ALTERAÇÕES DO ELETROENCtfALOGRAMA DURANTE A … · ritmar, facilitar, e inibir impulsos...

6
ALTERAÇÕES DO ELETROENCtfALOGRAMA DURANTE A REGRESSÃO. HISTÓRICO DE UM CASO* Dr. B.W.LEVINSON M.B.B.Ch.D.P.M. (Rand) INTROOUÇAO (União Sul-afri ca na ) O problema da reqressão de idade pela hipnose é ainda um dos mais controverti dos fenómenos no estudo da hipnose. A questão é se a lembrança descrita durante a regres são é uma revivescência ou recapitularão de eventos de uma idade anterior, ou apenas sT mulação ou, no máximo, uma vivaz evoca';-io da experiência? Testes psicológicos realizados durante cada fase de regressão têm apenas trazido um número enorme de evidências confli- tantes. Nos últimos anos, neurocirurgiões e neurofisio 1ogistas têm feito observações que levam ã validade da regressão hipnótica. As experiências neurofisio 1ogicas publicadas a respeito da regressão podem ser interpretadas nos limites deste recente trabalho. % Outro exemplo pode ser encontrado no trabalho de GIDRO-FRANK e BUCH(l) na produ ção de reflexos plantares infantis, e a descrição por KUPPER(2) de atividade eletrocorti- cal aRormal num eletroencefa 1ograma que foi alterado pela regressão do paciente a uma i d a de anterior ã sua primeira convulsão. PENFIELD e R0BERTS(3) descreveram "f1ash-backs" experimentados por pacientes em resposta ao estimulo de áreas mínimas do córtex. Micro-e1etródios foram inseridos nas su perfTcies superior e lateral do córtex temporal .A resposta experimental estimulada durante a a tT vidade exploratória foi reconhecida pelo paciente como alguma coisa tirada de seu passado". Nas palavras dos autores - "o fio do tempo permanece conosco sob a forma de uma sucessão de facilitajões permanentes. Este fio passa através de células ganglionares e sinapses.Ele corre através das horas vividas por cada ser humano, do nascimento ã morte. No fio do tem po estão ajustados, como pérolas superpostas, os modelos significativos que podem ainda" evocar o conteúdo esmaecido de vivenci asanteriores". Aqui está a validade de uma parte do problema, isto é, de que a regressão e possível. Não somente em termos de uma evoca- ção superficial, mas nos minuciosos detalhes da vida diária passada. Os rastros neurofi- siolõgicos deixados por experiências passadas estão presos, guardados nesses complexos sis_ temas sinápticos onde esperam um estimulo adequado para serem revividos. JASPER(4) descreveu um sistema reticular talãmico capaz de controlar, regular , ritmar, facilitar, e inibir impulsos emergentes do tálamo. Nestas condições, o curso da consciência pode ser manipulado, tanto que, "Extensas áreas do córtex podem ser levadas a funcionar em sincronia rítmica quando estimulados diretamente apenas 2 ou 3 milímetros quadrados da porção central do sistema". E esta a verdadeira razão de ser do processo de regressão? Quando a hipnose é induzida, o paciente é submetido a um processo gradual de ensurdecimento. A voz do hipnólogo é a única ponte que permanece entre o paciente e o am biente que o cerca. Este foco exclusivo de impulsos aferentes passa a estimular, neste mo mento, uma formação reticular altamente modulada e de fonte única. Mecanismos especiais inerentes ao sistema entram em ação e discretas áreas do lobo temporal são despertadas.Des ta maneira, redes neuronais são ativadas, produzindo uma revivescência de acontecimentos" passados. Isto pode ser similar aos "f 1 ash-backs" artificialmente induzidos e picduzidos pela excitação dos elétrodos na superfície do córtex. No caso que se segue, um paciente fez regressão e reviveu um período específico de sua vida. Naguela época o paciente sofrera um acesso epiléptico. 0 complexo sinãptico, guardando a memoria deste evento, deve ter associado a ele, na sua intimidade, uma descar ga neuronal patológica. Se esta descarga pôde ser rememorada no momento da regressão, is- to pode ser prova de significativa validade deste proces«so hipnótico. HISTÓRICO DO CASO Sr. G.W.M., 38 anos de idade, internado na unidade neurológica do Hospital Ta- ra, em Johannesburg, em 2 de janeiro de 1 959. Ele vinha sofrendo de crises de letargia havia já uns 4 a 5 anos. No mês passado ele teve 8 crises que se iniciavam com uma sensa- ção de irritabilidade e depressão. Ele experimentava, então, a sensação de um foco dt luz passando porsobre seu olho esquerdo e dirigindo-se para baixo. Imediatamente sua perna esquerda e, às vezes, seu braço esquerdo tornavam-se fracos. Ele descrevia episódios em que ele tinha controle apenas sobre segmentos de seus membros. "Eu ficava horrorizado ao sentir que podia mover meus dedos mas não conseguia elevar meu braço até o ombro." Durante a guerra, ele sofreu um acidente de carro com séria lesão craniana. Es teve inconsciente alguns dias. Foi tratada uma fratura com afundamento do frontal. Em t o - da sua história era este o único incidente que podia se relacionar com suas crises atuais. Ele era vago sobre isto. cerca de três anos antes, ele estava passeando fora de Dur- * - Trabalho apresentado no 19 Congresso Pan Americano de Hipnologia, Rio de Janeiro, 16-??, julho, 1961. 2

Transcript of ALTERAÇÕES DO ELETROENCtfALOGRAMA DURANTE A … · ritmar, facilitar, e inibir impulsos...

A L T E R A Ç Õ E S DO ELETROENCtfALOGRAMA DURANTE

A R E G R E S S Ã O . H I S T Ó R I C O DE UM CASO*

Dr . B.W.LEVINSON M.B.B.Ch.D.P.M. (Rand)

I N T R O O U Ç A O (União S u l - a f r i ca na )

O p r o b l e m a da reqressão de i d a d e p e l a h i p n o s e é a i n d a um dos mais c o n t r o v e r t i d o s f e n ó m e n o s no e s t u d o da h i p n o s e . A q u e s t ã o é se a lemb r a n ç a d e s c r i t a d u r a n t e a r e g r e s são é uma r e v i v e s c ê n c i a ou r e c a p i t u l a r ã o de e v e n t o s de uma i d a d e a n t e r i o r , ou apenas sT m u l a ç ã o o u , no m á x i m o , uma v i v a z evoca';-io da e x p e r i ê n c i a ? T e s t e s p s i c o l ó g i c o s r e a l i z a d o s d u r a n t e cada f a s e de regressão têm a p e n a s t r a z i d o um número enorme de evidências c o n f l i ­t a n t e s . Nos ú l t i m o s a n o s , n e u r o c i r u r g i õ e s e n e u r o f i s i o 1 o g i s t a s têm f e i t o observações que l e v a m ã v a l i d a d e da regressão h i p n ó t i c a . As e x p e r i ê n c i a s n e u r o f i s i o 1 o g i c a s já p u b l i c a d a s a r e s p e i t o da reg r e s s ã o podem s e r i n t e r p r e t a d a s nos l i m i t e s d e s t e r e c e n t e t r a b a l h o .

%

O u t r o e x e m p l o pode s e r e n c o n t r a d o no t r a b a l h o de GIDRO-FRANK e B U C H ( l ) na prod u ção de r e f l e x o s p l a n t a r e s i n f a n t i s , e a d e s c r i ç ã o p o r K U P P E R ( 2 ) de a t i v i d a d e e l e t r o c o r t i -c a l aRormal num e l e t r o e n c e f a 1ograma que f o i a l t e r a d o p e l a r e g r e s s ã o do p a c i e n t e a uma i d a de a n t e r i o r ã sua p r i m e i r a c o n v u l s ã o .

P E N F I E L D e R 0 B E R T S ( 3 ) d e s c r e v e r a m " f 1 a s h - b a c k s " e x p e r i m e n t a d o s p o r p a c i e n t e s em r e s p o s t a ao e s t i m u l o de áreas m í n i m a s do córtex. M i c r o - e 1 e t r ó d i o s f o r a m i n s e r i d o s nas su p e r f T c i e s s u p e r i o r e l a t e r a l do córtex temporal .A r e s p o s t a e x p e r i m e n t a l e s t i m u l a d a d u r a n t e a a t T v i d a d e e x p l o r a t ó r i a f o i r e c o n h e c i d a p e l o p a c i e n t e como a l g u m a c o i s a t i r a d a de seu passado". Nas p a l a v r a s dos a u t o r e s - "o f i o do tempo p e r m a n e c e c o n o s c o sob a f o r m a de uma sucessão de f a c i l i t a j õ e s p e r m a n e n t e s . E s t e f i o p a s s a a t r a v é s de c é l u l a s g a n g l i o n a r e s e s i n a p s e s . E l e c o r r e a t r a v é s das h o r a s v i v i d a s p o r c a d a s e r humano, do n a s c i m e n t o ã m o r t e . No f i o do tem po estão a j u s t a d o s , como pérolas s u p e r p o s t a s , os m o d e l o s s i g n i f i c a t i v o s que podem ainda" e v o c a r o c o n t e ú d o e s m a e c i d o de v i v e n c i a s a n t e r i o r e s " . A q u i está a v a l i d a d e de uma p a r t e do p r o b l e m a , i s t o é, de que a regr e s s ã o e p o s s í v e l . Não s o m e n t e em t e r m o s de uma e v o c a ­ção s u p e r f i c i a l , mas nos m i n u c i o s o s d e t a l h e s da v i d a d i ária p a s s a d a . Os r a s t r o s n e u r o f i -s i o l õ g i c o s d e i x a d o s p o r e x p e r i ê n c i a s p a s s a d a s estão p r e s o s , g u a r d a d o s n e s s e s c o m p l e x o s sis_ temas s i n á p t i c o s onde e s p e r a m um e s t i m u l o a d e q u a d o p a r a s e r e m r e v i v i d o s .

J A S P E R ( 4 ) d e s c r e v e u um s i s t e m a r e t i c u l a r t a l ã m i c o c a p a z de c o n t r o l a r , r e g u l a r , r i t m a r , f a c i l i t a r , e i n i b i r i m p u l s o s e m e r g e n t e s do t á l a m o . N e s t a s c o n d i ç õ e s , o c u r s o da c o n s c i ê n c i a pode s e r m a n i p u l a d o , t a n t o q u e , " E x t e n s a s áreas do córtex podem s e r l e v a d a s a f u n c i o n a r em s i n c r o n i a rítmica q u a n d o e s t i m u l a d o s d i r e t a m e n t e a p e n a s 2 ou 3 milímetros q u a d r a d o s da porção c e n t r a l do s i s t e m a " . E e s t a a v e r d a d e i r a razão de s e r do p r o c e s s o de r e g r e s s ã o ? Quando a h i p n o s e é i n d u z i d a , o p a c i e n t e é s u b m e t i d o a um p r o c e s s o g r a d u a l de e n s u r d e c i m e n t o . A v o z do hipn ó l o g o é a ú n i c a p o n t e que p e r m a n e c e e n t r e o p a c i e n t e e o am b i e n t e que o c e r c a . E s t e f o c o e x c l u s i v o de i m p u l s o s a f e r e n t e s p a s s a a e s t i m u l a r , n e s t e mo m e n t o , uma f o r m a ç ã o r e t i c u l a r a l t a m e n t e m o d u l a d a e de f o n t e ú n i c a . M e c a n i s m o s e s p e c i a i s i n e r e n t e s ao s i s t e m a e n t r a m em ação e d i s c r e t a s á reas do l o b o t e m p o r a l são d e s p e r t a d a s . D e s t a m a n e i r a , r e d e s n e u r o n a i s são a t i v a d a s , p r o d u z i n d o uma r e v i v e s c ê n c i a de a c o n t e c i m e n t o s " p a s s a d o s . I s t o pode s e r s i m i l a r a o s " f 1 a s h - b a c k s " a r t i f i c i a l m e n t e i n d u z i d o s e p i c d u z i d o s p e l a e x c i t a ç ã o d os elétrodos na s u p e r f í c i e do c ó r t e x .

No c a s o que se s e g u e , um p a c i e n t e f e z r e g r e s s ã o e r e v i v e u um período específico de s u a v i d a . N a g u e l a época o p a c i e n t e s o f r e r a um a c e s s o e p i l é p t i c o . 0 c o m p l e x o sinãptico, g u a r d a n d o a memoria d e s t e e v e n t o , d e v e t e r a s s o c i a d o a e l e , na sua i n t i m i d a d e , uma d e s c a r ga n e u r o n a l p a t o l ó g i c a . Se e s t a d e s c a r g a pôde s e r r e m e m o r a d a no momento da regressão, i s ­t o pode s e r p r o v a de s i g n i f i c a t i v a v a l i d a d e d e s t e proces«so h i p n ó t i c o .

H I S T Ó R I C O DO CASO

S r . G.W.M., 38 anos de i d a d e , i n t e r n a d o na u n i d a d e n e u r o l ó g i c a do H o s p i t a l T a ­r a , em J o h a n n e s b u r g , em 2 de j a n e i r o de 1 959. E l e v i n h a s o f r e n d o de c r i s e s de l e t a r g i a h a v i a já uns 4 a 5 a n o s . No mês p a s s a d o e l e t e v e 8 c r i s e s que se i n i c i a v a m com uma s e n s a ­ção de i r r i t a b i l i d a d e e d e p r e s s ã o . E l e e x p e r i m e n t a v a , e n t ã o , a sen s a ç ã o de um f o c o dt l u z p a s s a n d o p o r s o b r e s e u o l h o e s q u e r d o e d i r i g i n d o - s e p a r a b a i x o . I m e d i a t a m e n t e sua p e r n a e s q u e r d a e, às v e z e s , s e u braço e s q u e r d o t o r n a v a m - s e f r a c o s . E l e d e s c r e v i a episódios em que e l e t i n h a c o n t r o l e a p e n a s s o b r e s e g m e n t o s de s e u s membros. "Eu f i c a v a h o r r o r i z a d o ao s e n t i r que p o d i a mover meus d e d o s mas não c o n s e g u i a e l e v a r meu braço até o ombro."

D u r a n t e a g u e r r a , e l e s o f r e u um a c i d e n t e de c a r r o com séria lesão c r a n i a n a . Es t e v e i n c o n s c i e n t e a l g u n s d i a s . F o i t r a t a d a uma f r a t u r a com a f u n d a m e n t o do f r o n t a l . Em t o ­da s u a h i s t ó r i a e r a e s t e o único i n c i d e n t e que p o d i a s e r e l a c i o n a r com suas c r i s e s a t u a i s . E l e e r a v a g o s o b r e i s t o . Há c e r c a de três a n o s a n t e s , e l e e s t a v a p a s s e a n d o f o r a de D u r -

* - T r a b a l h o a p r e s e n t a d o no 19 C o n g r e s s o Pan A m e r i c a n o de H i p n o l o g i a , R i o de Ja n e i r o , 16-??, j u l h o , 1961.

2

ban e o f a t o s e g u i n t e , que e l e l e m b r a , é o de e s t a r s e n d o t r a z i d o de v o l t a a Ourban. E l e c o n t a que f o i e n c o n t r a d o i n c o n s c i e n t e na v i a p ú b l i c a .

0 exame físico f e i t o na admissão f o i n o r m a l sob t o d o s os a s p e c t o s . R a d i o g r a f i a s , punção l o m b a r e EEG e s t a v a m d e n t r o d o s l i m i t e s da n o r m a l i d a d e . E s t u d o s de v e n t r i c u 1 o g r a -f i a deram r e s u l t a d o s n o r m a i s . F i c a m o s s a t i s f e i t o s ao c o n s t a t a r que s u a s c r i s e s 'eram de na t u r e z a de e q u i v a l e n t e s e pilépticos p ó s - t r a u m a t i c o s .

Eu e s t a v a i n t e r e s s a d o em a p u r a r o i n c i d e n t e a n t e r i o r em D u r b a n . Sem notificá-lo de n o s s a s i n t e n ç õ e s , a p e n a s c o m u n i c a n d o que iríamos r e p e t i r a l g u m a s i n v e s t i g a ç õ e s , os elé t r o d o s do EEG f o r a m c o l o c a d o s em posição e o p a c i e n t e f o i h i p n o t i z a d o . E l e t i n h a s i d o hip" n o t i z a d o a n t e s e e n t r o u f a c i l m e n t e em t r a n s e . N e s t e e s t a d o fomos f a z e n d o uma r e g r e s são grã" d u a l até que e l e a s s i n a l a s s e e s t a r a n d a n d o f o r a de D u r b a n , r e v i v e n d o o episódio que nos t i n h a r e l a t a d o a n t e r i o r m e n t e . E l e d e s c r e v e u o que v i u como se o f a t o e s t i v e s s e a c o n t e c e n ­do -naquel e momen t o .

C o n c o m i t a n t e m e n t e EEGs e s t a v a m s e n d o f e i t o s . E l e nos deu a d a t a e as r o u p a s que e s t a v a u s a n d o . D e s c r e v e u a a l d e i a de V e r u l a m , f o r a de D u r b a n . D i s s e e s t a r d e s c u i d a d o e de p r i m i d o . I n t e r r o m p e u o comentário d i z e n d o : "Está a q u i um f o c o de l u z " . Em nenhum i n s t a n " t e e l e a p r e s e n t o u q u a l q u e r m o v i m e n t o . Q u a t r o de nós o o b s e r v á v a m o s a t e n t a m e n t e . No momen­t o do " f o c o de l u z " uma d e s c a r g a de g r a n d e a m p l i t u d e f o i v i s t a ' em t o d o s os c a n a i s do EEG. R e p e t i i s t o q u a t r o v e z e s . Em t o d a s , a d e s c a r g a f o i r e p r o d u z i d a . Em a l g u n s dos r e g i s t r o s a d e s c a r g a f o i s e g u i d a p o r um a r t e f a t o c a u s a d o p o r m o v i m e n t o s o c u l a r e s .

No d i a s e g u i n t e a e x p e r i ê n c i a f o i t o t a l m e n t e r e p e t i d a . D e s t a v e z , a única r e s p o s t a r e g i s t r a d a f o r a m os m o v i m e n t o s o c u l a r e s . I n d a g u e i ao p a c i e n t e em gue a sessão e s t a ^ va d i f e r i n d o das a n t e r i o r e s . E l e r e s p o n d e u : "A p r i m e i r a v e z f o i uma espécie de c h o q u e " . "Deu-me uma d o r de c a b e ç a . Não g o s t e i . S e n t i - m e m u i t o f r a c o q u ando v o l t e i ã vigília. H o j e SÓ me v i s u a l i z e i p a s s e a n d o . Eu não e s t a v a a q u i . . . " Os EEGs r e g i s t r a r a m uma t e r c e i r a v e z . N e s t e momento e l e e s t a v a m e i o d e s p e r t o , com os o l h o s f e c h a d o s , e d i s s e v i s u a l i z a r tão v i ­v a m e n t e o episódio em sua t o t a l i d a d e , que p o d i a até i n c l u i r o f o c o de l u z . Nada de a n o r -mal no EEG.

DISCUSSÃO

D u r a n t e a r e g r e s s ã o , p a d r õ e s n e u r o n a i s g u a r d a n d o e s t e e v e n t o específico f o r a m r e a t i v a d o s , não somente r e v i v e n d o e s t a situação p a r t i c u l a r , como também r e p r o d u z i n d o uma d e s c a r g a a n o r m a l p r o d u z i d a n a q u e l e momento. E s t a d e s c a r g a embora não s e n d o típica de um a t a q u e , p o d e r i a s e r , e n t r e t a n t o , c o n s i d e r a d a como de n a t u r e z a p a t o l ó g i c a . E r a como se a d e s c a r g a a n o r m a l e os e v e n t o s d a q u e l e momento, a r m a z e n a d o s em í n t i m a a s s o c i a ç ã o , t i v e s s e m s i d o r e p r o d u z i d o s s i m u l t a n e a m e n t e .

E i n t e r e s s a n t e n o t a r que o p a c i e n t e . d u r a n t e a r e g r e s s ã o , f i c a v a i m p o s s i b i l i t a d o d» s e d a r c o n t a do período t r a n s c o r r i d o . H a v i a sempre uma_ i n t e r r u p ç ã o em s u a descrição, e i s t o a c o n t e c i a sempre quando estava indo de c a r r o para Durban.Isto está de acordo com o automatismo p o s - e p i l é p t i c o . A amígdala está s i l e n c i o s a , e de momento a momento a e x p e r i ê n c i a não é le.nbrada", t a l como na f u g a histérica na q u a l o cérebro está i n t a c t o e o e p i s ó d i o i n t e i r o ê passível de s e r rememorado d u r a n t e a r e g r e s s ã o .

D e s e j o e x p r e s s a r meus a g r a d e c i m e n t o s ao D r . S.M. K a t s , c o n s u l t o r d a u n i d a d e de n e u r o l o g i a e ao Dr. H. M o r o s s , s u p e r i n t e n d e n t e do H o s p i t a l T a r a , p e l a permissão p a r a pu­b l i c a r e s t e c a s o .

REFERENCIAS

1 - GIDRO-FRANK, L. e BUCH, M. - A s t u d y o f t h e p l a n t a r r e s p o n s e i n h y p n o t i c age r e g r e s -S i o n . J . NERV. AND MENT. D I S E A S E S , 1 9 4 8 , 1 0 7 , 4 4 3 - 4 4 8 .

2 - KUPPER, H . I . - P s y c h i c c o n c o m m i t a n t s i r w a r t i m e i n j u r i e s . PSYCH0S0MATIC MED., 1 945,7 , 1 5 - 2 1 .

3 - P E N F I E L D , WILER e ROBERTS, LAMAR - SPE C.CH AND BRAIN MECHANISMS. P r i n c e t o n U n i v e r s i t y P r e s s , New J e r s e y , 1959.

4 - JASPER, HERBERT H. - BRAIN MECHANI SMS AND CONSCIOUSNESS . Simpósio e d i t a d o p o r D e l a -f r e s n a y e , B l a c k w e l l , O x f o r d , 1956.

SUMMARY

PENFIELD has d e m o n s t r a t e d t h a t o u r w a k i n g c o n s c i o u s l i f e i s s t o r e d i n t a c t I n t h e s e c o m p l e x s y n a p t i c p a t t e r n s . T h e s e can be a c t i v a t e d i n much t h e same way as a c i n e f i l m s t a r t e d a b r u p t l y a t a c h a n c e p o i n t wi11 r e f l e c t on t h e s c r e e n t h a t moment i n t i m e i n I t s n o r m a l s e q u e n c e . JASPER has d e s c r i b e d a r e t i c u l a r s y s t e m w i t h i n t h e b r a i n , p a r t l y r e s p o n s i b l e f o r t h e a b i l i t y o f t h e b r a i n t o s e a r c h t h e p a s t . R e g r e s s i o n u n d e r h y p n o s i s must u t i l i s e s u c h a s y s t e m . A c a s e h i s t o r y i s r e p o r t e d i n w h i c h a p a t i e n t i s r e g r e s s e d t o » p e r i o d i n w h i c h he s u f f e r e d a l o s s c o n s c i o u s n e s s p o s s i b l y as a c o n s e ^ u e n c e o f a S t i z u r e . As t h e p a t i e n t r e l i v e d t h i s e p i s o d e t h e EEG's r e c o r d e d showed a d i s c h a r g e o f h i g h a m p l i t u d e t h r o u g h a l i l e a d s o f an e i g h t c h a n n e l r e c o r d i n g . The p a t i e n t made no o b v i o u s movement t h r o u g h o u t t h i s p e r i o d . T h i s c a s e i s p r e s e n t e d i n an a t t e m p t t o " t l i d a t e h y p n o t i c r e g r e s s . i o n a t a n e u r o l o g i c a l l e v e i .

A HIPNOSE NO DOUTORAMENTO EM MEDICINA* Or. A n t o n i o R e z e n d e de C a s t r o M o n t e i r o

O e sde a a p r e s e n t a ç ã o da memória de L e o p o l d o Gantard, em 1832, ã S o c i e d a d e de Me d i c i n a do R i o de J a n e i r o , h o j e A c a d e m i a N a c i o n a l de M e d i c i n a , e o c o n s e q u e n t e p a r e c e r dê A u g u s t o R e n a t o C u i s s a r t , vem d e s p e r t a n d o c a d a v e z m a i s i n t e r e s s e o e s t u d o da h i p n o s e e sua a p l i c a ç ã o como i n s t r u m e n t o da m e d i c i n a em g e r a l .

T r a b a l h o s f o r a m a p r e s e n t a d o s ã então A c a d e m i a I m p e r i a l de M e d i c i n a p o r J o a q u i m R. M o n t e i r o ( 6 ) M e l o M o r a e s , Nunes G a r c i a , E r i c o C o e l h o , s e g u i n d o - s e a fundação da " S o c i e d a d e de P r o p a g a n d a do M a g n e t i s m o e J u r i M a g n é t i c o do R i o de J a n e i r o " ( 1 8 6 1 ) , m a r cos memo rãveis da H i p n o l o g i a na n o s s a , P a t r i a . ^ 5 )

0 emprego da h i p n o s e como t e r a p i a p o r p r o f i s s i o n a i s i l u s t r e s como F r a n c i s c o de C a s t r o , O l i v e i r a A g u i a r , H e n r i q u e B a p t i s t a , Olímpio P o r t u g a l e m u i t o s o u t r o s d e s p e r t o u o I n t e r e s s e do s e u emprego p e l a c l a s s e m édica em g e r a l . I n t e r p r e t a n d o e s s e i n t e r e s s e , come ç a r a m a a p a r e c e r as t e s e s de d o u t o r a m e n t o como a s s u n t o de r e a l r e l e v â n c i a na c l a s s e e s t u d a n t i 1 .

1 - A s s i m , s u r g i u em 1888 a p r i m e i r a t e s e de d o u t o r a m e n t o em M e d i c i n a : " H l p n o t l s mo* de F r a n c i s c o de P a u l a F a j a r d o Júnior ( 1 ) . T r a b a l h o p i o n e i r o e de r e a l v a l o r , n e l e o a u t o r e x p õ e s u a s i d e i a s s o b r e h i p n o s e como h i p n o t e r a p i a , c o n t r a r i a n d o a c o r r e n t e filosõfi c a d o m i n a n t e na época ( 8 ) . Obra e s s a , que e x a m i n a d a h o j e , s o b n o v o s c o n c e i t o s e novas ã" q u l s l ç õ e s , p o d e - s e a f i r m a r , com s e g u r a n ç a , que o t r a b a l h o de F a j a r d o tem a i n d a g r a n d e vã l o r d l d ã t i c o e c i e n t í f i c o .

A t e s e s e d e s e n v o l v e u em três p a r t e s :

a ) H i s t ó r i c o : com q u a t r o capítulos v e r s a n d o d e s d e o " m a g n e t i s m o a n t i g o " a tê o " h i p n o t i s m o " no B r a s i l .

b) A t u a l i d a d e ( 1 8 7 5 - 1 8 8 8 ) : com dez capítulos onde o A. a b o r d a t o d a a f e n o m e n o l o g i a hipnõ t 1 c a e sua f i s i o l o g i a . No h i p n o t i s m o t erepêutico a b o r d a a m e d i c i n a , a h o m e o p a t i a , a pedã' g i a , as a l t e r a ç õ e s da p e r s o n a l 1 d a d e , o emprego na c i r u r g i a , na o b s t e t r í c i a , na religiãoT no e s p i r i t i s m o e, t a m b é m , como sugestão m e n t a l . Em c a p í t u l o e s p e c i a l a b o r d a o p r o b l e m a mé d i c o - l e g a l na c r i m i n a l i d a d e .

c ) A p l i c a ç õ e s ( 1 8 8 2 - 1 8 8 8 ) : r e l a t a os s e u s s u c e s s o s e i n s u c e s s o s e m p r e g a n d o a p s i c o t e r a p i a da E s c o l a de Nancy. P o r f i m a p r e s e n t a s u a s 70 o b s e r v a ç õ e s as m a i s d i v e r s a s como:asma,bron q u i t e , c ó l i c a s n e f r é t i c a s , c i á t i c a s , c o l p b p e r i n e o p l a s t i a s o b s o n o h i p n ó t i c o , onde se c o n ? t a t a m o e s p í r i t o de p e s q u i s a d o r a l i a d o ã s u a b r i l h a n t e i n t e l i g ê n c i a no campo da aplicação" e da i n v e s t i g a ç ã o das c a u s a s das doenças e s u a s c u r a s .

C o n c l u e s u a o b r a com e x t e n s a b i b l i o g r a f i a .

I I - Em 1 8 9 1 , A l f r e d o F e r r e i r a de Magalhães a p r e s e n t a ã F a c u l d a d e de M e d i c i n a da B a h i a a t e s e : "0 H i p n o t i s m o e a Sugestão - s u a s a p l i c a ç õ e s ã C l í n i c a " , a f i m de o b t e r o g r a u de d o u t o r a m e n t o . ( 3 )

0 A. d e s e n v o l v e seu e s t u u o em três p a r t e s

a ) 0 histórico da h i p n o s e d e s d e os p r i m e i r o s tempos até o ano de 1890 e, em se g u i d a , d e d i c a um capítulo ao h i p n o t i s m o no B r a s i l

b ) A s e g u n d a p a r t e i n t e r p r e t a o espírito d a s E s c o l a s de Nancy e da Salpêtriêre A n a l i s a o s d i v e r s o s p r o c e s s o s de h i p n o t i z a r . Ao t r a t a r d as p e s s o a s h i p n o t i z á v e i s e s t u d a s u a s i n t o m a t o l o g i a . E s t u d a as con d i ç õ e s favoráveis e d e s f a v o r á v e i s ã indução hipnótica, e a c r e d i t a que os indivíduos de raça n e g r a não e n t r a m em s o n a m b u l i s m o e s i m , f a c i l m e n t e , em l e t a r g i a . Dã ênfase ao d e s p e r t a r h i p n o i d a i e a n a l i s a os f e n ó m e n o s g e r a i s , ou s e j a , c a t a l e p s i a , l e t a r g i a e s o n a m b u l i s m o , da E s c o l a da S a l p ê t r i ê r e , p a s s a n d o a s e g u i r , ao e s t u d o da s u g e s t ã o . A b o r d a a sugestão em vigília e t r a t a dos p e r i g o " s do h i p n o t i s m o e seu emprego pe l o s p r o f a n o s , ( s i c ) e da d e o n t o l o g i a m édica em h i p n i a t r i a .

c ) P a r t e d e d i c a d a ã h i p n o s e c l í n i c a . T e c e c o m e n t á r i o s s o b r e as c u r a s por suge£ t ã o , s o b r e a "fé que c u r a " , e c i t a o t r a t a m e n t o p e l a h o m e o p a t i a e p e l o e s p i r i t i s m o . R e f e r e - s e ao C o n g r e s s o de H i p n o t i s m o de 1889 e m e n c i o n a B e r n h e i m . d e F o r t e G a r c a r d e também s e u e mprego em o b s t e t r í c i a . D e p o i s c i t a as 10 con c l u s õ e s da o b r a de A u v a r d , f i n d a n d o com i n ú m e r a s " P r o p o s i ç õ e s " ãs d i v e r s a s C a d e i r a s do " C u r r i c u l u m " e s c o l a r .

I I I - Em 1900, A u g u s t o R i b e i r o da S s l v a a p r e s e n t a s u a " D i s s e r t a ç ã o - 0 H i p n o t i s mo s o b o p o n t o de v i s t a M é d i c o - L e g a 1" ã F a c u l d a d e de M e d i c i n a e de F a r m á c i a da B a h i a , 19") o b r a c o n s t a n d o de três p a r t e s

a ) Resumo Histórico do H i p n o t i s m o , c i t a n d o a l g u m a s d a t a s h i s t ó r i c a s 0 A a b o r da p r o c e s s o s de h i p n o t i z a ç ã o , d e s c r e v e n d o os f e i t o s da E s c o l a de Nancy

b) P a r t e d e d i c a d a ã "sugestão hipnótica - s e u v a l o r m é d 1 c o - 1 e g a 1 " . T e c e " c o n s i d e r a ç õ e s p r e l i m i n a r e s da sugestão" c i t a n d o L i é g e o i s , que d e f e n d e a t e o r i a que d i z que "cada v e z que uma i d e i a p e n e t r a no cérebro é a c e i t a p o r e l e " . A i d e i a pode e n t r a r q u e r p e l o gos t o , p e l a v i s t a (sugestão v i s u a l ) , p e l o o l v i d o ( a u d i t i v a ) , p e l a e m o ç ã o m o r a l ( e m o t i v a ) , pé l o s o n o , * v i a d e s c o n h e c i d a (sugestão e s p o n t â n e a ) .

* - Trabalho apresentado no VIO Congresso B r a s i l e i r o de H i p n o l o g i a . Salvador, 10 - 14 de agosto, 1980 ** - Ex-Presidente da Sociedade B r a s i l e i r a de Hipnost Médica .Do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o de História da Medicina

Após várias citações s e g u n d o as d i v e r s a s e s c o l a s , a b o r d a o c r i m e p o r sugestão h i p n ó t i c a . S e r i a a f a s e s o n a m b ú l i c a a preferível p a r a o c r i m e , e c i t a vários c r i m e s come t i d o s por h 1 p n o t i z a d o r e s em p a c i e n t e s h i p n o t i z a d o s , r e f o r ç a n d o os p a r e c e r e s de a l g u m a s es c o l a s e a u t o r e s . 0 r o u b o p e l o s ' h i p n o t i z a d o r e s , ou os p a c i e n t e s que s e r i a m l e v a d o s a come t e r e m v i o l ê n c i a s . C i t a " d e l i t o s c o m e t i d o s p e l o s h i p n o t i z a d o s em p r e j u í z o de t e r c e j r o s " , c o mo também " f a l s o s t e s t a m e n t o s p o r sugestão h i p n ó t i c a " ou " f a l s o t e s t e m u n h o " , são questões a b o r d a d a s p e l o a u t o r . , . . „ .

c ) Na t e r c e i r a p a r t e - a r e s p o n s a b i l i d a d e d o s h i p n o t i z a d o r e s . 0 A. r e s s a l t a a r e s p o n s a b i l i d a d e ou i r r e s p o n s a b i l i d a d e do h i p n o t i z a d o ao c o m e t e r um d e l i t o i n d u z i d o p o r uma sugestão f e i t a " a d-rem" p a r a e s t e f i m . A s e g u i r , t e c e c o n s i d e r a ç õ e s com citação de au t o r e s C i t a o c a s o de sugestão c r i m i n a l a p r e s e n t a d o p o r A u g u s t o V o i s i n , no C o n g r e s s o de A n t r o p o l o g i a C r i m i n a l , B r u x e l a s , em 1892, e c i t a o C ó d i g o P e n a l f r a n c ê s e holandês s o b r e o c a s o . A b o r d a a r e s p o n s a b i l i d a d e do h i p n o t i z a d o a n t e a e s c o l a c l á s s i c a , no p e n s a r de Eu r i c o F e r r i , a n t e a e s c o l a a n t r o p o l ó g i c a , de L o m b r o s o , ou a n t e a e s c o l a c r í t i c a ou e c l é t T c a s e g u n d o ' c i o v i s B e v i l a c q u a . Em f a c e do a s s u n t o t a o c o n t r o v e r t i d o que o A. p r o c u r o u c r T t i c a r , c o n c l u e "não p e r t e n c e r a q u e l e s que n e g a m * i n-1 i m i ne]] os p r e j u í z o s que possam a d v i r da a s s i s t ê n c i a de sessões c u j o tema s e j a m as práticas h i p n ó t i c a s " .

F i n a l m e n t e a p r e s e n t a as " P r o p o s i ç õ e s " s o b r e as c a d e i r a s do c u r s o médico e, p a r a t e r m i n a r , uma pequena b i b l i o g r a f i a .

IV - Em 1 9 1 2 , Oionísio A.O. de Mag a l h ã e s J ú n i o r a p r e s e n t a s u a t e s e "Da T e r a p ê u ­t i c a S u g e s t i v a - D i s s e r t a ç ã o " ã F a c u l d a d e de M e d i c i n a do R i o de J a n e i r o . ( 4 ) 0 A. f a z e n do a p r e s e n t a ç ã o da s u a t e s e c i t a a o b r a de F a j a r d o como de v a l o r i n e s t i m á v e l , e t e c e cõ m e n t á r l o s s o b r e a p e s s o a h u m a n í nos s e u s m ú l t i p l o s a s p e c t o s e nas t a r e f a s de se c o n h e c e r e _ s e a p e r f e i ç o a r . C o n s i d e r a no seu t r a b a l h o a sugestão " s o m e n t e sob o p o n t o de v i s t a t e r a p ê u t i c o " . 0 t r a b a l h o está d i v i d i d o em q u a t r o c a p í t u l o s .

No p r i m e i r o capítulo a terapêutica ê c o n s i d e r a d a como uma c i ê n c i a de a p l i c a ç ã o , s e g u n d o M a n q u a t . 0 A. e n t r a em d i v a g a ç õ e s de ordem g e r a l , a b o r d a n d o c o n c e i t o s de B r a i d , e c o n c l u i n d o que a ter a p ê u t i c a s u g e s t i v a obtêm c u r a s a d m i r á v e i s .

No s e g u n d o capítulo e s t u d a as i n d i c a ç õ e s d a ' t e r a p ê u t i c a s u g e s t i v a onde não há lesões o r g â n i c a s , nos c a s o s de n e v r o s e de t o d a e s p é c i e , a h i s t e r i a , nos e s t a d o s n e r v o s o s como a t o s s e n e r v o s a , c a i m b r a , g a s t r a l g i a s , d i s p e p s i a s , i n s ó n i a s , d o r e s , vómitos n e r v o ­s o s , c o n t r a t u r a s , e t c .

Nos e s t a d o s m ó r b i d o s a sugestão a t u a r i a e s t i m u l a n d o o f u n c i o n a m e n t o dos ó r g ã o s . P a r a B e r n h e i m , a t e r a p ê u t i c a s u g e s t i v a é q u a s e e x c l u s i v a m e n t e f u n c i o n a l . 0 A. c i t a v a r i a s o p i n i õ e s s o b r e e s t e t i p o de t e r a p i a e a p r e s e n t a d o i s c a s o s de h i s t e r i a e um de p a r a p l e g i a c u r a d o s p o r sugestão em e s t a d o de h i p n o s e . Não a c r e d i t a na ação da s u g e s t ã o na n e u r a s t e n i a , na e p i l e p s i a , na c o r e i a . C i t a as opiniões de G r a s s e t s o b r e as c u r a s nevrálgicas r e b e l d e s p e l a s u g e s t ã o h i p n ó t i c a . F a z referência ã "Revue de 1 ! h y p n o t i s m e " , s o b r e os t r a b a l h o s a p r e s e n t a d o s ao C o n g r e s s o de H i p n o t i s m o r e a l i z a d o em P a r i s , em 1 8 8 9 . A b o r d a o empre go da s u g e s t ã o hipnótica na c u r a do a l c o o l i s m o , do m o r f i n i s m o e de o u t r a s t o x i m a n i i s .

P a r a o A., as m o l é s t i a s o r g â n i c a s p a r e c e m e s c a p a r ã ação da sugestão hipnótica, mas, no e n t a n t o , têm-se o b s e r v a d o e f e i t o s s u r p r e e n d e n t e s da s u g e s t ã o h i p n ó t i c a s o b r e mo léstias o r g â n i c a s .

A b o r d a o emprego do h i p n o t i s m o p a r a p r o m o v e r o p a r t o sem d o r e em operações obs t é t r i c a s . C i t e C r o o c k e G r a s s e t , os q u a i s são de o p i n i ã o que "as m u l h e r e s são m a i s h i p n o " t l z a v e i s do que os homens, o m e n i n o m a i s que o a d u l t o , e o v e l h o , ao c o n t r á r i o , menos".

No capítulo d a s C o n c l u s õ e s o A. d i z s e r a t e r a p ê u t i c a s u g e s t i v a indispeniãve1 na clínica - "a sua u t i l i d a d e é uma r e a l i d a d e i n s o f i s m á v e l " . Como c o n c l u s ã o a p r e s e n t a s e t e p o s t u l a d o s s o b r e a sugestão como a g e n t e t e r a p ê u t i c o .

No f i n a l do t r a b a l h o o A. a p r e s e n t a as " P r o p o s i ç õ e s " s o b r e as d i v e r s a s d i s c i p l i n as do c u r s o m é d i c o .

V - Em 1916, C a r l o s N e g r e i r o s Guimarães a p r e s e n t a "Do C o n c e i t o Moderno do H i p n o t l s m o em M e d i c i n a " . T e s e ã F a c u l d a d e de M e d i c i n a do R i o de J a n e i r o . ( 2 )

E s t a t e s e s e compõe de a ) Considerações G e r a i s ; b j Sugestão; c ) A u t o - s u g e s t ã o ; d) H i £ t e r i a ; e ) C o n c l u s õ e s .

No p r i m e i r o capítulo são a b o r d a d o s os c o n c e i t o s d a s E s c o l a de Nancy e Salpetriê r e , e c i t a os c o n c e i t o s e m i t i d o s p o r F a j a r d o . A f i r m a s e r " i m p e r i o s a a n e c e s s i d a d e de con c a t e n a r os e s t u d o s s o b r e o h i p n o t i s m o " , c i t a n d o os t r a b a l h o s de G r a s s e t como f u n d a m e n t o s p s i c o l ó g i c o s . A b o r d a os e s t u d o s de B a b i n s k i , i d e n t i f i c a n d o os f e n ó m e n o s hipnóticos aos f e nõmenos h i s t é r i c o s ; o h i p n o t i s m o s e r i a "um e s t a d o p s í q u i c o que t o r n a o indivíduo s u s c e p t T v e l de s o f r e r a s u g e s t ã o " . —

No capítulo da s u g e s t ã o , o A. e s t u d a e s t a f e n o m e n o l o g i a a b o r d a n d o a "sugestão d i r e t a " como uma imposição e n é r g i c a , s e g u n d o a f i r m e z a da ordem ou p o r s i m p l e s a firmação. 0~ s u g e s t i o n a d o r , a f i r m a o a u t o r , não tem nenhum dom e x t r a o r d i n á r i o , fluído p r ó p r i o , nem mes mo a u t o r i d a d e , senão a que l h e é o u t o r g a d a p e l a p e s s o a que se q u e r p r e s t a r p o r e s s e f i m . r j hábito de s u g e s t i o n a r f a z a d q u i r i r m a i s a u t o r i d a d e e m a i s c o n f i a n ç a , e I s t o c o n f e r e ao mê d i c o a s c e n d ê n c i a s o b r e o p a c i e n t e .

A s u g e s t ã o i n d i r e t a e x i s t e quando a i d e i a é a p r e s e n t a d a p o r intermédio de um a t o ou o b j e t o , de uma i d e i a q u a l q u e r p r o p o s i t a d a m e n t e l e m b r a d a . São a p r e s e n t a d a s as i d e i a s B e r n h e i m , c o n s i d e r a d o p o r e l e como o c r i a d o r da t e o r i a da sugestão h i p n ó t i c a . R e f e r e - s e ã sugestão c o l e t i v , a , quando a b r a n g e um g r a n d e número de p e s s o a s ao mesmo tempo, como no ca so de p o l í t i c o s , r e l i g i o s o s e o u t r o s . C o n s i d e r a a s u g e s t ã o no e s t a d o de vigília como sen

5

do "um ato p e l o q u a l uma i d e i a boa ou mã é i n t r o d u z i d a no c é r e b r o d e um i n d i v i d u o sem o s e u c o n t r o l e " . S e r i a então a s u g e s t ã o em vigília e em h i p n o s e , i d ê n t i c a s . i

0 sono hipnótico d o m i n o u p o r muito tempo. Não ha v e r i a hipnotismo sem sono, nem s u g e s ­tão possível sem s o n o . 0 sono hipnótico naò d e i x a r i a de s e r um r e s u l t a d o da s u g e s t ã o .

0 A., a b o r d a n d o os e f e i t o s da s u g e s t ã o , a c r e d i t a e n t r a r em matéria de c r i m i n o l o g i a e, a s e g u i r , d i s c u t e a E s c o l a de N a n c y : uma p e s s o a pode c o m e t e r um c r i m e sob a ação" da s u g e s t ã o ! R i c h e t e L i é g e o i s e s p o s a m e s t a o p i n i ã o .

Seguem-se p o n t o s de v i s t a de d i v e r s o s a u t o r e s como P i t r e s , G i l l e s de La T o u r e t t e : " o h i p n o t i z a d o não é uma m á q u i n a que se p o s s a f a z e r g i r a r ao s a b o r dos v e n t o s " ! D i s c u t e - s e s e a v o n t a d e do' h i p n o t i z a d o r p r e d o m i n a s o b r e a v o n t a d e do h i p n o t i z a d o .

A b o r d a n d o a a u t o - s u q e s t ã o , c i t a as opiniões de B e r n h e i m e G r a s s e t : s e r i a "um f e nõmeno a s s a z c o m p l e x o e q u a s e sempre i n c o n s c i e n t e " .

A h i s t e r i a ê e s t u d a d a a s e g u i r , s e g u n d o os c o n c e i t o s de C h a r c o t na Salpêtriêre. T e r m i n a e s t e capítulo com as c o n c l u s õ e s de Tarcísio L e o p o l d o da S i l v a .

Como conclusões da T e s e , nega a existência do f l u í d o n e r v o s o ou m a g n é t i c o , o so no h i p n ó t i c o é uma m a n i f e s t a ç ã o da s u g e s t ã o , a c a t a l e p s i a , l e t a r g i a e s o n a m b u l i s m o são es" t a d o s ou e t a p a s m a i s a c e n t u a d a s da s u g e s t ã o . A s e g u i r p r o c u r a d e m o n s t r a r que o h i p n o t i s m õ c o n s t i t u i m a n i f e s t a ç ã o d i v e r s a da sugestão e t e r m i n a com uma a f i r m a t i v a c o n t r a r i a n d o a p r i m e i r a p a r t e d e s t e p a r a g r a f o ! ! !

VI - F i n a l m e n t e , em 1 9 7 4 , A n t o n i o C a r l o s de M o r a e s P a s s o s a p r e s e n t a sua t e s e " C o n t r i b u i ç ã o p a r a o e s t u d o da técnica de d e s s e n s i b i l i z a ç ã o m e d i a n t e a visualização cêni c a h i p n ó t i c a " a F a c u l d a d e de M e d i c i n a de J u n d i a í , S. P a u l o . ( 7 ) T r a t a - s e de uma t e s e mõ d e r n a , bem d o c u m e n t a d a , com c e r c a de 151 citações b i b l i o g r á f i c a s , e n f o c a n d o a matéria nos" s e u s d i v e r s o s ângulos e i n t e r p r e t a ç õ e s . É, e n f i m , uma o b r a de m e s t r e que m u i t o se r e c o menda p e l o seu v a l o r c i e n t í f i c o . —

A história da h i p n o s e p o r e l e a p r e s e n t a d a , em s e u p r i m e i r o c a p í t u l o , se d e s e n ­v o l v e em q u a t r o p a r t e s . Na p r i m e i r a , a história da h i p n o s e , d e s p e r t a n d o i n t e r e s s e p e l a e l e g â n c i a de l i n g u a g e m e p e l a m a n e i r a f e l i z de e n f o c a r o a s s u n t o . Na s e g u n d a , e n f o c a a hi s t ó r i a a t u a l da h i p n o s e , da P r i m e i r a G r a n d e G u e r r a até os d i a s a t u a i s . A h i p n o s e no Bra s i l é em s e g u i d a f o c a l i z a d a na p e s s o a e o b r a de F a j a r d o , como p r i m e i r o l i v r o e s c r i t o nõ B r a s i l s o b r e o a s s u n t o . C i t a M e d e i r o s e A l b u q u e r q u e no s e u "0 H i p n o t i s m o " . A b o r d a o t r a ^ b a l h o de A l c a n t a r a Machado. R e l a t a o esforço de A k s t e i n e Negrão P r a d o p a r a t r a z e r ao B r a S i l J o s é T o r r e s N o r r y e os c o n s e q u e n t e s c u r s o s de h i p n o s e m i n i s t r a d o s no R i o de J a n e i r o , -

em S. P a u l o , C a m p i n a s e C u r i t i b a . R e l a t a a posição d os o d o n t õ l o g o s na questão s u s c i t a d a no emprego da h i p n o s e na p r o f i s s ã o .

As S o c i e d a d e s de H i p n o s e merecem do A . uma d e s c r i ç ã o h i s t ó r i c a bem a p r e s e n t a d a . A S o c i e d a d e I n t e r n a c i o n a l de H i p n o s e é d e s c r i t a d e s d e sua f u n d a ç ã o em 1949 até os d i a s a t u a i s , l o u v a n d o os seus f e i t o s na l u t a p e l a e l e v a ç ã o do c o n c e i t o s o b r e a H i p n o s e , e sua D i v i s ã o N a c i o n a l do B r a s i l é e n f o c a d a .

A S o c i e d a d e I n t e r n a c i o n a l de S o f r o l o g i a e M e d i c i n a P s i c o s s o m á t i c a , f u n d a d a em 1 9 5 9 , e n f o c a n d o o s fenómenos h i p n i ã t r i c o s , n r o c u r a p r o p a g a r nova s i n o n í mia dos mesmo f e n o menos. 0 A., mui a d e q u a d a m e n t e , e x p l i c a o s i g n i f i c a d o de S o f r o l o g i a .

Em 27 de a g o s t o de 1957 a S p c i e d a d e B r a s i l e i r a de H i p n o s e Médica é f u n d a d a no R i o de J a n e i r o , e a e l a coube a realização, em 1.961, do I Congresso Panamericano de Hipnologia e o I Con­g r e s s o B r a s i l e i r o de H i p n o l o g i a , c o n s a g r a n d o a h i p n o s e como um p r o c e d i m e n t o m e d i c o .

No capítulo segundo são abordados a natureza, os fenómenos e t e o r i a s da hipnose. Nesse ca p i t u l o o A. desenvolve o assunto como verdadeiro rurso de hipnose. Estudando os fenómenos hipnóticos nas f a s e s de indução e de t r a n s e , o l e i t o r terá uma visão c l a r a d e s t a f e n o m e n o l o g i a nos seus d i v e r s o s a s p e c t o s . Por ú l t i m o , as t e o r i a s da h i p n o s e são c l a r a m e n t e e x p o s t a s .

As aplicações de h i p n o s e e técnicas h i p n i ã t r i c a s são e s t u d a d a s nos s e u s d i v e r SOS a s p e c t o s , mormente as a p l i c a ç õ e s no campo da P s i c o t e r a p i a , Na abordagem d e s s a a p l i c a r

ção o A. d e s e n v o l v e , em inúmeros p a r á g r a f o s , a técnica i n d u t o r a do p r o c e s s o hipnótico nos s e u s d i v e r s o s a s p e c t o s .

Capítulo IV - M a t e r i a l e método - A matéria da p r e s e n t e t e s e s e r e f e r e ao e s t u do de 53 c a s o s de f o b i a , nos q u a i s s e empregou uma m e t o d o l o g i a i n d u t o r a do p r o c e s s o h i p n o t i c o . T é c n i c a d e s e n v o l v i d a a m p l a m e n t e n e s t e c a p í t u l o , onde s e pode c o l h e r m u i t o s e n s i n a ^ m e n t o s . 0 A. emprega os p r o c e d i m e n t o s m e t o d o l ó g i c o s p r e c o n i z a d o s p o r T o r r e s N o r r y em seus c u r s o s em 1956, m i n i s t r a d o s a t o d o s nós n e s s a d a t a , f a z e n d o c o m e n t á r i o s m u i t o a p r o p r i a d o s .

A casuística da p r e s e n t e t e s e c o n s t a de 53 c a s o s de f o b i a s a s s i m d i s c r i m i n a d o s : 31 c a s o s de av i ã o , 5 de a u t o m ó v e l , 6 de d e n t i s t a e 11 c a s o s de e x a m e s , c o n c u r s o s e a u l a s .

Toda e s t a casuística é e x a m i n a d a e sua ter a p ê u t i c a h i p n ó t i c a é e x p o s t a s u c i n t a ­m e n t e com m u i t a a r t e , e s e r v i n d o de lição p a r a os e s t u d i o s o s da h i p n i a t r i a . Todos e s t e s c a s o s são d i s c u t i d o s em capítulo e s p e c i a l , onde o A . d e s e n v o l v e um e s t u d o p r o f u n d o do em p r e g o da ciência de B r a i d na c u r a d o s p a c i e n t e s n e c e s s i t a d o s d e s s a a r t e de c u r a r , c o m o i n s t r u m e n t o da M e d i c i n a em g e r a l . ~

F i n a l m e n t e , no último capítulo a p r e s e n t a r e s u m o s e c o n c l u s õ e s . Cumpre-no< d e s t a c a r a 7a^ c o n c l u s ã o , na q u a l o a u t o r m o s t r a sua técnica com s u a s c a r a c t e r í s t i c a s : a}o trã t a m e n t o é f e i t o i n d i v i d u a l m e n t e ; b) na p r i m e i r a sessão u t i l i z a d u a s sinalizações cénicas

6

(uma n e u t r a e a o u t r a fõbica e s p e c i f i c a ) e nas sessões s u b s e q u e n t e s a p e n a s a f õ b i c a ; c ) a h i p n o s e 5 a p r o v e i t a d a p a r a p r o t e g e r o p a c i e n t e f a c e ã s i t u a ç ã o f õ b i c a ; d ) não s u g e r e a nine s i a . F i n a l m e n t e , c o n c l u i que os p a c i e n t e s a s s i m * t r a t a d o s permanecem " c a l m o s e t r a n q u i l o s q u ando a situação fõbica s u r g e em r e a l i d a d e " .

A s s i m , f o r a m r e l a t a d a s r e s u m i d a m e n t e as 7 t e s e s de d o u t o r a m e n t o em M e d i c i n a que o a u t o r d e s t e t r a b a l h o pôde c o m p u l s a r . E s p e r a e l e c o n t i n u a r i n v e s t i g a n d o nas b i b l i o t e c a s d a s d i v e r s a s F a c u l d a d e s de M e d i c i n a , com o p r o p ó s i t o de e n c o n t r a r o u t r o s r e g i s t r o s a f i m de s e r e m o p o r t u n a m e n t e c o m e n t a d o s .

B I B L I O G R A F I A

1) FAJARDO, F r a n c i s c o - H i p n o t i s m o . T i p . l a e m r n e r t & C i a . - R i o de J a n e i r o , 1888.

2) G U I M A R Ã E S , C a r l o s d e N e g r e i r o s - Do c o n c e i t o m o d e r n o do H i p n o t i s m o em M e d i c i n a . T i p . " J o r n a l do C o m e r c i o " , R i o de J a n e i r o , 1916.

3) M A G A L H Ã E S , A l f r e d o F. - "0 H i p n o t i s m o e a S u g e s t ã o - S u a s A p l i c a ç õ e s ã C l í n i c a . Impren sa E c o n ó m i c a , B a h i a , 1894.

4) M A G A L H Ã E S , J r . , Dionísio A.P..- Da T e r a p ê u t i c a S u g e s t i v a - D i s s e r t a ç ã o . E s t a b e l e c i m e n ­t o L i to-grãfico A l . B o r g e s , R i o de J a n e i r o , 1 9 Í 2 .

5) MONTEIRO, A n t o n i o R. C a s t r o - 0 H i p n o t i s m o no D o u t o r a m e n t o em M e d i c i n a - B o i . da Soe. B r a s . de H i p n o s e M é d i c a , 1 9 7 5 , 19 s e m e s t r e , n9 1 0 , Pg. 3 4 .

6) MONTEIRO, J o a q u i m dos Remédios - M e s m e r i s m o - H i s t o r i a - A n a i s da A c a d e m i a I m p e r i a l de M e d i c i n a , v o l . 14, Pg. 241 - R i o de J a n e i r o , 1 8 6 3 .

7) PASSOS, A n t o n i o C a r l o s de M o r a e s - C o n t r i b u i ç ã o p a r a o e s t u d o da técnica da d e s s e n s i b i l i z a ç a o m e d i a n t e a v i s u a l i z a ç ã o cénica h i p n ó t i c a - S. P a u l o , - 1 9 7 4 .

8) PRADO, F e r n a n d o Negrão - P e r f i l B i o g r á f i c o de F r a n c i s c o de P a u l a F a j a r d o J ú n i o r . - R e v . B r a s i l - M é d i c o , 1966, v o l . 8 0 , n9 2, 102-107.

9 ) S I L V A , A u g u s t o R i b e i r o - D i s s e r t a ç ã o - "0 H i p n o t i s m o s o b o p o n t o de v i s t a m édico-1ega1* T e s e . L i t h o t i p o g r a f i a - T o u r i n h o , B a h i a , 1900.

S y-M M A R V

The a u t h o r made an e x a m i n a t i o n on s e v e r a l M e d i c i n e D o c t o r a t e t h e s i s a b o u t hypnotism, made by i l l u s t r o u s B r a z i l i a n p h y s i c i a n s s i n c e t h e I m p e r i a l t i m e s up t o t h e p r e s e n t da.yS. M o r e o v e r , he r e s e a r c h e s s e v e r a l o t h e r w o r k s p r o d u c e d by d i s t i n g u i s h e d p h u s i c i a n s o f t h e t i m e s o f t h e E m p i r e , f r o m 1832 t i l l 1 888, when F a j a r d o p r e s e n t e d h i s d o c t o r a t e t h e s i s : " H y p n o t i s m " . He c o n s i d e r s F a j a r d o t h e p i o n e e r õ T ífie t r u e c i e n t i f i c p h a s e o f Hypnosís i n B r a z i l . He e x a m i n e s t h e v a r i o u s t h e s i s u n d e r t h e i r d i f f e r e n t a s p e e t s , d e t a i n i n g n i m s e l f , at the e n d , more mi t i c u l o u s l y on t h e d o c t o r a t e t h e s i s o f A.C, de M o r a e s P a s s o s : " C o n t r i b u t i o n t o t h e s t u d y o f t h e technique o f d e s e n s i t i z a t i o n " F F i r o o g h t h e h y p n o t i c c e n i c v i s u a i i z a t i o n " . l h e o u t h o r c o n s i d e r s t h i s l a s t one a m o d e r n t h e s i s , w e l l d o c u m e n t e d and w h i c h s t u d i e s t h e m a t t e r f r o m i t s d i f f e r e n t a n g l e s and i n t e r p r e t a t i o n s .

R E S U M E

f a u t e u r f a i t une r e c h e r c h e dans p l u M e u r s thèses de d o c t o r a t en Méd ec i ne , _ s u r 1 ' h y p n o t i s r a e , f a i t e s p a r d e s i l l u s t r e s m é d e c i n s b r e s i l i e n s , d e p u i s l'époque impériale j u s q u 1 a u j o u r d ' h u i . I I r e c h e r c h e , en p l u s , d a r s d ' a u t r e s t r a v a u x p r o d u i t s p a r des m é d e c i n s d i s t i n g u e s ã l'êpoque de l ' E i n p i r e , ã p a r t i r de 1832 j u s q u ' ã 1 8 8 8 , quand F a j a r d o p r e s e n t e s a thêse de d o c t o r a t en M ê d e c i n e , " H i p n o t i s m o " ( " H y p n o t i s m e " ) . L ' a u t e u r c o n s i d e r e F a j a r d o comme un p i o n i e r de l a v r a i e p h a s e s c i e n t i f i q u e de l ' h y p n o s e au Brésil. I I e x a m i n e c e s thêses-lã s o u s l e u r s d i v e r s a s p e e t s , s ' a r r é t a n t , ã l a f i n , d'une façon p l u s m é t i c u l e u s e â l a thêse de d o c t o r a t de A.C, de M o r a e s P a s s o s , " C o n t r i b u t i o n ã l'étude de l a t e c h n i q u e de d e s e n s i b i 1 i sa t i on moyenna"nt~l a ví s u a I i sa 11 on s c é n i q u e h y p n o t i q u e " { " C o n t r i b u i ç ã o p a r a o e s t u d o da técnica de d e s s e n s i b i l i z a ç ã o m e d i a n t e a v i s u a l i z a ç ã o cénica h i p n ó t i c a " ) . C a s t r o M o n t e i r o c o n s i d e r e c e l l e - c i une thêse m o d e r n e , b i e n d o e c u m e n t é et q u i e t u . d i e l e s u j e t s o u s s e s d i v e r s a n g l e s e t i n t e r p r é t a t i o n s .