Amanda Economiabrasileira Modulo1 001

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1 ECONOMIA BRASILEIRA Amanda Aires Programa do BNDES/2011 Economia brasileira: A economia brasileira no pós guerra. 23. As sucessivas tentativas de controle da inflação. 24. A estabilização econômica. 25. A crise econômica mundial de 2008. Programa da Receita Federal – AFRFB/ 2009 A Teoria da Inflação Inercial e a análise da Experiência Brasileira Recente no combate à inflação. Programa do Banco Central do Brasil / 2010 • Tópicos de Economia Brasileira: 1. II PND, 2. A crise da dívida externa na década de 1980. 3. Os planos heterodoxos de estabilização. 4. O plano real e a economia brasileira pós estabilização. 5. Transformações no sistema financeiro brasileiro Cronograma Brasil ao longo do século XX: Fatos Estilizados A Economia agroexportadora Programa de Substituição das Importações Da crise ao milagre Do crescimento forçado à crise da dívida A saga dos planos heterodoxos 1985-1994 Brasil pós-estabilização: O plano Real Economia Mundial após a segunda guerra Reinserção nos anos 90 Parte III Capítulo 12 Gremaud, Vasconcellos e 5

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ECONOMIA BRASILEIRAAmanda Aires

Programa do BNDES/2011

• Economia brasileira: A economia brasileira no pós guerra. 23. As sucessivas tentativas de controle da inflação. 24. A estabilização econômica. 25. A crise econômica mundial de 2008.

Programa da Receita Federal –AFRFB/ 2009

• A Teoria da Inflação Inercial e a análise da Experiência Brasileira Recente no combate à inflação.

Programa do Banco Central do Brasil / 2010

• Tópicos de Economia Brasileira: 1. II PND,2. A crise da dívida externa na década de1980. 3. Os planos heterodoxos deestabilização. 4. O plano real e a economiabrasileira pós estabilização. 5.Transformações no sistema financeirobrasileiro

Cronograma

• Brasil ao longo do século XX: Fatos Estilizados• A Economia agroexportadora• Programa de Substituição das Importações• Da crise ao milagre• Do crescimento forçado à crise da dívida• A saga dos planos heterodoxos 1985-1994• Brasil pós-estabilização: O plano Real• Economia Mundial após a segunda guerra• Reinserção nos anos 90

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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MÓDULO INTRODUTÓRIOO Brasil ao Longo do Século XX:

alguns fatos estilizados

AULA 01

Brasil ao longo do século XX• forte crescimento

– população: multiplicada por 10 em 100 anos– produção: multiplicada por 10 em 50 anos

• transformação estrutural– urbanização– industrialização

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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O Crescimento• Trajetória de crescimento do Brasil

está acima da média das trajetórias mundiaisà Taxa anual média de crescimento da população

brasileira é de 2,28%, acima da média de crescimento da população mundial de 1,36%. à O PIB no século XX cresceu a uma taxa média

anual de 5%, também acima da média mundial que foi de 3,7% ao ano;

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Parte III Capítulo 12

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Crescimento no século XX da população e produção: Brasil x Mundo (Indice 1900 = 100)

0

2500

5000

7500

10000

12500

1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000

PIB Brasil População Brasil PNB mundial População Mundial

Fonte: Brasil: IBGE, 2000 estimativa dos autores. Mundo FMI (2000)

Parte III Capítulo 12

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O Crescimento (2) • diferentes fases do crescimento brasileiro e

mundial usando o PIB per capita.

• Até o início dos anos 80, diminui a diferença entre o Brasil e os países desenvolvidos

1900-1913 1913-1950 1950-1973 1973-2000Brasil 2,4 2,4 4,3 1,7Mundo 1,5 1,0 3,0 1,4Fonte: Brasil: dados básicos IBGE, mundo: FMI (2000)

Brasil x mundo: Taxas de crescimento do PIB per capitataxas anuais - períodos selecionados

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Parte III Capítulo 12

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Evolução do PIB per capita brasileiro x norte americano 1900 - 1995

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 1995

valo

res

em

US$

a p

reço

s PP

C d

e 19

70

0

2

4

6

8

10

12

14

% P

IB p

er c

apita

Bra

sil e

m re

laçã

o ao

dos

EU

A

PIB per capita Brasil relação entre PIB per capita Brasileiro e norte americanoFonte: Thorp (2000)

Parte III Capítulo 12

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Oscilações no crescimento• Existem descontinuidades no crescimento

brasileiro ao longo do século XX.à elevadíssimas taxas de crescimento no Plano

de Metas (final dos anos 50) e no período domilagre econômico.à crise em meados do anos 60, início dos 80

(crise da dívida externa) e início dos anos 90(Plano Collor).

Parte III Capítulo 12

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Crescimento da Economia Brasileira ao longo do século XX (taxas anuais)

-6

-3

0

3

6

9

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18

1901 1911 1921 1931 1941 1951 1961 1971 1981 1991

I GMCrise de 30

II GM

Plano de Metas

Crise dos 60

Milagre

II PND

Crise da dívida Collor

Real

Fonte: Dados básicos IBGE (1990)

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Volatilidade do crescimento• a volatilidade do crescimento da economia

brasileira (4,5% no século), apesar de ser altapara o padrão de países industrializados, podeser considerada baixa se comparada comoutros países latino americanos.à A volatilidade diminui quando o país passa

de uma economia agroexportadora e avançana industrialização. Porém aumentou nasultimas décadas

Parte III Capítulo 12

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1900-1913 1913-1929 1929-1945 1945-1972 1972-1981 1981-1996 1900-1996Crescimento 4,6 4,6 3,8 7,2 7,1 2,1* 5volatilidade 5,2 4,8 4,5 3,2 5,1 3,5* 4,5Crescimento 6,3 4,1 3,4 3,8 2,5 1,9 3,3volatilidade 8 9,5 5,3 4,7 4,3 5,4 6,4Crescimento 3,6 3,7 3 4,1 3,6 5,4 3,3volatilidade 3 12,4 12,2 3,4 7 5,7 8Crescimento 7,6 1,1 3,5 2,4 7,3 -2,2 2,6volatilidade 23,4 17,6 21,1 7 3,3 6,9 15Crescimento 3,4 1,4 4,2 6,5 5,5 1,5 5volatilidade 5,7 4,1 6,4 2,5 5 3,8 4,8Crescimento 2,3 9,2 4,2 5,7 4,7 2,2 5,9volatilidade 6,2 11,6 9,6 6,5 4,1 5 8

Fonte: Brasil dados básicos IBGE, outros países Thorp (2000)* inclui dados até 2000.

México

Venezuela

Brasil

Argentina

Chile

Cuba

Brasil e América Latina: Crescimento e volatilidademédias do período - países e períodos selecionados

O Brasil ao Longo do Século XX: alguns fatos estilizados

AULA 02

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Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Características do crescimento brasileiro: População

• início do século XX - população aberta, depois dos anos 30 - população fechada– população aberta: crescimento população

depende do crescimento vegetativo e do fluxo migratório

– população fechada: fluxo migratório não é significativo

• década de 30 até dias de hoje:Transição demográfica e Urbanização

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Décadas média anual de entrada de imigrantes

taxa de crescimento populacional

contribuição da entrada de imigrantes ao crescimento populacional brasileiro *

1870-80 21.913 1,95% 9,19%1880-90 52.509 1,95% 18,79%1890-00 112.932 1,93% 33,73%1900-10 67.135 2,86% 9,78%1910-20 79.775 2,86% 9,10%1920-30 84.049 1,50% 15,59%1930-40 28.861 1,50% 4,66%1940-50 13.145 2,39% 1,06%1950-60 59.169 2,59% 3,25%

Fonte: dados básicos IBGE (2000)

Brasil: Imigração e contribuição para o crescimento populacional (1870-1960)

* para calcular a taxa de imigração e sua contribuição ao crescimento populacional dever-se também levar em consideração as saídas de população do Brasil.

Parte III Capítulo 12

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População brasileira: crescimento e urbanização no século XX por décadas

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10-20 20-30 40 50 60 70 80 90décadas

% p

opul

ação

urb

ana

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

taxa

anu

al d

e cr

esci

men

to

Taxa deurbanizaçãomédia anual decrescimento

Fonte: IBGE

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Características do crescimento brasileiro: PIB setorial

• Até anos 30 - Agricultura principal setor a dar a dinâmica do PIB

• Entre os anos 30 e 70 - transformação industrial: cresce a participação do setor industrial no PIB

1920-1929 1929-1945 1945-1972 1972-1981 1981-1995 1945-1995 1900-1995

Indústria manufatureira 3,7 6,0 8,4 6,2 1,1 6,6 6,7

PIB 6,1 3,8 7,2 7,1 2,0 5,8 5,2Fonte: PIB IBGE; Indústria Thorp (2000)

Indústria e PIB períodos selecionados Médias anuais de crescimento do valor agregado brasileiro:

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

23 Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

24

Período Pop ulação C rescim ento Eco nô m ico

m o delo de desenvolvim ento

19 00 - 1930

população aberta tax as re la tiv am ente e lev adas de crescim ento populacional

em função do processo m igratório , com fim da m igração tax as caem

tax as e lev adas m as instav eis de crescim ento

econom ia agoex portadora

19 30 -1945

população fechada in íc io taxas ba ix as de

crescim ento populacional (a lta nata l idade m as a lta

m orta lidade), depois acelera com queda da m orta l idade

crescim ento m ais lento e m ais instáv el

(período da grande crise in ternacional - crescim ento no B rasi l m aior que EU A)

deslocam ento do centro dinâm ico

19 45 - 1980

população fechada tax as de crescim ento

populacional em forte e lev ação ( queda das tax as de

m orta lidade) risco de ex plosão dem ográfica

forte cresc im ento ec onôm ico e d im inu ição da instab il idade (instab il idade cresc e no fim

do período)

P rocesso de industria lização acelerado

19 80 - 2000

populaç ão fechada forte d im inuição das taxas de

crescim ento populacional (queda da taxa de nata l idade)

ex p losão dem ográf ica afastada

desaceleração sign if icativ a do crescim ento econôm ico

com aum ento da instabi lidade

C rise da dív ida e problem as de estab il ização

R eadaptada a partir de T horp (2000)

E tapas do Crescim en to E co nôm ico Brasileiro no S éculo X X

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Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Características do crescimento brasileiro: a inflação

• Industrialização é acompanhada pelo aumento depreços e relativa aceleração inflacionária

• Aceleração inflacionária contida entre os anos60 e 70

• Disparada da Inflação junto com retração docrescimento econômico

• Década de 90, depois do Plano Real, inflaçãovolta aos patamares de antes da industrialização

Parte III Capítulo 12

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Evolução da Inflação no Brasil no século XX média do IPC por décadas (escala logaritmica)

-2

7

32

1321

45 37

605

1270

7

1

10

100

1000

10000

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90* 90**

Décadas

Taxa

méd

ia d

e in

flaçã

o (e

scal

a lo

garit

mic

a)

* 1990-1995 ** 1996 - 2000 (estimado em 6%)Fonte: Thorp (2000), Conjuntura Econômica

Parte III Capítulo 12

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Características do crescimento brasileiro: a balança comercial (1)

• No Brasil, a abalança comercial em geral foipositiva, mas em vários momentos existiramdéficits comerciais

• No início do século as exportações deprodutos primários (café) ditavam o ritmo daeconomia.

• Durante quase todo o século o Brasil teveuma grande dependência de poucos produtosprimários na sua pauta de exportações (café,algodão, borracha, cacau)

Parte III Capítulo 12

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Balança Comercial Brasileira ao longo do século XX (milhôes de doláres - escala logaritmíca)

0,01

0,1

1

10

100

1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990

US$

milh

ôes

- esc

ala

loga

ritm

íca

Exportações

Importações

Parte III Capítulo 12

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Características do crescimentobrasileiro: a balança comercial (2)• Depois da década de 30 o Brasil passou por

uma industrialização voltada para o mercadointerno e não para exportar.

• Só nos anos 70 a pauta de exportações sediversifica (soja, aço etc.) diminuindo avulnerabilidade externa do Brasil em termosde sua balança comercial.

Parte III Capítulo 12

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Indice de Concentração de produtos primários* (1900 - 1995)

60,4

59,7

55,1

68,1

38,5

62,4

55,3

32,8

15,6

12,0

10,0

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0

1900

1910

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1980

1990

1995

Fonte: Thorp (2000)* participação dos dois principais produtos no total das exportações

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Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Características do crescimentobrasileiro: o endividamento externo• Na segunda metade do século XX: Ampliação

do dívida externa brasileira• O coeficiente de vulnerabilidade era crescente

até os anos 30, há uma redução até o início dosanos 50, depois disto ele volta a subir– Este coeficiente mede a quantidade de anos de

exportação necessários para pagar a dívida externa.• No período recente o coeficiente depois de um

diminuição, voltou a subir após o Plano Real

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Evolução da Dívida Externa Brasileira 1900 - 1999 (bilhões de dolares - escala logarítmica)

0,1

1

10

100

1000

1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990Fonte: IBGE e Conjuntura Econômica

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Coeficiente de Vulnerabilidade na Economia brasileira 1900 - 1999

0

1

2

3

4

5

6

1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990

dívi

da e

xter

na/e

xpor

taçõ

es

Fonte: dados básicos IBGE

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Aspecto sociais do crescimento econômico brasileiro

• Indicadores sociais tiveram evolução positiva ao longo do século.

• Grande mal da evolução econômica brasileira é a concentração de renda.

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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Brasil: Esperança de Vida e Analfbetismo ao longo do século

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 1995

taxa de analfabetismo Esperança de vidaFonte: Thorp (2000)

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

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7

MÓDULO 1Economia Agroexportadora e o Processo de Industrialização no

Brasil – 1500 a 1945

Economia Agroexportadora

AULA 01

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

39

Agroexportação• É a forma de inserção da economia brasileira

na economia mundial desde a época colonial, passando pelo período imperial

• A República Velha é o momento de auge e ruptura desta forma de inserção

• Cada período foi marcado por um produto que dava dinâmica ao Balanço de Pagamentos e a economia: ciclo do açúcar, do ouro, do café etc.

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

40

Vulnerabilidade das economias agroexportadoras

• alto peso do setor externo na economia• A exportação é variável quase que exclusiva

na determinação da renda nacional e de seu dinamismo

• Exportações: dependência de variáveis fora de controle das autoridades nacionais:– demanda externa, oferta de países concorrentes,

comercialização internacionalizadaá C. Tavares: Modelo de desenvolvimento

voltado para fora

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

41

Agroexportadores• Exportação: variável

chave na determinação da renda

• Pauta de exportação base estreita, poucos produtos primários

• importações base para suprir consumo interno

• grande diferença entre base produtiva e de consumo

Centrais• Exportação

importante, mas Investimento interno também

• pauta de exportação não diferente de pauta de consumo

• importações atende parte do consumo

• proximidade entre base produtiva e de consumo

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

42

Pauta de Exportação Brasileira - 1900

Açúcar6%

Borracha15%

Café65%

Outros7%

Couros e Peles2%

Algodâo3%

Fumo2%

Fonte: Silva (1957)

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8

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

43

Pauta de Importações - Brasil - 1902/1903

Farinha de Trigo6%

Máquinas e Ferramentas

5%

Outros42%

Carvão de Pedra6%

Manufaturas de Ferro e Aço

6%

Bebidas7%

Manufaturas de Algodão

12%

Prod. Químicos e farmaceuticos

3%

Arroz3%

Charque5%Trigo em grãos

5%Fonte: Silva (1957)

Economia Agroexportadora

AULA 02

Gremaud, Vascocellos e Tonet

As oscilações de preços na economia cafeeira (1)

Preços do ca fé nos Estados Unidos (18 51 - 1 908) (U SS por sac a)

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

1851 1856 1861 1866 1871 1876 1881 1886 1891 189 6 1901 1906

F O N T E: D el fim N etto , A (1966)

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

46

As oscilações de preços na economia cafeeira (2)

As oscilações se devem:• às condições da demanda (mercado

mundial), – ou seja aos ciclos da economia mundial.

• às condições da oferta – por exemplo geadas, pragas.

• à defasagem entre o plantio e a colheita do café.

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

47

Deterioração dos termos detroca (1)

• Termos de troca: relação entre os preços dasexportações e das importações de uma economia

• Segundo alguns autores existe a tendência dospreços dos produtos agrícolas caírem frente asmanufaturas, existe assim uma tendência dedeterioração dos termos de trocas

• Se realmente houver tal tendência haverá umaperspectiva de crescimento relativamente inferiordas economias agroexportadoras frente às outras

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

48

Deterioração dos termos de troca (2)

• A deterioração dos termos de troca podeexplicada dentre outros fatores por:– elasticidade renda da demanda de produtos

primários menor que 1 e elasticidade renda dademanda de produtos manufaturados maior que 1.

– mercado com características oligopolísticas paraprodutos manufaturados e mercado concorrencialpara os produtos primários.

• O tema é objeto de controvérsia entre oseconomistas

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9

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

49

Evolução dos termos de troca brasileiros 1850 - 19941930 = 100

0

50

100

150

200

250

300

1850 1860 1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990

Fonte: dados básicos IBGE e IPEAdata

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

50

Os ciclos e os impactos sobre a economia

Fases de ascensão (queda) do preço internacional do café

Impactos positivos (negativos) sobre o restante da economia

Cresce (diminui) a lucratividade na atividade cafeeira

Boa parte dos lucros (não) são reinvestidos no próprio setor

Aumenta (diminui) o volume de emprego

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

51

A ação do governo e as crise da economia agroexportadora

• Possibilidades de ação do governo nosmomentos de queda dos preços:A. Desvalorização cambial.B. Política de valorização do café.

• Estes mecanismos eram eficientes no curtoprazo para proteger a cafeicultura mastinham efeitos negativos a longo prazo

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

52

A desvalorização cambial em uma economia agroexportadora

• A vantagem é que a desvalorização cambialmantinha em moeda nacional a rentabilidadeda cafeicultura e o nível de emprego

• Mas gerava dois tipos de problemas:– a desvalorização cambial “escondia” os sinais

dados pelo mercado (tendência desuperprodução de café).

– a desvalorização cambial encarecia todos osprodutos importados desta economia(socialização das perdas).

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

53

A política de valorização do café

• A política de valorização do café consistia emreter parte da oferta na forma de estoques.

• Esta política se assemelha a práticas atuais deregulação dos mercados agrícolas por meio de:à Política de preços mínimos – o governo

estabelece preços mínimos na safra, a partir dosquais ele adquire e estoca produtos.à Estoques reguladores - estocar na safra para

“desovar” os estoques na entresafra, evitandoaumentos excessivos de preços na entresafra

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

54

Preços

Preço de liberação

de estoques

Preço mínimo

Tempo

Preçonormal

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10

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

55

Os problemas com a estocagem de café

• A expectativa é que houvesse nos anos seguintes uma reversão da oferta de café, mas esta reversão se mostrava cada vez mais difícil à medida em que a estocagem ia ocorrendo.å A política acentuava a tendência à

superprodução e outros países também eramindiretamente incentivados a plantar café.

O Processo de industrialização no Brasil

AULA 03

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

57

A superprodução e a crise da economia cafeeira em 1930

• Com a manutenção da rentabilidade daeconomia cafeeira, os recursos convergempara esta atividade levando à superprodução.

• Em 1930, dois elementos se conjugaram:VA produção nacional era enormeVA economia mundial entrou numa das maiores

crises de sua história.• Consequências:à Preços despencaram.à o governo passou a queimar parte dos estoques.

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

58

Indústria e economia agroexportadora

• A fragilização do modelo agroexportador traz àtona a necessidade da industrialização.

• A industrialização brasileira teve início no finaldo século XIX mas foi a partir da década de 30que passou a ser meta de política econômica.

• Antes de 1930 as indústrias existentes surgiramnas “franjas” da economia cafeeira, de acordocom as necessidades de atender a um mercadoconsumidor incipiente

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

59

As Origens da Indústria Brasileira (1)

• Duas correntes procuram explicar a origemda indústria no período agroexportador:– teoria dos choques adversos – a indústria

surgiu como uma resposta às dificuldades deimportar produtos industriais em determinadosperíodos (I GM e Depressão de 30).

– industrialização induzida por exportações –a indústria crescia nos momentos de expansãoda economia cafeeira (expansão da renda e domercado consumidor).

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

60

Fases de expansão do setor exportador

Aumento de divisas

Investimento industrial pela importação de máquinas.Crises do setor exportador

Dificuldade de importação de bens de consumoincentiva a produção nacional.

Ocupação da capacidade instalada e aumento daprodução

Page 11: Amanda Economiabrasileira Modulo1 001

11

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

61

As Origens da Indústria Brasileira (2)

• A origem do capital industrial é umvazamento do capital cafeeiro e ela surgepara atender as necessidades da economiacafeeira.

• De acordo com o censo industrial de 1920, osprodutos têxteis, alimentícios e bebidas,respondiam por mais de 60% do valor daprodução industrial no país.

Parte III Capítulo 13

Gremaud, Vasconcellos e

62

Estrutura da produção industrial - Brasil 1919

têxteis29%

roupas e calçados9%

produtos alimentícios21%

bebidas6%

fumo5%

madeira e móveis7%

outros bens de consumo

7% produtos de metal4%

mineral não metálico 6%

equipamentos de transporte

2%outros - bens de

produção4%

Bens de Produção 16,6 %

Bens de Consumo83,4%

Fonte: dados em Baer (1995)

Questão de Concurso(EPE, Economia da Energia, 2006) A política de valorização do

café no Brasil, iniciada em 1906 no Convênio de Taubaté erecorrentemente utilizada para evitar quedas significativasno preço internacional do produto, apresentava comoprincipais determinantes a(o):

(A) retenção de parcela da produção doméstica para reduzir asexportações do produto, prática possibilitada pela participaçãobrasileira no mercado internacional do café e por sua baixaelasticidade-preço.

(B) retenção da produção de café por alguns anos, eliminando asexportações, em decorrência das graves crises internacionais queafetavam a demanda externa do produto, como ocorreu nadécada de 30 (do século XX).

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

63

(C) punição de produtores de café que ultrapassassemas cotas de produção pré-determinadas pelo governocentral, visando à manutenção dos preçosinternacionais do produto.

(D) busca de maior diversificação produtiva nas áreasde plantio do café, evitando a forte dependência dosprodutores em relação a um único item.

(E) impedimento do plantio de novas áreas para aprodução de café, determinando uma drásticaredução estrutural da oferta internacional de café.

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

64

Processo de Substituição de Importações:Introdução

AULA 04

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

66

Introdução• A crise dos anos 30 foi um momento de ruptura

ou transformação estrutural na EconomiaBrasileira.Ô Desde esta data o modelo agroexportador é

paulatinamente afastado e ocorre a industrialização

• A forma assumida pela industrializaçãobrasileira, pelo menos entre 1930 e 1960, foi achamada industrialização substituidora deimportações.

Page 12: Amanda Economiabrasileira Modulo1 001

12

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

67

O deslocamento do centro dinâmico

• O deslocamento do centro dinâmico no Brasil é:êO período em que a determinação do nível

de renda deixa de estar ligada a elementos como a demanda externa (base de uma economia agroexportadora) e passam a depender de elementos ligados ao mercado interno, como o consumo e o investimento doméstico.ê Isto ocorre basicamente na década de 30

Questão de Concurso(EPE, Economia da Energia, 2006) A participação da indústria no

PIB brasileiro cresceu significativamente a partir da década de 30(do século XX). De acordo com Celso Furtado, esse movimentodeterminou um deslocamento do centro dinâmico da economiabrasileira, passando o mercado interno a ser o principal fator deformação da renda interna. A política de valorização do café noGoverno Vargas contribuiu para essa mudança de perfileconômico no Brasil porque:

(A) garantiu a manutenção do nível de renda da economia brasileira e,portanto, do mercado interno, diante do quadro de crise mundial noperíodo.

(B) permitiu a formação de uma classe empresarial moderna e voltadapara empreendimentos industriais de alta sofisticação para o período.

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

68

(C) estimulou a entrada de recursos externosnecessários à viabilização dos investimentosindustriais no País.

(D) foi responsável pela urbanização daeconomia brasileira e a conseqüente formaçãode um importante mercado interno.

(E) determinou grandes investimentos em infra-estrutura no Brasil, aspecto crucial para odeslanche dos investimentos industriais.

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

69 Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

70

A crise de 30• A crise de 1930, iniciada nos Estados

Unidos e que se repercutiu rapidamente naEuropa, chegou ao Brasil com uma Criseno Balanço de Pagamentos

– rápida queda na demanda por café.– reversão dos fluxos de capital

• Dada a política do governo no Brasila crise foi menor e mais rápida doque nos EUA

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

71

Evolução do Produto real na década de 30: Brasil e Estados Unidos

40

60

80

100

120

140

160

1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 1937 1938 1939

Prod

uto

Indi

ce 1

929

= 10

0

Brasil Estados UnidosFonte: dados básicos: Brasil: IBGE- Estatísticas Históricas EUA: Dornbusch (1982)

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

72

As políticas do governo (1)¶ A política de “manutenção da renda”

– política de defesa do café:• estocagem e queima de café

– Esta política, financiada em parte com créditoe emissão de moeda, sustenta a demandaagregada mantendo o emprego e a renda

– considerada uma típica política keynesiana

Page 13: Amanda Economiabrasileira Modulo1 001

13

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

73

A n o( A )

T o n e la d a s d e C a f é D e s t r u íd a s

( B ) Q u a n t id a d e

P ro d u z id a d e C a f é

% d e A s o b re B

1 9 3 1 1 6 9 . 5 4 7 1 .3 0 1 .6 7 0 1 3 ,0 31 9 3 2 5 5 9 . 7 7 8 1 .5 3 5 .7 4 5 3 6 ,4 51 9 3 3 8 2 1 . 2 2 1 1 .7 7 6 .6 0 0 4 6 ,2 21 9 3 4 4 9 5 . 9 4 7 1 .6 5 2 .5 3 8 3 0 ,0 11 9 3 5 1 0 1 . 5 8 7 1 .1 3 5 .8 7 2 8 ,9 41 9 3 6 2 2 3 . 8 6 9 1 .5 7 7 .0 4 6 1 4 ,2 01 9 3 7 1 .0 3 1 .7 8 6 1 .4 6 0 .9 5 9 7 0 ,6 21 9 3 8 4 8 0 . 2 4 0 1 .4 0 4 .1 4 3 3 4 ,2 01 9 3 9 2 1 1 . 1 9 2 1 .1 5 7 .0 3 1 1 8 ,2 51 9 4 0 1 6 8 . 9 6 4 1 .0 0 2 .0 6 2 1 6 ,8 61 9 4 1 2 0 5 . 3 7 0 9 6 1 .5 5 2 2 1 ,3 61 9 4 2 1 3 8 . 7 6 8 8 2 9 .8 7 9 1 6 ,7 21 9 4 3 7 6 .4 5 9 9 2 1 .9 3 4 8 ,2 91 9 4 4 8 .1 2 7 6 8 6 .6 8 6 1 ,1 8T o ta l :

1 9 3 1 a 1 9 4 4 4 .6 9 2 .8 5 5 1 7 .4 0 3 .7 1 7 2 6 ,9 6

F on te : d a d o s b ru tos P e lae z ( 1 9 7 3 ) e IB G E ( 1 9 9 0 )

C a f é D e s tr u íd o p e l o G o v e r n o F e d e r a l e P r o d u ç ã o N a c io n a l ( 1 9 3 1 - 1 9 4 5 ) - t o n e la d a s

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

74

As políticas do governo (2)· O Deslocamento da demanda”

­ problema de BP enfrentado com controles edesvalorização cambial

­ produtos importados se tornam mais caros edifíceis de serem adquiridos

­ as dificuldades de importação deslocam a demandaque foi mantida dos produtos antes importadospara a produção nacional.

­ A queda de rentabilidade do setor cafeeiro faz comque o capital flua para outros setores.

ý Setores domésticos (industria) aumentam suaimportância frente aos exportadores (agricultura)

Parte III Capítulo 14

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75

Participação dos Setores no Valor adicionado (1928 - 1945)

52,547 43,2

37,1

22,723,9 29,9

36,1

14,8 18,8 17,3 16,6

10 10,3 9,6 10,2

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1928/29 1930/34 1935/39 1940/45

Agricultura

Indústria

Governo

Outros

Fonte: Haddad (1978)

Parte III Capítulo 14

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76

A Revolução de 1930• Os anos 30 também foram marcados por

importantes mudanças de ordem política.Ø A Revolução de 30:

– Movimento político-militar que derrubou opresidente Washington Luis e impediu a possedo novo presidente eleito Júlio Prestes.

– O principal efeito da revolução foi a derrubadado grupo até então hegemônico no país, aoligarquia cafeeira paulista.

Parte III Capítulo 14

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77

Populismo• A década de 30 foi marcada pela condução do

governo, por parte de Getúlio Vargas, sobre umequilíbrio instável entre os grupos que o apoiavam

• Os compromissos básicos sobre os quais seassentava os governos da fase populista eram:a) Não alterar a situação política e fundiária do campo.b) Trazer para a base de sustentação do

governo as massas urbanas sem

radicalização

Urbanização da hegemonia

Processo de Substituição de Importações:

Características Gerais

AULA 05

Page 14: Amanda Economiabrasileira Modulo1 001

14

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

79

As Características do PSI• É uma industrialização fechada pois:

– É voltada para dentro, visa o atendimentodo mercado interno.

– depende de medidas que protegema industria nacional.

• Desvalorização cambial

• controles cambiais

• taxas múltiplas de cambio

• tarifas aduaneiras

Parte III Capítulo 14

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80

O PSI: a seqüência lógica1 Inicio com um estrangulamento externo

gerando escassez de divisas;2 o governo tenta controlar a crise por meio de

medidas que dificultam as importações eacabam por proteger a indústria nacional.

3 gera-se uma onda de investimentos nos setoressubstituidores de importação, aumentando arenda nacional e a demanda agregada;

4 novo estrangulamento externo em função dopróprio crescimento da demanda (volta a 1)

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

81

Outras Características do PSI• O motor do PSI é o estrangulamento externo.• É uma industrialização por etapas:

– apesar de ao final se buscar uma industria completa, a industrialização se faz por partes (rodadas)

– a pauta de importações ditava a seqüência dos setores objeto dos investimentos industriais

bens de consumo não duráveis – têxteis, calçados, alimentos bens de consumo duráveis – eletrodomésticos, automóveis

bens intermediários – ferro, aço, cimento, petróleo, químicos bens de capital – máquinas, equipamentos

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

82

C on su m on ão

d u ráv el

C o nsu m od uráv el

In term ed iá rios

C ap ita l

4ª rod ad a

3 ª ro da d a

2ª rod ad a

1ª rod ad a

In d us tr ia lizaçã o p or s ub s t itu içã o deim p orta ções – a in d us tr ia lizaç ã o p or

e tap as

Parte III Capítulo 14

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83

não duráveis duráveis Intermediários Capital

1949 5,4 8,9 18,2 15,8 48,31955 4,5 2,1 22,6 13,7 42,91959 2,8 2,9 21,2 29,2 56,11964 3,9 1,5 18,6 8,7 32,7

1949 140,0 4,9 52,1 9,0 206,01955 200,9 19,0 104,0 18,0 341,91959 258,0 43,1 159,6 59,5 520,21964 319,5 93,8 261,1 79,7 754,2

1949 3,7 64,5 25,9 63,7 19,01955 2,2 10,0 17,9 43,2 11,11959 1,1 6,3 11,7 32,9 9,71964 1,2 1,6 6,6 9,8 4,2

Fonte: Bergsman e Malan (1971)

A) Importações

B) Produção Doméstica

Importações sobre Oferta Total [A/(A+B)]

Estrutura de Produção Doméstica e Importação de Produtos Manufaturados(1949 - 1964) em bilhões de cruzeiros a preços de 1955

Bens de Consumo Bens de produção Total de produtos manufaturadosAno

Parte III Capítulo 14

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84

As dificuldades do PSI (1)A. Tendência ao desequilíbrio externo

por várias razões:i. a política cambial transferia renda da agricultura

para a indústria (“confisco cambial”) edesestimulava as exportações agrícolas;

ii. indústria sem competitividade devido aoprotecionismo;

iii. elevada demanda por importações devido aoinvestimento industrial e ao aumento da renda.

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15

Parte III Capítulo 14

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85

As dificuldades do PSI (2)B. Aumento da participação do Estado• Ao Estado caberiam quatro funções principais:

i. Adequação do arcabouço institucional à indústria.ii.Geração de infra-estrutura básicaiii. Fornecimento dos insumos básicosiv. Captação e distribuição de poupança.

• Problemas: necessidade de capacidade deplanejamento e financiamento crescentes

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

86

Como o Estado se financiava?Ù Além dos recursos tributários, também com:4 poupanças compulsórias, como

recursos da recém criada Previdência Social

4 dos ganhos no mercado de câmbio (câmbio múltiplo),

Ü mas também com

6 financiamento inflacionário (emissão)

6 endividamento externo

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

87

As dificuldades do PSI (3)C. Aumento do grau de concentração de renda

O PSI era concentrador de renda em função do:i. êxodo rural;ii. investimento industrial capital intensivo;S desequilíbrio no mercado de trabalho: excesso de

oferta para mão de obra pouco qualificada e baixossalários, o inverso ocorre no mercado de mão deobra qualificadaS o protecionismo e a concentração industrial

permitiam preços elevados e altas margens de lucropara as indústrias.

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

88

As dificuldades do PSI (4)

D. Escassez de fontes de financiamento:i. quase inexistência do sistema financeiro, em

decorrência principalmente da “Lei daUsura”.

ii. ausência de uma reforma tributária amplaapesar das mudanças ocorridas na economiabrasileira.

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

89

O papel da agricultura na industrialização

• Apontam-se 5 funções da agricultura emum processo de industrialização:i. liberação de mão-de-obra;ii. fornecimento de alimentos e matérias-primas;iii.transferência de capital;iv. geração de divisas;v. mercado consumidor;

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

90

Agricultura e PSI no Brasil• Alguns autores apontavam para o relativo atraso

do setor agrícola durante o PSI o querepresentava um entrave ao processo decrescimento econômico do país

• Para outros autores a agricultura nãorepresentava um entrave aodesenvolvimento, dado que o setorprimário cumprira, na medida dopossível e sem apoio governamental,suas funções.

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16

Parte III Capítulo 14

Gremaud, Vasconcllos e Toneto

91

Produtos 1931 1936 1941 1946 1951 1956 1961

Algodão 375 1.171 1.677 1.122 969 1.161 1.828Arroz 1.078 1.214 1.688 2.759 3.182 3.489 5.392Cacau 77 127 132 122 121 161 156Café 1.302 1.577 962 917 1.080 979 4.457

Cana de açúcar 16.250 18.496 21.463 28.068 33.653 43.978 59.377

Carne 854 782 736 1.003 1.077 1.193

Feijão 687 826 874 1.076 1.238 1.379 1.745Mandioca 5.209 4.946 7.763 12.225 11.918 15.316 18.058

Milho 4.750 5.721 5.438 5.721 6.218 6.999 9.036Trigo 141 144 231 213 424 854 544

Açúcar 11 90 25 22 19 19 783Algodão 21 200 288 353 143 143 206Borracha 13 13 11 18 5 3 8

Cacau 76 123 134 131 102 135 118Café 1.068 852 660 930 984 1.008 1.020

Erva Mate 77 67 50 49 50 58 61Fumo 38 31 18 54 30 31 49Carne 53 65 9 5 9 14

Trigo 798 920 895 212 1.306 1.422 1.881Fonte: IBGE (1990)

Importações

Estrutura de Produção Doméstica, Exportação e Importação de Produtos Primários

Produção doméstica

(1931 - 1961) - em mil toneladas

Exportações

Processo de Substituição de Importações:Exercícios

AULA 06

Questão de Concurso

(BNDES, Profissional Básico: Economia,2008) Assinale, entre as opções abaixo, a queNÃO corresponde a uma das principaiscaracterísticas da política deindustrialização brasileira no Pós-Guerra.

(A) Fornecimento de crédito a longo prazo paraimplantação de novos projetos.

(B) Proteção à indústria nacional, mediantetarifas de importação e barreiras não tarifárias.

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

93

(C) Participação direta do Estado nosuprimento da infra-estrutura (energia,transporte).

(D) Participação direta do Estado na produçãoem alguns setores tidos como prioritários(siderurgia, mineração, petróleo).

(E) Intensa preocupação de atender oconsumidor doméstico com produtos dequalidade e baratos.

Questão de Concurso(BNDES, Profissional Básico: Economia, 2008)

Segundo a CEPAL (Comissão Econômica para aAmérica Latina), vários problemas justificavamum esforço de industrialização baseado emproteção aduaneira e ações estatais na AméricaLatina. Marque a opção que NÃO foiconsiderada um desses problemas.

(A) Os rendimentos crescentes da indústria (argumentoda indústria nascente).

(B) O desemprego decorrente do baixo crescimento dademanda internacional por produtos primários.

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

95

(C) A deterioração dos termos de troca entreprodutos primários e industrializados.

(D) A instabilidade política e a presença degovernos autoritários na região.

(E) A necessidade de grande quantidade decapital para iniciar a atividade em setoresmuito intensivos em capital.

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Questão de Concurso

(IBGE, Análise Socioeconômica, 2010) Osestudiosos da história econômica doBrasil afirmam que a política deindustrialização pela substituição deimportações já esgotara suaspossibilidades de motivar o investimentoe o crescimento

Parte III Capítulo 12

Gremaud, Vasconcellos e

97

(A) antes do governo de Juscelino Kubitschek.(B) no início dos governos militares da década de

1960.(C) antes da crise de aumento do preço do

petróleo em 1973.(D) antes da crise da dívida externa no final da

década de 1980.(E) no início do governo de Fernando Henrique

Cardoso.