«Algarve é o turismo em Portugal»
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Agosto 2014 | País €conómico › 1
algarve é o turismo em PortugalDesidério Silva, Presidente da Região de Turismo do Algarve, sublinha que a região continua a constituir o principal destino no turismo em Portugal, que está a apostar em novos mercados emissores, e pretende desenvolver o potencial do Algarve para ter turismo todo o ano.
nº 143 › Mensal › Agosto 2014 › 2.20# (IVA incluído)
FRança é um DEstino EstRatéGico PaRa as ExPoRtaçõEs PoRtuGuEsas
maria da conceição martinsDiretora da Queen Elizabeth’s school
João FigueiredocEo da intellysys
José Bessa maiaEx-secretário das Relações internacionais do Governo do ceará
› Head
2 › País €conómico | Agosto 2014 Agosto 2014 | País €conómico › 3
Editorial
No editorial da edição de Julho criticámos a desistência do Primeiro-Minis-
tro Pedro Passos Coelho em deslocar-se ao Brasil para assistir ao jogo entre
Portugal e a Alemanha em Salvador da Bahia, aproveitando essa oportuni-
dade para estreitar o relacionamento com as autoridades governamentais
brasileiras. A derrota de Portugal dentro da CPLP a respeito da entrada da
Guiné Equatorial na organização dos países de língua portuguesa, é deve-
ras revelador não apenas da inépcia da diplomacia portuguesa (quando
não até algum conivência nos últimos cinco ou seis anos) no caso, mas
revela sobretudo a imensa desvalorização recente do relacionamento do
país com os países de língua portuguesa.
A diplomacia portuguesa está hoje praticamente transformada numa
agência comercial de promoção económica do país e das nossas empresas,
e se este papel é assaz positivo, é preciso dizê-lo e sublinhá-lo, não chega
para mostrar os mais amplos objetivos estratégicos do país na relação com
os restantes países que falam português.
Portugal sempre foi um país universalista e de dimensão universalista.
Não pode encerrar os seus mais amplos desígnios apenas numa parte do
mundo, nem poderá olhar para o seu relacionamento com qualquer parte
do mundo estritamente sob a esfera económica ou financeira. Parece-nos
de forma indiscutível que a visão do atual Primeiro-Ministro encara como
única prioridade da relação externa de Portugal apenas a relação com a
União Europeia, e mesmo esta muito centrada na sua dimensão financei-
ra, ou seja, no quanto é que Portugal poderá ganhar em termos de apoios
financeiros ao nosso país. É importante, mas é pouco para um país com
tradição e ambição universalista como é Portugal.
É também importante a afirmação de valores e de princípios, porque eles
são perenes para um país na cena diplomática internacional, mas impor-
ta também revelar pragmatismo e realismo. Pois muito bem, se a Guiné
Equatorial entrou na CPLP, o que poderá efetivamente Portugal ganhar
com essa entrada, ou a entrada desse país servirá sobretudo e apenas para
que países como o Brasil e Angola ganhem protagonismo, posições e ne-
gócios em Malabo? Onde fica a posição e o ganho de Portugal? Alguém do
governo português acautelou isso? Ou alguém pensou nisso? Ainda vamos
a tempo? Oxalá!
JoRGE GonçalvEs alEGRia
a união Europeia não é tudo
Ficha técnicaPropriedadeEconomipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.
sócios com mais de 10% do capital social› Jorge Manuel Alegria
contribuinte506 047 415
Director› Jorge Gonçalves Alegria
conselho Editorial:› Bracinha Vieira › Frederico Nascimento› Joanaz de Melo › João Bárbara › João Fermisson› Lemos Ferreira › Mónica Martins› Olímpio Lourenço › Rui Pestana › Vitória Soares
Redacção› Manuel Gonçalves › Valdemar Bonacho› Jorge Alegria
Fotografia› Rui Rocha Reis
Grafismo & Paginação› António Afonso
Departamento comercial› Valdemar Bonacho (Director)
Direccção administrativa e Financeira› Ana Leal Alegria (Directora)
serviços Externos› António Emanuel
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2900-311 Setúbal
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Delegação no BrasilJean ValérioAv. Romualdo Galvão, 773 - Tirol - Ed. Sfax - Sala 806CEP: 59020-400Natal - RGN - BrasilTel: 005584 3201.6613
Pré-impressão e impressãoLisgráficaRua Consiglieri Pedroso, 90Queluz de Baixo2730-053 Barcarena
tiragem30.000 exemplares
Depósito legal223820/06
DistribuiçãoLogista PortugalDistribuição de Publicações, SAEd. Logista – Expansão da Área Ind. do PassilLote 1-A – Palhavã – 2890 AlcocheteInscrição no I.C.S. nº 124043
Agosto 2014 | País €conómico › 54 › País €conómico | Agosto 2014
Grande Entrevista
índiceDesidério da Silva é o Presidente da Região
de Turismo do Algarve, organismo com a res-
ponsabilidade de promover o turismo algar-
vio, um setor chave para a sustentabilidade
económica e social da mais ao sul do territó-
rio português. O antigo autarca de Albufeira
é um profundo conhecedor da sua região e
um ardente defensor das suas virtualidades
e potencialidade do Algarve enquanto mo-
tor para a economia turística de Portugal. O
presidente da RTA pretende aumentar o es-
forço promocional, sobretudo em países que
possam alargar a base dos mercados emisso-
res para o Algarve, como é o mercado russo,
mas sublinha que a região terá de continuar a
apostar forte nos mercados tradicionais, que
estão aliás a crescer novamente.
pág. 22 a 27
A reabilitação urbana é uma das prioridades
para a regeneração do nosso país, assim como
para a revitalização, modernização e sustenta-
bilidade de muitas das cidades portuguesas,
particularmente nos seus centros históricos.
Nesta edição damos destaque a dois exemplos
importantes nas cidades do Porto e de Lisboa,
mas não quisemos também deixar de mostrar
oportunidades existentes na área da constru-
ção, como acontecerá brevemente na Arábia
Saudita com a construção de onze novas ci-
dades desportivas, sucedendo a um primeiro
estádio construído em Jeddah, onde participou
uma conhecida empresa portuguesa.
pág. 06 a 19
ainda nesta edição…
20 setor metalúrgico e matelomecânico melhora resultados
20 novas soluções de cortiça para os vinhos
21 Portos de sines e de setúbal continuam a melhorar resultados
28 ceará trará missão empresarial a Portugal
28 câmara Portuguesa da Bahia estreita relações em Portugal
28 Digisfera esteve na copa do mundo
29 Bni Europa começou atividade em Junho
36 osvaldo matos com sucessos no Brasil e angola
45 Rádio alfa aglutina diáspora portuguesa em França
45 mecachrome investe na indústria aeronáutica em setúbal
46 a França é um país de oportunidades
Grande Plano
Agosto 2014 | País €conómico › 76 › País €conómico | Agosto 2014
› GRanDE Plano
PortoBaixa
marca de vanguarda na Gestão imobiliária
Criada há quatro anos atrás fruto da vontade e determinação de um grupo de
investidores portuenses que há muito acreditam e operam na reabilitação urbana
da Cidade Invicta, a PortoBaixa assume-se como uma marca acreditada a crescer
dia-a-dia no mercado da Gestão Imobiliária. Em entrevista que concederam à País
€conómico, Pedro Soares e José Teixeira, ambos gestores da PortoBaixa não
escondem a sua satisfação por terem abraçado este projeto inovador e de vanguarda
na Gestão Imobiliária, e deixam bem claro que se orgulham do que fazem e que sua
realização pessoal está na PortoBaixa.tExto › VALDEMAR BONACHO | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS
logo após a marcação desta entre-
vista com Pedro Soares e José Tei-
xeira, gestores da PortoBaixa, que
decorreu na sede da empresa na Rua da
Cedofeita, 342, em pleno Centro Histórico
do Porto, e em que também participou Jor-
ge Garcia Pereira, arquiteto e parceiro da
PortoBaixa, algo de muito forte rodeou as
expectativas dos jornalistas da P€, até por-
que estava em causa conhecer um projeto
que pretende contribuir para uma vitali-
dade diferente à área mais antiga do Por-
to, classificada como Património Cultural
da Humanidade desde 1996.
Dizer desde já que o Centro Histórico do
Porto corresponde ao tecido urbano mar-
cado pelas origens medievais da cidade e
que inclui territórios situados nas fregue-
sias da Sé, de São Nicolau, da Vitória e de
Miragaia, conjunto urbano que se apoia
no velho casco medieval e que proporcio-
na a todos os que o visitam uma imagem
de coerência e de homogeneidade e que
para muitos constitui, como nos lembrou
o Jorge Garcia Pereira, «um exemplar
único de uma paisagem urbana dotada
de identidade, forte carácter e qualidade
estética».
Portanto, não nos espanta que seja hoje
em dia uma zona muito respeitada e co-
biçada por inúmeros investidores portu-
gueses e estrangeiros que vêm nela o sítio
ideal para viverem ou mesmo instalarem
os seus negócios.
orgulho no que fazA PortoBaixa já adquiriu ao longo dos seus
quatro anos de vida um vastíssimo núme-
ro de imóveis situados em locais nobres
da cidade do Porto, em pleno Centro His-
tórico, a maior parte deles prédios antigos
e em estado adiantado de degradação, que
são recuperados pelas equipas técnicas e
profissionais da PortoBaixa e colocados à
venda no mercado. «Aqui na PortoBaixa
orgulhamo-nos do que fazemos», disse
Pedro Soares, que não escondeu a sua
felicidade por pertencer a este grupo de
trabalho. «A nossa realização pessoal está
na PortoBaixa, e aqui cada um faz aquilo
que mais gosta», reforçou por sua vez José
Teixeira que nos diria, a título de infor-
mação, que este é um mercado em contra
ciclo. «Temos imensa gente interessada
nos nossos imóveis e muitas são as vezes
(acontece com frequência) em que somos
nós a escolhermos o cliente que pretende-
mos, tamanha é a procura».
Pedro Soares não esconde que existe na
PortoBaixa uma ligação muito estreita com
o investidor, com o promotor e com o ad-
mirador. «Repartimos o nosso know-how, a
nossa experiência e até o nosso sentimento
profissional com o nosso cliente. Isto para
que tudo resulte em pleno para as partes
envolvidas. O nosso cliente tem a tendên-
cia para procurar algo que não encontra
com facilidade no mercado, e quem procu-
ra um imóvel no Centro Histórico não está
à procura de grandes áreas, está à procura
de um espaço agradável e confortável. Na
PortoBaixa estamos atentos a esta situação
e prontos a ajudar o cliente a encontrar o
que deseja».
ir ao encontro dos desejos do clienteA PortoBaixa é uma empresa excelente-
mente organizada que reúne cinco arqui-
tetos, engenheiros, cinco investidores per-
manentes e três empreiteiros. «Todos aqui
se entregam com paixão à evolução do
projeto, isto para que possamos oferecer o
melhor ao cliente. É uma entrega que vem
desde a conceção e que se prolonga no
desenvolvimento da obra. Tudo é levado
ao pormenor, com muito rigor, sem descu-
rar a traça original do edifício. Os nossos
arquitetos estão muito atentos e prontos
a ajudar nas ideias criadas pelos nossos
clientes. É este espírito que nos distingue
e é desta forma que queremos cimentar
o percurso da PortoBaixa. Queremos pres-
tar um serviço de excelência, que cative o
cliente e o faça voltar um dia», referiu José
Teixeira.
Agosto 2014 | País €conómico › 98 › País €conómico | Agosto 2014
› GRanDE Plano
Tratando-se de imóveis muito antigos que
por vezes implicam o envolvimento de de-
zenas de herdeiros, pôr à venda imóveis
nestas condições não é tarefa fácil.
José Teixeira recordou que a PortoBaixa
tem-se deparado com situações do género
muito complexas. «Muitos destes imóveis
chegam a ter 30, 40, 50 ou mais herdeiros,
e desbloquear uma situação como esta
não é nada fácil. Também neste aspecto
a PortoBaixa tem feito a diferença, porque
é um profundo conhecedor do mercado,
com pessoas habituadas a lidarem com
estas situações e que com mais facilidade
as desbloqueiam. Temos um caso recen-
te que envolveu 92 herdeiros, e tudo foi
por nós resolvido», referiu José Teixeira,
sem esquecer que estas são situações que
exigem muita subtileza. Preciosa foi tam-
bém a ajuda que nos deu nesta entrevista
o arquiteto Jorge Garcia Pereira nos escla-
recimentos sobre o trabalho de recupera-
ção que a PortoBaixa leva a cabo nestes
edifícios. «É uma intervenção levada ao
pormenor, que por vezes vai muito além
da recuperação e cujo resultado final con-
firma o respeito pelo edifício original». ‹
Agosto 2014 | País €conómico › 1110 › País €conómico | Agosto 2014
› GRanDE Plano
Monterg Construções reforça posição na reabilitação urbana em Lisboa
carteira de encomendas eleva-se a 9 milhões de eurosA Monterg Construções, empresa com sede em Leiria, con-
firmou à País €conómico que possui obras em curso,
além de outras recentemente adjudicas na cidade de Lisboa,
que elevam a carteira de encomendas da empresa na capital
para cerca de nove milhões de euros.
A empresa liderada por António Lopes Pinto, depois de ter
finalizado uma importante obra de reabilitação no antigo Ci-
nema Europa, localizado no emblemático bairro de Campo
de Ourique, em Lisboa, recebeu recentemente um novo con-
junto de adjudicações de obras de recuperação e valorização
urbana. Segundo confirmou o gestor, essas obras compreen-
dem uma moradia na zona do Restelo, três obras no Príncipe
Real, e uma outra na rua Luciano Cordeiro.
No seu conjunto global, essas obras em Lisboa elevam-se a
cerca de nove milhões de euros, reforçando assim impor-
tância da reabilitação urbana no portfólio de construção da
Monterg, independentemente da empresa leiriense possuir
também outras obras noutras partes do país. ‹
Grupo Jetclass valoriza talento português e promove-se no Médio Oriente
Jetclass distingui criadores portuguesesa Jetclass, empresa portuguesa de design e conceção de
mobiliário de luxo, localizada no concelho de Valongo,
norte de Portugal, em conjunto com a Escola Superior
de Artes e Design de Matosinhos (ESAD), distingui no início de
Julho, os vencedores do concurso lançado no início de Janeiro des-
te ano, e que pretendia desafiar os estudantes da instituição de en-
sino superior a darem azo à sua imaginação e a criarem projetos
novos que depois seriam produzidos pela própria Jetclass.
Segundo apurou a País €conómico, o vencedor do con-
curso, eleito pelo júri Jetclass e ESAD, foi Manuel Vasco, com a
sua criação Jager. Já Ana Santos, com a criação da peça Heiwa,
alcançou o segundo lugar. O autor da obra vencedora, para além
de ver a sua peça tornar-se realidade com o auxílio da Jetclass,
auferiu ainda um prémio pecuniário. A segunda classificada terá
a oportunidade de realizar um estágio remunerado na empresa
de mobiliário.
No entanto, a presença nas grandes feiras internacionais constitui
um marco constante na estratégia de expansão da marca Jetclass
no mundo, e no final de Setembro (28 a 30), a empresa vai estar
no Hotel Show Dubai, onde apresentará a sua nova marca Snip,
marca especialmente concebida para a hotelaria de alta qualidade.
Segundo Agostinho Moreira, administrador da Jetclass, a marca
Snip apresentará um padrão de design meticuloso, moderno e lu-
xuoso, e contempla nas suas coleções a melhor oferta para o ramo
hoteleiro. Ainda segundo o gestor, as coleções apresentarão uma
«denotada polivalência, poderão ainda ser personalizadas e rein-
terpretadas conforme as pretensões de cada cliente, adaptando-se
às várias situações pretendidas, mas nunca descurando a exigên-
cia do design e da grande qualidade». O Dubai e toda a região do
Golfo Arábico está em forte expansão hoteleira, e a Jetclass vai
mostrar que pretende ser um player à altura da expansão que se
verifica nessa parte do mundo. ‹
Agosto 2014 | País €conómico › 13
› Head
12 › País €conómico | Agosto 2014
Agosto 2014 | País €conómico › 1514 › País €conómico | Agosto 2014
› GRanDE Plano
Depois da cidade desportiva em Jeddah, Arábia Saudita vai construir outras onze cidades desportivas no Reino de Abdullah Al-Saud
oportunidades estratégicas para as construtoras mundiais
Depois da portuguesa Martifer ter participado na construção da cidade desportiva
inaugurada no início de Maio deste ano, na cidade de Jeddah, por ordem do Rei da Arábia
Saudita, Abdullah Bin Abdel-Aziz al-Saud, o país vai erguer outras novas onze cidades
desportivas em vários pontos do reino, onde em cada um delas será construído um
estádio com capacidade para 45 mil espetadores, além de infraestruturas desportivas
complementares. Segundo os responsáveis sauditas, este investimento que é realizado
através da empresa saudita Aramco, conhecida pela sua intervenção nas áreas do
petróleo e do gás no país e em vários pontos do mundo, constituirá uma oportunidade
para empresas de construção de todo o mundo, como aconteceu no caso da cidade
desportiva de Jeddah, onde a participação da Martifer foi recentemente elogiada em
entrevista à País €conómico por Mohammed Bin Saud Al-Saud, subsecretário de
Estado dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita.tExto › JORGE ALEGRIA
no seguimento da inauguração da Cidade Desportiva em
Jeddah (na parte ocidental o país), o Rei Abdullah Bin
Abdel-Aziz al-Saud ordenou que a Aramco avançasse
com um novo pacote global de construção de onze novas cida-
des desportivas em vários pontos da Arábia
Saudita, prosseguindo o objetivo de promo-
ver e incentivar a prática desportiva pela
juventude saudita.
Na ordem emitida pelo soberano saudita
foi indicado que cada uma dessas novas ci-
dades desportivas deveria contemplar um
estádio de futebol com capacidade para 45
mil pessoas, dentro dos mais modernos
standards internacionais, como já aconte-
ceu aliás no muito elogiado estádio, inte-
grado na cidade desportiva King Abdullah,
inaugurada em Maio na cidade de Jeddah.
Os onze novos estádios, segundo notícia re-
cente publicada na Gazeta Saudita, vão ser
construídos ao longo dos próximos seis anos nas províncias de
Medina, Al-Qassim, Província Oriental, Asir, Tabuk, Hail, Região
da Fronteira Norte, Jazan, Najran, Baha e Al-Jouf. De referir que
neste momento existem 23 estádios de futebol no Reino da Ará-
bia Saudita, pelo que os novos onze estádios aumentarão em pra-
ticamente 50% a capacidade de espaços para a prática do futebol
e de outros desportos no país.
Segundo informações veiculadas pela
imprensa saudita, os responsáveis pelo
planeamento destes novos estádios terão
como modelo justamente o estádio inau-
gurado em Jeddah, considerado dos mais
modernos do mundo.
Segundo os responsáveis sauditas a cons-
trução das onze novas cidades desportivas
constituirá igualmente uma grande oportu-
nidade para as empresas de construção e de
fornecimentos de materiais diversas, tanto
da própria Arábia Saudita, como para todas
as empresas internacionais que queiram ou
possam participar este grande empreendi-
mento.
Recordamos um excerto da entrevista concedida em Maio à
País €conómico pelo subsecretário de Estado dos Negócios
Estrangeiros da Arábia Saudita, Mohammed Bin Saud Al-Saud,
onde referia que «temos uma opinião muito boa sobre a capaci-
dade das empresas portuguesas. Ainda há poucos dias foi inau-
gurada uma nova cidade desportiva no meu país, com um grau
de modernismo ao mais alto nível mundial, talvez mesmo do que
os estádios que foram recentemente construídos no Brasil. Sabe
quem construiu essa nova cidade desportiva? Uma empresa por-
tuguesa (n.d.r. a Martifer), que ao contrário de outras empresas
de várias partes do mundo assegurou o cumprimento dos prazos
e entregou essa infraestrutura desportiva dentro do prazo acor-
dado».
Estas novas onze cidades desportivas na Arábia Saudita poderão
constituir dessa forma uma boa oportunidade, não apenas para
a própria Martifer Construções Metálicas, mas igualmente para
várias outras empresas portuguesas, tanto da área da própria
construção, assim como outras de várias áreas de atividade econó-
mico, nomeadamente fornecedoras de materiais, empresas de ar-
quitetura, engenharia, entre outras fornecedoras de outros bens e
serviços. De referir que a cidade desportiva Rei Abdullah compor-
tou um estádio de futebol com capacidade para 60.241 lugares,
mas que integra igualmente um pavilhão para a prática de várias
atividades desportivas, com capacidade para dois mil espetado-
res, uma pista de atletismo, onde possui uma arquibancada com
capacidade para mil espetadores, acrescentando-se também uma
mesquita e uma área de estacionamento para 45 mil viaturas.
Refira-se, ainda a respeito da presença da Martifer na Arábia Sau-
dita, que além da construção da cobertura metálica do estádio
King Abdullah, a empresa liderada por Carlos Martins também
participou na construção do Distrito Financeiro King Abdullah,
localizado em Riad, capital do país, tendo a empresa portuguesa a
responsabilidade a construção de várias fachadas e revestimentos
dos edifícios integrantes numa área total de 50.000 metros qua-
drados deste projeto. ‹
Agosto 2014 | País €conómico › 1716 › País €conómico | Agosto 2014
› GRanDE Plano
100DOMUS
um modelo inovador de trabalhar o mercado imobiliário
Com uma média de 35 a 40 Imóveis vendidos por mês, mais de 90 por cento dos quais
derivados do mercado reabilitado, a 100DOMUS é uma marca sonante no ramo da
mediação imobiliária. Em entrevista concedida à País €conómico, Pedro Soares e
José Teixeira, gestores da 100DOMUS, afirmam que inebriados pela alma Portuense e
pela beleza do seu edificado, «temos como principal propósito revitalizar esta cidade,
fazendo com que as pessoas queiram vir viver connosco no centro do Porto». tExto › VALDEMAR BONACHO | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS
a 100DOMUS iniciou a sua ati-
vidade em Agosto de 2013 e o
trabalho até agora por si desen-
volvido é deveras animador.
No entender de José Teixeira grande par-
te do sucesso alcançado pela 100DOMUS
neste primeiro ano de vida fica a dever-se
(em especial) à qualidade e experiências
das pessoas que fazem parte do seu staff
e que diariamente dão o seu contributo a
este projeto.
«Temos colaboradores capazes de fazer a
venda do imóvel, mas também acompa-
nhar de perto as necessidades do cliente
ao longo de todo o processo», refere, para
lembrar também que ele e o sócio José
Teixeira possuem um vasto know-how na
área da promoção imobiliária.
Ser inovador no mercado imobiliário
Reconhecendo sem rodeios que a 100DO-
MUS está no bom caminho ao ter sabido
criar um modelo inovador de trabalhar o
mercado imobiliário, Pedro Soares diz que
todo este esforço foi realizado com o pro-
pósito de pôr à disposição dos seus clien-
tes um serviço de excelência. «A nossa
originalidade começa quando iniciamos o
processo de venda de um imóvel. O nosso
serviço passa, também, pelo acompanha-
mento, o que não é habitual acontecer
numa imobiliária dita normal. Para essas
imobiliárias a relação com o cliente termi-
na logo após a assinatura do contrato de
promessa de compra e venda, mas com a
100DOMUS não é assim: Após a assina-
tura do contrato de promessa, fazemos
questão de acompanhar com regularidade
o nosso cliente, prestando-lhe toda a ajuda
que necessite», esclarece o jovem empre-
sário portuense.
José Teixeira intervém para dar uma
achega importante. «A 100DOMUS é um
projeto que já ultrapassou as nossas ex-
pectativas e esse crescimento tem muito
a ver com o valor da nossa equipa de pro-
fissionais que se preocupam diariamente
em terem informação sobre o processo de
recuperação urbana, que é uma das bases
fundamentais para nos impormos neste
mercado e termos sucesso».
A 100DOMUS tem uma ligação umbili-
cal com a PortoBaixa e ambas as marcas
operam, embora de modo diferente, no
nicho de mercado da reabilitação urba-
na na cidade do Porto. Como mediadora
imobiliária que é a 100DOMUS coloca
quase diariamente no mercado uma ofer-
ta imobiliária vasta e ambiciosa que ca-
tiva imensos interessados portugueses e
estrangeiros.
No entender de Pedro Soares, a criação
da 100DOMUS teve a sua razão de ser.
«Criarmos a 100DOMUS constituiu uma
oportunidade muito grande. Tínhamos
muitos clientes nossos que nos pediam
para lhes fazermos toda a parte de ges-
tão dos seus empreendimentos. E depois,
como em tudo na vida, o grande problema
era escoarmos o produto. A maneira que
considerámos mais adequada para dar so-
lução a esta questão passou pela criação
de uma empresa de mediação imobiliária.
Isto porque nós não tínhamos no merca-
do empresas que trabalhassem o mercado
da reabilitação urbana e hoje em dia cerca
de 90 por cento dos imóveis vendidos pela
100DOMUS derivam deste mercado».
a importância do cliente na 100DomusNa 100DOMUS a relação com o cliente é
um fator de grande importância. E Pedro
Soares faz questão de sublinhar isso mes-
mo. «Logo no primeiro momento em que
o cliente nos contacta, o nosso objetivo é
conhecermos profundamente as suas pre-
tensões.
Tentamos saber quanto pretende investir,
que local deseja, que tipo de construção
procura e até os pormenores sobre os aca-
bamentos do imóvel que deseja. Cabe ao
cliente fornecer-nos todos estes elemen-
tos, pois desta forma abreviaremos ao má-
ximo o período da operação, que da nossa
parte ficará concluída após a assinatura da
escritura, embora estejamos à disposição
Agosto 2014 | País €conómico › 1918 › País €conómico | Agosto 2014
do cliente para os esclarecimentos que ne-
cessitar após aquela data».
Embora opere no mercado da mediação
imobiliária há apenas um ano, a 100DO-
MUS já é uma referência no mercado
imobiliário da Cidade Invicta, possuindo
neste momento lojas na Rua Cedofeita
(onde está localizada a sede da empresa),
Rua Alexandre Braga (próximo do caris-
mático Mercado do Bolhão) e Rua das
Flores.
«Temos em todas elas profissionais al-
tamente qualificados que garantem um
atendimento personalizado», refere José
Teixeira, sublinhando que a preservação
desta parte histórica da cidade do Porto é
uma preocupação constante dos que tra-
balham na 100DOMUS e na PortoBaixa.
Na verdade são mais de vinte os profis-
sionais que trabalham nas três lojas da
100DOMUS distribuídas pelo Centro His-
tórico do Porto, gente jovem, empenhada
na carreira e todos eles beneficiam de for-
mação contínua e adequada. São pessoas
que abraçaram esta atividade há muitos
anos, gente muito experiente, apta a po-
der esclarecer o cliente em questões rela-
cionadas com o desenvolvimento e tipo
de obra que estão a ser realizados, incluin-
do mesmo esclarecimentos sobre o tipo
de produtos que foram utilizados. Esta
proximidade é vantajosa e tem dado os
seus frutos», salientou Pedro Soares, que
acredita que esta equipa de profissionais
pode vir a crescer num futuro próximo.
«A 100DOMUS está a crescer dia-a-dia e
quer contar sempre com os melhores pro-
fissionais, para de igual modo servir os
seus clientes». ‹
› GRanDE Plano
Agosto 2014 | País €conómico › 2120 › País €conómico | Agosto 2014
› NOTÍCIAS
Gilberto JordanÉ o novo Chaiman da Urban Land Institute (ULI) Portugal, um organismo a que já tinha presidido numa ocasião anterior. O novo presidente deste organismo no nosso país dirige O Belas Club de Campo e em conjunto com o seu pais (André Jordan) foram os grandes criadores da Quinta do Lago, tendo posteriormente estado associados à revitalização da zona de Vilamoura, no Algarve. ‹
cláudio PontesO Chef do Restaurante Aviz, no Hotel Aviz, em Lisboa, foi convidado para estar no Hotel Timor em Díli, durante a recente Cimeira dos Chefes de Estado da CPLP. O carismático e renomado Chef português distinguiu-se pelos pratos requintados que confeccionou para os líderes dos diversos países de língua oficial portuguesa que estiveram na cimeira que ocorreu pela primeira vez na capital timorense. ‹
Raquel RebeloÉ a nova Senior Consultant da Milestone Consulting, empresa portuguesa que se dedica à prestação de serviços e consultoria de TI. A contratação surge com o objetivo de reforçar a área de Entreprise Performance Management & Business Intelligence da empresa. A nova consultora terá a responsabilidade a gestão da relação com os clientes, a criação de oportunidades de negócio e o desenvolvimento da oferta da empresa. ‹
subindo na Pirâmide
maPRil BaPtistaO Presidente da Les Dauphins acaba de ser escolhido para Adjunto (Vice-Presidente da Câmara) do Presidente da Câmara Municipal de Pomponne, a cidade francesa próxima de Paris onde vive. Nascido em Portugal, mas desde cedo demandou terras francesas na procura de sucesso de vida, o empresário tem uma fábrica em cacia, no concelho de Aveiro, e foi no ano passado distinguido pelo Presidente da República Portuguesa com o Prémio Cotec na área do Empreendorismo e Inovação. ‹
améRico amoRimNo momento em que comemorou 80 anos, o empresário continua a mostrar uma enorme vontade de evoluir, e a sua Corticeira Amorim lançou um novo produto a nível internacional (mas começou por Portugal) para a área do vinho, mostrado que é possível evoluir mesmo em área maduras como acontece na relação entre o vinho e a cortiça. A sua própria quinta no Douro também dá mostras de consolidação e de produzir vinhos cada vez mais apreciados em Portugal e no Mundo. ‹
José lomBaO Ex-Cônsul de Portugal em Salvador da Bahia realizou um excelente trabalho na divulgação da cultura portuguesa no estado da Bahia, mas esteve sempre igualmente muito ativo em abrir portas e em acompanhar a entrada das empresas portuguesas naquele mercado do nordeste brasileiro. Um trabalho amplamente reconhecido pela própria Câmara de Comércio Portuguesa na Bahia e pelos meios empresariais portugueses no Brasil. ‹
› a aBRiR
Exportações dos setores metalúrgico e metalomecânico atingem valores record nos primeiros cinco meses do ano
união Europeia absorveu 70% das exportações do setorNo mês de Maio, os setores metalúrgico e metalomecânico português exportaram 1.266
milhões de euros, elevando a fasquia dos primeiros cinco meses do ano para o valor glo-
bal de 5.672 milhões de euros, um aumento de 4% acima do registado no período homó-
logo do ano transacto. Cerca de 71% do valor exportado foi para os países da União Euro-
peia, com destaque para as exportações para Espanha, Alemanha, França e Reino Unido.
A AIMMAP, uma das principais associações nacionais do setor, sublinhou numa nota à
imprensa que perante os resultados já obtidos nestes primeiros cinco meses do corrente
ano, “reforça-se a convicção de que as vendas do setor serão em 2014 as melhores de
sempre, representando já hoje um terço das vendas de toda a indústria transformadora
nacional”. Segundo declarações recentes do vice-presidente da AIMMAP, Rafael Campos
Pereira, é estimada que as exportações do setor metalúrgico e metalomecânico atinjam na
globalidade do ano possam ultrapassar os 13 mil milhões de euros. ‹
cortiça e vinho numa aliança eternaDois vinhos da Ervideira, uma adega localizada no concelho de Reguengos de Monsaraz,
foram os primeiros a utilizar um novo sistema inovador resultante de uma parceria com
a dupla Corticeira Amorim/Owens-Illinois. O nosso sistema designa-se por Helix, e tinha
sido apresentado durante a Vinexpo, a principal feira mundial do setor vinícola. O alvo
do novo sistema serão os vinhos de alta rotação, com preços de venda ao público entre os
cinco e os dez anos, que movimentam perto de cinco mil milhões de garrafas. Apesar de
inicialmente utilizada pela Ervideira, o Helix está já a ser testado em mais 58 caves em
vários países do mundo. A Corticeira Amorim não divulgou exatamente o investimento
realizado na solução Helix, mas destacou que este projeto absorveu “parte substancial”
do orçamento de cinco a seis milhões de euros destinado á área da investigação e desen-
volvimento. ‹
Porto de setúbal também cresceO Porto de Setúbal movimentou mais de 4 milhões de toneladas no primeiro semestre de
2014. Segundo um comunicado emanado pela APSS, a carga geral movimentou no porto
sadino um total de 2,3 milhões de toneladas, um acréscimo de 24% face ao período ho-
mólogo, enquanto na área dos granéis sólidos, o movimento atingiu 1,7 milhões de tone-
ladas, um aumento superior a 26%. O movimento nos terminais roll-on Roll-off também
aumento 20% face aos primeiros seis meses do ano transacto, tendo este ano atingido
as 78 mil viaturas. Ainda segundo a APSS, é de realçar que em termos de mercadorias
individualmente consideradas, a primazia foi atingida pelo cimento, com o movimento
de um milhão de toneladas, seguindo-se o clínquer, com 581 mil toneladas, os produtos
metalúrgicos, com 578 mil toneladas, e dos adubos, com 284 mil toneladas. ‹
Porto de sines cresce nos contentoresNos primeiros seis meses de 2014, o movimento de contentores no Porto de Sines cres-
ceu 41%, tendo atingido os 596.474 TEU, sendo que esse crescimento intensificou-se nos
meses de Abril, Maio e Junho, sempre com movimentos acima dos 100.000 TEU mensais.
Relativamente ao movimento geral de mercadorias, e refletindo bastante a paragem téc-
nica de dois meses e meio da Refinaria de Sines, que afetou as exportações de produtos
refinados através do Porto de Sines, ainda assim, a principal unidade portuária do país
exportou globalmente 17.364.576 toneladas, apenas menos 0,3% do que em igual período
do ano passado. De referir que os destinos fora da União Europeia cresceram mais do que
as exportações para a EU.
Aliás, as exportações feitas através de Sines aumentaram 5%, comparativamente às im-
portações que regrediram 3%. Os principais produtos exportados pelo Porto de Sines
foram sobretudo os refinados, pedras e cerâmicas, o gás natural, pasta e papel, carvão,
peças e maquinaria, produtos alimentares, propileno e mesclas. Nos primeiros seis meses
deste ano passaram pelo Porto de Sines 965 navios. ‹
Agosto 2014 | País €conómico › 2322 › País €conómico | Agosto 2014
› GRanDE EntREvista
Desidério Silva, Presidente do Turismo do Algarve, categórico
«Queremos que a imagem e a marca algarve sejam reforçadas»
Em entrevista que concedeu à País €conómico o presidente do Turismo do Algarve
congratula-se com os resultados dos principais indicadores (hóspedes, dormidas,
proveitos e taxas de ocupação) conseguidos por esta região turística em 2013. O
destaque foi para os proveitos globais nos estabelecimentos hoteleiros e neste contexto
o Algarve foi a região do país com mais proveitos, tendo faturado 609 milhões de
euros, ou seja, mais 4 por cento que em 2012. Desidério Silva reconhece que estamos
perante resultados muito animadores, mas mesmo assim pretende muito mais para a
sua região. «Foram registos muito interessantes e muito significativos, mas esperamos e
trabalhamos para que em 2014 esses valores sejam equiparados ou até superiores aos
obtidos em 2013», referiu, para sublinhar ainda que «Estamos na presença do melhor
destino europeu para passar férias e neste momento os indicadores de que dispomos
apontam para que venhamos a ter um ano de turismo no Algarve ainda melhor que
o ano anterior. Mas o que nos interessa é que a imagem e a marca Algarve sejam
reforçadas, que a taxa de ocupação passe dos 50 para os 65 ou 70 por cento. E é com
esses objetivos que trabalhamos todos os dias», sublinha o presidente do Turismo do
Algarve.tExto › VALDEMAR BONACHO | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELA RTA
os anos de 2011 e 2012 foram de
grandes dificuldades para o turis-
mo do Algarve. O presidente do
Turismo do Algarve lembra isso mesmo
nesta entrevista à P€, mas faz questão
de deixar bem claro que 2013 em termos
turísticos não podia ter encerrado da me-
lhor maneira para esta região do país,
com resultados muito estimulantes que
podem antever uma expectativa otimista
para 2014.
«O ano turístico de 2014 está alinhado no
sucesso real do ano anterior e todos espe-
ramos que no final deste ano tenhamos
registos muito equivalentes ou até supe-
riores aos registados no Algarve em 2013,
com subidas nos principais indicadores
(hóspedes, dormidas, proveitos e taxas
de ocupação). Por exemplo, os números
de 2013 dizem-nos que em relação aos
proveitos globais nos estabelecimentos
hoteleiros, o Algarve foi a região do país
com mais proveitos, tendo faturado 609
milhões de euros (+4% do que em 2012).
Foram registos muito interessantes e mui-
to significativos, mas esperamos e traba-
lhamos para que em 2014 esses valores
sejam equivalentes ou até superiores aos
obtidos em 2013», referiu Desidério Silva,
para a este propósito lembrar que neste
momento os indicadores apontam para
isso mesmo, «agora o que nos interessa é
sustentar cada vez mais estes indicadores
para que não sejam situações conjuntu-
rais mas que sejam, sim, situações estru-
turais», avisou o presidente do Turismo
do Algarve que não deseja de modo ne-
nhum que «daqui a dois, três ou quatro
anos estejamos dependentes daquilo que
vai acontecer nos outros países: na África
e por aí fora ».
ter oferta durante todo o anoNa opinião de Desidério Silva «esta sus-
tentabilização faz-se credibilizando o des-
tino, faz-se com o reforço da qualidade, es-
truturando os produtos, tendo mais oferta
de complementaridade em relação ao que
é o nosso forte: o Sol e a Praia. São essen-
cialmente estas as ações que teremos de
levar a cabo ou seja ter um Algarve que
possa ter uma oferta durante todo o ano e
não apenas durante três ou quatro meses,
e trabalhar muito para que o verão em ter-
mos daquilo que são ofertas não comece
em Junho mas sim a partir de Março, e
que permaneça até final de Outubro ou
Agosto 2014 | País €conómico › 2524 › País €conómico | Agosto 2014
dos melhores da Europa e do Mundo e ao
mesmo tempo a todos os agentes do setor
que têm responsabilidades nessas áreas
(identidades desde as públicas às priva-
das), pede-se uma responsabilidade acres-
cida para que a atribuição destes dois pré-
mios possa vir a acontecer nos próximos
anos», desejou o presidente do Turismo
do Algarve.
A propósito convirá referir que ao nível
dos melhores greens, num conjunto de
205 em todo o mundo, em Portugal si-
tuam-se dez desses greens estando cinco
destes estão localizados no Algarve. Isto
segundo a conceituada revista “Golf Di-
gest”.
«Isto significa o reforço, a qualidade e o
conhecimento daqueles que são os prin-
cipais responsáveis pela implementação
destes espaços e estes não são prémios
que sejam atribuídos de ânimo leve mas
sim em função da categoria, da qualidade
e dos serviços neles prestados», sublinhou
o presidente do Turismo do Algarve.
vinda de turistas russos ao algarveAquando da visita do ministro António
Pires de Lima à Rússia, em Novembro de
2013, este membro do governo adiantou
que alguns dos maiores operadores turís-
ticos russos preparavam-se para trazer ao
Algarve cerca de 30 mil turistas russos.
Colocada esta questão a Desidério Silva,
este esclareceu:
«Tratou-se inicialmente de uma negocia-
ção que o Turismo de Portugal fez com a
“Tours Russia” e também com a “Natalie-
-Tours”, mas esta vinda de turistas russos
a Portugal não aconteceu ainda porque
perante os graves acontecimentos que
envolvem neste momento a Rússia e a
Ucrânia, a “Tours Rússia” pediu para que
fosse suspensa esta operação em 2014 e
que ela passasse para 2015, caso as con-
dições melhorem. É evidente que para o
Algarve esta será também uma excelente
notícia, e eu como presidente do Turismo
do Algarve fico contente com ela. Mas é
bom que se diga que estes 30 mil turistas
russos são uma vinda em três anos e não
num ano só. Mesmo assim termos aqui 10
mil turistas por ano é uma boa notícia. Es-
peremos é que a conjuntura naquela parte
da Europa se reorganize para que a vinda
destes turistas russos se concretize. A “Na-
talie-Tours” está a trazer também alguns
turistas russos ao Algarve, não tantos
como se esperaríamos e desejaríamos de-
vido ao conflito de que já fizemos referên-
cia. Como sabemos, a Rússia e a Ucrânia
tinham uma relação muito estreita e aqui-
lo que hoje afecta um país também afecta
o outro», esclareceu Desidério Silva.
alemães estão a voltar em força Satisfeito está também o presidente do
Turismo do Algarve com o regresso em
força de turistas alemães. «Desde o ano
passado que houve algum reforço do mer-
cado alemão, o ano passado cresceu acima
dos dois dígitos e este ano também esta-
mos a contar com o acréscimo na vinda ao
Algarve de turistas alemães. São bons si-
nais e bons indicadores porque o mercado
alemão é muito forte e é um mercado que
a nós nos interessa muito particularmen-
› GRanDE EntREvista
Novembro de modo a que tenhamos aqui
um número cada vez maior de visitantes
fora da época considerada época alta».
Será que o presidente do Turismo do Al-
garve está à espera que 2014 seja um ano
de grande intensidade turística? «Eu es-
pero que 2014 seja melhor do que 2013
em todos os indicadores que já aqui referi.
Estamos em Julho e aquilo que já foi o re-
gisto de reservas confirmadas através das
cadeias hoteleiras e dos agentes do setor
leva-nos a acreditar que 2014 vai ser um
ano muito interessante para o turismo do
Algarve. Mas – como já disse – espero é
este seja um ano onde se confirme e se
consolide estes valores, e que seja o rei-
nicio de uma estabilidade e de uma sus-
tentabilidade que notar-se-ão ao longo dos
próximos anos.
melhores destinos da Europa em praia e golfeO Algarve foi eleito o melhor destino de
praia da Europa pela segunda vez conse-
cutiva nos World Travel Award (Óscares
da Indústria Turística) e Desidério Silva
não esconde a sua satisfação por esta dis-
tinção. «Este facto enche-nos de orgulho,
como orgulhosos ficamos também por o
Algarve ter sido eleito em 2014 o destino
de eleição do golfe na Europa. Estes são
prémios de craveira mundial, que estão
identificados em função de um conjunto
de critérios e de fatores e que não deixam
de ser dois momentos importantes. Por-
tanto, agora o que há a fazer é saber con-
solidar esses destinos referenciados como
Agosto 2014 | País €conómico › 2726 › País €conómico | Agosto 2014
› GRanDE EntREvista
te. E a partir do momento em que eles co-
meçaram a regressar, nós temos de fazer
tudo o que estiver ao nosso alcance para
os segurar no contexto da fidelização, por-
que o mais importante muitas das vezes
é, além de queremos mais turistas, mais
receitas e procurar mercados, a consolida-
ção e o reforço dessa mesma fidelização,
nomeadamente daqueles turistas que já
estão habituados ao destino ou que pelo
menos o conhecem e querem continuar
por cá», destacou o presidente do Turismo
do Algarve.
Mas nesta entrevista à P€, Desidério Sil-
va não se esqueceria o contributo dado
pelos portugueses ao turismo algarvio, e
teve para com eles palavras de reconhe-
cimento. «Não nos esquecemos que te-
mos 4 milhões de dormidas provenientes
de portugueses, ou seja, 37 por cento do
nosso mercado é português. É uma fatia
considerável. Há regiões do país onde as
percentagens são grandes, mas o número
é pequeno. Nós estamos aqui a falar de
um universo entre 14 a 15 milhões de dor-
midas onde o mercado nacional significa
4 milhões. Apostamos cada vez mais no
mercado português, que é um mercado de
proximidade, temos feito algumas ações
junto das agências de viagens, já fizemos
inclusivamente alguns Road Show em
Portugal e também em Espanha, porque
agora no âmbito da nova lei nós temos
a responsabilidade do mercado interno
alargado. Espanha felizmente já no ano
passado recuperou e este ano continua a
recuperar daquilo que foi um ano muito
complicado em 2012, e aqui há sinais evi-
dentes de que neste contexto de proximi-
dade temos de valorizar muito o mercado
interno e o mercado português», reconhe-
ceu Desidério Silva, presidente do Turis-
mo do Algarve.
marina de vilamoura e ZoomarinePara valorizar ainda mais a imagem turís-
tica do Algarve, registamos com agrado
duas notas que são sempre positivas. A
Marina de Vilamoura foi eleita em Março
a melhor do país nos prémios Publituris
instituídos pelo Portugal Trade Awards
2014, e o Parque Aquático Zoomarine, em
Albufeira, foi considerado no seu género o
7º melhor da Europa.
«Quer a Marina de Vilamoura, quer o Zoo-
marine são há muito infra-estruturas de
referência e de excelência. O Zoomarine
é dos melhores parques aquáticos da Eu-
ropa e do Mundo e com as valências que
nele foram introduzidas este ano, ainda
mais qualificado está para receber em ter-
mos de qualidade e de serviço as dezenas
de milhares de visitantes, e a Marina de
Vilamoura pela capacidade que tem em
receber o número de iates e o número de
embarcações que ali passam durante todo
o ano, e pelas infra-estruturas que tem,
merece claramente ser referenciada de
igual modo. São ambas infra-estruturas
do melhor que existe em todo o mundo»,
evidenciou o presidente do Turismo do
Algarve, para a este propósito acrescentar
ainda que o Algarve só tem de se orgulhar
destes investimentos e destes investido-
res.
as prioridades do turismo do algarveEra a vez de perguntar a Desidério Silva
quais tinham sido as linhas orientadoras
que havia escolhido para este seu primei-
ro mandato à frente do Turismo do Algar-
ve. E a resposta foi pronta.
«O Algarve é uma região que tem funcio-
nado muito em termos daquilo que tem
sido a imagem da praia e do golfe, que são
dois fatores que nós queremos ver refor-
çados. Mas o facto é que há aqui vários
Algarves: há um Algarve da complemen-
taridade, há um Algarve da diversidade e
há um Algarve que não pode ser susten-
tável só com a praia e o golfe, porque é
preciso levar em conta que neste aspeto
há muitos destinos concorrentes. E nós te-
mos aqui uma capacidade hoteleira muito
grande na região que não é só com praia
e golfe que ela se preenche. E essas com-
plementaridades, aquilo que é no fundo
a identidade da região está muito diver-
sificada pela terra, pelo barrocal, pelos co-
cktails da Costa Vicentina, do Baixo Gua-
diana. Perante todo este cenário a minha
preocupação foi falar com os municípios,
falar com os agentes do setor, com as em-
presas que trabalham com estes produtos,
para reorganizarmos toda a oferta que
existe: desde a oferta cultural, património,
gastronomia, desportos, turismo nature-
za, e fazer isto em pacotes integrados de
maneira a que sejam complementares.
Sabemos que esta diversidade é enorme,
agora para potenciar esta diversidade há
que reorganizar e estruturar todas estas
potencialidades. É isso que estamos a fa-
zer com todos os parceiros do setor. O que
me interessa em termos objetivos é que a
imagem e a marca Algarve sejam reforça-
das, que a taxa de ocupação anual deixe de
ser 50 por cento e passe para 65 ou 70 por
cento, porque temos condições para isso
e ao mesmo tempo temos oferta e temos
qualidade em todas as áreas», finalizou
Desidério Silva o timoneiro do Turismo
do Algarve. ‹
Agosto 2014 | País €conómico › 2928 › País €conómico | Agosto 2014
Banco Bni Europa começou atividadeO Banco BNI Europa iniciou a sua atividade no passado dia 16 de Julho, data em que pas-
sou a disponibilizar serviços de banca corporativa e banca privada, os dois segmentos em
que especializa a sua atividade. O Banco BNI Europa nasce precisamente para desenvol-
ver uma atividade bancária que privilegia as relações comerciais entre Portugal e Angola.
A sede da nova instituição financeira é em Lisboa. Segundo Mário Palhares, fundador
do banco e presidente do Conselho de Administração, «o crescimento e consolidação do
Banco BNI levou-nos a tomar a decisão natural de nos internacionalizarmos e fizemo-lo
através do Banco BNI Europa, potenciando sinergias que apoiam uma gestão personaliza-
da de ativos e património, e que reforçam as já muito significativas transações comerciais
entre Portugal e Angola”. ‹
ceará trás missão empresarial a PortugalEntre os dias 15 a 23 de Novembro, a
Câmara de Comércio Brasil-Portugal
no Ceará (CBPCE) vai trazer uma mis-
são empresarial a Portugal, designada
Missão e Encontro de Negócios Ceará-
-Portugal 2014, que visitará as cidades
de Lisboa, Aveiro, Porto e Viseu.
A Missão já tem a programação con-
cretizada, tendo como alto a cidade de
Lisboa, onde os participantes vão parti-
cipar em encontros com a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, a Aicep e também
visitarão o evento “Portugal Exportador”. Entretanto, o início da missão terá a cidade do
Porto por palco, onde os membros da missão terão um encontro com a AEP – Associação
Empresarial Portuguesa. Depois os empresários cearenses e luso-cearenses seguirão para
visitas a vários municípios nos distritos de Aveiro e de Viseu, zonas onde deverão ser
realizadas várias rodadas de negócios e outras ações de “business network”.
Segundo José Maria Zannochi, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no
Ceará, a missão pretende divulgar as potencialidades do Ceará, bem como as diversas
oportunidades de investimento e de realização de negócios naquele estado do nordeste
brasileiro, um dos mais próximos da Europa e cuja capital (Fortaleza) possui uma ligação
aérea diária com Lisboa. ‹
Digisfera na copa do mundoA empresa portuguesa Digisfera, especializada em imagens panorâmicas em alta definição e desenvolvimento de software para a área
da fotografia, esteve presente no recente Mundial de Futebol realizado no Brasil, com vários projetos realizados para a FIFA e para a
Hyundai. A fotografia gigapixel do jogo entre a Alemanha e a Argentina, foi criada pela Digisfera, que efetuou a pós-produção das 300
fotografias recolhidas no Estádio do Maracanã e aplicou o sistema PanoTag que permite que os espetadores se identifiquem na fotografia
através das redes sociais.
Por outro lado, a Digisfera lançou recentemente em parceria com a Direção-Geral do Património Cultural, o 360 TourLisbon, que é uma
extensa visita virtual interactiva à cidade e Lisboa, disponível num mini-dvd que está embutido num postal convencional. Em Maio
apresentou uma comunicação sobre a empresa no Congresso da IVRPA – International VR Photografhy Association, que decorreu em
Las Vegas. ‹
Prefeita de são Francisco do conde faleceuRilza Valentim, Prefeita (Presidente da
Câmara Municipal na terminologia portu-
guesa) de São Francisco do Conde, cidade
baiana a quase uma centena de quilóme-
tros de Salvador, faleceu no final de Julho,
deixando consternados todos os que a
conheciam. Rilza Valentim tinha excelen-
tes relações com a Câmara de Comércio
Brasil-Portugal na Bahia, particularmen-
te com o presidente António Coradinho,
bem como com o diretor Manuel Rodri-
gues. A Prefeita estava igualmente a pres-
tar um forte apoio à instalação da empre-
sa portuguesa Cabena no seu município,
acreditando no potencial de crescimento
da relação entre São Francisco do Conde
e Portugal. O Governador Jaques Wag-
ner, líder do governo baiano, lamentou o
falecimento da prefeita, creditando-lhe o
mérito de ter obtido para a sua cidade a
instalação da Universidade da Integração
Internacional Afrobrasileira (Unilab). ‹
› lusoFonia › Brasil
Agosto 2014 | País €conómico › 3130 › País €conómico | Agosto 2014
› lusoFonia
Goa é o elo perdido da lusofonia
tExto › JOSé NELSON BESSA MAIA *
tive há pouco a oportunidade de
viajar a Goa a trabalho. Fui com
curiosidade e ansiedade por co-
nhecer o que restou do antigo “Estado da
Índia” portuguesa. Situada na costa do
mar da Arábia, a 400 km a sul de Mumbai,
Goa é o menor dos estados indianos em
superfície (3,7 mil km2) e o quarto menor
em população (1,5 milhão de habitantes),
mas é o mais rico em PIB per capita no
País (€ 2.350 em 2012). As suas princi-
pais cidades são Vasco da Gama, Pangim,
Margão e Mapuçá. Belas e cálidas praias
e resorts de padrão internacional movi-
mentam a economia local com milhares
de turistas estrangeiros a cada ano.
A partir de 1510, Goa tornou-se a capital
do império português na Ásia. Com a ca-
tequese, inúmeros habitantes locais foram
convertidos ao cristianismo, tendo alguns
dos missionários jesuítas que lá pregaram
alcançado fama universal, dentre eles São
Francisco Xavier (1506-1552), o chamado
“apóstolo das Índias”, por ter exercido a
sua atividade missionária não só em Goa,
mas também noutros pontos da Índia,
China e Japão. Hoje 26% dos goeses são
cristãos, um dos mais altos percentuais na
Índia. No que tange à ação educacional,
em Goa foram erguidas, no período portu-
guês, inúmeras escolas, faculdades e ins-
titutos profissionais e técnicos. Grandes
vultos das letras portuguesas, como Luís
Vaz de Camões, Garcia de Orta e Manuel
Maria Barbosa du Bocage, ali redigiram
parte das suas obras.
A decadência do seu porto no século XVII
foi consequência das derrotas militares
dos portugueses para a Companhia Ho-
landesa das Índias Orientais, tornando
o Brasil e, depois, no século XIX, as coló-
nias africanas, o principal foco económico
de Portugal. Durante o domínio britânico
na Índia, muitos habitantes de Goa emi-
graram para Mumbai, Calcutá, Puna e
Karachi. O isolamento de Goa diminuiu
com a construção de ferrovias a partir
de 1881, mas a emigração em busca de
melhores oportunidades aumentou. Em
1842, foi fundada a Escola Médico-Ci-
rúrgica de Goa, que formou médicos que
viriam a exercer sua profissão em todo o
império colonial português. Em 1900, Goa
teve seu primeiro jornal bilingue gujarati-
-português.
No contexto da descolonização, após os
ingleses terem deixado a Índia (1947) e
os franceses se retirado de Pondicherry
(1954), o governo português de Salazar,
recusou-se a negociar com a Índia. Por
essa razão, em 19/12/1961, tropas india-
nas com 40.000 soldados ocuparam Goa,
encontrando pouca resistência. À época,
o Conselho de Segurança das Nações Uni-
das (ONU) considerou uma resolução que
condenava a invasão, o que foi vetado pela
então União Soviética. Portugal apenas re-
conheceu a anexação indiana, em 1974,
após a queda da ditadura salazarista, com
a chamada Revolução dos Cravos.
Mesmo com a política oficial indiana de
desestimular o resgate do passado lusófo-
no, a herança arquitetónica portuguesa é
forte, com suas belíssimas igrejas, como a
Sé Catedral de Santa Catarina, a Basílica
do Bom Jesus e as Igrejas de São Francis-
co de Assis e da Imaculada Conceição, e
diversos conventos e palácios episcopais
bem preservados, tudo convertido em Pa-
trimónio da Humanidade pela Unesco.
No entanto, eu me decepcionei ao perce-
ber que o idioma português só é falado
hoje por poucas pessoas e, assim mesmo,
com certo receio, como eu mesmo pude
constatar. Mas ainda se pode ouvir e falar
o idioma de Camões no velho Clube Na-
cional, na Rua Dr. RS, na Velha Goa, um
lugar simples de convivência e que orga-
niza eventos como o Carnaval. Lá se pode
conversar com o presidente do Clube,
Tony Dias, figura de destaque na cidade,
e/ou com o secretário Jorge Mascarenhas.
Ambos são goeses fluentes em português,
que era o idioma oficial até 1961. Os mais
velhos ainda falam português, mas às ve-
zes têm certa “vergonha” de fazê-lo. Hoje,
só é oferecido como matéria optativa nas
escolas.
Os territórios de Damão e Diu, desde o iní-
cio, e mais tarde também Dadrá e Nagar-
-Aveli, ficaram ligados a Goa, sob o nome
de Estado da Índia Portuguesa, ligados
não só pela administração, com centro
em Goa, mas também por outros víncu-
los, porém separados por cerca de 700 e
1.500 km. Logo após a anexação pela Ín-
dia, esses territórios estiveram ainda liga-
dos a Goa, porém, quando esta se tornou
um estado da República indiana, Damão e
Diu passaram a ser administrados direta-
mente pelo Governo Central da Índia, sob
o nome Union Territory Of Daman & Diu.
Já Dadrá e Nagar-Aveli, integrados alguns
anos antes na Índia (1954), formam um
território à parte.
Ao contrário de Macau, o ex-território por-
tuguês na China, re-incoporado por aquele
país, em 1999, após intensas negociações,
e onde o resgate das tradições e heranças
portuguesas são hoje valorizadas pelas au-
toridades chinesas, Goa sofreu um lamen-
tável processo deliberado de extirpação
de suas heranças portuguesas e de quase
extinção do idioma lusitano, uma políti-
ca equivocada do Estado indiano que fez
quebrar um elo importante da Lusofonia
no mundo.
(*) José Nelson Bessa Maia é economista
e ex-assessor internacional do governo do
estado do Ceará no Brasil.
cronologia da presença portuguesa em Goa
1510 › Ocupação portuguesa de Goa por
Afonso de Albuquerque
1535 › Diu adquirido por Portugal
1588 › Damão adquirido por Portugal
1779 › Dadrá e Nagar-Aveli adquirido por
Portugal
1802/1813 › breve ocupação britânica
1946 - Província ultramarina de Portugal
sob o nome de Estado da Índia Portugue-
sa
1954 › Dadrá e Nagar-Aveli tomados pela
Índia
1961 › Goa, Damão e Diu tomados pela
Índia
1974 › Incorporação reconhecida por Por-
tugal
livRo soBRE sEis séculos Dos BEssa é lançaDo Em sÃo Paulo, BRasilNo último dia 25 de maio, foi lançado no Lojão do Brás, em São Paulo, Brasil, o livro “Seis Séculos da Família Bessa: linhagens
brasileiras”, de autoria do economista brasileiro José Nelson Bessa Maia, doutor em Relações Internacionais, servidor de carreira
do Ministério de Finanças do Brasil, ex-secretário internacional
do governo do estado do Ceará, e um grande entusiasta das rela-
ções Brasil-Portugal. O autor é sócio da Associação Brasileira de
Pesquisadores de História e Genealogia (ASBRAP).
Publicada pela editora brasileira Expressão Gráfica, a volumosa
e vistosa obra tem 900 páginas distribuídas em dois volumes,
2.400 fotografias e 122 árvores de costado. Quase 7.000 pessoas
têm seus nomes listados, 200 das quais de cidadania Portugue-
sa.
O segundo capítulo do livro aborda a origem remota dos Bes-
sa em Castela e Portugal no século XIV, com instigante análise
histórica. O capítulo 3, por seu turno, trata de forma detalhada
dos fatores que levavam à emigração Portuguesa para o Brasil
nos séculos XVII e XVIII. Um capítulo especial trata dos Bessa
Portugueses na atualidade, com ênfase na família da notável
escritora Agustina Bessa-Luís. O autor esteve em Portugal diver-
sas vezes fazendo investigações genealógicas no Arquivo Distri-
tal do Porto e na Torre do Tombo em Lisboa. O último capítulo
exibe uma coletânea de 99 biografias de pessoas de sobrenome
Bessa de grande destaque, entre os quais vários Portugueses.
O livro custa R$ 100,00 (cerca de € 31, acrescido dos gastos pos-
tais), não está à venda em Portugal, mas pode ser encomendado
diretamente com o próprio autor pelo e-mail: nbessamaia@
gmail.com. ‹
Agosto 2014 | País €conómico › 3332 › País €conómico | Agosto 2014
› EmPREsaRiaDo
João Figueiredo, Executive CEO da INTELLYSYS
«Queremos ser «top 10» mundial no nosso setor com enfoque na aeronáutica»
Há seis anos presente num mercado tão específico como o estudo, projeto, fabrico,
montagem e assistência técnica pós venda de instalações de tratamento de superfície
e pintura para a indústria em geral, operando ainda aos níveis das instalações de meio
ambiente, robótica, energia, automação industrial e projetos especiais, a Intellysys, com
sede em Borralha, Águeda, pretende focalizar a sua atividade na Europa, fortalecer os
dos sites de fabricação que possui no Brasil e no México e tornar possível a entrada da
empresa no mercado dos EUA. Em entrevista que concedeu à País €conómico, João
Figueiredo, Executive CEO da Intellysys, sublinha que «a nossa meta é tornarmo-nos
num dos 10 players mundiais neste setor com enfoque na Aeronáutica».
tExto › VALDEMAR BONACHO | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS
Que razões aponta para justificar o cres-cimento considerável da Intellysys, uma empresa que baseia a sua atividade em conceitos de excelência e disponibilida-de, pondo em primeiro lugar o rigoroso cumprimento das expectativas dos seus muitos clientes?A Intellysys nasceu de uma vontade forte
de fazer mais e melhor no setor de Trata-
mento de Superfície, Pintura & Soluções
Industriais. Norteamos a empresa para a
excelência, cultivando o capital humano,
rigoroso cumprimento de prazo e for-
talecendo o binómio Qualidade vs Pre-
ço. As principais razões de crescimento
são certamente: a coesão e qualidade da
equipa Intellysys, a ambição e ousadia na
conquista de mercados internacionais, so-
luções inovadoras e rentáveis para os nos-
sos clientes, Diferenciação pela Confiança
– Somos realmente aquilo que dizemos e
fazemos, a aposta forte na Qualidade do
Serviço Após Venda e sobretudo, porque
o mercado acredita que a Intellysys é
Qualidade com profissionalismo e com-
promisso!
Apesar de jovem, a Intellysys quer ter uma posição de grande destaque no mercado externo e hoje está presente em uma dúzia de países e tem suporte comercial em mais catorze mercados. Além disso dispõe de sites de fabricação no Brasil e no México. A nível de mercado externo, quais são as verdadeiras aspi-rações da Intellysys para os próximos dez anos? Que novos mercados tem a empresa em preparação neste momen-to? Angola e Dubai estão para breve e em força? A Intellysys pretende focalizar a sua ativi-
dade na Europa, fortalecer os dois sites de
fabricação no Brasil e no México e tornar
possível a entrada da empresa no merca-
do dos EUA. A nossa meta é tornarmo-nos
num dos 10 players mundiais neste setor
com enfoque na Aeronáutica. Como no-
vos mercados a Intellysys prepara-se para
“atacar” a Polónia, Cazaquistão, Qatar,
Rússia e Ucrânia. Estes dois países já são
uma realidade com negócios efectuados,
sendo que o Dubai é um mercado em len-
ta progressão, mas com bastante oportu-
nidade e avidez de tecnologia e qualidade.
Quanto a Angola, é um mercado em pleno
crescimento, com necessidades qualitati-
vas mais baixas.
Numa empresa como a Intellysys, que em devido tempo soube munir-se de fer-ramentas essenciais para melhor poder enfrentar sustentadamente os desafios da competitividade, cá dentro e lá fora, casos da ISO 9001, ISO 14001, IDI 4457 e a OSHAS que está a implementar, que significado tem as PESSOAS que no dia--a-dia contribuem para o seu engran-decimento? Vê nestas PESSOAS a trave mestra desta sustentabilidade?Sem dúvida. Na qualidade do nosso capi-
tal humano está a Qualidade da Intellysys.
São as pessoas que constroem as Soluções
para os nossos clientes. Somos uma em-
presa de pessoas para Pessoas, com uma
Agosto 2014 | País €conómico › 3534 › País €conómico | Agosto 2014
› EmPREsaRiaDo
equipa jovem, focada e empenhada no
Sucesso e Excelência. Nesta altura a Inte-
llysys promove um ambiente de reflexão,
aprendizagem e reforço do empowerment
para que os resultados desta equipa sejam
ainda melhores. São eles os pilares fortes
desta organização, condenada ao sucesso!
atentos à inovação e desenvolvimento tecnológicoPara crescer sustentadamente é preci-so disponibilidade para aprender, estar atento à inovação e ao desenvolvimento tecnológico. E saber assegurar, construir e consolidar uma boa retaguarda finan-ceira. Neste sentido, as boas parcerias –
como é o caso da LAGOS – podem consti-tuir uma boa solução ou uma boa ajuda? A Intellysys tem sabido preservar essas parcerias? E tenciona criar outras?A Intellysys tem realmente sabido segu-
rar, amadurecer e cultivar relações de qua-
lidade entre parceiros. A LAGOS é sem
dúvida o nosso principal parceiro, mas te-
mos outras mais que são a base da nossa
Network de parcerias, sem as quais pode-
ríamos crescer sustentadamente! O nosso
conceito de empresa é essencialmente ba-
seado em desenvolvimento de know-how
e parcerias, por isso este é o nosso ADN.
Foi o facto de estarem presentes no Bra-sil através da Intellysys Internacional
que determinou a vossa entrada no Chi-le, um mercado em pleno crescimento na América do Sul, muito prometedor e mui-to bem organizado?
chile – o mais europeu dos países da américa latinaNão só a nossa presença no Brasil, como
também no México. O Chile é sem dúvida
o mais europeu dos países latino-ameri-
canos, um país de valores e de oportuni-
dades que tencionamos atender com as
nossas Soluções.
Refira-se a outras prioridades da Inte-
llysys a nível internacional e avance
com uma perspectiva sobre o futuro do
mercado nacional para a vossa empresa.
É prioridade da Intellysys o reforço da
estrutura com capital humano profissio-
nal, estruturar e aumentar os recursos fi-
nanceiros e aumentar a cota de mercado
quer nacional quer ao nível internacio-
nal, nos países onde estamos presentes.
Essencialmente a nossa aposta é sermos
conhecidos como uma empresa idónea,
cumpridora, na vanguarda da tecnologia
e comprometida com os resultados. So-
mos já líderes nacionais e queremos estar
entre os dez primeiros players mundiais
num prazo de dez anos. A nossa perspec-
tiva é que no mercado nacional a evolução
seja feita por Soluções avançadas, tecno-
logicamente evoluídas com performances
que permitam às empresas nossas clien-
tes produzir mais, melhor e com custos
controlados. Ao nível internacional, pare-
ce-nos que a América do Sul será um pólo
motor da economia global, sendo que os
Estados Unidos da América continuaram
a desempenhar um papel fulcral na mes-
ma. Assim, a Intellysys lê a evolução e
por isso estará presente nestas latitudes.
Paralelamente parece-me que num ho-
rizonte de 10 anos, países como Angola,
Moçambique, África do Sul, Qatar, Dubai,
Bielorrússia, Rússia, Polónia, Cazaquistão,
Ucrânia serão também países em franco
crescimento e a constituírem uma oportu-
nidade para a Intellysys.
É quase um hábito corrente para a Inte-llysys estar presente em grandes cer-
tames internacionais. Ainda muito re-centemente o senhor este presente em Estugarda numa grande montra interna-
cional. É o lugar certo para a realização ou perspectiva de bons negócios?O mercado alemão é em dúvida o lugar
certo. A nossa penetração é lenta e susten-
tada, sendo que a presença física de um
técnico-comercial em Dusseldorf é um
fator positivo, que serve as condições pla-
neadas de crescimento neste mercado!
Brasil é trampolim dele mesmo A presença da Intellysys no Brasil e no México pode ser vista como um trampo-lim para conquistar outros mercados na-quela zona do Globo?Pode, mas não é essa a nossa intenção.
Estamos no Brasil para atender o merca-
do brasileiro, que é um mercado de 205
milhões de habitantes e que está em cres-
cimento. Mas é um mercado que depois
da realização do Mundial de Futebol e
Jogos Olímpicos, tem de ser muito anali-
sado por nós. De qualquer forma não nos
parece que o Brasil possa entrar em reces-
são, pensamos que o Brasil possa cair um
pouco em termos de expectativas. Acho
mesmo que há muito gente a vislumbrar
este cenário futuro em relação ao Brasil e,
por isso, penso que tem de existir algum
cuidado. O Brasil é um mercado continen-
tal, maior do que o mercado europeu, mas
não é competitivo ao ponto de nós po-
dermos afirmar que fabricando no Brasil
podemos atender o México, Peru, Chile e
outros mercados próximos. Será um tram-
polim se os clientes o aceitarem. O Brasil
é sim um trampolim para ele próprio. ‹
Agosto 2014 | País €conómico › 3736 › País €conómico | Agosto 2014
› EmPREsaRiaDo
Nuno Gil da Silva, Administrador da Osvaldo Matos, destaca a importância das apostas realizadas no Brasil e Angola, a que se seguirá no próximo ano Moçambique
internacionalização e inovação são as nossas principais apostas
Fundada há 55 anos pelo seu avô (Osvaldo Araújo de Guimarães e Matos), em Vila Nova
de Gaia, Nuno Gil da Silva, Administrador da Osvaldo Matos, SA, chegou recentemente do
Brasil, um dos principais mercados para onde a empresa nortenha se internacionalizou.
Outro foi Angola, onde regista um importante crescimento nas vendas. Moçambique será
o próximo passo, o que acontecerá no próximo ano. Todavia, segundo o responsável da
Osvaldo Matos, «apesar de 78% das nossas vendas em 2013 já terem sido obtidas no
exterior, queremos manter e desenvolver o nosso centro de competências em Portugal,
nomeadamente em termos de criação, desenvolvimento e inovação de produtos e
soluções», sublinhou Nuno Gil da Silva, admitindo ainda uma possível expansão da área
de produção que a empresa possui em Madalena (concelho de Vila Nova de Gaia).
tExto › JORGE ALEGRIA | FotoGRaFia › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELA OSVALDO MATOS
osvaldo Araújo de Guimarães e
Matos fundou no já longínquo
ano de 1959 a empresa Osval-
do Matos, que se viria a constituir como
uma das principais empresas portuguesas
na área da iluminação, com uma forte e
prestigiada presença no mercado nacio-
nal, mas igualmente desde o início da
presente década quando avançou com a
constituição da Osvaldo Matos Brasil, e
posteriormente com a entrada em Angola.
Segundo Nuno Gil da Silva, Administra-
dor da Osvaldo Matos, SA, que representa
já a terceira geração na empresa com sede
em Vila Nova de Gaia, a história da empre-
sa fundada pelo seu avô «é uma história
de prestígio e que nos orgulha de sobre-
maneira, com uma conquista de posição
importante no mercado português, sobre-
tudo pela relação que desde cedo estabe-
leceu com alguns dos mais prestigiados
arquitetos portugueses, nomeadamente
os que estão ligados à designada Esco-
la de Arquitetura do Porto, como são os
casos dos arquitetos Álvaro Siza Vieira e
Eduardo Souto de Moura, mas igualmente
à nossa reiterada capacidade de adaptação
a novas circunstâncias e de resolução dos
problemas dos nossos clientes».
Entretanto, apesar desse percurso de re-
gisto, onde se inclui o facto da Osvaldo
Matos ter passado a partir dos anos 80
a representar em Portugal algumas das
mais conceituadas marcas de iluminação
internacionais, como a italiana iGuzzini,
quando a terceira geração da família che-
gou ao comando dos destinos da empresa
decidiu que se afigurava a necessidade de
modernizar a Osvaldo Matos, capacitá-la
ainda mais na sua relação com os clientes
e na consequente capacidade de com eles
interagir na apresentação de soluções ino-
vadoras, assim como deveria enveredar
pelo caminho da internacionalização. No
fundo, como sublinha Nuno Gil da Silva,
«precisávamos de dotar a empresa dos
recursos adequados: pessoas, máquinas,
tecnologias, processos e sistemas, para
competir eficazmente neste novo mundo
globalizado».
Um primeiro vetor estratégico, sublinha o
gestor, passou por reforçar as equipas de
trabalho na Osvaldo Matos, desenvolven-
do equipas multi-disciplinares capazes de
responderem aos desafios cada vez mais
complexos que os clientes lançavam à em-
presa.
Depois, em consequência do crescimento
dos trabalhos conquistados no mercado
nacional e o início do processo de inter-
nacionalização, a empresa constatou que
as antigas instalações da sua sede (que
ainda se mantém) no centro de Vila Nova
de Gaia já não comportavam necessidades
de aumento da capacidade de produção,
absolutamente necessária para suportar o
Agosto 2014 | País €conómico › 3938 › País €conómico | Agosto 2014
› EmPREsaRiaDo
crescimento em Portugal e nos mercados
brasileiro e angolano.
Então, a solução passou por construir
instalações novas na zona da Madalena,
igualmente localizada no concelho de
Gaia, mas num espaço mais apropriado
para a construção de uma nave de produ-
ção, o que veio a ocorrer e «assim conse-
guirmos dar resposta ao crescimento das
solicitações dos nossos clientes, com na-
turais consequências no crescimento da
empresa», realçou Nuno Gil da Silva.
obras marcantes em PortugalEntretanto, o Administrador da Osvaldo
Matos, SA, convidado pelo jornalista a
elencar algumas das principais obras em
Portugal onde a empresa marcou uma
presença significativa, e sem querer ser
exaustivo, destacou a intervenção comple-
ta no Estádio Axa, em Braga, «onde estive-
mos no projeto desde a sua concepção até
à sua conclusão», mas também naFunda-
ção de Serralves, no novo Hospital da Cuf
(junto à estrada da Circunvalação), Hotel
Porto Palácio, Hotel Intercontinental, no
Edifício da Alfândega, no Porto, nos Cen-
tros Comerciais da Sonae Sierra e nos Dol-
ce Vita, no Hotel Palace de Vidago ou no
Hotel Troia Resort, na Fundação Champa-
limaud, ou ainda em obras emblemáticas
construídas no ano passado como foram
o Terminal de Cruzeiros do Porto de Lei-
xões ou o PT Data Center, na cidade da
Covilhã.
No entanto, depois de tomada a decisão,
no ano de 2010 veio a concretizar-se efe-
tivamente o primeiro passo na interna-
cionalização da empresa com a criação da
Osvaldo Matos Brasil.
capacidade produtiva vai nascer no BrasilA estratégia da empresa brasileira pas-
sou numa primeira fase por acompanhar
empresas ou arquitetos portuguesas com
obras no Brasil, além de procurar natural-
mente clientes brasileiros não relaciona-
dos com Portugal.
Nuno Gil da Silva destacou o fato da esco-
lha do Brasil ter acontecido porque cons-
tituía um mercado com enorme potencial,
«mas igualmente porque o estado da arte
nesta área da iluminação ainda não atin-
gia os padrões de qualidade e desenvolvi-
mento da Europa, e que nós dominamos».
Um dos primeiros projectos, recorda, foi
a intervenção no Museu Iberê Camargo,
em Porto Alegre, capital do estado do Rio
Grande do Sul, um projeto desenhado por
Siza Vieira. A empresa participou tam-
bém em vários projetos ligados a centros
comerciais, alguns ligados à Sonae Sierra,
além de estar presente em dois aeropor-
tos, o novo aeroporto em Natal no estado
do Rio Grande do Norte e o novo aeropor-
to de Brasília. Tem também vários edifí-
cios de escritórios e hotéis no seu currícu-
lo, designadamente o Copacabana Palace
no Rio de Janeiro e o Tivoli Mofarrej em
São Paulo.
No entanto, a realização do Campeonato
Mundial de Futebol que este ano ocorreu
no Brasil constituiu uma enorme oportu-
nidade para a empresa estar igualmente
presente nesta nova geração de estádios
brasileiros. A Osvaldo Matos esteve pre-
sente na área da iluminação em quatro
estádios utilizados na Copa do Mundo: o
Arena de São Paulo, o Arena das Dunas
em Natal, o Arena Pernambuco em Recife,
incluindo o estádio do Maracanã, no Rio
de Janeiro, onde se realizou a final do tor-
neio.
Está ainda a intervir no novo estádio do
Palmeiras, na cidade de São Paulo, atual-
mente em construção.
Todavia, se o conjunto referido de obras
já atestam a capacidade e a aceitação da
Osvaldo Matos Brasil como entidade ca-
paz de prestar serviço e projeto em gran-
des empreendimentos, Nuno Gil da Silva
nesta entrevista à País €conómico
enfatizou a intervenção da empresa em
todo o projeto de iluminação do Templo
de Salomão, inaugurado pela Igreja Uni-
versal do Reino de Deus no último dia de
Julho, em São Paulo, e que é o maior tem-
plo religioso - inaugurado este ano - em
todo o mundo.
Aproxima-se agora o passo seguinte na
estratégia de crescimento e sustentabili-
dade da empresa no Brasil. «Como sabe, a
fiscalidade no Brasil é complexa e pesada,
e que onera sobretudo as importações de
muitos produtos, entre os quais aqueles
que exportamos. Ora, se ficarmos pela
atual situação, nunca sairemos de uma
posição de player de nicho, por muito im-
portante que ele seja.
Então, faz parte da nossa estratégia para o
Brasil avançar ainda este ano com a insta-
lação de uma unidade de produção local,
podendo assim desenvolver a atividade
no país e apostar no crescimento, num
mercado com grande margem de evolu-
ção, competindo com a indústria local»,
enfatiza o gestor.
Já em Angola, a empresa verificou a difi-
culdade que estava a ter em responder às
muitas solicitações de empresários por-
tugueses com investimentos neste país
africano, pelo fato essencial de não estar
presente no país.
Desse modo, decidiu também avançar
para esse mercado, em 2012.Para cres-
cer, estudam agora a abertura de um
showroom na cidade de Luanda. «A de-
cisão não poderia ter sido mais acertada,
pois o nosso crescimento no mercado an-
golano tem sido muito bom, com a empre-
sa a estar presente em grandes projectos
de referência naquele país, como são o
Arena de Luanda (onde decorreu o último
campeonato do mundo de Hóquei em Pa-
tins), o edifício do Banco Nacional de An-
gola, a Assembleia Nacional, o Museu da
Ciência e Tecnologia, a Cidade Financeira,
o Condomínio de Mapunda, em Luanda,
ou o Aeroporto de Benguela. Aliás, esta-
mos sistematicamente a rever em alta as
nossas estimativas de vendas no país, que
têm sido muito positivas».
Para 2015 deverá arrancar o terceiro pro-
cesso de internacionalização da Osvaldo
Matos, desta vez em Moçambique. «É um
mercado com boas possibilidades. Além
de querermos atuar no país, certamente
que não deixaremos de olhar igualmente
para alguns dos países vizinhos de Mo-
çambique, com natural destaque para a
África do Sul», realça Nuno Gil da Silva.
Por outro lado, para além destes mercados
onde a empresa marca presença com um
processo sistemático de internacionaliza-
ção, a Osvaldo Matos exportou produtos
e desenvolveu projectos em países como
a Coreia do Sul, Taiwan, Suíça, Bélgica,
Itália, Holanda, França, Espanha, «mas
queremos naturalmente atingir outros
mercados externos de uma forma mais
consistente».
Isso poderá pressupor algum novo inves-
timento industrial no futuro, interrogá-
mos? Nuno Gil da Silva admite essa pos-
sibilidade como quase incontornável, e
até refere que a empresa está a olhar para
áreas adjacentes à atual unidade produti-
va de modo a poder expandi-la no futuro.
Um futuro que terá sempre o seu centro
de competências e orientação estratégica
em Portugal, assegura Nuno Gil da Silva,
pois se é verdade que participamos naqui-
lo a que designamos por “triângulo vir-
tuoso”, constituído por Portugal, Angola e
Brasil, não deixa também de ser verdade
que, estando em Portugal, estamos mais
próximos de centros de competências e
de conhecimento com que hoje nos rela-
cionamos, sobretudo na Alemanha e Áus-
tria e Itália, pelo que faz todo o sentido
continuarmos a centrar as nossas forças
em Portugal, sem prejuízo da nossa apos-
ta igualmente com todo o vigor na inter-
nacionalização, com o destaque natural,
como referi, no Brasil, Angola e Moçambi-
que», finaliza Nuno Gil da Silva. ‹
Templo de Salomão
Arena Luanda
Estádio Maracanã
Estádio Municipal em Braga Hospital da Cuf no Porto
Agosto 2014 | País €conómico › 4140 › País €conómico | Agosto 2014
› EDucaçÃo
maria da conceição de oliveira martins, Diretora da Queen Elizabeth’s school
«é uma grande honra prosseguir o trabalho iniciado por Denise lester»
Maria da Conceição Oliveira Martins é desde 1995 membro da Direção Colegial da Queen
Elizabeth’s School e foi eleita em Abril de 2013 Presidente do Conselho de Administração
da Fundação Denise Lester. Em entrevista que concedeu à País €conómico
reconhece que tem nas suas mãos a grande responsabilidade de dar continuidade à obra
iniciada pela fundadora desta escola Margareth Denise Eillen Lester, cidadã britânica
que em Novembro de 1935 fundou a Queen Elizabeth’s School, tendo esta mais tarde,
em 1965, instituído uma fundação privada de utilidade pública com o seu nome, para
dar continuidade à sua obra. «Conheci Denise Lester como antiga aluna e vejo como
uma missão honrosa e de grande responsabilidade prosseguir o trabalho levado a cabo
por ela e pelo anterior Presidente do Conselho de Administração, Sr. Dr. Joaquim Pedro
de Oliveira Martins, que desde o desaparecimento de Denise Lester ficou à frente dos
destinos da Fundação Denise Lester e da Queen Elizabeth’s School».tExto › JORGE ALEGRIA | FotoGRaFia › CEDIDA PELO QES
é quase impossível falar-se da
Queen Elizabeth’s School esque-
cendo o nome de Margareth De-
nise Eillen Lester, cidadã britânica que
fundou esta escola em Novembro de 1935
e que em Fevereiro de 1965 instituiu uma
fundação com o seu nome para adminis-
trar superiormente aquele estabelecimen-
to de ensino, do qual a referida Fundação
é proprietária desde o falecimento de De-
nise Lester em 18 de Junho de 1982.
Em entrevista que concedeu à País €conómico, Maria da Conceição de
Oliveira Martins, que é membro da Dire-
ção Colegial da Queen Elizabeth’s School
e Presidente do Conselho de Administra-
ção da Fundação Denise Lester, fez ques-
tão de enaltecer o orgulho que sente em
pertencer a esta família alargada forma-
da pela comunidade educativa da Queen
Elizabeth’s School e por lhe caber a mis-
são de dar continuidade à obra iniciada
por Denise Lester. «É um orgulho muito
grande poder contribuir para a continui-
dade do serviço educativo de qualidade
prestado por esta Escola há 78 anos»,
garantiu a diretora da Queen Elizabeth’s
School, que aproveitou para recordar a fi-
gura de Denise Lester.
«Desde muito jovem que Denise Lester so-
fria de uma doença degenerativa do foro
circulatório que a levou à amputação dos
membros inferiores, mas isso nunca a im-
pediu de levar a sua Escola por diante. A
Queen Elizabeth’s School começou como
uma escola inglesa para crianças portu-
guesas onde o ensino era bilingue, sendo
os seus alunos preparados para fazerem
os exames oficiais nas escolas públicas
portuguesas. Em 1935, quando entrou
em atividade, a escola começou com três
alunos, número que chegou aos trezentos
alunos, em vida de Miss Denise Lester, es-
tando hoje inscritos cerca de 400 alunos,
distribuídos pela Creche, Pré-Escolar e 1º
Ciclo do Ensino Básico», referiu Maria da
Conceição de Oliveira Martins, lembran-
do que os ideários de Denise Lester têm
sempre acompanhado o projeto educativo
da Queen Elizabeth’s School.
«São ideários que respeitamos e que cons-
tam do projeto educativo da Escola, em-
bora ao longo dos anos tenhamos vindo
a adaptá-los à atual realidade educativa e
às diretrizes emanadas pelo Ministério da
Educação Português, uma vez que se tem
vindo a assistir a uma maior regulação do
Ensino Particular e Cooperativo como ser-
viço público.
Em 1965, Miss Denise Lester fez uma
doação em vida deste estabelecimento
de ensino a uma fundação privada criada
propositadamente com o seu nome, devi-
do ao facto de ter sido submetida nesse
ano a uma intervenção cirúrgica de extre-
ma gravidade, da qual poderia vir a não
sobreviver. A escola deixou de ser sua pro-
priedade a partir do momento em que a
Fundação Denise Lester foi reconhecida
por Despacho de Sua Excelência o Minis-
tro da Educação Nacional, de dia 18 de
fevereiro de 1965, como tendo personali-
dade jurídica e com a publicação dos seus
Estatutos em Diário do Governo, de dia 26
de fevereiro de 1965.
Agosto 2014 | País €conómico › 4342 › País €conómico | Agosto 2014
› EDucaçÃo
Até à presente data, a Fundação Denise
Lester teve três presidentes: Miss Denise
Lester (de 1965 a junho de 1982), a sua
instituidora; Sr. Dr. Joaquim Pedro de Oli-
veira Martins (de julho de 1982 a dezem-
bro de 2011), eleito por unanimidade pelo
Conselho de Administração na qualidade
de Presidente, o qual foi vogal do Conse-
lho de Administração de maio de 1975 a
junho de 1982, tendo sido também um
dos primeiros alunos do colégio; e agora
fui eu eleita Presidente pelo Conselho de
Administração por unanimidade depois
de ter assumido interinamente essas
funções após o fatal acidente de viação
de que foi vítima o anterior Presidente
do Conselho de Administração, também
fui antiga aluna desta escola e vogal do
Conselho de Administração desde abril
de 1992 até abril de 2013», resumiu Ma-
ria da Conceição de Oliveira Martins, re-
ferindo também que esta Escola sempre
se orgulhou dos seus alunos, alguns dos
quais ocupam hoje posições de relevo na
vida pública. Entre outros ilustres antigos
alunos, o anterior Presidente da República
de Portugal Jorge Sampaio foi aluno deste
estabelecimento de ensino.
«A maioria dos antigos alunos guardam
muito boas recordações desta escola,
sendo muitos dos alunos filhos e netos
de antigos alunos, bem como alguns dos
professores antigos alunos também, o que
se reflete na continuidade da cultura de
Escola e ideais definidos por Miss Lester»,
sublinha a diretora da Queen Elizabeth’s
School, para dizer também que a própria
Denise Lester sempre afirmou que alunos,
antigos alunos, professores, colaborado-
res e encarregados de educação deste es-
tabelecimento de ensino deveriam fazer
parte de uma grande família denominada
Queen Elizabeth’s School e os laços cria-
dos nesta instituição permanecer pela
vida fora.
aprender línguas em idade precoceA Queen Elizabeth’s School é um esta-
belecimento de ensino com valência de
berçário, creche, educação pré-escolar e do
1º ciclo e, sendo assim, os alunos come-
çam desde tenra idade a aprendizagem de
uma segunda língua de uma forma intui-
tiva e natural em contexto bilingue, sendo
que a abertura do berçário (um dos dois
projetos anunciados para o ano letivo de
2014/2015) vem dar mais consistência à
implementação do currículo integrado
bilingue.
Segundo Maria da Conceição de Olivei-
ra Martins, há dois projetos primordiais
para o próximo ano: «A abertura de uma
sala de berçário com lotação para quatro
bebés, de uma sala de creche heterogénea
dos 12 aos 36 meses com lotação para de-
zasseis crianças e a implementação de um
currículo bilingue integrado, português-
-inglês, recorrendo uma nova abordagem
no ensino de línguas estrangeiras no
âmbito da Aprendizagem Integrada de
Línguas e Conteúdos (AILC) /Content
Language Integrated Learning (CLIL)»,
anunciou a diretora da Queen Elizabeth’s
School e Presidente da Fundação Denise
Lester, para sublinhar que «a aprendiza-
gem de uma segunda língua em idade
precoce é benéfica em termos cognitivos
e que os alunos expostos a esta realidade
têm melhor desempenho do que as crian-
ças monolíngues em tarefas mais comple-
xas que exijam maior flexibilidade mental
e revelam uma maior facilidade de apli-
cação do seu saber a situações concretas,
segundo estudos nas áreas das neurociên-
cias e linguística».
cambridge international schoolA Queen Elizabeth’s School foi oficialmen-
te designada como Cambridge Internatio-
nal School e Cambridge Primary School
do Programa Internacional de Educação
da Universidade de Cambridge em 2013.
No próximo ano letivo as disciplinas de
Matemática e Ciências serão lecionadas
através de uma segunda língua - o inglês,
recorrendo a materiais didáticos autênti-
cos utilizados nas escolas inglesas deste
grupo etário e os alunos serão avaliados
pelos Cambridge Primary Progression
Tests e Cambridge Primary Checkpoint,
continuando no entanto a ser realizados
os exames de inglês dos Young Learners
English Tests, os quais também são re-
conhecidos pelo Programa Educativo In-
ternacional Primário da Universidade de
Cambridge (www.cie.org.uk).
Quanto à educação pré-escolar e ao pri-
meiro ciclo do ensino básico continuare-
mos a seguir as orientações curriculares
e programas do Ministério da Educação e
Ciência português, atendendo a que esta
escola foi concebida de raiz como uma
escola inglesa para crianças portuguesas
cujos Pais ou Encarregados de Educação
desejam uma educação inglesa coextensi-
va com a educação portuguesa, procuran-
do sempre acompanhar os programas de
ensino vigentes em instituições de ensino
britânicas do mesmo nível etário, tendo
sempre em atenção as limitações da car-
ga horária para o ensino desta segunda
língua.
A nível extra-curricular a Queen
Elizabeth’s School oferece um variado
tipo de atividades como sejam: Ballet,
Iniciação a alguns instrumentos musi-
cais, Natação, Karaté, Futebol, Ténis, Psi-
comotricidade e os Clubes de Inglês para
alunos e antigos alunos. Nestes Clubes de
Inglês os alunos colocam em prática os
seus conhecimentos nesta segunda língua
através do desenvolvimento de projetos e
de um portfólio de trabalhos, realizando
no final do ano letivo os Integrated Ski-
lls in English do Trinity College London,
uma vez que a Queen Elizabeth’s School
foi o primeiro centro de exames do Trini-
ty College London em Lisboa (2010), e os
exames do First Certificate in English da
Cambridge University.
É de mencionar que ao longo do ano leti-
vo são realizadas muitas atividades educa-
tivas, que fazem parte das tradições desta
Escola e que alguns antigos alunos, saben-
do da data da sua realização através do
site da Queen Elizabeth’s School, fazem
questão de estar presentes. Muitas destas
atividades fazem parte da própria cultu-
ra da Queen Elizabeth’s School e desde
sempre são incutidas nos alunos, porque
são tradições britânicas, nomeadamente:
a comemoração do dia do “Guy Fawkes”,
do “Remembrance Day”, do “St. George’s
Day“, do “Sports Day”, a realização do “Na-
tivity Play” cuja apresentação é sempre
acompanhada pelos “Christmas Carols”,
uma peça de Natal da autoria de Miss De-
nise Lester que é representada em inglês
pelos alunos do 4º ano para os respetivos
pais e encarregados de educação, sendo
nessa mesma peça teatral interpretados
pelos alunos cânticos natalícios tradicio-
nais ingleses.
Desde sempre a Queen Elizabeth’s School
tem vindo a preparar os alunos, cujas fa-
mílias assim o pretendam, para a Celebra-
ção da Primeira Comunhão e dos Sacra-
mentos de Iniciação à Vida Cristã «uma
vez que Denise Lester era muito católica»,
sendo a educação para os valores e a sensi-
bilização para iniciativas de solidariedade
social parte integrante do projeto educati-
vo desta Escola.
A nossa entrevistada falou também da
importância da aprendizagem da língua
inglesa. «Nós damos tanta relevância à
aprendizagem da língua inglesa como
à da língua mãe portuguesa, felizmente
os bons resultados no desempenho dos
“Young Learners English Testes” da Cam-
bridge University e nos “Integrated Skills
in English” do Trinity College London
levaram-nos a apostar na implementação
do Programa Primário Internacional de
Educação da Universidade de Cambrid-
ge e no desenvolvimento de um mode-
lo integrado de ensino bilingue, o qual
constitui uma mais-valia e um factor de
diferenciação para os alunos desta escola
que vão passar a ter um currículo consi-
derado de excelência a nível internacional
em complementariedade com o currículo
nacional», sublinhou Maria da Conceição
de Oliveira Martins, diretora da Queen
Elizabeth’s School, um estabelecimento
de ensino que tem um Corpo Docente for-
mado por cerca de 40 pessoas e cujos alu-
nos finalistas do 4º ano realizam, no final
do ano letivo, uma viagem a Londres com
a duração de uma semana, organizada por
esta escola em colaboração com uma “En-
glish Summer School” acreditada pelo Bri-
tish Council, e cuja finalidade é o contacto
com a cultura inglesa. ‹
Agosto 2014 | País €conómico › 4544 › País €conómico | Agosto 2014
lima smith adquire posição em empresa francesaA Lima Smith, lda., que produz vinhos em três quintas situadas nas margens do rio Douro, no norte de Portugal, acaba de expandir o
seu negócio para a região francesa da Borgonha, adquirindo uma posição na Maison Champy, o mais antigo négociant da Borgonha.
Os proprietários da empresa portuguesa, respectivamente, o brasileiro Marcelo Lima e o britânico Tony Smith, que detém as quintas
durienses Covela, Boavista e Tecedeiras, decidiram internacionalizar a sua atividade e adquirir uma posição na Maison Champy, empresa
maioritariamente detida pelo empresário gaulês Pierre Beuchet.
Fundada em 1720, a Champy possui no presente um portfólio invejável de vinhos, incluindo Grands Crus e Premiers Crus, de Mersault
a Montrachet. A maioria das vinhas Champy estão localizadas na Côte de Beaune. Segundo Marcelo Lima, «nós temos uma paixão pelo
melhor vinho e, depois de termos sido premiados pelo nosso trabalho em Covela, direccionamo-nos para a França e para a Borgonha.
Estamos honrados em fazer parte da Maison Champy». ‹
lowendalmasai comemora 7 anos em PortugalA Lowendalmasai, empresa pioneira na consultoria de opti-
mização e gestão de custos, celebrou sete anos de presença
em Portugal. Fundada em França, a consultora empresa cerca
de 400 pessoas em todo o mundo, e está presente em Portu-
gal desde 2007. No início tinha apenas três clientes no nosso
país, mas presentemente já fornece apoio a mais de quarenta
clientes em Portugal. Segundo a empresa, os resultados dos
últimos sete anos refletem-se num investimento total conse-
guido por parte das empresas de 65 milhões de euros, dos
quais cerca de 33 milhões em benefícios diretos para as dife-
rentes empresas. ‹
mecachrome aeronáutica instala-se no BlueBizA Mecachrome Aeronáutica, filial portuguesa da multinacional Me-
cachrome, com origem em França, instalou-se no BlueBiz Global Par-
ques – Parque Empresarial da Península de Setúbal, e que é gerido
pela Aicep Global Parques. Esta entidade levou a cabo algumas obras
de adaptação do espaço standard às necessidades apresentadas pelo
cliente face à especificidade da sua atividade. A filial portuguesa da
Mecachrome produzirá em Setúbal peças de chapa metálicas para
aeroestruturas, iniciando a atividade com 7 trabalhadores, número
que deverá crescer mais tarde para 22 pessoas. A produção destina-
-se à exportação para a unidade do grupo em França e representa
um investimento de cerca de um milhão de euros. ‹
Família Lopes congrega comunidade portuguesa em França
Rádio alfa juntou grandes nomes da música portuguesaA cidade de Créteil, nos arredores de Paris, recebeu no passado dia 15 de Junho, mais uma
grande festa promovida pela Rádio Alfa, a estação emissora de língua portuguesa em Fran-
ça, fundada e dirigida pela família liderada por Armando Lopes, um dos mais conhecidos
empresários portugueses com uma rica história com mais de quatro décadas em território
francês.
Já na sua vigésima quinta edição, a festa anual da Rádio Alfa juntou mais de vinte mil por-
tugueses e luso-descendentes que habitam em França, com natural destaque para a grande
região parisiense. Na edição deste ano, o maior destaque foi naturalmente para a atuação
do cantor português Tony Carreira, ele próprio com fortes ligações à diáspora portuguesa
em terras gaulesas, mas igualmente com Fernando Correia Marques, Triolopes, MK Dance,
Canções de Portugal, entre outros.
O Comendador Armando Lopes, presidente da Rádio Alfa, além de líder do grupo empre-
sarial SFB, e do clube de futebol local Créteil Lusitanos (que atua na segunda divisão do
futebol francês), agradeceu a presença de todos e destacou a importância da união e do
espírito de comunhão entre a comunidade portuguesa residente em França. ‹
notícias ›
caRlos vinHas PEREiRa *
Portugal está na moda em França, assim atesta
o aumento de turistas franceses que visitaram
o nosso país no último ano (+14%). A tendên-
cia de crescimento mantém-se nesta primeira metade
de 2014. Portugal está na moda em França, percebido
pelo interesse dos reformados franceses em prossegui-
rem os seus projetos de vida em terras lusas, alertados
para o clima soalheiro, a diversidade geográfica, o po-
der de compra, a aprazibilidade do quotidiano e, últi-
mo, mas não menos importante, o dispositivo fiscal de
residente não habitual que permite, sob observância
de uma exoneração de 10 anos sobre os rendimentos
auferidos nos países de origem. Portugal está na moda
em França, incitado pelos media franceses que nunca
antes tinham dedicado e debitado tanto interesse pela
oferta do nosso país, pelos nossos costumes, pela for-
ma como estamos a atravessar o período de crise, pela
partilha de artigos com os países mais avançados da
Europa, por comparações positivas com os mesmos.
Portugal está na moda em França, junto dos investido-
res, os especulativos que reconhecem o rigor com que
os compromissos são assumidos e a capacidade que o
país apresenta de dar a volta a um contexto económico
adverso, os produtivos por despertarem para as opor-
tunidades de negócios existentes em vários setores
de atividade. Portugal está na moda em França junto
dos jovens empreendedores franceses que procuram
iniciar as suas produções, aproveitando uma relação
preço-qualidade-proximidade-celeridade, que lhes per-
mita concretizar e desenvolver as suas ideias de negó-
cio e os seus produtos.
É necessário acolher todos estes atores, estima-los,
oferecer qualidade, competitividade e sobretudo ga-
rantir perenidade, que a moda por si só não confere.
Se Portugal está, como tive a oportunidade de referir
umas poucas vezes, na moda em França, o contrário
parece estar longe de acontecer. A Europa no geral e
a França em particular estão longe, neste momento
de representar uma prioridade de internacionalização
para as empresas portuguesas (desconte-se o sector da
construção, que por razões de proximidade geográfica
e contexto ibérico, é de certa forma inevitável). Gas-
tronomicamente falando, as empresas portuguesas
do sector têm dificuldades de penetração na grande
distribuição e no retalho especializado. OS DOP por-
tugueses são desconhecidos dos franceses. Deficiente
estratégia de promoção junto de um mercado cosmo-
polita que conta com 65 milhões de consumidores. Em
termos de marcas, identificáveis por parte dos france-
ses, temos um longo percurso a percorrer em termos
de reconhecimento. Se aqui podemos conceder o fato
de o mercado ser extremamente concorrencial e o
esforço de comunicação para desenvolver uma mar-
ca em França é bastante elevado, o mesmo não é tão
exigente no que respeita ao desenvolvimento de pla-
taformas de aquisição de produtos via online. As que
o mercado português internamente já conhece, esque-
cem que há mundo e consumidores além-fronteiras e
que não são necessariamente lusófonos.
Há pois muito por fazer por terras gaulesas, é certo
que não têm o exotismo de outras paragens, onde o
crescimento é muito rapidamente conseguido (algu-
ma das vezes por falta de concorrência), mas onde
provavelmente conseguiria aliar, de uma forma sólida,
moda e perenidade para a sua empresa.
É Doutorado em Ciências de Gestão pela Universidade de Paris Dau-phine na qual leciona a cadeira de gestão financeira. Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa desde 2006,
e Diretor Geral da companhia de seguros Fidelidade em França. ‹
Portugal está na moda em França
Agosto 2014 | País €conómico › 4746 › País €conómico | Agosto 2014
› intERnacionaliZaçÃo
A Recuperação da França abre oportunidades à exportação em 2014
crédito y caución*A França, um dos principais mercados de exportação portuguesa, protagonizará uma
nova recuperação ao nível do crescimento em 2014 e 2015, impulsionada em grande
medida pela melhoria do seu mercado interno.
França, um dos principais mercados da exportação por-
tuguesa, protagonizará uma nova recuperação do cresci-
mento em 2014 e 2015. Depois de um aumento moderado
de 0,3% em 2013, a Crédito y Caución prevê que o PIB da França
aumente 0,9% em 2014 e 1,3% em 2015, impulsionado pela me-
lhoria do consumo privado, dos investimentos, do setor industrial
e das exportações.
A confiança dos consumidores caiu acentuadamente desde 2012
até ao primeiro semestre de 2013, devido à debilidade das perspe-
tivas económicas, das subidas de impostos que desencorajaram as
despesas relativas ao consumo, e ao crescimento do desemprego.
Desde então, a confiança dos consumidores aumentou num am-
biente de melhoria da economia. O consumo privado, que sem-
pre contribuiu em grande medida para o crescimento económico
francês, crescerá 0,8% em 2014 e 1,1% e, 2015, abrindo novas
oportunidades para as empresas portuguesas.
A produção industrial francesa, que diminuiu 1,1% face ao perío-
do homólogo em 2013, deu mostras de recuperação nos últimos
meses. A confiança empresarial foi recuperada novamente desde
o segundo semestre de 2013. O prognóstico para a produção in-
dustrial é que cresça 1% este ano e 1,7% em 2015. Embora este
seja um indicador positivo, depois de dois anos de contração da
produção industrial, esta recuperação ficará limitada devido às
quedas de 2012 e 2013.
Os investimentos voltaram a ser recuperados no quarto trimestre
de 2013, depois de sofrerem diminuições em todos os trimestres
trimestrais desde o início de 2012. A incerteza económica sobre
a regulação dos encargos fiscais e contribuições sociais para as
empresas, para além das baixas margens de benefícios, levaram
muitas empresas francesas a paralisar os seus investimentos. As
previsões para o investimento empresarial em 2014 foram revis-
tas em alta em todos os meses, desde Janeiro, situando-se atual-
mente, num modesto aumento de 1,1%. Para 2015 prevê-se um
aumento notável de 2,4%.
O crescimento das exportações vai manter-se moderado. Depois
do crescimento do ano passado de 0,8%, espera-se que alcancem
1,8% em 2014 e 3,2% em 2015.
A França viu a sua competitividade internacional debilitada, bem
como a sua participação no total das exportações mundiais, sendo
que a sua participação no total das exportações mundiais caiu em
um terço desde 2002.
voltará a França a não cumprir com maastricht?A crise de crédito em 2008, as posteriores medidas de estímulo
do Governo e a modesta recuperação, geraram um aumento pro-
nunciado da dívida pública nos últimos anos: desde 67% do PIB
em 2008 até 94% em 2013. O défice público em 2013 foi reduzido
apenas em 4,3%, não cumprindo com o objetivo de 4,1%. De acor-
do com a Cour de Comptes, a instituição máxima de fiscalização
da França, no ano passado, quatro quintos da consolidação das
finanças públicas deveram-se às subidas de impostos, em vez dos
cortes nos gastos.
No final de Abril de 2014, o parlamento francês concordou cor-
tar 50.000 milhões de euros em despesa pública com o objetivo
de financiar uma diminuição da pressão fiscal das empresas. Em
princípio, o Governo francês fixou como objetivo um défice de
3% em 2015 para cumprir o limite de défice de Maastricht. No
entanto, mesmo considerando as medidas do novo orçamento, a
Comissão Europeia prevê que o défice orçamental diminua até
cerca de 3,9% do PUB em 2014 e 3,4% do PIB em 2015. Esta
seria a terceira vez em sete anos que a França não cumpre com os
objetivos de défice da União Europeia, que inicialmente se com-
prometeu a manter.
a situação das insolvênciasDepois de experimentar crescimentos anuais desde 2007 até 2009,
o número de insolvências empresariais diminuiu em 2010 e 2011,
em 5% e 1%, respetivamente. Não obstante, devido à estagnação
da economia francesa em 2012 e 2013, as insolvências voltaram
a aumentar em 2,4%. Tendo em vista a recuperação económica
moderada prevista, a Crédito y Caución espera uma melhoria da
situação das insolvências em 2014. Contudo, o número atual de
insolvências de empresas excede em mais de 20% o de 2007.
2013 não foi um ano positivo para o setor da construção em fran-
ça. A previsão da Crédito y Caución é que esta atividade mante-
nha a sua autonomia em 2014.
Os principais atores pressionam os subcontratados, ao mesmo
tempo que cresce a concorrência das empresas italianas, espa-
nholas e portuguesas, devido à sua pretensão de aumentar a sua
quota de mercado em frança, para compensar as perdas sofridas
nos seus mercados nacionais. O financiamento é um motivo de
preocupação importante para as construtoras francesas, depois
de dois anos de resultados deficientes e uma procura escassa. O
comportamento de pagamentos do setor foi mau durante os últi-
mos dois anos.
A construção tem a proporção mais elevada no número total de
insolvências empresariais da França, em cerca de 30%. Em 2013,
o número de insolvências foi muito elevado, quase tanto como
em 2009, no momento mais difícil da crise de crédito. Os setores
mais afetados são o da construção e carpintaria, os quais se viram
prejudicados pela queda da construção de casas novas. Não preve-
mos que as insolvências da construção se mantenham mais este
ano, mas vão manter os seus níveis elevados.
A alimentação continua a beneficiar da sua reputação em produ-
tos como os vinhos, os champanhes e queijos, e pode atribuir-se
algumas marcas genuinamente mundiais na indústria alimentar.
Contudo, a maioria das 13.000 empresas alimentares francesas
são pequenas: 75% delas tem menos de 20 empregados.
Até agora, o setor demonstrou uma grande capacidade de recu-
peração, mas a conjuntura do mercado verificou-se muito difícil,
como consequência das flutuações de preços das matérias-primas
e das relações tensas entre as empresas agroalimentares e as prin-
cipais cadeias retalhistas.
Simultaneamente, os consumidores ficaram mais sensíveis aos
preços, devido aos débeis resultados económicos e ao maior de-
semprego. Uma vez que as empresas enfrentam custos de produ-
ção crescentes, diminuíram as margens brutas. Por conseguinte, é
frequente que as empresas alimentares francesas não possam in-
vestir o suficiente, e isso produz um efeito adverso na sua compe-
titividade relativamente a outras empresas alimentares europeias.
Diante destes desafios, a indústria encontra-se a desenvolver uma
estratégia de reorganização e concentração mediante diversas fu-
sões e alianças, especialmente nos setores de lacticínios e carne. O
objetivo é que as empresas alcancem a dimensão crítica necessá-
ria para fortalecer o seu poder de negociação com os distribuido-
res, fomentar as suas vendas a nível internacional e concentrar-se
na sua atividade principal ou em menos segmentos.
Texto de análise da evolução da economia francesa, elaborado pela consultora Crédito y Caución
Agosto 2014 | País €conómico › 4948 › País €conómico | Agosto 2014
› Economia iBéRica
EDitoRialForam muitos os sacrifícios mas parece
que, a pouco e pouco, a economia espa-
nhola começa a recuperar. O Fundo Mo-
netário Internacional dobrou a sua pre-
visão de crescimento para Espanha, que
passou de 0,6% para 1,2% no ano 2014 e
de 0,8% para 1,6% no ano 2015. São bons
augúrios, é verdade, embora insuficientes.
Insuficientes porque a redução do défice,
da dívida pública e, principalmente, a da
taxa de desemprego, irão acontecer a um
ritmo muito lento.
Insuficientes face ao aumento de produ-
tividade necessário para concorrer nos
mercados internacionais. Insuficientes
pela falta de reformas na Administração
Pública.
O trabalho de casa ainda deve ser concluí-
do para ultrapassar a fasquia da taxa de
crescimento de 2%, única forma de redu-
zir o desemprego de maneira expressiva.
Como é habitual, podem dirigir as suas
perguntas para lisboa@avinalabogados.
com
imPostos na comPRa E vEnDa DE imóvEis Em EsPanHa (i)A compra de imóveis está a experimen-
tar em Espanha, como em Portugal, uma
ligeira retoma. De acordo com as estatís-
ticas oferecidas pela Ordem de Notários
em Espanha, o número de aquisições
aumentou 1,4% no período Maio 2013/
Maio 2104, embora com uma descida no
preço de 4,5%.
As melhores expectativas da economia,
bem como alguns incentivos (programa
Golden Visa), estão a aliciar os compra-
dores.
Qualquer comprador terá em atenção, na-
turalmente, os custos associados à opera-
ção e, com especial relevância, o imposto
municipal sobre as transmissões onerosas
de imóveis. Porém, em Espanha a taxa
não é única para todo o país, mas depende
das regiões (“comunidades autónomas”).
Para efeitos de comparação apresentamos
as taxas atualmente em vigor, embora
podem existir situações particulares para
determinados de tipos de habitação (por
exemplo, habitação protegida ou para fa-
mília numerosa). ‹
Antonio Viñal Menéndez-Ponte
Antonio Viñal & Co. Abogados. Lisboa
EvEntos E FEiRas
Data EvEnto luGaR
10 - 14 SETEMBROBISUTEX (segunda edição)
(Salão internacional da bijuteria e complementos)Madrid
10 – 14 SETEMBROIBERJOYA (segunda edição)
(Salão internacional da joalharia, prataria, relojoaria e indústrias afins) Madrid
10 – 14 SETEMBROINTERGIFT (segunda edição)
(Salão internacional do presente)Madrid
12 – 14 SETEMBROMOMAD METRÓPOLIS (segunda edição)
Salão internacional do têxtil, calçado e complementosMadrid
19 – 21 SETEMBROTERMATALIA
(Feira internacional do turismo termal)Orense
22 – 24 SETEMBRO SEAFOOD BARCELONA Barcelona
24 – 28 SETEMBROSalão NÁUTICO INTERNACIONAL DE BARCELONA
(Salão náutico internacional)Barcelona
25 – 27 SETEMBROEUROFRUIT
(Salão internacional da fruta doce) Lérida
26 – 29 SETEMBROEXPOHOGAR OTOÑO
(Salão internacional do presente e artigos para o lar)Barcelona
PRimEiRo FoRo Do EmPREGo Da EuRo-REGiÃoNo passado dia 1 de Julho celebrou-se em Tui o primeiro “Job Day”
da Euro-região Galiza-Norte de Portugal organizado pelo Agrupa-
mento Europeu de Cooperação Territorial (AECT). Foram realiza-
das 45 contratações no setor do metal, aproximadamente 50% de
empresas galegas e o resto de Portugal. No encontro também se
debateu sobre as empresas como motor de crescimento, o merca-
do laboral transfronteiriço na Euro-região Galiza-Norte de Portu-
gal e o financiamento comunitário.
a GaliZa E PoRtuGal: PRotocolo méDico comum No passado mês de Junho, a Comunidade de Trabalho Galiza-
-Norte de Portugal assinou um protocolo de colaboração através
do qual os cidadãos da Euro-região poderão receber atendimento
médico dentro do território da Euro-região. No protocolo assinado
também foi estabelecido um programa médico comum para pre-
vir doenças e promover a saúde.
instituto GalEGo DE PRomoción Económica: invEstimEnto Em PRoJEtos DE nEGóciosO Instituto Galego de Promoción Económica (IGAPE) investirá
13 milhões de euros em 55 projetos de negócios para potenciar
a dinamização económica, angariar investimento estrangeiro e
facilitar a saída para o exterior das empresas galegas. Com este
investimento será possível manter 4.200 empregos na Galiza.
coméRcio ElEtRónico: REcoRDE DE FatuRaçÃo O comércio eletrónico atingiu no terceiro trimestre de 2013 uma
faturação de 3.291 milhões de euros, que supõe um incremento
de 21,7% relativamente ao ano 2012.
Neste período foram registadas 46,5 milhões de operações e o
maior número foi derivado da compra e venda de música, livros,
jornais e papelaria, seguido de agências de viagens e operadores
turísticos e publicidade.
ii.- aPoios E suBvEnçõEs MICROCRÉDITOS – BONIFICAÇÃO DE CUSTOS DO FINAN-
CIAMENTO DAS MICROEMPRESAS TITULARES DE EM-
PRÉSTIMOS INFERIORES A 25.000 € COM FUNDOS ICO 2014
PRAZO: Até 20 de Novembro de 2014
OBJETIVO: Bonificação dos custos financeiros das microempre-
sas da Galiza titulares de empréstimos ICO inferiores ou iguais a
25.000 €.
BENEFICIÁRIOS: Empresários em nome individual e microem-
presas que tenham menos 10 trabalhadores e um volume de ne-
gócio anual que não supere os 2 milhões de euros.
VALOR DA AJUDA: Será a bonificação na taxa de juro nominal
das operações do empréstimo.
APOIO FINANCEIRO ÀS PMES – BONIFICAÇÃO DE CUS-
TOS DO FINANCIAMENTO DE EMPRÉSTIMOS SUPERIO-
RES A 25.000 € COM FUNDOS ICO 2014
PRAZO: Até 20 de Novembro de 2014
OBJETIVO: Bonificação dos custos financeiros das pequenas e
médias empresas da Galiza titulares de empréstimos ICO supe-
riores a 25.000 €.
BENEFICIÁRIOS: Pmes que tenham formalizado uma operação
de empréstimo ICO por um valor superior a 25.000 €.
VALOR DA AJUDA: Será a bonificação na taxa de juro nominal
das operações do empréstimo.
RE-SOLVE 2014 – APOIO AO ACCESO A FINANCIAMENTO
OPERATIVO (ATIVO CORRENTE)
PRAZO: Até 30 de Outubro de 2014
OBJETIVO: Facilitar o acesso ao financiamento às pequenas e
médias empresas do seu ativo corrente.
BENEFICIÁRIOS: Pequenas e médias empresas.
VALOR DA AJUDA: Consistirá num reaval do IGAPE durante
a vigência da operação do empréstimo, em garantia de 25 % do
risco assumido pelo SGR. ‹
i.- GaliZa E EuRo-REGiÃo GaliZa-noRtE DE PoRtuGal
Andaluzia
PREÇO DE VENDA (€) TAXA (%)
0 – 400.000 8
400.000,01 – 700.000 9
Mais de 700.000,01 10
Estremadura
PREÇO DE VENDA (€) TAXA (%)
0 – 360.000 8
360.000,01 – 600.000 9
Mais de 600.000,01 11
Baleares
PREÇO DE VENDA (€) TAXA (%)
0 – 400.000 8
400.000,01 – 600.000 9
Mais de 600.000,01 10
Astúrias
PREÇO DE VENDA (€) TAXA (%)
0 – 300.000 8
300.000,01 – 500.000 9
Mais de 500.000,01 10
Aragão
Taxa fixa 7 (%)
Canárias
Taxa fixa 6,5 (%)
Castela La Mancha
Taxa fixa 8 (%)
Catalunha
Taxa fixa 10 (%)
Murcia
Taxa fixa 8 (%)
Galiza
Taxa fixa 10 (%)
Navarra
Taxa fixa 6,5 (%)
La Rioja
Taxa fixa 7 (%)
País Basco
Taxa fixa 7 (%)
Madrid
Taxa fixa 6 (%)
Valência
Taxa fixa 10 (%)
Cantábria
Taxa fixa 8 (%)
Castela e Leão
Taxa fixa 8 (%)
Agosto 2014 | País €conómico › 5150 › País €conómico | Agosto 2014
› a FEcHaR
alentejo litoral apresentou Plano Estratégico de DesenvolvimentoA Comunidade Intermunicipal do Alen-
tejo Litoral (CIMAL) apresentou, em ceri-
mónia nas Ruínas Romanas de Miróbriga,
em Santiago do Cacém, o Plano Estraté-
gico de Desenvolvimento do Alentejo Li-
toral (PEDAL) 2014-2020. O documento
pretende definir a estratégia de desen-
volvimento para o território, incluindo a
identificação das iniciativas estruturantes
para o período 2014-2020, tendo em con-
sideração as especificidades das orienta-
ções e regras definidas a nível nacional e
comunitário para o próximo período de
programação estrutural.
O plano aponta para o aproveitamento e
desenvolvimento dos eixos estratégicos
como sejam a construção e afirmação do
produto turístico regional, a afirmação do
pólo económico de Sines, a valorização
dos recursos endógenos e o acesso físico,
funcional e virtual.
Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de
Santiago do Cacém, referiu na ocasião que
o Alentejo Litoral «tem potencial para se
afirmar como uma referência económica
e turística no contexto nacional», enquan-
to António Costa da Silva, vogal do Inalen-
tejo, sublinhou que o Alentejo Litoral «é
um dos locais onde facilmente se identifi-
ca uma estratégia de desenvolvimento». ‹
Garland abre em marrocosA Garland abriu um novo escritório em Casablanca (Marrocos). A repre-
sentação do grupo surge em regime de joint-venture com o grupo fran-
cês Naxco Shipping, tendo formado no âmbito dessa parceria a empresa
GarlandNaxco Logistics Maroc. Da equipa escolhida para o escritório de
Casablanca faz parte um trabalhador português, que tem como principal
missão dar apoio aos clientes portugueses que operam no mercado mar-
roquino. Depois de Casablanca, o grupo pretende instalar-se também na
cidade de Tanger. ‹
iii Encontro de Reitores no Rio de JaneiroA Universia, a maior rede de universidades de língua hispânica e portu-
guesa, celebrou o III Encontro Internacional de Reitores, que decorreu na
cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Na “Cidade Maravilhosa” estiveram reitores
de mais de 1.200 universidades, tendo tido a oportunidade de dialogarem
sobre os desafios das universidades no mundo de hoje, assim como o papel
da universidade ibero-americana no mundo contemporâneo. Portugal es-
teve representado por uma comitiva de 20 participantes, entre os quais 14
reitores de universidades e institutos politécnicos nacionais. ‹
Pais do amaral quer comprar a taPO empresário português Miguel Pais do Amaral decla-
rou em entrevista ao Dinheiro Vivo, que pretende a bre-
ve prazo apresentar uma proposta para a aquisição da
totalidade do capital da TAP, atualmente integralmente
detido pelo Estado português. O atual líder do The Edge
Group referiu que em conjunto com o empresário nor-
te-americano Frank Lorenzo (antigo acionista da Conti-
nental Aielines), apresentará «uma proposta enquanto
promotor de um consórcio financeiro e o objetivo desse
consórcio financeiro não é vender a companhia daqui a
três ou quatro anos», sublinhou. Aliás, segundo Pais do
Amaral referiu na mesma entrevista, «a nossa estratégia
é simples: manter a estratégia da empresa, pois achamos
que o presidente da TAP, Fernando Pinto, tem feito um
bom trabalho e tem anos à frente para continuar a fazê-
-lo. E. obviamente, para que essa estratégia seja bem-su-
cedida, o hub de Lisboa é absolutamente estratégico». ‹
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52 › País €conómico | Agosto 2014