Alessandra Mendonça Torres Cintia Ramalho Caetano da Silva...

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Alessandra Mendonça Torres Cintia Ramalho Caetano da Silva Hardware adaptado para apoio ao desenvolvimento de portadores da Síndrome de Down Silva Jardim 2006 UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROF. JOSÉ DE SOUZA HERDY ESCOLA DE INFORMÁTICA SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

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  • Alessandra Mendona Torres

    Cintia Ramalho Caetano da Silva

    Hardware adaptado para apoio ao desenvolvimento de portadores da

    Sndrome de Down

    Silva Jardim

    2006

    UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROF. JOS DE SOUZA HERDY

    ESCOLA DE INFORMTICA SISTEMAS DE INFORMAO

    1.1.1 -

  • Alessandra Mendona Torres

    Cintia Ramalho Caetano da Silva

    Hardware adaptado para apoio ao desenvolvimento de portadores da

    Sndrome de Down

    Projeto Final de Curso apresentado como

    requisito final para concluso do curso de

    Sistemas de Informao da Universidade do

    Grande Rio Prof. Jos de Souza Herdy

    (UNIGRANRIO).

    Orientadora: Prof. Luciene Soares Motta

    Co-Orientador: Prof. Jos Luiz Thomaselli Nogueira

    Silva Jardim

    2006

    UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROF. JOS DE SOUZA HERDY

    ESCOLA DE INFORMTICA

    SISTEMAS DE INFORMAO

  • Hardware adaptado para apoio ao desenvolvimento de portadores da

    Sndrome de Down

    Alessandra Mendona Torres

    Cintia Ramalho Caetano da Silva

    Projeto Final de Curso apresentado como

    requisito final para concluso do curso de

    Sistemas de Informao da Universidade do

    Grande Rio Prof. Jos de Souza Herdy

    (UNIGRANRIO).

    Aprovado em Dezembro de 2006.

    BANCA EXAMINADORA

    _____________________________________________________________

    Profa. MsC. Luciene Cristina Soares Motta Orientadora

    Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO

    _____________________________________________________________

    Profo. MsC. Jos Luiz Thomaselli Nogueira Co-orientador

    Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO

    _____________________________________________________________

    Profo. BsC. Robson Rodrigues Vaz

    Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO

    _____________________________________________________________

    BsC. Fernanda Pereira da Costa

    Colgio Estadual Desembargador Jos Augusto Coelho da Rocha Junior

    _____________________________________________________________

    BsC. Marlene Prevot

    Rede Estadual de Ensino

    Silva Jardim

    2006

  • CINTIA RAMALHO CAETANO DA SILVA E

    ALESSANDRA MENDONA TORRES

    Hardware adaptado para apoio ao

    desenvolvimento de portadores da Sndrome de

    Down [Silva Jardim] 2006

    Xii, 75 p. 29,7 cm. (Escola de Informtica,

    2006).

    Projeto de Final de Curso - Universidade do

    Grande Rio, Escola de Informtica.

    1. Informtica 2. Educao Especial 3. Tecnologia Assistiva

    I. EIN/UNIGRANRIO II. Ttulo (srie)

  • i

    Dedicamos esse trabalho a Deus, pelo privilgio de viver.

    A nossa famlia por tudo que vocs representam pra ns. Vocs

    fazem parte dessa realizao. Pelos erros e acertos, por tudo que

    somos, dedicamos esse trabalho a vocs.

  • ii

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente a Deus, pelo presente que foi desenvolver este trabalho.

    Minha gratido, amor e fidelidade sempre e sempre.

    A querida orientadora Luciene Motta, com quem tive a oportunidade de

    aprender muito durante esse projeto. Obrigada pela confiana depositada em ns para o

    desenvolvimento desse trabalho. Sei o quanto voc desejou v-lo pronto. Obrigada pelo

    tempo dedicado, pelos finais de semana. Nosso convvio foi muito importante.

    Meu carinho, reconhecimento e amizade.

    Ao Professor Jos Luiz, pelo carinho, dedicao e amizade. Obrigada por

    me permitir entrar no convvio de sua famlia.

    Meu carinho, reconhecimento e amizade.

    Ao Coordenador da Escola de Informtica, Cludio Mendes, obrigada pelo

    incentivo e pela ateno.

    O meu muito obrigado!

    Aos professores da Escola de Informtica que formam uma grande famlia.

    Aprendi muito com vocs. Obrigada por tudo!

    Meu agradecimento e reconhecimento.

    Aos amigos de Projeto, Massao e Samuel. Foi muito bom trabalhar com

    vocs. Contem sempre comigo, que essa parceria venha gerar muitos frutos.

    Meu sincero agradecimento!

    As Professoras, Marlene Prevot e Fernanda Pereira. Obrigada pelo tempo

    dispensado para nos ajudar.

    Muitssimo obrigado!

    Aos meus pais, Csar e Lilian, amigos de todas as horas. Obriga pelo

    carinho e incentivo que so essenciais na minha caminhada. Obrigada pelos princpios que

    me foram ensinados, tudo que sou devo a vocs. Agradeo a cada dia pelo esforo que

    vocs fizeram para hoje eu estar me formando, s nos sabemos tudo que passamos.

    Obrigada pelas madrugadas de espera, pelas oraes, pelo investimento financeiro, pelo

    lanchinho na porta do nibus, pela preocupao, etc. Sei que vocs esto se formando

    junto comigo. Obrigada por tudo. Vocs so incansveis!

    Meu amor, sempre e sempre.

    Ao meu esposo, Caetano, meu sacerdote, meu amor, meu amigo, meu

    cmplice, meu brao forte, meu incentivador de todas as horas. Voc em todos os

    momentos esteve de forma surpreendente me ajudando e incentivando, nas horas difceis,

    de desistncia, de cansao, voc como sempre, nunca me deixou desistir. Obrigada pelas

    oraes, pelas noites da esperando o nibus, pelas noites me ajudando no projeto, pelos

    conselhos, por tudo. S nos sabemos o quanto abrimos mo para realizao desse sonho.

    Mais uma etapa ns vencemos. Obrigada por sempre poder contar com voc.

    Te amo muito. Mil beijos.

  • iii

    Aos meus sogros, Helio e Ana, obrigada pelo filho to especial que vocs

    geraram.

    Amo muito vocs.

    A minha tia, Eliane, por me receber em sua casa. Foi muito importante sua

    ajuda. Obrigada por tudo!

    Meu muitssimo obrigado!

    Aos meus tios, Celeste e Paulo, por me receber em sua casa, pelas noites

    que tambm esperou no ponto do nibus. Foi muito importante sua ajuda. Obrigada por

    tudo.

    Amo muito vocs.

    Aos meus primos, Safira, Marcela e Rodrigo, obrigada por dividir o quarto e

    muitas vezes, a cama de vocs comigo.

    Obrigado lindinhos! Amo muito vocs!

    Ao meu tio, Luiz Cludio, por todo investimento que voc fez na minha

    vida.

    Te amo muito. Valeu Tio!

    Aos meus pastores, Washington e Rachel Aras. Obrigada pelas oraes!

    Amo vocs!

    Aos amigos, Claudia Brum, Leandro Ferreira e Angelo Dinardo. Vocs

    sabem como tudo comeou. Nem tenho como agradecer.

    Amo muito vocs.

    Aos amigos mais que fiis, Betnia, Jaqueline e Sandro. Obrigado por

    sonhar comigo!

    Receba meu carinho e fidelidade!

    A amiga, Brbara Seixa, que aprendi a amar. Amiga de nibus que sempre

    ouviu as reclamaes e tambm meus sonhos e projetos. Obrigada por sonhar comigo.

    Valeu Brbara. Voc 10.

    A amiga Ca Castro, que sempre esteve pronta para ajudar, sua ajuda foi

    muito importante para concluso desse projeto. Obrigada por tudo.

    Meu sincero agradecimento

    Aos amigos Nazar e Clio, obrigada por tudo, a concluso desse trabalho

    s foi possvel com a ajuda de vocs.

    Meu muito obrigado!

    Ao amigo virtual, Ricardo Hoffmam, que mesmo sem nos conhecer

    demonstrou muito interesse pelo nosso trabalho. Sua ajuda foi muito importante. Creio que

    esse trabalho no terminar aqui.

    Agradeo muito.

  • iv

    Agradeo a todos que direta ou indiretamente ajudaram neste trabalho,

    perdoe-me se esqueci de citar algum nome. Simplesmente agradeo. Obrigada a todos!

    Durante todo o perodo que estive realizando este projeto, foi necessrio

    abrir mo de muitas coisas: tempo, famlia, passeios, noites de sono, etc, porm foi um

    tempo de investir em meus sonhos. Um tempo que nos trouxe a certeza que posso fazer

    algo que mudar a realidade de muitas pessoas.

    Cintia Ramalho Caetano da Silva

    Em primeiro lugar, a Deus, por me dar foras para conseguir terminar meu

    curso e realizar um sonho. Sonho este que para muitas pessoas pode parecer impossvel,

    mas eu consegui.

    Em segundo lugar, aos meus pais, que sempre me incentivaram e nunca me

    deixaram desanimar, nem nas horas mais difceis, nem nos momentos em que eu estava

    mais cansada, pois sempre tinham uma palavra de nimo para mim. Sempre pude contar

    com vocs para tudo que precisei. At quando eu ficava decorando meus questionrios,

    trabalhos e etc, depois vocs me perguntavam para saber se eu realmente tinha aprendido.

    Nem todos tm a sorte de ter pais como os que eu tenho. Tambm por todos as noites que

    ficaram me esperando chegar e me trouxeram para casa. Muito obrigada!!! Sem a ajuda de

    vocs eu no teria conseguido chegar at aqui. Amo vocs demais!

    Agradeo ainda a nossa Orientadora, professora Luciene, por toda a sua

    dedicao com nosso projeto, por sempre me dar fora e incentivo, mesmo tendo que me

    dar uns puxes de orelha de vez em quando. Pelas noites de sono perdida, corrigindo tudo

    que a gente escrevia, sempre tentando melhorar ainda mais nosso projeto. Foi bom ter voc

    como nossa orientadora.

    Obrigada por tudo mesmo!

    Agradeo tambm ao professor e Co-orientador Jos Luiz por sua pacincia

    e boa vontade que sempre demonstrou conosco.

    No posso esquecer a minha colega, Cntia, que dedicou-se de corpo e alma

    a este projeto e sem ela, talvez esse trabalho no tivesse ficado to bom. Foi muito bom

    trabalhar com voc.

    Obrigada por tudo Cintia!

    Alessandra Mendona Torres

  • v

    O amor sofredor, benigno; o amor no invejoso; o amor no

    se vangloria, no se ensoberbece, no se portai

    inconvenientemente, no busca os seus prprios interesses, no se

    irrita, no suspeita mal; no se regozija com a injustia, mas se

    regozija com a verdade; tudo sofre, tudo cr, tudo espera, tudo

    suporta.

    1 Corntios 13:4-7

  • vi

    RESUMO

    As grandes potncias atualmente so aquelas que investiram na educao. O Japo

    hoje uma das grandes potncias mundiais graas ao grande investimento que o pas ainda

    realiza na educao da populao. Certamente, o caminho para o desenvolvimento passa

    pelo investimento na educao. Portanto, fcil perceber que o Brasil ainda precisa de

    muito investimento na educao para mudar o quadro de pas em desenvolvimento, j que

    educao encontra-se com problemas em todas as modalidades, como por exemplo, a

    Educao Inclusiva, carente de recursos, tanto humanos quanto financeiros.

    Este trabalho visa contribuir, usando a informtica como ferramenta, para o

    desenvolvimento e aprimoramento das prticas voltadas para a Educao Inclusiva.

    Dados do Censo Escolar de 2005 (MEC/INEP) registram que a participao do

    atendimento inclusivo cresceu, no Brasil, passando dos 24,7% em 2002 para 41% em

    2005.[MEC & INEP, 2005].

    Como proposta, apresentado um mouse adaptado para auxiliar no

    desenvolvimento cognitivo de portadores de Sndrome de Down. Este mouse

    desenvolvido com materiais de baixo custo, o que o torna um equipamento mais acessvel

    em termos financeiros do que os equipamentos existentes no mercado.

    Palavras-chave: Educao inclusiva, Sndrome de Down, Hardware adaptado.

  • vii

    SUMRIO

    RESUMO ............................................................................................................................. vi

    LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... ix

    LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... x

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ....................................................................... xi

    1 - Introduo ..................................................................................................................... 13

    2 - O universo de um portador da de Sndrome de Down ............................................. 15

    2.1 - Tipos de Sndrome de Down .............................................................................................................. 21

    3 - Fundamentao Terica .............................................................................................. 24

    3.1 - Educao Especial .............................................................................................................................. 24

    3.2 - Tecnologias Assistivas ....................................................................................................................... 25

    3.3 - Instituies e seus trabalhos desenvolvidos no Brasil ........................................................................ 29

    3.3.1 - APAE - RIO ............................................................................................................................... 30

    3.3.2 - NCE ............................................................................................................................................ 31

    3.3.3 - FENASP ..................................................................................................................................... 32

    3.3.4 - SSD ............................................................................................................................................. 33

    3.3.5 - Grupo de Discusso RJ Down .................................................................................................... 33

    3.3.6 - FEASPERJ ................................................................................................................................. 33

    3.3.7 - ARFEF ........................................................................................................................................ 33

    3.3.8 - CEPDE ....................................................................................................................................... 33

    3.3.9 - AACD ......................................................................................................................................... 34

    3.3.10 - APADASG ............................................................................................................................... 34

    3.3.11 - Centro Municipal de Reabilitao de Cabo Frio ....................................................................... 34

    3.3.12 - ABRASPP ................................................................................................................................ 35

    3.3.13 - GAPEB ..................................................................................................................................... 35

    3.3.14 - TERRA ELETRNICA ........................................................................................................... 35

    4 - Materiais e Mtodos ..................................................................................................... 39

  • viii

    4.1 - Confeco do prottipo do mouse adaptado ....................................................................................... 39

    4.1.1 - Primeiro prottipo ....................................................................................................................... 41

    4.1.2 - Segundo prottipo ....................................................................................................................... 42

    4.2 - Adaptao Eletrnica ......................................................................................................................... 42

    4.2.1 - Funcionamento dos mouses atuais .............................................................................................. 43

    4.2.2 - - Mouse optomecnico ................................................................................................................ 43

    4.2.3 - Mouse ptico .............................................................................................................................. 45

    4.2.4 - Prs e contras de adaptar os modelos existentes ......................................................................... 45

    4.2.5 - Adaptao proposta .................................................................................................................... 46

    4.3 - Testes com o mouse proposto............................................................................................................. 46

    4.3.1 - Objetivo do teste ......................................................................................................................... 46

    4.3.2 - Verificaes necessrias ............................................................................................................. 46

    4.3.3 - Metodologia para aplicao dos testes ........................................................................................ 47

    5 - Divulgao do trabalho realizado ............................................................................... 49

    5.1 - Primeira palestra ................................................................................................................................. 49

    5.2 - Segunda palestra ................................................................................................................................. 50

    5.3 - Terceira palestra ................................................................................................................................. 51

    5.4 - Quarta palestra .................................................................................................................................... 53

    6 - Concluso ...................................................................................................................... 55

    6.1 - Trabalhos futuros ................................................................................................................................ 55

    Anexos ................................................................................................................................. 56

    ANEXO I - Apresentao utilizada nas palestras .................................................................................. 56

    ANEXO II Questionrio com os professores ...................................................................................... 62

    ANEXO III Questionrio com os pais ................................................................................................ 63

    Apndice ............................................................................................................................. 64

    Referncias Bibliogrficas ................................................................................................ 83

  • ix

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Trissomia do cromossomo 21 ......................................................................................................... 15

    Figura 2: Correlao entre idade materna e nascimento de crianas com SD ................................................ 16

    Figura 3: Criana com Sndrome de Down .................................................................................................... 17

    Figura 4: Mos de uma criana com Sndrome de Down............................................................................... 17

    Figura 5: Mos de uma criana com Sndrome de Patau ............................................................................... 21

    Figura 6: Mos de uma criana com Sndrome de Edwards .......................................................................... 22

    Figura 7: Mos de uma criana com Mosaicismo .......................................................................................... 23

    Figura 8: Teclado Adaptado ........................................................................................................................... 26

    Figura 9: Estabilizador de Punho e Abdutor de Polegar ................................................................................ 27

    Figura 10: Mascara de Teclado ...................................................................................................................... 27

    Figura 11: Mouse Barban ............................................................................................................................... 28

    Figura 12: Alunos utilizando o laboratrio de informtica ............................................................................ 30

    Figura 13: Pessoa utilizando o Motrix ........................................................................................................... 31

    Figura 14: Pessoa utilizando o DOSVOX ...................................................................................................... 32

    Figura 15: Tela do DOSVOX ........................................................................................................................ 32

    Figura 16: Projeto Informtica na Educao .................................................................................................. 34

    Figura 17: Roller Mouse ................................................................................................................................ 36

    Figura 18: Switch Mouse ............................................................................................................................... 36

    Figura 19: Mouse ++ ...................................................................................................................................... 37

    Figura 20: Lupa Eletrnica ............................................................................................................................. 38

    Figura 21: Prottipo do mouse adaptado ........................................................................................................ 40

    Figura 22: Primeiro Prottipo ........................................................................................................................ 41

    Figura 23: Segundo Prottipo ........................................................................................................................ 42

    Figura 24: Estrutura interna do mouse optomecnico .................................................................................... 43

    Figura 25: Disco perfurado ............................................................................................................................ 44

    Figura 26: Disco perfurado entre o foto-interruptor ....................................................................................... 44

    Figura 27: Mouse ptico ................................................................................................................................ 45

    Figura 28: Autora Alessandra na UNIGRANRIO.......................................................................................... 49

    Figura 29: Autora Cintia na UNIGRANRIO ................................................................................................. 50

    Figura 30: Alunos do Colgio Cenecista ........................................................................................................ 51

    Figura 31: Autora Cintia no Colgio Cenecista ............................................................................................. 51

    Figura 32: Alunos do Colgio Jos Augusto .................................................................................................. 52

    Figura 33: Autora Cintia no Colgio Jos Augusto........................................................................................ 53

    Figura 34: Alunos do Colgio Mrcio Dulio ................................................................................................ 53

    Figura 35: Autora Cintia no Colgio Mrcio Dulio ...................................................................................... 54

  • x

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Evoluo da Matrcula de Alunos com Necessidades Especiais ............................................... 25

  • xi

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AACD Associao de Assistncia das Crianas Deficientes

    ABRASPP Associao Brasileira de Sndrome Ps-Plio

    APADASG Associao de Pais e Amigos dos Deficientes de Audio de So

    Gonalo

    APAE Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais

    ARFEF Associao de Reabilitao e Pesquisa Fonoaudiolgica

    CAA Comunicao Alternativa e Aplicada

    CEPDE Conselho Estadual para a Poltica de Integrao de Pessoa Portadora

    de Deficincia

    CINET Centro Integrado de Educao e Trabalho

    INFOESP Informtica na Educao Especial

    EE Educao Especial

    FAMERP Faculdade de Medicina de So Jos do Rio Preto

    FEASPERJ Federao das Associaes Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro

    FENASP Federao Nacional das Associaes Pestalozzi

    GAPEB Grupo Assistencial Professor Eurpedes Barsanulpho

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

    MEC Ministrio da Educao e Cultura

    NCE Ncleo de Computao Eletrnica

    NIED Ncleo de Informtica Aplicada Educao da UNICAMP

    PROINFO Programa Nacional de Informtica na Educao

    PROJIS Projeto Internet & Sade

    RIBIE Rede Iberoamericana de Informtica Educativa

  • xii

    REACESS Feira Nacional de Acessibilidade e Reabilitao

    REATECH Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitao, Incluso e

    Acessibilidade

    RJ Rio de Janeiro

    SD Sndrome de Down

    SEEC Secretaria de Estado da Cultura

    SSD Sociedade Sndrome de Down

    UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

    UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

    UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

    UNIEMP Universidade-Empresa

    UNIGRANRIO Universidade do Grande Rio

  • 13

    1 - Introduo

    O aumento do uso de computadores nas ltimas dcadas provocou a necessidade de

    inserir a cultura digital tambm no contexto educacional, uma vez que esperado que

    grande parte das pessoas sejam capazes de executar tarefas bsicas no computador.

    Conseqentemente, as escolas foram impulsionadas a montar laboratrios para incluir

    digitalmente seus alunos, a comear pela educao infantil. Com tantos atrativos

    relacionados a formas, cores, sons e etc, os alunos entram na era digital, tendo a certeza

    que podem ir muito mais alm da incluso digital. Os recursos viabilizados pelos

    computadores tm possibilitado aos alunos novos meios e estmulos de aprendizado,

    atravs da utilizao de softwares educacionais, da Internet, do uso de redes, multimdia e

    etc, facilitando assim o processo de outras aprendizagens.

    Dentro do contexto educacional encontra-se a educao especial (EE), que

    desenvolvida atravs de adaptaes pedaggicas, curriculares e materiais no ensino-

    aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais, que muitas vezes

    freqentam escolas tradicionais.

    Crianas com necessidades especiais so aquelas que, por alguma espcie de

    limitao requerem certas modificaes ou adaptaes no programa educacional,

    a fim de que possam atingir seu potencial mximo. Essas limitaes podem

    decorrer de problemas visuais, auditivos, mentais ou motores, bem como de

    condies ambientais desfavorveis. [ZACHARIAS, 2006]

    A atual estrutura dos computadores no permite que uma pessoa portadora de

    necessidades especiais tenha uma total interao com o meio. Elas necessitam de recursos

    especializados para superar ou minimizar suas limitaes. Por isso, esse trabalho prope a

    criao de um hardware adaptado, que no somente inclua digitalmente, mas apie o

    desenvolvimento cognitivo da pessoa, oferecendo um ambiente de aprendizagem adaptado

    as suas necessidades, estimulando o crescimento, o conhecimento, a criatividade, a auto-

    estima, etc.

    De acordo com Afonso,

    Hardware adaptativo um hardware que, desempenha as mesmas funes que o

    convencional, porm se encontra adaptado para poder ser utilizado por pessoas

    com incapacidades fsicas. [AFONSO, 1998].

    Diante dessa definio e a partir de um minucioso levantamento bibliogrfico o

    trabalho tem como objetivo propor um mouse adaptado, simples e de fcil utilizao para

  • 14

    apoiar a alfabetizao, estimular o desenvolvimento cognitivo e facilitar o aprendizado de

    portadores de Sndrome de Down.

    A Sndrome de Down foi escolhida como base para esse projeto, pois comum

    encontrar em escolas regulares crianas portadoras dessa deficincia e tambm pela

    enorme capacidade que essas crianas tm de romper limites e transpor barreiras.

    A informtica modifica totalmente a forma como os alunos aprendem, pois requer

    interao e participao ativa nas atividades, possibilitando que o prprio aluno dite o seu

    ritmo de crescimento, desenvoltura, interesse, criatividade, etc. No apenas o computador

    e suas tecnologias que apiam o aluno com necessidade especial, mas so recursos

    materiais e pedaggicos devidamente adaptados que levam o aluno a pensar, aprender e

    crescer tanto cognitiva como emocionalmente.

    Dessa forma, o presente trabalho justifica-se pela necessidade das escolas pblicas

    municipais e estaduais disponibilizarem na sua estrutura tecnolgica, um laboratrio com

    hardwares adaptados para atender a alunos com Sndrome de Down ou qualquer outra

    necessidade especial, que possam ser adquiridos a baixo custo, que seja de boa qualidade e

    que leve os alunos com SD a um pleno desenvolvimento escolar utilizando hardwares

    adaptados.

    A preocupao da escola no deve ser apenas com a incluso digital desses alunos,

    mas sim na utilizao desta forma de ensino como um estimulador do potencial que essas

    pessoas tm.

  • 15

    2 - O universo de um portador da de Sndrome de Down

    A Sndrome de Down (SD) uma alterao gentica que acontece na

    formao do beb no incio da gravidez [UNIEMP, 2003]. uma freqente forma de

    atraso mental, causada por uma alterao do nmero de cromossomos. Conforme

    PUESCHEL [1999, p.60], na criana com Sndrome de Down, a diviso celular apresenta

    uma distribuio defeituosa dos cromossomos. Um indivduo normal possui um total de 46

    cromossomos, divididos em 23 pares. A pessoa com Sndrome de Down possui 47

    cromossomos, sendo o cromossomo extra ligado ao par 21, por isso a Sndrome de Down

    tambm chamada de trissomia do cromossomo 21.

    uma anomalia gentica que causa alteraes no organismo devido ao excesso

    de material gentico, cuja origem a cincia ainda no pde determinar com

    preciso. Um beb com SD pouco ativo, molinho, o que chamamos hipotonia.

    [SANTIAGO et al., 1997, p. 2].

    A Figura 1 representa o conjunto de cromossomos de uma clula de uma pessoa

    portadora de SD.

    Figura 1: Trissomia do cromossomo 21

    Fonte: [PROJIS, 2004].

    Como pode ser observado, o par 21 apresenta um cromossomo extra, podendo

    ento visualizar a trissomia (trs cromossomos) no par 21.

  • 16

    Foi comprovado atravs de estudos que aps os 35 anos a mulher tem maior

    probabilidade de ter filhos com a SD.

    comprovado que a idade materna, e, em menor grau, tambm a paterna,

    podem influenciar na m-formao do feto, mas, alm desses, suspeita-se de

    outros fatores, como alteraes hormonais na me, exposio ao Raio-X, a

    substncias qumicas e agentes infecciosos em geral. [SANTIAGO et al., 1997,

    p. 4].

    Como pode ser observado na Figura 2, h uma relao muito importante entre o

    nascimento de uma criana com SD e a idade materna.

    Figura 2: Correlao entre idade materna e nascimento de crianas com SD

    Fonte: [BURNS, 1991]

    Outro ponto que ser bastante discutido so as caractersticas fsicas apresentadas

    pela criana com SD. A criana com SD possui caractersticas muito diferentes em relao

    a uma criana sem a sndrome.

    Algumas das caractersticas fsicas das crianas com Sndrome de Down so:

    achatamento da parte de trs da cabea, inclinao das fendas palpebrais,

    pequenas dobras de pele no canto interno dos olhos, lngua proeminente, ponte

    nasal achatada, orelhas ligeiramente menores, boca pequena, tnus muscular

    diminudo, ligamentos soltos, mos e ps pequenos, pele na nuca em excesso.

    [ABC DA SADE, 2001]

    A Figura 3 ilustra a aparncia facial de uma criana portadora de SD, que apresenta

    caractersticas particulares da sndrome, citadas anteriormente.

  • 17

    Figura 3: Criana com Sndrome de Down

    Fonte: [JONES, 1998, p. 12]

    Uma das caractersticas marcantes na anatomia de um portador de SD so suas

    mos grossas, curtas, seus dedos pequenos e seu tnus muscular diminudo, que limitam

    seu desenvolvimento motor.

    As limitaes motoras e cognitivas esto bem descritas na literatura, sendo que

    se observa uma predominncia dos dficits motores no perodo referente

    primeira infncia e uma predominncia dos dficits cognitivos na idade escolar.

    [GARCIAS et al., 1995, p. 31]

    A Figura 4 mostra as mos de uma criana com SD, onde pde-se verificar suas

    mos grossas, curtas, com dedos pequenos, etc.

    Figura 4: Mos de uma criana com Sndrome de Down

    Fonte: [JONES, 1998, p. 12]

    A criana com SD no somente apresenta caractersticas diferentes na sua

    anatomia, mas tambm na sua formao cerebral.

  • 18

    Segundo Pinter [PINTER et al., 2001, p. 3], em sua pesquisa encontrou um menor

    volume de matria cinzenta e branca no crebro dos portadores de Sndrome de Down,

    alm da hipoplasia cerebral, que uma espcie de m formao do crebro, pode ser global

    ou de uma rea especfica como vermis (rea estreita localizada na regio central do

    cerebelo relacionada principalmente com equilbrio) ou hemisfrios cerebelares

    (relacionados principalmente com coordenao). O volume dos lobos frontais, tambm so

    reduzido nos portadores da Sndrome de Down, eles so responsveis pelos dficits

    cognitivos, incluindo a falta de ateno e a tendncia a perseverao. Os lobos frontais

    controlam as habilidades motoras aprendidas, coordenam as expresses faciais e os gestos

    expressivos.

    Uma pessoa com SD capaz de aprender tudo que uma pessoa normal pode

    aprender, porm, de forma bem mais lenta. O portador da SD precisa ser estimulado desde

    o nascimento para vencer suas limitaes. Por isso h necessidade de uma ateno especial

    em relao ao atraso no desenvolvimento dessas crianas. A limitao mais freqente na

    SD o atraso mental, porm o desenvolvimento motor e da linguagem tambm so mais

    lentos, alm da deficincia de audio, problemas oculares e problemas ortopdicos.

    Uma das maiores dificuldades que a criana com SD encontra na escola o seu

    ritmo de desenvolvimento, que mais lento, em relao ao restante da turma. Outro fato

    a discriminao vinda por parte dos colegas de classe ou at mesmo pais e/ou professores.

    Jose Miguel Lopes Melero [MELERO, 1998], educador que coordena o Projeto Roma em

    Mlaga, define assim o princpio que norteia seu trabalho: "O desenvolvimento da

    inteligncia est condicionado pelo contexto, ou melhor, pela qualidade do contexto, em

    princpio familiar e depois escolar e social".

    A educao da pessoa com Sndrome de Down deve atender s suas

    necessidades especiais sem se desviar dos princpios bsicos da educao

    proposta s demais pessoas. A criana deve freqentar desde cedo escola, e

    esta deve valorizar, sobretudo os acertos da criana, trabalhando sobre suas

    potencialidades para vencer as dificuldades. A educao especial, garantida por

    lei ao deficiente, deve atender aos seguintes objetivos: respeitar a variao

    intelectual de cada um, oferecendo iguais possibilidades de desenvolvimento,

    independente do ritmo individual; Valorizar a criana ou jovem, incentivando-o

    em seu processo educacional; Realizar planejamentos e avaliaes peridicas, a

    fim de poder suprir todas as necessidades do grupo (gerais e individuais), com

    constante reavaliao do trabalho. [ENTRE AMIGOS, 2003].

    Na escola o aluno desenvolve sua capacidade de aprendizagem, adquire valores e

    princpios. A escola a grande incentivadora do aluno com necessidade especial, pois alm

    do ensino bsico ela ajuda o aluno a romper suas limitaes.

  • 19

    Um outro aspecto importante o desenvolvimento cognitivo. A psicologia

    cognitiva estuda o modo como as pessoas percebem, aprendem, recordam e

    pensam sobre a informao. O processo de percepo dos seres humanos sobre

    determinado acontecimento ou experincia afeta fortemente as respostas

    emocionais, comportamentais e fisiolgicas e so diferentes de pessoa para

    pessoa. [CAETANO, 2003]

    As dificuldades cognitivas de uma criana com SD se acentuam na idade escolar,

    pois nessa fase elas superam suas dificuldades fsicas e encontram dificuldades no

    aprendizado, na percepo, no desenvolvimento. Por isso, nessa fase a criana deve ser

    bem acompanhada por aqueles que atuam diretamente com elas, desenvolvendo atividades

    que envolvam outros recursos tecnolgicos, como a informtica.

    Um ponto bastante relevante o estimulo, ele importantssimo para o

    desenvolvimento de qualquer atividade educacional, que por sua vez deve ser atrativa ao

    aluno. O estimulo deve ocorrer nas reas de limitaes, ele deve vir no somente por parte

    do ambiente de trabalho ou das atividades em si, mas tambm por parte do professor, que

    o condutor das atividades.

    O objetivo da informtica na Educao Especial oferecer mais uma ferramenta de trabalho para o desenvolvimento cognitivo dos alunos, seja no

    enriquecimento do trabalho pedaggico, bem como na instrumentalizao para a

    capacitao profissional dos alunos que puderem se beneficiar deste recurso.

    [NCLEO APRENDIZADO E DESENVOLVIMENTO, 2003]

    A informtica no somente mais uma ferramenta de trabalho em sala, mas sim

    ferramenta riqussima para apoiar o aluno e o professor. A informtica d ao aluno a

    possibilidade de desenvolver novas experincias e ao professor resultados mais slidos e

    eficazes.

    A informtica pode desempenhar um papel importante tambm na educao

    especial, permitindo que as pessoas construam seus prprios conhecimentos. O

    uso da computao na educao especial aumentou o grau de interesse dos

    alunos em aprender novos contedos e o interesse em trabalhar em equipe,

    havendo uma valorizao da solidariedade entre as crianas. [TANAKA, 2003]

    A informtica traz novos paradigmas educacionais, como: modificaes no

    currculo e no material didtico dos alunos e professores. Essas modificaes se tornam

    importantssimas na educao especial, que alvo de estudos para que seja possvel a

    obteno de resultados mais palpveis como interesse, criatividade, etc.

    Atualmente existem inmeros projetos para capacitar e qualificar professores e

    profissionais que lidam com pessoas que sejam portadoras de alguma necessidade

    educacional especial. O importante que haja um acompanhamento de profissionais que

    conheam sobre Sndrome de Down, para um melhor aproveitamento da criana.

    [SANTIAGO et al., 1997, p. 15]

  • 20

    Para que o professor venha ser esse instrumento de apoio e acompanhamento do

    aluno, ele precisa passar por um processo de capacitao e qualificao. De nada adiantaria

    ter um dispositivo poderoso para trabalhar e o professor no estar capacitado para da dar

    esse apoio to importante ao aluno.

    O acompanhamento essencial para o desenvolvimento de qualquer atividade

    educacional, pois mesmo sendo o aluno que dite o ritmo de crescimento e interesse, o

    professor nortear as atividades para que sejam obtidos resultados timos.

    Os portadores de SD tm vencido suas limitaes. Atualmente no pas existem

    inmeros projetos em funcionamento que no utilizam adaptaes de hardware para apoio

    aos portadores de Sndrome de Down. Mesmo sendo conhecedores que as adaptaes so

    de grande importncia para o desenvolvimento dessas pessoas, temos uma grande barreira

    a romper esses hardwares adaptados so caros e as escolas pblicas no tem recursos

    financeiros para investir na compra desses equipamentos.

    Uma das dificuldades de um portador de SD que atualmente nas escolas,

    principalmente da rede pblica, no existem equipamentos adequados s suas limitaes.

    Eles podem e devem realizar as mesmas tarefas que um indivduo normal, mas necessitam

    de adaptaes com hardwares e softwares. O problema que os equipamentos adaptados

    disponveis no mercado atualmente so caros e as escolas no tm recursos para adquiri-

    los.

    De um modo geral, as potencialidades de uma criana com Sndrome de Down no

    so valorizadas devido ao atraso no seu desenvolvimento mental, fsico e social. Por isso,

    se no forem estimuladas ao crescimento, se tornam ociosas diante da nova realidade.

    Quando essas crianas ingressam em uma escola tradicional ou at mesmo numa escola

    especial, normalmente so excludas de atividades que dificultem de alguma forma sua

    interao.

    O professor deve estar atento a esse tipo de situao, pois o preconceito e a

    excluso bloqueiam o desenvolvimento do aluno criando barreiras no aprendizado que

    podem at mesmo anular todo o crescimento j obtido.

    O ser humano tende a no incentivar o aprendizado do portador de Sndrome de

    Down, j que esse aprendizado envolve custo, tempo e muita dedicao. At porque para

    muitas pessoas o computador ainda no visto como uma ferramenta que pode auxiliar na

    aprendizagem.

  • 21

    De acordo com Melo, os portadores desta sndrome possuem necessidades

    educacionais especiais, pois apresentam limitaes na capacidade de aprendizagem e em

    seu desenvolvimento fsico, mental e social. [MELO, 2002] Por isso, as novas tecnologias

    ajudam ao portador da Sndrome de Down a exercer sua cidadania, realizando tarefas que

    at ento no podia realizar. Isso faz com que suas habilidades cresam de forma natural e

    acelerada.

    2.1 - Tipos de Sndrome de Down

    A Sndrome de Down divida em trs tipos: trissomia 21 simples, translocao e

    mosaicismo.

    A Trissomia 21 simples a mais comum e caracterizada pela presena do material

    gentico em excesso no par de cromossomos 21. Este tipo de SD atinge cerca de 95% dos

    portadores desta sndrome. [BATISTA, 2002, p. 10]

    A Translocao atinge cerca de 4% dos casos e ocorre quando um pedao do

    cromossomo 21 se rompe e se adere a outro cromossomo. O individuo com translocao

    tem a maioria das caractersticas da trissomia no cromossomo 21. [BATISTA, 2002, p. 10]

    A Translocao apresenta caractersticas especficas dependendo do cromossomo

    que a caracteriza. Se a Trissomia for do cromossomo 13, o indivduo ter a Sndrome de

    Patau. [MANICA et al., 2000, p. 5]. Um indivduo com a Sndrome de Patau apresenta:

    deficincia mental, surdez, lbio e/ou palato fendido e anomalias cardacas. Cerca de 88%

    morrem no 1 ms de vida e 5% morrem at o 6 ms. [JONES, 1998, p. 21]

    A Figura 5 mostra as mos de uma criana com a Sndrome de Patau, que apresenta

    as mos grossas e curtas, com o segundo dedo sobreposto ao terceiro e o primeiro dedo

    torto.

    Figura 5: Mos de uma criana com Sndrome de Patau

  • 22

    Fonte: [JONES, 1998, p. 21]

    Quando a Trissomia for do cromossomo 18, caracterizada a Sndrome de

    Edwards. Esta sndrome apresenta ms formaes mltiplas, como: deficincia mental e

    crescimento; hipertonicidade; implantao baixa das orelhas; mandbula recuada; rim

    duplo; dedos das mos imbricados (2 e 3 dedos), hipoplasia das unhas, posio das mos

    caractersticas com tendncia a punho fechado hlux curto e fletido dorsalmente, calcneo

    proeminente e reas simples nas polpas digitais. Somente cerca de 5% a 10% sobrevive o

    1 ano. [JONES, 1998, p. 17]

    A Figura 6 ilustra a mo de uma criana com Sndrome de Edwards, que apresenta

    as mos grossas e curtas, com os dedos muito juntos, e o primeiro e segundo dedo

    sobreposto ao terceiro.

    Figura 6: Mos de uma criana com Sndrome de Edwards

    Fonte: [JONES, 1998, p. 17]

    O Mosaicismo atinge cerca de 1% dos portadores da SD. Este tipo ocorre quando os

    portadores apresentam dois tipos de clulas: um com 46 cromossomos e outro com 47

    cromossomos, o que quer dizer que s algumas clulas do corpo tm trissomia 21 e no

    todas. [BATISTA, 2002, p. 17] Algumas caractersticas apresentadas so: crescimento pr-

    natal deficiente; deficincia mental severa; anomalias nas juntas; estrabismo;

    hipertelorismo; crescimento varivel; pescoo curto ou alado; orelhas com lobos alterados.

    A maior parte morre na fase ps-natal, os que sobrevivem apresentam severa deficincia

    mental e motora. [JONES, 1998, p. 26]

    Segundo Rodini e Souza [2002], quanto menor o nmero de clulas trissmicas,

    menor o envolvimento fentipico, por isso os portadores de mosaicismo so menos

    afetados que os portadores dos outros tipos de Sndrome de Down.

  • 23

    A Figura 7 apresenta as mos de uma pessoa com mosaicismo, que por causa de seu

    crescimento varivel apresenta os dedos com tamanhos diferentes e muito separados uns

    dos outros.

    Figura 7: Mos de uma criana com Mosaicismo

    Fonte: [JONES, 1998, p. 26]

    Pode-se perceber que a limitao motora ocorre nos trs tipos de SD. Ela uma

    caracterstica que todo portador de SD apresenta, uns mais e outro menos, dependendo do

    nvel de hipoplasia cerebral apresentada.

    Com isso, torna-se necessrio um trabalho rigoroso e eficaz do estimulo motor, para

    que a pessoa desenvolva firmeza e autoconfiana e assim, possa vencer suas limitaes

    motoras.

  • 24

    3 - Fundamentao Terica

    O trabalho ter como base terica artigos e teses publicadas por estudantes e

    profissionais da rea de educao especial, informtica educativa e pedagogia, onde cada

    autor na sua particularidade contribui para o enriquecimento e xito deste trabalho.

    3.1 - Educao Especial

    Por educao especial, conforme especificado na Lei n 9.394/96, de 20 de

    dezembro de 1996 e o Decreto n 3.298, de 20 de dezembro de 1999, entende-se,

    um processo educacional definido em uma proposta pedaggica que assegure

    recursos educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar,

    complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os servios

    educacionais comuns, de modo a garantir a educao escolar e promover o

    desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam

    necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da

    educao bsica. [MEC, 2001]

    Cerca de 14,6% da populao brasileira portadora de alguma necessidade

    educacional especial [IBGE, 2000], conforme apresentado na Tabela 1. Mesmo com esse

    nmero expressivo de pessoas com algum tipo de deficincia, h poucas adaptaes na

    sociedade para que estes indivduos possam interagir socialmente. [Brum & Canal, 2004,

    p. 2]

    O artigo Publicado no IV RIBIE Tecnologias para Educao Especial, escrito

    pelas professoras MSc. Mrcia de Borba Campos, MSc. Milene Selbach Silveira e Dra.

    Lucila Maria Costi Santarosa [CAMPOS et al., 1998], aborda sobre a educao especial e

    as ajudas tcnicas para cada deficincia, e mostra que atravs dessas ajudas tcnicas

    podemos diminuir as limitaes das pessoas portadoras de necessidades especiais.

    Segundo Tefilo Alves Galvo Filho em seu artigo, As novas tecnologias na

    escola e no mundo atual: Fator de incluso social do aluno com necessidades especiais?

    [GALVO, 2002], as adaptaes de acessibilidade e as tecnologias assistivas so as

    tecnologias para incluso social da pessoa com necessidades educacionais especiais,

    podendo ser: fsicas e rteses, ou adaptaes de hardware, ou softwares especiais de

    acessibilidade.

    Como pode ser visto na Tabela 1, h um crescimento de aproximadamente 41% na

    evoluo das matrculas dos alunos com necessidade especial no pas, do ano de 1996 a

    2003.

  • 25

    Tabela 1: Evoluo da Matrcula de Alunos com Necessidades Especiais

    Fonte: [MEC/INEP/SEEC, 2003]

    1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

    Tipo de

    Necessidade

    Quantidade

    Alunos

    Quantidade

    Alunos

    Quantidade

    Alunos

    Quantidade

    Alunos

    Quantidade

    Alunos

    Quantidade

    Alunos

    Quantidade

    Alunos

    Quantidade

    Alunos

    Deficincia

    Visual 8.081 13.875 15.473 18.629 8.019 8.570 9.622 20.521

    Deficincia

    Auditiva 30.578 43.241 42.584 47.810 35.545 36.055 35.582 56.024

    Deficincia

    Fsica 7.921 13.135 16.463 17.333 10.764 12.182 11.817 24.658

    Deficincia

    Mental 121.021 189.370 181.377 197.996 178.005 189.499 199.502 251.506

    Deficincia

    Mltipla 23.522 47.481 42.582 46.745 41.726 47.086 50.484 62.283

    Condutas

    Tpicas 9.529 25.681 8.994 9.223 7.739 9.190 9.744 16.858

    Superdotao 490 1.724 1.187 1.228 454 692 625 1.675

    Outras - - 28.666 35.165 18.268 20.125 20.521 66.850

    Total Brasil 201.142 334.507 337.326 374.129 300.520 323.399 337.897 500.375

    Tal fato prova a necessidade de investimentos na rea de educao especial,

    reabilitao, tecnologia, acessibilidade, etc., que venham apoiar o desenvolvimento e

    facilitar a integrao dessas pessoas na sociedade.

    3.2 - Tecnologias Assistivas

    Denomina-se Tecnologia Assistiva qualquer item, pea de equipamento ou

    sistema de produtos, adquirido comercialmente ou desenvolvido artesanalmente,

    produzido em srie, modificado ou feito sob medida, que usado para aumentar,

    manter ou melhorar habilidades de pessoas com limitaes funcionais, sejam

    fsicas ou sensoriais. [ENTRE AMIGOS, 2003]

    Existem no mercado atual hardwares adaptados que atendem as necessidades dessas

    pessoas. Normalmente so teclados, mscaras de teclado, mouses, pulseira de peso,

    estabilizador de punho, microfones, etc, porm esses equipamentos tm um alto custo para

    sua aquisio, implementao, treinamento e manuteno.

    A dissertao de mestrado Desenvolvimento de uma ajuda tcnica informtica

    para o processo de comunicao aumentativa, escrita por Jones Ado Pereira Soares

  • 26

    [SOARES, 2002], mostra que atravs de uma simples adaptao, pessoas com

    necessidades especiais podem exercer atividades que o ser humano normal pode considerar

    impossveis de serem feitas. No decorrer do projeto o autor mostra um prottipo para

    criao de um teclado adaptado para portadores de paralisia. Esse prottipo proporcionou a

    interao da criana com o computador, permitindo responder a estmulos ou informaes

    solicitadas por um software especfico.

    A Figura 8 mostra um teclado adaptado para portadores de paralisa, que permite

    apoiar as limitaes motoras, atravs de teclas grandes e fceis de visualizar.

    Figura 8: Teclado Adaptado

    Fonte: [SOARES, 2002, p. 78 e 80]

    O projeto As Novas Tecnologias como Tecnologia Assistiva: Usando os Recursos

    de Acessibilidade na Educao Especial, escrito por Luciana Lopes Damasceno e Tefilo

    Alves Galvo Filho [DAMASCENO & GALVO, 2002], apresenta um programa que

    aplica recursos de acessibilidade como ferramentas de aprendizagem na Educao

    Especial. Todos os aparelhos ou adaptaes fixadas e utilizadas no corpo do aluno

    facilitam sua interao com o computador, por exemplo, mscara de teclado (ou colmia),

    estabilizador de punho e abdutor de polegar, ponteira para digitao, entre outros. O autor

    [DAMASCENO & GALVO, 2002], com essa metodologia mostra que no o

    computador que ensina o aluno, mas sim o aluno que aprende ensinando o computador,

    ou seja, criando e desenvolvendo novos projetos.

  • 27

    A Figura 9 apresenta um estabilizador de punho e abdutor de polegar para pessoas

    com grave comprometimento motor. utilizado para facilitar o trabalho no computador e

    ajudar no controle dos movimentos involuntrios.

    Figura 9: Estabilizador de Punho e Abdutor de Polegar

    Fonte: [DAMASCENO & GALVO, 2002, p. 8]

    Essa uma das muitas adaptaes de hardware utilizadas no projeto, que est

    inserido no Programa INFOESP. Nesse projeto, so testadas tecnologias assistivas para

    acesso ao computador e a Internet. Os alunos utilizam diferentes recursos que

    proporcionam uma maior autonomia e uma melhor interao com o meio.

    Como pode ser visto na Figura 10, outra adaptao muito til a mscara de

    teclado, que possui perfuraes para cada tecla do teclado. Ela utilizada para que a

    pessoa com comprometimento motor no precione teclas indesejadas.

    Figura 10: Mascara de Teclado

    Fonte: [DAMASCENO & GALVO, 2002, p. 7]

  • 28

    Segundo Dorisvaldo Rodrigues da Silva, em sua dissertao de mestrado A

    Educao de Pessoas com Deficincia Visual: Requisitos Bsicos para o Desenvolvimento

    de um Aplicativo Educacional [SILVA, 2005], um dos fatores relevantes no processo de

    ensino e aprendizagem da pessoa com necessidade especial o material didtico, que

    adaptado, inclusive foi citado inmeras vezes o teclado Braille, o simulador de teclado e o

    mouse adaptado como forma de apoio.

    A RCT Computadores em parceria com o projetista eletrnico Edson Barban

    lanou o mouse para pessoas com dificuldades motoras, ele possui as mesmas funes que

    o mouse comum, porm executado atravs de toques em seus botes (com os dedos, com

    os ps, apontador de cabea), seu valor de R$ 300,00 [RCT, 2005]. A Figura 11

    apresenta uma foto ilustrativa do mouse Barban.

    Figura 11: Mouse Barban

    Fonte: [RCT, 2005]

    O artigo Educao Especial e Recursos da Informtica: Superando Antigas

    Dicotomias, escrito por Fernanda Maria Pereira Freire [FREIRE, 2000], fala sobre os

    inmeros dispositivos que facilitam o acesso a pessoas com necessidades especiais, como:

    telas sensveis a toque, sintetizadores de voz, mouses e teclados especiais, capacetes com

    ponteiros, etc.

    Pedro Pinto e Secundino Correia em seu estudo de caso Tecnologias Assistivas no

    Brasil [PINTO & CORREIA, 2003], estimulam o desenvolvimento de projetos em

    tecnologia de assistncia com alto ou baixo custo, tais como: adaptadores de teclados e

    mouse, cadeiras ergonmicas, adaptao de estao de trabalho, etc.

    O artigo O Uso de Softwares Aplicados a Comunicao Alternativa de Margaret

    Carvalho Paiva, Vera Lcia Vieira de Souza, Vania Mefano, Miryam Pelosi e Ana Helena

    http://www.acessibilidade.net/at/kit2004/Programas%20CD/ATs/cnotinfor/Relatorio_Inclusiva/cv/cv_pedro_2003.html

  • 29

    Schreiber [PAIVA et al., 2002], relata que o uso de programas associados a teclados

    especiais ou acionadores permite que crianas com dificuldades motoras acentuadas

    alcancem uma maior independncia e novas possibilidades de acesso a recursos de

    Comunicao Alternativa.

    O computador um importante recurso de acesso a Comunicao Alternativa e

    Ampliada - CAA, contudo, para as crianas com comprometimento motor grave

    so necessrios recursos adicionais para possibilitar sua utilizao. As

    adaptaes podem ser a colmia (keyboard), o mouse adaptado, os acionadores e

    programas especiais, como o Comunique [SOUZA et al., 2002, p. 1]

    O artigo Desenvolvimento de Jogos Musicais Computadorizados para Auxiliar a

    Alfabetizao de Crianas com Ataxia escrito por Silvia Regina Matos da Silva Boschi,

    Flavio Cezar Amate, Virglio Padovani Neto e Annie France Frre [Boschi et al., 2002],

    obteve xito na elaborao de jogos musicais computadorizados para promover a

    reabilitao da coordenao motora dos movimentos de punho e mo em crianas

    portadoras de ataxia que conseqentemente obtiveram um melhor uso do computador. O

    dispositivo conseguiu despertar o interesse da criana para as atividades programadas e

    motivou-a a reabilitao.

    O artigo Perifricos Adaptados para Alfabetizao de Portadores de Tetraplegia

    escrito por Jaqueline Lima da Silva Garcez de Almeida, Andr da Costa, Ewerton Massaru

    Komatsu e Annie France Frre [Almeida et al., 2002], prope um projeto de

    desenvolvimento de um dispositivo que facilita a alfabetizao de portadores de

    tetraplegia, ele emula as funes do mouse utilizando um capacete.

    Segundo o livro Saberes e prticas da incluso: dificuldades acentuadas de

    aprendizagem: deficincia mltipla [MEC & SEESP, 2003], os equipamentos eletrnicos

    podem ser operados pelo sistema direto de teclado, teclado adaptado, mouse adaptado, tela

    sensvel ao toque, e indireto, pelo movimento corporal, olhar, sopro, piscar ou varredura

    automtica. Esses equipamentos de ajuda comunicao possibilitam independncia e

    autonomia na execuo das atividades pedaggicas.

    3.3 - Instituies e seus trabalhos desenvolvidos no Brasil

    Neste captulo ser descrita a visita feita a REACESS Feira Nacional de

    Acessibilidade e Reabilitao, realizada no Rio Centro, nos dias 21, 22 e 23 de setembro de

    2006, com a parceria da Prefeitura do Rio de Janeiro e realizao do Grupo CIPA. Foi a

    primeira vez que aconteceu uma feira profissional voltada para solues em acessibilidade,

    reabilitao e incluso na cidade do Rio de Janeiro.

  • 30

    Foram encontradas solues para acessibilidade, reabilitao e incluso de pessoas

    portadoras de deficincia (fsicas, mentais, visuais, auditivas e mltiplas). Os produtos

    apresentados na feira atendem no somente as pessoas portadoras de deficincia, mas

    tambm a famlia do deficiente, idosos, pessoas com debilidades, empresas, profissionais

    da rea, faculdades, estudantes, etc. A REACESS foi chamada irm da REATECH -

    Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitao, Incluso e Acessibilidade, que ocorre

    na cidade de So Paulo h 5 (cinco) anos e considerada, na atualidade, a terceira maior

    feira do mundo voltada ao tema.

    Abaixo sero descritas algumas instituies que colocaram stand na feira, e

    desenvolvem trabalhos voltados para o tema do Projeto em questo.

    3.3.1 - APAE - RIO

    Fundada em 1954, a APAE - RIO Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais

    uma entidade filantrpica privada sem fins lucrativos, que atende mais de 1200 pessoas

    portadoras de necessidades especiais. Atua na rea da preveno neonatal, tratamento de

    deficincias mentais congnitas, promove incluso social e capacitao profissional de

    portadores de necessidades especiais, capacitando o portador de necessidades especiais

    para o ingresso no mercado de trabalho.

    O Programa Profissionalizao tem o objetivo de proporcionar noes bsicas que

    leve o aluno a desenvolver aptides e habilidades motoras, gerando segurana na execuo

    das tarefas e despertando para a importncia do trabalho. A Figura 12 apresenta alunos

    utilizando o laboratrio de informtica.

    Figura 12: Alunos utilizando o laboratrio de informtica

    Fonte: [APAE-RIO, 2006]

    http://www.apaerio.org.br/

  • 31

    A APAE RIO possui dois projetos: o Projeto Futuro Garantido e o Projeto Um

    Futuro Campeo. O primeiro prepara o portador de necessidade para integr-lo no ensino

    regular, inclu-lo no mercado de trabalho, visando sempre aceitao da sociedade; e o

    segundo uma escola especial, que trabalha no ensino gerando possibilidade de incluso

    no mercado de trabalho. Seu trabalho visa apoiar deficientes mentais e outras deficincias.

    3.3.2 - NCE

    O NCE (Ncleo de Computao Eletrnica) da UFRJ desenvolve seus trabalhos

    unindo a universidade sociedade atravs de projetos de pesquisa. So inmeros os

    projetos que so disponibilizados e testados pela sociedade. O MOTRIX um deles que

    tem se destacado, pois foi desenvolvido para permitir que pessoas com deficincias

    motoras graves possam acessar o computador. Ele funciona atravs da fala, a pessoa d

    comandos ao computador por meio de um microfone. A Figura 13 apresenta uma pessoa

    utilizado o Motrix.

    Figura 13: Pessoa utilizando o Motrix

    Fonte: [NCE, 2006]

    Outro projeto o DOSVOX que um sistema destinado a auxiliar o deficiente

    visual a fazer uso do computador atravs do uso de um sintetizador de voz. Sua utilizao

    mostrada na Figura 14.

  • 32

    Figura 14: Pessoa utilizando o DOSVOX

    Fonte: [NCE, 2006]

    A Figura 15 apresenta umas das telas do DOSVOX.

    Figura 15: Tela do DOSVOX

    Fonte: [NCE, 2006]

    3.3.3 - FENASP

    Fundada em 1948, a FENASP Federao Nacional das Associaes Pestalozzi

    uma entidade particular com personalidade jurdica que tem o objetivo de congregar todas

    as Associaes Pestalozzi existente no pas, assistindo pessoas portadoras de deficincia e

    buscando integr-las na sociedade, atravs de trs modalidades: fisioterapia,

    fonoaudiologia e terapia ocupacional, alm do suporte da Psicologia e do Servio Social.

  • 33

    3.3.4 - SSD

    A SSD Sociedade Sndrome de Down uma entidade que apia pessoas com

    deficincia mental integrando-as sociedade. Ela trabalha desenvolvendo seminrios e

    encontros, palestras, visitas, oficinas, etc. Tudo isso, a fim de dar ao portador de

    necessidade especial um estmulo para a sua vida.

    3.3.5 - Grupo de Discusso RJ Down

    um grupo de discusso e apoio na Internet que contribui para informar pais e

    profissionais e disseminar o conhecimento sobre a Sndrome de Down. Disponibiliza

    informaes como endereos de clnicas, escolas pblicas e privadas, textos, notcias sobre

    a Sndrome de Down e promove reunies peridicas entre pais e profissionais.

    3.3.6 - FEASPERJ

    A FEASPERJ - Federao das Associaes Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro

    atende em sua totalidade as reas de assistncia social e setor clnico, onde a educao

    especial compreende a 93,2% dos casos.

    3.3.7 - ARFEF

    A ARFEF Associao de Reabilitao e Pesquisa Fonoaudiolgica, desenvolve

    programas para crianas e adolescentes e adultos com dificuldades de comunicao, tendo

    como nfase a surdez.

    3.3.8 - CEPDE

    O CEPDE - Conselho Estadual para a Poltica de Integrao de Pessoa Portadora de

    Deficincia um rgo que representa os portadores de deficincia junto ao Estado. Ele

    formado por representantes governamentais e no-governamentais, trabalha fazendo

    acompanhamento de denncias, consultorias, fiscalizao, etc. Este conselho atende a

    portadores de SD, hansenase, paralisia motora, ostomia, deficincia mental, paralisia

    cerebral, etc.

  • 34

    3.3.9 - AACD

    A AACD Associao de Assistncia das Crianas Deficientes, trabalha na

    reabilitao e integrao social de crianas portadoras de necessidades especiais. Ela

    mantm uma parceria com o NIED UNICAMP e desenvolve um projeto de informtica

    na educao, que trabalha como ferramenta educacional e como instrumento de apoio ao

    professor.

    A Figura 16 apresenta essas prticas de forma mais expressiva, atravs da

    dependncia entre o aluno e o professor.

    Figura 16: Projeto Informtica na Educao

    Fonte: [AACD, 2006]

    3.3.10 - APADASG

    A APADASG - Associao de Pais e Amigos dos Deficientes de Audio de So

    Gonalo, uma associao formada por pais de deficientes auditivos, visa orientao

    familiar e a integrao social dos seus membros.

    3.3.11 - Centro Municipal de Reabilitao de Cabo Frio

    uma unidade da Secretaria de Sade da cidade de Cabo Frio que oferece

    tratamento multidisciplinar de reabilitao a pacientes com patologias fsicas e seqelas

    neurolgicas. O objetivo recuperar a funcionalidade de forma a proporcionar a

  • 35

    independncia nas suas atividades dirias e retorno vida social. O centro no faz

    trabalhos voltados para rea de informtica.

    3.3.12 - ABRASPP

    A ABRASPP Associao Brasileira de Sndrome Ps-Plio uma organizao

    composta por: pacientes, familiares e profissionais, a fim de apoiar portadores de Sndrome

    Ps-Poliomielite (SPP). Alm dar pleno apoio a portadores da Plio a ABRASPP faz um

    trabalho de incluso social que d aos portadores da Plio uma melhor qualidade de vida.

    3.3.13 - GAPEB

    O GAPEB - Grupo Assistencial Professor Eurpedes Barsanulpho uma instituio

    que apia o deficiente e sua famlia. As deficincias atendidas so: deficincias mentais,

    autistas e outras sndromes. A GAPEB oferece atendimentos pedaggicos, teraputicos,

    assistenciais, inclusive evangelizao, tratando tambm a questo espiritual do portador de

    necessidade e de sua famlia.

    3.3.14 - TERRA ELETRNICA

    A Terra Eletrnica uma empresa desenvolvedora de equipamentos eletrnicos

    para apoio ao deficiente fsico, seja ele motor, visual ou na fala. Os equipamentos, em sua

    maioria, so voltados para acesso ao computador e estiveram disponveis no stand da Terra

    Eletrnicas para utilizao e apreciao dos visitantes.

    O Roller Mouse um mouse adaptado que atende portadores de deficincia motora,

    podendo ser usado at mesmo com os ps. Sua estrutura apresenta dois roletes para

    movimento (vertical e horizontal), que substitui o movimento de arrastar o mouse

    convencional, possui tambm 4 teclas grandes e coloridas para click, duplo-click, click

    direito e click esquerdo. Seu valor na feira foi de R$ 700,00.

    A Figura 17 mostra uma foto do roller mouse, retirada na Feira REACESS.

  • 36

    Figura 17: Roller Mouse

    O Switch Mouse tambm um mouse adaptado que atende a portadores de

    deficincia motora, podendo ser usado por pessoas que no possuem os membros

    superiores (com os ps). Ele composto por 4 teclas para movimentos (direta, esquerda,

    para cima e para baixo) que substitui o arrastar do mouse convencional, 3 teclas para click

    (click , duplo-click e tecla direita). Seu valor na feira foi de R$ 700,00.

    A Figura 18 mostra uma foto do switch mouse, retirada na Feira REACESS.

    Figura 18: Switch Mouse

  • 37

    O Mouse ++ um mouse convencional adaptado que apresenta 4 teclas especiais:

    click, meio click, duplo click e tecla esquerda. Seu valor na feira foi de R$ 300,00.

    A Figura 19 mostra uma foto do mouse ++, retirada na Feira REACESS.

    Figura 19: Mouse ++

    A Lupa Eletrnica utilizada por pessoas com baixa viso e que necessitam de

    grande ampliao de textos e imagens, ela composta por 3 cmeras em posies

    diferentes que podem ser alternadas pelo usurio, cada uma das cmeras apresenta na tela

    as letras num determinado tamanho. A tela utilizada par visualizao uma televiso

    convencional ou um computador. Seu valor na feira varia de R$ 1.150,00 a R$ 3.680,00.

    A Figura 20 mostra uma foto da lupa eletrnica, retirada na Feira REACESS.

  • 38

    Figura 20: Lupa Eletrnica

    A Feira REACESS foi de grande valia para o projeto, pois foi verificado que no

    existem grandes incentivos na rea de informtica na educao especial. A informtica

    utilizada apenas como mais uma ferramenta no processo de aprendizado, e no como

    ferramenta de acessibilidade e apoio ao desenvolvimento cognitivo dos alunos. O que

    prova a real necessidade de se desenvolver produtos que possam gerar acessibilidade e

    propiciar o desenvolvimento cognitivo e motor de crianas portadoras de necessidade

    especial.

  • 39

    4 - Materiais e Mtodos

    O trabalho foi executado em trs fases: a primeira correspondeu pesquisa

    bibliogrfica, apresentada no captulo 3; a segunda fase correspondeu apresentao e

    confeco do prottipo, que ser apresentado na seo 4.1 e 4.2 deste captulo; e a terceira

    fase corresponde execuo do teste do mouse proposto, que tambm ser apresentada

    neste captulo.

    4.1 - Confeco do prottipo do mouse adaptado

    Esta seo descreve em etapas todo o processo de construo do prottipo do

    mouse proposto neste trabalho. Com base no levantamento bibliogrfico apresentado neste

    documento, foi projetado um dispositivo baseado em um mouse, que venha a apoiar o

    desenvolvimento cognitivo e motor de crianas portadoras de Sndrome de Down.

    A criana portadora de SD tem inmeras limitaes, porm a mais predominante

    a limitao motora, decorrente de suas mos curtas e seus dedos pequenos. A falta de tnus

    muscular tambm influencia na coordenao motora das pessoas portadoras de Sndrome

    de Down. Por isso, o mouse est sendo desenvolvido visando ergonomia, possibilitando

    condies favorveis para que a criana possa crescer cognitivamente e obter um timo

    rendimento em suas atividades, virtuais ou no.

    Pode-se entender como ergonomia:

    Um conjunto de estudos que visa organizao metdica do trabalho, em

    funo do fim proposto e das relaes entre o homem e a mquina.

    [NASCIMENTO & MORAES, 2000, p. 15].

    Levando em considerao as caractersticas de cada pessoa, o mouse est sendo

    trabalhado para proporcionar conforto e eficincia, dando a pessoa portadora de SD

    segurana nas suas aes.

    Ergonomia um conjunto de cincias e tecnologias que procura a adaptao confortvel e produtiva entre o ser humano e seu trabalho, basicamente

    procurando adaptar as condies de trabalho s caractersticas do ser humano.

    [COUTO, 1995, p. 11]

    O mouse deve ser confortvel, de forma que ele se adapte as deficincias motoras

    da criana com Sndrome de Down, para que elas tenham prazer em trabalhar com o

    equipamento. Para isso existem alguns requisitos que precisam ser levados em conta na

    construo do prottipo.

  • 40

    Os botes devem ser grandes, pois a mo da criana com SD mais curta, tambm

    devem ser espaados, para que a criana no aperte duas teclas simultaneamente. A caixa

    deve ser grande e no pode ser muito alta, para no gerar nenhuma leso no punho da

    criana, tambm no pode ser leve, para no deslizar na mesa. As cores devem ser fortes,

    pois a criana com SD normalmente apresenta problemas visuais.

    O mouse foi desenvolvido utilizando o prottipo apresentado na Figura 21:

    Figura 21: Prottipo do mouse adaptado

    Levando em conta os aspectos da SD e a pesquisa bibliogrfica feita no estgio

    inicial do projeto, o prottipo baseia-se em 4 teclas de direo e 2 de funcionalidade. As

    teclas de direo no funcionam como no mouse convencional (arrastadas), mas sim com

    toques similares aos toques em um teclado, diminuindo assim as dificuldades causadas

    pela falta da coordenao motora. A tecla de funcionalidade, que possui o desenho de uma

    mo escrevendo, representa uma linha contnua (segurar e arrastar), quando pressionada

    ser desenhada na tela a linha na direo escolhida pela criana de acordo com a tecla de

    direo que for pressionada. A tecla com a mo (sinalizando OK) funciona como um boto

    de confirmao das aes (clique e duplo clique).

    Os materiais utilizados foram: retalhos de borracha (EVA) para confeccionar os

    botes, que sero em auto-relevo, caixa de MDF ou acrlico, etc. A proposta utilizar

  • 41

    apenas materiais de baixo custo, a fim de desenvolver um equipamento bem mais barato do

    que os que j existem no mercado atual.

    4.1.1 - Primeiro prottipo

    No primeiro prottipo construdo foram utilizados os seguintes materiais:

    saboneteira oval de plstico resistente com superfcie cncava, altura de aproximadamente

    4 cm e tamanho de 13 X 9 cm; botes com tamanho de 2 X 2,4 cm de emborrachado EVA

    10 mm preto; setas em auto-relevo com emborrachado 3mm abbora; espaamento entre

    os botes foi de aproximadamente 1 cm.

    A Figura 22 apresenta uma foto do primeiro prottipo.

    Figura 22: Primeiro Prottipo

    Aps realizar alguns testes, o prottipo foi inviabilizado, pois os requisitos

    desejados no foram atendidos: a saboneteira utilizada foi pequena e muito cncava, o que

    dificultaria a sua utilizao; a superfcie cncava tambm dificultou o posicionamento dos

    botes, que ficou muito inclinado nas extremidades; os botes ficaram pequenos; a altura

    da saboneteira muito grande, dificultando o posicionamento do punho da criana; os

    botes ficaram muito prximos, o que pode fazer com que a criana esbarre em vrias

    teclas ao mesmo tempo.

    Com a invalidao do primeiro prottipo, foi necessria a criao de um segundo

    prottipo que atendesse os requisitos necessrios.

  • 42

    4.1.2 - Segundo prottipo

    No segundo prottipo construdo foram utilizados os seguintes materiais: caixa de

    MDF com 2,5 cm de altura e tamanho de 15,5 cm x 14 cm; botes com 3 cm x 3 cm de

    emborrachado EVA 10 mm preto; setas em auto-relevo com emborrachado 3 mm abbora;

    espaamento entre os botes de aproximadamente 2 cm.

    A Figura 23 apresenta uma foto do segundo prottipo.

    Figura 23: Segundo Prottipo

    O prottipo foi aprovado, pois apresentou condies viveis para ser

    utilizado por crianas portadoras de Sndrome de Down.

    4.2 - Adaptao Eletrnica

    O mouse um dispositivo de entrada praticamente obrigatrio nos

    computadores pessoais, pois atravs dele que o usurio tem acesso rpido ao ambiente

    grfico (programas). Ele pode ser de dois tipos optomecnico (bolinha) ou ptico (feixes

    de luz). Para fazer a adaptao eletrnica do prottipo do mouse necessrio entender

    como o funcionamento dos dois tipos de mouse existente no mercado, para assim definir

    que reas sero modificadas para atingir o objetivo.

  • 43

    4.2.1 - Funcionamento dos mouses atuais

    Para executar as funes no mouse, os usurios devem arrast-lo sobre uma

    superfcie plana, para que o ponteiro se mova na tela. Essa uma caracterstica nica dos

    mouses atuais.

    4.2.2 -- Mouse optomecnico

    o mouse tradicional. Ele possui uma esfera envolvida num material de

    borracha. Ao arrast-lo por uma superfcie plana, a esfera movimenta dois roletes internos.

    Na ponta de cada rolete existe um disco perfurado, onde um responsvel por mover o

    ponteiro da tela para cima e para baixo e o outro rolete responsvel por mover o ponteiro

    da tela para esquerda e para direita. Existe um terceiro rolete que menor e apia a

    movimentao dos outros dois. Os roletes e os discos trabalham em conjunto e assim

    conseguem mover o ponteiro em todas as direes.

    A Figura 24 apresenta a estrutura interna do mouse optomecnico, pode-se

    ver a esfera que toca os roletes e movimenta o disco perfurado.

    Figura 24: Estrutura interna do mouse optomecnico

    Fonte: [DAVILA, 2001]

    A Figura 25 mostra o disco perfurado, que fica na ponta de cada rolete.

  • 44

    Figura 25: Disco perfurado

    Fonte: [DAVILA, 2001]

    Ao arrastar o mouse os roletes movimentam os discos perfurados, que ficam

    encaixados entre um LED emissor de luz infravermelha e um sensor de luz infravermelha.

    Cada perfurao do disco indica um ponto que o mouse vai se deslocar na tela, por isso

    quanto mais perfuraes ele tiver, maior ser a preciso e a resoluo do mouse. Segundo

    ALECRIM [INFOWESTER, 2004], resoluo o menor movimento que o mouse

    consegue perceber.

    O LED emissor da luz infravermelha transmite um sinal de infravermelho

    constante que recebido do outro lado pelo sensor de luz infravermelha. Entre o emissor e

    o sensor fica o disco perfurado que, quando girado, interrompe a transmisso, permitindo

    a passagem da luz infravermelha para o sensor. Ligado ao sensor existe o foto-interruptor

    que gera pulsos eltricos, atravs da converso do sinal luminoso que chega at ele pelas

    perfuraes.

    Normalmente o sistema ptico de leitura de posicionamento possui quatro foto-

    interruptores. Dois para o eixo vertical e dois para o eixo horizontal. Os dois

    eixos permitem a leitura de qualquer ponto no plano. Os dois foto-interruptores

    no eixo determinam o sentido do movimento. [DAVILA, 2001]

    A Figura 26 mostra o disco perfurado entre os foto-interruptores.

    Figura 26: Disco perfurado entre o foto-interruptor

    Fonte: [DAVILA, 2001]

  • 45

    O mouse optomecnico tem uma estrutura muito simples, fazendo com que

    o preo dele se torne muito baixo.

    4.2.3 - Mouse ptico

    Ganhou espao no mercado atual, pois apresentou-se muito mais preciso do

    que o mouse optomecnico funciona em qualquer superfcie, no acumula sujeira, no

    necessita do mouse-pad, etc.

    O mecanismo ptico presente neste tipo de mouse emite um feixe de luz capaz

    de ler a superfcie seis mil vezes por segundo (esse valor varia de acordo com o

    modelo do mouse). [INFOWESTER, 2004]

    Sua leitura muito mais rpida e por isso consegue alcanar muito mais

    preciso do que os mouses optomecnico. O sensor o responsvel por enviar ao

    computador as direes que foram captadas para ento movimentar o ponteiro na tela.

    A Figura 27 apresenta um mouse ptico, onde pode-se ver o sensor ptico

    ao invs de uma esfera.

    Figura 27: Mouse ptico

    4.2.4 - Prs e contras de adaptar os modelos existentes

    Os mouses optomecnicos (tradicionais) possuem sistemas simples e

    bastante conhecidos, o que simplifica a sua adaptao. Em contrapartida, os mouses

    pticos, apesar de possurem sistemas mais eficientes (chips), so muito mais sofisticados e

    complexos, sendo de difcil adaptao.

    Existem vrios modelos diferentes que variam de acordo com a empresa que

    o fabrica. Cada empresa adota um mecanismo interno para fabricao dos seus mouses,

    porm de uma forma geral o funcionamento eletrnico (portas lgicas) muito parecido.

  • 46

    4.2.5 - Adaptao proposta

    A adaptao proposta visa reunir somente as funes mais bsicas do

    mouse: movimento na horizontal (direo 0 graus e 180 graus) e na vertical (direo 90

    graus e 270 graus).

    Alm destas funes, associadas ao movimento do cursor, tambm sero

    implementadas o clique simples do boto esquerdo (associando a funo de confirmar) e a

    funo de segurar e arrastar (linha).

    4.3 - Testes com o mouse proposto

    Nesta fase ser descrita a metodologia para os testes do hardware, onde ser

    detalhado o conjunto de regras e tcnicas necessrias para testar o funcionamento do

    mouse.

    Para testar a usabilidade do hardware proposto, sero utilizados dois grupos: alunos

    portadores de SD da SSD-RIO - RJ e outro grupo composto de pessoas voluntrias, de

    variadas faixas etrias e nveis de desenvolvimento diferentes (cognitivo e motor).

    Pretende-se avaliar se o mouse proposto atende ou no as necessidades dos portadores de

    SD.

    Os testes sero realizados em duas fases: a primeira usando o mouse proposto e

    softwares comuns e a segunda usando um software especialmente projetado para estimular

    portadores desta sndrome.

    4.3.1 - Objetivo do teste

    O teste tem como objetivo verificar se o hardware proposto estimula o

    desenvolvimento cognitivo, a coordenao motora e a auto-estima dos usurios, alm de

    proporcionar mais prazer na realizao das atividades ligadas ao computador. Em uma fase

    posterior, pretende-se verificar se as crianas que utilizaram o mouse adaptado chegaram a

    usar um mouse comum com maior habilidade e segurana.

    4.3.2 - Verificaes necessrias

    Para que o resultado proposto seja obtido, ser necessrio verificar:

  • 47

    Se a coordenao motora do aluno responde melhor com o mouse normal ou

    com o mouse proposto.

    Se o mouse confeccionado est de acordo com o prottipo apresentado no

    captulo 4;

    Se o mouse apoiar o desempenho motor e cognitivo;

    Se o mouse atender pessoas portadoras de outras deficincias;

    Se o mouse proporciona conforto, eficincia e segurana nas aes, sejam

    virtuais ou no;

    Se o aluno tem prazer em trabalhar com o equipamento;

    Se o mouse facilita o aprendizado;

    Se o mouse estimula o potencial que as pessoas com necessidades especiais

    possuem;

    Se os professores esto preparados para a utilizao de hardwares adaptados.

    4.3.3 - Metodologia para aplicao dos testes

    A metodologia utilizada ser o preenchimento de questionrios com os professores

    e pais, para verificar se houve evoluo no desenvolvimento cognitivo e motor dos alunos

    que utilizaram o mouse. Outra medio ser o preenchimento de relatrios pessoais com o

    objetivo de comprovar a eficincia do prottipo proposto no desenvolvimento cognitivo, na

    coordenao motora e melhoria da auto-estima das crianas portadoras de SD.

    O questionrio dos professores (Anexo 2) abordar as seguintes questes:

    A coordenao motora do aluno responde melhor com o mouse normal ou com

    o mouse proposto?

    O nvel de interesse pelo computador aumentou aps a utilizao do mouse?

    A criana tem prazer em trabalhar com o equipamento?

    A criana desenvolveu-se melhor nas atividades de sala de aula aps a

    utilizao do mouse?

    Houve crescimento no aprendizado da informtica?

    Etc.

  • 48

    O questionrio dos pais (Anexo 3) abordar as seguintes questes:

    A criana utiliza computador em casa?

    A criana nas suas tarefas dirias apresenta melhor desempenho e segurana

    nas aes como, por exemplo, pegar os talheres, lpis, brinquedos, etc?

    Como a coordenao motora da criana respondeu aps o uso do mouse

    proposto na escola?

    O nvel de interesse pelo computador aumentou aps a utilizao do mouse?

    Houve crescimento no aprendizado da informtica?

    Etc.

  • 49

    5 - Divulgao do trabalho realizado

    Atravs da UNIGRANRIO foram realizadas 4 (quatro) palestras para mostrar o

    andamento do projeto final realizado no Campus III da Universidade.

    Com o tema Software e Hardware para o auxilio ao desenvolvimento de

    portadores da Sndrome de Down, as palestras tiveram o objetivo de apresentar a proposta

    do mouse e incentivar ainda mais o uso da informtica como ferramenta colaboradora para

    o desenvolvimento dos indivduos portadores da Sndrome de Down. Todas as palestras

    foram acompanhadas por uma apresentao projetada no data-show (vide anexos).

    5.1 - Primeira palestra

    A primeira palestra foi realizada na V Semana de Informtica da UNIGRANRIO

    em Silva Jardim Campus III, s 19h, no dia 16 de outubro de 2006, pelas autoras do

    projeto - Alessandra Mendona Torres e Cintia Ramalho Caetano da Silva.

    A Figura 28 mostra a autora Alessandra apresentando aos alunos da Universidade.

    Figura 28: Autora Alessandra na UNIGRANRIO

    A Figura 29 mostra a autora Cintia apresentando aos alunos da Universidade o

    prottipo do mouse.

  • 50

    Figura 29: Autora Cintia na UNIGRANRIO

    A palestra foi apresentada juntamente com um software para crianas com

    Sndrome de Down, que tambm foi desenvolvido por alunos da UNIGRANRIO. A

    palestra foi uma iniciativa do Projeto Nota 10, que visa apresentao de trabalhos

    desenvolvidos por alunos da Universidade, que receberam nota 10 da banca examinadora.

    5.2 - Segunda palestra

    A segunda palestra foi realizada no Colgio Cenecista Monsenhor Antnio de

    Souza Gens, no municpio de Rio Bonito RJ, no dia 19 de outubro de 2006, s 14h. A

    palestra foi ministrada pela autora Cintia Ramalho Caetano da Silva, a alunos do 2 e 3

    ano do ensino mdio.

    A Figura 30 mostra os alunos do Colgio Cenecista assistindo a palestra.

  • 51

    Figura 30: Alunos do Colgio Cenecista

    A Figura 31 mostra a autora Cintia apresentando aos alunos do Colgio Cenecista

    os hardwares existentes no mercado e seus respectivos valores.

    Figura 31: Autora Cintia no Colgio Cenecista

    A palestra foi bem recebida pelos alunos e professores da escola, que demonstraram

    muito interesse pelo projeto.

    5.3 - Terceira palestra

    A terceira palestra foi realizada no Colgio Estadual Desembargador Jos Augusto

    Coelho da Rocha Jr, no municpio de Rio Bonito RJ, no dia 19 de outubro de 2006, s

  • 52

    16h. A palestra foi ministrada pela autora Cintia Ramalho Caetano da Silva, aos alunos do

    2 e 3 ano do ensino mdio.

    A Figura 32 mostra os alunos do Colgio Jos Augusto assistindo a palestra.

    Figura 32: Alunos do Colgio Jos Augusto

    A Figura 33 mostra a autora Cintia palestrando aos alunos do Colgio Jos

    Augusto.

  • 53

    Figura 33: Autora Cintia no Colgio Jos Augusto

    A palestra foi muito bem recebida pelos e alunos e principalmente pelos professores

    do curso de formao de professores, que testificaram a grande importncia do trabalho na

    rea de informtica na educao especial.

    5.4 - Quarta palestra

    A quarta palestra foi realizada no Colgio Municipal de Ensino Mdio Mrcio

    Dulio, no municpio de Rio Bonito RJ, no dia 26 de outubro de 2006, s 19h. A palestra

    foi ministrada pela autora Cintia Ramalho Caetano da Silva, aos alunos do 2 e 3 ano do

    Curso Tcnico em Informtica.

    A Figura 34 mostra os alunos do Colgio Mrcio Dulio assistindo a palestra.

    Figura 34: Alunos do Colgio Mrcio Dulio

    A Figura 35 mostra a autora Cintia palestrando aos alunos do Colgio Mrcio

    Dulio.

  • 54

    Figura 35: Autora Cintia no Colgio Mrcio Dulio

    Os alunos demonstraram muito interesse pelo projeto e ao final da palestra foi

    disponibilizado um tempo para perguntas, onde foram esclarecidas dvidas sobre a

    construo, teste do prottipo, utilizao, Sndrome de Down, custo, patentes, iniciao

    cientfica, etc.

  • 55

    6 - Concluso

    Este trabalho de pesquisa teve, a partir de um minucioso levantamento

    bibliogrfico, o objetivo de propor um mouse adaptado que estimulasse o desenvolvimento

    cognitivo e facilitasse o aprendizado de portadores de Sndrome de Down. O trabalho

    possibilitou o entendimento das caractersticas, necessidades e limitaes de um portador

    de Sndrome de Down e as possveis formas de aplicar a informtica como ferramenta de

    apoio, tanto ao aluno como ao professor.

    O ponto de maior relevncia deste trabalho o desenvolvimento do prottipo do

    mouse adaptado, que permitiu estudar as caractersticas fsicas das mos de um portador de

    SD. O prottipo foi desenvolvido considerando cada uma dessas caractersticas em

    particular, visando acima de tudo ergonomia.

    Neste projeto foram catalogados os principais hardwares existentes atualmente no

    mercado. Foram encontrados inmeros equipamentos que atendem as pessoas por