ANA CAROLINA BIANCHI -...

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA ANA CAROLINA BIANCHI O ALUNO COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: O DESAFIO DE APRENDER, ORIENTAÇÕES E ATENDIMENTO EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SINOP SINOP-MT 2015

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

ANA CAROLINA BIANCHI

O ALUNO COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: O DESAFIO DE APRENDER, ORIENTAÇÕES

E ATENDIMENTO EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SINOP

SINOP-MT

2015

ANA CAROLINA BIANCHI

O ALUNO COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: O DESAFIO DE APRENDER, ORIENTAÇÕES E

ATENDIMENTO EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SINOP

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Banca Examinadora

do Departamento de Matemática -

UNEMAT, Campus Universitário de

Sinop, como requisito parcial para a

obtenção do título de Licenciado em

Matemática.

Orientador(a): Prof(a). Me. Adil Antônio Alvez de Oliveira

SINOP-MT

2015

ANA CAROLINA BIANCHI

O ALUNO COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E

HIPERATIVIDADE: O DESAFIO DE APRENDER, ORIENTAÇÕES E

ATENDIMENTO EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE SINOP

Prof(a).

Professor(a) Avaliador(a) Dr. Marion Machado Cunha

Prof(a).

Professor(a) Avaliador(a) Me. Ivone Jesus Alexandre

Prof(a).

Professor(a) Orientador(a) Me. Adil Antônio Alvez de Oliveira

Prof(a). Odacir Elias Vieira Marques

Presidente da Banca

Aprovado em _____ / _____ /_____

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

Dedico este trabalho a todos que de alguma maneira contribuíram para que

meu sonho se tornasse realidade. Em especial aos meus pais Edilson e Elaine

e ao meu namorado Diego que sempre me apoiaram, proporcionando forças

mesmo diante de tantos obstáculos.

AGRADECIMENTOS

Agradecer primeiramente a Deus pelo dom da vida e em especial por esta

conquista tão almejada;

Ao meu orientador que esteve me auxiliando na trajetória deste trabalho;

Agradecer aos colegas que estiveram comigo nessa trajetória, auxiliando

com os trabalhos em grupo durante nossa caminhada até ao final do curso

– em especial a minha colega e amiga Andressa Bonaparte que esteve

presente nos momentos em que mais precisei.

Quando a gente pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas

as perguntas.

ERICO VERISSIMO

RESUMO

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um

transtorno neurobiológico, sendo que os indivíduos com TDAH apresentam

dificuldades crônicas como a desatenção e/ou impulsividade e hiperatividade.

As características e sintomas podem ser apresentados logo no início das suas

vidas. Possui uma incidência de 5% das crianças e adolescentes, em diversas

regiões do país, e estimativas demonstram que entre 65-75% os casos de

TDAH acompanham os indivíduos na vida adulta, embora os sintomas se

tornem mais amenizados. Sendo assim, esta pesquisa objetiva abordar como

TDAH e a DA, como estes desafios, estão sendo enfrentados na Escola Edeli

Mantovani no município de Sinop. A pesquisa foi realizada através de

observações e de um questionário aberto com os professores. Esta escola

oferece recursos didáticos, para alunos que possuem TDAH e DA, e também

um acompanhamento para alunos que venham a apresentar estas

características. No entanto, o problema de diagnóstico se estende pelo Brasil

como um todo, em que faltam laudos mais específicos para o direcionamento

do tratamento e as devidas orientações para o atendimento escolar. Os

professores entrevistados demonstram conhecimento teórico e prático, e

demonstram entender o assunto que envolve TDAH e DA. No entanto falta

capacitação dos Professores que atuam dentro de sala de aula, de forma que

estejam preparados para enfrentar os desafios da inclusão destes alunos.

Palavras chave: Educação; TDAH; DA; Atendimento Escolar e Aprendizagem.

ABSTRACT

The Attention Deficit Disorder with Hyperactivity (ADHD) is a neurobiological

disorder, and that individuals with ADHD have chronic difficulties such as

inattention and / or hyperactivity and impulsivity. The characteristics and

symptoms may be soon presented at the beginning of their lives. It has an

incidence of 5% of children and adolescents in several regions of the country,

and estimates show that between 65-75% cases of ADHD accompany

individuals in adulthood, although symptoms become more softened. Thus, this

research aims to address how ADHD and AD, as these challenges are being

faced in the School Edeli Mantovani in the municipality of Sinop. The survey

was conducted through observation and an open questionnaire to the teachers.

This school offers educational resources to students who have ADHD and AD,

as well as an accompaniment to students who will present these characteristics.

However, the diagnostic problem extends by Brazil as a whole, lacking more

specific reports for the planning of the treatment and the necessary guidelines

for school attendance. Respondents teachers demonstrate theoretical and

practical knowledge, and demonstrate understanding the matter involving

ADHD and AD. However lack training of teachers working in the classroom, so

that they are prepared to face the challenges of inclusion of these students.

Key Words: education; ADHD; DA; School attendance and learning.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade;

DA – Dificuldade de aprendizagem;

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 11

2. AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM, CARACTERÍSTICAS E TIPIFICAÇÃO E AS PESSOAS COM TDAH E O CONTEXTO ESCOLAR ...... 13

2.1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E O CONTEXTO ESCOLAR ........................................... 14

2.2. O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TIPIFICAÇÃO................................................................................................ 17

2.3. A ESCOLA E O CUIDADO COM A IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO COM TDAH ........................................................................................................... 23

3. A ESCOLA E O ATENDIMENTO/ ACOMPANHAMENTO AO ALUNO COM TDAH................................................................................................................ 25

3.1. A ESCOLA E O ALUNO COM TDAH .................................................. 25

3.2. A SALA DE AULA E O ALUNO COM TDAH ....................................... 28

3.3. A SALA DE RECURSO E O ALUNO COM TDAH .............................. 30

3.4. O ALUNO COM TDAH E A MATEMATICA ......................................... 31

4. OS CAMINHOS DA PESQUISA, DADOS E POSSÍVEIS DISCUSSÕES SOBRE O QUE FOI ENCONTRADO ............................................................... 35

4.1. METODOLOGIA .................................................................................. 35

4.2. O ESPAÇO E O SUJEITO .................................................................. 36

4.3. DADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 36

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 41

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIA ............................................................... 43

APÊNDICES ..................................................................................................... 46

APÊNDICE 1. Roteiro para entrevista semiestruturada com os professores (as) da Escola Professora Edeli Mantovani, no município de Sinop-MT. ...... 46

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1. INTRODUÇÃO

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um

transtorno neurobiológico, sendo que os indivíduos com TDAH apresentam

dificuldades crônicas com a desatenção e/ou impulsividade e hiperatividade, os

sintomas podem ser apresentados logo no início das suas vidas (BARKLEY,

2008). Possui uma incidência de 5% das crianças e adolescentes, em diversas

regiões do país (POLANCZYK, 2007), e estimativas demonstram que entre 65-

75% os casos de TDAH acompanham os indivíduos na vida adulta, embora os

sintomas se tornem mais amenizados (WENDER 1998).

Atualmente o TDAH é reconhecido por vários países e pela Organização

Mundial da Saúde (OMS) e é extensivamente estudado, com muitas

informações e dados de qualidade, o que possibilita inferir sua validade

(POLANCZYK, 2012). O Brasil ainda não possui muitos profissionais na área

de diagnóstico, desta forma 95% dos casos não apresentam acompanhamento

profissional (POLANCZYK, 2008). Segundo Polanczyk (2012), atualmente a

falta de treinamento adequado, o estigma e conceitos errados são as barreiras

mais importantes para o tratamento do TDAH.

Os indivíduos com TDAH possuem como característica a dificuldade de

aprendizagem (DA), e existe a dificuldade de encontrar uma escola preparada

e que assegure e garanta o atendimento pedagógico e educacional necessário

para os seus problemas (ROZA, 2011). Desta forma a necessidade de se

avaliar como estes alunos estão sendo acompanhados em uma escola do

município de Sinop, e avaliar através de observação participante como os

profissionais da área trabalham com alunos que possuem TDAH e DA, bem

como avaliar a existência de sala de recursos e métodos utilizados como

ferramentas nestes casos.

Sendo assim esta pesquisa objetiva abordar como TDAH e a DA e como

estes problemas estão sendo enfrentados na Escola Edeli Mantovani no

município de Sinop, através de um questionário aberto com os professores.

Para isto, esta pesquisa será apresentada em três capítulos:

12

Capítulo 1: As dificuldades de aprendizagem, características e tipificação e as

pessoas com TDAH e o contexto escolar

Capítulo 2: A escola e o atendimento ao aluno com TDAH

Capítulo 3: Os caminhos da pesquisa, dados e possíveis discussões sobre o

que foi encontrado

As dificuldades de aprendizagem podem causar grande impacto na vida de

algumas crianças, sendo fonte de prejuízo em diversas áreas do seu

desenvolvimento. Diante disso faz-se necessário buscar conhecimentos que

ajudem no auxílio de tais dificuldades e identificar como estes problemas estão

sendo enfrentados.

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2. AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM, CARACTERÍSTICAS E TIPIFICAÇÃO E AS PESSOAS COM TDAH E O CONTEXTO ESCOLAR

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um

transtorno distúrbio do neurodesenvolvimento infantil, que pode persistir ao

longo da vida em mais da metade dos casos, de causas genéticas, que

aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua

vida (WENDER 1998). No ambiente escolar os alunos com TDAH devem

sentir-se amparado pelo ambiente que ira frequentar e pelos profissionais que

irão auxiliá-lo, sendo de extrema importância que a escola desenvolva

estratégias que o auxiliem, e busquem desenvolver ao máximo o potencial

individual e o respeito às diferenças através das atividades desenvolvidas

(BENCZIK, 2008).

Neste capítulo inicial da pesquisa, que propõe uma compreensão do

universo pessoal e escolar da pessoa com TDAH, será abordada uma

exposição do conceito geral da dificuldade de aprendizagem (DA) para então

tipificar o TDAH. Por que são vários os aspectos as dificuldades de

aprendizagem encontradas na escola, na sala de aula e muitas vezes há falta

de compressão sobre este universo.

Desta forma este capítulo, discorre sobre o conceito de dificuldades de

aprendizagem (DA), caracterizando em diversos aspectos e situando este

problema no universo escolar. Para isto este capítulo foi dividido em três

subitens: Conceito e característica das dificuldades de aprendizagem e o

contexto escolar; o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade –

tipificação; A escola e o cuidado com a identificação do aluno com TDAH.

Desta forma apresentará como são identificados indivíduos com TDAH e as

DA`s e suas influencias no ambiente escolar.

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2.1. Conceito e características das dificuldades de aprendizagem e o contexto escolar

As pesquisas na área das dificuldades de aprendizagem têm aumentado

consideravelmente no decorrer dos últimos anos, tendo em vista que grande

parte desses estudos procura caracterizar e distinguir os alunos com

Dificuldades de Aprendizagem cf. (FÁVERO, 2013). Apesar de todos os

estudos ainda é perceptível a inconsistência na identificação e classificação

das Dificuldades de Aprendizagem (DAs), sendo geralmente identificadas em

virtude do baixo rendimento escolar (FLETCHER, MORRIS ; LYON, 2003 apud,

FÁVERO, 2013)

As dificuldades enfrentadas por alguns alunos durante a escolarização,

levando-os geralmente ao insucesso escolar, podem ser reconhecidas muitas

vezes como Dificuldades de Aprendizagem decorrentes de distúrbio

neurológico muitas vezes não diagnosticado. Este termo teve sua criação com

o intuito de esclarecer que a incapacidade vivenciada por alguns alunos diante

de situações de leitura, escrita, matemática e raciocínio, não devem

simplesmente servir como rótulo para esses alunos, pelo contrário devem-se

diagnosticar os problemas e buscar estratégias de intervenção.

No decorrer da vida escolar todos os indivíduos vivenciam situações em

que encontram dificuldade para realizar alguma atividade, apresentando certas

limitações. Porém, com estratégias diferenciadas e um pouco de persistência

acabam sobressaindo às dificuldades, o que é absolutamente normal.

Entretanto, alguns não conseguem sobressair suas limitações, sendo alvo de

possíveis críticas tanto de colegas e até mesmo familiares, sem saberem, que

essa dificuldade pode ter origem em um distúrbio neurológico que prejudica a

linguagem oral, escrita, e o raciocínio matemático. E isto demonstra que estes

problemas são abordados de diferentes formas (SMITH; STRICK, 2007, p.16).

Embora muitas crianças com dificuldade de aprendizagem sintam-se felizes e bem ajustadas, algumas (até metade delas, de acordo com estudos atuais) desenvolvem problemas emocionais relacionados. Esses estudantes tornam-se tão frustrados tentando fazer coisas que não conseguem que desistem de aprender e começam desenvolver estratégias para evitar isso. Eles questionam sua própria inteligência e começam a achar que não podem ser ajudados. Muitos se sentem

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furiosos e põem para fora, fisicamente, tal sensação; outros se tornam ansiosos e deprimidos. De qualquer modo, essas crianças tendem a isolar-se socialmente e, com frequência, sofrem de solidão, bem como de baixa autoestima.

Essa dificuldade de aprendizado tende muitas vezes fazer com que o

aluno tenha pouca criatividade, problemas de interpretação, baixo senso crítico

e seja incapaz de fazer analises comuns entre os demais colegas. O

comportamento de desleixo com atividades simples e tentando quase sempre

se excluir do grupo, e o aluno possui dificuldade de interagir e desenvolver

atividades escolares, notadamente em áreas de linguagens e raciocínio

matemático. Porém ao ser identificado, deve ser cuidadosamente tratado,

buscando o auxílio de professores, e familiares para que o aluno seja

novamente incluído no contexto escolar.

Ao perceber as Dificuldades de Aprendizagem no cotidiano do aluno faz-

se necessário compreender que o aluno em hipótese alguma deve der

considerado como culpado por suas dificuldades, e nem mesmo caracterizado

como único responsável pelo seu insucesso escolar. Deste modo as pessoas

que convivem com este aluno precisam auxiliar os profissionais tanto no

diagnostico quanto em estratégias que venham a amenizar as dificuldades que

estes alunos enfrentarão durante a sua vida escolar.

Os pais dos alunos com Dificuldades de Aprendizagem freqüentemente

são submetidos a fornecer diversos tipos de informações. Assim é essencial

que haja uma convivência amigável entre os pais e os demais profissionais que

irão trabalhar com esses alunos, compreendendo que na maioria das vezes as

informações fornecidas pelos pais são compostas por dados importantes tanto

para um possível diagnostico, como para estratégias de intervenções.

As Dificuldades de Aprendizagem, apesar de serem mais presentes no

ambiente escolar podem ser percebidas em todos os espaços em que esses

alunos convivem, podendo ser apresentadas por diversos causas e motivos

sendo eles psicológicos, hereditários, biológicos e sociais. Em geral, e de

maneira muito resumida, a causa das DAs costuma ser atribuída a (COLL;

MARCHESI; PALACIOS, 2004, p. 54):

a) Condições intrínsecas da pessoa que apresenta as DAs (por exemplo, a herança, a disfunção cerebral mínima, ou os atrasos maturativos);

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b) Circunstâncias ambientais nas quais se dá o desenvolvimento e/ ou aprendizagem (como, por exemplo, ambientes familiares e educativos pobres, projetos instrucionais inadequados, etc.);

c) Uma combinação das anteriores em que as condições pessoais são influenciadas – de forma positiva ou negativa, conforme os casos – pelas circunstancias ambientais.

A identificação das Dificuldades de Aprendizagem deve ser feita por

profissionais devidamente capacitados, sendo eles médicos, psicopedagogos e

psicólogos, a fim de que o diagnóstico seja preciso. Porém o auxílio da escola

e principalmente dos professores é de suma importância para a descoberta de

tais dificuldades. É nas salas de aulas que as primeiras dificuldades aparecem

sendo muito importante a intervenção dos educadores, que devem estar

atentos a todos os possíveis sinais, identificando os problemas e possibilitando

aos alunos desenvolverem suas potencialidades.

Durante a fase de escolarização é normal o surgimento de dificuldades

no processo de aprendizagem por parte dos alunos, porém, nem sempre as

dificuldades apresentadas por eles podem ser consideradas como DAs, é

necessário cautela para que a identificação seja feita de forma correta, sem

equívocos(RAMOS,2003,p. 220).

É preciso ver o sujeito na sua singularidade, evitando a estereotipia e a padronização que servem para afastar os que deveriam estar unidos e mediados pela diferença, no contexto do ensinar e do aprender. O ensino não pode ser patologizante, nem adaptativo. O ensino dever levar em conta as possibilidades e capacidades dos alunos sem responsabilizá-los pelo próprio fracasso.

A presença de situações desafiadoras surge frequentemente a cada

novo conteúdo trabalhado em sala de aula. Importante aproveitar o surgimento

dessas situações e incentivar os alunos a desenvolverem estratégias que os

auxiliem a solucionar tais problemas, valorizando todas as tentativas feitas

sendo elas favoráveis ou não a resolução de tais problemas. O importante não

são os resultados, mas sim o desenvolvimento desses alunos que mesmo com

suas Dificuldades de Aprendizagem devem sentir-se incluídos (COLL;

MARCHESI; PALACIOS, 2004, p. 118).

Por isso, é fundamental que as crianças com dificuldades de aprendizagem não sejam vistas como culpadas, e que a escola não sacralize como único valor o rendimento escolar, de modo que aqueles que tenham dificuldades de aprendizagem sejam bem-

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aceitos na escola, na família e na sociedade, circunscrevendo o problema à própria dificuldade de aprendizagem.

A classificação das DAs só será possível se forem feitas as devidas

observações, tendo em vista que esse processo deve ser feito de forma

multidisciplinar observando todas as situações vivenciadas pelos alunos, sendo

necessário que se tenha noção de quais são as principais características de

cada uma das possíveis DAs, a fim de que a partir delas seja possível

identifica-las, e analisar detalhadamente cada uma, fazendo a comparação de

cada caso especifico. As principais DAs são a dislexia, a Disgrafia, Dislalia,

Disortografia, Dispraxia, Discalculia, TDAH.

2.2. O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade – tipificação

O TDAH possui três sintomas característicos, a desatenção, impulsividade e

hiperatividade. “A desatenção por definição, diz-se que crianças e adultos que

Têm TDAH, apresentam dificuldades com a atenção em relação a outros

grupos controle de mesma idade e gênero” (BARKLEY, 2008). Segundo esta

citação, alunos com o transtorno, possuem uma maior dificuldade em se

concentrar nas atividades propostas em sala de aula, e consequentemente

uma maior dificuldade em aprender o que está sendo discutido. Um período de

espera para um jogo ou uma atividade costuma gerar problemas para alunos

com TDAH, e isto corresponde à impulsividade. “Quando enfrentam tarefas ou

situações em que são incentivados a esperar por gratificações, muitas vezes

optam pela recompensa menor e imediata, que exige menor trabalho”

(BARKLEY, 2008).

O último sintoma corresponde à hiperatividade, que corresponde a

problemas “relacionados com as dificuldades de controlar impulsos em

indivíduos portadores de TDAH, são observados sintomas de níveis de

atividades excessivos ou inadequados ao desenvolvimento, seja atividade

motora, seja vocal” (BARKLEY 2008). A hiperatividade como os demais

sintomas, soma-se a um déficit de atenção quando existe a necessidade de

concentração em sala de aula.

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O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é fonte de

inúmeras dificuldades vivenciadas por crianças e adolescentes, dificuldades

que repercutem em suas vidas causando prejuízos em diversas áreas, como o

desempenho escolar, a convivência social e a adaptação ao ambiente

acadêmico (DUPAUL; STONER, 2007, p.5).

Os alunos com TDAH apresentam risco de dificuldades significativas em uma variedade de áreas funcionais. É como se problemas de desatenção, impulsividade e hiperatividade servissem como um “ímã” para outras dificuldades que, em alguns casos, são mais graves que os déficits principais do TDAH. Dessas dificuldades, os três correlatos mais frequentes do TDAH são o fraco desempenho acadêmico, altas taxas de desobediência e agressividade e perturbações nos relacionamentos com colegas.

Frente às dificuldades que os alunos com TDAH enfrentam no decorrer

de suas vidas, justifica-se o esforço no diagnóstico e intervenções precoces, a

fim de que o sofrimento pessoal e familiar diante das repercussões do baixo

desempenho escolar bem como a influência na sua vida adulta sejam os

mínimos possíveis.

Frequentemente o baixo desempenho escolar dos alunos tem sido

explicado pelas escolas como sendo causa da presença do TDAH. Apesar do

diagnóstico feito pelas escolas serem muitas vezes equivocados, é possível,

que em determinadas pessoas, parte significativa dos problemas escolares é

causado pela presença do TDAH afetando o aprendizado como um todo

(PHELAN, 2005 apud MORREIRA; BARRETO, 2009, p 69).

A maioria das crianças com TDAH deseja ter bom rendimento escolar como as demais crianças; no entanto, a dificuldade de concentração e motivação, aliada a uma estrutura escolar inadequada para esses alunos, dificultam o seu desempenho, levando-os normalmente a conflitos com professores e colegas de turma. Na população em geral, de 10% a 15% das crianças apresentam dificuldades de aprendizagem; em portadores de TDAH este número sobe para próximo de 40%.

A identificação de possíveis alunos com TDAH deve ser feita com muita

cautela, levando-se em consideração que o montante de informações, nem

sempre precisas, está se difundindo para a população em geral, e

principalmente no meio pedagógico, podendo ocasionar diagnósticos

equivocados (BENCZIK, 2008, p. 53).

19

Infelizmente, o Transtorno de Défict de Atenção/Hiperatividade tem-se tornado um rótulo de quase toda a criança que exibe algum tipo de comportamento disruptivo ou conduta não complacente. Tem-se percebido uma alta taxa de problemas educacionais e psicológicos, todos indicados com o rótulo de TDAH.

Em virtude de todas as dificuldades e rotulações que os alunos com

TDAH recebem, faz-se necessário conhecer as características gerais do TDAH,

buscando obter o máximo de informações possíveis. As principais

características que evidenciam o TDAH estão presentes no desenvolvimento

do autocontrole, indicado por déficits em relação à atenção, a impulsividade e a

hiperatividade. O transtorno, sobretudo é marcado pela presença de sintomas

em que os indivíduos possuem extrema dificuldade em manterem-se

concentrados nas atividades que venham a desenvolver, demonstrando

agitação e inquietude, o que geralmente configura a impulsividade e

hiperatividade. Os sintomas do TDAH costumam ser persistentes, ao compará-

los ao comportamento de crianças de mesma idade e nível de desenvolvimento

percebemos que são frequentes e severos.

Atualmente a visão que a maioria dos profissionais clínicos possui sobre

o TDAH é de que ele tem como base três problemas primários sendo eles a

dificuldade em manter-se concentrados, demonstrando que não conseguem

manter a atenção, a dificuldade em controlar os impulsos e atividades

excessivas mantendo-se agitados como se estivessem a mil por hora

(BARKLEY, 2002, p. 50).

Hoje, a maioria dos profissionais clínicos – médicos, psicólogos, psiquiatras e outros – acreditam que o TDAH consiste de três problemas primários na capacidade de um indivíduo controlar seu comportamento: dificuldades em manter sua atenção, controle ou inibição dos impulsos e da atividade excessiva. Outros profissionais (inclusive eu) reconhecem que aqueles com TDAH possuem dois problemas adicionais: dificuldades para seguir regras e instruções e variabilidade extrema em suas respostas a situações (particularmente tarefas ligadas ao trabalho). Acredito que todos esses sintomas estão associados a um déficit primário na inibição do comportamento, que é o símbolo do TDAH.

Algumas características são facilmente atribuídas a crianças com TDAH,

frente às tarefas que lhes são impostas, elas são frequentemente descritas

como crianças desmotivadas, bagunceiras, desatentas e desorganizadas. Ao

TDAH podem estar relacionadas outras dificuldades que frequentemente

20

acompanham os indivíduos que possuem esse transtorno, sendo a dificuldade

emocional, o fracasso escolar e a dificuldade de se relacionar socialmente com

as pessoas que convive.

As principais características do TDAH com sintomas de desatenção

podem ser percebidos facilmente por diversas manifestações sendo algumas

delas, a dificuldade em perceber detalhes, não seguir as instruções, distrair-se

facilmente com atividades alheias, aptidão a cometer equívocos nas atividades

realizadas por descuido, dificuldade em concluir atividades escolares (ROHDE

et al.,2000,p.2).

A desatenção pode ser identificada pelos seguintes sintomas: dificuldade de prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho; dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em atividades diárias.

As crianças com TDAH em sintomas de desatenção frequentemente

passam a impressão de não estarem ouvindo o que lhes está sendo dito, isso

ocorre, pois essas crianças possuem extrema dificuldade em manterem-se

concentrados em uma única atividade por tempo prolongado, logo a atenção

varia de um estimulo para o outro. Apesar dos sintomas de desatenção serem

acentuados e frequentes nessas crianças, é absolutamente normal a confusão

que eles podem causar tanto em pessoas sem conhecimento específicos do

assunto, como também em profissionais da saúde. Essa confusão na avaliação

dos sintomas é devido ao fato de algumas crianças com esse transtorno

conseguirem manter atenção por um determinado tempo.

Características do TDAH com sintomas de hiperatividade

frequentemente são percebidas em diversas manifestações, sendo algumas

delas, inquietação em todas as atividades realizadas, dificuldade em manter-se

sentado quando necessário, realizar atividades como correr e subir de forma

demasiada em lugares inapropriados, falar exageradamente (BARKLEY, 2002,

p. 57).

21

“Irriquieto”, “sempre em pé e em movimento”, “age como que movido por um motor”, “está constantemente ‘escalando’ tudo “, “não consegue ficar sentado quieto”, “fala demais”, “geralmente produz zumbidos ou sons estranhos” – são essas as descrições familiares? Elas definem o movimento excessivo ou a hiperatividade, que é uma terceira característica do TDAH. Essa característica pode aparecer como inquietação, impaciência, ritmo desnecessário, ou como outros movimentos, e também como conversa excessiva. É um comportamento difícil de ignorar, e é ainda em relação ao qual os observadores mais acomodados são céticos.

As crianças com TDAH em sintomas de hiperatividade podem

apresentar situações em que não demonstrem a inquietação característica,

diante disso é possível que ao vivenciar situações deslumbrantes ou que sejam

de extremo interesse, os sintomas fiquem ocultos por algum tempo, o que

demonstra que não são constantes. A avaliação e identificação da

hiperatividade podem ser feita de forma equivocada se não forem levados em

consideração que os sintomas podem ser inconstantes, diante disso devem-se

considerar situações em que os alunos estejam acostumados, como no

ambiente escolar e em convívio social (ROHDE et al.,2000, p. 03).

É fundamental a lembrança de que a ausência de sintomas no consultório médico não exclui o diagnóstico. Essas crianças são frequentemente capazes de controlar os sintomas com esforço voluntário, ou em atividades de grande interesse. Por isso, muitas vezes, conseguem passar horas na frente do computador ou do videogame, mas não mais do que alguns minutos na frente de um livro em sala de aula ou em casa.

O TDAH com sintomas de impulsividade é marcado por diversas

características que demonstram ações sem qualquer controle racional, sendo

algumas delas, tomar decisões sem pensar nas consequências, dar respostas

precipitadas, agir por impulso. Diante de algumas ocasiões as crianças com

TDAH podem vivenciar situações de risco físico e até mesmo prejuízos

emocionais e sociais, promovidos por decisões e atitudes tomadas por elas,

tendo como causa principal a presença da impulsividade que é um elemento

importante no cenário do TDAH (BENCZIK, 2000, p. 29).

A impulsividade pode manifestar-se no comportamento de uma criança, como impaciência, dificuldade para protelar respostas, responder precipitadamente, antes que as perguntas tenham sido completadas, dificuldade para aguardar a vez em uma fila, por exemplo, interrupção frequente ou intrusão nos assuntos de outros, ao ponto de causar dificuldades em contextos sociais, escolares ou

22

profissionais, ou ainda dificuldades para se expressar adequadamente. Esse tipo de criança faz comentários inoportunos, interrompendo demais os outros, interferindo em assuntos alheios, pegando objetos dos outros, mexendo em coisas que não deveria tocar e fazendo “palhaçadas “. A impulsividade também pode levar a acidentes, como, por exemplo, derrubar com facilidade objetos das mãos, não olhar por onde anda, tropeçar em objetos e colidir com pessoas, e ao envolvimento em atividades perigosas, sem consideração quanto as possíveis consequências. Não tem medo do perigo. Geralmente, não pensam antes de agir.

As crianças com TDAH têm impulsividade e frequentemente sofrem por

suas atitudes impulsivas, costumam agir antes de pensar e respondem de

forma espontânea, expressando suas opiniões muitas vezes carregadas de

fortes emoções, demonstrando atitudes rudes e insensíveis que na maioria dos

casos não seriam demonstradas se houvesse uma reflexão antes. O meio social no qual o aluno está inserido deve ser minuciosamente

investigado, juntamente com o tempo de duração e a persistência dos sintomas. Isto

possibilita que o profissional entenda de onde vem esses aspectos para uma boa

definição, como um problema familiar, fator social ou de um sistema de ensino

turbulento (ROHDE; HALPERN, 2004, p. 66).

A base do diagnóstico está formada pela história, observação do comportamento atual do paciente e relato dos pais e professores sobre o funcionamento da criança nos diversos ambientes que frequenta. Em relação à fonte para a coleta de informaçoes, sabe-se que existe baixa concordância entre informantes (criança, pais e professores) sobre a saúde mental de crianças. Estas normalmente subinformam sintomas comportamentais e apresentam baixa concordância teste-reteste para os sintomas de TDAH. Os pais parecem ser bons informantes para os critérios diagnósticos do transtorno.[…] Pelo exposto, o processo de avaliação diagnóstica envolve necessariamente a coleta de dados com os pais, com a criança e com a escola.

As informações fornecidas pelos pais das crianças com TDAH são

extremamente importante, mas nem sempre as entrevistas com eles são

fáceis, pois encontram-se estressados e desgastados com as dificuldades da

convivência diária. Ainda que as dificuldades vivenciadas pelos pais tornem

difíceis as investigações do TDAH, faz-se necessário um esforço, pois são de

fundamental importância, relatos da história do desenvolvimento que

caracterizam esse transtorno. Relatos levadas pelos pais são mais específicos,

de quando e como ocorrem os sintomas, como hiperatividade, falta de atenção,

23

agressividade, impulsividade, diferente do relato dado pela própria criança em

avaliação.

2.3. A escola e o cuidado com a identificação do aluno com TDAH

Ao ingressar na escola as crianças vivenciam novas situações onde

suas habilidades serão aprimoradas, porém é nesses momentos que muitos

casos de TDAH são percebidos, nesta etapa de suas vidas podem se tornar

mais evidentes as dificuldades de atenção e inquietude, sendo possível fazer

comparações com outras crianças de mesma idade, favorecendo que casos de

TDAH sejam percebidos e identificados. Na maioria dos casos os sintomas só

são constatados quando as crianças se encontram no ensino fundamental, com

aproximadamente oito a dez anos na terceira ou quarta série, quando funções

mais elaboradas são testadas, como organização, analises, planejamento e a

existência de foco de atenção se torna indispensável (ARAÚJO, 2002, p. 107).

Em geral, os sintomas se tornam mais evidentes ao ingresso na escola, por serem prejudiciais e menos tolerados neste ambiente. Naqueles com predomínio de desatenção, o comprometimento do desempenho escolar ocorrerá na medida em que aumentarem a quantidade e a complexidade do material didático, com a necessidade de maior memorização e atenção a detalhes.

Na escola as crianças com TDAH frequentemente apresentam atitudes

improprias ou em momentos inoportunos, elas possuem extrema dificuldade

em esperar sua vez, fazem comentários desnecessários e fora de hora,

respondem a perguntas antes que as mesmas estejam completas, e tendem a

iniciar suas atividades sem ler as orientações (DUPAUL; STONER, 2007, p.4).

Crianças com TDAH com frequência perturbam as atividades em sala de aula e, portanto, atrapalham a aprendizagem dos colegas. Por exemplo, as crianças com TDAH podem exibir impulsividade de várias maneiras, incluindo falar sem permissão, conversar com colegas em momentos inapropriados e ficar zangadas quando confrontadas com reprimendas ou tarefas frustrantes. A qualidade dos trabalhos em sala de aula e em casa também pode ser afetada negativamente devido a um estilo de resposta impulsivo e descuidado nessas tarefas.

24

Características gerais e comportamentos podem ser descobertos em um

breve contato com a criança da pré-escola. Com crianças mais velhas e

adolescentes, é necessário focar na percepção e seus sentimentos mediante

as dificuldades. A forma com que esse sujeito se relaciona com pais e

professores deve indispensavelmente ser investigada.

A coleta de informações feitas na escola é um dos passos habituais do

processo de avaliação do TDAH para firmar-se um diagnóstico. Fonte rica em

informação, a escola está para os critérios do DSM-IV como um ambiente

favorecido de critérios para identificar os sintomas, é lá onde a

criança/adolescente passa boa parte do seu dia. Anotações, resultados em

testes, observação do desempenho e comportamento são coletadas junto a

escola no processo - presente e passado - do histórico da criança para se ter

uma relato mais rico de sua vida. É na escola que a maioria dos casos de

TDAH são identificados, baseados no comportamento e desempenho de cada

um. Faz-se necessário obter junto com professores e coordenadores detalhes

sobre cada caso, buscando esclarecimentos e investigando prováveis

comorbidades1.

Para auxiliar no entendimento sobre as dificuldades que a criança possa

ter, o professor deve usar sua percepção e entendimentos sobre o assunto e

observar a capacidade da criança/adolescente de responder aos desafios

escolares, respeitar regras e autoridade. Alguns estudos mostram que o auxílio

de professores podem por vezes aumentar os sintomas da criança com TDAH

principalmente quando existem comorbidades de conceitos avaliados, ou

quando o mesmo se destaca de forma expressiva em alguma função

especifica, o tornando mais qualificado que os demais. Portanto, ainda que

pese esse atributo negativo, a escola é fonte rica em informação tanto para

diagnosticar como atender de formar qualificada, quando se tratar do transtorno

do déficit de atenção e hiperatividade.

1Comorbidade: Designação de duplo diagnóstico. Corresponde a associação de pelo menos duas patologias num mesmo paciente. Paciente acometido com hipertensão e diabetes.

25

3. A ESCOLA E O ATENDIMENTO/ ACOMPANHAMENTO AO ALUNO COM

TDAH

Os indivíduos com TDAH, geralmente acompanham dificuldade de

aprendizagem (DA), e estes, diferentemente dos alunos que pertencem ao

público-alvo da Educação Especial, não possuem dispositivos legais que

assegurem ou garantam o atendimento pedagógico e educacional necessário

aos seus problemas (ROZA, 2011). Dentro das salas de aulas, os professores

precisam lidar com alunos que possuem este transtorno, no entanto a sala de

aula é um espaço plural onde se encontram os mais diferentes sujeitos, de

várias classes sociais, culturas diversificadas e com as mais diferentes histórias

(ROZA, 2011). Devido à pluralidade a possibilidade de se encontrar pessoa(s)

com algum transtorno ou dificuldades de aprendizagem, tornará a missão do

professor mais difícil na escola e na sala de aula.

O acompanhamento de indivíduos com TDAH nas escolas é essencial,

sendo assim os professores devem ter as informações básicas sobre

programas mais amplos de controle de sala de aula projetados para esses

estudantes, como forma de melhorar o ensino (BARKLEY, 2008). As

dificuldades de aprendizagem podem causar grande impacto na vida de

algumas crianças, sendo fonte de prejuízo em diversas áreas do seu

desenvolvimento, diante disso faz-se necessário buscar conhecimentos que

ajudem no auxílio de tais dificuldades. Este capítulo traz em tela como TDAH e

a DA são vistos e atendidos dentro do ambiente escolar, dividindo esta parte

em quatro subitens: A escola e os alunos com TDAH; A sala de aula e o aluno

com TDAH; A sala de recursos e o aluno com TDAH; O aluno com TDAH e a

matemática.

3.1. A escola e o aluno com tdah

As dificuldades que os alunos com TDAH enfrentam costumam ser mais

evidentes com o seu ingresso na escola, conforme a criança avança pelos

26

anos do ensino fundamental, torna-se imprescindível que o aluno desenvolva

atividades que necessitem de mais habilidades como a atenção, analises e

foco. Diante disso a escola apresenta um papel fundamental no

desenvolvimento das habilidades e principalmente no progresso da

aprendizagem desses alunos.

As escolas devem estar preparadas para receber as crianças que

possuem dificuldades como o TDAH, dando total atenção aos pais que buscam

na escola apoio e ajuda para enfrentar todas os problemas advindas de tais

dificuldades. Ao procurar uma escola, os pais buscam um lugar que seja

acolhedor e ao mesmo tempo um espaço com estrutura educacional

organizada, onde a criança conviva com outras crianças de mesma idade,

desenvolvendo suas habilidades e aprendendo conteúdos e normas que o

prepara para a vida

Ao ingressar na escola o aluno com TDAH deve sentir-se amparado pelo

ambiente que irá frequentar e pelos profissionais que irão auxiliá-lo, sendo

fundamental que a escola desenvolva estratégias que o auxiliem, buscando

sempre desenvolver ao máximo o potencial individual e o respeito às

diferenças (BENCZIK, 2000, p. 49).

De uma maneira geral, a escola que parece ser a melhor para a criança com TDAH é aquela que valoriza o desenvolvimento global desta, reconhece e respeita as diferenças individuais, valoriza e promove o desenvolvimento da criatividade e da espontaneidade.

A construção de estratégias que venham auxiliar a escola no

atendimento e apoio aos alunos com TDAH deve ser elaborada com o auxílio

de outros profissionais, sendo desenvolvidas de forma multidisciplinar, contanto

com a ajuda de pais, professores, psicólogos, psicopedagogos e médicos. A

escola necessita trabalhar de forma harmoniosa com todos os profissionais que

irão participar no desenvolvimento e atendimento desses alunos, sendo

imprescindível que haja cooperação na troca de informações, para que todas

as estratégias de intervenção elaboradas possam chegar o mais próximo

possível de obter êxito (ARAÚJO, 2002, p.107).

O TDAH é um transtorno comum e prejudicial ao desenvolvimento emocional e acadêmico. Os casos suspeitos devem ser encaminhados a profissionais com experiência no seu diagnóstico e

27

tratamento. O neuropediatra, o psiquiatra, ou as equipes interdisciplinares ajudam nesta tarefa.

É imprescindível que os professores que atuam no atendimento aos

alunos com dificuldade de aprendizagem mantenham-se atualizados

dominando informações e conhecimentos adequados sobre o TDAH, sabendo

como intervir no primeiro passo a ser dado pela escola para se obter sucesso

na intervenção. Diante disso faz-se necessário que a escola se organize para

buscar estratégias que deem total apoio aos professores que irão trabalhar

com esses alunos, buscando adequar o ambiente escolar e a metodologia de

ensino conforme surgem as dificuldades.

Existe um projeto de lei que tramitou no Senado Federal e entrou em

vigor no dia 01/01/2011, que objetiva ampliar o público-alvo da Educação

Especial. O Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 402, de 2008, de autoria do

Senador Gerson Camata, tem como objetivo incluir o estudante com dislexia

(uma disfunção neurológica que prejudica, em maior ou menor grau, a

aprendizagem da leitura e da escrita). O projeto foi aprovado na Comissão de

Assuntos Sociais (CAS). Na Comissão de Educação Cultura e Esportes a

relatora, senadora Marisa Serrano, incluiu o transtorno do déficit de atenção no

projeto, ao justificar que, assim como a dislexia, o TDAH (transtorno de déficit

de atenção com ou sem hiperatividade) também provoca dificuldades no

processo de ensino e aprendizagem dos estudantes.

Esta pesquisa indica que o poder público deve manter programas de

diagnóstico e tratamento dos estudantes da Educação Básica com dislexia e

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e outras

dificuldades de aprendizagem por transtorno neurológico. Determina que o

diagnóstico e o tratamento devam ocorrer por meio de equipe multidisciplinar,

da qual participarão educadores, psicólogos, psicopedagogos e médicos, entre

outros profissionais. Prevê que as escolas devem assegurar aos estudantes

recursos didáticos adequados a seu aprendizado e, por sua vez, estipular que

o sistema de ensino deve garantir aos professores da Educação Básica cursos

sobre o diagnóstico e o tratamento da dislexia e do TDAH, com o objetivo de

facilitar o trabalho da equipe multidisciplinar. Segundo Roza (2011) como

disposto no referido projeto de lei, entende que não há clareza sobre a

dimensão pedagógica e clínica da dislexia e do TDAH, pois só há sentido em

28

falar em tratamento destes transtornos numa dimensão médica e não

pedagógica.

3.2. A sala de aula e o aluno com TDAH

Os alunos com TDAH possuem potencial de aprendizagem igual aos

demais alunos, porém as características dos sintomas relacionados à

capacidade de concentração e a hiperatividade, fazem com que o seu

rendimento diminua, sendo necessárias diversas intervenções para que o aluno

não venha a enfrentar o fracasso escolar (BARKLEY, 2008). Diante disso

entende-se a necessidade de adaptações nas salas de aula, nos materiais

didáticos e principalmente na prática pedagógica dos professores (DUPAUL;

STONER, 2007, p.65).

Dada a associação entre TDAH e fraca conquista acadêmica, é importante que os psicólogos da escola e outros profissionais da educação tenham consciência do potencial de dificuldades de aprendizagem entre crianças diagnosticadas ou suspeitas de terem TDAH. Além disso, quando indicado, cabe a esses profissionais criar e implementar estratégias eficientes de prevenção e intervenção para a melhora do funcionamento acadêmico.

A adequação do ambiente juntamente com bons materiais didáticos são

fatores essenciais para uma aprendizagem significativa, porém para que a sala

de aula seja um espaço adequado para os alunos com TDAH, tendo em vista

suas limitações em relação à falta de atenção e a dificuldade em manter-se

organizados, torna-se indispensável que o ambiente seja reestruturado

evitando-se tudo que possa desvia-lo do foco principal. E também achar uma

forma de adequar a escassa motivação visual e estímulos em excesso, que

podem ajudar a distrair o aluno (ROHDE; MATTOS, 2003, p. 208). Isto

demonstra que o ambiente escolar, e a forma com que todas as dinâmicas

estão montadas, formam um estimulo, não somente para os alunos que

apresentam transtorno, mas para todos que usufruem destes locais (JONES,

1991):

Até mesmo alunos bem-comportados e bem-sucedidos academicamente apresentam variação no seu desempenho de

29

acordo com fatores existentes no meio ambiente. Alunos com TDAH necessitam de uma estrutura externa bem definida, já que têm dificuldades com a organização e o planejamento. Portanto, o ambiente escolar propício para esses alunos é uma sala de aula bem-estruturada, preferencialmente com um número pequeno de alunos. Uma sala de aula estruturada não significa um ambiente rígido, tradicional; ao contrário, pode ser criativa, colorida, ativa e estimulante.

Montar este ambiente, não é uma tarefa fácil, mas sim deve muito

planejada e pensada em todos os alunos. Rohde (2003, p. 209), realizou

sugestões para adequar a sala de aula:

Propõe-se uma organização que seja dinâmica e flexível, que facilite o processo ensino-aprendizagem e a participação ativa de todos os envolvidos nesse processo. Arrumar a sala de modo a haver bom acesso e boa visibilidade para todos, evitando-se que as carteiras estejam sempre dispostas em fila, ou que as atividades sejam sempre as mesmas para todos, utilizando-se do mesmo livro, no mesmo momento. O aluno com TDAH deverá sentar-se próximo, ou ao alcance do olhar direto do professor, distante da janela ou da porta, num local onde tenha menor possibilidade de se distrair, longe de colegas antagonistas, no meio de colegas tranquilos e que possam ajudá-lo [...]

Porém, mesmo com todas as exigências de sala de aula, o professor

continua tendo um papel extremamente fundamental de analisar e perceber

todas as possíveis alterações nos comportamentos dos alunos e fatos

diferencie uns dos outros para possíveis diagnósticos de TDAH. E é

imprescindível que perceba quais as melhores alternativas para o que o

desenvolvimento da aula seja o mais abrangente possível, aperfeiçoando a

estrutura da sua aula, para o atendimento de todos. A preparação das aulas

deve ser feita com muita cautela, buscando sempre metodologias inovadoras

para cada conteúdo a ser trabalhado, sendo necessário que o professor

identifique a maneira mais apropriada para cada situação, levando-se em

consideração as dificuldades enfrentadas pelos alunos de forma individual.

As atividades a serem trabalhadas pelos alunos em sala de aula devem

ser organizadas pelo professor, em que se faz necessário que sejam

intercaladas com atividades atraentes, buscando dessa maneira melhorar o

desempenho dos alunos com TDAH, que demonstram baixo rendimento diante

de atividades extensas e repetitivas, pois não consegue manter a atenção em

períodos prolongados.

30

O desenvolvimento da aula deve ser organizado, facilitando a

compreensão dos alunos em relação ao momento adequado para cada

atividade, sendo indispensável que o professor mostre-se acessível, buscando

auxiliá-los sempre que necessário. O processo de avaliação dos alunos com

TDAH devem ser realizados diariamente, analisando o desenvolvimento das

atividades, a participação na aula e principalmente o seu esforço diante das

atividades propostas, sendo assim é fundamental que a avaliação dê ênfase a

todo o processo de aprendizagem desses alunos, observando possíveis

situações que devam ser repensadas e modificadas (ROHDE; MATTOS, 2003,

p. 208).

Deve-se avaliar não apenas o aluno (seu nível de competência, quais estratégias utiliza para resolver as tarefas propostas, seu estilo de aprendizagem, seu interesse, esforço, interação entre iguais, percepção do aluno sobre a aula e o professor), mas também todo o contexto educacional no qual se desenvolve o processo de ensino-aprendizagem (o contexto educacional da sala: o desenvolvimento na prática das proposições da programação, a análise das diferentes interações e a organização do espaço físico). A avaliação desses aspectos serve para identificar o que ocorre na sala de aula e para a tomada de decisões quanto às modificações necessárias.

Diante do processo de avaliação ao qual os alunos com TDAH são

frequentemente expostos, torna-se possível compreender e identificar a

necessidade de atendimentos mais precisos frente a as dificuldades

apresentadas, como, por exemplo, na matemática.

3.3. A sala de recurso e o aluno com TDAH

Os atendimentos educacionais especializados que são realizados nas salas

de recursos são definidos pela CNE/ CEB, 2001, como um serviço pedagógico

por professores especializados que complementa as atividades desenvolvidas

em sala de aula, sendo este oferecido em todas as etapas e modalidades da

Educação Básica. As atividades realizadas em sala de recursos devem diferir

das ministradas em sala de aula, não substituído o que é por ela oferecido.

Os professores de sala de recursos devem promover a interação do

aluno com a comunidade escolar, e fortalecer a autonomia dos estudantes a

31

fim de levá-lo a: decidir, opinar, escolher tomar iniciativas; realizar atividades

que estimulem o desenvolvimento dos processos mentais, atenção, percepção,

memória, raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, dentre outros. Estes

professores também têm como atribuição auxiliar e orientar as famílias pra o

seu envolvimento e sua participação no processo educacional, informar acerca

das leis e das normas educacionais que asseguram o processo de inclusão,

propiciar a interação dos estudantes em ambientes sociais, valorizando as

diferenças e a não discriminação. Sendo estas as atribuições da sala de

recursos e, sendo assim quando se analisam as atribuições da sala de

recursos observam vários itens que contemplam as necessidades dos alunos

com TDAH.

3.4. O aluno com TDAH e a matemática

A matemática tem um papel muito importante não somente nas escolas,

mas no dia a dia de todos os indivíduos, independente de nível social,

escolaridade e profissão, sendo considerada uma ferramenta estratégica para

a resolução de diferentes problemas, como o cálculo de uma área, a

porcentagem de um desconto e diversas outras situações. Deste modo

compreende-se a importância da sua aprendizagem pelos alunos (BRASIL

PCN, 1998, p. 15).

[…] a Matemática desempenha papel decisivo, pois permite resolver problemas da vida cotidiana, tem muitas aplicações no mundo do trabalho e funciona como instrumento essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas curriculares.

O processo de ensino da disciplina de matemática deve ser

desenvolvido a cada dia, buscando metodologias diferenciadas que auxiliem na

construção do conhecimento por todos os alunos. É essencial que as

diferenças entre os alunos durante esse processo sejam percebidas, porem em

hipótese alguma deve ser considerado como um fator isolante, sendo

indispensável que o professor compreenda a necessidade de adequar as aulas

32

para que todos sejam favorecidos, independente das dificuldades que

enfrentem. (CARVALHO, 1994, p.103).

O saber matemático não pode continuar sendo privilégio de poucos alunos, tidos como mais inteligentes, cujo temperamento é mais dócil e, por isso, conseguem submeter-se ao “fazerem tarefas escolares” sem se preocuparem com o significado das mesmas no que se refere ao seu processo de construção do conhecimento.

O professor desempenha um papel fundamental diante da aprendizagem

matemática dos alunos, principalmente os com TDAH, pois esses alunos

precisam de estímulos frequentes para manter-se concentrados, tornando

imprescindível que o professor avalie e reavalie frequentemente sua

metodologia e busque estratégias diferenciadas para estimular a aprendizagem

pelos alunos, evitando ao máximo a ocorrência do fracasso escolar.

As dificuldades enfrentadas pelos alunos com TDAH diante da disciplina

de matemática podem ser evidenciadas desde os anos iniciais, quando são

expostos às primeiras contas com as operações básicas da matemática, sendo

elas a adição e subtração, multiplicação e divisão (BENCZIK, 2008, p.44).

As dificuldades para fazer contas com as operações básicas da adição, subtração, multiplicação e divisão podem aparecer. Muitos desses erros estão associados à dificuldade de prestar atenção e reter informações especificas em virtude da dificuldade de manter a atenção e de organizar informações verbais, a velocidade para realizar cálculos pode ser lenta.

O primeiro passo para que as dificuldades enfrentadas pelos alunos com

TDAH, diante do aprendizado da matemática sejam amenizadas, é identificar e

compreender os momentos que ocorrem, sendo necessário atenção extra pelo

professor. Uma das maneiras que pode ser utilizada é a observação durante a

realização dos trabalhos em sala de aula, que possibilita ao professor auxilia-

los à medida que surgem as dificuldades, incentivando-os a buscar a resposta

correta.

Algumas estratégicas básicas como, uma breve revisão das aulas

anteriores ao início de cada aula e a utilização de materiais lúdicos, podem ser

muito eficientes, pois auxiliam na memorização e fixação dos conteúdos

aprendidos (WEISS; CRUZ, 2007, p.74).

Há atividades simples, cotidianas, que favorecem a aprendizagem de todos os alunos. Por exemplo, recordar e avaliar as atividades

33

realizadas no dia favorece a reorganização e a memorização. Além disso, independentemente do diagnostico, ou da dificuldade apresentada pelo aluno, todos podem se beneficiar da atividade lúdica contextualizada. Este tipo de atividade descontrai, desperta sentimentos que provocam a produção e interação de hormônios, fazendo com que os estímulos nervosos circulem mais nos neurônios.

Os recursos tecnológicos também podem ser considerados estratégias

produtivas para a aprendizagem matemática em alunos com TDAH, pois

tornam a aula mais atraente facilitando a concentração nas atividades

propostas. Ao utilizar ferramentas diferenciadas os alunos necessitam

compreender quais os objetivos da aula, a fim de que consigam construir uma

aprendizagem mais significativa (WEISS; CRUZ, 2007, p.74).

A utilização de recursos tecnológicos pode ser também de grande valia no processo de ensino-aprendizagem. Além de contextualizar a própria escolar em seu tempo podem ajudar os alunos a superar as dificuldades, desde que façam parte de um conjunto de procedimentos e recursos didáticos, inseridos em um planejamento voltado para as necessidades de cada aluno.

Quando e passado ao aluno uma atividade que contém muitos dados a

serem resolvidos, o professor deve orienta-los quantas vezes forem

necessárias até o mesmo perceber que poderá fazê-lo. Engana-se quem pensa

que devido ao transtorno de atenção o aluno pode ser beneficiado por

atividades mais fáceis. Apenas alguns ajustes pedagógicos são necessários

para que andem com toda a turma (WEISS; CRUZ, 2007, p.76).

Algumas adaptações pedagógicas podem facilitar a aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais, o que não significa, como já discutido, que necessitem realizar atividades mais fáceis, ou ter acesso a conteúdos mais fracos.

Deve-se destacar que a inquietude e agitação do aluno em sala de aula é

um fator de que o aluno não está conseguindo aprender o conteúdo, nesse

caso vale reforçar e reexplicar novamente todo o conteúdo. É fator positivo que

o professor mediante ao processo de aprendizado dispare comentários

positivos ao comportamento e atitudes realizadas pelo aluno. Este comentário

positivo vindo após a atitude ou tarefa bem realizada, é também um

comprovado fator de elevação de autoestima (PILETTI; ROSSATO 2011, p.14).

Se pensarmos no nosso aluno, sabemos que exercermos controle sobre seus comportamentos, na medida em que o conhecemos, em

34

que sabemos quais consequências tem um valor tem um valor reforçador para ele (como, por exemplo, a atenção do professor, a nota) e, a partir disso, planejamos uma sequência (a cada etapa da atividade realizada passo por sua carteira e lhe faço um elogio), de tal modo que aumente a possibilidade de que ele passe a se comportar em acordo aos objetivos previamente estabelecidos na relação ensino-aprendizagem em questão.

Portanto, independentemente de suas dificuldades, é tarefa de todos

criarem um bom ambiente educacional, que tenha condições de aprendizado a

todos os alunos. No que tange aos TDAH’s, as situações antes mencionadas

para que possuam um aprendizado produtivo e justo as suas condições,

incluindo-os na escola regular e trabalha-los de maneira assertiva e ampla por

suas dificuldades, o sistema de ensino precisa alcançar essas condições.

35

4. OS CAMINHOS DA PESQUISA, DADOS E POSSÍVEIS DISCUSSÕES SOBRE O QUE FOI ENCONTRADO

Este capítulo discorre sobre a pesquisa realizada na Escola Estadual

Professora Edeli Mantovani, os métodos de abordagem da pesquisa, os

resultados e a discussão dos resultados. A investigação foi de base qualitativa,

através de questionários abertos, aplicados aos professores que trabalham e

vivenciam o dia a dia de alunos com TDAH e DA`s neste ambiente escolar.

4.1. Metodologia

Esta pesquisa foi abordada de forma qualitativa. A pesquisa qualitativa não

se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o

aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,

etc. Os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, de forma a

não quantificar valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de

fatos, pois os dados analisados são não-métricos e se valem de diferentes

abordagens e interpretações (BOGDAN; BIKLEN; apud LÜDKE, 1986, p. 11-

13).

1º A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. 2º Os dados coletados são predominantemente descritivos. 3º A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto. 4º O “significado” que as pessoas dão as coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador. 5º A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo.

Na pesquisa qualitativa, o cientista é, ao mesmo tempo, o sujeito

participante e o objeto de suas pesquisas. O objetivo de sua amostra é de

produzir informações aprofundadas e ilustrativas seja pequena ou grande, o

que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações. A

Investigação pode ser realizada através de materiais registrados pelo

investigador. Os dados são recolhidos em situação natural e complementados

36

pela informação que se obtém através do contato direto; questionário aberto e

notas de campo.

O instrumento para acesso aos dados disponibilizados pelos sujeitos da

pesquisa foi através de um questionário aberto, elaborado apenas com

perguntas abertas (também conhecidas como “subjetivas”). Este roteiro foi

elaborado com o intuito de que a resposta fosse apresentada textualmente e de

forma livre, sendo o objetivo perguntar a respeito do TDAH e as DA`s no

ambiente escolar. As vantagens desse método é que o sujeito/entrevistado usa

linguagem própria, o que permite identificar o seu posicionamento acerca do

que está sendo investigado e fornecendo assim uma investigação mais

profunda e precisa.

4.2. O espaço e o sujeito

Para avaliar influência do TDAH no processo de aprendizagem e como

estes problemas são enfrentados em uma escola no município de Sinop, foi

organizado e aplicado um questionário aberto (Apêndice 1), com três

professoras da rede estadual de ensino. O questionário foi aplicado na escola

Professora Edeli Mantovani, escola fundada em 2005 e seu endereço é na Rua

Carlos Eduardo SN Quadra 17 Bairro Jardim São Paulo/ Sinop - MT/ Brasil. Os

professores entrevistados lecionam no ensino fundamental, e atualmente

possuem um aluno diagnosticado com TDAH. Este diagnóstico foi efetuado

pelos Professores (as) Psicopedagogos (as).

4.3. Dados e discussões

A pesquisa foi de caráter qualitativo, por isto a escolha de uma pequena amostra de dados (três professores e um aluno com TDAH e DA).

A coleta de dados foi realizada com a participação de três professores, dois

que atuam na sala de recursos e um professor de matemática que atua em

sala de aula da Escola Professora Edeli Mantovani. A professora responsável

pela sala de recurso será nomeada neste trabalho como professora um, a

37

professora da sala de recurso que trabalha com o aluno TDAH será nomeada

professora dois e a professora de matemática será nomeada professora três.

Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário aberto que

possuía treze (13) questões discursivas e utilizando pesquisa qualitativa

(BOGDAN E BIKLEN; apud LÜDKE, 1986). Este questionário tem como

objetivo de investigar junto aos professores seus saberes sobre a temática e

seus fazeres no enfrentamento dos múltiplos desafios que o TDAH e as

Dificuldades de Aprendizagem (DA) trazem para a prática cotidiana escolar.

Além disso, os professores foram indagados se existem formas secundárias

de apoio institucionais estabelecidas pela/na escola em relação ao apoio

pedagógico e educacional aos estudantes que apresentam TDAH. O tempo de

magistério dos professores foi entre 14 e 20 anos, e possuem formação

acadêmica na área de Licenciatura em Letras e Licenciatura em Matemática, e

especialização na área de Educação especial e Educação Inclusiva.

A Professora um, que é responsável pela sala de recursos, não trabalhou

com aluno que possui TDAH em sala de aula. Possui o convívio com os

professores do aluno e os pais no ambiente escolar. Relatou a agressividade,

como “extremamente agressivo, a ponto de machucar uma pessoa” e a

necessidade de cuidados em lidar com ele durante as aulas, sendo que o

acompanhamento do mesmo demonstrou uma melhora no decorrer dos anos

corroborando com Wender (1998), que relata que os sintomas se tornam mais

amenizados no decorrer dos anos.

A presença deste aluno na sala, em alguns casos o aluno com TDAH acaba

“perturbando a aula” e o professor necessita tomar providencias mais fortes

para conseguir ter o controle da turma como um todo, sendo assim várias

vezes o aluno foi retirado da sala de aula e encaminhado para a sala de

recursos.

Ao responder sobre a maior dificuldade do aluno com TDAH, ela relatou que

seu comportamento é muito instável, “ele é carinhoso e de uma hora para outra

rasga o caderno e não aceita o não”, quando o aluno é contrariado apresenta

um nervosismo que ele precisa de um tempo para voltar ao normal novamente,

diagnóstico semelhante ao proposto por Barkley (2008). O material utilizado

para o aluno com TDAH é o mesmo ao utilizado pelos outros alunos, a escola

possui vários materiais, porém os professores em sala de aula optam por não

38

utilizá-los com a justificativa que esta atividade irá atrapalhar os demais alunos.

Quanto à dificuldade de aprendizagem, este aluno apresentou em diversas

matérias, principalmente em matemática e português, com o maior sintoma, a

dificuldade de atenção e concentração nas atividades.

A professora dois é formada em Letras com especialização em educação

inclusiva para trabalhar na sala de recurso, trabalhou 18 anos em sala de aula

e nos últimos dois anos está na sala de recursos. Segundo Araújo (2002), o

ingresso do aluno com TDAH na sala de aula torna o seu comportamento mais

evidente, e a professora relatou o seu comportamento como “muito agitado”, e

as dificuldades que os professores tinham em trabalhar com ele em sala de

aula. Na sala de recurso está professora também encontrou dificuldade para

trabalhar, relata: “como é difícil, não para quieto, não presta atenção”.

A professora se caracteriza apta a trabalhar com alunos com características

e sintomas de TDAH devido sua especialização. Uma das dificuldades em

trabalhar com alunos de TDAH retratada é que “O aluno parece que não escuta

o que eu estou falando”. Sendo assim limita o professor a tomar atitudes

quanto a sua conduta dentro da sala de aula. Dentro da sala de recursos

muitas vezes o aluno não faz as atividades exigidas, sendo que neste caso

está com atenção especial, muitas vezes ele se apresenta muito agitado e de

não escutar as exigências das atividades trabalhadas, porém nunca

apresentou, neste caso, agressividade. Neste caso perturbando o andamento

da aula (DUPAUL; STONER, 2007)

O professor três relata as dificuldades na matemática. Porém com

dificuldades nítidas quanto à concentração. Os trabalhos solicitados em sala de

aula geralmente não são entregues, e quando entregues são parciais, o aluno

não consegue finalizar, devido o aluno não conseguir se concentrar em apenas

uma atividade. Segundo esta professora vários alunos possuem dificuldades de

aprendizagem na matemática, porém a maioria não apresenta laudos

específicos de diagnóstico de algum transtorno. Antigamente o aluno com

TDAH apresentava um comportamento agressivo, porém, hoje dentro da sala

de aula o aluno com TDAH apresentou um avanço em seu comportamento, no

momento se demonstra sociável, e comum aos demais alunos corroborando

Wender (1998), que relata que esse comportamento se torne mais amenos no

decorrer dos anos.

39

Todas as informações são repassadas pelas professoras da sala de

recurso, quanto a informações sobre o TDAH, e esta é uma maneira minimizar

o excesso de estímulos que ocorre dentro da sala, que ajudam a distrair o

aluno (ROHDE; MATTOS, 2003). Segundo esta professora ele não apresenta

comportamento diferenciado dos demais, o que é mais perceptível é a

concentração nas atividades (SILVA, 2003).

As avaliações são realizadas normalmente como os demais alunos, e a

professora está aguardando as professoras da sala de recurso para realizar

outros métodos de avaliações mais especifico para esse aluno, visto que ele

não consegue realizar todas as atividades em sala. A professora ressalta que o

aluno com essa dificuldade possui muita força de vontade, e tenta fazer as

atividades, frente a outros alunos que não possuem nenhum problema

evidente, e nem tentam realizar o que é proposto dentro de sala.

Na matemática, as três professoras são coerentes na afirmação de que o

sintoma de dificuldade de atenção e concentração nas atividades, como um

dos principais fatores para atrapalhar não somente na aprendizagem de

matemática, mas nas demais disciplinas que são abordadas. O aluno com

TDAH apresenta um relatório de acompanhamento de uma Psicopedagoga

Adriana Perez dos Santos, e foram emitidos no ano de 2012, 2013 e 2014.

Todos estes laudos apresentaram resultados semelhantes em que se

destacam algumas informações:

“O aluno Apresenta comportamento inquieto e não aceita regras, irrita-se facilmente e fica agressivo. Desatento, (inquietude motora) e impulsividade sendo a apresentação predominante o desatento, Dificuldade de manter atenção em atividades lúdicas e tarefas, Comete erros por descuido, Parece não escutar o que está sendo dito, Com frequência não cumpre instruções e perde coisas, Com frequência tem dificuldade de organizar tarefas ou atividades, Evita atividades que exigem esforço mental; Distrai-se com estímulos irrelevantes, Levanta-se da cadeira em momentos que se espera que fique sentado, Frequentemente tem dificuldades de brincar ou conectar-se com tranquilidade em atividades recreativas, interrompe atividades ou conversas com os outros, Fala excessivamente, Responde a pergunta antes de escutá-la de forma completa, Dificuldade em ficar na fila e esperar a sua vez; Agressivo quando contrariado, Dificuldades lectoescritoras, Copia o conteúdo pela metade, Dificuldades em pintar, Na matemática realiza apenas cálculos simples, e em alguns casos tem dificuldade em reconhecer números e quantidades”.

40

Estes Sintomas foram basicamente apresentados em todos os laudos,

inclusive no laudo realizado no ano de 2014, quando o aluno se encontrava

com 14 anos de idade. No entanto as professoras entrevistadas, que

acompanham diariamente, enfatizam o avanço do aluno durante este período.

Os laudos e as respostas das professoras coincidem com os sintomas

indicados por Barkley (2008) e Silva (2003), indicando que o comportamento

deste aluno foi de fato bem acompanhado durante este período em que esteve

na Escola Edeli Mantovani.

Carvalho (2003) quando afirma que os professores nada ou quase nada

podem fazer para superar as Dificuldades de Aprendizagem (DA), pois não se

sentem preparados para estar com esses estudantes. Na pesquisa de Roza

(2011, p. 2111), as professoras entrevistadas afirmaram que vivenciaram em

sua formação uma aproximação teórica com a temática de dificuldades de

aprendizagem, porém, mesmo assim ainda não se sentem confiantes para

enfrentar esse “impasse”, desta forma:

O que falta para elas se sintam seguras para estar com esses estudantes e auxiliá-los nas suas dificuldades? Ou seja, a formação oferecida não vem oportunizando aos professores a reflexão crítica sobre a sua própria formação, pautando-se, sobretudo, numa concepção de educação para a reprodução de modelos/conteúdos, que não dão conta das diversas realidades e da dinâmica do ser e fazer a escola.

41

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo objetivou aumentar o conhecimento, e compreender o

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e as Dificuldades de

Aprendizagem dentro da escola, tendo como participantes os professores que

atuam em Sala de Recursos e em sala de aula. Como forma de investigação foi

utilizada como instrumento um questionário aberto contendo perguntas em que

os entrevistados manifestaram suas respostas, de forma que pudesse

demonstrar o seu conhecimento sobre o assunto e formas de enfrentar os

desafios dentro da escola.

Os alunos com TDAH e DA necessitam de atenção especial e

acompanhamento pedagógico e muita paciência e dedicação para superar

suas dificuldades. O diagnóstico muitas vezes pode ser confundido e difícil de

ser identificado. A escola Professora Edeli Mantovani oferece recursos

didáticos, para alunos que possuem TDAH e DA, e também um

acompanhamento para alunos que venham a apresentar características e os

sintomas deste tipo de dificuldade. A escola necessita ainda avançar num

programa de qualificação sobre o universo das diferentes dificuldades de

aprendizagem e as especificidades dos conceitos sobre o TDAH, numa

perspectiva de romper as barreiras mais importantes para o

tratamento/atendimento escolar desses alunos.

Os professores entrevistados demonstram conhecimento teórico e prático, e

demonstram entender o assunto que envolve TDAH e DA, no entanto falta uma

maior capacitação, de forma que estejam mais preparados para enfrentar estes

problemas. Este fato pode ser explicado devido à formação dos professores

não priorizar estudos referentes às diferenças humanas e atenção especial a

uma parcela considerável de alunos que procuram e estão na escola. Ainda

existe uma concepção de escola homogênea, não considerando as

diversidades culturais, problemas psicológicos e também com algum tipo de

dificuldades e deficiências. Trabalhar com a diversidade é uma experiência que

os professores enfrentam no dia a dia e não durante sua formação inicial, e

cabe a cada um buscar o conhecimento ao qual define como fundamental para

a prática docente.

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Os professores entrevistados demonstraram buscar informações referentes

ao aluno com o TDAH e DA, e sabem dos acontecimentos referentes a este

aluno dentro da escola. E isto é de extrema importância para se tomar medidas

para assim orientar as formas de enfrentar este problema. O conhecimento da

vida deste aluno é de extrema importância, de como é tratado pelos pais, e

como é o seu convívio fora da escola. Todos os professores souberam

responder estes questionamentos, e pode-se inferir que estão buscando

entender e ajudar durante o período em que estiver na escola.

Muitas das respostas obtidas inferem que o aluno com TDAH obteve uma

melhora durante o passar dos anos, no entanto não houve uma justificativa de

uma ação maior que foi realizada, mas sim uma ação em conjunto, e gradativa

das professoras, onde foram tomando atitudes que minimizassem o

comportamento hiperativo, impulsivo e agressivo. Talvez falte um conjunto de

ações de maior impacto dos alunos que apresentem estes sintomas, porém

este conjunto de ações necessite de uma equipe com maior especialização e

uma maior capacidade da escola em enfrentar este problema.

Esta pesquisa foi realizada em apenas uma escola, desta forma não define

que as demais escolas apresente a mesma estrutura para enfrentar o TDAH e

as DAs. Existe a necessidade de aprimorar os estudos e questionar se existe

um acompanhamento nas demais escolas, e se existe a devida atenção pelos

profissionais da educação, sejam eles professores, coordenadores,

supervisores, orientadores, gestores, entre outros no município de Sinop.

43

6. REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

APÊNDICE 1. Roteiro questionário aberto aplicado aos professores da

Escola Professora Edeli Mantovani, no município de Sinop-MT.

1) Qual é a sua formação? Quanto tempo atua em sala de aula?

2) Você tem alunos diagnosticados com dificuldades de aprendizagem em

sala de aula?

3) Trabalha com aluno TDAH? Esse aluno tem diagnóstico por um

profissional médico e psicopedagogo?

4) Como é o comportamento do aluno TDAH em sala de aula?

5) Esses alunos recebem algum tipo de acompanhamento profissional?

Quais?

6) Você tem contato com esses profissionais? E com os pais desses

alunos?

7) Você recebe algum tipo orientação de como trabalhar com esses

alunos? De quem?

8) A presença do aluno TDAH na sala de aula interfere no processo de

ensino-aprendizagem da turma?

9) Qual é a sua maior dificuldade no cotidiano com o aluno com TDAH?

10) O material utilizado pelos alunos com TDAH é o mesmo para os

demais alunos?

11) Esses alunos apresentam dificuldades específicas na aprendizagem

matemática? Quais?

12) Como é feito o processo de avaliação desses alunos no cotidiano da

sala de aula?

13) Como é o relacionamento afetivo e cognitivo com esse aluno?