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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE ANA CLAUDIA BRAGA Perfil neuropsicológico e comportamental, indicadores de desenvolvimento e funcionamento adaptativo de crianças com síndrome de Williams em idade pré-escolar São Paulo 2013

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

ANA CLAUDIA BRAGA

Perfil neuropsicológico e comportamental, indicadores de desenvolvimento e

funcionamento adaptativo de crianças com síndrome de Williams em idade pré-escolar

São Paulo

2013

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ANA CLAUDIA BRAGA

Perfil neuropsicológico e comportamental, indicadores de desenvolvimento e

funcionamento adaptativo de crianças com síndrome de Williams em idade pré-escolar

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento

da Universidade Presbiteriana Mackenzie para

obtenção do título de Mestre em Distúrbios do

Desenvolvimento.

Orientadora: Profª Dra. Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira

São Paulo

2013

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B813p Braga, Ana Claudia.

Perfil neuropsicológico e comportamental, indicadores de

desenvolvimento e funcionamento adaptativo de crianças com síndrome de

Williams em idade pré-escolar / Ana Claudia Braga – 2013.

83 f. ; 30 cm

Dissertação (Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento) –

Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2013.

Bibliografia: f. 61-67.

1. Síndrome de Williams. 2. Criança, pré-escolar. 3. Desenvolvimento

infantil. 4. Comportamento infantil. I. Título.

CDD 616.8588042

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ANA CLAUDIA BRAGA

Perfil neuropsicológico e comportamental, indicadores de desenvolvimento e

funcionamento adaptativo de crianças com síndrome de Williams em idade pré-escolar

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento

da Universidade Presbiteriana Mackenzie para

obtenção do título de Mestre em Distúrbios do

Desenvolvimento.

Aprovada em: 30/08/2013

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira (Orientadora)

Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM

Profa. Dra. Alessandra Gotuzo Seabra

Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM

Profa. Dra. Rachel Sayuri Honjo

Universidade de São Paulo - USP

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais José Luiz

e Terezinha por todo o incentivo e ajuda para

que isso fosse possível.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me guiado e concedido que cada sonho do meu coração fosse

realizado.

Agradeço aos meus pais José Luiz e Terezinha, por acreditarem e confiarem em mim. Pelo

apoio incondicional em todos os momentos da minha vida. Esta conquista é tão minha quanto

de vocês dois! Amo muito vocês!

Ao Rodrigo, que sempre esteve ao meu lado, me apoiando, incentivando e ajudando em todos

os momentos.

Agradeço aos meus irmãos, cunhadas, sobrinhos e afilhados pelo apoio e pela compreensão

de minhas ausências.

A minha orientadora Profa. Dra. Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira, pelos ensinamentos,

confiança e por toda ajuda na execução deste trabalho.

Aos membros da banca, Profa. Dra. Alessandra Gotuso Seabra, com a qual também tive o

prazer de aprender desde quando estava na graduação, realizando iniciações científicas. A

Profa. Dra. Rachel Sayuri Honjo pelas contribuições enriquecedoras neste estudo e pela

colaboração na realização dos exames citogenéticos das crianças que não o tinham.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, pela

convivência e pelo aprendizado.

A todos do grupo da clínica de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade que de

alguma maneira participou desta etapa. Em especial aos meus amigos Solange Lima, Mayra

Seraceni e Felipe Alckmin.

A toda equipe da Clínica TID-MACK, pelos ensinamentos e por terem me acolhido de uma

forma muito especial. Dr. Salomão, Dr. Décio, Elói, Renata, Cintia e Tatiana Mecca.

Agradeço com muito carinho a Dra. Anna Carolina Cassiano Barbosa, a qual me pegou pela

mão e me ensinou a dar os meus primeiros passos.

As minhas amigas Cintia Perez Duarte, Renata de Lima Velloso e Juliana Andrade pela força

incondicional e incentivo, além do companheirismo e aprendizado em todos os momentos.

A todos os meus familiares e amigos que de alguma forma estiveram presente, me apoiando e

acreditando em mim.

Em especial, a todas as crianças e seus familiares que participaram deste estudo.

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O presente trabalho foi realizado com apoio da CAPES

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RESUMO

BRAGA, A. C. Perfil neuropsicológico e comportamental, indicadores de desenvolvimento e

funcionamento adaptativo de crianças com síndrome de Williams em idade pré-escolar.

Dissertação de Mestrado, São Paulo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2013.

A Síndrome de Williams (SW) é uma doença multissistêmica e neurocomportamental de

causa genética cuja etiologia está associada a microdeleções que ocorrem na região

cromossômica 7q11.23. Estudos apontam alterações fenotípicas clínicas, cognitivas, de

linguagem e de comportamento na SW as quais devem ser investigadas precocemente para

tratar e/ou prevenir problemas de saúde física e mental. Além disso, o planejamento de

intervenções nos primeiros 6 anos de vida facilitam o desenvolvimento de habilidades

cognitivas e de repertórios comportamentais ajustados às futuras demandas escolares. O

objetivo geral do presente estudo foi verificar indicadores de desenvolvimento cognitivo,

habilidades de linguagem receptiva e padrões comportamentais-adaptativos em crianças com

SW em idade pré-escolar. A amostra do estudo foi composta por 8 crianças com diagnóstico

clínico e molecular positivo para a SW com idade entre 4 e 6 anos de ambos os sexos. Os

instrumentos de coleta de dados foram: - Teste de Desenvolvimento Denver II; - Escala de

Maturidade Mental COLÚMBIA; - Teste de Stroop Semântico; - Teste de Vocabulário por

Imagem Peabody (TVIP); - Escalas de comportamento adaptativo de Vineland; - Inventário

de comportamentos para crianças entre 1 ½ e 5 anos (CBCL/1½-5) e Inventário de

comportamentos para crianças entre 6 e 18 anos (CBCL/6-18); - Versão Brasileira do

Inventário de Problemas Comportamentais Behavior Problems Inventory/BPI-01. Os

principais resultados obtidos apontaram para atrasos de desenvolvimento e de maturidade

mental em todos os participantes. Os maiores prejuízos de desenvolvimento verificaram-se

na coordenação motora fina e nas habilidades de cuidados pessoais. Já as habilidades de

linguagem receptiva e de comunicação mostraram menores déficits de acordo com os testes

TVIP e Denver II, respectivamente. No TVIP cinco crianças não apresentaram defasagem

entre a idade cronológica e a idade mental estimada para essas habilidades. Os participantes,

conforme relato dos cuidadores responsáveis apresentam problemas de comportamento e

dificuldades emocionais que se enquadram principalmente no espectro das estereotipias

comportamentais, problemas internalizantes de comportamento (ansiedade e depressão) e

problemas de atenção. Indicadores de habilidades de controle inibitório verificadas no teste

Stroop Semântico evidenciaram que na prova de interferência os participantes obtiveram

escores reduzidos mostrando prejuízos neste indicador de funções executivas. Os resultados

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são pioneiros no Brasil em relação à avaliação comportamental e neuropsicológica de crianças

pré-escolares com SW. Os resultados em relação a habilidades cognitivas e comportamentais

foram semelhantes a outros estudos conduzidos com grupos de crianças com SW em idade

escolar. Pelos resultados obtidos no grupo há evidências que apontam para esses prejuízos

desde cinco e seis anos. Nas análises de correlação mediante uso do coeficiente de Spearman,

foram observadas correlações positivas e negativas entre os instrumentos utilizados

considerando p<0,05. Os dados encontrados no grupo, embora restritos devido ao pequeno

número amostral, permitem recomendar programas de intervenção precoces e específicos

focados na estimulação de habilidades de funcionamento executivo, no aumento de

repertórios comportamentais socialmente adaptativos e estimulação de outras habilidades

cognitivas como memória, linguagem e atenção.

Palavras-chave: Síndrome de Williams, criança, pré-escolar, desenvolvimento,

comportamento.

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ABSTRACT

BRAGA, A. C. Neuropsychological and behavioral Profile, development indicators and

adaptive functioning of children with Williams syndrome in preschool. Master Dissertation,

São Paulo, The Mackenzie Prebyterian University, 2013.

Williams Syndrome (WS) is a genetically caused multisemic neurobehavioral disorder. Its

etiology is associated with microdeletions in the chromosomal region 7q11.23. Studies

indicate clinical, cognitive, language and behavioral phenotypic alterations in WS which

require early investigation for treatment and prevention of physical and mental health

problems. Moreover, planned of interventions at the first 6 months of age enhance the

development of cognitive skills and behavioral repertoire adapted to further educational

demands. The main objective of the present study is to identify indicators of cognitive

development, receptive language skills and adaptive behavioral patterns in preschoolers with

WS. The sample was composed of 8 children with molecular and clinic diagnosis for WS

aged between 4 and 6 years old of both sexes. Data collection instruments were: - Denver

Developmental Screening Test II; - COLUMBIA Mental Maturity Scale; - Stroop Test; -

Peabody Picture Vocabulary Test (PPVT); - Vineland Adaptive Behavior Scales; - Child

Behavior Checklist for Ages 1 1/2-5 (CBCL/1½-5) and Child Behavior Checklist for Ages 6

to 18 (CBCL/6-18); - Brazilian version of Behavior Problems Inventory (BPI-01). The main

results indicate development and mental maturity delays in all participants. Major

developmental impairments are associated with fine motor skills and personal care abilities.

As for receptive language and communication skills, fewer deficits were found according to

PPVT and Denver II, respectively. PPVT results indicate that five children there is no

discrepancy between chronological and mental ages estimated for these skills. According to

the report of caretakers, participants present behavioral and emotional problems within the

spectrum of behavioral stereotypies, internalization behavioral problems (anxiety and

depression) and attention problems. Indicators of inhibition control skills checked by Stroop

Test show that, at the interference task, participants achieved lower scores. This fact points to

impairments on this indicator of executive functions. Such findings are a breakthrough in the

field of behavioral and neuropsychological assessment of children with WS in Brazil. Results

related to cognitive and behavioral skills were similar to those from other studies with school-

aged children with WS. Results provide evidence of impairments in children from five to six

years old. In the correlation analysis by using the Spearman correlation coefficient were

observed positive and negative correlations between the instruments for p <0.05.Though

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restricted due to the small sample, the outcome allows the recommendation of specific early

intervention programs focused on the stimulation of executive functioning skills, enlargement

of socially adapted behavioral repertoire and stimulation of other cognitive skills such as

memory, language and attention.

Keywords: Williams Syndrome, children, preschool, development, behavior.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Prancha do exemplo 1 da EMMC. ............................................................................ 35

Figura 2. Imagens apresentadas no Teste Stroop Semântico. ................................................... 35

Figura 3. Tela 1 e 2 do TVIP computadorizado. ....................................................................... 36

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1. Lista de instrumentos de coleta de dados conforme área avaliada e participante

envolvido. ................................................................................................................. 33

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LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1. Distribuição em percentual da classificação dos participantes nas faixas clínicas e

normal de acordo com resultados das escalas comuns entre os Inventários de

Comportamentos para Crianças CBCL/1 ½-5 anos e CBCL/6-18 anos. ................. 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Caracterização familiar: Indicadores gerais do desenvolvimento das crianças

participantes e classificação socioeconômica. ......................................................... 33

Tabela 2. Pontuações brutas e IM em função de gênero e idade dos participantes mediante

aplicação da EMMC. ............................................................................................... 41

Tabela 3. Pontuações brutas, idade de desenvolvimento e diferenças entre idade cronológica e

idade de desenvolvimento no Teste de Denver II. ................................................... 42

Tabela 4. Pontuações médias e desvio padrão das escalas do Denver II em relação a escores

brutos e indicadores de idade de desenvolvimento (ID). ......................................... 42

Tabela 5. Médias, mediana e desvio padrão de escores brutos e idade estimada em meses dos

participantes no TVIP. .............................................................................................. 43

Tabela 6. Pontuações brutas, idade de vocabulário receptivo e diferenças entre a idade de

vocabulário e idade cronológica (IC) do TVIP. ....................................................... 43

Tabela 7. Médias de pontuações obtidas nas provas de nomeação e de interferência do Teste

de Stroop Semântico. ............................................................................................... 44

Tabela 8. Pontuações brutas na Fase de Nomeação, Interferência e a diferença entre Fase de

Interferência e Fase de Nomeação. .......................................................................... 44

Tabela 9. Médias, mediana e desvio padrão das escalas de problemas de comportamento do

Inventário de Problemas Comportamentais BPI-01. ............................................... 45

Tabela 10. Médias, medianas e desvio padrão dos escores brutos das escalas comuns entre os

Inventários de Comportamentos para Crianças CBCL/1 ½-5 anos e CBCL/6-18

anos. ......................................................................................................................... 47

Tabela 11. Pontuações médias brutas, medianas e desvio padrão dos domínios avaliados na

Escala de Comportamentos Adaptativos de Vineland. ............................................. 47

Tabela 12. Médias, medianas e desvio padrão das idades estimadas em meses nos domínios de

comportamentos adaptativos da Escala de Comportamentos Adaptativos de

Vineland. .................................................................................................................. 48

Tabela 13. Diferenças entre as médias de idade estimada em meses nos domínios de

comportamentos adaptativos da Escala de Comportamentos Adaptativos de

Vineland e idade cronológica média dos participantes. ........................................... 48

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LISTA DE ABREVIATURAS

AAIDD Associação Americana de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento

ABSW Associação Brasileira da Síndrome de Williams

ADM Assessment Data Manager

ASQ Autism Screening Questionnaire

BPI Versão Brasileira do Inventário de Problemas Comportamentais

CAA Comportamentos de autoagressão

CBCL Inventário dos Comportamentos de Crianças entre 1 ½ e 5 anos e, entre

crianças de 6 a 18 anos

ELN Elastina

EMMC Escala de Maturidade Mental Colúmbia

FE Funções Executivas

FISH Hibridação Fluorescente in Situ

IC Idade Cronológica

IM Índice de Maturidade

MLPA Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification

QI Quocientes de Inteligência

RPI Resultado Padrão de Idade

SD Síndrome de Down

SPSS Social Statistical Package for the Sciences

SW Síndrome de Williams

TEA Transtorno do Espectro do Autismo

TVIP Teste de Vocabulário por Imagem Peabody

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 18

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 21

2.1 Caracterização da Síndrome de Williams .................................................................. 21

2.2 Desenvolvimento motor, cognitivo e de linguagem .................................................... 22

2.3 Perfil comportamental na Síndrome de Williams ..................................................... 27

3. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 30

3.1 Geral .............................................................................................................................. 30

3.2 Específicos ..................................................................................................................... 30

4. MÉTODO ............................................................................................................................ 32

4.1 Participantes ................................................................................................................. 32

4.2 Instrumentos ................................................................................................................. 33

4.3 Procedimentos de coleta dos dados ............................................................................. 38

4.4 Procedimentos de análise de dados ............................................................................. 39

5. RESULTADOS .................................................................................................................... 41

6. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 51

7. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 58

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 61

ANEXOS ................................................................................................................................. 70

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1 - INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

A Síndrome de Williams (SW) é uma doença multissistêmica e neurocomportamental

de causa genética cuja etiologia está associada a microdeleções na região 7q11.23. Na

síndrome é descrito um fenótipo comportamental, cognitivo e de linguagem caracterizado de

maneira global por desatenção, hiperatividade, problemas de comportamento (estereotipias,

autoagressividade), atraso no desenvolvimento, graus variados de deficiência intelectual,

déficits em funções executivas, alterações sintático-pragmáticas, estruturais e funcionais da

linguagem que variam de acordo com o nível de deficiência intelectual, dentre outros.

Algumas dessas alterações se caracterizam por déficits e excessos em algumas habilidades

que resultam contrastantes na avaliação clínica e cognitivo-comportamental (MARTENS;

WILSON; REUTENS, 2008). Esse contraste de habilidades é definido por Mervis (2003)

como ‘perfil de picos e vales’ (peak and valley profile).

Estudos longitudinais com crianças a partir dos quatro anos de idade mostram

indicadores de atrasos no desenvolvimento, especificamente habilidades motoras e de

adaptação, assim como problemas emocionais e comportamentais (ansiedade, medos, déficit

de autocontrole) que persistem ao longo da vida (EINSFELD; TONGE; REES, 2001;

WOODRUFF-BORDEN et al., 2010).

No contexto brasileiro a maior parte dos estudos realizados em pessoas com SW têm

focado prioritariamente os aspectos genéticos, clínicos e de linguagem isoladamente (ROSSI;

MORETTI-FERREIRA; GIACHETI, 2006; ROSSI; MORETTI-FERREIRA; GIACHETI,

2007; CARDOSO-MARTINS; SILVA, 2008; ROSSI; SOUZA; MORETTI-FERREIRA,

2009; SEGIN, 2010; TEIXEIRA et al., 2010; LIMA, 2011; MARTIN, 2011; HONJO, 2012).

No entanto, observa-se uma escassez de trabalhos que abranjam concomitantemente

características cognitivas, de linguagem e de comportamento do fenótipo, especificamente em

crianças de idade pré-escolar. Nessas idades recomenda-se a identificação precoce de

indicadores fenotípicos que posteriormente poderão interferir no processo de alfabetização,

adaptação e socialização destas crianças.

Sampaio e colaboradores (2009) apontam a necessidade de avaliações detalhadas de

habilidades cognitivas em pessoas com SW devido à presença de um fenótipo cognitivo

heterogêneo, caracterizado pela ausência de declínio cognitivo associado à idade e um melhor

desempenho em tarefas verbais e de memória auditiva verbal se comparadas com tarefas

visuoespaciais.

O estudo de indicadores de desenvolvimento, aptidões gerais de raciocínio e

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19

habilidades de linguagem, bem como indicadores de padrões de comportamento e

funcionamento adaptativo pode auxiliar a equipes pedagógicas e educacionais no

planejamento de ações adaptadas às necessidades da criança com SW, uma vez iniciada o

processo de escolarização formal. Nesse sentido Laing e colaboradores (2001) alertaram sobre

algumas especificidades que devem ser contempladas quando uma criança com SW inicia a

alfabetização. Por exemplo, em relação a prejuízos no processamento semântico de palavras

podem ser diferentes dos prejuízos no processamento fonológico, sendo que este segundo

pode estar relativamente preservados em função do grau de deficiência intelectual e do

desenvolvimento das funções executivas (LAING et al., 2001).

Neste contexto se localiza o presente estudo, o qual pertence a uma das linhas de

pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento. No contexto

deste programa estudos anteriores focados na SW têm sido desenvolvidos abrangendo

avaliação do fenótipo comportamental, cognitivo e de linguagem com foco nas habilidades de

leitura e escrita, inteligência, funções executivas, indicadores de desatenção e hiperatividade,

habilidades de linguagem, avaliação comportamental em sala de aula de alunos com SW

inseridos no ensino regular e especial, orientação para professores sobre estratégias de manejo

de comportamentos de desatenção e hiperatividade em crianças e adolescentes com a

síndrome (HAYASHIUCHI et al., 2010; SEGIN, 2010; SERACENI et al.,2010a; SERACENI

et al., 2010b; SERACENI et al., 2010c; TEIXEIRA et al., 2010; LIMA, 2011). Sendo assim, o

tema do presente estudo é o desenvolvimento cognitivo e de linguagem receptiva e sua

relação com problemas de comportamento em crianças com SW em idade pré-escolar.

Seguidamente apresenta-se o referencial teórico que embasou o presente projeto.

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20

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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21

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Caracterização da Síndrome de Williams

A Síndrome de Williams (SW), descrita clinicamente pela primeira vez em 1961, é

uma doença multissistêmica e neurocomportamental de causa genética cuja etiologia está

associada a microdeleções que ocorrem na região cromossômica 7q11.23. Destaca-se nessa

deleção o gene ELN (elastina), o qual codifica a proteína elástica do tecido conjuntivo nos

vasos sanguíneos como a aorta e o gene LIMK1 o qual as alterações fenotípicas

neurocognitivas ainda não estão completamente esclarecidas, mas sabe-se que envolve

habilidades visuoespaciais (EWART et al, 1993; OSBORNE; POBER, 2001; MORRIS et al,

2003).

O diagnóstico clínico pode ser realizado durante a infância a partir de dismorfismos

faciais como bochechas acentuadas, boca larga com lábios volumosos, narinas antevertidas e

filtro nasal longo; pregas epicânticas, excesso de tecido subcutâneo na região periorbital, íris

azul e estrelada, bem como doenças cardiovasculares, por exemplo, estenose aórtica

supravalvar (WILLIAMS, 1961; MERVIS; KLEIN-TASMAN, 2000; BAYÉS et al., 2003;

MORRIS, 2006, 2010). Entretanto, a doença apenas pode ser confirmada mediante

diagnóstico citogenético-molecular. Nesse sentido, a técnica considerada padrão-ouro, mais

utilizada para distinguir a deleção submicroscópica em 7q11.23, é a hibridação fluorescente in

situ (FISH). Tal procedimento garante em aproximadamente 95% dos pacientes a confirmação

da síndrome (SUGAYAMA et al., 2007). Além do FISH, outras técnicas podem ser utilizadas

tais como marcadores polimórficos de DNA, hibridação genômica comparativa por array

(array CGH) e a técnica de Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification® (MLPA

®), a

qual permite a identificação de microdeleções e microduplicações de sequências-alvo

específicas (HONJO, 2012). O trabalho de Honjo (2012) verificou que alguns casos com

suspeita de SW apresentavam resultados negativos mediante uso do FISH, diferentemente

quando se utilizava a técnica molecular MLPA®.

Como descrito anteriormente, além das pessoas com SW apresentam diferentes

características malformativas como dismorfismos faciais, associam-se à síndrome doenças

cardíacas congênitas como a estenose aórtica supravalvar, anormalidades do tecido

conjuntivo, hérnias ou divertículos da bexiga ou cólon, disfunção renal e anormalidades

endocrinológicas como hipercalcemia idiopática, hipercalciúria e hipotireoidismo (MORRIS,

1993, 2006).

Aproximadamente 95% dos casos com SW apresentam alterações auditivas como a

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22

hiperacusia e muitas vezes com audiometria sem alterações, ou por outro lado, déficits

auditivos (BLOMBERG; ROSANDER; ANDERSSON, 2006). Alterações oftalmológicas

também são característicos com íris estreladas, estrabismo, opacidades puntiformes no

cristalino, entre outros (SUGAYAMA et al., 2002).

Estima-se que a incidência da SW é de 1 para 20.000 nascidos vivos (MEYER-

LINDENBERG et al., 2006) e alguns autores mencionam prevalência de 1 para 7.500

(STROMME; BJORNSTAD; RAMSTAD, 2002).

Pesquisadores reconhecem que a síndrome pode ser um modelo neurocomportamental

para compreender as relações existentes entre alterações genéticas e aspectos cognitivos e

comportamentais presentes no fenótipo. O fenótipo social é caracterizado por aumento de

comunicação e interação social, ou seja, tendência de aproximação de estranhos

indiscriminadamente e aumento das habilidades de identificação de expressões faciais.

Estudos ressaltam que a SW é o resultado de uma interação complexa de sistemas

neurobiológicos, genético e psicológico que devem ser considerados do ponto de vista do

desenvolvimento para compreender a trajetória do desenvolvimento social de pessoas com

SW (ARTIGAS-PALLARÉS; GABAU-VILA; GUITART-FELIUBADALÓ, 2006;

MARTENS; WILSON; REUTENS, 2008, JÄRVINEN-PASLEY et al., 2008).

Seguidamente uma descrição dos principais indicadores de desenvolvimento motor,

cognitivo e de linguagem descritos para a síndrome.

2.2 Desenvolvimento motor, cognitivo e de linguagem

Com relação ao desenvolvimento motor há escassos estudos que avaliem aspectos da

psicomotricidade na infância de crianças com SW. O estudo de Almeida e Formiga (2010),

por exemplo, foi conduzido em um caso clínico a fim de analisar a motricidade grossa e fina

de uma criança de oito anos de idade com SW por meio dos itens da área do desenvolvimento

motor do Inventário Portage Operacionalizado. Achados indicaram dificuldades no

movimento de pinça, na escrita, em manipular objetos que precisavam de movimentos de

pronação e supinação, com isso, essa criança apresentou maior dificuldade no que se refere às

habilidades motoras finas quando comparado com a grossa (ALMEIDA; FORMIGA, 2010).

Boell, Amar e Neto (2009) realizaram intervenção englobando as seguintes áreas motoras:

motricidade fina e grossa, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal de

uma criança com cinco anos de idade com SW. Resultados sugeriram melhora na motricidade

fina, equilíbrio e esquema corporal, sendo que a possível continuidade das intervenções

poderá auxiliar ainda mais nestas determinadas áreas.

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23

No que diz respeito à inteligência, de acordo com testes padronizados, as pessoas com

SW apresentam graus variados de deficiência intelectual (leve a grave) e, até mesmo alguns

com quocientes de inteligência (QI) na faixa limítrofe (HOWLIN; DAVIES; UDWIN, 1998;

MERVIS; KLEIN-TASMAN, 2000; SEGIN, 2010).

Diversos estudos apresentam resultados contrastantes quanto à comparação de

habilidades cognitivas verbais e executivas, as quais relatam melhor desempenho em provas

de vocabulário e raciocínio abstrato que avaliam QI verbal se comparado ao desempenho em

tarefas que envolvem conhecimentos gerais, assim como déficits importantes em habilidades

de construção visuoespacial comparadas com os níveis globais de habilidades intelectuais

(HOWLIN; DAVIES; UDWIN, 1998; MERVIS; KLEIN-TASMAN, 2000; NAKAMURA et

al., 2001). Levy, Smith e Tager-Flusberg (2003) classificaram um grupo de 20 jovens com

SW de acordo com o QI, sendo n=8 abaixo de 50, n=9 entre 50 e 70, e n=3 maior de 70. Esses

autores discutiram que o QI é uma variável importante que deve ser considerada quando

pessoas com a síndrome são avaliadas em tarefas que envolvem habilidades de consciência

fonológica, aquisição da leitura, decodificação de palavras, dentre outras.

Nunes e colaboradores (2011) avaliaram a capacidade cognitiva (QI verbal, de

execução e total), habilidades visuoespaciais, traços autistas e compararam com os resultados

moleculares em um grupo de 31 pessoas com diagnóstico molecular para SW. O QI total do

grupo variou de 51 a 86, ou seja, os resultados indicaram variação de todos os níveis:

deficiência intelectual moderada, leve, limítrofe e média inferior, sendo a grande maioria

classificado com deficiência intelectual leve (N=22). Além disso, todos os participantes

apresentaram déficits visuoespaciais e 13 dos 31 pacientes (41,94%) apresentaram traços

autistas, sendo 10 do sexo masculino. No entanto, os autores não encontraram correlação

entre o tamanho da deleção e traços autistas.

Papaeliou e colaboradores (2011), compararam 11 crianças com SW com média de

idade de 63 meses com um grupo controle com média de idade de 30,2 meses. Os grupos

foram pareados de acordo com o nível de habilidades visuoespaciais, coordenação motora

fina, habilidades receptivas e expressivas de linguagem e produção de vocabulário. No estudo

foi comparado o desempenho deles em indicadores não verbais de comunicação como atenção

compartilhada, comunicação gestual, iniciação de interações, habilidades de brincadeira

simbólica e funcional. Um dos achados foi mostrar que as crianças com SW apresentam

habilidades de interação social relativamente preservadas, entretanto, têm déficits em

diferentes componentes das habilidades da teoria da mente, por exemplo, atenção

compartilhada e brincadeira funcional e simbólica (PAPAELIOU et al., 2011).

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24

Com relação às habilidades de memória, Sampaio e colaboradores (2008) se

questionaram sobre a possibilidade de dissociação ou hipótese de atraso no desenvolvimento

de pessoas com SW e investigaram tal possibilidade de dissociação dos componentes da

memória de trabalho (MT) em: memória de curto versus longo prazo, bem como MT verbal

versus visuoespacial de um grupo de 14 pessoas com SW com idade entre 8 e 29 anos

pareados com um grupo controle pela idade cronológica. Os resultados encontrados indicam

que os participantes com SW apresentam comprometimento global dos componentes da MT

(alça fonológica e visuoespacial), sendo que não encontraram diferenças significativas com

relação a memória de curto versus longo prazo entre os grupos. Em suma, os autores sugerem

que tal desempenho da MT no grupo avaliado pode refletir atrasos de desenvolvimento e não

padrões desviantes dissociativos.

Em relação ao perfil neuropsicológico geral de pessoas com SW, Menghini e

colaboradores (2010) avaliaram habilidades de MT e de funções executivas (FE) em um

grupo de 15 sujeitos com SW com idade cronológica média de 19,11 e idade mental de 6,10

anos pareados pela idade mental com um grupo de 15 crianças com desenvolvimento típico

com idade cronológica média de 7,6 anos e idade mental média de 6,9 anos. Para avaliação da

idade mental (QI), os autores utilizaram a “Leiter International Performance Scale-Revised”

e uma bateria de provas que avaliaram as seguintes FE: atenção, memória de trabalho,

memória de curto prazo, planejamento, atenção e controle inibitório. O estudo constatou que o

grupo com SW apresentou déficits nas habilidades de atenção sustentada e seletiva,

categorização, memória de trabalho, planejamento e inibição de respostas levantando a

hipótese de que esses déficits devam comprometer expressivamente o funcionamento

adaptativo dessas pessoas (MENGHINI et al., 2010).

Um único estudo publicado em 2012 explorou possíveis relações entre indicadores de

habilidades de FE e habilidades de inteligência (medida a partir do QI) em pessoas com SW

com idade entre 10 e 29 anos pareados por idade e sexo com um grupo de pessoas com

desenvolvimento típico (OSÓRIO et al., 2012). Neste trabalho foi verificado, assim como em

estudos anteriores que a amostra com SW apresentou prejuízos maiores e estatisticamente

significativos nos indicadores de FE. No entanto, essas diferenças entre os grupos perderam a

significância quando o QI foi comparado. Os autores encontraram que a força das associações

entre indicadores de FE e QI foi expressivamente maior no grupo com SW se comparado ao

grupo com desenvolvimento típico. Entretanto, em ambos os grupos a FE que mais se

associou ao QI foi a memória de trabalho (OSÓRIO et al., 2012).

Com relação à linguagem, autores descrevem que a aquisição da fala em crianças com

Page 26: Ana Claudia Braga.pdf

25

SW geralmente é atrasada (MASATAKA, 2001; MERVIS; JOHN, 2010). A preservação de

algumas habilidades verbais em detrimento das cognitivas é reconhecida como um dos traços

típicos do fenótipo da linguagem na SW (FIDLER; PHILOFSKY; HEPBURN, 2007). No

entanto, também na área de linguagem são observadas habilidades assimétricas, inclusive em

estudos que focam o primeiro ano de vida e a idade pré-escolar de crianças com SW. Por

exemplo, boas habilidades expressivas de linguagem ao ponto de aprender palavras, mesmo

antes de poder associá-las a objetos concretos (MERVIS; ROBINSON, 2000); baixa

frequência de respostas não verbais de atenção compartilhada e comunicação, atraso nas

respostas de balbuciar (FIDLER; PHILOFSKY; HEPBURN, 2007; MERVIS; BECERRA,

2007); alterações sintático-pragmáticas e estruturais na formação de sentenças (MASATAKA,

2001; FIDLER; PHILOFSKY; HEPBURN, 2007; TEIXEIRA et. al., 2010); dificuldades para

segmentar palavras (MARTENS; WILSON; REUTENS, 2008); disfluências na fala com

prejuízos no desempenho de tarefas que avaliam propriedades funcionais e receptiva de

linguagem (ROSSI; MORETTI-FERREIRA; GIACHETI, 2007; JÄRVINEN-PASLEY et. al.,

2008; ROSSI et. al., 2009).

Estudo de Volterra e colaboradores (2003) foi conduzido com crianças na faixa etária

de 3 a 6 anos de idade (grupo controle e dois grupos com SW e Síndrome de Down),

comparou o desempenho dessas crianças em testes de nomeação e repetição de sentenças.

Nele foi verificado que os participantes com SW produziam frases e executavam as tarefas de

nomeação no mesmo nível de vocabulário que o grupo controle com desenvolvimento típico.

Contudo eles alertaram para a necessidade de estudos longitudinais em crianças com SW para

avaliar ao longo do desenvolvimento desfechos de outras habilidades de linguagem essenciais

para adequados padrões de comunicação e desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita

como consciência fonológica, habilidades receptivas e expressivas de linguagem, dentre

outras (VOLTERRA et al., 2003).

Mervis e Velleman (2011) relatam o perfil psicolinguístico na SW, incluindo pontos

fortes no vocabulário, processamento fonológico e memória verbal de curto prazo e, fraquezas

relativas na linguagem relacional, compreensão da leitura e pragmática. Com isso, muitas

crianças apresentam, dentre suas dificuldades, construções gramaticais complexas. Os autores

enfatizam a importância de avaliação e intervenção precoce em crianças com SW, uma vez

que muitas crianças podem falar, mas não apresentarem habilidades pragmáticas de

linguagem no nível esperado para suas habilidades de vocabulário. Então, programas de

intervenção podem direcionar ações para estimular habilidades de linguagem relacional,

pragmática, gramática, fonética e compreensão de leitura para aumentar comportamentos

Page 27: Ana Claudia Braga.pdf

26

adaptativos em crianças com SW.

Habilidades de linguagem relacionadas a vocabulário expressivo e consciência

fonológica, são fundamentais para o desenvolvimento da leitura precoce. Desta forma, Steele

e colaboradores (2013) conduziram estudo sobre a habilidade de leitura precoce, o

conhecimento das letras, rima de correspondência e vocabulário em grupos com SW e grupo

com Síndrome de Down (SD) com idade de 4 a 8 anos pareados com dois grupos de crianças

com desenvolvimento típico pela idade mental não-verbal ou nível de leitura. A avaliação

ocorreu em duas etapas, sendo a segunda um ano depois da avaliação inicial. O desempenho

de crianças com SW foi equivalente ao grupo controle pelo nível de leitura e superior ao

desempenho do grupo pareado pelo nível de idade mental não-verbal. No entanto, foram

observados atrasos longitudinais no decorrer do desenvolvimento em comparação ao grupo

controle pareado pelo nível de leitura tanto do grupo SW como do grupo SD. Achados

descrevem padrões de desenvolvimento atípicos nos primeiros estágios de leitura em ambos

os grupos e os autores enfatizam a importância de estudos longitudinais, a fim de acompanhar

os níveis de desenvolvimento e déficits do neurodesenvolvimento dessas crianças. Além

disso, a avaliação precoce do perfil de desenvolvimento das habilidades subjacentes ao

desenvolvimento específico de alfabetização para auxiliar na elaboração de programas de

intervenção específicos.

Em 2011, Rossi e colaboradores caracterizaram o perfil da fluência da fala de um

grupo de 30 pessoas com SW pareados pela idade mental de um grupo com 39 pessoas com

desenvolvimento típico em tarefa de narrativa oral. Foram utilizadas figuras do teste Boston

Diagnosis Aphasia test, como estímulos para que a criança criasse uma história a partir da

figura apresentada. Os resultados indicaram diferença entre os grupos quanto a gaguejar e não

gaguejar, com aumento de frequência de disfluência do tipo hesitações, repetições, palavras

incompletas e pausas do grupo com SW. Com isso, os autores sugerem que a avaliação de

fluência narrativa e avarias podem fornecer uma importante ferramenta para a compreensão

de déficits linguísticos e cognitivos subjacentes ao fenótipo da SW.

No âmbito brasileiro, diversos estudos têm sido conduzidos a fim de avaliar a

linguagem. Dentre eles, Rossi e colaboradores (2009) realizaram um estudo piloto que visou

traçar o perfil da fluência da fala de 12 indivíduos com SW, pareados por gênero e idade

mental de um grupo controle. Os resultados indicaram diferenças significativas no

desempenho dos grupos referente à tipologia de disfluências da fala, sendo que a frequência

de disfluências comuns aumenta no grupo com SW. Em relação às disfluências gagas,

observou-se assimetria na distribuição de frequências, sendo excessivamente altas para

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27

rupturas gagas em um dos indivíduos com SW. A caracterização e frequência das disfluências

sugeriram correlação com prejuízo de natureza lexical.

2.3 Perfil comportamental na Síndrome de Williams

No fenótipo cognitivo comportamental descrevem-se habilidades relativamente

preservadas em detrimento de outras comprometidas (GARCÍA-NONELL et al., 2003).

Destacam-se problemas comportamentais e sociais caracterizados por excessiva sociabilidade,

pouca seletividade no relacionamento interpessoal (inclusive com pessoas estranhas ao

convívio familiar e social rotineiro), a não manifestação de indicadores comportamentais de

medo em contextos sociais desconhecidos, melhor relacionamento com adultos se comparado

com seus pares, boa capacidade para comunicar e perceber sentimentos de outras pessoas,

dificuldades para solucionar problemas da vida diária e, problemas de saúde mental que

configuram transtornos psiquiátricos, por exemplo, Transtorno Generalizado de Ansiedade,

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e transtornos fóbicos (ARTIGAS-

PALLARÉS, 2002; JONES et al., 2002; LEYFER et al., 2006).

Woodruff-Borden e colaboradores (2010) realizaram um estudo longitudinal sobre os

transtornos de ansiedade de 45 crianças com SW com idade inicialmente de 4 a 13 anos. Na

primeira avaliação 27 crianças (60%) apresentaram pelo menos um diagnóstico de ansiedade

e durante o estudo, 37 crianças (82,2%) preencheram tais critérios para o diagnóstico. Como

resultados, os diagnósticos mais comuns apresentados pelas crianças com SW foram de fobias

específicas e transtornos de ansiedade generalizada. Os autores mencionam que os níveis de

significância para o diagnóstico de ansiedade persistem ao longo do tempo, mas não estão

relacionados com a idade e nem com o QI, sendo assim, a criança com diagnóstico positivo

para ansiedade tende a manter o diagnóstico no decorrer dos anos. Outros achados

identificaram diferenças significativas entre o funcionamento executivo e ansiedade.

Teixeira e colaboradores (2010), em estudo que visou descrever o perfil

comportamental, cognitivo e de linguagem e, identificar comportamentos autísticos em um

grupo de crianças e adolescentes com SW com idade de 5 a 16 anos, encontraram resultados

que corroboram estudos anteriormente mencionados em que a população estudada com SW

apresentou boa capacidade de comunicação e sociabilidade, o que pode dificultar na

identificação dos déficits cognitivos destes indivíduos. Embora essa população apresente

habilidades de comunicação social relativamente preservadas, déficits e excessos da utilização

de aspectos formais dessa comunicação prejudicam as relações sociais. Por exemplo, uso

excessivo de clichês, repertório de vocabulário limitado, frases estereotipadas e elevadas taxas

Page 29: Ana Claudia Braga.pdf

28

de comportamentos de imitação. Ainda neste estudo os autores também identificaram outras

alterações como depressão, ansiedade e problemas de atenção que podem acarretar em

dificuldades no contexto escolar (TEIXEIRA et al., 2010).

Um fator importante para a avaliação de desenvolvimento são questões relacionadas

aos comportamentos adaptativos. De acordo com a Associação Americana de Deficiência

Intelectual e Desenvolvimento (AAIDD) comportamento adaptativo se refere as habilidades

conceituais (alfabetização, auto direção, conceitos de número, tempo e dinheiro), sociais

(habilidades interpessoais, responsabilidade social, auto estima, seguimento de regras, leis,

etc.) e práticas (atividades da vida diária (cuidados pessoais), competências profissionais,

rotinas, etc.), ou seja, habilidades relacionadas à funcionalidade e adaptação da pessoa no

cotidiano (AAIDD, 2012).

A fim de avaliar o nível de comportamento adaptativo, muitos estudos têm utilizado as

Escalas de comportamentos adaptativos de Vineland, Greer e colaboradores (1997) avaliaram

um grupo de crianças com SW com idade entre 4 e 18 anos e encontraram diferenças

significativas entre as escalas, sendo que o grupo apresentou maiores escores nas escalas

referentes a socialização e comunicação, quando comparadas com as escalas das habilidades

de vida diária e habilidades motoras. Mervis, Klein-Tasman e Mastin (2001) analisaram um

grupo de pessoas com SW com idade entre 4 e 8 anos. Os autores encontraram diferenças

significativas no escore padrão em todas as escalas em relação a população sem a síndrome e

as ordenaram da seguinte forma com relação aos domínios de maior força: (1) Socialização,

(2) Comunicação, (3) habilidades da vida diária e (4) Habilidade motora.

Frequentemente o perfil comportamental apresentado por pessoas com SW é

classificado como sendo oposto aos comportamentos apresentados por pessoas com

Transtornos do espectro do Autismo. No entanto, autores mencionam características comuns

entre essas duas populações, tais como dificuldades com a pragmática, ansiedade, desatenção,

problemas sensoriais, dentre outros (TORDJMAN et al., 2012).

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29

3 - OBJETIVOS

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30

3. OBJETIVOS

3.1 Geral

Verificar indicadores de desenvolvimento cognitivo, habilidades de linguagem

receptiva e padrões comportamentais-adaptativos em crianças com SW em idade pré-escolar.

3.2 Específicos

Verificar indicadores de desenvolvimento cognitivo e indicadores de maturidade mental

nesse grupo;

Identificar indicadores de habilidades de linguagem receptiva;

Caracterizar padrões comportamentais e funções adaptativas;

Correlacionar os resultados dos participantes em cada prova;

Avaliação inicial para estudos futuros de treinamento parental e de manejo

comportamental em ambiente escolar.

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31

4 - MÉTODO

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32

4. MÉTODO

4.1 Participantes

Participaram do estudo oito crianças com diagnóstico clínico e molecular positivo para

a Síndrome de Williams, sendo cinco do gênero feminino e três do gênero masculino, com

idade entre 4 e 6 anos (Média=5; Desvio Padrão=0,76), assim como seus respectivos

responsáveis. O critério de inclusão dos participantes era o diagnóstico genético confirmado e

dos pais ou responsáveis era ter a criança sob os cuidados deles por, no mínimo 6 horas

diárias. A média de idade dos responsáveis é 34 anos, Desvio padrão= 15. Sete são do gênero

feminino e um do gênero masculino, sendo este único, avô da criança e as demais todas mães

biológicas.

Os participantes foram recrutados na Associação Brasileira da Síndrome de Williams

(ABSW) e da Unidade de Genética do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. O

projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade

Presbiteriana Mackenzie de acordo com o processo CEP/UPM Nº 1398/09/2011 e CAAE Nº

0092.0.272.000-11 (Anexo B).

Vale salientar que no grupo amostral do presente estudo uma das crianças com SW que

faria parte da amostra foi encaminhada para uma triagem por apresentar alguns sinais

compatíveis com TEA para a Clínica de Transtornos Invasivos do Desenvolvimento do

Mackenzie (TID-MACK). A avaliação indicou a presença de sintomas compatíveis com o

diagnóstico de TEA, no entanto, a equipe da clínica concluiu que a mesma não apresentava

sintomas em intensidade e frequência suficiente para o diagnóstico de TEA. Desta forma, a

criança continuou participando da amostra deste estudo.

Dados da entrevista que exploraram histórico clínico e familiar dos participantes,

constituição familiar, histórico da gestação e parto, indicadores de desenvolvimento

neuropsicomotor pós-natal, tratamentos e classificação socioeconômica (Roteiro de Entrevista

no Anexo C) são mostrados na tabela 1.

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33

Tabela 1. Caracterização familiar: Indicadores gerais do desenvolvimento das crianças participantes e

classificação socioeconômica.

Sujeito

Complica-

ções

durante a

gestação

Indicadores gerais do desenvolvimento (em

meses)

Tratamentos

Classificação

socioeconômica

(% Total do

Brasil)

Sentar Andar Desfralde Primeiras

palavras

Primeiras

frases

1 Não 11 18 48 18 36 Fonoterapia A1 (0,9%)

2 Anemia

grave 4 18 48 8 36 Não A2 (4,1%)

3 Anemia

grave 7 15 Não 8 36 Não B1 (8,9%)

4 Não 7 18 36 * * Não A2 (4,1%)

5 Não 6 18 44 * *

Fonoterapia;

Terapia

Ocupacional

(APAE)

C1 (20,7%)

6 Anemia

grave 11 27 Não 18 60

Fonoterapia;

Fisioterapia C1 (20,7%)

7

Hipertensão

Arterial

11 24 36 18 * Não C1 (20,7%)

8 Não 5 24 36 9 30 Psicopedago

-ga

B2 (15,7%)

* Informante não soube responder.

4.2 Instrumentos

Para cada um dos quatro domínios avaliados foram utilizados os seguintes

instrumentos como apresentados no quadro 1. Posteriormente cada um deles será descrito.

Quadro 1. Lista de instrumentos de coleta de dados conforme área avaliada e participante envolvido.

Áreas Instrumentos Participante

Desenvolvimento

infantil e maturidade

mental

1. Teste de Desenvolvimento Denver II

2. Escala de Maturidade Mental Colúmbia

Crianças

Funções executivas

(Controle inibitório)

1. Teste de Stroop Semântico

Linguagem 1. Teste de Vocabulário por Imagem

Peabody (computadorizado)

Avaliação de

comportamento

adaptativo

1. Escalas de comportamento adaptativo de

Vineland.

Pais ou

Responsáveis Avaliação

comportamental

1. Inventário de Comportamentos de

Crianças entre 1 ½ e 5 anos e, entre

crianças de 6 a 18 anos (CBCL/1 ½-5

anos, CBCL/6-18 anos)

2. Versão Brasileira do Inventário de

Problemas Comportamentais/BPI-01.

Page 35: Ana Claudia Braga.pdf

34

a) Teste de Desenvolvimento Denver II (Denver Developmental Screening Test-II): é um

instrumento de rastreamento de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor para crianças

desde o nascimento até 6 anos de idade. As áreas do desenvolvimento avaliadas são pessoal-

social, motricidade fina-adaptativa, linguagem e motricidade grossa. Os itens são registrados a

partir da observação direta da criança e, para alguns deles, solicita-se que a mãe informe se o

filho realiza ou não determinada tarefa (itens com “R”). Os dados são registrados na Folha de

Respostas do seguinte modo: P = Passou, quando a criança realiza de modo satisfatório o item

solicitado ou o respondente afirma que a criança realiza (no caso de itens com “R”); F =

Falhou, quando a criança não realiza o item ou o respondente afirma que a criança não o

realiza; NO = Não teve oportunidade, quando a criança não foi exposta para realizar em

nenhum momento de sua história de vida aquele item (Essa pontuação só é dada para os itens

com “R”); R = Recusa, quando a criança recusa a realizar a tarefa (site oficial do instrumento:

http://www.denverii.com/DenverII.html) (FRANKENBERG et al., 1990). Para análises dos

dados, foram utilizadas as normas americanas. De acordo com esta padronização do

instrumento as análises de dados se basearam no cálculo do número de itens em que a criança

passou conforme a idade e, posteriormente no cálculo da idade de desenvolvimento da criança

comparada à idade cronológica. Além disso, também foi calculada a idade de

desenvolvimento em cada escala do instrumento: pessoal, motricidade fina, linguagem e

motricidade grossa.

b) Escala de Maturidade Mental COLÚMBIA (EMMC): é um teste padronizado que

avalia a aptidão geral de raciocínio de crianças na faixa etária de 3 anos e 6 meses a 9 anos e

11 meses de idade baseada na manipulação de conceitos expressos em forma geométrica ou

pictórica. A escala consiste em 92 itens com, de 3 a 5 desenhos impressões em cada cartão.

Como instrução, é solicitado que a criança escolha o desenho que não combina ou não está

relacionado com os demais. Para tanto, a criança deve descobrir qual é a regra subjacente à

organização das figuras. A base para a discriminação entre as figuras envolve a percepção de

diferenças como: cor, tamanho ou forma ou relações muito sutis entre as mesmas. A aplicação

dura em média de 15 a 20 minutos que envolve ensinar a tarefa a criança e apresentar os itens

de exemplo, como ilustrado na Figura 1. Além disso, os itens aplicados são de acordo com a

idade cronológica da criança. A resposta dada pela criança a cada item é registrada na Folha

de Resposta. O número de respostas corretas (Resultado Bruto) é convertido em Resultado

Padrão de Idade (RPI), com percentil e estanino, tendo a classificação do Índice de

Page 36: Ana Claudia Braga.pdf

35

Maturidade (IM) (ALVES; DUARTE, 2001). A tabulação dos dados foi realizada de acordo

com a padronização do instrumento e as análises foram feitas a partir do escore bruto e o IM.

Figura 1. Prancha do exemplo 1 da EMMC.

c) Teste de Stroop Semântico: avalia habilidade de controle inibitório de funções

executivas. Trata-se de um teste com duas fases, em que na primeira fase são apresentadas

figuras do sol, lua, menino e menina, como ilustrado na figura 2 e em seguida é solicitado que

a criança apenas nomeie cada figura apresentada, a fim de garantir que a criança reconheça e

se familiarize com os estímulos apresentados. A segunda fase envolve inibição de respostas

automáticas é solicitado que a criança nomeie a figura oposta da apresentada, ou seja, para a

figura do sol, a criança terá de responder lua e vice-versa, assim como para menino e menina

(TREVISAN; SEABRA, 2012). As análises se basearam no número de acertos tanto na etapa

de nomeação de figuras, como na segunda etapa que avalia o efeito de interferência.

Figura 2. Imagens apresentadas no Teste Stroop Semântico.

d) Teste de Vocabulário por Imagem Peabody - Computadorizado (TVIP): avalia a

linguagem receptiva-auditiva e é composto por 125 itens, mais 5 itens de treino, com quatro

figuras em cada tela. Será utilizada a versão computadorizada por meio de computadores

notebooks equipados com Windows e monitores de 15 polegadas. A criança irá escutar a

mensagem solicitada e em seguida terá que selecionar, dentre as quatro alternativas, a figura

que melhor representa a palavra ouvida, por meio do botão do mouse. A aplicação foi

realizada em sala apropriada, a fim de garantir ausências de sons externos para que a criança

Page 37: Ana Claudia Braga.pdf

36

ouça de modo satisfatório as mensagens (CAPOVILLA et. al., 2000). As análises de dados se

basearam no cálculo do escore bruto e a idade correspondente ao escore obtido.

Figura 3. Tela 1 e 2 do TVIP computadorizado.

e) Escalas de Comportamento Adaptativo de Vineland (Vineland Adaptative Behavior

Scales – Survey Form): é uma escala que avalia o comportamento adaptativo em seis

domínios: comunicação (expressiva, receptiva e leitura/escrita); habilidades da vida diária

(pessoais, domésticas e na comunidade); socialização (relações interpessoais, brincadeiras e

hora de lazer, habilidades de enfrentamento); habilidades motoras (grossa e fina);

comportamentos adaptativos e comportamentos inadequados, por meio de entrevista

semiestruturada composta por 577 itens realizada com o principal cuidador da criança. O

avaliador lê as afirmações e o respondente tem que classificar o comportamento da criança da

seguinte forma: 2 para “sim, frequentemente” a criança emite tal comportamento; 1 para

“algumas vezes ou parcialmente”; 0 para “não, nunca”; N para “não teve oportunidade”; DK

para “não sabe”, ou seja o respondente/ cuidador não sabe se a criança emite ou não aquele

comportamento (SPARROW; BALLA; CICCHETTI, 1984). Para análises dos dados, foram

utilizadas as normas americanas. As análises de dados se basearam no cálculo da pontuação

bruta obtida para cada um dos domínios de comportamento adaptativo e cálculo da idade em

meses correspondente à pontuação.

f) Inventário dos Comportamentos de Crianças entre 1 ½ e 5 anos e, entre crianças de 6 a

18 anos (CBCL/1 ½-5 anos, CBCL/6-18 anos) (ACHENBACH; RESCORLA, 2001). O

inventário consiste numa série de itens de problemas de comportamento que se distribuem em

quatro escalas. A saber: - Escalas das síndromes: composta pelas escalas Emoção Reativa,

Ansiedade/Depressão, Queixas Somáticas, Isolamento, Problemas para dormir, Problemas de

Atenção e Comportamento Agressivo; - Escalas orientadas pelo DSM, compostas pelas

escalas Problemas Afetivos, Problemas de Ansiedade, Problemas Invasivos do

Desenvolvimento, Problemas de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Problemas de Oposição e

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37

Desafio; - Escalas dos Problemas Internalizantes, Externalizantes e Totais: a escala de

problemas internalizantes compõe-se pela soma das escalas Emoção Reativa,

Ansiedade/Depressão, Queixas Somáticas e Isolamento; a escala de Problemas

Externalizantes é composta pelas escalas Problemas de Atenção e Comportamento Agressivo

e, finalmente a escala de Problemas Totais formada pela soma dos problemas de todas as

escalas (ACHENBACH; RESCORLA, 2001). O CBCL/6-18 ainda apresenta outra escala

sobre competência social subdividida nas escalas social, escola e atividades. O inventário é

respondido pelo pai ou responsável e posteriormente os dados são inseridos no Assessment

Data Manager – Versão 7.2 (ADM) o qual gera um perfil de comportamento da criança de

acordo com as respostas fornecidas pelo informante que permite classificar indicadores de

dificuldades comportamentais e emocionais nas faixas clínicas, limítrofe e normal. As

análises referentes aos dois tipos de CBCL se basearam nos escores brutos indicativos de

número de problemas de comportamento e na classificação das escalas nas faixas acima

descritas. Existe validação preliminar do instrumento para a população brasileira na versão de

4 a 18 anos (BORDIN; MARI; CAEIRO, 1995) e, recentemente a versão oficial traduzida e

adaptada à língua portuguesa do Brasil também foi publicada (BORDIN, ROCHA, PAULA et

al., 2013).

g) Versão Brasileira do Inventário de Problemas Comportamentais Behavior Problems

Inventory (BPI-01) (ROJAHN et al., 2001). É um inventário de avaliação especifica de

problemas de comportamento associados à deficiência intelectual em pessoas de todas as

idades e níveis de funcionamento. Avalia diferentes tipos de problemas de comportamento de

acordo com os padrões de estereotipia, auto-agressividade e agressão/destruição. Está

composto por 52 itens organizados em três escalas relacionadas aos tipos problemas de

comportamento. A primeira contém 14 itens relacionados a comportamentos de autoagressão,

a segunda sub-escala, 24 itens relacionados a comportamentos estereotipados e a terceira, 11

itens relacionados a comportamentos agressivos ou destrutivos. Os comportamentos de

autoagressão (CAA) causam danos ao próprio corpo, os comportamentos estereotipados se

referem aos atos voluntários que ocorrem repetidamente e da mesma forma e são

característicos da pessoa e, os comportamentos agressivos/destrutivos são ações ofensivas ou

ataques manifestos deliberados em direção a outro indivíduo ou objeto. O instrumento prevê

que o cuidador identifique apenas comportamentos que tenham ocorrido pelo menos uma vez

durante os últimos dois meses. Além dos itens de comportamento descritos, é permitido ao

informante/cuidador relatar quaisquer outros problemas comportamentais não referidos nas

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38

áreas das três escalas. Cada item de comportamento pode ser marcado em duas escalas, uma

escala de cinco pontos que avalia frequência de ocorrência (nunca = 0, mensalmente = 1,

semanalmente = 2, diariamente = 3, o tempo todo = 4) e, outra escala relacionada à gravidade

do problema comportamental, que varia de 1 a 3 (leve = 1, moderado = 2, grave = 3)

(BARALDI, 2011). Estudo de validação do instrumento de Baraldi (2011) mostrou

indicadores preliminares de validade convergente adequados entre as escalas do BPI-01 e o

Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes entre 6 e 18 anos-CBCL/6-18 e

o Autism Screening Questionnaire (ASQ). Os valores dos coeficientes Alfa de Cronbach

mostraram propriedades estatísticas adequadas de fidedignidade da versão brasileira do

instrumento. As análises de dados provenientes do BPI/01 se basearam na frequência total de

problemas de comportamentos informados pelo cuidador responsável em cada uma das

escalas.

4.3 Procedimentos de coleta dos dados

Inicialmente foram realizados os contatos com a Associação Brasileira de Síndrome de

Williams e com o Instituto de Genética do Hospital das Clínicas para indicação de possíveis

participantes e contato dos pais e/ou responsáveis.

Foram agendados os participantes para iniciar as coletas de dados que ocorreram nas

salas de atendimento do Programa de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da

Universidade Presbiteriana Mackenzie. As avaliações foram realizadas de forma individual,

em uma sala com condições adequadas quanto à luminosidade e isenta de ruídos externos para

não influenciar na aplicação. Foram realizados dois encontros com as crianças e três com os

pais e/ou responsáveis. A seguir o detalhamento:

Encontros com as crianças

1º encontro: aplicação nas crianças do Teste de Vocabulário por Imagem Peabody,

Stroop Semântico e Escala de Maturidade Mental Colúmbia.

2º encontro: aplicação nas crianças de Teste de Desenvolvimento Denver II.

Encontros com os pais/responsáveis

1º encontro: entrega dos documentos do Comitê de Ética aos responsáveis e, aplicação

da anamnese e Escalas de Comportamento Adaptativo de Vineland.

2º encontro: aplicação junto aos pais o Inventário dos Comportamentos de Crianças

entre 1 ½ e 5 anos e, entre crianças de 6 a 18 anos (CBCL/1 ½-5 anos, CBCL/6-18 anos) – foi

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39

aplicado um ou outro em dependência da idade da criança - e Versão Brasileira do Inventário

de Problemas Comportamentais/BPI-01.

3º encontro: devolutiva da pesquisa.

4.4 Procedimentos de análise de dados

Foram conduzidas análises qualitativas e quantitativas. Como não existe padronização

nem normatização brasileira das Escalas de Comportamento Adaptativo de Vineland os

resultados obtidos foram avaliados qualitativamente em função do número bruto obtido por

cada criança nas classificações do comportamento e quantitativamente comparando com as

normas da população americana. Também foram contabilizadas as classificações que a

criança obteve em cada um dos itens da escala de Denver II em função da pontuação bruta.

Outros procedimentos abrangeram análises descritivas de frequência em função de acertos e

erros tendo como referências os dados normativos dos testes de avaliação cognitiva e de

linguagem. Também foram realizadas análises de correlação para identificar possíveis

associações entre os resultados nos testes de desenvolvimento, linguagem, comportamentos

adaptativos e problemas de comportamento.

O programa SPSS V 17.0 para Windows (SPSS Inc) foi utilizado para realização das

análises estatísticas (DANIEL, 1995). Optamos pela utilização de testes não paramétricos,

devido ao número baixo da amostra. O nível de significância estatística adotado foi de 95%

para todos os testes.

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40

5 – RESULTADOS

Page 42: Ana Claudia Braga.pdf

41

5. RESULTADOS

Inicialmente são apresentados os resultados de maneira descritiva. As pontuações

brutas e o índice de maturidade (IM) de cada participante mediante aplicação da Escala de

Maturidade Mental Colúmbia (EMMC) encontram-se na tabela 2. Observa-se que em três

crianças não foi possível calcular o IM pelo fato destas não apresentarem compreensão para a

execução da atividade, emitindo respostas aleatórias. Deste modo, a aplicação deste

instrumento foi interrompida nestes casos e não foi possível calcular o índice de maturidade

mental destes participantes. Em relação ao IM dos cinco participantes restantes observa-se

atraso nos participantes 1 e 5; atraso por questão de meses nos participantes 3 e 7 e, o sujeito

4, não apresentou atraso, o qual apresentou o IM 5I que corresponde a sua idade cronológica.

Tabela 2. Pontuações brutas e IM em função de gênero e idade dos participantes mediante aplicação da EMMC.

Sujeito

Gênero

Idade

em

Anos

EMMC

(Bruto)

IM

1 M 6a7m 32 5I

2 M 4a8m * *

3 F 4a9m 22 4I

4 F 5a 31 5I

5 F 5a2m 18 3S

6 M 5a5m * *

7 F 6a7m 27 6I

8 F 5a5m * *

* Não foi possível classificar o índice EMMC

Observação: O número na coluna IM indica a idade

correspondente e a letra “I” à frente do número

corresponde aos meses de 0 a 5 meses além da idade. A

letra “S” os meses de 6 a 11 meses além da idade.

Os resultados obtidos no Teste de Desenvolvimento Denver II são mostrados nas

tabelas 3 e 4. Observa-se na tabela 3 que todas as crianças apresentam atraso de

desenvolvimento de acordo com os indicadores avaliados pelo teste.

Page 43: Ana Claudia Braga.pdf

42

Tabela 3. Pontuações brutas, idade de desenvolvimento e diferenças entre idade cronológica e idade de

desenvolvimento no Teste de Denver II.

Na tabela 4 verifica-se que, apesar do atraso de desenvolvimento identificado pelo

Teste Denver II (tabela 3), a tabela 4 mostra que das quatro escalas que compõem o

instrumento as maiores pontuações médias foram obtidas na escala de linguagem, seguida

pela escala que avalia coordenação motora grossa. Já nas escalas de coordenação motora fina

e habilidades de cuidados pessoais a amostra atingiu as menores pontuações e

consequentemente maiores prejuízos. Os itens da escala de linguagem nos quais os

participantes passaram e que contribuíram com uma melhor classificação destes foram, por

exemplo: sabe a utilização de três objetos; sabe quatro ações; compreende quatro

preposições; nomeia quatro cores; dentre outros. Já nos itens define cinco e sete palavras;

menciona dois opostos da escala de linguagem do teste a maior parte da amostra falhou.

Tabela 4. Pontuações médias e desvio padrão das escalas do Denver II em relação a escores brutos e indicadores

de idade de desenvolvimento (ID).

Escalas Teste

Denver II

Pessoal Motor Fino Linguagem Motor Grosso

Escores/Idade

Mental

Escore

Bruto ID

Escore

Bruto ID

Escore

Bruto ID

Escore

Bruto ID

Média 20,38 32,38 21,88 36,38 33,13 44,25 26,38 42,38

Mediana 20,5 32,5 21,5 36 34 44 26 39

Desvio Padrão 1,85 3,07 2,03 4,17 3,87 11,04 2,00 9,88

Com relação ao desempenho dos participantes na prova computadorizada que avaliou

habilidades de vocabulário receptivo (TVIP) observam-se na tabela 5 as médias, medianas e

desvio padrão das pontuações brutas e idade estimada de habilidades de vocabulário

receptivo.

Page 44: Ana Claudia Braga.pdf

43

Tabela 5. Médias, mediana e desvio padrão de escores brutos e idade estimada em meses dos participantes no

TVIP.

TVIP Resultado

bruto

Idade em meses

Média 44,13 51,00

Mediana 51 60

Desvio Padrão 19,72 21,03

Na tabela 6 observam-se as pontuações brutas e idade de vocabulário receptivo

estimada de acordo com os resultados de cada participante, assim como as diferenças entre a

idade de vocabulário e idade cronológica. Verifica-se, diferença dos resultados obtidos na

escala de linguagem do Teste Denver II que neste instrumento três participantes apresentaram

indicadores de vocabulário receptivo de acordo com a idade cronológica. O sexto participante

não executou a tarefa por falta de compreensão da mesma. Entretanto, dois participantes

(sujeito 2 e 3) obtiveram pontuações acima do esperado para a idade deles.

Tabela 6. Pontuações brutas, idade de vocabulário receptivo e diferenças entre a idade de vocabulário e idade

cronológica (IC) do TVIP.

Sujeito IC

(Em meses)

Teste de Vocabulário por Imagem Peabody

Diferença entre Idade e

Vocabulário receptivo e IC Escore

Bruto

Idade de Vocabulário receptivo em

meses

1 72 32 48 -24

2 48 52 60 12

3 48 52 60 12

4 60 49 60 0

5 60 50 60 0

6 60 - - -

7 72 60 60 -12

8 60 58 60 0

As médias de pontuações obtidas no Teste de Stroop Semântico observam-se na tabela

7. Foi verificado na amostra que os escores mais elevados obtiveram-se na fase de nomeação

diferentemente do número médio de acertos obtidos na fase de interferência no qual eles

deviam nomear a figura oposta da apresentada.

Page 45: Ana Claudia Braga.pdf

44

Tabela 7. Médias de pontuações obtidas nas provas de nomeação e de interferência do Teste de Stroop

Semântico.

Teste Stroop

Semântico

Fase de

Nomeação

Fase de

Interferência

Diferenças entre

resultados da

Fase de

Interferência e

de Nomeação

Média 0,56 0,20 -0,36

Mediana 0,75 0,22 -0,43

Desvio Padrão 0,36 0,19 0,25

Na tabela 8 observam-se os números de acertos na fase de nomeação e de interferência

obtidos no Teste de Stroop Semântico e diferenças entre ambas as fases de cada participante.

Verifica-se, nos seis participantes que conseguiram executar as provas de nomeação que eles

apresentaram um número elevado de erros na prova de interferência, sendo o sétimo

participante o que apresentou menores prejuízos embora não tenha sido quem obteve os

escores mais elevados na fase de nomeação.

Tabela 8. Pontuações brutas na Fase de Nomeação, Interferência e a diferença entre Fase de Interferência e Fase

de Nomeação.

Sujeito Idade

Cronológica

Teste de Stroop Semântico

Diferença entre Fase de Interferência e Fase de

Nomeação Fase de Nomeação Fase de Interferência

1 72 0,88 0,29 -0,59

2 48 0,50 0 -0,50

3 48 - - -

4 60 0,75 0,29 -0,46

5 60 0,75 0,36 -0,39

6 60 - - -

7 72 0,75 0,5 -0,25

8 60 0,81 0,14 -0,67

Com relação aos problemas de comportamento avaliados pelo Inventário de Problemas

Comportamentais Behavior Problems Inventory (BPI-01), observa-se na tabela 9 que os

maiores números de problemas de comportamento que foram referidos pelos informantes

foram as estereotipias comportamentais (predominantemente gritar e berrar; rodar objetos;

balançar os braços; balançar a cabeça; girar em torno de algo; girar coisas; pular; olhar

Page 46: Ana Claudia Braga.pdf

45

fixamente para as mãos ou objetos), seguidas pelos problemas de comportamentos agressivos

e destrutivos (predominantemente bater em outros; destruir coisas; empurrar, chutar, agarrar

e puxar os outros; cuspir).

Tabela 9. Médias, mediana e desvio padrão das escalas de problemas de comportamento do Inventário de

Problemas Comportamentais BPI-01.

Escalas do

Inventário de

Problemas de

Comportamento

BPI-01

Comportamentos

Autoagressivos

Comportamentos

Estereotipados

Comportamentos

Agressivos e

destrutivos

Média 2,88 4,38 3,25

Mediana 2,5 2 3

Desvio Padrão 2,10 5,68 2,87

Com relação aos inventários de comportamentos para crianças CBCL/1 ½-5 anos e

CBCL/6-18 anos os resultados que serão apresentados correspondem às escalas que são

comuns para ambos (Ansiedade e Depressão; Queixas Somáticas; Isolamento; Problemas de

Atenção; Agressividade; Problemas Internalizantes, Problemas Externalizantes; Problemas

Totais; Problemas afetivos; Problemas de Ansiedade; Déficit de Atenção/Problemas de

Hiperatividade; Problemas de Desafio e Oposição). No gráfico 1 observa-se a distribuição dos

participantes nas faixas clínica e normal em cada uma dessas escalas. Na ordem decrescente,

as cinco escalas nas quais se concentrou o maior número de crianças dentro da faixa clínica

indicando que eles apresentam dificuldades comportamentais e emocionais, de acordo com os

cuidadores foram: Problemas Internalizantes, Problemas Totais; Problemas de Atenção;

Problemas Externalizantes e Déficit de Atenção/Problemas de Hiperatividade. Já a escala que

avalia isolamento social concentrou o maior número de participantes na faixa da normalidade.

Page 47: Ana Claudia Braga.pdf

46

Gráfico 1. Distribuição em percentual da classificação dos participantes nas faixas clínicas e normal de acordo

com resultados das escalas comuns entre os Inventários de Comportamentos para Crianças CBCL/1 ½-5 anos e

CBCL/6-18 anos.

Legenda

Agress: Agressividade

Ansied Depres: Ansiedade e Depressão

D.Exter: Problemas Externalizantes de Comportamento

D.Total: Problemas Emocionais e Comportamentais Totais

DInter: Problemas Internalizantes de Comportamento

Isolam: Isolamento

Prob Afetivos: Problemas Afetivos

Prob Ansied: Problemas de Ansiedade

Prob Atenç: Problemas de Atenção

Prob C.Desafi: Problemas de Desafio e Oposição

Prob TDAH: Déficit de Atenção/Problemas de Hiperatividade

Queix Somát: Queixas Somáticas

Na tabela 10 podem ser observados os escores brutos referentes ao número de

problemas de comportamento verificados em cada uma das escalas comuns entre o CBCL/1

½-5 anos e CBCL/6-18 anos, de acordo com o relato dos cuidadores participantes. Verificou-

se predominantemente que os escores brutos médios mais elevados se localizam nas escalas

de Problemas Totais de Comportamentos, Problemas Externalizantes (formada pelas escalas

de Agressividade e Problemas de Desafio e oposição), Problemas Internalizantes (formada

pelas escalas de Ansiedade e Depressão, Isolamento e Queixas Somáticas). Os menores

escores brutos observam-se na escala de isolamento.

50

,0%

37

,5%

75

,0%

87

,5%

87

,5%

12

,5%

62

,5%

50

,0%

87

,5%

50

,0%

75

,0%

37

,5%

50

,0%

62

,5%

25

,0%

12

,5%

12

,5%

87

,5%

37

,5%

50

,0%

12

,5%

50

,0%

25

,0%

62

,5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Clínico Normal

Page 48: Ana Claudia Braga.pdf

47

Tabela 10. Médias, medianas e desvio padrão dos escores brutos das escalas comuns entre os Inventários de

Comportamentos para Crianças CBCL/1 ½-5 anos e CBCL/6-18 anos.

Escalas comuns entre os Inventários de

Comportamentos para Crianças CBCL/1 ½-5

anos e CBCL/6-18 anos

Média Mediana Desvio

Padrão

Ansiedade/Depressão 5,63 5 2,62

Queixas Somáticas 5,13 4 3,31

Isolamento 2,75 3 1,16

Problemas de Atenção 8,25 7,5 3,45

Comportamento agressivo 17,13 19 8,18

Problemas Internalizantes 19,50 18 8,28

Problemas Externalizantes 23,63 27 10,10

Problemas Totais 70,38 71,5 20,56

Problemas Afetivos 5,75 6,5 2,49

Problemas de Ansiedade 6,13 6 3,23

Déficit de Atenção/Problemas de Hiperatividade 9,75 10 3,41

Problemas de Desafio e Oposição 6,63 7 2,56

Com relação à Escala de Comportamentos Adaptativos de Vineland, a tabela 11

sumaria as pontuações médias brutas, medianas e desvio padrão de cada um dos domínios

avaliados pela escala. As maiores pontuações foram obtidas no domínio comunicação,

predominantemente na habilidade que envolve a comunicação Receptiva.

Tabela 11. Pontuações médias brutas, medianas e desvio padrão dos domínios avaliados na Escala de

Comportamentos Adaptativos de Vineland.

Escore Bruto Comunicação Atividades

da Vida

Diária

Socialização

Média 66,00 56,25 57,13

Mediana 68,5 55,5 57,5

Desvio Padrão 8,70 7,83 6,56

Nas tabelas 12 e 13 observam-se as médias de idade em meses estimada nos domínios

de comportamentos adaptativos avaliados pela Escala de Comportamentos Adaptativos de

Vineland e as diferenças entre essas estimativas e a idade cronológica média dos participantes.

Em todos os domínios observa-se que há prejuízo. Contudo a maior diferença entre idade em

meses e idade cronológica foi verificada no Funcionamento Adaptativo relacionado à

execução de Atividades da Vida Diária (áreas: Pessoal, Doméstica e Comunidade), seguida

pelo desempenho adaptativo nos itens que avaliaram socialização (áreas: Relações

Interpessoais, Brincar e lazer, Habilidades sociais). No domínio comunicação observaram-se

as melhores estimativas de idade de funcionamento adaptativo com uma diferença entre esta e

idade cronológica de 18 meses, embora seja uma diferença elevada também.

Page 49: Ana Claudia Braga.pdf

48

Tabela 12. Médias, medianas e desvio padrão das idades estimadas em meses nos domínios de comportamentos

adaptativos da Escala de Comportamentos Adaptativos de Vineland.

Idade

cronoló-

gica

(IC)

Funcionamento

Adaptativo/Comuni-

cação (FAC)

Funcionamento

Adaptativo/Atividades da Vida

Diária (FAAVD)

Funcionamento

Adaptativo/Socializa-

ção (FAS)

Média 60 41,25 33,88 35,75 Media

na 60 43 33,5 36,5

Desvio Padrão

9,07 7,83 5,03 7,78

Tabela 13. Diferenças entre as médias de idade estimada em meses nos domínios de comportamentos adaptativos

da Escala de Comportamentos Adaptativos de Vineland e idade cronológica média dos participantes.

IC

Funcionamento

Adaptativo/

Comunicação

(FAC)

Diferença

entre

IC x FAC

Funcionamento

Adaptativo/

Atividades de

Vida Diária

(FAAVD)

Diferença

entre

IC x

FAAVD

Funcionamento

Adaptativo/

Socialização

(FAS)

Diferença

entre

IC x FAS

60 41,25 -18,75 33,88 -26,12 35,75 -22,75

Foram conduzidas análises de correlação mediante uso do coeficiente de Spearman

para avaliar possíveis associações entre as variáveis que avaliavam funcionamento adaptativo

(domínio da comunicação, atividades de vida diárias e Socialização), problemas de

comportamento (BPI-01 e CBCL), indicadores de maturidade mental (EMMC) e

desenvolvimento (Denver II), controle inibitório (Teste de Stroop Semântico) e habilidades de

vocabulário receptivo (TVIP).

Os coeficientes de correlação que indicaram uma força de associação acima de 65%

(R>0,65) foram os seguintes:

a) Frequência total de problemas de comportamento autoagressivo e pontuação bruta no

funcionamento adaptativo de atividades da vida diária (R= -0,75; p=0,03).

b) Frequência total de problemas de comportamento estereotipados e pontuação bruta no

funcionamento adaptativo de comunicação (R= -0,77; p=0,02).

c) Frequência total de problemas de comportamento estereotipados e pontuação bruta no

funcionamento adaptativo de atividades da vida diária (R= -0,91; p=0,00).

d) Frequência total de problemas de comportamento agressivo/destrutivo e pontuação

bruta no funcionamento adaptativo de atividades da vida diária (R= -0,82; p=0,01).

Page 50: Ana Claudia Braga.pdf

49

e) Frequência total de problemas de comportamento agressivo/destrutivo e pontuação

bruta no funcionamento adaptativo de socialização (R= -0,76; p=0,02).

f) Pontuação bruta de acerto na prova de nomeação do teste de Stroop e frequência total

de problemas de comportamento autoagressivo (R= -0,75; p=0,03).

g) Pontuação bruta de acerto na prova de interferência no Stroop e frequência total de

problemas de comportamento autoagressivo (R= -0,86; p=0,00).

h) Pontuação bruta de acerto na prova de interferência no Stroop e frequência total de

problemas de comportamento agressivo/destrutivo (R= -0,72; p=0,04).

i) Pontuação bruta em problemas de comportamento de isolamento e frequência total de

problemas de comportamento estereotipado (R= 0,69; p=0,05).

j) Pontuação bruta em problemas de comportamento de desafio e oposição e pontuação

bruta no funcionamento adaptativo de atividades da vida diária (R= -0,71; p=0,04).

k) Pontuação bruta em problemas de comportamento de desafio e oposição e frequência

total de problemas de comportamento autoagressivo (R= 0,84; p=0,00).

l) Pontuação bruta em problemas de comportamento de desafio e oposição e frequência

total de problemas de comportamento agressivo/destrutivo (R= 0,84; p=0,00).

m) Pontuação bruta em problemas de comportamento de isolamento e frequência total de

problemas de comportamento estereotipado (R= 0,69; p=0,05).

n) Pontuação bruta na escala de motor fino do Denver II e o nível do funcionamento

adaptativo de comunicação (R= 0,65; p=0,08).

o) Pontuação bruta na escala de linguagem do Denver II e pontuação bruta no

funcionamento adaptativo de socialização (R= 0,66; p=0,07).

p) Pontuação bruta na escala de linguagem do Denver II e o nível do funcionamento

adaptativo de socialização (R= 0,69; p=0,05).

q) Pontuação bruta na escala de linguagem do Denver II e frequência total de problemas

de comportamento autoagressivo (R= -0,74; p=0,03).

r) Pontuação bruta na escala de linguagem do Denver II e pontuação bruta de acerto na

prova de nomeação do teste de Stroop (R= 0,71; p=0,04).

s) Pontuação bruta na escala de linguagem do Denver II e pontuação bruta de acerto na

prova de interferência e no Stroop (R= 0,77; p=0,02).

Page 51: Ana Claudia Braga.pdf

50

6 – DISCUSSÃO

Page 52: Ana Claudia Braga.pdf

51

6. DISCUSSÃO

A aplicação da escala EMMC evidenciou que no grupo, dos 8 participantes, 5 que

realizaram a tarefa, apresentou atraso no indicador de maturidade mental, sobre tudo nos

participantes 1 e 5. O fato de 3 participantes não conseguir realizar a prova pela falta de

compreensão da mesma, pode ser devido a maior comprometimento no que diz respeito a

manipulação de conceitos expressos em forma geométrica ou pictórica. Já o participante 4

mostrou indicadores de maturidade de acordo com a idade cronológica. No entanto, na

avaliação de desenvolvimento por meio do Denver II todos os participantes acusaram atrasos

expressivos em todas as áreas (Pessoal, Motor fino, Linguagem e Motor grosso). O teste

Denver II avalia habilidades gerais de linguagem relacionadas ao número de palavras e frases

que a criança fala, indicadores de compreensão dessas palavras e frases em relação ao

ouvinte, nomeação de partes do corpo e objetos da vida diária, dentre outros aspectos

(FRANKENBERG et al., 1990). Embora as habilidade de linguagem avaliadas pelo Denver II

apontem para aspectos gerais de desenvolvimento nessa área, constata-se, semelhante a outros

estudos, que a despeito do atraso global de desenvolvimento verificado no grupo, a área de

linguagem foi a menos prejudicada (MERVIS, 2003).

O bom desempenho em linguagem também foi observado na prova de avaliação de

vocabulário receptivo (TVIP). Como descrito anteriormente, as habilidades receptivas de

linguagem avaliadas pelo TVIP parecem estar relativamente preservadas em função dos

resultados obtidos no TVIP. Como mostrado nos resultados da tabela 6, três dos sete

participantes que realizaram esta prova, obtiveram “zero” de diferença entre a idade

cronológica e idade de vocabulário receptivo e dois participantes estão acima da idade

cronológica se comparada com o desempenho de vocabulário receptivo. Os resultados obtidos

com o TVIP em cinco das oito crianças permitem levantar a hipóteses de que, aparentemente

nesses participantes não se verificou atraso nos indicadores de habilidades receptivas de

linguagem com uso deste teste. Consequentemente eles teriam um desempenho semelhante ao

de crianças com desenvolvimento típico e por isso são positivos os resultados encontrados nas

habilidades receptivas de linguagem desses cinco participantes. Contudo, apesar do fato de

apresentarem bom desempenho nesta habilidade, esse dado que deve ser interpretado com

cautela.

Muitos desses resultados vão ao encontro de estudos anteriores sobre habilidades de

linguagem na SW que alertam para o seguinte: embora tenha sido verificado que pessoas com

SW apresentam um desempenho adequado em testes de vocabulário receptivo, são

Page 53: Ana Claudia Braga.pdf

52

necessários outros estudos que avaliem essa população em outras habilidades fonológicas e

habilidades de memória verbal e não verbal (BROCK et al., 2007). De fato no presente estudo

outro dado que aponta que realmente há prejuízos na área de linguagem foram os resultados

obtidos no Teste Denver II, de acordo com a tabela 3. Muitas das crianças passaram nos itens

que avaliavam utilização de objetos; nomear ações; compreender preposições e nomear cores;

dentre outros, no entanto, em itens mais complexos nos quais eles deveriam definir palavras e

adjetivos, mencionar opostos e contar blocos, eles falharam.

De outro lado, se compararmos os resultados do TVIP com os dados obtidos em

relação ao domínio de funcionamento adaptativo ‘Comunicação’ da escala de Vineland,

verifica-se, como mostrado nas tabelas 12 e 13, que nesse domínio esses participantes

apresentam em média uma defasagem de 18,7 meses se comparada a idade deste

funcionamento adaptativo com a idade cronológica o que indica que há prejuízos,

independentemente de terem relativamente preservadas algumas habilidades de linguagem,

por exemplo, as receptivas. Vale ressaltar que o TVIP é um instrumento de vocabulário com

palavras isoladas e não permite avaliar indicadores de habilidades funcionais de linguagem.

É provável que os dados do presente estudo possam ser indicadores de algumas das

características do fenótipo neurocognitivo da SW descritas em termos de picos e vales/ peak

and valley profile) (MERVIS, 2003). De um lado, constatam-se habilidades relativamente

preservadas, no caso a linguagem receptiva medida pelo TVIP e outros indicadores de

desenvolvimento de linguagem de acordo com o Denver II. De outro, os resultados são

semelhantes aos descritos em estudos anteriores sobre forças relativas de vocabulário concreto

e memória verbal de curto prazo e algumas habilidades gramaticais que contrastam com

déficits em outros aspectos da linguagem, por exemplo, semântica, gramática, consciência

fonológica e uso social da linguagem (MERVIS; JOHN, 2010).

Com relação ao desempenho na prova que avaliou indicadores de controle inibitório

(Teste de Stroop Semântico) como mostrado nas tabelas 7 e 8, todas as crianças participantes

apresentaram dificuldade na prova de interferência demonstrando dificuldade nessa

habilidade, diferentemente da primeira fase do teste de nomeação. Estes dados corroboram

com estudo de Menghini e colaboradores (2010), os quais destacam que um dos déficits mais

importantes das habilidades executivas em pessoas com SW é a inibição de respostas. O

déficit nessa habilidade pode comprometer o funcionamento adaptativo dessas pessoas. Antes

disso, Mobbs e colaboradores (2007) já havia mencionado que pessoas com SW apresentam

déficit na inibição de respostas o que, posteriormente, sofre impactos sobre o seu

comportamento em situações sociais. Outro estudo que mostra os déficits em funções

Page 54: Ana Claudia Braga.pdf

53

executivas pertence à Carney, Brown e Henry (2013). Nele foram comparados três grupos: um

grupo de 24 crianças com SW entre 8 e 18 anos; 25 crianças com Síndrome de Down com

idade entre 10 e 18 anos e um grupo controle formado por 26 crianças com idades entre 5 e 8

anos). O teste utilizado para avaliar controle inibitório em tarefas de nomeção e de

interferência semelhante ao Teste de Stroop Semântico foi o ‘Verbal Inhibition, Motor

Inhibition Task’ (VIMI). Os resultados do estudo também apontaram que o grupo com SW

apresentou os maiores prejuízos nos quatro domínios do teste ‘Verbal Inhibition, Motor

Inhibition Task’ (VIMI), se comparado ao grupo com Síndrome de Down que somente

apresentou prejuízos em dois dos quatro domínios do teste (CARNEY; BROWN; HENRY,

2013).

Outros estudos também têm avaliado a relação entre habilidades atencionais e

indicadores de funções executivas. Por exemplo, com relação à atenção, Breckenridge e

colaboradores (2013) compararam indicadores dessa habilidade entre crianças com SW e

crianças com Síndrome de Down (SD) encontrando que ambos os grupos apresentaram

melhor desempenho em tarefas de atenção sustentada associado a prejuízos em tarefas de

atenção seletiva e controle inibitório. Sendo que o grupo SW mostrou déficits importantes no

controle de resposta visuoespacial. Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de

Little e colaboradores (2013).

Embora se constataram indicadores de habilidades de linguagem relativamente

preservados mediante aplicação dos instrumentos específicos dessa área, já nos indicadores de

funcionamento adaptativo em termos de comunicação com seus pares e socialização

adequada, os resultados não foram semelhantes.

No que diz respeito a comportamentos adaptativos avaliados pelas Escalas de

Comportamento Adaptativo de Vineland os resultados mostraram que em geral as

classificações nos domínios foram baixas. Contudo os maiores prejuízos observaram-se nos

domínios de socialização (avaliação de relações interpessoais, habilidades sociais, habilidades

para brincar e envolvimento em atividades de lazer) e atividades da vida diária (que avalia

habilidades necessárias para o desempenho da vida diária doméstica, pessoal e convívio na

comunidade). O domínio da comunicação abrangia a avaliação de habilidades receptivas,

escrita e habilidades expressivas de linguagem (destacamos que pela idade da amostra ser

pequena, a exigência em habilidades de escrita também foi menor). Resultados semelhantes

foram descritos por Greer e colaboradores (1997) e Mervis, Klein-Tasman e Mastin (2001)

em que as pessoas com SW apresentaram nível de funcionalidade mais baixo em Atividades

da vida diária quando comparadas com Comunicação e Socialização. As quais, como já

Page 55: Ana Claudia Braga.pdf

54

discutido anteriormente, são as áreas menos prejudicadas em pessoas com SW. Já em 2000,

Mervis e Klein-Tasman, em estudo de revisão destacaram como parte das manifestações

neuropsicológicas e comportamentais associadas à doença a baixa capacidade adaptativa para

enfrentar fatos da vida diária, além da deficiência intelectual, altas habilidades sociais para

desenvolver relacionamentos interpessoais, dentre outros.

No que tange aos problemas de comportamento avaliados pelo BPI-01 os maiores

números de problemas referidos pelos informantes foram as estereotipias comportamentais,

seguidas pelos problemas de comportamentos agressivos. Especificamente a estereotipia

comportamental tem suscitado o desenvolvimento de outros estudos que discutem a

possibilidade de semelhanças entre algumas características do fenótipo comportamental da

SW e problemas de comportamento típicos de crianças com Transtorno do Espectro do

Autismo (TEA). Por exemplo, Tordjman e colaboradores (2012) conduziram uma pesquisa

que teve como objetivo discutir e reconsiderar a semelhança desses padrões comportamentais

em ambos os transtornos de neurodesenvolvimento. O trabalho foi realizado com nove

pessoas com SW entre 4 e 37 anos. Foram aplicados instrumentos de avaliação diagnóstica de

sintomas de TEA (Autism Diagnostic Interview-Revised-ADI-R e Autism Diagnostic

Observation Schedule-ADOS). Surpreendentemente todos os participantes preencheram os

critérios para autismo de acordo com os critérios da Classificação Internacional de Doenças-

CID-10, assim como os critérios para transtorno autista com base nos algoritmos do ADI-R

(período de 4-5 anos de idade) e ADOS (período atual). Os autores concluíram que o total de

participantes apresentou durante o período de 4-5 anos de idade deficiências graves nos três

principais domínios comportamentais do transtorno autista (comunicação, interação social

recíproca, comportamentos repetitivos e padrões estereotipados) (TORDJMAN et al., 2012).

Ainda no estudo de Tordjman e colaboradores (2012) os autores verificaram em nove

participantes da amostra a presença de estereotipias gestuais, objetais e corporais como bater

palmas repetidamente, movimentos repetitivos com dedos e mãos, balanço de partes do corpo,

rituais de organização não funcional de objetos, fascinação por objetos girando. Também

foram observados comportamentos autoagressivos como bater em partes do corpo, cutucar a

pele e morder-se. No presente estudo, de acordo com o BPI-01, os informantes verificaram a

presença de alguns desses problemas de comportamento. Em quatro das oito crianças foram

percebidos pelos cuidadores estereotipias comportamentais como balançar a cabeça e braços,

bater palmas, olhar fixamente para as mãos e rodopiar em torno de algo. Do ponto de vista

objetal informaram-se em três crianças girar coisas, rodar e manipular repetidamente objetos.

Nosso trabalho não explorou possíveis comorbidades com TEA no grupo. Entretanto, as

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55

evidências de problemas de comportamento percebidos pelos informantes apontam para a

presença de sinais compartilhados com TEA. Tordjman e colaboradores (2012) alertam para

as equipes de saúde não subestimar o reconhecimento desses sinais em pessoas com SW.

Consequentemente a não subestimação desses sinais têm implicações clínicas importantes já

que, uma vez reconhecido o problema, estratégias de intervenção podem ser implementadas

precocemente. Outros estudos têm explorado semelhanças entre indicadores de

desenvolvimento de habilidades de linguagem (DEPIENNE et al., 2007; ASADA; ITAKURA,

2012) e susceptibilidade genética entre TEA e SW (BUIZER-VOSKAMP et al., 2010; WEISS

et al., 2009).

Nos inventário CBCL, como descrito no capítulo de descrição de resultados as cinco

escalas nas quais se concentrou o maior número de crianças dentro da faixa clínica (indicando

dificuldades comportamentais e emocionais) foram: Problemas Internalizantes (composto

pelas escalas de ansiedade e depressão, queixas somáticas e isolamento e depressão no caso

do inventário CBCL/6-18 e no caso do CBCL/1 ½-5 anos, composto pelas escalas reatividade

emocional, ansiedade e depressão e queixas somáticas) Problemas Emocionais e

Comportamentais Totais; Problemas de Atenção; Problemas Externalizantes (composto pelas

escalas de desafio e oposição e comportamento agressivo no caso do inventário CBCL/6-18 e

no caso do CBCL/1 ½-5 anos, composto pelas escalas problemas de atenção e comportamento

agressivo) e Déficit de Atenção/Problemas de Hiperatividade. Já a escala que avalia

indicadores de isolamento social concentrou o maior número de participantes na faixa da

normalidade. Esse dado pode ser devido ao fenótipo social descrito na SW caracterizado por

aumento de comunicação e interação social, tendência de aproximação a estranhos

indiscriminadamente, entre outros, o que embora o desempenho esteja na faixa da

normalidade, este instrumento especificamente, não avaliou a funcionalidade deste “não

isolamento”. Como já descrito anteriormente, no que se refere ao nível de funcionamento

adaptativo, mesmo na área de socialização, todos os participantes apresentaram déficits.

Dados semelhantes foram descritos na literatura, os quais destacaram problemas

comportamentais e sociais caracterizados por excessiva sociabilidade, pouca seletividade no

relacionamento interpessoal de um lado, mas também são descritas outros problemas de saúde

mental como Transtorno Generalizado de Ansiedade, Transtorno do Déficit de Atenção e

Hiperatividade e transtornos fóbicos (ARTIGAS-PALLARÉS, 2002; JONES et. al., 2002;

LEYFER et. al., 2006; TEIXEIRA et al., 2012). Em estudo de Teixeira e colaboradores (2010)

também descreveram alterações como depressão, ansiedade e problemas de atenção que

podem acarretar em dificuldades no contexto escolar.

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56

No presente estudo também foram obtidos diversos coeficientes de correlação

estatisticamente significantes e positivos entre indicadores de habilidades de vocabulário

receptivo e problemas emocionais e comportamentais avaliados pelos instrumentos

CBCL/1½-5 e CBCL/6-18, por exemplo, na escala de ansiedade e depressão, agressividade e

desafio e oposição. Este fato nos faz pensar que se não há compreensão da linguagem

funcional, há falhas de diferentes sinais de linguagem utilizados na comunicação, por

exemplo, como descrito em estudo anterior de Rossi, Moretti-Ferreira e Giacheti (2007) que

visou traçar um perfil comunicativo de pessoas com SW. Os autores descreveram que as

pessoas com SW apresentam maior facilidade de interagir em situações de comunicação

social quando comparado com o grupo controle, porém, o uso funcional e estrutural da

linguagem é limitado pela utilização excessiva de clichês, recursos de entonação, efeitos

sonoros dentre outros. Além de muitos apresentarem ecolalias e perseverança na fala o que

prejudica o desempenho comunicativo com outras pessoas.

Por fim, de modo geral, os dados encontrados no presente estudo corroboram com

estudos anteriores os quais encontraram indicadores de atrasos no desenvolvimento,

especificamente habilidades motoras e de adaptação, assim como problemas afetivos e

comportamentais tais como ansiedade e depressão, atenção, hiperatividade, agressividade e

desafio e oposição como descritos também no presente estudo (EINSFELD; TONGE; REES,

2001; WOODRUFF-BORDEN et al., 2010).

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57

7 – CONCLUSÃO

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58

7. CONCLUSÃO

Este estudo teve como objetivo verificar indicadores de desenvolvimento cognitivos,

habilidades de linguagem receptiva e padrões comportamentais-adaptativos em crianças com

SW em idade pré-escolar.

Sendo assim, os dados gerais encontrados no presente estudo mostram indicadores de

atrasos no desenvolvimento geral, déficits em funcionamento adaptativo, bem como

problemas comportamentais com maiores evidencias para dificuldades emocionais, problemas

de atenção e hiperatividade, bem como estereotipias e comportamentos agressivos. Por se

tratar de um estudo em que os participantes encontram-se em idade pré-escolar deve ser

destacado que alguns dos resultados têm desdobramentos e implicações práticas. Por

exemplo, muitos sinais de estereotipias comportamentais e gestuais são semelhantes às

encontradas em crianças com TEA. Nessa população com autismo há evidências científicas

sobre os benefícios que a terapia comportamental oferece para o tratamento desses problemas

de comportamento. Assim, podem ser implementados no grupo com SW intervenções de

manejo comportamental para amenização desses problemas. De outro lado, é recomendável a

intervenção de dificuldades emocionais e os problemas de atenção e hiperatividade para

prevenir outros problemas de saúde mental mais graves que interfiram futuramente não só nas

possibilidades de escolarização como também na adaptação social.

Muitos dos resultados referentes aos indicadores de habilidades receptivas de

linguagem contrastando com indicadores globais de desenvolvimento, maturidade mental,

controle inibitório e funcionamento adaptativo, podem confirmar indicadores de algumas das

características do fenótipo neurocognitivo da SW descritas em termos de picos e vales (peak

and valley profile). Em outras palavras o presente trabalho identificou algumas evidencias de

melhor desempenho em provas que envolvem linguagem e comunicação, no entanto outros

prejuízos em provas que avaliam funções executivas (especificamente controle inibitório),

assim como habilidades motoras finas e atividades da vida diária foram observados.

Algumas limitações podem ser destacadas derivadas do presente estudo, mas que

podem ser implementadas em trabalhos futuros: aumentar o número amostral, realização de

exame auditivo dos participantes com SW, utilizar grupo controle, avaliar outros indicadores

de comportamento do espectro do autismo que poderão avaliar com maior acuidade

indicadores de TEA assim como delinear estratégias precoces de intervenção (por exemplo,

habilidades da teoria da mente, interação social mais funcional e atenção compartilhada,

dentre outras), avaliar outras habilidades de linguagem e habilidades de funções executivas

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59

como memória de trabalho, por exemplo. De outro lado há de ser destacado que este mesmo

grupo se beneficiará no 1º ano do ensino fundamental de uma intervenção para treino de

consciência fonológica e manejo de comportamentos de desatenção e hiperatividade em

situação de sala de aula (mediante treino do professor), assim como os cuidadores respectivos

passarão por um treinamento parental para manejo de problemas de comportamento dos filhos

(crianças participantes com SW).

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SAMPAIO, A.; FÉRNANDEZ, M.; HENRIQUES, M.; CARRACEDO, A.; SOUSA, N.;

GONÇALVES, O. F. Cognitive functioning in Williams syndrome: a study in Portuguese and

Spanish patients. European Paediatric Neurology Society, England, v. 13, n. 4, p. 337-342,

2009.

SEGIN, M. Caracterização de habilidades lingüísticas de crianças e adolescentes com

síndrome de Williams-Beuren. 2010. 118 f. Dissertação (Mestrado do Programa de

Distúrbios do Desenvolvimento) – Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo, 2010.

SERACENI, M. F. F.; HAYASHIUCHI, A. Y.; LIMA, S. F. B.; RIMÉRIO, R. C.; MARIANI,

M. M. C.; BARALDI, G. S.; TEIXEIRA, M. C. T. V. Indicadores de problemas de

comportamento em crianças e adolescentes com síndrome de Williams: dados preliminares.

Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo, v. 10, n. 1, p.

37-48, 2010a.

SERACENI, M. F. F.; LIMA, S. F. B.; HAYASHIUCHI, A. Y.; MARTIN, M. A. F.;

CARREIRO, L. R. R.; TEIXEIRA, M. C. T. V. (Comunicação Oral) Correlação entre

indicadores de problemas comportamentais de internalização e externalização entre pais e

professores de crianças e adolescentes com síndrome de Williams. In: CLAMOC Congresso

Page 68: Ana Claudia Braga.pdf

67

Latino Americano de Análisis y Modificación Del Comportamiento, XIV, 2010, Jundiaí.

2010b.

SERACENI, M. F. F.; MARTIN, M. A. F.; CARREIRO, L. R. R.; TEIXEIRA, M. C. T. V.

(Comunicação Oral) Indicadores comportamentais de desatenção,

hiperatividade/impulsividade, aprendizagem e anti-social em crianças e adolescentes com

síndrome de Williams. In: CLAMOC Congresso Latino Americano de Análisis y

Modificación Del Comportamiento, XIV, 2010, Jundiaí. 2010c.

SPARROW, S. S.; BALLA, D. A.; CICCHETTI, D. V. Vineland Adaptative Behavior

Scales. Minessota; American Guindance Service, 1984.

STEELE, A.; SCERIF, G.; CORNISH, K.; KARMILOFF-SMITH, A. Learning to read

in Williams syndrome and Down syndrome: syndrome-specific precursors and developmental

trajectories. Journal of Child Psychology and Psychiatry, England, v. 54, n. 7, p. 754-762,

2013.

STROMME, P.; BJORNSTAD, P. G.; RAMSTAD, K. Prevalence estimation of Williams

syndrome. Journal of Child Neuropsychology, United States, v. 17, n. 4, p. 269-271, 2002.

SUGAYAMA, S. M., de SÁ, L. C. F.; ABE, K. T.; LEONE, C. CHAUFFAILLE, M. L. L. F.;

KIM, C. A. Anormalidades oculares em 20 pacientes com síndrome de Williams-Beuren.

Pediatria, São Paulo. v. 24, n. 3/4, p. 98-104, 2002.

SUGAYAMA, S. M. M.; LEONE, C.; CHAUFFAILLE, M. L. L. F.; OKAY, T. S.; KIM, C. A.

Williams Syndrome: development of a new scoring system for clinical diagnosis. Clinics, São

Paulo, v. 62, n. 2, p. 159-166, 2007.

TEIXEIRA, M. C. T. V.; COBRA, C. R.; VELLOSO, R. L.; KIM, C. A.; CARREIRO, L. R.

R. Fenótipo comportamental e cognitivo de crianças e adolescentes com Síndrome de

Williams-Beuren. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri, v. 22, n. 3, p. 215-

220, 2010.

TEIXEIRA, M. C. T. V.; MESQUITA, M. L. G.; ARAÚJO, M. V.; KHOURY, L. P.;

CARREIRO, L. R. R. Mood disorders in individuals with genetic syndromes and intellectual

disability. In: JURUENA, M. F. (Ed.). Research and Treatment Approaches to Affective

Disorders. InTech, 2012. p. 49-67. Disponível em:

http://www.intechopen.com/articles/show/title/mood-disorders-in-Individuals-with-genetic-

syndromes-and-intellectual-disability Acesso em: 15 abr. 2013.

TORDJMAN, S.; ANDERSON, G. M.; BOTBOL, M.; TOUTAIN, A.; SARDA, P.;

CARLIER, M.; SAUGIER-VEBER, P.; BAUMANN, C.; COHEN, D.; LAGNEAUX, C.;

TABE, A. C.; VERLOES, A. Autistic Disorder in patients with Williams-Beuren syndrome: a

reconsideration of the Williams-Beuren syndrome phenotype . PLoS One. v. 7, n. 3, 2012.

TREVISAN, B. T.; SEABRA, A. G. Teste de Stroop Semântico. Teste desenvolvido para

utilização em pesquisas na Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2012.

VOLTERRA, V.; CASELLI, M. C.; CAPIRCI, O.; TONUCCI, F.; VICARI, S. Early linguistic

abilities of Italian children with Williams syndrome. Developmental Neuropsychology,

England, v. 23, n. 1-2, p.33-58, 2003.

Page 69: Ana Claudia Braga.pdf

68

WEISS, L. A.; ARKING, D. E. The Gene discovery project of johns hopkins the autism

consortium.

a genome-wide linkage and association scan reveals novel loci for autism.

Nature, England, v. 461, n. 7265, p. 802–808, 2009.

WILLIAMS, J. C.; BARRATT-BOYES, B. G.; LOWE, J. B. Supravalvular aortic stenosis.

Circulation, Hagerstown, v.24, n.6, p.1311-1318, 1961.

WOODRUFF-BORDEN J.; KISTLER D. J.; HENDERSON D. R.; CRAWFORD N. A.,

MERVIS C. B. Longitudinal course of anxiety in children and adolescents with Williams

syndrome. American Journal of Medical Genetics Part C, United States, v. 154C, n. 2, p.

277-290, 2010.

Page 70: Ana Claudia Braga.pdf

69

ANEXOS

Page 71: Ana Claudia Braga.pdf

70

ANEXO A – Modelo do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para pais ou

responsáveis pelo sujeito de pesquisa

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PAIS ou

RESPONSÁVEIS PELO SUJEITO DE PESQUISA

Gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa “Caracterização do perfil

neuropsicológico, de desenvolvimento e comportamental de um grupo de crianças com Síndrome de

Williams (SW) em idade pré-escolar” que se propõe avaliar e descrever o nível de desenvolvimento

cognitivo e de habilidades de linguagem receptiva e sua relação com problemas de comportamento em

crianças com SW em idade pré-escolar. Os dados para o estudo serão coletados através de uma bateria

de testes neuropsicológicos que avaliam determinadas habilidades: - Teste de Desenvolvimento

Denver II; - Escala de Maturidade Mental COLÚMBIA; - Teste de Vocabulário por Imagem Peabody;

- Teste Stroop Semântico; Escalas de comportamento adaptativo de Vineland; do preenchimento do

Inventário de comportamentos para crianças entre 1 ½ e 5 anos (CBCL/1½-5), Inventário de

comportamentos para crianças entre 6 e 18 anos (CBCL/6-18) e da versão brasileira do Inventário de

Problemas Comportamentais Behavior Problems Inventory/BPI-01. Os instrumentos de avaliação

serão aplicados pela aluna de mestrado sob orientação da Pesquisadora Responsável. Tanto os

instrumentos de coleta de dados quanto o contato interpessoal oferecem riscos mínimos aos

participantes.

Em qualquer etapa do estudo você terá acesso à aluna de mestrado e à Pesquisadora Responsável para

o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo) e terá o direito de retirar a permissão para

participar do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações

coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a

privacidade e a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos

participantes (apenas a mestranda e a Pesquisadora Responsável terão acesso às informações), bem

como a identificação do local da coleta de dados. Após finalização do estudo serão realizadas em

situação individual devolutivas com recomendações para outras avaliações ou intervenções, se

necessário.

Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar

em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Rua da

Consolação, 896 - Ed. João Calvino - Mezanino.

Desde já agradecemos a sua colaboração.

Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram esclarecidas pelo

Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação é voluntária, e que, a qualquer momento

tenho o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e de retirar a permissão para participar

da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo.

Nome do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa:______________________________________

_______________________________________.

Assinatura do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa: _______________________________.

Declaro que expliquei ao Responsável pelo Sujeito de Pesquisa os procedimentos a serem realizados

neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem qualquer

penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas.

São Paulo, 25 de setembro de 2011.

Nome e assinatura do Pesquisador Responsável: Profa. Dra. Maria Cristina T V

Teixeira_____________________________.

Nome e assinatura da aluna de Mestrado: Ana Claudia Braga_____________________________.

Nome da Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie

Endereço: Rua da Consolação 896. Consolação, São Paulo/SP.

Telefone: 11-2114-8179

E-mail: [email protected]

Page 72: Ana Claudia Braga.pdf

71

ANEXO B –Modelo da Carta de aprovação do Comitê de Ética

APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA

MACKENZIE

Page 73: Ana Claudia Braga.pdf

72

ANEXO C – Modelo da Anamnese

ENTREVISTA DE ANAMNESE

Nome do entrevistador:_______________________________________ Data:___/___/___

IDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA

Nome

Sexo

Idade

Data de Nascimento

Endereço Res.

Telefones Res.: Cel.: Com.:

CONSTITUIÇÃO FAMILIAR

Nome do pai

Idade/Instrução

Profissão

Nome da mãe

Idade/Instrução

Profissão

Irmãos

Idade/Instrução

Sexo

Com quem mora

atualmente a criança?

( ) Mãe ( ) Pai ( ) Avó ( ) Avô ( ) Tios ( ) Irmãos ( ) Primos

Obs.:

HISTÓRICO DA GESTAÇÃO E PARTO

Gestação

planejada?

( ) Sim; ( ) Não

Obs.:

Fez pré-natal? ( ) Sim; ( ) Não

Obs.:

Houve alguma complicação durante a gestação do paciente?

1. Anemia grave Sim Não Não sei

2. Taxa elevada de açúcar no sangue Sim Não Não sei

Page 74: Ana Claudia Braga.pdf

73

3. Convulsão/ “ataques” Sim Não Não sei

4. Pressão elevada Sim Não Não sei

5. Diagnóstico de toxoplasmose ou rubéola? Sim Não Não sei

6. Quedas Sim Não Não sei

7. Outros

____________________________________________________________________

Explicar

Em que local nasceu a criança? Hospital Casa Outro: _________

Tipo de parto? Normal Cesárea Outro: _________

O fórceps foi utilizado? Sim Não Não sei

Motivo?____________________________________________________________________

_____

Houve alguma das seguintes intercorrências?

Parto prolongado Sim Não

Não sei (Especificar: _____________ )

Apresentação diferente (de nádegas, face, pés) Sim Não Não sei

O cordão umbilical estava enrolado no pescoço Sim Não

Não sei

Defeitos de nascença Sim Não Não sei

(Especificar: _____________ )

Nasceu arroxeado Sim Não

Não sei

Pouca atividade Sim Não

Não sei (Especificar: _____________ )

Diminuição da resposta aos estímulos Sim Não

Não sei (Especificar: _____________ )

Qual era o peso do bebê ao nascer? ______________

Baixo peso? (< 2.500 gr) Sim Não Não sei

O bebê foi prematuro (antecipou mais do que 2 semanas) Sim Não

Esta foi uma gravidez múltipla? Sim Não Não sei Gêmeos Trigêmeos

Quadrigêmeos

São monozigóticos

Houve complicações na hora do parto?

Introdução de oxigênio Sim Não Não sei

Ressuscitação Sim Não Não sei

Medicação Sim Não Não sei

Incubadora Sim Não Não sei

UTI Sim Não Não sei

Page 75: Ana Claudia Braga.pdf

74

Durante a gestação fez uso de substâncias?

1. Cigarros Sim 1o trimestre 2

o trimestre 3

o trimestre

Não Não sei Especificar qtos em

média:___________________________________

2. Álcool Sim 1o trimestre 2

o trimestre 3

o trimestre

Não Não sei Especificar freqüência:

______________________________________

3. Drogas Sim 1o trimestre 2

o trimestre 3

o trimestre

Não Não sei Especificar tipo e

freqüência:_________________________________

4. Medicamentos Sim 1o trimestre 2

o trimestre 3

o trimestre

Não Não sei Especificar tipo e

freqüência:_________________________________

DESENVOLVIMENTO PÓS-NATAL

DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR

Com que idade a criança:

1. Sentou?_______

2. Andou?_______

3. Tirou a fralda?______

4. Disse “mamãe” ou “papai” (primeiras palavras)? ________

5. Disse a primeira frase completa? _______

A criança apresentou:

1. Distúrbio da Linguagem? Sim (Idade:_______) Não Não sei

(Especificar: __________________ )

2. Problemas com o sono? Sim (Idade:_______) Não Não sei

(Especificar: __________________ )

3. Problemas na alimentação? Sim (Idade:_______) Não Não sei

(Especificar: __________________ )

4. Problemas na motricidade? Sim (Idade:_______) Não Não sei

(Especificar: __________________ )

5. Enurese (Xixi na calça)? Sim (Idade:_______) Não Não sei

(Especificar: __________________ )

6. Encoprese (Coco na calça)? Sim (Idade:_______) Não Não sei

(Especificar: __________________ )

Explicar

A criança realizou:

Page 76: Ana Claudia Braga.pdf

75

Teste auditivo Sim Não

Resultado:_____________________________________________________________

__

Teste visual Sim Não

Resultado:_____________________________________________________________

__

Outro: Qual?____________

Resultado:_____________________________________________________________

__

TRATAMENTOS

Tratamentos já realizados e respostas eles. (Já passou por algum outro tratamento? Quais?)

Tratamento

Resposta

O paciente já foi submetido a algum tratamento psiquiátrico? Sim Não

Faz ou fez uso de medicamento psiquiátrico? Sim Não

Explicar

O paciente já foi atendido em psicoterapia? Sim Não

Explicar

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Características gerais observadas durante a entrevista inicial (Preencher pelo avaliador).

Page 77: Ana Claudia Braga.pdf

76

CLASSIFICAÇÃO SOCIOECONÔMICA

Para a classificação socioeconômica dos entrevistados, estamos utilizando o critério da

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) 2008.

Total Parcial A

Total Parcial B

Total Final A + B

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77

ANEXO D – Currículo Lattes

CURRÍCULO LATTES

Ana Claudia Braga

Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/5954028952106226

Última atualização do currículo em 10/06/2013

Psicóloga pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Mestranda no Programa de pós

graduação em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana

Mackenzie. (Texto informado pelo autor)

Formação acadêmica/titulação

2011 Mestrado em andamento em Distúrbios do Desenvolvimento (Conceito CAPES 4).

Universidade Presbiteriana Mackenzie, MACKENZIE, Brasil.

Título: Perfil neuropsicológico e comportamental, indicadores de desenvolvimento e

funcionamento adaptativo de crianças com síndrome de Williams em idade pré-escolar,Ano

de Obtenção: 2013.

Orientador: Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira.

Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

Palavras-chave: Síndrome de Williams; Desenvolvimento; Comportamento.

2006 - 2011 Graduação em Psicologia.

Universidade Presbiteriana Mackenzie, MACKENZIE, Brasil.

Título: AVALIAÇÃO DE LEITURA E ESCRITA NAS SÍNDROMES DE DOWN E

WILLIAMS.

Orientador: Elizeu Coutinho de Macedo.

Formação Complementar

2012 - 2012 FUNDAMENTOS DA ANÁLISE DO CPTO P/O TRATAMENTO TDAH. (Carga horária:

18h).

Paradigma Núcleo de Análise do Comportamento.

2012 - 2012 Intervenção ABA para autismo:treinamento para pais. (Carga horária: 18h).

Paradigma Núcleo de Análise do Comportamento.

2012 - 2012 Curso Básico PECS-Sist de Com por Troca de Figuras. (Carga horária: 13h).

Pyramid Educational Consultants.

2012 - 2012 Análise do Cpto Verbal na Terapia Analítico-cptal. (Carga horária: 4h).

XXI Encontro Brasileiro de Psicologia e Medicina Comportamental.

2012 - 2012 Autismo e Contribuições Recentes da Análise doCpto. (Carga horária: 4h).

XXI Encontro Brasileiro de Psicologia e Medicina Comportamental.

Page 79: Ana Claudia Braga.pdf

78

2012 - 2012 Terapia Analí-Cptal Infantil:Diag e Interv precoce. (Carga horária: 4h).

XXI Encontro Brasileiro de Psicologia e Medicina Comportamental.

2012 - 2012 TREINAMENTO P/APLICAÇÃO E AV.DOS INVENTÁRIOS ASEBA. (Carga horária: 6h).

Universidade de São Paulo.

2012 - 2012 Funcionamento Cognitivo na Síndrome de Williams. (Carga horária: 4h).

Universidade Presbiteriana Mackenzie, MACKENZIE, Brasil.

2012 - 2012 Treinamento paraAplic.e Aval.dos Inventários ASEBA. (Carga horária: 6h).

Universidade de São Paulo.

2011 - 2011 ESTRATÉGIAS DE AV.E INTERV.NA CLÍNICA ANALÍT-CPTAL. (Carga horária: 40h).

Paradigma Núcleo de Análise do Comportamento.

2011 - 2011 EDUCAÇÃO E A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO. (Carga horária: 4h).

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Atuação Profissional

Hospital IGESP, IGESP, Brasil.

Vínculo institucional

2010 - 2011 Vínculo: Estágio, Enquadramento Funcional: Estagiária de psicologia, Carga horária: 6

Outras informações Estágio curricular obrigatório em Psicologia da Saúde, realizado em enfermaria geral do

hospital IGESP.

Universidade Presbiteriana Mackenzie, MACKENZIE, Brasil.

Vínculo institucional

2010 - 2011 Vínculo: Estágio, Enquadramento Funcional: Estagiária em psicologia, Carga horária: 4

Outras informações Estágio curricular obrigatório realizado na Clínica Psicológica Mackenzie. Atendimentos em

Psicoterapia Breve do Adulto.

Projeto Amigos das Crianças, A CASA DO PAC, Brasil.

Vínculo institucional

2010 - 2011 Vínculo: Estágio, Enquadramento Funcional: Estagiária de psicologia, Carga horária: 4

Outras informações Estágio curricular obrigatório em Psicologia Jurídica, realizado na instituição de abrigo "A

Casa do PAC".

Page 80: Ana Claudia Braga.pdf

79

Projetos de pesquisa

2010 - 2011 AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA DE TRABALHO E VOCABULÁRIO RECEPTIVO NAS

SÍNDROMES DE DOWN E WILLIAMS

Descrição: O projeto proposto visa dar continuidade aos estudos de compreensão do

funcionamento dos sub-componentes da memória de trabalho e do vocabulário receptivo, por

meio da comparação de pessoas com Síndrome de Down e com Síndrome de Williams.

Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa.

Integrantes: Ana Claudia Braga - Coordenador / Elizeu Coutinho de Macedo - Integrante.

Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Bolsa.

2010 - 2011 AVALIAÇÃO DE LEITURA E ESCRITA NAS SÍNDROMES DE DOWN E WILLIAMS

Descrição: O objetivo do presente trabalho foi descrever o desempenho de pessoas com SD e

SW em provas de leitura e escrita, pareados por idade.

Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa.

Integrantes: Ana Claudia Braga - Coordenador / Elizeu Coutinho de Macedo - Integrante.

2009 - 2010 AVALIAÇÃO DE MEMÓRIA DE TRABALHO EM PESSOAS COM SÍNDROME DE

DOWN E CRIANÇAS COM DESENVOVIMENTO NORMAL.

Descrição: Este projeto teve como objetivo comparar o desempenho de pessoas com

Síndrome de Down e controles, em provas que avaliam dois sub-componentes da memória de

trabalho: alça fonológica e esboço visuo-espacial, pareados pelo nível de vocabulário

receptivo.

Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa.

Integrantes: Ana Claudia Braga - Coordenador / Elizeu Coutinho de Macedo - Integrante.

Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Bolsa.

Número de produções C, T & A: 2

2008 - 2009 VALIDAÇÃO DE TESTE DE VOCABULÁRIO RECEPTIVO E DE COMPREENSÃO

PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I

Descrição: O objetivo do presente estudo foi analisar a linguagem receptiva de alunos do

Ensino Fundamental I por meio de versões tradicionais e computadorizadas de dois testes:

Teste Token (TT) e Teste de Vocabulario por Imagens Peabody (TVIP). Além disso, foram

aplicadas duas versões do teste de discriminação auditiva: Som-Som e Som-Letra.

Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa.

Integrantes: Ana Claudia Braga - Coordenador / Elizeu Coutinho de Macedo - Integrante.

Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Bolsa.

Número de produções C, T & A: 2

Áreas de atuação

1. Grande área: Ciências Humanas / Área: Psicologia.

2. Grande área: Ciências Humanas / Área: Psicologia / Subárea: Neuropsicologia.

3. Grande área: Ciências Humanas / Área: Psicologia / Subárea: Psicologia

Experimental.

Page 81: Ana Claudia Braga.pdf

80

Idiomas

Inglês Compreende Razoavelmente, Fala Pouco, Lê Razoavelmente, Escreve Razoavelmente.

Espanhol Compreende Razoavelmente, Fala Pouco, Lê Bem, Escreve Razoavelmente.

Português Compreende Bem, Fala Bem, Lê Bem, Escreve Bem.

Prêmios e títulos

2010 Premiação do Projeto de Iniciação Científica - PIBIC "Avaliação de Memória de Trabalho em

pessoas com Síndrome de Down e crianças com desenvolvimento normal", Universidade

Presbiteriana Mackenzie.

2009 Premiação do Projeto de Iniciação Científica - PIBIC "Validação de Teste de Vocabulário

Receptivo e de Compreensão para alunos do Ensino Fundamental I", Universidade

Presbiteriana Mackenzie.

Produções

Produção bibliográfica

Artigos completos publicados em periódicos

1. LIMA, S. D. F. B. ; CARREIRO, L. R. R. ; SERACENI, M. F. F. ; KHOURY, L. P.

; BRAGA, A. C. ; ARAUJO, M. V. D. ; TEIXEIRA, M. C. T. V. . Inattention and

Hyperactivity Behavioral Pattern of a Child With Williams Syndrome: Comparisons of

Regular and Experimental Class Setting. Clinical Case Studies, v. 11, p. 312-325, 2012.

2. DUARTE, C. P. ; COVRE, P. ; BRAGA, A. C. ; MACEDO, E. C. . Visuospatial support

for verbal short-term memory in individuals with Down syndrome. Research in

Developmental Disabilities , v. 32, p. 1918-1923, 2011.

Citações: 1| 1

Capítulos de livros publicados

1. BARBOSA, A. C. C. ; LUKASOVA, K. ; BRAGA, A. C. ; MACEDO, E. C. . A avaliação

de inteligência de crianças surdas. In: Luiza Elena L. Ribeiro do Valle; Francisco Assumpção

Jr; Rubens Wajnsztejn; Leandro Fernandes Malloy-Diniz. (Org.). Aprendizagem na

atualidade: Neuropsicologia e desenvolvimento na inclusão. 1ed.Ribeirão Preto- SP: Novo

Conceito, 2010, v. 0, p. 323-338.

Trabalhos completos publicados em anais de congressos

Page 82: Ana Claudia Braga.pdf

81

1. BRAGA, A. C. ; MACEDO, E. C. . AVALIAÇÃO DE MEMÓRIA DE TRABALHO EM

PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN E CRIANÇAS COM DESENVOLVIMENTO

NORMAL.. In: VI Jornada de Iniciação Científica PIBIC e PIVIC, 2010, São Paulo. Anais da

VI Jornada de Iniciação Científica PIBIC e PIVIC, 2010.

2. BRAGA, A. C. ; MACEDO, E. C. . VALIDAÇÃO DE TESTE DE VOCABULÁRIO

RECEPTIVO E DE COMPREENSÃO PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I.

In: V Jornada de Iniciação Científica PIBIC e PIVIC, 2009, São Paulo. Anais da V Jornada de

Iniciação Científica PIBIC e PIVIC, 2009.

Resumos publicados em anais de congressos

1. SEGIN, M. ; BRAGA, A. C. ; MORAIS, A. C. ; OLIVEIRA, D. G. ; MECCA, T.

P. ; TEIXEIRA, M. C. T. V. ; CARREIRO, L. R. R. ; MACEDO, E. C. . Avaliação do

vocabulário receptivo em crianças e adolescentes com Síndrome de Williams-Beuren. In: III

Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência & Profissão, 2010, São Paulo. Anais do III

Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão, 2010.

2. BRAGA, A. C. ; MACEDO, E. C. . AVALIAÇÃO DE MEMÓRIA DE TRABALHO EM

PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN E CRIANÇAS COM DESENVOLVIMENTO

NORMAL. In: 10º Congresso Nacional de Iniciação Científica, 2010, São Paulo. Anais do 10º

Congresso Nacional de Iniciação Científica, 2010.

3. BRAGA, A. C. ; MACEDO, E. C. . VALIDAÇÃO DE TESTE DE VOCABULÁRIO

RECEPTIVO E DE COMPREENSÃO PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I..

In: 62ª Reunião Anual da SBPC, 2010, Natal - RS. Anais da 62ª Reunião Anual da SBPC,

2010.

4. BRAGA, A. C. ; MORAIS, A. C. ; BARBOSA, A. C. C. ; MACEDO, E. C. . Avaliação de

Vocabulário Receptivo: Comparação entre Versão Computadorizada e Tradicional. In: II

Congresso Multidisciplinar de Transtornos de Aprendizagem e Reabilitação, 2009, São Paulo.

II Congresso Multidisciplinar de Transtornos de Aprendizagem e Reabilitação, 2009.

Apresentações de Trabalho

1. BRAGA, A. C. ; DUARTE, C. P. ; TEIXEIRA, M. C. T. V. ; MACEDO, E. C. . Estudo

preliminar sobre avaliação da memória de trabalho nas Síndromes de Down e Williams. 2012.

(Apresentação de Trabalho/Congresso).

2. BRAGA, A. C. ; MACEDO, E. C. . Memória de Trabalho em pessoas com Síndrome de

Down e crianças com desenvolvimento normal. 2011. (Apresentação de Trabalho/Congresso).

3. BRAGA, A. C. ; MACEDO, E. C. . Validação de teste de vocabulário receptivo e de

compreensão para alunos do ensino fundamental I.. 2010. (Apresentação de Trabalho/Outra).

4. BRAGA, A. C. ; MACEDO, E. C. . Avaliação de memória de trabalho em pessoas com

Síndrome de Down e crianças com desenvolvimento normal.. 2010. (Apresentação de

Page 83: Ana Claudia Braga.pdf

82

Trabalho/Outra).

5. SCARPA, I. L. ; OLIVEIRA, D. G. ; ANTONIO, D. A. M. ; BRAGA, A. C. ; MORAIS, A. C.

; MACEDO, E. C. . Aprendizagem de lista de palavras e análise dos movimentos oculares:

Comparação de disléxico com grupo de referência.. 2010. (Apresentação de

Trabalho/Congresso).

6. BRAGA, A. C. ; MACEDO, E. C. . Avaliação de memória de trabalho em pessoas com

Síndrome de Down e crianças com desenvolvimento normal.. 2010. (Apresentação de

Trabalho/Congresso).

7. SEGIN, M. ; BRAGA, A. C. ; MORAIS, A. C. ; OLIVEIRA, D. G. ; MECCA, T.

P. ; TEIXEIRA, M. C. T. V. ; CARREIRO, L. R. R. ; MACEDO, E. C. . Avaliação do

vocabulário receptivo em crianças e adolescentes com Síndrome de Williams-Beuren. 2010.

(Apresentação de Trabalho/Congresso).

8. BRAGA, A. C. . Validação de teste de vocabulário receptivo e de compreensão para alunos

do Ensino Fundamental I. 2009. (Apresentação de Trabalho/Outra).

9. BRAGA, A. C. ; MORAIS, A. C. ; BARBOSA, A. C. C. ; MACEDO, E. C. . Avaliação de

vocabulário receptivo: comparação entre versão computadorizada e tradicional.. 2009.

(Apresentação de Trabalho/Congresso).

Eventos

Participação em eventos, congressos, exposições e feiras

1. III Seminário Paulista sobre os Transtornos do Espectro do Autismo. 2012. (Seminário).

2. XXI Encontro Brasileiro de Psicologia e Medicina Comportamental. 2012. (Encontro).

3. 5º ENCONTRO DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA PUC-SP. 2011. (Encontro).

4. 63ª Reunião Anual da SBPC.Memória de Trabalho em pessoas com Síndrome de Down e

crianças com desenvolvimento normal. 2011. (Outra).

5. 10º Congresso Nacional de Iniciação Científica. Avaliação de memória de trabalho em

pessoas com Síndrome de Down e crianças com desenvolvimento normal. 2010. (Congresso).

6. VI Jornada de Iniciação Científica PIBIC e PIVIC.Avaliação de memória de trabalho em

pessoas com Síndrome de Down e crianças com desenvolvimento normal. 2010. (Outra).

7. 62ª Reunião Anual da SBPC.Validação de teste de vocabulário receptivo e de compreensão

para alunos do ensino fundamental I. 2010. (Outra).

8. II Congresso Multidisciplinar de Transtornos de Aprendizagem e Reabilitação. Avaliação de

vocabulário Receptivo: Comparação entre Versão Computadorizada e Tradicional. 2009.

(Congresso).

9. I Simpósio Internacional em Placebo. 2009. (Simpósio).

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10. Cinema Paradigma - sessão "O Professor Aloprado" com o tema: "Magreza x obesidade:

questionando as expectativas". 2009. (Outra).

11. V Jornada de Iniciação Científica PIBIC e PIVIC.Validação de teste de vocabulário receptivo

e de compreensão para alunos do ensino fundamental I. 2009. (Outra).

12. 18 anos do Estatuto da criança e do adolescente - A maturidade chegou?. 2008. (Seminário).

13. IV Encontro de Psicologia do Desenvolvimento. 2008. (Encontro).

14. Encontro de Psicologia Escolar, Preconceito e Diferença: Processos de Escolarização e o

Fenômeno do Preconceito. 2008. (Encontro).

15. VIII Mostra de Psicologia do Cotidiano.Sociedade e Aparência: Reflexões sobre o discurso da

publicidade. 2008. (Outra).

16. I Semana de Psicologia Mackenzista. 2008. (Outra).

17. III Congresso Internacional de Ética e Cidadania - Religião e Cultura. 2007. (Congresso).

18. I Encontro de Análise do Comportamento: Pressupostos Teóricos e Implicações Práticas.

2007. (Encontro).

19. Novas Ferramentas de Avaliação e Intervenção em Psicologia - Estudos com Movimentos

Oculares e Estimulação Cerebral Não-invasiva.. 2007. (Outra).

20. X Jornada Científica Comemorativa InCor HC. FMUSP - Módulo Psicologia com o tema

"Repensando a Prática da Psicologia Hospitalar".. 2006. (Outra).

Outras informações relevantes

Monitoria da disciplina "Neurociências do Comportamento I" no 2º semestre de 2007 e

1º semestre de 2008, sob supervisão do professor Dr. Luiz Renato Rodrigues Carreiro.

Experiência em Avaliação Neuropsicológica desde 2008. Realizações de três Projetos de

Iniciação Científica com bolsa CNPq: (1) "Validação de Teste de Vocabulário Receptivo

e de Compreensão para alunos do Ensino Fundamental I"; (2) Avaliação de Memória de

Trabalho em pessoas com Síndrome de Down e crianças com desenvolvimento normal ;

(3) Avaliação da Memória de Trabalho e Vocabulário Receptivo nas Síndromes de Down

e Williams.