Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO...

13
1 Alterações Fisiológicas do Envelhecimento ENVELHECIMENTO DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS PRINCIPAIS Composição corporal / Nutrição / Antropometria Metabolismo hidroeletrolítico Imunossenescência Termorregulação Pele e anexos Órgãos dos sentidos (visão e audição) Estruturas envolvidas na voz, fala, motricidade oral e cavidade oral Sistema endócrino Sistema cardiosvascular Sistema respiratório Sistema gênito-urinário Sistema gastrointestinal Sistema nervoso Envelhecimento Fisiológico Idade Infância e adolescência Adultez Velhice Limiar de Incapacidade Envelhecimento Patológico Função vulnerabilidade variabilidade Fatores Externos Co-morbidades COMPOSIÇÃO CORPORAL / NUTRIÇÃO / ANTROPOMETRIA ÁGUA GORDURA MÚSCULO OSSOS ANTROPOMETRIA Estatura: 1 a 1,5 cm/década Peso: até 70 anos IMC (kg/m 2 ): 22 a 27

Transcript of Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO...

Page 1: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

1

Alterações Fisiológicas

do Envelhecimento

ENVELHECIMENTO DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS PRINCIPAIS

•Composição corporal / Nutrição / Antropometria

•Metabolismo hidroeletrolítico

•Imunossenescência

•Termorregulação

•Pele e anexos

•Órgãos dos sentidos (visão e audição)

•Estruturas envolvidas na voz, fala, motricidade oral e cavidade oral

•Sistema endócrino

•Sistema cardiosvascular

•Sistema respiratório

•Sistema gênito-urinário

•Sistema gastrointestinal

•Sistema nervoso

Envelhecimento Fisiológico

Idade

Infância e adolescência

Adultez Velhice

Limiar de Incapacidade

Envelhecimento Patológico

Fun

ção

vulnerabilidade

variabilidade

Fatores Externos

Co-morbidades

•COMPOSIÇÃO CORPORAL / NUTRIÇÃO / ANTROPOMETRIA

ÁGUA

GORDURA

MÚSCULO

OSSOS

ANTROPOMETRIA

Estatura: ↓ 1 a 1,5 cm/décadaPeso: ↑ até 70 anos

IMC (kg/m2): 22 a 27

Page 2: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

2

NUTRIÇÃO

As alterações fisiológicas do envelhecimento que comprometem as

necessidades nutricionais ou ingestão alimentar são:

•Redução do olfato e paladar:

•Redução do metabolismo basal: redução de 100 Kcal por década (↓ massa

magra e da atividade física);

•Aumento da necessidade protêica: ↓ síntese e ingestão

•Redução da biodisponibilidade da vitamina D: ↓ absorção intestinal de cálcio;

•Deficiência da utilização da vitamina B6;

•Redução da acidez gástrica: ↓ B12, Fe, cálcio, ácido fólico e zinco

•Insuficiência do mecanismos reguladores da sede, fome e saciedade;

•Aumento da toxicidade de vitamina lipossolúveis: vitamina A, D, E, K

•Maior dificuldade na obtenção, preparo e ingestão de alimentos;

•Xerostomia

1. Hormônio Antidiurético (ADH)

• Níveis séricos basais ↑

• Liberação do ADH após estimulação dos osmorreceptores ↑

• Liberação do ADH após estimulação dos barorreceptores ↓

• Responsividade renal ao ADH ↓

2. Aldosterona (hipoaldosteronismo

hiporreninêmico)

• Níveis basais ↓

• Liberação de aldosterona após depleção do sódio ↓

• Liberação de aldosterona após mudanças posturais ↓

3. Hormônio Natriurético Atrial

• Níveis basais ↑

• Liberação após estimulação ↑

4. Sensação de Sede ↓

5. Outros: diuréticos, sudorese excessiva, restrição

física, confusão mental, demência, diarréia, etc...

DESIDRATAÇÃO

(Redução de 20% da

água corporal total e 8 -

10% do volume

plasmático)

HIPOTENSÃO

ORTOSTÁTICA

HIPONATREMIA

HIPERPOTASSEMIA

(IRC, diabetes, AINE)

Metabolismo Hidroeletrolítico

ÓRGÃOS DOS SENTIDOS:

VISÃO

AUDIÇÃO

Alterações anatômicas Alterações funcionais

Enoftalmia

Edema de pálpebra inferior (com ou

sem hiperpigmentação)

Ptose

Entrópio (inversão da pálpebra e

cílios) Ectrópio (eversão da pálpebra)

Epífora (lacrimejamento excessivo)

Halo senil

Esclera mais amarelada

Pterígio

Conjuntiva mais fina e friável

(“sensação de areia nos olhos”).

Presbiopia

Catarata

Glaucoma

Rigidez Pupilar (miose senil)

↓ visão periférica e central, ↓

visão espacial, modificação da

percepção de cores;

Degeneração macular:

dificuldade de individualizar e

distinguir detalhes e cores ?

perda da visão central;

Maior risco de descolamento de

retina

VISÃO

Page 3: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

3

AUDIÇÃO

OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO

Pêlos do trago

(característica sexual

secundária) se tornam

mais grossos, maiores e

proeminentes.

Glândulas da cera se

atrofiam � cera mais

seca

Atrofia e ressecamento

da pele � prurido

Estreitamento do espaço

articular dos ossículos +

calcificação cartilagem

articular � degeneração

articular

Degeneração das células do

órgão de Corti (equilíbrio) e

da cóclea (audição):

• Redução da sensibilidade

vestibular

• Hipoacusia

A DISFUNÇÃO AUDITIVA é o mais comum déficit sensorial associado ao

processo de envelhecimento. A diminuição da audição é a terceira causa

mais prevalente de incapacidade crônica na população com mais de 65

anos. A prevalência é de cerca de 24% na faixa etária de 65 a 74 anos e

aumenta para 39% na população com idade superior a 74 anos. Pacientes

institucionalizados apresentam a mais alta prevalência.

Caracteriza-se por uma PERDA BILATERAL LENTA E PROGRESSIVA da

audição para TONS DE ALTA FREQÜÊNCIA . Ocorre também uma redução no

discernimento das palavras. Torna-se mais difícil escutar quando tem mais de

uma pessoa falando ou quando existe barulho no fundo. O declínio da acuidade

auditiva implica na mudança gradativa de hábitos de vida do idoso levando a uma

incapacidade de comunicar-se com o entorno e conseqüentemente ao isolamento

social.

ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO COM IDOSOS

• Ambiente tranquilo com redução do nível de ruídos indesejáveis e bem

iluminado;

• Interlocutor bem posicionado ( 1 a 1,5 m de distância);

• Chamar a atenção do idoso, pondo-lhe a mão ou até tossindo;

• Falar distinta e pausadamente, sem exageros quanto a articulação;

• Não gritar;

• Evitar mudar de assunto sem avisar o interlocutor;

• Evitar frases intermináveis ou prolixas. Utilizar sempre palavras simples, claras

e afirmativas;

• Conhecer o vocabulário utilizado pelo idoso;

• Ouvir o idoso com paciência, respeitando seu ritmo de resposta;

• Ser amável, paciente e atencioso;

• Permitir que o idoso participe do diálogo e das decisões tomadas em casa;

• Usar gestos convenientes;

• Quando houver necessidade de repetição, reformular a frase com palavras

mais simples;

• Evitar expressões como “vô”, “vó”, “vozinha”, etc., que despersonalizam e

inferiorizam o idoso, procurando chamá-lo pelo nome;

• Não infantilizar o idoso;

• Evitar expressões do tipo “deve”, “não deve”, porque reflete um relacionamento

autoritário;

IMUNOSSENESCÊNCIA

Page 4: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

4

IMUNIDADE CELULAR• Involução anatômica e funcional do timo;

• Redução de 20 a 30% dos linfócitos T circulantes (maestro da

• resposta imune);

• Declínio na reação de hipersensibilidade tipo tardia

• Declínio na citotoxicidade e na resposta proliferativa;

• Redução na produção de citotoxinas IL-2 (essencial na proliferação e

diferenciação dos linfócitos T) e IL-10;

Não há redução quantitativa ou qualitativa na função dos leucócitos

polimorfonucleares

IMUNIDADE HUMORAL

• Não há mudança no número de linfócitos B circulantes;Aumento na

produção de auto-anticorpos;Menor produção de anticorpos contra

antígenos específico (↑IgA e IgG, ↓IgM � ↓ resposta vacinal contra

tétano, influenza e hepatite). Possivelmente quando a imunização

primária é feito na infância, a resposta secundária é mantida por toda

vida. Entretanto, quando a imunização primária ocorre tardiamente (>65

anos), parece haver declínio na resposta secundária;

• Menor capacidade de neutralização dos anticorpos;

• Maior latência na resposta anticórpica;

CO-MORBIDADES QUE PREJUDICAM A RESPOSTA IMUNE

Desnutrição, pobreza, poluição, depressão, tabagismo, drogas

(corticóides,...), doença mental, diabetes mellitus, álcool, fatores genéticos,

doenças consumptivas, ...

↑↑↑↑ INFECÇÃO

↑↑↑↑ AUTOIMUNIDADE

↑↑↑↑ NEOPLASIA

TERMORREGULAÇÃO

T E R M O R R E G U L A Ç Ã O

A h o m e o s ta s e d a re g u la ç ã o te m p e ra tu ra c o rp o ra l e a h a b i lid a d e p a ra

a d a p ta ç ã o té rm ic a s ã o c o m p ro m e tid a s c o m o e n v e lh e c im e n to , p ro v a v e lm e n te

p e la D IS F U N Ç Ã O H IP O T A L Â M IC A , L E N T IF IC A Ç Ã O D A R E S P O S T A A O S

P IR O G Ê N IO S , D IF IC U L D A D E D A P R O D U Ç Ã O E C O N S E R V A Ç Ã O D O

C A L O R ( re d u ç ã o d a g o rd u ra s u b c u tâ n e a , le n tif ic a ç ã o d a v a s o c o n s tr ic ç ã o

p e ri fé r ic a s ,e tc ) . O s id o s o s a p re s e n ta m te m p e ra tu ra s b a s a is m e n o re s q u e o s

jo v e n s a lé m d a fe b re p o d e r e s ta r a u s e n te n o s p ro c e s s o s in fe c c io s o s .

T E M P E R A T U R A A X IL A R M A IO R O U IG U A L A 3 7 ,2 ºC (9 9 º F ) O U

E L E V A Ç Õ E S D E 1 ,1 ºC (2 º F ) N A T E M P E R A T U R A B A S A L , IN D E P E N D E N T E

D O L O C A L D A M E D IÇ Ã O , M E R E C E M IN V E S T IG A Ç Ã O . P o r o u tro la d o , n ã o é

ra ro o d e s e n v o lv im e n to d e h ip o te rm ia ( te m p e ra tu ra a x ila r < 3 5 o C ) e m re s p o s ta

à in fe c ç ã o . A h ip o te rm ia p o d e c a u s a r s o n o lê n c ia ,c o n fu s ã o m e n ta l , d is a r tr ia ,

b ra d ic in e s ia , h ip e r to n ia , b ra d ip n é ia , h ip o x e m ia , d ila ta ç ã o g á s tr ic a , L A M G D ,

c o m a , a rr itm ia v e n tr ic u la re s e m o rte . A m e n s u ra ç ã o d a te m p e ra tu ra a x ila r d e v e

s e r m a is p ro lo n g a d a (5 m in u to s ) .

A le n tif ic a ç ã o d a v a s o d ila ta ç ã o p e ri fé r ic a e d o a u m e n to d o f lu x o s a n g u ín e o

c u tâ n e o d i f ic u l ta m a a d a p ta ç ã o a a m b ie n te s m a is q u e n te s . A s u d o re s e ta m b é m

é p re ju d ic a d a .

LOCALIZAÇÃO ALTERAÇÕES ANATÔMICAS /FUNCIONAIS

REPERCUSSÃO CLÍNICA(ANAMNESE E EXAME FÍSICO)

EPIDERME

• Redução do potencial proliferativo• Redução do número de melanócitos

e células de Langerhans• Redução da adesão dermato-

epidérmica

DERME

• Redução da espessura• Redução da celularidade e

vascularidade• Degeneração das fibras de elastina• Degeneração das fibras de colágeno

SUBCUTÂNEO • Redução da gordura e redistribuição

ANEXOS

• Redução das glândulas sudoríparas• Redução do tamanho e função das

glândulas sebáceas• Redução do folículos piloso• Redução do rescimento das unhas• Redução da lúnula

FLACIDEZ

REDUÇÃO DO TURGOR

REDUÇÃO DAELASTICIDADE

MAIOR MOBILIDADE

RUGAS

PALIDEZ

XEROSE (Pele seca)

PÚRPURA SENIL

LEUCODERMIAPUNTIFORME

DISFUNÇÃO DATERMORREGULAÇÃO

HIPERPLASIA SEBÁCEA

UNHAS ESPESSAS(“ranhuras”, onicogrifose,

onicomicose)

Page 5: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

5

CAVIDADE ORAL

As funções da cavidade oral no idoso,

DEGLUTIÇÃO, DIGESTÃO, FONAÇÃO ,

podem estar alteradas como conseqüência das alterações fisiológicas

que acontecem no envelhecimento das estruturas anatômicas:

• DENTE

• TECIDO PERIODONTAL ( gengiva, osso alveolar, ligamento periodontal)

• ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR

• LÍNGUA

• GLÂNDULAS

• MUCOSA � Temperatura - Tato - Textura - PALADAR

O envelhecimento, por si só, não causa perda dentária significativa, mas causa

alterações com conseqüências importantes e algumas vezes incapacitantes que

comprometem a higiene bucal que estão listadas abaixo:

• DENTES: Gengivite + Osteoporose

• ARTICULAÇÃO � Osteoartrose � DOR

• ↓PALATABILIDADE DOS ALIMENTOS � Desnutrição

• DIFICULDADE DE DEGLUTIÇÃO � Disfagia � Aspiração

• XEROSTOMIA

• DIFICULDADE DE FALA: PRESBIFONIA

• NEOPLASIA

SISTEMA CARDIOVASCULAR

DOENÇA CARDIOVASCULAR

CARDIO = CORAÇÃO VASCULAR = VASOS

VeiasArtérias

Varizes

ATEROSCLEROSE

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Dispnéia(“Falta de ar” )

Isquemia: DOR

Page 6: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

6

Degeneração Mitral

Degeneração AórticaValvulopatiaDegenerativa

ENDOCÁRDIO

Disfunção Diastólica(Alteração do Relaxamento

ventricular)

Hipertrofia ventricular

MIOCÁRDIO

Insuficiência venosa profundaInsuficiência Venosa(Varizes)

Hipotensão Ortostática

Hipertensão ArterialPressão Arterial

Aneurisma de Aorta Abdominal

Estenose de Artéria Renal

Insuficiência Vascular Mesentérica

Insuficiência Vascular Periférica

Estenose Carotídea

Insuficiência Vascular Cerebral

Insuficiência CoronarianaInsuficiência Arterial(Aterosclerose)

VASOS

ALTERA ÇÕES FUNCIONAISALTERA ÇÕES ANATÔMICAS

SISTEMA

RESPIRATÓRIO

ENVELHECIMENTO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Fluxo expiratório forçado 25-75%Reflete basicamente a função das pequenas vias aéreas.• Está intensamente diminuído em paciente com DPOC

FEF25-75%

É uma estitiva grosseira da função pulmonar onde se mede o fluxo máximo epiratório.

• Útil no acompanhamento do paciente com asma

Pico de fluxo expiratório

(PFE)

Índice de TiffeneauA obstrução das vias aéreas é representada por uma relação

baixa. O valor normal é de 80%FEV1/CF

Volume total de ar expirado. A capacidade vital forçada diminui em aproximadamente 14 a 30 mL/anos nos homens e 15 a

24 mL/ano nas mulheres.

Capacidade Vital Forçada (CVF)

Volume de ar expirado no primeiro segundo em uma expiração forçada a partir da capacidade vital.

Ocorre uma redução do FEV1 de 30 mL/ano nos homens e 23 mL/ano nas mulheres a partir dos 20 anos.

FEV1

Page 7: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

7

Complacência Pulmonar:

• Enrijecimento da caixa torácica

• Redução das forças musculares que promovem expansão.

• Maior colabamento das vias aéreas

• Com envelhecimento o diafragma enfraquece até 25%.

Pressão parcial de oxigênio no plasma

• Declínio linear da pressão PaO2 numa taxa de aproximadamente 0,3%/ano.

– PaO2 = 109 - (0.43 × idade)

• PaO2 permanece estável em 83 mmHga partir dos 75 anos. (ocorre em paralelo com a redução da força elástica e o aumento fisiológico do espaço morto).

Controle da Respiração

• Diminuição da FC e FR em resposta a hipoxemia e hipercapnia

– hiporesponsividade dos quimioreceptoresperiféricos e centrais.

Mecanismos de Defesa

• Redução do transporte mucociliar,

• Redução do reflexo da tosse,

• Redução da resposta aguda aos antígenos extrínsecos e da imunidade celular (aumento da taxa de reativação de tuberculose).

Page 8: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

8

SISTEMA

GÊNITO-URINÁRIO

Função Renal• Fluxo sangüíneo renal:

– redução de 10% por década a partir dos 30 anos.

• Taxa de filtração glomerular:

– declínio progressivo desta, caído 8 mL/minuto/1.73 m2/década após os 40 anos.

– Aproximadamente 30% dos idosos não apresentam redução da taxa de filtração glomerular.

– há uma redução paralela da produção de creatinina devido àsarcopenia, a creatinina plasmática pode permancer estável.

– Para evitar erros recomenda-se a utilização da fórmula de Cockcroft-Gault:

Clerance estimado = (140 – idade x peso)/ (72 * creatinina)

Mulheres multiplicar por 0,85

Glomeruloesclerose

Substituição da arquitetura normal por matriz e ad erência a cápsula de Bowman

BEXIGA

↑↑↑↑ Trabeculação↑↑↑↑ Fibrose↓↓↓↓ Inervação autonômicaFormação dedivertículos

↓↓↓↓ Capacidade↓↓↓↓ Habilidade de adiar a miccção↓↓↓↓ Contratilidade↑↑↑↑ Resíduo pós-miccional↑↑↑↑ Contrações involuntárias

↑↑↑↑ Risco de infecção do trato urinário↑↑↑↑ Risco de incontinência urinária

URETRA↓ Celularidade↑ Deposição de colágeno

↓ Resistência ao fluxo micional↓ Pressão de fechamento

↑ Risco de infecção do trato urinário↑ Risco de incontinência urinária

PRÓSTATAHiperplasia Irritação de receptores adrenérgicos

↑ Risco de infecção do trato urinário↑ Risco de incontinência urináriaRetenção urinária

NOCTÚRIAMecanismos: Ingestão noturna de líquidos, redução da complacência

vesical, redução da produção noturna de ADH ( ↑ na produçãonoturna de urina – 35%) , ICC, insuficiência venosa, diabetes

mellitus e hiperplasia prostática.

Despertar noturno: INSÔNIA – QUEDAS

VAGINA ↓ Celularidade . Atrofia do epitélioDispareunia Uretrite atrófica: polaciúria,urgência miccional

ASSOALHOPÉLVICO ↑ Deposição de colágeno ↑ Tecido conjuntivo Fraqueza muscular Incontinência urinária de esforço

A disfunção erétil não é uma conseqüência inevitáv el do envelhecimento normal. Ocorre em 15 a 25% dos idosos maioresde 65 anos e em 50% dos homens maiores de 80 anos. Causas emocionais, endócrinas, vasculares, neurológ icas e drogas

devem ser investigadas.O sildenafil oral (Viagra) é droga eficaz e deve ser recomendada, exceto na pre sença deinsuficiência coronariana grave em uso de nitrato ( efeito sinérgico ���� venodilatação ���� redução da pré-carga ���� hipotensão

arterial).

Page 9: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

9

SISTEMA

GASTRO-INTESTINAL

Maior susceptibilidade a gastrotoxicidade pelos

AINE

Redução na mucosa gástrica dos

fatores citoprotetores

Deficiência da absorção de vitamina B12 e ferro

↓ Acidez gástricaMaior prevalência de astrite atrófica auto-imune e

secundária ao H. pylori

Engasgos ocasionaisMaior prevalência de dor

esofageana, simulando angina pectoris

↓ Motilidade esofageanaEspasmo esofageano

Presbiesôfago: 20-60% dos neurônios do

plexo mioentérico;

REPERCUSSÃO CLÍNICA (ANAMNESE - EXAME

FÍSICO)

ALTERAÇÕES FUNCIONAIS

ALTERAÇÕES ANATÔMICAS

↑ Hérnias abdominais↓ Musculatura abdominal

Maior risco de diverticuliteDiverticuloseMaior hipotrofia da parede colônica

Constipação intestinal↓Trânsito Intestinal: idosossaudáveis (até 5 dias)

↓ Neurônios do plexo mioentérico

Maior prevalência de colelitíasee suas complicações

Intolerância maior a gordurosos

↑ Litíase biliar

Maior meia-vida das drogas �Iatrofarmacogenia

↓ Metabolismo das drogas, principalmente do

metabolismo oxidativo(Ex.: Fenitoína)

Redução do tamanho do fígado (35%)

Redução do conteúdo, afinidade e

atividade das enzimas hepáticas

↓ Fluxo Sangüíneo Hepático (35%)

REPERCUSSÃO CLÍNICA (ANAMNESE - EXAME FÍSICO)

ALTERAÇÕES FUNCIONAISALTERAÇÕES ANATÔMICAS

Page 10: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

10

SISTEMA

NERVOSO

Sistema Nervoso

• Redução do peso (10%), fluxo sanguíneo cerebral (15-20%), dilatação dos ventrículos;

• Redução progressiva e irreversível do número de neurônios cerebrais (particularmente no hipocampo) , cerebelares e medulares;

• Deposição neuronal de liposfuscina;

• Degeneração vascular amilóide;

• Aparecimento de placas senis e degeneração neurofibrilar;

• Comprometimento da neurotransmissão dopaminérgica e colinérgica.

• Lentificação da velocidade da condução nervosa

Exame Neurológico

• Lentificação do reflexo pupilar

• Lentificação do olhar conjugado vertical superior > inferior

• Força muscular (simétrica)

• Discreto aumento do tônus muscular sem produzir “roda denteada”

• Preservação dos reflexos tendinosos, exceto o reflexo Aquileu, que pode estava ausente.

• Sensibilidade vibratória abaixo dos joelhos ausentes.

• Ataxia: lentificação da marcha, com passos curtos e arrastados, flexão do corpo, olhar para o chão.

Domínios da Cognição

– Inteligência

– Atenção

– Função Executiva

– Memória

– Linguagem

– Habilidades Visioespaciais

– Funções Psicomotoras

Page 11: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

11

Atenção dividida, ou habilidade de concentrar-se em mais

de um tipo de informação no mesmo tempo

(possivelmente).

Atenção sustentada, atenção em uma tipo de

informação por um período

Atenção

Inteligência fluida que envolve resolução de problemas, inteligência não verbal e

velocidade de processamento das

informações

Testes medindo habilidades

cristalisadas, e habilidades

verbais estão inalteradas

Inteligência geral

Funções que DeclinamFunções Preservadas

Diminuição das performance nos testes

neuropsicológicos. Pode ser devido em parte a redução da velocidade de execução

dos testes (evitar testes cronometrados). O

envelhecimento bem sucedido parece não afetar

as funções executivas necessárias para realização

das tarefas do dia-a-dia.

Funções executivas necessárias para

realização das tarefas do dia-a-

dia

FunçãoExecutiva

Funções que DeclinamFunções Preservadas

Recuperação de palavras espontâneas, fluência verbal.

Compreensão, vocabulário, habilidades sintáticas.

Linguagem

Aumento da dificuldade de aprender novas informações.

Menor curva de aprendizado e menor quantidade de

informações aprendidas. Entretanto, a memória do

paciente é suficiente para as demandas e garantir a

independência funcional.

Memória remota, procedural e

memória semântica.

Memória

Funções que DeclinamFunções Preservadas

Rotação mental de objetos, cópias complexas, unir objetos e habilidades

espaciais abstratas. Redução clara da velocidade de

performance nestes testes

Construção ou cópia simples

Habilidades viso-espaciais

Page 12: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

12

Funções Psicomotoras

• Redução significativa do tempo de resposta relacionado tanto no processamento cognitivo quanto nas habilidades motoras.

• Testes que necessitam de velocidade e respostas rápidas aos estímulos estarão provavelmente reduzidas

• Avaliar o risco e a segurança do paciente continuar dirigindo.

APRESENTAÇÃO ATÍPICA DAS

DOENÇAS

VARIÁVEIS QUE AFETAM A APRESENTAÇÃO DAS DOENÇAS:

• Co-morbidades : o raciocínio clínico tradicional de explicar todos os sinais e

sintomas por um única doença não se aplica ao idoso, sendo mais rara a

unidade diagnóstica;

• Insuficiência de múltiplos órgãos : a desordem em um órgão pode se

manifestar por sintomas em outros órgãos;

• Senescência: alterações fisiológicas do envelhecimento como a disfunção da

termoregulação, menor resposta leucocitária, disfunção diastólica , 4a bulha,

sopro sistólica dificultam o diagnóstico no idoso;

• A polifarmácia está associada a maior risco de iatrogenia;

• A apresentação de um problema social pode obscurecer uma enfermidade

subjacente ou complicar o seu manejo;

• A subvalorização dos sintomas pelo médico, família e paciente atrasam o

diagnóstico de condições potencialmente reversíveis, parcial ou totalmente;

COGNIÇAO / HUMOR

MOBILIDADE

COMUNICAÇÃO MOTORA • AVC

• Parkinsonismo

COGNITIVA • Demências

• Delirium

INSUFICIÊNCIA

CEREBRAL

AFETIVA • Depressão / Distimia

Disfunção de

bomba cardíaca

• ICC

Disfunção

perfusional

• Insuficiência coronariana

• Insuficiência vascular

periférica

• Estenose carotídea

• Aneurisma abdominal

INSUFICIÊNCIA

CARDIOVASCULAR

Disfunção elétrica • Bloqueio de condução

• Fibrilação atrial e arritmias

ventriculares

Page 13: Alterações Fisiológicas do Envelhecimento · 3 AUDIÇÃO OUVIDO EXTERNO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO Pêlos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos,

13

Osso • Fratura (osteoporose)

Articulação • OsteoartroseINSUFICIÊNCIA

OSTEOMUSCULARMúsculo • Polimialgia reumática (arterite temporal)

INSUFICIÊNCIA

RESPIRATÓRIA

• DPOC

• Pneumonia

INSUFICIÊNCIA

GÊNITO-URINÁRIA

• Incontinência urinária

• Insuficiência renal

• Infecção urinária

INSUFICIÊNCIAENDÓCRINA

• Diabetes mellitus

• Hipotireoidismo

INSUFICIÊNCIA

VISUAL

• Catarata

• Glaucoma

• Degeneração senil

INSUFICIÊNCIA

AUDITIVA

• Surdez de condução (rolha de cerumen)

• Perda neurosensorial

COGNIÇAO / HUMOR

MOBILIDADE

COMUNICAÇÃO