ANA CAROLINA BIANCHI -...
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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
ANA CAROLINA BIANCHI
O ALUNO COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: O DESAFIO DE APRENDER, ORIENTAÇÕES
E ATENDIMENTO EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SINOP
SINOP-MT
2015
ANA CAROLINA BIANCHI
O ALUNO COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: O DESAFIO DE APRENDER, ORIENTAÇÕES E
ATENDIMENTO EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SINOP
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora
do Departamento de Matemática -
UNEMAT, Campus Universitário de
Sinop, como requisito parcial para a
obtenção do título de Licenciado em
Matemática.
Orientador(a): Prof(a). Me. Adil Antônio Alvez de Oliveira
SINOP-MT
2015
ANA CAROLINA BIANCHI
O ALUNO COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE: O DESAFIO DE APRENDER, ORIENTAÇÕES E
ATENDIMENTO EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SINOP
Prof(a).
Professor(a) Avaliador(a) Dr. Marion Machado Cunha
Prof(a).
Professor(a) Avaliador(a) Me. Ivone Jesus Alexandre
Prof(a).
Professor(a) Orientador(a) Me. Adil Antônio Alvez de Oliveira
Prof(a). Odacir Elias Vieira Marques
Presidente da Banca
Aprovado em _____ / _____ /_____
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
Dedico este trabalho a todos que de alguma maneira contribuíram para que
meu sonho se tornasse realidade. Em especial aos meus pais Edilson e Elaine
e ao meu namorado Diego que sempre me apoiaram, proporcionando forças
mesmo diante de tantos obstáculos.
AGRADECIMENTOS
Agradecer primeiramente a Deus pelo dom da vida e em especial por esta
conquista tão almejada;
Ao meu orientador que esteve me auxiliando na trajetória deste trabalho;
Agradecer aos colegas que estiveram comigo nessa trajetória, auxiliando
com os trabalhos em grupo durante nossa caminhada até ao final do curso
– em especial a minha colega e amiga Andressa Bonaparte que esteve
presente nos momentos em que mais precisei.
Quando a gente pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas
as perguntas.
ERICO VERISSIMO
RESUMO
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um
transtorno neurobiológico, sendo que os indivíduos com TDAH apresentam
dificuldades crônicas como a desatenção e/ou impulsividade e hiperatividade.
As características e sintomas podem ser apresentados logo no início das suas
vidas. Possui uma incidência de 5% das crianças e adolescentes, em diversas
regiões do país, e estimativas demonstram que entre 65-75% os casos de
TDAH acompanham os indivíduos na vida adulta, embora os sintomas se
tornem mais amenizados. Sendo assim, esta pesquisa objetiva abordar como
TDAH e a DA, como estes desafios, estão sendo enfrentados na Escola Edeli
Mantovani no município de Sinop. A pesquisa foi realizada através de
observações e de um questionário aberto com os professores. Esta escola
oferece recursos didáticos, para alunos que possuem TDAH e DA, e também
um acompanhamento para alunos que venham a apresentar estas
características. No entanto, o problema de diagnóstico se estende pelo Brasil
como um todo, em que faltam laudos mais específicos para o direcionamento
do tratamento e as devidas orientações para o atendimento escolar. Os
professores entrevistados demonstram conhecimento teórico e prático, e
demonstram entender o assunto que envolve TDAH e DA. No entanto falta
capacitação dos Professores que atuam dentro de sala de aula, de forma que
estejam preparados para enfrentar os desafios da inclusão destes alunos.
Palavras chave: Educação; TDAH; DA; Atendimento Escolar e Aprendizagem.
ABSTRACT
The Attention Deficit Disorder with Hyperactivity (ADHD) is a neurobiological
disorder, and that individuals with ADHD have chronic difficulties such as
inattention and / or hyperactivity and impulsivity. The characteristics and
symptoms may be soon presented at the beginning of their lives. It has an
incidence of 5% of children and adolescents in several regions of the country,
and estimates show that between 65-75% cases of ADHD accompany
individuals in adulthood, although symptoms become more softened. Thus, this
research aims to address how ADHD and AD, as these challenges are being
faced in the School Edeli Mantovani in the municipality of Sinop. The survey
was conducted through observation and an open questionnaire to the teachers.
This school offers educational resources to students who have ADHD and AD,
as well as an accompaniment to students who will present these characteristics.
However, the diagnostic problem extends by Brazil as a whole, lacking more
specific reports for the planning of the treatment and the necessary guidelines
for school attendance. Respondents teachers demonstrate theoretical and
practical knowledge, and demonstrate understanding the matter involving
ADHD and AD. However lack training of teachers working in the classroom, so
that they are prepared to face the challenges of inclusion of these students.
Key Words: education; ADHD; DA; School attendance and learning.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade;
DA – Dificuldade de aprendizagem;
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 11
2. AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM, CARACTERÍSTICAS E TIPIFICAÇÃO E AS PESSOAS COM TDAH E O CONTEXTO ESCOLAR ...... 13
2.1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E O CONTEXTO ESCOLAR ........................................... 14
2.2. O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TIPIFICAÇÃO................................................................................................ 17
2.3. A ESCOLA E O CUIDADO COM A IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO COM TDAH ........................................................................................................... 23
3. A ESCOLA E O ATENDIMENTO/ ACOMPANHAMENTO AO ALUNO COM TDAH................................................................................................................ 25
3.1. A ESCOLA E O ALUNO COM TDAH .................................................. 25
3.2. A SALA DE AULA E O ALUNO COM TDAH ....................................... 28
3.3. A SALA DE RECURSO E O ALUNO COM TDAH .............................. 30
3.4. O ALUNO COM TDAH E A MATEMATICA ......................................... 31
4. OS CAMINHOS DA PESQUISA, DADOS E POSSÍVEIS DISCUSSÕES SOBRE O QUE FOI ENCONTRADO ............................................................... 35
4.1. METODOLOGIA .................................................................................. 35
4.2. O ESPAÇO E O SUJEITO .................................................................. 36
4.3. DADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 36
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 41
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIA ............................................................... 43
APÊNDICES ..................................................................................................... 46
APÊNDICE 1. Roteiro para entrevista semiestruturada com os professores (as) da Escola Professora Edeli Mantovani, no município de Sinop-MT. ...... 46
11
1. INTRODUÇÃO
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um
transtorno neurobiológico, sendo que os indivíduos com TDAH apresentam
dificuldades crônicas com a desatenção e/ou impulsividade e hiperatividade, os
sintomas podem ser apresentados logo no início das suas vidas (BARKLEY,
2008). Possui uma incidência de 5% das crianças e adolescentes, em diversas
regiões do país (POLANCZYK, 2007), e estimativas demonstram que entre 65-
75% os casos de TDAH acompanham os indivíduos na vida adulta, embora os
sintomas se tornem mais amenizados (WENDER 1998).
Atualmente o TDAH é reconhecido por vários países e pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) e é extensivamente estudado, com muitas
informações e dados de qualidade, o que possibilita inferir sua validade
(POLANCZYK, 2012). O Brasil ainda não possui muitos profissionais na área
de diagnóstico, desta forma 95% dos casos não apresentam acompanhamento
profissional (POLANCZYK, 2008). Segundo Polanczyk (2012), atualmente a
falta de treinamento adequado, o estigma e conceitos errados são as barreiras
mais importantes para o tratamento do TDAH.
Os indivíduos com TDAH possuem como característica a dificuldade de
aprendizagem (DA), e existe a dificuldade de encontrar uma escola preparada
e que assegure e garanta o atendimento pedagógico e educacional necessário
para os seus problemas (ROZA, 2011). Desta forma a necessidade de se
avaliar como estes alunos estão sendo acompanhados em uma escola do
município de Sinop, e avaliar através de observação participante como os
profissionais da área trabalham com alunos que possuem TDAH e DA, bem
como avaliar a existência de sala de recursos e métodos utilizados como
ferramentas nestes casos.
Sendo assim esta pesquisa objetiva abordar como TDAH e a DA e como
estes problemas estão sendo enfrentados na Escola Edeli Mantovani no
município de Sinop, através de um questionário aberto com os professores.
Para isto, esta pesquisa será apresentada em três capítulos:
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Capítulo 1: As dificuldades de aprendizagem, características e tipificação e as
pessoas com TDAH e o contexto escolar
Capítulo 2: A escola e o atendimento ao aluno com TDAH
Capítulo 3: Os caminhos da pesquisa, dados e possíveis discussões sobre o
que foi encontrado
As dificuldades de aprendizagem podem causar grande impacto na vida de
algumas crianças, sendo fonte de prejuízo em diversas áreas do seu
desenvolvimento. Diante disso faz-se necessário buscar conhecimentos que
ajudem no auxílio de tais dificuldades e identificar como estes problemas estão
sendo enfrentados.
13
2. AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM, CARACTERÍSTICAS E TIPIFICAÇÃO E AS PESSOAS COM TDAH E O CONTEXTO ESCOLAR
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um
transtorno distúrbio do neurodesenvolvimento infantil, que pode persistir ao
longo da vida em mais da metade dos casos, de causas genéticas, que
aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua
vida (WENDER 1998). No ambiente escolar os alunos com TDAH devem
sentir-se amparado pelo ambiente que ira frequentar e pelos profissionais que
irão auxiliá-lo, sendo de extrema importância que a escola desenvolva
estratégias que o auxiliem, e busquem desenvolver ao máximo o potencial
individual e o respeito às diferenças através das atividades desenvolvidas
(BENCZIK, 2008).
Neste capítulo inicial da pesquisa, que propõe uma compreensão do
universo pessoal e escolar da pessoa com TDAH, será abordada uma
exposição do conceito geral da dificuldade de aprendizagem (DA) para então
tipificar o TDAH. Por que são vários os aspectos as dificuldades de
aprendizagem encontradas na escola, na sala de aula e muitas vezes há falta
de compressão sobre este universo.
Desta forma este capítulo, discorre sobre o conceito de dificuldades de
aprendizagem (DA), caracterizando em diversos aspectos e situando este
problema no universo escolar. Para isto este capítulo foi dividido em três
subitens: Conceito e característica das dificuldades de aprendizagem e o
contexto escolar; o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade –
tipificação; A escola e o cuidado com a identificação do aluno com TDAH.
Desta forma apresentará como são identificados indivíduos com TDAH e as
DA`s e suas influencias no ambiente escolar.
14
2.1. Conceito e características das dificuldades de aprendizagem e o contexto escolar
As pesquisas na área das dificuldades de aprendizagem têm aumentado
consideravelmente no decorrer dos últimos anos, tendo em vista que grande
parte desses estudos procura caracterizar e distinguir os alunos com
Dificuldades de Aprendizagem cf. (FÁVERO, 2013). Apesar de todos os
estudos ainda é perceptível a inconsistência na identificação e classificação
das Dificuldades de Aprendizagem (DAs), sendo geralmente identificadas em
virtude do baixo rendimento escolar (FLETCHER, MORRIS ; LYON, 2003 apud,
FÁVERO, 2013)
As dificuldades enfrentadas por alguns alunos durante a escolarização,
levando-os geralmente ao insucesso escolar, podem ser reconhecidas muitas
vezes como Dificuldades de Aprendizagem decorrentes de distúrbio
neurológico muitas vezes não diagnosticado. Este termo teve sua criação com
o intuito de esclarecer que a incapacidade vivenciada por alguns alunos diante
de situações de leitura, escrita, matemática e raciocínio, não devem
simplesmente servir como rótulo para esses alunos, pelo contrário devem-se
diagnosticar os problemas e buscar estratégias de intervenção.
No decorrer da vida escolar todos os indivíduos vivenciam situações em
que encontram dificuldade para realizar alguma atividade, apresentando certas
limitações. Porém, com estratégias diferenciadas e um pouco de persistência
acabam sobressaindo às dificuldades, o que é absolutamente normal.
Entretanto, alguns não conseguem sobressair suas limitações, sendo alvo de
possíveis críticas tanto de colegas e até mesmo familiares, sem saberem, que
essa dificuldade pode ter origem em um distúrbio neurológico que prejudica a
linguagem oral, escrita, e o raciocínio matemático. E isto demonstra que estes
problemas são abordados de diferentes formas (SMITH; STRICK, 2007, p.16).
Embora muitas crianças com dificuldade de aprendizagem sintam-se felizes e bem ajustadas, algumas (até metade delas, de acordo com estudos atuais) desenvolvem problemas emocionais relacionados. Esses estudantes tornam-se tão frustrados tentando fazer coisas que não conseguem que desistem de aprender e começam desenvolver estratégias para evitar isso. Eles questionam sua própria inteligência e começam a achar que não podem ser ajudados. Muitos se sentem
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furiosos e põem para fora, fisicamente, tal sensação; outros se tornam ansiosos e deprimidos. De qualquer modo, essas crianças tendem a isolar-se socialmente e, com frequência, sofrem de solidão, bem como de baixa autoestima.
Essa dificuldade de aprendizado tende muitas vezes fazer com que o
aluno tenha pouca criatividade, problemas de interpretação, baixo senso crítico
e seja incapaz de fazer analises comuns entre os demais colegas. O
comportamento de desleixo com atividades simples e tentando quase sempre
se excluir do grupo, e o aluno possui dificuldade de interagir e desenvolver
atividades escolares, notadamente em áreas de linguagens e raciocínio
matemático. Porém ao ser identificado, deve ser cuidadosamente tratado,
buscando o auxílio de professores, e familiares para que o aluno seja
novamente incluído no contexto escolar.
Ao perceber as Dificuldades de Aprendizagem no cotidiano do aluno faz-
se necessário compreender que o aluno em hipótese alguma deve der
considerado como culpado por suas dificuldades, e nem mesmo caracterizado
como único responsável pelo seu insucesso escolar. Deste modo as pessoas
que convivem com este aluno precisam auxiliar os profissionais tanto no
diagnostico quanto em estratégias que venham a amenizar as dificuldades que
estes alunos enfrentarão durante a sua vida escolar.
Os pais dos alunos com Dificuldades de Aprendizagem freqüentemente
são submetidos a fornecer diversos tipos de informações. Assim é essencial
que haja uma convivência amigável entre os pais e os demais profissionais que
irão trabalhar com esses alunos, compreendendo que na maioria das vezes as
informações fornecidas pelos pais são compostas por dados importantes tanto
para um possível diagnostico, como para estratégias de intervenções.
As Dificuldades de Aprendizagem, apesar de serem mais presentes no
ambiente escolar podem ser percebidas em todos os espaços em que esses
alunos convivem, podendo ser apresentadas por diversos causas e motivos
sendo eles psicológicos, hereditários, biológicos e sociais. Em geral, e de
maneira muito resumida, a causa das DAs costuma ser atribuída a (COLL;
MARCHESI; PALACIOS, 2004, p. 54):
a) Condições intrínsecas da pessoa que apresenta as DAs (por exemplo, a herança, a disfunção cerebral mínima, ou os atrasos maturativos);
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b) Circunstâncias ambientais nas quais se dá o desenvolvimento e/ ou aprendizagem (como, por exemplo, ambientes familiares e educativos pobres, projetos instrucionais inadequados, etc.);
c) Uma combinação das anteriores em que as condições pessoais são influenciadas – de forma positiva ou negativa, conforme os casos – pelas circunstancias ambientais.
A identificação das Dificuldades de Aprendizagem deve ser feita por
profissionais devidamente capacitados, sendo eles médicos, psicopedagogos e
psicólogos, a fim de que o diagnóstico seja preciso. Porém o auxílio da escola
e principalmente dos professores é de suma importância para a descoberta de
tais dificuldades. É nas salas de aulas que as primeiras dificuldades aparecem
sendo muito importante a intervenção dos educadores, que devem estar
atentos a todos os possíveis sinais, identificando os problemas e possibilitando
aos alunos desenvolverem suas potencialidades.
Durante a fase de escolarização é normal o surgimento de dificuldades
no processo de aprendizagem por parte dos alunos, porém, nem sempre as
dificuldades apresentadas por eles podem ser consideradas como DAs, é
necessário cautela para que a identificação seja feita de forma correta, sem
equívocos(RAMOS,2003,p. 220).
É preciso ver o sujeito na sua singularidade, evitando a estereotipia e a padronização que servem para afastar os que deveriam estar unidos e mediados pela diferença, no contexto do ensinar e do aprender. O ensino não pode ser patologizante, nem adaptativo. O ensino dever levar em conta as possibilidades e capacidades dos alunos sem responsabilizá-los pelo próprio fracasso.
A presença de situações desafiadoras surge frequentemente a cada
novo conteúdo trabalhado em sala de aula. Importante aproveitar o surgimento
dessas situações e incentivar os alunos a desenvolverem estratégias que os
auxiliem a solucionar tais problemas, valorizando todas as tentativas feitas
sendo elas favoráveis ou não a resolução de tais problemas. O importante não
são os resultados, mas sim o desenvolvimento desses alunos que mesmo com
suas Dificuldades de Aprendizagem devem sentir-se incluídos (COLL;
MARCHESI; PALACIOS, 2004, p. 118).
Por isso, é fundamental que as crianças com dificuldades de aprendizagem não sejam vistas como culpadas, e que a escola não sacralize como único valor o rendimento escolar, de modo que aqueles que tenham dificuldades de aprendizagem sejam bem-
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aceitos na escola, na família e na sociedade, circunscrevendo o problema à própria dificuldade de aprendizagem.
A classificação das DAs só será possível se forem feitas as devidas
observações, tendo em vista que esse processo deve ser feito de forma
multidisciplinar observando todas as situações vivenciadas pelos alunos, sendo
necessário que se tenha noção de quais são as principais características de
cada uma das possíveis DAs, a fim de que a partir delas seja possível
identifica-las, e analisar detalhadamente cada uma, fazendo a comparação de
cada caso especifico. As principais DAs são a dislexia, a Disgrafia, Dislalia,
Disortografia, Dispraxia, Discalculia, TDAH.
2.2. O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade – tipificação
O TDAH possui três sintomas característicos, a desatenção, impulsividade e
hiperatividade. “A desatenção por definição, diz-se que crianças e adultos que
Têm TDAH, apresentam dificuldades com a atenção em relação a outros
grupos controle de mesma idade e gênero” (BARKLEY, 2008). Segundo esta
citação, alunos com o transtorno, possuem uma maior dificuldade em se
concentrar nas atividades propostas em sala de aula, e consequentemente
uma maior dificuldade em aprender o que está sendo discutido. Um período de
espera para um jogo ou uma atividade costuma gerar problemas para alunos
com TDAH, e isto corresponde à impulsividade. “Quando enfrentam tarefas ou
situações em que são incentivados a esperar por gratificações, muitas vezes
optam pela recompensa menor e imediata, que exige menor trabalho”
(BARKLEY, 2008).
O último sintoma corresponde à hiperatividade, que corresponde a
problemas “relacionados com as dificuldades de controlar impulsos em
indivíduos portadores de TDAH, são observados sintomas de níveis de
atividades excessivos ou inadequados ao desenvolvimento, seja atividade
motora, seja vocal” (BARKLEY 2008). A hiperatividade como os demais
sintomas, soma-se a um déficit de atenção quando existe a necessidade de
concentração em sala de aula.
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O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é fonte de
inúmeras dificuldades vivenciadas por crianças e adolescentes, dificuldades
que repercutem em suas vidas causando prejuízos em diversas áreas, como o
desempenho escolar, a convivência social e a adaptação ao ambiente
acadêmico (DUPAUL; STONER, 2007, p.5).
Os alunos com TDAH apresentam risco de dificuldades significativas em uma variedade de áreas funcionais. É como se problemas de desatenção, impulsividade e hiperatividade servissem como um “ímã” para outras dificuldades que, em alguns casos, são mais graves que os déficits principais do TDAH. Dessas dificuldades, os três correlatos mais frequentes do TDAH são o fraco desempenho acadêmico, altas taxas de desobediência e agressividade e perturbações nos relacionamentos com colegas.
Frente às dificuldades que os alunos com TDAH enfrentam no decorrer
de suas vidas, justifica-se o esforço no diagnóstico e intervenções precoces, a
fim de que o sofrimento pessoal e familiar diante das repercussões do baixo
desempenho escolar bem como a influência na sua vida adulta sejam os
mínimos possíveis.
Frequentemente o baixo desempenho escolar dos alunos tem sido
explicado pelas escolas como sendo causa da presença do TDAH. Apesar do
diagnóstico feito pelas escolas serem muitas vezes equivocados, é possível,
que em determinadas pessoas, parte significativa dos problemas escolares é
causado pela presença do TDAH afetando o aprendizado como um todo
(PHELAN, 2005 apud MORREIRA; BARRETO, 2009, p 69).
A maioria das crianças com TDAH deseja ter bom rendimento escolar como as demais crianças; no entanto, a dificuldade de concentração e motivação, aliada a uma estrutura escolar inadequada para esses alunos, dificultam o seu desempenho, levando-os normalmente a conflitos com professores e colegas de turma. Na população em geral, de 10% a 15% das crianças apresentam dificuldades de aprendizagem; em portadores de TDAH este número sobe para próximo de 40%.
A identificação de possíveis alunos com TDAH deve ser feita com muita
cautela, levando-se em consideração que o montante de informações, nem
sempre precisas, está se difundindo para a população em geral, e
principalmente no meio pedagógico, podendo ocasionar diagnósticos
equivocados (BENCZIK, 2008, p. 53).
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Infelizmente, o Transtorno de Défict de Atenção/Hiperatividade tem-se tornado um rótulo de quase toda a criança que exibe algum tipo de comportamento disruptivo ou conduta não complacente. Tem-se percebido uma alta taxa de problemas educacionais e psicológicos, todos indicados com o rótulo de TDAH.
Em virtude de todas as dificuldades e rotulações que os alunos com
TDAH recebem, faz-se necessário conhecer as características gerais do TDAH,
buscando obter o máximo de informações possíveis. As principais
características que evidenciam o TDAH estão presentes no desenvolvimento
do autocontrole, indicado por déficits em relação à atenção, a impulsividade e a
hiperatividade. O transtorno, sobretudo é marcado pela presença de sintomas
em que os indivíduos possuem extrema dificuldade em manterem-se
concentrados nas atividades que venham a desenvolver, demonstrando
agitação e inquietude, o que geralmente configura a impulsividade e
hiperatividade. Os sintomas do TDAH costumam ser persistentes, ao compará-
los ao comportamento de crianças de mesma idade e nível de desenvolvimento
percebemos que são frequentes e severos.
Atualmente a visão que a maioria dos profissionais clínicos possui sobre
o TDAH é de que ele tem como base três problemas primários sendo eles a
dificuldade em manter-se concentrados, demonstrando que não conseguem
manter a atenção, a dificuldade em controlar os impulsos e atividades
excessivas mantendo-se agitados como se estivessem a mil por hora
(BARKLEY, 2002, p. 50).
Hoje, a maioria dos profissionais clínicos – médicos, psicólogos, psiquiatras e outros – acreditam que o TDAH consiste de três problemas primários na capacidade de um indivíduo controlar seu comportamento: dificuldades em manter sua atenção, controle ou inibição dos impulsos e da atividade excessiva. Outros profissionais (inclusive eu) reconhecem que aqueles com TDAH possuem dois problemas adicionais: dificuldades para seguir regras e instruções e variabilidade extrema em suas respostas a situações (particularmente tarefas ligadas ao trabalho). Acredito que todos esses sintomas estão associados a um déficit primário na inibição do comportamento, que é o símbolo do TDAH.
Algumas características são facilmente atribuídas a crianças com TDAH,
frente às tarefas que lhes são impostas, elas são frequentemente descritas
como crianças desmotivadas, bagunceiras, desatentas e desorganizadas. Ao
TDAH podem estar relacionadas outras dificuldades que frequentemente
20
acompanham os indivíduos que possuem esse transtorno, sendo a dificuldade
emocional, o fracasso escolar e a dificuldade de se relacionar socialmente com
as pessoas que convive.
As principais características do TDAH com sintomas de desatenção
podem ser percebidos facilmente por diversas manifestações sendo algumas
delas, a dificuldade em perceber detalhes, não seguir as instruções, distrair-se
facilmente com atividades alheias, aptidão a cometer equívocos nas atividades
realizadas por descuido, dificuldade em concluir atividades escolares (ROHDE
et al.,2000,p.2).
A desatenção pode ser identificada pelos seguintes sintomas: dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em atividades diárias.
As crianças com TDAH em sintomas de desatenção frequentemente
passam a impressão de não estarem ouvindo o que lhes está sendo dito, isso
ocorre, pois essas crianças possuem extrema dificuldade em manterem-se
concentrados em uma única atividade por tempo prolongado, logo a atenção
varia de um estimulo para o outro. Apesar dos sintomas de desatenção serem
acentuados e frequentes nessas crianças, é absolutamente normal a confusão
que eles podem causar tanto em pessoas sem conhecimento específicos do
assunto, como também em profissionais da saúde. Essa confusão na avaliação
dos sintomas é devido ao fato de algumas crianças com esse transtorno
conseguirem manter atenção por um determinado tempo.
Características do TDAH com sintomas de hiperatividade
frequentemente são percebidas em diversas manifestações, sendo algumas
delas, inquietação em todas as atividades realizadas, dificuldade em manter-se
sentado quando necessário, realizar atividades como correr e subir de forma
demasiada em lugares inapropriados, falar exageradamente (BARKLEY, 2002,
p. 57).
21
“Irriquieto”, “sempre em pé e em movimento”, “age como que movido por um motor”, “está constantemente ‘escalando’ tudo “, “não consegue ficar sentado quieto”, “fala demais”, “geralmente produz zumbidos ou sons estranhos” – são essas as descrições familiares? Elas definem o movimento excessivo ou a hiperatividade, que é uma terceira característica do TDAH. Essa característica pode aparecer como inquietação, impaciência, ritmo desnecessário, ou como outros movimentos, e também como conversa excessiva. É um comportamento difícil de ignorar, e é ainda em relação ao qual os observadores mais acomodados são céticos.
As crianças com TDAH em sintomas de hiperatividade podem
apresentar situações em que não demonstrem a inquietação característica,
diante disso é possível que ao vivenciar situações deslumbrantes ou que sejam
de extremo interesse, os sintomas fiquem ocultos por algum tempo, o que
demonstra que não são constantes. A avaliação e identificação da
hiperatividade podem ser feita de forma equivocada se não forem levados em
consideração que os sintomas podem ser inconstantes, diante disso devem-se
considerar situações em que os alunos estejam acostumados, como no
ambiente escolar e em convívio social (ROHDE et al.,2000, p. 03).
É fundamental a lembrança de que a ausência de sintomas no consultório médico não exclui o diagnóstico. Essas crianças são frequentemente capazes de controlar os sintomas com esforço voluntário, ou em atividades de grande interesse. Por isso, muitas vezes, conseguem passar horas na frente do computador ou do videogame, mas não mais do que alguns minutos na frente de um livro em sala de aula ou em casa.
O TDAH com sintomas de impulsividade é marcado por diversas
características que demonstram ações sem qualquer controle racional, sendo
algumas delas, tomar decisões sem pensar nas consequências, dar respostas
precipitadas, agir por impulso. Diante de algumas ocasiões as crianças com
TDAH podem vivenciar situações de risco físico e até mesmo prejuízos
emocionais e sociais, promovidos por decisões e atitudes tomadas por elas,
tendo como causa principal a presença da impulsividade que é um elemento
importante no cenário do TDAH (BENCZIK, 2000, p. 29).
A impulsividade pode manifestar-se no comportamento de uma criança, como impaciência, dificuldade para protelar respostas, responder precipitadamente, antes que as perguntas tenham sido completadas, dificuldade para aguardar a vez em uma fila, por exemplo, interrupção frequente ou intrusão nos assuntos de outros, ao ponto de causar dificuldades em contextos sociais, escolares ou
22
profissionais, ou ainda dificuldades para se expressar adequadamente. Esse tipo de criança faz comentários inoportunos, interrompendo demais os outros, interferindo em assuntos alheios, pegando objetos dos outros, mexendo em coisas que não deveria tocar e fazendo “palhaçadas “. A impulsividade também pode levar a acidentes, como, por exemplo, derrubar com facilidade objetos das mãos, não olhar por onde anda, tropeçar em objetos e colidir com pessoas, e ao envolvimento em atividades perigosas, sem consideração quanto as possíveis consequências. Não tem medo do perigo. Geralmente, não pensam antes de agir.
As crianças com TDAH têm impulsividade e frequentemente sofrem por
suas atitudes impulsivas, costumam agir antes de pensar e respondem de
forma espontânea, expressando suas opiniões muitas vezes carregadas de
fortes emoções, demonstrando atitudes rudes e insensíveis que na maioria dos
casos não seriam demonstradas se houvesse uma reflexão antes. O meio social no qual o aluno está inserido deve ser minuciosamente
investigado, juntamente com o tempo de duração e a persistência dos sintomas. Isto
possibilita que o profissional entenda de onde vem esses aspectos para uma boa
definição, como um problema familiar, fator social ou de um sistema de ensino
turbulento (ROHDE; HALPERN, 2004, p. 66).
A base do diagnóstico está formada pela história, observação do comportamento atual do paciente e relato dos pais e professores sobre o funcionamento da criança nos diversos ambientes que frequenta. Em relação à fonte para a coleta de informaçoes, sabe-se que existe baixa concordância entre informantes (criança, pais e professores) sobre a saúde mental de crianças. Estas normalmente subinformam sintomas comportamentais e apresentam baixa concordância teste-reteste para os sintomas de TDAH. Os pais parecem ser bons informantes para os critérios diagnósticos do transtorno.[…] Pelo exposto, o processo de avaliação diagnóstica envolve necessariamente a coleta de dados com os pais, com a criança e com a escola.
As informações fornecidas pelos pais das crianças com TDAH são
extremamente importante, mas nem sempre as entrevistas com eles são
fáceis, pois encontram-se estressados e desgastados com as dificuldades da
convivência diária. Ainda que as dificuldades vivenciadas pelos pais tornem
difíceis as investigações do TDAH, faz-se necessário um esforço, pois são de
fundamental importância, relatos da história do desenvolvimento que
caracterizam esse transtorno. Relatos levadas pelos pais são mais específicos,
de quando e como ocorrem os sintomas, como hiperatividade, falta de atenção,
23
agressividade, impulsividade, diferente do relato dado pela própria criança em
avaliação.
2.3. A escola e o cuidado com a identificação do aluno com TDAH
Ao ingressar na escola as crianças vivenciam novas situações onde
suas habilidades serão aprimoradas, porém é nesses momentos que muitos
casos de TDAH são percebidos, nesta etapa de suas vidas podem se tornar
mais evidentes as dificuldades de atenção e inquietude, sendo possível fazer
comparações com outras crianças de mesma idade, favorecendo que casos de
TDAH sejam percebidos e identificados. Na maioria dos casos os sintomas só
são constatados quando as crianças se encontram no ensino fundamental, com
aproximadamente oito a dez anos na terceira ou quarta série, quando funções
mais elaboradas são testadas, como organização, analises, planejamento e a
existência de foco de atenção se torna indispensável (ARAÚJO, 2002, p. 107).
Em geral, os sintomas se tornam mais evidentes ao ingresso na escola, por serem prejudiciais e menos tolerados neste ambiente. Naqueles com predomínio de desatenção, o comprometimento do desempenho escolar ocorrerá na medida em que aumentarem a quantidade e a complexidade do material didático, com a necessidade de maior memorização e atenção a detalhes.
Na escola as crianças com TDAH frequentemente apresentam atitudes
improprias ou em momentos inoportunos, elas possuem extrema dificuldade
em esperar sua vez, fazem comentários desnecessários e fora de hora,
respondem a perguntas antes que as mesmas estejam completas, e tendem a
iniciar suas atividades sem ler as orientações (DUPAUL; STONER, 2007, p.4).
Crianças com TDAH com frequência perturbam as atividades em sala de aula e, portanto, atrapalham a aprendizagem dos colegas. Por exemplo, as crianças com TDAH podem exibir impulsividade de várias maneiras, incluindo falar sem permissão, conversar com colegas em momentos inapropriados e ficar zangadas quando confrontadas com reprimendas ou tarefas frustrantes. A qualidade dos trabalhos em sala de aula e em casa também pode ser afetada negativamente devido a um estilo de resposta impulsivo e descuidado nessas tarefas.
24
Características gerais e comportamentos podem ser descobertos em um
breve contato com a criança da pré-escola. Com crianças mais velhas e
adolescentes, é necessário focar na percepção e seus sentimentos mediante
as dificuldades. A forma com que esse sujeito se relaciona com pais e
professores deve indispensavelmente ser investigada.
A coleta de informações feitas na escola é um dos passos habituais do
processo de avaliação do TDAH para firmar-se um diagnóstico. Fonte rica em
informação, a escola está para os critérios do DSM-IV como um ambiente
favorecido de critérios para identificar os sintomas, é lá onde a
criança/adolescente passa boa parte do seu dia. Anotações, resultados em
testes, observação do desempenho e comportamento são coletadas junto a
escola no processo - presente e passado - do histórico da criança para se ter
uma relato mais rico de sua vida. É na escola que a maioria dos casos de
TDAH são identificados, baseados no comportamento e desempenho de cada
um. Faz-se necessário obter junto com professores e coordenadores detalhes
sobre cada caso, buscando esclarecimentos e investigando prováveis
comorbidades1.
Para auxiliar no entendimento sobre as dificuldades que a criança possa
ter, o professor deve usar sua percepção e entendimentos sobre o assunto e
observar a capacidade da criança/adolescente de responder aos desafios
escolares, respeitar regras e autoridade. Alguns estudos mostram que o auxílio
de professores podem por vezes aumentar os sintomas da criança com TDAH
principalmente quando existem comorbidades de conceitos avaliados, ou
quando o mesmo se destaca de forma expressiva em alguma função
especifica, o tornando mais qualificado que os demais. Portanto, ainda que
pese esse atributo negativo, a escola é fonte rica em informação tanto para
diagnosticar como atender de formar qualificada, quando se tratar do transtorno
do déficit de atenção e hiperatividade.
1Comorbidade: Designação de duplo diagnóstico. Corresponde a associação de pelo menos duas patologias num mesmo paciente. Paciente acometido com hipertensão e diabetes.
25
3. A ESCOLA E O ATENDIMENTO/ ACOMPANHAMENTO AO ALUNO COM
TDAH
Os indivíduos com TDAH, geralmente acompanham dificuldade de
aprendizagem (DA), e estes, diferentemente dos alunos que pertencem ao
público-alvo da Educação Especial, não possuem dispositivos legais que
assegurem ou garantam o atendimento pedagógico e educacional necessário
aos seus problemas (ROZA, 2011). Dentro das salas de aulas, os professores
precisam lidar com alunos que possuem este transtorno, no entanto a sala de
aula é um espaço plural onde se encontram os mais diferentes sujeitos, de
várias classes sociais, culturas diversificadas e com as mais diferentes histórias
(ROZA, 2011). Devido à pluralidade a possibilidade de se encontrar pessoa(s)
com algum transtorno ou dificuldades de aprendizagem, tornará a missão do
professor mais difícil na escola e na sala de aula.
O acompanhamento de indivíduos com TDAH nas escolas é essencial,
sendo assim os professores devem ter as informações básicas sobre
programas mais amplos de controle de sala de aula projetados para esses
estudantes, como forma de melhorar o ensino (BARKLEY, 2008). As
dificuldades de aprendizagem podem causar grande impacto na vida de
algumas crianças, sendo fonte de prejuízo em diversas áreas do seu
desenvolvimento, diante disso faz-se necessário buscar conhecimentos que
ajudem no auxílio de tais dificuldades. Este capítulo traz em tela como TDAH e
a DA são vistos e atendidos dentro do ambiente escolar, dividindo esta parte
em quatro subitens: A escola e os alunos com TDAH; A sala de aula e o aluno
com TDAH; A sala de recursos e o aluno com TDAH; O aluno com TDAH e a
matemática.
3.1. A escola e o aluno com tdah
As dificuldades que os alunos com TDAH enfrentam costumam ser mais
evidentes com o seu ingresso na escola, conforme a criança avança pelos
26
anos do ensino fundamental, torna-se imprescindível que o aluno desenvolva
atividades que necessitem de mais habilidades como a atenção, analises e
foco. Diante disso a escola apresenta um papel fundamental no
desenvolvimento das habilidades e principalmente no progresso da
aprendizagem desses alunos.
As escolas devem estar preparadas para receber as crianças que
possuem dificuldades como o TDAH, dando total atenção aos pais que buscam
na escola apoio e ajuda para enfrentar todas os problemas advindas de tais
dificuldades. Ao procurar uma escola, os pais buscam um lugar que seja
acolhedor e ao mesmo tempo um espaço com estrutura educacional
organizada, onde a criança conviva com outras crianças de mesma idade,
desenvolvendo suas habilidades e aprendendo conteúdos e normas que o
prepara para a vida
Ao ingressar na escola o aluno com TDAH deve sentir-se amparado pelo
ambiente que irá frequentar e pelos profissionais que irão auxiliá-lo, sendo
fundamental que a escola desenvolva estratégias que o auxiliem, buscando
sempre desenvolver ao máximo o potencial individual e o respeito às
diferenças (BENCZIK, 2000, p. 49).
De uma maneira geral, a escola que parece ser a melhor para a criança com TDAH é aquela que valoriza o desenvolvimento global desta, reconhece e respeita as diferenças individuais, valoriza e promove o desenvolvimento da criatividade e da espontaneidade.
A construção de estratégias que venham auxiliar a escola no
atendimento e apoio aos alunos com TDAH deve ser elaborada com o auxílio
de outros profissionais, sendo desenvolvidas de forma multidisciplinar, contanto
com a ajuda de pais, professores, psicólogos, psicopedagogos e médicos. A
escola necessita trabalhar de forma harmoniosa com todos os profissionais que
irão participar no desenvolvimento e atendimento desses alunos, sendo
imprescindível que haja cooperação na troca de informações, para que todas
as estratégias de intervenção elaboradas possam chegar o mais próximo
possível de obter êxito (ARAÚJO, 2002, p.107).
O TDAH é um transtorno comum e prejudicial ao desenvolvimento emocional e acadêmico. Os casos suspeitos devem ser encaminhados a profissionais com experiência no seu diagnóstico e
27
tratamento. O neuropediatra, o psiquiatra, ou as equipes interdisciplinares ajudam nesta tarefa.
É imprescindível que os professores que atuam no atendimento aos
alunos com dificuldade de aprendizagem mantenham-se atualizados
dominando informações e conhecimentos adequados sobre o TDAH, sabendo
como intervir no primeiro passo a ser dado pela escola para se obter sucesso
na intervenção. Diante disso faz-se necessário que a escola se organize para
buscar estratégias que deem total apoio aos professores que irão trabalhar
com esses alunos, buscando adequar o ambiente escolar e a metodologia de
ensino conforme surgem as dificuldades.
Existe um projeto de lei que tramitou no Senado Federal e entrou em
vigor no dia 01/01/2011, que objetiva ampliar o público-alvo da Educação
Especial. O Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 402, de 2008, de autoria do
Senador Gerson Camata, tem como objetivo incluir o estudante com dislexia
(uma disfunção neurológica que prejudica, em maior ou menor grau, a
aprendizagem da leitura e da escrita). O projeto foi aprovado na Comissão de
Assuntos Sociais (CAS). Na Comissão de Educação Cultura e Esportes a
relatora, senadora Marisa Serrano, incluiu o transtorno do déficit de atenção no
projeto, ao justificar que, assim como a dislexia, o TDAH (transtorno de déficit
de atenção com ou sem hiperatividade) também provoca dificuldades no
processo de ensino e aprendizagem dos estudantes.
Esta pesquisa indica que o poder público deve manter programas de
diagnóstico e tratamento dos estudantes da Educação Básica com dislexia e
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e outras
dificuldades de aprendizagem por transtorno neurológico. Determina que o
diagnóstico e o tratamento devam ocorrer por meio de equipe multidisciplinar,
da qual participarão educadores, psicólogos, psicopedagogos e médicos, entre
outros profissionais. Prevê que as escolas devem assegurar aos estudantes
recursos didáticos adequados a seu aprendizado e, por sua vez, estipular que
o sistema de ensino deve garantir aos professores da Educação Básica cursos
sobre o diagnóstico e o tratamento da dislexia e do TDAH, com o objetivo de
facilitar o trabalho da equipe multidisciplinar. Segundo Roza (2011) como
disposto no referido projeto de lei, entende que não há clareza sobre a
dimensão pedagógica e clínica da dislexia e do TDAH, pois só há sentido em
28
falar em tratamento destes transtornos numa dimensão médica e não
pedagógica.
3.2. A sala de aula e o aluno com TDAH
Os alunos com TDAH possuem potencial de aprendizagem igual aos
demais alunos, porém as características dos sintomas relacionados à
capacidade de concentração e a hiperatividade, fazem com que o seu
rendimento diminua, sendo necessárias diversas intervenções para que o aluno
não venha a enfrentar o fracasso escolar (BARKLEY, 2008). Diante disso
entende-se a necessidade de adaptações nas salas de aula, nos materiais
didáticos e principalmente na prática pedagógica dos professores (DUPAUL;
STONER, 2007, p.65).
Dada a associação entre TDAH e fraca conquista acadêmica, é importante que os psicólogos da escola e outros profissionais da educação tenham consciência do potencial de dificuldades de aprendizagem entre crianças diagnosticadas ou suspeitas de terem TDAH. Além disso, quando indicado, cabe a esses profissionais criar e implementar estratégias eficientes de prevenção e intervenção para a melhora do funcionamento acadêmico.
A adequação do ambiente juntamente com bons materiais didáticos são
fatores essenciais para uma aprendizagem significativa, porém para que a sala
de aula seja um espaço adequado para os alunos com TDAH, tendo em vista
suas limitações em relação à falta de atenção e a dificuldade em manter-se
organizados, torna-se indispensável que o ambiente seja reestruturado
evitando-se tudo que possa desvia-lo do foco principal. E também achar uma
forma de adequar a escassa motivação visual e estímulos em excesso, que
podem ajudar a distrair o aluno (ROHDE; MATTOS, 2003, p. 208). Isto
demonstra que o ambiente escolar, e a forma com que todas as dinâmicas
estão montadas, formam um estimulo, não somente para os alunos que
apresentam transtorno, mas para todos que usufruem destes locais (JONES,
1991):
Até mesmo alunos bem-comportados e bem-sucedidos academicamente apresentam variação no seu desempenho de
29
acordo com fatores existentes no meio ambiente. Alunos com TDAH necessitam de uma estrutura externa bem definida, já que têm dificuldades com a organização e o planejamento. Portanto, o ambiente escolar propício para esses alunos é uma sala de aula bem-estruturada, preferencialmente com um número pequeno de alunos. Uma sala de aula estruturada não significa um ambiente rígido, tradicional; ao contrário, pode ser criativa, colorida, ativa e estimulante.
Montar este ambiente, não é uma tarefa fácil, mas sim deve muito
planejada e pensada em todos os alunos. Rohde (2003, p. 209), realizou
sugestões para adequar a sala de aula:
Propõe-se uma organização que seja dinâmica e flexível, que facilite o processo ensino-aprendizagem e a participação ativa de todos os envolvidos nesse processo. Arrumar a sala de modo a haver bom acesso e boa visibilidade para todos, evitando-se que as carteiras estejam sempre dispostas em fila, ou que as atividades sejam sempre as mesmas para todos, utilizando-se do mesmo livro, no mesmo momento. O aluno com TDAH deverá sentar-se próximo, ou ao alcance do olhar direto do professor, distante da janela ou da porta, num local onde tenha menor possibilidade de se distrair, longe de colegas antagonistas, no meio de colegas tranquilos e que possam ajudá-lo [...]
Porém, mesmo com todas as exigências de sala de aula, o professor
continua tendo um papel extremamente fundamental de analisar e perceber
todas as possíveis alterações nos comportamentos dos alunos e fatos
diferencie uns dos outros para possíveis diagnósticos de TDAH. E é
imprescindível que perceba quais as melhores alternativas para o que o
desenvolvimento da aula seja o mais abrangente possível, aperfeiçoando a
estrutura da sua aula, para o atendimento de todos. A preparação das aulas
deve ser feita com muita cautela, buscando sempre metodologias inovadoras
para cada conteúdo a ser trabalhado, sendo necessário que o professor
identifique a maneira mais apropriada para cada situação, levando-se em
consideração as dificuldades enfrentadas pelos alunos de forma individual.
As atividades a serem trabalhadas pelos alunos em sala de aula devem
ser organizadas pelo professor, em que se faz necessário que sejam
intercaladas com atividades atraentes, buscando dessa maneira melhorar o
desempenho dos alunos com TDAH, que demonstram baixo rendimento diante
de atividades extensas e repetitivas, pois não consegue manter a atenção em
períodos prolongados.
30
O desenvolvimento da aula deve ser organizado, facilitando a
compreensão dos alunos em relação ao momento adequado para cada
atividade, sendo indispensável que o professor mostre-se acessível, buscando
auxiliá-los sempre que necessário. O processo de avaliação dos alunos com
TDAH devem ser realizados diariamente, analisando o desenvolvimento das
atividades, a participação na aula e principalmente o seu esforço diante das
atividades propostas, sendo assim é fundamental que a avaliação dê ênfase a
todo o processo de aprendizagem desses alunos, observando possíveis
situações que devam ser repensadas e modificadas (ROHDE; MATTOS, 2003,
p. 208).
Deve-se avaliar não apenas o aluno (seu nível de competência, quais estratégias utiliza para resolver as tarefas propostas, seu estilo de aprendizagem, seu interesse, esforço, interação entre iguais, percepção do aluno sobre a aula e o professor), mas também todo o contexto educacional no qual se desenvolve o processo de ensino-aprendizagem (o contexto educacional da sala: o desenvolvimento na prática das proposições da programação, a análise das diferentes interações e a organização do espaço físico). A avaliação desses aspectos serve para identificar o que ocorre na sala de aula e para a tomada de decisões quanto às modificações necessárias.
Diante do processo de avaliação ao qual os alunos com TDAH são
frequentemente expostos, torna-se possível compreender e identificar a
necessidade de atendimentos mais precisos frente a as dificuldades
apresentadas, como, por exemplo, na matemática.
3.3. A sala de recurso e o aluno com TDAH
Os atendimentos educacionais especializados que são realizados nas salas
de recursos são definidos pela CNE/ CEB, 2001, como um serviço pedagógico
por professores especializados que complementa as atividades desenvolvidas
em sala de aula, sendo este oferecido em todas as etapas e modalidades da
Educação Básica. As atividades realizadas em sala de recursos devem diferir
das ministradas em sala de aula, não substituído o que é por ela oferecido.
Os professores de sala de recursos devem promover a interação do
aluno com a comunidade escolar, e fortalecer a autonomia dos estudantes a
31
fim de levá-lo a: decidir, opinar, escolher tomar iniciativas; realizar atividades
que estimulem o desenvolvimento dos processos mentais, atenção, percepção,
memória, raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, dentre outros. Estes
professores também têm como atribuição auxiliar e orientar as famílias pra o
seu envolvimento e sua participação no processo educacional, informar acerca
das leis e das normas educacionais que asseguram o processo de inclusão,
propiciar a interação dos estudantes em ambientes sociais, valorizando as
diferenças e a não discriminação. Sendo estas as atribuições da sala de
recursos e, sendo assim quando se analisam as atribuições da sala de
recursos observam vários itens que contemplam as necessidades dos alunos
com TDAH.
3.4. O aluno com TDAH e a matemática
A matemática tem um papel muito importante não somente nas escolas,
mas no dia a dia de todos os indivíduos, independente de nível social,
escolaridade e profissão, sendo considerada uma ferramenta estratégica para
a resolução de diferentes problemas, como o cálculo de uma área, a
porcentagem de um desconto e diversas outras situações. Deste modo
compreende-se a importância da sua aprendizagem pelos alunos (BRASIL
PCN, 1998, p. 15).
[…] a Matemática desempenha papel decisivo, pois permite resolver problemas da vida cotidiana, tem muitas aplicações no mundo do trabalho e funciona como instrumento essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas curriculares.
O processo de ensino da disciplina de matemática deve ser
desenvolvido a cada dia, buscando metodologias diferenciadas que auxiliem na
construção do conhecimento por todos os alunos. É essencial que as
diferenças entre os alunos durante esse processo sejam percebidas, porem em
hipótese alguma deve ser considerado como um fator isolante, sendo
indispensável que o professor compreenda a necessidade de adequar as aulas
32
para que todos sejam favorecidos, independente das dificuldades que
enfrentem. (CARVALHO, 1994, p.103).
O saber matemático não pode continuar sendo privilégio de poucos alunos, tidos como mais inteligentes, cujo temperamento é mais dócil e, por isso, conseguem submeter-se ao “fazerem tarefas escolares” sem se preocuparem com o significado das mesmas no que se refere ao seu processo de construção do conhecimento.
O professor desempenha um papel fundamental diante da aprendizagem
matemática dos alunos, principalmente os com TDAH, pois esses alunos
precisam de estímulos frequentes para manter-se concentrados, tornando
imprescindível que o professor avalie e reavalie frequentemente sua
metodologia e busque estratégias diferenciadas para estimular a aprendizagem
pelos alunos, evitando ao máximo a ocorrência do fracasso escolar.
As dificuldades enfrentadas pelos alunos com TDAH diante da disciplina
de matemática podem ser evidenciadas desde os anos iniciais, quando são
expostos às primeiras contas com as operações básicas da matemática, sendo
elas a adição e subtração, multiplicação e divisão (BENCZIK, 2008, p.44).
As dificuldades para fazer contas com as operações básicas da adição, subtração, multiplicação e divisão podem aparecer. Muitos desses erros estão associados à dificuldade de prestar atenção e reter informações especificas em virtude da dificuldade de manter a atenção e de organizar informações verbais, a velocidade para realizar cálculos pode ser lenta.
O primeiro passo para que as dificuldades enfrentadas pelos alunos com
TDAH, diante do aprendizado da matemática sejam amenizadas, é identificar e
compreender os momentos que ocorrem, sendo necessário atenção extra pelo
professor. Uma das maneiras que pode ser utilizada é a observação durante a
realização dos trabalhos em sala de aula, que possibilita ao professor auxilia-
los à medida que surgem as dificuldades, incentivando-os a buscar a resposta
correta.
Algumas estratégicas básicas como, uma breve revisão das aulas
anteriores ao início de cada aula e a utilização de materiais lúdicos, podem ser
muito eficientes, pois auxiliam na memorização e fixação dos conteúdos
aprendidos (WEISS; CRUZ, 2007, p.74).
Há atividades simples, cotidianas, que favorecem a aprendizagem de todos os alunos. Por exemplo, recordar e avaliar as atividades
33
realizadas no dia favorece a reorganização e a memorização. Além disso, independentemente do diagnostico, ou da dificuldade apresentada pelo aluno, todos podem se beneficiar da atividade lúdica contextualizada. Este tipo de atividade descontrai, desperta sentimentos que provocam a produção e interação de hormônios, fazendo com que os estímulos nervosos circulem mais nos neurônios.
Os recursos tecnológicos também podem ser considerados estratégias
produtivas para a aprendizagem matemática em alunos com TDAH, pois
tornam a aula mais atraente facilitando a concentração nas atividades
propostas. Ao utilizar ferramentas diferenciadas os alunos necessitam
compreender quais os objetivos da aula, a fim de que consigam construir uma
aprendizagem mais significativa (WEISS; CRUZ, 2007, p.74).
A utilização de recursos tecnológicos pode ser também de grande valia no processo de ensino-aprendizagem. Além de contextualizar a própria escolar em seu tempo podem ajudar os alunos a superar as dificuldades, desde que façam parte de um conjunto de procedimentos e recursos didáticos, inseridos em um planejamento voltado para as necessidades de cada aluno.
Quando e passado ao aluno uma atividade que contém muitos dados a
serem resolvidos, o professor deve orienta-los quantas vezes forem
necessárias até o mesmo perceber que poderá fazê-lo. Engana-se quem pensa
que devido ao transtorno de atenção o aluno pode ser beneficiado por
atividades mais fáceis. Apenas alguns ajustes pedagógicos são necessários
para que andem com toda a turma (WEISS; CRUZ, 2007, p.76).
Algumas adaptações pedagógicas podem facilitar a aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais, o que não significa, como já discutido, que necessitem realizar atividades mais fáceis, ou ter acesso a conteúdos mais fracos.
Deve-se destacar que a inquietude e agitação do aluno em sala de aula é
um fator de que o aluno não está conseguindo aprender o conteúdo, nesse
caso vale reforçar e reexplicar novamente todo o conteúdo. É fator positivo que
o professor mediante ao processo de aprendizado dispare comentários
positivos ao comportamento e atitudes realizadas pelo aluno. Este comentário
positivo vindo após a atitude ou tarefa bem realizada, é também um
comprovado fator de elevação de autoestima (PILETTI; ROSSATO 2011, p.14).
Se pensarmos no nosso aluno, sabemos que exercermos controle sobre seus comportamentos, na medida em que o conhecemos, em
34
que sabemos quais consequências tem um valor tem um valor reforçador para ele (como, por exemplo, a atenção do professor, a nota) e, a partir disso, planejamos uma sequência (a cada etapa da atividade realizada passo por sua carteira e lhe faço um elogio), de tal modo que aumente a possibilidade de que ele passe a se comportar em acordo aos objetivos previamente estabelecidos na relação ensino-aprendizagem em questão.
Portanto, independentemente de suas dificuldades, é tarefa de todos
criarem um bom ambiente educacional, que tenha condições de aprendizado a
todos os alunos. No que tange aos TDAH’s, as situações antes mencionadas
para que possuam um aprendizado produtivo e justo as suas condições,
incluindo-os na escola regular e trabalha-los de maneira assertiva e ampla por
suas dificuldades, o sistema de ensino precisa alcançar essas condições.
35
4. OS CAMINHOS DA PESQUISA, DADOS E POSSÍVEIS DISCUSSÕES SOBRE O QUE FOI ENCONTRADO
Este capítulo discorre sobre a pesquisa realizada na Escola Estadual
Professora Edeli Mantovani, os métodos de abordagem da pesquisa, os
resultados e a discussão dos resultados. A investigação foi de base qualitativa,
através de questionários abertos, aplicados aos professores que trabalham e
vivenciam o dia a dia de alunos com TDAH e DA`s neste ambiente escolar.
4.1. Metodologia
Esta pesquisa foi abordada de forma qualitativa. A pesquisa qualitativa não
se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o
aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,
etc. Os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, de forma a
não quantificar valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de
fatos, pois os dados analisados são não-métricos e se valem de diferentes
abordagens e interpretações (BOGDAN; BIKLEN; apud LÜDKE, 1986, p. 11-
13).
1º A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. 2º Os dados coletados são predominantemente descritivos. 3º A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto. 4º O “significado” que as pessoas dão as coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador. 5º A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo.
Na pesquisa qualitativa, o cientista é, ao mesmo tempo, o sujeito
participante e o objeto de suas pesquisas. O objetivo de sua amostra é de
produzir informações aprofundadas e ilustrativas seja pequena ou grande, o
que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações. A
Investigação pode ser realizada através de materiais registrados pelo
investigador. Os dados são recolhidos em situação natural e complementados
36
pela informação que se obtém através do contato direto; questionário aberto e
notas de campo.
O instrumento para acesso aos dados disponibilizados pelos sujeitos da
pesquisa foi através de um questionário aberto, elaborado apenas com
perguntas abertas (também conhecidas como “subjetivas”). Este roteiro foi
elaborado com o intuito de que a resposta fosse apresentada textualmente e de
forma livre, sendo o objetivo perguntar a respeito do TDAH e as DA`s no
ambiente escolar. As vantagens desse método é que o sujeito/entrevistado usa
linguagem própria, o que permite identificar o seu posicionamento acerca do
que está sendo investigado e fornecendo assim uma investigação mais
profunda e precisa.
4.2. O espaço e o sujeito
Para avaliar influência do TDAH no processo de aprendizagem e como
estes problemas são enfrentados em uma escola no município de Sinop, foi
organizado e aplicado um questionário aberto (Apêndice 1), com três
professoras da rede estadual de ensino. O questionário foi aplicado na escola
Professora Edeli Mantovani, escola fundada em 2005 e seu endereço é na Rua
Carlos Eduardo SN Quadra 17 Bairro Jardim São Paulo/ Sinop - MT/ Brasil. Os
professores entrevistados lecionam no ensino fundamental, e atualmente
possuem um aluno diagnosticado com TDAH. Este diagnóstico foi efetuado
pelos Professores (as) Psicopedagogos (as).
4.3. Dados e discussões
A pesquisa foi de caráter qualitativo, por isto a escolha de uma pequena amostra de dados (três professores e um aluno com TDAH e DA).
A coleta de dados foi realizada com a participação de três professores, dois
que atuam na sala de recursos e um professor de matemática que atua em
sala de aula da Escola Professora Edeli Mantovani. A professora responsável
pela sala de recurso será nomeada neste trabalho como professora um, a
37
professora da sala de recurso que trabalha com o aluno TDAH será nomeada
professora dois e a professora de matemática será nomeada professora três.
Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário aberto que
possuía treze (13) questões discursivas e utilizando pesquisa qualitativa
(BOGDAN E BIKLEN; apud LÜDKE, 1986). Este questionário tem como
objetivo de investigar junto aos professores seus saberes sobre a temática e
seus fazeres no enfrentamento dos múltiplos desafios que o TDAH e as
Dificuldades de Aprendizagem (DA) trazem para a prática cotidiana escolar.
Além disso, os professores foram indagados se existem formas secundárias
de apoio institucionais estabelecidas pela/na escola em relação ao apoio
pedagógico e educacional aos estudantes que apresentam TDAH. O tempo de
magistério dos professores foi entre 14 e 20 anos, e possuem formação
acadêmica na área de Licenciatura em Letras e Licenciatura em Matemática, e
especialização na área de Educação especial e Educação Inclusiva.
A Professora um, que é responsável pela sala de recursos, não trabalhou
com aluno que possui TDAH em sala de aula. Possui o convívio com os
professores do aluno e os pais no ambiente escolar. Relatou a agressividade,
como “extremamente agressivo, a ponto de machucar uma pessoa” e a
necessidade de cuidados em lidar com ele durante as aulas, sendo que o
acompanhamento do mesmo demonstrou uma melhora no decorrer dos anos
corroborando com Wender (1998), que relata que os sintomas se tornam mais
amenizados no decorrer dos anos.
A presença deste aluno na sala, em alguns casos o aluno com TDAH acaba
“perturbando a aula” e o professor necessita tomar providencias mais fortes
para conseguir ter o controle da turma como um todo, sendo assim várias
vezes o aluno foi retirado da sala de aula e encaminhado para a sala de
recursos.
Ao responder sobre a maior dificuldade do aluno com TDAH, ela relatou que
seu comportamento é muito instável, “ele é carinhoso e de uma hora para outra
rasga o caderno e não aceita o não”, quando o aluno é contrariado apresenta
um nervosismo que ele precisa de um tempo para voltar ao normal novamente,
diagnóstico semelhante ao proposto por Barkley (2008). O material utilizado
para o aluno com TDAH é o mesmo ao utilizado pelos outros alunos, a escola
possui vários materiais, porém os professores em sala de aula optam por não
38
utilizá-los com a justificativa que esta atividade irá atrapalhar os demais alunos.
Quanto à dificuldade de aprendizagem, este aluno apresentou em diversas
matérias, principalmente em matemática e português, com o maior sintoma, a
dificuldade de atenção e concentração nas atividades.
A professora dois é formada em Letras com especialização em educação
inclusiva para trabalhar na sala de recurso, trabalhou 18 anos em sala de aula
e nos últimos dois anos está na sala de recursos. Segundo Araújo (2002), o
ingresso do aluno com TDAH na sala de aula torna o seu comportamento mais
evidente, e a professora relatou o seu comportamento como “muito agitado”, e
as dificuldades que os professores tinham em trabalhar com ele em sala de
aula. Na sala de recurso está professora também encontrou dificuldade para
trabalhar, relata: “como é difícil, não para quieto, não presta atenção”.
A professora se caracteriza apta a trabalhar com alunos com características
e sintomas de TDAH devido sua especialização. Uma das dificuldades em
trabalhar com alunos de TDAH retratada é que “O aluno parece que não escuta
o que eu estou falando”. Sendo assim limita o professor a tomar atitudes
quanto a sua conduta dentro da sala de aula. Dentro da sala de recursos
muitas vezes o aluno não faz as atividades exigidas, sendo que neste caso
está com atenção especial, muitas vezes ele se apresenta muito agitado e de
não escutar as exigências das atividades trabalhadas, porém nunca
apresentou, neste caso, agressividade. Neste caso perturbando o andamento
da aula (DUPAUL; STONER, 2007)
O professor três relata as dificuldades na matemática. Porém com
dificuldades nítidas quanto à concentração. Os trabalhos solicitados em sala de
aula geralmente não são entregues, e quando entregues são parciais, o aluno
não consegue finalizar, devido o aluno não conseguir se concentrar em apenas
uma atividade. Segundo esta professora vários alunos possuem dificuldades de
aprendizagem na matemática, porém a maioria não apresenta laudos
específicos de diagnóstico de algum transtorno. Antigamente o aluno com
TDAH apresentava um comportamento agressivo, porém, hoje dentro da sala
de aula o aluno com TDAH apresentou um avanço em seu comportamento, no
momento se demonstra sociável, e comum aos demais alunos corroborando
Wender (1998), que relata que esse comportamento se torne mais amenos no
decorrer dos anos.
39
Todas as informações são repassadas pelas professoras da sala de
recurso, quanto a informações sobre o TDAH, e esta é uma maneira minimizar
o excesso de estímulos que ocorre dentro da sala, que ajudam a distrair o
aluno (ROHDE; MATTOS, 2003). Segundo esta professora ele não apresenta
comportamento diferenciado dos demais, o que é mais perceptível é a
concentração nas atividades (SILVA, 2003).
As avaliações são realizadas normalmente como os demais alunos, e a
professora está aguardando as professoras da sala de recurso para realizar
outros métodos de avaliações mais especifico para esse aluno, visto que ele
não consegue realizar todas as atividades em sala. A professora ressalta que o
aluno com essa dificuldade possui muita força de vontade, e tenta fazer as
atividades, frente a outros alunos que não possuem nenhum problema
evidente, e nem tentam realizar o que é proposto dentro de sala.
Na matemática, as três professoras são coerentes na afirmação de que o
sintoma de dificuldade de atenção e concentração nas atividades, como um
dos principais fatores para atrapalhar não somente na aprendizagem de
matemática, mas nas demais disciplinas que são abordadas. O aluno com
TDAH apresenta um relatório de acompanhamento de uma Psicopedagoga
Adriana Perez dos Santos, e foram emitidos no ano de 2012, 2013 e 2014.
Todos estes laudos apresentaram resultados semelhantes em que se
destacam algumas informações:
“O aluno Apresenta comportamento inquieto e não aceita regras, irrita-se facilmente e fica agressivo. Desatento, (inquietude motora) e impulsividade sendo a apresentação predominante o desatento, Dificuldade de manter atenção em atividades lúdicas e tarefas, Comete erros por descuido, Parece não escutar o que está sendo dito, Com frequência não cumpre instruções e perde coisas, Com frequência tem dificuldade de organizar tarefas ou atividades, Evita atividades que exigem esforço mental; Distrai-se com estímulos irrelevantes, Levanta-se da cadeira em momentos que se espera que fique sentado, Frequentemente tem dificuldades de brincar ou conectar-se com tranquilidade em atividades recreativas, interrompe atividades ou conversas com os outros, Fala excessivamente, Responde a pergunta antes de escutá-la de forma completa, Dificuldade em ficar na fila e esperar a sua vez; Agressivo quando contrariado, Dificuldades lectoescritoras, Copia o conteúdo pela metade, Dificuldades em pintar, Na matemática realiza apenas cálculos simples, e em alguns casos tem dificuldade em reconhecer números e quantidades”.
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Estes Sintomas foram basicamente apresentados em todos os laudos,
inclusive no laudo realizado no ano de 2014, quando o aluno se encontrava
com 14 anos de idade. No entanto as professoras entrevistadas, que
acompanham diariamente, enfatizam o avanço do aluno durante este período.
Os laudos e as respostas das professoras coincidem com os sintomas
indicados por Barkley (2008) e Silva (2003), indicando que o comportamento
deste aluno foi de fato bem acompanhado durante este período em que esteve
na Escola Edeli Mantovani.
Carvalho (2003) quando afirma que os professores nada ou quase nada
podem fazer para superar as Dificuldades de Aprendizagem (DA), pois não se
sentem preparados para estar com esses estudantes. Na pesquisa de Roza
(2011, p. 2111), as professoras entrevistadas afirmaram que vivenciaram em
sua formação uma aproximação teórica com a temática de dificuldades de
aprendizagem, porém, mesmo assim ainda não se sentem confiantes para
enfrentar esse “impasse”, desta forma:
O que falta para elas se sintam seguras para estar com esses estudantes e auxiliá-los nas suas dificuldades? Ou seja, a formação oferecida não vem oportunizando aos professores a reflexão crítica sobre a sua própria formação, pautando-se, sobretudo, numa concepção de educação para a reprodução de modelos/conteúdos, que não dão conta das diversas realidades e da dinâmica do ser e fazer a escola.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo objetivou aumentar o conhecimento, e compreender o
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e as Dificuldades de
Aprendizagem dentro da escola, tendo como participantes os professores que
atuam em Sala de Recursos e em sala de aula. Como forma de investigação foi
utilizada como instrumento um questionário aberto contendo perguntas em que
os entrevistados manifestaram suas respostas, de forma que pudesse
demonstrar o seu conhecimento sobre o assunto e formas de enfrentar os
desafios dentro da escola.
Os alunos com TDAH e DA necessitam de atenção especial e
acompanhamento pedagógico e muita paciência e dedicação para superar
suas dificuldades. O diagnóstico muitas vezes pode ser confundido e difícil de
ser identificado. A escola Professora Edeli Mantovani oferece recursos
didáticos, para alunos que possuem TDAH e DA, e também um
acompanhamento para alunos que venham a apresentar características e os
sintomas deste tipo de dificuldade. A escola necessita ainda avançar num
programa de qualificação sobre o universo das diferentes dificuldades de
aprendizagem e as especificidades dos conceitos sobre o TDAH, numa
perspectiva de romper as barreiras mais importantes para o
tratamento/atendimento escolar desses alunos.
Os professores entrevistados demonstram conhecimento teórico e prático, e
demonstram entender o assunto que envolve TDAH e DA, no entanto falta uma
maior capacitação, de forma que estejam mais preparados para enfrentar estes
problemas. Este fato pode ser explicado devido à formação dos professores
não priorizar estudos referentes às diferenças humanas e atenção especial a
uma parcela considerável de alunos que procuram e estão na escola. Ainda
existe uma concepção de escola homogênea, não considerando as
diversidades culturais, problemas psicológicos e também com algum tipo de
dificuldades e deficiências. Trabalhar com a diversidade é uma experiência que
os professores enfrentam no dia a dia e não durante sua formação inicial, e
cabe a cada um buscar o conhecimento ao qual define como fundamental para
a prática docente.
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Os professores entrevistados demonstraram buscar informações referentes
ao aluno com o TDAH e DA, e sabem dos acontecimentos referentes a este
aluno dentro da escola. E isto é de extrema importância para se tomar medidas
para assim orientar as formas de enfrentar este problema. O conhecimento da
vida deste aluno é de extrema importância, de como é tratado pelos pais, e
como é o seu convívio fora da escola. Todos os professores souberam
responder estes questionamentos, e pode-se inferir que estão buscando
entender e ajudar durante o período em que estiver na escola.
Muitas das respostas obtidas inferem que o aluno com TDAH obteve uma
melhora durante o passar dos anos, no entanto não houve uma justificativa de
uma ação maior que foi realizada, mas sim uma ação em conjunto, e gradativa
das professoras, onde foram tomando atitudes que minimizassem o
comportamento hiperativo, impulsivo e agressivo. Talvez falte um conjunto de
ações de maior impacto dos alunos que apresentem estes sintomas, porém
este conjunto de ações necessite de uma equipe com maior especialização e
uma maior capacidade da escola em enfrentar este problema.
Esta pesquisa foi realizada em apenas uma escola, desta forma não define
que as demais escolas apresente a mesma estrutura para enfrentar o TDAH e
as DAs. Existe a necessidade de aprimorar os estudos e questionar se existe
um acompanhamento nas demais escolas, e se existe a devida atenção pelos
profissionais da educação, sejam eles professores, coordenadores,
supervisores, orientadores, gestores, entre outros no município de Sinop.
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6. REFERÊNCIAS
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APÊNDICES
APÊNDICE 1. Roteiro questionário aberto aplicado aos professores da
Escola Professora Edeli Mantovani, no município de Sinop-MT.
1) Qual é a sua formação? Quanto tempo atua em sala de aula?
2) Você tem alunos diagnosticados com dificuldades de aprendizagem em
sala de aula?
3) Trabalha com aluno TDAH? Esse aluno tem diagnóstico por um
profissional médico e psicopedagogo?
4) Como é o comportamento do aluno TDAH em sala de aula?
5) Esses alunos recebem algum tipo de acompanhamento profissional?
Quais?
6) Você tem contato com esses profissionais? E com os pais desses
alunos?
7) Você recebe algum tipo orientação de como trabalhar com esses
alunos? De quem?
8) A presença do aluno TDAH na sala de aula interfere no processo de
ensino-aprendizagem da turma?
9) Qual é a sua maior dificuldade no cotidiano com o aluno com TDAH?
10) O material utilizado pelos alunos com TDAH é o mesmo para os
demais alunos?
11) Esses alunos apresentam dificuldades específicas na aprendizagem
matemática? Quais?
12) Como é feito o processo de avaliação desses alunos no cotidiano da
sala de aula?
13) Como é o relacionamento afetivo e cognitivo com esse aluno?