Alvenaria Estrutural - Recomendações e Traços

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Escola Politécnica da Universidade de São PauloDepartamento de Engenharia de Construção CivilBoletim Técnico - Série BT/PCC

Diretor: Prof. Dr. Antônio Marcos de Aguirra MassolaVice-Diretor: Prof. Dr. Vahan Agopyan

Chefe do Departamento: Prof. Dr. Alex Kenya AbikoSuplente do Chefe do Departamento: Prof. Dr. João da Rocha Lima Junior

Conselho EditorialProf. Dr. Alex AbikoProf. Dr. Francisco CardosoProf. Dr. João da Rocha Lima Jr.Prof. Dr. Orestes Marraccini GonçalvesProf. Dr. Antônio Domingues de FigueiredoProf. Dr. Cheng Liang Yee

Coordenador TécnicoProf. Dr. Alex Abiko

O Boletim Técnico é uma publicação da Escola Politécnica da USP/Departamento deEngenharia de Construção Civil, fruto de pesquisas realizadas por docentes e pesquisadoresdesta Universidade.

Este texto faz parte da tese de doutorado, de título “Requisitos Técnicos e OperacionaisVisando a Qualidade na Construção de Edifícios” , que se encontra à disposição com osautores ou na biblioteca da Engenharia Civil.

FICHA CATALOGRÁFICA

Thomaz, Ercio Qualidade no projeto e na execução de alvenaria estrutural e de alvenarias de vedação em edifícios / E. Thomaz, P. Helene. -- São Paulo : EPUSP, 2000. 31 p. -- (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departa- mento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/252)

1. Alvenaria estrutural - Qualidade 2. Alvenaria de vedação - Quali- dade 3. Edifícios I. Helene, Paulo Roberto do Lago II. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Cons- trução Civil III. Título IV. Série

ISSN 0103-9830 CDU 624.012 624.012.15 69

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 PROPRIEDADES GERAIS DOS COMPONENTES E DAS ALVENARIAS

3 QUALIDADE NO PROJETO DE ALVENARIAS ESTRUTURAIS

4 QUALIDADE NA EXECUÇÃO DE ALVENARIAS ESTRUTURAIS

5 QUALIDADE NO PROJETO DAS ALVENARIAS DE VEDAÇÃO

6 QUALIDADE NA EXECUÇÃO DAS ALVENARIAS DE VEDAÇÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Os projetos das alvenarias normalmente têm se restringido ao comportamento mecânico eà coordenação dimensional com outros elementos, como caixilhos e vãos estruturais (nocaso das alvenarias de vedação). No presente Boletim procura-se enfocar as alvenarias deforma mais ampla, considerando-se aspectos do desempenho termoacústico, resistência àação do fogo e estanqueidade à água. Apontam-se cuidados essenciais no projeto e naexecução das alvenarias, propondo-se alguns detalhes construtivos e indicando-se traçosreferenciais para as argamassas de assentamento. Apresentam-se ainda, para as alvenariasde blocos vazados de concreto e de cerâmica, alguns resultados de ensaios de isolaçãoacústica, isolação térmica e resistência ao fogo.

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Masonry designs generally is limited to structural behavior of the walls and thedimensional coordination between blocks, windows, doors and structural reinforcedconcrete frames. This paper intends to demonstrate that is quite important to consider aseries of constructive details in the masonry designs, as well as analyzing differentmasonry properties concerning fire resistance, thermal and acoustical properties. It issuggested some cares within the walls construction, concerning to the necessary detailsadoption and the required properties of the mortars. For the national current ceramic andconcrete hollow blocks it is indicated some results of essays: thermal insulation, acousticalinsulation and fire resistance.� �

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Tradicionalmente pesadas, espessas e rígidas, as alvenarias evoluíram para as lâminasconsideravelmente delgadas dos nossos dias. A evolução tecnológica apontou, de um lado,para o desenvolvimento de materiais com pequena massa especifica (enquadrando-se aí osconcretos celulares), e de outro, para os componentes vazados (blocos de concreto,cerâmica ou sílica-cal); a partir aproximadamente da metade do século XX, ocorreuverdadeira revolução na técnica das alvenarias.

Em termos gerais, as alvenarias, em função sobretudo da natureza dos seus componentes(materiais pétreos), apresentam bom comportamento às solicitações de compressão, omesmo não ocorrendo em relação às solicitações de tração, flexão e cisalhamento. Emfunção da utilização conjugada de materiais diferentes (componentes de alvenaria eargamassa de assentamento), com propriedades diferenciadas (resistência mecânica,módulo de deformação longitudinal, coeficiente de Poisson), as alvenarias sãonormalmente heterogêneas e anisotrópicas. Além das propriedades referidas, influenciam ocomportamento mecânico das paredes diversos outros fatores, tais como:

- geometria, rugosidade superficial e porosidade do componente de alvenaria;

- índice de retração, poder de aderência e poder de retenção de água da argamassa deassentamento;

- esbeltez, eventual presença de armaduras (alvenarias armadas e parcialmente armadas),número e disposição das paredes contraventantes;

- amarrações, cintamentos, disposição e tamanho dos vãos de portas e janelas;

- enfraquecimentos provocados pelo embutimento de tubulações, rigidez dos elementosde fundação, geometria do edifício etc.

Os projetos das alvenarias normalmente têm se restringido ao comportamento mecânico eà coordenação dimensional com outros elementos, como caixilhos e vãos estruturais (nocaso das alvenarias de vedação). No presente Boletim procura-se enfocar as alvenarias deforma mais ampla, considerando-se aspectos do desempenho termoacústico, resistência àação do fogo e estanqueidade à água. Apontam-se cuidados essenciais no projeto e naexecução das alvenarias, propondo-se alguns detalhes construtivos e indicando-se traçosreferenciais para as argamassas de assentamento. Apresentam-se ainda, para as alvenariasde blocos vazados de concreto e de cerâmica, alguns resultados de ensaios de isolaçãoacústica, isolação térmica e resistência ao fogo.

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Existem no mercado várias opções de tijolos e blocos, com diferentes características:materiais, dimensões, disposições dos furos, textura e diversas outras propriedades físicase mecânicas (resistência à compressão, porosidade e capilaridade, absorção de água,coeficientes de absorção e dilatação térmica etc).Trabalho anterior deste autor1 aponta osseguintes atributos que devem ser considerados na escolha do componente de alvenaria:

- ergonomia: tamanho, textura, forma e peso do bloco influem na produtividade: nemsempre o componente de menor tamanho repercutirá na menor produtividade;

- regularidade geométrica: blocos regulares permitem assentamento uniforme (economiade argamassa de assentamento e de revestimento), viabilizando ainda revestimentos emgesso; nas alvenarias aparentes a regularidade ganha ainda maior importância;

- fornecimento / embalagem: bons acondicionamentos (paletização etc) facilitarão aintegridade dos blocos e o transporte até os pavimentos; os diferentes tipos de blocosapresentam diferentes resistências ao manuseio (quebras, lascamento de cantos);

- forma do bloco, absorção de água e aderência: os componentes de alvenaria devemapresentar um valor mínimo de absorção de água (abaixo do qual não haverá adequadapenetração de nata de aglomerante nos seus poros) e, idem, um valor máximo (para quenão ocorra intensa retirada de água da argamassa, prejudicando a hidratação doaglomerante); para mesmas condições de assentamento (mesma argamassa, etc), quantomaior a área de contato argamassa/bloco, maior a aderência; a penetração de argamassaem ranhuras ou furos de alguns blocos pode melhorar consideravelmente a aderência;

- movimentações higroscópicas: os materiais porosos, constituintes dos blocos, sofrem emmaior ou menor escala variações volumétricas em função do teor de umidade; produtossujeitos a grande retração de secagem, ou que absorvam mais umidade (incidência dechuva no canteiro ou na própria parede recém erguida), tenderão a secar na paredeacabada, induzindo com maior probabilidade a formação de fissuras e destacamentos;

- movimentações térmicas: frente a oscilações da temperatura, os materiais constituintesdos blocos apresentarão diferentes variações dimensionais, podendo induzirdestacamentos entre alvenaria e estrutura (paredes de vedação) ou entre paredes ligadascom juntas a prumo; as pinturas externas das paredes influenciarão decisivamente aescala das movimentações (quanto mais escura a cor, maior a absorção de calor, maioresas movimentações térmicas);

- tamanho do bloco e “flexibilidade da parede”: como regra geral, a capacidade dasalvenarias absorverem deformações impostas (recalques etc) é regida pelas juntas(deformabilidade da argamassa, tipo de junta – a prumo ou em amarração, espessura equantidade de juntas; para idênticas condições de assentamento, portanto, quanto maior adimensão do bloco, menor o número de juntas e, comparativamente, menor o poder deabsorção de movimentações;

- peso próprio das paredes e dimensionamento da estrutura: blocos mais leves propiciarão,no caso de alvenarias de vedação, a redução de seção dos componentes estruturais,

1 THOMAZ, E. &RPR�&RQVWUXLU�$OYHQDULDV�GH�9HGDomR. Revista Téchne nº 15 e nº 16, Editora PINI. São

Paulo, 1995.

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passando a ter maior importância no projeto estrutural a consideração da ação do vento eação do fogo; a partir de uma certa flexibilidade da estrutura deve-se também consideraro eventual papel contraventante das alvenarias e a necessidade de adoção de uma série dedetalhes para sua vinculação à estrutura;

- desempenho termo-acústico: o desempenho térmico dependerá da inércia térmica (funçãoda massa da parede e do calor específico do material) e da presença de camadasconfinadas de ar; do ponto de vista da isolação acústica, como regra geral, paredes maispesadas apresentam melhor isolação aos ruídos aéreos (“Lei das Massas”), ocorrendo oinverso em relação aos ruídos por impacto; o desempenho acústico será muitoinfluenciado por frestas ou descontinuidades nas juntas de assentamento, eventualreverberação nos furos dos blocos e presença de revestimento;

- outras características: na escolha dos blocos deve-se ainda considerar resistência sobação do fogo, capacidade de fixação de peças suspensas (armários, redes de dormir),efetividade de ligações com marcos ou contra-marcos, facilidade de embutimento deinstalações, resistência a cargas laterais, incorporação de equipamentos às paredes(exaustores, caixas de aparelho de ar condicionado, suportes de filtro de água, papeleira,saboneteira, arandelas).

Aspecto extremamente importante é a coordenação dimensional: o tamanho dos blocosdeve ser compatível com os vãos estruturais ou com as dimensões das paredes estruturais,tamanho dos caixilhos, caixas de ar condicionado e outros equipamentos. As alvenariasdeverão ser alvo de projetos específicos, indicando disposição das juntas de assentamentoe das amarrações, posições das aberturas de portas e janelas, presença de vergas, contra-vergas e tubulações etc. Nas ligações entre as paredes recomenda-se juntas em amarração,recorrendo-se a componentes especiais exemplificados na Figura 1.

Figura 1: Componentes especiais para encontro entre paredes

Fisher2 afirma que no projeto das alvenarias de vedação, e também em alvenariasestruturais de pequenos edifícios, deve-se considerar, mais do que o próprio desempenho

2 FISHER, R. 3DUHGHV. Versão espanhola da 1a. edição inglesa, tradução de Luis M. J. Cisneros. Editorial

Blume. Barcelona, 1976.

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mecânico, aspectos da estanqueidade à água, isolação térmica e isolação acústica. Doponto de vista da sensação acústica, recordando o conceito de Decibel (equação 1), explicapreliminarmente que existe para o ouvido humano forte equivalência entre a pressãosonora e a frequência, conforme ilustrado na Figura 2.

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1 HTS

SG% =

p1 = pressão acústica da onda expressa em Pascais

p0 = pressão acústica do limiar da audição (p0 = 2 x 10-5 Pa)

Figura 2: Sensação do ouvido humano: curva de equivalência entre pressão e frequência(56dB, frequência 62,5Hz → mesma sensação para 40dB, frequência 1000Hz).

A capacidade de isolação acústica dos materiais varia de acordo com as diferentes faixasde frequência que integram os sons. De acordo com Becker3, considerando uma médiaponderada dessas frequências, a isolação aos sons aéreos (Ia) para elementos maciços podeser estimada através da massa da parede, aplicando-se a seguinte fórmula:

3 BECKER, R�� ,QGXVWULDOL]DWLRQ� DQG� 5RERWLF� LQ� %XLOGLQJ. Chapter 4: Application of the Performance

Approach. Harper & Row Publishers. New York, 1990.

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2.)(3,512 3 HTG%$P,D +=

m = massa da parede, em kg/m2.

Fisher (1976) explica que, pela lei das massas e das frequências, ocorre aproximadamente:

- para determinada frequência, duplicando-se a massa da parede aumenta-se em 4 dBAsua isolação; situação inversa é verificada ao dividir-se esta massa pela metade;

- para determinada massa, a duplicação da frequência redunda em aumento de 4 dBA naisolação acústica; situação inversa é verificada ao dividir-se a frequência pela metade.

A equação 2 anterior, e a lei de massas e frequências, não se aplicam a paredes com vaziosinternos, onde a presença de câmaras de ar pode alterar substancialmente a isolaçãoacústica desses elementos. Para paredes constituídas por blocos vazados de cerâmica e deconcreto, o IPT4 obteve os valores experimentais indicados na Tabela 1, que tambémreúne valores da resistência térmica obtidos para as paredes ensaiadas. A menor isolaçãoacústica dos blocos cerâmicos com furos na vertical deveu-se provavelmente àressonância no interior dos furos, que teriam funcionado como “tubos acústicos”.

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4 Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. $QiOLVH� GR� &RPSRUWDPHQWR� 7pUPLFR� H

$F~VWLFR�GH�$OYHQDULDV. IPT, São Paulo, 1985. Relatório Técnico N° 21.910.

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Em função de características físicas dos materiais (condutibilidade térmica, dilataçãotérmica, porosidade / capilaridade) e das características de construção das paredes (pesopróprio, tipo de argamassa, compacidade das juntas de assentamento, forma de ligaçãocom a estrutura) as alvenarias apresentam diferentes desempenhos sob ação do fogo;alguns valores obtidos em ensaios realizados no IPT4 são indicados na tabela a seguir.

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Chichierchio5 estabelece diversas indicações sobre a resistência ao fogo e o desempenhotermoacústico de alvenarias. Ressalta a importância das argamassas de revestimento dasparedes, tanto do ponto de vista da melhoria da isolação térmica e acústica qunto do pontode vista do desempenho sob ação do fogo; neste último aspecto, lembra que as argamassasde revestimento poderão ser produzidas com adições leves, como vermiculita, argilaexpandida e fibras de amianto. No caso do revestimento com gesso, o material aindaabsorverá calor para que se transforme quimicamente de sulfato de cálcio dihidratado paragesso hemi hirato e posteriormente anidrita.

Relativamente à isolação aos sons aéreos, como termo de comparação com as alvenarias,Becker (1990) indica por exemplo para divisórias “dry-wall”, constituídas por placas degesso e estrutura interna em perfis de aço, os seguintes valores de isolação acústica:

5 CHICHIERCHIO, L. C. Conforto Ambiental: Desempenho Térmico e Acústico e Proteção contra o Fogo.

,Q��0DQXDO�7pFQLFR�GH�$OYHQDULD, pp 119-141. Projeto Editores Associados, São Paulo, 1990.

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7DEHOD����,VRODomR�DF~VWLFD�GH�³GU\�ZDOOV´�HP�JHVVR�H�HVWUXWXUD�GH�DoR�(Becker, 1990)

Características da parede “dry-wall” Isolação acústica (dBA)

Espessura total = 70mm, uma placa de gesso com 10mm deespessura em cada face da parede

33

Espessura total = 70mm, uma placa de gesso com 10mm deespessura em cada face da parede, inserção no vazio interno demanta lã de rocha com 25mm de espessura

46

Espessura total = 90mm, duas placas de gesso com 10mm deespessura em cada face da parede, inserção no vazio interno demanta lã de rocha com 25mm de espessura

51

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Relativamente ao projeto das alvenarias estruturais, comentam-se a seguir aspectosrelevantes a serem considerados no projeto:

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As alvenarias localizadas nas fachadas dos edifícios têm a importante função de propiciarestanqueidade à água; a penetração de umidade pode provocar inclusive odesenvolvimento de fissuras e desagregações. Assim sendo, é desejável que as lâminas deágua sejam descoladas o mais rapidamente possível das fachadas, o que se poderáconseguir com alguns recursos apontados em outro trabalho deste autor6 ( (posicionamentodas alvenarias em relação à estrutura, beirais, pingadeiras, peitoris, reentrâncias etc).

A pintura das fachadas em cores escuras favorece a absorção de calor, redundando emmaiores movimentações térmicas das paredes, aumentando a possibilidade de ocorrênciade fissuras e destacamentos; a combinação alternada de faixas claras e escuras numamesma fachada pode aumentar essa potencialidade. No caso de alvenarias aparentes,cuidados especiais deverão ser observados a fim de evitar a ocorrência de eflorescências:seleção dos componentes de alvenaria (isentos ou com teores mínimos de saís solúveis,argamassa de assentamento sem a presença de cal, aplicação de verniz ou materialhidrofugante com a parede totalmente seca etc).

E�� 3URMHWR�HVWUXWXUDO

A norma brasileira NBR 108377 define as condições para o projeto de alvenariasestruturais em blocos vazados de concreto: distribuições de cargas, trechos curtos (pilares),trechos com aberturas sucessivas (vigas), flanges, elementos contraventantes, efeito global

6 THOMAZ, E. Patologias das Alvenarias. ,Q��0DQXDO�7pFQLFR�GH�$OYHQDULDV, pp 97-117. Projeto Editores

Associados, São Paulo, 1990.7 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 10837 / 89 – &iOFXOR� GH

$OYHQDULD�(VWUXWXUDO�GH�%ORFRV�9D]DGRV�GH�&RQFUHWR. Rio de Janeiro, 1989.

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do vento, enrijecedores, etc. A norma prevê a disposição de armaduras construtivas earmaduras de amarração para qualquer modalidade de alvenaria, definindo trêsmodalidades: alvenaria não armada (somente armaduras construtivas), alvenarias armadas(pilaretes grauteados nos furos dos blocos, absorvendo parte das cargas verticais) e, porúltimo, alvenaria parcialmente armada (pilaretes apenas nas paredes mais carregadas).

Puga8 comenta que a grande maioria dos edifícios em alvenaria hoje construídos no Brasilcorrespondem à alvenaria não armada, por dois motivos básicos: a) é muito pequena acontribuição das armaduras na resistência final da alvenaria frente às cargas verticais; b)há indústrias que já produzem blocos com resistências mecânicas relativamente altas, comboa homogeneidade da produção. O projetista esclarece que a alvenaria armada justifica-sequando ocorrem esforços de tração ou no caso de edifícios muito esbeltos, onde a açãoglobal do vento passa a ser mais importante.

Ao se comprimir uma alvenaria constituída por componente maciços, a argamassa deassentamento sofre deformações transversais mais acentuadas que os tijolos, introduzindonos mesmos um estado triaxial de tensões: compressão vertical e tração nas duas direçõesdo plano horizontal; nessas condições, a argamassa fica portanto submetida a um estadotriaxial de tensões de compressão. Ultrapassada a resistência à tração dos tijolos, começama ocorrer fissuras verticais no corpo da parede. No caso de alvenarias constituídas porblocos vazados, outras tensões importantes juntar-se-ão às precedentes; para blocos comfuros retangulares dispostos verticalmente, as tensões tangenciais normalmente provocamruptura dos septos ou nervuras transversais dos blocos, levando à ruptura da parede.

Diversos fatores intervém na resistência final de uma parede a esforços axiais decompressão: resistência mecânica dos componentes de alvenaria e da argamassa deassentamento; módulos de deformação longitudinal e transversal dos componentes dealvenaria e da argamassa; rugosidade superficial e porosidade dos componentes dealvenaria; poder de aderência, retenção de água, elasticidade e retração da argamassa;espessura, regularidade e tipo de junta de assentamento e, finalmente, esbeltez da paredeproduzida. Segundo Sahlin9, a espessura ideal das juntas de assentamento (horizontais everticais) situa-se em torno de 10mm; para o autor, juntas com espessura de 15mm podemreduzir à metade a resistência à compressão da parede. Ressalta também que a qualidadeda mão-de-obra pode implicar em variações da ordem de 30% nesta resistência.

0 principal fator que influi na resistência à compressão da parede é a resistência àcompressão do bloco ou do tijolo; a influência da resistência da argamassa deassentamento é pouca significativa. Para blocos vazados de concreto Gomes10 relatapesquisas desenvolvidas no B.R.E, tomando como referência a resistência à compressão deuma argamassa 1:3 (cimento e areia, em volume), verificando-se queda de apenas 20% naresistência das paredes ao se reduzir a resistência à compressão da argamassa em quase85% (Figura 3). Para blocos vazados em cerâmica, Tubi11 chega praticamente à mesma

8 PUGA, C. C. &iOFXOR�GH�$OYHQDULD�(VWUXWXUDO. Curso de Mestrado do Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT. 19989 SAHLIN, SVEN. 6WUXFWXUDO�0DVRQU\. New Jersey, Prentice Hall, 1971.10 GOMES, N. S. $�5HVLVWrQFLD� GDV� 3DUHGHV� GH� $OYHQDULD. São Paulo, 1983. Dissertação de mestrado

apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.11 TUBI, N. /D� 5HDOL]]D]LRQH� GL� 0XUDWXUH� LQ� /DWHUL]LR. ANDIL – Associazione Nazionale degli

Industriali dei Laterizi. Roma, 1986.

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conclusão, observando que ao incrementar-se a resistência da argamassa acima dos 6MPaos ganhos de resistência da parede são muito pequenos.

Figura 3 - Resistência à compressão da alvenaria em função da resistência à compressão daargamassa: blocos vazados de concreto167 e de cerâmica168, respectivamente.

As alvenarias executadas com juntas em amarração, inclusive nas ligações entre asparedes, em conjunto com as lajes apresentam razoável poder de redistribuição de cargas,isto é, espalhamento das cargas das paredes mais carregadas para as paredes menoscarregadas, o que, segundo Corrêa12, ocorre ao longo da altura do edifício, chegando emalguns casos a constatar-se quase que total homogeneização das cargas ao atingir-se opavimento térreo. O professor relata ter desenvolvido um software de cálculo estrutural,levando em conta o aludido efeito da repartição de cargas.

Vale frisar que a constatada redistribuição de carga é praticamente interrompida nasregiões das aberturas de portas e janelas, pontos em geral com acentuada concentração detensões; daí a importância do correto dimensionamento de cintas, vergas e contra-vergas;Tubi (1986) recomenda que, ocorrendo aberturas muito próximas, deve-se adotar vergas econtra-vergas contínuas (Figura 4).

Figura 4: Vergas e contra-vergas contínuas em alvenaria com grande número de aberturas

12 CORRÊA, M. R. S.; RAMALHO, M. A. 3URFHGLPHQWR�SDUD�$QiOLVH�GH�(GLItFLRV�GH�$OYHQDULD

(VWUXWXUDO�6XEPHWLGRV�D�$o}HV�9HUWLFDLV. In 5th International Seminar on Structural Masonry forDeveloping Countries, Proceedings, pp 305-314. Florianópolis, 1994.

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Como regra geral, as alvenarias são bastantesusceptíveis à fissuração, devendo-se limitar asdistorções angulares a L / 300 (possibilidade deocorrência de estado limitado de fissuração), ouL / 500 no caso de não se admitir fissuras.

Há necessidade também de limitarem-se asflechas de vigas de fundação e vigas detransição (Figura 5), já que, sob ação dosdeslocamentos, há tendência das paredestrabalharem solidariamente, comportando-secomo vigas altas. Nesse aspecto, a nova versãoda norma brasileira NBR 611813 parametriza ocálculo estimativo das flechas, estabelendoainda os valores máximos admitidos; em gerala parcela da flecha a ser desenvolvida após aconstrução da parede será limitada a L/500. Figura 5: Interação entre alvenaria

estrutural e viga de transição

A introdução de uma taxa mínima de armadura na alvenaria (0,2% por exemplo), nãochega a aumentar significativamente a resistência à compressão da parede; entretanto, talarmadura melhora substancialmente o comportamento da alvenaria quanto à fissuração,normalmente provocada por atuação de cargas excêntricas, ocorrências de recalquesdiferenciados, deslocamentos dos apoios ou concentração de tensões.

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As juntas em amarração facilitam a redistribuição de tensões provenientes de cargasverticais ou introduzidas por deformações estruturais e movimentações higrotérmicas; asjuntas aprumadas não propiciam o espalhamento das tensões, tendendo as paredes atrabalharem como uma sucessão de “pilaretes”. Embora desejável a defasagem de ½ blocoentre fiadas sucessivas, sobreposições não inferiores a 1/3 do bloco são aceitáveis.

As juntas poderão ser “tomadas” (retirada da argamassa expulsa para fora da parede pelapressão do assentamento) ou “frisadas”, situação característica das alvenarias aparentes.Nas fachadas, o frisamento das juntas, além de criar depressões que favorecem odescolamento das lâminas de água, promovem melhor compactação da argamassa,favorecendo a impermeabilidade das juntas.

A ausência de argamassa nas juntas verticais (“juntas secas”) repercute em maiores oumenores prejuízos à resistência ao cisalhamento da alvenaria, à resistência ao fogo, aodesempenho termoacústico, à resistência a cargas laterais e à capacidade de redistribuiçãodas tensões desenvolvidas nas paredes. Dessa forma, não se recomenda em nenhumacircunstância a adoção de “juntas secas” nas alvenarias estruturais.

13 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. 3URMHWR� GH� (VWUXWXUDV� GH� &RQFUHWR. Projeto de

revisão da NBR 6.118. Rio de Janeiro, outubro / 1999.

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Nos encontros entre paredes (“L”, “T” ou cruz) é sempre desejável as juntas emamarração; recomenda-se o emprego de blocos especiais, com comprimentos ou formasadaptados para essas ligações, conforme Figura 1 anterior.

Quando optar-se por encontros entre paredes com juntas aprumadas, uma série de cuidadosdeverá ser prevista: maior rigidez dos apoios, disposição de ferros ou telas metálicas nasjuntas de assentamento, embutimento de tela no revestimento, cuidados redobrados nacompactação da argamassa das juntas horizontais e verticais.

No caso de apoios com pequena deformabilidade, nos encontros entre paredes internas(relativamente protegidas das oscilações de temperatura) a inserção de ganchos ou ferrosnas juntas de assentamento, e/ou o embutimento de tela de estuque na argamassa derevestimento podem evitar os destacamentos. Nos encontros entre paredes externas comjuntas a prumo, em função da intensa solicitação térmica, recomenda-se a inserção dosferros de amarração (assegurando a ancoragem mecânica entre paredes) e o tratamento dajunta com selante flexível, garantindo acabamento e estanqueidade (Figura 6).

Figura 6: Juntas a prumo: ligações com ferros embutidos nas juntas de assentamento erejuntamento externo com selante flexível.

H��-XQWDV�GH�FRQWUROH

A fim de evitar-se a ocorrência de fissuras e destacamentos provocados pormovimentações higrotérmicas dos materiais, de acordo com trabalho anterior deste autor(1995) recomenda-se a inserção de juntas de controle sempre que houver mudanças nadireção ou na espessura das alvenarias, ou sempre que as paredes forem muito longas;neste caso, sugere-se que não sejam ultrapassados os distanciamentos entre juntasindicados na Tabela 4 a seguir.

É também recomendável a introdução de juntas de controle nas paredes muitoenfraquecidas pela presença de vãos de portas ou janelas. Para obter-se ancoragemmecânica entre os trechos de parede contíguos podem ser empregados ganchos de ferro φ5mm a cada 40 ou 50cm, conforme Figura 7. O preenchimento da junta deve ser realizado

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12

com material deformável (poliestireno ou poliuretano expandido, cortiça) e seuacabamento pode ser realizado com selante ou mata-junta.

7DEHOD����(VSDoDPHQWRV�Pi[LPRV�SDUD�MXQWDV�GH�FRQWUROH�HP�DOYHQDULDV

Comprimento máximo da parede ou distância máxima (D) entreJuntas de controle (em metros)

Paredes internas Paredes externas

sem aberturas com aberturas sem aberturas Com aberturas

Blocos ou tijolosassentados comargamassa mista;

paredes revestidas/ impermeabilizadas

b � 14 b < 14 b � 14 b < 14 b � 14 b < 14 B � 14 b < 14

barro cozido 15 12 12 10 11 9 9 8

cerâmica 12 10 10 8 9 8 8 7

concreto, sílica-cal 10 8 9 7 8 7 7 6

concreto celular 9 7 8 6 7 6 6 5

solo-cimento 7 6 6 5 5 4 4 4

Obs: • b = largura do bloco em cm

• se as paredes forem dotadas de telas ou armaduras contínuas, em todas as juntas deassentamento, as distâncias acima poderão ser acrescidas em 50%

• existindo junta na estrutura, deverá haver junta correspondente na parede

• nos casos gerais, recomenda-se que a distância máxima entre elementos contraventantesao longo da parede (pilaretes, paredes perpendiculares etc) não ultrapasse 0,9 D0,75

(paredes internas) ou 0,8 D0,75 (paredes externas)

Figura 7: Execução de junta de controle em alvenaria

I��/DMHV�GH�FREHUWXUD

As alvenarias do último pavimento são em geral muito solicitadas pelas movimentaçõestérmicas das lajes de cobertura; neste aspecto, cuidados como sombreamento, ventilaçãodos áticos e isolação térmica da laje de cobertura poderão minimizar a ocorrência deproblemas. Soluções mais eficazes exigem a inserção de juntas de dilatação na laje oumesmo a adoção de apoios deslizantes (neoprene, teflon, manta asfáltica, camada dupla de

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manta de PVC) entre laje de cobertura e alvenaria, conforme Figura 8. Pode-se tambémrecorrer ao seccionamento das paredes do último pavimento, mediante introdução dejuntas ou adoção de portas com bandeiras (parede naturalmente seccionada pelo vão).

Para evitar grandes solicitações às paredes em função da retração do concreto da laje decobertura, caso não sejam previstas juntas de dilatação definitivas poderá ser adotada juntade retração provisória, também representada na Figura 8. Nesta circunstância, de sete a dezdias após a concretagem da laje seria complementado o lançamento de concreto no espaçooriginalmente reservado para a junta provisória.

Figura 8: Apoio deslizante e junta de retração provisória em laje de cobertura.

J��(PEXWLPHQWR�GH�LQVWDODo}HV

Os projetos das instalações devem preceder o projeto executivo da alvenaria. A paginaçãodas paredes deverá indicar o posicionamento de tubos e eletrodutos, caixas de luz outelefone, pontos de tomada etc. De preferência, as caixas de pequenas dimensões devemser previamente embutidas e chumbadas nos blocos, o que deverá estar previsto noprojeto.

Prumadas de água e esgoto devem obrigatoriamente estar alojadas em shafts, evitando oenfraquecimento das paredes resistentes. Ramais de distribuição de água ou coleta deesgoto de banheiros, cozinhas etc devem ser embutidos em “paredes hidráulicas”, semfunção estrutural. Espaços no dorso de batentes de portas podem prestar-se para oalojamento de fios elétricos e instalação de tomadas e interruptores.

K��)L[DomR�GH�FDL[LOKRV

A paginação das paredes deve indicar com precisão posicionamentos e dimensões dosvãos (e não dos caixilhos) a serem inseridos na alvenaria. Com base nessas dimensões,devem ser previstos gabaritos metálicos indeformáveis para garantia das dimensõeslineares e dos ângulos. No caso do emprego de contra-marcos, estes devem ser fixadosdurante a própria elevação da parede, dispensando-se obviamente os gabaritos.

O projeto da alvenaria estrutural deverá ser acompanhado por memória de cálculo e

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memorial descritivo da construção; devem ser apresentados todos os detalhes gráficosnecessários, tais como:

- planta da 1a e 2a fiadas, paginação das paredes / coordenação dimensional;

- posição de vergas, cintas, grauteamentos e outros dispositivos estruturais;

- posições de portas, janelas e equipamentos, insertos para fixação de contra-marcos etc

- eixos de eletrodutos, posições de caixas de luz, tomadas etc

- detalhes construtivos gerais (detalhes arquitetônicos das fachadas; cintas, vergas econtra-vergas; encontros entre paredes; ferros de arranque; juntas de controle, juntasdeslizantes, tratamento de juntas com selantes flexíveis e outros).

Deve também especificar detalhadamente todos os materiais a serem empregados: meio-blocos, canaletas, blocos “J”, ganchos de ligação, selantes, apoios, materiais isolantestérmicos, concreto, argamassas e grautes. O memorial descritivo da construção devecompreender todo o processo de execução das paredes, relativamente à marcação doscantos, escoramento provisório de paredes (ação do vento durante a construção), prazopara início da construção das paredes sobre os elementos da fundação e outros.

O projeto estrutural deve basear-se na correta avaliação da resistência à compressão dasparedes, a partir da realização de ensaios de prismas; deve ainda compreender a corretaespecificação dos blocos, a adequada seleção do fornecedor e o eficiente controle daresistência característica dos blocos (fbk). O dimensionamento das fundações, vigas detransição, lajes, cintas e outros elementos em concreto armado deve ser compatível com ofuncionamento da alvenaria, em termos de resistência e deslocamentos admissíveis.Kurdjian14 analisa de forma sistematizada as interações entre as fundações e as paredesestruturais, influências das aberturas nas paredes, formas de contraventamento e demaisdetalhes necessários à boa qualidade do projeto estrutural. Gomes15 faz diversasconsiderações sobre esbeltez de paredes e pilares em alvenaria, rigidez relativa dasparedes, inserção de armaduras e outros detalhes.

Os traços de grautes e argamassas de assentamento devem ser estabelecidos a partir dasnecessidades da estrutura em questão e de ensaios de prismas ocos e cheios. Quanto àresistência à compressão da argamassa, especifica-se em geral fc,argamassa = 0,7 fbk; narealidade, o traço da argamassa deverá ser estabelecido em função das diferentesexigências de aderência, impermeabilidade da junta, poder de retenção de água,plasticidade requerida para o assentamento, módulo de deformação da argamassa e outros.

Relativamente ao assentamento, recomendam-se as argamassas mistas, compostas porcimento e cal hidratada. O cimento exercerá papel importante na aderência entreargamassa e componente de alvenaria, na resistência mecânica da parede e naestanqueidade à água das juntas. A cal, em função de seu poder de retenção de água,implicará em menor módulo de deformação das paredes, com maior potencial de

14 KURDJIAN, J. K. Cálculo Estrutural de Alvenarias. ,Q� �0DQXDO�7pFQLFR�GH�$OYHQDULDV, pp 177-210.

Projeto Editores Associados, São Paulo, 1990.15 GOMES, N. S. Normalização Técnica de Alvenarias. ,Q��0DQXDO�7pFQLFR�GH�$OYHQDULDV, pp 211-246.

Projeto Editores Associados, São Paulo, 1990.

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15

acomodar movimentações resultantes de recalques, variações higrotérmicas etc. Tango16

analisa em profundidade a influência da qualidade dos materiais (granulometria das areias,pureza da cal etc), propondo ainda formas corretas de dosagem de grautes e argamassas deassentamento.

Sempre considerando argamassas mistas, a ASTM17 recomenda os traços indicativosapresentados na Tabela 5; obviamente que os traços deverão ser ajustados em função dascaracterísticas dos materiais disponíveis. A norma recomenda ainda que a aplicação dasargamassas com maior resistência (tipos M ou S) seja reservada para situações especiais,como arrimos, embasamentos em contato com o solo etc.

7DEHOD���±�7UDoRV�LQGLFDWLYRV�SDUD�DUJDPDVVDV�GH�DVVHQWDPHQWR��$670�

Tipo de Traço em volume Resistência médiaArgamassa cimento cal hidratada* areia aos 28dias (MPa)

M 1 0,25 2,8 a 3,8 17,2

S 1 0,25 a 0,5 2,8 a 4,5 12,4

N 1 0,5 a 1,25 3,4 a 6,8 5,2

O 1 1,25 a 2,5 5,0 a 10,5 2,4

K 1 2,5 a 4,0 7,9 a 15,0 0,5

(*) cal hidratada em pó ou pasta de cal virgem

Existe hoje no mercado a disponibilidade de argamassas de assentamento industrializadasou pré-dosadas, fornecidas a granel, para as quais são válidas todas as indicaçõesanteriores. Algumas argamassas são dosadas sem a introdução de cal hidratada,compensando-se essa ausência com a introdução de aditivos plastificante, incorporadoresde ar e retentores de água. O resultado final, em temos de aderência, módulo dedeformação e outros requisitos, deve ser o mesmo.

Optando-se por assentamento com bisnaga (tipo bisnaga de confeiteiro, ou “biscoiteira”conforme designação em algumas regiões do país), a argamassa de assentamento deveráser constituída por areia um pouco mais fina, com enriquecimento do traço.

��48$/,'$'(�1$�(;(&8d­2�'(��$/9(1$5,$6�(6758785$,6

A execução das alvenarias deverá seguir fielmente as indicações do projeto, referentes amateriais, detalhes construtivos (juntas, cintas etc) e processo executivo (forma deassentamento, ferramentas, escoramentos provisórios e outros). Sabbatini18 sugere diversas 16 TANGO; C. E. S. Materiais: Tecnologia e Controle. ,Q� �0DQXDO�7pFQLFR�GH�$OYHQDULDV, pp 143-176.

Projeto Editores Associados, São Paulo, 1990.17 AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. 6WDQGDUG�6SHFLILFDWLRQ�IRU�0RUWDU�IRU

8QLW�0DVRQU\. ASTM C 270-86b. In Annual Book of ASTM Standards. Philadelphia, 1987.18 SABBATINI, F. H. 2�3URFHVVR�&RQVWUXWLYR�GH�(GLItFLRV�GH�$OYHQDULD�(VWUXWXUDO�6tOLFR�&DOFiULD. 298

pág. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (dissertação de mestrado). São Paulo, 1984.

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medidas referentes à execução racionalizada das alvenarias não armadas.A execução das alvenarias deve basear-se em procedimento técnico estabelecendo a formade locação das paredes (ângulos, modulação dos blocos), os detalhes de amarrações entreparedes, a forma de elevação dos cantos e marcação das fiadas, a disposição das armadurashorizontais e verticais (emendas), a forma de assentamento de marcos e contramarcos etc.

De forma geral, os controles da execução das alvenarias estruturais devem compreender aqualidade dos componentes de alvenaria (integridade, regularidade dimensional eresistência mecânica), controles geométricos (posicionamento de vãos, verticalidade dasombreiras, prumo e planeza das paredes, nível, espessura e preenchimento das juntas),bitola e disposição de armaduras verticais e horizontais, compacidade dos grauteamentos epreenchimentos de cintas, vergas e contra-vergas, posicionamento de eletrodutos e caixasde luz, etc. Na Tabela 6 a seguir apresenta-se modelo de lista de verificação.

Só devem ser empregados blocos convenientemente curados, onde a retração inicial desecagem já se desenvolveu completamente. A fim de evitar-se retração higroscópica dosblocos nas paredes acabadas, proveniente da sua saturação por incidência de chuvas,recomenda-se a proteção dos estoques nos pátios das fábricas e nos canteiros de obra.

Especial atenção deverá ser dada ao controle do prumo das paredes, espessura enivelamento das fiadas. Independentemente do processo, a argamassa de assentamentosempre deverá ser aplicada em excesso; o bloco será conduzido à sua posição definitivamediante forte pressão para baixo e para o lado (Figura 8), atingindo-se a espessuradesejada das juntas e fazendo refluir a argamassa em excesso.

Figura 8: Encabeçamento dos blocos, pressão no assentamento, controle do nível dasfiadas e do prumo das paredes.

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7DEHOD����0RGHOR�GH�ILFKD�SDUD�FRQWUROH�GD�H[HFXomR�GH�DOYHQDULD�HVWUXWXUDO�

)LFKD�(����±�([HFXomR�GH�$/9(1$5,$�(6758785$/&216758725$6,/9$ Versão: Data: Aprovação:

OBRA:_________________________________________________________________________

PAVIMENTO:__________________ LOCAL: _________________________________________

EQUIPE:________________________ Encarregado:__________________________________

N° da inspeção / Atendimento

1 2 3 4ControlesCondição/exigência

S N S N S N S N

1. locação das paredes desvio ≤ 1cm

2. ângulos entre paredes* desvio ≤ 0,2°

3. modulação dos blocos cf. projeto G4. posicionamento de vãos desvio ≤ 1cm

5. prumo da parede desv. ≤ 1mm

6. nível das juntas desv. ≤ 2mm

7. preenchimento das juntas compacto

8. armaduras verticais cf. projeto

9. armaduras horizontais cf. projeto

10. preenchimento do graute compacto

11. preenchimento das cintas compacto S

esse

ncia

is

12. preenchimento contra-vergas compacto

a) amarrações entre paredes cf. projeto

b) planeza da face das paredes desv. ≤ 3mm

c) espessura das juntas 1 < e ≤ 1,5cm

d) verticalidade das ombreiras desv. ≤ 1mm

e) passagem de eletrodutos cf. projeto Cf) posicionamento caixas de luz desv. ≤ 5mm

g) assentamento blocos “J” nível/alinh 2mm

h) traço da argamassa cf. projeto S

impo

rtan

tes

i) traço do graute cf. projeto

data

inspetor

(*) desvio do esquadro: entre a extremida-de do lado do esquadro com 30cm e a faceda parede não deverá resultar folga maiorque 1mm (verificada com pente de folga) visto

OBSERVAÇÕES:a) a inspeção dos serviços deve ser realizada com base no respectivo Procedimento; as não

conformidades devem ser detalhadas no campo apropriado, no verso desta Lista de Verificação.b) as falhas devem ser classificadas em críticas (C), graves (G) ou secundárias (S), conforme

definido no respectivo Procedimento.c) na constatação de qualquer falha crítica, comunicar imediatamente o engenheiro residente.

��48$/,'$'(�12�352-(72�'$6�$/9(1$5,$6�'(�9('$d­2

Page 21: Alvenaria Estrutural - Recomendações e Traços

18

A qualidade final de uma alvenaria de vedação estará intimamente associada à qualidadeda estrutura, seja em termos de regularidade geométrica (vãos, ângulos, prumo, nível), sejaem termos de comportamento mecânico. Apoiadas sobre vigas, lajes ou outroscomponentes estruturais, interligadas com pilares ou paredes estruturais, as alvenarias devedação não se destinam a suportar carregamentos, embora lhes seja cada vez maiscomum a transmissão de tensões oriundas de deformações impostas (flechas, recalques defundação, movimentações térmicas).

Face à irreversível tendência da flexibilização das estruturas dos edifícios, evidenciadaacima de tudo nas estruturas pilar-laje, resta compatibilizar as deformações impostas comos materiais / sistemas construtivos das paredes, procurando-se evitar, desde a fase doprojeto, as fissuras, os destacamentos e outras anomalias. Em outras palavras, deve-seprever uma série de dispositivos (juntas, encunhamentos e outros) que possibilitem otrabalho harmônico e solidário entre estruturas mais flexíveis e paredes menos flexíveis.

As disposições gerais previstas no item anterior (arquitetura das fachadas, juntas decontrole, fixação de caixilhos e outros), também se aplicam às alvenarias de vedação.Detalhes específicos devem contudo ser considerados, conforme alíneas seguintes:

D��'LVSRVLomR�GDV�SDUHGHV�HP�UHODomR�DRV�SLODUHV

As paredes de vedação poderão ser projetadas de forma a concorrerem de diferentesmaneiras com os pilares: eixos coincidentes com os eixos dos pilares, alinhadas por umadas faces dos pilares, passando fora dos pilares.

De acordo com o IPT19, no estudo da disposição das paredes devem ser considerados:

- paredes passando fora dos pilares (pilares reentrantes em relação à fachada) evitamproblemas de destacamentos entre as alvenarias e os pilares; em contrapartida, asflechas desenvolvidas nas extremidades dos balanços poderão afetar as paredes;algumas alvenarias resultarão muito extensas, exigindo a inserção de juntas de controle;

- em função da disposição das paredes em relação aos pilares, ocorrerá maior ou menorincidência de recortes nos pisos e nos forros.

E��/LJDo}HV�FRP�SLODUHV

Nas ligações das alvenarias com a estrutura devem ser consideradas as diferentespropriedades térmicas entre o concreto estrutural e o material dos blocos, os gradientestérmicos nas fachadas, as dimensões dos panos e a flexibilidade da estrutura; paraestruturas muito flexíveis, deve-se observar os detalhes indicados na alínea “g” seguinte.

Como regra geral, as ligações com os pilares poderão ser executadas com ferros de espera 19 INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS – IPT. 3DUHGHV�GH�9HGDomR�HP�%ORFRV�&HUkPLFRV��

0DQXDO�GH�([HFXomR. Publicação IPT 1767. São Paulo, 1988.

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19

introduzidos na armadura do pilar (ferros dobrados, faceando a fôrma internamente), oucom “ferros cabelo” posteriormente colados em furos executados com brocas de vídea φ8mm (colagem com resina epoxy); recomenda-se adotar dois ferros φ 6mm a cada 40 ou50cm, com transpasse em torno de 50cm. Canaletas assentadas na posição dos “ferroscabelo” (Figura 9), posteriormente preenchidas com micro-concreto, produzem ligaçõesfortes e absorvem diferenças no posicionamento dos ferros em relação às fiadas. A ligaçãopoderá ainda ser reforçada com a inserção de tela metálica na argamassa de revestimento.

Figura 9: Ligações entre alvenarias e pilares com auxílio de blocos tipo canaleta e telametálica galvanizada.

As faces internas dos pilares devem receber chapisco 1:3 ou argamassa colante, aplicadacom desempenadeira denteada. No assentamento, os blocos deverão ser fortementepressionados contra o pilar, resultando refluxo de argamassa e total compacidade da junta.

F��(QFXQKDPHQWRV

Nos encunhamentos com lajes ou vigas superiores, após aplicação de chapisco ouargamassa colante no componente estrutural, recomenda-se o assentamento inclinado detijolos de barro cozido, empregando-se argamassa relativamente fraca (“massa podre”).Cria-se assim uma espécie de “colchão deformável”, amortecedor das deformaçõesestruturais que seriam transmitidas à parede.

Nos projetos modulados, onde a última fiada de blocos praticamente faceia o componenteestrutural, deve-se com muito mais razão empregar argamassa fraca em cimento. Nessasituação, tratando-se de blocos vazados, a última fiada pode ser composta por canaletas oumeio-blocos assentados com furos na horizontal (Figura 10), facilitando-se sobremaneira aexecução do encunhamento. No caso de estruturas muito deformáveis, paredes muitoextensas e/ou muito enfraquecidas pela presença de aberturas, recomenda-se a adoção deligações flexíveis, conforme alínea “g” seguinte.

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Figura 10: Encunhamento de parede com o emprego de tijolos de barro cozido, meioblocos ou blocos tipo canaleta.

Para que não ocorra transmissão de carregamentos entre os sucessivos pavimentos,recomenda-se o máximo retardamento entre a elevação das alvenarias e o encunhamentodas paredes. Transcorrido certo prazo após a elevação, pode-se adotar o encunhamento empavimentos alternados; nessa hipótese, para abrir frentes para trabalhos internos(revestimentos etc), encunham-se dois pavimentos e pula-se o próximo, e assimsucessivamente.

G��/LJDo}HV�FRP�HVWUXWXUD�PHWiOLFD

Em função das acentuadas diferenças entre as propriedades físicas dos aços e dos materiaisconstituintes das alvenarias (módulo de deformação, coeficiente de dilatação térmica),particularmente nas paredes de fachada recomenda-se sempre a introdução de juntaselásticas nos encontros com componentes verticais ou horizontais da estrutura, conformealínea “g” seguinte.

As ancoragens poderão ser executadas com insertos de aço soldados na estrutura echumbados na parede, seguindo-se os mesmos preceitos estabelecidos nas alíneasanteriores (bitolas, espaçamentos, transpasses, emprego de meio-blocos, canaletas, telas dereforço no revestimento). A fim de minimizar-se o risco de fissuras, advindas demovimentações higrotérmicas diferenciadas entre aço e alvenaria, todos os espaçamentosentre juntas de controle indicados na Tabela 4 anterior deverão ser reduzidos em 1m.

H��9HUJDV���FRQWUD��YHUJDV�H�FLQWDV�GH�DPDUUDomR

Com a finalidade de absorver tensões que se concentram nos contornos dos vãos, oriundasde deformações impostas, devem ser previstas vergas e contra-vergas com transpassemínimo de 40cm para cada lado do vão. No caso de vãos sucessivos, as vergas e contra-vergas devem ser contínuas; em casos especiais (janelas ou portas de grandes dimensões,paredes muito altas), vergas e contra-vergas devem ser dimensionadas como vigas.

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No caso de paredes com altura superior a 3m, devem ser previstas cintas de amarraçãointermediárias, dimensionadas sobretudo para absorver a ação de cargas laterais. Acimados 5m de altura, as paredes devem ser dimensionadas como alvenarias estruturais.

Vergas, contra-vergas e cintas de amarração devem ser convenientemente armadas,recomendando-se pelo menos 2 φ 6mm; podem ser construídas com concreto normal, oumicro-concreto, no caso do preenchimento de canaletas. A prática de adotar-se coxinslaterais de distribuição (Figura 11), ao invés de contra-vergas contínuas, deve ser evitada:tais elementos não têm poder de redistribuir tensões provocadas por movimentaçõestérmicas ou distorções dos panos no plano das paredes.

Figura 11: Vergas, contra-vergas e coxins de distribuição no contorno de vãos de janelas

I��$OYHQDULDV�GR�~OWLPR�SDYLPHQWR

Em função das movimentações térmicas da laje de cobertura, no último pavimento devemser redobrados os cuidados referentes às alvenarias de vedação, projetando-seencunhamentos deformáveis (alínea “g” seguinte), reforços mais cuidadosos nos vérticesdas aberturas etc.

Em outro trabalho desenvolvido por este autor20 são sugeridos diversos detalhes paraprevenir as patologias das alvenarias do último pavimento, medidas que poderão seradotados isoladamente ou de forma associada, em função da intensidade dasmovimentações. Alguns dos recursos, representados na Figura 12, são: a) sombreamentoda laje; b) ventilação do ático; c) pintura da face superior das telhas com tinta branca oureflexiva; d) isolação térmica da laje de cobertura; e) inserção de juntas de dilatação na laje(solução mais eficiente); f) dimensionamento de cintamentos em concreto armado(antieconômicos); g) adoção de armaduras nas juntas de assentamento das últimas fiadas;h) adoção de reforços mais eficientes nos vértices dos vãos de janelas; i) emprego derejuntamento flexível entre alvenaria e estrutura; j) inserção de juntas de controle nasparedes do último pavimento (portas com bandeira); k) inserção de tela metálica norevestimento, no encontro alvenaria / estrutura; l) adoção de apoios deslizantes entre laje decobertura e vigamento.

20 THOMAZ, E. )LVVXUDV�HP�$OYHQDULDV���&DXVDV��3UHYHQomR�H�5HFXSHUDomR. In: Seminario Patologia y

Gestión de Calidad en la Construcción. Montevideo, 1998.

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Figura 12: Último pavimento: detalhes construtivos para evitar ocorrências de fissuras edestacamentos nas paredes.

I��(VWUXWXUDV�IOH[tYHLV

Sempre que as estruturas forem intencionalmente flexíveis, detalhes construtivosapropriados deverão ser adotados nos encontros das alvenarias com as vigas ou lajes,conforme Figura 13. A ancoragem superior das paredes, nesse caso, pode ser feita cominsertos de aço (ferro φ 6mm, espaçamento médio em torno de 2m), fixados nas vigas oulajes mediante furação (broca φ 8mm, profundidade do furo 5 a 6cm), limpeza e colagemcom resina epoxy. O acabamento da junta pode ser executado com selante flexível,podendo-se pelo emprego de cordão de gesso (“roda-teto”).

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Figura 13: Detalhes de ligação das alvenarias com viga ou laje muito deformável.

Também nos encontros com pilares deverão ser adotadas juntas flexíveis, tanto paralimitar a introdução de tensões na alvenaria pelas deformações da estrutura, como paraevitar destacamentos em função de movimentações higrotérmicas do material. Aancoragem das paredes deve ser executada com “ferros cabelo”, procedendo-se oacabamento com selante flexível; a Figura 14 ilustra algumas soluções construtivas paraessas juntas.

Figura 14: Ligações entre alvenarias e pilares, recomendadas para estruturas flexíveis.

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K��-XQWDV�GH�DVVHQWDPHQWR���DUJDPDVVDV�GH�DVVHQWDPHQWR

Conforme comentário anterior, a ausência de argamassa nas juntas verticais (“juntassecas”) repercute em maiores ou menores prejuízos ao desempenho das paredes; nasalvenarias de vedação, há potencial risco de fissuras na argamassa de revestimento, nasposições das “juntas secas”, tanto em função de eventuais deformações impostas como emdecorrência da própria retração da argamassa de revestimento. Essa técnica deassentamento poderá entretanto ser adotada em situações específicas (paredes internas,panos com pequenas dimensões), podendo-se também recorrer a dispositivos quecontrabalancem parcialmente as perdas apontadas (introdução de tela metálica naargamassa de revestimento, introdução de barras ou treliças de arame nas juntas deassentamento etc).

Na preparação de chapiscos recomenda-se evitar utilização de cimentos de alto forno (CPIII) ou pozolânico (CP IV); pelo fato do chapisco ser aplicado em fina camada, ocorrerápida evaporação da água de amassamento, não havendo tempo para as reações dehidratação da escória e da pozolana. Na aplicação de chapisco com rolo (normalmentetraço 1:2, substituição de 20 a 30% da água de amassamento por resina vinílica ouacrílica), ou mesmo em qualquer circunstância que se adicione as mencionadas resinas aochapisco, recomenda-se que a aplicação preceda imediatamente a elevação da alvenaria;caso contrário, poderá ocorrer polimerização superficial da resina (“peeling”),prejudicando a aderência entre chapisco e argamassa de assentamento (juntas em contatocom pilares e vigas ou lajes).

Relativamente à cal hidratada, faz-se um alerta para a presença no mercado brasileiro deprodutos mais baratos, pretensamente “substitutos da cal”, constituídos na realidade poruma mistura de cal e filito argiloso; tais produtos, que conferem grande plasticidade àsargamassas recém preparadas (argila é material muito plástico), trazem grandes prejuízosàs argamassas, como redução da aderência, considerável aumento da retração de secagem,perda do poder de deformação etc.

As areias devem ser lavadas e bem granuladas, recomendando-se areias grossas parachapisco e micro-concreto (módulo de finura em torno de 4) e areias médias paraassentamento (módulo de finura em torno de 3); para confecção de micro-concreto deve-se utilizar pedrisco (dimensão máxima característica = 9,5mm). Areias com porcentagensconsideráveis de material silto-argiloso (conhecidas no Brasil com diversos nomes:“saibro”, “caulim”, “arenoso”, “areia de estrada”, “areia de barranco” etc) poderão serutilizadas nas argamassas de assentamento, somente em paredes que serão revestidas eimpermeabilizadas. Assim mesmo, recomenda-se que esse material seja utilizado apenasna elevação de paredes internas, evitando-se seu emprego em encunhamentos e ligaçõescom pilares.

Os traços adequados de chapiscos, concretos e argamassas só podem ser estabelecidos apartir das características dos materiais a serem empregados em cada obra, incluindo-se aíos próprios blocos (com diferentes rugosidades, absorção de água etc), e dos processosexecutivos a serem adotados (assentamento com colher de pedreiro ou com bisnaga,chapisco aplicado com colher, rolo ou equipamento de projeção). Para os processostradicionais de construção, considerando-se as granulometrias das areias acima indicadas,

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recomendam-se os seguintes traços indicativos:7DEHOD����7UDoRV�LQGLFDWLYRV�GH�DUJDPDVVDV�SDUD�H[HFXomR�GH�DOYHQDULDV�GH�YHGDomR

Composição em volume - materiais na umidade naturalNatureza/destinação domaterial cimento cal hidrat. “saibro” areia pedrisco

Chapisco 1 - - 3 -

Argamassaassentamento*

1 2 - 9 a 12 -

Argamassa assentamento 1 - 2 4 a 6 -

Argamassa encunhamento 1 3 - 12 a 15 -

Micro-concreto 1 0,1 - 2,5 2

(*) para alvenarias aparentes, esse traço deverá ser alterado para 1:1:(6 a 8)

O traço da argamassa deverá ser estabelecido em função das diferentes exigências deaderência, impermeabilidade da junta, poder de retenção de água, plasticidade requeridapara o assentamento e módulo de deformação (propriedade mais importante ainda nasalvenarias de vedação, frente ao risco de sobrecarga pelas deformações impostas). Paraargamassas de assentamento pré-dosadas são válidas as mesmas exigências.

O projeto das alvenarias de vedação deverá ser compatível com os projetos de fundações eestruturas (previsão dos recalques diferenciados e dos deslocamentos de vigas e lajes,rigidez e prazos de retirada de cimbramentos e escoramentos residuais, plano / sequênciade elevação das alvenarias); sempre que necessário, deverão ser previstas ligaçõesflexíveis ou outros detalhes construtivos que assegurem comportamento harmônico entreas partes. No recebimento do projeto das alvenarias de vedação (modelo de lista deverificação na Tabela 8 a seguir) mencionada compatibilidade deverá ser examinada.

Em linhas gerais, o projeto deverá apresentar especificação de todos os materiais deconstrução necessários (incluindo traços indicativos das argamassas de assentamento eencunhamento), memorial descritivo da construção (forma de locação das paredes,execução dos cantos, escoramentos provisórios frente à ação do vento, prazos entreexecução da estrutura / elevação das paredes / encunhamentos, forma de fixação de marcose contramarcos) e todos os elementos gráficos necessários, ou seja:

- planta da 1a e 2a fiadas, coordenação dimensional com a estrutura; coordenaçãodimensional com caixilhos, caixas de ar condicionado e outros;

- coordenação / estudos das interferências com os projetos de estruturas, instalações,impermeabilização e outros;

- posições relativas de todas as paredes, espessuras, ângulos etc

- eventual necessidade de cintas ou pilaretes de reforço (paredes altas e/ou longas);

- paginação das paredes, indicando forma e espessura das juntas de assentamento,posições e dimensões dos vãos, instalações, juntas de controle;

- detalhes construtivos em geral (detalhes arquitetônicos das fachadas, ligações com

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pilares, encontros entre paredes, encunhamentos, vergas, contra-vergas, cintas deamarração, presença de peitoris, fixação de caixilhos, embutimento de tubulações).

7DEHOD����0RGHOR�GH�ILFKD�SDUD�FRQWUROH�GR�SURMHWR�GH�DOYHQDULD�GH�YHGDomR

)LFKD�3����±�5HFHELPHQWR�GR�SURMHWR�GH�DOYHQDULD�GH�YHGDomR&216758725$6,/9$ Versão: Data: Aprovação:

OBRA:________________________________

LOCAL:_______________________________

DEPENDÊNCIA:________________________

PROJETISTA: ___________________________

N° DO PROJETO:________________________

Pranchas N°: ____________________________

$WHQGLPHQWR$��$QiOLVH�IRUPDO�GR�SURMHWR SIM 1­2

2EVHUYDo}HV

�. Foram apresentadas todas as pranchas necessárias,paginação das paredes, cortes e detalhes construtivos?

�. Foram apresentados memoriais, especificações e quanti-ficação de todos materiais e equipamentos necessários?

�. São adequadas as escalas dos desenhos? Todas as posiçõese cotas dos caixilhos foram representadas?

�. A referência de nível e as cotas correspondem àquelas dosdemais projetos?

�. Correta numeração, carimbos, assinaturas nas pranchas?

$WHQGLPHQWR%��$QiOLVH�WpFQLFD�GR�SURMHWR SIM 1­2

2EVHUYDo}HV

�. Detalhes arquitetônicos das fachadas são satisfatórios?

�. Correta locação de paredes em relação a pilares e vigas ?

�. Projeto compatível c/ recalques previstos das fundações?

�. Projeto compatível com flechas previstas de vigas e lajes?

�. Coordenação dimensional com vãos estruturais, caixilhos,equipamentos, pisos e forros é satisfatória?

�. Detalhes de amarração entre as paredes estão corretos?

�. Seção, transpasse e armação de vergas, contra-vergas ecintas foram corretamente projetados?

�. Detalhes de ligação com pilares estão corretos?

�. Encunhamentos foram corretamente especificados?

��. Juntas de controle foram corretamente especificadas?

��. Detalhes do último pav. (isolação, juntas) são corretos?

����Previsto embutimento de impermeab. nos pés das paredes?

����Posição de dutos e pontos compatível com proj. hidráulica?

����Posição de dutos e pontos compatível com proj. de elétrica?

����Posição de dutos e pontos compatível com projeto de gás?

��� Detalhes de fixação de caixilhos estão corretos?

����Detalhes de fixação de rodapés estão corretos?

����Argamassa�de assentamento foi corretamente especificada?

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Data e local:

_____________________________________________________________________________________

assinatura do responsável pelo recebimento visto do coordenador de projetos

��48$/,'$'(�1$�(;(&8d­2�'$6�$/9(1$5,$6�'(�9('$d­2

A execução das alvenarias deverá seguir fielmente as indicações do projeto, referentes amateriais, detalhes construtivos (juntas, cintas e outros) e processo executivo (forma deassentamento, ferramentas, escoramentos provisórios etc). Em outra publicação deste autor(1995) são estabelecidas diversas recomendações para a execução; na Tabela 9 a seguirpropõe-se modelo de lista de verificação para o controle da execução das alvenarias.

Em linhas gerais, devem ser observados os seguintes cuidados:

a) locação das paredes: prévia conferência das posições dos componentes da estrutura,locação pelos eixos ou faces dos pilares e vigas, de acordo com o projeto;

b) nível da primeira fiada: demarcação vertical das fiadas (“escantilhão”), obedecendomodulação adotada no projeto e mantendo folga para o encunhamento; acerto da cotacom argamassa ou micro-concreto (espessura > 3cm);

c) locação da cota e posição de vãos de caixilhos, vergas e contra-vergas, tubulaçõeshorizontais etc;

d) ferros-cabelo, insertos e chapisco: locar nos pilares as posições dos ferros-cabelo e, nasvigas ou lajes, as posições dos insertos eventualmente previstos no projeto;

e) fixação dos ferros-cabelo, atentando-se para a profundidade e limpeza do furo (arcomprimido) antes da aplicação da resina epoxy;

f) aplicação do chapisco nas faces de pilares, vigas ou lajes: deve-se previamente limpara superfície, removendo totalmente resto de desmoldantes eventualmente empregados(remoção por lixamento, apicoamento, hidrojateamento, etc); após umedecimento doconcreto, o chapisco poderá ser aplicado com colher de pedreiro, rolo de lã ouequipamento de projeção a ar comprimido;

g) após locação das paredes e das fiadas, fixação de insertos, cura do chapisco e eventualcorreção do nível da laje, inicia-se o assentamento da primeira fiada, cuja exatidãoinfluenciará toda a qualidade e produtividade do serviço; assentam-se inicialmente osblocos das extremidades de paredes, os blocos dos encontros entre paredes, e os blocosque delimitarão juntas de controle;

h) no caso de blocos vazados, a partir da segunda fiada a argamassa de assentamento deveser aplicada em cordões, posicionados sobre as paredes longitudinais dos blocos;promover elevação das paredes simultaneamente em todos os vãos da estrutura, ou deacordo com indicações do projeto;

i) nos encontros com pilares, mais do que em qualquer outra posição, é vital acompactação e o refluxo da argamassa; sempre que o ferro-cabelo, previsto para serembutido na junta, cair fora da junta de assentamento, recomenda-se assentar canaleta(Figura 9 anterior), ao invés de se dobrar a armadura;

j) durante a elevação da alvenaria, a cada 50 ou 60cm, e obrigatoriamente nas posiçõesdas vergas e contra-vergas, deverá ser verificado o nivelamento e prumo da parede; o

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prumo deverá sempre ser verificado em três ou quatro posições ao longo da parede, eem todas as faces (ombreiras) dos vãos de portas e janelas; nas paredes de fachada, oprumo deverá ser verificado pela face externa da parede;

k) nas posições das janelas e portas, caso as vergas e contra-vergas sejam constituídas porcanaletas, após posicionamento das armaduras e conveniente umedecimento, estasdeverão ser totalmente preenchidas com o micro-concreto especificado;

l) constitui excelente prática o chapiscamento das faces externas das paredes de fachada,executado logo após a elevação da alvenaria, protegendo-a contra a incidência daschuvas e evitando posteriores problemas de fissuras e destacamentos;

m) encunhamentos: os encunhamentos rígidos devem ser executados com o máximoretardo possível após a conclusão das alvenarias em cada pavimento, nunca antes dosdez dias; além da observância desse prazo, é recomendável que o encunhamento dasparedes de um pavimento só sejam executados após instalação de todas as cargasmortas mais importantes do pavimento superior (paredes, regularização de lajes etc);

n) no caso de encunhamento flexível (sem aplicação de chapisco na base da viga ou laje),o material deformável (poliestireno expandido, cortiça) deve ser introduzido na juntasob pressão, devendo para tanto apresentar espessura um pouco maior do que a folga;

o) juntas de controle: inserir nas juntas especificadas os ferros de ligação, controlarregularidade e abertura da junta, introduzir o material de enchimento; acabamento deacordo com o projeto.

Relativamente aos controles durante a execução das alvenarias, pode-se apontar:

- rigidez, posicionamento e prazos de retirada dos cimbramentos e reescoramentos;

- prazo entre concretagem da laje do pavimento e início das alvenarias;

- verificação das posições das paredes, dos eventuais enchimentos nas suas bases eda adequação das folgas para encunhamento;

- verificação do posicionamento das juntas de controle, dos vãos de caixilhos, dasinstalações etc, em estrita obediência ao projeto executivo;

- traços de argamassas, chapiscos e micro-concretos;

- posições e bitolas dos ferros-cabelo e outros insertos;

- amarração, espessura, regularidade, compactação, alinhamento, nível e prumo dasjuntas de assentamento;

- amarração, ângulo e presença de armaduras nos encontros entre paredes;

- prumo das paredes, prumo, nível e ângulos entre os requadros dos vãos;

- posições de vergas, contra-vergas e cintas de amarração;

- armaduras, umedecimento e concretagem de vergas, contra-vergas e cintas deamarração;

- verticalidade dos caixilhos e correta fixação na alvenaria;

- compactação da argamassa ou micro-concreto nos encontros com pilares;

- prazo decorrido entre o término da alvenaria e seu encunhamento;

- compactação do material no encunhamento;

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- largura das juntas de controle, correta inserção do material de enchimento e dosferros de ligação;

- aplicação de selante em juntas de controle, nos encunhamentos e nas juntasaprumadas de paredes externas.

7DEHOD����0RGHOR�GH�ILFKD�SDUD�FRQWUROH�GD�H[HFXomR�GH�DOYHQDULD�GH�YHGDomR

)LFKD�(����±�([HFXomR�GH�DOYHQDULD�GH�YHGDomR&216758725$6,/9$ Versão: Data: Aprovação:

OBRA:_________________________________________________________________________

PAVIMENTO:________________ LOCAL: ________________________________________

EQUIPE:________________________ Encarregado:__________________________________

N° da inspeção / Atendimento

1 2 3 4ControlesCondição/exigência

S N S N S N S N

1. prazo de cura da estrutura cf. projeto

2. locação das paredes desvio ≤ 1cm

3. ângulos entre paredes* desvio ≤ 0,2°

4. modulação dos blocos cf. projeto

5. posicionamento de vãos desvio ≤ 1cm

6. prumo da parede desv. ≤ 1mm

7. nível das juntas desv. ≤ 2mm

8. preenchimento das juntas compacto

9. ligações com pilares cf. projeto

10. encunhamentos (prazo/detalhes) cf. projeto

11. embutimento impermeabilização cf. projeto

12. enchimento cintas / contra-vergas compacto

esse

ncia

is

13. detalhes último pavimento cf. projeto

a) amarrações entre paredes cf. projeto

b) planeza da face das paredes desv. ≤ 3mm

c) espessura das juntas 1 < e ≤ 1,5cm

d) verticalidade das ombreiras desv. ≤ 1mm

e) passagem de eletrodutos cf. projeto

f) posicionamento caixas de luz desv. ≤ 5mm

g) assentamento de peitoris cf. projeto

impo

rtan

tes

h) traço da argamassa cf. projeto

data

inspetor

(*) desvio do esquadro: entre a extremida-de do lado do esquadro com 30cm e a faceda parede não deverá resultar folga maiorque 1mm (verificada com pente de folga) visto

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OBSERVAÇÕES:a) a inspeção dos serviços deve ser realizada com base no respectivo Procedimento; as não

conformidades devem ser detalhadas no campo apropriado, no verso desta Lista de Verificação.b) as falhas devem ser classificadas em críticas (C), graves (G) ou secundárias (S), conforme

definido no respectivo Procedimento.c) na constatação de qualquer falha crítica, comunicar imediatamente o engenheiro residente.

5()(5Ç1&,$6�%,%/,2*5È),&$6

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 10837 / 89 –&iOFXOR�GH�$OYHQDULD�(VWUXWXUDO�GH�%ORFRV�9D]DGRV�GH�&RQFUHWR. Rio de Janeiro,1989.

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BT/PCC/233 Influência do Tipo de Cal Hidratada na Reologia de Pastas. FABIOLA RAGO, MARIAALBA CINCOTTO. 24 p.

BT/PCC/234 A Inserção do Campus da Cidade Universitária “ Armando de Salles Oliveira” na MalhaUrbana da Cidade de São Paulo. VERA ADELINA AMARANTE MACHADO MARQUES,WITOLD ZMITROWICZ. 34 p.

BT/PCC/235 Aspectos de Desempenho da Argamassa dosada em Central. ANTONIO A. A. MARTINSNETO, JOÃO GASPAR DJANIKIAN. 25p.

BT/PCC/236 Contratação de Performance: Modelo Norte-Americano nos Anos 90 na Automação Predial.ENIO AKIRA KATO, RACINE TADEU ARAUJO PRADO. 22p.

BT/PCC/237 Dosagem de Argamassas através de Curvas Granulométricas. ARNALDO MANOELPEREIRA CARNEIRO, MARIA ALBA CINCOTTO. 37p.

BT/PCC/238 Estudo da Difusão do Oxigênio no Concreto. PAULO FANCINETE JÚNIOR, ENIO J. P.FIGUEIREDO. 23p.

BT/PCC/239 Fissuração por Retração em Concretos Reforçados com Fibras de Polipropileno (CRFP).JUSSARA TANESI, ANTONIO DOMINGUES FIGUEIREDO. 24p.

BT/PCC/240 Análise em Project Finance. A escolha da moeda de referência. JOÃO R. LIMA JR 42P.

BT/PCC/241 Tempo em Aberto da Argamassa Colante: Influência dos Aditivos HEC e PVAc. YÊDAVIEIRA PÓVOAS, VANDERLEY MOACYR JOHN. 13p.

BT/PCC/242 Metodologia para Coleta e Análise de Informações sobre Consumo e Perdas de Materiais eComponentes nos Canteiros de Obras de Edifícios. JOSÉ CARLOS PALIARI, UBIRACIESPINELLI LEMES DE SOUZA. 20p.

BT/PCC/243 Rendimentos Obtidos na Locação e Sublocação de Cortiços – Estudo de casos na área centralda cidade de São Paulo. LUIZ TOKUZI KOHARA, ANDREA PICCINI. 14p.

BT/PCC/244 Avaliação do Uso de Válvulas de Admissão de Ar em Substituição ao Sistema de VentilaçãoConvencional em Sistemas Prediais de Esgotos Sanitários. HELCIO MASINI, ORESTESMARRACCINI GONÇALVES. 12p.

BT/PCC/245 Programações por Recursos: O Desenvolvimento de um Método de Nivelamento e Alocaçãocom Números Nebulosos para o Setor da Construção Civil. SÉRGIO ALFREDO ROSA DASILVA, JOÃO DA ROCHA LIMA JR. 26p.

BT/PCC/246 Tecnologia e Projeto de Revestimentos Cerâmicos de Fachadas de Edifícios. JONASSILVESTRE MEDEIROS, FERNANDO HENRIQUE SABBATINI. 28p.

BT/PCC/247 Metodologia para a Implantação de Programa de Uso Racional da Água em Edifícios. LÚCIAHELENA DE OLIVEIRA, ORESTES MARRACCINI GONÇALVES. 14p.

BT/PCC/248 Vedação Vertical Interna de Chapas de Gesso Acartonado: Método Construtivo. ELIANAKIMIE TANIGUTI, MERCIA MARIA BOTTURA DE BARROS. 26p.

BT/PCC/249 Metodologia de Avaliação de Custos de Inovações Tecnológicas na Produção de Habitaçõesde Interesse Social. LUIZ REYNALDO DE AZEVEDO CARDOSO, ALEX KENYAABIKO. 22p

BT/PCC/250 Método para Quantificação de Perdas de Materiais nos Canteiros de Obra em Obras deConstrução de Edifícios: Superestrutura e Alvenaria. ARTEMÁRIA COÊLHO DEANDRADE, UBIRACI ESPINELLI LEMES DE SOUZA. 23p.

BT/PCC/251 Emprego de Dispositivos Automáticos em Aparelhos Sanitários para Uso Racional da Água.CYNTHIA DO CARMO ARANHA FREIRE, RACINE TADEU ARAÚJO PRADO. 14p.

BT/PCC/252 Qualidade no Projeto e na Execução de Alvenaria Estrutural e de Alvenarias de Vedação emEdifícios. ERCIO THOMAZ, , PAULO ROBERTO DO LAGO HELENE. 31 p.

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