Almanaque de cultura - Brasil

10

description

De Elifas Andreato

Transcript of Almanaque de cultura - Brasil

Page 1: Almanaque de cultura - Brasil

“Sou fã do Almanaque como leitor e como publicitário. Gosto de suas matérias, seu requinte gráfico e, particularmente, seu sobrenome. Palavra de quem tem uma agência chamada W/Brasil.”

Washington Olivetto, publicitário

“O Almanaque representa uma possibilidade de novos olhares para a sociedade e a cultura brasileiras.”

Gilberto Gil, músico

“O Almanaque não é simplesmente uma revista. É um serviço de utilidade pública.”

Mauro Salles, publicitário

“O Almanaque é uma publicação criativa, objeto de desejo de todo passageiro da TAM.”

Milú Villela, presidente do Instituto Itaú Cultural

“Almanaques me levam para a infância na roça, casa de pau a pique, fogão de lenha, casinha do lado de fora. Dizem que o povo não gosta de ler. O Almanaque contesta.”

Rubem Alves, escritor e educador

“É um prazer redescobrir nossa boa história nas páginas do Almanaque Brasil. Surpresas em cada página.”

Antônio Fagundes, ator

ELIFAS ANDREATO é artista gráfico e jornalista. Idealizador e diretor editorial da revista Almanaque Brasil, nasceu em Rolândia, Paraná, em 1946. Foi um dos criadores da revista Placar e da coleção História da Música Popular Brasileira, além dos semanários Opinião, Movimento e da revista Argumento, fundamentais no combate à ditadura militar. Nos anos 1970, iniciou o trabalho de programação visual para peças teatrais e passou a criar capas para os discos dos mais importantes nomes da MPB, tornando-se rapidamente o mais respeitado profissional da área. Foi também cenógrafo e diretor artístico de diversos espetáculos musicais; diretor e cenógrafo de programas televisivos e criador de inúmeros projetos culturais nas mais variadas áreas. Desde 1979 está à frente da Andreato Comunicação e Cultura, desenvolvendo projetos especiais ligados a educação, artes, infância e cultura.

JOÃO ROCHA RODRIGUES é jornalista. Nasceu em São Paulo em 1979, tendo se formado em Comunicação Social pela PUC de São Paulo, com passagem pela Universidad Autónoma de Barcelona, na Espanha. É editor do Almanaque Brasil e responsável pela criação de diversos projetos culturais realizados pela Andreato Comunicação e Cultura, como o programa televisivo Almanaque Brasil, veiculado na TV Cultura; o documentário Elifas Andreato, Um Artista Brasileiro; e a edição de livros como O Sonho de Voar e Álbum de Família.

Visite o site oficial do Almanaque Brasil em www.almanaquebrasil.com.br Site do livro: www.tododiaedia.com.br

Você sabe como surgiu a expressão “a cobra vai fumar”? E por que os cariocas ficaram um dia sem receber jornal impresso? Será que você acreditaria que um bebê diabo assombrou a cidade de São Paulo? Ou então que, como um país muito festeiro, o Brasil já teve um ano com dois carnavais? E que, assim como o país do futebol, o povo é tão apaixonado por novela que conseguiu lotar um estádio de futebol só para assistir ao último capítulo?

Como em todo bom almanaque, além de fatos curiosos e divertidos, aqui você também vai encontrar o que se comemora em cada dia do ano; o que se colhe no Brasil a cada mês; os signos; o significado das expressões mais tradicionais; os santos de cada dia do mês; as festas e os costumes populares. Um almanaque que vai descobrir o Brasil aos brasileiros!

“E hão de chover almanaques. O Tempo os imprime, Esperança os edita; é toda a oficina da vida.”

Machado de Assis

Page 2: Almanaque de cultura - Brasil

Elifas AndreatoJoão Rocha Rodrigues

Organizadores

Page 3: Almanaque de cultura - Brasil

O Elifas e eu temos várias coisas em comum. A principal delas é que nós dois temos cara de turco. Explica-se: ele se chama Elifas e eu Alves Pinto, tudo mouro. Outra coisa que nos identi� ca: fomos meninos pobres, os pais dele, segundo eu sei, mais pobres do que os meus, todos com muitos � lhos, com pouco luxo mas com mesa farta. Desenhar compulsivamente foi uma atividade que ocupou nossa infância inteira.

Eu achei, durante muito tempo, que era, na área, o cara mais trabalhador do Brasil. Só que, relendo a biogra� a do Elifas, descobri que ele, sozinho, neste ranking, ocupa o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto lugar, acredito que só entro lá depois

do sexto. Com um detalhe arrasador: ainda faltam quatorze anos pro viadim chegar à minha provecta idade, o que vai acabar me jogando lá pra depois do décimo, décimo primeiro lugar desta lista de dois.

Este almanaque do Elifas vai chegar às mãos de todos os brasileiros que admiram, conhecem e respeitam seu trabalho, por essa razão não vai ser preciso que eu mencione o que ele já produziu no campo das artes grá� cas, da música, da televisão e, principalmente, do teatro, pintando, cenografando, escrevendo, dirigindo, etc.

apresentação

Page 4: Almanaque de cultura - Brasil

etc. e etc. O bicho é dono de uma inventiva e de uma criatividade, digamos, irritante (no que me concerne).

Tudo que o Elifas faz é, no mínimo, bonito. Ele consegue colocar no que pinta e borda um componente de emoção que é, imediatamente, perceptível, como se fosse possível – e, no seu caso é – um desenho ter cheiro, respiração e a capacidade de � car olhando pra você, o desenho, esclareço.

E o cara não sossega. Inventa de fazer uma publicação chamada Almanaque Brasil, onde eles – juro que saiu eles na minha Olivetti, sem que eu percebesse – ele ainda acha que precisa dizer ao seu público que tudo o que fez e faz tem a ver com a terra

onde nasceu, esse país e esse povo que ele quer com o chamado acendrado amor – como sua vida prova – e que são o centro de todas as suas preocupações e o motivo de sua incontrolável criatividade.

Agora chega de puxar – com todo carinho e respeito – o saco do rapaz e tratar de convidar você para esse passeio pela coleção de seu almanaque, resultado de toda a sua inquietação.

Ziraldo

Page 5: Almanaque de cultura - Brasil

16janeiro

34fevereiro

72abril

90maio

110junho

128julho

146agosto

186outubro

8quanta história de almanaque

14como se

inventaram os almanaques

16janeiro

72abril

90maio

110junho

128julho

8quanta história de almanaque

14como se

inventaram os almanaques

Page 6: Almanaque de cultura - Brasil

16janeiro

34fevereiro

52março

128julho

146agosto

166setembro

186outubro

206novembro

226dezembro

246brasiliômetro

34fevereiro

52março

146agosto

166setembro

186outubro

206novembro

226dezembro

246brasiliômetro

Page 7: Almanaque de cultura - Brasil

8 brasil almanaque de cultura popular todo dia é dia

QUANTA HISTÓRIA DE ALMANAQUE

INFORMAÇÃO E DIVERSÃO, DOS CAMELOS DO DESERTO AOS CÉUS DO BRASILPassando pelas mãos mais diversas ao longo dos séculos, o almanaque deixou sua marca na história. Faraó ou profeta, revolucionário ou abolicionista, não houve quem tenha passado incólume a seus efeitos. Divertir e informar, eis a vocação desse formato tão saboroso. Para enfrentar tanto tempo, não havia como não se transformar. E ele não negou fogo. O Almanaque Brasil, por exemplo, desde 1999 atravessa, dia após dia, os céus do País. Haja fôlego.

Na aurora da civilização, saber a lua certa para o plantio e a estação própria da colheita era fundamental para a vida. Observando a natureza e as estrelas, o homem pôde imortalizar essas informações e transmiti-las na forma de calendário. Logo, o objeto tornou-se imprescindível para diferentes civilizações. Já no século 13 antes de Cristo, no túmulo do faraó Ramsés IV, há um calendário cronológico entalhado. No Oriente antigo, os astrólogos presenteavam os soberanos com calendários a cada início de ano. Não podia faltar.

séculos, o almanaque deixou sua marca na história.

não havia como não se transformar. E ele não negou fogo. O Almanaque Brasil, por exemplo, desde 1999 atravessa, dia após dia, os céus do País. Haja fôlego.

Com o passar do tempo, o calendário ganha nova roupagem. Páginas são acrescidas, com ilustrações e imagens de signos. Ao longo dos séculos, recebe diversos nomes: reportório, folhinha, endimião, camião, lunário, prognóstico, sarrabal. Daí para o surgimento de um formato universal, capaz de conquistar qualquer um até hoje, foi uma questão de tempo. Almanak, almenachus, almenaque, almanaque. Não se sabe ao certo a origem da palavra: pode ter vindo tanto do grego como do latim. Ou quem sabe do siríaco, saxão ou celta.

Page 8: Almanaque de cultura - Brasil

9brasil almanaque de cultura popular todo dia é dia

PASSADO, PRESENTE E FUTUROPROFETAS TAMBÉM SE ESPARRAMARAM EM SUAS PÁGINASA invenção da tipogra� a por Gutenberg na primeira metade do século 15 ampliou a difusão de livros entre a população. O almanaque foi no embalo. O primeiro a ser impresso foi o alemão Praklic, de 1454. Ainda que em forma embrionária, o livrinho de apenas cinco páginas era disputado. O interesse se re� ete também na produção. Multiplicam-se os autores. Um deles, procuradíssimo, fazia sucesso até entre reis e rainhas. Dominava astrologia e astronomia. Falava francês, latim, grego e hebraico. Sabia tudo de medicina, alquimia e teologia. E certamente mais um pouco. Seu nome, Nostradamus – responsável por um concorrido almanaque anual que circulou pela Europa durante uma década, entre 1550 e 1560. Nele, junto com sua vasta erudição, o francês des� lava seus intrigantes e singulares “poderes”. Além do presente e do passado, o tal almanaque trazia previsões do futuro.

PASSADO, PRESENTE E FUTUROPROFETAS TAMBÉM SE ESPARRAMARAM

que em forma embrionária, o livrinho de apenas cinco

nome, Nostradamus – responsável por um concorrido

singulares “poderes”. Além do presente e do passado, o

E hão de chover almanaques. O Tempo os imprime, Esperança os edita; é toda a ofi cina da vida.Machado de Assis

A tese mais corrente é de que a palavra teria surgido do árabe al-manakh – lugar onde os camelos se ajoelham para beber água em meio a uma viagem. É, portanto, um ponto-de-encontro, um local onde viajantes se reuniam e podiam relatar o que encontraram ou souberam nas paragens por que passaram. Não será mesmo isso o almanaque, uma reunião de informações diversas, não muito aprofundadas, divertidas, curiosas? Documentos históricos convivem com causos; literatura, com dados astronômicos. Conselhos morais e práticos se acomodam em meio a festas religiosas, datas comemorativas, provérbios, anedotas. Para caber tudo isso, só mesmo num almanaque.

Page 9: Almanaque de cultura - Brasil

10 brasil almanaque de cultura popular todo dia é dia

Foi por mãos lusitanas que os almanaques chegaram às terras tupiniquins. Como as indústrias eram proibidas – entre elas, a tipogra� a –, não podiam ser confeccionados por aqui. Os únicos escritos lidos em praça pública eram ordens régias, sob o rufar de tambores milicianos. Assim, só chegava almanaque importado ou clandestino, e não muitos. O Almanaque do Rio de Janeiro, de 1792, e o Almanack das Musas, o� erecido ao Gênio Portuguez, de 1793, eram alguns deles, e até hoje podem ser consultados na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Mas, mesmo diante da escassez, o formato não negou vigor. Pouco a pouco, torna-se mania popular, seja no campo ou na cidade. Em 1812 é impresso o Almanaque da Bahia, o primeiro genuinamente brasileiro de que se tem notícia.

PROVAR PODE, FAZER NÃOA ESCASSEZ NÃO IMPEDE A PROLIFERAÇÃO

PRESENÇA HISTÓRICAA importância dos almanaques no curso dos acontecimentos do mundo é inconteste. Para que não pareça megalomania, note: • Durante a Revolução Francesa (1789-1799), debates ideológicos eram travados nas páginas do Almanach Républicain (Almanaque Republicano), uma das únicas publicações que conseguiam ser mascateadas em meio ao caos da França revolucionária.

• Nos Estados Unidos, o Anti-Slaveric Almanac (Almanaque Antiescravidão), de 1838, era usado como meio difusor das ideias abolicionistas.

• Descobertas e invenções da Revolução Industrial foram divulgadas por meio dos almanaques.

Foi por mãos lusitanas que os almanaques chegaram às terras tupiniquins. Como as indústrias eram

PROVAR PODE, FAZER NÃOA ESCASSEZ NÃO IMPEDE A PROLIFERAÇÃO

Page 10: Almanaque de cultura - Brasil

“Sou fã do Almanaque como leitor e como publicitário. Gosto de suas matérias, seu requinte gráfico e, particularmente, seu sobrenome. Palavra de quem tem uma agência chamada W/Brasil.”

Washington Olivetto, publicitário

“O Almanaque representa uma possibilidade de novos olhares para a sociedade e a cultura brasileiras.”

Gilberto Gil, músico

“O Almanaque não é simplesmente uma revista. É um serviço de utilidade pública.”

Mauro Salles, publicitário

“O Almanaque é uma publicação criativa, objeto de desejo de todo passageiro da TAM.”

Milú Villela, presidente do Instituto Itaú Cultural

“Almanaques me levam para a infância na roça, casa de pau a pique, fogão de lenha, casinha do lado de fora. Dizem que o povo não gosta de ler. O Almanaque contesta.”

Rubem Alves, escritor e educador

“É um prazer redescobrir nossa boa história nas páginas do Almanaque Brasil. Surpresas em cada página.”

Antônio Fagundes, ator

ELIFAS ANDREATO é artista gráfico e jornalista. Idealizador e diretor editorial da revista Almanaque Brasil, nasceu em Rolândia, Paraná, em 1946. Foi um dos criadores da revista Placar e da coleção História da Música Popular Brasileira, além dos semanários Opinião, Movimento e da revista Argumento, fundamentais no combate à ditadura militar. Nos anos 1970, iniciou o trabalho de programação visual para peças teatrais e passou a criar capas para os discos dos mais importantes nomes da MPB, tornando-se rapidamente o mais respeitado profissional da área. Foi também cenógrafo e diretor artístico de diversos espetáculos musicais; diretor e cenógrafo de programas televisivos e criador de inúmeros projetos culturais nas mais variadas áreas. Desde 1979 está à frente da Andreato Comunicação e Cultura, desenvolvendo projetos especiais ligados a educação, artes, infância e cultura.

JOÃO ROCHA RODRIGUES é jornalista. Nasceu em São Paulo em 1979, tendo se formado em Comunicação Social pela PUC de São Paulo, com passagem pela Universidad Autónoma de Barcelona, na Espanha. É editor do Almanaque Brasil e responsável pela criação de diversos projetos culturais realizados pela Andreato Comunicação e Cultura, como o programa televisivo Almanaque Brasil, veiculado na TV Cultura; o documentário Elifas Andreato, Um Artista Brasileiro; e a edição de livros como O Sonho de Voar e Álbum de Família.

Visite o site oficial do Almanaque Brasil em www.almanaquebrasil.com.br Site do livro: www.tododiaedia.com.br

Você sabe como surgiu a expressão “a cobra vai fumar”? E por que os cariocas ficaram um dia sem receber jornal impresso? Será que você acreditaria que um bebê diabo assombrou a cidade de São Paulo? Ou então que, como um país muito festeiro, o Brasil já teve um ano com dois carnavais? E que, assim como o país do futebol, o povo é tão apaixonado por novela que conseguiu lotar um estádio de futebol só para assistir ao último capítulo?

Como em todo bom almanaque, além de fatos curiosos e divertidos, aqui você também vai encontrar o que se comemora em cada dia do ano; o que se colhe no Brasil a cada mês; os signos; o significado das expressões mais tradicionais; os santos de cada dia do mês; as festas e os costumes populares. Um almanaque que vai descobrir o Brasil aos brasileiros!

“E hão de chover almanaques. O Tempo os imprime, Esperança os edita; é toda a oficina da vida.”

Machado de Assis