaliação.

Inicialmente realizou-se a abertura do sulco de semeadura a fim de encontrar as

sementes distribuídas proposta por Kurachi et al., 1989; Mahl et al., 2004 (Figura 6a). Porém,

utilizando esta metodologia, percebeu-se maior risco de alteração na distribuição da semente

pela semeadora, ao reabrir o sulco para a mensuração. Após, avaliou-se também a distribuição

espacial de modo geral, descrita por Tourino & Klingensteiner (1983), considerando como

ótimo desempenho, distribuição de 90 a 100% das sementes na faixa de espaçamentos

aceitáveis, bom desempenho de 75 a 90%, regular de 50 a 75%, e insatisfatório abaixo de 50%.

A avaliação foi baseada na distribuição de sementes, utilizando a planta como referência

para encontrar as sementes e também entre plantas no decorrer do sulco. Foi realizada a

avaliação logo após a semeadura e também na fase vegetativa V2 (duas folhas verdadeiras ou

totalmente expandidas) (Figura 6b). A estrutura da semente estava ainda visível e também, havia

menor risco de interferir na distribuição original, comparada ao método tradicional (Figura 6a).

Figura 6 - Avaliação e mensuração da distribuição longitudinal de sementes.

Fonte: O autor, 2021.

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3.3 ANÁLISE DE DADOS

Em cada parcela experimental, realizou-se a avaliação da distribuição longitudinal de

38 sementes sequenciais no primeiro ano agrícola (2019/2020) e de 26 a 42 sementes no

segundo ano agrícola (2020/2021). Considerou-se espaçamento aceitável aquele compreendido

entre 14,28 cm e 42,85 cm, (entre 0,5 e 1,5 vezes o espaçamento previsto de 28,57 cm). Como

duplas, espaçamento inferior a 14,28 cm e como falhas, espaçamento superior a 42,85 cm.

A seguir, pela relação do número de espaçamentos de cada caso (falhos, duplos e

aceitáveis) sobre o número total de sementes avaliadas, obteve-se o percentual de espaçamentos

em cada velocidade de semeadura e dose de lubrificante sólido. Também foi calculada a área

ocupada, percentual em relação à área prevista, descrita pela equação:

Á𝑟𝑒𝑎 𝑂𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑎 = Á𝑟𝑒𝑎 𝐸𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎𝑣𝑎 𝑂𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑎 (𝑁º 𝑃𝑙𝑎𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎𝑑𝑎𝑠 ∗ 𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜)

Á𝑟𝑒𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎 (𝑁º 𝑃𝑙𝑎𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎𝑑𝑎𝑠 ∗ 𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜)× 100

Para isso, considerou-se a área efetivamente ocupada pelas sementes avaliadas, vezes

seu espaçamento observado, dividido pela área prevista, obtida pela multiplicação do número

de plantas avaliadas, vezes o espaçamento previsto (28,5714 cm), multiplicado por 100.

Foram calculadas as estatísticas de variabilidade média, desvio padrão, erro padrão,

desvio médio absoluto, desvio médio absoluto ajustado e o coeficiente de variação para os

dados de espaçamento entre sementes.

Média - X̅= ∑ Xi

ni=1

n

Desvio Padrão - s=√∑ (Xi-X̅)2

n-1

Erro Padrão - S(X̅)=s

√n

Desvio Médio Absoluto - DMA=∑ |Xi-X̅|

n

Desvio Médio Absoluto Ajustado - DMAAj=∑ |Xi-X̅r|

n

Coeficiente de Variação - 𝐶𝑉 =𝑆

𝑋× 100.

sendo: Xi o espaçamento ocupado pela i-ésima semente; 𝑋 o espaçamento entre

sementes médio da parcela; n o número de sementes avaliadas; e 𝑋𝑟 o espaçamento referência

(originalmente previsto = 28,5714 cm).

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33

A seguir, com base nos dados percentuais de falhas, duplas, aceitáveis e área ocupada,

e nos valores das estatísticas de variablidade, procedeu-se a análise de variância para cada

variável e estatística. Para isso, realizou-se a estimativa dos componentes de variância, com o

uso do modelo matemático bifatorial, dado por: Yijk = μ + ai + dj + (ad)ij + βk + εijk, no qual

Yijk é o valor médio observado da variável resposta na parcela ijk, μ é a média geral, ai é o

efeito fixo do nível i (i = 2,0; 4,0; 6,0; 8,0 ou 10,0 km h-1) do fator velocidade de semeadura, dj

é o efeito fixo do nível j (j = 0,0; 2,0; 4,0; 8,0; 12,0; 16,0; 20,0 ou 24,0 g de lubrificante sólido

por kg de semente) do fator lubrificante sólido, (ad)ij é o efeito da interação do nível i do fator

velocidade de semeadura com o nível j do fator lubrificante sólido, βk é o efeito aleatório do

bloco (k = 1, 2 e 3) e εijk é o efeito do erro experimental, considerado normal e

independentemente distribuído com média zero e variância comum σ2 (STORCK et al., 2015).

Quando a interação entre os níveis dos fatores foi significativa, ajustou-se modelo de

superfície resposta. Quando a interação não foi significativa, ajustou-se modelos de regressão

gerais, para velocidades de semeadura e doses de lubrificantes, separadamente, desde que os

fatores apresentassem significância. Todas as análises foram realizadas a 5% de probabilidade

de erro, com auxílio dos programas estatísticos Sisvar (FERREIRA, 2009) e R (R Development

Core Team, 2021), e do aplicativo Microsoft Office Excel®.

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34

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 DISTRIBUIÇÃO LONGITUDINAL DE SEMENTES

No ano agrícola 2019/2020 verificou-se significância da interação dos efeitos principais

de velocidade de semeadura e doses de lubrificante sólido para percentuais de sementes com

espaçamentos falhos, duplos e aceitáveis, área ocupada e população (Tabela 5). Na safra

2020/2021, verificou-se significância da interação apenas para os percentuais de plantas duplas

e aceitáveis (Tabela 5). Diferentemente da safra anterior, não foi observada interação para

percentual de falhas, área ocupada e população, e em nenhuma das variáveis supracitadas foi

constatado efeito de doses de lubrificante. Porém, em concordância com o ano agrícola

2019/2020, o efeito de velocidade de semeadura foi expressivo, isto é, maior F calculado, e

significativo, em todos os casos.

Tabela 5 - Resumo da análise de variância para as variáveis: percentual de falhas, percentual de

duplas, percentual de aceitáveis, percentual de área ocupada em relação à área prevista

e população final de plantas por hectare na colheita 2019/2020 e 2020/2021.

Continuação

Estatística Falhas (%) Duplas (%) Aceitáveis (%) Área Ocupada (%) População

Safr

a 2

019/2

020

QMB 378,64 1,20 421,90 255,48 120912652,10

QMV 1879,59 627,60 4201,26 510,85 235246454,59

QMD 151,93 121,33 264,29 52,87 21843281,86

QMVD 140,37 51,62 230,00 81,62 35563559,99

QME 34,98 16,17 73,75 23,28 9850069,87

FcB 10,82* 0,07ns 5,72* 10,98* 12,28*

FcV 53,73* 38,81* 56,97* 21,95* 23,88*

FcD 4,34* 7,50* 3,58* 2,27* 2,22*

FcVD 4,01* 3,19* 3,12* 3,51* 3,61*

CVe (%) 44,61 80,17 10,51 4,52 4,29

Média 13,26 5,02 81,73 106,80 73139,78

2 km h-1 2,80 0,82 96,38 101,49 76750,70

4 km h-1 14,14 2,30 83,55 109,71 71207,25

6 km h-1 15,63 3,45 80,92 108,52 71913,03

8 km h-1 10,03 6,50 83,47 103,69 75261,87

10 km h-1 23,68 12,01 64,31 110,61 70566,02

0 g kg-1 13,68 7,89 78,42 106,02 73473,70

2 g kg-1 14,74 6,05 79,21 106,55 73295,56

4 g kg-1 11,84 6,58 81,58 106,10 73495,39

8 g kg-1 8,42 2,11 89,47 107,71 72494,44

12 g kg-1 12,37 3,42 84,21 106,70 73439,48

16 g kg-1 18,16 1,18 80,66 109,95 71117,88

20 g kg-1 12,89 5,79 81,32 107,16 72998,09

24 g kg-1 13,95 7,11 78,95 104,25 74803,66

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35

Conclusão

Estatística Falhas (%) Duplas (%) Aceitáveis (%) Área Ocupada (%) População

Safr

a 2

020/2

021

QMB 150,45 128,11 366,14 295,62 129908316,1

QMV 1550,99 1029,67 4978,80 343,94 171672745,5

QMD 40,76 58,83 95,34 78,26 39030598,2

QMVD 71,17 54,47 198,18 47,58 20459728,3

QME 51,54 29,46 100,23 76,83 33361293,8

FcB 2,92* 4,35* 3,65* 3,85* 3,8*

FcV 30,09* 34,95* 49,67* 4,48* 5,1*

FcD 0,79ns 2,00ns 0,95ns 1,02ns 1,1ns

FcVD 1,38ns 1,85* 1,98* 0,62ns 0,6ns

CVe (%) 46,39 43,52 13,89 8,35 7,7

Média 15,47 12,47 72,05 105,02 74578,6

2 km h-1 6,91 6,42 86,67 100,55 77842,6

4 km h-1 8,99 7,11 83,90 102,71 76045,1

6 km h-1 19,39 12,62 67,99 108,36 72193,7

8 km h-1 21,75 18,09 60,16 107,32 73077,0

10 km h-1 20,34 18,11 61,54 106,14 73734,8

0 g kg-1 17,29 10,75 71,96 108,74 71854,9

2 g kg-1 15,56 14,39 70,05 103,13 76108,4

4 g kg-1 14,53 11,09 74,39 105,42 74231,4

8 g kg-1 15,04 10,24 74,71 105,29 74123,8

12 g kg-1 13,31 12,38 74,31 102,16 76398,5

16 g kg-1 14,74 15,01 70,25 105,18 74664,3

20 g kg-1 15,71 12,72 71,58 104,24 74978,2

24 g kg-1 17,62 13,20 69,18 105,96 74269,8 *Efeito significativo, pelo teste F, em nível de 5% de probabilidade. ns Não significativo. Quadrado médio de

blocos *Efeito significativo, pelo teste F, em nível de 5% de probabilidade. ns Não significativo. [quadrado médio

de blocos (QMB), da velocidade de semeadura (QMV), da dose de grafite (QMD), da interação (QMVD) e do erro

(QME); valor e significância da estatística F para efeito de bloco (FcB), velocidade de semeadura (FcV), dose de

grafite (FcD) e da interação (FcVD)], coeficiente de variação experimental (CVe, em %), média do experimento

e médias de cada velocidade de semeadura (km h-1) e dose de lubrificante sólido (g kg-1 de semente).

Fonte: Elaborado por M. Toebe com dados de A.Z. Fonseca.

O Coeficiente de Variação (CV) (Tabela 5) foi elevado para falhas (13,26) e duplas

(5,02), corroborando com outros autores (MELLO et al., 2003; ORMOND et al., 2018; DIAS

et al., 2009). Para o percentual de aceitáveis, área ocupada e população, o CV foi de baixo a

médio (PIMENTEL-GOMES, 2009). A média de falhas (13,26%), com maior número de falhas

para aumento da velocidade de semeadura (Tabela 5 e Figura 7a). A média de duplas (5,02%),

com maior número de duplas para aumento da velocidade de semeadura e doses extremas de

lubrificante sólido (Figura 7b). A média de aceitáveis foi de 81,73%, sendo máximo (96,38%),

para a menor velocidade de semeadura, reduziu com aumento da velocidade (Figura 7c).

As doses centrais de lubrificante (8 e 12 g kg-1 de semente) permitiram a obtenção de

maior percentual de plantas aceitáveis. A área ocupada média foi de 106,80% em relação à área

prevista, indicando menor estande de plantas, em relação ao planejado. A maior área ocupada

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36

foi verificada para a maior velocidade de semeadura, seguida das velocidades de 4 e 6 km h-1

(Tabela 5 e Figura 7d). Assim, a população final foi inferior à planejada (Tabela 5 e Figura 7e).

Figura 7 - Modelo de superfície de resposta para a interação entre velocidade de semeadura

(x, em km h-1) e dose de lubrificante sólido (y, em g kg-1 de semente) sobre: a)

percentual de espaçamentos falhos, b) percentual de espaçamentos duplos, c)

percentual de espaçamentos aceitáveis, d) percentual de área ocupada em relação

à área prevista, e) população final de plantas por hectare nas safras agrícolas de

2019/2020 e 2020/2021.

Fonte: Elaborado por M. Toebe com dados de A.Z. Fonseca.

a) b)

c) d)

e)

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37

Com base nos dados dos anos agrícolas de 2019/2020 e 2020/2021 pode-se perceber

que, elevadas velocidades são prejudiciais, aumentando falhas, duplas, área ocupada e

reduzindo plantas aceitáveis e população de plantas. Segundo Ormond et al. (2018), velocidades

menores tiveram os melhores percentuais de espaçamentos normais, onde o aumento da

velocidade pode levar a maiores percentagens de espaçamentos falhos e duplos, e

consequentemente, redução da população de plantas, comprometendo a qualidade da

semeadura, corroborando com os resultados apresentados neste trabalho.

Neste sentido, o aumento da velocidade de semeadura resultou em maior número de

espaçamentos falhos (Figura 8a), duplos (Figura 9a), área ocupada (Figura 8b) e menores

percentuais de espaçamentos aceitáveis (Figura 9b) e de população final de plantas (Figura 8c),

especialmente para as velocidades de 6, 8 e 10 km h-1. O Coeficiente de Variação novamente

foi elevado para falhas e duplas, médio para percentual de aceitáveis e baixo para área ocupada

e população, assim como verificado para o ano agrícola 2019/2020.

Figura 8 - Efeito da velocidade de semeadura (x, em km h-1) sob dose de lubrificante sólido

(0, 2, 4, 8, 12, 16, 20 ou 24 g kg-1 de semente) sobre: a) percentual de espaçamentos

falhos, b) percentual de área ocupada em relação à área prevista e c) população final

de plantas por hectare, em experimento de milho, conduzido no ano agrícola

2020/2021.

Fonte: Elaborado por M. Toebe com dados de A.Z. Fonseca.

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38

Figura 9 - Modelo de superfície de resposta para a interação entre velocidade de semeadura (x,

em km h-1) e dose de lubrificante sólido (y, em g kg-1 de semente) sobre: a) percentual

de espaçamentos duplos e c) percentual de espaçamentos aceitáveis, no ano agrícola

2020/2021.

Fonte: Elaborado por M. Toebe com dados de A.Z. Fonseca.

O efeito das velocidades na distribuição longitudinal de sementes está relacionado ao

tipo do sistema de distribuição de sementes. Conforme Ferreira et al. (2019), semeadoras

mecânicas são mais susceptíveis ao aumento da velocidade do que as pneumáticas. Dalchiavon

et al. (2020) também obtiveram estas conclusões, ao estudarem velocidades de semeadura, na

cultura do girassol. Por outro lado, a dose de lubrificante também interfere, de forma secundária,

onde no ano agrícola 2019/2020 as melhores doses foram de 8 e 12 g por kg-1 de semente.

Em relação à média do espaçamento entre sementes no ano agrícola 2019/2020,

verificou-se número superior ao originalmente previsto e efeito significativo de todos os fatores

e da interação, destacando-se a velocidade de semeadura (Tabela 5). Contudo, o Coeficiente de

Variação experimental foi baixo (PIMENTEL-GOMES, 2009). Na Figura 8a, pode-se perceber

que, o maior espaçamento entre sementes foi verificado em condições de altas velocidades de

semeadura, especialmente pela maior ocorrência de falhas nessas condições (Tabela 5).

Quanto a distribuição em função das velocidades estudadas, segundo classificação

proposta por Tourino & Klingensteiner (1983), pode-se afirmar que, foi ótima no primeiro ano

agrícola para a velocidade de 2,0 km h-1, seguida das velocidades 4,0; 6,0 e 8,0 km h-1 com

classificação de boa distribuição. Para a velocidade 10,0 km h-1 a distribuição foi regular. Já,

para o segundo ano agrícola, as velocidades de 2,0 e 4,0 km h-1 apresentaram boa distribuição

e as demais velocidades, tiveram comportamento regular (Figura 9). Assim, entende-se que para

boa distribuição longitudinal de sementes deve-se utilizar as velocidades de 2,0 e 4,0 km h-1.

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39

4.2 INDICADORES PARA AVALIAR A QUALIDADE DE SEMEADURA

As cinco estatísticas utilizadas apresentaram padrão similar de resposta com pontos

mínimos, isto é, menor variabilidade para as menores velocidades de semeadura e nas doses

intermediárias de lubrificante sólido (8 e 12 g kg-1 de semente), e valores máximos de

variabilidade para a maior velocidade de semeadura (Tabela 6).

No ano agrícola 2020/2021, a média de espaçamento também foi superior à prevista.

Diferentemente da safra anterior, não foi constatado efeito significativo da dose de lubrificante

sólido nem da interação entre os dois fatores estudados. Contudo, em concordância com o ano

agrícola 2019/2020, efeitos significativos e valores F mais elevados foram obtidos para as

velocidades de semeadura. Desta forma, dado que a interação não foi significativa, ajustaram-

se modelos de regressão de maior grau significativo, para o efeito de velocidade.

Tabela 6 - Resumo da análise de variância o espaçamento entre sementes na linha, em

experimento de milho, conduzido nas safras agrícolas 2019/2020 e 2020/2021.

Continuação

Estatística Média DP EP DMA DMAAj CV

Safr

a 2

019/2

020

QMB 20,86 40,69 1,07 25,48 29,41 260,39

QMV 41,70 338,23 8,90 207,28 224,56 3128,72

QMD 4,32 16,11 0,42 9,15 9,26 234,95

QMVD 6,66 12,49 0,33 7,98 9,02 110,23

QME 1,90 5,94 0,16 3,63 3,55 62,91

FcB 10,98* 6,85* 6,85* 7,02* 8,29* 4,14*

FcV 21,95* 56,97* 56,97* 57,11* 63,33* 49,73*

FcD 2,27* 2,71* 2,71* 2,52* 2,61* 3,74*

FcVD 3,51* 2,10* 2,10* 2,20* 2,54* 1,75*

CVe (%) 4,52 23,55 23,55 23,53 22,91 23,59

Média 30,52 10,35 1,68 8,10 8,22 33,62

2 km h-1 29,00 5,59 0,91 4,32 4,32 19,12

4 km h-1 31,35 10,13 1,64 7,95 8,19 32,18

6 km h-1 31,01 10,85 1,76 8,57 8,62 34,94

8 km h-1 29,63 10,42 1,69 8,17 8,19 35,00

10 km h-1 31,60 14,74 2,39 11,47 11,78 46,86

0 g kg-1 30,29 11,45 1,86 9,03 9,11 37,65

2 g kg-1 30,44 10,27 1,67 8,18 8,35 33,49

4 g kg-1 30,31 11,44 1,86 8,54 8,56 37,47

8 g kg-1 30,77 8,93 1,45 6,75 6,72 28,45

12 g kg-1 30,49 9,99 1,62 8,13 8,28 32,54

16 g kg-1 31,41 9,64 1,56 7,83 8,14 30,34

20 g kg-1 30,62 10,03 1,63 7,81 8,15 32,18

24 g kg-1 29,79 11,04 1,79 8,48 8,44 36,84

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40

Conclusão

Estatística Média DP EP DMA DMAAj CV S

afr

a 2

020/2

021

QMB 24,13 30,21 1,20 20,97 21,33 267,08

QMV 28,08 359,06 11,49 287,53 299,97 3140,99

QMD 6,39 19,93 0,74 13,52 13,48 129,61

QMVD 3,88 13,74 0,51 9,84 9,51 107,64

QME 6,27 14,01 0,52 7,62 7,15 97,26

FcB 3,85* 2,16ns 2,33ns 2,75* 2,98* 2,75*

FcV 4,48* 25,62* 22,31* 37,72* 41,97* 32,29*

FcD 1,02ns 1,42ns 1,44ns 1,77ns 1,89ns 1,33ns

FcVD 0,62ns 0,98ns 1,00ns 1,29ns 1,33ns 1,11ns

CVe (%) 8,35 25,90 29,15 25,46 24,74 20,68

Média 30,00 14,45 2,46 10,84 10,81 47,68

2 km h-1 28,73 10,56 1,76 7,24 7,08 36,47

4 km h-1 29,35 11,20 1,88 8,05 8,00 37,96

6 km h-1 30,96 15,79 2,73 12,05 12,02 50,62

8 km h-1 30,66 17,79 3,06 13,71 13,71 57,67

10 km h-1 30,33 16,95 2,88 13,18 13,22 55,68

0 g kg-1 31,07 15,38 2,65 11,43 11,31 48,96

2 g kg-1 29,47 14,05 2,39 10,83 10,89 47,06

4 g kg-1 30,12 14,53 2,48 10,43 10,24 47,83

8 g kg-1 30,08 13,41 2,28 9,98 9,90 44,25

12 g kg-1 29,19 13,16 2,19 9,72 9,74 45,11

16 g kg-1 30,05 15,56 2,67 11,86 11,79 51,21

20 g kg-1 29,78 13,83 2,34 10,60 10,67 46,16

24 g kg-1 30,28 15,72 2,69 11,90 11,90 50,87 *Efeito significativo, pelo teste F, em nível de 5% de probabilidade. ns Não significativo. Quadrado médio de

blocos (QMB), da velocidade de semeadura (QMV), da dose de lubrificante sólido (QMD), da interação (QMVD)

e do erro (QME); valor e significância da estatística F para efeito de bloco (FcB), velocidade de semeadura (FcV),

dose de lubrificante sólido (FcD) e da interação (FcVD)], coeficiente de variação experimental (CVe, em %),

média do experimento e médias de cada velocidade de semeadura (km h-1) e dose de lubrificante sólido (g kg-1 de

semente) para: média (em cm), Desvio Padrão (DP, em cm), Erro Padrão (EP, em cm), Desvio Médio Absoluto

(DMA, em cm), Desvio Médio Absoluto Ajustado (DMAAj, em cm) e Coeficiente de Variação (CV, em %).

Fonte: Elaborado por M. Toebe com dados de A.Z. Fonseca.

Os resultados encontrados utilizando as cinco estatísticas estão de acordo com os

constatados para falhas, duplas e aceitáveis (Tabela 6 e Figuras 8a, 9a e 9b), indicando maior

regularidade de espaçamento para baixas velocidades de semeadura e doses intermediárias de

lubrificante sólido. Os pontos mínimos e máximos de variabilidade descritos anteriormente

podem ser observados abaixo na Figura 10.

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Figura 10 - Modelo de superfície de resposta para a interação entre velocidade de semeadura

(x, em km h-1) e dose de lubrificante sólido (y, em g kg-1 de semente) sobre: a)

Média do espaçamento entre sementes na linha (em cm), b) Desvio Padrão do

espaçamento entre sementes na linha (em cm), c) Erro Padrão do espaçamento

entre sementes na linha (em cm), d) Desvio Médio Absoluto do espaçamento entre

sementes na linha (em cm), e) Desvio Médio Absoluto Ajustado do espaçamento

entre sementes na linha (em cm), e f) Coeficiente de Variação do espaçamento entre

sementes na linha (em %), em experimento de milho, no ano agrícola 2019/2020.

Fonte: Elaborado por M. Toebe com dados de A.Z. Fonseca.

a) b)

c) d)

e) f)

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42

Para a Média, Desvio Padrão, Erro Padrão, Desvio Médio Absoluto, Desvio Médio

Absoluto Ajustado e Coeficiente de Variação houve aumento dos resultados com o aumento da

velocidade de semeadura, com pontos de máxima variabilidade entre 8 e 10 km h-1 (Figura 11a).

Os resultados ratificam os obtidos na safra anterior, pois o aumento da velocidade de semeadura

contribui para o aumento do espaçamento, influenciado pelo aumento de falhas e aumento da

variabilidade entre sementes, que posteriormente pode reduzir a eficiência de aproveitamento

de água, luz e nutrientes (SANGOI, 2012).

Figura 11 - Efeito da velocidade de semeadura (x, km h-1) sob dose de lubrificante sólido (0, 2,

4, 8, 12, 16, 20 ou 24 g kg-1 de semente) sobre: a) Média do espaçamento entre

sementes na linha (em cm), b) Desvio Padrão do espaçamento entre sementes na

linha (em cm), c) Erro Padrão do espaçamento entre sementes na linha (em cm), d)

Desvio Médio Absoluto do espaçamento entre sementes na linha (em cm), e) Desvio

Médio Absoluto Ajustado do espaçamento entre sementes na linha (em cm), f)

Coeficiente de Variação do espaçamento entre sementes na linha (em %), em

experimento de milho, conduzido no ano agrícola 2020/2021.

Fonte: Elaborado por M. Toebe com dados de A.Z. Fonseca.

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43

A estatística comumente utilizada para avaliar a variabilidade de espaçamento entre

sementes e a qualidade da semeadura é o CV, pois associa no cálculo, uma medida de

variabilidade (DP) e outra de posição central (Média). Para dada variabilidade, (mesmo escore

de DP), tratamentos com maiores médias teriam menores escores de CV, sugerindo

equivocadamente maior qualidade do processo de semeadura. A elevada velocidade de

semeadura aumenta a média do espaçamento, e o CV sofre interferência disto, não sendo a

melhor estatística a se utilizar. Assim, outras medidas de variabilidade devem ser empregadas.

Figura 12 - Relação entre o percentual de sementes classificadas como aceitáveis e

estatísticas de variabilidade: a) Desvio Padrão; b) Erro Padrão; c) Desvio Médio

Absoluto; d) Desvio Médio Absoluto Ajustado; e e) Coeficiente de Variação do

espaçamento entre sementes na linha, em experimento de milho, no ano agrícola

2019/2020.

Fonte: Elaborado por M. Toebe com dados de A.Z. Fonseca.

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44

No ano agrícola 2019/2020, a menor qualidade de ajuste foi encontrada para o

Coeficiente de Variação (Figura 12e), seguida pelo Desvio Padrão e Erro Padrão (Figuras 12a

e 12b), e Desvio Médio Absoluto (Figura 12c). O maior coeficiente de determinação (R² =

0,8485) foi obtido para o Desvio Médio Absoluto Ajustado (Figura 12d). Comportamento

similar foi constatado para o ano agrícola 2020/2021 (Figura 13).

Figura 13 - Relação entre o percentual de sementes classificadas como aceitáveis e estatísticas

de variabilidade: a) Desvio Padrão; b) Erro Padrão; c) Desvio Médio Absoluto; d)

Desvio Médio Absoluto Ajustado; e e) Coeficiente de Variação do espaçamento entre

sementes na linha, em experimento de milho, no ano agrícola 2020/2021.

Fonte: Elaborado por M. Toebe com dados de A.Z. Fonseca.

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45

Pode-se inferir que, o CV não é um bom indicador de variabilidade da distribuição

longitudinal de sementes, na linha de semeadura. Por outro lado, o Desvio Médio Absoluto e,

especialmente, o Desvio Médio Absoluto Ajustado com base no dado médio de referência, são

os melhores indicadores de variabilidade, apresentando melhor relação com o percentual final

de sementes, classificadas nos espaçamentos como aceitáveis.

Em suma, a estatística do Desvio Médio Absoluto Ajustado consegue descrever melhor

a variabilidade dos espaçamentos e o percentual final de plantas, que apresentarão espaçamento

dentro dos limites aceitáveis e, portanto, deve ser a estatística preferencialmente empregada.

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5. CONCLUSÕES

a) O aumento da velocidade de semeadura leva ao aumento de espaçamentos falhos

e duplos, e da variabilidade espacial de plantas. A utilização de doses de lubrificante sólido

interfere com menor intensidade sobre a qualidade de semeadura, em relação à velocidade.

b) O Desvio Médio Absoluto Ajustado, com base na distribuição referência,

apresentou a melhor capacidade preditiva, com maior coeficiente de determinação (R²).

c) O indicador Desvio Médio Absoluto Ajustado, com base na distribuição

referência, deve ser utilizado para avaliar a qualidade de semeadura, pois melhor explica a

variabilidade na distribuição de sementes.

d) Ao utilizar semeadora com dosador de sementes do tipo mecânica, deve-se

realizar a semeadura da cultura do milho entre as velocidades 4 e 6 km h-1, e a dose de grafite

entre 8 e 12 g kg-1 de semente.

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6. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Recomenda-se trabalhos com diferentes velocidades de semeadura e diferentes

densidades de semeadura, inclusive altas densidades (Ex: Dekalb 120.000 sementes). As plantas

de milho possuem pouca plasticidade na produtividade, não ocorrendo compensação produtiva

quando há um espaçamento falho ou duplo. A Velocidade continua sendo mais importante e tem

influência no híbrido. Depois da velocidade a população é mais importante que o lubrificante.

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