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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA MATÉRIA ORGÂNICA E DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS INDUZIDAS POR DIFERENTES USOS DOS SOLOS DE COLORADO DO OESTE-RO. Carlos Henrique dos Santos C U I A B Á - MT 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA MATÉRIA ORGÂNICA E DOS ATRIBUTOS

QUÍMICOS E FÍSICOS INDUZIDAS POR DIFERENTES USOS DOS SOLOS DE COLORADO DO OESTE-RO.

Carlos Henrique dos Santos

C U I A B Á - MT

2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA MATÉRIA ORGÂNICA E DOS ATRIBUTOS

QUÍMICOS E FÍSICOS INDUZIDAS POR DIFERENTES USOS DOS SOLOS DE COLORADO DO OESTE-RO.

CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS Físico

Orientadora: Profa. Dra. OSCARLINA LÚCIA DOS SANTOS WEBER

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.

C U I A B Á - MT 2008

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FICHA CATALOGRÁFICA S237a Santos, Carlos Henrique dos Alterações no estoque de carbono, na

dinâmica da matéria orgânica e dos atributos químicos e físicos induzidas por diferentes usos dos solos de Colorado do Oeste-RO / Carlos Henrique dos Santos. – 2008.

76p. : il. ; color.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal

de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária, Pós-graduação em

Agricultura Tropical, 2008. “Orientação: Profª. Drª. Oscarlina Lúcia dos Santos Weber”.

CDU – 631.41(811.1)(043) Índice para Catálogo Sistemático 1. Solo – Uso – Colorado do Oeste (RO) 2. Solo – Carbono – Avaliação 3. Solo – Nitrogênio – Avaliação 4. Solo – Matéria orgânica – Alterações 5. Solo – Atributos físicos 6. Solo – Atributos químicos 7. Solos – Região Amazônica 8. Solo – Sistemas de uso 9. Agricultura 10. Matéria orgânica – Solo – Fracionamento físico

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

Título: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA MATÉRIA ORGÂNICA E DOS ATRIBUTOS

QUÍMICOS E FÍSICOS INDUZIDAS POR DIFERENTES USOS DOS SOLOS DE COLORADO DO OESTE-RO.

Autor: CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS Orientadora: Profa. Dra. OSCARLINA LÚCIA DOS SANTOS WEBER

Aprovada em 30 de maio de 2008. Comissão Examinadora:

_____________________________________________

Profa. Dra Oscarlina Lúcia dos Santos Weber

(FAMEV/UFMT) (Orientadora)

_____________________________________________

Prof Dr. José Fernando Scaramuzza

(FAMEV/UFMT)

_____________________________________________

Prof Dr Eduardo Guimarães Couto

(FAMEV/UFMT)

_____________________________________________

Prof. Dr. Edgar Alfredo Tzi Tziboy

(FAMEV/UFMT)

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DEDICATÓRIA

À Deus, que nos dá força para enfrentar os desafios. À minha esposa Joana, pela atenção prestada em todos os momentos. Aos meus filhos Rosemary e João Paulo, que são as minhas alegrias, à toda hora. À minha mãe Maria do Rosário Santos (in memorian), que sempre acreditou em mim. Às minhas irmãs Carmem Lúcia e Vitória, mesmo morando longe, sempre tiveram fé em mim.

Dedico

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AGRADECIMENTOS

À Deus, que nos permitiu a vida, saúde e sabedoria para concretizar

este trabalho;

À Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária e à Universidade

Federal de Mato Grosso pela formação proporcionada;

Á Escola Agrotécnica Federal Colorado do Oeste-RO, que possibilitou

a realização do curso de mestrado;

À Profª. Drª. Oscarlina Lúcia dos Santos Weber, minha orientadora,

pelo incentivo, amizade e ensinamentos, tanto para a minha vida profissional

como pessoal;

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em

Agricultura Tropical da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da

Universidade Federal de Mato Grosso, pelos conhecimentos transmitidos e

pela atenção em todos os momentos;

Aos membros da banca, Profa Dra. Oscarlina Lúcia dos Santos Weber,

Prof. Dr. José Fernando Scaramuzza, Profa. Dra. Walcylene Lacerda Mattos

P. Scaramuzza, Prof. Dr. Eduardo Guimarães Couto e Prof. Dr. Edgar

Alfredo Tzi Tziboy, pelas críticas e sugestões apresentadas para a melhoria

deste trabalho;

À Joana, companheira de todas as horas, por seu amor, carinho,

dedicação e compreensão, que me enche de coragem e ânimo para

enfrentar os desafios da vida e trilhar nosso futuro;

Ao Prof. Dr. José Fernando Scaramuzza, pelo exemplo, amizade e

ensinamento;

À Profa. Dra. Maria Cristina de F. e Albuquerque pelo carinho que

sempre nos tratou na Coordenação do PPGAT/FAMEV;

Ao Prof. Dr. Emílio Carlos de Azevedo pelas orientações para

determinação da densidade e porosidade na mesa de tensão;

Ao Prof. Dr. Eduardo Guimarães Couto, pela ajuda nos cálculos dos

estoques de carbono e nitrogênio;

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Ao Professor Dr. Joadil Gonçalves de Abreu pelas análises

estatísticas realizadas;

Aos colegas de caminhada, Luiz Cobiniano de Melo Filho e Marcelo

Notti Miranda, pela convivência durante a conclusão dos créditos das

disciplinas e das viagens realizadas de Colorado do Oeste-RO/Cuiabá-

MT/Colorado do Oeste-RO;

À Empresa União Cascavel de Transportes e Turismo Ltda.

(EUCATUR), pela concessão no desconto das passagens no percurso

Colorado do Oeste/Cuiabá/Colorado do Oeste;

Ao Senhor José Raimundo e família, pela disponibilidade da área à

realização da pesquisa;

Ao Prof. José Ribamar de Oliveira, diretor Geral da Escola

Agrotécnica Federal de Colorado do Oeste-RO, que não mediu esforços

para a realização do convênio institucional entre a Escola Agrotécnica

Federal de Colorado do Oeste-RO e Universidade Federal de Mato Grosso;

Aos bolsistas, Marcos, Mayra e Ana Paula pela amizade e pela ajuda

na realização das análises químicas, físicas e granulométricas do solo;

À laboratorista Cássia Paulinete, pelo auxílio nas análises químicas e

do fracionamento físico do solo;

À todos os colegas do curso de mestrado, cuja amizade levarei por

toda vida;

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-

CAPES, pela bolsa concedida ao término da dissertação;

Às funcionárias da Secretaria da Coordenação do Programa de Pós-

Graduação em Agricultura Tropical, Denise e Maria, pelo carinho e atenção

durante a realização do curso;

Enfim, à todos que, direta e indiretamente, contribuíram para a

conclusão desta importante caminhada.

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ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA MATÉRIA ORGÂNICA E DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS INDUZIDAS POR

DIFERENTES USOS DOS SOLOS DE COLORADO DO OESTE-RO

RESUMO – Os objetivos deste trabalho foram: (1) avaliar os atributos físicos

e químicos; (2) avaliar as alterações na distribuição da matéria orgânica, do

carbono e do nitrogênio no solo e nas frações granulométricas e (3) avaliar

as alterações no estoque de carbono e de nitrogênio nos solos de Colorado

do Oeste-RO. Os sistemas avaliados foram: a mata (referência), os

agroflorestais (teca + cacau + pasto; teca + cacau), florestais (teca com

cinco e teca com oito anos) e pastagem. Em cada sistema foram abertas três

minitrincheiras nas profundidades de 0-5; 5-10; 10-20; 20-30; 30-40; 40-60 e 60-100 cm

para coleta de amostras indeformadas, para análise de densidade do solo, macro e

microporosidade, e deformadas para as análises granulométrica, químicas e

o fracionamento físico granulométrico da matéria orgânica do solo. Para o

fracionamento físico utilizou-se o método granulométrico. O delineamento foi

o inteiramente casualizado com três repetições e os dados foram analisados

por meio da análise de variância e teste de médias. O carbono orgânico nos

sistemas florestais correlacionou significativamente com os atributos

químicos e físicos dos solos. O teor da matéria orgânica do solo aumentou

nos sistemas agroflorestais (56%), florestais (7%) e na pastagem diminuiu

90% depois da conversão da mata. O carbono orgânico da fração areia

aumentou nos sistemas agroflorestais (16%), florestais (65%) e pastagem

(87%), quando comparados com a mata. A conversão da mata causou

decréscimo nos estoques de carbono orgânico e nitrogênio total nos

sistemas agroflorestais (25 e 31%), florestais (33 e 31%) e pastagem (10 e 8%).

Palavras-chave: Fracionamento físico da matéria orgânica, seqüestro de

carbono, solos amazônicos.

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CHANGES IN THE CARBON STOCK, IN THE DYNAMIC OF THE ORGANIC MATTER AND OF THE PHYSICAL AND CHEMICAL

ATTRIBUTES INDUCED BY DIFFERENT USES OF COLORADO DO OESTE-RO SOILS

ABSTRACT – The aims of the study were (1) to evaluate the physical and

chemical attributes; (2) to evaluate the changes in the distribution of the

organic matter, of the carbon and of the nitrogen in the soil and in the

particle-size fractions and (3) to evaluate the changes in carbon and nitrogen

stocks in the soils of Colorado do Oeste-RO. The systems evaluated were:

the forest (reference), the agro forestry (teak + cocoa + pasture; teak +

cocoa), forestry [teak (5 years) and teak (8 years)] and pasture. In each

system three mini trenches at the depth of 0-5; 5-10; 10-20; 20-30; 30-40; 40-

60 e 60-100 cm were open for the collection of undisturbed samples, for the

analysis of soil density, macro and micro porosity, and disturbed for the

chemical particle-size analysis, and the physical particle-size fraction of the

organic matter of the soil. For the physical fractionation the particle-size

method was used. The experiment was carried out in a completely

randomized design with three replicates and the data were analyzed through

the analysis of variance and average test. The organic carbon in the forestry

systems correlated significantly with the chemical and physical attributes of

the soils. The soil organic matter content increased in the agro forestry

systems (56%), forestry (7%) and decreased 90% in pasture after forest

conversion. The organic carbon of the sand fraction increased in the agro

forestry systems (16%), forestry (65%) and pasture (87%), when compared

to the forest. The forest conversion decreased in the organic carbon stocks

and total nitrogen in the agro forestry systems (25 and 31%), forestry (33 and

31%) and pasture (10 and 8%).

Key words: Physical fractionation of the organic matter, carbon sequestration, Amazon soils.

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SUMÁRIO

Página

1. INTRODUÇÃO............................................................................... 112 REVISÃO DE LITERATURA........................................................... 132.1 Alterações nos atributos químicos e físicos do solo induzidos

por diferentes usos........................................................................ 132.2 Alterações no teor e no estoque da matéria orgânica do solo (MOS) por diferentes sistemas de uso dos solos Amazônico............ 192.3 Alterações na distribuição da matéria orgânica do solo (MOS),

do carbono orgânico, do nitrogênio e nos estoques de carbono e de nitrogênio dos solos induzidas por diferentes usos............... 24

3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................... 293.1 Caracterização da área de estudos.............................................. 293.2 Amostragem do solo..................................................................... 333.3. Pré-tratamento das amostras de solo.......................................... 333.4. Determinação dos atributos químicos e físicos........................... 343.5 Fracionamento físico granulométrico do solo sob diferentes

usos............................................................................................... 343.6 Determinação da matéria orgânica total e nas frações

granulométricas do solo pelo método da combustão em mufla.... 343.7 Determinação do carbono, do nitrogênio no solo total e nas

frações granulométricas pelo método químico.............................. 353.7.1. Carbono Orgânico (CO)............................................................ 353.7.2. Nitrogênio................................................................................. 353.8. Determinação dos estoques de carbono e nitrogênio do

solo................................................................................................ 363.9. Fator de enriquecimento.............................................................. 373.10 Delineamento e análise estatística............................................. 384 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................... 394.1. Atributos químicos do solo........................................................... 394.2. Atributos físicos do solo............................................................... 474.3 Correlações do carbono orgânico e atributos químicos, físicos

nos diferentes sistemas de uso dos solos de Colorado do Oeste-RO......................................................................................

50

4.4 Alterações nos teores da matéria orgânica nas frações granulométricas dos solos induzidas por diferentes sistemas de uso................................................................................................. 51

4.5 Alterações nos teores do carbono orgânico e de nitrogênio, nas frações granulométricas dos solos induzidas por diferentes sistemas de uso............................................................................ 54

4.6 Alterações nos estoques de carbono orgânico (CO) e de nitrogênio (N) induzidas por diferentes sistemas de uso.............. 57

4.7 Relação C/N............................................................................ 604.8 Diferenças relativas e absolutas dos conteúdos de CO e de N induzidas por diferentes sistemas de uso........................................... 615 CONCLUSÕES............................................................................... 64

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6 REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS.................................................. 65

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1 INTRODUÇÃO

A maioria das propriedades rurais do município de Colorado do

Oeste-RO é composta de pequenos agricultores com média de 50 ha. Esses

agricultores praticam a agricultura migratória, plantando principalmente

culturas de subsistência como arroz, milho, feijão e mandioca por dois ou

três anos consecutivos para o seu consumo e vendendo o excedente de sua

produção. No final do ciclo dessas culturas, ou se implanta a pastagem ou a

área é destinada ao pousio, por um período de 8 a 15 anos.

A transformação de sistemas naturais em áreas com agricultura, com

pecuária ou com reflorestamento representa, nas regiões tropicais, uma

importante causa do aumento da concentração de CO2 atmosférico, com

efeitos sobre as alterações climáticas em escala global (D’Andréa et al.,

2004).

Uma alternativa para manter ou melhorar os estoques de matéria

orgânica do solo (MOS), bem como de carbono e de nitrogênio e a

fertilidade, é a utilização de sistemas de culturas que possam adicionar

material orgânico, proporcionando um balanço entre a adição e a retirada ou

perda desses elementos por meio dos sistemas de cultivo. Pois os estoques

de matéria orgânica em qualquer agroecossistema são obtidos pela

interação dos fatores que determinam sua formação e aqueles que

promovem sua decomposição.

Entre as diversas técnicas de manejo utilizadas pela agricultura

surgiram os sistemas agroflorestais (SAFs), formas de cultivo em que se

consorciam, em uma mesma área, espécies arbóreas e cultivos agrícolas e,

ou, animais. Dessa forma, os SAFs têm sido apontados como uma das

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alternativas econômico-ecológicas viáveis, de produção agrícola. Esses

sistemas constituem o tipo de uso do solo que mais se aproxima da estrutura

e da dinâmica da vegetação natural, podendo substituir, com certa eficiência,

na sua função ecofisiológica de manutenção do equilíbrio ecológico nos

trópicos úmidos.

A quantificação e caracterização da MOS por meio do fracionamento

físico tem sido utilizada para avaliar a influência do manejo sobre os

estoques de carbono e nutrientes no solo por serem considerados menos

destrutivos e mais relacionados com a função e estrutura da MOS in situ, do

que os métodos químicos (Christensen,1996, 2000; Feller et al., 2000). A

fração leve ligada a areia da MOS é a mais sensível ao manejo, pois é

encontrada de forma livre, entre os agregados do solo podendo ser

facilmente oxidada em contato com ar e microrganismos (Christensen, 1992;

Freixo et al., 2002; Roscoe e Buurman, 2003).

Em sistemas agrossilvopastoris e agroflorestais há poucas

informações sobre a capacidade desses sistemas em estocar carbono e

nutrientes no solo. Os SAFs são uma das formas de uso que menos alteram

as propriedades químicas, físicas e na distribuição da matéria orgânica no

solo, além de promover mais aporte de carbono ao solo pela fração orgânica

leve (Costa, 2004). Desta forma, partem-se da hipótese que a mudança nos

diferentes sistemas de uso do solo altera a dinâmica da matéria orgânica e

os teores de nutrientes do solo.

Neste contexto, objetivou-se avaliar o impacto da conversão da

floresta/mata (MA) em sistemas agroflorestais e pastagem sobre os atributos

químicos e físicos, sobre os estoques de C e de N e sobre a distribuição do

C e de N nas frações granulométricas dos solos de Colorado D’Oeste-RO.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Alterações nos atributos químicos e físicos do solo induzidos por diferentes usos

Os atributos químicos, físicos e biológicos são influenciados pelas

práticas de manejos. Na Amazônia brasileira, a abertura de áreas para a

agricultura inicia-se com a retirada das árvores de interesse comercial, a

floresta é derrubada manualmente seguida da queima da biomassa sobre o

solo. Depois de queimada implanta-se a lavoura de subsistência,

principalmente o arroz, milho, feijão e mandioca, utilizando apenas o preparo

manual do solo, e após dois ou três anos consecutivo, a área é abandonada

(Costa, 2004).

Nesse sistema, há uma redução da produção nos cultivos a cada ano

causado pela diminuição da capacidade produtiva dos solos, obrigando o

agricultor a realizar o desmatamento de novas áreas. Geralmente uma área

abandonada permanece em pousio por 8 a 15 anos, período em que a

recuperação da fertilidade dos solos, pela presença de espécies fixadoras de

nitrogênio e pela melhoria da reciclagem e absorção de nutrientes, depois

desse período a área é reutilizada (Costa, 2004).

Vários autores têm relatado aumento no pH e no teor de cátions

trocáveis em sistema de abertura da área, utilizando corte e queima da

vegetação original (Fiegl, 1994; Moraes et al., 1996). Fielg (1994) e Moraes

et al. (1996) ao estudarem duas cronossequências de pastagem em

Rondônia, uma sob Latossolos com 3, 5, 9, 13 e 20 anos e outra sob

Podzólicos com 5, 9, 20 e 81 anos, observaram aumento no pH e nas bases

trocáveis nos primeiros 30 cm, com maiores variações na camada de 0-5 cm.

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Esses autores encontraram maiores valores de pH nas pastagens de cinco

anos e uma redução com aumento da idade em ambas cronossequências,

devido à redução no teor dos cátions trocáveis.

Segundo Helyar (2003), a mudança no pH do solo pode ser

influenciada pela adsorção de hidrogênio em sítios de trocas de cátions

dependentes do pH na matéria orgânica do solo, ou das excreções dos

bovinos (Monteiro e Werner, 1997).

A matéria orgânica assim como a argila e os óxidos de ferro e

alumínio, afetam diretamente a acidez potencial (H+Al), no sentido de

reduzir sua mobilidade no solo (Pitta et al., 2007)

Ao promover o aumento da CTC-dependente de pH, a matéria

orgânica beneficia a adsorção de cátions trocáveis (Ca, Mg, K) mediante

trocas com íons de H+ dos grupos funcionais orgânicos, aumentando desta

forma a saturação por bases do complexo coloidal, com consequente

melhora da fertilidade do solo. A ciclagem de íons no solo induz à formação

de complexos organo-metálicos, pois o Al+3 é substituído pelo Ca+2 no

complexo catiônico, ocorrendo a imobilização do Al+3 pelos ligantes

orgânicos (Muzzilli, 2002).

Segundo Araújo et al. (2004), os valores mais elevados de saturação

por bases estão relacionados com maiores valores de soma de bases e

CTC, e com a quantidade da matéria orgânica do solo (MOS).

A disponibilidade do fósforo inorgânico é influenciada pelos seguintes

fatores: pH do solo, ferro solúvel, alumínio e manganês; presença de

minerais de Fe, Al e Mn; disponibilidade de cálcio e minerais de cálcio;

quantidade e decomposição da matéria orgânica; e atividades dos

microrganismos. Segundo Araújo (2000), o decréscimo do teor de fósforo em

profundidade é influenciado pelo teor de matéria orgânica, argila e maior

atividade biológica.

Para Costa et al. (2004) e Araújo et al. (2004), a matéria orgânica

humificada depositada no solo pode contribuir na complexação do alumínio

trocável, elemento considerado tóxico às plantas, além de ser uma

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importante fonte de nutrientes influenciando no aumento da saturação por

bases e da soma de bases e da CTC.

Costa et al. (2004) afirmam que o acúmulo de resíduos vegetais na

superfície aumenta o teor de MOS, dando maior estabilidade aos agregados

do solo, e por sua vez, maior proteção à rede de poros. Além disso, a MOS é

por si só, um material poroso e atua também dificultando o arranjamento

piramidal das partículas, o qual proporciona maior quantidade de poros aos

solos (Kiehl, 1979).

Dentre os nutrientes que são liberados pela decomposição da MOS, o

cálcio assume grande importância, pois quando presente no solo, auxilia na

sua estabilização (Fernandes et al., 2002), dificultando a sua saída do

sistema. Segundo Numata et al. (2002) a incorporação das cinzas

proporciona um aumento no nível geral de fertilidade, principalmente das

bases.

Araújo et al. (2004), ao avaliarem as propriedades físicas e químicas

de um Argissolo Amarelo Distrófico, verificaram aumento nos teores de

cálcio no solo após a queima da mata.

A produção de biomassa vegetal e o não revolvimento do solo

favorecem a manutenção dos resíduos vegetais na superfície e o contínuo

aporte de MO total e COT no solo (Bertol et al., 2001).

A decomposição e a mineralização da matéria orgânica são, em

sistemas naturais, as principais vias de entrada do nitrogênio nos solos (que

varia de acordo com o tipo de tratamento). Na solução do solo, o N é

encontrado nas formas orgânica e inorgânica. No início das chuvas ocorre

em muitos casos um aumento significativo de N na solução do solo, em

especial na forma de nitrato. Em geral, o nitrato é a forma inorgânica

predominante em ecossistema tropical, já em área com maior grau de

alteração pelo homem, observa-se a predominância de nitrito e de amônio

(Neu, 2005).

A relação C/N é bom indicador do grau de decomposição da MOS.

Relações entre 12 a 20 são consideradas ótimas. Relações menores que 12

indicam que o processo de decomposição é acelerado. Maiores que 20

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indica decomposição lenta. Segundo Costa et al. (2004), a deposição de

resíduos vegetais em profundidade no solo contribui para a conservação da

matéria orgânica em compartimentos de difícil acesso a aeração do solo

provocada pelo revolvimento realizado pelas atividades antrópicas.

Muzilli (2002) afirma que biomassas com relação C/N maior que 20

possuem maior efeito agregante, em função da decomposição mais lenta e à

formação de compostos orgânicos intermediários que estarão contribuindo

para o aumento do teor de matéria orgânica no solo.

Outro fator que contribui para a fertilidade dos solos amazônicos

refere-se à granulometria dos solos. São encontrados desde solos muitos

arenosos até os muito argilosos, com mais de 80% de argila (Martinez e

Zinck, 2004; Desjardins et al., 2004). No entanto, a textura não é muito

influenciada pelo manejo e uso. Ao contrário, a densidade e a porosidade

que são muito afetadas pelo manejo. A densidade do solo, geralmente

aumenta após a conversão da mata em lavoura ou pastagem, enquanto que

a porosidade total e a capacidade de infiltração tendem a diminuir devido ao

efeito da compactação dos sistemas de lavoura e pastagem (Martinez e

Zinck, 2004).

Lima et al. (2007) ao avaliarem os atributos químicos de um Latossolo

Vermelho-Amarelo do Pará após diferentes tempos de conversão de floresta

em área sob cultivo de cacau encontraram valares de pH H2O que variaram

de 5,6 a 5,8 na profundidade de 0-20 cm.

Ferreira et al. (2007) ao avaliarem as alterações nos atributos físicos e

químicos de solo sob sistemas de manejo em Dourados (MS) encontraram

valores médios para o cálcio na profundidade de 0-20 cm de 6,05 e 3,2 cmolc dm-3

nos sistemas de mata nativa e agrossilvopastoril, respectivamente.

Costa et al. (2007) ao avaliarem a caracterização da fertilidade de

solos da região do Vale do Alto Guaporé, sudoeste do estado de Mato

Grosso encontraram valores médios para magnésio, potássio e fósforo de

1,20 cmolc dm-3 0,29 cmolc dm-3 e 4,70 mg dm-3, respectivamente.

Solos de textura média aliado à estrutura do solo permitem, quando

comparado a um solo arenoso, manter maior disponibilidade de água para

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plantas, propiciando o desenvolvimento do sistema radicular em

profundidade e drenando facilmente o excesso de água (Silva e Mielniczuk,

1996), características estas desejáveis para os sistemas agroflorestais.

Devido às inúmeras particularidades das características dos solos

amazônicos, estes exigem práticas de manejo e de uso peculiares a cada

local, a fim de manter sua qualidade e garantir a sustentabilidade do

processo produtivo na região (Tomazi, 2004).

Tomazi (2004) ao estudar a conversão da floresta em sistema

agrossilvopatoril (SS), pastagem (PA) e sistema agroflorestal (SA) em

Latossolos de Juruena-MT, observou que nas áreas ocupadas com PA e SS

apresentaram aumentos significativos em relação à mata nativa (MA), no pH

de 38% e 27%; no K trocável de 52% e 96%; na SB de 383% e 400%; na

CTC de 11% e 24%; na V% de 304% e 288%, respectivamente, nas

camadas de 0-5 a 20-40 cm, quando comparadas à MA. Essas diferenças

foram maiores nas camadas superficiais e decresceram com a profundidade.

As características físicas e químicas de um solo de cerrado sob

plantio florestal de teca com três e cinco anos, foram estudadas por

Campolin (2006), nesse estudo o autor observou aumentos significativos em

relação ao cerrado no pH de 32% e 25%; em Ca de 800% e 633%; em Mg

de 2600% e 2200%; na SB de 650% e 550%; na CTC de 56% e 50%,

respectivamente, essas diferenças ocorreram na camada superficial de 0-5 cm.

Melo (2003) observou que os solos do Acre apresentaram menor

concentração de carbono (média de 6,5 kg m-3) quando comparados com a

média dos solos da Amazônia, embora apresentassem maior fertilidade

natural. Segundo o autor, a principal razão para este resultado é a maior

taxa de decomposição da matéria orgânica nesses solos devido aos

constantes ciclos de seca e umedecimento. Esses ciclos estão associados à

interação entre o regime pluviométrico e às características físicas

(principalmente estrutura) inerentes desses solos, que em decorrência do

lençol freático suspenso que oscila no perfil do solo, podendo chegar até a

superfície.

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Silva et al. (2006) ao avaliarem os efeitos de diferentes tipos de

cobertura vegetal de floresta secundária (40 anos), floresta secundária de

derrubada e queimada, área sob cacau e pastagem abandonada e algumas

características químicas sobre Latossolo Amarelo do Pará, observaram

aumento no pH, na soma de bases e no fósforo disponível e diminuição no

teor de MOS em área de derrubada e queimada e em área de pastagem

abandonada, aumento no teor de P em área de cultivo de cacau.

Moreira (2007) avaliou as alterações químicas e as variações no

estoque e na qualidade da matéria orgânica em solos do Amazonas de alta

fertilidade de formação antropogênica, a terra preta de índio (TPI). O autor

constatou que embora os solos tenham alta fertilidade, os teores de P e K

disponíveis e de Ca e Mg trocáveis apresentaram grande heterogeneidade

nos sistemas de manejos estudados.

Salgado et al. (2006) ao avaliarem a fertilidade dos solos em sistema

agroflorestal composto por café, ingazeiros e grevíleas concluíram que as

condições químicas dos solos apresentaram, no geral, melhores

características nos monocultivos, o que pode ter ocorrido devido à demanda

nutricional das árvores.

Com relação aos atributos físicos, Menezes et al. (2007) ao

estudarem as características físicas de solos associados a sistemas

agroflorestais nos municípios de Machadinho D’Oeste e Montenegro,

Rondônia, encontraram valores de densidades que variaram de 0,72 a 1,70 g cm-3,

indicando em que algumas áreas apresentavam sinais de compactação.

Segundo Camargo e Alleoni (1997) o valor ideal para densidade de um

Latossolo Vermelho deve ser de 1,1 g cm-3.

O valor de densidade igual ou maior que 1,2 g cm-3 para Latossolo

Roxo indica restrição ao desenvolvimento radicular quando o solo se

encontra em capacidade de campo, caracterizando compactação do solo

(Maria et al.,1999). De acordo com Archer e Smith (1972), o limite máximo

tolerado da densidade aparente para solos argilosos é de 1,2 g cm-3, sendo

que solos com valores acima de 1,3 g cm-3 apresentam sérias desvantagens

quanto à permeabilidade e aeração.

Page 20: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

19

Tomazi (2004) observou que a conversão da mata em outros

sistemas de uso afetou a densidade do solo e a porosidade nos primeiros

dez centímetros. A macroporosidade foi a mais sensível à mudança com

redução de 44, 57 e 67%, respectivamente, nos sistemas silvopastoril,

agroflorestal e pastagem. A autora não observou diferença na

microporosidade.

Campolim (2006) observou que a substituição do cerrado em sistema

florestal alterou a densidade do solo e a microporosidade na camada de 0-5 cm. Em

comparação com o cerrado ocorreram aumento na densidade de 12% para

os plantios de teca com 3 e 5 anos, e na microporosiddae de 36% e 16%,

para os mesmos sistemas.

Viana et al. (2004), observaram que solos com volumes de

macroporos acima de 10% possuem uma grande rede de poros disponíveis

para exploração do sistema radicular sem encontrar resistência mecânica.

2.2 Alterações no teor e no estoque da matéria orgânica do solo (MOS) por diferentes sistemas de uso dos solos Amazônicos

Os solos constituem juntamente com os oceanos, com a atmosfera,

com a biomassa terrestre e com a camada geológica, os cinco principais

reservatórios globais de carbono, que funcionam como sistemas

interconectados. Os solos funcionam como um importante sumidouro e fonte

de dióxido de carbono (CO2) no ciclo global do carbono (Andréa et al., 2004),

dependendo das taxas relativas de incorporação e decomposição da matéria

orgânica depositadas no solo (Santos et al., 2003).

Os estoques da matéria orgânica no solo são decorrentes do

processo de incorporação no perfil do solo em quantidade superiores a taxas

de dióxido de carbono (CO2) perdido pela respiração das plantas e dos

microrganismos do solo (Carvalho, 2006).

O total de carbono armazenado na vegetação e nos primeiros 100 cm

do solo, é estimado em 2.477 Gt [1 giga tonelada (Gt)= 109 g]. O solo é o

principal reservatório de carbono (2.011 Gt), com maior contribuição nas

regiões de média e baixa latitude, com cobertura vegetal menos densa. Por

Page 21: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

20

outro lado, nas regiões de floresta tropical, a vegetação contribui com 49,5%

dos 428 Gt de carbono estocados no complexo vegetação–solo até um

metro de profundidade (IPCC, 2000).

O carbono orgânico na profundidade de 100 cm do solo é estimado

entre 1.462 e 1.548 Pg [1(Pg)= 1015 g], enquanto que, na profundidade de

até 200 cm, este varia de 2.376 a 2.456 Pg (Batjes, 1999). Desse modo, em

função das quantidades de carbono que armazena, o solo é um dos

condicionantes de processos de poluição do ar, tendo em vista que a

variação no estoque de carbono regula as emissões desse elemento para a

atmosfera (Rangel, 2006).

O estoque de carbono dos solos da bacia amazônica foi calculado por

Moraes et al. (1995), a partir de resultados analíticos contidos em

RADAMBRASIL (1978). Nos primeiros 100 cm, estão estocados 47 x 106 g

de carbono, dos quais 45% estão na camada de 0 – 20 cm de profundidade.

De acordo com Lal (2005), o potencial global de seqüestro de C em

solos florestais é elevado, estimado em aproximadamente 0,4 Pg C ano-1. O

Brasil possui grande potencial de seqüestro, pois possui uma grande área

disponível para reflorestamento.

Estudos desenvolvidos na Amazônia em pastagens bem manejadas

(Cerri et al., 1991; Moraes et al., 1995; Neill et al., 1997) mostraram que,

após um declínio inicial, o estoque de carbono do solo aumenta, podendo

alcançar níveis iguais ou até superiores aos encontrados sob a floresta

nativa, num período de dez anos. Esse aumento ocorre, principalmente

devido ao vigoroso sistema radicular dessas gramíneas capazes de distribuir

o carbono nas camadas mais profundas (Nepstad et al., 1991).

A matéria orgânica do solo (MOS) é toda fração orgânica presente no

solo em forma de resíduos frescos ou em diversos estágios de

decomposição, compostos humificados e materiais carbonizados,

associados ou não à fração mineral e outra parte composta por organismos

vivos como raízes e os constituintes da fauna edáfica (Roscoe e Machado,

2002).

Page 22: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

21

A MOS é fonte primária de nutrientes às plantas, influenciando na

infiltração, na retenção de água e na susceptibilidade à erosão (Gregorich et

al., 1994). Ela também atua sobre outros processos como a ciclagem de

nutrientes, a complexação de elementos tóxicos e a estruturação do solo. O

conteúdo de matéria orgânica do solo é considerado um dos principais

indicadores de sustentabilidade e qualidade ambiental em agroecossistemas

(Mielniczuk 1999).

De acordo com Canellas et al. (2001), as substâncias húmicas

apresentam CTC que varia de 400 a 1400 cmolc kg-1, contribuindo de forma

significativa para a densidade de cargas negativas de superfície.

Em sistemas naturais, os fatores de formação do solo são

determinantes primários dos processos de ciclagem do carbono (C), uma

vez que exercem influência sobre o aporte de resíduos e sobre as saídas de

carbono do solo (Stevenson, 1994).

Em ecossistemas naturais, quando a vegetação nativa é substituída

por sistemas agrícolas, os estoques de carbono podem ser drasticamente

reduzidos, com perdas na ordem de 50% nos primeiros 20 cm de

profundidade do solo e de até 20% na profundidade de 100 cm (Estados

Unidos, 1999). Em regiões tropicais, as condições de temperatura elevadas,

os altos índices pluviométricos e, em conseqüência, a intensa atividade

microbiana, propiciam a rápida decomposição dos materiais orgânicos

depositados no solo (Silva e Machado, 2000 e Mielniczuk et al. 2003).

Campos (2003) cita que o desenvolvimento da vegetação promove a

formação de um microclima que mantém a umidade e a temperatura do solo

estável, reduzindo a atividade microbiana e favorecendo a manutenção da

MO no solo.

A adoção de sistemas de manejo do solo que contemplem sistemas

de culturas com máxima adição de resíduos vegetais (uso de plantas de

cobertura do solo de inverno e de verão, incluindo plantas leguminosas ou o

uso de dejetos animais) e o revolvimento mínimo do solo (uso de semeadura

direta ou cultivo mínimo) propicia a manutenção ou incremento do conteúdo

de MO do solo ao longo do tempo (Sá et al., 2001; Diekow et al., 2005).

Page 23: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

22

Os sistemas agroflorestais (SAFs) são considerados uma estratégia

capaz de seqüestrar e armazenar grande quantidade de carbono

atmosférico, sendo capaz de compensar as emissões de gases do efeito

estufa (Albrecht e Kandji, 2003).

Os SAFs também apresentam-se como eficientes reservatórios de

gás carbônico (CO2) e constituem-se em fonte renovável de energia, além

de prestarem à recuperação de solos marginais e/ou degradados. Segundo

Dixon, (1995), a adoção de sistemas de uso da terra como os

agroecossistemas, sistemas silviculturais e/ou agroflorestais bem

manejados, podem estocar até 228 t/ha de C.

Várias pesquisas vem demonstrando, ainda, que a produção de

biomassa vegetal pelos SAFs é equiparada àquela produzida pela

vegetação natural, quando se considera a mesma zona agrícola. Segundo

Osterroht (2002), entre os diversos sistemas agropecuários de uso da terra,

os SAFs são aqueles que acumulam o maior ativo de biomassa.

Para Albrecht e Kandji, (2003) os SAFs apresentam grande potencial

para o seqüestro de carbono atmosférico em tecido vegetal ou matéria

orgânica no solo, apesar da necessidade de se estudar outros gases do

efeito estufa para determinar o beneficio líquido do sistema. Esses autores

estimaram o potencial dos SAFs em sequestrar carbono e obtiveram uma

média de 95 Mg ha-1.

Os sistemas agroflorestais (SAFs) promovem o aumento do nível de

carbono no solo, quando comparados à floresta primária. Segundo os

mesmos autores, os sistemas agroflorestais podem acumular carbono ao

longo do tempo, pela recuperação de quantidades perdidas durante a

derrubada e queima de florestas primárias, podendo funcionar como banco

de estoque de carbono, recuperando entre 54% e 82% do carbono contido

na floresta, num período de 15 anos (Vieira et al., 2006)

Neves et al., (2005), estudando estoque de carbono em vários

sistemas, observaram maiores estoques de carbono na vegetação natural

(cerrado nativo), eucalipto convencional e pasto convencional,

respectivamente, seguidos pelos sistemas agrossilvopastoril.

Page 24: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

23

Santos et al. (2004), concluíram que o estoque de carbono em

sistemas florestais (idade média de 12 anos) no Pará representou em média

96% do carbono estocado em uma floresta primária de terra firme,

aproximadamente 62% a mais estocado em florestas enriquecidas (idade

média de 26 anos) e 23% a mais estocado em florestas de várzeas.

Tomazi (2004), ao avaliar o impacto da conversão da floresta em

sistemas agrossilvopastoril (SS), pastagem (PA) e sistema agroflorestal (SA)

observou que o estoque total de carbono e de nitrogênio até 100 cm de

profundidade, variou de 83-102 Mg ha-1, decrescendo na seguinte ordem:

SS>PA>MA>PA. A autora observou também, que 37 a 42% do CO e 32 a

38% do N estava armazenados nos primeiros 20 cm.

Bernoux et al., (1999), ao avaliarem o carbono e o nitrogênio em

pastagens com diferentes idades, verificaram acréscimo no conteúdo de C,

na camada 0-20 cm, de 0,33 kg m-2 e 0,89 kg m-2 nas áreas de pastagens

cultivadas por 4 e 15 anos em relação à mata nativa. Segundo Choné et al., (1991) e Cerri e

Andreux, (1990) com a introdução da pastagem, a quantidade de matéria

orgânica do solo normalmente decresce nos primeiros anos de sua

implantação, aumentando em seguida até atingir níveis muito próximos aos

previamente existentes na mata natural.

O estoque de nitrogênio total do solo (NT) é controlado, em condições

naturais, por fatores climáticos e pela vegetação. Em solos sob clima

tropical, a concentração de nitrogênio total pode variar entre 0,02 e 0,4%,

podendo, em casos extremos de solos orgânicos, chegar a até 2%

(Stevenson, 1994). A maior parte do nitrogênio total do solo se encontra na

forma orgânica, mais de 95%, sendo a matéria orgânica do solo um

importante reservatório de formas potencialmente disponível de nitrogênio

para os vegetais, principalmente na forma nítrica (N-NO3-) e amoniacal (N-NH4

+).

A mineralização da matéria orgânica do solo, que inclui o processo de

aminação e amonificação, é responsável, por ano, pela conversão de 2 a 5%

do nitrogênio orgânico a nitrogênio mineral. Esse processo é regulado pelo

uso e manejo do solo (D’Andrea et al., 2004; Moreira e Siqueira, 2002),

notadamente pelas espécies que são incluídas nos esquemas de rotação de

Page 25: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

24

culturas, de modo que o maior uso de leguminosas e a implantação de

espécies com maior produção de biomassa causa um maior armazenamento

de nitrogênio total no solo (Mielniczuk et al., 2003).

2.3 Alterações na distribuição da matéria orgânica do solo (MOS), do carbono orgânico, do nitrogênio e nos estoques de carbono e de nitrogênio dos solos induzidas por diferentes uso

O estudo da matéria orgânica nas frações do solo, bem como sua

relação com o manejo, visa desenvolver estratégias para utilização

sustentável do solo. Determinados compartimentos da matéria orgânica do

solo são capazes de detectar, mais rapidamente, as mudanças nos

conteúdos de carbono orgânico do solo relacionados ao manejo (Fontana et

al., 2001 e Xavier et al., 2006).

A compartimentalização da matéria orgânica do solo está

fundamentada na utilização de um método eficiente para sua extração e

quantificação. Existem diversos métodos utilizados na extração da matéria

orgânica do solo. Os métodos químicos baseiam-se na utilização de bases

fortes, sais neutros e solventes orgânicos para a extração de substâncias

húmicas (SHs). Os métodos físicos baseiam na densidade (fracionamento

físico densimétrico) e no tamanho das partículas do solo (fracionamento

físico granulométrico) (Soares, 2005).

O fracionamento da MOS em seus compartimentos pode ser uma

alternativa para incremento de sensibilidade (Bayer et al., 2001a, 2001b,

2002, 2004; Conceição et al., 2005), no sentido de melhor compreender a

sua dinâmica.

As variações qualitativas da MOS podem ser avaliadas por meio da

distribuição do carbono entre as frações granulométricas do solo (Feller,

1975), bem como nas frações separadas quimicamente (Dabin, 1976).

Basicamente, os métodos de fracionamento físico da MOS podem ser

classificados como métodos granulométricos (Cambardella & Elliott, 1992),

densimétricos (Golchin et al., 1994) ou uma mistura de ambos (Six et al.,

1998). O método de fracionamento físico granulométrico tem como princípio

Page 26: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

25

a separação da MO por peneiramento. Assim, os trabalhos de pesquisa que

utilizaram esse método de fracionamento (Cambardella & Elliott, 1992; Bayer

et al., 2001a; 2001b, 2002, 2004; Conceição et al., 2005; Diekow, 2003)

adotaram a separação dos compartimentos da MOS em carbono orgânico

particulado (COP), carbono orgânico associado aos minerais (COM) e

carbono orgânico total (CO).

O COP é a fração da MOS separada por dispersão e peneiramento do

solo associada à fração areia (CO da MO grosseira > 53 μm). Golchin et al.

(1994) caracterizaram o COP como sendo partículas derivadas de resíduos

de plantas e hifas com estrutura celulares reconhecíveis, cuja permanência

no solo está condicionada à proteção física desempenhada por agregados.

Segundo Roscoe e Machado (2002), o COP resulta da adição de

serrapilheira e dos processos de persistência e decomposição no solo.

O carbono orgânico armazenado é a fração da MOS associada às

frações silte e argila do solo (CO da MO associada aos minerais < 53 μm).

Christensen (1996) definiu o CO da MO associada aos minerais como a

fração da MOS que interage com a superfície de partículas minerais,

formando os complexos organominerais, estando protegida através do

mecanismo de proteção coloidal. Isso faz com que esta fração apresente um

tempo de permanência no solo maior do que a MO livre, na qual está contido

o carbono orgânico particulado, sendo esta proteção maior nos

microagregados do que nos macroagregados (Buyanovsky et al., 1994).

O maior acúmulo de resíduos orgânicos na fração silte e argila estão

relacionados à forte interação das frações orgânicas em avançado estágio

de humificação, com as superfícies das partículas minerais do solo, o que

contribui para a sua estruturação do solo pela formação de agregados

(Wendling et al., 2005), e para maior capacidade de troca catiônica (CTC)

(Canellas et al., 2001).

Neves et al. (2005), ao avaliarem os teores de C nas frações

granulométricas de um Latossolo Vermelho distroférrico, obtiveram maiores

quantidades na fração areia. Em contrapartida, Desjardins et al. (1994),

Page 27: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

26

avaliando um Latossolo encontraram valores para os teores de carbono na

fração areia entre 7,4 a 20,9 g kg-1.

Pillon (2000) avaliando as alterações nas frações grosseira e

associada aos minerais da matéria orgânica de um Argissolo Vermelho,

induzidas por sistemas de cultura em plantio direto encontrou maiores

valores para os teores de carbono e de nitrogênio na fração silte e argila.

Fato também observado por Guggenberger et al. (1994; 1995a), Bayer

(1996).

O fator de enriquecimento de C e N na MO associada aos minerais é

obtido pela razão entre os teores de C ou N da fração e os teores de C ou N

do solo total e permite comparar as concentrações de C e N presentes nas

frações físicas do solo em diferentes sistemas de cultura e profundidades,

pois exclui o efeito de diferentes conteúdos de matéria orgânica no solo total.

(Christensen, 1992).

Pillon (2000) obteve valores de enriquecimento da fração argila de um

Argissolo Vermelho sob diferentes sistemas de manejo, entre 1,4 e 2,1 para

C e entre 1,7 e 2,1 para N. De forma semelhante Guuggenberger et al.

(1994) obtiveram valores de enriquecimento na fração argila de um solo sob

diferentes sistemas de uso entre 1,7 a 2,6 para C e entre 1,9 a 2,4 para N.

Silva et al. (2004), avaliaram o estoque de N e de MO em SAF’s,

verificaram que a sua adoção resultou no incremento do estoque de MO

quando comparado após a realização do manejo da floresta.

Quando a vegetação nativa é substituída por diferentes sistemas de uso

e manejo, os níveis de nutrientes e de matéria orgânica reduzem

drasticamente. Amado e Mielniczuk (1999) conseguiram recuperar o estoque

de N no solo através da associação de leguminosas ao plantio direto.

Tiessen e Stewart (1983) verificaram uma perda de 43% do CO da

fração areia, em quatro anos de cultivo de um solo anteriormente sob

pastagem nativa em clima temperado. Essa perda inicial foi atribuída à

desintegração física da matéria orgânica leve, com parcial incorporação nas

frações de tamanho de partícula mais finas.

Page 28: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

27

Nos agroecossistemas, a quantidade de MO grosseira presente no

solo é influenciada pela composição química e quantidade de resíduos

vegetais adicionados, por fatores ambientais, como umidade, temperatura e

disponibilidade de nutrientes, os quais afetam a atividade microbiológica, e

pelo sistema de preparo do solo (Pillon, 2000).

Balesdent et al. (1990) e Arrouays et al. (1995) observaram que o

carbono orgânico da fração areia sofreu redução pela erosão e aumento da

taxa de decomposição da matéria orgânica, favorecida pela fragmentação e

incorporação ao solo dos resíduos vegetais, e pelo aumento da temperatura

e aeração do solo. Resultados apresentados por Martin et al., 1990; Preston

et al., 1994; Quiroga et al., 1996, também indicam que a grandeza dessa

fração diminui quando sistemas naturais são alterados pelo revolvimento.

Shang e Tiessen (1997) observaram perdas de 14% de C e N nativo

do solo após seis anos de cultivo manual de um Oxissolo da região semi-

árida de Pernambuco. Nesse solo, a matéria orgânica contida na fração

areia representou 22% do COT, e apresentou um decréscimo de 40% em

seis anos.

Dalal e Mayer (1986 a, b) verificaram que as perdas de C da fração

leve da matéria orgânica do solo, devido à conversão de uma vegetação

nativa em solo cultivado, foram de 2 a 11 vezes maiores que na fração

estável. Na fração mais lábil (leve) poderiam estar incluídas: a matéria

orgânica particulada (MOP) referida como o material orgânico > 53 µm

(Franzluebbers e Arshad, 1997); a fração leve obtida por flotação da matéria

orgânica (Janzen et al., 1992). A fração lábil responde rapidamente às

mudanças no uso e manejo do solo e pode ser usada como indicador da

tendência à sustentabilidade ou à degradação (Janzen et al., 1992;

Christensen, 1996; Chan, 1997).

A matéria orgânica presente no solo nas frações lábeis, (constituída

por componentes facilmente oxidáveis é o mais afetado em processos de

mudança do uso da terra e/ou manejo do solo), e estáveis influencia as

propriedades físicas, químicas e biológicas do solo (Bayer et al., 2004).

Page 29: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

28

Para Neves et al., (2005), as maiores perdas do material orgânico na

fração areia se devem à maior labilidade, à suscetibilidade à oxidação e à

desintegração dos resíduos vegetais e hifas de fungos presentes nessa

fração, as quais se intensificam quando da adoção de cultivo.

Os estoques de carbono orgânico e de nitrogênio total da fração

particulada (COP e NOP grosseiras) são dependentes das adições de C e N

via resíduos vegetais (Pillon, 2000; Bayer et al., 2001a) e da proteção física

exercida pelos agregados (Christensen, 1996).

Os estoques de CO e NT na fração associada a minerais (COM

associada aos minerais e NM associada aos minerais), são dependentes da

transferência de C e N da fração particulada e do grau de proteção coloidal

exercida pelas superfícies minerais (Christensen, 1996). Segundo Jastrow,

(1996), quanto maior o tempo de residência do estoque de carbono da

fração particulada no interior dos agregados, maior é a probabilidade de que

este carbono venha a ser incorporado à fração associada aos minerais.

Os estoques de COM são menos sensíveis às alterações provocadas

pelo manejo do solo do que os estoques de COP (Bayer et al., 2001a,

Conceição et al., 2005). Bayer et al., (2001a) observaram variações de 245 e

285 % dos estoques de COP e NOP, contra apenas 68 e 76 % de COM e

NM, respectivamente, ao comparar o efeito de 12 anos de cultivo de milho e

feijão-de-porco com 12 anos de solo descoberto. Em curtos períodos, o CO

da MO associada aos minerais não apresenta alterações dos seus estoques

sobre diferentes sistemas de manejo. Isto é devido ao COM possuir uma

ciclagem bem mais lenta que a fração particulada da MOS (Bayer et al.,

2004) por causa do seu avançado estágio de humificação e da estabilidade

conferida pela interação com a fração mineral do solo, localização no interior

de microagregados e maior recalcitrância química devido a sua composição

(Bayer, 1996).

Page 30: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

29

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área de estudos

O experimento foi desenvolvido no sítio Estrela, linha 2, Km 9,5 rumo

ao Rio Escondido, em uma área pertencente ao município de Colorado do

Oeste, região sul do estado de Rondônia entre as coordenadas geográficas

13º09’29,4” de latitude Sul e 60º37’50,6” de longitude Oeste, a 333 metros

de altitude. A Figura 1.ilustra os pontos da coleta dos solos nos tratamentos

MA, T8, T5, TCP e PA.

Figura 1. Coordenadas geográficas dos pontos da coleta dos solos nos

sistemas MA, T8, T5, TCP, TC e PA

Page 31: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

30

O clima da região, de acordo com a classificação de Köppen, é do

tipo AMWI, quente e úmido, apresentando duas estações climáticas bem

definidas: o verão de maio a setembro, quando se observam as mais baixas

precipitações pluviométricas (Figura 1), em torno de 750 a 810 mm, ou seja,

30 a 40% do total; e o inverno de outubro a abril, quando ocorrem as

maiores precipitações entre 1.470 e 1.500 mm ou 60% do total, ocorrendo

chuvas diárias num período de 100 dias (Governo do Estado de

Rondônia/SEPLAN, 2002).

Precipitação Pluviométrica

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Maio

Junh

o

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Jane

iro

Fevereiro

Março

Abril

(mm)

FIGURA 2. Precipitação mensais ocorridas de maio de 2006 a abril de 2007

na estação metereológica da Embrapa unidade de Vilhena-RO. Fonte: EMBRAPA (2007).

O relevo de Colorado do Oeste-RO varia de ondulado a montanhoso,

porquanto a maior parte do município está situado na calha sudoeste da

encosta da Chapada dos Parecis em altitudes superiores a 400 m acima do

nível do mar. Os solos predominantes são do tipo Argissolos Vermelho-

Amarelos, Argissolos Vermelhos e Cambissolos com característica

eutróficas (Governo do Estado de Rondônia/SEPLAN, 2002).

Para este estudo, foram escolhidas seis áreas contíguas (Figura 2): (i)

sob cobertura vegetal de floresta primária/mata nativa (MA); (ii) sistema

agroflorestal sob teca (Tectona grandis L. F.) com oito anos (T8), (iii) sistema

agroflorestal com teca com cinco anos (T5); (iv) sistema agroflorestal sob

teca x cacau (Theobroma cacao) x pastagem (Brachiaria brizantha) com oito

anos (TCP); (v) sistema agroflorestal com teca x cacau com oito anos (TC) e

(vi) pastagem extensiva com branquiária (Brachiaria brizantha) com cinco

anos (PA).

Page 32: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

31

Mata Teca 8 anos

Teca 5 anos Teca, Cacau e Pasto

Teca e Cacau Pasto

FIGURA 3. Mata nativa (MA), Teca oito anos (T8), Teca cinco anos (T5); Teca, cacau e pastagem oito anos (TCP); Teca e cacau oito anos (TC) e Pastagem (PA) cinco anos.

Page 33: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

32

O sistema MA está sob floresta tropical aberta semidecídua,

submontana, dossel emergente, tendo como percentual de árvores

caducifólias, em torno de 20 a 50% nos períodos de seca. Esse tipo de

vegetação é heterogênea, onde se encontra grande variedade de espécies

pertencente às famílias: Fabaceae, Anacardiaceae, Lauraceae, Moraceae,

Meliaceae, etc. (Governo do Estado de Rondônia/SEPLAN, 2002).

Na implantação dos sistemas T8, TCP e TC, a floresta primária foi

derrubada manualmente, em junho de 1975, seguida de queimada e foi

plantado café (Coffea canephora). Entre as linhas foi consorciado com as

culturas de arroz (Oryza sativa), de milho (Zea mays) e de feijão (Phaseolus

vulgaris L.) nos quatro anos seguintes sem nenhuma adubação. No quinto

ano de cultivo foi introduzida pastagem de capim braquiária (Brachiaria

brizantha). Quando o capim atingiu porte para consumo, foi colocado gado

com pastoreiro rotativo, com taxa de ocupação variando de um a dois

animais por hectare, isolando a área apenas nas épocas muito secas,

quando o capim não apresentava condições de pastoreio.

Em 1984, nove anos depois, foi plantado pinho cuiabano

(Schizolobium amazonicum), em 10 ha com o espaçamento de 3,0 m entre

plantas e 5,0 m entre linhas. Houve falhas no plantio do pinho cuiabano e

algumas mudas morreram e, em 1998 para substituírem as mudas que

morreram e as que falharam, foi plantado teca (Tectona grandis).

Em dezembro de 2000 foi consorciado com cacau (Theobroma cacao)

entre as árvores nas linhas dos sistemas TC e TCP e a cobertura do solo

com Pueraria montana (Kudzu) nos sistemas T8 e TC, permanecendo no

TCP a cobertura com pastagem (Brachiaria brizantha).

Na área do T5, a floresta primária foi derrubada manualmente em

julho de 2001, seguida de queimada apenas naquele ano. No mês de

dezembro foi feito o plantio de teca (Tectona grandis) em 7,0 ha com o

espaçamento de 3,0 m entre linhas e 2,0 m entre plantas. Nos dois primeiros

anos foram cultivados arroz (Oryza sativa), milho (Zea mays) e feijão

(Phaseolus vulgaris) consorciadas entre as linhas, em seguida foi feito a

cobertura do solo com kudzu.

Page 34: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

33

Na área PA foi aberta em 2001, com derrubada manual da floresta,

seguida da queimada e semeadura da braquiária (Brachiaria brizantha), o

qual foi pastejado extensivamente pelo gado, resultando numa

desuniformização na utilização do capim, ficando algumas áreas sub-utilizadas e

outras com excessivo pastejo. Este tipo de manejo é típico na região sul do estado

de Rondônia, onde a área de estudo está inserida. A taxa de lotação foi

inferior a duas unidades animal por hectare.

3.2 Amostragem do solo Entre dezembro de 2006 e março de 2007, período de altos índices

pluviométricos, foram coletadas amostras de solos nas camadas de 0-5, 5-10,

10-20, 20-30, 30-40, 40-60 e 60-100 cm de profundidade. Foram abertas três

minitrincheiras em cada tratamento com 40 cm de largura, 60 cm de

comprimento e 100 cm de profundidade para coleta de dois tipos de

amostras indeformadas (i) e deformadas (ii):

i. indeformadas, em anel volumétrico de 100 cm3 com amostrador

tipo Kopeck, para análise de densidade do solo, macro e

microporos.

ii. deformadas, para análises química (pH, cálcio e magnésio

trocáveis, alumínio trocável, fósforo e potássio disponíveis,

carbono orgânico e nitrogênio total), granulométrica (areia, silte,

argila), para fracionamento físico granulométrico.

Ao todo foram coletadas, para cada tratamento, três amostras do tipo

i e ii para cada profundidade.

3.3 Pré-tratamento das amostras de solo Para a caracterização dos atributos químicos e físicos as amostras de

solo, em triplicata, foram secas em estufa de circulação forçada de ar a

60ºC, destorroadas e peneiradas em tamiz de malha de 2 mm, para em

Page 35: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

34

seguida serem analisadas no Laboratório de Análises de Solos da FAMEV-

UFMT.

3.4 Determinação dos atributos químicos e físicos

Os atributos químicos e fiscos foram analisados seguindo os métodos

descritos em Embrapa (1997).

3.5 Fracionamento físico granulométrico da matéria orgânica e carbono orgânico do solo sob diferentes usos

O fracionamento físico da matéria orgânica do solo foi realizado pelo

método de Cambardella e Elliott (1992) descrito em Roscoe e Machado

(2002).

3.6 Determinação da matéria orgânica total e nas frações

granulométricas do solo pelo método da combustão em mufla

A determinação da matéria orgânica total (MOT) e nas frações

granulométricas do solo seguiu o método proposto por Conceição et al.

(1999).

A MOT no solo e nas frações foi estimada pela eq. (1).

MOT(%)= 100xMi

MfMi − (1)

onde: MOT= matéria orgânica total do solo; Mi= massa do solo inicial

(antes do aquecimento em mufla) Mf= massa do solo final (após o

aquecimento em mufla).

Page 36: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

35

3.7 Determinação do carbono, do nitrogênio no solo total e nas frações granulométricas pelo método químico

3.7.1 Carbono Orgânico (CO) O CO foi determinado pelo método descrito em Yeomans e Bremner

(1988). O CO no solo e nas frações foi obtido pela eq. (2).

CO= Ms

MVamVbaVbnVbaVbnVamVba )100()3(][)(]/)()[( −+−− (2)

onde: CO= carbono orgânico (dag kg-1); Vba= volume gasto na titulação do

branco aquecido; Vbn= volume gasto na titulação do branco sem

aquecimento; Vam= volume gasto na t i tu lação da amostra;

[M]= concentração molar do sul fato ferroso ut i l izado na

t i tu lação; Ms= massa da amostra de solo em mi l igrama.

3.7.2 Nitrogênio Nesta determinação, foi utilizado o método descrito por Bremner e

Mulvaney (1982). O nitrogênio no solo e nas frações foi estimado pela eq. (3).

N= Ms

xxHClxVam 100014,0][ (3)

onde: N= ni t rogênio (dag kg- 1) ; Vam= volume gasto na t i tu lação;

[HCl]= concentração molar da solução de ácido

c lor ídr ico; Ms= massa da amostra de solo, em gramas.

Page 37: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

36

3.8 Determinação dos estoques de carbono e de nitrogênio do solo Antes de calcular o estoque deve-se atentar que, quando a coleta de

amostra de solo é feita em profundidade fixas, a correção da massa de solo

tem sido sugerida como alternativa para diminuir os efeitos da variação da

densidade na comparação de áreas com diferentes tipos de uso,

possibilitando uma melhor avaliação dos efeitos do uso do solo sob os

estoques de CO e outros elementos (Tomazi, 2004).

Os estoques de carbono e de nitrogênio no presente estudo foram

calculados em todas as camadas amostradas (0-5, 5-10, 10- 20, 20-30, 30-40, 40-60 e

60-100 cm) e ao longo de todo o perfil na profundidade de 0-100 cm pela

soma dos estoques das camadas amostradas. Os estoques das camadas

amostradas foram calculados pela eq. (4):

Es = [n] . Ds . E . A (4)

onde: Es = estoque (em Mg ha-1) na camada;

[n] = é a concentração ou porcentagem do elemento na camada;

Ds = densidade aparente da camada (em t m-3);

E = espessura da camada (em m);

A = área de 1 ha (em m-2)

Foi realizada uma correção para a mesma massa de solo baseando-

se àquela encontrada na camada do solo sob a mata (Murty et. al., 2002).

Portanto, quando a densidade do solo (Ds) variou, a espessura (E) também

foi alterada. Essa correção foi feita para possibilitar uma comparação

equilibrada entre os tratamentos, corrigindo as possíveis variações no

estoque originais, devido à compactação do solo sob os diferentes usos do

solo.

Na soma dos estoques de cada camada a correção foi sempre

realizada na última camada amostrada: no cálculo do estoque de 0-100 cm

foi calculada a massa de solo até esta profundidade em um hectare no MA e

nos sistemas foi utilizado a mesma massa alterando a espessura (E) da

Page 38: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

37

camada de 60-100 cm. Essa correção foi expressa matematicamente por

Sisti et al. (2004) conforme a eq. (5).

EC= CTnMSiMTiMTnCTin

i

n

i

n

i∑ ∑ ∑−

= = −⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛−−+

1

1 1 1

(5)

onde: EC = estoque total de C (Mg C ha-1) no perfil do sistema em uma

profundidade equivalente ao da MA;

∑−

=

1

1

n

iCTi = soma total de C (Mg C ha-1) nas camadas um (superficial)

até a n-1 (penúltima) no perfil dos sistemas calculados de acordo com

a eq. (4);

MTn = massa do solo (Mg ha-1) da ultima camada do perfil dos

sistemas;

∑=

n

iMTi

1=soma da massa do solo (Mg ha-1) da camada um até a n

(ultima) do perfil dos sistemas;

∑=

n

i

MSi1

= soma da massa do solo (Mg ha-1) da camada um até a n

(ultima) do perfil MA;

CTn = concentração de C (Mg C por Mg solo) na camada n do perfil

dos sistemas.

As taxas de acúmulo ou perda de nutrientes foram calculadas tendo

como linha de base a mata.

3.9 Fator de enriquecimento O fator enriquecimento de CO e de N na MO associada

aos minerais (< 53 µm) foi obt ido pela razão entre os teores de C ou

de N da fração e os teores de CO e de N do solo inteiro. O fator

enriquecimento de CO e de N foi estimado pela eq. (6).

Page 39: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

38

Fen =StSf

%% (6)

Onde: % Sf= percentagem de carbono ou de nitrogênio nas frações

granulométricas > ou < que 53 µm; % St= percentagem de carbono

ou de nitrogênio no solo total.

3.10 Delineamento e análise estatística

O delineamento do presente estudo foi o inteiramente casualizado,

contendo três repetições em cada sistema de uso. Os tratamentos

consistiram de uma referência (vegetação nativa/floresta) e de cinco

diferentes sistemas de uso.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de

médias (Scott-Knott a 5% de probabilidade), conforme Banzatto e Kronka

(1992), utilizando-se o software SAEG (Ribeiro Jr, 2001).

A área com mata nativa foi considerada referência (testemunha) ao

avaliar as alterações nos atributos químicos e físicos, no estoque e na

distribuição de carbono e de nitrogênio nas frações granulométricas nos

diferentes sistemas de uso do solo.

Page 40: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

39

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Atributos químicos do solo Os valores médios dos atributos químicos nos diferentes sistemas de

uso encontram-se na tabela 1.

O pH em água e em CaCl2 foram diferentes nos sistemas e nas

profundidades. Os maiores valores ocorreram na camada superficial de 0-5 cm de

5,86 a 6,74 e 5,48 a 6,30 para pH em água e CaCl2, respectivamente, e

decresceram com a profundidade. O pH em água das áreas estudadas

variou de acidez média (MA, T8, TCP, TC e PA) a acidez fraca (T5), e o pH

em CaCl2 variou de acidez alta (T8), acidez média (TCP, TC, MA), e acidez

baixa (T5, PA), segundo Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de

Minas Gerais – CFSEMG (1999).

Como os sistemas em estudo não receberam calagem nem adubação

de correção do solo, mas foram submetidos à queima da vegetação, o

aumento nos valores do pH nos sistemas T5 e PA (ambos implantados há 5

anos), em relação ao sistema MA foi, provavelmente,devido às cinzas. O

sistema PA apresentou pH médio de 5,9. Tendências semelhantes foram

observadas por Fiegl (1994), Moraes et al. (1996) e Tomazi (2004).

Page 41: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

40

Tabela 1. Atributos químicos avaliados em função dos tratamentos e das profundidades de amostragem

Atributos Químicos Prof Sistemas

--cm-- MA1 T82 T53 TCP4 TC5 PA6 0-5 5,93A*b 6,05Ab 6,74Aa 5,86Ab 5,98Ab 5,89Bb

5-10 5,96Ab 5,43Bc 6,34Ba 5,95Ab 6,18Aa 5,87Bb pH (H2O) 10-20 5,82Ac 5,06Cf 6,65Aa 5,48Be 5,63Bd 6,07Ab

0-5 5,64Ab 5,58Ab 6,30Aa 5,51Ab 5,48Ab 6,26Aa 5-10 5,59Ab 4,85Be 5,83Ca 5,12Ad 5,58Ab 5,38Bc pH (CaCl2)

10-20 5,37Bc 4,52Cd 6,11Ba 5,31Ac 5,20Bc 5,62Bb

0-5 0,18Aa 0,17Ba 0,15Bb 0,17Aa 0,17Aa 0,16Aa 5-10 0,17Aa 0,19Ba 0,09Cc 0,15Bb 0,16Ab 0,16Ab Al

(cmolc dm-3) 10-20 0,18Ab 0,24Aa 0,17Ab 0,16Ab 0,18Ab 0,21Aa

0-5 2,50Aa 2,63Aa 1,77Ab 2,43Aa 3,03Ba 0,89Bc 5-10 2,58Aa 3,03Aa 2,27Aa 2,78Aa 3,58Aa 2,37Aa H + Al

(cmolc dm-3) 10-20 1,34Be 2,99Aa 1,08Af 2,59Ab 2,22Cc 1,93Ad

0-5 14,60Aa 8,13Ab 9,60Ab 4,25Ac 8,05Ab 6,78Ab 5-10 6,40Ba 4,65Bb 6,90Ba 4,35Ab 4,80Bb 6,75Aa Ca

(cmolc dm-3) 10-20 5,70Ba 2,35Cc 5,85Ca 3,60Bb 3,60Bb 5,75Aa

0-5 1,95Ac 2,50Bc 2,55Ac 4,40Bb 6,70Aa 1,63Bc 5-10 2,00Ab 9,45Aa 2,30Ab 5,65Ab 4,00Bb 3,35Ab Mg

(cmolc dm-3) 10-20 2,25Ac 7,20Aa 1,37Ac 4,10Bb 0,85Cc 0,81Bc

0-5 13,56Ab 11,97Ac 13,96Ab 7,98Ad 7,98Ad 17,55Aa 5-10 10,37Bb 7,45Bc 10,37Bb 3,99Bd 5,19Bd 12,76Ba K

(mg dm-3) 10-20 9,57Ba 7,58Bb 7,98Cb 3,59Bc 3,59Cc 7,58Cb

0-5 16,61Aa 9,28Ad 14,38Ab 8,67Ad 10,02Ad 11,99Ac 5-10 8,40Bb 7,87Ab 10,52Ba 10,01Aa 9,11Bb 8,87Bb SB

(cmolc dm-3) 10-20 8,78Ba 6,82Ab 5,97Cc 8,01Aa 4,47Cd 7,38Bb

0-5 18,41Aa 11,43Ad 16,20Ab 11,10Ad 13,17Ac 14,96Ab 5-10 10,18Bb 10,22Ab 11,63Ba 12,52Aa 12,69Aa 10,27Bb T

(cmolc dm-3) 10-20 10,83Bb 9,50Ab 8,73Cb 10,35Aa 6,69Cc 9,52Bb

0-5 16,70Aa 9,47Ad 14,56Ab 8,82Ad 10,16Ad 12,08Ac 5-10 8,58Bb 8,05Ab 10,73Ba 10,16Aa 9,23Bb 9,03Bb t

(cmolc dm-3) 10-20 9,03Ba 7,06Ab 6,16Cc 8,16Aa 4,61Cd 7,60Bb

0-5 86,17Aa 79,79Ab 86,59Ba 75,66Ab 76,08Ab 89,45Aa 5-10 85,89Ab 76,82Ae 89,68Aa 80,02Ad 73,50Bf 82,41Bc V

(%) 10-20 83,58Aa 79,25Ab 86,70Ba 77,41Ab 66,77Cc 79,28Bb

0-5 37,21Ac 70,27Ab 193,58Aa 18,08Ac 68,65Ab 21,00Ac 5-10 30,70Ac 57,20Ab 160,47Aa 15,16Ac 40,52Bb 17,33Ac P

(mg dm-3) 10-20 12,45Bb 17,02Ab 98,51Aa 10,49Ab 9,97Cb 15,20Ab

0-5 1,08Bb 1,80Ba 1,00Bb 1,90Aa 1,67Ba 1,35Ab 5-10 2,03Aa 2,39Ba 0,84Bc 1,43Bb 1,68Ba 1,81Aa

10-20 2,00Ac 3,43Aa 2,68Ab 1,92Ac 3,81Aa 2,71Ab m

(%)

MO 0-5 78,79Be 119,48Ac 99,97Bd 219,20Aa 146,46Ab 3,56Bf 5-10 90,87Ac 46,97Cd 128,62Aa 2,85Cf 109,64Bb 14,33Ae (g kg-1) 10-20 48,83Cd 64,18Bb 6,81Ce 53,79Bc 143,36Aa 3,31Be

0-5 53,69Aa 26,16Ac 26,90Ac 10,20Ae 20,22Ad 34,97Ab 5-10 16,99Ba 9,46Bc 19,11Ba 14,10Ab 14,29Bb 13,29Bb CO

(g kg-1) 10-20 8,68Cb 5,75Cc 8,41 Cb 8,91Ab 7,79Cb 10,71Ba

0-5 3,50Aa 1,70Ac 2,02Ac 1,46Ac 1,37Ac 2,58Ab 5-10 1,18Bb 1,09Bb 1,48Ba 0,97Bc 0,64Bd 0,59Bd N

(g kg-1) 10-20 0,67Bc 0,84Cb 0,95Ca 0,78Bb 0,52Bd 0,81Bb

MA1= mata, T82 teca 8 anos, T53=teca 5anos, TCP4=teca, cacau e pasto, TC5=teca e cacau, PA6=pasto, pH (H2O)(pH em água), pH (CaCl2) (pH em cloreto de cálcio), Al (Alumínio ou acidez trocável), H+Al (Acidez potencial), Ca (Cálcio), Mg (Magnésio), K (potássio), P (Fósforo), MO (Matéria orgânica), COT (carbono orgânico total), NT (nitrogênio total), SB (Soma de bases), T (CTC pH 7,0), t (CTC efetiva), V (Saturação por bases), m (Saturação por Al+3). *Médias seguidas de letras diferentes, maiúscula na vertical e minúscula na horizontal, diferem entre si pelo teste Scott-Knott (P<0,05).

Page 42: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

41

Segundo Helyar (2003), a mudança no pH do solo pode ser

influenciada pela adsorção de hidrogênio em sítios de trocas de cátions

dependentes do pH na matéria orgânica do solo, ou das excreções dos

bovinos (Monteiro e Werner, 1997), acumuladas na superfície do solo, o que

provavelmente também tenha influenciado o pH do sistema PA.

Resultados semelhantes foram apresentados por Lima et al. (2007)

observando os atributos químicos de um Latossolo Vermelho-Amarelo do

Pará após diferentes tempos de conversão de floresta em área sob cultivo

de cacau encontraram valores para pH em água que variou de 5,62 a 5,76

na profundidade de 0-20 cm.

Os valores do alumínio (Tabela 1) foram diferentes nas camadas de

quase todos os sistemas, com exceção do TC. As maiores variações

ocorreram na camada 5-10 cm de 0,09 a 0,19 cmolc dm-3. Os valores foram

muito baixos, ≤ 0,20 cmolc dm-3, segundo CFSEMG (1999). Os baixos teores

de alumínio conforme Costa et al. (2004), provavelmente sejam decorrentes

da ação dos resíduos vegetais na forma de matéria orgânica humificada

complexada do alumínio trocável.

Carneiro et al. (2007) ao avaliarem os atributos físicos, químicos e

biológicos de um Latossolo Vermelho sob de cerrado em diferentes sistemas

de manejo encontraram valor médio para o alumínio trocável de 0,29 cmolc dm-3,

semelhante ao obtido neste estudo.

Para a acidez potencial houve efeito significativo nas camadas de 0-5

e 10-20 cm para quase todos os sistemas. Os maiores valores da acidez

potencial (Tabela 1) ocorreram na camada de 10-20 cm em todos os

sistemas estudados. A acidez potencial (H+Al) das áreas estudadas variou

de baixa (MA, T5, PA) a média (T8, TCP, TC), segundo CFSEMG (1999).

Estas diferenças podem estar relacionadas à baixa concentração do H e do

Al, em profundidade, por estarem ligados à fase sólida do solo, representada

pelas argilas, matéria orgânica e óxidos de ferro e alumínio (Pitta et al., 2007).

Os teores de Ca+2 (Tabela 1) decresceram significativamente nas

camadas dos sistemas T8, TCP e TC quando comparados com o MA. Os

maiores valores de 4,25 a 14,60 cmolc dm-3 ocorreram na camada de 0–5 cm.

Page 43: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

42

Mesmo diminuindo com a profundidade em todos os sistemas, os teores de Ca+2 foram

considerados muito bons (> 4,0 cmolc dm-3), segundo CFSEMG (1999).

Provavelmente, este decréscimo ocorreu pela falta de práticas de calagem e

adubação deste elemento no preparo inicial do solo. Fernandes et al. (2002)

afirmam que a presença de cátions trocáveis como Ca+2 é importante na

estabilização da matéria orgânica do solo.

Apesar de o cálcio ser um elemento de baixa mobilidade no solo, os

maiores teores foram observados nos primeiros cinco centímetros do solo, e

seus valores mesmo em grande profundidade foram elevados. Uma das

prováveis causas, que tenha contribuído para esse fato, foi a decomposição

do sistema radicular da mata primitiva, que promoveu a liberação desse

nutriente, ou ainda, segundo Araújo et al. (2004), no caso dos sistemas de

manejo, os altos teores de cálcio podem ser explicados pela queima da mata

na implantação de outros sistemas. Resultados semelhantes aos deste

estudo foram encontrados por Ferreira et al. (2007) para o cálcio na

profundidade de 0-20 cm de 6,05 e 3,2 cmolc dm-3 nos sistemas de mata

nativa e agrossilvopastoril, respectivamente.

Para o Mg+2 (Tabela 1) houve aumento significativo nas camadas dos sistemas

T8, TCP e TC. Os maiores valores do Mg+2 nos sistemas T8 (9,45 cmolc dm-3), TCP

(5,65 cmolc dm-3) ocorreram na camada de 5-10 cm; enquanto que no TC

(6,70 cmolc dm-3) na camada 0–5 cm. Em todos os sistemas, os valores do

Mg+2 foram considerados muito bom (> 1,50 cmolc dm-3), segundo

CFSEMG (1999).

Apesar do magnésio ter mobilidade no solo, maior que a do cálcio,

seus teores tenderam a se manter mais constantes em profundidade,

justificando, o menor acúmulo na camada superficial. Estes resultados,

provavelmente foram devidos aos maiores teores de matéria orgânica no

período de seca, bem como à sua maior lixiviação no período chuvoso dado

a sua maior solubilidade neste período (Rodrigues, 2006). Costa et al. (2007)

ao caracterizarem a fertilidade de solos da região do Vale do Alto Guaporé

sudoeste de Mato Grosso encontraram teor médio para magnésio de

1,20 cmolc dm-3 semelhante ao encontrado neste estudo.

Page 44: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

43

O K diminuiu nas camadas dos sistemas T8, TCP e TC, enquanto que

nas camadas de 0-5 e 5-10 cm do PA houve aumento (Tabela 2). Os

maiores valores de 7,98 a 17,55 mg dm-3 ocorreram na camada de 0-5 cm

para todos os sistemas estudados e decresceram em profundidade. Os

teores de K+ apresentados foram considerados muito baixos (≤ 15 mg dm-3),

segundo CFSEMG (1999).

Os teores de K obtidos foram semelhantes aos obtidos por Araújo

(2000), que trabalhando com um Argissolo Amarelo distrófico submetido a

diferentes tipos de uso no Acre, obteve decréscimo nos teores de K+ com a

profundidade. No sistema PA, houve queima da vegetação para implantação

da pastagem, os teores de K+ foram maiores que o MA, a esse aumento

atribui à concentração desse elemento nas cinzas (Moraes et al., 1996).

A SB foi menor nas camadas 0-5 e 10-20 cm para os sistemas T8, T5,

TC e PA, e aumentou na camada 5-10 cm para T5 e TCP, quando

comparado ao sistema MA. Os maiores valores de 9,28 a 16,61 cmolc dm-3

para quase todos os sistemas ocorreram na camada de 0-5 cm, exceto no

TCP (10,01 cmolc dm-3) que ocorreu na camada de 5-10 cm, e decresceram

com a profundidade. A média da SB nas profundidades para todos os

sistemas foi considerada muito boa (> 6 cmolc dm-3), segundo CFSEMG

(1999).

Apesar da SB ser considerada muito boa para todos os sistemas em

estudo, houve decréscimo em relação ao MA dos sistemas T8, T5, TCP, TC

e PA de 29; 8,6; 21; 30 e 16,4%, respectivamente. O bom resultado da SB foi

influenciada pelos altos teores de cálcio e magnésio. Segundo Numata et al. (2002) a

incorporação das cinzas proporciona um aumento no nível geral de fertilidade,

principalmente das bases.

As diferenças encontradas para os valores da soma de bases (SB),

CTC total (T), CTC efetiva (t), saturação por bases (V%) e saturação por

alumínio (m%), refletem as diferenças já discutidas para Ca+2, Mg+2, K+, Al+3

e H+, que houve diferença significativa entre camadas, para o sistema T5,

principalmente na camada de 0-5 cm em que o teor de P foi maior nas três

profundidades em relação aos demais sistemas. Isto provavelmente foi

Page 45: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

44

devido às cinzas resultante da queima da derrubada do MA, em que o

nutriente em questão se acumulou. Araújo (2000) comenta que o teor de P

diminui em profundidade em decorrência da influência da matéria orgânica e

da atividade microbiana e da sua forte adsorção com o mineral de argila. A

média dos teores de P nos sistemas T8, T5 e TC e TCP, PA foram

considerados muito bons e médios, respectivamente segundo classificação

da CFSEMG (1999).

O valor médio da CTC, em todos os sistemas foi considerado bom

(8,61-15,0 cmolc dm-3), segundo classificação da CFSEMG (1999). Houve

redução significativa em profundidade para quase todos os sistemas, exceto

no T5, TCP e TC que aumentou na camada de 5-10 cm. Esse atributo

seguiu a mesma tendência da soma de bases, dada a influência direta dos

teores de Ca+2 e Mg+2.

A CTC efetiva (t) em quase todos os sistemas diminuiu

significativamente nas camadas quando comparada com o MA, ocorrendo o

inverso na camada de 5-10 cm dos sistemas T5 e TCP. A média da CTC

efetiva (t) em todos os sistemas foi considerada muito boa (>8,00 cmolc dm-3),

segundo a CFSEMG (1999). Assim como a CTC e a SB, a CTC efetiva (t) foi

fortemente influenciada pelos teores de Ca+2 e de Mg+2.

A saturação por bases (V%) (Tabela 1) diminuiu nas camadas de

todos os sistemas em estudo, exceto na camada 5-10 cm do sistema T5 que

ocorreu aumento. Os maiores valores em quase todos os sistemas

ocorreram na camada superficial de 0–5 cm, exceto em T5 e TCP que

ocorreu na camada de 5–10 cm. A média da V% dos sistemas T5 e PA foi

classificada como muito boa (> 80%), e os T8, TC e TCP como boa (> 70%),

segundo CFSEMG (1999).

A saturação por alumínio (m%) apresentado na Tabela 1 aumentou

nas camadas 0-5 e 10-20 cm dos sistemas T8, T5, TCP, TC e PA, e

decresceu na camada 5-10 cm de T5 e TCP. Os menores valores foram

obtidos na camada 0-5 cm, exceto em T5 e TCP que foi na camada 5-10 cm,

e decresceram com o aumento da profundidade. A média da saturação por

Page 46: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

45

alumínio para todos os sistemas foi considerada muito baixa (não prejudicial:

0-15 %), segundo CFSEMG (1999).

Para Tomé Jr (1997) as saturações por bases e por alumínio são

excelentes indicativos das condições gerais de fertilidade do solo, pois é a

partir de seus percentuais que são definidos o caráter eutrófico, distróficos e

álicos. Dessa feita, os valores de saturação por bases encontrados em todos

os sistemas foram maiores que 30%, logo, o solo foi classificado como

eutrófico. Os valores mais elevados de saturação de bases, relacionados

com maiores valores de soma de bases e CTC estão relacionados à

quantidade da matéria orgânica do solo (Araújo et al., 2004).

Com relação ao carbono orgânico total a fertilidade do solo na

camada de 0-20 cm foi classificado como bom (23,3-40,6 g kg-1), no sistema

MA, enquanto que nos sistemas T8, T5, TCP, TC, PA, a classificação foi

média (11,7-23,2 g kg-1) segundo CFSEMG (1999).

Os teores de carbono orgânico total (CO) foram diferentes em todos

os sistemas estudados, em geral diminuindo em profundidade na maioria

dos sistemas, exceto para as camadas de 0-5 cm em T5 e de 10-20 cm em

T8, T5, TCP, TC e PA. Os maiores teores ocorreram na camada superficial

do solo (0-5 cm) para quase todos os sistemas, exceto para o TCP que

aumentou na camada de 5-10 cm, o que pode está relacionado com a maior

atividade biológica nessa profundidade. Na camada de 0–5 cm, o sistema

MA foi o que apresentou maior teor de CO (53,69 g kg-1), resultados

semelhantes foram obtidos por Tomazi (2004). A provável explicação para

esse aumento de carbono, concordando com Bertol et al. (2001) foi devido à

maior produção de biomassa vegetal nesse ambiente do que nos demais, e

também ao não revolvimento do solo nesta área de floresta, favorecendo a

manutenção dos resíduos vegetais na superfície e o contínuo aporte de MO

total no solo juntamente com o CO.

O nitrogênio total (N) diminuiu entre camadas, principalmente nas

camadas 0-5 e 5-10 cm, dos sistemas T8, T5, TCP, TC e PA e aumentou na

camada 10-20 cm de T8,T5 e PA. Assim como o COT, o NT diminuiu com a

Page 47: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

46

profundidade em todos os sistemas, tendência esperada, pois o N tem

grande participação na composição da matéria orgânica do solo.

A relação entre o carbono e o nitrogênio total do solo (C/N), houve

diferenças significativas, diminuindo em profundidade em todos os sistemas

estudados com exceção da camada 5-10 cm do TC e PA em que ocorreu

um aumento. O maior valor foi obtido na camada 5–10 cm do sistema PA

(26,69) e o menor na camada 0–5 cm do sistema TCP (4,67).

De acordo com Freitas et al. (2000) a relação C/N é um bom indicador

do grau de decomposição da matéria orgânica do solo, valores entre 10 a 20

indicam que a decomposição da MO é normal (é o ideal), menor que 10 o

processo de decomposição é acelerado, e maior que 20 indicam que o

processo de decomposição é lento. Assim, relação C/N, em ordem

decrescente de decomposição indicaram que na camada de 0–5 cm foi

TCP>T5>PA>TC>MA>T8: na camada de 5–10 cm, foi

T8>T5>MA>TCP>TC>PA e na camada de 10–20 cm foi

T8>T5>TCP>MA>PA>TC. Deduz-se então, que nas camadas de 0-5 e 10-20 cm a

relação C/N das plantações de teca solteira, foi maior porque o resíduo

orgânico dessa espécie é recalcitrante de forma a ser lenta sua degradação,

o inverso foi observado quando houve consórcio da teca com cacau (TC),

pois os resíduos orgânicos do cacau, provavelmente apresentam um maior

grau de decomposição.

A matéria orgânica do solo (MO) diferiu entre as camadas dos

sistemas estudados. A conversão da mata para os sistemas T8, T5, TCP e

TC promoveu aumento no teor da MO de 5,6; 7,7; 26,2 e 82,8%,

respectivamente, exceto no PA que ocorreu redução de 90,3%. Os teores de

matéria orgânica dos sistemas MA, T8,T5, TCP e TC foram considerados

muito bom (> 70 g kg-1) no PA foi considerado muito baixo (7,1-20 g kg-1),

segundo CFSEMG (1999). Resultado semelhante foi obtido por Campolin

(2006) em plantações de teca com 3, 5 e 8 anos de cultivo. Segundo Bertol

et al. (2001), a implantação de sistemas de uso e manejo com menores

perturbações do solo, como em áreas de floresta, favorece a manutenção de

Page 48: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

47

resíduos vegetais na superfície, contribuindo para o contínuo aporte de

matéria orgânica no solo.

De acordo com Costa et al. (2004), isto ocorre pela deposição de

resíduos vegetais em profundidade no solo das áreas que contribuem para a

conservação da matéria orgânica em compartimentos de difícil acesso a

aeração do solo provocada pelo revolvimento realizado pelas atividades

antrópicas. As maiores médias foram obtidas na camada de 0–5 cm, exceto

em PA que ocorreu na camada de 5–10 cm.

4.2 Atributos físicos do solo Os valores médios dos atributos físicos do solo (argila, silte, areia,

relação silte e argila, densidade do solo, macro e microporosidade e poros

totais) das áreas estudadas encontram-se na Tabela 2.

Os teores de argila e de silte diminuíram nas camadas, de quase

todos os sistemas estudados, o inverso ocorreu nas camadas 0-5 e 5-10 cm

do PA. Os maiores valores para argila foram encontrados nas camadas de

5-10 e 10-20 cm, tendência também seguida para a fração silte.

Para a fração areia houve aumento entre as camadas de quase todos

os sistemas, exceto no PA que diminuiu. A areia em comparação com as

frações silte e argila foi a que teve os maiores teores nas três profundidades

de 0-5, 5-10 e 10-20 cm, destacando os sistemas T8 e T5, que tiveram em

média 680,10 e 665,84 g kg-1, respectivamente. Em geral, o alto teor de

areia nessas camadas indica que ocorreu um grande processo de

intemperização do solo com a possível translocação das frações silte e argila

para camadas mais profundas.

A análise textural permitiu classificar os solos sob os sistemas MA,

T8, T5, TCP, TC como de textura média, e do sistema PA, como textura

argilosa, segundo Tomé Jr. (1997). Em geral, os solos de textura média

aliados à sua estrutura permitem quando comparado a um solo arenoso,

manter maior disponibilidade de água para plantas, propicia o

desenvolvimento do sistema radicular em profundidade e drenam fácil o

Page 49: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

48

excesso de água (Silva, 1996), características estas desejáveis para os

sistemas agroflorestais.

Tabela 2. Atributos físicos do solo nos tratamentos e profundidades amostradas

Atributos Físicos Prof Sistemas ---cm--- MA1 T82 T53 TCP4 TC5 PA6

0-5 279A*b 228Ac 226Ac 232Ac 209Ac 341Aa 5-10 295Ab 232Ac 196Ac 269Ab 235Ac 385Aa Argila

(g kg-1) 10-20 349Aa 229Ac 217Ac 257Ac 235Ac 315Ab

0-5 183Ab 93Ad 91Bd 128Bc 140Ac 245Ba 5-10 170Ab 82Bd 132Ac 170Ab 90Bd 264Aa Silte

(g kg-1) 10-20 140Bc 97Ad 141Ac 164Ab 130Ac 233Ba

0-5 538Ab 680Aa 683Aa 639Aa 651Aa 414Ac 5-10 535Ab 686Aa 672Aa 561Bb 674Aa 351Bc Areia

(g kg-1) 10-20 511Ad 674Aa 642Bb 579Bc 638Ab 452Ae

0-5 1,29Ab 1,41Ba 1,31Bb 1,46Ba 1,45Ba 0,97Bc 5-10 1,28Ac 1,53Aa 1,39Bb 1,38Bb 1,54Aa 1,21Ac Densidade do

solo (g/cm-3) 10-20 1,35Ab 1,52Aa 1,5Aa 1,60Aa 1,54Aa 1,22Ac

0-5 19Ca 12Ac 17Ab 19Aa 17Ab 19Aa 5-10 24Aa 18Ab 16Bc 14Cd 14Bd 18Ab Macroporos

(%) 10-20 21Ba 15Ac 12Cd 15Bc 18Ab 19Ab

0-5 39Ab 32Ac 32Ac 28Ad 27Ad 43Aa 5-10 33Bb 31Ab 29Bc 26Ad 25Bd 36Ba Microporos

(%) 10-20 32Bb 23Bd 28Cc 29Ac 24Bd 35Ba

0-5 58Ab 44Bd 49Ac 47Ac 44Ad 63Aa 5-10 57Aa 49Ac 45Bd 40Ce 39Ce 54Bb Poros totais

(%) 10-20 53Ba 39Cd 40Cd 44Bb 41Bc 54Ba MA1= mata, T82= teca 8 anos, T53= teca 5 anos, TCP4= teca, cacau e pasto, TC5= teca e cacau, PA6= pasto. *Médias seguidas de letras diferentes, maiúscula na vertical e minúscula na horizontal, diferem entre si pelo teste Scott-Knott (P<0,05).

Observou-se que a densidade do solo (Tabela 2) diferiu entre

camadas nos sistemas T8, T5, TCP e TC, enquanto que no sistema PA

ocorreu o inverso. Atribui-se a esse aumento, devido pelas atividades

antrópicas, como a derrubada, a queima da mata e o cultivo das culturas

anuais. No sistema TCP a compactação, possivelmente está relacionada ao

pisoteio do gado. Segundo Martinez e Zinck (2004), a densidade do solo na

região Amazônica geralmente aumenta após conversão da mata em lavoura

ou pastagem, enquanto que a porosidade total e a capacidade de infiltração

tendem a diminuir devido ao efeito da compactação.

Resultados semelhantes foram obtidos por Menezes et al. (2007) que

obtiveram valores entre 0,72 e 1,70 g cm-3 em solos sob sistemas

agrofloretais nos municípios de Machadinho D’Oeste e Montenegro,

Rondônia. No sistema PA onde a densidade do solo para as três camadas

Page 50: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

49

estudadas foi menor no sistema PA quando comparado ao MA se deve de

acordo com com Kiehl (1979) à relação direta com a porosidade e com o

teor de argila.

A macroporosidade teve significativa redução entre camadas para

todos os sistemas quando comparada com o MA em média de 29,0; 30,8;

25,3; 24,8 e 11,8% no volume de macroporos dos sistemas T8, T5, TCP, TC

e PA, respectivamente. Observou-se que o sistema PA foi o que apresentou

menor redução nos macroporos, provavelmente isto se deve ao seu sistema

radicular que explora por volume de área resultando em maior distribuição

de poros. Segundo Viana et al. (2004), solos com estes valores possuem

grande rede de poros disponíveis para exploração do sistema radicular sem

encontrar resistência mecânica.

A microporosidade diferiu nas camadas de quase todos os sistemas

quando comparada com o MA com redução de 17, 13, 20 e 27% para T8,

T5, TCP e TC, respectivamente, ocorrendo o inverso para PA que aumentou

9,8%. A variação no percentual de microporos entre os sistemas estudados,

indica que este atributo foi modificado com os anos de cultivo de teca, cacau

e pasto, fato também constatado por Campolin (2006) em plantações de

teca.

Quando comparados com o sistema MA verificou-se que ocorreu uma

redução significativa no volume de poros totais entre camadas dos sistemas

T8 (21,6%), T5 (20%), TCP (22,1%), TC (25,9%) e aumentou no PA (1,5%).

Os maiores percentuais de poros foram encontrados nos sistemas MA e PA,

em todas as camadas do solo, com valores médios de aproximadamente 56

e 57%, respectivamente. Provavelmente, o não revolvimento do solo e o

acúmulo de MO no solo contribuíram para estes valores. Segundo Costa et

al. (2004), o acúmulo de resíduos vegetais na superfície aumenta o teor de

MOS, dando maior estabilidade aos agregados do solo, e por sua vez, maior

proteção à rede de poros do solo. Além disso, a MOS é por si só, um

material poroso e atua também dificultando o arranjamento piramidal das

partículas, o qual acarreta em mais poros nos solos (Kiehl, 1979).

Page 51: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

50

4.3 Correlações do carbono orgânico e atributos químicos, físicos nos diferentes sistemas de uso dos solos de Colorado do Oeste-RO

O CO e os atributos químicos (pH em água, Al, K, P, N, MO), físicos

(argila, densidade do solo, macroporos, microporos e poros totais)

apresentaram 45% de seus coeficientes de correlação significativos com os

sistemas MA, T8, T5, TC e PA (Tabela 3).

Tabela 3. Correlação entre o CO e os atributos químicos e físicos avaliados nos diferentes sistemas de uso dos solos de Colorado do Oeste-RO

Sistemas Correlações MA T8 T5 TCP TC PA

CO x pH (H2O) 0,39 0,97** 0,13 0,43 0,59 -0,41 CO x Al 0,05 -0,75** -0,30 -0,63 -0,16 -0,32 CO x K 0,91** 0,93** 0,93** -0,11 0,97** 0,88** CO x P 0,76* 0,65 0,82** 0,51 0,99** 0,49 CO x N 1,00** 0,97** 0,93** -0,18 0,90** 0,97** CO x MO 0,40 0,92** 0,76* -0,30 0,05 -0,39 Ar -0,63 -0,23 0,27 0,31 -0,52 -0,07 Ds -0,28 -0,87** -0,87** -0,54 -0,75* -0,95** Macro -0,64 -0,58 0,93** -0,38 -0,12 0,20 Micro 0,87** 0,67* 0,90** -0,37 0,93** 0,95** PT 0,67* 0,20 0,96** -0,47 0,45 0,92** Legenda: * p <, 0,01, ** p < 0,05, CO = carbono orgânico total, pH (H2O) = pH em água, Al = alumínio, K = potássio, P = fósforo, N = nitrogênio total, MO = matéria orgânica do solo, Ar = argila, Ds = densidade do solo, Macro = macroporos, Micr = microporos, PT = poros totais, MA = mata, T8 = teca com 8 anos, T5 = teca com 5 anos, TCP = teca, cacau e pasto, TC = teca e cacau, PA = pasto.

No sistema MA o CO correlacionou-se positivamente com o K, N, P,

micro e poros totais. No T8 o CO correlacionou positivamente com o pH em

água, K, N, MO, microporos, e negativamente com Al e densidade do solo.

No sistema T5 os atributos K, P, N, MO, macro, micro e poros totais

correlacionaram-se positivamente com o CO e negativamente com a

densidade do solo. O CO no TC correlacionou positivamente com o K, P, N,

microporos e negativamente com a densidade do solo. No PA o CO

correlacionou positivamente com o K, N, micro e poros totais, e

negativamente com a densidade do solo. Esses resultados são

concordantes com os de Tomazi (2004). Como a maior parte dos nutrientes

em regiões tropicais encontra-se armazenados na vegetação, a ciclagem de

nutrientes é a principal responsável pelo fornecimento de nutrientes às

plantas (Haag, 1985). Dessa forma, a matéria orgânica é a fonte de

nutrientes no solo sendo, portanto, importante na manutenção da fertilidade

desses solos.

Page 52: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

51

Observou-se que no sistema TCP não ocorreu correlação com os

atributos. O sistema T5 foi o que obteve a maior correlação (73%) seguida

do T8 (64%), MA, TC e PA (45%).

4.4 Alterações nos teores da matéria orgânica nas frações granulométricas dos solos induzidas por diferentes sistemas de uso

Os teores de matéria orgânica total (MO) do solo e das frações

granulométricas foram obtidos por meio da combustão total, enquanto que

os teores de carbono e de nitrogênio total do solo e das frações

granulométricas foram obtidos por oxidação química.

Na Tabela 4 estão apresentados os teores de MO, CO e N nas

frações granulométricas do solo, maior e menor que 53 µm de diâmetro,

representadas pelas frações areia e silte + argila, respectivamente.

Foi observado que a massa do solo recuperada após dispersão com

ultrasom, foi maior que 94% em todos os sistemas de uso e profundidades,

com a fração areia responsável por mais de 50% da massa de solo,

reservado ao sistema PA com a menor participação dessa fração nas

profundidades.

Nas frações em estudo, observou-se que o teor de MO foi, de forma

geral, maior na fração associada aos minerais (silte e argila) do que na

fração grosseira (areia), o que também foi observado por Campolin (2006).

Isso pode estar relacionado, segundo Wendling et al. (2005), à forte

interação dessas frações com a MO humificada, o que contribui para a

estruturação do solo pela formação de agregados. A menor percentagem de

silte e argila, também podem ter contribuído para aumentar a proporção da

parte orgânica na fração.

Page 53: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

52

Tabela 4. Teores de carbono orgânico (CO), matéria orgânica (MO) e nitrogênio (N) (g kg-1) e percentagem da massa do solo na fração grosseira (>53 µm) e associada aos minerais (< 53 μm) da MO, em diferentes profundidades e sistemas de uso do solo

Sistema Prof. Fração > 53 µm Fração < 53 µm

% solo fração CO MO N % solo

fração CO MO N

cm ------------g kg-1------------ -------------g kg-1------------ 0-5 57,49 2,57 7,92 1,15 42,51 10,44 63,97 3,50 5-10 54,25 3,69 3,2 0,42 50,91 22,74 87,67 3,73

MA1 10-20 53,77 2,02 34,39 0,84 46,23 19,39 7,58 3,50 20-30 57,78 2,94 6,11 0,93 33,63 9,88 42,96 3,31 30-40 55,58 0,98 14,38 1,12 44,42 7,64 120,01 3,73 40-60 49,86 1,65 16,72 0,70 50,14 8,58 103,05 3,36 60-100 41,84 1,10 14,89 0,61 58,16 7,08 116,65 3,78 0-100 52,94 2,14 13,94 0,82 46,57 12,25 77,41 3,56

0-5 62,88 18,83 13,51 0,51 37,12 46,57 102,11 4,62 5-10 65,75 0,37 5,22 0,56 30,34 29,90 39,96 4,06 10-20 65,14 1,11 5,59 0,61 34,86 18,12 62,19 4,11

T82 20-30 66,44 0,73 17,76 0,68 36,45 18,48 120,33 4,76 30-40 57,59 1,25 2,78 0,61 42,41 9,66 97,1 4,57 40-60 59,19 2,24 2,25 0,61 40,81 7,73 136,13 4,76 60-100 54,49 0,38 2,56 0,98 45,51 7,43 137,02 4,48 0-100 61,64 3,56 7,10 0,65 38,21 19,70 99,26 4,48

0-5 62,88 18,83 13,51 0,51 37,12 46,57 102,11 4,62 5-10 65,75 0,37 5,22 0,56 30,34 29,90 39,96 4,06 10-20 65,14 1,11 5,59 0,61 34,86 18,12 62,19 4,11

T53 20-30 66,44 0,73 17,76 0,68 36,45 18,48 120,33 4,76 30-40 57,59 1,25 2,78 0,61 42,41 9,66 97,1 4,57 40-60 59,19 2,24 2,25 0,61 40,81 7,73 136,13 4,76 60-100 54,49 0,38 2,56 0,98 45,51 7,43 137,02 4,48 0-100 61,64 3,56 7,10 0,65 38,21 19,70 99,26 4,48

0-5 61,61 2,39 1,27 1,40 38,39 6,86 206,71 2,75 5-10 62,50 3,49 2,01 0,51 37,50 32,09 0,84 2,89 10-20 62,46 3,49 0,98 1,07 37,54 22,16 51,37 3,31

TCP4 20-30 63,69 2,02 0,73 0,75 36,31 9,08 180 3,17 30-40 61,18 2,02 7,49 1,12 38,83 10,34 242,46 2,89 40-60 58,84 2,57 2,89 0,33 41,16 7,76 214,03 3,67 60-100 36,54 2,76 0,44 1,03 63,46 6,65 225,46 2,77 0-100 58,12 2,68 2,26 0,89 41,88 13,56 160,12 3,06

0-5 65,89 4,59 0,81 0,98 34,11 32,12 147,64 2,94 5-10 66,13 2,57 4,81 1,17 33,88 20,41 111,83 3,27 10-20 65,24 1,59 1,09 0,89 34,76 23,20 142,27 3,33

TC5 20-30 65,60 2,76 27,91 0,93 34,40 13,98 121,67 3,55 30-40 62,88 2,39 0,88 1,07 37,13 8,35 80,43 3,27 40-60 56,20 1,29 1,04 1,26 43,80 8,39 161,55 3,13 60-100 48,18 2,94 0,69 0,61 51,82 6,49 94,54 3,03 0-100 61,45 2,59 5,32 0,99 38,56 16,13 122,85 3,22

0-5 44,10 12,98 1,72 2,47 55,90 7,97 1,56 2,68 5-10 54,14 3,33 4,7 2,46 45,86 20,63 7 2,40 10-20 48,14 2,59 1,48 1,87 57,47 16,50 1,61 2,75

PA6 20-30 27,15 2,03 1,27 2,10 72,15 9,40 1,78 2,29 30-40 34,64 2,03 1,99 1,45 65,36 4,66 4,59 2,89 40-60 32,23 3,51 41,01 1,68 67,77 5,12 1,44 2,66 60-100 35,66 1,48 49,6 1,63 64,34 2,80 28,32 4,01 0-100 39,44 3,99 14,54 1,95 61,26 9,58 6,61 2,81

MA1= mata, T82= teca 8 anos, T53= teca 5 anos, TCP4= teca, cacau e pasto, TC5= teca e cacau, PA6= pasto.

Page 54: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

53

Os maiores valores da MO na fração silte e argila foram encontrados

nas três últimas camadas, com exceção do sistema T5, em que os teores

foram maiores nas duas primeiras camadas. De forma similar, a MO na

fração areia teve os maiores teores nas camadas subsuperficiais, contrário

com os dados obtidos neste estudo, Campolin (2006) ao contrário dos

resultados obtidos neste trabalho, encontrou maiores valores de MO na

fração areia, na camada superficial, nos plantios teca com cinco e oito anos

de cultivo.

Na camada de 0-5 cm, os sistemas MA e T8 tiveram maior teor de

MO na fração areia, o que segundo Roscoe e Machado (2002), resulta da

adição de serrapilheira e dos processos de persistência e decomposição no

solo. Assim, os valores obtidos nesses sistemas, podem ter sido

influenciados pela maior conservação da serrapilheira, à medida que o

dossel de teca oito anos e da floresta se desenvolvia, e pela menor

perturbação antrópica. Além disso, o desenvolvimento da vegetação

promove a formação de um microclima que mantém a umidade e a

temperatura do solo estáveis, o que reduz a atividade microbiana e favorece

a manutenção da MO no solo (Campos, 2003).

Em relação aos sistemas PA, TCP, TC e T5, todos tiveram valores de

MO na fração areia, na camada 0–5 cm do solo, inferiores ao do MA. Para

Neves et al. (2005), essa perda do material orgânico das partículas da fração

areia se deve à maior labilidade, à suscetibilidade à oxidação e à

desintegração dos resíduos vegetais e hifas de fungos presentes nessa

fração, a qual se intensifica quando da adoção de cultivo.

Neste estudo, observou-se que, na camada de 0-5 cm, todos os

sistemas apresentaram maior teor de MO na fração silte e argila em relação

ao MA, com exceção do PA. Isso demonstra o grande potencial desses

sistemas em estocar carbono nas frações mais finas do solo (< 53 µm),

através dos agregados, os quais protegem a MO dos ataques microbiano,

impedindo sua saída do sistema. Stevenson (1982), afirma que, quanto

maior a quantidade de partículas finas, maior é a estabilização da MO pela

formação de complexo organo-mineral.

Page 55: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

54

Os teores de MO no sistema PA mostraram-se baixos em superfície

com tendência de aumento em profundidade para todas as frações. Na

superfície tais valores se devem à baixa produção de biomassa vegetal em

comparação aos demais sistemas, e ainda, ao pastejo dos animais que

consumiram o material vegetal que poderia servir de incremento orgânico ao

solo. Em profundidade, o PA foi o que apresentou maior teor de MO na

fração areia nas camadas 40–60 e 60–100 cm do solo, o que pode ser

explicado pelo profundo sistema radicular da gramínea e à decomposição do

mesmo, aportando assim, carbono em subsuperfície.

Há evidências que o crescimento agressivo das pastagens pode

compensar as perdas de C em solos desmatados (Cerri et al., 1991). A

contribuição das pastagens em camadas mais profundas está intimamente

ligada ao manejo e à pressão de pastejo. Com relação à pressão do pastejo

Fernandes et al. (1997) não observaram acúmulo de serrapilheira e

encontraram baixa contribuição de raízes em profundidade.

4.5 Alterações nos teores do carbono orgânico e de nitrogênio, nas frações granulométricas dos solos induzidas por diferentes sistemas de uso

Nos sistemas MA e T8, a distribuição do CO e do N ao longo do perfil

seguiu tendência natural de diminuição em profundidade (Tabela 4).

No sistema T5 observou-se que os maiores teores de CO e N

estavam nas camadas 0-5 e 5-10 cm para ambas as frações

granulométricas. Nas demais profundidades a concentração de CO diminuiu

acentuadamente para as duas frações granulométricas e o NT teve sua

distribuição variável ao longo do perfil para ambas as frações nos demais

sistemas de uso.

O maior valor do CO na fração areia (> 53 µm) ocorreu na camada 0–5 cm do

sistema T8 (18,83 g kg-1) e o menor na camada 10–20 cm do TC (1,59 g kg-1).

Na fração silte e argila (< 53 µm), o maior valor ocorreu na camada 0–5 cm

do sistema T5 (64,33 g kg-1) e o menor na camada 0–5 cm do TCP (6,86 g kg-1).

Page 56: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

55

O CO nas frações granulométricas mostrou-se com tendência de

redução em profundidade e, assim como a MO, teve maiores valores na

fração silte + argila do que na areia. Neves et al. (2005), ao avaliarem os

teores de CO nas frações granulométricas de um Latossolo Vermelho

distroférrico, obteve quantidade de CO na areia maior do que na fração silte

+ argila. Em contrapartida, Desjardins et al. (1994), obtiveram teor de CO na

fração areia entre 7,4 a 20,9 g kg-1 num Latossolo de textura média, valores

esses próximos aos encontrados neste trabalho.

O CO na fração < 53 µm nos sistemas T5 e T8 foram em geral

maiores (35 a 115%) que os demais, enquanto que os sistemas PA e T5

tiveram maiores teores de CO na fração > 53 µm, o que pode estar

relacionado segundo Bayer (2004) à alta produção de MO na forma lábil, ou

seja, de difícil decomposição biológica. Os maiores valores de CO e N foram

encontrados na fração silte e argila, fato também observado por

Guggenberger et al. (1994; 1995), Bayer (1996) e Pillon (2000).

Nas camadas 0-5 e 5–10 cm, a MA teve maior teor de CO na fração

silte e argila em relação ao PA, e na fração areia o MA apresentou maior

teor do que TCP, TC e PA, na camada 0–5 cm. Constatou-se que os

sistemas T5 e T8 tiveram maior teor de CO quando comparados aos

demais sistemas o que pode estar relacionado de acordo com Bayer (2004)

à alta produção de MO na forma lábil de difícil decomposição biológica, por

se tratar de um material mais lignificado, ou ainda à MO protegida no

interior dos agregados. Esse autor atribui ao fato desses sistemas não

sofrerem nenhum tipo de revolvimento, há uma melhora nas propriedades

físicas, químicas e biológicas do solo, o que reduz as perdas por erosão

hídrica e oxidação microbiana.

Com os teores de CO obtidos nas frações silte e argila nos sistemas

T8, T5, TCP e TC demonstraram que esses sistemas podem ser adotados

como forma de alcançar o desenvolvimento sustentável na Amazônia, já

que associam maior produção de C, quando comparados à MA, com

proteção ambiental.

Page 57: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

56

O enriquecimento do CO e de N estão apresentados na Tabela 5. Em

média, a concentração de CO e N foi 2,67 e 6,61 vezes maior na fração < 53

µm que no solo inteiro.

Tabela 5. Fator de enriquecimento (% na fração/% solo inteiro) para CO e N

da MO associada aos minerais, em diferentes profundidades e sistemas de uso do solo

Sistema Prof. Fator de enriquecimento fração < 53 µm

cm CO N 0-5 0,2 1,0 5-10 1,3 3,2 10-20 2,2 5,2

MA1 20-30 1,8 6,2 30-40 1,6 8,3 40-60 1,7 8,6 60-100 1,8 6,8 0-100 1,5 5,6 0-5 1,8 2,7 5-10 3,2 3,7 10-20 3,2 4,9

T82 20-30 5,5 8,5 30-40 2,5 6,8 40-60 2,2 18,9 60-100 3,5 10,7 0-100 3,1 8,0 0-5 2,4 1,6 5-10 2,2 3,0 10-20 5,1 5,8

T53 20-30 5,3 7,3 30-40 2,5 8,4 40-60 9,7 14,5 60-100 3,5 10,8 0-100 4,4 7,4 0-5 0,7 1,9 5-10 2,3 3,0 10-20 2,5 4,2

TCP4 20-30 1,2 5,3 30-40 3,5 12,9 40-60 1,7 9,8 60-100 1,3 7,1 0-100 1,9 6,3 0-5 1,6 2,1 5-10 1,4 5,1 10-20 3,0 6,4

TC5 20-30 2,5 7,0 30-40 3,5 9,0 40-60 1,9 11,2 60-100 1,8 11,6 0-100 2,2 7,5 0-5 0,2 1,0 5-10 1,6 4,1 10-20 1,5 3,4

PA6 20-30 1,9 3,9 30-40 1,1 6,1 40-60 0,4 7,9 60-100 0,9 7,5 0-100 1,1 4,8

Média (±desvio padrão) 2,67 (±1,68) 6,61 (±3,82) MA1= mata, T82= teca 8 anos, T53= teca 5 anos, TCP4= teca, cacau e pasto, TC5= teca e cacau, PA6= pasto.

Page 58: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

57

Pillon (2000) obteve valores de enriquecimento da fração argila de um

Argissolo Vermelho sob diferentes sistemas de manejo em ambiente

subtropical, entre 1,4 e 2,1 para CO e entre 1,7 e 2,1 para N. De forma

semelhante Guggenberger et al. (1994) obtiveram valores de enriquecimento

na fração argila de um solo sob diferentes sistemas de uso entre 1,7 a 2,6

para CO e entre 1,9 a 2,4 para N, os quais estão próximos aos obtidos neste

estudo. Os fatores enriquecimento estão próximos aos dos citados autores.

Os sistemas T8 e T5 foram os que tiveram maior fator de

enriquecimento de carbono no perfil do solo, 3,1 e 4,4, respectivamente, o

que demonstra ter nessas áreas, grandes quantidades de MO, ou seja, que

são estáveis no solo e de difícil decomposição, aliado à recalcitrância dos

resíduos da teca, dado à grande quantidade de sílica.

Em relação ao nitrogênio, observou-se tendência de aumento desse fator em

profundidade nos sistemas T8 e TC, principalmente nas duas últimas camadas cujos

fatores foram 8,0 e 9,4, respectivamente. Pillon (2000) obteve fator de enriquecimento

para N bem abaixo ao do presente estudo em condições de clima subtropical.

4.6 Alterações nos estoques de carbono orgânico (CO) e de nitrogênio (N) induzidas por diferentes sistemas de uso

Os estoques de carbono e de nitrogênio no solo total estão

apresentados na Tabela 6. Os maiores acúmulos de C e N no perfil do solo

total (camada 0-100 cm), foram observados no MA (101,06 Mg ha-1 e 8,74 Mg ha-1) e

no PA (90,62 Mg ha-1 e 8,01 Mg ha-1).

O MA estocou maior teor de carbono na camada de 0-5 cm seguido

pelos sistemas PA, T5, T8, TC e TCP, com valores de 34,5; 22,5; 17,3; 16,8;

13 e 6,60 Mg ha-1, respectivamente. Em vários sistemas, Neves et al. (2005),

observaram de forma similar, maiores teores no estoque de carbono na

vegetação natural (cerrado nativo), eucalipto convencional e pasto

convencional e sistemas agrossilvopastoril, com valores de 10,5; 11,6; 8,4 e

8,7 Mg ha-1, respectivamente.

Page 59: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

58

Tabela 6. Estoque de CO (Mg ha-1) e N (Mg ha-1) e relação C/N, dos solos de Colorado do Oeste-RO sob seis sistemas de uso

Sistema Prof. CO N C/N

0-5 34,55 2,25 15,39 5-10 10,87 0,75 14,41

10-20 11,79 0,91 12,91 20-30 7,48 0,72 10,44 30-40 6,42 0,61 10,43 40-60 12,42 0,96 12,96

60-100 17,53 2,53 6,92

MA1

0-100 101,06 8,74 11,92 0-5 16,83 1,09 15,47

5-10 7,14 0,74 9,71 10-20 8,48 1,19 7,18 20-30 5,36 0,85 6,34 30-40 4,96 0,85 5,82 40-60 9,14 1,05 8,71

60-100 11,99 1,63 6,94

T82

0-100 63,90 7,40 8,60 0-5 17,31 1,30 13,41 5-10 12,35 0,96 12,90

10-20 12,10 1,33 9,19 20-30 7,49 0,97 7,75 30-40 6,49 0,81 7,99 40-60 6,23 0,90 6,94

60-100 9,90 1,62 6,18

T53

0-100 71,88 7,88 9,20 0-5 6,57 0,94 7,76 5-10 8,69 0,66 13,13

10-20 12,76 1,09 11,74 20-30 10,63 0,87 12,57 30-40 7,18 0,57 13,12 40-60 9,30 0,75 12,36

60-100 21,79 1,74 12,60

TCP4

0-100 76,92 6,63 11,90 0-5 13,01 0,88 14,88 5-10 9,62 0,47 20,44

10-20 11,92 0,73 16,35 20-30 8,43 0,69 12,29 30-40 5,49 0,60 9,17 40-60 8,65 0,78 11,06

60-100 17,79 1,22 14,65

TC5

0-100 74,91 5,37 14,12 0-5 22,51 1,66 13,58 5-10 6,17 0,32 19,11

10-20 14,06 1,14 12,33 20-30 4,89 0,72 6,79 30-40 5,55 0,62 9,18 40-60 23,13 1,15 20,14

60-100 14,31 2,39 5,98

PA6

0-100 90,62 8,01 12,44 MA1= mata, T82= teca com 8 anos, T53= teca com 5 anos, TCP4= teca, cacau e pasto, TC5= teca e cacau, PA6= pasto.

Os valores do estoque de carbono do sistema PA estão próximos aos do MA, os

quais evidenciaram o potencial da pastagem em estocar mais carbono no solo que os demais

sistemas. Especificamente na camada de 0-20 cm o sistema PA estocou 1,43 kg m-2, valor

este maior ao obtido por Bernoux et al. (1999). Em estudo realizado por Bernoux et al.

(1999), no qual avaliou carbono e nitrogênio em pastagens com diferentes

idades, verificaram acréscimo no conteúdo de carbono, na camada 0-20 cm,

Page 60: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

59

de 0,33 kg m-2 e 0,89 kg m-2 nas áreas de pastagens cultivadas por 4 e 15

anos em relação à mata nativa. Segundo Choné et al. (1991) e Cerri e

Andreux, (1990) com a introdução da pastagem, a quantidade de matéria

orgânica do solo normalmente decresce nos primeiros anos de sua

implantação, aumentando em seguida até atingir níveis muito próximos aos

previamente existentes na mata natural.

Os sistemas agroflorestais (SAFs), representados pelo TCP e TC,

apresentaram estoque de C, no perfil (0-100 cm), maior ao dos plantios

agroflorestais (T8 e T5) e com diferenças de TCP x T8= 13,0 Mg ha-1, de TC

x T8= 11,0 Mg ha-1, de TCP x T5= 5,0 Mg ha-1 e TC x T5= 3,0 Mg ha-1 e

menor ao do MA (37,16 e de 29,18 Mg ha-1). Os SAFs TCP e TC foram mais

eficientes no fornecimento de MO ao solo do que T8 e T5, e menos

eficientes do que a MA. Em contrapartida, Silva et al. (2004), avaliaram o

estoque de N e de MO em SAF’s e verificaram que a sua adoção resultou no

aumento do estoque de MO no MA, quando realizado o manejo. Ao

comparar o estoque de carbono entre os sistemas TCP e TC, observou-se

que houve pequena diferença de 2,0 Mg ha-1 no perfil (camada 0-100 cm).

À semelhança do C, o estoque de N foi maior no MA e no sistema PA

para a camada de 0-5 cm, seguido pelos sistemas T5, T8, TCP e TC. Porém

quando se avaliou o estoque de N de todo perfil do solo (0-100 cm),

verificou-se que no sistema PA o acúmulo foi maior (8,01 Mg ha-1). Isso se

deveu, provavelmente, à fixação biológica, já que não foi feita adubação

nitrogenada na área.

Resultado semelhante foi apresentado por Bernoux et al. (1999), os

quais observaram aumento de 26,3% de N em pastagens de 4 anos, na

camada 0-10 cm. Amado e Mielniczuk (1999) obtiveram recuperação no

estoque de N no solo ao utilizarem leguminosas no plantio direto. A

eficiência das leguminosas em manter o conteúdo de N no solo em níveis

equivalentes ao da vegetação natural foi constatada também por Conceição

et al. (2005).

Em relação aos SAF’s, verificou-se que os estoques de N no perfil (0-

100 cm) do solo foram de 6,63 e 5,37 Mg ha-1 para TCP e TC,

Page 61: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

60

respectivamente, em relação aos 8,74 Mg ha-1 do MA. Essa manutenção dos

estoques de N que os SAF’s proporcionaram, tendo a MA como referência,

demonstraram que a adoção desse modelo de cultivo resultou em maior

aporte desse elemento ao solo, concordando com Silva et al. (2004).

4.7 Relação C/N

A relação C/N está relacionada ao grau de decomposição da MO no

solo. Entre as camadas observou-se que os maiores valores de C/N foram

encontrados nas três primeiras profundidades do solo, com variações de 1/7

a 1/20 (Tabela 6). Muzilli, (2002) afirma que biomassas com relação C/N

mais ampla (15 a 20) possuem maior efeito agregante, devido à

decomposição mais lenta e à formação de compostos orgânicos

intermediários que estarão contribuindo para o aumento do teor de matéria

orgânica no solo.

No perfil do solo, a relação C/N reduziu em profundidade em todos os

sistemas seguindo a tendência natural de diminuição dos teores de C e N

em subsuperfície. O sistema TCP foi o que apresentou os menores valores

na camada 0-5 e 5-10 cm. Provavelmente esse fato correu em função do

acúmulo de matéria orgânicas nas camadas mais favorecido pelo sistema

radicular das culturas e da posição topográfica do sistema. Valores

elevados, referentes à relação C/N, são uma característica dos solos

tropicais, podendo ser atribuídos à forte acidez do solo, que limita a

decomposição da MO com elevada relação C/N (Freitas et al., 2000).

Assim, a baixa relação C/N observada nos sistemas em estudo, pode estar

relacionada ao elevado pH do solo, contribuindo na decomposição da MO e

redução da relação C/N.

Page 62: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

61

4.8 Diferenças relativas e absolutas dos conteúdos de CO e de N induzidas por diferentes sistemas de uso

Os acúmulos relativos e absolutos de CO e N nos sistemas e nas

profundidades foram calculados de acordo com Pillon (2000) tomando-se

como referência os conteúdos do sistema MA para comparar o efeito da

conversão deste sistema natural em cultivos agroflorestais e pastagens.

Na Tabela 7 estão expressos os conteúdos de CO e N dos sistemas

T8, T5, TCP, TC e PA no perfil do solo de (0-100 cm) quando comparados

ao sistema MA.

Comparado ao sistema MA e no perfil de 0-100 cm do solo todos os

sistemas tiveram decréscimos relativos e absolutos no conteúdo de CO e de

N. O CO no sistema T8 diminui 36,8% (37,2 Mg ha-1) e o N 15,3% (1,34 Mg ha-1). No

sistema T5 o CO decresceu 28,9% (29,18 Mg ha-1) e o N 9,8% (0,86 Mg ha-1).

O TCP teve decréscimo no CO de 23,9% (24,14 Mg ha-1) e no N 24,1%

(2,11 Mg ha-1). No TC o CO diminui 25,9% (26,15 Mg ha-1) e N 38,6% (3,37 Mg ha-1).

No sistema PA o CO e o N diminuíram 10,3% (10,44 Mg ha-1) e 8,3% (0,73 Mg ha-1),

respectivamente. Os Maiores decréscimos absolutos e relativos do CO no

solo ocorreram nos sistemas TC, T5 e T8, enquanto que para o N

ocorreram nos sistemas T8, TCP e TC. O menor decréscimo absoluto e

relativo de CO e N no solo ocorreram no sistema PA.

Observou-se também que os maiores decréscimos de CO e de N

ocorreram na camada superficial de 0-5 cm. Em contra partida na camada

de 40-60 cm do sistema PA ocorreu o maior incremento relativo absoluto do

CO de 86,2% (10,71 Mg ha-1) e o menor 0,13% (0,01 Mg ha-1). Para o N o

maior incremento relativo absoluto foi de 46,1% (0,42 Mg ha-1) na camada

de 10-20 cm do sistema T5, o menor 1,64% (0,01 Mg ha-1) na camada de

30-40 cm do sistema PA.

Page 63: ALTERAÇÕES NO ESTOQUE DE CARBONO, NA DINÂMICA DA …

62

Tabela 7. Conteúdo de CO e de N dos solos de Colorado do Oeste-RO sob seis sistemas de uso e profundidades, e as diferenças relativas e absolutas em relação ao sistema MA

Sistema CO N Mg ha1 ∆1 % ∆2 Mg ha-1 Mg ha-1 ∆1 % ∆2 Mg ha-1 ...........................................0--5......................................... MA1 34,55 2,25 T82 16,83 -51,29 -17,72 1,09 -51,56 -1,16 T53 17,31 -49,90 -17,24 1,30 -42,22 -0,95 TCP4 6,57 -80,98 -27,98 0,94 -58,22 -1,31 TC5 13,01 -62,34 -21,54 0,88 -60,89 -1,37 PA6 22,51 -34,85 -12,04 1,66 -26,22 -0,59 ...........................................5--10......................................... MA 10,87 0,75 T8 7,14 -34,31 -3,73 0,74 -1,33 -0,01 T5 12,35 13,62 1,48 0,96 28,00 0,21 TCP 8,69 -20,06 -2,18 0,66 -12,00 -0,09 TC 9,62 -11,50 -1,25 0,47 -37,33 -0,28 PA 6,17 -43,24 -4,70 0,32 -57,33 -0,43 ...........................................10--20......................................... MA 11,79 0,91 T8 8,48 -28,07 -3,31 1,19 30,77 0,28 T5 12,10 2,63 0,31 1,33 46,15 0,42 TCP 12,76 8,23 0,97 1,09 19,78 0,18 TC 11,92 1,10 0,13 0,73 -19,78 -0,18 PA 14,06 19,25 2,27 1,14 25,27 0,23 ...........................................20--30......................................... MA 7,48 0,72 T8 5,36 -28,34 -2,12 0,85 18,06 0,13 T5 7,49 0,13 0,01 0,97 34,72 0,25 TCP 10,63 42,11 3,15 0,87 20,83 0,15 TC 8,43 12,70 0,95 0,69 -4,17 -0,03 PA 4,89 -34,63 -2,59 0,72 0,00 0,00 ...........................................30--40......................................... MA 6,42 0,61 T8 4,96 -22,74 -1,46 0,85 39,34 0,24 T5 6,49 1,09 0,07 0,81 32,79 0,20 TCP 7,18 11,84 0,76 0,57 -6,56 -0,04 TC 5,49 -14,49 -0,93 0,60 -1,64 -0,01 PA 5,55 -13,55 -0,87 0,62 1,64 0,01 ...........................................40--60......................................... MA 12,42 0,96 T8 9,14 -26,41 -3,28 1,05 9,38 0,09 T5 6,23 -49,84 -6,19 0,90 -6,25 -0,06 TCP 9,30 -25,12 -3,12 0,75 -21,88 -0,21 TC 8,65 -30,35 -3,77 0,78 -18,75 -0,18 PA 23,13 86,23 10,71 1,15 19,79 0,19 ...........................................60--100......................................... MA 17,53 2,53 T8 11,99 -31,60 -5,54 1,63 -35,57 -0,90 T5 9,90 -43,53 -7,63 1,62 -35,97 -0,91 TCP 21,79 24,30 4,26 1,74 -31,23 -0,79 TC 17,79 1,48 0,26 1,22 -51,78 -1,31 PA 14,31 -18,37 -3,22 2,39 -5,53 -0,14 ...........................................0--100......................................... MA 101,06 8,74 T8 63,90 -36,77 -37,16 7,40 -15,33 -1,34 T5 71,88 -28,87 -29,18 7,88 -9,84 -0,86 TCP 76,92 -23,89 -24,14 6,63 -24,14 -2,11 TC 74,91 -25,88 -26,15 5,37 -38,56 -3,37 PA 90,62 -10,33 -10,44 8,01 -8,35 -0,73

1Δ% = {[CO ou N(sistema) – CO ou N(MA)]/CO ou N(MA)}x100, 2Δ =[CO ou N(sistema) – CO ou N(MA)], MA1= mata, T82= teca 8 anos, T53= teca 5 anos, TCP4= teca, cacau e pasto, TC5= teca e cacau, PA6= pasto

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A conversão da mata nos sistemas agroflorestais proporcionou

decréscimo no estoque de carbono (10 a 37%) e de nitrogênio (8 a 38%).

As perdas seguiram a seguinte ordem PA < TCP < TC < T5 < T8.

Provavelmente, esta redução no estoque de CO e N foi resultado das

perdas por erosão e aumento da taxa de decomposição da matéria

orgânica, favorecida pela fragmentação e incorporação ao solo dos

resíduos vegetais, e pelo aumento da temperatura e aeração do solo

(Balesdent et al., 1990, Arrouays et al., 1995). Resultados apresentados em

outros estudos também indicam que a magnitude do estoque de CO e N

reduzem quando sistemas naturais são alterados pelo manejo de uso

(Martin et al., 1990, Preston et al., 1994, Quiroga et al., 1996).

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5 CONCLUSÕES 1. O carbono orgânico nos sistemas florestais correlacionou

significativamente com os atributos químicos e físicos dos solos;

2. O teor da matéria orgânica do solo aumentou nos sistemas

agroflorestais (56%), florestais (7%) e na pastagem diminuiu 90%

depois da conversão da mata;

3. O carbono orgânico da fração areia aumentou nos sistemas

agroflorestais (16%), florestais (65%) e pastagem (87%), quando

comparados com a mata;

4. Os estoques de carbono orgânico e nitrogênio total diminuíram após a

mudança da mata nos sistemas agroflorestais (25 e 31%), florestais (33

e 31%) e pastagem (10 e 8%).

5. As maiores médias do fator enriquecimento do carbono orgânico e do

nitrogênio total na fração silte e argila ocorreram nos sistemas florestais

(3,7e 7,7), respectivamente.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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