Ana e Arlete

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GESTAR II - Programa Gestão da Aprendizagem Escola Ana Paula Ziemann Arlete Soares LEITURA NA ESCOLA – diversidade de objetivos Canoinhas/SC 2009

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GESTAR II - Programa Gestão da Aprendizagem Escola

Ana Paula Ziemann

Arlete Soares

LEITURA NA ESCOLA – diversidade de objetivos

Canoinhas/SC

2009

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TEMÀTICA

Há diferentes práticas de leitura.

A leitura na escola pressupõe o trabalho com a diversidade de objetivos,

modalidades e textos que caracterizam as práticas de fato. Diferentes objetivos exigem

diferentes textos e cada qual, uma modalidade de leitura.

“Ler muito é um dos caminhos para a originalidade; uma pessoa é tão mais original

e peculiar quanto mais conhecer o que disseram os outros”.

(Miguel de Unamuno)

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PROBLEMATIZAÇÃO

As práticas de leitura escolar não nascem do acaso nem do autoritarismo ao nível

da tarefa, mas sim de outra programação envolvente e devidamente planejada, que

incorpore, no seu projeto de execução, as necessidades, as inquietações e os desejos de

alunos-leitores.

Simplesmente ‘mandar o aluno ler’ é bem diferente do que envolvê-lo

significativamente e democraticamente nas situações de leitura.

Ensinar as características estruturais dos gêneros, as combinações lingüísticas

possíveis em um texto, a organização das palavras, a comunicação de idéias não devem

matar o prazer, não podem impedir que a leitura faça sentido pessoal e íntimo na vida do

aluno.

Pesquisas recentes apontam a leitura como uma das principais deficiências do

estudante brasileiro. Não basta identificar as palavras, mas fazê-las ter sentido,

compreender, interpretar, relacionar e reter o que for mais relevante.

Partindo destes pressupostos optou-se pelas orientações presentes na TP 4

referentes a leitura.

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OBJETIVO GERAL

Proporcionar aos educandos o convívio com a leitura obtendo dela conhecimento e

uma atitude crítico-reflexivo diante de diferentes textos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Viabilizar o acesso aos mais variados textos.

• Oportunizar aos leitores o desenvolvimento de uma atitude crítico reflexiva

diante dos textos.

• Privilegiar a leitura em diferentes instâncias.

• Promover debates e/ou mesas redondas para discussões acerca do que foi lido.

• Diferenciar literatura de entretenimento.

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EMBASAMENTO

A atitude fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a

leitura. Ela é a extensão da escola na vida das pessoas.

Tudo o que se ensina na escola está diretamente ligado à leitura e depende dela

para se manter e se desenvolver.

A função da escola é ensinar (também) novidades, ampliar o repertório do aluno

com exposição de maior diversidade de gêneros textuais.

Um pressuposto refere-se ao grau de complexidade dos textos e atividades com

textos. Não se deve poupar os alunos de novos desafios.

Outro aspecto da questão “leitura e cultura” diz respeito à verdade dos livros.

Alguns são levados muito facilmente a acreditar em tudo o que leem, como se quem

publicasse um livro fosse uma espécie de “dono do saber”. Cabe a escola (também) de

fazer o alerta de que, às vezes, a publicação é mais um jogo econômico, uma máquina de

ganhar dinheiro, do que algo que traga cultura e saber.

Compete a escola levantar essa questão junto aos educandos, promover debates e

aguçar a criticidade quanto a escolha do que ler e em que momento ler. Diferenciar

literatura de entretenimento.

Todas as disciplinas privilegiam a leitura em diferentes instâncias. Cada professor,

em sua área de atuação, desenvolve atividades que envolvem o ler e compreender –

seguido ou não de reprodução e releitura da atividade proposta.

A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos,

mas significa, de fato, interpretar o que se lê.

A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que

começamos a “compreender” o mundo a nossa volta.

A leitura no sentido geral amplia nossos horizontes e nos transporta ao mundo da

imaginação, sem contar os conhecimentos mil que acabamos adquirindo quando

mergulhamos em universos desconhecidos como a literatura policial, a literatura infanto-

juvenil, juvenil, a fantástica, a literatura clássica, além dos artigos políticos, econômicos,

sociais e culturais encontrados nos jornais e em outros veículos de comunicação

impressa.

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“Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta onde os pés pisam. Todo ponto de

vista é vista de um ponto. Para entender o que alguém lê, é necessário saber como são

seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. (...)

Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor”.

(Leonardo Boff)

A “EEB Almirante Barroso” sempre priorizou a leitura como efetiva forma de

aprendizado.

Atualmente a escola conta com turmas de 8º ano do Ensino Fundamental até o 3º

ano do Ensino Médio – (adolescentes). E é na adolescência que se acaba excluindo a

leitura do convívio diário. É preciso envolver os alunos e motivá-los ao hábito desta

prática. Para a eficácia, diferentes “formas” de leitura fazem parte do cotidiano escolar.

Cada disciplina desenvolve estratégias de leitura e verifica o que foi absorvido da

prática. O estímulo parte sempre do professor – o grande incentivador.

Consta no cronograma escolar (em anexo) tempo pré-estabelecido para leitura

semanal por toda comunidade escolar.

A biblioteca possui mais de 5.000 (cinco mil) volumes a inteira disposição e 3 (três)

funcionários que se revezam no atendimento nos três turnos.

A sala informatizada é outro ambiente propício a leitura e a (re)produção textual.

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OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO

1. Aprender a conhecer

Prazer de conhecer, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento, curiosidade,

autonomia, atenção. Inútil tentar conhecer tudo. Isso supõe uma cultura geral, o que não

prejudica o domínio de certos assuntos especializados. Aprender a conhecer é mais do

que aprender a aprender. Aprender mais linguagens e metodologias do que conteúdos,

pois estes envelhecem rapidamente. Não basta aprender a conhecer. É preciso aprender

a pensar, a pensar a realidade e não apenas “pensar pensamentos”, pensar o já dito, o já

feito, reproduzir o pensamento. É preciso pensar também o novo, reinventar o pensar,

pensar e reinventar o futuro.

2. Aprender a fazer

É indissociável do aprender a conhecer. A substituição de certas atividades humanas por

máquinas acentuou o caráter cognitivo do fazer. O fazer deixou de ser puramente

instrumental. Nesse sentido, vale mais hoje a competência pessoal que torna a pessoa

apta a trabalhar em equipe, do que a pura qualificação profissional. Hoje o importante na

formação do trabalhador, também do trabalhador em educação, é saber trabalhar

coletivamente, ter iniciativa, gostar do risco, ter intuição, saber comunicar-se, saber

resolver conflitos, ter estabilidade emocional. Essas são, acima de tudo, qualidades

humanas que se manifestam nas relações interpessoais mantidas no trabalho. A

flexibilidade é essencial. Existem hoje perto de 11 mil funções na sociedade contra

aproximadamente 60 profissões oferecidas pelas universidades. Como as profissões

evolue, muito rapidamente, não basta preparar-se profissionalmente para um trabalho.

3. Aprender a viver juntos

A viver com os outros. Compreender o outro, desenvolver a percepção da

interdependência, da não-violência, administrar conflitos. Descobrir o outro, participar de

projetos comuns. Participar de projetos de cooperação. Essa é a tendência. No Brasil,

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como exemplo desta tendência, pode-se citar a inclusão de temas/eixos transversais

(ética, ecologia, cidadania, saúde, diversidade cultural) nos Parâmetros Curriculares

Nacionais, que exigem equipes interdisciplinares e trabalho em projetos comuns.

4. Aprender a ser

Desenvolvimento integral da pessoa: inteligência, sensibilidade, sentido ético e estético,

responsabilidade pessoal, espiritualidade, pensamento autônomo e crítico, imaginação,

criatividade iniciativa. Para isso não se deve negligenciar nenhuma das potencialidades

de cada indivíduo. A aprendizagem não poder ser apenas lógico-matemática e lingüística.

Precisa ser intelectual.

Essa nova forma de aprender pode nos auxiliar a pensar nas mudanças que

precisam ser feitas nas bibliotecas escolares para torná-las mais dinâmicas e adequadas

à nova realidade encontrada na sociedade da informação. É preciso rever o conceito e a

forma de leitura existente nas escolas. É certo afirmar que pessoas informadas de seus

direitos como cidadãs conseguem exigir maior consideração com relação às suas

necessidades individuais e coletivas.

Para que tenham acesso às informações e ao conhecimento, os indivíduos

precisam dominar o processo de leitura.

No decorrer da evolução educacional, a necessidade da leitura vai se acentuando,

considerando que os livros e outras formas gráficas são utilizados como instrumento

básico para as atividades de ensino aprendizagem.

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(PROLER) PROGRAMA DE INCENTIVO À LEITURA

“Saber ler é uma exigência das sociedades modernas, Há, contudo, uma importante

diferença entre saber ler e a prática efetiva da leitura. Se a habilidade de leitura é uma

necessidade pragmática e permite a realização inclusive de atividades básicas, como

deslocar-se de um ponto a outro, fazer compras e realizar tarefas cotidianas, entre outras

ações, a prática de leitura é importante instrumento para o exercício da cidadania e para

participação social”.

Dentre as diretrizes do programa, cabe destacar:

• Diversidade de ações e de modos de leitura manifestados nas práticas de leitura

promovidas, nos locais e instituições abrangidos, nos gêneros textuais considerados e

nas atividades organizadas;

• Especificidade do ato de ler, entendendo-se que atos de leitura exigem modos próprios e

competências específicas;

• Articulações entre leitura e cultura, não se compreendendo a leitura fora de contextos nos

quais se expressam a riqueza da vida humana e suas produções;

• Publicidade da leitura, enfatizando-se que ela precisa ser tema na cena social;

• Democratização do acesso à leitura, pela disponibilização da material de leitura em

bibliotecas escolares e públicas, em salas de aula e de leitura em locais públicos.

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A APROPRIAÇÃO DO TEXTO ESCRITO

Mediar origina-se do latim mediare, do adjetivo médius – “que está no meio ou

entre dois pontos”. Assim, a mediação vem a ser a junção, a aproximação entre duas

partes, como uma “ponte”. Mas mediar não é o mesmo que facilitar. Consideramos que

mediar a leitura significa intervir para aproximar. Os mediadores de leitura instigam,

provocam, estimulam o aluno no processo que apropriação do texto; procuram incentivar

o estabelecimento de relações entre as idéias que se apresentam e as experiências do

leitor/aluno e buscam alternativas para que a leitura possa ganhar novas dimensões.

Consideramos mediador(es) da leitura aquela(s) pessoa(s) que se interpõe(m)

entre o leitor e o texto. Colocamos a possibilidade de mediadores plurais porque a

mediação entre um leitor e um texto pode ocorrer em vários momentos. Na maioria das

vezes, o que se imagina é que o professor, em sala de aula, apresenta um texto ou livro

aos alunos, propõe a leitura e discute as variadas interpretações ou impressões que

aquela obra suscitou. Mas pode-se imaginar uma situação em que todos os alunos

discutem, debatem, trocam impressões e leituras entre si. Nesse caso, será que todos

esses alunos não atuam como mediadores entre si? Outra situação que se pode pensar é

aquela em que, além da obra, apresenta-se ao aluno uma resenha ou resumo comentado

dessa obra. E aí, será que o autor da resenha, juntamente com o professor que a

apresentou, não é um mediador? E o próprio texto, não será ele um mediador entre o

leitor e o conhecimento que se apresenta?

O papel do professor vai além da mediação. Desde os primeiros contatos com a

leitura, é preciso “descobrir” caminhos que levem à apropriação do texto, para que o leitor

possa dar sentido, forma, consistência àquele conteúdo.

O leitor proficiente e autônomo antecipa o texto, infere informações ou ações que

não estão ditas, percebe e valida v- ou não – a posição do(s) autor(es) com base em

informações colhidas em outros textos ou outras fontes de informação e, muitas vezes,

reformula suas próprias concepções a partir das leituras. Para chegar a todas essas

habilidades, este leitor testou hipóteses, comparou e untou informações, refletiu sobre o

que leu, descartou muitos textos, buscou outros, ouviu opiniões de outras pessoas,

resgatou suas memórias e suas experiências de leitura e de vida. É esse, então, o papel

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do professor; buscar muitas formas de levar a leitura para além texto e de induzir a

reflexão e o debate para além da superfície de texto.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“A autora enumera alguns pressupostos para a introdução dos alunos no mundo da

literatura, como a importância de ter um ambiente cultural no qual o livro esteja presente,

de ampliar o repertório do aluno apresentando-o a uma diversidade de gêneros textuais,

de ensinar a ler com prazer, de respeitar as escolhas dos jovens diante do universo

desvelado pelos livros. Aborda ainda a estreita ligação entre o ler e o escrever,

oferecendo sugestões de exercícios para o desbloqueio da escrita criativa”.

Mirian Mermelstein

Será que temos refletido suficientemente sobre as muitas indagações que se

lançam no ar sobre a questão da leitura? Que análises temos feito das contribuições

teóricas?

Apesar da complexidade desta tarefa e mesmo correndo o risco de cair em

armadilhas, a autora considera importante se debruçar sobre o tema. Aborda,

primeiramente, a questão da avaliação do significado e do papel do livro, da leitura e da

escrita conforme as mudanças históricas, sociais, culturais e intelectuais. Em seguida, a

partir de questões básicas como a concepção de leitura e de seu processo de produção,

procura situar a leitura em nossa realidade social e escolar.

Maria Tereza Fraga Rocco

“[...] a compreensão é um ato interpretativo e criativo, determinado pelas intenções e pelo

conhecimento de quem lê não somente pelas palavras de quem escreve.Convém, assim,

diferenciar o”ler” do “compreender o texto”.O ler está relacionado com o reconhecer as

palavras e os seus significados. A compreensão do texto utiliza essas palavras para

construir imagens, pensamentos, raciocínios.

Pontecorvo, 1999:146

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Como ressaltam Solé (1998), Carvajal e Garcia(2000), e Lerner(2002), a leitura não pode

ser concebida apenas como uma ferramenta ou um instrumento para outras

aprendizagens, mas também como tal exige e possibilita a emergência de formas de

raciocínio e modos de pensar também específicos, que são gerados a partir da interação

do sujeito cognoscitivo com este objeto de conhecimento, e que são determinados tanto

pela natureza deste objeto, como pelo contexto e pelas características do indivíduo-leitor.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim como são inúmeras as possibilidades de leitura, também são inúmeras as

possibilidades de trabalho com/para a leitura em sala de aula e fora dela.

Toda a unidade escolar (EEB Almirante Barroso) movimentou-se em torno do tema

“Leitura” e suas infindáveis formas de produções através e a partir dela.

No dia 07/11/2009 – sábado, no período matutino, a escola abriu suas portas a

todos os interessados em apreciar a exposições dos trabalhos realizados pelos alunos de

todas as séries referentes às leituras ocorridas no decorrer do ano letivo.

O trabalho ocorreu de forma interdisciplinar e todas as áreas de atuação foram

contempladas. Trabalhos escritos, artísticos (releituras de obras), produções individuais e

coletivas, música e dança fizeram parte do “show”.

As fotos e alguns registros encontram-se postados no “blog” da escola

http://jornalalmiante.blogspot.com e no http://gestarcanoinhas.blogspot.com e em anexo

no final deste.

Todo o trabalho foi de grande valia e, certamente, instituiu um novo pensar sobre a

leitura na escola.

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BIBLIOGRAFIAChagas, Magda Teixeira

Novos rumos da biblioteca escolar/Magda Teixeira Chagas – Florianópolis:

CIN/CED/UFSC, 2009

Rasche, Francisca

Políticas públicas para bibliotecas escolares/Francisca Rasche – Florianópolis: CIN/CED/

UFSC, 2009

PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Portuguesa

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