Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz...

85

Transcript of Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz...

Page 1: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.
Page 2: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

Anais do III QuiEncontro UFJF – Conversas sobre

o Ensino de Química na Educação Básica

Page 3: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora

Rua Jose Lourenco Kelmer, s/n – Campus Universitário

Bairro São Pedro, Juiz de Fora – MG

36036-900

Reitor

Marcus Vinícius David

Vice-reitor

Girlene Silva

Diretor da Faculdade de Educação

Prof. Dr. Álvaro Quelhas

Diretor do Centro de Ciências da UFJF

Prof. Dr. Eloi Teixeira Cesar

Diretora da SRE Juiz de Fora

Fernanda Cristina de Paula Ferreira Moura

Organizadoras da Obra

Ana Carolina Araújo da Silva

Cristhiane Carneiro Cunha Flôr

Rita de Cássia Reis

Page 4: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Comissão Organizadora:

Rita de Cássia Reis – Coordenadora Geral do III QuiEncontro

Ana Carolina Araújo da Silva

Andreia Francisco Afonso

Cristiana Quirino Vasconcelos Lacet

Cristhiane Carneiro Cunha Flôr

Eloi Teixeira Cesar

Fernanda Cristina de Paula Ferreira Moura

Isabela Vieira

Karine Gabrielle Fernandes

Kelly Fortini Cruz

Marcela Arantes Meirelles

Nielsen de Moura

Odaisa Helena Pereira Cruz

Silmat Carla da Silva

Silvio Ivanir de Castro

Therezinha Maria Motta Barbosa Campos

Vinícius Carvalho

Comissão Científica

Dra. Anielli Fabiula Gavioli Lemes (UFVJM)

Me. Ehrick Eduardo Martins Melzer (UFPR)

Dra. Fernanda Luiza de Faria (UFSC)

Me. Franciane Toledo (Professora Educação Básica/MG)

Dra. Marianna Meirelles Junqueira (UFLA)

Me. Nielsen de Moura (Professor Educação Básica/MG)

Me. Patrícia Maria Azevedo Xavier (IFBA)

Me. Paulo Ricardo da Silva (UFLA)

Dr. Thiago Henrique Barnabé Corrêa (UFTM)

Dr. Reginaldo Fernando Carneiro (UFJF)

Me. Wallace Alves Cabral (UFSJ)

Page 5: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

QuiEncontroUFJF (3. : 2018 : Juiz de Fora, MG)

Anais do III QuiEncontro; Ana Carolina Araújo Silva, Cristhiane Carneiro

Cunha Flôr, Rita de Cássia Reis, organizadoras. – Juiz de Fora, 2018.

p. 84

ISSN: 2527 - 1156

1. Educação – Congressos. 2. Formação de professores. 3. Ciências. 4.

Química. II. QuiEncontro (3. : 2018 : Juiz de Fora, MG). II.Silva, Ana

Carolina Araújo, Flôr, Cristhiane, Reis, Rita de Cássia. IV. Título

CDU 27

Page 6: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Caros colegas, leitores destes Anais do III QuiEncontro,

Nesses três anos de evento, desde 2016, nós, da equipe de Educação Química da

Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em parceria com

o Centro de Ciências da UFJF, com o Colégio de Aplicação João XXIII, com a equipe de

Educação Química do Departamento de Química da UFJF e com a Superintendência

Regional de Ensino de Juiz de Fora buscamos trazer à tona todas as belezas, novidades,

realizações e esperanças das quais estão repletas as escolas, por meio de seus

professores. Desde a primeira edição, vem crescendo a participação dos professores da

educação básica, tanto na proposição de trabalhos para as rodas de conversa, quanto no

oferecimento e participação nas oficinas do evento, além de ter crescido muito a

participação na organização do evento. Isso para nós é uma felicidade, pois buscamos

com o QuiEncontro um efetivo encontro entre a universidade e a escola, num sentido de

não hierarquização dos saberes. Buscamos, antes de tudo, troca e compartilhamento.

Queremos aprender com a escola básica, seus desafios e potencialidades. Sua boniteza.

Foi pensando assim que, para o terceiro QuiEncontro, buscamos estreitar ainda mais

nossa parceria com a Superintendência Regional de Ensino, realizando o evento nas

dependências da Escola Estadual Francisco Bernardino/JF, contando com a colaboração

paciente, amorosa, criativa de nossas colegas Kelly, Teresinha, Silmat, Odaísa, Cristiana,

Fernanda e de tantas outras personagens da escola que possibilitaram a realização do

evento. Foram inúmeras reuniões pensando a melhor programação possível, que fosse

ao encontro dos desejos e potencialidades dos verdadeiros autores e autoras do evento,

seus participantes!

Nesta terceira edição do QuiEncontro contamos também com a presença especial de

estudantes do ensino médio, que ofertaram oficinas, participaram da mesa de

credenciamento, apresentaram junto ao professor Cláudio o emocionante e significativo

número musical “Os Saltimbancos” e nos mostraram que os processos educativos podem

ser pensados em seu todo, sem hierarquizações rígidas. Os professores ensinam, mas

também aprendem. Os estudantes aprendem, mas também ensinam. A universidade

produz conhecimento que pode ser útil à escola básica e vice-versa, a escola básica

Page 7: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de

professores nas universidades.

Esse processo gerou um grande aprendizado a todos e todas que estiveram envolvidos.

É possível perceber esse aprendizado nos relatos apresentados nestes Anais do III

QuiEncontro, que estão muito interessantes e agradáveis de ler, e que trazem ideias

incríveis para nossas aulas! Esperamos que realizem uma ótima leitura, e que possamos

nos ver no IV QuiEncontro, que será realizado na Universidade Federal de São João Del

Rey, no dia 17 de agosto de 2019.

Um grande abraço e uma leitura inspiradora é o que desejamos!

Ana Carolina Araújo da Silva

Cristhiane Carneiro Cunha Flôr

Rita de Cássia Reis

Page 8: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Sumário Roda de conversas 1: Aprender ciências brincando .................................................................... 9

Atividade lúdica no ensino de química orgânica ......................................................................... 12

Bake off Química: mão na massa e de olho nas reações químicas ............................................. 15

As bolinhas mágicas: ciências na educação infantil .................................................................... 19

Roda de Conversas 2: Aprender ciências investigando! ........................................................... 21

Ciências Forenses: O Ensino da Química por meio da Experimentação ..................................... 24

Tem Química na Geladeira? ........................................................................................................ 27

Do submicroscópico para macroscópico: Aprendizagem da geometria molecular através de

modelos ....................................................................................................................................... 30

Roda de Conversas 3: Aprender ciências contando histórias! .................................................. 32

CineCiências: uma proposta para abordar a temática Educação Ambiental .............................. 36

Aprendendo ciências com os super-heróis ................................................................................. 38

Elaboração de tirinhas como forma de aprendizagem em Química ........................................... 41

Roda de Conversas 4: Aprender ciências com o ambiente! ...................................................... 44

Uma aula sobre chuva ácida para alunos do técnico integrado em agropecuária ..................... 47

Horta vertical para o cultivo de temperos na Escola Municipal Engenheiro André Rebouças ... 50

Contaminação do Rio Doce por metais pesados: Um projeto para a feira de ciências. ............. 52

Roda de Conversas 5: Aprender ciências interagindo! .............................................................. 57

Júri Químico: uma atividade para a aproximação, motivação e criticidade dos estudantes da

Educação Básica .......................................................................................................................... 60

Flutua ou Afunda? Trabalhando ciências com experimentação. ................................................ 63

Teste de Chama: identificação da dificuldade dos estudantes na aprendizagem de conceitos

químicos ...................................................................................................................................... 67

Roda de Conversas 6: Aprender ciências participando! ............................................................ 69

Tabela Periódica Interativa – TPI: Construção de uma Tabela Periódica Interativa integrada ao

Sistema Arduíno, desenvolvimento de sites e aplicativos, de modo a tornar o Ensino da

Química dinâmico e atrativo. ...................................................................................................... 73

Estratégia didática digital: gamificando com QR Code ............................................................... 77

O que não me disseram durante a licenciatura: Um relato da primeira experiência como

professora ................................................................................................................................... 80

Reação exotérmica: atividade experimental para promover a participação .............................. 83

Page 9: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Roda de conversas 1: Aprender ciências brincando Mayara Paula de Souza

A roda de conversa aprender ciências brincando aconteceu no dia 24 de novembro de

2018 no III QuiEncontro, coordenada por mim, iniciei expondo os relatos que seriam

apresentados e seus respectivos autores.

Os trabalhos a serem compartilhados foram:

1. As bolinhas mágicas: ciências na educação infantil

Mayara Paula de Souza

2. Atividade lúdica no ensino na química orgânica

Felipe Marques, Luisa ramos, Priscyla da Cruz Machado, Andréia Francisco Afonso

e Ana Carolina, Milena

3. Bake off química: mão na massa de olho nas reações químicas

Nilian Couto Hugo

A dinâmica da roda de conversa proposta por mim e aceita pelos participantes foi a de

que cada autor apresentasse seu trabalho em no máximo em 15 minutos, e ao final

abriríamos para a discussão, perguntas e sugestões.

Iniciei a conversa contanto minha experiência ao realizar uma atividade de ciências para

a educação infantil, mais precisamente para crianças do maternal 1. A atividade envolveu

a apresentação de conceitos científicos, e aprendizado através do processo de

experimentação e observação.

A atividade consistia em colocar bolinhas gel na água e trabalhar com os alunos hipóteses

do que iria acontecer, o que aconteceu, e porque aconteceu. As crianças observaram

mudanças na característica física das bolinhas e nesse momento pude colocar para eles

que determinados materiais absorvem mais água que outros e por isso houve essa

expansão das bolinhas. De uma maneira simples e lúdica pude introduzir

superficialmente conceitos científicos através de uma brincadeira. A realização dessa

atividade me fez enxergar a importância de introduzir desde muito cedo os conceitos na

vida dos alunos, gradativamente será benéfico para a construção dos conceitos que

surgiram ao passar dos anos.

Page 10: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

O segundo relato foi sobre uma cruzadinha envolvendo conceitos de química orgânica,

essa atividade foi desenvolvida por bolsista do PIBID na turma de EJA em uma escola

estadual do município de Juiz de Fora-MG.

Antes de iniciar a atividade eles apresentaram para os alunos os conceitos básicos da

química orgânica que auxiliariam na realização da tarefa proposta, que consistia em uma

palavra cruzada de 10 questões. Foi relatado o preconceito dos alunos com a disciplina

resultando em uma resistência para aprender, a dificuldade não só na química, mas

também na interpretação e escrita das palavras. Apesar dos obstáculos a atividade foi

considerada significativa e produtiva, pois foi possível fazer uma avaliação diagnóstica na

turma observando as dificuldades em entender e diferenciar os conceitos químicos, a

necessidade em realizar mais atividades lúdicas como essa, pois alguns dos alunos não

sabiam nem como preencher a cruzadinha, e a importância das atividades em grupo onde

um ajudando o outro quebra a resistência com determinadas disciplinas.

O terceiro e último relato foi uma atividade baseada em programa de televisão chamado

Bake Off Brasil – Mão na Massa, estiverem envolvidos 45 alunos do 2º ano do ensino

médio de uma escola do município de Santa Rita do Jacutinga-MG.

Observando a dificuldade dos alunos em compreender os conceitos de reações

inorgânicas a professora propôs o Bake Off Química, a sala foi dividida em grupos e cada

grupo deveria fazer um bolo e um relatório explicando as reações estudadas em sala que

ocorrem também no processo de fabricação do bolo e por último apresentar o que

observaram e realizaram. No dia da apresentação os alunos explicaram todas as reações

que ocorreram desde a mistura dos ingredientes até o processo de assar.

Ali a professora pode observar que na prática os alunos conseguiram visualizar e

compreender os conceitos, que fazer o registro em forma de relatório possibilitou

verificar e comparar se todos haviam entendido corretamente, e ela pode ver

principalmente que enxergar a química no dia a dia despertou mais interesse dos alunos

e fez com que as notas melhorarem.

Após a apresentação dos 3 relatos houve uma grande discussão resultando em troca de

experiências importantíssimas, e chegamos a conclusão que o olhar atento do professor

em planejar atividades significativas e lúdicas abre um horizonte vasto para infinitas

possibilidades de construção de conhecimento e experiências. É papel do professor

Page 11: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

estimular e dar recursos para que os alunos desenvolvam um interesse maior pelas

disciplinas principalmente química, física e ciências, e que mesmo com os obstáculos

encontrados nas escolas por causa de profissionais conservadores e falta de recursos é

preciso fazer a diferença na vida do aluno.

Ressaltamos também a importância de eventos como o QuiEncontro onde podemos

trocar experiências, aprender novas atividades, modificar nossa didática e ampliar nosso

conhecimento.

Page 12: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Atividade lúdica no ensino de química orgânica

Felipe Marques, Luisa Ramos, Priscyla da Cruz Machado1

Andréia Francisco Afonso, Ana Carolina Araújo da Silva, Milena França

Este trabalho trata-se de um relato de experiência, proveniente de uma intervenção

desenvolvida, no âmbito do subprojeto Química do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação

à Docência (PIBID) da Universidade Federal de Juiz de Fora realizado na Escola Estadual Professor

José Freire. A proposta da atividade envolve o estudo de conceitos de Química Orgânica em uma

perspectiva lúdica. A atividade aplicada foi nomeada como Cruzadinha Química. Escolhemos essa

atividade para saber qual o nível de conhecimento básico em química orgânica os alunos têm. O

tema escolhido deu-se devido a professora estar ministrando esse assunto no momento da

intervenção.

A atividade de intervenção foi realizada com aproximadamente 19 alunos do 3 EJA B do período

noturno, no dia 02 de outubro de 2018 na Escola Estadual José Freire em Juiz de Fora – MG, em

uma aula com duração de 50 minutos.

Para iniciar a atividade com a turma fizemos uma breve apresentação da química orgânica,

apresentando o seu básico, como: o que é a química orgânica, seus tipos de ligações, grupo

funcional hidrocarboneto entre outros. Em seguida apresentamos a atividade Cruzadinha

Química, contendo 10 perguntas sobre química orgânica, distribuídas, 5 na vertical e 5 na

horizontal.

As perguntas foram elaboradas de acordo com o conteúdo ministrado em sala de aula.

Os alunos do 3° EJA, estão no seu último ano e ao aplicarmos a atividade observamos que alguns

deles tiveram algumas dúvidas em alguns conceitos químicos, como por exemplo tipos de

ligações químicas (iônica e covalente), não conseguiam compreender porque determinados

elementos faziam “n” ligações, tiveram dificuldades na distribuição eletrônica, não se recordavam

ou não sabiam alguns nomes como elétron, camada de valência, entre outros. Notamos essas

dificuldades no momento que eles buscaram a nossa ajuda para responder a cruzadinha. Essa

atividade também despertou uma interação entre os alunos, quando um não sabia a resposta,

além de buscar a nossa ajuda, eles também procuravam o colega ao lado, que para eles tinham

1 Graduandos em licenciatura em química pela universidade federal de Juiz de Fora

Page 13: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

um melhor conhecimento. O Colega acabava explicando e sanando a dúvida, com isso

conseguimos chamar atenção que o estudo em grupo pode trazer bons resultados.

De acordo com Moraes, Ramos e Galiazzi (2007, p. 205) aprender é :

reconstruir significados anteriormente elaborados, numa

perspectiva sociocultural, é importante criar o máximo de

oportunidades na sala de aula para o envolvimento com a fala

e a escrita. Tanto em grande grupo, como em grupos

menores, é importante que os alunos sejam desafiados a se

manifestarem e a expressarem seus modos de pensar sobre

os temas trabalhados, entendendo-se que é na confrontação

das ideias, no exercício de construção de entendimentos

compartilhados que se concretiza a aprendizagem efetiva.

Percebemos também que os alunos tinham dificuldades com a língua portuguesa. Essa

percepção aconteceu quando observamos que algumas respostas da cruzadinha não

estavam sendo completadas, como as palavras: homogêneo no número 4 na vertical e a

palavra hidrocarboneto no número 6 na horizontal.

Em ambos os casos os alunos estavam escrevendo sem o h ou até mesmo não sabiam

como escrever.

A cruzadinha química teve um erro de digitação no item 10, onde deveria ser a resposta “quatro”

horizontalmente, estava um quadrinho a frente, esse erro foi percebido pelos alunos no

momento que estavam respondendo a atividade e pedimos para eles corrigirem, apagando o

quadradinho que aparecia na frente e colocando mais um no final.

Através do desenvolvimento da atividade concluímos que os alunos apesar de já estarem no

último ano da modalidade EJA possuem algumas dificuldades com alguns conceitos de química e

não apenas com a química orgânica. Isso pode ter acontecido por muitos já estarem fora das salas

de aula há muito tempo ou até mesmo por falhas nos processos de ensino e aprendizagem dos

anos anteriores.

Page 14: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Page 15: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Bake off Química: mão na massa e de olho nas reações químicas

Nilian Couto Hugo

O “Bake off Brasil - Mão na massa” e um programa de televisão em que os participantes

recebem algumas provas e precisam cozinhar para obter o resultado que os jurados

exigem. Inspirada neste programa, realizamos o Bake off Química – Mão na massa e de

olho nas reações químicas com 45 alunos do segundo ano do ensino médio na Escola

Estadual José Marinho de Araújo da rede pública de ensino do estado de Minas Gerais,

localizada no município de Santa Rita de Jacutinga.

Como professora na única escola de ensino médio do município, resolvi trabalhar a

temática de reações inorgânicas de uma forma aplicada ao cotidiano dos alunos, que

estavam com muita dificuldade de assimilar o conteúdo teórico. Assim como no

programa de televisão, onde os participantes são avaliados, os alunos foram avaliados

dentro dos 30 pontos distribuídos no terceiro bimestre de 2018 com 5 pontos.

Primeiramente apresentei a proposta de desenvolver um bake off química abordando as

reações inorgânicas que estavam sendo trabalhadas dentro da sala de aula, buscando

assim a validação da opinião dos alunos em um diálogo sem imposição aos mesmos. Essa

conversa inicial aconteceu por haver alunos que se deslocam da área rural e também

ouvir dos mesmos se haveria alguma dificuldade (financeira ou de deslocamento) para a

realização dos trabalhos. Os alunos se animaram e ficaram agitados por causa da

possibilidade de experimentarem os bolos pôs apresentação. Expliquei que o trabalho

seria uma das avaliações bimestrais com a exposição de bolos feitos pelos grupos, em um

período de 10 minutos por grupo com data a definir, abordando a temática das reações

químicas decorrentes do preparo dos bolos.

Durante esta mesma aula, após apresentação da proposta, dividimos a turma em 6

grupos com no máximo 8 alunos. Em nossa segunda aula foi apresentada o conceito

químico que deveriam investigar durante o processo de fazer o bolo, tais como: reações

químicas que ocorrem, tipos de misturas e composição química dos ingredientes. No dia

da apresentação do trabalho os alunos foram orientados a entregar um relatório com a

Page 16: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

receita e suas relações com os conceitos químicos abordados em aula. Para auxiliar os

alunos foi recomendada a leitura do trabalho: “A mistura química do bolo caseiro: relato

de uma experiência” dos autores Josiane V. G. Soares, Thaís R. Viegas, Rita H. M. Seixas e

Hilda M. T. Oliveira, apresentado no 37° Encontro de Debates sobre o Ensino de Química.

Os grupos tiveram três semanas para se preparem e organizarem seus relatórios e

apresentação.

A apresentação dos bolos estava impecável, tivemos diversos sabores: prestígio, paçoca

(sendo este com uma tabela periódica feita com leite ninho por cima do bolo), brigadeiro,

brigadeiro branco e preto e doce de leite. Estavam todos visivelmente lindos e saborosos.

Durante a apresentação os alunos comentaram que para fazer um simples bolo ocorrem

diversas reações químicas, tanto na mistura dos ingredientes quanto na ordem de

preparo do bolo. A seguir são apresentados trechos dos relatórios dos alunos explicando

o porquê de tudo ser feito conforme a ordem descrita nas receitas. Existem erros

conceituais e de ortografia nos textos escritos pelos alunos, porém foram abordados ao

longo do desenvolvimento do trabalho e após a correção dos relatórios em sala de aula.

• "Bater as claras dos ovos com açúcar ate atingir o formato de neve, assim elas

triplicam seu volume inicial devido a ligação de sua estrutura molecular ser muito bem

feita e difícil de ser rompida. Essa característica permite o armazenamento de ar dentro

dela se aglomere criando uma espuma que auxiliaram na sustentação inicial da massa”.

• “Fermento o ingrediente mais importante: quando adicionado na massa o

fermento sofre uma transformação química liberando gás carbônico a partir da reação

entre o bicarbonato de sódio e o fosfato monoácido (dihidrogenofosfato de cálcio). O gás

carbônico obtido da reação é liberado dentro da massa fazendo com que o bolo cresça e

fique fofinho.”

8NaHCO3(s) + 3Ca(H2PO4)2(s) Ca3 (PO)2(aq) + 4Na2HPO4(aq) +8 CO2(g) + 8H2O(l)

• “O forno deve ser pré-aquecido, pois ao colocar o bolo no forno é importante que

o mesmo já esteja quente, desse modo, o gás carbônico que será obtido pela

transformação do fermento não irá escapar da massa antes que ela comece a solidificar.”

• “O calor para assar o bolo é o que faz com que o mesmo cresça, pois mantém as

moleculas de água e gás carbônicos dilatados em agitação dentro da massa.”

Page 17: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

• “Dica: nunca abra o forno durante o cozimento do bolo, pois as bolhas de gás

carbônico e de vapor de água estão dilatadas na massa, devido ao aquecimento, ao serem

resfriadas podem contrair bruscamente fazendo o bolo murchar.”

Os fatos acima foram relatados e citados pelos alunos durante a apresentação. Um dos

grupos solicitou não apresentar junto com a turma, apenas para a professora, pois se

sentiam muito envergonhados chegando a passar mal. Respeitando os alunos e seu

desenvolvimento cognitivo, permiti que este grupo de apenas 5 alunos realizassem a

apresentação em sala somente em minha presença.

Os alunos desta turma são muito manuais e possuem dificuldade de assimilação apenas

com aulas teóricas, influenciando negativamente em suas notas como foi observado no

segundo bimestre. Entretanto ao realizar diversas atividades onde os mesmos podiam se

movimentar e construir, as notas aumentaram no terceiro bimestre de química. O bake

off química permitiu aos discentes explorarem a química além da sala de aula e chegarem

a observação de fatores químicos envolvidos em seus cotidianos.

A atividade foi muito prazerosa durante todo o processo e ao finalizar as apresentações

os alunos puderam experimentar todos os bolos feitos pelos grupos. O que gera entre a

turma uma troca de experiências e um momento de convivência além da típica sala de

aula, pois os trabalhos foram apresentados no salão de apresentação da escola.

Dentro de sala foram trabalhadas reações e assim os alunos tinham que classificar as

mesmas dentro dos tipos de reações inorgânicas (dupla troca, simples troca, adição e

decomposição). O desempenho e interesse dos alunos dentro da sala de aula

aumentaram de forma significativa. Os alunos já estão pedindo um próximo bake off

química com alimentos salgados.

Trabalhar a química de forma contextualizada abrangendo o cotidiano do aluno não é

fácil por conta de fatores como pouco tempo das aulas, geralmente duas aulas de 50

minutos, porém se torna um trabalho que enobrece e enriquece o trabalho tanto do

professor quanto do aluno em um processo constante de construção de conhecimento.

Aulas envolvendo o bake off química podem ser incluídas no andamento das sala de aula

para que alunos que não são ouvinte e visuais tenham a oportunidade de aprender de

forma manual durante a realização das atividades. Podendo assim discutir vários

Page 18: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

conceitos químicos, além das reações químicas, como tipos de misturas, estados físicos

da matéria e até mesmo fazer analogias com os conceitos referentes à estequiometria.

Page 19: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

As bolinhas mágicas: ciências na educação infantil

Mayara Paula de Souza

As atividades desenvolvidas neste relato surgiram depois da disciplina de ciências

2 do Curso de Especialização em Ensino de Ciências e Matemática nos anos iniciais na

Universidade Federal de Juiz de Fora. As discussões dessa disciplina giravam em torno de

experiências e apresentação de conceitos científicos quando ensinamos os fenômenos

ocorridos no nosso dia a dia.

A partir dessas discussões e uma atividade realizada em minha sala de educação

infantil pude perceber que é possível ensinar utilizando os termos corretos para que os

alunos comecem a ter familiaridade e entendam desde pequenos os processos.

Procurando alguma atividade que poderia adequar a idade de crianças com 1ano

e 6 meses a 2 anos decidi trabalhar com as bolinhas de gel. A primeira etapa da atividade

foi reunir as crianças em círculo e contar que iríamos fazer uma mágica, dito isso as

crianças ficaram super empolgadas. Expliquei que aquelas bolinhas eram especiais e que

primeiro deveríamos colocar elas dentro de uma bacia e depois colocar água para a

mágica acontecer. Com meu auxilio elas retiraram as bolinhas do saquinho e colocaram

na bacia, aproveitei para indagá-los sobre as características das bolinhas, eles falaram

sobre as cores, o tamanho, que era dura, e falaram “eca” quando perceberam que

grudava na mão. Despejamos a água na bacia e questionei-os sobre o que achariam que

iria acontecer, as respostas foram diversas, que as bolinhas iam nadar, que iam sumir,

que iam ficar grandonas. Feito isso falei com as crianças que para a mágica acontecer

tínhamos que esperar até o outro dia para descobrirmos, guardei a bacia e fomos realizar

as outras atividades do dia.

No dia seguinte as crianças chegavam e quando avistavam a bacia sobe o balcão já

perguntavam sobre a mágica e queria ver como estavam. A etapa seguinte foi sentarmos

novamente em circulo e observarmos a mudança que ocorreu na nossa “mágica”. Todos

se mostraram baste surpresos pelo fato das bolinhas estarem maiores, mesmo que algum

dos alunos tenha falado essa hipótese anteriormente observar a mudança é muito

melhore e mais impactante. Deixei que eles manipulassem e examinassem as novas

características das bolinhas, as fala principais referiram a ter mudado de tamanho (ficou

Page 20: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

“grandona”) e a maleabilidade (ficou mole, escorregava). Comecei a investigar se eles

criavam alguma hipótese para o acontecido, a maioria falava que era mágica e um

determinado aluno lembrou que colocamos água. Aproveitei o gancho e perguntei para

eles onde estava a água, já que na bacia tinha apenas as bolinhas, a resposta foi que ela

sumiu. Nesse momento expliquei para eles que a bolinhas eram feitas de um material

que gostava muito de água, e que quando isso acontecia elas cresciam e ficavam cheias

de água dentro delas.

De uma maneira simples e lúdica expliquei absorção da água de acordo com determinado

material, encerrada essa atividade aproveitei as bolinhas para trabalhar as habilidades

motoras e sensoriais com os alunos.

A primeira habilidade motora foi equilibrar a bolinha na colher sem deixar que ela caísse,

muita bolinhas caíram e quebraram, os alunos puderam ver que a transformação do

objeto quando sofre algum impacto. A outra atividade motora foi colocar as bolinhas

dentro da garrafa, e por fim trabalhamos a habilidade sensorial onde os alunos descalços

puderam sentir as bolinhas com os pés.

Através de atividades simples podemos trabalhar diversas habilidades e conteúdos, o

importante é o professor planejar suas aulas, testar as experiências anteriormente e

buscar uma maneira de explicar de acordo com a realidade da sua turma. Para mim esse

tipo de atividade está sendo desafiadora e muito importante para mudar minha

concepção de ensino de ciências na educação infantil.

Page 21: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Roda de Conversas 2: Aprender ciências investigando!

Christina de Oliveira Lage

A roda de conversa 2 do evento “III QuiEncontro UFJF – Conversas sobre o Ensino de

Química na Educação Básica”, realizada no dia 24 de novembro de 2018, na sala 02 nas

dependências da Escola Estadual Francisco Bernardino (EEFB), iniciou-se com uma rápida

apresentação dos participantes de forma que pudéssemos conhecer um pouquinho

sobre a formação acadêmica dos que estavam presentes e o que os levou a se

interessarem pelo encontro. Nesta roda contamos com três trabalhos que tratavam de

assuntos muito interessantes, cada um abordava um tema específico, mas foi possível

relacioná-los e compreender o ponto principal de toda discussão. Os títulos dos relatos e

os respectivos autores são:

1. Ciências Forenses: O ensino da Química por meio da experimentação

Laura Maria Santos Ferreira, Camila Caroline Oliveira Herculano, Gabriel Eduardo Costa

Pereira, Marcos Guilherme de Jesus Parreira, Mateus Romanazzi Bertolino e Araújo,

Milena Luciana Oliveira França, Andréia Francisco Afonso e Ana Carolina Araújo da Silva

2. Tem Química na Geladeira?

Christina de Oliveira Lage e Karla Santos Cherem

3. Do submicroscópico para macroscópico: Aprendizagem da geometria molecular através

de modelos

Lucas Teixeira Oliveira e Andréia Francisco Afonso

Inicialmente, cada autor apresentou uma síntese do trabalho desenvolvido em torno de

15 minutos, na sequência, teve início a roda de conversa, propiciando a troca de

vivências.

O primeiro relato apresentado nos mostrou a necessidade de levar a prática para a sala

de aula. Segundo os autores, a escola em que desenvolveram o trabalho tem promovido

aos seus estudantes a discussão sobre diversos assuntos da atualidade. A partir disso, um

dos grupos do subprojeto Química do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à

Docência (PIBID) da Universidade Federal de Juiz de Fora tem desenvolvido sequencias

didáticas sobre Ciências Forenses.

Page 22: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Nesse sentido, o grupo elaborou uma prática sobre a “Revelação Digital”. Foi destacado

durante toda a apresentação a importância do “fazer diferente”, motivar os alunos a

vivenciarem de fato o que foi aprendido. Os autores ressaltaram também o desafio em

se ter os materiais necessários e laboratórios nas escolas para os alunos aprenderem

através da experimentação. Mas, apesar da dificuldade, mostraram que é possível

planejar aulas envolvendo a prática com materiais simples e disponíveis na escola. Como

resultado final do trabalho desenvolvido, os autores afirmaram que a experiência foi

ímpar e que os estudantes se interessaram muito pela prática experimental. Instigar os

alunos a investigar os leva a criar hipóteses e construir novos conhecimentos.

Em seguida, apresentei o segundo trabalho, o qual foi um relato de minha experiência e

de uma amiga, Karla, com a atividade intitulada “Tem Química na geladeira?”. Nesse

trabalho apresentamos a importância da criação de hipóteses e conclusão a partir da

observação e experimentação simples. Apesar de realizarmos o trabalho com uma turma

de Ensino Fundamental onde os conteúdos químicos não são abordados com

aprofundamento específico, consideramos importante ensinar Ciências com caráter mais

investigativo, trazendo um pouco de química nas aulas. Durante toda a discussão foi

ressaltado o desafio de permanecer com a prática na sala de aula, centrando na questão

da perda do lúdico e da aprendizagem mais experimental e motivadora em determinado

momento da Educação Básica.

Por fim, foi apresentado o último relato, cujo autores compartilharam o trabalho voltado

para o aprendizado da química utilizando práticas que transpassassem a teoria para algo

mais visual. Segundo a autora Andreia, é possível estudar diversos conceitos e temas a

partir de modelos, isto é, da manipulação de objetos que proporcionam uma química

mais visível.

Após todas as apresentações, iniciou-se então, as discussões. Esse momento foi muito

rico para nossa prática docente, pois além de conhecermos novas formas de ver e ensinar

a química, foi possível entender diferentes posicionamentos e realidades escolares.

Como pode-se observar a partir de cada relato, todos voltaram-se para a prática na sala

de aula. Alguns professores participantes da roda de conversa ponderaram o desafio de

inserir em suas aulas mais experimentação e movimento da turma, demonstrando

claramente uma resistência à mudança e inovação. Muitos explicaram que o motivo de

Page 23: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

tal dificuldade vem da falta de tempo, conteúdos extensos, poucos recursos,

disponibilidade da equipe, reconhecimento profissional e exigências que limitam a

diversidade de metodologias das disciplinas.

Apesar disso, concluímos que há um longo percurso para conseguirmos fazer uma ponte

entre a teoria e a prática. O professor precisa despertar o querer, a vontade de aprender

no aluno oportunizando a construção de um conhecimento válido para a sua vida pessoal

e profissional. Sabemos que não é fácil ter uma mudança na educação, mas também

estamos cientes que ela é possível e necessária.

Page 24: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Ciências Forenses: O Ensino da Química por meio da

Experimentação

Laura Maria Santos Ferreira

Camila Caroline Oliveira Herculano

Gabriel Eduardo Costa Pereira

Marcos Guilherme de Jesus Parreira

Mateus Romanazzi Bertolino e Araújo

Milena Luciana Oliveira França

Andréia Francisco Afonso

Ana Carolina Araújo da Silva

A Escola Estadual Professor José Freire, localizada na Zona Norte de Juiz de fora, tem

promovido aos seus estudantes a discussão de vários temas da atualidade, por meio de

palestras, que tiveram como temas: o uso de drogas e de bebidas alcóolicas, a

automedicação, além de temas sociais como a violência. Pensando nessas questões, um

dos grupos do subprojeto Química do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à

Docência (PIBID) da Universidade Federal de Juiz de Fora elaborou e tem desenvolvido

sequências didáticas sobre Ciências Forenses, com o objetivo de verificar o nível de

conhecimento dos estudantes a respeito do tema e fazer com que eles consigam

relacionar esse tema com os assuntos estudados em sala de aula.

Dando início a uma das sequências didáticas, elaboramos uma prática sobre a Revelação

de Digital, para os alunos do 1º, 2ºe 3º ano do ensino médio (1M1, 2M1, 2M2, 3M1 e

3M2.) da Escola Estadual Professor José Freire. Com o intuito de enriquecer e ilustrar os

ensinamentos lecionados para os alunos, foi realizado um experimento de coleta de

digital em todas as turmas participantes do projeto. O experimento teve uma duração de

50 minutos em cada sala, o que equivale, a uma aula da escola.

Na realização do experimento buscamos usar matérias de fácil acesso como: amido,

carvão vegetal, pinça de madeira, palha de aço, pincel, luva cirúrgica, uma superfície lisa

Page 25: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

(tela de celular, vidrarias em geral, CD, entre outros), folha branca, fita adesiva e

isqueiro/caixa de fósforo. Já os as vidrarias de laboratório usadas foram: almofariz, pistilo,

béquer e espátula que podem ser substituídas por pilão de amassar alho, copos e

colheres. Logo, isso poderia possibilitar aos alunos a reprodução da experiência em

outros horários e apresentar uma ciência mais próxima do cotidiano do estudante. Para

a realização do procedimento, os alunos foram divididos em grupos, e posteriormente

foram entregues os roteiros da prática no qual havia tópicos mostrando os materiais

trabalhados, as vidrarias, e seu passo a passo, e no final pedíamos para os alunos

desvendarem o caso simulado presente no roteiro. Que teve como intuito guiar os alunos

na realização do experimento, e estavam divididos em 4 partes (a introdução, um caso

simulado, os matérias a serem utilizados e o processo experimental). Após a distribuição

de todos os materiais e reagentes utilizados, houve uma breve explicação em relação ao

roteiro, dando enfoque as vidrarias e possíveis cuidados que devem ser tomados ao

manusear produtos e compostos em análises.

A primeira etapa da atividade envolveu a adição de uma pequena quantidade de amido

em um béquer. Posteriormente, o carvão vegetal foi triturado no almofariz, com auxílio

do pistilo. Com ajuda de uma pinça de madeira, houve a queima da palha de aço, para

que fosse liberado o óxido de ferro II (FeO), em seguida misturamos e adicionamos ao

amido, o óxido de ferro II e o carvão triturado. Utilizando a tela de seus respectivos

celulares, os alunos depositaram suas digitais, e com o auxílio de um pincel depositaram

a mistura feita sobre a sua digital, retirado o excesso. Em seguida os alunos aderiram a

fita adesiva sobre a tela do celular onde se encontravam suas digitais. Posteriormente

transferimos a digital coletada para uma folha em branco. Para que nesse momento,

pudéssemos observar a digital dos respectivos estudantes. Para finalizar, foi possível

comparar as digitais coletadas dos alunos com a digital presente no documento de

identidade.

Ao fim do experimento, foi relacionado o conteúdo já estudado com a prática realizada.

Pois acreditamos que dessa forma a temática abordada, tenha possibilitado uma aula

mais contextualizada com um caráter mais interdisciplinar. Para isso contamos com o

auxílio de diferentes recursos como: apresentação de slides e experimentações. Com

isso concluímos que a etapa prática proporcionou uma maior participação dos

Page 26: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

estudantes nas atividades propostas, resultando uma ótima interação com a aula e

despertando nos estudantes um maior interesse. Portanto podemos destacar que a

aplicação da atividade em sala de aula despertou nos bolsistas do PIBID o desejo de

realizar outros métodos de ensino, saindo do aprendizado mecânico e

descontextualizado, que têm como objetivo principal alcançar determinados resultados

em provas, podendo ser esquecidos posteriormente.

Page 27: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Tem Química na Geladeira?

Christina de Oliveira Lage

Karla Santos Cherem

Este trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual Professor José Eutrópio em uma turma

do quinto ano do Ensino Fundamental, composta por 35 alunos. O tema surgiu a partir

de uma proposta anterior, onde trabalhamos com reaproveitamento de alimentos.

Inicialmente, desconstruímos a ideia de lixo e, surgiu a necessidade de compreender

sobre a conservação dos alimentos.

Fizemos uma abordagem interdisciplinar, trabalhando em Língua Portuguesa, o gênero

textual “entrevista” e, em Ciências, sobre a composição dos alimentos e a transformação

dos mesmos em contato com o meio. Para a realização desse trabalho utilizamos 5 aulas

de 50 minutos cada uma.

Iniciamos com uma roda de conversa, retomando a experiência do reaproveitamento de

alimentos da qual participaram da execução de receitas. Após discutir como se pode

reaproveitar comida, apresentamos aos alunos a montagem artística do ilustrador e

fotógrafo Carl Warner (2010). Ao mostrar as imagens das “Paisagens com Comida de Carl

Warner”, vimos a admiração por parte dos alunos. A cada imagem mostrada surgiam

comentários e encantamento.

A partir dessa apresentação iniciamos então, uma reflexão sobre como tudo é

apresentado e construído nas ilustrações, quais os alimentos utilizados são conhecidos

pelas crianças e quais elas desconhecem. Nesse sentido, a arte foi usada para disparar

uma discussão sobre nossa alimentação e assim, voltou-se para a preocupação em comer

de forma adequada fazendo uso de alimentos que trazem benefícios a nossa saúde,

traçando um paralelo com o projeto anterior sobre o reaproveitamento de alimentos.

Na disciplina de Língua Portuguesa, trabalhamos o gênero textual “entrevista”,

abordando suas características e necessidades para atender o objetivo final desse

gênero. Certos de que precisávamos de um tema para a entrevista, fizemos a escolha

Page 28: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

democraticamente, realizando uma votação. Dessa forma, o tema proposto para a

entrevista foi: “Conservação dos alimentos”.

Utilizamos uma parte da aula para estruturar todo o trabalho com o gênero citado acima.

Elaboramos perguntas, definimos quem seria entrevistado. A questão investigada foi

sobre como as famílias armazenam e conservam os alimentos, perpassando sobre os

hábitos alimentares (maior consumo de industrializados ou produtos naturais).

Confeccionamos uma geladeira com papel “Filipinho”, onde os dados da entrevista

seriam compilados, ou seja, cada aluno montava sua geladeira de acordo com os hábitos

da família entrevistada. Em seguida, em grupos, divulgavam os resultados.

Após as discussões sobre as distintas formas de armazenar, assistimos um vídeo no qual

uma nutricionista apresentou dicas sobre onde guardar cada alimento na geladeira.

Neste momento, surgiram inquietação e comentários sobre como faziam em casa.

Dando continuidade ao processo de investigação sobre a conservação dos alimentos,

fizemos o “experimento da maçã”. Cada dupla, partiu uma maçã ao meio, uma parte

recebeu limão e a outra não. Após algum tempo, os alunos perceberam que uma das

partes da fruta estava com o aspecto diferente. Aquela que não recebeu o limão estava

escurecida, e a outra estava conforme no começo da experiência. Iniciamos o processo

de formulação de hipóteses, as duplas discutiam entre si e, posteriormente socializaram

com os demais colegas. Dessa forma, algumas hipóteses foram levantadas:

1. Naquela parte que recebeu limão não houve proliferação de

bactérias, enquanto a outra estava apodrecendo.

2. O pedaço que recebeu mais bactérias do ar apodreceu mais rápido

que o outro.

3. A acidez do limão protegeu a fruta. Relataram que a mãe utiliza a

laranja quando faz salada de frutas.

Surgiu a dúvida sobre a acidez das frutas, ou seja, se o limão sendo altamente ácido,

apodrece? Outras frutas como abacaxi e laranja tambem iria “proteger” a maçã?

Indagados se teriam coragem de comer o pedaço escurecido, muitos disseram que não

e, que era perigoso, pois estava com micro-organismos, estava podre. Apenas um aluno

se dispôs a comer, houve espanto quando foi autorizado a ingerir. Na sequência, outros

também degustaram, mas com certo receio. A hipótese mais provável para eles era que

Page 29: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

a fruta estava com um aspecto feio, pois estava apodrecendo, como foi dito

anteriormente. No entanto, o incentivo da professora para que provassem ia de encontro

à teoria elaborada até então.

Tal situação gerou um conflito. Há alguns meses estudamos os seres microscópicos e sua

ação no corpo humano. Foi então que surgiu a ideia de que a bacteria que “apodreceu”

a maçã seria do grupo de bactérias benéficas ao nosso sistema digestório. Nesse sentido,

disparamos uma discussão com os estudantes que se baseou em questionamentos sobre

qual ser vivo microscópico seria responsável por deixar a maçã assim e se o (a) seu (sua)

responsável os autorizavam a comer uma fruta apodrecida.

A partir das indagações, os alunos responderam que apenas seria possível

saber o tipo de bactéria/fungo se fosse utilizado um microscópio; e que não eram

autorizados a comer alimentos com aparência “apodrecida”.

Contudo, sugerimos que fizessem uma pesquisa sobre o tema (em casa), e para isso,

explicamos sobre a importância de consultar fontes seguras e indicamos sites onde

pudessem encontrar material.

Na aula seguinte, socializamos os resultados da pesquisa e verificamos que a maçã possui

uma enzima (liberada principalmente quando se corta a fruta, rompendo algumas

células) que em contanto com o oxigênio do ar sofre um processo de oxidação. A acidez

do limão impede a ação desta enzima. Descobrimos que este processo ocorre com outras

frutas como a pêra e a banana, por exemplo.

A culminância do trabalho se deu na confecção de uma nova geladeira, desta vez com os

desenhos dos alimentos armazenados no lugar correto (visto que cada um se conserva

em uma temperatura e há variação térmica dentro da geladeira). Os alunos também

fizeram cartazes explicativos sobre o processo de conservação dos alimentos e os

malefícios de uma alimentação inadequada.

Page 30: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Do submicroscópico para macroscópico: Aprendizagem da

geometria molecular através de modelos

Lucas Teixeira Oliveira

Andréia Francisco Afonso

A aula de Química deste relato ocorreu no mês de outubro de 2018 na Escola Estadual

Duque de Caxias, no âmbito de um projeto de extensão que tem como objetivo a

aprendizagem da docência por meio de vivências em contextos educacionais reais, sob a

supervisão do professor da Educação Básica.

A atividade a ser descrita foi desenvolvida em uma turma do primeiro ano do ensino

médio, composta por cerca de 30 alunos. Nesta etapa de escolarização é que se dá o

primeiro contato dos estudantes com a disciplina específica. No nono ano do Ensino

Fundamental, ou até mesmo antes, os conteúdos químicos são abordados junto a

disciplina de Ciências, sem um aprofundamento específico. Portanto, os alunos do

primeiro ano do Ensino Médio não apresentam grande afinidade com os conceitos e a

linguagem química.

Assim, visando facilitar o aprendizado, foi realizada uma prática utilizando um kit com

esferas e tubos de plástico, a fim de que os estudantes representassem modelos de

diferentes moléculas com seus respectivos átomos e ligações, possibilitando assim que

os mesmos transpassem a teoria para algo mais visual. O intuito dos modelos era que

alunos identificassem os átomos – representados pelas esferas de cores diferentes -

através da sua camada de valência, e escolhessem os que poderiam ser utilizados para

formar as moléculas, avaliando quantas ligações químicas deviam ser feitas para

contemplar a regra do octeto. Cada esfera continha um certo número de buracos onde

se encaixam os tubos para formar as ligações covalentes. Além disso, os alunos tinham

que definir a geometria e a polaridade das moléculas.

Para início a aula, a turma foi dividida em grupos de quatro a cinco pessoas e, logo após,

foram distribuídas algumas peças do kit – esferas e tubos de plástico. Com os modelos de

plástico distribuídos, foi pedido para os alunos que montassem as moléculas de oxigênio,

Page 31: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

da água, do trifluoreto de boro, da amônia, do metano e do gás carbônico. Elas foram

escolhidas de modo a abranger diferentes geometrias moleculares e polaridades.

Após identificar e separar os “átomos” (esferas de plástico) de acordo com a sua camada

de valência (número de furos) os estudantes deram início à montagem, observando e

respeitando sempre a regra do octeto. Ao final da montagem da primeira molécula, foi

discutida a sua respectiva fórmula estrutural, estrutura de Lewis, geometria molecular e

polaridade através dos vetores resultantes. As mesmas etapas aconteceram com as

demais moléculas.

Como surgiram dúvidas e dificuldades por parte dos estudantes, estes foram orientados

pelo bolsista de extensão e pela professora da turma. Essa também foi uma oportunidade

de interação com eles e de identificação das dificuldades na aprendizagem desses

conceitos.

Através dessa aula interativa conseguimos associar o nível submicroscópio com o

macroscópico, possibilitando assim a visualização do que antes era tratado somente no

quadro de giz, de forma teórica. O fato de abordar vários conteúdos em uma única

atividade faz com que o conhecimento fosse construído de modo significativo, e

possivelmente, será utilizado para a compreensão de assuntos futuros da área de

Química.

Os resultados obtidos se tornam ainda mais relevantes pelo fato da atividade ter sido algo

novo, diferente, para os alunos, mostrando que é necessária a utilização de recursos

didáticos diferenciados para que a aprendizagem não aconteça de forma “mecânica” e

descontextualizada, com os conteúdos retidos apenas para a realização das provas, mas

esquecidos rapidamente.

Page 32: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Roda de Conversas 3: Aprender ciências contando histórias!

Lucas Mascarenhas de Miranda

A roda de conversas iniciou-se com a apresentação do projeto “CineCiências: uma

proposta para abordar a temática Educação Ambiental”, de Wbiratan Cesar Macedo de

Oliveira, Daniela Tavares Maciel e Andréia Francisco Afonso. Wbiratan relatou sua

experiência vivida em uma feira de ciências no colégio de aplicação João XXIII. Sua

intenção com o projeto realizado era evitar o estereótipo da “ciência show” e da química

colorida e explosiva e fazer algo que realmente mostrasse às pessoas o que a ciência é.

Ao mesmo tempo, queria atender a uma vontade de suas alunas, que era fazer algo para

a feira de ciências que chamasse a atenção das pessoas. E, assim, tiveram a ideia do

CineCiências. O professor e as alunas selecionaram, então, quatro vídeos do canal

“Manual do Mundo”, disponível no YouTube, e fizeram sessões de cerca de 30 minutos,

nas quais havia não só a exibição desses vídeos como uma discussão, ao final, sobre

alguns dos temas abordados. Os vídeos propiciaram discussões sociais, políticas e

ambientais sobre o tratamento da água; reciclagem; produção de vidro e alumínio;

relação entre consumo, preservação e degradação; e nossa responsabilidade perante o

meio ambiente. O sucesso foi tanto que atraiu não só alunos que passavam pela feira de

ciências, mas os pais de alunos, os professores e os funcionários da escola.

A segunda apresentação foi feita por mim, Lucas Mascarenhas de Miranda, cujo

projeto chama-se “Aprendendo ciências com os super-heróis”. Relatei minhas

insatisfações em ouvir, recorrentemente, perguntas como “por que essa materia e

importante?” e a estrategia que decidi adotar. Estando no contexto de um a escola

privada e muito conservadora, embora bastante heterogênea, resolvi utilizar os super-

heróis, e seus superpoderes, bem como outros elementos da cultura pop, para falar de

ciências, mostrando aos estudantes que a ciência não está só presente no seu livro

didático e na prova do vestibular, mas no cinema, nos quadrinhos, na televisão, na

natureza e no seu dia-a-dia. Através de pequenas inserções de discussões sobre a ciência

Page 33: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

dos super-heróis, ao longo do ano, pude notar uma mudança significativa no caráter das

perguntas feitas pelos alunos. A ligação da ciência com o cotidiano daqueles estudantes,

que foi facilitada pelas discussões sobre personagens do cinema e dos quadrinhos,

ajudou os alunos a enxergarem um sentido naquilo que estavam aprendendo.

Em seguida, a última apresentação foi feita por Marcela Arantes Meirelles, que

contou sobre seu projeto intitulado “Elaboração de tirinhas como forma de aprendizado

em química”. Ao terminar de abordar o tema “modelos atômicos” nas turmas onde

estava lecionando, a autora começou a pensar em formas de se avaliar o aprendizado

deste conteúdo. Não poderia abrir mão da avaliação tradicional, pelo contexto das

escolas em que estava. Mas tinha liberdade para pensar em formatos diferentes para os

trabalhos. Assim, nasceu a ideia de propor aos alunos um trabalho que consistia na

elaboração de uma tirinha, que abordasse, de alguma forma, o que são os modelos

atômicos. Inicialmente, houve um bloqueio por parte dos alunos, porque não

acreditavam ser possível uma professora de química pedir que fizessem uma tirinha. No

entanto, o trabalho foi mantido e os alunos tiveram a oportunidade de mostrar suas

habilidades de desenhar, de fazer humor. As abordagens foram muito variadas: houve

tirinhas sobre conhecimentos químicos específicos, sobre a evolução do pensamento

científico, e até sobre as relações existentes entre os cientistas que elaboraram os

modelos atômicos mais conhecidos. Ao final, os trabalhos foram expostos nas suas

respectivas escolas.

Depois que as três apresentações foram feitas, foi aberto o espaço para as

discussões e perguntas. O primeiro assunto que emergiu, na forma de um complemento

ao que eu havia dito em minha apresentação sobre os super-heróis, foi a respeito da

importância das mulheres na ciência e de se desconstruir a ideia do cientista enquanto

homem. Uma das participantes comentou sobre a dificuldade de ser mulher e fazer

ciência, sobre quantas e quão grandes são as barreiras encontradas, que aos poucos

estão se diluindo, mas que ainda são grandes. Contamos com a presença de alguns

estudantes na roda de conversas, que puderam nos confirmar o fato de que esse

estereótipo – da masculinidade da ciência – é mesmo muito presente, além da forte ideia

de que a ciência não foi feita para alunos e, principalmente, alunas de periferias. Alguns

Page 34: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

participantes reconheceram o papel da mídia e demais meios de comunicação na

construção dessas imagens de cientistas.

Outra discussão levantada foi acerca do objetivo do ato de estudar. Muitos

presentes relataram já ter ouvido a pergunta “por que essa materia e importante” e

concordam que a resposta mais fácil e prática e dizer “porque cai no vestibular”. Um dos

participantes, no entanto, afirmou que, quando interpelado sobre a importância do

estudo, costuma contar a história de sua mãe, que misturava ácido muriático com soda

cáustica para limpar o chão. Ele explicou que, na realidade, essas duas substâncias se

neutralizam, e não adianta jogá-las juntas; e concluiu dizendo que isso não aconteceria

se sua mãe tivesse tido a oportunidade de estudar química.

Nós, participantes da roda, reconhecemos que todos os projetos apresentados atuam no

sentido de dar um sentido intrínseco ao ato de estudar, um sentido que não seja externo

à própria educação, como uma prova ao final do ano. Uma das alunas presentes reforçou

essas observações, argumentando que quanto mais se contextualiza o conteúdo com

situações do dia-a-dia dos estudantes, mais curiosidade eles têm de saber sobre como a

natureza funciona e de se aprofundarem nesses conhecimentos. Apesar de saber disso,

um dos participantes apontou que, muitas vezes, sua maior dificuldade de contextualizar

a ciência com elementos cotidianos é o fato de que muitos dos conhecimentos ensinados

na escola foram descobertos ou produzidos há muitos séculos, quando não existiam

diversas tecnologias que usamos hoje.

Seguindo a linha das dificuldades encontradas por professores, outra dificuldade que foi

mencionada é formação. Os professores são formados, tanto no ensino básico quanto no

ensino superior, dentro dos moldes de um ensino tradicional. Por mais que estudem e

aprendam sobre modelos inovadores e não-tradicionais de educação, os professores os

aprendem na faculdade, através de um modelo tradicional. A dificuldade de se preparar

uma aula diferenciada, somado ao pouco incentivo das escolas e ao fato de que nenhum

professor recebe a mais por preparar aulas melhores, são elementos completamente

desestimuladores. Além disso, foram comentados também os problemas existentes nos

currículos obrigatórios, as turmas muito cheias e a estrutura ruim das escolas,

principalmente estaduais e municipais.

Page 35: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Por fim, levantou-se uma discussão sobre o papel do YouTube e dos influenciadores

digitais na aprendizagem de ciência, ou pelo menos no estímulo para aprender ciências.

Vários presentes relataram casos em que alunos trouxeram experiências feitas em canais

do YouTube e precisaram dar explicações científicas sobre aqueles fenômenos.

Concluímos que, de fato, existem coisas boas e ruins na internet e que o papel dos

professores, nesse contexto, deixou de ser o de monopolizar e distribuir o conhecimento,

mas o de auxiliar os estudantes a navegarem por esse mundo de informações misturadas

com entretenimento, ensiná-los a aprender, de preferência, por conta própria.

Page 36: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

CineCiências: uma proposta para abordar a temática Educação

Ambiental

Wbiratan Cesar Macedo de Oliveira

Daniela Tavares Maciel

Andréia Francisco Afonso

A Semana de Ciências e Matemática do Colégio João XXIII aconteceu entre os dias 18 a

21 de setembro de 2018 e teve como tema “Sustentabilidade”. O evento foi pensado de

modo a estimular a valorização de atitudes que contemplem a preservação da natureza,

a promoção do bem-estar social e a gestão eficiente de recursos, integrando várias áreas

do conhecimento em busca de soluções práticas que desmistifiquem a crença de que as

discussões do tema devem ser da competência exclusiva das Ciências Naturais.

É importante destacar que a Educação Ambiental deve tratar as questões globais de

forma crítica, assim como suas causas e inter-relações em uma perspectiva sistêmica, em

seu contexto social e histórico; firmando ações sustentáveis relacionadas ao

desenvolvimento e ao meio ambiente, tais como população, saúde, paz, direitos

humanos, democracia, fome, biodiversidade, ciência e tecnologia.

Entretanto, nas escolas de Educação Básica, geralmente, temas ambientais são

apresentados em feiras de Ciências, nas quais as atividades ficam pautadas na

realização/exposição de experimentos, mostras de reciclagens, plantios de mudas,

dentre outros. Por isso, pensando na Educação Ambiental voltada para a criticidade,

planejamos uma forma diferente de apresentação para motivar e despertar o interesse

dos estudantes para a participação no evento.

Assim, um grupo de alunos do primeiro ano do Ensino Médio desenvolveu um trabalho

intitulado CineCiências. Durante o evento, tivemos três sessões, cada uma durou em

média 30 minutos e com a exibição de vídeos e explanação dos alunos, ao final. Foram

exibidos quatro vídeos (que foram editados pelos estudantes a partir de oito outros

vídeos sugeridos pelo professor) do Programa Manual do Mundo que estão disponíveis

no You Tube.

Page 37: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

As questões associadas ao meio ambiente e que foram discutidas nos vídeos e pelos

estudantes, tratavam: (i) como é feito o tratamento da água, (ii) como o alumínio é

extraído da natureza e o processo de reciclagem desse metal, (iii) como é fabricado o

papel, (iv) como é fabricado o vidro – e todas as etapas de reserva, de extração, gasto de

energia, processos químicos envolvidos, a relação consumo – preservação – degradação

e responsabilidade social.

Com intuito de identificar o conhecimento prévio sobre os temas abordados, antes de

iniciar cada sessão, o grupo interagiu com o público (alunos da Educação Básica e seus

responsáveis, e professores e funcionários do Colégio), através de perguntas.

No final das sessões, os estudantes (do grupo) fizeram as considerações finais com uma

abordagem crítica em relação aos problemas ambientais, numa perspectiva histórica,

política e social. Através da interação com os participantes, percebemos que para a

maioria os assuntos mostrados nos vídeos eram novidade. Além disso, os alunos,

responsáveis pelas sessões, relataram que a atividade foi muito importante para eles,

uma vez, que tiveram de pesquisar sobre o assunto e, sair da posição de expectador para

a de mediadores do conhecimento e disseram ainda que, o trabalho foi muito divertido,

por envolver cinema e pipoca.

Com isso, consideramos que atividade atingiu o objetivo dentro das possibilidades e

limitações do evento. Além disso, a proposta se mostrou eficiente como uma alternativa

na promoção da Educação Ambiental de forma mais crítica. Acreditamos que as escolas

devem promover mais espaços para essa discussão, envolvendo não só professores e

alunos, mas também outros membros da comunidade escolar.

Page 38: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Aprendendo ciências com os super-heróis

Lucas Mascarenhas de Miranda

Um dos desafios comumente encontrados por professores do ensino básico é mostrar

aos seus alunos a importância daquilo que estão estudando e a relação da ciência com o

seu dia-a-dia. Não são poucas as vezes que os docentes acabam optando pelo argumento

“e importante porque cai no vestibular”, o que só mostra ao aluno que, de fato, o ensino

de ciências não tem nenhum valor intrínseco, ele é um mero degrau para se chegar ao

ensino superior.

Este relato de experiência visa apresentar uma tentativa de metodologia de ensino que

apliquei ao longo do ano de 2018, na Rede de Ensino Conexão (vinculada ao sistema

Anglo de ensino e, em última instância, à Kroton Educacional). Basicamente, a minha ideia

foi de utilizar os super-heróis, e seus superpoderes, bem como outros elementos da

cultura pop, para falar de ciências, mostrando aos estudantes que a ciência não está só

presente no seu livro didático e na prova do vestibular, mas no cinema, nos quadrinhos,

na televisão, na natureza e no seu dia-a-dia.

Contexto: O colégio Conexão atende a um público muito heterogêneo – em termos de

classe social, cor de pele, orientação sexual, visões políticas, estrutura familiar, etc –

sendo assim, é impossível estabelecer alguma constante entre os alunos de qualquer

turma específica. Por estar submetido a duas grandes empresas do ramo da educação,

há muito engessamento em quesitos pedagógicos, em materiais didáticos, no currículo

que deve ser ensinado, até mesmo na elaboração de provas (que muitas vezes já vêm

prontas de São Paulo). Portanto, não é tão fácil realizar nesta escola propostas de ensino

mais inovadoras e que fujam um pouco dos métodos mais tradicionais e do currículo

proposto.

Preparação para o projeto: Nos anos 2016 e 2017, quando realizei meu mestrado em

divulgação científica, tive contato com vários autores dos campos do jornalismo

científico, da divulgação científica e do ensino de ciências, através de nomes como Attico

Chassot, Rudiger Laugksch, Yurij Castelfranchi, Gérard Fourez, Magda Soares, Benjamin

Shen, entre vários outros, que discutem, entre outros assuntos, as características de uma

Page 39: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

divulgação científica / ensino de ciências que colabore com a promoção de um letramento

científico de qualidade. E, utilizando todo esse ferramental, criei um blog chamado

“Ciência Nerd”, onde publicava quinzenalmente textos relacionando ciência e cultura

pop. No ano de 2018 parei de publicar com frequência, mas percebi que havia construído

com o blog um ótimo arcabouço de recursos didáticos para trabalhar em sala de aula. Foi

então que resolvi utilizá-lo como um instrumento complementar às minhas aulas de

física.

Aplicação do projeto: No princípio, pensei em realizar discussões sobre a ciência dos

super-heróis – com as minhas turmas de 9º ano do fundamental e de 1º, 2º e 3º ano do

médio – no período de duas semanas e verificar se causou algum impacto no interesse

deles e nas suas notas. Porém, como os assuntos dos meus textos perpassavam muitas

áreas diferentes da física, química, matemática biologia e até mesmo das ciências

humanas e sociais, optei por pulverizar essas discussões ao longo de todo o ano. E assim

o fiz.

Exemplos de aulas: Ao discutir o tema “radiação” com uma turma de 3º ano, por exemplo,

aproveitei a história de Hulk para colocar em pauta outros assuntos. Esse super-herói

permitiu que eu conseguisse, secundariamente, discutir temas como: os efeitos

biológicos da radiação no corpo humano; acidentes nucleares; a quebra de fita dupla do

DNA causada pela radiação gama; mutações genéticas provocadas por quebras no DNA;

hipóteses bioquímicas para explicar sua cor verde – através da transformação da

hemoglobina em biliverdina, tal como em um hematoma –; hipóteses epigenéticas para

a transformação em Hulk e em seguida o retorno à forma humana; entre outros assuntos.

Em outra circunstância, ao discutir o tema “energia” com uma turma de 9º ano, pude

trazer algumas discussões a respeito do filme “Pantera Negra”, e trabalhar assuntos

como: as semelhanças entre o metal fictício Vibranium e o grafeno; o uso do grafeno para

a produção de novas tecnologias; algumas hipóteses físicas – através de transformação

de energia – para explicar o funcionamento do uniforme do Pantera; o histórico Partido

dos Panteras Negras nos Estados Unidos na década de 60, que combateu o racismo

institucionalizado; a representatividade feminina e negra na ciência e na sociedade; a

forte relação entre ciência e religiosidade na sociedade apresentada no filme; entre

outros assuntos.

Page 40: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

O que observei com essas aulas: O que mais chamou a minha atenção foi a mudança do

caráter das perguntas feitas pelos alunos. Enquanto o mais comum era ouvir perguntas

do tipo “como isso cai no vestibular?”, esses panos de fundo que usei para falar de ciência

fizeram emergir perguntas mais sinceras, perguntas a respeito da natureza. Foi visível

que o interesse por trás das perguntas era, de fato, entender melhor o mundo que vive,

tentar criar paralelos entre a fantasia e a ficção e desenvolver hipóteses acerca das

possibilidades de produzirmos alguns poderes da fantasia com recursos da ciência. O foco

das aulas mudou por completo e fez com que eles interagissem com o conteúdo discutido

de forma muito mais íntima e prazerosa. Além disso, encontrei nestes temas um espaço

para trazer discussões em um âmbito mais social também, aproximando cada vez mais a

ciência da vida deles e construindo junto com os alunos uma visão mais crítica do que é

a ciência e o que é o cientista. E, em paralelo a isso, mostrando que este é um espaço

que eles também podem ocupar, que o trabalho do cientista não é muito distante do que

fazemos quando refletimos juntos sobre hipóteses para explicar os poderes de um super-

herói.

Conclusão: Como não se tratou de uma pesquisa formal e sistemática, não posso falar –

muito além do que já falei – com precisão sobre o impacto que esse recurso didático teve

nas turmas com as quais trabalho. Mesmo porque, trago esses conteúdos de forma

pulverizada, e não como um projeto intensivo e de curta duração. Mas, de forma

subjetiva, através da minha observação e da percepção de colegas professores, considero

que esta foi uma ótima maneira de, não só falar de conteúdos científicos – e de vestibular

– em sala de aula, mas também descontruir alguns preconceitos que muitos alunos

possuem com as ciências e dar um pouco mais de significado ao que estudam, para que

a passagem deles pelo ensino médio seja mais do que um degrau, mas que tenha uma

finalidade própria, uma razão de ser.

Page 41: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Elaboração de tirinhas como forma de aprendizagem em Química

Marcela Arantes Meirelles

O presente resumo traz um relato de atividade que foi desenvolvida em sala de aula com

alunos(as) do 9º ano do Ensino Fundamental (1 turma) e do 1º ano do Ensino Médio (4

turmas) no ano de 2018, na cidade de Juiz de Fora- MG.

Após trabalhar o conteúdo de modelos atômicos, os(as) estudantes já possuíam uma

bagagem de conceitos importantes sobre a estrutura atômica, tal como prótons,

nêutrons, elétrons, evolução do pensamento científico e dos modelos atômicos,

representação dos elementos químicos, dentre outros. A partir desses conhecimentos

construídos, foi utilizada uma forma de avaliação do aprendizado de uma maneira

diferente. Assim, foi solicitado aos(as) alunos(as) que elaborassem uma tirinha sobre

conceitos relacionados ao átomo para verificar o que eles(as) haviam aprendido até

então. Além disso, seria possível avaliar a criatividade, a habilidade de desenhar e de

escrever nesse gênero textual.

Inicialmente realizou-se uma explicação sobre os elementos que constituem as tirinhas:

“Segmento ou fragmento de história em quadrinhos, geralmente com três ou quatro

quadros, e apresentado em jornais ou revistas numa só faixa horizontal” (Dicionário

Houaiss). Levaram-se alguns exemplos para a sala, a fim de ilustrar esse gênero textual.

Em seguida, foi proposta a confecção das tirinhas, sendo realizada em sala de aula com o

9º ano e como atividade para casa com o 1º ano. A professora orientou e mediou a

confecção das tirinhas.

Seguem abaixo alguns exemplos das tirinhas realizadas:

Page 42: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Por meio das tirinhas, foi possível verificar a compreensão de conceitos químicos como a

evolução dos modelos atômicos e do pensamento científico, a partir da conversa entre

Ruth (Ernest Rutherford) e Bohr (Niels Bohr); a natureza elétrica da matéria (carga

positiva do próton) e a representação do átomo a partir do modelo de Dalton (esfera

maciça). Vale destacar que os(as) estudantes representaram o átomo de diversas formas,

sendo que elas já haviam sido discutidas em aulas anteriores, demonstrando a

apropriação destas representações na elaboração das tirinhas.

Page 43: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Após a confecção, entrega e avaliação das tirinhas, os(as) alunos(as) as colocaram em

exposição no mural da escola. Assim, eles(as) puderam ver os trabalhos de outros(as)

colegas e de outras turmas que também confeccionaram as tirinhas.

Esta atividade se mostrou muito promissora para estimular a criatividade, o humor e a

imaginação. Além disso, permite que os(as) alunos(as) escrevam em um gênero textual

que é pouco comum na área de ciências. Muitos(as) estudantes adoraram realizar o

trabalho, mas alguns não gostaram ou não se dedicaram na atividade, provavelmente

pela falta de interesse, de habilidade ou até de tempo para a confecção.

Page 44: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Roda de Conversas 4: Aprender ciências com o ambiente!

Silvio Ivanir de Castro

A roda de conversa n°4 que teve como título “Aprender ciências com o ambiente”, foi

composta de três trabalhos desenvolvidos em escolas públicas dos municípios de

Barbacena e Juiz de Fora, estado de Minas Gerais.

O primeiro trabalho denominado “Uma Aula Sobre Chuva Ácida para Alunos do Tecnico

Integrado em Agropecuária” cujos autores são Daiane Dulcileia Moraes de Paula, Larissa

Dias da Silveira Araújo, Daniel José da Silva, Marcelo Henrique Reis Carvalho, Gabriel

Mendonça Piazzi, Chrystiaine Helena Campos de Matos, Lilian Guiduci de Melo, do

Instituto Federal de Educação Tecnológica, Campus Barbacena apresentou uma aula

teórico-experimental ministrada em três turmas do ensino médio integrado ao Técnico

de Agropecuária. Foram promovidas atividades de leitura e observação sobre os

conhecimentos prévios dos alunos a respeito da poluição atmosférica e chuva ácida

seguida do desenvolvimento da atividade prática que demonstrou o efeito dos gases

liberados na queima do enxofre na cor de uma rosa vermelha e no pH de uma amostra

de água com papel indicador de pH e indicador azul de bromotimol. Esse experimento

evidencia a propriedade dos óxidos ácidos em reagir com a água formando ácidos,

provocando assim uma redução do pH evidenciado pela alteração das cores da rosa e do

indicador ácido-base. Após o experimento foi aplicado um questionário para discussão

sobre o seu resultado e sua relação com as atividades da agropecuária. O projeto permite

estabelecer uma relação entre os conteúdos da química com a futura atividade

profissional dos estudantes tornando assim o processo de ensino-aprendizagem mais

significativo.

Em seguida ocorreu a apresentação do trabalho “Horta vertical para o cultivo de

temperos na Escola Municipal Engenheiro Andre Rebouças” de autoria de Ana Maria do

Carmo da Escola Municipal Engenheiro André Rebouças, município de Juiz de Fora, MG;

Cirlene Silva, Gabriela Nery, Isamaira Sinfrônio, Talita Teixeira e Antonio Carlos Sant’Ana

Page 45: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

do Instituto de Ciências Exatas; e Layla Fonseca, Instituto de Ciências Biológicas, ambos

institutos da Universidade Federal de Juiz de Fora – MG. O trabalho ocorreu dentro do

subprojeto Pibid Interdisciplinar Ciências Ciclo II e abordou o tema “Consumismo x

Desperdício” de forma a desenvolver nos alunos uma postura etica em relação ao

consumo e conservação do planeta expondo a importância de se reutilizar as garrafas de

PET para o cultivo de plantas, reduzindo assim o impacto ambiental causado por esses

materiais além da necessidade de se consumir alimentos saudáveis e livres de

agrotóxicos. Os alunos foram incentivados a produzir e personalizar suas próprias

garrafas contendo uma trança de retalho para servir como um fio de abastecimento de

água da parte inferior para a parte superior da garrafa. Foi discutido o valor nutricional

de cada tempero cultivado e o fenômeno da capilaridade além do próprio cultivo e

cuidado com as plantas. Na etapa final da atividade os alunos relataram sobre o seu

aprendizado, colheram e degustaram os temperos cultivados. Os autores consideraram

a horta como um valioso instrumento de aprendizagem favorecendo uma interação e

socialização de alunos e professores, despertando a importância e respeito à natureza.

A terceira e última apresentação teve como título “Contaminação do Rio Doce por metais

pesados: Um projeto para a feira de ciências” de Silvio Ivanir de Castro, Colegio de

Aplicação João XXIII, Universidade Federal de Juiz de Fora e descreve a apresentação de

um trabalho de pesquisa elaborado por uma equipe composta de cinco alunos do

segundo ano do ensino médio a ser apresentado na Feira de Ciências que ocorre

anualmente no colégio. O trabalho apresenta parte de um relatório realizado por um

grupo de pesquisadores participantes de um coletivo científico-cidadão denominado

Grupo Independente para Avaliação do Impacto Ambiental - GIAIA, concebido para

analisar os impactos ambientais decorrentes do derramamento de resíduos de

mineração que contaminou todo o curso do Rio Doce em novembro de 2018. Ele contém

o resultado de uma série de análises físico-químicas e biológicas, e que podem ser

acessadas em sua página na internet. A equipe de alunos escolheu seis pontos de coleta

para apresentar as concentrações de Manganês, Ferro e Cádmio que não estavam em

conformidade com a resolução CONAMA 357 de 2005 para corpos d’água de Classe II que

podem ser destinadas ao "abastecimento para consumo humano, após tratamento

convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário,

Page 46: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

tais como natação, esqui aquático e mergulho; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas

e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter

contato direto; à aqüicultura e atividade de pesca". Para que o visitante da Feira possa

visualizar a diferença entre a concentração permitida e a encontrada no leito do rio e em

poços artesianos foram feitas soluções contendo vários sucos em pó dissolvidos que

apresentam diferentes cores. No final do trabalho eles apresentaram os efeitos que o

consumo de água pode ter na saúde das pessoas. A organização e apresentação deste e

outros inúmeros trabalhos na feira de ciências demonstra grande participação dos

discentes, mesmo entre aqueles que não têm grandes interesses pelas áreas das ciências

naturais e matemática, pois tem a oportunidade de exercitar diferentes habilidades como

apresentação dos trabalhos em público, produção de textos, maquetes, desenhos, além

da própria pesquisa acadêmica.

Os trabalhos apresentados na roda de conversa “Aprender ciências com o ambiente” teve

ampla participação de alunos e professores presentes e demonstra que os docentes em

exercício ou em formação das áreas das ciências da natureza estão em constante sintonia

com os acontecimentos de nossa sociedade, promovendo atividades científicas

interdisciplinares relacionadas diretamente com a realidade dos estudantes, envolvendo

leitura de artigos, pesquisa de conhecimentos prévios e utilização de recursos acessíveis

e de baixo impacto ambiental nas aulas teóricas e práticas com o compromisso de

promover uma educação de qualidade nas escolas públicas de Barbacena e Juiz de Fora,

Minas Gerais.

Page 47: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Uma aula sobre chuva ácida para alunos do técnico integrado em

agropecuária

Daiane Dulcileia Moraes de Paula, IF Sudeste MG - Campus Barbacena;

Larissa Dias da Silveira Araújo, IF Sudeste MG - Campus Barbacena;

Daniel José da Silva, IF Sudeste MG - Campus Barbacena;

Marcelo Henrique Reis Carvalho, IF Sudeste MG - Campus Barbacena;

Gabriel Mendonça Piazzi, IF Sudeste MG - Campus Barbacena;

Chrystiaine Helena Campos de Matos, IF Sudeste MG - Campus Barbacena;

Lilian Guiduci de Melo, IF Sudeste MG - Campus Barbacena.

A aula referente à este relato foi desenvolvida por nós, licenciandos em química, que

atuávamos no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do IF

Sudeste MG – Campus Barbacena. A aula teórico-experimental foi ministrada no 3º

Bimestre, do ano letivo de 2017, em três turmas do 2º ano do ensino médio integrado ao

Técnico de Agropecuária do instituto. Tivemos como objetivo principal planejar uma aula

com um tema bastante corriqueiro: “Chuva Ácida”, e que sobretudo, correlacionasse os

conhecimentos adquiridos ao longo do curso de agropecuária com a disciplina química,

a fim de promover um aprendizado múltiplo. A experimentação é uma importante

ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, e quando aliada a contextualização

promove a construção do saber científico com a realidade do educando. A atividade foi

dividida em quatro etapas. No primeiro momento, iniciamos com a leitura de uma

reportagem publicada em janeiro de 2015 retirada do portal de notícias da Globo (G1):

“Cetesb confirma que chuva ácida atingiu Cubatão após vazamento” (G1 GLOBO, 2015).

Logo após, introduzimos questões sobre o texto que levariam ao tema central da aula,

para observar o conhecimento prévio dos alunos. Alguns alunos se mostraram tímidos no

início da discussão, mas de acordo com a interação de alguns discentes, outros foram se

descontraindo, fator que ocasionou uma maior participação da turma em relação ao

tema proposto. Em um segundo momento instigamos os alunos a falarem sobre os

Page 48: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

componentes da atmosfera e foi marcado por uma investigação diagnóstica, de modo a

conhecer quais conceitos necessários para atingirmos o objetivo da aula e quais

necessitavam ser trabalhados. Sendo assim, realizamos algumas perguntas: “O que é de

fato poluição atmosférica?”, “O que é chuva ácida?”, “Qual é a sua causa?”, Como ela

ocorre?”, “Quais os malefícios da chuva ácida para plantação e para o ambiente em

geral?” e “Quais reações químicas acontecem durante a formação da chuva ácida?”. Os

alunos buscaram responder tais questões baseados em acontecimentos de seu cotidiano.

Assim, buscamos salientar alguns pontos que eles deixaram de mencionar e logo,

juntamente com toda a turma, chegamos a respostas mais completas referentes ao

conceito de chuva ácida e seus principais impactos no meio ambiente e na vida humana

de acordo com a resolução do CONAMA Nº 3 de 28/06/1990 (BRASIL, 1990). O terceiro

momento foi o experimento, onde utilizamos: 1 recipiente de vidro grande; 1 colher

pequena; 1 rosa (vermelha); Papel indicador de pH; Fita isolante; Lamparina; Água;

Enxofre em pó; e Azul de bromotimol. O experimento aconteceu da seguinte forma: o

primeiro passo foi montar o material a ser utilizado na aula, então furamos a tampa do

recipiente de vidro, de maneira a fixar a colher dobrada. Em seguida, com um pedaço de

fita isolante colou o papel indicador de pH na parede do recipiente e inseriu a rosa dentro

dele. Sequencialmente, foi colocado um pouco de enxofre na colher fixada na tampa e

acendeu a lamparina para que iniciasse a combustão. Rapidamente o frasco foi fechado

possibilitando observar a formação de fumaça e deixando reagir por alguns minutos.

Dentro do frasco foi possível perceber a descoloração da rosa, condição que chamou

bastante a atenção dos alunos, o que fez com que discutissem o aspecto ambiental. Eles

também visualizaram a mudança de coloração da fita universal de pH, que se comparada

com a escala do fabricante, evidenciava que dentro do recipiente estava ácido (pH 4).

Essa alteração ocorreu devido a reação do enxofre com oxigênio do ar, formando o

dióxido de enxofre. Em seguida, foi retirado a rosa, que ficou desbotada, e adicionado

água, deixando reagir novamente por mais algum tempo. Foi explicado aos alunos que a

rosa possui quantidades significativas de carotenoides, substâncias responsáveis pela

coloração avermelhada da flor, e quando estes são expostos a meios muito ácidos,

tendem a se oxidar, adquirindo uma coloração mais clara, devido a diminuição da

concentração desse pigmento. A reação do dióxido de enxofre com a água originou o

Page 49: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

ácido sulfúrico e o ácido sulfuroso, fazendo com que o papel indicador mudasse

novamente sua cor, apontando agora pH 1-2. Após, abriu o frasco e colocou algumas

gotas de azul de bromotimol, o qual confirmou a acidez do meio. O último momento foi

a aplicação de um questionário com 11 perguntas para que os alunos pudessem discutir

o que aconteceu no experimento e sua correlação com a agropecuária. As perguntas

eram relacionadas ao pH, as reações que ocorreram no experimento, problemas que a

chuva ácida causa para a agropecuária e o que eles, como futuros técnicos, poderiam

fazer para tentar reduzi-la: “Por que a chuva já é naturalmente ácida (pH de

aproximadamente 5,65)?”, “Quais os problemas que a chuva ácida pode causar para a

Agropecuária?”, “Que fatores naturais ou não, podem fazer com que algumas regiões

sejam mais poluídas do que as outras? Que propriedades dos gases são responsáveis por

esse fator?”, “Alguma substância liberada por outro processo é capaz de neutralizar a

chuva ácida na atmosfera?”. Verificamos que devido ao formato da aula, os alunos

participaram ativamente de todos os seus momentos. Acreditamos que esse

envolvimento aconteceu também, devido à proximidade do conteúdo com o contexto

que os alunos estão inseridos, tornando o processo de aprendizagem mais significativo.

Concluímos assim, que atividades contextualizadas facilitam o processo de ensino-

aprendizagem, pois como estão interligadas ao cotidiano, o discente compreende mais

facilmente os conceitos trabalhados durante aula.

Figura 1: Realização do experimento.

Fonte: dos autores.

Page 50: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Horta vertical para o cultivo de temperos na Escola Municipal

Engenheiro André Rebouças Ana Maria do Carmo1,

Cirlene Silva3, Gabriela Nery2, Isamaira Sinfrônio2,

Layla Fonseca3, Talita Teixeira2, Antonio Carlos Sant’Ana2

1- Escola Municipal Engenheiro André Rebouças, Juiz de Fora- MG

2- Instituto de Ciências Exatas, Universidade Federal de Juiz de Fora- MG

3- Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Juiz de fora - MG

O subprojeto Pibid Interdisciplinar Ciências Ciclo II desenvolveu diversas atividades na

Escola Municipal Engenheiro André Rebouças, localizada no Bairro Milho Branco, em Juiz

de Fora. A proposta principal foi abordar o tema “Consumismo X Desperdício”, visando a

formação de alunos tenham uma postura ética em relação ao consumo e à conservação

do planeta, em todos os seus aspectos. A ideia de se cultivar temperos nas garrafas de

PET surgiu pela demanda dos alunos e também devido a escola apresentar pouco espaço

externo para o cultivo em canteiros. Além disso, levou-se em conta a função da escola

como um espaço importante para a formação cidadã dos alunos em relação ao meio

ambiente e a saúde. Assim, a horta se torna um ambiente rico de aprendizagem

significativa para os estudantes e uma excelente ferramenta de ensino que permite

explorar diversos conteúdos de forma concreta e reflexiva.

Esta proposta teve como objetivos: favorecer mudanças de atitudes em relação ao

consumo, proporcionar aos alunos uma vivência com os mais diferentes tipos de

temperos, desenvolver o amor e respeito pela natureza, valorizar os produtos naturais,

reconhecer o valor nutricional das espécies cultivadas, formar alunos conscientes que

façam uma reflexão sobre seu consumo em uma abordagem transdisciplinar e perceber

aspectos químicos em todo o processo.

Esta atividade foi desenvolvida nas turmas de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental II da

seguinte maneira: 1ª aula: aula foi expositiva sobre o consumo excessivo e suas

consequências sobre a vida das pessoas e no meio ambiente. Além disso, destacou –se a

importância de se reutilizar as garrafas de PET para o cultivo de plantas, levando-se em

Page 51: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

conta o impacto ambiental causados por esses materiais. Nesta aula foi trabalhado os

seguintes conceitos: Consumo consciente, A Política dos 5Rs (Repensar, Recusar, Reduzir,

Reutilizar e Reciclar), Tempo de degradação dos plásticos e Impactos da poluição por

plásticos sobre a Biodiversidade. 2ª aula: realizou-se a confecção dos vasos de garrafas

de PET. Cada estudante, personalizou sua garrafa e também fez uma trança de retalho

para servir como um fio de abastecimento de água da parte inferior para a parte superior

da garrafa. Assim, foi possível também trabalhar o conceito de capilaridade e reforçar a

importância de se utilizar materiais que seriam descartados para o meio ambiente. 3ª

aula: plantio dos temperos nas garrafas de PET. 4ª aula: aula expositiva sobre a

importância de se consumir alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos. Nesta aula,

abordou-se os seguintes conceitos: Alimentação saudável, Impactos dos agrotóxicos na

saúde e meio ambiente, Nutrientes encontrados nas espécies de temperos cultivadas.

A partir daí, semanalmente, os alunos faziam uma visita à horta para observarem o

desenvolvimento das plantas e também para reporem a água nas garrafas e retirarem os

matinhos que cresciam junto aos temperos. Como etapa final, os alunos relataram o que

aprenderam e o que significou essa experiência para eles e também tiveram a

oportunidade de colher e degustar esses temperos na merenda da escola.

Diante de todos os depoimentos dos alunos, foi possível perceber que a horta no

ambiente escolar é um valioso instrumento de aprendizagem de conceitos químicos,

permitindo que o aluno perceba que a Química está presente em nosso cotidiano e ainda,

favorece maior interação e socialização entre todos os envolvidos, sendo capaz de

despertar e/ou resgatar a importância e o respeito peta natureza.

Page 52: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Contaminação do Rio Doce por metais pesados: Um projeto para

a feira de ciências.

Silvio Ivanir de Castro

O calendário acadêmico do Colégio de Aplicação João XXIII apresenta em sua

programação as semanas temáticas organizadas por cada um dos departamentos onde

estão lotados os professores e professoras da instituição. São elas: Feira Literária do

departamento de Letras e Artes; Semana de Ciências Humanas do departamento de

Ciências Humanas; Jogos do João do departamento de Educação Física; Semana de

Ciências e Matemática, evento organizadoem conjunto pelos departamentos de Ciências

Naturais e Matemática a partir de 2018. A programação da semana de Ciências e

Matemática consta de visitas ao Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de

Fora, palestras proferidas por professores, professoras do colégioe visitantes, culmina

com a apresentação dos trabalhos de pesquisa dos alunos do ensino fundamental e

médio no sábado, último dia do evento (imagens 1 a 5).

Imagem 1: Vida marinha Imagem 2: Aquecimento global Imagem3: Energia eólica

apresentado em 2017 apresentado em 2017 apresentado em

2017

Imagem 4: Feira de alimentos Imagem 5: Casa Sustentável apresentada

orgânicosem 2018 por Winícius Albuquerque em 2018

No ano de 2017, a partir de estudos realizados na ágora "Propriedades e

Tratamento da Água e do Esgoto", um grupo de alunos(foto 6) seinteressou em

Page 53: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

apresentar um trabalho que foi denominado "Contaminação do Rio Doce por metais

pesados", com o objetivo de mostrar aos visitantes a contaminação da água por metais

pesados provocada pelo rompimentoda barragem de Fundão, localizado no distrito de

Bento Rodrigues, distrito de Mariana, Minas Gerais, no dia 5 de novembro de 2015,que

despejou na bacia do Rio Doce cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos

provenientes da extração do minério de ferro.

O derramamento devastou o distrito de Bento Rodrigues deixando cerca de 200

famílias desabrigadas e a morte de 19 pessoas além do distrito de Paracatu de Baixo,

tornou as águasimpróprias para consumo humano,agrícola e industrial, provocou a

paralisação das estações de tratamento de água, tornou impossível a manutenção da vida

aquática em toda a extensão do rio Doce que abrange cerca de 230 municípios nos

estados de Minas Gerais e Espírito Santo, atingindo até as águas do oceano Atlântico no

município de Regência. Esse evento considerado pela empresa responsável como

acidente e por órgãos de defesa ambiental como crime é estimado de maior impacto

ambiental da história do país e o maior do mundo envolvendo uma barragem de rejeitos.

A equipede alunos e alunas que participou da feira de ciências demonstrou aos

visitantes alguns dos metais que estavam poluindo suas águas e os respectivos riscos de

sua utilização para a saúde humana, tomando como referência um dos documentos

divulgados pelo coletivo científico-cidadão organizado a partir da internet denominada

Grupo Independente para Avaliação do Impacto Ambiental - GIAIA, um grupo de pesquisa

interdisciplinar e autônomo que foi concebido para analisar os impactos ambientais de

forma isenta e independente de influências financeiras e políticas. O documento que

serviu de referência para a equipe foi o relatório técnico "Determinação de metais na

bacia do Rio Doce (período: Dezembro de 2015 a Abril de 2016) - 5/jun/2016" disponível

na página da web <http://giaia.eco.br/materialdesuporte/>. Outras análises fisico-

químicas e biológicas podem ser obtidas na mesma página.

Entre os pontos de coleta analisados pelo GIAIA (imagem 8) a equipeescolheu

6para representar através de soluções contendo sucos em pó dissolvidos que

apresentam diferentes cores, representando algumas amostras de Manganês, Ferro e

Cádmio que não estavam em conformidade com a resolução CONAMA 357 de 2005 para

corpos d’água de Classe II. De acordo com essa resolução essas águas podem ser

Page 54: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

destinadas ao "abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; à

proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário, tais como

natação, esqui aquático e mergulho; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de

parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato

direto; à aqüicultura e atividade de pesca".

Na sequência da imagem 7, o erlenmeyer J2 representa amostra retirada no rio

Gualaxo do Norte em Paracatu de Baixo - MG contendo manganês 53 vezes acima do

permitido; o erlenmeyer "Sra. H" representa amostra retirada em poço artesiano de uma

propriedade particular de propriedade da Sra. Helena em Areal, contendo Ferro 1140

vezes acima do permitido; erlenmeyer J4 representa amostra retirada no Rio Doce na

cidade de Rio Doce - MG, com Cádmio 5 vezes acima do permitido; erlenmeyer J3

representa amostra retirada no Rio do Carmo em Monsenhor Horta - MG com Cádmio 7

vezes acima do permitido; erlenmeyer J1 representa amostra retirada no Rio do Carmo

em Monsenhor Horta - MG, com Manganês 19 vezes o permitido; erlenmeyer J1

representa amostra retirada Rio do Carmo em Monsenhor Horta - MG, com Cádmio 7

vezes acima do permitido; erlenmeyer "Sr. N" representa amostra retirada de poço no

povoado Entre Rios – ES – na propriedade do Sr. Nilton, com Ferro 13 vezes acima do

permitido. Os 3 últimos erlenmeyers à direita representam soluções com Cádmio, Ferro

e Manganês com as concentrações permitidas pela resolução. Dessa forma o visitante

pode comparar as diferenças de concentração através do contraste de cores.

Imagem 6: Alunos e alunas que Imagem 7: Soluções representativas Imagem 8:Pontos de coleta

apresentaram o trabalho:Twanny das amostras de água contaminada

Carolina, André, Paolo e Bianca

As concentrações analisadas nas águas e permitidas pela Resolução CONAMA

357/2005 de Cádmio, Ferro e Manganês estão apresentadas no quadro a seguir:

Page 55: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

PONTOS DE COLETA, CONCENTRAÇÕES DOS METAIS PRESENTES NAS AMOSTRAS E CONCENTRAÇÕES

PERMITIDAS PELA RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005

PONTOS DE COLETA

METAIS

CONCENTRAÇÕES

PERMITIDAS (mg/L)

CONCENTRAÇÕES

ANALISADAS PELO

GIAIA (mg/L) EXPEDIÇÃO

1

J2 Manganês 0,1 5,29 + 0,02

Sra. H

Ferro

0,3

3,83 + 0,02

J4 Cádmio 0,001 0,005 + 0,001

J3 Cádmio 0,001 0,007 + 0,001

J1 Manganês 0,1 1,94 + 0,02

J1 Cádmio 0,001 0,007 + 0,001

Sr. N Ferro 0,3 3,900 + 0,02

Completando a demonstração do trabalho a equipe utilizou dados do relatório

técnico que descreve sobre problemas de saúde ocasionados pela ingestão de água

contaminada pelo Ferro, Manganês e Cádmio.A ingestão de água contaminada com ferro

pode provocargastrite, vômitos, hemorragia, diarréia e desenvolvimento de doenças

crônicas como Alzheimer. A contaminação por Manganês pode ocasionar déficit

intelectual em crianças expostas a níveis iguais ou maiores que 0,5 mg/L. A ingestão de

350 a 3500mg de cádmio pode ser letal e sua exposição crônica afeta principalmente os

rins. O consumo por idosos de 140 a 255µg de cádmio pode estar associado a perda de

proteínas pela urina (proteinúria). Outras consequências da intoxicação crônica por

cádmio são: perda de glicose e fosfato pela urina, pedra nos rins e osteomalácia, ou seja,

o enfraquecimento dos ossos.

Dia 5 de novembro de 2018 completa 3 anos da maior tragédia socioambiental do país e

pouco foi feito para minimizar os prejuízos aos meio ambiente e à sociedade. Faz-se

necessário que atividades como essa sejam desenvolvidas para conscientizar as pessoas

da necessidade da utilização racional dos recursos hídricos cada vez mais escassos em

função da crescente demanda e da poluição.

A feira de ciências demonstra ao longo dos anos grande participação dos

discentes, mesmo entre aqueles que não tem grandes interesses pelas áreas das ciências

Page 56: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

naturais e matemática, pois tem a oportunidade de exercitar diferentes habilidades como

apresentação dos trabalhos em público, produção de textos, maquetes, desenhos, além

da própria pesquisa acadêmica.

Para analisar os trabalhos da feira de ciências vários licenciandos de diferentes

graduações foram convidados e o trabalho descrito apresentou uma das melhores

avaliações.

Agradecimentos a Winícius Albuquerque que cedeu imagem de seu trabalho “Casa

sustentável” (imagem 5) e aos discentes que participaram do trabalho (imagem 6) Andre

Luiz Casarim Leite, Bianca Cristine Guimarães Alves, Carolina Soares Faria, Paolo Toledo

de Carvalho e Twanny Maria Lino dos Reis.

Page 57: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Roda de Conversas 5: Aprender ciências interagindo!

Jessica Ferreira de Oliveira

A roda de conversa 5 do evento “III QuiEncontro UFJF – Conversas sobre o Ensino de

Química na Educação Básica”, realizada no dia 24 de novembro de 2018, na sala 05 nas

dependências da Escola Estadual Francisco Bernardino (EEFB), iniciou-se com uma rápida

apresentação dos participantes de forma que pudéssemos conhecer um pouquinho

sobre a formação acadêmica dos que estavam presentes e o que os levou a se

interessarem pelo encontro.

Nesta roda contamos com três trabalhos que tratavam de assuntos interessantes, cada

um abordava um tema específico, mas foi possível relacioná-los e compreender o ponto

principal de toda discussão. Os títulos dos relatos e os respectivos autores são:

1. Júri Químico: Uma atividade para a aproximação, motivação e criticidade dos estudantes

da Educação Básica.

Amanda Gomes de Almeida, Camila Oliveira Delfino, Roberta Ianca Pereira de Souza,

Andréia Francisco Afonso.

2. Flutua ou Afunda? Trabalhando ciências com experimentação.

Jessica Ferreira de Oliveira

3. Teste de Chama: Identificação da dificuldade dos estudantes na aprendizagem de

conceitos químicos.

Igor Tavares, Ingrid Dinelli, Monique Mendes, Rayane de Oliveira, Andréia Francisco

Afonso.

Inicialmente, cada autor apresentou uma síntese do trabalho desenvolvido em torno de

15 minutos, na sequência, teve início a roda de conversa, propiciando a troca de

vivências.

O primeiro relato apresentado nos mostrou a necessidade de tirar os estudantes de sua

“zona de conforto”, levando os mesmos a contextualizar o conteúdo que estava sendo

abordado em sala de aula, para facilitar a associação da teoria, com possíveis situações

Page 58: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

vivenciadas pelos estudantes no cotidiano. A ideia foi boa, entretanto segundo relatos,

a maior dificuldade encontrada, foi à falta de interesse dos estudantes em fazer os

estudos e pesquisas, pois, não estavam acostumadas com isto, fazendo que o júri fosse

adiado várias vezes por falta de argumentos de determinado grupo. Depois de muita

conversa dos estagiários com os estudantes, contando com total apoio do professor o

Júri foi realizado.

Os relatores chegaram à conclusão que mesmo passando por conflitos, o uso de

diferentes metodologias é bastante válido, e constataram também que trabalhando de

forma mais lúdica, os alunos se envolvem, mostrando-se motivados e receptivos nas

aulas de Química.

Em seguida, apresentei o segundo trabalho, o qual foi um relato de minha experiência

como professora, com a atividade intitulada “Flutua ou Afunda? Trabalhando ciências

com experimentação”. Nesse trabalho apresentei a importância de despertar a

curiosidade e a criação de hipóteses e conclusão a partir da observação e experimentação

simples. O projeto surgiu a partir de uma curiosidade dos alunos em descobrirem por que

os peixes podem flutuar e afundar. Foi feito com estudantes rodas de conversas, criação

de materiais com objetos recicláveis (submarino), demonstrações com objetos flutuantes

e não flutuantes, e observação da vida dos peixes que possuem bexiga natatória.

A sequência didática foi feita com os estudantes com o objetivo era trazer conhecimentos

científicos (empuxo) aos alunos desde a educação infantil, de maneira mais significativa

e prazerosa, onde eles participam a todo o momento do processo de construção do

conhecimento.

Por fim, foi apresentado o último relato, cujos autores compartilharam o trabalho voltado

para o experimento, mediante a percepção de que os estudantes estavam com

dificuldades de compreender a teoria. A atividade foi experimental e em seguida os

alunos teriam que fazer um teste. Os autores concluíram que mesmo com o experimento

os alunos não tiveram um bom aproveitamento no teste, pois, grande parte não estava

disposta s se comprometer com os estudos.

Após todas as apresentações, iniciou-se então, as discussões. Grandes partes dos

participantes estavam estagiando em escolas públicas e privadas, e notaram a dificuldade

Page 59: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

dos professores na “transmissão” de determinados conteúdos, e o receio em responder

às perguntas quando as mesmas surgiam, e a falta de incentivo aos questionamentos.

Como se pode observar a partir de cada relato, todos se voltaram para a prática na sala

de aula. O motivo que levou a maioria dos inscritos a participarem do encontro, foi à

importância da formação continuada, como maneira de maior segurança para os

professores abordarem temas de difícil compreensão por parte dos alunos. Percebemos

que há um longo percurso para conseguirmos fazer uma ponte entre a teoria e a prática.

Educar é uma ação intencional, isto é, exige todo um processo de atividades que são

desenvolvidas a cerca de teorias, tornando-se necessário planejar, traçar os objetivos, e

pensar como será avaliado essas ações ou refletir sobre a relação teoria e prática no

cotidiano escolar.

Page 60: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Júri Químico: uma atividade para a aproximação, motivação e

criticidade dos estudantes da Educação Básica

Amanda Gomes de Almeida

Camila Oliveira Delfino

Roberta Ianca Pereira de Souza

Andréia Francisco Afonso

A Química é considerada uma ciência de difícil aprendizagem pelos estudantes de todos

os níveis de ensino. Tal constatação pode ter sua origem no fato de que a área possui

conceitos que são explicados no nível submicroscópico e, portanto, para serem

compreendidos necessitam da formação de modelos mentais, ou seja, da abstração.

Entretanto, grande parte dos alunos não consegue elaborar esses modelos e quando o

fazem, eles não são os mais adequados, tornando-se obstáculos epistemológicos.

Pensando nesses desafios que se apresentam durante o processo de ensino e de

aprendizagem nas aulas de Química, planejamos uma atividade na qual fosse possível

lecionar através da ludicidade, e por isso, propomos o Júri Químico. O objetivo desta

atividade era contextualizar o conteúdo abordado em sala de aula, para facilitar a

associação da teoria com possíveis situações vivenciadas pelos estudantes no cotidiano.

O Júri Químico foi realizado no âmbito do subprojeto Química do Programa Institucional

de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) da Universidade Federal de Juiz de Fora em uma

turma do 1◦ ano do ensino médio de uma das escolas parceiras, totalizando 20 alunos.

No primeiro momento, apresentamos uma breve história de uma cidade fictícia – criada

por nós - na qual havia uma empresa de estação de tratamento de água e uma indústria

de alumínio. Esta indústria estava sendo acusada de não tratar a água, que era despejada

no rio, de maneira correta, contaminando-o com resíduos de alumínio. Após, a leitura, a

turma foi dividida em dois grupos: um grupo representou a empresa de estação de

tratamento de água e outro, a indústria de alumínio. Em cada grupo, foi escolhido o aluno

que representaria o responsável pela empresa e pela indústria; o advogado, as duas

Page 61: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

testemunhas de defesa e as duas testemunhas de acusação. Nosso papel neste Júri foi

de juízas.

No segundo momento do trabalho, pedimos para que os grupos elaborassem um texto

de acusação que seria compartilhado entre eles, com as argumentações que seriam

utilizadas no dia do Júri. Para a elaboração desse texto, solicitamos que os estudantes

usassem conceitos químicos. Nesta etapa, nos colocamos a disposição dos grupos para

tirar dúvidas, auxiliar na elaboração dos argumentos e na busca de fontes bibliográficas,

como vídeos, por exemplo. Nossa preocupação era que os alunos tivessem um senso

crítico durante a pesquisa e a escrita.

No dia do Júri Químico, os alunos foram levados para o salão nobre da escola para darmos

início ao trabalho. Escolhemos esse espaço, pois o ambiente se assemelha a um tribunal.

Os grupos foram dispostos de forma a simular um júri real. Iniciamos dando

esclarecimentos de como a atividade iria ocorrer, e, em seguida, os representantes da

empresa de tratamento de água e da indústria de alumínio se apresentaram e

esclareceram o porquê de estarem em tal circunstância – em um julgamento.

Os argumentos elaborados no segundo momento foram utilizados nesta etapa. O

advogado da indústria de alumínio acusou a estação de tratamento de água de não a

tratar corretamente. Em seguida, chamamos as testemunhas de defesa e acusação para

darem suas declarações. Logo depois, o advogado da empresa de tratamento de água

acusou a indústria de alumínio de contaminar a água da cidade com seus resíduos, sendo

também convocadas as testemunhas de defesa e acusação para serem ouvidas. Feito

isso, os dois grupos tiveram direito de se defender e fazer mais perguntas para acusar o

outro grupo. Por fim, demos o veredito final: as duas empresas estavam erradas, pois a

estação de tratamento de água tem o dever de analisar e tratar a água corretamente, e

a indústria de alumínio deve descartar seus resíduos de forma adequada para não

contaminar a água da cidade. Nós baseamos nosso veredito nos argumentos dados e nas

circunstâncias presentes durante a atividade, buscando mostrar aos alunos que, apesar

da estação de tratamento de água não a tratar de forma adequada, a indústria de

alumínio também tem responsabilidade sobre a saúde da população à medida que gera

resíduos tóxicos.

Page 62: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Na aula seguinte à apresentação do Júri Químico, pedimos aos estudantes que nos

dessem um retorno por meio de um relato por escrito. Após a leitura das respostas,

identificamos que elas foram bastante positivas, como mostra os trechos a seguir:

“... eu achei a ideia do júri muito criativa e interessante, foi algo nunca

feito…” (Aluno 1).

“Me fez entender e procurar sobre os processos de tratamento de água

e da indústria de alumínio…” (Aluno 2).

“... aprendi tambem que e bom interagir e tambem trabalhar em

equipe” (Aluno 3).

“... foi uma experiência que nunca tive e gostaria de participar

novamente” (Aluno 4).

Com isso, podemos concluir que o uso de diferentes metodologias de ensino é bastante

válido. Além disso, constatamos que quando trabalhamos de forma mais lúdica, os alunos

se envolvem, mostrando-se motivados e receptivos nas aulas de Química.

Page 63: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Flutua ou Afunda? Trabalhando ciências com experimentação.

Jessica Ferreira de Oliveira

Partindo da curiosidade dos alunos em saber por que os peixes afundam e flutuam,

resolvi fazer experiências, pensando desenvolver uma postura investigativa, fazendo com

os alunos vivenciassem atividades de flutuabilidade dos corpos, de forma a compreender

as variáveis envolvidas como o objeto, verificar que existe uma força que empurra os

objetos de baixo para cima, fazendo-os flutuar (empuxo), explorar conhecimentos de

diferentes áreas, aproximando-se gradativamente do conhecimento científico, observar

e investigar fenômenos físicos, conhecer conceitos sobre flutuabilidade e a não

flutuabilidade dos objetos, levantando hipóteses sobre esses conceitos, e mostrar dos

peixes. Foi feita uma sequência didática com a turma de segundo período da Educação

Infantil na escola particular Caracol Encantado. Os alunos têm entre cinco e seis anos.

Iniciamos com uma roda de conversa, primeiro momento, que tinha como disparador

uma flor imersa em um copo com água, o mesmo foi passado de mão em mão para que

as crianças observassem o fenômeno. Em seguida perguntei aos alunos o que estava

acontecendo com a flor. Obtive várias respostas: boiando, nadando, flutuando, deitada,

entre outros.

Partindo das respostas dos alunos iniciei uma conversa sobre o conceito de

flutuabilidade, perguntando-os se conheciam outros objetos que flutuavam. Anotei as

respostas no papel pardo, mostrei vários objetos que flutuavam para explicar o conceito.

Neste mesmo dia, foram levados para sala de aula, vários peixes para serem observados

como se comportam.

Segundo Momento: Observação. Nesta etapa as crianças foram questionadas sobre o

tema “Afundar”. Foi colocado sobre a mesa em uma bacia com água, submersa uma

bolinha de gude (ela já estará submersa propositalmente). As seguintes questões foram

levantadas: Onde está a bolinha de gude? O que é afundar? Obtive várias respostas:

Afundar é ficar no fundo e não conseguir se mexer, ser puxado para baixo, é uma pedra

que não boia, coisas pesadas afundam, entre outros. Com a intenção de provocar o

pensamento investigativo das crianças, outra questão foi levantada: Vocês conhecem

Page 64: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

outros objetos que afundam ao serem colocados na água? Esses objetos foram

registrados em forma de lista, como por exemplo, cadeira, carro, pedra, entre outros.

Terceiro Momento: Levantamento de Hipóteses, Nessa etapa utilizou-se os objetos

listados pelas crianças nas etapas anteriores. Na rodinha as crianças se separaram em

dois grupos: Os objetivos que afundam e os que flutuam. Neste momento, elas

escolheram um objeto do grupo “Flutuam” e outro do “Afundam” levantaram hipóteses

a respeito da flutuabilidade ou não dos objetos escolhidos por elas. O grupo que ficou

com os objetos que flutuava, respondeu que isto acontecia porque eram leves e não

conseguia “quebrar” a camada água para afundar, já o outo grupo respondeu que o peso

e o tamanho fazia que os objetos “vazassem” para o fundo, não conseguindo ficar por

cima da água.

Quarto Momento: Experimentação, nesta etapa as crianças verificaram a exatidão ou não

das hipóteses levantadas por elas, através da experimentação.

Em um recipiente grande com água, as crianças colocaram um a um, os objetos que

pertencem ao grupo “Flutuam” e depois “Afundam”. Essa experiência levou as crianças a

testarem os objetos, observarem o que aconteceu com cada um deles e compararem os

resultados com as hipóteses levantadas anteriormente. Ainda neste momento, as

crianças realizaram outra experiência, de empurrar até o fundo do recipiente, um objeto

que flutuou e depois soltá-lo vagarosamente para vê-lo voltar à superfície. Com isso,

conseguiram sentir a água “empurrando” o objeto para cima.

Em seguida perguntei aos alunos o que eles podiam concluir através dessa

experiência com relação à ação exercida pela água sobre o objeto, eles responderem que

conseguiram sentir que tinha alguma força na água que puxava os objetos para baixo.

Após essa Experiência, conversei de maneira adaptada com eles sobre, densidade e

empuxo.

Quinto Momento: Os Peixes. Depois de toda conversa observação e experimentação,

chegamos ao objetivo da sequência didática, que era descobrir porque os peixes afundam

e flutuam.

Levando em consideração os conhecimentos adquiridos, na rodinha foi conversado com

as crianças, que a bexiga natatória é responsável pelos peixes afundarem e flutuarem.

Page 65: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Sexto Momento: Abertura do Peixe e Construção do Submarino. Foi aberto um peixe para

os alunos vissem de perto como é seu o interior, dando ênfase para a bexiga natatória.

Infelizmente, como o peixe já havia dias que estava morto à bexiga natatória estava bem

murcha, quase imperceptível, mas foi extremamente interessante e empolgante para os

alunos virem à anatomia dos peixes.

Em seguida foi passado o vídeo: “Mundo de Bita Fundo do Mar”. Questionei aos alunos

por que o submarino que aparece no vídeo pode flutuar e afundar. Foi feito junto com as

crianças a experiência de flutuabilidade e afundamento do submarino com garrafa pet e

bexiga, os alunos conseguiram entender ao observarem o movimento da bexiga entrando

ar e saindo água e depois vice-versa. Foi sensacional a experiência com o submarino, pois

os mesmos conseguiram visualizar todo o processo, imaginando o que acontece com

abexiga do peixe.

Conversei na roda explicando que o submarino e os peixes, controlam suas

profundidades, pois, conseguem aumentar ou diminuir suas densidades em relação à

água, e o ar comprimido faz com que a quantidade de água dentro delas possa ser

aumentada ou diminuída.

Sétimo Momento: Fundo do Mar (Artes e Musicalização) Conversa na rodinha sobre os

diversos tipos de peixes. Momento de Musicalização: Musicas: “Peixe Vivo”, “A Canoa

Virou”, “Melô do Marinheiro”. Artes: Pintura com guache, com crepom molhado os

alunos fizeram o fundo do mar. Confecção de peixes de massinha para enfeitar o fundo

do mar. Conversamos na Rodinha sobre a importância da conservação do meio ambiente,

para sobrevivência dos peixes.

Terminadas as experiências, conversei com as crianças que a flutuabilidade não está

relacionada somente ao peso dos objetos, pois, como elas mesmas verificaram através

das experiências da etapa anterior, a flutuabilidade irá depender também do tamanho,

forma e da ação ou força que a água exerce sobre determinado objeto.

Meu objetivo com essa sequência didática foi muito mais do que avaliar o que as crianças

seriam capazes de aprender. Estou preocupada em avaliar o meu papel como facilitadora

na construção do conhecimento por parte das crianças da minha turma. Acreditando que

seja possível trazer conhecimentos científicos aos alunos desde a educação infantil, e que

uma aprendizagem significativa só é possível quando proporcionada através de

Page 66: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

momentos prazerosos e lúdicos, onde a curiosidade das crianças é levada em conta,

fazendo-a sentir-se parte de todo processo. Os alunos fizeram vídeos e desenhos para

registrar como foi à experiência da sequência.

Page 67: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Teste de Chama: identificação da dificuldade dos estudantes na

aprendizagem de conceitos químicos Igor Tavares

Ingrid Dinelli

Monique Mendes

Rayane de Oliveira

Andréia Francisco Afonso

Este relato descreve uma atividade prática realizada pelos bolsistas de iniciação à docência do

subprojeto Química, integrante do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência

(PIBID) da Universidade Federal de Juiz de Fora. Ela foi aplicada em três turmas do 1º ano do

ensino médio de uma das escolas parceiras, sendo um dos primeiros trabalhos realizados pelos

membros do subprojeto.

O experimento foi planejado mediante a percepção dos bolsistas de que os estudantes

apresentaram dificuldade na compreensão do conteúdo abordado nas aulas teóricas. Além disso,

alguns alunos mostram-se desmotivados para a aprendizagem e, por isso, pensamos na

necessidade de utilizar um recurso que fosse atrativo e que possibilitasse a discussão dos

conceitos por parte dos mesmos. Diante desses fatores, escolhemos o Teste de Chama, que

consiste em identificar os cátions metálicos mediante a emissão – cor - de cada elemento.

Para apresentar aos estudantes a ideia de que os experimentos devem ser conduzidos de forma

segura, seguindo normas estabelecidas para isso, decidimos utilizar o laboratório como espaço

para a realização da atividade prática, pois ainda é pouco utilizado nas aulas de Química, sempre

alertando para os cuidados necessários durante todas as etapas.

Iniciamos explicando como seria realizada a atividade experimental e que logo depois os alunos

fariam um pós-teste para verificação da aprendizagem dos conteúdos abordados. Por isso, todos

pegaram o material necessário para fazer as anotações pertinentes e importantes para a

resolução das questões.

A atividade foi feita com quatro sais: sulfato de cobre, sulfato de estrôncio, sulfato de ferro e

cloreto de sódio. Usamos fósforo para queimá-los, pois não tínhamos no momento lamparinas

ou qualquer outro recipiente que pudessem substituí-las. Por considerarmos que não seria

seguro a queima dos sais pelos alunos, nós realizamos esta etapa. Após colocar os sais na chama,

foi possível observar cores diferentes emitidas por cada elemento do grupo dos metais.

Page 68: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Por não terem realizado o experimento, manipulando os reagentes, os estudantes demonstraram

não terem considerado a atividade relevante para a aprendizagem, pois anotaram todas as

informações consideradas necessárias somente para responder o pós-teste e, assim, obter a

pontuação necessária, mas não com objetivo de compreenderem o desenvolvimento da

atividade e os conceitos abordados.

Logo após a finalização do experimento, anotamos as perguntas do pós-teste no quadro de giz.

Estas foram elaboradas de modo a abordar todo o conteúdo que foi explicado durante o Teste

de Chama. Junto com as questões também escrevemos o Diagrama de Pauling, os números

atômicos dos elementos e outros dados necessários para a elaboração das respostas, que

deveriam ser feitas individualmente.

Percebemos que boa parte dos alunos apresentou dificuldade para responder as questões de

nível mais básico, como aquelas que se referiam a distribuição eletrônica. Como grande número

de estudantes não conseguia chegar a resposta, mas tinham preocupação com a nota do teste,

houve cópia das respostas. Aqueles que sabiam responder as questões, passavam para os

colegas.

Com base nas correções dos testes, observamos que todos os alunos não conseguiram associar

a chama do último sal àquela do fogão, usada para aquecer os alimentos. A média das turmas foi

1,1, no total de 3,0 pontos. Por isso, concluímos que precisamos auxiliar estes estudantes com

um acompanhamento frequente do processo de aprendizagem dos mesmos. Além disso, será

necessário mostrar a eles a importância de estabelecerem um compromisso com os estudos, pois

só conseguiremos chegar aos resultados satisfatórios se eles estiverem predispostos a isso.

Diante dessas constatações, aplicamos um questionário o qual continha perguntas relacionadas

à motivação dos alunos frente a experimentos e estudo de certos conteúdos químicos, para

identificarmos e atingirmos de forma mais eficiente os estudantes, através do planejamento e

aplicação de atividades que os auxiliem na construção do conhecimento.

Page 69: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Roda de Conversas 6: Aprender ciências participando!

Raquel Helena Alves Campos

A “Roda de Conversas 6: Aprender ciências participando!”, foi realizada dia 24 de

novembro de 2018, na sala 06, na Escola Estadual “Francisco Bernardino” em Juiz de Fora

– MG. Iniciou-se com a apresentação dos participantes de forma que pudéssemos

conhecer um pouco sobre a formação acadêmica de cada um. Nesta roda contamos com

três trabalhos muito interessantes que tratavam de assuntos relacionados à

Experimentação e ao uso das Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC’s. O

primeiro, apresentado por Juliana Vicini Florentino e Pedro Henrique Lopes Guimarães,

bolsistas do PIBID de Química da UFJF, intitulado: “Reação exotérmica: atividade

experimental para promover a participação”, relatou o desenvolvimento de 1 (uma) aula

prática sobre Reações Exotérmicas para o 2º ano do Ensino Médio de uma Escola da Rede

Estadual de Juiz de Fora, trabalho este desenvolvido em 3 (três) turmas e em cada turma

havia 1 (um) aluno com alguma deficiência (visual, auditiva ou autismo). Os estudantes

do PIBID buscaram valorizar a participação desses alunos, independentemente de suas

limitações físicas e de aprendizagem nas aulas práticas, fazendo com que os mesmos

auxiliassem na realização dos experimentos e se tornassem parte integrante das aulas

pois, infelizmente, os mesmos não o fazem nas demais aulas; também foi relatada pelos

bolsistas a participação efetiva dos professores de apoio. A atividade experimental foi

realizada no laboratório da escola, que conta com uma infraestrutura adequada, e teve

como objetivo associá-la ao conteúdo abordado nas aulas teóricas, de modo a auxiliar no

processo de aprendizagem dos estudantes. Com a realização dessa aula prática, vários

conceitos foram ensinados. Para avaliar se houve a compreensão por parte dos alunos,

os bolsistas solicitaram a realização de um relatório, e puderam observar que não houve

dificuldade na realização dos cálculos, mas em nenhum deles os alunos mencionaram o

termo “reação exotermica”. De modo geral, os alunos mostram-se bastante interessados

Page 70: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

e empolgados com o experimento, pois foi a primeira aula prática que tiveram no ano e

foi solicitada a realização de mais aulas práticas.

Em seguida, foi apresentado o relato do Professor Sanderson dos Santos Romualdo, cujo

título e: “Estratégia didática digital: gamificando com QR Code”. A aplicação piloto desta

estratégia de ensino foi desenvolvida em uma Escola da Rede Particular, para uma 1

(uma) turma de 9º ano do Ensino Fundamental. Um desafio comumente enfrentado por

professores do ensino básico é a promoção de um maior engajamento e uma maior

motivação dos estudantes. Muitos não enxergam o valor do conhecimento que

aprendem na escola e, por isso, acabam nem se dando a chance de aprendê-los.

Trabalhou-se multidisciplinarmente, visto que os professores envolvidos nesse relato

possuem diferentes formações acadêmicas, sendo Professores de Geografia, História e

Física. O Professor Sanderson buscou então desenvolver uma aula diferente, desafiadora,

utilizando as TIC’s e o lúdico. Com o desenvolvimento e aplicação dessa metodologia,

observaram-se pontos negativos: a competitividade sobressaiu ao ensino significativo em

alguns grupos - que também criou a oportunidade para que conversassem com os alunos

a esse respeito - e Celulares que não fizeram leitura do QR Code; e pontos positivos:

respeito entre os alunos, ressignificação do uso do Celular, uso das TIC’s e Gamificação

nas aulas, e multidisciplinaridade.

Dinâmica do jogo: A turma foi dividida em equipes. Cada equipe recebeu 15 perguntas

(sete de História, sete de Geografia e uma com ambas) e foi orientado ter pelo menos

um membro com um aplicativo leitor de QR Code instalado em seu celular. As respostas

destas 15 perguntas foram transformadas em códigos (no formato QR Code, gerados em

plataformas gratuitas e on-lines, depois impressos para permitir a leitura via celulares) e

escondidas pela escola. O objetivo do jogo era encontrar estes códigos, escaneá-los com

o aplicativo (que mostra na tela o significado do código), identificar qual pergunta aquele

código respondia e escrever o número deste código no espaço de respostas da folha

recebida. Vence a equipe que obtiver o maior número de acertos e menor tempo para

desempenhar a tarefa.

Em seguida, relatei minha experiência que e intitulada como “Tabela Periódica

Interativa – TPI: Construção de uma Tabela Periódica Interativa integrada ao Sistema

Arduíno, desenvolvimento de sites e aplicativos, de modo a tornar o Ensino da Química

Page 71: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

dinâmico e atrativo”. O Ensino da Química, em particular o tema Tabela Periódica,

estudado na maioria das escolas, está muito distante do que se propõe, isto é, o ensino

atual privilegia aspectos teóricos de forma tão complexa que se torna abstrato para o

Educando. Com o propósito de superar estes métodos tradicionais e fazer com que os

alunos passem a ter uma visão positiva, mais atrativa e sem preconceitos da Tabela

Periódica, foi desenvolvido, no ano de 2017, em parceria com dois alunos do Ensino

Médio: Anna Gabriella Emiliano Assis – 2º ano do Ensino Médio e Hiago Pinazzi Silva

Ribeiro – 3º ano do Ensino Medio, na Escola Estadual “Newton Ferreira de Paiva”, o

projeto “Tabela Periódica Interativa – TPI: Construção de uma Tabela Periódica Interativa

integrada ao Sistema Arduíno, desenvolvimento de sites e aplicativos”. A Tabela Periódica

Interativa, os sites e os aplicativos são bem estruturados, com linguagem simples e, ao

mesmo tempo, a Linguagem Química é fácil de ser trabalhada em sala de aula, tanto pelo

professor quanto pelos alunos. São modernos esteticamente e, sempre em busca de

atualizações, de modo que o conhecimento sempre seja fomentado. O projeto foi

aplicado em 5 (cinco) turmas de 1º Ano do Ensino Medio da Escola Estadual “Newton

Ferreira de Paiva” – Santo Antônio do Amparo - MG, e a metodologia desenvolvida foi:

aplicação de Questionário Pré-Teste sobre a Tabela Periódica, exibição de slides sobre a

“Origem da Tabela Periódica”, demonstração das características e funcionalidades da TPI,

assim como o funcionamento e características dos sites e aplicativo. A interatividade foi

total entre os pesquisadores e alunos, os quais demonstraram grande interesse. A

facilidade de navegação ajudou muito no acesso, pois eles são muito bem estruturados,

com linguagem simples, o que o torna possível de ser trabalhado dentro e fora de sala de

aula, tanto pelo professor quanto pelos alunos. Na semana seguinte os alunos

entregaram o trabalho e realizaram o Pós-Teste. Resultados de aplicação dos Pós-Testes:

observou-se que grande parte dos alunos não conhece a Tabela Periódica convencional

bem como que os que a conhecem e já trabalharam com a mesma acham difícil, apesar

de saberem de sua importância no estudo da Química. Com a utilização dessas

tecnologias nas aulas, os alunos, por sua vez, desenvolveram uma relação entre os

elementos e o seu cotidiano, de forma prática, resultando em aulas diversificadas,

diferenciadas e atrativas, aulas estas que contribuíram como instrumento de

compreensão da aprendizagem no processo de construção do conhecimento,

Page 72: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

habilidades e valores, interagindo com a realidade de forma dinâmica, eficiente e

prazerosa.

Independente do Nível de Ensino (Fundamental ou Médio), da Rede Estadual ou

Particular, da experiência dos docentes, os desafios são os mesmos: fazer o diferente

para motivar o aluno, pois sua autoestima está tão baixa que é necessário fazê-lo

acreditar em si próprio. É necessário que o professor utilize estratégias de ensino-

aprendizagem diferenciadas (como o QUIZ e a TPI) ou atividade experimental (Reação

Exotérmica), uso do diálogo e de Textos que possam mostrar o quão a Química (o ensino)

está presente no cotidiano e não tão distante.

Page 73: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Tabela Periódica Interativa – TPI: Construção de uma Tabela

Periódica Interativa integrada ao Sistema Arduíno,

desenvolvimento de sites e aplicativos, de modo a tornar o Ensino

da Química dinâmico e atrativo.

Raquel Helena Alves Campos

O modo de se aprender Química tem sido um problema para a grande parte dos alunos

por ser uma matéria complexa e de difícil compreensão. Observa-se que o estudo dos

elementos químicos é ministrado por meio de um ensino tradicional, onde os alunos são

obrigados a memorizar e reproduzir o que se tem no livro didático, tornando-se assim

um ensino enfadonho e confuso e formando na cabeça do aluno um pensamento de que

a Química é uma disciplina difícil de ser compreendida, criando-se um abismo entre o

ensinar e o aprender essa disciplina que está tão presente no cotidiano dos mesmos. O

conteúdo é abordado a partir de memorização da sigla do elemento químico, o número

atômico, sua localização na Tabela Periódica e outros. Com isto, o aluno apresenta

deficiências de aprendizagem, uma vez que só é valorizada, neste aspecto, a

memorização. Buscando sanar tal problemática foi desenvolvido este projeto que buscou

articular o conhecimento científico e os conceitos químicos ao cotidiano do aluno de

forma fácil e atrativa utilizando-se a Tabela Periódica Interativa, os sites e aplicativos.

Desde o ano de 2016 oriento projetos de Iniciação Científica para a participação em Feiras

de Ciências e Tecnologia. O projeto que aqui apresento foi desenvolvido no ano de 2017,

em parceria com dois alunos do Ensino Médio: Anna Gabriella Emiliano Assis – 2 º. ano

do Ensino Médio e Hiago Pinazzi Silva Ribeiro – 3 º. ano do Ensino Médio, na Escola

Estadual “Newton Ferreira de Paiva”, onde sou professora efetiva, desde 2005. A Escola

está localizada no município de Santo Antônio do Amparo – MG, cuja fonte de renda é o

cultivo do café. A Tabela Periódica é o símbolo mais conhecido da linguagem Química, e

também um guia de pesquisa, pois, através da mesma conhecemos os elementos

químicos, suas características, as propriedades periódicas e aperiódicas e como os

elementos se relacionam para formar substâncias existentes no nosso cotidiano. O

Page 74: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Ensino da Química, em particular o tema Tabela Periódica, estudado na maioria das

escolas, está muito distante do que se propõe, isto é, o ensino atual privilegia aspectos

teóricos de forma tão complexa que se torna abstrato para o Educando. Com o propósito

de superar estes métodos tradicionais e fazer com que os alunos passem a ter uma visão

positiva, mais atrativa e sem preconceitos da Tabela Periódica, foi desenvolvido o projeto

“TABELA PERIÓDICA INTERATIVA – TPI: Construção de uma Tabela Periódica Interativa

integrada ao Sistema Arduíno1, desenvolvimento de sites e aplicativos, de modo a tornar

o Ensino da Química dinâmico e atrativo”, que consiste em 3 (três) partes, 1ª (primeira):

criação e desenvolvimento da Tabela Periódica Interativa com os led’s, tabletes e

elementos químicos, 2ª (segunda): um sistema inteligente conectado aos tabletes e led’s

da tabela, e 3ª (terceira): os softwares, ou seja, sites e aplicativos. São 2 (dois) aplicativos

Android/IOS, o 1º (primeiro) conecta com o sistema da tabela e possibilita interação com

os led’s e os tabletes (cuja finalidade é a exibição da tabela periódica digital interativa e

animações em vídeos e slides), o 2º (segundo) permite conhecer nosso site, visualizar

transmissões on-line, novas atualizações da tabela e dos softwares, entre outras

funcionalidades. Além disso, possuem 3 (três) sites. O 1º (primeiro) WordPress permite

conhecer o projeto e redirecionar ao site interativo, que tem toda Tabela Periódica

atualizada e interativa, ou seja, você pode navegar pelos Elementos Químicos e saber

tudo sobre eles. O último site permite aos professores, em tempo real, publicar provas

com autocorreção, trabalhos on-line e notas dos alunos, entre outras funcionalidades. O

site interativo também tem essa ferramenta em caso de instabilidade, por muitos

visitantes. No dia 18 de setembro de 2017, nas dependências da Escola Estadual “Newton

Ferreira de Paiva”, localizada à Rua Gilberto Corrêa, 19, Bairro Vila Esperança, cidade de

Santo Antônio do Amparo – MG, foi aplicado para as turmas de 1º. Ano do Ensino Médio

da referida escola, nas turmas: 1001, 1002 e 1003 do 3º. Turno, 1005 e 1006 do 1º. Turno

– turmas estas que possuíam em média 40 alunos, totalizando assim 200 alunos

envolvidos nas atividades – o Projeto TABELA PERIÓDICA INTERATIVA – TPI: Construção

de uma Tabela Periódica Interativa integrada ao Sistema Arduíno, desenvolvimento de

sites e aplicativos, de modo a tornar o Ensino da Química dinâmico e atrativo. Os

pesquisadores Anna Gabriella Emiliano Assis e Hiago Pinazzi Silva Ribeiro iniciaram a

aplicação do projeto se apresentando e aplicaram o Questionário Pré-Teste. A seguir foi

Page 75: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

realizada a exibição de slides sobre a “Origem da Tabela Periódica”, pela professora

Raquel Helena Alves Campos. Logo após, o pesquisador Hiago mostrou todas as

características e funcionalidades da TPI, assim como o funcionamento e características

dos sites e aplicativo. A interatividade foi total entre os pesquisadores e alunos, que

ficaram muito interessados. Quando os pesquisadores convidaram os alunos para que

fossem até o tablete para verem seu funcionamento, estes ficaram um pouco inseguros,

mas a seguir já manuseavam o touchscreem com total segurança. O interesse nos sites

foi expressivo. A facilidade de navegação ajudou muito no acesso, pois eles são muito

bem estruturados, com linguagem simples, o que o torna possível de ser trabalhado

dentro e fora de sala de aula, tanto pelo professor quanto pelos alunos. Tal fato explica

o porquê de 95% dos educando realizarem o trabalho. Quanto ao aplicativo, infelizmente

não foi possível que os alunos o baixassem, pois os mesmos não têm acesso à internet, a

não ser na escola, que, devido ao grande número de alunos, é limitado. Mas os alunos

puderam manusear o aplicativo no celular da Professora Raquel Helena Alves Campos, e

os que o fizeram ficaram muito satisfeitos. Na semana seguinte os alunos entregaram o

trabalho e realizaram o Pós-Teste. Resultados de aplicação dos Pós-Testes: observou-se

que grande parte dos alunos não conhece a Tabela Periódica convencional bem como

que os que a conhecem e já trabalharam com a mesma acham complicada, apesar de

saberem de sua importância no estudo da Química. Ao serem questionados, os alunos

responderam que o uso de imagens, para facilitar a compreensão da aplicação dos

elementos no dia-a-dia, é de grande ajuda. Ao aplicar a TPI em sala de aula, observou-se

grande interesse dos alunos pelas imagens. Muitos disseram que isso facilita, pois

demonstra que os elementos químicos não são “coisa de outro mundo”, mas sim que

estão presentes em tudo. A curiosidade e o interesse dos alunos são de extrema

importância para que eles compreendam a materia. Ao ligar os led’s e mostrar a TPI para

os alunos, observou-se que a atenção deles foi atraída imediatamente para a Tabela.

Ficaram interessados e quiseram interagir com a TPI. Quando questionados, os alunos

ficaram indecisos em relação ao uso de tais tecnologias, na escola. Tal fato nos

demonstrou que os alunos ainda não veem a tecnologia como ferramenta de educação

o que, provavelmente, se deve ao fato de que ela é raramente aplicada. Isso nos mostra

que devemos investir ainda mais na tecnologia, nas escolas, para que tal preconceito seja

Page 76: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

quebrado. Apesar de terem acesso a diversos sites, os alunos raramente os utilizam. Em

geral, isso se deve ao fato de que a maioria desses sites possui linguagem e explicações

complexas, o que dificulta o entendimento dos alunos. A TPI busca sanar tal problema

utilizando, principalmente, a linguagem visual, o que facilita o aprendizado. Apesar de

tudo que foi confeccionado, a TPI ainda não está pronta, ainda desenvolveremos quizes,

jogos e outras atividades dinâmicas para que possamos facilitar ainda mais o estudo da

Química e até mesmo favorecer o trabalho em equipe. Um dos principais objetivos do

projeto era que os alunos se interessassem pelas aulas, pois se tornariam mais dinâmicas.

Ao aplicar a TPI em sala de aula, observou-se maior interesse dos alunos, pois entraram

no site e estudaram a respeito dos elementos, de uma maneira diversificada e mais

dinâmica. Utilizaram o tablete, que é fixo na TPI e tem toda a Tabela Periódica em 3D, (ao

clicar em um elemento é possível ver sua configuração eletrônica bem como diversas

características do mesmo), observaram as imagens com a utilização dos elementos.

Também percebemos que os alunos e direção da Escola sentiram-se parte do projeto,

dando sugestões para o aprimoramento da tabela e participando, de fato, da aula, fato

que contribui para que novos projetos aconteçam. Foram utilizadas 4 (quatro) aulas em

cada turma, para o desenvolvimento das atividades descritas. O site criado e utilizado

durante as aulas é: tabelainterativa.wordpress.com, o qual encontra-se disponível para

pesquisas e com um rico material sobre a Tabela Periódica, com uma linguagem de fácil

entendimento. Com a utilização dessas tecnologias nas aulas, os alunos, por sua vez,

desenvolveram uma relação entre os elementos e o seu cotidiano, de forma prática,

resultando em aulas diversificadas, diferenciadas e atrativas, aulas estas que

contribuíram como instrumento de compreensão da aprendizagem no processo de

construção do conhecimento, habilidades e valores, interagindo com a realidade de

forma dinâmica, eficiente e prazerosa. A Tabela Periódica Interativa, os sites e os

aplicativos são bem estruturados, com linguagem simples e, ao mesmo tempo, a

Linguagem Química é fácil de ser trabalhada em sala de aula, tanto pelo professor quanto

pelos alunos. São modernos esteticamente e, sempre em busca de atualizações, de modo

que o conhecimento sempre seja fomentado.

Page 77: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Estratégia didática digital: gamificando com QR Code

Sanderson dos Santos Romualdo

Diogo Tomaz Pereira

Lucas Mascarenhas de Miranda

Rodrigo Campos Dalessi

Um desafio comumente enfrentado por professores do ensino básico é a promoção de um maior

engajamento e uma maior motivação dos estudantes. Muitos não enxergam o valor do

conhecimento que aprendem na escola e, por isso, acabam nem se dando a chance de aprendê-

los.

Este relato de experiência visa apresentar uma estratégia digital, cujo principal objetivo é

aumentar – em alguma medida – a motivação e o engajamento dos alunos em aula, e foi

elaborada pelo professor Sanderson Romualdo, em sua especialização em Mídias na Educação

(FACED/UFJF). O uso desse recurso didático se deu em quatro diferentes turmas pelos

professores que assinam este documento. A aplicação piloto, cujo tempo disponível foi superior

às subsequentes, aconteceu em uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental, com cerca de 26

alunos, e foi conduzida por dois professores ligados à turma, das disciplinas de História e

Geografia.

Dinâmica do jogo: A turma foi dividida em equipes. Cada equipe recebeu 15 perguntas (sete de

História, sete de Geografia e uma comum a ambas) e foi orientada a ter pelo menos um membro

com um aplicativo leitor de QR Code instalado em seu celular. As respostas destas 15 perguntas

foram transformadas em códigos (no formato QR Code, gerados em plataformas gratuitas e

onlines, depois impressos para permitir a leitura via celulares) e escondidas pela escola. O

objetivo do jogo era encontrar estes códigos, escaneá-los com o aplicativo (que mostra na tela o

significado do código), identificar qual pergunta aquele código respondia, e escrever o número

deste código no espaço de respostas da folha recebida. As equipes pontuaram por acertos e por

menor tempo para desempenhar a tarefa.

Fundamentação teórica: Atualmente, são muitos os estudos avaliando o potencial da gamificação

(uso de dinâmicas e elementos de jogos em atividades diversas) na educação e, vários deles têm

mostrado um perceptível aumento na motivação e engajamento dos estudantes. Não se sabe

ainda, tomando por base a literatura de referência na área, se os efeitos do uso de atividades

gamificadas se estendem a longo prazo ou são de curta duração. O fato é que eles trazem uma

Page 78: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

série de benefícios que as aulas tradicionais já não são capazes de provocar. E foram esses

benefícios (bem como suas limitações) que investigamos nessas experiências com o “Quiz com

QR Code”.

Aplicação do projeto: Para a aplicação do plano de atividade gamificada (utilizando os espaços das

aulas geminadas de 50 minutos) houve uma preparação dos alunos, na qual os professores

envolvidos puderam conversar sobre a tecnologia e suas aplicações – com destaque para o QR

Code. Na oportunidade, as regras foram estabelecidas de forma conjunta - alunos e professores

- para que os objetivos pré-estabelecidos fossem alcançados. Dentre as regras, estabeleceu-se:

número máximo de integrantes por grupo; limites dos espaços físicos fora da sala de aula que

poderiam ser explorados; tempo máximo para localizarem os códigos e o cumprimento do Quiz;

pontuação para as disciplinas escolares; e respeito entre os grupos.

A partir da conversa inicial e das regras definidas os alunos foram deslocados para a área externa

a sala de aula para o desenvolvimento do jogo. Os grupos formados foram se organizando e ao

mesmo tempo discutindo estratégias para que pudessem cumprir as regras. Os integrantes

alternavam-se entre escanear os códigos espalhados pela escola, leituras e interpretações das

questões, buscando solucioná-las para que fossem associadas de forma correta aos códigos

escaneados.

Finalizando a gamificação, ainda fora da sala de aula, alunos e professores se uniram para uma

discussão e avaliação a respeito do desenvolvimento do plano de atividade. Assim, discutiram e

conversaram diante de perguntas geradoras apontando, ou não, positividades e possíveis

negatividades: impressões de cada um sobre a proposta; percepções acerca do envolvimento,

motivação, interação; aprendizagem significativa; etc.

O que observamos com essas aulas: A aplicação do plano de atividade gamificado, levantou

diversas observações. Dentre elas a disposição dos alunos para o ensino colaborativo e dos

professores na perspectiva multidisciplinar. Foi notório o olhar encantador dos alunos para o uso

da tecnologia “embutida” em seus celulares como mecanismo de aprendizagem.

Alguns efeitos, não desejados, negativos também ocorreram. Alguns celulares não conseguiam

fazer a leitura dos códigos. A competitividade sobressaiu ao ensino significativo em alguns grupos.

O que também criou a oportunidade para que conversássemos com eles a esse respeito.

Conclusão: Para (não) concluir, o presente relato de experiência nos conduz a pensar numa nova

escola. Pensar nesta nova escola é pensar na ressignificação das práticas e práxis docentes para

o processo ensino-aprendizagem dentro do contexto contemporâneo. Este contexto, por sua vez,

revela um mundo dotado de tecnologias, que dão uma nova dinâmica às relações socioespaciais

Page 79: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

dentro dos muros escolares. Diversas disciplinas escolares – como Ciências, Química, Física,

Biologia - não só Geografia e História, atreladas aos objetos de aprendizagem, podem, de maneira

multidisciplinar, romper com o tradicionalismo didático-pedagógico.

O uso de games digitais e/ou modelos adaptados às jogabilidades, aliados ao currículo escolar

revelou resultados satisfatórios para o ensino, que por sua vez deixará em evidência o papel da

mídias digitais/sociais na educação como fator de inclusão.

Page 80: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

O que não me disseram durante a licenciatura: Um relato da

primeira experiência como professora

Karine Gabrielle Fernandes

Nos últimos meses de 2017, já Licenciada em Química e no primeiro ano do Mestrado em

Educação, sem nunca ter sido contratada como professora, fui à uma designação. Minhas

chances não eram boas. Meu nome não constava na lista, não tinha feito o último concurso

público e não tinha experiência na rede Estadual. Apesar disso, fui designada.

Pela chamada, eu deveria repor algumas aulas nos segundos e terceiros anos do Ensino Médio.

Na prática, porém, não aconteceu dessa forma. O professor havia entrado de licença, sendo que

54 aulas se passaram até que um outro docente, ao qual os alunos chamavam Gepeto, passou a

substituí-lo. Me explicaram, então, que a professora de inglês era demasiado ausente, sendo que

em grande parte das vezes não avisava com antecedência ou explicava a razão de suas faltas, logo

eu daria aulas em seus horários.

Buscando colocar em prática o que havia aprendido durante a graduação, fiz os planejamentos

das aulas. Na terça-feira, dia em que se passa a maior parte deste relato, cheguei à escola e fui

informada que haviam designado uma professora de Inglês substituta, porém não tiveram tempo

para me cientificar com antecedência. A nova proposta foi que eu comparecesse em

determinados dias para cobrir as aulas de professores que faltassem, sendo os horários vagos

também contabilizados nas horas acertadas.

Coincidentemente, a professora de Química dos primeiros anos não pôde comparecer, o que me

deixava com suas duas turmas nos últimos horários. Gostaria de lembrar, então, que me preparei

para atender as turmas as quais fui designada, ou seja, de segundos e terceiros anos. Além disso,

eu não poderia ler e revisar o conteúdo para tentar propor alguma atividade, uma vez que a

coordenação não sabia qual era.

Após o recreio, fui até a turma 1C. Esperei todos entrarem, me apresentei e perguntei a eles o

que estavam estudando. Os alunos não sabiam me responder ao certo, mas em poucos instantes

vários deles foram até mim discutindo entre si sobre qual seria a matéria. Um deles, então, disse

que a professora teria feito uma experiência usando um isqueiro e um clips de papel, e que a

havia filmado com o celular. Após assistir, perguntei a eles se sabiam o que aquele experimento

Page 81: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

representava e me responderam que não. Soube, então, que iria falar sobre o teste da chama e

o modelo atômico de Bohr.

Relembrei os modelos atômicos anteriores, questionei, desenhei, gesticulei, contextualizei e

tentei fazer com que participassem, porém grande parte não se interessou. Em certo momento

parei a aula, tapei o pincel, me virei para a turma e esperei até que prestassem atenção em mim.

Em meio ao “Shh, a fessora tá esperando”, olhei diretamente para um garoto que estava voltado

para a carteira logo atrás, conversando com o colega. Demorou um pouco até que ele finalmente

olhasse para mim, parando por um momento e logo depois virando novamente seu rosto para

continuar a conversa.

Após as várias tentativas de manter o silêncio, entre os clássicos “Gente, não atrapalhem os

colegas que estão prestando atenção” e “Podem conversar, mas que seja baixo, pelo menos”, não

obtive sucesso. Voltada para o quadro, cheguei a ouvir “Nossa, mas ela é gostosa mesmo”, dentre

outras provocações, porém não tive reação.

Finalizei o que, há alguns momentos, tinha planejado para a aula com a afirmação de que tudo

havia sido entendido, apesar da pouca atenção. Ao final, me sentei e esperei o sinal tocar.

Fui para a turma 1D, que me pareceu mais receptiva. Findo o último horário, assinei o ponto e fui

embora com um misto de sentimentos entre decepção e constrangimento. As secretárias não

puderam deixar de notar. No dia anterior eu estava preparando massa de modelar com farinha

de trigo para falar sobre Química Orgânica. Acho que eu sabia que a sala de aula é um lugar para

se dançar com a Educação e os diferentes sujeitos, porém não estava preparada para lidar com

aquela situação. Fui embora segurando o choro.

Sentada de frente para a rua à mesa de um restaurante, como um alento, notei passando minha

orientadora. Mais que prontamente me levantei e fui atrás dela, que ouviu com atenção e logo

depois articulou a condição em que me encontrava. Em outras palavras, uma professora

substituta, figura nova, porém passageira, surgindo repentinamente para perguntar sobre o que

a professora deles havia apresentado nas aulas anteriores. Ela, então, propôs alguns movimentos

possíveis: “Converse com eles”, “Fale também sobre outras coisas”, “Conte que você é vegana”,

“Quem sabe”.

Aceitei que era preciso mudar minha abordagem naquele cenário. Em casa, explorei textos

diversos que pudessem despertar discussões mais ricas em sala de aula, sendo eles também

pertinentes para a disciplina, como por exemplo “No amazonas, Inpa descobre que cravo-da-índia

mata larvas da dengue” para os terceiros anos e “O despertar da radioatividade ao alvorecer do

Page 82: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

século XX”2 nos primeiros anos. Contei a história de vida de Marie Curie da maneira mais

interessante que pude, valorizando sua rotina, descobertas, casamento, a fama de mulher fatal

e seu papel como primeira mulher laureada com um Prêmio Nobel e a primeira pessoa e única

mulher a ser premiada duas vezes. Muitos alunos participaram com grande interesse.

Durante a reposição passei horários vagos, estudei, interagi com os demais professores e

funcionários da Escola, conversei com os alunos, trouxe seus cotidianos para a sala de aula,

cheguei a ouvir “Primeira coisa que eu aprendi em Química”, “Você tinha que substituir o Gepeto

sempre” e até bati uma bola quando a professora de Educação Física faltou. Na medida do

possível, transformei minhas aulas e me transformei como professora de uma forma que as

experiências em estágios, iniciação à docência, projeto de extensão, monitorias, aulas

particulares, projetos em geral e aulas voluntárias não proporcionaram.

Ao final do meu tempo na Escola, ouvi da professora substituta que passara a dar aulas para os

primeiros anos que, ao perguntar o que haviam aprendido, os alunos da turma 1C responderam

terem compreendido o teste da chama.

Deixo aqui diversas questões carentes de discussão mais aprofundada, fazendo o convite para

que sejam pensadas e, preferivelmente, discutidas junto aos futuros professores enquanto

licenciandos.3

2 Retirados da coleção de Livros Didáticos Ser Protagonista, da editora SM Brasil. 3 Agradeço à CAPES pelo apoio financeiro e à minha orientadora pelo suporte naquele momento em que

tanto precisava.

Page 83: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Reação exotérmica: atividade experimental para promover a

participação

Juliana Vicini Florentino

Pedro Henrique Lopes Guimarães

Amanda Gomes de Almeida

Roberta Souza

Andréia Francisco Afonso

Este relato é proveniente da aplicação de uma aula prática realizada pelos bolsistas de

iniciação à docência do subprojeto Química, integrante do Programa Institucional de

Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Federal de Juiz de Fora. O

experimento foi aplicado em três turmas do 2º ano do ensino médio de uma das escolas

parceiras no ano de 2018, totalizando em média 60 alunos. Esta atividade foi planejada

por dois bolsistas e durante a execução da aula houve a participação de outros dois.

A atividade experimental foi realizada no laboratório da escola, que conta com uma

infraestrutura adequada, e teve como objetivo associá-la ao conteúdo abordado nas

aulas teóricas, de modo a contribuir no processo de aprendizagem dos estudantes. Além

disso, procuramos auxiliar dois alunos com necessidades especiais educacionais na

aprendizagem: um com deficiência auditiva e outro com deficiência visual, de modo que

sentissem acolhidos e motivados a participarem mais ativamente da aula.

Apesar da escola possuir um espaço que pudesse ser utilizado para realizar aulas práticas,

o mesmo não possuía materiais suficientes para que todos os alunos realizassem a aula

de forma mais participativa, ou seja, onde todos os alunos pudessem realizar todos os

procedimentos. Desta forma, o experimento foi desenvolvido de forma demonstrativa

com o auxílio de alguns estudantes, incluindo aqueles que possuíam deficiência, em

determinadas etapas da atividade prática. Todos os alunos formaram um único grupo em

volta da mesa do laboratório, organizados de tal forma que todos tivessem visão de todo

procedimento. A duração desta aula foi de 50 minutos para cada uma das três turmas.

Iniciamos a atividade mostrando o que era o hidróxido de sódio (NaOH), nomenclatura já

vista e ouvida pela turma, e perguntando em que substâncias utilizadas pelos estudantes,

Page 84: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

ele pode ser encontrado. Essa estimulação inicial para a participação mais ativa dos

alunos foi importante para que se atentassem a realização do experimento, que consistiu

na preparação de uma solução de hidróxido de sódio, sob a orientação dos bolsistas.

A solução de hidróxido de sódio foi preparada a partir de quantidades de massa e volume

pré-determinadas pelos bolsistas. Na primeira turma, a aluna que possui deficiência

auditiva foi chamada para que realizasse a pesagem do hidróxido de sódio, onde foi

utilizada uma balança que o professor de Química levou para a aula. Após isso, utilizando

as vidrarias adequadas, como pipeta e balão volumétricos, solicitamos que a mesma

aluna preparasse a solução aquosa de hidróxido de sódio sob a supervisão dos bolsistas.

Nas demais turmas, essas etapas foram feitas por diferentes estudantes, tendo a

participação do aluno com deficiência visual na solubilização do hidróxido de sódio em

um béquer.

A atenção dos alunos deveria estar voltada a todas as mudanças que pudessem ser

percebidas durante o experimento, pois essas deveriam ser explicadas. Nosso objetivo

era que os estudantes percebessem que se tratava de uma reação exotérmica,

relacionando suas características. Ao solicitarmos a resposta dos estudantes sobre suas

percepções, ouvimos: “está esquentando” e a partir disso, convidamos a turma a refletir

sobre os motivos pelos quais isso estaria acontecendo. Neste momento, foi possível ouvir

diversas respostas como: “e devido a agitação das moleculas, no momento que

encontrou outras moleculas, por isso está ficando quente”; “as moleculas estão agitadas”

e “e uma reação exotermica”. Entretanto, esta última resposta não foi dada de imediato

pelas turmas.

Durante a realização do experimento, aproximamos do estudante com deficiência visual

as diferentes vidrarias que estavam sendo utilizadas, para que ele pudesse tocar e sentir

como era cada uma delas, observando as diferenças existes.

Após o término do preparo da solução, mostramos no quadro de giz como fazer o cálculo

para concentração desta solução a partir das quantidades utilizadas. Neste momento,

tanto a aluna com deficiência auditiva quanto o aluno com deficiência visual foram

auxiliados pelos professores de apoio, que explicavam o que estava sendo escrito para

que estes estudantes tivessem acesso às informações, assim como os demais.

Page 85: Anais do III QuiEncontro UFJF Conversas sobre · III QUIENCONTRO - 2018 também produz conhecimentos importantíssimos para contribuir com a formação de professores nas universidades.

III QUIENCONTRO - 2018

Para avaliar se houve a compreensão por parte dos alunos, solicitamos a eles que

entregassem um relatório, no qual deveriam explicar todas as etapas da prática com seus

respectivos cálculos. Apesar de todos os estudantes entregarem o relatório, percebemos

que houve cópia em vários deles. Em nenhum relatório, o termo “reação exotermica” foi

mencionado e identificamos que não houve dificuldade na realização dos cálculos.

De modo geral, os alunos mostram-se bastante interessados e empolgados com o

experimento, pois foi a primeira aula prática que tiveram esse ano. Além disso, tiraram

suas dúvidas ao final, o que nos causou grande surpresa. Por esse motivo, eles nos

solicitaram mais aulas práticas, mesmo que para participarem delas tenham que

permanecer por alguns minutos no laboratório após o término da aula.

O estudante com deficiência visual, ao final, agradeceu os bolsistas pela oportunidade de

participar da aula, demonstrando estar motivado para as próximas atividades a serem

realizadas na turma. Isso nos leva a um olhar mais atento para o planejamento das

próximas atividades que serão realizadas na escola, a fim de contemplar toda a turma.