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Ana Filipa Oliveira Lima Ramos Análise dos Determinantes da Procura de Serviços na Pós-Reforma: Envelhecimento Ativo e Hábitos de Poupança Janeiro de 2019 Uminho | 2019 Ana Filipa Oliveira Lima Ramos Análise dos Determinantes da Procura de Serviços na Pós-Reforma: Envelhecimento Ativo e Hábitos de Poupança Universidade do Minho Escola de Economia e Gestão

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Designação do Mestradoem Economia Industrial e da Empresa Trabalho efetuado sob a orientação daProfessora Doutora Lígia Maria Costa Pinto

Universidade do MinhoEscola de Economia e GestãoAna Filipa Oliveira Lima Ramos Análise dos Determinantes da Procura deServiços na Pós-Reforma: EnvelhecimentoAtivo e Hábitos de Poupança

Janeiro de 2019

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Declaração Nome: Ana Filipa Oliveira Lima Ramos Endereço eletrónico: [email protected] Telefone: 961477968 Número de Identificação Civil: 14615659 Título dissertação: Análise dos Determinantes da Procura de Serviços na Pós-Reforma: Envelhecimento Ativo e Hábitos de Poupança Orientadora: Professora Doutora Lígia Maria Costa Pinto Ano de conclusão: 2018 Designação do Mestrado: Economia Industrial e da Empresa É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA TESE APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE Universidade do Minho, 31 de Outubro de 2018 Ana Filipa Oliveira Lima Ramos

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Agradecimentos Agradeço à minha fantástica Orientadora e Professora Doutora Lígia Pinto, obrigada por me indicar sempre o caminho, por nunca me deixar desistir e por ter tornado o meu objetivo possível de alcançar. Obrigada por todo o tempo disponibilizado e pelo seu notável profissionalismo. Agradeço à Universidade do Minho por toda esta fantástica vivência, por todo este percurso de aprendizagem e crescimento, uma Instituição da qual sem dúvida me sinto muito orgulhosa de fazer parte. Agradeço especialmente aos meus pais por todo o esforço que sempre fizeram e terem sempre lutado para que tudo isto se concretizasse. Sem eles chegar até aqui não teria sido possível. Agradeço ao Bruno, meu namorado, que sempre me deu palavras de incentivo nos momentos mais difíceis, que esteve sempre lá para mim a apoiar-me, por me dares a uele a aço, po e ou i es dize , Não sei se sou apaz e u a e dei a es desistir, acreditando sempre em mim e que o conseguiria fazer. Obrigada aos meus amigos, por me terem acompanhado neste caminho e me apoiarem em tudo.

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Resumo Título: Análise dos Determinantes da Procura de Serviços na Pós-Reforma: Envelhecimento Ativo e Hábitos de Poupança O envelhecimento crescente da população cria desafios significativos na sociedade a vários níveis. Por um lado, a extensão do período pós-reforma requer a existência de planos financeiros que assegurem a qualidade de vida durante esses anos. Por outro lado, os hábitos de vida durante a idade ativa e na pós reforma condicionam o processo de envelhecimento, que se pretende ativo, e consequentemente as necessidades financeiras e não financeiras. O objetivo deste estudo é analisar então os dois determinantes da procura de serviços: o envelhecimento ativo e os hábitos de poupança, assim como a relação entre os dois, analisando-se também os próprios determinantes da poupança, tentando perceber de que maneira a forma como os indivíduos envelhecem e poupam determina a procura de serviços no período de pós-reforma. Para tal, foram analisadas as respostas de um questionário realizado pelo ONEP (Observatório da Natalidade e Envelhecimento de Portugal) a indivíduos residentes em Portugal Continental com idade igual ou superior a 35 anos, elaborado pela equipa PremiValor Consulting. O objetivo foi de perceber e analisar a prática do envelhecimento ativo e os hábitos de poupança de cada um, realizando-se de seguida uma análise de regressão dos determinantes da poupança. Conclui-se que surge da parte dos indivíduos que não experienciaram um envelhecimento ativo, uma procura de serviços de apoio direcionados a essa população, como o SAD, o Centro de Convívio, Centro de Dia e de Noite, Acolhimento Familiar, ERPI e o Centro de Férias e Lazer, e que os principais determinantes dos hábitos de poupança são as Habilitações Literárias, a Segurança Social, conhecer planos de poupança, ter um envelhecimento e uma vida ativa, e a chegada em si da idade de reforma. Palavras-chave envelhecimento-ativo, poupança, habilitações literárias, segurança social

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Abstract Title: Analysis of the Determinants of the Demand for Services in the Post Reform: Active Aging and Savings Habits The increasing aging of the population creates significant challenges in society at various levels. On the one hand the extension of the post-retirement period requires the existence of financial plans that ensure the quality of life during those years. On the other hand, life habits during the active and post-retirement period condition the aging p o ess, i te ded to e a ti e, a d o se ue tl itize s fi a ial a d o -financial needs. The objective of this study is to analyze the two determinants of the demand for post-retirement period services: active aging and saving habits, as well as the relationship between the two, also analyzing the determinants of saving, trying to understand how the individuals aging and savings determines the demand for services in the post-retirement period. To this end, data collected through a questionnaire carried out by the ONEP (Observatory of the Birth and Aging of Portugal, by PremiValor Consulting) to individuals residing in Continental Portugal, aged 35 years and over, was used. The objective was to understand and analyze the practice of active aging and the saving habits of Portuguese residents, followed by a regression analysis of the determinants of saving. It is concluded that it individuals who did not experience an active aging, have a higher demand for support services such as the SAD, the Social Center, Day and Night Center, Family Home, ERPI and the Center Leisure and Leisure, and that the main determinants of saving habits are literacy, social security, knowledge of savings plans, having an aging and an active life, and the retirement age itself. Key-words: active aging, savings, literacy, social security

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Índice Agradecimentos ........................................................................................................ iii Resumo ....................................................................................................................... v Abstract .................................................................................................................... vii Índice ......................................................................................................................... ix Índice de Figuras........................................................................................................ xi Índice de Tabelas ..................................................................................................... xiii Introdução ................................................................................................................. 1 2. Revisão de literatura ............................................................................................. 3 2.1 Definição de Envelhecimento Ativo .................................................................... 3 2.2 Surgimento/origem da política de envelhecimento ........................................... 8 2.3 O envelhecimento ativo e a poupança ............................................................. 10 2.3.1 Objetivo da poupança e razão do seu surgimento ........................................ 10 2.3.2 Quais os motivos que levam a não constituir poupanças.............................. 16 2.3.3. Possíveis medidas/motivações que ajudem as pessoas a constituírem hábitos de poupança ............................................................................................... 21 a) Precaução ............................................................................................................ 22 b) Metas .................................................................................................................. 23 c) Seminários ........................................................................................................... 24 d) Planos de Poupança Reforma ............................................................................. 24 e) Segurança Social .................................................................................................. 25 f) Literacia Financeira .............................................................................................. 25 g) Recursos pessoais ................................................................................................ 26 h) Estudos que pesquisam motivos para poupar .................................................... 27 i) Sensibilização da população................................................................................. 27 j) Planeamento ........................................................................................................ 27 2.4 Desenvolvimento de novos produtos e serviços associados a hábitos de poupança/envelhecimento ativo ............................................................................ 28 2.4.1. Alguns exemplos de oportunidades de mercados direcionadas à população idosa: ....................................................................................................................... 28 2.4.2 Serviços/mercados de apoio a idosos ............................................................ 32 3. Recolha e análise de dados ................................................................................. 37 3.1 Dados e Metodologia ........................................................................................ 37 3.2 Descrição geral .................................................................................................. 37

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3.3 Âmbito geográfico do estudo ............................................................................ 38 3.4 Dimensão da amostra ....................................................................................... 38 3.5 Distribuição de questionários ........................................................................... 38 3.6 Recolha de dados .............................................................................................. 39 3.7 Questionário ...................................................................................................... 40 4. Descrição da Amostra ......................................................................................... 41 5. Análise de regressão – determinantes de constituir poupança ......................... 69 6. Conclusão ............................................................................................................ 79 7. Referências Bibliográficas ................................................................................... 83 Anexo l ................................................................................................................... 103 Anexo ll .................................................................................................................. 105

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Índice de Figuras Figura 1 – Idade Média de Reforma/Aposentação em Portugal…………………………………… Figura 2 - Distribuição da Amostra por cidade…………………………………………………………….. 1 Figura 3 - Idade com que os indivíduos se reformaram……………………………………………….. 4 Figura 4 - Gostava ou não de trabalhar após a reforma (gráfico) …………………………………. 5 Figura 5 - Motivo que leva a querer trabalhar após a reforma……………………………………… 6 Figura 6 - Até que idade gostaria de trabalhar…………………………………………………………….. 6 Figura 7 - Situações que consideram mais importantes para uma melhor qualidade de vida após a reforma (em percentagem) ……………………………………………………………………… 7 Figura 8 - Fatores que causam maior preocupação quando pensam no processo de envelhecimento (em percentagem) …………………………………………………………………………… 8 Figura 9 - Presta algum tipo de apoio a familiares ou outros………………………………………… 0 Figura 10 - Classificação da saúde física geral……………………………………………………………… 1 Figura 11 - Valor mensal médio gasto em medicamentos (em euros) ………………………… 1 Figura 12 – Compra dos medicamentos que lhe são prescritos……………………………………. 2 Figura 13 - Objetivo principal das poupanças……………………………………………………………… 3 Figura 14 – Importância de Poupar…………………………………………………………………………….. 4 Figura 15 - Que produtos de poupança conhece…………………………………………………………. 5 Figura 16 - Ações de poupança realizadas…………………………………………………………………… 6 Figura 17 - Critérios tidos em consideração na escolha do produto poupança……………… 7 Figura 18 - Valor mensal despendido pra efeitos de poupança reforma………………………. 7

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Figura 19 - Principal razão que levou a fazer uma poupança para a reforma………………… 8 Figura 20 – Caso não tenha poupanças mas pondere constituir, que tipo de poupança faria…………………………………………………………………………………………………………………………… 9 Figura 21 - Habilitações Literárias (todas) …………………………………………………………………… 1 Figura 22 - Profissão/Atividade Profissional……………………………………………………………….. 2 Figura 23 - Montante mensal bruto dos rendimentos do agregado familiar (em euros)………………………………………………………………………………………………………………………… 2 Figura 24 – Relação entre o montante que os indivíduos estão dispostos a despender e o montante que efetivamente despendem (por mês) …………………………………………………65

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Índice de Tabelas Tabela 1 – número de questionários a realizar por área geográfica…………………………………………………………………………………………………………………. 9 Tabela 2 – Amostra dos inquiridos com idades diferenciadas……………………………………… 2 Tabela 3 – Grau de preocupação relativamente ao envelhecimento da população em Portugal……………………………………………………………………………………………………………………..42 Tabela 4 - Preocupação em Envelhecer………………………………………………………………………. Tabela 5 – Importância em manter uma vida ativa……………………………………………………… 3 Tabela 6 - Nº de reformados por idades……………………………………………………………………… 3 Tabela 7 – Exerce/exerceu/não exerce atividade remunerada após a reforma…………… 4 Tabela 8 – atividade desenvolvida após a reforma a tempo inteiro/parcial………………… 4 Tabela 9 - Acesso a computador………………………………………………………………………………… 9 Tabela 10 - Usa regularmente o computador……………………………………………………………… 9 Tabela 11 - Como avalia o sei grau de autonomia………………………………………………………… 9 Tabela 12 - Possui atualmente algum tipo de poupanças…………………………………………… 2 Tabela 13 - Conhece algum produto específico para garantir e/ou complementar a reforma……………………………………………………………………………………………………………………… 4 Tabela 14 - Tem poupança para a reforma………………………………………………………………… 5 Tabela 15 - Caso não tenha poupanças, se pondera constituir uma poupança para a reforma……………………………………………………………………………………………………………………… 8 Tabela 16 - Montante que estaria disponível em despender por mês para efeitos de poupança (em euros) ………………………………………………………………………………………………… 0

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Tabela 17 – Economicamente Independente……………………………………………………………… 0 Tabela 18 - Habilitações Literárias (valores principais) ……………………………………………… 1 Tabela 19 – Relação entre Importância de Poupar com se Possui algum tipo de Poupança…………………………………………………………………………………………………………………… 3 Tabela 20 – Relação entre Razão que o levou a poupar para a Reforma e se Possui algum tipo de Poupança……………………………………………………………………………………………………….. 3 Tabela 21 – Relação entre Razões que o levou a poupar para a Reforma e se Possui algum tipo de poupança para a Reforma………………………………………………………………………………. 4 Tabela 22 – Relação entre Habilitações Literárias e se Possui algum tipo de Poupança para a Reforma………………………………………………………………………………………………………….. 6 Tabela 23 – Relação entre Habilitações Literárias e ter Plano Poupança Reforma………… 7 Tabela 24 – Relação entre Possuir algum tipo de Poupanças e Considerar importante manter uma vida ativa……………………………………………………………………………………………….. 8 Tabela 25 – Quadro de Regressão……………………………………………………………………………….

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Introdução Pretende-se com este estudo analisar os determinantes da procura de serviços na pós-reforma em função das opções tomadas durante a vida ativa ou não ativa dos indivíduos, e da decisão de os indivíduos terem constituído ou não poupanças. Trata-se de um estudo retrospetivo. A população portuguesa está a envelhecer, e tal facto, cria importantes oportunidades para o desenvolvimento e até mesmo a criação de novos serviços direcionados à população sénior. O envelhecimento ativo ganha aqui uma enorme relevância, pois é um fator que vai determinar a procura destes serviços, procura esta que dependerá das escolhas realizadas durante a vida ativa e das práticas de envelhecimento ativo de cada um. Quando se fala nestas escolhas e práticas, fala-se nas escolhas ou hábitos de poupança que as pessoas tiveram e criaram, e os comportamentos saudáveis ou não saudáveis que adotaram. Caso os indivíduos tenham optado por um envelhecimento ativo, adotando comportamentos mais saudáveis e/ou tenham constituído poupanças, terão, consequentemente, menos necessidade de cuidados na velhice e irão prolongar o número de anos de vida com qualidade. Neste caso, haverá um tipo específico de serviços procurados por estes indivíduos, e que consequentemente, se desenvolveram a pensar nas suas necessidades. Caso contrário, ou seja, se os indivíduos não optarem por um envelhecimento ativo, o segmento de serviços que irão procurar já será diferente, mais direcionado para, por exemplo, serviços de saúde, de assistência, entre outros. Caso ainda, se não forem ou tiverem sido tomados hábitos de poupança, os serviços procurados tornam a ser outros, direcionando-se neste caso para todos aqueles que têm capacidade de dar auxílio financeiro, apoios económicos e garantir uma possível autonomia financeira.

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Com a realização deste estudo, pretende-se estudar a prevalência destes determinantes para a população portuguesa na procura de serviços na pós-reforma, através da análise de dados recolhidos pelo Observatório Nacional para a natalidade e envelhecimento em Portugal, através de questionários, análise essa realizada no STATA 15.0. O presente estudo está estruturado da seguinte forma: está dividido em 5 secções, sendo que algumas delas apresentam subsecções. A presente secção expõe a introdução do tema e do próprio trabalho, bem como os principais objetivos e a metodologia de investigação. Na secção 2 é feita uma revisão da literatura, onde também se caraterizam os determinantes da procura de serviços na pós-reforma, começando por definir um deles, o envelhecimento ativo, e explicando o surgimento da política de envelhecimento. Analisa-se também a relação entre o envelhecimento ativo e a poupança. Esclareceu-se o objetivo da poupança, os motivos que levam a não constituir poupanças, assim como possíveis medidas que contrariem tais motivos, seguido dos serviços que surgiram em resposta à população idosa e terminando com aqueles que servem de apoio aos idosos. Na secção 3, é apresentada a metodologia do estudo, apresentando uma descrição geral, a amostra alvo, o âmbito da amostra, a sua dimensão, a distribuição de questionários e a recolha de dados, assim como uma breve explicação do conteúdo do questionário utilizado para a recolha e análise dos dados. Na secção 4 é exibida a descrição detalhada da amostra/análise de dados efetuada com base no questionário. Na secção 5 é apresentada a análise de regressão realizada referente aos dados recolhidos dos inquiridos. Por último, na secção 6, apresentam-se as conclusões finais, assim como as limitações encontradas no estudo.

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2. Revisão de literatura 2.1 Definição de Envelhecimento Ativo As origens do envelhecimento ativo podem ser analisadas até aos anos de 1940 e 1950, quando eram discutidas no âmbito da gerontologia, e estes profissionais evidenciaram a relevância e o interesse dos hábitos e comportamentos ativos em idades avançadas tendo como objetivo o bem-estar com a vida pessoal do indivíduo. Este conceito, mais tarde, é designado de Teoria da Atividade (Lynott e Lynott, 1996). Contudo, a defesa da manutenção de padrões de atividade típicos da meia-idade defendida pela teoria da atividade, foi criticado como excessivamente idealista (Walker, 2002). Os principais termos aplicados nas últimas décadas foram o envelhecimento bem-sucedido nos Estados Unidos e o envelhecimento ativo na Europa (Constança, Ribeiro e Teixeira, 2012). Embora, refere Lloyd et al. (2013), essas expressões sejam frequentemente trocadas, elas são profundamente diferentes (Deeming, 2009). A determinação do conceito de envelhecimento bem-sucedido enfrenta uma primeira grande dificuldade que advém de o conceito frequentemente se centrar na idade das pessoas, em vez de se focar na forma como estas se veem como envelhecidas com sucesso (Chapman, 2005; Pruchno, Wilson, Genderson, Rose e Cartwright, 2010), porque mesmo que existam problemas de saúde ou incapacidade, podem considerar-se envelhecidos com sucesso e ainda capazes de se envolverem em diversas atividades (Tate, Leedine e Cuddy, 2003). As empresas também têm um papel importante no processo do envelhecimento ativo, podendo incentivar os trabalhadores de todas as idades a cumprirem os seus objetivos de trabalho adequados às capacidades dos seus trabalhadores. Frequentemente, os trabalhadores de mais idade são discriminados devido à sua idade, o que interfere com o desenvolvimento do seu Envelhecimento Ativo. Rowe e Kahn (1987, 1997) argumentam que para haver um bom envelhecimento, os indivíduos deveriam ter hábitos e cuidados que evitem a incapacidade e a doença, e consigam preservar as suas capacidades físicas e mentais, o que, consequentemente, facilita a integração produtiva e social na sociedade. Houben,

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Audenaert e Mortelmans (2004) defendem que atividades sociais que imponham um certo empenho físico e/ou mental contribuem para o Envelhecimento Ativo e são geralmente realizadas ao ar livre. Baseando-se nesses fundamentos, os autores criaram um índice de ativos que se expressa através de cinco princípios: trabalho remunerado, cuidados e trabalho voluntário, mas também desporto e atividades recreativas ao ar livre. Os autores Forsman, Nordmyr e Wahlbeck (2011) defendem que, tratando da saúde mental dos indivíduos mais velhos através de ocupações sociais relevantes ajustadas às suas capacidades e interesses, promove-se um aumento do seu bem-estar e uma redução de indícios depressivos. Oxley (2009), mostra-nos que para a Comissão Europeia, os hábitos para um Envelhecimento Ativo compreendem uma aprendizagem contínua no percurso da vida; deve-se trabalhar mais tempo reformando-se mais tardiamente e de forma gradual, mas após a reforma manter-se ativo e realizar atividades que fortifiquem e preservem a boa saúde. A chave para o envelhecimento bem-sucedido, segundo Pfeiffer (1974) e Rowe & Kahn (1987) foi vista como a continuidade da atividade em idade avançada e retenção de valores típicos da meia-idade (Havighurst, 1963) negando o início da velhice (Walker, 2002). No conceito de envelhecer bem, está presente o envelhecer com sucesso, de uma forma ativa, saudável, positiva, produtiva e competente. Segundo Barrett e McGoldrick (2013), cada um desses conceitos implica uma abordagem divergente dos ganhos e potencialidades do envelhecimento. Envelhecimento ativo é um conceito que não detém uma definição precisa e de consenso genérico, e é usualmente utilizado para significar todas as coisas para todas as pessoas (Walker e Maltby, 2012). Os autores Sidorenko e Zaidi (2013) afirmam que a falta desse consenso universal pode dificultar o objetivo de incrementar e confrontar a implementação de políticas, tanto a nível internacional como nacional (Sidorenko e Zaidi, 2013). Na opinião de Ranzijn (2010), existem dois fatores que dificultam a definição de envelhecimento ativo, um é que existe uma ausência de consenso sobre o que constitui o envelhecimento ativo. O segundo fator é que o envelhecimento ativo é muitas vezes

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confundido com conceitos similares como envelhecimento saudável e envelhecimento produtivo, estes conceitos são definidos de forma distinta por diversos autores. A OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) atribui ao conceito de Envelhecimento Saudável como "manter os idosos em boa saúde e mantê-los autónomos e independentes durante um período mais longo de seus anos remanescentes" (Oxley 2009, p.6), e que este conceito realça o reconhecimento de projetos e planos que valorizem a saúde dos indivíduos. Segundo Oxley (2009), a implementação de políticas neste campo poderia levar ao incremento do envolvimento na área de trabalho e na prática de outras atividades. A ideia que se tem sobre o que é o envelhecimento, é por vezes ainda retratada, e erradamente, como alguém que esteja incapacitado e/ou dependente, e estando relacionado ao adoecimento e ao decréscimo funcional. Alternativamente, as pessoas idosas podem ser vistas como um recurso social e económico (Fernández-Ballesteros, Robine, Walker e Kalache, 2012). Adicionalmente, é bastante comum analisar o Envelhecimento Ativo através de uma perspetiva unicamente económica (Clarke e Warren 2007; Perek-Białas, Ruzik e Vido i o á ; Walke . Autores e pesquisadores como Guillemard e Argoud (2004) e van den Heuvel et al. (2006) debruçavam-se intensivamente sobre a participação deste grupo populacional no mercado de trabalho. Um dos direitos do Envelhecimento Ativo é o direito ao trabalho, o que leva o Estado a desenvolver diversas oportunidades para um indivíduo continuar ativo (Mayhew 2005; Walker 2006). Relativamente ao emprego, durante um longo período de tempo foram realçadas as limitações das pessoas mais velhas, que evidenciava uma propensão para abandonar antecipadamente o trabalho (Verté e De Witte 2006; Walker 2006) e nos anos de 1970 e 1980, várias políticas implementadas em diversos países incentivavam à saída prematura do mercado de trabalho, apenas para baixarem os números dos níveis de desemprego (van den Heuvel et al., 2006).

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Phillipson (1982) e Walker (1981) defendem que há uma preocupação de que o afastamento do emprego origine um cenário em que as pessoas idosas deixam de estar num setor de sociedade produtivo socialmente definido, e isto conduz a uma desvalorização das pessoas mais velhas (Walker, 1980), assim como quando os indivíduos sentem que não conseguem atingir os seus próprios objetivos, ficam desiludidos consigo próprios e como consequência a sua autoestima baixa (Kessler, Rakoczy e Staudinger 2004). Uma medida do envelhecimento ativo não será de todo apenas aumentar o emprego de pessoas mais velhas, pois terá de se ter em consideração a implementação de políticas que combatam a discriminação de idade no emprego e aumentem a atratividade dos trabalhadores de mais idade (ActivAge Consortium 2005; Walker 2002), assim como promover a diversidade de idades, empregos mais flexíveis e oportunidades de preparação (Corsi e Samek, 2010). Tem de se ter especial atenção à atribuição de um conceito para envelhecimento ativo para não se excluir desta os idosos frágeis e/ou que estejam em circunstâncias de dependência (Jacobs, 2005), sendo possível o foco em três conceitos elementares: fomentar a adaptabilidade, sustentar o encorajamento do envolvimento emocional e de proximidade e retirar e afastar barreiras estruturais associadas à dependência ou idade (Boudini, 2013). Segundo os autores Foster e Walker (2013), e Walker (2002), o envelhecimento ativo enfatiza a necessidade de uma partida das noções de envelhecimento em termos puramente económicos para uma abordagem mais holística, incluindo qualidade de vida, bem-estar mental e físico e participação social. O envelhecimento ativo integra diversos fatores como a garantia dos direitos das pessoas idosas para preservarem a sua saúde (como por exemplo diminuir os custos da saúde e de cuidados sociais), manterem-se empregadas por mais tempo, e serem ativos no sentido de se envolveram em atividades comunitárias, de cidadania, e política (Foster, Walker, 2014). Ser ativo refere-se não só à capacidade de o indivíduo ser fisicamente ativo, mas também à sua participação contínua e ativa em atividades sociais, culturais, económicas, e de cidadania, assim como de se envolverem em atividades

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laborais (seja remunerado ou voluntariado), garantindo o seu bem-estar (Bousquet, et al., 2014). Bowling (2005) define Envelhecimento Ativo, como sendo a saúde física, psicológica, social, participação, independência, autonomia, controle para o aprimoramento da qualidade de vida, já Mayhew (2005) define-a como permitir que as pessoas permaneçam independentes e alcancem o seu potencial independentemente da idade. Outros autores optaram por se centrarem em três segmentos do Envelhecimento Ativo: apoios e acesso, utilização de serviços sociais, e aspetos económicos. Segundo Barrett e McGoldrick (2013), o envelhecimento ativo e envelhecimento bem-sucedido procuram a participação dos idosos na sociedade. Daatland, (2005), argumenta que o envelhecimento ativo incentiva a essa participação ativa, e dá valor ao facto de estes possuírem competências e conhecimentos. Para Davey (2002), o facto de as pessoas idosas terem uma vida melhor, depende de intervenções e medidas sociais, não excluindo a educação, o lazer (Walker, 2009) e a possibilidade de praticar voluntariado (Deeming, 2009). Villar (2012) argumenta que há uma contextualização do envelhecimento individual por parte das configurações sociais e culturais, e que estas variam em função das procuras que requerem e das oportunidades e recursos são disponibilizados. É então necessária e urgente uma definição de Envelhecimento Ativo e saudável, que integre a perspetiva social, económica, física, mas também cultural e de bem-estar mental. O envelhecimento é o resultado de um extenso procedimento de adaptação, fruto de diversos fatores como por exemplo o aumento do nível da educação, avanços médicos, sociais e económicos. A OMS (Organização Mundial de Saúde) em 1990 adotou a expressão Envelhecimento Ativo, tendo-a divulgado rapidamente (Walker, 2002). Desde aí que começaram a surgir ainda mais conceitos de Envelhecimento Ativo, sendo que a definição mais utilizada é mesmo a dada pela OMS, como sendo "o processo de

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otimização de oportunidades de saúde, participação e segurança para melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem", e ativo foi definido como "participação contínua em questões sociais, económicas, assuntos culturais, espirituais e cívicos, não apenas a capacidade de ser fisicamente ativo ou de participar da força de trabalho "(WHO, 2002, p.12), e também defende que os países atenderiam melhor às exigências relativas à saúde e também sociais dos indivíduos de mais idade caso os governos implementassem políticas voltadas para o Envelhecimento Ativo. 2.2 Surgimento/origem da política de envelhecimento O envelhecimento surgiu como uma questão de política da Europa Central no início da década de 1990, quando a CE estabeleceu um observatório para estudar o impacto das políticas nacionais sobre o envelhecimento. A primeira proclamação a este nível dos elementos-chave de um novo discurso ativo e participativo sobre o envelhecimento foi encontrada no Ano Europeu dos Mais Velhos em 1993 (Walker & Maltby, 1997) , Foster e Walker (2014, p.4). Segundo Carmel, Hamblin e Papadopoulos (2007), a urgência de incrementar o número de indivíduos empregados foi o que fundamentou as estratégias de envelhecimento ativo e de emprego. Mas nem tudo é tão simples assim, foram identificadas quatro dificuldades pelo documento "Rumo a uma Europa para todas as idades" (EC, 1999): o decréscimo dos indivíduos em idade de trabalhar; os gastos com sistemas de pensões e finanças públicas; a crescente necessidade de cuidados e a diversidade entre os recursos e os riscos dos idosos. Desafios estes que fizeram a Comissão chegar a quatro conclusões: aumentar a taxa de emprego na Europa (promovendo a aprendizagem ao longo da vida, disposições de trabalho flexíveis e melhorando os incentivos ao trabalho); melhorar as políticas de proteção social e reverter tendências de reforma antecipada; apoiar pesquisas relacionadas com políticas de saúde e cuidados de velhice e desenvolver políticas contra a discriminação no local de trabalho e a exclusão social.

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À medida que o emprego se tornou o objetivo principal da Comissão (Walker, 2009), o envelhecimento ativo foi reduzindo, e todos aqueles que exerciam uma atividade não remunerada deixavam de fazer parte desse conceito, sendo também ignoradas todas as possíveis contribuições que poderiam fazer para a sociedade (Boudiny, 2013). Pe a te este po to de ista, su ge a e essidade de ati a os t a alhado es de mais idade, para que possa haver um crescimento da economia, e há então uma estimulação da individualização das responsabilidades do trabalhador idoso ativado (Casey, 2012). Relativamente à reforma, Brown e Vickerstaff (2011) argumentam que esta é influenciada por um conjunto de condições como a saúde, riqueza, as decisões tomadas ao longo da vida e a satisfação no trabalho, e o objetivo é basicamente ampliar o período de atividade de pessoas mais velhas (Hamblin, 2010). Onyx e Benton (1996) definem reforma não como sendo uma paragem ou suspensão na vida, mas sim um prolongamento da mesma, havendo uma estabilidade e autocontrolo das ocupações de cada um. Uma realidade existente e continuamente crescente é que o aumento do número de indivíduos que se reformam (antecipadamente) pode ser atribuído aos avanços tecnológicos, e à perda de emprego relacionada com os mesmos. A utilização de máquinas veio substituir o lugar de muitos trabalhadores, quer os mais velhos, quer os jovens com mais formação e mais rápidos na execução das tarefas. Uma grande tendência do final do século XX foi a reforma antecipada, em anos mais recentes a tendência foi revertida com o aumento da idade de reforma (Ebbinghaus e Hofäcker, 2013). É importante que as empresas estabeleçam normas que prolonguem e assegurem o emprego dos indivíduos de mais idade no percurso das suas carreiras profissionais (Van der Heijden et al., 2009), mas por vezes os chefes são um pouco resistentes no que diz respeito a abordar e debater planos de reforma com os trabalhadores de mais idade, mesmo que esses trabalhadores estejam predispostos a trabalharem mais tempo caso fosse necessário (Henkens, Solinge e Cozijnsen 2009; Mountford 2011; Dalen et al., 2010), tirando os casos em que o gestor veja que o

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trabalhador tem um maior potencial e contributo para a empresa, caso em que se envolvem mais nos planos da sua reforma, sendo até capazes de incentivar o funcionário a não se reformar. Falando do processo após a reforma, muitos reformados sentem-se capazes de se envolverem muito significativamente em atividades de voluntariado, atividades familiares, assim como tomarem as suas próprias decisões, contudo, esta disposição e capacidade varia de pessoa para pessoa. Os indivíduos que já não se sentem com essa capacidade necessitam de contar com todos os recursos a que tenham direito quer na idade legal de reforma, quer antes se esse for o caso. O planeamento de uma reforma pode depender de vários fatores, um deles é o percurso durante a vida ativa (Moen e Spencer, 2006), o qual influencia as decisões e ações tomadas. Outro fator é o acesso a recursos financeiros (Hobfoll, 2002). Contudo, as decisões dos indivíduos por vezes são condicionadas por fatores externos que condicionam as alternativas avaliadas (Archer, 1995). 2.3 O envelhecimento ativo e a poupança 2.3.1 Objetivo da poupança e razão do seu surgimento O aumento da esperança média de vida, levará a uma reestruturação do trabalho, mas, esse aumento da esperança média de vida, levará também a uma subida dos níveis de dependência, afetando a forma como as pessoas irão investir e como consequência poupar (Castro et al., 2013). Poupar é um conceito que tem vindo a ser alvo de diversos estudos que têm como base o tema da economia (Canova et al, 2005 cit. por Fisher e Montalto, 2010), e também da psicologia, onde poupar é visto como o resultado de um processo deliberado de constituir poupança com o intuito de atingir os fins desejados (Lewis, Webley e Furnham, 1995; Warneryd, 1999, cit. por Fisher e Montalto, 2010). Contudo, é incontestável que constituir uma poupança é motivado por fatores psicológicos, mas também por fatores económicos (Furnham e Argyle, 1998 cit. por Fisher e Montalto, 2010). Os autores Schmidt-Hebbel et al. (1996) e Reis (1996) também concordam com

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esse facto, defendendo que a poupança e o crescimento económico estão fortemente ligados em variados estudos. Segundo Koonce et al. (2008) e Lynch Jr et al. (2010), a maior parte das investigações sobre os hábitos de poupança são realizadas com base na racionalidade das decisões financeiras tomadas pelos indivíduos, e estas investigações evidenciam os procedimentos relacionados com a educação e o planeamento financeiro. Pesquisas realizadas por Keynes (1936), Bernheim e Garret (1996), focaram-se também em variáveis económicas (como a idade, grau de escolaridade, hábitos de poupança), e outras observaram as variáveis psicológicas e comportamentais de hábitos de poupança, adicionando ainda variáveis de autocontrole (Rha; Montalto e Hanna, 2006), metas (Soman e Zhao, 2011), visão de futuro (Trope e Liberman, 2003), motivações (Canova, Rattazzi e Webley, 2005) e expectativa do consumidor (Katona, 1975). Quanto às metas, estas constituem uma função muito significativa nas diversas perspetivas da vida dos indivíduos, como por exemplo a concretização de um projeto ou os hábitos de poupança/gastos (Soman e Zhao, 2011). Em indivíduos de baixos rendimentos, as metas são relacionadas a uma baixa motivação para poupar, já indivíduos de altos rendimentos, definem metas mais ambiciosas, tendo uma maior motivação para pouparem. Katona (1975) definiu poupar como o ato de providenciar recursos no futuro com o intuito de se proteger dos imprevistos que possam surgir ou que possibilitem a aquisição de bens ou serviços. Katona (1975) diferenciou três tipos de poupança: a poupança residual, onde apenas se poupa quando há margem para tal, não existindo um plano específico de poupança; a poupança contratual, em que o comportamento é compulsório e regular, como nos casos dos planos de reforma, seguro de vida ou planos de reforma privada; e a poupança discricionária, que é a acumulação propositada de dinheiro destinada à poupança (Lunt e Livingstone, 1991). Para Garcia (2005, p.134), a poupança e te dida o o a a ste ção do consumo no presente ou enquanto parte do rendimento disponível que não é utilizado pa a o su o fi al pela u idade ou seto i stitu io al .

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Os procedimentos efetuados relativamente às despesas e às poupanças, estão interligados com os procedimentos de gastos ao longo do tempo e às expectativas futuras (Anderson e Nevitte, 2006). Smith (1776), assumiu que o que é decidido pelos indivíduos, além de afetar o estado de saúde e felicidade destes, afeta também o progresso e desenvolvimento económico das sociedades. Lynch Jr (2011) entende que poupar é prescindir do entusiasmo de consumir algo no presente, dando a oportunidade de consumir no futuro, e que compreender os hábitos de poupança e financeiros dos consumidores é algo complexo e de difícil pesquisa, porque envolve várias vertentes sociais, racionais e psicológicas. Para uma família garantir o seu bem-estar, tem a importante decisão de optar por poupar ou consumir durante o percurso das suas vidas. Os estudos económicos e empíricos mostram que um dos motivos de as famílias pouparem, é devido à sua vontade de atingir estabilidade ao longo da vida, inclusive após a reforma (Alexandre, Aguiar- Conraria, Bação, Portela, 2011). Existem, na teoria económica, várias teorias que explicam as decisões de poupança. Na perspetiva neoclássica, destacam-se a Hipótese do Ciclo de Vida (e.g., Ando e Modigliani, 1963; Modigliani e Ando, 1957; Modigliani e Brumberg, 1954), a Teoria do Rendimento Permanente (e.g., Friedman, 1957) e o Modelo das Gerações Sobrepostas (e.g., Allais, 1947; Samuelson, 1958; Diamond, 1965). A Teoria da Hipótese do Ciclo de Vida e a do Rendimento Permanente consideram que familiares e indivíduos se preocupam com as possibilidades de consumo e despesa a longo prazo, e por isso decidem o consumo e a poupança em termos de rendimento esperado. A Hipótese do Ciclo de Vida (HCV) (e.g., Ando e Modigliani, 1963; Modigliani e Ando, 1957; Modigliani e Brumberg, 1954), defende que o que reflete a idade dos indivíduos ou a fase da vida onde estão, é o consumo e a poupança, e que o principal incentivo a poupar é a reforma. A Teoria do Rendimento Permanente (TRP) (e.g., Friedman, 1957) reconhece que é baseando-se nas suas remunerações permanentes que os indivíduos controlam os

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seus gastos, ou seja, nos emolumentos que creem vir a conseguir obter durante as suas vidas, e não nas baseadas nos seus rendimentos correntes ou atuais. No Modelo das Gerações Sobrepostas (e.g., Allais, 1947; Samuelson, 1958), assim como na Hipótese do Ciclo de Vida, para conseguirem responder ao consumo durante e depois da reforma, os indivíduos optam por constituir poupanças durante o período ativo das suas vidas. Katona (1975), nesta linha de raciocínio, defende que a poupança é resultado de dois aspetos psicológicos, a capacidade, e a motivação para poupar. Wärneryd (1989), também através de uma abordagem psicológica, defende que os hábitos de poupança estão relacionados com o modo como os indivíduos enfrentam a ambiguidade relativa ao futuro e o método que utilizam para conseguirem atingir os seus objetivos. Beverly (1997), criou um modelo onde destaca as variáveis contextuais, assim como as variáveis psicológicas e comportamentais, ou seja, às variáveis pré-existentes (demográficas e psicológicas), acrescenta também como determinantes dos hábitos de poupança as variáveis sociológicas e institucionais. Relativamente às variáveis comportamentais, alguns exemplos de variáveis com efeitos negativos sobre os hábitos de poupança são a inexistência de envolvimento no cumprimento de metas, dificuldades em controlar-se a si próprio, e a não antecipação dos efeitos futuros de uma escolha decisiva (Lynch Jr et al, 2010). Contudo a teoria comportamental mais apresentada é a Teoria da Hipótese do Ciclo de Vida Comportamental (Shefrin e Thaler, 1988; 1992). De acordo com esta teoria, mesmo que para os indivíduos o seu maior interesse seja poupar, estes têm muita dificuldade em privarem-se de gastar dinheiro no presente. Maital e Maital (1994) a gu e ta ue esta teo ia o po ta e tal a poupa ça a fa ília o o o resultado de uma imposição sofisticada e com sucesso de constrangimentos em gastos que leva a uma melhoria de bem-esta (Maital e Maital, 1994, p. 7).

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Em Portugal, a taxa de poupança da economia atingiu o seu pico nos anos 70, mas logo a partir daí, verificou-se um decréscimo acentuado. Ainda no final dos anos 70 e inícios dos anos 80, esse decréscimo coincidiu com crises financeiras, o que levou a que o Fundo Monetário Internacional (FMI) interviesse por duas vezes. Esse decréscimo acentuou-se ainda mais nos anos 90. Garcia (2005), num estudo sobre a poupança em Portugal conclui que, o país conseguia salvaguardar os seus valores de poupança sempre elevados, facto que persistiu apenas, como referido acima, até aos anos 70, a partir daí a situação reverteu-se, analisando-se uma descida acentuada dos níveis de poupança, tendo-se igualado este período, ao período da entrada do euro. Alves e Cardoso (2010), através de um inquérito que realizaram, mostram que a poupança nas famílias cresce à medida que o tempo passa, atingindo o seu pico máximo logo antes da altura da reforma, e que a poupança está relacionada de forma positiva com as habilitações literárias dos indivíduos e com quantos deles, dentro do agregado familiar, exerce uma profissão. Nas últimas décadas, o aumento da esperança de vida levantou significativas preocupações com a poupança para a reforma. Com este aumento, o número de anos de vida após a reforma aumenta, o que implica o aumento da necessidade de constituir poupanças (Hendricks e McAllister,(1983). Aqueles que tenham constituído poucas poupanças no percurso das suas vidas, tendem a olhar apenas para o presente, não pensando no futuro e nas adversidades que este possa trazer com ele, muitos dos que pouparam mais, foi devido ao facto de que lhes foram fornecidas as devidas informações sobre as vantagens e procedimentos de como realizar essa poupança (Shah, Manchester e Sohourner, 2014). Em 1991, Sherraden, afirma que as famílias de baixos rendimentos, tendem a constituir poupanças para fazer face a eventos adversos no futuro, uma vez que percecionam maior dificuldade de acesso ao crédito. Esta perceção de dificuldade de acesso ao crédito aumenta a necessidade de constituir poupanças com o objetivo de salvaguardar acontecimentos adversos sem haver a necessidade de ajustar despesas necessárias, como gastos com a educação ou com prestações fixas.

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Num estudo de Feldstein em 1979, pode ler-se que somente as famílias com posses superiores à média, e em que a segurança social contribua apenas com poucos apoios, é que frequentemente conseguem dispor de uma porção considerável dos seus rendimentos para efeitos de poupanças, fazendo parecer que não são as posses das famílias, mas sim as posses e os apoios futuros da segurança social que determinam a sua porção da poupança. O principal objetivo da poupança, é esta prover os rendimentos necessários para a reforma, se bem que, caso os indivíduos não optem por esse caminho, têm diversos mercados e sistemas de apoio ao seu dispor, como por exemplo, a Segurança Social. Ando et al. (1992), defendem que a função da poupança é deslocar riqueza de momentos mais desfavoráveis para momentos mais favoráveis, ou seja, ao invés de se poupar para momentos desfavoráveis, poupar para momentos favoráveis. As alterações mais notórias no bem-estar analisadas no século 20 foram a evolução da saúde e o aumento da esperança média de vida (Lee, 2003), e essas alterações não só resultaram numa grande evolução do bem-estar (Nordhaus, 2003), como também tiveram uma forte influência no comportamento das pessoas (Hamermesh, 1985). O aumento da esperança média de vida, adicionado às baixas taxas de natalidade, faz aumentar o envelhecimento da população, e tal acontecimento traz uma grande agitação financeira em serviços como a segurança social, pois estes tentam promover os melhores resultados de reforma e consumo, fazendo um esforço para superar a falta generalizada de previsão sobre a necessidade de poupar para a reforma (Feldstein, 1985; Laibson, 1998 e Laibson et al., 1998). Deaton e Paxson (2000), argumentam que o aumento do envelhecimento terá sido o grande impulsionador dos hábitos de poupança, e que esses hábitos existem quando a idade da reforma é fixa, mas, sem idade obrigatória de reforma, há um aumento do período de vida profissional, e não há uma previsão para hábitos de poupança.

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Para Browning e Lusardi (1996), existem mais razões para constituir uma poupança para além da chegada da reforma, como por exemplo, pouparem para deixar uma herança para as gerações futuras, pois os indivíduos não se preocupam apenas com o seu bem-estar, mas também com o dos seus filhos, sendo importante para eles a atribuição de uma herança. Segundo Kotlikoff (1989), uma consequência do aumento da esperança média de vida, é a duração da vida profissional, e analisa que efeito tem a vida profissional aumentar proporcionalmente, sobre a economia. 2.3.2 Quais os motivos que levam a não constituir poupanças A questão de as pessoas não pouparem pode ter a ver com diversos fatores. Alguns erros são muito comuns, Glink (1999), na sua lista coloca como principal motivo o facto de as pessoas tenderem a deixar para amanhã. De acordo com um estudo de Lusardi (1999, 2003) e Yakoboski e Dickemper (1997), um terço dos adultos na década de 50 não conseguiram implementar qualquer tipo de plano de poupança para a reforma. Apesar de alguns estudos apresentarem algumas propostas sobre o motivo pelo qual algumas pessoas não planearam poupanças para a reforma, poucos são aqueles que analisam os custos que essa ausência de planeamento pode ter nas decisões de poupança para a reforma. Calvert, Campbell e Sodini (2007), apresentam estudos sobre tópicos relacionados, mostrando que as famílias com maiores rendimentos estarão mais predispostas a investir em ações. Townsend (1979), mostra que a classe e a origem profissional dos indivíduos influenciam o facto de estes pouparem ou não, e que aqueles que pertencem a uma classe com menor rendimento ou com menos sucesso profissional, têm rendimentos mais baixos, são menos ativos e têm menor probabilidade de terem constituído poupanças (Taylor e Ford, 1983). Pertencer a uma classe com maior rendimento, está associado a conhecimentos mais aprofundados e maiores noções de planeamento, enquanto que em classes com menores rendimentos, o planeamento de poupanças era

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baseado apenas na preocupação com o futuro. Segundo Keynes e a sua lei psicológica fundamental, quanto maior for o rendimento do indivíduo, maior a quantia poupada, indo esta teoria de encontro com a anterior mencionada. Na mesma linha, Mitchell (1988) e Gustman e Steinmeier (1999), concluem que os trabalhadores parecem ter poucas informações sobre os benefícios a que têm direito, como os da Segurança Social e os da reforma. Para muitos, planear uma poupança não é fácil, e é uma razão de poucos o fazerem. Um estudo realizado pela seguradora AXA (2006), mostra que os indivíduos não são devidamente esclarecidos sobre as suas reformas, assim como o valor delas. Uma formação escolar mais desenvolvida pode ser um ponto chave no sentido em que influenciaria a forma como o indivíduo olharia para a sua saúde. Um indivíduo com uma alfabetização abaixo da média terá mais dificuldade em acompanhar um tratamento e consequentemente mais problemas de saúde. A formação escolar afetaria o desenvolvimento da saúde, mas não só, iria alterar os seus conhecimentos, os seus hábitos de saúde e o seu desenvolvimento, assim como a sua posição socioeconómica. Para os autores Ameriks, Caplin e Leahy (2003), o planeamento e hábitos de poupança estão totalmente relacionados com a educação, níveis baixos de educação tendem a estar associados a níveis baixos de rendimento, e aqueles com níveis altos de educação poderão sentir-se motivados a dedicarem-se ao planeamento, pois podem beneficiar mais do que os indivíduos com níveis baixos ou nulos de riqueza. Hubbard, Skinner e Zeldes (1995), na mesma linha, mostram que um conjunto distinto de indivíduos (com níveis baixos de educação), são os que menos poupam ou planeiam poupar para a reforma, e que além disso, também não têm poupanças suficientes para fazerem frente a situações imprevistas no futuro. Apesar de Alexandre et al. (2011) não detetarem qualquer relação relevante entre os hábitos de poupança e educação, Alves e Cardoso (2010) associam as poupanças das famílias em Portugal ao rendimento gerado, que depende do nível de educação e da experiência no mercado de trabalho.

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Outra das razões pela qual as pessoas não conseguem planear uma poupança para a reforma, ou fazê-lo com sucesso, pode ser porque são financeiramente iletradas, aqueles que a planeiam, acumulam uma maior riqueza mesmo antes da reforma, e além disso, como têm uma maior estabilidade económica e melhores recursos financeiros, vivem uma reforma bastante satisfatória (Lusardi, 2003). Esta iliteracia financeira, e as poucas informações a que os indivíduos têm acesso, influenciam a possibilidade destes indivíduos constituírem poupanças adequadas às suas disponibilidades presentes e necessidades futuras. Para os autores Mano e Elliott (1997) cit. por Tatzel (2002), os indivíduos com maiores níveis de literacia são aqueles que realizam poupanças com base no conhecimento que possuem sobre o mercado, adaptando as suas necessidades às oportunidades que lhes sejam mais vantajosas, reconhecendo que a aquisição de um produto é um investimento para o futuro. O problema surge quando muitos dos indivíduos não conseguem conter os gastos, acabando por inutilizar as suas poupanças, mesmo tendo consciência que serão necessárias em situações de urgência. Nesta dimensão a questão do autocontrolo é fundamental, este pode ser compreendido como a força de um indivíduo se conter em relação à vontade de consumir algo, com o objetivo de usufruir desse dinheiro que poupou futuramente. Pessoas com maior capacidade de se controlarem, tomam as suas decisões focando-se no longo prazo, caso contrário, indivíduos com pouca capacidade de se controlarem, tomam as suas decisões focando-se no curto prazo, o que leva a dizer que o autocontrolo é uma caraterística dos indivíduos (Baumeister, 2002). Este mesmo autor associa o autocontrolo como sendo uma caraterística da personalidade dos indivíduos, variando, portanto, de pessoa para pessoa, estando alguns indivíduos mais propícios a afetarem as suas poupanças de longo prazo assim que estiverem perante situações que estimulem a gastar, como por exemplo promoções. Os autores Romal e Kaplan (1995) também apoiam a teoria de Baumeister, associando níveis elevados de autocontrolo, a níveis elevados de poupança. Verificou-se ainda que o autocontrolo existe tanto em indivíduos de alto rendimento, como nos de baixo rendimento, mas por motivos diferentes. Nos de baixos rendimentos, é devido à precaução e indecisão futura, nos de altos rendimentos, é devido ao maior conhecimento e planeamento do orçamento.

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As famílias que não planeiam a reforma acabam por ter poupanças muito mais baixas do que as famílias que fizeram o contrário. Hurst (2003) confirma que famílias que não planearam uma poupança, têm quantidades mais baixas de riqueza na reforma. Lusardi (1999, 2003) demonstrou que um dos maiores problemas dos indivíduos é o facto de não pensarem e preverem a chegada da reforma, mesmo estando a sua data de chegada muito próxima, justificando esta despreocupação pelo facto de talvez os indivíduos não desejarem parar de trabalhar. A existência da segurança social pode ser um fator que faça com que não haja hábitos de poupança, pois as pessoas podem estar a contar com a ajuda da mesma na reforma, este sistema deveria ser capaz de orientar os indivíduos combatendo a escassez de bens e serviços, a pobreza e a exclusão social. Segundo Feldstein (1974, 1978) e a sua tese de depressão, afirma que a segurança social faz com que haja um menor nível de poupança. Com base nesta, surge uma outra tese contraditória, a tese do incentivo, que defende que a segurança social pode sim levar a um aumento da poupança e não à sua diminuição (Cagan, 1965). Feldstein (1974), que foi o autor de uma das primeiras pesquisas sobre o impacto negativo que a Segurança Social tem na poupança, afirma que este sistema faz com que os indivíduos não se preocupem tanto com as suas poupanças e estas decresçam, pois esperam receber benefícios elevados quando se aposentarem, logo terão uma tendência a reduzir sua poupança no período ativo, não iria poupar no presente pois iria contar com garantias do Estado no futuro. O Sistema da Segurança Social é realmente um fator que interfere nas decisões de poupança dos indivíduos e das suas reformas. É um sistema que não disponibiliza muitos incentivos para a população poupar, ficando as famílias com pouca necessidade de acumular riquezas. Mais recentemente, a Segurança Social tem apresentado algumas marcas de i suste ta ilidade, e as ausas ue le a a a isso fo a o e elhe i e to demográfico, aumento de dependência dos idosos, aumento da esperança média de

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vida, redução da taxa de natalidade que tornará o sistema de proteção social i suste tá el a p azo i di ia do u ag a a e to dos ustos as o tas do Estado (Silva, 2010 p.37). Um dos fatores que contribui para essa insustentabilidade é o facto de a idade média com que as pessoas se reformam, comparado com a idade de reforma, ser cada vez mais precoce. Como podemos ver na Figura 1, a idade média em que os indivíduos se reformaram é 62,6 anos no ano de 2017, sendo a idade de reforma nesse ano apenas aos 66 anos e 3 meses.

Figura 1 – Idade Média de Reforma/Aposentação em Portugal Fontes/Entidades:ISS/MTSSS,PORDATA Última atualização: 2018-05-16

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O aumento da esperança média de vida coloca desafios importantes à sustentabilidade do sistema de segurança social (Fernandes, 2014). Adicionalmente, há outros fatores que também contribuem negativamente, sendo eles o número de indivíduos que se reformam antecipadamente e a redução dos indivíduos ativos (Fernandes, 2014). A confirmar esta interpretação, estão os autores Barr e Diamond (2008), afirmando que a vulnerabilidade da Segurança Social reside na dificuldade de esta se adaptar a fatores de longo prazo. Coile e Gruber (2007), para além do fator do aumento da longevidade, destacam também uma outra realidade, sendo que muitas vezes os Sistemas da Segurança Social levam a que os indivíduos de mais idade não se envolvam no mercado de trabalho, pois existem incentivos, em muitos casos, a que os indivíduos se reformem antecipadamente. E Diamond (2005), defende que não existem muitas medidas que incentivem os indivíduos a trabalharem após a idade de reforma. Ziliak (2003) defendem que os indivíduos ao esperarem apoios da Segurança Social diminuem a sua poupança, na expectativa de receberem os apoios que a mesma disponibilizar-lhes-á. 2.3.3. Possíveis medidas/motivações que ajudem as pessoas a constituírem hábitos de poupança De acordo com um estudo realizado em 1994 por Xiao e Noring, os estudos sobre as motivações para constituir poupança eram escassos. Mas, ainda que com poucas referências na literatura, é necessário mencionar as diferentes motivações que conduzem os indivíduos a constituírem as suas poupanças. O primeiro autor a conseguir identificar diversos motivos distintos foi Keynes (1936, cit. por Fisher e Montalto, 2010), identificando oito motivos, e a estes foi acrescentado mais um motivo por Browning e Lusardi (1996, cit. por Fisher e Montalto, 2010), motivos esses designados de: motivo de precaução, motivo do ciclo de vida, motivo da substituição intertemporal, motivo do progresso, motivo da independência,

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motivo empreendedor, motivo do legado, motivo da avareza e, por último, o motivo da diminuição do pagamento. a) Precaução O modelo do ciclo de vida, diz-nos que o único motivo para constituir poupança é a acumulação de rendimento para garantir um padrão de consumo estável ao longo da vida. Autores como Haron et al. (2013) e Fisher e Anong (2012), enfatizam o motivo precaução. Poupar como forma de prevenção é um bom caminho a tomar, protegendo-se de riscos financeiros futuros, por exemplo o desemprego ou problemas a nível da saúde, de forma a amortizar despesas imprevistas que possam surgir, pois os rendimentos dos indivíduos não são certos e por isso eles irão ter mais disposição para pouparem (e é a esta incerteza que leva a poupar, que muitos autores chamam de precautionary saving), ou até mesmo para poderem desfrutar de umas férias, adquirir bens duradouros ou despesas com os estudos dos filhos/netos. Portanto uma grande motivação a poupar é a precaução, para Drèze e Modigliani (1972), Kennickell e Starr-McCluer (1994) e Engen e Gruber (1995) é o maior motivo que leva os indivíduos a pouparem, pois um risco maior em relação aos rendimentos provoca um consumo mais baixo, ou seja, quando os indivíduos receiam que os seus rendimentos diminuam no futuro poupam mais, concluindo que quando existe uma certa insegurança futura, os indivíduos sentem-se motivados a poupar no sentido de prevenirem para o futuro. Baseado no modelo do ciclo de vida, surgiu um outro modelo, simulado por Miles (1999), o modelo de gerações sobrepostas. Este autor afirmou que os níveis de poupança são seriamente dependentes do fator idade e que nas próximas décadas se iriam observar níveis mais baixos de poupança em consequência do aumento da idade média de vida dos indivíduos. Mas, mesmo depois da reforma, é possível os indivíduos manterem os seus níveis de poupança elevados.

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Alguns motivos que possam levar a que os indivíduos poupem são, por exemplo, ajustar e adaptar os gastos às alterações futuras de rendimento, como na reforma; conseguir controlar situações de emergência; ser capaz de dar apoio económico à família ou deixar uma herança; ter a possibilidade de comprar pertences de grande valor. Sturm (1983) diz que estes três primeiros motivos estão relacionados principalmente com a poupança a longo prazo, já o último, está relacionado com a poupança a curto e médio prazo. Uma investigação realizada por Aizcorbe, Kennickell e Moore (2003), confirma dois destes motivos, defendendo estes autores que poupar para auxiliar a família e para ter a possibilidade de adquirir pertences de grande valor estão entre os maiores motivos para poupar. Para Owens (1993), decidir o que leva a poupar vai para além destes motivos, não os tornando exclusivos. Aizcorbe, Kennickell e Moore (2003) defendem que um dos grandes motivos para poupar, é a chegada da reforma. b) Metas Um fator que aumenta a motivação e a propensão dos indivíduos a poupar é a existência de metas, pois a estes interessa-lhes caminhar rumo aos objetivos que procuram atingir (Bayuk; Janiszewski e Leboeuf, 2010). Keynes, em 1936 analisou o facto de as metas motivarem e levarem a comportamentos de poupança, descrevendo diversos motivos que motivam esses comportamentos como: precaução, prospeção, cálculo dos gastos, melhoria, independência, avareza e vontade de empreender. Katona (1975), também realizou uma pesquisa relativamente a este tema, reconhecendo quatro motivos para os indivíduos constituírem poupanças, sendo eles emergência, aposentadoria, suprir necessidades familiares e outros propósitos. Já em 1981, Lindqvist apresentou um conjunto de ideias, com quatro motivações para poupar, sendo elas gestão de caixa, reserva para imprevistos e emergências, atingir metas financeiras e o controlo dos investimentos. Neste conjunto de ideias, os indivíduos poupam com o objetivo de adquirir bens, e isso torna-se uma meta (poupar para adquirir bens são exemplos de metas que motivam os indivíduos a pouparem).

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c) Seminários Clark, Morrill e Allen (2011); Clark e D'Ambrosio (2002); Clark et al. (2003, 2004) e Collins (2011) referem algumas medidas que se tentaram implementar no sentido de auxiliarem os trabalhadores na realização de práticas de poupanças, que segundo o seu estudo, uma delas seria a realização de seminários sobre o tema da reforma, oferecidos pelas empresas, funcionando como um programa de incentivo e esclarecimento a nível financeiro patrocinado pelo governo. Outros autores que confirmam essa mesma proposta, são Bernheim e Garrett (2003), que apontam que os seminários de reforma disponibilizados pelos empregadores têm como consequência maiores hábitos de poupança. Diversos estudos mostram que quem tenha participado em seminários de planeamento financeiro, terá maior probabilidade de constituir poupanças e de realizar um planeamento antecipado da reforma. Há uma grande probabilidade de que quem tenha frequentado tais seminários tenha mais tendência a poupar, o problema é que muitas das vezes essa participação é voluntária, ou seja, isto torna-se complexo quando vamos tentar perceber se os indivíduos estão a poupar devido aos seminários, ou por intuito próprio (Bernheim e Garrett, 2003 e Lusardi, 2002). d) Planos de Poupança Reforma A estimulação e o crescimento dos incentivos à poupança são essenciais, e para isso deveriam existir mecanismos que facilitassem e/ou recompensassem o crescimento da poupança. Em 1989, foram criados, em Portugal, Planos de Poupança Reforma, com o objetivo de motivarem os indivíduos a pouparem. Estes planos de poupança vieram suportar a possibilidade de os indivíduos poderem manter a sua qualidade de vida durante o período de reforma, sendo a maior prioridade motivar a poupar e diminuir as dívidas dos indivíduos. Estes planos de poupança trazem diversas vantagens aos indivíduos, como benefícios fiscais, e a obrigação de efetivamente constituírem poupanças. Mas estes planos de poupança também apresentam uma desvantagem relacionada com os custos associados, como a subscrição, gestão, transferência,

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depósito e outras comissões. É o indivíduo que opta por fazer ou não um plano de poupança reforma, dependendo este plano das possibilidades de cada um, e das ofertas dos Bancos. Alguns estudos defendem que do aumento da esperança média de vida resultam maiores poupanças, mas heranças mais baixas, pois vive-se até mais tarde (Zhang et al., 2003). Bloom, Canning e Graham (2003) também defendem que o aumento da esperança média de vida trás maiores níveis de poupança, níveis estes que podem resultar da maior necessidade de consumo durante a reforma. e) Segurança Social Contrariamente ao que foi dito anteriormente em relação à negatividade da Segurança Social, os autores Katona (1965) e Cagan (1965), em algumas pesquisas que realizaram, indicam que a Segurança Social pode ser um motivo que incentive os indivíduos a constituírem poupanças, defendendo que os que estão ao abrigo deste mercado constituem mais poupanças do que aqueles que não estão, pois este relembra aos indivíduos a relevância de poupar para a reforma, fazendo com que poupem mais e oferecendo assim um suporte que integre rendimentos seguros para a reforma. Cagan (1965) defende que um indivíduo só se apercebe da relevância de poupar quando é forçado a participar num plano de apoio social. Já Leimer e Lesnoy (1982) não tomam qualquer partido, defendendo que a Segurança Social não afeta a poupança, quer de forma positiva quer negativa. Existem, no entanto, mais contras do que prós, no que diz respeito à influência da Segurança Social nos hábitos de poupança. f) Literacia Financeira Algo que poderia melhorar a informação que os indivíduos têm relativamente à situação económica, a constituírem mais poupanças e a alcançarem uma maior estabilidade económica e financeira durante a reforma, seria a literacia financeira. A literacia financeira é o entendimento de definições financeiras sucintas e não muito complexas, de fácil entendimento e que auxiliem no controle dos rendimentos das

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famílias e na tomada de decisões económicas e financeiras. Os autores Gale, Harris e Levine (2012) atribuem a literacia financeira a seguinte definição: literacia financeira é ter a competência de poder decidir e opinar corretamente relativamente a assuntos financeiros, e Pang (2010), defende que é o entendimento de variadas ideias com base na economia, com o intuito de serem aplicadas em diversas situações e que possibilitem a tomada de decisões acertadas. Existem vários estudos que mostram que os indivíduos têm poucos conhecimentos sobre finanças e conceitos financeiros, e que esta falta de conhecimento prejudica os hábitos de poupança, indivíduos com níveis mais baixos de educação financeira, estão menos propícios a criarem um plano de reforma ou terem hábitos de poupança, sendo o mais provável criarem situações de dívida (Jappelli e Padula, 2013), é por todos estes fatores que a educação financeira poderia fazer a diferença na decisão de poupar. g) Recursos pessoais Também é importante a existência de determinados recursos pessoais que os indivíduos mais velhos possam ter acesso no caso de encontrarem alguns desafios ou dificuldades, recursos como apoio social, rendimento e poupança, saúde e apoios psicológicos. Os indivíduos têm de ver que o hábito de poupança é altamente importante, pois em algum momento das suas vidas, obter poupanças tornar-se-á um recurso básico para diversas situações, tanto nas mais óbvias como dificuldades materiais, como nas menos óbvias, como por exemplo em casos de trauma e perdas emocionais, e o apoio social é capaz de disponibilizar apoios também a nível emocional. Aqueles com maiores recursos financeiros estarão abertos a experienciar vivências positivas de reforma, mas nem sempre a poupança antes da reforma leva a essas vivências positivas, pois acontecimentos relacionados com a saúde e decisões individuais influenciam o futuro e o rumo onde essas poupanças serão investidas, e por isso é também importante continuar a poupar após a reforma.

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h) Estudos que pesquisam motivos para poupar Os estudos que pesquisam os motivos que levam à poupança, são eles próprios um fator que pode levar a uma diminuição das dívidas dos indivíduos, principalmente aqueles de baixos rendimentos, dando-lhes mais conhecimentos e ajudando ao seu acesso a apoios financeiros. O papel dos gestores de políticas públicas é importante, pois conseguem obter um maior conhecimento em relação a fatores que estimulem a poupança dos indivíduos. Por exemplo, um conhecimento mais aprofundado sobre o facto de indivíduos de baixos rendimentos tenderem a poupar menos, nomeadamente procurando entender os determinantes dessa decisão, pode originar a formulação de políticas que visem alterar a decisão dos agentes. i) Sensibilização da população A sensibilização da população deveria ser um possível aspeto a melhorar, para que esta adotasse planos de preparação para a reforma, e que lhes proporcionasse o supervisionamento das suas despesas e rendimentos, evitando assim posteriores situações de dívida. Uma possível forma de sensibilizar os indivíduos, poderia ser através de campanhas de informação e educação, Parker e Preston (2005), defendem que essas campanhas, para abranger o maior número de indivíduos, deveriam ser realizadas a nível nacional. Já que os privados investem milhões em publicidade atraindo os indivíduos a consumirem e gastarem, poderiam investir mais no incentivo à poupança e à precaução futura. O governo poderia apoiar esta diferente forma de incentivo, aumentando os níveis de poupança das famílias. j) Planeamento Um adequado conhecimento dos riscos e possíveis acontecimentos adversos no futuro pode influenciar positivamente o planeamento da reforma e com isso diminuir a probabilidade de enfrentar dificuldades financeiras.

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2.4 Desenvolvimento de novos produtos e serviços associados a hábitos de poupança/envelhecimento ativo Quando existem hábitos de poupanças e práticas de envelhecimento ativo, tais fatores podem levar ao desenvolvimento de certos Negócios/Setores. O facto de as pessoas terem constituído ou não poupanças, irá definir a sua procura por serviços, e o aumento crescente da população idosa pode desencadear grandes oportunidades de negócios. O facto de serem atualmente atingidas idades mais avançadas, é visto como uma grande evolução, havendo uma crescente procura pela atividade, qualidade de vida e, consequentemente, novos mercados e serviços, surgindo aqui então novas oportunidades de negócios com vista a responder a esta procura. E o facto de as pessoas atravessarem crises económicas ou períodos em que estão desempregados, faz com que dependam mais dos rendimentos dos seus pais. Mas o contrário, ou seja, o facto de existir uma certa parte dos idosos com rendimentos altos, leva também à criação de bens e serviços direcionados a esta procura. Como a população idosa aumentou, o seu consumo e procura por diferentes mercados aumentou também. 2.4.1. Alguns exemplos de oportunidades de mercados direcionadas à população idosa: Como referido anteriormente, o aumento da população idosa leva ao aumento do consumo, o que consequentemente leva ao aparecimento de novas oportunidades de serviços em diversos setores como: • Setor imobiliário: conceção de casas particularmente adequadas às necessidades dos indivíduos e oferta de serviços pessoais, de assistência, e de lazer. Não só as casas podem dispor destes serviços e comodidades que satisfaçam as suas necessidades, mas também os hotéis, lares, pousadas.

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• Setor da saúde: investimento nas especialidades da geriatria e gerontologia, tratamentos de estética, formação de enfermeiros e fisioterapeutas. Aumento da procura de auxiliares de enfermagem, de cuidados no domicílio, entre outros, que leva à diminuição dos cuidados prestados por parte da família, o que é necessário, pois com a diminuição da natalidade, os futuros idosos não terão o apoio dos filhos, nem eles estarão tão disponíveis para prestar os cuidados necessários. Saad (2005) argumenta que com o aumento da inclusão das mulheres no mercado de trabalho, diminui a sua disponibilidade para prestar cuidados aos idosos, tarefa que normalmente, em tempos, lhes era incumbida. Todos estes fatores irão expandir o mercado de trabalho para quem presta serviços a idosos/indivíduos dependentes. • Serviços de proximidade: realçam-se aqui os serviços de apoio ao domicílio, como por exemplo serviços de correio ou serviços relacionados com o banco. • Turismo, Lazer e Entretenimento: os indivíduos já reformados, são grandes impulsionadores para o desenvolvimento desta área, pois:

− É um grupo com muita disponibilidade pois já não tem responsabilidades e horários a cumprir, estáveis a nível financeiro e familiar; − Oportunidade para viajarem em qualquer altura do ano, não apenas nas épocas sazonais, equilibrando assim a economia durante todo o ano; − O tempo em que permanecem hospedados é maior; − Como é habitual viajarem acompanhados, irão gastar mais; Posto isto, percebe-se que este é um setor que pode gerar uma grande oferta para estes indivíduos, e visto que é um setor bastante direcionado para pessoas de idades mais avançadas, pode até levar ao aumento de serviços de saúde em localidades turísticas, como por exemplo spas, hotéis de lazer e centros de saúde. A promoção do turismo voltado à população idosa tem a competência de criar novos empregos, pois nesta área é obrigatório a qualidade dos serviços prestados, a

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segurança, o conforto, estruturas especialmente adequadas às pessoas e a existência de um bom atendimento. Uma outra área que o envelhecimento ativo desencadeia uma grande procura, é na do lazer e entretenimento, o que leva a uma oferta de diversos serviços, como por exemplo: − Ginásios e programas específicos de ginástica, como atividades físicas aeróbicas, pois trazem efeitos benéficos e ajudam no melhoramento da aptidão cardiorrespiratória, melhorando a função cognitiva dos indivíduos mais velhos (Angevaren et al., 2008). − Dança; − Atividades de gastronomia; − Festivais e projetos que contribuam para a integração na comunidade; − Animação socio-cultural nas habitações; − Serviços de procuras de parceiros para ajudar os viúvos e solteiros;

• Serviços financeiros: o que também irá aumentar, é a procura de serviços financeiros devido ao envelhecimento da população. Dychtwald (2002) argumenta que nesta área podem surgir novos setores, particularmente na oferta dos seguintes serviços: − Seguros de vida e seguros de saúde; − Planos de poupança para a reforma; − Serviços de apoio financeiro.

• Educação: o facto de terem muita disponibilidade, leva a uma necessidade de ocupar esse tempo, combatendo a solidão, e para isso tentam a sua integração na sociedade convivendo com os demais. Procuram ser autónomos e procuram também aprender, o que leva a uma oferta de serviços na área da educação, como por exemplo: − Aulas para a terceira idade; − Cursos de informática;

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− Programas de aprendizagem nos quais os reformados possam desenvolver as suas capacidades artísticas ou novos idiomas; − Educação à distância.

• Tecnologia: esta área é muito importante pois pode oferecer uma maior autonomia, segurança, conforto e qualidade de vida. Segundo Saad (2005) e Dychtwald (2002), alguns equipamentos e serviços tecnológicos que se podem oferecer são: − Indicadores de sinais vitais; − Aparelhos digitais com a capacidade de assistir em determinadas situações; − Equipamentos de exercícios de alta tecnologia; − Televisões e eletrodomésticos com funcionamento inteligente; − Roupas que ajustem a temperatura em diferentes parte do corpo.

• Mercado editorial e disseminação de informações: esta também é uma área bastante prometedora e que capta a atenção dos idosos. Aqui é de realçar: − Livros que abordem o tema do processo de envelhecimento ativo, terapia ocupacional, sexualidade, promoção da saúde, a importância do idoso na sociedade e a sua contribuição para o desenvolvimento; − Revistas com assuntos relevantes relacionados com idosos; − Sites especializados no tema; O contínuo crescimento da população idosa é um processo inevitável, assim, e aliado à consciencialização do envelhecimento ativo, podem surgir daqui o desenvolvimento de novos serviços e mercados com vista a responderem à procura e de satisfazerem as suas necessidades. É importante referir que esta procura irá ser ainda mais acentuada no futuro, pois as próximas gerações de idosos vão possuir um nível de instrução mais elevado, o que fará com que tencionem manterem-se ativos, quer fisicamente quer na sociedade, e que tenham um envelhecimento saudável, apreciando igualmente a vida, levando isto à procura de serviços que satisfaçam tais necessidades.

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Os indivíduos de mais idade após a reforma cada vez mais procuram não ficar parados e ocuparem o seu tempo, muitos até, convertem-se em trabalhadores por conta própria, pois assim têm toda a independência e autonomia, ou dedicam-se a trabalho voluntariado assumindo responsabilidades nas suas vidas, afetando tudo isto o verdadeiro significado de ser reformado (Sargent, Lee, Martin e Zikic, 2013). Os autores Moen e Flood veem esta diferente forma de estar na vida como um novo estágio de vida, ou uma terceira idade (Laslett, 1987). 2.4.2 Serviços/mercados de apoio a idosos Um dos sistemas de apoio, é o sistema público de segurança social, formado e conduzido pelo Estado, que assegura a quem beneficia deste sistema, um conjunto de direitos sociais, como por exemplo prestações sociais, baseados em normas definidas. Em Portugal, até 1974, havia a necessidade de um sistema de Segurança Social, e de normas uniformes que permitissem o acesso de todos os indivíduos à segurança social. Noutros países da Europa, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial já existiam sistemas de segurança social criados e funcionais. Portanto, após a ll Guerra Mundial, entre 1960 e 1988, surgiram outros gastos governamentais acrescidos, e por isto o papel e a necessidade de intervir do Estado aumentaram significativamente. Aos gastos habituais existentes, acresceram os com a educação e com os subsídios. Com a crise financeira emergente em 2008, o Governo acarretou com novos gastos e alterações, tornando-se a voltar todas as atenções para o estado social, e trazendo com isto uma grande necessidade: a de atribuição de reformas. Consequentemente, para gerir as oscilações económicas, foram aumentados os impostos e aplicados cortes nos salários dos funcionários públicos, na cultura e em gastos sociais. Os principais objetivos do Sistema de Ação Social, conduzido pelo Estado, autarquias e outras instituições privadas sem fins lucrativos, são a resolução de

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situações de carência e desigualdade, de dependência, de exclusão social, assim como contribuir para a integração das pessoas na comunidade, desenvolvendo as capacidades de cada um, e também protegendo aqueles que são mais vulneráveis (Silva, 2010). Já o siste a o ple e ta o p ee de u egi e pú li o de apitalização e

egi es o ple e ta es de i i iati a oleti a e de i i iati a i di idual Sil a, , p.31). Os regimes complementares são identificados o o i st u e tos sig ifi ati os de proteção e solidariedade social, concretizada na partilha das responsabilidades sociais, devendo o seu desenvolvimento ser estimulado pelo Estado através de i e ti os o side ado ade uados . (Silva, 2010, p.31) Falando na estrutura da Segurança Social, Carvalho (2007) distingue nesta três pila es: O p i ei o pila a a ge os egi es legais ou pú li os de segu a ça so ial, baseia-se no princípio da solidariedade (assenta num mínimo de sobrevivência, garantindo montantes mínimos nas situações de reforma, desemprego, incapacidade e morte, constituindo um encargo dos orçamentos governamentais financiados por receitas de impostos), em particular quando o sistema é de base universalista, o que implica uma vasta rede de redistribuição de rendimentos entre beneficiadores e beneficiários. O segundo pilar é constituído pelos regimes complementares, ou seja, os regimes de natureza profissional, adotados por iniciativa de empresas ou grupos socioprofissionais específicos como destaque principal para os Fundos de Pensões (mecanismos criados pela entidade empregadora, em que parte do produto de trabalho é canalizado para os benefícios a proporcionar após a vida ativa). Trata-se, então, de regimes de iniciativa privada, sobretudo se estivermos perante países baseados no modelo laborista. Já nos países de tradição universalista muitas vezes este segundo pilar assume também uma natureza pública, mantendo, no entanto, um cariz complementar. O terceiro pilar, de natureza igualmente complementar, é constituído pelos planos individuais de reforma de cariz voluntário na qual o individuo põe de reserva uma parte do seu rendimento disponível, gerindo-a da melhor maneira que entenderem, através de instituições vocacionadas para esse efeito. Estas iniciativas representam uma pura adesão dos interessados à oferta de uma vasta gama de produtos financeiros, assentes na capitalização e beneficiados do ponto de vista fiscal, como é o caso dos Seguros de

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Vida, Fundos de Pensões e Planos de Poupança – Reforma (PPR citado por Carvalho . Silva, 2010, p. 32-33) Outro mercado de apoio a idosos, em Portugal, é o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que garante o acesso universal a todos os tratamentos médicos, e diversos cuidados gratuitos. O sistema de saúde português é composto por três sistemas coexistentes, que são eles o Serviço Nacional de Saúde (SNS) universal; os subsistemas de saúde, que são regimes de seguro especiais para determinadas profissões e empresas; e o seguro privado de saúde. A finalidade do SNS é preservar e auxiliar a saúde de todos os indivíduos que residem em Portugal, e quando este serviço não conseguir dar uma resposta atempada, é quando atua o Governo como prestador dos cuidados de saúde ou então contratando serviços privados, pois no SNS é muito frequente haverem atrasos na atribuição de determinadas consultas de especialidade, mesmo havendo incentivos financeiros para os hospitais que sejam capazes de atingir os objetivos definidos. A igualdade de acesso para todos os cidadãos aos cuidados de saúde, é promovida por políticas de saúde, e independentemente das suas condições económicas e distanciamento. Existe ainda um conjunto de mercados que prestam serviços a pessoas, adaptando-se ao seu grau de autonomia ou às suas necessidades, sendo eles 7 no total (ISS, 2015): SAD, Centro de Convívio, Centro de Dia, Centro de Noite, Acolhimento Familiar para Pessoas Idosas e Adultas com deficiência, ERPI, e Centro de Férias e Lazer. O SAD é constituído por conjunto de profissionais que tem como fim auxiliar os indivíduos que residem ainda nas suas habitações e que demonstrem terem determinadas caraterísticas de dependência, seja a nível físico ou psicológico e que não estejam em circunstâncias de se responsabilizarem pelos seus afazeres básicos do dia-a-dia, e que, para além disso, não possam contar com o apoio de familiares para a realização de tais afazeres (ISS, 2015). Os principais objetivos do SAD são disponibilizarem uma melhor qualidade de vida e satisfazerem as necessidades a estas pessoas com dependência, assim como às suas famílias, dando-lhes a oportunidade de

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não restringirem as suas vidas quer a nível profissional quer familiar, e permitirem que estas pessoas com necessidades permaneçam o máximo de tempo possível no seu ambiente familiar e nas suas habitações (ISS, 2015). O Centro de Convívio destina-se a adaptar e a incluir os indivíduos pertencentes a uma comunidade, em diversas atividades culturais e recreativas. Tem como objetivos fomentar a envolvência entre os indivíduos e garantir a sua inclusão no ambiente onde habitam, evitar o isolamento e solidão dos indivíduos (ISS, 2015). O Centro de Dia, opera, portanto, durante o dia, e desempenha variados serviços aos indivíduos. As suas finalidades são cumprir e executar as necessidades dos indivíduos, fomentar a envolvência entre os indivíduos e garantir a sua inclusão no meio onde habitam também como no Centro de Convívio, fornecer ajuda quer a nível social quer a nível psicológico e colaborar para o desaceleramento da dependência dos indivíduos (ISS, 2015). O Centro de Noite, ao contrário do mercado anteriormente referido, opera de noite, e assiste as pessoas de idade, estabelecendo aquelas que ainda se mostram autónomas como prioridade, e que se sentem sós, isoladas ou inseguras. As finalidades do Centro de Noite são assegurar o conforto, saúde, segurança dos indivíduos e receber e abrigar durante a noite os indivíduos que se mostrem autónomos (ISS, 2015). O Acolhimento Familiar dá alojamento quer definitivo quer provisório a indivíduos com deficiência, nas habitações de famílias competentes e capazes de lhes garantirem um meio estável e seguro sempre que não possam permanecer nas suas habitações devido a falta de condições ou ajudas. Os principais objetivos do Acolhimento Familiar são acolher (nunca mais que três por família) indivíduos com dependências, que vivam sós, não tenham ajudas, e possam possibilitar-lhes um meio afável e confortável, tardando as suas idas para estabelecimentos como por exemplo lares (ISS, 2015). ERPI é mercado que acolhe um grupo significativo de indivíduos, quer definitiva quer temporariamente, como Lares e Residências, e oferece apoios sociais, como por exemplo cuidados de enfermagem. As finalidades do ERPI são a otimização da inclusão

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social, fomentar o envelhecimento ativo, satisfazer adequadamente as necessidades dos indivíduos, e possibilitar que os indivíduos mantenham o contacto e a ligação com os seus familiares (ISS, 2015). O Centro de Férias e Lazer, é um mercado que não tem um limite mínimo nem máximo de idades a quem presta os seus serviços, satisfazendo as suas necessidades de lazer, importantes para um bem-estar físico, mental e social. Os seus principais objetivos são promover as atividades em grupo e a interação entre eles, conhecer pessoas e lugares diferentes, incentivar os indivíduos a ajudarem-se entre si e desenvolver a criatividade de cada um (ISS, 2015).

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3. Recolha e análise de dados Foi realizada anteriormente, na revisão de literatura, uma apresentação e elucidação relativamente a determinantes da procura de serviços na pós-reforma, começando por definir um deles, o envelhecimento ativo, e explicando o surgimento da política de envelhecimento, seguido da relação entre o envelhecimento ativo e a poupança, onde se esclareceu o objetivo da poupança, os motivos que levam a não constituir poupanças assim como possíveis medidas que contrariem tais motivos, seguido de mercados que surgiram em resposta à população idosa e terminando com aqueles que servem de apoio aos idosos. No presente capítulo é apresentada a metodologia e a fonte dos dados analisados. Os dados foram analisados no programa Stata 15.0. 3.1 Dados e Metodologia O Observatório da Natalidade e Envelhecimento de Portugal (ONEP), realizou um inquérito com o objetivo de caraterizar a situação do envelhecimento em Portugal. As secções seguintes são extraídas de forma integral da nota metodológica elaborada pelo ONEP. O questionário foi elaborado pela equipa PremiValor Consulting, tendo a Comissão Científica e um conjunto de pessoas com conhecimentos na área do envelhecimento dado o seu contributo. 3.2 Descrição geral O estudo realizado pelo ONEP incidiu sobre a população residente em Portugal, com 35 ou mais anos e focou-se o te a E elhe i e to . O estudo tem como base um processo de amostragem por quotas, para as variáveis género (M/F), faixa etária e o local de residência dos inquiridos. Os questionários foram realizados na forma de entrevista pessoal à população alvo do estudo. A amostra alvo são indivíduos residentes em Portugal Continental, com 35 ou mais anos, do sexo feminino e masculino.

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O processo de amostragem por quotas foi escolhido com base nos dados dos censos 2011 do INE. Apesar de a amostragem por quotas, não ser um processo probabilístico, é o melhor procedimento para assegurar resultados muito próximos daqueles que seriam obtidos utilizando o processo de amostragem aleatório (Malhotra, 2006). 3.3 Âmbito geográfico do estudo A divisão das regiões foi feita de acordo com as NUTS (Nomenclatura de Unidades Territoriais para fins Estatísticos). Portugal divide-se em 3 NUTS l (Portugal continental, Região Autónoma da Madeira e dos Açores) que se subdividem em 7 NUTS ll (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Região Autónoma dos Açores e Região Autónoma da Madeira), que se subdividem ainda em 30 NUTS lll, variando de região para região a densidade populacional. 3.4 Dimensão da amostra A amostragem por quotas, embora seja um procedimento estatístico não probabilístico, procedeu-se como se de uma amostra aleatória simples se tratasse. Os questionários foram realizados de forma que garantam num intervalo de confiança de 95% um erro máximo de 3%, correspondendo a 1068 questionários. Sempre que surgiu um número não inteiro de entrevistados, realizou-se o arredondamento para o inteiro imediatamente a seguir. E realizou-se o questionário a pelo menos sempre dois entrevistados em todas as localizações. 3.5 Distribuição de questionários Como é pratica num procedimento de amostragem por quotas, as mesmas são estabelecidas de forma a que a proporção de elementos na amostra que possuem as caraterísticas de controlo seja a mesma que a proporção de elementos da população que possuem as referidas caraterísticas.

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A distribuição por quotas foi calculada tendo em conta os dados do INE relativos à população residente (número) por local de residência, sexo e grupo etário. Assim, tendo em conta a população residente em Portugal, e os procedimentos referidos, que constituem boa prática, é apresentado de seguida o número de questionários realizados por sexo e por faixa etária para cada região de análise: Tabela 1 – número de questionários a realizar por área geográfica 3.6 Recolha de dados O questionário foi aplicado através de entrevista direta por entrevistadores devidamente treinados em 9 cidades de Portugal Continental: Bragança, Porto, Aveiro, Castelo Branco, Lisboa, Setúbal, Santarém, Beja e Faro. As entrevistas são realizadas em diferentes locais, em diferentes dias da semana e horas do dia diferentes para se poder obter uma maior representatividade dos participantes. Os dados são fornecidos pelo ONEP.

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3.7 Questionário O questionário é maioritariamente composto por questões de escolha múltipla, tendo sido precedido de um pré-teste, do qual resultaram alguns ajustamentos. Questionário esse que tem a seguinte estrutura: inclui 12 grupos distintos de questões, onde se inclui: 1 – Enquadramento geral; 2- Envelhecimento ativo; 3 – Estilo de vida; 4 – Bem-estar e lazer; 5 – Tecnologia; 6 – Veículo; 7 – Autonomia/Independência; 8 – Solidariedade entre gerações; 9 – Cuidados de saúde, patologias e Indicadores clínicos; 10 – Poupança na reforma e residência; 11 – Crenças religiosas; 12 – Dados de caraterização. E que engloba questões como se o entrevistado exerce ou exerceu alguma atividade remunerada após a reforma; se gostaria de trabalhar após a reforma; que razões considera mais importantes para uma melhor qualidade de vida apos a idade da reforma, como por exemplo, apoios económicos a serviços de apoio domiciliário e a unidades de apoio específicas para a população sénior; quais os fatores que causam mais preocupações quando pensa no processo de envelhecimento, como por exemplo a perda de autonomia financeira, a falta de condições económicas para cuidados de saúde, a falta de recursos económicos em caso de dependência elevada, ou ate mesmo alterações nas condições da reforma; se presta algum tipo de apoio financeiro a familiares ou outros. Relativamente à poupança, apresenta questões como: se possui algum tipo de poupanças e qual o objetivo dessa pratica; se considera importante ter uma poupança para a reforma, se conhece algum produto específico que garanta a sua reforma; se tem algum tipo de poupança para a reforma e se sim, qual; que critérios teve em consideração na escolha do produto da poupança; qual o prazo da poupança que efetuou; qual a principal razão que o levou a fazer uma poupança para a reforma; qual o montante que despenderia por mês para fazer a sua poupança para a reforma; se se sente economicamente independente para suportar os custos inerentes à fase da velhice, entre muitas outras.

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4. Descrição da Amostra A descrição da amostra será feita analisando as respostas obtidas do questionário realizado, fazendo a separação das respostas dos indivíduos com menos de 65 anos, daqueles com 65 anos ou mais, com o objetivo de perceber e averiguar se os determinantes diferem com o facto de os indivíduos estarem ou não reformados. Do questionário foram analisadas as respostas referentes à secção do envelhecimento ativo, do bem-estar e lazer, da tecnologia, da autonomia/independência, dos cuidados de saúde e da poupança na reforma e residência. Obtiveram-se 1335 questionários válidos. Contudo, existem diversas informações/respostas em falta, o que leva à falta de algumas variáveis. Como referido anteriormente, foi realizado a indivíduos do sexo masculino e feminino, com idade igual ou superior a 35 anos e residentes em Portugal Continental.

Figura 2 - Distribuição da Amostra por cidade É possível observar que a amostra dos indivíduos com idade inferior a 65 anos é significativamente superior à dos com 65 anos ou mais (tabela 2). 64 40 161 311

50 51 37 48 9730 21 86 184 19 30 21 27 44050100150200250300350Aveiro Beja Porto Lisboa Portimão Santarém Bragança CasteloBranco Setúbalmenos 65 anos 65 anos ou mais

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- 65 anos 890 65 anos ou + 445 TOTAL 1 335 Tabela 2 – Amostra dos inquiridos com idades diferenciadas 1º Grupo – Enquadramento-geral Num enquadramento geral, e devido à baixa natalidade e ao aumento da longevidade dos cidadãos, os inquiridos consideraram-se muito preocupados com o envelhecimento da população (Tabela 3). - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Nada Preocupado 56 45 101 Pouco Preocupado 73 30 103 Algo Preocupado 294 122 416 Muito Preocupado 434 263 697 TOTAL 857 460 1 317 Tabela 3 – Grau de preocupação relativamente ao envelhecimento da população em Portugal 2º Grupo – Envelhecimento Ativo Analisando os indivíduos no campo do Envelhecimento Ativo e com menos de 65 anos, estes são aqueles que mais se preocupam em envelhecer, dividindo-se os com 65 ou mais quase por igual entre preocuparem-se e não se preocuparem (Tabela 4). - 65 anos 65 anos ou + TOTAL SIM 466 233 699 NÃO 396 230 626 TOTAL 862 463 1 325 Tabela 4 - Preocupação em Envelhecer

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Por outro lado, é praticamente unânime a preocupação em ter uma vida ativa (Tabela 5). A subamostra dos 65 ou mais anos é constituída quase exclusivamente por reformados, assim como a de menos de 65 anos tem quase exclusivamente não reformados, havendo, no entanto, reformados com menos de 65 anos e não reformados com 65 ou mais anos (Tabela 6). - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Sim 846 449 1 295 Não 14 9 23 TOTAL 860 458 1 318 Tabela 5 – Importância em manter uma vida ativa - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Reformado 122 428 550 Não Reformado 738 30 768 TOTAL 860 458 1 318 Tabela 6 - Nº de reformados por idades A maioria dos indivíduos com menos de 65 anos respondeu ter-se reformado com 49 anos, sendo a segunda resposta mais escolhida, reformar-se com 60 anos. Já os indivíduos com 65 anos ou mais, responderem maioritariamente que a sua idade de reforma foi aos 65 anos, sendo a segunda resposta mais dada, aos 60 anos (Figura 3).

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Figura 3 - Idade com que os indivíduos se reformaram Após a reforma, maioritariamente os inquiridos não exercem qualquer atividade remunerada (Tabela 7), e os que exercem fazem-no frequentemente em tempo parcial (Tabela 8). - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Exerço atualmente 14 36 50 Exerci no passado 33 108 141 Não 75 284 359 TOTAL 122 428 550 Tabela 7 – Exerce/exerceu/não exerce atividade remunerada após a reforma - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Tempo Parcial 15 51 66 Tempo Inteiro 6 22 28 TOTAL 21 73 94 Tabela 8 – atividade desenvolvida após a reforma a tempo inteiro/parcial

24 3 2 6 3 1 16 3 11 9 7 18 4 6 2 3 123 14 4 13 6 4 20 7 15 26 12 52 16 19 23 5109

17 11 2 3 6 902040608010012049 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71menos 65 anos 65 anos ou mais

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Quanto àqueles que gostariam de continuar a trabalhar após a reforma, a grande maioria divide-se entre querer trabalhar a tempo parcial, e entre não querer trabalhar de todo, existindo apenas 133 indivíduos que desejariam continuar a trabalhar a tempo inteiro (Figura 4). Figura 4 - Gostava ou não de trabalhar após a reforma (gráfico) O principal motivo que leva os indivíduos com menos de 65 anos a quererem trabalhar após a reforma é o facto de quererem continuar ativos seguido de sentirem-se úteis à sociedade, já para os com 65 ou mais, é também continuarem ativos, mas a segunda opção já é devido a razões económicas (Figura 5).

91 360 350 80142 118 239 3990100200300400500600700800900

Sim, a Tempo Inteiro Sim, a Tempo Parcial Não Totalmenos 65 anos 65 anos ou mais

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Figura 5 - Motivo que leva a querer trabalhar após a reforma Quanto à idade preferível para deixar de trabalhar seria os 60 anos, mas a maioria gostaria de trabalhar até as suas capacidades físicas e intelectuais o permitirem (Figura 6). Figura 6 - Até que idade gostaria de trabalhar

29649 55 9 8 31 396 46 17 4 8 14 2050100150200250300350

ContinuarAtivo RazõesEconómicas Ser útil àsociedade Combaterisolamento/solidão Convívo comcolegas notrabalho Gosto pelotrabalho quedesenvolve Manter ligaçãocom local detrabalhomenos 65 anos 65 anos ou mais281 380 168184 177 58050100150200250300350400

Até uma idade específica Enquanto as minhas capacidadesfísicas e intelectuais o permitirem Até à idade legal da reformamenos 65 anos 65 anos ou mais

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4º Grupo – Bem-estar e Lazer No campo Bem-Estar e Lazer, os indivíduos com menos de 65 anos consideram o melhor acesso a cuidados de saúde como o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a reforma (516), logo seguido da eficácia dos sistemas da Segurança Social (483) e dos apoios económicos a serviços de apoio domiciliário e a unidades de apoio específicas para a população sénior (343). Os com 65 anos ou mais consideram os mesmos fatores como o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a reforma (Figura 7).

Figura 7 - Situações que consideram mais importantes para uma melhor qualidade de vida após a reforma (em percentagem) 0,5970,5590,3970,3670,3390,2210,1560,1390,122

0,6390,5440,3670,3540,2790,2350,1360,1060,166

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7Melhor acesso aos cuidados de saúdeSistema de segurança social eficazesApoios económicos a serviços de apoio domiciliário e aunidades de apoio específicas para populações séniorProximidade de amigos e familiaresViver com alguémFacilidade na aquisição de medicamentosPromoção de programas familiaresAdaptações tecnológicas a uma vida mais independenteAumento de rastreios gratuitos

65 anos ou mais menos 65 anos

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Os fatores que causam mais preocupação para os com menos de 65 anos quando pensam no processo de envelhecimento é a diminuição da qualidade de vida (389), seguido da perda das capacidades intelectuais (335) e da falta de autonomia/independência (331). Os com 65 anos ou mais pensam em primeiro lugar na diminuição da qualidade de vida, seguido da falta de autonomia/independência e da perda de capacidades intelectuais (Figura 8). Figura 8 - Fatores que causam maior preocupação quando pensam no processo de envelhecimento (em percentagem) 5º Grupo - Tecnologia No campo da Tecnologia, a parcela de indivíduos com menos de 65 anos que tenha acesso a um computador é muito superior àqueles com idade superior (Tabela 9), assim como os que usam regularmente um computador (Tabela 10).

0,45 0,388 0,383 0,163 0,144 0,099 0,0730,376 0,33 0,371 0,17 0,101 0,058 0,10400,050,10,150,20,250,30,350,40,450,5Diminuição daqualidade devida Perda decapacidadesintelectuais Falta deautonomia/independência Perda deautonoiafinanceira Falta decondiçõeseconómicas p/cuidados desaúde Falta derecursoseconómicos emcaso dedependênciaelevada Alteração nascondições dereforma(redução)menos 65 anos 65 anos ou mais

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- 65 anos 65 anos ou + TOTAL Sim 768 222 990 Não 95 241 336 TOTAL 863 463 1 326 Tabela 9 - Acesso a computador - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Sim 674 158 832 Não 90 62 152 TOTAL 764 220 984 Tabela 10 - Usa regularmente o computador 7º Grupo – Autonomia/Independência No campo Autonomia/Independência, os indivíduos autoavaliaram o seu grau de autonomia em relação à capacidade para tratar os assuntos económicos (Tabela 11). 65 anos ou + TOTAL Sem autonomia ou com grave perda de autonomia 13 13 Necessita de alguma ajuda 33 33 Autónomo ou com ligeira perda de autonomia 400 400 TOTAL 446 446 Tabela 11 - Como avalia o sei grau de autonomia 8º Grupo – Solidariedade entre gerações Aqui, tanto os indivíduos com menos de 65 anos como os com 65 ou mais na sua maioria não prestam qualquer tipo de apoio a amigos ou familiares, quer financeiro quer

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não financeiro, e os com menos de 65 anos são os que têm mais disponibilidade em prestar esses apoios (Figura 9). Figura 9 - Presta algum tipo de apoio a familiares ou outros 9º Grupo - Cuidados de Saúde, Patologias e Indicadores Clínicos Os indivíduos são, no geral, otimistas quando classificam a sua saúde física (Figura 10).

49 127 202 48232 64 91 2740100200300400500600

Sim, apoio financeiro Sim, apoio não financeiro Sim, apoio financeiro enão financeiro Nãomenos 65 anos 65 anos ou mais

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Figura 10 - Classificação da saúde física geral Os indivíduos com menos de 65 anos, quanto ao acesso a cuidados de saúde, o valor em média gasto mensalmente para medicação vai até aos 25 euros, enquanto que nos indivíduos com 65 anos ou mais já vai até aos 50 euros (Figura 11). Figura 11 - Valor mensal médio gasto em medicamentos (em euros)

124463 233 33 6 339 177 192 45 10 0050100150200250300350400450500

Muito boa Boa Suficiente Má Muito Má NS Prefiro nãorespondermenos 65 anos 65 anos ou mais

16192 126 45 19 9 5 2 3 2 0 1 17 95 116 65 45 19 12 3 4 2 3 1 1050100150200250

0 1 a 25 26 a 50 51 a 75 76 a 100 101 a125 126 a150 151 a175 176 a200 201 a250 251 a350 351 a500 mais de500menos 65 anos 65 anos ou mais

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Ainda quanto à medicação, a maioria dos indivíduos compra todos os medicamentos que lhes são prescritos (Figura 12). Figura 12 – Compra dos medicamentos que lhe são prescritos 10º Grupo - Poupança na Reforma e Residência Os indivíduos com menos de 65 anos que possuem poupanças (443) quase se igualam àqueles que não possuem (415), sendo o nº dos que possuem ligeiramente superior. Já aqueles com 65 anos ou mais, o nº daqueles que não possuem poupanças é superior (252), apesar de também estar muito próximo do nº dos que possuem (205) (Tabela 12). - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Sim 443 205 648 Não 415 252 667 TOTAL 858 457 1 315 Tabela 12 - Possui atualmente algum tipo de poupanças

39814 2 2 18

39612 0 2 6050100150200250300350400450

Compra todos osmedicamentos Não compra todospor razõeseconómicas Não tem condiçõeseconómicas paracomprar nenhummedicamento Não compranenhum porque nãoacha necessário Não compra algunsporque não achanecessáriomenos de 65 anos 65 anos ou mais

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O principal objetivo das poupanças é (para os com menos de 65 anos) em primeiro lugar o poupar para a reforma (194), seguido de para uma emergência de saúde (95), e de para garantir o futuro dos filhos/netos (75). Para aqueles com mais de 65 anos, a principal razão é para uma emergência de saúde, seguindo-se o poupar para a reforma, e garantir o futuro dos filhos/netos (Figura 13). Figura 13 - Objetivo principal das poupanças Os indivíduos consideram muito importante pouparem para a reforma (Figura 14).

194 95 5 21 75 18 2654 90 0 6 27 2 21050100150200250Para a reforma Para emergênciade saúde Para investir emeducação Para turismo/lazer Para garantir ofuturo dosfilhos/ netos Para adquirirbens comocarro/ casa NS/NRmenos 65 anos 65 anos ou mais

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Figura 14 – Importância de Poupar Relativamente ao conhecimento de produtos que complementem a reforma dos indivíduos, nos com menos de 65 anos, são mais aqueles que conhecem (487) produto(s) do que os que não conhecem (369). Já os com 65 anos ou mais acontece o inverso, há uma discrepância maior, sendo 140 os que conhecem, e 317 os que não conhecem (Tabela 13). - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Sim 487 140 627 Não 369 317 686 TOTAL 856 457 1 313 Tabela 13 - Conhece algum produto específico para garantir e/ou complementar a reforma Para os que responderam que conheciam, o produto mais conhecido pelos indivíduos com menos de 65 anos, são os Planos Poupança Reforma, seguidos dos fundos de pensões e dos Certificados de Reforma, assim como aqueles com 65 ou mais anos (Figura 15).

431 291 87 24 19232 169 35 10 10050100150200250300350400450500Muito Importante Importante Alguma Importância Pouco Importante Nada Importantemenos 65 anos 65 anos ou mais

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Figura 15 - Que produtos de poupança conhece Mas aqueles que têm efetivamente algum tipo de poupança para a reforma, com menos de 65 anos, são apenas 308 contra os 550 que não têm. Nos com 65 ou mais acontece o mesmo, são mais aqueles que não têm poupança (343) dos que os que têm (109) (Tabela 14). - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Sim 308 109 417 Não 550 343 893 TOTAL 858 452 1 310 Tabela 14 - Tem poupança para a reforma E a ação de poupança mais realizada quer para um grupo de idades quer para o outro, é o Plano de Poupança Reforma, seguido do Depósito a Prazo e dos Certificados de Aforro (Figura 16).

46090 67 67 25 18 5117 16 15 13 6 3 9050100150200250300350400450500

PlanoPoupançaReforma (PPR) Fundos dePensões Certificados deReforma Seguros deCapitalização Solução derenda vitalícia Seguros paradependênciaelevada NS/NRmenos 65 anos 65 anos ou mais

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Figura 16 - Ações de poupança realizadas Quanto aos critérios tidos em consideração na escolha do produto de poupança, os três mais escolhidos foram a garantia do capital, a rentabilidade do produto e o aconselhamento profissional (Figura 17).

208 76 40 12 12 8 4 2 2 1 11 11 1345 42 20 1 5 4 3 2 0 0 3 15 3050100150200250

menos 65 anos 65 anos ou mais

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Figura 17 - Critérios tidos em consideração na escolha do produto poupança Quanto ao valor mensal despendido para efeitos de poupança reforma, os com menos de 65 anos, despendem na sua maioria entre 26 a 50 euros (Figura 18). Figura 18 - Valor mensal despendido pra efeitos de poupança reforma

103 84 68 62 9 2135 34 14 9 2 20020406080100120Garantia de capital Rentabilidade deprodutos Aconselhamentoprofissional Benefícios fiscais Garantia de taxa NS/NRmenos 65 anos 65 anos ou mais

43 48 32 25 179 7 2 8 20102030405060< 25 26 - 50 51 - 75 76 - 100 101 - 125menos 65 anos 65 anos ou mais

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As principais razões que levaram os indivíduos (menos de 65) a constituírem poupanças para a reforma foram a possibilidade de uma melhor qualidade de vida, o não depender dos outros e uma possível falência da segurança social. Sendo as dos com 65 anos ou mais quase as mesmas (Figura 19). Figura 19 - Principal razão que levou a fazer uma poupança para a reforma Aqueles que responderam que não tinham qualquer tipo de poupança para a reforma, afirmam maioritariamente que também não o ponderam fazer (Tabela 15). - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Sim 223 25 248 Não 314 321 635 TOTAL 537 346 883 Tabela 15 - Caso não tenha poupanças, se pondera constituir uma poupança para a reforma

40 41 55144

1410 6 31 48 11020406080100120140160Valor baixo dereforma Possível falência daSegurança Social Não depender dosoutros Melhor qualidade devida NS/NRmenos 65 anos 65 anos ou mais

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Mas dos que responderam ponderar fazê-lo, escolheriam através de Planos Poupança Reforma, ações e fundos de pensões. Já os com 65 anos ou mais escolheriam em primeiro lugar também os Planos Poupança Reforma, seguido de depósitos a prazo e das ações (Figura 20). Figura 20 – Caso não tenha poupanças mas pondere constituir, que tipo de poupança faria Os com menos de 65 anos, estariam dispostos a despender mensalmente para efeitos de poupança reforma entre 26 a 50 euros, enquanto que os com 65 ou mais seria apenas entre 0 e 25 euros (Tabela 16).

100 6 1 3 30 4 1 2 1 1 3 0 698 0 1 1 2 3 0 0 0 0 1 1 10020406080100120menos de 65 anos 65 anos ou mais

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- 65 anos 65 anos ou + TOTAL < 25 27 8 35 26 – 50 43 4 47 51 – 75 31 2 33 76 – 100 33 0 33 101 – 125 11 1 12 126 – 150 7 1 8 151 - 175 5 0 5 176 – 200 4 0 4 201 – 250 7 0 7 251 – 350 3 1 4 351 – 500 3 1 4 Mais de 500 2 1 3 TOTAL 176 19 195 Tabela 16 - Montante que estaria disponível em despender por mês para efeitos de poupança (em euros) A maior parte dos indivíduos sente-se economicamente independente para suportar os custos inerentes face à velhice (Tabela 17). - 65 anos 65 anos ou + TOTAL Sim 493 346 839 Não 301 97 398 TOTAL 794 443 1 237 Tabela 17 – Economicamente Independente 12º Grupo - Dados de Caraterização Neste campo os indivíduos com menos de 65 anos, quanto às Habilitações Literárias, a maior parte deles tem entre o 9º e o 12º ano, seguido de Licenciatura Bolonha. Os com 65 anos ou mais tem maioritariamente escolaridade até à 4ª classe, seguido de entre a 4ª e o 9º ano (Figura 21). São apresentados os principais valores na Tabela 18.

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Figura 21 - Habilitações Literárias (todas) Tabela 18 - Habilitações Literárias (valores principais) A profissão daqueles com menos de 65 anos é maioritariamente trabalhador por conta de outrem (495), seguido de reformado (118) e de desempregado (83). Já aqueles com 65 ou mais são na sua grande totalidade já reformados (417) (Figura 22).

5 93 134 240 42 22 177 34 29 21 32 7 2316 212 84 60 18 1 41 4 1 1 1 5 17050100150200250300menod 65 anos 65 anos ou mais - 65 anos Até à 4ª classe (inclusive) 93 Entre a 4ª classe e o 9º ano (inclusive) 134 Licenciatura Bolonha 177 Entre o 9º ano e o 12º ano 240

65 anos ou + Licenciatura Bolonha 41 Entre o 9º ano e o 12º ano 60 Entre a 4ª classe e o 9º ano 84 Até à 4ª classe (inclusive) 212

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Figura 22 - Profissão/Atividade Profissional Figura 23 - Montante mensal bruto dos rendimentos do agregado familiar (em euros) Relacionando aqueles que possuem atualmente algum tipo de poupanças e até que ponto consideram importante ter uma poupança para a reforma, vê-se que, no geral

495 118 83 59 55 28 3 27 417 0 8 5 20 0 00100200300400500600menos 65 anos 65 anos ou mais

25 23 66 68 121 94 79 49 39 45 6210 54 52 48 72 28 32 14 10 10 14020406080100120140menos 65 anos 65 anos ou mais

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e na sua maioria, tanto os que possuem poupanças como os que não, consideram importante ou muito importante ter uma poupança para a reforma Tabela 19). Possui algum tipo de Poupança Importância de Poupar Sim Não TOTAL Nada Importante 7 21 28 Pouco Importante 12 22 34 Alguma Importância 32 90 122 Importante 200 258 458 Muito Importante 399 267 666 TOTAL 650 658 1 308 Tabela 19 – Relação entre Importância de Poupar com se Possui algum tipo de Poupança Relacionando os que têm poupanças com as principais razões que levaram a fazer uma poupança para a reforma, a Tabela 20 mostra que a principal razão que levou os indivíduos que possuem algum tipo de poupança a pouparem para a reforma foi a possibilidade de uma melhor qualidade de vida (Tabela20). Possui algum tipo de Poupança Razão que o levou a poupar para a Reforma Sim Não TOTAL Valor baixo de Reforma 43 6 49 Possível falência Seg. Social 39 7 46 Melhor Qualidade de vida 176 16 192 Não depender dos outros 73 12 85 Outro 23 0 23 TOTAL 354 41 395 Tabela 20 – Relação entre Razão que o levou a poupar para a Reforma e se Possui algum tipo de Poupança

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Relacionando os que têm poupanças para a reforma com as principais razões que levaram a fazer uma poupança para a reforma, a análise da tabela 21 permite concluir que a principal razão que levou os indivíduos que possuem algum tipo de poupança para a reforma a pouparem para a reforma é também uma melhor qualidade de vida (Tabela 21). Possui algum tipo de Poupança p/ Razão que a Reforma o levou a poupar para a Reforma Sim Não TOTAL Valor baixo de Reforma 48 1 49 Possível falência Seg. Social 45 2 47 Melhor Qualidade de vida 190 2 192 Não depender dos outros 85 1 86 Outro 23 0 23 TOTAL 391 6 397 Tabela 21 – Relação entre Razões que o levou a poupar para a Reforma e se Possui algum tipo de poupança para a Reforma Relacionando o montante que os indivíduos estariam dispostos a despender por mês para efeitos de poupança para a reforma e o montante que efetivamente despendem, analisamos uns resultados interessantes, pois na verdade o montante que despendem é na realidade superior ao que se dispunham a despender, como se pode ver pela Figura 24.

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Figura 24 – Relação entre o montante que os indivíduos estão dispostos a despender e o montante que efetivamente despendem (por mês) Analisando a influência das Habilitações Literárias no facto de os indivíduos constituírem ou não poupanças para a reforma, vê-se que aqueles que têm poupanças para a reforma são os que têm Habilitações mais elevadas (Licenciatura Bolonha) e os que não têm poupanças são os com Habilitações mais reduzidas (até à 4ª classe, inclusive) (Tabela 22).

35 48 35 33 14 8 6 4 7 4 4 352 55 34 33 19 9 8 11 14 4 9 150102030405060

<25 26 a50 51-75 76-100 101-125 126-150 151-175 176-200 201-250 251-350 351-500 Mais de500Montante que estaria disponível em despender por mês Montante que efetivamente despende por mês

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Possui algum tipo de Poupança p/ Habilitações a Reforma Literárias Sim Não TOTAL Sem habilitações literárias 3 17 20 Até à 4ª classe (inclusive) 65 237 302 Entre a 4ª e o 9º (inclusive) 61 155 216 Entre o 9º e o 12º 84 214 298 Frequência universitária 24 36 60 Bacharelato 6 17 23 Licenciatura Bolonha 102 114 216 Licenciatura 4/5 anos 19 19 38 Mestrado Pré-Bolonha 11 18 29 Pós-Graduação 8 17 25 Mestrado Pós-Bolonha 11 22 33 NS/NR 5 7 12 Doutoramento 15 24 39 TOTAL 414 887 1301 Tabela 22 – Relação entre Habilitações Literárias e se Possui algum tipo de Poupança para a Reforma Pode-se analisar também que quem efetuou um Plano Poupança Reforma, também possui Habilitações Literárias elevadas (Tabela 23).

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Habilitações Literárias PPR Sem habilitações literárias 0 Até à 4ª classe (inclusive) 22 Entre a 4ª e o 9º (inclusive) 38 Entre o 9º e o 12º 54 Frequência universitária 13 Bacharelato 3 Licenciatura Bolonha 73 Licenciatura 4/5 anos 12 Mestrado Pré-Bolonha 11 Pós-Graduação 3 Mestrado Pós-Bolonha 11 NS/NR 3 Doutoramento 7 TOTAL 250 Tabela 23 – Relação entre Habilitações Literárias e ter Plano Poupança Reforma Rela io a do a uestão Co side a i po ta te a te u a ida ati a? o

Possui algu tipo de poupa ças pa a a efo a? , -se que a maioria dos que consideram importante manter uma vida ativa não possuem qualquer tipo de poupanças para a reforma (Tabela 24).

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Considera importante manter uma vida Possui algum ativa tipo de poupanças Sim Não TOTAL Sim 409 5 414 Não 873 18 891 TOTAL 1 282 23 1 305 Tabela 24 – Relação entre Possuir algum tipo de Poupanças e Considerar importante manter uma vida ativa

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5. Análise de regressão – determinantes de constituir poupança Depois de trabalhados os dados no Stata, e da criação de diversas regressões para tentar perceber quais os determinantes mais relevantes para o estudo, encontraram-se duas regressões de maior significância, uma que apresenta os melhores resultados para os indivíduos com 65 anos ou mais, e outra para os com menos de 65 anos. A análise realizada revela os determinantes e o efeito que estes têm (positivo ou negativo) sob a probabilidade de o indivíduo possuir algum tipo de poupanças. O conjunto de variáveis que apresentaram os melhores resultados para aqueles com 65 anos ou mais são sentir-se economicamente independente para suportar os custos inerentes à fase da velhice, no geral; as habilitações literárias, subdivididas em 4 estatutos (sem habilitações literárias, habilitações da 4ª classe até ao 12º ano, frequência Universitária até Licenciatura e Mestrado/Doutoramento); conhecer algum produto específico para garantir e/ou complementar a sua reforma; considerar importante manter uma vida ativa; considerar a existência de Sistemas de Segurança Social eficazes o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma; a perda de autonomia financeira ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento; exercer ou ter exercido alguma atividade remunerada após a reforma; alterações nas condições de reforma (redução) ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento e por fim ter acesso a computador. Considerando: EI: sentir-se economicamente independente para suportar os custos inerentes à fase da velhice, no geral; HB: habilitações literárias, subdivididas em 4 estatutos (sem habilitações literárias, habilitações da 4ª classe até ao 12º ano, frequência Universitária até Licenciatura e Mestrado/Doutoramento); PCR: conhecer algum produto específico para garantir e/ou complementar a sua reforma; IVA: considerar importante manter uma vida ativa;

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SSS: considerar a existência de Sistemas de Segurança Social eficazes o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma; PAF: a perda de autonomia financeira ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento; AR: exercer ou ter exercido alguma atividade remunerada após a reforma; ACR: alterações nas condições de reforma (redução) ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento C: ter acesso a computador. Já o conjunto de variáveis que apresentam os melhores resultados para aqueles com menos de 65 anos são sentir-se economicamente independente para suportar os custos inerentes à fase da velhice, no geral; as habilitações literárias, subdivididas em 4 estatutos (sem habilitações literárias, habilitações da 4ª classe até ao 12º ano, frequência Universitária e Mestrado/Doutoramento); conhecer algum produto específico para garantir e/ou complementar a sua reforma; considerar importante manter uma vida ativa; considerar apoios económicos e serviços de apoio domiciliário e a unidades de apoio específicas para a população sénior o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma; a falta de condições económicas para cuidados de saúde ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento; exercer ou ter exercido alguma atividade remunerada após a reforma; falta de autonomia/independência ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento e usar internet. Considerando: EI: sentir-se economicamente independente para suportar os custos inerentes à fase da velhice, no geral; HL: habilitações literárias, subdivididas em 4 estatutos (sem habilitações literárias, habilitações da 4ª classe até ao 12º ano, frequência Universitária e Mestrado/Doutoramento); PCR: conhecer algum produto específico para garantir e/ou complementar a sua reforma;

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IVA: considerar importante manter uma vida ativa; AE: considerar apoios económicos e serviços de apoio domiciliário e a unidades de apoio específicas para a população sénior o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma; FCE: a falta de condições económicas para cuidados de saúde ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento; AR: exercer ou ter exercido alguma atividade remunerada após a reforma; FA: falta de autonomia/independência ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento I: usar internet

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Determinantes Possuir algum tipo de poupanças (MENOS DE 65 ANOS) Possuir algum tipo de poupanças (65 ANOS OU MAIS) EI 0.8861* (0.3230) 0.4881** (0.1754) HL 4ª classe até 12º ano Frequência universitária até Licenciatura Mestrado/Doutoramento -0.2666** (0.5451) 0.1263** (0.5470) 0.6765* (0.4323) 1.2019* (0.4782) 0.9492* (0.5465) PCR 0.6839* (0.2756) 0.6258* (0.1487) IVA -0.1678** (0.7207) 0.9350* (0.7114) AE -0.2551** (0.2789) FCE 0.9590* (0.4924) AR -0.0189*** (0.0072) FA -0.1720** (0.2829) I -0.0314*** (0.0306) SSS -0.2629** (0.1356) PAF -0.1009** (0.1778) AR 0.0050*** (0.0106) ACR -0.1215** (0.2217) C -0.0039*** (0.1531) (Nota: desvio-padrão robustos entre parêntises) Tabela 25 – Quadro de Regressão Para os indivíduos com menos de 65 anos podemos analisar os determinantes da probabilidade de constituir uma poupança:

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- Sentir-se economicamente independente para suportar os custos inerentes à fase da velhice influencia positivamente possuir algum tipo de poupanças. Ao nível de 10% de significância o coeficiente é positivo, 0,8861. - Ter habilitações literárias apenas do 4º ano até ao 12º tem um efeito negativo (-0,2666) em possuir poupanças com uma significância de 5%, o que quer dizer que quanto mais baixas as habilitações, mais dificilmente os indivíduos constituem poupanças. Enquanto que ter uma licenciatura já faz com que haja uma maior probabilidade em constituir poupanças, com 5% de significância e coeficiente positivo de 0,1263. Tem um Mestrado não tem efeito em constituir poupanças. - Conhecer algum produto específico para garantir e/ou complementar a sua reforma tem um efeito positivo de 0,6839 a 10% de significância em possuir poupanças. - Já o facto de considerar importante manter uma vida ativa influência negativamente o possuir poupanças, com significância de 5% e coeficiente -0,1678. - Considerar apoios económicos e serviços de apoio domiciliário e a unidades de apoio específicas para a população sénior o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma também apresenta um efeito negativo em constituir poupanças, o que nos diz que estes indivíduos com menos de 65 anos, contando com apoios futuros não constituem as suas poupanças. Significância de 5% e coeficiente de -0,2551. - A falta de condições económicas para cuidados de saúde ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento influencia positivamente a decisão de constituir poupanças, ou seja, o receio de poder ter no futuro problemas de saúde que levem a gastos inesperados faz com que haja uma maior consciencialização para a importância de poupar. Com uma significância de 10% e coeficiente 0,9590. - Exercer ou ter exercido alguma atividade remunerada após a reforma tem um efeito negativo em constituir poupanças, com significância de 1% e coeficiente de -0,0189.

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- A falta de autonomia/independência ser o factor que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento tem também um efeito negativo, o que poderia até funcionar de forma contrária, ou seja, este facto causar preocupação poderia fazer com que os indivíduos se prevenissem e poupassem, mas tal não acontece. Significância de 5% e coeficiente -0,1720. - Por último, o facto de usar internet também faz com que haja uma menor probabilidade de pouparem. Significância de 1% e coeficiente -0,0314. Em suma, para os indivíduos com menos de 65 anos, sentir-se economicamente independente trás um efeito positivo a constituir poupanças, aqueles que têm habilitações literárias equivalentes a frequência universitária até Licenciatura têm maior probabilidade de possuírem poupanças, ao contrário daqueles que têm apenas até à 4ª classe. Conhecer um produto específico para garantir e/ou complementar a reforma é importante no processo de constituir poupanças, pelo que é importante a divulgação e o conhecimento destes produtos. Considerar importante manter uma vida ativa tem curiosamente um efeito negativo em constituir poupanças. Considerar apoios económicos e serviços de apoio domiciliário e a unidades de apoio específicas para a população sénior o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma não trás um efeito positivo em possuir poupanças, fazendo com que os indivíduos dependam de apoios e não de si próprios. O receio de não ter condições económicas para cuidados de saúde afeta positivamente constituir poupanças. Exercer uma atividade remunerada após a reforma não é positivo, fazendo com que se poupe menos. Recear a perda de autonomia não é positivo para a constituição de poupanças, assim como o uso da internet. Para os indivíduos com 65 anos ou mais: - Sentir-se economicamente independente para suportar os custos inerentes à fase da velhice influencia positivamente possuir algum tipo de poupanças. Ao nível de 5% de significância o coeficiente é positivo, 0,4881.

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- Ter habilitações literárias apenas do 4º ano até ao 12º tem um efeito positivo (0,6765) em possuir poupanças com uma significância de 10%. Ter uma licenciatura faz com que haja uma maior probabilidade em constituir poupanças, com 10% de significância e coeficiente positivo de 1,2019. Tem um Mestrado tem também efeito positivo em constituir poupanças, com significância de 10% e coeficiente 0,5465. - Conhecer algum produto específico para garantir e/ou complementar a sua reforma tem um efeito positivo de 0,6258 a 10% de significância em possuir poupanças. - Considerar importante manter uma vida ativa, contrariamente aos indivíduos com menos de 65 anos, tem um efeito positivo em constituir poupanças, com significância de 10% e coeficiente 0,9350. - Considerar a existência de Sistemas de Segurança Social eficazes o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma influencia de forma negativa o facto de possuir poupanças, os indivíduos ao contarem com o apoio deste mercado/instituição deixam de se preocuparem em poupar. Com significância de 5% e coeficiente de -0,2629. - A perda de autonomia financeira ser o factor que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento tem um efeito negativo, com significância de 5% e coeficiente -0,1009. - Exercer ou ter exercido alguma atividade remunerada após a reforma, tem aqui um efeito positivo em constituir poupanças, ao contrário dos com menos de 65 anos, com significância de 1% e coeficiente de 0,0050. - As alterações nas condições de reforma (redução) ser o factor que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento influencia de forma negativa possuir poupanças. Significância de 5% e coeficiente de -0,1215. - Ter acesso a um computador tem também um efeito negativo em possuir poupanças. Significância de 1% e coeficiente de -0,1531. Em suma, para os indivíduos com 65 anos ou mais, sentir-se economicamente independente tem um efeito positivo nas poupanças, quanto às habilitações literárias, ter uma frequência Universitária até Licenciatura é também o que faz com que haja uma

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maior probabilidade em possuir poupanças. Conhecer um produto específico para garantir e/ou complementar a reforma também é importante no processo de constituir poupanças. Considerar importante manter uma vida ativa, contrariamente aos indivíduos com menos de 65 anos, tem um efeito positivo em constituir poupanças. Mas considerar a existência de Sistemas de Segurança Social eficazes o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma influencia de forma negativa o facto de possuir poupanças, pois, como referido acima, os indivíduos ao contarem com o apoio deste mercado/instituição deixam de se preocuparem em poupar. Ter como maior preocupação a perda de autonomia financeira tem efeito negativo. Exercer uma atividade remunerada tem efeito positivo na poupança, ao contrário daqueles com menos de 65 anos. Recear alterações na reforma afeta negativamente a poupança, assim como ter acesso a um computador. Portanto, o que tem efeito positivo sobre a poupança nos indivíduos com menos de 65 anos é sentir-se economicamente independente para suportar os custos inerentes à fase da velhice, ter habilitações literárias ao nível da Licenciatura, conhecer algum produto específico para garantir e/ou complementar a reforma e preocupar-se com a falta de condições económicas para cuidados de saúde. O que tem efeito positivo na poupança nos indivíduos com 65 ou mais anos é sentir-se economicamente independente para suportar os custos inerente à fase da velhice, ter habilitações literárias ao nível da Licenciatura, conhecer algum produto específico para garantir e /ou complementar a reforma, considerar importante manter uma vida ativa e exercer ou ter exercido alguma atividade remunerada após a reforma. O que tem efeito negativo sobre a poupança nos indivíduos com menos de 65 anos é ter habilitações literárias apenas da 4ª classe até ao 12º ano, considerar importante manter uma vida ativa, considerar os apoios económicos e serviços de apoio domiciliário e a unidades de apoio específicas para a população sénior o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma, exercer ou ter exercido alguma atividade remunerada após a reforma, a falta de autonomia/independência ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento e usar internet.

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O que tem efeito negativo sobre a poupança nos indivíduos com 65 anos ou mais é considerar a existência de sistemas de segurança social eficazes o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma, a perda de autonomia financeira ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento, as alterações na condição da reforma (redução) ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento e ter acesso a computador

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6. Conclusão Sendo o objetivo deste estudo perceber os determinantes da procura de serviços na reforma, foi analisado o impacto que o desenvolvimento do envelhecimento ativo tem no desenvolvimento de novos serviços, e a influência que o facto de os indivíduos constituírem ou não poupanças tem sobre a procura de serviços. Analisou-se a relação entre o envelhecimento ativo e a poupança, assim como quais os motivos que fazem com que não se poupe, e aqueles que levam a poupar. E para analisar com maior especificidade todos estes fatores, foi usado um questionário desenvolvido e aplicado pelo ONEP. O questionário foi enviado a indivíduos com 35 anos ou mais, tendo sido um total de 1068 questionários enviados, e tendo-se analisado as respostas diferenciando aqueles com menos de 65 anos daqueles com 65 anos ou mais. Posteriormente, realizou-se uma análise de regressão dos determinantes de constituir poupança (pois poupar, é um fator que também determina a procura de serviços). O Envelhecimento Ativo é um determinante da procura de serviços e influencia a criação e o desenvolvimento dos mesmos, assim como a economia em si, e é o resultado de fatores como o aumento do nível da educação e avanços médicos, sociais e económicos. Podemos concluir que a procura de serviços, dependendo do facto de o indivíduo ter optado por um envelhecimento ativo ou não, diverge. Para aqueles que não envelheceram ativamente desenvolveram-se um conjunto de serviços que têm como objetivo fornecer apoio a estes indivíduos ou às suas famílias, são eles o SAD, o Centro de Convívio, Centro de Dia e de Noite, Acolhimento Familiar, ERPI e o Centro de Férias e Lazer. Já aqueles que viveram um envelhecimento ativo, a sua procura irá centrar-se mais em serviços de entretenimento e lazer, e até mesmo de educação e tecnologia. Autores afirmavam existir uma certa preocupação em que o afastamento do emprego levasse a uma desvalorização das pessoas, e pela análise às respostas dos inquiridos podemos observar que realmente, aqueles que responderam que gostariam de continuar a trabalhar após a reforma seriam na sua maioria para continuarem ativos e sentirem-se úteis à sociedade.

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As empresas assumem um papel importante neste determinante, sendo importante assumirem o papel de fazerem com que os trabalhadores de todas as idades se sintam motivados e não sejam discriminados devido à sua idade, permitindo que os indivíduos não desejem reformar-se antecipadamente e prolonguem os seus anos de trabalho com qualidade, até mesmo após a reforma. Pois pela análise das respostas dos inquiridos, vimos que a maioria ou não deseja trabalhar após a reforma ou se deseja é apenas a tempo parcial, e que aqueles com menos de 65 anos reformaram-se na sua maioria aos 49 anos de idade (muitos anos antes da idade de reforma atribuída), e quase a totalidade considera importante manter uma vida ativa e preocupa-lhe o facto de envelhecer. Outro determinante da procura de serviços é a Poupança. Com o aumento da esperança média de vida, o número de anos de vida após a reforma aumenta também, o que implica o aumento da necessidade de constituir poupanças, assim como a chegada de uma agitação financeira em diversos serviços. A taxa de poupança da economia atingiu em Portugal o seu pico nos anos 70, tendo-se verificado logo nos anos seguintes um decréscimo acentuado devido às crises financeiras que surgiram, e coincidindo com a entrada do euro. Analisando os motivos que levam a poupar, assim como aqueles que levam à não realização de poupanças (determinantes da poupança), autores debatiam sobre fatores como o desejo de estabilidade no percurso das suas vidas, inclusive após a reforma; sentirem-se economicamente independentes; a própria chegada da reforma (Hipótese do Ciclo de Vida); as habilitações literárias; o nível de informação a que os indivíduos têm acesso e a Segurança Social. Que, comparando depois com as respostas dos inquiridos, podemos retirar daqui quais os determinantes que afetam quer positiva quer negativamente a poupança, ou em alguns casos até das duas formas: Sobre as Habilitações Literárias, pelo que analisamos, os que possuíam poupanças tinham na sua maioria grau equivalente a Licenciatura Bolonha, e os que não possuíam poupanças tinham grau equivalente à 4ª classe (inclusive), ou seja, a probabilidade de poupar será maior nos indivíduos com um grau de escolaridade mais elevado.

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Sobre o nível de informação a que os indivíduos têm acesso, mais especificamente conhecer um produto que complemente a reforma, dividem-se quase por igual aqueles conhecem daqueles que não conhecem, e o plano de poupança mais utilizado é o Plano Poupança Reforma. Já Segurança Social, tem as suas desvantagens e vantagens sobre os hábitos de poupança. A desvantagem que nos trás é o facto de fazer com que os indivíduos não se preocupem em poupar estando à espera de receber benefícios e contar com apoios por parte deste mercado, o que se confirma, pois de um conjunto de fatores dados a escolher para o que os indivíduos consideravam mais importante e que garantisse qualidade de vida após a reforma, a 2ª resposta mais dada foi o facto de haver Sistemas de Segurança Social eficazes; a vantagem que poderá trazer é o facto de relembrar as pessoas a importância de poupar. O principal motivo analisado que leva a constituir poupança é reunir meios financeiros para a reforma, seguindo-se de para uma emergência de saúde, e a principal razão que leva a poupar para a reforma é o desejo de uma melhor qualidade de vida (pois o fator que mais causa preocupação aos indivíduos é uma diminuição da mesma). Infelizmente, comprova-se através do questionário que apesar da sua maioria se sentir economicamente independente, e de quase na sua totalidade os indivíduos considerarem muito importante ter poupanças para a reforma, o número de indivíduos que não constitui poupanças é o que prevalece, e que são mais aqueles que mesmo não tendo poupanças, também não ponderam em começar a poupar. Através da análise de regressão realizada, analisaram-se os determinantes e o efeito que estes têm (positivo ou negativo) sob a probabilidade de o indivíduo possuir algum tipo de poupanças, e pode-se concluir que, o que tem efeito positivo sobre a poupança nos indivíduos menos de 65 anos é sentir-se economicamente independente para suportar os custos inerentes à fase da velhice, ter habilitações literárias ao nível da Licenciatura, conhecer algum produto específico para garantir e/ou complementar a reforma e preocupar-se com a falta de condições económicas para cuidados de saúde.

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O que tem efeito negativo sobre a poupança nos indivíduos com menos de 65 anos é ter habilitações literárias apenas da 4ª classe até ao 12º ano, considerar importante manter uma vida ativa, considerar os apoios económicos e serviços de apoio domiciliário e a unidades de apoio específicas para a população sénior o mais importante para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma, exercer ou ter exercido alguma atividade remunerada após a reforma, a falta de autonomia/independência ser o fator que causa maior preocupação quando pensa no processo de envelhecimento e usar internet. Conclui-se que para os indivíduos com 65 ou mais anos, sentir-se economicamente independente para suportar os custos inerente à fase da velhice, ter habilitações literárias ao nível da Licenciatura, conhecer algum produto específico para garantir e /ou complementar a reforma, considerar importante manter uma vida ativa e exercer ou ter exercido alguma atividade remunerada após a reforma, afetam positivamente a decisão de poupar. Com efeito negativo destaca-se considerarem a existência de sistemas de segurança social eficazes o mais importante para uma melhor qualidade de vida. Dos resultados obtidos da revisão de literatura e da análise empírica realizada conclui-se que os hábitos de vida e envelhecimento ativo desempenham um papel ainda pouco relevante no processo de envelhecimento, em particular na relação destes com as necessidades de cuidados no período de mais idade. Este resultado sugere a necessidade de políticas nacionais ou locais que incentivem estas práticas, que contribuem de forma significativa para uma maior qualidade de vida. Adicionalmente seria interessante fazer um estudo completar a este, analisando a adequação da oferta de serviços á população com mais de 65 anos, à procura dos mesmos.

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Anexo l Regressões STATA 15.0 by p7_1: probit p10_1 p10_5 i.p12_5nova p10_3 p2_2 p4_2a p4_3j p2_3_2 p4_3t p5_1 , robust -> p7_1 = 1 Iteration 3: log pseudolikelihood = -241.0316 Probit regression Number of obs = 391 Wald chi2(11) = 56.16 Prob > chi2 = 0.0000 Log pseudolikelihood = -241.0316 Pseudo R2 = 0.1049 ------------------------------------------------------------------------------ | Robust p10_1 | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------- p10_5 | .4881207 .1753758 2.78 0.005 .1443905 .8318509 | p12_5nova | 1 | .6765134 .4322629 1.57 0.118 -.1707063 1.523733 2 | 1.201934 .4782277 2.51 0.012 .264625 2.139243 3 | .9491874 .5464826 1.74 0.082 -.1218988 2.020274 | p10_3 | .6257906 .148682 4.21 0.000 .3343792 .9172021 p2_2 | .9349925 .7114135 1.31 0.189 -.4593523 2.329337 p4_2a | -.2628682 .1356317 -1.94 0.053 -.5287016 .0029651 p4_3j | -.1008958 .177797 -0.57 0.570 -.4493716 .24758 p2_3_2 | .0050458 .0106423 0.47 0.635 -.0158128 .0259044 p4_3t | -.1215067 .2217397 -0.55 0.584 -.5561085 .3130952 p5_1 | -.0039415 .1531055 -0.03 0.979 -.3040227 .2961397 _cons | -2.199548 .8253377 -2.67 0.008 -3.81718 -.5819159 ------------------------------------------------------------------------------ -> p7_1 = 2 note: 0.p12_5nova != 0 predicts success perfectly 0.p12_5nova dropped and 1 obs not used note: 3.p12_5nova omitted because of collinearity Iteration 6: log pseudolikelihood = -65.642885

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Probit regression Number of obs = 114 Wald chi2(10) = 35.58 Prob > chi2 = 0.0001 Log pseudolikelihood = -65.642885 Pseudo R2 = 0.1663 ------------------------------------------------------------------------------ | Robust p10_1 | Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval] -------------+---------------------------------------------------------------- p10_5 | .886119 .3230294 2.74 0.006 .2529931 1.519245 | p12_5nova | 0 | 0 (empty) 1 | -.2666279 .545093 -0.49 0.625 -1.334991 .8017347 2 | .1263166 .5469815 0.23 0.817 -.9457476 1.198381 3 | 0 (omitted) | p10_3 | .6838645 .2756282 2.48 0.013 .1436433 1.224086 p2_2 | -.1678182 .7206817 -0.23 0.816 -1.580328 1.244692 p4_2b | -.2551083 .278946 -0.91 0.360 -.8018324 .2916157 p4_3m | .9590108 .4923911 1.95 0.051 -.0060579 1.92408 p2_3_2 | -.018854 .0071859 -2.62 0.009 -.0329381 -.00477 p4_3i | -.1720616 .282871 -0.61 0.543 -.7264787 .3823555 p5_3 | -.031443 .0306345 -1.03 0.305 -.0914855 .0285995 _cons | -.4722753 .8700033 -0.54 0.587 -2.17745 1.2329 ------------------------------------------------------------------------------

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105

Anexo ll

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1 / 6Pag. 1 / 12

Menos de 50 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 Mais de 70

1 / 6Pag. 1 / 12 V.S.F.F.

Data da entrevista :

- -Entrevistador (nome) : Nº

Dia Noite

Observatório da Natalidade e do Envelhecimento em Portugal - 1.ª Edição - Questionário Envelhecimento

Este questionário visa uma compreensão de âmbito macro sobre diversos indicadores quantitativos equalitativos ligados à área do Envelhecimento. Pretende-se que o mesmo constitua também umaferramenta para a identificação de oportunidades de melhoria e promoção do Envelhecimento ativocom qualidade de vida.

1. ENQUADRAMENTO GERAL

1.1. - Em Portugal devido à baixa natalidade e aumento da longevidade dos cidadãos, a população está a envelhecer. Qual o seu grau de preocupação com esta situação?

2. ENVELHECIMENTO ATIVO

Nada Preocupado Pouco Preocupado Algo Preocupado Muito Preocupado NS/NR (Não sabe/Não responde)

2.3. - É reformado? (anteriormente encontrava-se a trabalhar e passou à situação de aposentação)

Sim Não (passe para a 2.4) NS/NR Não aplicável (passa para a 2.3.2)

2.2. - Considera importante manter uma vida ativa (ex. trabalho, exercício físico, cuidar dos netos) para além dos 65 anos?

Sim Não NS/NR

2.3.1. - Com que idade se reformou?

2.3.2. - Exerce ou exerceu, após a reforma, alguma atividade remunerada?

Sim, exerço atualmente Sim, exerci no passado Não (passe para a 2.4) NS/NR

2.3.3. - A atividade que desenvolve é a:

Tempo parcial Tempo inteiro NS/NR

Passe para a 2.4.1

2.4. - Gostaria de continuar a trabalhar após a reforma?

Sim, a tempo inteiro Sim, a tempo parcial Não (passe para a pergunta 2.4.2) NS/NR Não aplicável

2.4.1. - Qual o principal motivo que o leva a querer trabalhar após a reforma? (selecione apenas 1 opção)

Continuar ativo

Razões económicas

Sentir-se útil à sociedade

Combater o isolamento/solidão

Convívio com os colegas de trabalho

Gosto pelo trabalho que desenvolve

Manter ligação com o local/área de trabalho

Outra. Qual?

NS/NR

2.4.2. - Até que idade gostaria de trabalhar? (Tendo em conta que a idade da reforma para a generalidade dos trabalhadores é aos 66 anos)

Face ao processo de análise e tratamento de dados (leitura óptica),este questionário deve ser preenchido utilizando caneta ouesferográfica preta ou azul.

Para assinalar a sua resposta,faça-o da seguinte forma :

Se eventualmente se enganar,faça-o da seguinte forma :

2.1. - Preocupa-o envelhecer?

Sim Não NS/NR

Até uma idade específica:

Enquanto as minhas capacidades físicas e intelectuais permitirem

NS/NR

Não aplicável

Até à idade legal da reforma 6152

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Viajar (ex: excursões de grupo, em família)Jardinagem, atividades rurais ou piscatóriasAtividades sociais (ex: estar com os amigos)Participar em atividades religiosasVoluntariadoParticipar ativamente em organizações/associaçõesAtividades culturais (ex: Cinema, teatro, museus)

Estudar e aprender novas tarefas(ex: formações, aprender um novo instrumento)

Cuidar do(s) neto(s) (ex: ir buscá-los à escola)Atividades intelectuais no contexto do trabalhoJogar (cartas, xadrez, jogos de tabuleiro, estratégia)Atividades criativas (escrever, pintar, tocar música)Ler

Ver televisão, ouvir rádio/música

V.S.F.F.

3. ESTILO DE VIDA

3.1. - Se desenvolve uma ou alguma das atividades abaixo referidas, indique p.f. com que frequência se dedica a cada uma delas.

3.2.7 - Diga-me por favor, num dia normal quanto tempo passa sentado? Isto pode incluir o tempo que passa a uma secretária, a visitar amigos, a ler, estudar ou a ver televisão.

horas minutos

3.2.6 - Quanto tempo no total, despendeu num desses dias, a andar / caminhar? horas minutos

3.2. - Atividade física

Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)

As questões que lhe vou colocar referem-se à semana imediatamente anterior, considerando o tempo em que estevefisicamente ativo/a. Por favor responda a todas as questões, mesmo que não se considere uma pessoa fisicamente ativa. Voucolocar-lhe questões sobre as atividades desenvolvidas na sua atividade profissional e nas suas deslocações, sobre asatividades referentes aos trabalhos domésticos e às atividades que efetuou no seu tempo livre para recreação ou prática deexercício físico / desporto.Ao responder às seguintes questões considere o seguinte:

Atividades Físicas Vigorosas: referem-se a atividades que requerem um esforço físico intenso que fazem ficar com arespiração ofegante.

Atividades Físicas Moderadas: referem-se a atividades que requerem esforço físico moderado e tornam a respiração umpouco mais forte que o normal.

Ao responder às questões considere apenas as atividades físicas que realize durante pelo menos 10 minutos seguidos.

3.2.1 - Diga-me por favor, nos últimos 7 dias, em quantos dias fez atividades físicas vigorosas, como por exemplo, levantar objetos pesados, cavar, ginástica aeróbica, nadar, jogar futebol, andar de bicicleta a um ritmo rápido?

dias

3.2.2 - Nos dias em que pratica atividades físicas vigorosas, quanto tempo em média dedica normalmente a essas atividades?

horas minutos

3.2.3 - Diga-me por favor, nos últimos 7 dias, em quantos dias fez atividades físicas moderadas como por exemplo, carregar objetos leves, caçar, trabalhos de carpintaria, andar de bicicleta a um ritmo normal ou ténis de pares? Por favor não inclua o "andar"

dias

3.2.5 - Diga-me por favor, nos últimos 7 dias, em quantos dias andou pelo menos 10 minutos seguidos?

dias

3.2.4 - Nos dias em que praticou atividades físicas moderadas, quanto tempo em média dedica normalmente a essas atividades?

horas minutos

Outras atividades. Qual(ais).Especifique

Passeios ao ar livre

6152

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Nenhuma (Não bebe água)

Menos de 200 ml (1 copo)

200 ml - 330 ml (1 garrafa de 33 cl)

331 ml - 500 ml (1 garrafa litro)

501 ml - 750 ml (1 garrafa de 75 cl)

751 ml - 1000 ml (1 litro)

1001 ml - 1500 ml (1,5 litros)

Mais de 1500 ml (1,5 litros)

NS/NR

3.3. - Hábitos tabágicos:

3.3.1. - Selecione a opção que melhor carateriza os seus hábitos tabágicos:

Não fumador (passe para 3.4) Fumador ocasional (passe para 3.4) Ex-fumador Fumador (diário) NS/NR

3.3.2. - Em média, quantos cigarros fumava ou fuma por dia?

3.3.3. - Há quanto tempo fuma ou durante quanto tempo fumou (anos)?

3.4. - Alimentação

3.4.1. - Quantas refeições de carne/peixe faz por semana?

menos que 1 vez por semana 1 a 3 4 a 5 6 a 9 (passe para a 3.4.2) 10 ou mais (passe para a 3.4.2) NS/NR

3.4.1.1. - Se faz menos de 6 refeições de carne/peixe por semana qual o motivo?

Motivos Económicos

Falta de aptidão/mobilidade para confecionar os alimentos

Não necessito de mais

Falta de apetite

Sou vegetariano

Faço refeições ligeiras

Questões de saúde

Outras. Quais?

NS/NR

3.4.2. - Quais são os seus hábitos alimentares relativamente ao consumo de legumes/saladas:

Consumo diário Consumo semanal Consumo mensal Raramente Nunca NS/NR

3.4.3. - Quais são os seus hábitos alimentares relativamente ao consumo de fruta:

Consumo diário Consumo semanal Consumo mensal Raramente Nunca NS/NR

3.4.3.1. - Se respondeu "consumo diário", em média, quantas peças come por dia?

1 2 3 4 5 ou mais NS/NR

3.4.4. - Normalmente, qual a quantidade de Água que ingere por dia?

3.5. - Bebidas alcoólicas:

Outra(s). Qual(ais)?Bebidas licorosas: Martini/Licores/Vinho do portoBebidas espirituosas: Bagaço/Aguardente/Brandy/Whisky/Gin/VodkaVinhoCerveja

NS/NROcasional/Raramente

NuncaConsumoDiário

ConsumoSemanal

ConsumoMensal

4. BEM ESTAR E LAZER

4.1. - Com que frequência sente:

Auto-aceitaçãoFelicidadeSatisfação com a vidaRealização pessoalBem-estar geral

AutonomiaCrescimento pessoalQue tem objetivos na vidaControlo sobre o ambienteRelações positivas com outros

Algumasvezes

Muitasvezes

Nunca Poucasvezes

NS/NRSempre

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Outro NS/NR

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Outro NS/NR

6152

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Sistemas de segurança social eficazes

Apoios económicos a serviços de apoio domiciliário e a unidades de apoio especificas para a população sénior

Promoção de programas familiares e intergeracionais

Adaptações tecnológicas a uma vida mais independente

Melhor acesso aos cuidados de saúde

Boas acessibilidades e transportes económicos

Viver com alguém (ex: familiar, amigos, outros)

Facilidade na aquisição de medicamentos

Aumento de rastreios gratuitos realizados à população

Proximidade de amigos familiares

Outra. Qual?

4.2. - Quais das seguintes situações considera mais importantes para uma melhor qualidade de vida após a idade da reforma? (assinale 3 opções)

5. TECNOLOGIA

5.1. - Tem acesso a computador?

Sim Não (passa para a 5.3) NS/NR

5.2. - Usa regularmente o computador?

Sim Não NS/NR

5.3. - Usa internet?

Sim Não (passa para a 6.1) NS/NR

5.3.1. - Com que frequência acede à internet?

Mais de uma vez por dia

Uma vez por dia

5-6 vezes por semana

2-4 vezes por semana

1 vez por semana

1-3 vezes por mês

Uma vez por mês

Menos de uma vez por mês

Outra. Qual?

NS/NR

5.3.2. - Através de que plataforma?

Telemóvel Tablet Portátil Computador Outro. Qual? NS/NR

5.3.3. - Usa redes sociais? (ex.: facebook, etc.)

Sim Não NS/NR

6 VEÍCULO

6.1. - Possui algum veículo motorizado?

Sim Não (passe Grupo 7) NS/NR

4.3. - Quais dos seguintes fatores lhe causam maior preocupação quando pensa no seu processo de envelhecimento? (assinale 3 opções)

Diminuição da qualidade de vida

Isolamento social

Distanciamento familiar

Deixar de se sentir útil

Depressão

Imagem Corporal

Perda de capacidades intelectuais

Surgimento de doenças crónicas

Falta de autonomia/independência

Perda de autonomia financeira

Não ter médico de família

Falta de acompanhamento psicológico

Falta de condições económicas para cuidados de saúde

Falta de acesso a cuidados de saúde, tempo de espera, referenciação inadequada

Falta de recursos económicos em caso de dependência elevada

Falta de apoio humano nos autocuidados (ajuda a vestir-se, comer, lavar-se, andar)

Alternativas pouco adequadas na escolha de um lar/residência assistida

Medo de ir para um lar

Violência/ Negligência/Abuso familiar ou outros

Alteração nas condições de reforma (redução)

Outro. Qual?

NS/NR

6152

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Cilindrada

V.S.F.F.

6.1.1. - Se sim: que tipo de veículo, qual a cilindrada e qual a frequência de utilização? (como condutor ou passageiro)

Frequência de utilização

Automóvel

Automóvel

Moto

Moto

Automóvel

Outro. Qual?

Outro. Qual?

6.2. - Enquanto condutor, qual o número de acidentes de viação que teve nos últimos 5 anos?

0 1 2 3 4 5 Mais de 5

7 AUTONOMIA/ INDEPENDÊNCIA

7.1. - Tem 65 ou mais anos?

Sim Não (passe ao Grupo 8) NS/NR

7.2. - Nesta etapa de vida, quanto importante são para si os seguintes elementos:

Importante NS/NRMuitoImportante

Autonomia física

AlgumaImportância

NadaImportante

PoucoImportante

Outra. Qual?Ter vontade em estar ocupado(a)Ter energia e vigorTer poder de decisãoAusência de dorGratificação ou reconhecimento profissionalOutras relaçõesRelação com a famíliaEspiritualidadeSaúde

Dimensão psicológica da vivência da velhice

7.3. - Indique em que medida sente ou não capacidade para desempenhar cada uma das seguintes atividades.

Actividades da vida diária* (ADLs)

Anda com ajuda deuma pessoa

Higiene pessoal Necessidade de ajuda Independente

Evacuar Incontinente ContinenteEpisódios ocasionais deincontinência

Urinar Incontinente ContinenteEpisódios ocasionais deincontinência

Ir à casa de banho Dependente Necessita de ajuda Independente

Alimentar-se IndependenteNecessita de ajuda(responda 7.3.1)

Incapaz(responda 7.3.1)

Transferências (cadeira/cama) Incapaz Grande ajuda Pequena ajuda Independente

Mobilidade (deambulação) Imobilizado IndependenteIndependente nacadeira de rodas

Vestir-se Dependente Necessita de ajuda Independente

Subir e Descer escadas Incapaz Necessita de ajuda Independente

Banho Dependente Independente

*Adaptado de Barther Index of Activities of Daily Living (Collin et al., 1988)

6152

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Cônjuge

Vizinho(s)

Neto(s)

Amigo(s)

Filho(s)

Auxiliares de Apoio Social

Outro familiar. Indique o grau de parentesco

Ninguém Outro. Qual?

NS/NREmpregada doméstica

Enfermeiro(a)

7.3.1. - Tem alguém que o ajude a tomar as suas refeições, Quem?

Capacidade para utilizar o telefone

Responsabilidade na medicaçãoCapacidade para tratar os assunto económicosCapacidade para usar meios de transporteCapacidade para lavar a roupaCapacidade para cuidar da casaCapacidade para preparar comidaCapacidade para fazer compras

7.3.2. - Como avalia o seu grau de autonomia?

Sem autonomia ou comgrave perda de autonomia

Autónomo ou com ligeiraperda de autonomia

Necessita dealguma ajuda NS/NR

*Adaptado da Escala de Lawton e Brody (Azevedo & Matos, 2003)

Atividades instrumentais da vida diária*(AIVD)

7.4. - Recorre a algum tipo de instituição ou serviço que lhe preste apoio na sua vida diária (ex: centro de dia/ apoio domiciliário)?

Sim Não (passe ao Grupo 8) NS/NR

7.4.1. - A que tipo de serviço(s) recorre?

8. SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES

8.1. - Tem filhos?

Sim Não (passe à questão 8.3) NS/NR

8.1.1. - Se "Sim" quantos filhos tem?

1 2 3 4 5 6 7 Outro?

8.2. - Tem netos?

Sim Não NS/NR 8.3. - Com que frequência costuma estar com:

Cônjuge/ Companheiro(a)

Outros (conhecidos, colegas, etc ...)AmigosOutros familiaresIrmãos

NetosFilhosPais

Refeições Convívio/ocupação Cuidados de higiene Alojamento Outro. Qual? NS/NRLimpeza

8.4. - Presta algum tipo de apoio a pais, filhos, netos, outros familiares ou outros? (selecione apenas 1 opção)

Sim, apoio financeiro

Sim, apoio não financeiro

Sim, apoio financeiro e apoio não financeiro

Não (passe ao Grupo 9)

NS/NR

6152

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V.S.F.F.

Filhos (> 26 anos)

8.4.1. - Se "sim" que tipo de apoio?

Pais

Outros. Quais?Outros familiaresIrmãosNetos

Apoio não financeiro (mensal) Apoio financeiro (mensal)

9. CUIDADOS DE SAÚDE, PATOLOGIAS E INDICADORES CLÍNICOS

9.1. - Como classifica a sua saúde física geral?

Muito boa Boa Suficiente Má Muito Má NS Prefiro não responder

9.4. - No passado foi acompanhado por um profissional de saúde relativamente a um problema de saúde mental?

9.3. - Neste momento é acompanhado por um profissional de saúde relativamente a um problema de saúde mental?

Não Sim, Qual? NS Prefiro não responder

9.2. - Como classifica a sua saúde mental geral?

Muito boa Boa Suficiente Má Muito Má NS Prefiro não responder

Não Sim, Qual? NS Prefiro não responder

9.5. - Sofre/ sofreu das seguintes patologias?

Sim NS/NRNão

Diabetes tipo II

NS/NRSim Não

Doenças cardiovasculares (Enfarte agudo do miocárdio,insuficiência cardíaca, etc)

Depressão

ObesidadeHipercolesterolemia (Colesterol elevado)Hipertensão arterial

DoençasSofre/sofreu da Patologia

Toma alguma medicação (nãoinclui suplementos alimentares)

Doenças Cerebrovasculares (AVC, trombose, etc.)

Doença oncológica

Doenças reumáticas (Osteoporose, Artrite, etc.)

Doença pulmonar (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica,Asma, etc.)Doença de Alzheimer/ Parkinson/ DemênciaDoenças Oculares (Cataratas, Glaucoma, Edema maculardiabético, Degenerescência macular relacionada com aidade ou outras)Outras. Quais?

Acesso a cuidados de saúde:

9.6. - Quantos medicamentos diferentes toma por dia, exceto métodos contracetivos como o caso da pílula?

Nenhum (passe para 9.10) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Mais de 10 NS/NR

9.7. - Em média, qual o valor mensal que gasta em medicamentos (não inclui tratamentos)?

0 €

1-25 €

26-50 €

51-75 €

76-100€

101-125€

126-150€

151-175€

176-200€

201-250€

251-350€

351-500€

Mais de 500€

NS/NR

6152

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9.8. - No que respeita à compra de medicamentos, atualmente:

Compra todos os medicamentos prescritos na receita

Não compra todos os medicamentos prescritos na receita por razões económicas

Não tem condições económicas para comprar nenhum medicamento

Não compra nenhum dos medicamentos prescritos pois não considera necessário

Não compra alguns dos medicamentos prescritos pois não considera necessário

Outro. Qual?

NS/NR

9.9. - No que respeita à toma de medicamentos, atualmente:

Toma corretamente os medicamentos prescritos pelo médico

Toma os medicamentos com frequência inferior à indicada pelo médico

Abdica de tomar diferentes medicamentos para a mesma indicação (p.ex.: hipertensão arterial)

Não toma alguns dos medicamentos prescritos pelo médico

Não toma nenhum dos medicamentos prescritos pelo médico

Toma medicamentos não prescritos pelo médico

Outro. Qual?

NS/NR

9.11. - Qual é a sua altura?

m, NS/NR

9.12. - Saúde Auditiva

9.12.1. - Considera que ouve bem?

Sim Não NS/NR

9.12.2. - Já alguma vez realizou um rastreio ou teste de audição?

Sim Não (passe para a 9.13) NS/NR

9.12.2.1. - No rastreio ou teste de audição que realizou foi detetada perda auditiva?

Sim Não (passe para a 9.12.2.5) NS/NR

9.12.2.2. - Utiliza aparelhos auditivos?

Sim (passe para a 9.12.2.4) Não NS/NR

9.12.2.3. - Se "Não". Porque razão não utiliza?

Preço Estética Tentou, mas não se adaptou Outra. Qual? NS/NR

Passe para 9.12.2.5

9.12.2.4. - Está satisfeito com a utilização de aparelhos auditivos?

Sim Não NS/NR

9.12.2.5. - Em que local realizou o rastreio ou teste de audição?

Centro auditivo

Consultório médico

Farmácia

Unidade Móvel (Carrinha) (fora do âmbito profissional)

Medicina do trabalho

Hospital

Outro. Qual?

NS/NR

9.13. - Saúde Visual

9.13.1. - De um modo geral, acha que vê bem?

Sim Não NS/NR

9.10. - Qual é o seu peso?

kg, NS/NR

6152

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9.13.2. - Qual a regularidade com que faz exames aos seus olhos e ao estado da sua visão?

Mais de 1 vez por ano 1 vez por ano pelo menos 1 vez em cada 2 anos menos de 1 vez em cada 2 anos NS/NR

9.13.3. - Quando foi a última vez que efetuou uma consulta?

Há menos de seis meses 6 meses a 1 ano há mais de 1 e menos de 2 anos há mais de 2 anos NS/NR

9.13.4. - Usa algum tipo de compensação visual?

Sim Não (Passe para 9.13.5) NS/NR

9.13.4.2. - Desde há quanto tempo?

Há menos de 1 ano

entre 1 ano e menos 5 anos

entre 5 anos e menos de 10 anos

entre 10 anos e menos de 20 anos

há 20 ou mais anos

NS/NR

9.13.4.1. - Se sim, qual? (assinale todas as que se adequam)

Óculos Lentes de Contacto Outra. Qual? NS/NR

9.13.5. - Quando pretende avaliar o estado da sua visão qual o profissional que escolhe?

Optometrista Oftalmologista Outro. Qual? NS/NR

9.13.5.1. - Porquê?

Único profissional que conhece

Razões económicas/Preço da consulta

Dificuldade no acesso/marcação

Maior confiança

Outro. Qual?

NS/NRConveniência

9.14. - Saúde Oral

9.14.1. - Em média, quantas vezes por ano vai ao dentista?

Menos de 1 ano 1 2 3 4 mais de 5 NS/NR

9.14.2. - Possui prótese dentária?

Não necessita Não, mas necessita Sim NS/NR Não se aplica

9.15. - Tem algum seguro de saúde?

Sim Não NS/NR

Fisioterapia

Internamento

Medicinas alternativas

Consultas Ambulatório

Parto

Medicamentos

Dentista

Termas

Exames de rotina

Hemodiálise

Consultas de Especialidade Médica

Cuidados de enfermagem

Consultas de Dietética e Nutrição

Enfermagem de Reabilitação

Consultas de Psicologia

Cirurgia de ambulatório

Tratamentos de infertilidade

Outro. Qual?

NS/NR

9.15.1. - Quais as principais coberturas que privilegiaria num seguro de saúde? (Assinale até 3 opções)

9.15.2. - Tem algum subsistema de saúde (ADSE, etc.)?

Sim Não NS/NR

10. POUPANÇA NA REFORMA E RESIDÊNCIA

10.1. - Possui atualmente algum tipo de poupanças?

Sim Não (passe à 10.2) NS/NR

10.1.1. - Qual o objetivo principal das suas poupanças (selecione apenas uma opção)?

Para a reforma

Para uma emergência de saúde

Para investir em educação

Para turismo/lazer

Para garantir o futuro dos filhos/netos

Para adquirir bens como carro ou casa

NS/NR

Outro. Qual?

10.2. - Até que ponto considera importante ter uma poupança para a sua reforma?

Nada Importante Pouco Importante Alguma importância Importante Muito Importante NS/NR

6152

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Rentabilidade dos produtos

Benefícios fiscais

Garantia de capital

Garantia de taxa

Aconselhamento profissional

Outro. Qual?

NS/NR

Plano Poupança Reforma (PPR)

Fundos de Pensões

Seguros de Capitalização

Certificados de Reforma

Depósitos a prazo

Certificados de Aforro

Solução de renda vitalícia

Certificados do Tesouro

Fundos de Investimento

Seguros para dependência elevada

Outro. Qual?

NS/NR

Ações

Obrigações

10.3. - Conhece algum produto específico para garantir e/ou complementar a sua reforma?

Sim Não (passe à 10.4) NS/NR

10.3.1. - Se sim, que produtos conhece?

Plano Poupança Reforma (PPR)

Solução de renda vitalícia

Certificados de Reforma

Seguros de Capitalização

Fundos de Pensões

Seguros para dependência elevada

NS/NR

Outro. Qual?

10.4. - Tem algum tipo de poupança para a sua reforma?

Sim Não (passe à 10.4.6) NS/NR

10.4.1. - Se respondeu "Sim" indique quais das seguintes opções de poupança realizou?

Valor baixo de reforma

Possível falência da Segurança Social

Melhor Qualidade de vida

Não depender dos outros

Outro. Qual?

NS/NR

10.4.2. - Quais dos seguintes critérios teve em consideração na escolha do produto de poupança que subscreveu?

10.4.3. - Qual o valor mensal que despende para efeitos de poupança reforma?

10.4.4. - Qual o prazo da poupança que efetuou?

Menos de 5 anos Entre 5 a 9 anos Entre 10 a 14 anos 15 ou mais anos Outro. Qual? NS/NR

10.4.5. - Qual a principal razão que o levou a fazer uma poupança para o período de reforma?

Passe para a 10.5

10.4.7. - Se respondeu "Sim" indique em que opção de poupança estaria disponível para fazer a sua poupança para a reforma

Plano Poupança Reforma (PPR)

Fundos de Pensões

Seguros de Capitalização

Certificados de Reforma

Depósitos a prazo

Solução de renda vitalícia

Certificados de Aforro

Certificados do Tesouro

Seguros para dependência elevada

Fundos de Investimento

Outro. Qual?

NS/NR

Ações Obrigações

10.4.6. - Se respondeu "Não", pondera constituir algum tipo de poupança para a sua reforma?

Sim Não (passe à 10.5) NS/NR

10.4.8. - Qual o montante que estaria disponível em despender por mês para efeitos de poupança reforma?

< 25 €

26-50 €

51 - 75 €

76-100€

101-125€

126-150€

151-175€

176 - 200€

201-250€

251-350€

351-500€

Mais de 500€

NS/NR

10.5. - Sente-se economicamente independente para suportar os custos inerentes à fase da velhice, em geral?

Sim Não NS/NR

< 25 €

26-50 €

51 - 75 €

76-100€

101-125€

126-150€

151-175€

176 - 200€

201-250€

251-350€

351-500€

Mais de 500€

NS/NR

Não aplicável

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10.6. - Até quanto estaria disponível a pagar mensalmente por um lar ou residência/unidade de saúde sénior, apoio domiciliário ou centro de dia?

Menos de 250 €

1001-1500 €

751-1000 €501-750 €251-500 €

Apoio domiciliário Centro de dia

3001-3500 €

3501-4000 €

Mais de 4000 €

1501-2000 €

2001- 2500 €

2501-3000 €

NS/NR

Lar ou residência/unidade desaúde sénior?

Não aplicável

11. CRENÇAS RELIGIOSAS

11.1. - Crê em alguma religião/crença?

Sim Não (passe para a 12.1) NS/NR

11.2. - Qual ou quais?

Católica Judaica Ortodoxa Muçulmana Protestante Outra não cristã Outra cristã NS/NR

11.3. - Acredita que a sua fé/crença religiosa lhe traz ou poderá trazer algum conforto no seu processo de envelhecimento?

Sim Não NS/NR

12. DADOS DE CARACTERIZAÇÃO

12.1. - Género

Feminino Masculino

12.2. - Idade

anos

Portuguesa

Brasileira

Europa de Leste

Europa Ocidental

PALOP (Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe)

Outra. Qual?

NS/NR

12.3. - Estado Civil / Situação conjugal

Solteiro(a) Casado(a) Divorciado(a) Viúvo(a) União de facto Separado(a), mas ainda legalmente casado NS/NR

12.4. - Nacionalidade

12.5. - Habilitações Literárias

Trabalhador por conta de outrem

Profissional liberal

Empresário

Reformado

Desempregado

Estudante

Trabalhador - estudante

Dona de casa/ Doméstico

Outra. Qual?

12.6. - Profissão/Atividade Profissional

Sem habilitações literárias

Até à 4ª classe (inclusive)

Entre a 4ª classe e o 9º ano (inclusive)

Entre o 9º ano e o 12º ano

Frequência universitária

Bacharelato

Licenciatura Bolonha

Licenciatura 4/5 anos

Mestrado Pré-Bolonha

Pós-Graduação

Mestrado Pós-Bolonha

Doutoramento

Outra. Qual?

NS/NR

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12.6.1. - Por favor, especifique:

12.7. - Local onde reside?

Aveiro

Beja

Porto

Lisboa

Portimão

Santarém

Bragança

Castelo Branco

Setúbal

Outro. Qual?

12.8. - Atualmente reside:

Casa Própria

Casa Arrendada

Casa de Familiares. Especifique:

Residência/Unidade Sénior/Lar

Outro. Qual?

NS/NR

12.9. - Dimensão do agregado familiar (incluindo o respondente/considerando criança o indivíduo até aos 18 anos)

Nº de crianças Nº de adultos

12.10. - Com quem vive?

Sozinho(a) Filho(s) Cônjuge/Companheiro(a) Amigo(s) Neto(s) Pais Outro. Qual? NS/NR

12.11. - Qual o montante mensal bruto dos rendimentos do agregado familiar? Indique o montante em euros.

< 250 €

251-500 €

501-750 €

751-1000 €

1001-1500 €

1501-2000 €

2001-2500 €

2501-3000 €

3001-3500 €

3501-4000 €

>4000 €

NS/NR

Obrigada pela colaboração!

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