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ALFABETIZAÇÃO

Professora Elisiani Vitória Tiepolo

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Alfabetizar pressupõe conhecimento reflexivo da escrita, para além da fala; exige, como já aponta etimologicamente a palavra alfabetizar – a aglutinação de alfa e beta, as duas primeiras letras gregas – para o domínio do sistema de escrita.

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Estar alfabetizado pressupõe conhecer as letras, mas não é só isso. No caso da língua portuguesa, significa compreender como essas letras se combinam e que relações podem estabelecer entre fala e escrita, ou seja, compreender o funcionamento do sistema alfabético de escrita.

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ALFABETO

Conjunto de 23 letras, mais 3 exóticas:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

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Sistema Alfabético

- relações regulares: relação letra/som nas quais há uma correspondência biunívoca: p,b,f,v,d,t, lh,nh, etc. Por exemplos, a letra B terá sempre o mesmo som em diferentes posições (BATATA, CABANA, SAMAMBAIA); a letra T sempre terá o mesmo som (TERRA, ATENTADO, SEMENTE); e assim por diante;

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relações contextualmente regulares, quando uma unidade sonora tem mais de uma representação gráfica. Por exemplo, para indicar que o som é nasal podemos usar ã, an, am (irmã , tanto, pomba). Ou ainda, uma unidade gráfica (letra) representa mais de uma unidade sonora, como o que acontece com a letra R, que dependendo da posição pode ser fraco ou forte: rato e aranha;

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relações arbitrárias, nas quais duas letras representam o mesmo som no mesmo lugar - casar, azar. Aí, somente com muita leitura saberemos que letra usar.

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Alfabetizar-se: compreender que falar (que é uma

representação de 1ª ordem) é diferente de escrever, visto que escrever é operar com um sistema simbólico de 2ª ordem; compreender as diferentes relações possíveis dentro do sistema desde o princípio da alfabetização; tentar ler e tentar escrever testando hipóteses dentro desse sistema.

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Unidades Menores da Escrita

(a unidade maior é sempre o texto escrito, composto por uma ou mais palavras ou vários parágrafos ou versos) – letras, sílabas, palavras, partes de palavras, frases, parágrafos, trechos de textos, estrofes, versos

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Não há, então, como reduzir o trabalho para a compreensão do sistema alfabético a um conjunto de letras – primeiro vogais, depois algumas consoantes para serem combinadas em sílabas simples -, pois não é assim que funciona o sistema. Também não se trata de imaginar que os educandos e educandas irão compreender o seu funcionamento espontaneamente.

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Oportunizar a reflexão por meio de informações claras a respeito das possibilidades e impossibilidades dentro do

sistema alfabético. ensinar que o conjunto alfabeto pode ser

subdividido em dois subconjuntos (vogais e consoantes);

chamar a atenção para o fato de as vogais serem imprescindíveis em qualquer palavra; que há sílabas formadas por no mínimo uma e no máximo cinco letras; que algumas consoantes podem ser combinadas na mesma sílaba (por exemplo, bl, br, cl, fr, fl, dr, nh, lh) e outras não (x, j, z, m, s, por exemplo);

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o som de “u” é representado sempre pela letra “u” no final dos verbos (correu, saiu, lutou);

podemos tomar por base uma palavra para escrever outras (por exemplo, se casa é com “s” as palavras derivadas dela também serão grafadas com “s”);

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algumas letras representam o mesmo som (g e j, por exemplo) e que apenas por intermédio da leitura saberemos quando usar uma e outra;

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Compartilhar com os alunos em alfabetização nossas reflexões de sujeitos já alfabetizados, para o que a principal condição é mantermos nossa curiosidade em relação à linguagem escrita.

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Além de compreender o funcionamento do sistema alfabético, estar alfabetizado é ser capaz de ler e atribuir sentidos ao que se

lê, é escrever registrando sua visão de mundo

O educador precisa criar situações significativas em práticas alfabetizadoras de oralidade, leitura, escrita e compreensão do sistema alfabético para que o educando se expresse oralmente, procure ler e escrever, tenha curiosidade em entender como funciona nossa escrita. E a base desse processo deve ser o trabalho com textos, pois apenas eles podem garantir a leitura da palavra no mundo, estimulando a reflexão.

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Ensinar a ler:

Ensinar a ler é mediar o diálogo entre o texto e seu leitor enquanto o leitor não tem autonomia para interagir com o texto escrito. Para tanto, o educador estará atento para:

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apresentar quem escreveu o texto, quando, onde foi publicado;

explicar que cada tipo de texto tem uma função (não lemos um texto literário com o mesmo objetivo que lemos uma notícia de jornal, por exemplo);

mostrar as convenções próprias de cada tipo de texto (o jornal usa colunas, os poemas são dispostos de uma maneira especial na página, por exemplo).

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Variar: os tipos de textos: informativos, literários,

argumentativos; os portadores: placas, livros, periódicos,

faixas, camisetas, embalagens, panfletos, etc;

a temática; a forma de registro: textos mais formais e

mais informais, escritos na norma padrão e em outras variedades.

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Ensinar a escrever é mostrar que: o texto escrito deve conter uma idéia

central e é importante delimitar bem qual é essa idéia;

é preciso garantir o bom desenvolvimento da idéia central, ser coerente, dar informações relevantes, organizar bem o que se vai dizer;

é preciso juntar uma parte a outra do texto com palavras que evitem a repetição, criem relações entre o que foi dito e o que vai se dizer;

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antes de escrever é necessário planejar, considerando: para que e para quem escrever; em que gênero; que idéias apresentar;

o título pode ter as função de chamar a atenção do leitor ou antecipar a idéia central do texto;

há a necessidade da pontuação e os tipos de pontos mais usados: ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação, vírgula na enumeração das palavras e de sentenças

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a forma de falar e escrever, salientado as especificidades de cada tipo de linguagem;

o que foi dito, contado, defendido, contado é uma forma de garantir o registro da história das classes populares.

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O alfabetizador deve ter clareza sobre:

1- Concepção de alfabetização 2- Concepção de sujeito 3- Os conflitos envolvidos no processo

de alfabetização: lingüístico, cultural, social

4- O que significa ensinar e o que é aprender

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5- O papel do professor alfabetizador 6- Concepção de linguagem 7- Como se adquire a linguagem

escrita 8- Procedimentos metodológicos e

atividades envolvendo: a compreensão da função social da escrita; aquisição da leitura e da escrita; domínio do sistema gráfico

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Alfabetizar é trabalhar com: FUNÇÃO SOCIAL DA ESCRITA -

compreender o que é ler e escrever SISTEMATIZAÇÃO PARA O DOMÍNIO DA

LEITURA E DA ESCRITA - reconhecimento da escrita como forma de registro

DOMÍNIO DOS SISTEMA GRÁFICO - representação escrita alfabética ( na China cada símbolo correspomde a uma palavra; no Japão, a uma sílaba ) - reconhecimento do alfabeto.

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A LÍNGUA DE UM POVO É QUE DÁ NOME PARA TODAS AS COISAS.

DÁ NOME PARA PEIXE. DÁ NOME PARA BICHO. DÁ NOME PARA PAU. NOME PARA PLANTAÇÃO DA ROÇA. NOME PARA ÁGUA. NOME PARA SOL, PARA LUA. NOME PARA ESTRELA. NOME PARA DANÇA. DÁ NOME PARA AS PESSOAS. DÁ NOME PARA OS ESPÍRITOS. DÁ NOME PARA TUDO.

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As árvores As árvores são fáceis de achar.

Ficam plantadas no chão. Mamam do sol pelas folhas e pela terra bebem água. Cantam no vento e recebem a chuva de galhos abertos. Há as que dão frutas e as que dão frutos. As de copa larga e as que habitam esquilos. As que chovem depois da chuva, as cabeludas.

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As mais jovens; mudas. As árvores ficam paradas. Uma a uma enfileiradas na alameda. Crescem para cima, como as pessoas. Crescem como as pessoas, mas não são soltas nos passos. São Maiores mas ocupam menos espaço.

Arnaldo Antunes. As coisas. São Paulo: Iluminuras, 1992, p. 35

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Os regurgitantes

Muitos pássaros vomitam comida na boca dos seus bebês, enquanto as gaivotas preferem vomitar em torno do ninho para que os filhotes se dêem ao menos o trabalho de sair da cama para catar o que quiser comer no meio daquela vomitada.

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E essa comida devolvida tem nome próprio: é regurgitação, porque, na verdade, traz de volta apenas comida parcialmente digerida, ou seja, é um tipo de vômito muito específico e especial, feito para servir de alimentação para bebês.

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Esse vômito não vem do estômago, mas de uma espécie de sacola que certas aves carregam dentro do corpo e que serve como armazém temporário.

Almanaque de baratas, minhocas e bichos nojentos. Fátima Mesquita, São Paulo: Panda, p 136

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Fábula

A fábula é uma pequena narração de acontecimentos inventados.

A fábula sempre tem uma moral. A fábula pode ser em prosa ou em

verso. Não se sabe exatamente qual é a

origem da fábula.

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Um dos mais famosos fabulistas é Esopo.

Esopo viveu na Grécia. Esopo viveu no século VI a.C. Esopo foi escravo, sendo depois

libertado.

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Dizem que Esopo foi libertado porque seu senhor gostava muito das fábulas que ele inventava.

Na França, no século XVII, La Fontaine recontou as fábulas de Esopo.

La Fontaine recontou as fábulas de Esopo em versos.

No Brasil, Monteiro Lobato reescreveu as fábulas tradicionais.

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O cão e o osso. Um cão vinha caminhando com um

pedaço de carne na boca. Quando passou ao lado do rio, viu sua própria imagem na água.

Pensando que havia na água um novo pedaço de carne, soltou o que carregava para apanhar o outro.

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O pedaço de carne caiu na água e se foi, assim como a sua imagem.

E o cão, que queria os dois, ficou sem nenhum.

Fábula de Esopo

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O Sol a as rãs

Naquele verão, celebravam-se as núpcias do Sol. Todos os animais estavam felizes. Até as rãs se alegraram. Mas uma delas exclamou:

─ Insensatas, por que esse alvoroço? Se, sozinho, o Sol pode secar toda a lama, o que não sofreremos se, uma vez casado, ele gerar um filho igual a ele?

Levianos, por que se regozijar com o que não lhes trará nenhuma alegria?

Fábula de Esopo

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Mary Kato Emília Ferreiro Paulo Freire Cagliari Geraldi Faraco Smolka