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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) 2013 DIRETORIA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR DAES

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE

AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E

COMISSÕES PRÓPRIASDE AVALIAÇÃO (CPA)

2013

DIRETORIA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR DAES

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Ministério da Educação

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira | Inep

Diretoria de Avaliação da Educação Superior | Daes

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE

AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E

COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA)

2013

Claudia Maffini GriboskiStela Maria Meneghel

(Organizadores)

Brasília-DFInep/MEC

2015

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© Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.

Diretoria de Avaliação da Educação Superior - Daes

EQUIPE TÉCNICA: Janaina Ferreira MaMariângela Abrão

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

I59a Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Brasil). Anais dos seminários regionais sobre autoavaliação institucional e comissões próprias de avaliação (CPA) [recurso eletrônico] / Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Organizado por Claudia Maffini Griboski e Stela Maria Meneghel. – Brasília : Inep, 2015.

242 p.

ISBN 978-85-7863-040-9

1. Autoavaliação institucional. 2. Avaliação do Ensino Superior. 3. Educação Superior. I. Título.

CDU 378.146

A exatidão das informações e os conceitos e opiniões emitidossão de responsabilidade dos autores.

ESTA PUBLICAÇÃO NÃO PODE SER VENDIDA. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.PUBLICADA EM 2015.

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APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 13

PROGRAMAÇÃO .........................................................................................................21

PARECERISTAS ...........................................................................................................23

PARTE 1 – ARTIGOS ................................................................................................... 25

1. Visão da comunidade sobre o Sinaes: desafios e perspectivas Amândia Maria de Borba ................................................................................... 25

2. Avaliação de instituição de ensino superior e autoavaliação educacional Clarilza Prado de Sousa, Bernardete A. Gatti ..................................................... 30

3. Considerações sobre o Seminário de Autoavaliação Institucional e Comissões Próprias de Avaliação da Região Sul Reginaldo Alberto Meloni ................................................................................... 38

4. A autoavaliação, os seminários regionais e a implementação do Sinaes: reflexões e perspectivas fundamentadas na experiência da Conaes Robert Verhine .................................................................................................... 46

5. Conaes – Visão da comunidade acadêmica sobre o Sinaes: desafios e perspectivas Silke Weber ........................................................................................................ 60

SUMÁRIO

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6. Sobre os autores ............................................................................................... 78

PARTE 2 – RESUMOS ................................................................................................. 79

Eixo I – Criação de Estratégias e Metodologias para o Trabalho das CPA .................... 79

Região Centro-Oeste ...................................................................................................... 79

1. A autoavaliação como instrumento de democratização institucional ............... 79

2. Cultura de avaliação institucional e gestão das IES: significado e atuação da CPA ............................................................................................ 81

3. Reflexão sobre a trajetória das ações desenvolvidas pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) no período de 2004-2012 .......................................................... 82

4. Plano de Autoavaliação da Universidade de Brasília: proposta metodológica e estratégica da CPA – UnB para avaliação institucional ........................................ 83

5. Utilização da ferramenta Google Forms no processo de avaliação institucional: estudo de caso nas Faculdades Magsul ............................................................. 85

Região Nordeste ............................................................................................................. 86

6. A abstenção dos estudantes nas autoavaliações institucionais ........................ 86

7. Autoavaliação institucional na UFPI: desafios e aculturação ............................ 87

8. Autoavaliação institucional na Universidade Católica de Pernambuco: uma prática em construção ............................................................................... 88

9. Avaliação institucional na Faculdade Santo Agostinho: processo e perspectiva .... 90

10. Avaliação interna como prática de reflexão para melhoria da qualidade dos serviços apresentados à comunidade acadêmica .............................................. 91

11. Avaliação, qualidade educacional e participação: a experiência autoavaliativa da Unifor .................................................................................... 92

12. Coparticipação e corresponsabilidade da comunidade junto à CPA ................... 93

13. Desafios e Possibilidades na concretização da autoavaliação institucional: execução das ações de avaliação interna .......................................................... 94

14. Estratégia de institucionalização da avaliação institucional na UFBA ............... 95

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15. Estratégias de trabalho da CPA como indutora de melhoria e decisão na gestão administrativa e acadêmica da Unilab .............................................................. 97

16. Problematizar caminhos, erigir novas cartografias: a experiência do IFPI – Campus Picos frente ao desafio de construir uma cultura de avaliação institucional ....................................................................................................... 98

17. Processo de Autoavaliação na Ufersa: transitando entre o legal, o real e o ideal ................................................................................................... 99

18. Ressignificando o papel da CPA: possibilidades e perspectivas estratégicas das ações de autoavaliação institucional ............................................................... 100

19. Sinaes em sinal de alerta na Universidade Federal do Ceará .......................... 102

20. Tecendo compreensões sobre a CPA da UFPE: composição e representatividade .......................................................................................... 103

Região Norte ................................................................................................................. 105

21. A CPA e o aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem na Faculdade Martha Falcão, Manaus, AM ........................................................................... 105

22. Autoavaliação institucional: perspectivas de melhorias ou mero cumprimento de obrigação? ....................................................................................................... 106

23. Avaliação institucional participativa no Cesupa: desafios e contradições ....... 107

Região Sudeste ............................................................................................................. 109

24. A avaliação docente e seu impacto na melhoria do ensino ............................ 109

25. A construção da “práxis” institucional em autoavaliação e sua consolidação na vivência do Sinaes ........................................................................................... 111

26. A utilização do Google Docs como ferramenta para a autoavaliação institucional na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais .................................................. 112

27. As estratégias de comunicação institucional da cpa como mecanismo para o aumento da participação do corpo discente nas avaliações da Fagoc ............ 114

28. Autoavaliação institucional na Unigranrio: relato de uma caminhada ........... 115

29. Autoavaliação Institucional: a experiência da Unimep ................................... 116

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30. Autoavaliação institucional: a legitimação como pressuposto para o encaminhamento de tomadas de decisões ..................................................... 117

31. Avaliação institucional interna: sentidos e significados atribuídos pela Comissão Própria de Avaliação à pesquisa no Centro Universitário Estácio Radial São Paulo ....................................................................................... 119

32. Avaliação institucional na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais ...... 121

33. Avaliação sociológica da realização da pesquisa de avaliação institucional da UFV (2011) .................................................................................................. 122

34. Construção de processos autoavaliativos no ensino na modalidade a distância: uma experiência envolvendo a parceria entre gestores e CPA ........................ 123

35. Desenvolvimento de estratégias de sensibilização: considerações acerca da identidade institucional e sua importância no estabelecimento da cultura avaliativa .................................................................................. 125

36. Estruturação e estratégia de trabalho de CPA em grandes universidades ...... 126

37. Experiências estratégicas da Comissão Própria de Avaliação da Universidade de Ribeirão Preto ................................................................................................. 128

38. O processo de comunicação como canal de divulgação e elemento de envolvimento da comunidade institucional .................................................... 129

39. O tear de Penélope: impressões sobre comissão própria de autoavaliação como instrumento para gestão ................................................................................. 131

40. Um olhar sobre as estratégias e metodologia de trabalho da Comissão Própria de Avaliação da Universidade Vila Velha: um relato de experiência ............... 132

Região Sul ...................................................................................................................... 133

41. A Comissão Própria de Avaliação na Universidade Federal do Paraná ............ 133

42. A articulação entre avaliação e planejamento: a experiência da CPA na PUCRS ......................................................................................................... 135

43. A atuação da comissão própria de avaliação como instrumento de gestão de uma instituição de educação superior ............................................................ 136

44. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Universidade de Cruz Alta (Unicruz) como instância executiva da avaliação institucional ....................................... 137

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45. Avaliação docente: caminhada para a mudança ............................................. 138

46. Avaliação institucional: a trajetória na Unijuí .................................................. 139

47. Avaliação institucional e o desafio da implantação da cultura da autoavaliação (autoavaliação e CPA) ...................................................................................... 141

48. Avaliação institucional: uma análise dos resultados em uma unidade descentralizada da UFSM ................................................................................ 142

49. Contribuições das visitas in loco e dos relatórios do Inep para a criação de estratégias e metodologias de trabalho da CPA: estudo de caso nas Faculdades Integradas dos Campos Gerais, Ponta Grossa-PR ............................................ 144

50. O significado atribuído a avaliação e suas implicações na adesão da comunidade acadêmica .................................................................................. 144

51. Programa de Avaliação Institucional das Universidades Comunitárias Gaúchas (Paiung): experiências avaliativas das CPAs das comunitárias ........................ 146

52. Programa de avaliação institucional na Universidade Federal de Santa Maria CPA – funcionamento e descentralização do processo .......................................... 147

Eixo II – Indicadores e Instrumentos de Autoavaliação ............................................ 149

Região Centro-Oeste ..................................................................................................... 149

1. Pesquisa “Ouvindo o Aluno” – uma aplicação da análise de lacunas em uma instituição multicampi ..................................................................................... 149

Região Nordeste ........................................................................................................... 150

2. A atuação da CPA/UFRN na autoavaliação institucional ................................. 150

3. A CPA como mediadora interpares do sistema educacional Inta em Sobral-CE: relato de experiência de construção democrática e participativa .................. 151

4. Avaliação institucional: indicadores e instrumentos de autoavaliação produzidos pela CPA Facema ............................................................................................. 153

5. Docência universitária: avaliação diagnóstica como instrumento transformador da prática docente .......................................................................................... 154

6. Grupos focais como instrumentos de autoavaliação institucional: olhares e vozes da Faculdade Dom Pedro II ............................................................................. 155

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7. Relatório da autoavaliação institucional no IF Baiano – os instrumentos de coleta de dados, paralelo entre os exercícios de 2011 e 2012 ................................... 156

Região Norte ................................................................................................................. 158

8. A prática da autoavaliação interna: uma referência aos indicadores e aos instrumentos de autoavaliação ....................................................................... 158

9. A utilização de indicadores de qualidade como mecanismo de autoavaliação na Universidade Federal do Acre ......................................................................... 159

10. Avaliação institucional: relato de experiência da UFT no período 2006-2012 ....................................................................................................... 160

11. Processo de avaliação como ferramenta para qualidade na educação do IFPA – Campus Castanhal ........................................................................................... 161

Região Sudeste ............................................................................................................. 163

12. A pesquisa com egressos como fonte de informação sobre a qualidade dos cursos de graduação e a responsabilidade social da instituição ..................... 163

13. Análise dos dados da avaliação do perfil do ingressante da Unoeste ............. 164

14. Autoavaliação Institucional: aplicabilidade de um instrumento de avaliação de disciplina ......................................................................................................... 165

15. Avaliação institucional: uma perspectiva em destaque .................................. 166

16. Desenvolvimento de competências gerais sob a ótica dos alunos da área da saúde .......................................................................................................... 167

17. Desenvolvimento e implementação de uma estratégia de coleta de dados via Mobile ............................................................................................................. 168

18. Indicadores gerenciais no processo de autoavaliação institucional em uma universidade federal ........................................................................................ 169

19. Instrumentos de autoavaliação e qualidade da educação superior ................ 171

20. Intercorpore – uma metodologia qualitativa de reflexões conjuntas entre os diversos sujeitos do curso visando a sua qualificação ..................................... 172

21. O papel da CPA no processo de autoavaliação institucional no Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal) .................................... 174

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22. Sistemas colaborativos na elaboração dos relatórios da IES nos Ciclos Sinaes .... 175

23. Teste de progresso e avaliação do desempenho docente: diferenciais do Programa de Autoavaliação Institucional do Unifeso ..................................... 176

Região Sul ..................................................................................................................... 178

24. A autoavaliação institucional como fonte de informações ao Plano de Desenvolvimento Institucional: uma aplicação da análise de conteúdo ......... 178

25. A criação do CiAI: um índice e um conceito interno para a autoavalição institucional ..................................................................................................... 179

26. Aprimoramento dos instrumentos de autoavaliação aplicados pela CPA ....... 179

27. Autoavaliação institucional com diplomados: contribuições para a implantação .......................................................................................... 181

28. Autoavaliação institucional no Centro Universitário Filadélfia/UniFil – indicadores e instrumentos construídos – relato de experiência ................... 183

29. Autoavaliação, suas fontes e indicadores: a experiência da Univali no processo de avaliação institucional ................................................................................ 184

30. Avaliação do sentido de realização, relações interpessoais e recompensa no trabalho: um estudo de caso em uma Instituição de Ensino Superior do estado do Paraná ........................................................................................................ 185

31. O uso efetivo dos resultados dos processos de autoavaliação para a qualificação acadêmica ....................................................................................................... 186

32. Significações acerca de indicadores e instrumentos próprios de autoavaliação institucional ..................................................................................................... 188

33. Utilização da Teoria da Resposta ao Item na análise dos dados da autoavaliação institucional da Universidade Federal de Santa Maria: vantagens e oportunidades ................................................................................................. 189

Eixo III – Impactos da CPA ....................................................................................... 191

Região Centro-Oeste ..................................................................................................... 191

1. A importância da autoavaliação na gestão do curso de Sistemas de Informação da Faculdade Projeção .................................................................................... 191

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2. Experiência de autoavaliação institucional do Campus Jataí da Universidade Federal de Goiás: a percepção dos docentes e técnico-administrativos ......... 192

3. Impacto da avaliação institucional no processo de gestão educacional da Faculdade Centro Mato-Grossense ................................................................. 193

4. O impacto dos relatórios da Comissão Própria de Avaliação para a gestão participativa .................................................................................................... 195

Região Nordeste ........................................................................................................... 196

5. A autoavaliação como referente para as atividades de gestão, ensino, pesquisa e extensão na Univasf ........................................................................................ 196

6. A autoavaliação da Comissão Própria e de Avaliação e seus impactos nas ações institucionais ................................................................................................... 197

7. A contribuição da CPA para a construção da política de desenvolvimento institucional do IFPI ......................................................................................... 198

8. A avaliação da docência por disciplina na Uern: um processo de participação e adesão voluntária ............................................................................................ 199

9. Autoavaliação institucional: indicadores de mudança .................................... 201

10. Avaliação institucional interna no âmbito de uma universidade pública federal: repensando o modelo e a prática ................................................................... 202

11. Comissões Próprias de Avaliação nas IES de Fortaleza: um levantamento quantitativo ..................................................................................................... 203

12. Evolução histórica das autoavaliações institucionais na Universidade Federal da Paraíba ............................................................................................................ 205

13. Impactos dos relatórios da CPA nos planos de trabalho da Faculdade de Educação de Bacabal – Febac .......................................................................... 206

Região Norte ................................................................................................................. 207

14. Análise da política de assistência estudantil da Universidade Federal do Tocantins a partir dos relatórios de avaliação institucional da CPA ................. 207

15. Autoavaliação: um desafio possível ................................................................ 209

16. O papel da CPA face aos processos de descredenciamento e recredenciamento da Unitins pelo MEC para a oferta de cursos a distância ................................ 210

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17. Qual o espaço da avaliação institucional na instituição de ensino superior? ........211

18. Reflexões sobre o processo de autoavaliação da UFT: avanços e retrocessos ......212

Região Sudeste .............................................................................................................. 213

19. A importância da articulação entre o processo de autoavaliação institucional e os projetos pedagógicos de cursos .................................................................. 213

20. A Autoavaliação como Importante Instrumento da gestão universitária, inclusive auxiliando na diminuição dos índices de evasão escolar ................................ 215

21. A autoavaliação da Universidade de Sorocaba: impactos da CPA ................... 216

22. A meta-avaliação como instrumento de qualificação do processo de autoavaliação em uma instituição de ensino superior no Rio de Janeiro ....... 217

23. Autoavaliação institucional: experiência de uma instituição privada de ensino superior ........................................................................................................... 218

24. Contribuições da atuação da Comissão Própria de Avaliação para a melhoria dos cursos de graduação da UFSCar, no período 2004-2012 ................................. 220

25. Ensino superior, responsabilidade social e comissão própria de avaliação: um estudo realizado em uma instituição recentemente instalada no interior de São Paulo .................................................................................................... 221

26. Estudo retrospectivo do programa de avaliação institucional da Faculdade Anhanguera de Taubaté Unidade 1: contribuição da Comissão Própria de Avaliação ......................................................................................................... 223

27. Histórico de implantação e implementação da avaliação durante os nove anos de existência da Comissão Própria de Avaliação da Universidade de Uberaba (CPA/Uniube) ............................................................................................................ 224

28. Impactos dos resultados obtidos pela CPA: mudança na estrutura da gestão dos cursos ....................................................................................................... 225

29. Impactos e desdobramentos da autoavaliação no processo de melhoria do Unifemm: uma análise da avaliação de professor de 2010 a 2013 ................. 227

30. Impactos qualitativos da autoavaliação na instituição .................................... 228

31. Repercussões da autoavaliação institucional na elaboração e na execução do Plano de Desenvolvimento Institucional ......................................................... 230

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32. Repercussões dos processos da autoavaliação institucional na gestão da IES ......231

Região Sul ..................................................................................................................... 232

33. A trajetória dos processos de autoavaliação institucional na PUCPR .............. 232

34. As contribuições da CPA para a gestão institucional ....................................... 234

35. Autoavaliação e planejamento: avanços e reflexões ....................................... 235

36. Autoavaliação institucional: subsídios para a capacitação docente ................ 236

37. Contribuições da CPA na Faculdade Antonio Meneghetti ............................... 237

38. Impactos da CPA no processo de autoavaliação do curso de Educação Física na URI – Campus de Frederico Westphalen-RS .................................................... 239

39. Impactos da CPA no processo de autoavaliação institucional do Centro Universitário Franciscano ................................................................................ 240

40. Os resultados da autoavaliação institucional como balizadores para tomada de decisão na gestão da URI – Erechim ................................................................ 241

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Seminários Regionais Sobre Autoavaliação Institucional e Comissões Próprias de Avaliação (CPA) | 2013

08:00 Recepção dos Participantes e Credenciamento

08:30 Mesa de Abertura - autoridades do Inep, Conaes e autoridades locais (da IES)

09:00 Mesa de Apresentação de Trabalhos

10:50 Intervalo

11:00 Apresentação de Pôsteres

12:30 Almoço

13:30 Apresentação do Novo Instrumento de Avaliação Institucional do Inep

14:30 Trabalhos em Grupo - sugestões para elaboração dos Relatórios das CPA

16:00 Intervalo

16:30 Plenária dos Grupos

17:30 Encerramento

PROGRAMAÇÃO

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Alicia Bonamino Abave

Bernadete Gatti Abave

Clarilza Prado Abave

Claudia Maffini Griboski Inep

João Carlos Pereira da Silva Conaes

Joaquim José Soares Neto Abave

Lys Vinhaes Abave

Marcelo Knobel Conaes

Reynaldo Fernandes Abave

Robert Verhine Abave

Sergio Franco Abave

Stela Meneghel Inep

Suzana Shwerz Funghetto Inep

Wagner Andriola Abave

PARECERISTAS

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A Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004, instituiu o Sistema Nacional de Avaliação

da Educação Superior (Sinaes), tendo como finalidades a melhoria da qualidade da edu-

cação superior, a orientação da expansão da sua oferta, o aumento permanente da sua

eficácia institucional e efetividade acadêmica e social e, especialmente, a promoção do

aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições de edu-

cação superior (IES), por meio da valorização de sua missão pública, da promoção dos va-

lores democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e

da identidade institucional.

Fundamentado no tripé da avaliação de instituições, de cursos e de desempenho dos

estudantes, o Sinaes busca assegurar uma visão global das atividades da formação em nível su-

perior. Apoiado na avaliação institucional, interna e externa, visa promover uma análise global

e integrada das dimensões, estruturas, relações, compromisso social, atividades, finalidades e

responsabilidades sociais das instituições de educação superior e de seus cursos.

Ainda de acordo com a Lei, cabe ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira (Inep) a implementação do Sinaes e à Comissão Nacional de

Avaliação da Educação Superior (Conaes) estabelecer suas diretrizes, buscando articular-

-se com os sistemas estaduais de ensino, visando estabelecer ações e critérios comuns de

avaliação e supervisão da educação superior.

APRESENTAÇÃO

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A proximidade dos dez anos do Sinaes e, ao mesmo tempo, o marco de realização da

100ª reunião da Conaes gerou, em 2013, um grande movimento de reflexão sobre as estra-

tégias em desenvolvimento pelo Sistema, seus impactos na educação superior e os desafios

para avançar nos próximos dez anos. Neste contexto, o Inep, por meio de sua Diretoria de

Avaliação da Educação Superior (Daes) e com o apoio da Conaes e da Associação Brasileira

de Avaliação Educacional (Abave), realizou os Seminários Regionais sobre Autoavaliação

Institucional e Comissões Próprias de Avaliação (CPA) – 2013.

Os Seminários Regionais sobre Autoavaliação Institucional e Comissões Próprias de

Avaliação (CPA) – 2013 foram realizados em capitais das cinco regiões do país1 entre os

meses de setembro e dezembro de 2013, tendo como principais objetivos:

• proporcionar um ambiente de diálogo sobre as expectativas do Inep, da Conaes

e das CPA em relação ao Sinaes;

• analisar o processo de autoavaliação institucional à luz das posições assumidas

pelos agentes das CPA, mediante debates, apresentação de artigos etc.;

• sensibilizar as CPA quanto à importância da autoavaliação no instrumento de

avaliação institucional externa;

• obter propostas, de modo a favorecer a criação de consensos em torno das

diretrizes do Sinaes e das ações necessárias para a implementação da política de

avaliação institucional;

• refletir e propor subsídios à Conaes acerca da construção das novas orientações

para a estrutura dos relatórios das CPA, com base no novo instrumento de

avaliação institucional;

• promover a qualidade da autoavaliação institucional, com publicações do Inep,

reunindo trabalhos de reconhecido mérito;

• analisar e debater formas de inserção das diretrizes do Sinaes nas IES, a partir das

experiências, operacionalização e produção das CPA;

• abordar o vínculo das CPA com os órgãos governamentais, com as instâncias

decisórias das IES, e, sobretudo, com a comunidade acadêmica (discentes,

docentes e técnicos-administrativos);

• debater sobre como as CPA idealizam e executam a produção periódica de

relatórios e como se dá o feedback das instâncias decisórias das IES e dos órgãos

governamentais;

1. Brasília/DF, Porto Alegre/RS, Belém/PA, São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG e Salvador/BA.

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• permitir o intercâmbio de experiências bem sucedidas de CPA, com foco em

sua composição: estrutura, regimentos/processo de renovação dos membros e

representatividade.

Para tanto, os Seminários Regionais foram programados com base em dois mo-

mentos distintos. No período da manhã, por meio de uma mesa redonda e exposição

de pôsteres, buscou-se promover o compartilhamento de experiências de autoavaliação

das CPA. Com isso, o evento possibilitou às Comissões que tiveram trabalhos aprovados

na região mostrarem e debaterem o aprendizado e o conhecimento adquirido ao longo

de quase dez anos de Sinaes, considerando as especificidades de seus perfis e trajetó-

rias institucionais e indicando quanto consolidaram, inovaram e/ou amadureceram em

seus processos de autorreflexão.

No período da tarde, a Daes, a partir de sua experiência em processos de Avaliação

Institucional Externa (AIE) e em interlocução com diversas IES e atores institucionais, de-

monstrou a evolução do processo, consubstanciado no novo instrumento de avaliação

institucional externa que passa a incluir indicadores específicos do processo de autoava-

liação. Nos eventos, foram apresentadas as alterações no instrumento, seguidas de tra-

balhos em grupo, desenvolvidos com o objetivo de permitir a todas as IES participantes

colaborarem com a construção de propostas de um novo roteiro de autoavaliação.

A fim de possibilitar melhor conhecimento e aprofundamento nas experiências

das CPA, o Inep elaborou edital, em abril de 2013, convidando as IES a inscreverem

resumos que traduzissem sua construção institucional, submetendo-os à análise de es-

pecialistas para posterior redação de texto completo.

Os resumos submetidos foram enquadrados nos seguintes eixos temáticos: Eixo

I – Criação de estratégias e metodologias para o trabalho das CPA (Composição e re-

presentatividade; Autonomia e influências sobre o modo de atuação; A CPA como ins-

tância executiva das ações de avaliação interna; Temas livres pertinentes à temática);

Eixo II – Indicadores e instrumentos de autoavaliação (Confecção de indicadores e ins-

trumentos; Análise de dados e confecção de relatórios; Metodologia de revisão de indi-

cadores e análise das informações pela CPA; Temas livres pertinentes à temática); Eixo

III – Impactos da CPA (Alcance interno e externo dos trabalhos da CPA; Impacto dos

relatórios na agenda de trabalho na IES; Temas livres pertinentes à temática).

Os resumos inscritos foram avaliados por um Comitê Científico, formado por sete

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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duplas de avaliadores,2 indicados pela Abave, pela Conaes e pela Daes/Inep, para uma

avaliação do tipo blind review.3

Foram inscritos para os Seminários o total de 163 resumos, dos quais, após seleção,

foram enviados para apresentação 125 trabalhos, conforme detalhado no Quadro 1, a seguir:

QUADRO 1 Resumos inscritos e trabalhos enviados segundo a região e eixo temático

Região/EixoCentro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

TOTALI II III I II III I II III I II III I II III

Resumos inscritos 7 3 4 16 9 13 3 5 6 21 14 20 14 16 12 163

Trabalhos enviados para apresentação

5 1 4 15 6 9 3 4 5 17 12 14 12 10 8 125

A fim de que todas as CPA pudessem visualizar as experiências de sua região, foi

estabelecido o formato de pôster para a apresentação de trabalhos, sendo que, destes,

até três foram selecionados para debate em Mesa Redonda em cada um dos Seminários

Regionais. Com vistas a aprofundar a análise sobre estas experiências, foram convidados

especialistas indicados pela Abave para comentar tanto os pôsteres quanto os trabalhos das

mesas. O Quadro 2 mostra a lista dos autores e debatedores que compuseram as Mesas de

Apresentação de Trabalhos em cada cidade:

QUADRO 2 Composição das mesas de apresentação de trabalhos por evento (autores e debatedores) (continua)

Brasília, DF

Joaquim José Soares Neto Debatedor (Mesa) UnB (DF)

Wagner Andriola Debatedora (Pôsteres) UFC (CE)

Maria de Sousa Rodrigues e Ana Maria Penalva Mancini

A Autoavaliação como Instrumento de Democratização Institucional

UFMT (MT)

Arlete de Freitas Botelho e Jandernaide Resende Lemos

Cultura de Avaliação Institucional e Gestão das IES: Significado e Atuação da CPA

UEG (GO)

2. Profª Alicia Bonamino; Profª Bernadete Gatti; Profª Clarilza Prado; Profª Claudia Maffini Griboski; Prof. João Carlos Pereira da Silva; Prof. Joaquim José Soares Neto; Profª Lys Vinhaes; Prof. Marcelo Knobel; Prof. Reynaldo Fernandes; Prof. Robert Verhine; Prof. Sergio Franco; Profª Stela Meneghel; Profª Suzana Schwerz Funghetto; e Prof. Wagner Andriola.3. Processo de revisão de trabalhos acadêmicos no qual os textos avaliados não possuem nenhuma indicação de nome e instituição de seus autores, não permitindo a sua identificação por parte dos revisores.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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QUADRO 2 Composição das mesas de apresentação de trabalhos por evento (autores e debatedores) (continuação)

Sérgio Larruscaim Mathias Utilização da Ferramenta Google Forms no Processo de Avaliação Institucional: Estudo de Caso na Faculdade Magsul

Faculdade Magsul (MS)

Porto Alegre, RS

Sérgio Franco Debatedor (Mesa) Abave

Reginaldo Alberto Meloni Debatedor (Pôsteres) Conaes

Marion Creutzberg A Articulação entre Avaliação e Planejamento: a ex-periência da CPA na PUCRS

PUC (RS)

Marcelo Marques Soares Avaliação Docente: Caminhada para a Mudança Feevale (RS)

Maria Aparecida Zehnpfennig Zanetti Aprimoramento dos Instrumentos de Autoavaliação Aplicados pela CPA

UFPR (PR)

Belém, PA

Wagner Andriola Debatedor (Mesa) UFC (CE)

Rosilda Arruda Debatedora (Pôsteres) UFBA (BA)

Manoel Carlos de Oliveira Júnior A CPA e o Aprimoramento do Processo de Ensino e Aprendizagem na Faculdade Martha Falcão, Manaus –AM

FMF (AM)

Telma Ferreira; Edneuza Gonçalves Silva; Sâmia de Oliveira Brito

Qual o Espaço da Avaliação Institucional na Instituição de Ensino Superior?

FARO (RO)

Maria Santana Ferreira Santos; Breno Suarte Cruz

Reflexões Sobre o Processo de Autoavaliação da UFT: Avanços e Retrocessos

UFT (TO)

São Paulo, SP

Bernardete Gatti Debatedora (Mesa) FCC (SP)

Clarilza Prado Debatedora (Pôsteres) PUC (SP)

Herbert Gomes Martins Autoavaliação Institucional na UNIGRANRIO Unigranrio (RJ)

Ernesto Sílvio Rossi; Helena Biaggi Rossi

“Intercorpore” – Uma Metodologia Qualitativa de Reflexões Conjuntas entre os Diversos Sujeitos do Curso Visando a sua Qualificação

Unifieo (SP)

Raquel Cristina Ferraroni Sanches A Importância da Articulação entre o Processo de Autoavaliação Institucional e os Projetos Pedagógicos de Cursos

Univem (SP)

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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QUADRO 2 Composição das mesas de apresentação de trabalhos por evento (autores e debatedores) (continuação)

Belo Horizonte, BH

Ruben Klein Debatedor (Mesa) Abave

João Carlos Pereira da Silva Debatedor (Pôsteres) Conaes

João Paulo Ciribeli As Estratégias de Comunicação Institucional da CPA como Mecanismo para o Aumento da Participação do Corpo Discente nas Avaliações da FAGOC

Fagoc (MG)

Maria Theresa Cerávolo Laguna Abreu e Helione Dias Duarte

Histórico da Implantação e Implementação da Avaliação Durante os Nove Anos de Existência da Comissão Própria de Avaliação da Universidade de Uberaba

Uniube (MG)

Maria Aparecida de Souza Silva e Tereza Cristina Monteiro Cota

Repercussões dos Processos da Autoavaliação Institucional na Gestão da IES

Unileste (MG)

Salvador, BA

Virgílio Bastos Debatedor (Mesa) UFBA (BA)

Lys Vinhaes Debatedora (Pôsteres) Abave

Fernanda Pereira Santos A Abstenção dos Estudantes nas Autoavaliações Institucionais

IFBA (BA)

Patrícia Irene dos Santos Ressignificando o Papel da CPA: possibilidades e perspectivas estratégicas das ações de autoavaliação institucional

Fafire (PE)

Suzana Alves Nogueira A Autoavaliação da Comissão Própria e de Avaliação e seus Impactos nas Ações Institucionais

FAN (BA)

Os Seminários Regionais sobre Autoavaliação Institucional e CPA funcionaram

como um espaço de reflexão e debates sobre as experiências de autoavaliação acumu-

ladas ao longo desses dez anos do Sinaes, acrescido de um momento de proposições,

no sentido de fortalecer as diretrizes da avaliação a as ações necessárias à consolidação

da política de autoavaliação institucional.

Assim, é com muita satisfação que a Diretoria de Avaliação da Educação Superior

do Inep entrega este documento, um registro da produção apresentada e debatida nos

Seminários Regionais 2013, com o objetivo de disseminar as experiências das diferentes

IES do nosso país e servir de referência para o fortalecimento do processo de autoava-

liação como elemento essencial para o desenvolvimento do Sinaes.

(conclusão)

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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A Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes) e a Diretoria

de Avaliação da Educação Superior (Daes) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apresentam o registro dos Seminários das Comissões

Próprias de Avaliação com o objetivo de disseminar as experiências das diferentes IES

do nosso país para que elas possam ser referências no fortalecimento do processo de

autoavaliaçao e proporcionem o desenvolvimento do Sinaes.

Claudia Maffini Griboski

Diretora de Avaliação da Educação Superior (Daes)

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)

Stela Maria Meneghel

Coordenadora-Geral de Controle da Qualidade da Educação Superior (Daes/CGCQES)

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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1. VISÃO DA COMUNIDADE SOBRE O SINAES: DESAFIOS E PERSPECTIVASAmândia Maria de Borba

Minha saudação e meus cumprimentos às autoridades presentes e já nominadas

pelo cerimonial. Aos participantes desta reunião: boa tarde!

Registro minha satisfação em estar com os senhores nesta mesa que pretende

explicitar um pouco da visão da comunidade sobre a política do Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Superior (Sinaes) – particularmente sobre o papel das Comissões

Próprias de Avaliação na condução do processo da Avaliação Institucional.

Apresento, também, meu agradecimento pela atenção à intervenção que faço como

pesquisadora em avaliação e gestora de uma universidade comunitária.

Para começar, tomo a liberdade de apresentar algumas interpretações e inquietações

exploradas em estudos publicados sobre o Sinaes, além de posições compartilhadas em

fóruns da área – por gestores do ensino superior e por profissionais envolvidos com os

processos de avaliação nas IES.

As instituições, ainda que identifiquem sua competência e sua qualidade, também

reconhecem que um processo de avaliação pelo órgão regulador externo é bem-vindo,

PARTE 1 ARTIGOS

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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associado aos resultados da avaliação institucional, quando desenvolvida por um processo

que seja:

• sistemático, isto é, em que os dados levantados sistematicamente permitam

análises históricas dos avanços e das fragilidades da instituição;

• global, ou seja, em que as IES reconhecem que o sistema, como um corpo

integrado, precisa de padrões de comparabilidade e, ao mesmo tempo, de

espaços para demonstrar suas especificidades. Daí a diversidade de metodologias

e instrumentos, com indicadores que possam dar sustentação a um padrão

mínimo de qualidade;

• legítimo, a saber, em que todos nós reconhecemos o poder da avaliação –

para a punição ou a premiação e, ainda, para o desenvolvimento das pessoas

envolvidas e da IES, ou seja, a avaliação precisa ter propósitos proativos capazes

de subsidiar o planejamento em todos os níveis da instituição. Isso porque, no

processo de desenvolvimento da avaliação institucional e da avaliação dos cursos

de graduação, oportunidades de melhoria das ações institucionais podem ser

favorecidas sempre que as negociações forem pautadas pela ética comunicacional,

pois as proposições frente aos resultados alcançados geram o sentimento maior

do comprometimento político da responsabilidade pública – qual seja: submeter-

se sempre ao crivo do olhar da sociedade pelo olhar de avaliadores internos

e externos. Assim, a legitimidade se sustenta pelo rigor científico e pela ética

aplicada na condução do processo.

Esses princípios fundamentam a política do Sinaes, desde a sua implantação em 2004,

com a finalidade de avaliar a graduação valorizando aspectos que induzam à qualidade

da educação superior. Os estudos de avaliação têm considerado que o Sinaes representa

um avanço sobre o sistema anterior e que a política de avaliação no país vem ganhando

centralidade e força nos planos de governo, alinhada à política de expansão do setor.

As análises realizadas mostram que, desde 1995, as políticas para o ensino superior no

País vêm promovendo a desregulamentação e a privatização de ofertas e de financiamentos.

Como consequência, nos planos de gestão das IES, as políticas da expansão de seus cursos

e matrículas vêm acompanhadas da atenção ao mercado e ao movimento das profissões

e das carreiras e do comprometimento de manter e/ou de alcançar a qualidade dos

resultados levantados pelos processos de avaliação.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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No entanto, é importante considerar que, no cenário atual, os resultados das

avaliações estão concentrados mais na emissão de conceitos e menos em análises

qualitativas dos projetos institucionais.

Essa é uma discussão presente nos fóruns regionais internos das IES e que precisa

ser explicitada nestes processos de aperfeiçoamento do Sinaes, a saber: o dos limites das

análises qualitativas e de suas metodologias no âmbito da avaliação de um sistema e o

da inclusão de fragmentos de opiniões de alunos (médias estatísticas) na composição de

conceitos de cursos e IES.

Nessa lógica, o Sinaes tem se caracterizado como uma política pública de abertura

para a IES se autoavaliar e traçar suas metas de forma alinhada com os indicadores nacionais.

Nestes dez anos, é prudente ressaltar que as IES investiram em pessoas qualificadas para

desenvolver estudos e processos de avaliação institucional mais qualificados.

Adicionalmente, os processos de avaliação regulamentados pelo Sinaes – avaliação

das instituições de educação superior (Avalies), de cursos de graduação (ACG) e de

desempenho acadêmico de seus estudantes (Enade) – têm proporcionado estudos e

análises que mostram avanços como:*

• a consolidação de uma cultura de avaliação no ensino superior brasileiro;

• a articulação do PDI com os resultados da avaliação;

• a ampliação da participação docente e discente na gestão acadêmica via avaliação

institucional coordenada e analisada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA);

• a criação de projetos institucionais que ultrapassam a visão parcelada de ensino

e que conjugam a pesquisa e a extensão com o ensino;

• a discussão e a interpretação dos indicadores de avaliação de curso têm levado ao

aperfeiçoamento do processo de avaliação da aprendizagem;

• o investimento das IES em políticas de titulação e o regime de trabalho dos

professores;

• a expansão e a melhoria em bibliotecas e laboratórios para a regularidade de

oferta dos cursos de graduação;

• a dinâmica e a lógica processual dos procedimentos de avaliação têm

demonstrado forte vinculação com os processos de regulação (atos autorizativos

* Verhine, Dantas e Soares (2006), no artigo “Do Provão ao Enade: uma análise comparativa dos exames nacionais utilizados no ensino superior”, consideram o Enade um avanço em relação à utilização dos resultados, mas reconhecem grande simi-laridade dos processos técnicos das duas abordagens.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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administrativos de funcionamento) e de supervisão – procedimentos para zelar

pela conformidade da oferta à legislação aplicável (Seres);

• a entrada e/ou a permanência da IES no sistema, pelo processo de avaliação;

• a utilização de indicadores de qualidade (ainda que preliminares) traduz uma

situação identificada da IES/curso pela definição do padrão mínimo de qualidade

para todas as regiões do País;

• o aperfeiçoamento de instrumentos e de procedimentos nestes dez anos;

• a (re)capacitação do banco de avaliadores;

• a melhoria da qualidade da educação superior, indicada pelos resultados do

Enade do primeiro para o segundo ciclo (estudos realizados pelo Inep), analisados

pelas IES;

• a apropriação, pelos gestores das IES, dos indicadores de avaliação como

referência para as políticas de orçamento, planejamento estratégico, recursos

humanos e infraestrutura;

• a avaliação do avaliador pela IES avaliada, o que revela transparência e coerência

em casos de acompanhamento e impugnação do processo de avaliação externa.

Entretanto, ainda são desafios para a melhoria do Sinaes:

• o acompanhamento (Seres) dos cursos com CPC insatisfatório, antes do término

do ciclo avaliativo, para identificar se o plano de melhorias proposto pelo curso/

IES foi atendido;

• a necessidade de aperfeiçoar a atuação da CPA e o uso de seus relatórios na

gestão das IES;

• a volta à proposta original do Sinaes e a busca do tripé de sustentação (ACG/

Avalies/Enade) no desenvolvimento de sua política, pois, atualmente, o Sinaes

está centralizado no Enade, subsumido pelos conceitos CPC e IGC;

• a publicação dos resultados carece de explicações mais claras e didáticas sobre

os insumos e as fórmulas estatísticas na construção dos conceitos – dessa

forma, pode-se promover o entendimento da construção dos indicadores e sua

integração com os instrumentos de informação, facilitando para os gestores, em

todos os níveis do sistema, o processo de tomada de decisão; desse modo, a

interpretação se tornará mais eficiente, pois ancorada em dados;

• a reavaliação da construção de índice (IGC) – os pesos e os insumos a serem

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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reavaliados entre IES de organizações acadêmicas diferentes, bem como o peso

stricto sensu no cálculo do IGC das universidades, pois o índice atual privilegia IES

com maiores percentuais de alunos no nível de doutorado;

• o aperfeiçoamento/a otimização do indicador da responsabilidade social – para

inferir, de forma mais objetiva, o impacto socioeconômico da IES/curso;

• a inclusão de indicadores de avaliação das políticas de extensão;

• a padronização da forma como são publicadas as planilhas com o código do curso;

• a melhoria do sistema e-MEC e a elaboração de agenda contínua de oficinas para

os novos PIs que, porventura, ingressem nessa função – o Napi pode elaborar

um cronograma anual com oficinas de um dia, divididas em níveis (básico/

intermediário e temas específicos). Talvez fosse importante viabilizar a seleção

de PIs com experiência no e-MEC, para que possam servir de multiplicadores para

atuar por estratos – região, organização acadêmica e/ou categoria administrativa

– e ministrar essas oficinas em sua região. Conforme as especificidades dos

estratos, esses PIs poderiam ser cadastrados na Seres e no Inep e ir a Brasília

tanto para conhecer funcionalidades como para levar dificuldades e problemas

apontados pelos PIs de seu estrato – o que substituiria os encontros de centenas

de pessoas, milhares de dúvidas e pouquíssimos esclarecimentos.

Ao finalizar, podemos considerar que há evidências de que o Sinaes, nestes 10 anos,

contribuiu para a abertura de estudos sobre a avaliação no ensino superior, mostrando

tendências e acirrando conflitos que envolvem as esferas pública e privada, o controle

dos resultados, a meta-avaliação, mas também a avaliação associada ao desempenho e à

qualidade da educação.

Nesse processo de consolidação da cultura de avaliação, as instituições reconhecem

a importância das Comissões Próprias de Avaliação (CPAs) e sua função consultiva, técnica e

política – ao levantar evidências da qualidade institucional, seus avanços e suas fragilidades,

promovendo a análise crítica para o planejamento institucional.

Para tanto, as IES buscam aperfeiçoar seus processos avaliativos e qualificar seus

recursos humanos, para desenvolver a avaliação institucional com procedimentos e técnicas

capazes de fornecer a comparabilidade dos dados. Um bom relatório de autoavaliação deve

apontar tendências. Certamente, a condição técnica das CPAs é apenas o ponto de partida.

Serão necessários investimentos institucionais para que a CPA possa ampliar sua atenção à

complexidade dos ambientes pedagógico e institucional.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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2. AVALIAÇÃO DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIORE AUTOAVALIAÇÃO EDUCACIONALClarilza Prado de Sousa

Bernardete A. Gatti

Os processos avaliativos apresentados neste encontro estimulam-nos a apresentar

algumas reflexões mais gerais sobre a questão da avaliação institucional. A avaliação

institucional é um processo que, para ser desenvolvido, precisa estar ancorada em eixos

de referência escolhidos por seu valor intrínseco, de tal forma que permitam analisar a

qualidade de uma instituição educacional. Assim, é básica, na discussão desse processo

avaliativo, a definição da qualidade que se pretende analisar e das metodologias empregadas

para este fim.

A qualidade de uma Instituição de Ensino Superior (IES) envolve tanto a análise

da efetividade do ensino oferecido, das competências adquiridas pelos estudantes em

determinada formação, da produção de conhecimento conquistada em determinada

área por meio das pesquisas realizadas, quanto o valor social dessas competências e do

conhecimento produzido pela instituição.

As metodologias já criadas e desenvolvidas são muitas e se abrem, no contexto

da produção de pesquisas sociais, à criatividade dos avaliadores. Afinal, um processo de

avaliação institucional reveste-se de características de pesquisa de natureza científica e deve

ser realmente apoiada em indicadores previamente selecionados que venham a se mostrar

fecundos nas contribuições que propiciem bases para as escolhas de encaminhamentos que

visam atingir metas de melhor qualificação nas ações institucionais, internas e externas.

No entanto, metodologias orientadas para a análise da qualidade institucional

precisam estar orientadas, além dos aspectos científicos e técnicos fundamentais,

pelo atendimento de princípios, entre os quais, destacamos, inicialmente, os três que

consideramos os mais importantes.

O primeiro deles é o de se ter critérios que balizem todo o processo avaliativo, inclusive

critérios éticos, decididos e socializados com transparência para todos os envolvidos.

O segundo, tão importante quanto o primeiro, é que a avaliação institucional deve

atentar para a construção de um sentido de coletivo em relação às ações que permearão o

processo avaliativo e que o constituirão, dando significado às ações empreendidas em um

dado contexto.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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O terceiro, que é um princípio-chave, é que esse processo deve gerar ações em

sequência, pois todo processo avaliativo não pode se encerrar em si mesmo, uma vez

que só adquire sentido quando gera processos de mudança. Nesses termos, avaliar é

como um processo que envolve analisar uma determinada instituição tendo em vista a

tomada de decisão. Tomar decisões significa atender ao para que e para quem avaliar,

tendo claro o porquê. Avaliar para tomar decisões, além de ser uma relação constitutiva

da própria avaliação, é também um processo construtivo de aprendizagens, alavancador,

para as pessoas envolvidas (professores, alunos, gestores, pais, funcionários, etc.).

O processo de avaliação de que falamos aqui pressupõe também a possibilidade da

participação conjunta de agentes externos e internos no encaminhamento de processos

de natureza autoavaliativa.

A avaliação externa tem como objetivo possibilitar a uma IES compreender sua

atuação em um contexto mais amplo, nacional ou internacional. Permite que uma instituição

educativa não reduza suas atividades e suas propostas a metas que desconheçam os valores

consagrados e definidos pelas diretrizes nacionais sociais da educação.

A avaliação interna – a autoavaliação –, ao contrário das avaliações externas, tem

um objetivo formativo em processo e visa oferecer à instituição condições de refletir

sobre suas perspectivas e seu planejamento para o futuro, a partir do contexto e da

situação atual em que se encontra. Nesse sentido, deve ser conduzida por agentes

internos da instituição e procurar o envolvimento e a legitimação de toda a comunidade

universitária. Pode-se mesmo afirmar que construir um clima institucional favorável

à autoavaliação é pré-requisito para realiza-la – um clima que permita certo grau de

confiança para a expressão das análises de situações e que pressuponha a autonomia

da expressão dos participantes, de forma a permitir a desconstrução de vieses

analíticos e interpretativos construídos na instituição, que, muitas vezes, entravam seu

desenvolvimento.

Mais ainda, os processos autoavaliativos institucionais necessitam da abertura total

das equipes gestoras e mantenedores desses processos, abertura discutida e colocada

sem restrições aos participantes, que se comprometerão com o desenvolvimento da

autoavaliação. Essas posturas são as que, de início, compõem a validade do processo

autoavaliativo. Sem isso, de saída, o processo pode comprometer seus resultados, mesmo

que sua metodologia seja criativa e bem balizada.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Alguns outros aspectos metodológicos e da postura do avaliador devem ser, ainda,

assinalados em um processo de autoavaliação:

a) É necessário especificar com clareza como são elaborados os conceitos a serem

utilizados, seu domínio de validade e quais conclusões podem ser realmente

sustentadas pela metodologia empregada.

b) Em autoavaliações graves, vieses podem ser gerados, ficando a serviço

de pretensões ambíguas, de pré-conceitos passíveis de manipulações e

interpretações aligeiradas.

c) É preciso refletir com maior profundidade sobre os fundamentos filosóficos,

políticos e éticos do modelo adotado em programas ou em ações pontuais de

avaliação, pois sua legitimidade e seu reconhecimento como processo valioso virão

dos fatos e de sua contribuição relevante e não de posturas autoritárias. Algumas

perguntas são pertinentes: Qual a real perspectiva que fundamenta o modelo

de avaliação adotado? É orientado por um plano estratégico de qualificação

da maioria das pessoas ou esse modelo só favorece uma pequena elite, em

detrimento de uma política de suporte e de maior ampliação das possibilidades

do grupo em foco? Esse modelo é rígido ou incorpora níveis diversificados de

qualidades?

d) Nenhum sistema de avaliação é perfeito ou onipotente e, também, nenhuma

parcela de qualquer comunidade é detentora exclusiva da verdade sobre

qualidade. A pergunta, sempre e sempre, ao avaliarmos, é: de que qualidades

falamos? E a questão deve ser posta realmente no plural – qualidades –, pois,

para diversificadas necessidades e condições, diversificadas qualidades devem

ser buscadas nos processos avaliativos.

No Brasil, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) é uma

proposta avaliativa exemplar e de alto nível, que integra processos avaliativos de larga

escala e avaliação institucional, incluindo avaliação externa e autoavaliação. A complexidade

dessa proposta, que envolve variados procedimentos e processos, sempre exigirá ajustes

durante sua implantação e uma longa trajetória, com constante apoio político, para que

possa construir uma cultura avaliativa que atenda aos princípios estabelecidos. Isso não é

um processo fácil. Modificar uma cultura de avaliação com apoio somente na classificação

para uma proposta avaliativa que preveja também ações diagnósticas, de recuperação e

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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desenvolvimento, é uma tarefa difícil e muitas vezes exige força política externa contra

ações que se contrapõem internamente aos propósitos e às expectativas de tal modelo.

Na proposta do Sinaes, a Comissão Própria de Autoavaliação (CPA) – instalada em

cada IES, como um veículo de interlocução das IES com o Inep/MEC – poderia assumir

no interior da instituição um papel que favorecesse a reflexão sobre os resultados das

avaliações externas realizadas por consultores que analisam a instituição e sobre os

resultados das avaliações de larga escala – Enade. Refletir sobre os resultados, trazer à

luz os problemas encontrados, promover o acompanhamento do processo de tomada de

decisões que levem a superar dificuldades é a tarefa desafiadora que compete às CPAs

assumirem. Tarefa desafiadora porque se contrapõe à cultura classificatória; porque utiliza

os dados de classificação para construir um processo de autorreflexão; porque, sobretudo,

exige da instituição tomada implementação e acompanhamento de decisões. É desafiadora

porque indaga sobre a consequência dos resultados obtidos pela IES e não os mascara, mas

os esclarece e os procura compreender.

Esse desafio, no entanto, não é uma tarefa que pode ser empreendida pelas CPAs

sozinhas, sem que estas tenham apoio e orientação do Inep/Conaes, de forma que possam

ser, elas próprias, acompanhadas em suas atividades e ter suporte de uma instância que

as fortaleça.

Esse acompanhamento poderia começar pela formação dos agentes que compõem as

CPA, que precisariam ser preparados para assumir essa função. Qualificar quem faz avaliação

é um aspecto que não pode ser desprezado. Avaliar não é só medir, mensurar. Como temos

afirmado, se medir bem já é problemático, avaliar o é em dobro. Como processo complexo

que exige heurística e maturidade no trato de questões pessoais e sociais, de questões

relacionais, além de exercício interdisciplinar e conhecimento produzido pelo campo, sua

implementação pede, de quem conduz o processo avaliativo, uma formação condizente. Não

se improvisa um avaliador, um condutor de processos avaliativos, como não se improvisa um

pesquisador, um médico, um professor. Em avaliações institucionais essa questão também não

é simples. É mais complexa ainda para aqueles que devem avaliar a sua própria IES, mediando

a relação da comunidade universitária e dos gestores, dos resultados externos e internos, dos

resultados e do acompanhamento do processo de tomada de decisão. A preparação de quem

vai conduzir avaliações não tem sido muito debatida entre nós. Fica-se com a impressão de

que qualquer um pode avaliar qualquer coisa. É verdade, no nível do senso comum; porém,

em processos com implicações para a vida das pessoas, com implicações sociais, em políticas

institucionais e em diferentes instâncias, é preciso que amadureçamos na preparação para o

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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exercício da avaliação, se reconhecemos esta como um meio importante para os processos de

transformação humana e sociais.

Nesse sentido reafirmamos a importância de o Inep/Conaes acompanhar os trabalhos

das CPAs em processos de autoavaliação institucionais, para identificar os aspectos do campo

conceitual adotado, as implicações para as interpretações e, ainda, o quanto essas modalidades

autoavaliativas foram negociadas, analisadas e o quanto contaram com a adesão de instâncias

superiores na proposição de consequentes, a partir dos resultados obtidos. Principalmente

competiria ao Inep/Conaes acompanhar os fundamentos seguidos no processo de tomada

de decisões. A dinâmica das relações da CPA com as equipes gestoras e mantenedores e a

geração de consequências fecundas é que nos falam da validade desses processos. Nesses

termos, a CPA poderá ultrapassar o cumprimento de um papel apenas formal, para assumir a

relevância educacional em suas respectivas instituições.

Orientando e acompanhando as ações das CPAs, pode-se concluir que haverá perspectiva

de oferecer às IES uma avaliação formativa, que permita compreender a importância de um

projeto político-pedagógico institucional, entender sua função social e tornar transparente

todos seus propósitos, com desdobramentos concretos, para professores, alunos e funcionários

da própria IES, ou seja, cumprir os objetivos expressos pela lei que regulamenta o Sinaes. Assim,

as CPAs poderão contribuir para o oferecimento às IES de um espaço em que se possa discutir

criticamente o papel social delas e sistematizar processos de tomada de decisão, afastando-se

das visões do senso comum, de modo qualificado, com base em dados, o que irá contribuir,

sem dúvida, para a elevação do nível de desempenho da gestão da instituição; portanto, da

melhor qualificação da IES no cenário social, educacional e científico.

Tal perspectiva implica uma mudança significativa das CPA como promotoras de

avaliação em sentido formativo e não apenas como instâncias de regulação.

As CPAs como mecanismo de inter-relação entre as IES e o Inep/MEC devem, portanto,

assumir um papel importante na promoção e desenvolvimento das IES. Nesse sentido, mais

do que elaborar exaustivos relatórios anuais ou bianuais sobre a IES, seria importante que se

utilizasse esse espaço implantando para promover a reflexão sobre os caminhos do ensino

superior no Brasil e na própria instituição. Melhor dizendo: os relatórios são necessários

porque oferecem a possibilidade de oferecer à própria IES, às avaliações externas e ao Conaes

informações relevantes sobre as instituições e propor o encaminhamento de tomada de

decisões, permitindo a verificação e o acompanhamento da realização das decisões tomadas.

Mas por que não propor a análise de uma pequena faceta da instituição, uma dimensão por

ano, por exemplo?

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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A avaliação proposta envolve variadas dimensões:

1) Missão institucional;

2) Políticas para ensino, pesquisa, extensão e pós-graduação;

3) Responsabilidade social da instituição;

4) Comunicação com a sociedade;

5) Políticas de pessoal e de carreiras;

6) Políticas de atendimento do estudante;

7) Organização e gestão;

8) Infraestrutura física;

9) Planejamento e avaliação;

10) Sustentabilidade financeira.

A escolha de uma ou de outra, a cada período, pode gerar dados mais aprofundados e

precisos e informações (com boa interpretação) mais bem-sustentadas, levando a decisões

mais seguras.

Mesmo considerando que essas dez dimensões propostas pelo Sinaes estejam

agora organizadas em 5 (cinco) eixos de análise descritos e atualizados no Instrumento

de Avaliação Externa (janeiro de 2014), essa estruturação não significa redução dos

procedimentos avaliativos, mas é indicativa de aprofundamento e de estabelecimento de

inter-relações entre situações e circunstâncias institucionais.

Lembramos, a seguir, os eixos de análise propostos:

Eixo 1 – Planejamento e Avaliação Institucional – definido como “Relato institucional

que descreve e evidencia os principais elementos do seu processo avaliativo

(interno e externo) em relação do PDI”.

Eixo 2 – Desenvolvimento Institucional – contempla as dimensões 1. Missão

Institucional e da Instituição e 3. Responsabilidade Social.

Eixo 3 – Políticas Acadêmicas – contemplam as dimensões 2. Políticas para o Ensino,

a Pesquisa, a Extensão e a Pós-Graduação, 4. Comunicação com a Sociedade

e 6. Políticas de Atendimento do Estudante.

Eixo 4 – Políticas de Gestão – envolvem as dimensões 5. Políticas de Pessoal e de

Carreiras, 7. Organização e Gestão e 10. Sustentabilidade Financeira.

Eixo 5 – Infraestrutura Física – compreende a dimensão 8. Infraestrutura Física.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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A atuação da CPA na avaliação formativa em relação a esses cinco eixos deveria

propor uma estratégia ampla, contínua e prolongada, que exigisse também a construção de

um repertório sobre a temática abordada pelos indicadores e até pelas próprias dimensões.

Em outros termos, tem-se observado em todos os processos de avaliação realizados,

sejam para subsidiar políticas públicas, sejam os realizados pelas próprias instituições, que

faltam menos diagnósticos que alternativas plausíveis de ação e estratégias para tomadas

de decisão e mudanças que se efetivem. O processo formativo da avaliação realizado

pela CPA para alcançar este fim – construir novas estratégias – envolveria proposição de

seminários e grupos de estudos que poderiam ser, também, subsidiados pelo Conaes/Inep.

Os conhecimentos e as produções do campo de conhecimento em avaliação educacional

precisam encontrar espaço nos trabalhos das CPAs.

Está cada vez mais claro no campo da avaliação educacional que os diagnósticos

que apenas descrevem e interpretam uma situação têm oferecido poucas oportunidades

de construção de alternativas novas para a revisão e a superação dos problemas das

práticas socioeducacionais e de gestão. As ações de planejamento e implementação de

mudanças muitas vezes acabam sendo desenvolvidas apenas com bom senso e poderiam

ter sido tomadas sem a avaliação. Pior ainda, não levam em conta os dados avaliativos.

A ancoragem de tomadas de decisão e concretização de mudanças significantes em

sólidos processos de avaliação é fator de inovação real e não apenas de ajustes aqui

e ali. Verifica-se em muitos casos a falta de boas alternativas de ação, de repertórios

baseados em discussões férteis sobre o papel do ensino superior hoje no Brasil, em face

do nosso contexto e do contexto global.

As CPAs poderiam ter a função de fundamentar e propor alternativas e mudanças

relevantes, ajudar a encaminhá-las e acompanhá-las. Com a discussão do Eixo 1 –

Planejamento e Avaliação Institucional e o Desenvolvimento Institucional – em que,

sem dúvida, a análise da missão da IES é um ponto fundamental, podemos ilustrar essa

perspectiva. Há uma exigência de que a CPA participe do Plano de Desenvolvimento

Institucional (PDI), analisando a elaboração, a divulgação e realizando a análise sobre sua

articulação com as demais atividades e funções da IES. Para a CPA assumir essa tarefa no

interior de uma instituição, é preciso constituir apoio às suas equipes, que pode começar

desde a proposição de instrumentos alternativos para realizar suas tarefas até a organização

de grupos de discussão interinstitucionais, nacionais ou regionais, que aprofundem

estratégias para o desenvolvimento das atividades. Em outros termos, as CPA, para assumir

com competência e autonomia suas atividades no interior da IES, precisam se articular

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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com outras CPA e contar com a orientação da Conaes/Inep/MEC. Isto é, em um primeiro

momento, precisam ter apoio para se organizar e ter seu papel reconhecido e visibilizado.

Esta é uma tarefa da Conaes, como forma de ampliar as possibilidades de decisão das IES

para a construção de novos caminhos e novas alternativas de atuação do ensino superior

no Brasil.

A análise das dimensões do Sinaes, integradas nos cinco eixos não pode se restringir,

quando efetivada pela CPA, ao indicativo de presença ou ausência de determinado elemento.

Os indicadores selecionados pelo Sinaes atendem ao critério de suficiência mínima a ser

exigida de uma IES, e seu atendimento é ponto importante, mas não suficiente, para oferecer

às IES condições de desenvolvimento. Permanecer somente com essa análise restringe a

avaliação à situação de regulação. Seria necessário indagar sobre o conteúdo das próprias

metas propostas pelas IES e oferecer perspectivas para se buscar novos elementos, novos

caminhos. A questão da internacionalização ilustra a questão que queremos apresentar. O

indicativo da internacionalização da IES não está apenas condicionado à sua presença nas

metas do PDI; seria importante que significasse uma busca de novos métodos no exterior,

novas processos de produzir o ensino superior, e não apenas em convênios comerciais, que

muitas vezes não contemplam as necessidades locais e nacionais.

Evidentemente é preciso que as instituições de ensino superior tenham autonomia

nas suas escolhas, mas a Conaes/Inep/MEC poderia ofertar mais oportunidades de escolha,

promovendo eventos, procedimentos, seminários de acompanhamento, de forma que

venha a diminuir a distância entre os propósitos do ensino publico e do privado e melhorar

a perspectiva da qualidade do ensino pretendida entre ambos os tipos instituições,

independentemente de sua dependência administrativa. Não é o lucro de uma instituição

privada que deve ser diminuído, mas é seu papel social que precisa ser dimensionado.

O que é fundamental é a discussão sobre a qualidade que é oferecida e de como a CPA

da própria instituição pode também contribuir com uma avaliação formativa para que a

qualidade de uma IES seja crescente.

Finalizando e resumindo, entendemos que as CPAs devem assumir uma avaliação

formativa no interior das IES, mas, para tanto, precisam ser apoiadas com um repertório

de práticas, de estratégias, de alternativas, que somente um processo desencadeado

pela Conaes/Inep pode oferecer. Sem essa perspectiva, a avaliação promovida pelas

CPAs se restringe a mais um processo regulatório, que contribuirá muito pouco para o

desenvolvimento das IES e o aperfeiçoamento do tipo de ensino superior necessário ao

Brasil de hoje.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O SEMINÁRIO DE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO DA REGIÃO SULReginaldo Alberto Meloni

Introdução

Neste ano em que a publicação da Lei do Sinaes (Lei nº 10.861, de 14 de abril

de 2004) completa dez anos, muitos eventos e discussões têm sido realizados com o

objetivo de avaliar a rica trajetória de experiências diversas acumuladas pelas instituições

no processo de avaliação proposto pelo sistema.

Para algumas instituições, a trajetória começou antes mesmo da publicação da

lei, com a elaboração de processos de autoavaliação e a incorporação dos resultados

obtidos nesses processos em seus fóruns de gestão, como meios auxiliares para a tomada

de decisões. Em certas instituições, a construção de mecanismos de autoavaliação está

apenas começando, às vezes de forma desconfiada, restringindo-se à aplicação das

normas legais e das orientações gerais; em outras, de forma mais ousada, sem o receio

de utilizar seus resultados de forma criativa, como um dos instrumentos da gestão

institucional.

A busca pela construção de mecanismos próprios de avaliação e pelo

aprimoramento da qualidade da educação envolve mais do que o estabelecimento de

procedimentos de avaliação internos ou de adaptação às orientações das avaliações

externas. Em geral, o grande desafio é transformar as culturas estabelecidas, mudar

condutas, olhar com coragem.

Nesse sentido, um dos grandes desafios da atualidade para muitos administradores

de instituições de educação superior é sair da tradicional posição na qual a gestão é feita

a partir apenas de referenciais internos para uma postura de estreitamento do diálogo

com a comunidade acadêmica e com a sociedade.

Historicamente, as IES mantiveram certa distância das demandas sociais, seja em

função da ilusão da autossuficiência para a compreensão e a crítica dos processos e das

necessidades da sociedade, seja em função dos mecanismos impostos pela “mão invisível”

do mercado. No entanto, felizmente, há alguns anos, essa situação tem se transformado,

e o que se observa hoje é o surgimento de um promissor diálogo que, se por um lado,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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valorizará as vozes vindas da sociedade, por outro, fortalecerá o caráter social, que, em

última instância, deveria prevalecer em todas as instituições educacionais.

Em um país continental com cerca de três dezenas de milhares de cursos inseridos

em realidades completamente diferentes, tanto do ponto de vista estrutural, como em

relação às culturas e às necessidades regionais, o envolvimento da comunidade com a

construção de instituições (sejam públicas ou privadas) que ofereçam uma educação

com qualidade social ganha importância fundamental.

Embora em nossa história o Estado brasileiro tenha sempre centralizado o controle

da política educacional da educação superior e, ainda hoje, seja o grande responsável

pelos mecanismos de avaliação, supervisão e regulação, o Estado não possui capacidade

operativa e domínio das especificidades locais que permitam a interferência nos detalhes

ou o controle da qualidade nos processos cotidianos que ocorrem nas instituições.

É nesse sentido que ganham importância os processos de autoconhecimento e

de aprimoramento dos serviços e a compreensão da necessidade de se estabelecer uma

avaliação interna como “um processo contínuo por meio do qual uma instituição constrói

conhecimento sobre sua própria realidade” (MEC, 2004, p. 6). Tal avaliação vem sendo

cada vez mais aceita como um caminho promissor pelas instituições e tem contribuído, em

muitos casos, para a democratização de mecanismos e processos de autoconhecimento e

de autogoverno que, ao fim, é o que realmente importa para a educação.

Percebe-se que se amplia o entendimento de que, além da necessidade de

obediência à Lei nº 10.861/2004, artigo 11, que prevê a participação da sociedade civil

organizada nas CPAs, a abertura das gestões e dos procedimentos de autoavaliação para

as comunidades interna e externa pode significar maior e melhor sintonização com

os anseios sociais e, consequentemente, possibilitar mudança na qualidade social da

educação que é oferecida.

Assim, a avaliação interna não deve ser entendida como uma formalidade que deve

ser cumprida por exigência da burocracia, mas que deve ser utilizada efetivamente para

produzir conhecimentos, pôr em questão os sentidos do conjunto de atividades e

finalidades cumpridas pela instituição, identificar as causas dos seus problemas e

deficiências, aumentar a consciência pedagógica e capacidade profissional do corpo

docente e técnico-administrativo, fortalecer as relações de cooperação entre os diversos

atores institucionais, tornar mais efetiva a vinculação da instituição com a comunidade,

julgar acerca da relevância científica e social de suas atividades e produtos, além de

prestar contas à sociedade (MEC, 2004, p. 5-6).

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Entende-se, portanto, que esses processos de autoavaliação não podem estar

pautados pelas pressões do mercado. Apesar de ainda vigorar certa preocupação

com os resultados visíveis que os processos de avaliação apresentam (especialmente

os “rankings” que as mídias, os mecanismos próprios da competição no mercado

educacional e a cultura estabelecida de avaliar para classificar insistem em valorizar) e

com a repercussão que essas classificações possam provocar na imagem da instituição,

o fundamental nesse processo é o ganho na qualidade da educação que a IES oferecerá

à sua comunidade.

Algo dessa concepção tem aparecido nos encontros promovidos pelas instituições

para discutir com a comunidade as características e a importância dos processos

avaliativos, nos debates promovidos pelas associações das IES públicas ou privadas e

nos fóruns organizados pela Conaes e pelo Inep, para a discussão dos instrumentos e

processos de avaliação, especialmente, as audiências públicas e, mais recentemente, os

seminários das Comissões Próprias de Autoavaliação (CPAs).

Os trabalhos apresentados em um desses eventos, o Seminário das CPA da Região

Sul, serão tratados na seção a seguir.

O Seminário das CPA da Região Sul

O Seminário Regional sobre Autoavaliação Institucional e Comissões Próprias de

Avaliação da Região Sul foi realizado em 17 de outubro de 2013 na Pontifícia Universidade

Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e foi dividido em três eixos de discussão: Eixo I

– Criação de estratégias e metodologias para o trabalho das CPA; Eixo II – Indicadores e

instrumentos de autoavaliação; Eixo III – Alcance interno e externo dos trabalhos da CPA.

Para o evento foram enviados 30 trabalhos, sendo 12 para o Eixo I, 10 para o Eixo II e

8 trabalhos para o Eixo III. Desse total, foram registrados 19 trabalhos de instituições do Rio

Grande do Sul, 7 trabalhos do Paraná e 4 que foram inscritos pelo Estado de Santa Catarina.

Foram apresentados 27 trabalhos na forma de pôsteres e 3 na forma oral, sendo

eles: “A articulação entre avaliação e planejamento: a experiência da CPA na PUCRS”,

apresentado por Marion Creutzberg, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande

do Sul (PUCRS); “Avaliação docente: caminhada para a mudança”, apresentado por

Marcelo Marques Soares, da Universidade Feevale (Feevale), RS; e “Aprimoramento dos

instrumentos de autoavaliação aplicados pela CPA”, apresentado por Maria Aparecida

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Zehnpfennig Zanetti, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nesse seminário houve

289 inscritos, sendo 83% provenientes de IES privadas e 17% de IES públicas.

No Eixo I – Criação de Estratégias e Metodologias para o Trabalho das CPA – foram

apresentados trabalhos que abordam a composição e a representatividade das CPA, a

autonomia para a realização da avaliação institucional e as potencialidades e limitações

das CPA como instâncias executivas das ações de avaliação interna.

Entre os trabalhos apresentados, predominaram os temas sobre os relatos de

experiências, enfatizando a apresentação de dados e a descrição de metodologias.

Alguns demonstram que há instituições com longa trajetória e larga experiência como,

por exemplo, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), que apresentou um

balanço de suas experiências de avaliação institucional desde a década de 1990. Por

outro lado, também há instituições que começaram sua trajetória somente a partir da

publicação da Lei do Sinaes em 2004.

Algumas apresentações identificaram as limitações e as fragilidades do processo

de autoavaliação para o aprimoramento do trabalho na instituição e relataram como

se os resultados tivessem sido trabalhados para superar esses obstáculos. É o caso, por

exemplo, do trabalho que foi apresentado pela Universidade de Cruz Alta (Unicruz), no

qual foi demostrado como a instituição vem usando a avaliação institucional de forma

crítica, para aprimorar seus processos internos e torná-los mais significativo para a

comunidade acadêmica.

Além dos relatos de experiências de avaliação interna, também foi descrita e

discutida a importância das contribuições das visitas in loco e dos relatórios do Inep,

para motivar as atividades das CPA. Nesse caso, as avaliações interna e externa foram

apresentadas como elementos complementares e igualmente importantes para a

criação de metodologias e estratégias voltadas para o aprimoramento institucional e

para a qualidade dos cursos.

Ainda nesse eixo foram apresentados trabalhos de caráter histórico. Em um dos

trabalhos, foi analisada a implantação do processo de autoavaliação das Instituições

de Ensino Superior (IES) no Brasil e, em outro, foi apresentado um panorama mais

regional, com dados sobre a criação, a organização e o desenvolvimento do Programa de

Avaliação Institucional das Universidades Comunitárias Gaúchas (Paiung) e do processo

de autoavaliação institucional desencadeado pelas IES pertencentes ao programa.

Ainda no Eixo I foram identificados trabalhos com abordagens mais analíticas,

como no caso do trabalho sobre as estratégias criadas e as metodologias adotadas para

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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o trabalho das CPA setoriais estabelecidas nos campi, ou o trabalho que discutiu os

aspectos relacionados à adesão dos agentes no processo, ou seja, a variação da adesão

nas avaliações; a relação entre a adesão e as ações estabelecidas depois da avaliação;

e as ações visando ao aumento da participação da comunidade, em especial dos

estudantes, nos processos de avaliação.

Em uma análise geral dos trabalhos apresentados nesse eixo, percebe-se que há

realidades muito diferentes tratando-se de processos de autoavaliação. Além de haver,

como já mencionado, instituições com experiências de várias décadas e outras que

ainda estão começando suas discussões internas e realizando as primeiras experiências,

há instituições que se limitam às prescrições da legislação e as que incorporam o

processo de avaliação à sua vida cotidiana, transformando-o de forma criativa em mais

um instrumento de aprimoramento das atividades acadêmicas.

Em uma história ainda recente, entende-se que é natural que existam formas

diferenciadas de apropriação da política de avaliação institucional. Percebe-se que, se

por um lado, persistem os receios de que as autoavaliações exponham as fragilidades

ou as limitações das instituições e dos cursos, por outro, há experiências interessantes

que demonstram como muitas IES vêm incorporando as autoavaliações naturalmente,

como um instrumento de aprimoramento. Isso ficou evidente nos trabalhos apresentados

no Eixo II.

No Eixo II – Indicadores e Instrumentos de Autoavaliação –, os trabalhos podem

ser classificados em três grupos. O primeiro traz trabalhos que fazem referencias às

questões metodológicas da autoavaliação, procurando apresentar diferentes técnicas

de análise estatística dos conteúdos. Além destes, há um trabalho que apresenta a

experiência de criação de um “índice integrador” interno de qualidade.

O segundo grupo de trabalhos trata das experiências acumuladas na aplicação de

vários processos metodológicos, como, por exemplo, o que relata de forma sistematizada

a construção e a reconstrução dos instrumentos e indicadores para a coleta e a avaliação

dos dados; o que examina o processo de ampliação dos aspectos avaliados; e o que

analisa as percepções dos colaboradores técnico-administrativos, especialmente quanto

ao relacionamento interpessoal.

No terceiro grupo, encontra-se um trabalho de caráter teórico apresentado pela

PUC do Rio Grande do Sul, no qual é apresentado um levantamento bibliográfico sobre a

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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ampliação da autoavaliação para públicos externos. Esse trabalho foi apresentado como

parte de um projeto mais amplo, que busca ampliar a avaliação institucional para os

públicos externos, começando com os diplomados da universidade.

Verifica-se que os trabalhos apresentaram uma grande variedade de temas,

entre os quais o da elaboração de indicadores e instrumentos e o da análise de dados e

produção de relatórios e metodologia de revisão de indicadores.

Vale ressaltar que o envolvimento de algumas instituições com esses processos

levaram algumas IES a aperfeiçoarem os próprios processos de autoavaliação, realizando

uma análise crítica e uma busca criativa para o aprimoramento teórico e empírico do

processo e, consequentemente, para maior eficiência nos resultados. Observa-se, com

isso, que essas instituições têm trilhado trajetórias que se afastam da aplicação formal

das normas, para criar caminhos alternativos mais adequados à compreensão de suas

especificidades e mais efetivos para a construção da qualidade acadêmica.

O Eixo III – Alcance Interno e Externo dos Trabalhos da CPA – foi o que apresentou

o menor número de trabalhos e a maior concentração em um mesmo tema. Dos oito

trabalhos apresentados, quatro se referem às avaliações de impacto nas instituições e

ao uso da avaliação institucional como instrumento auxiliar nos processos de gestão.

Além dessa temática, também há trabalhos de caráter histórico e outros que abordam

questões de ordem metodológica.

No primeiro caso, a instituição apresentou um balanço das fases pelas quais

passou em termos de avaliação institucional ao longo de sua implantação, considerando

as alterações que o processo sofreu dos pontos de vista qualitativo e quantitativo e as

relações que se estabeleceram com as politicas educacionais, com as orientações legais

e com as opções realizadas no período analisado.

No segundo caso, encontram-se trabalhos que discutem a avaliação das disciplinas

como um dos elementos do processo e a importância de fortalecer a cultura do uso dos

resultados das autoavaliações nas ações de planejamento. Finalmente, há um trabalho que

divulga as ações de consulta dos membros da CPA às comunidades acadêmica e externa.

Em uma breve análise dos trabalhos apresentados no Eixo III, percebe-se que eles

refletem o que se espera dos processos de autoavaliação das instituições, ou seja, que

contribuam para o aprimoramento da gestão, no sentido da melhoria da qualidade da

educação.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Em uma análise global dos 27 textos apresentados nos três eixos, foram

identificadas algumas ideias básicas que perpassam grande parte dos trabalhos. Uma

primeira ideia é a de que a avaliação institucional pode ser usada como um importante

instrumento de ligação entre as instituições e as comunidades locais, com o objetivo de

aperfeiçoar a eficiência da gestão e melhorar a qualidade da educação oferecida.

Nesse sentido, uma segunda ideia presente nos trabalhos é a de que a avaliação

deve ser vista como um mecanismo de autoconhecimento no qual as instituições

identifiquem suas falhas e limites, para procurar superá-las em um processo vivo,

dinâmico, democrático, e não burocrático e formal.

Em decorrência disso, uma terceira ideia forte que aparece nos trabalhos é a da

necessidade de ampliação dos agentes consultados e da liberdade para identificar os

problemas institucionais com profundidade. Com isso, são constantes as referências à

importância da participação ampla da comunidade acadêmica e dos agentes externos

nos processo avaliativos.

Finalmente, uma quarta ideia que aparece nos trabalhos é a de que a avaliação

institucional não pode e não deve ser feita de forma episódica e espontânea; pelo

contrário, deve participar do planejamento da instituição como um instrumento de

aprimoramento constante e efetivo.

Conclusão

O “Seminário de Autoavaliação Institucional e Comissões Próprias de Avaliação

da Região Sul” demonstrou que, depois de um longo processo, desde as primeiras

orientações gerais para as avaliações institucionais, já existe uma cultura de autoavaliação

estabelecida em grande número de IES.

A participação e o interesse dessas instituições pelas normas gerais para as

avaliações, a elaboração teórica e a formação de um pensamento crítico sobre esses

processos e a experiência empírica acumulada nesses últimos anos têm se refletido em

um protagonismo importante por parte das IES.

É claro que há muito a ser feito. Constata-se a existência de uma participação

ativa de grande número de instituições nos fóruns de discussão e também de um

conjunto importante de instituições preocupadas com seu aprimoramento e com a

assimilação das experiências acumuladas, para a construção de suas próprias práticas e

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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reflexões. No entanto, existe ainda um grande contingente de IES que ainda consideram

a avaliação institucional apenas do ponto de vista formal e burocrático como “mais uma

interferência do Estado”.

É preciso afastar as desconfianças e preocupações quanto ao excesso de controle

ou de uniformização da educação que aparece em algumas críticas ao Sinaes, o que é

um dos grandes méritos dos fóruns que ocorreram, em especial os seminários das CPA

realizados no último ano.

Com isso, é fundamental que as discussões continuem, que as experiências

acumuladas sejam divulgadas amplamente e que as instituições estreitem as relações

com os órgãos de elaboração e execução da política de avaliação (entre os quais, a

Conaes e o Inep), para que as próprias orientações gerais possam ser aprimoradas e

assimiladas na prática, com vistas, sempre, a melhorar a qualidade da educação.

Referências

BRASIL. Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior - SINAES e dá outras Providências. Diário Oficial da União n. 72, de 15 de

abril de 2004, Seção 1, pp. 3/4.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior/

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Orientações gerais

para o roteiro da autoavaliação das instituições. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2004.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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4. A AUTOAVALIAÇÃO, OS SEMINÁRIOS REGIONAIS E A IMPLEMENTAÇÃO DO SINAES: REFLEXÕES E PERSPECTIVAS FUNDAMENTADAS NA EXPERIÊNCIA DA CONAESRobert Verhine

Introdução

O presente artigo é fruto de um conjunto de seis seminários regionais desenvolvidos

entre setembro e dezembro de 2013, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio

Teixeira (Inep), com o apoio da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior

(Conaes) e da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (Abave). Os seminários foram

dirigidos a representantes de Comissões Próprios de Avaliação (CPA), oriundos de todo

o Brasil, e tiveram o intento de fortalecer os processos de autoavaliação institucional

desenvolvidos no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

Seus principais objetivos contemplaram a sensibilização das CPAs quanto à importância da

autoavaliação, a identificação de ações necessárias para a implementação de políticas de

avaliação institucional e o levantamento de subsídios para a construção por parte da Conaes

de novas orientações para as CPAs, a respeito dos relatórios avaliativos a serem produzidos.

Para preparar os seminários, o Inep divulgou edital, em abril de 2013, convidando as IES

a encaminharem textos sobre a construção de seus processos autoavaliativos. Cento

sessenta e três (163) textos foram encaminhados, abordando três eixos temáticos básicos:

1) estratégias e metodologias para o trabalho das CPA; 2) indicadores e instrumentos de

autoavaliação; e 3) impactos do trabalho da CPA. Os textos foram submetidos à análise

de especialistas, e os de alta qualidade foram apresentados nos seis seminários, de forma

oral ou através de pôsteres. Esses textos estão incluídos neste livro, de forma a promover

a divulgação ampla de uma grande variedade de experiências institucionais que buscam

assegurar e promover a qualidade da educação superior no Brasil.

O Sinaes foi instituído pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, tendo como

finalidades a melhoria da qualidade da educação superior, a orientação da expansão de sua

oferta, o aumento permanente de sua eficácia institucional, acadêmica e social, e, ainda,

a promoção do aprofundamento dos compromissos e responsabilidades das instituições

de educação superior. Baseado em um relatório bem fundamentado, produzido por uma

comissão composta de especialistas renomados na área, o Sinaes aproveitou aspectos

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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de uma experiência nacional já construída, mas, ao mesmo tempo, foi muito além das

iniciativas que o antecederam, tais como o Programa de Avaliação Institucional (Paiub) e o

Exame Nacional de Cursos (ENC), o Provão, pois prometeu articular a avaliação educativa,

de natureza formativa, com os processos de regulação (supervisão e fiscalização) exercidos

pelo Estado, de forma a respeitar uma série de princípios largamente aceitos, tais como o

respeito à identidade e à diversidade institucional, entre muitos. Embora três componentes

distintos fossem focalizados (a avaliação institucional, a avaliação de cursos e a avaliação

do desempenho estudantil), o elemento central seria a autoavaliação da instituição,

visando promover, mediante processos participativos, uma análise global e integrada das

dimensões, estruturas, finalidades, atividades, relações e responsabilidades sociais das

instituições de educação superior e de seus cursos de graduação.

De acordo com a Lei do Sinaes, cabe ao Inep operacionalizar o Sinaes e à Comissão

Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), estabelecer suas diretrizes, visando

à construção de ações e critérios articulados referentes à avaliação da educação superior

no Brasil. Na época da realização dos Seminários Regionais, este autor teve o privilégio de

presidir a Conaes e de acompanhar as ações e discussões desenvolvidas em torno dessa

importante iniciativa. Partindo dessa ótica, o presente texto inicialmente focaliza os ajustes

aprovados pela Conaes para viabilizar a implementação do Sinaes; subsequentemente,

discute os desafios que enfrenta o processo de autoavaliação institucional e relata possíveis

medidas que possam incentivar seu aperfeiçoamento no contexto das instituições brasileiras

de educação superior. Para concluir o trabalho, são abordados alguns desafios que ainda

precisam ser enfrentados pela Conaes e pelos demais atores envolvidos no Sinaes, para

assegurar a consolidação plena do sistema.

A implementação do Sinaes

Apesar da concepção elegante e teoricamente embasada do Sinaes, sua

implementação, a partir de 2004, se tornou um processo árduo. A avaliação do desempenho

estudantil foi implantada imediatamente, pois já existiam procedimentos e infraestrutura

para a aplicação de exames em larga escala, decorrentes do período (1995 a 2003) em que

se aplicava o Provão. Também a autoavaliação institucional começou rapidamente, uma vez

que, segundo informações fornecidas pelo MEC, a grande maioria das IES no país instituiu

sua Comissão Própria de Avaliação (CPA) no ano de 2004 e encaminhou seu relatório

de autoavaliação ao MEC até o final de 2006. A etapa externa da avaliação, por outro

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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lado, tanto de instituições quanto de cursos, demorou a se concretizar. Avaliadores em

grande quantidade precisavam ser capacitados, instrumentos de avaliação tiveram de ser

formulados, pré-testados e reformulados, e uma estrutura de logística teve de ser montada

de modo a contemplar visitas in loco em todas as instituições e todos os cursos de nível

superior que se integram ao sistema federal de educação. Enquanto isso, as instituições não

recebiam o retorno esperado referente a seus relatórios de autoavaliação, prejudicando a

sustentação dos processos avaliativos internos efetivamente instituídos. Nesse contexto, o

exame estudantil, por ser aplicado anualmente, voltou a assumir a centralidade existente

na época do Provão e que os que conceberam o Sinaes pretendiam apagar.

A implementação do Sinaes avançou no decorrer do tempo, especialmente a partir

de 2008, quando começou a adoção de uma série de ajustes referentes à concepção

inicial do Sistema e à interpretação de sua lei de instituição, buscando a viabilização de

seus componentes na integra (Verhine, 2010). Não é possível, no escopo do presente

trabalho, discutir todas as alterações recentemente feitas no modelo original do Sinaes.

São brevemente considerados aqui três dos ajustes mais importantes, que, em si, ilustram

tanto a lógica que fundamentou as mudanças realizadas quanto os desafios que ainda

precisam ser superados.

O Conceito Geral de Cursos (CPC)

O documento que conceituou o Sinaes e a legislação que o criou mostram que

todos os cursos superiores que compõem o sistema federal de educação teriam de,

obrigatoriamente, receber a visita de uma comissão de especialistas para a avaliação dos

cursos. Além disso, foi entendido que a periodicidade de tais visitas deveria acompanhar

o ciclo trienal do Enade, o que significava que, de três em três anos, em torno de 30 mil

cursos (todos de instituições federais e todos de instituições privadas), deveriam receber

uma visita avaliativa in loco. A intenção era boa, mas não viável, diante das condições

reais existentes. O Inep estima que, em um contexto de otimização total, seria possível

realizar, no máximo, seis mil visitas por ano (mais de cem por semana). Tais visitas teriam

de contemplar não apenas os cursos que já estavam no sistema, mas também cursos que

solicitasse autorização e primeiro reconhecimento, além de instituições que buscassem

credenciamento e recredenciamento. Em outras palavras, visitar todos os cursos no sistema

no período de três anos nunca foi, nem será factível. A impossibilidade de realizar a tarefa

assumida acabou paralisando o Inep, de tal forma que, até o começo de 2008 (quatro

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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anos depois da criação do Sinaes), os únicos cursos visitados para fins de renovação de

reconhecimento foram os da área de Medicina Veterinária, com o propósito de pré-testar

um instrumento que, no processo, se revelou deficiente.

Diante do impasse, várias possibilidades de solução foram consideradas pelo Inep

e pela Conaes. A estratégia escolhida contemplou a identificação, utilizando dados já

existentes, dos cursos em situação mais precária, que mais necessitavam de uma visita

in loco, e garantiu a realização da visita só para estes. Foi a partir da escolha desta opção

que o Conceito Geral de Cursos (CPC) foi introduzido, como um mecanismo prático para

assegurar a concretização da avaliação de cursos de graduação no âmbito do Sinaes.

Conforme a Portaria Normativa MEC nº 4, de 5 de agosto de 2008, os cursos que recebem

um conceito preliminar insatisfatório (1 ou 2 numa escala de cinco degraus) são visitados

obrigatoriamente, e seu conceito final é atribuído pela comissão que o avaliou in loco. Os

outros cursos (os com conceitos de 3, 4 ou 5) podem solicitar uma visita avaliativa, mas,

se não o fizerem dentro de 30 dias, o conceito preliminar é mantido como conceito final.

Como consequência, aproximadamente, 25% dos cursos tem de ser visitados, o que torna

alcançável o número total de visitas que precisam ser realizadas por ano (Brasil, 2009).

O Índice Geral de Cursos da Instituição de Educação Superior (IGC)

O Índice Geral de Cursos da Instituição de Educação Superior (IGC) foi instituído pela

Portaria Normativa MEC nº 12, de 5 de setembro de 2008. O Índice representa a média

ponderada dos conceitos obtidos por todos os cursos de graduação e de pós-graduação da

instituição, sendo essa ponderação determinada pelo número de matrículas em cada um

dos cursos. O IGC é divulgado anualmente, em conjunto com a divulgação do CPC. Conforme

estabelecido na mencionada portaria, a finalidade do IGC é servir como referencial de

orientação para as comissões externas de avaliação institucional.

Para compreender a importância do IGC, é necessário reconhecer as limitações

inerentes de uma avaliação in loco, cujos resultados tenham efeitos regulatórios. A

legislação do Sinaes estabelece que as visitas realizadas pelas comissões de visita resultem

“na aplicação de conceitos, ordenados em uma escala com cinco níveis, a cada uma das

dimensões e ao conjunto das dimensões avaliadas” (Art. 3, § 3º da Lei nº 10.861/04). A

obtenção de um resultado insatisfatório (conceito final abaixo de “3”) enseja a celebração

de protocolo de compromisso para efetuar as melhorias identificadas como necessárias, a

ser firmado entre a instituição e o Ministério da Educação. O descumprimento do referido

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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protocolo poderá resultar na aplicação de penalidades, indo da suspensão temporária da

abertura de processo seletivo de cursos de graduação até a cassação da autorização de

funcionamento da instituição em questão (Art. 10, inciso IV, § 2º da Lei nº 10.861/04). Dessa

forma, as consequências das avaliações externas das instituições são de grande impacto,

podendo afetar a própria sobrevivência da IES. Assim, o IGC foi criado pelo Inep/Conaes

para referenciar os resultados das avaliações efetuadas pelas comissões de visita, pois a

média dos conceitos obtidos pelo conjunto de seus cursos é, claramente, uma possível

medida da qualidade da instituição como um todo. Quando o conceito da comissão é muito

diferente daquele dado pelo IGC, levantam-se dúvidas sobre a qualidade da visita realizada.

Em tais casos, conforme estipulado no Art.17 da Portaria Normativa MEC nº 40, de 12 de

dezembro de 2007, o resultado da avaliação é impugnado pela Secretaria de Educação

Superior (SESu), e o processo é encaminhado à Comissão Técnica de Acompanhamento

da Avaliação (CTAA) para apreciação. Cabe à CTAA, depois de análise da documentação

disponível, decidir ou pela manutenção ou pela reforma do parecer da comissão de visita,

ou, ainda, pela anulação do referido parecer, determinando a realização de nova visita.

Dessa forma, o IGC serve para objetivar a avaliação da instituição (Verhine, 2010). Vale

acrescentar que o CPC, já discutido, funciona da mesma forma, pois a CTAA decide de

igual modo quando o CPC e o conceito dado pela comissão de visita são discrepantes. É

importante ressaltar, no entanto, que, diferentemente do CTC, o IGC não implica redução

do número de visitas realizadas.

Enem x Enade-Ingressante

Um terceiro ajuste importante trata da substituição do Exame Nacional de

Desempenho de Estudantes para ingressantes (Enade-Ingressante) pelo Exame Nacional

do Ensino Médio (Enem), efetuada a partir da aplicação de 2011. Para compreender essa

decisão, é necessário discutir um ajuste anterior: a criação do Indicador de Diferença entre

os Desempenhos Observado e Esperado (IDD). Neste sentido, vale lembrar uma das críticas

mais contundentes a respeito do Exame Nacional de Cursos (ENC), conhecido como Provão,

cuja aplicação antecedia a introdução do Sinaes. Por considerar apenas o desempenho do

aluno no final de seu curso, o Provão não captava a aprendizagem desenvolvida ao longo do

processo de formação, ou, dito de outra forma, não mensurava o “valor agregado” gerado

pelo curso. Com o intento de corrigir essa limitação, a Lei nº 10.861/04 determinou que o

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Enade fosse “aplicado aos alunos de todos os cursos de graduação, ao final do primeiro e

do último ano de curso”, permitindo, assim, uma comparação dos resultados dos alunos

ingressantes com aqueles dos alunos concluintes. A partir da primeira aplicação do Enade,

em 2004, ficou evidente, no entanto, que havia problemas com a referida comparação, pois

foi baseada na premissa muito duvidosa de que os dois grupos (ingressantes e concluintes)

são comparáveis (Verhine; Dantas; Soares, 2006).

Assim, na tentativa de medir o “valor agregado” através de procedimento

estatisticamente mais robusto, o IDD foi introduzido pelo Inep em 2005. Em vez de fazer

uma mera comparação entre a média dos calouros e a dos formandos, subtraindo a

primeira da segunda, o IDD adota outro caminho, pois busca medir a diferença entre o

desempenho médio dos concluintes de um curso e o desempenho médio estimado para

seus concluintes. O despenho estimado, por sua vez, é determinado mediante equações de

regressão múltipla, nas quais o desempenho dos ingressantes e o nível de instrução de seus

pais e o grau de seletividade do curso (medido pela relação ingressantes/concluintes) são

inseridos como variáveis independentes. Dessa forma, a substituição do Enade pelo Enem

para ingressantes não cria nenhum problema conceitual, pois com a utilização do IDD, os

dois exames – o do ingressante e o do concluinte – não precisam ser iguais; é suficiente que

os resultados de um sejam um bom “preditor” dos resultados do outro. De fato, diversas

análises têm revelado que, ao ser comparado com o Enade-Ingressante, o Enem, com seu

foco nas competências cognitivas, tende a gerar estimativas mais precisas a respeito do

desempenho dos alunos no final do curso (Zoghbi; Oliva; Moricon, 2009).

Além dessa vantagem, existem pelo menos quatro outras com a utilização do

Enem no lugar do Enade-Ingressante. Primeiro, a substituição elimina o problema de uma

possível contaminação institucional, pois o Enem, diferentemente do Enade-Ingressante, é

normalmente aplicado a alunos que ainda não começaram seus estudos de ensino superior.

Segundo, reduz o número de provas diferentes a que cada aluno precisa se submeter.

Terceiro, sendo atrelado ao cadastro de discentes de cursos superiores (ora em construção),

a utilização do Enem pode permitir o acompanhamento individual de cada aluno (através

de seu CPF) e, consequentemente, facilitar a simulação de perfis longitudinais e, assim, o

cálculo de um “valor agregado”, que é ainda mais confiável. E, finalmente, na opinião da

maioria dos especialistas, a prova do Enem é superior à do Enade, tanto conceitualmente

quanto tecnicamente, o que significa que sua utilização representa um ganho em prol da

qualidade do processo avaliativo (Verhine; Dantas, 2009).

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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A autoavaliação institucional

Atualmente, existe o consenso de que os três componentes do Sinaes têm sido,

de fato, implantados, embora todos concordem que melhorias devem ser buscadas

sistematicamente, de forma constante e articulada. Entre as melhorias necessárias, a mais

urgente trata do aperfeiçoamento dos processos de autoavaliação desenvolvidos nas IES.

Em muitas instituições, a autoavaliação funciona muito bem, realizada através de processos

participativos, baseados em diversas estratégias, pareceres técnicos e instrumentos,

gerando relatórios analíticos que apontam potencialidades e fragilidades institucionais

e que revelam políticas e ações de correção e consolidação. Os artigos que compõem o

presente livro ilustram os êxitos alcançados, mostrando a utilização de grande variedade

de abordagens e procedimentos para colher e aplicar conhecimentos e informações que

servem para promover a qualidade da instituição. Fica evidente, no entanto, que tais

sucessos não são evidentes em uma parte significativa das IES no País. Dados levantados

pelo Inep demonstram que, aproximadamente, 60% das instituições brasileiras são

inadimplentes a respeito do encaminhamento ao MEC do relatório de sua CPA. Encontra-se

entre tais instituições inadimplentes um bom número de universidades federais, o que

representa um fato surpreendente, considerando que, por sua natureza, elas possuem um

vínculo direto com o governo brasileiro e seus compromissos sociais. Outro estudo que

revela como a autoavaliação institucional sofre problemas é uma pesquisa encomendada

pelo Inep na qual foram analisados 172 relatórios elaborados por CPAs. Os responsáveis

pela investigação concluíram que:

1) o envolvimento da comunidade acadêmica no processo de autoavaliação aparece

de forma pouco explicita;

2) há pouca consistência entre os resultados da autoavaliação e o contexto da IES;

3) a maioria dos relatórios analisados não apresenta a devida analise e interpretação; e

4) apenas 13,4% dos relatórios da amostra são completos e de boa qualidade

(BRASIL, 2011, p. 83).

Essas tendências nada positivas são preocupantes diante da importância da

autoavaliação para o funcionamento e o sucesso do Sinaes. A autoavaliação constitui o

elemento formativo do Sinaes, gerando uma dinâmica interna em prol da melhoria da

instituição, promovendo processos de autoconhecimento, criando uma cultura avaliativa,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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permitindo uma prestação de contas à comunidade na qual a IES se insere e fornecendo

subsídios para a tomada de decisões relacionadas com a gestão da instituição e sua

vida acadêmica (Brasil, 2004, p. 97). Além disso, no contexto do Sinaes, a autoavaliação

serve para desencadear os processos externos de avaliação. O relatório da CPA orienta e

contextualiza o trabalho desenvolvido pelas comissões de visita. É por isso que, de acordo

com os atuais procedimentos do Sinaes, a avaliação externa da instituição não é permitida

sem o recebimento pelo MEC do relatório da CPA encaminhado eletronicamente através

do sistema e-MEC.

Diante da centralidade dos processos de autoavaliação institucional, uma das

primeiras tarefas assumidas pela Conaes foi elaborar roteiros e orientações para as CPA,

referentes às dimensões a serem avaliadas e à estrutura do relatório a ser anualmente

produzido. Nessa época, a Conaes, trabalhando em parceria com o Inep, também priorizou

a realização de seminários em diversas partes do País, para promover o trabalho da CPA e a

cultura de autoavaliação. Porém, nos anos mais recentes, a maior parte das deliberações da

Conaes tem focalizado a operacionalização dos processos de avaliação externa, resultando

em ajustes tais como os discutidos anteriormente. Tal foco é compreensível, pois a avaliação

externa fica sob a responsabilidade do MEC, órgão ao qual a Conaes se vincula, e tem um

papel fundamental no sentido de alimentar a regulação da educação superior efetuada

pelo governo federal. Além disso, é importante considerar que, idealmente, a autoavaliação

não deveria ser externamente imposta, de cima para baixo, pois precisa ter uma dinâmica

própria, fundamentada na história, na cultura e na natureza da instituição, contando com a

participação ampla de atores locais.

Por outro lado, não há dúvida de que algo tem de ser feito, urgentemente, para

fortalecer os processos de autoavaliação institucional desenvolvidos no âmbito do Sinaes.

Em muitas instituições, à CPA ainda faltam incentivos, apoios e estruturas, necessários

para seu bom funcionamento. É preciso que a escolha dos membros da CPA seja feita

de maneira a assegurar a participação de membros que sejam pessoas comprometidas,

experientes e competentes em relação às atividades de avaliação. É também necessário

que a CPA possua a devida autonomia e que receba o apoio de um corpo técnico altamente

qualificado. Recomenda-se que CPA seja articulada com uma estrutura especifica de

avaliação (uma pró-reitoria, superintendência ou diretoria), que deve estabelecer as

diretrizes, as metas e os procedimentos da autoavaliação (como a Conaes faz em nível

nacional), ao tempo em que a operacionalização do processo é assumida por professores

e técnicos especializados, implementando as determinações da CPA, como o Inep faz em

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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relação às decisões da Conaes. É também recomendável a implementação de processos

de autoavaliação no nível de cada curso, pois é através do curso que a maior parte das

atividades-fim da instituição (formação e produção acadêmica) é desenvolvida. Sugere-se a

criação de subCPA para cursos e/ou para áreas de conhecimento, que promovam estudos e

seminários em ambientes específicos e que produzam relatórios que alimentem o relatório

da CPA referente à instituição como um todo.

A Conaes, por sua vez, deve trabalhar com o Inep para institucionalizar o ciclo de

seminários e publicação de experiências, começado em 2013; precisa produzir novas

orientações, pedagogicamente construídas, a partir das sugestões levantadas no decorrer

dos seis seminários realizados e definir, de forma clara e definitiva, a diferença entre

relatório parcial e relatório integral e a periodicidade da entrega formal. Além disso, a

Conaes deve exigir que os relatórios sejam acompanhados por um plano de ação para sanar

os problemas e as fragilidades identificados. Outra medida possível seria a formação, em

âmbito nacional, de comissões de especialistas que possam ler uma amostra de relatórios

anualmente (talvez um quinto deles, perfazendo um ciclo de cinco anos), para fornecer

feedback às CPA sobre a qualidade de seus produtos. Nessa mesma linha, a Conaes e o Inep

devem assegurar que todas as informações avaliativas disponibilizadas às IES, através, por

exemplo, dos relatórios de visita e do Enade e dos dados contidos no Censo de Educação

Superior, são precisas, completas e didaticamente apresentadas.

O feedback referido deve complementar o gerado pelo novo instrumento para a

avaliação externa da instituição, lançado no início de 2014. O primeiro eixo avaliado pelo

instrumento é intitulado “Planejamento e Avaliação Institucional” e contempla a evolução

institucional da avaliação (Item 1.1), o projeto/processo de autoavaliação (Item 1.2), a

participação da comunidade acadêmica na autoavaliação (Item 1.3), a análise e divulgação

dos resultados da autoavaliação e das avaliações externas (Item 1.4) e a elaboração do

relatório de autoavaliação (Item 1.5). Assim, pela primeira vez, a autoavaliação se torna

algo da avaliação externa, o que deve incentivar esforços para aperfeiçoar processos

autoavaliativos nas instituições que, até agora, têm sido relapsas nesse sentido. Vale

acrescentar que ao adotar a avaliação externa da autoavaliação institucional, o Brasil segue

uma prática que é comum em muitos países. No Reino Unido, por exemplo, a avaliação

externa da educação superior, denominada “Auditoria”, focaliza, quase exclusivamente, as

estruturas e os mecanismos adotados pela instituição para assegurar sua qualidade. Os

auditores julgam o nível de confiança que têm na gestão da qualidade da IES e na integridade

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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das informações por ela publicadas. A visita resulta em três possíveis conclusões: “confiança

completa”, “confiança limitada” e “nenhuma conclusão” (Alderman; Brown, 2005, p. 318-

319). A lógica do sistema britânico se fundamenta na premissa de que uma instituição que

assegura bem sua própria qualidade é uma instituição que merece ser bem avaliada. Na

opinião do autor deste texto, essa lógica deve ser adotada no contexto brasileiro, norteando

novas configurações a serem tomadas no âmbito do Sinaes.

Considerações finais

Ao concluir seu mandato como presidente da Conaes, no final de dezembro de 2013,

o presente autor produzir uma lista de prioridades a serem enfrentadas no decorrer de

2014. No topo da lista, está o fortalecimento da autoavaliação institucional, devido a razões

explicitadas nos parágrafos acima. Antes de concluir, vale a pena relatar, resumidamente,

algumas outras prioridades consideradas centrais.

Globalidade do Sinaes

O Sinaes não é, de fato, totalmente nacional, pois não envolve diretamente as IES

estaduais. De acordo com o pacto federativo, tais instituições são avaliadas e reguladas pelos

Conselhos Estaduais de Educação, podendo participar do Sinaes mediante a celebração

de convênios formulados em espirito de cooperação. No momento, todas as instituições

estaduais participam do Enade, mas nenhum Estado participa do Sinaes integralmente,

submetendo-se às avaliações externas organizadas pelo Inep. A participação integral dos

Estados deve ser entusiasticamente incentivada, pois fortaleceria o Sinaes, assegurando

o alcance de padrões de qualidade mínima em todas as IES brasileiras. Para realizar essa

globalidade, é necessário atualizar o sistema e-MEC, para que a participação dos sistemas

estaduais seja contemplada, e convencer os conselhos estaduais do valor de abrir mão de

sua prorrogativa de escolher os membros das comissões de visita. Também é importante

que tais conselhos entendam que a participação no Sinaes não significa o abandono de

suas responsabilidades regulatórias. O Sinaes é um sistema de avaliação, não de regulação,

e os dados por ele gerados servem para subsidiar a tomada de decisões de naturezas

diversas, inclusive as relacionadas com processos de regulação, praticados pela União ou

pelos Estados.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Qualidade dos indicadores

A qualidade dos indicadores do Sinaes (CPC, IGC, IDD e outros) deve ser aperfeiçoada,

buscando informações mais confiáveis, procurando novas fontes, acrescentando variáveis

adicionais, experimentando o uso de diferentes configurações de pesos, adotando técnicas

de estatística e de análise mais sofisticadas e submetendo cada indicador a processos

rigorosos de validação. No caso do CPC, por exemplo, outras formas para captar o projeto

pedagógico e a infraestrutura do curso precisam ser investigadas, critérios de qualidade

para cada ingrediente devem ser preestabelecidos (evitando o uso da curva normal) e

visitas têm de ser realizadas com cursos de todos os níveis na escala (e não apenas os com

nota 1 ou 2), para estabelecer comparabilidade entre o CPC e os conceitos atribuídos pelas

comissões externas. Nas avaliações, outras dimensões, tais como “internacionalização” e

“trajetória do egresso”, podem ser consideradas, e dados oriundos de outros setores do

governo (IBGE, Ipea, Ministério do Trabalho, etc.) devem ser minados. As possibilidades

são imensas, mas é necessário que todos os atores do Sinaes tenham a convicção de que o

sistema é dinâmico, inacabado e que vive um processo de construção contínuo e constante.

Qualidade dos avaliadores

Um dos maiores desafios que o Sinaes enfrenta é a qualidade dos avaliadores com

compõem as comissões de visita, especialmente considerando o impacto regulatório dos

conceitos atribuídos pelas referidas comissões. O Inep tem aperfeiçoado seus processos

de capacitação de avaliadores, utilizando procedimentos presenciais e também a distancia,

tanto para treinamentos iniciais quanto para processos de requalificação e aprendizagem

contínua. Também instalou a avaliação dos avaliadores externos por parte das CPA e outros

atores institucionais, fornecendo feedback valioso aos membros das comissões e ao Inep

e permitindo a identificação de avaliadores potencialmente problemáticos, que precisam

receber capacitações especiais ou serem retirado da base nacional. Recomenda-se que,

no futuro, o Inep desenvolva pelo menos duas bases, uma composta de avaliadores

experientes e que tenham recebido avaliações positivas por parte das instituições visitadas

e outra composta de avaliadores novos, com participação ainda limitada nas avaliações do

Sinaes. Dessa forma, cada comissão de visita poderia ser montada de forma a contar com

a participação de representante de cada uma das bases, tendo um profissional experiente

como coordenador e pelo menos uma pessoa que, mediante a experiência prática, vá

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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aperfeiçoando suas competências avaliativas. Assim, os experientes são valorizados,

enquanto o número de avaliadores devidamente qualificados cresce.

Uso dos resultados

A ampla literatura sobre avaliação mostra que um dos problemas maiores a serem

enfrentados refere-se ao uso dos resultados obtidos. O Sinaes não é uma exceção. Muitas

vezes os relatórios produzidos nem são lidos pelos atores em foco. Outras vezes a leitura

acontece, mas as informações ou não são aproveitadas ou são utilizadas de forma indevida,

gerando, por exemplo, punições em vez ações positivas. O bom uso dos resultados

de avaliações depende de uma cultura de avaliação, de incentivos, de orientações, de

informações pedagogicamente apresentadas e, por que não dizer, de cobranças formais. Por

exemplo, conforme mencionado, os relatórios de autoavaliação devem ser acompanhados

por planos de ação que busquem solucionar as fragilidades apontadas. Também os

relatórios sobre os resultados do Enade, recebidos pelos cursos participantes, devem

mostrar claramente a relação entre o desempenho e as competências, as habilidades e

os conhecimentos que compõem a matriz de referência. Além disso, o website do Sinaes

precisa ser atualizado e ampliado, fornecendo experiências, informações e análises que

ajudem seu usuário a melhor aproveitar os resultados gerados.

Relação avaliação x regulação

O presente artigo buscou demonstrar que, no contexto do Sinaes, a articulação

entre os processos de avaliação e de regulação é imprescindível, pois as informações

produzidas pelas atividades avaliativas alimentam e fundamentam as decisões no

âmbito da regulação, decisões essas que tratam da autorização, do reconhecimento e

da renovação de reconhecimento de cursos superiores, bem como do credenciamento

e do recredenciamento de instituições de educação superior. Deve ser compreendido,

no entanto, que os dois processos são distintos, pois são processos distintos que exigem

procedimentos, competências e posturas diferenciados. A regulação visa a determinações

oficiais, por parte do governo, que buscam assegurar a oferta de bens e serviços de

qualidade aos membros da sociedade. A avaliação, por sua vez, objetiva o fornecimento

de informações confiáveis para a tomada de decisões, fundamentando decisões de

regulação e também uma grande variedade de outras decisões, por parte de diferentes

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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atores, em diferentes níveis, em muitos casos distantes das decisões tomadas no âmbito

governamental. Assim, um processo não deve ser confundido com o outro e, conforme

discutido em outro artigo, medidas são necessárias para assegurar que os interesses a as

pressões associadas à regulação, vista como, eminentemente, uma atividade politica, não

prejudiquem a integridade do Sinaes, entendido, fundamentalmente, como uma política

de Estado (Verhine, 2013).

Referências

ALDERMAN, Geoffrey; BROWN, Roger. Can quality assurance survive the market:

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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5. CONAES – VISÃO DA COMUNIDADE ACADÊMICA SOBRE O SINAES: DESAFIOS E PERSPECTIVASSilke Weber

Este texto pretende contribuir para a reflexão a respeito do processo de constituição

e implantação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação (Sinaes), segundo a Lei nº

10.861/2004 proposta pela Conaes e pelo Inep. Trata-se de texto ainda em elaboração,

produzido para atender a convite dos organizadores dos Seminários Regionais das CPAs,

que busca, ainda que de forma provisória, sistematizar o teor do debate na comunidade

acadêmica sobre a avaliação da educação superior.

Vale dizer que a decisão de aceitar o convite teve por base trabalho recente (2012),

desenvolvido para Seminário na Universidade de Brasília (UnB), que tinha como temática a

pós-graduação e a melhoria da educação básica. Para tanto, foi realizada incursão nos dados

da Capes relativos à avaliação da pós-graduação em Ciências Humanas, no período 2007-

2009, com destaque para as áreas de Educação e de Sociologia, o que permitiu apreender

os principais temas que, então, orientavam a produção acadêmica ali realizada. Entre

eles destacava-se o tema das políticas educacionais, tendência, aliás, anotada em vários

balanços da produção acadêmica relativa à educação que vêm sendo realizados a partir

do trabalho pioneiro de Aparecida Joly Gouveia, em 1970, e que constituiu o conteúdo do

número inaugural da revista Cadernos de Pesquisa, da Fundação Carlos Chagas.

É bem verdade que, paulatinamente, foi procedida uma divisão de trabalho entre as

áreas da Sociologia e da Educação nos estudos sobre políticas educacionais, ficando o estudo

da educação superior a cargo da pós-graduação em Sociologia e aqueles relativos à educação

básica sob a responsabilidade da pós-graduação em Educação, conforme anotado em trabalho

anterior (2010), elaborado conjuntamente com Carlos Benedito Martins, da UnB.

Hoje são trazidos os primeiros resultados da consulta ao material disponível no

site dos periódicos da Capes relativos à avaliação da educação superior, sendo possível

afirmar que foi confirmada a suspeita de que se trata de tema atraente e importante desde

a década de 1990, abordado, sob ângulos diversos, tanto por autores da área da Educação

como da Sociologia, não sendo possível ainda informar a prevalência.

O texto abordará os principais temas em torno dos quais se organiza a produção

acadêmica sobre avaliação da educação superior no Brasil, para em seguida destacar alguns

desafios e perspectivas.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Temas e tônicas do debate sobre a avaliação da educação superior

O levantamento realizado privilegiou artigos produzidos e divulgados em revistas

depois da sanção da Lei nº 10.861/2004, tendo em vista o objetivo do estudo, de dar

visibilidade aos principais aspectos que preocupam a comunidade acadêmica no que

concerne à avaliação da educação superior. Esta tem como principal finalidade, conforme

o art. 1° dessa lei, a “melhoria da qualidade da educação superior, a orientação da

expansão da sua oferta, o aumento permanente de sua eficácia e efetividade acadêmica

e social”, “a promoção e aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais

das IES”. Ou seja, conforme a lei, os resultados da avaliação “constituirão referencial

básico dos processos de regulação e supervisão da educação superior” (Art. 2°, Parágrafo

Único), sendo um dos procedimentos obrigatórios na avaliação de cursos as visitas por

comissões de especialistas das respectivas áreas de conhecimento (Art. 4°, §1°).

O processo do Sinaes é coordenado e supervisionado pelo órgão colegiado instituído

no MEC e vinculado ao Gabinete do Ministro de Estado – a Comissão Nacional de Avaliação

da Educação Superior (Conaes) (Art. 6°), com as atribuições de:

I – propor e avaliar as dinâmicas, procedimentos e mecanismos de avaliação institucional,

de cursos e de desempenho dos estudantes; II – estabelecer diretrizes para organização

e designação das comissões de avaliação, analisar relatórios, elaborar pareceres e

encaminhar recomendações às instâncias competentes; III- formular propostas para

o desenvolvimento das IES, com base nas análises e recomendações produzidas no

processo de avaliação; IV – articular-se com os sistemas estaduais de ensino, visando a

estabelecer ações e critérios comuns de avaliação e supervisão da educação superior.

Cabe ao Inep, conforme Art. 8°, implementar o Sinaes, qual seja, proceder à avaliação

das instituições, cursos e desempenho do estudante.

Chama a atenção, no entanto, o fato de que entre os textos consultados não conste

um só estudo sobre a Conaes e tampouco um em que o Inep seja objeto de investigação

específica, aspecto sobre o qual se voltará mais adiante. A produção acadêmica se concentra

em estudos sobre história da avaliação da educação superior no Brasil, reflexões críticas

sobre o Sinaes, avaliação institucional e ação das CPA, Enade, criação de índices e relatos

ou estudos específicos sobre casos de avaliação institucional.

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História da avaliação da educação superior no Brasil

Os textos que abordam a história da avaliação da educação superior buscam inserir

o debate no contexto da reforma universitária de 1968 e nas sucessivas propostas de

reforma que foram geradas por grupos e comissões a partir dos anos de 1980, detendo-se,

no entanto, nos documentos que dão conta das iniciativas que foram institucionalizadas,

especialmente, aquelas gestadas no âmbito da LDB de 1996. Assim, são trazidos o

Programa de Avaliação da Reforma Universitária (Paru), instituído pelo MEC, visando ao

estudo dos efeitos da reforma universitária de 1968; o Programa de Avaliação Institucional

das Universidades Brasileiras (Paiub), elaborado por uma comissão de especialistas,

voltado para a avaliação institucional por adesão; a criação de um conjunto de avaliações

periódicas de instituições e cursos, previstas pela Lei n° 9.131/1995, com destaque para

o Exame Nacional de Cursos (ENC) e o ACE. Há, ainda, textos que retraçam concepções

metodológicas adotadas, instrumentos de mensuração utilizados, sistema de indicadores

criados para aferir a qualidade das IES (DIAS et al., 2006).

Em praticamente todos os textos, mencionam-se tanto as diferentes concepções de

avaliação adotadas e suas implicações nas políticas atuais, como a influência do debate

internacional sobre educação superior, especialmente, aquele organizado pela Organização

das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pelo Banco Mundial.

Nessa perspectiva, é enfatizada a contraposição entre a concepção de avaliação como

processo mercadológico e regulatório e a avaliação de caráter formativo e emancipatório,

sendo discutido o sentido da criação de índices quantitativos que findam por permitir a

elaboração de “rankings”, reorientando a dimensão formativa inerente à Lei do Sinaes

(Barreiro; Rothen, 2008; Weber, 2010; Zandavalli, 2009; Zainko, 2008).

Reflexões críticas sobre o Sinaes

Este tema é certamente o mais abordado pela comunidade acadêmica, sendo

tratado tanto de forma teórica, quando é proposta, em nome da consistência, a introdução

de modificações específicas, como também sob o ângulo dos possíveis desdobramentos

da ação avaliadora promovida pelo Estado na IES e na sociedade, que é, aliás, a tônica

predominante. Nesse sentido, são feitas comparações com o processo de avaliação

instituído a partir da Lei nº 9.131/1995.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Nesses textos, o Sinaes é apresentado como inovador, ao combinar a dimensão

formativa da avaliação institucional, em suas vertentes interna e externa, visando

à melhoria da qualidade da educação, e a comunicação com a sociedade, restrita ao

atendimento ao mercado. Essa incongruência permitiria a oscilação entre o processo

interno de autoconhecimento institucional e sua utilização como instrumento de

regulação das IES pelo Estado (Sguissardi, 2008) e por ambos, Estado e mercado

(Barreyro; Rothen, 2006), conduzindo a uma avaliação orientada por concepções

distintas de educação superior, como bem público ou segundo a lógica do mercado

(Sobrinho, 2004).

Dessa forma, o núcleo do debate situa-se na contraposição entre avaliação e

regulação, o que pretendera o Sinaes enfrentar, ao definir a avaliação como referencial

básico para os processos de regulação.

Mas igualmente outros aspectos são explorados nos textos examinados, valendo

citar o lugar da universidade na contemporaneidade e sua relação com o setor privado, o

significado do arcabouço legal instituído em paralelo ao Sinaes (Silva; Sguissardi, 2005),

a responsabilidade social das IES (PINTO, 2009) e sua ligação com a gestão universitária

(Ashley et al., 2006), a contraposição avaliação institucional do período FHC e do Sinaes

(Abreu Junior, 2009), as tensões advindas das concepções de avaliação e de suporte à

regulação (Meneguel et al., 2006; Weber, 2010), as dicotomias conceituais da avaliação da

educação superior (Firme, 2009), as dificuldades na avaliação de universidades (Ribeiro,

2011), a constituição de campo específico que avalie nos níveis político, cognitivo e

institucional (Correia, 2010), a analise dos principais instrumentos de avaliação e seus

efeitos no ensino superior (Dias Sobrinho, 2010), o exame dos conceitos de qualidade e

de avaliação em uso (Dias Sobrinho, 2008), a descontinuidade das políticas de avaliação

(Limana, 2008; Rothen; Barreyro, 2011), a importância da avaliação in loco (Giolo, 2008),

o sistema de indicadores para avaliar o desenvolvimento e a qualidade da educação

superior (Bertolin, 2007).

Não obstante a amplitude temática e a diversidade de orientações teóricas, os

textos mencionados mostram que a questão da avaliação da educação superior constitui

preocupação da comunidade acadêmica e problema de investigação frequente, ficando

a pergunta a respeito da interlocução dos executores das políticas de avaliação com

esse conhecimento, nas reformulações que vêm sendo introduzidas no Sinaes a partir

de 2008.

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Avaliação institucional

Outro conjunto de textos versa sobre a avaliação institucional, tanto a autoavaliação

como a avaliação externa, nos moldes propostos pelo Sinaes.

Nessa perspectiva, tanto há textos que se propõem a averiguar quais os modelos

de avaliação institucional adotados no Brasil, como outros que se voltam para aspectos

específicos de sua materialização. É assim que tem prevalecido o enfoque regulador e

normativo, embora o enfoque cognitivo seja percebido como o que orienta o Sinaes

(Schlikmann et al., 2008).

Os estudos que discutem o processo de avaliação em implementação voltam-se para

a participação da comunidade acadêmica (Polidori, 2007), o impacto da criação dos índices

na avaliação institucional (Lehfeld et al., 2010), a construção de escalas para mensurar

a autopercepção de discentes e docentes (Batista, 2013) e a repercussão da avaliação

institucional na qualidade da formação (Oliveira et al., 2006; Nunes (2006).

No âmbito da avaliação institucional, vários estudos elegem as CPA como objeto de

análise, seja para examinar os limites e as perspectivas de sua atuação nas universidades

federais (Peixoto, 2009), a percepção dos coordenadores das CPA de IES privadas acerca

da participação e da avaliação no processo de regulação (Carneiro, 2008), a percepção

e as expectativas dos coordenadores das CPA em relação ao Sinaes (Augusto, 2007), os

significados da CPA como estratégia de avaliação institucional participativa (De Sordi,

2009, 2011), a classificação nacional das IES como ameaça à sobrevivência das CPA e

da autoavaliação das instituições (Leite, 2008), seja para perceber as repercussões das

indefinições na implementação do Sinaes na avaliação interna (Silva; Gomes, 2011).

Por outro lado, a avaliação institucional externa também é foco de atenção, seja

mediante a discussão das orientações gerais do Sinaes, em contraposição aos princípios

da avaliação externa empregados em outros países, para indicar ajustes necessários

(Marchelli, 2007), seja examinando os resultados do primeiro grupo de universidades que

se submeteram à avaliação externa do Sinaes para questionar os critérios de composição

das Comissões de avaliação externa (Lacerda, 2011). A avaliação in loco é objeto de um

único texto que versa sobre o papel positivo da interlocução dos avaliadores com as IES no

aprendizado mútuo e na construção da identidade institucional (Francisco, 2012).

Cabe observar que o estudo dos aspectos reunidos neste tópico tem sua origem em

experiências vivenciadas ou observadas de avaliação institucional, o que lhes dá um caráter

avaliativo a ser considerado em processos de meta-avaliação do Sinaes.

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Essa dimensão é explorada no que foi aqui denominado de estudos de caso, uma

vez que tem como cerne a análise da dinâmica institucional sob a ótica das mudanças

operadas na compreensão dos elementos implicados em uma formação de qualidade.

Assim, são mencionados estudos que visam captar: as representações sociais de gestores

e de técnicos administrativos que participaram da autoavaliação institucional sobre o

Sinaes (Andriola, 2010); como a comunidade universitária percebe os resultados da

autoavaliação (Reis et al., 2010); a análise da trajetória institucional desde o Paiub até

o Sinaes, evidenciando o aprimoramento da gestão (Costa, 2010); como o Plano de

Desenvolvimento Institucional (PDI) construído coletivamente tornou-se o fio condutor

para a avaliação institucional (Segenreich, 2005); como a avaliação institucional, marco

referencial do Sinaes, contribui para a construção de cultura de avaliação (Vieira, 2010);

os fatores que interferem na continuidade e no aperfeiçoamento da avaliação institucional

(Venturini, 2010); a construção do processo democrático de autoavaliação institucional

e o desenvolvimento da cultura de avaliação (grego, 2007); o acoplamento da avaliação

participativa com tecnologia da informação e da comunicação (Leite, 2007); a avaliação das

universidades comunitárias (Pinto, 2009).

Cabe, igualmente, assinalar os estudos que se debruçam sobre a avaliação de cursos

da área de saúde, em particular, Medicina, Farmácia, Odontologia, Enfermagem, e também

da área de exatas, como Física, Licenciatura em Física e Matemática (Perim, 2008, Gomes

et al., 2010, Graziotinsoares, 2011, Brassea et al., 2011).

São, ainda, objeto de análise os estudantes, seja sob o ângulo do boicote ao Enade

(Leitão et al., 2010); da influência dos programas de avaliação expressos em resultados

e apelo consumista do marketing das IES sobre os estudantes (Leite, 2010); das atitudes

em face da avaliação das IES (Cardoso et al., 2010) ou da satisfação/insatisfação discente

(Souza, 2010).

Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade)

O Enade como componente do Sinaes constitui tema que obtém atenção relativa da

comunidade acadêmica, apesar da controvérsia que tem suscitado pelo fato de o Sinaes

ter como um de seus pilares o desempenho do estudante, por pretender apreender o

aporte institucional na formação por meio de exame aplicado a ingressantes e concluintes,

por imobilizar processos de aprendizagem. Será que o assunto fica restrito às Comissões

de Especialistas e às Comissões Assessoras de Avaliação responsáveis por sua elaboração?

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Com efeito, no levantamento procedido, apenas quatro textos examinam os

seus fundamentos e sua implantação. O primeiro compara o Enade e o ENC e identifica

diferenças e similaridades, concluindo pela integridade técnica de ambos os instrumentos

e pelo aprimoramento do exame hoje utilizado. As diferenças se situam no plano conceitual

(Verhine et al., 2006). O segundo e o terceiro, depois de esclarecerem o lugar do exame no

Sinaes e de defini-lo como avaliação para a aprendizagem, arrolam problemas recorrentes

na interpretação de seus resultados que somente teriam se acentuado com a criação do

Conceito Preliminar de Curso (CPC) (Brito, 2007, 2008). O quarto texto considera que o

Enade corrigiu de modo satisfatório problemas observados no ENC, mas reivindica que

seja enfrentada a participação dos estudantes a partir dos princípios de obrigatoriedade e

equidade (Paiva, 2008).

Outros textos se voltam para aspectos diversos que poderiam ser vistos como

estudos de caso. Assim, procura-se apreender como a representatividade do Enade influi

nos fatores de êxito aplicados na gestão do conhecimento nas IES privadas (Da Silva et al.,

2012); as diferenças de gênero e perfil socioeconômico no Enade (Silva et al., 2010); a

análise comparativa de desempenho do curso de Ciências Contábeis de uma universidade

federal com outros cursos congêneres (Paiva Rocha, 2012); o olhar da Comissão Assessora

sobre o Enade da área de Pedagogia (Bordas, 2005).

Observa-se que a discussão sobre o Enade parece ter perdido atualidade, uma vez

que não foi encontrado texto que discutisse as mudanças nele introduzidas, a exemplo da

substituição do exame dos ingressantes pelo Enem, que dá outra configuração ao que fora

instituído no contexto da sanção da Lei do Sinaes.

A criação dos índices

Finalmente, devem ser ainda mencionados os estudos sobre os índices criados

para dar visibilidade ao processo avaliativo do Sinaes. Um texto a circular foi o estudo de

Schwartzman (2008) para a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior

(Abmes), sobre o CPC, em que examina a forma como o conceito foi desenvolvido para

o MEC decidir se o curso precisa ou não de avaliação in loco. O autor considera que o

conceito é ilegítimo e não constitui avaliação independente porque realizada por órgão

governamental e pleiteia a criação de agência independente para substituir a Conaes.

O Índice Geral de Cursos (IGC) pretende expressar em único número a qualidade

dos cursos e graduação e de pós-graduação oferecidos por uma IES, e sua divulgação

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em 2008 suscitou muito polêmica, havendo autor que se propôs a contribuir para seu

aperfeiçoamento (Bittencourt, 2009), bem como para verificar o caráter indutor desse

índice nos conceitos dos cursos oferecidos em IES públicas e privadas (Bittencourt, 2010).

Já outros interpretam o surgimento do IGC como uma forma de renovar práticas de ranking

de IES e de a avaliação obter visibilidade midiática (Barreyro, 2008).

Há certamente outros estudos sobre o assunto que não foram consultados. Em todo

caso, os exemplos trazidos deixam claro uma nítida clivagem entre aqueles que o percebem

como desdobramento positivo do processo avaliativo instituído e os que o veem como

instrumento de competição entre as IES.

Desafios e perspectivas

A rápida apresentação dos estudos divulgados em revistas reconhecidas aqui

realizada evidencia que o Sinaes tem sido dissecado pela comunidade acadêmica,

principalmente sob a ótica crítica. Mas, por outra parte, deixa claro, igualmente, que

o Sinaes ganhou legitimidade e que vem potencializando, principalmente, mediante a

avaliação institucional, o desenvolvimento de cultura avaliativa.

Tal legitimação indica, assim, que os processos de avaliação da educação superior,

nos moldes instituídos pelo Sinaes, têm produzido efeitos a médio prazo, em consonância

com o tempo requerido para o desenvolvimento de ações educativas, sendo evidente o

aprofundamento do debate sobre a qualidade da formação oferecida nas IES e em seus cursos.

Com efeito, a ação avaliadora nas instituições conduz, necessariamente, a revisões

periódicas de seus objetivos, metas e estratégias e aumenta seu controle sobre a sua

capacidade de realizá-los. Por outro lado, produz um movimento que alarga e aprofunda

a tomada de consciência da complexidade envolvida na questão educacional, e que

enseja o desenvolvimento de disposição para enfrentar a contraposição entre melhoria

da ação educativa e produtivismo.

Há, portanto, de se considerar na dinâmica em curso o resgate do componente

avaliativo institucional, apresentado como um dos pilares da avaliação processual de

caráter formativo, principal tônica da proposta original do Sinaes.

Ainda que a oposição entre a avaliação processual e de caráter formativo e

aquela destinada a alimentar com resultados a competição entre as IES e cursos

seja constatada e criticada, não parece haver propriamente uma cisão entre ambas,

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sendo, antes, possível antever nos próximos anos a combinação entre as duas tônicas

mencionadas, com base nos resultados do desenvolvimento da avaliação institucional.

Se essa hipótese se sustentar, a avaliação institucional continuará a ser percebida como

o cerne da política avaliativa, reforçando a avaliação como referencial básico para a

regulação, tal como disposto na Lei do Sinaes.

Além disso, fica claro que a grande maioria dos autores arrolados rejeita que a

avaliação seja utilizada para o estabelecimento de rankings, ação que, em nenhuma

hipótese, segundo eles, poderia ter a contribuição do MEC. Que a mídia faça seus

cálculos e divulgue os resultados hierarquizados dos processos avaliativos, explorando a

dimensão mercadológica que lhe é inerente...

O levantamento aqui procedido revela que a pesquisa no campo da educação,

ao mesclar interesses de natureza acadêmica e atendimento a problemas educacionais

e sociais, tem contribuído para salvaguardar a universidade como instituição social,

conforme analisado por Freitag (1995) e retomado por Chauí (2001), para refletir sobre

as propostas para o ensino superior no decorrer dos anos de 1990.

Tais estudos precisariam ser considerados nas análises produzidas a partir dos

editais hoje lançados pelo Inep, que poderiam ser entendidos como um passo inicial

para a meta-avaliação do Sinaes,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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6. SOBRE OS AUTORES

Amândia Maria de Borba, doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de

São Paulo, é professora colaboradora do Mestrado em Educação da Universidade do Vale

do Itajaí, onde também atua como vice-reitora.

E-mail: [email protected]

Bernardete Angelina Gatti, doutora em Psicologia pela Université Paris Diderot, é diretora

vice-presidente da Fundação Carlos Chagas, membro do Conselho Estadual de Educação de

São Paulo e vice-presidente da Academia Paulista de Educação.

E-mail: [email protected]

Clarilza Prado de Sousa, doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de

São Paulo, é pesquisadora sênior da Fundação Carlos Chagas, coordenadora do Centro

Internacional de Estudos em Representações Sociais e Subjetividade - Educação (CIERS-ed) da

Fundação Carlos Chagas e professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

E-mail: [email protected]

Reginaldo Alberto Meloni, doutor em História da Educação pela Universidade Estadual

de Campinas, é professor da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP - no campus de

Diadema.

E-mail: [email protected]

Robert Evan Verhine, doutor em Educação pela Universitat Hamburg, é professor associado

IV da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia e é vice-presidente da

Associação Brasileira de Avaliação Educacional (ABAVE).

E-mail: [email protected]

Silke Weber, doutora em Sociologia na Université René Descartes, é É professora emérita

da Universidade Federal de Pernambuco e Professora Permanente do Programa de Pós-

Graduação em Sociologiada UFPE.

E-mail: [email protected]

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79

EIXO I

Criação de Estratégias e Metodologias para o Trabalho das CPA

Região Centro-Oeste

1. A autoavaliação como instrumento de democratização institucionalUniversidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Ana Maria Penalva Mancini, Augusta Eulália, Cassia Regina Rodrigues Chagas, Cristiano

Maciel, Evaldo Pires, Fátima Possamai, Fernanda Ficagna, Gilberto Goulart, Guilherme

Ribeiro Alves, Igor Strazulas Pires, José Roberto Temponi, Josiane de Oliveira, Laura Rocha

Spallati, Luciana Santos Carvalho, Lusnaiara Rodrigues Lima, Maria de Sousa Rodrigues,

Roberta Nogueira, Rosimary Petter, Taciana Mirna Sambrano.

PARTE 2 RESUMOS

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RESUMO

A avaliação interna ou autoavaliação é um processo cíclico, criativo e renovador de análise,

interpretação e síntese das dimensões que definem a instituição. A autoavaliação está

intimamente ligada à (re)construção do projeto institucional e do projeto pedagógico, e

convoca a todos os membros da comunidade universitária a uma participação efetiva na

transformação e melhoria da realidade institucional. Nesse sentido este artigo tem por objetivo

refletir sobre o processo de autoavaliação na UFMT como um instrumento de democratização

Institucional. Metodologia: Os dados desta reflexão e análise têm como fontes os Relatórios

de Autoavaliação disponíveis nos sítios/portal da UFMT 2009, 2010, 2011 e 2012, os relatórios

dos avaliadores de cursos para reconhecimento e recredenciamento designados pelo Inep/

MEC dos anos de 2011, 2012 e 2013 (até mês de junho), e avaliação dos avaliadores, de

onde foram extraídos trechos referentes à autoavaliação. Fundamenta-se em pressupostos

teóricos do pensamento crítico dialético e está sedimentada na Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional (LDB), Leis e normas do Sinaes, da UFMT, e em autores como René

Lourau (1987); Belloni (2000); Dias Sobrinho (2000); Felix (2008); entre outros. Resultados:

A partir dos apontamentos da CPA, da pesquisa de autoavaliação, do debate promovido pelo

Comando Local de Greve da AdufmatAndes/Sindicato Nacional em 06/06/2012, do encontro

das Comissões Próprias de Avaliação do estado de Mato Grosso, das reuniões para devolutivas

junto aos Institutos e faculdades da UFMT, e do cotidiano da CPA, se visualiza na Instituição

diversas mudanças, tais como melhoria nas relações entre acadêmicos, na estrutura física

– biblioteca, circulação de ônibus, alimentação para estudantes a baixo custo, o Ambiente

Virtual de Aprendizagem, a Coordenação Tecnologias da Informação e Comunicação –, entre

outros. A pesquisa exploratória de autoavaliação revela a necessidade de melhorar diversos

setores da UFMT, relacionados a planejamento, infraestrutura, trabalho docente, tecnologia da

informação, ensino de graduação, pesquisa, assistência estudantil e serviços disponibilizados

para a comunidade. Conclusões: a autoavaliação é um instrumento democrático que revela à

vida Institucional potencialidades, fragilidades e superações por meio de ações concretas. Na

contramão das tendências atuais, a UFMT precisa manter a vigilância sobre sua autonomia,

promovendo uma discussão profunda sobre critérios de avaliação, independentemente do

que é prescrito pelo Sinaes ou por lei, para continuar a missão a que se propôs.

Palavras-chave: autoavaliação; UFMT; democratização.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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2. Cultura de avaliação institucional e gestão das IES: significado e atuação da CPAUniversidade Estadual de Goiás (UEG)

Arlete de Freitas Botelho, Francisco Heitor de Magalhães Souza, Jandernaide Resende

Lemos

RESUMO

Tendo como base referencial a experiência desenvolvida na Universidade Estadual de Goiás

(UEG), discutimos neste artigo os percursos, os significados e a atuação da Comissão Própria

de Avaliação (CPA) que se explicitam na formação da cultura de avaliação institucional e na

gestão das instituições de ensino superior (IES). Em nosso país, essa vertente de estudos

tem suas origens nos processos avaliativos institucionais que vêm sendo efetivados nos

meios acadêmicos brasileiros desde os anos 1980. Vários pesquisadores – entre os quais,

Isaura Belloni, José Dias Sobrinho, Luiz Carlos de Freitas, Maria Izabel da Cunha, Denise

Leite, Dilvo Ristoff e Hélgio Trindade – destacam-se nas análises dos problemas avaliativos

institucionais. Observemos, todavia, que passamos a ter orientações e diretrizes para a

avaliação institucional de nossas IES apenas com a implantação do Sistema Nacional de

Avaliação de Educação Superior (Sinaes), por meio da Lei nº 10.861, de 14/04/2004. A

partir de então, a CPA assume papel chave na orientação e/ou operacionalização dos

processos avaliativos institucionais das IES. As experiências de avaliação institucional e,

especialmente, de autoavaliação desenvolvidas na UEG têm tornado evidente a função

que assume, para o bem e para o mal, a CPA na formação de uma cultura de avaliação

institucional, ou quando se trata de proposições e gestão de políticas institucionais, ao

adquirir um significado específico e datado. Nossos resultados apontam, em um primeiro

momento – que abarca os primeiros doze anos de existência da UEG, de 1999 a 2011 –,

certa leniência e conformismo em face das dificuldades de se efetivar uma autoavaliação

institucional abrangente e rigorosa, tendo em vista os óbices interpostos pelos gestores

do período. Optou-se por metodologias e procedimentos avaliativos que não expusessem

aberta e publicamente os problemas institucionais. Em um segundo momento, que se inicia

em 2012, a orientação metodológica toma outra configuração sem, contudo, até o momento,

superar posições culturais já inculcadas, resistentes a mudanças, fundadas, inclusive, em

tradições locais vinculadas ao provincianismo, ao patrimonialismo, ao clientelismo, ao

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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fisiologismo e a outras categorias obscuras no trato da coisa pública. Tendo em vista esses

problemas, nossos estudos apontam para a necessidade de redimensionamento e de

requalificação do significado e da atuação da CPA na UEG. A perspectiva é que consigamos

estabelecer, no curto prazo, uma CPA que promova concretização de processo avaliativo

participativo, formativo e democrático, assegurando, desse modo, a efetivação de uma

educação superior de qualidade social relevante.

Palavras-chave: cultura de avaliação institucional; gestão das instituições de educação

superior; Comissão Própria de Avaliação.

3. Reflexão sobre a trajetória das ações desenvolvidas pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) no período de 2004-2012Faculdades Unidas do Vale do Araguaia (Univar)

Maria Bernadete Pozzobom Costa,Sônia Aparecida Afonso Silva

RESUMO

No mundo globalizado, em que as relações internas e externas da instituição de ensino

superior adquirem novas formas constantemente, é necessário pensar as ações de

autoavaliação realizadas em sua trajetória, para a construção de um plano de ação que

permita mudança de rotas, de instrumentos, de cronogramas. A avaliação institucional tem

sido uma temática de grande interesse no ensino superior, o que se deve, provavelmente,

às condições de compreensão dessa área emergente, em um período que tem exigido

entendimento e construção do sistema de avaliação, bem como a busca por melhorias

dos serviços prestados. Este artigo tem a pretensão de rever a trajetória da Comissão

Própria de Avaliação (CPA) de uma instituição de educação superior privada localizada na

cidade de Barra do Garças, em Mato Grosso, no período de 2004 a 2012, com o objetivo

principal de analisar o processo de desenvolvimento das ações executivas realizadas por

essa Comissão para a verificação dos avanços nos processos avaliativos da instituição. No

primeiro momento, a pesquisa baseia-se em um levantamento bibliográfico embasado em

revistas da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior, na regulamentação legal

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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e em Bittar, Oliveira e Morossini (2008). Numa segunda etapa, realiza-se uma pesquisa

documental nos registros das ações em relatórios de avaliação interna, produzidos por essa

comissão, e de avaliação externa emitidos pelo E-MEC por ocasião das visitas in loco e do

Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Dessa forma, acredita-se perceber

e comparar os avanços obtidos na instituição desde a sua implantação, em 2004, até o ano

de 2012, tendo em vista outras estratégias de trabalho que conduzam ao aprofundamento

do compromisso e da responsabilidade social, à promoção dos valores democráticos, ao

respeito à diversidade, à busca da autonomia e à afirmação da identidade institucional, de

acordo com o proposto pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

E, assim, continuar avançando com outras estratégias e metodologias que possam ser

desenvolvidas para contribuir com a avaliação interna.

Palavras-chave: ensino superior; avaliação institucional; Comissão Própria de Avaliação.

4. Plano de autoavaliação da Universidade de Brasília: proposta metodológica e estratégica da CPA – UnB para avaliação institucionalUniversidade de Brasília (UnB)

Carmenisia Jacobina Aires, Joaquim Soares Neto, José Angelo Belloni, Júnia Falqueto

Maria Inez Machado Telles Walter.

RESUMO

A autoavaliação requer que as universidades assumam seus erros, acertos e busquem

mudanças positivas. É o momento no qual a instituição produz uma reflexão coletiva, uma

diagnose a respeito do conjunto das atividades institucionais, resultando em subsídios

para a tomada de consciência, para a correção e o aprimoramento de rumos. O desafio de

desenvolver uma metodologia para avaliação institucional em uma universidade pública é

tão complexo quanto a própria instituição. As múltiplas funções das instituições de ensino

superior e a complexidade de sua gestão colegiada impõem ao processo de avaliação a

necessidade de desenvolver uma metodologia coerente com um conjunto de princípios e

critérios necessários para a operacionalização de seus processos. Nesse contexto e consoante

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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com a legislação pertinente, a Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Universidade de

Brasília definiu estratégias para seu trabalho que resultaram no Plano de Autoavaliação

Institucional. Concebido a partir da definição de eixos temáticos, objetiva a criação de

ações, estruturas e ferramentas para subsidiar o processo de autoavaliação, permitindo

autoconhecimento, autocrítica e sensibilização da comunidade acadêmica. Foram

definidos quatro eixos temáticos: ensino, pesquisa, extensão e gestão. Os três primeiros

relacionam-se com a atividade fim da universidade e estão sintetizados na sua missão. A

gestão, por sua vez, busca a viabilização dessa missão, tendo em vista a abrangência que

tem adquirido com a expansão e a crescente quantidade de atores e órgãos envolvidos.

Assim, parte-se do princípio de que cada eixo deva ser avaliado quanto às condições

para seu desenvolvimento, aos processos realizados e aos resultados obtidos. Para isso,

foram definidos critérios e indicadores específicos para cada área. Sobre a implantação

do Plano, está prevista a criação de uma estrutura funcional de suporte. A CPA deverá

contar com o apoio de órgãos que compõem a estrutura gerencial da instituição como

suporte à concretização das atividades planejadas para o ciclo de avaliação. Entre esses,

destacam-se a Diretoria de Avaliação e Informações Gerenciais, vinculada ao Decanato de

Planejamento e Orçamento, e os Comitês Setoriais de Avaliação, que deverão ser criados

para atuar como instância de cooperação nas unidades acadêmicas e na Administração

Superior, bem como para a disseminação da autoavaliação. O Plano fundamenta-se nos

métodos correntes de pesquisa social, incluindo pesquisas de percepção, por considerar

essa uma importante dimensão da avaliação institucional. Propõe-se a captação de

informações qualitativas e quantitativas, incorporando-as em uma perspectiva articulada,

posto que essas metodologias trazem contribuições distintas e complementares. Estão

previstas captações de dados pela CPA, seja a partir de discussões e aprimoramentos

dos instrumentos existentes, como a avaliação docente por discente, seja criando novos

mecanismos para que todos os aspectos do Plano de Autoavaliação sejam abarcados.

Após a implantação das estratégias e a criação da estrutura prevista, espera-se que, após

o período de três anos, a execução do Plano de Autoavaliação da UnB tenha alcançado

o objetivo pretendido de estar articulado às demandas do Sinaes (Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Superior) e apto a fornecer os subsídios necessários para reflexão e

aperfeiçoamento da instituição.

Palavras–chave: autoavaliação; Comissão Própria de Avaliação; Universidade de Brasília.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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5. Utilização da ferramenta Google Forms no processo de avaliação institucional: estudo de caso nas Faculdades Magsul.Faculdades Magsul (Famag)

Celio Sakai, Sergio Larruscaim Mathias.

RESUMO

Como utilizar os recursos tecnológicos de forma favorável a uma transformação? A resposta

não é imediata e o que propomos neste trabalho é aprofundar a utilização de recursos

tecnológicos de forma favorável. Partimos do pressuposto de que as atuais condições de

infraestrutura e ferramentas digitais podem auxiliar mais se tivermos maior conhecimento

de suas potencialidades. Este trabalho pretende contribuir no sentido de abrir novas

perspectivas, ao discutir e apresentar algumas possibilidades de um aplicativo gratuito de

grande potencial para facilitar o processo de avaliação institucional, por criar ferramentas

que auxiliem o levantamento de dados. A metodologia utilizada foi do tipo estudo de caso,

segundo Ludke e André (2004), e baseou-se nos referenciais teóricos de Sant’Ana (2010),

Heidemann e Oliveira (2010), que apresentam sugestões de utilização e possibilidades de

uso das ferramentas tecnológicas. Apontam-se algumas vantagens atribuídas ao Google

Forms: a possibilidade de acesso em qualquer local ou horário; a economia de espaço no

disco rígido; o fato de ser gratuito; a facilidade de uso, pois não requer conhecimentos

de programação; e uma interface amigável. O levantamento de dados ou de opiniões

podem ser facilmente implementados por meio de um formulário eletrônico construído e

disponibilizado em um endereço eletrônico e, quando preenchido pelos respondentes, as

respostas aparecem imediatamente na página do Google Forms do usuário que o criou. O

formulário apresenta ainda ferramentas estatísticas que possibilitam a análise dos dados

coletados. Verificou-se, na prática, que o Google Forms, que inicialmente foi desenvolvido

para a colaboração entre os internautas, pode se transformar em uma ferramenta muito

útil para a coleta e análise de dados estatísticos, facilitando o processo de avaliação

institucional.

Palavras-chave: avaliação institucional; indicadores; instrumentos de autoavaliação.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Região Nordeste

6. A abstenção dos estudantes nas autoavaliações institucionaisInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBaiano)

Ana Carina Ferreira Barbosa, Carlito José de Barros Filho, Fernanda Pereira Santos, Giliarde

Alves dos Reis,

RESUMO

O IFBaiano possui nove cursos superiores distribuídos entre quatro dos seus dez campi

e, em 2011, foram eleitos os membros da CPA. Esses atuaram durante o referido ano e,

durante a análise dos questionários da autoavaliação institucional de 2012, aplicados aos

estudantes dos cursos superiores, verificaram que a participação foi ínfima. Um exemplo

dessa baixa participação aconteceu em um curso no qual quatro estudantes, dentre mais

de oitenta, responderam aos questionários da autoavaliação. De posse dessa informação,

os membros da CPA se perguntaram sobre o motivo da não participação dos discentes,

sendo esse o questionamento que norteia o direcionamento desse artigo. Porque os

estudantes não participaram da autoavaliação institucional de 2012? Os discentes, durante

esse estudo, também puderam opinar a respeito de outras metodologias a serem aplicadas

para a realização da autoavaliação institucional, visto que parte dos integrantes da CPA

acreditava que a pouca participação aconteceu devido à metodologia utilizada. Para

responder a esses questionamentos, resolveu-se perguntar diretamente aos estudantes

o motivo da sua não participação e questioná-los sobre os motivos que os levaram a não

responder ao questionário que foi disponibilizado na internet. A pouca participação fez

alguns membros da CPA imaginarem que alguns discentes não compreendem a importância

da avaliação, que não consideram que com os resultados obtidos é possível verificar

mudanças realizadas no âmbito de seus cursos ou na instituição, manter a qualidade do

que foi avaliado positivamente ou sugerir alternativas para o que consideram insatisfatório,

entre outras ações. Como mencionado por Sobrinho (1996, 1997) e Perrenoud (1998),

uma avaliação deve não só gerar juízos de valor, mas também anunciar possibilidades de

transformações. Segundo Davis e Espósito (1990), a avaliação é capaz de produzir novos

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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rumos, arranjos e fluxos de comunicação que possibilitam a articulação da sala de aula

e os demais espaços do ambiente institucional. E são essas ações que se espera obter

com os resultados da autoavaliação institucional. As respostas dadas pelos discentes, aos

responderem a pergunta central desse estudo, foram diversas. Alguns afirmaram que se

esqueceram de responder o questionário no período estabelecido, outros desconheciam a

realização da autoavaliação, houve os que alegaram dificuldade em acessar a internet, etc.

Percebe-se que é preciso mobilizar os discentes, informando-os sobre a importância de

participarem do processo autoavaliativo, a fim de possibilitar ações que visam à melhoria

e ao reconhecimento dos cursos superiores. A divulgação da realização das ações da CPA,

entre elas a realização da autoavaliação institucional, deve ser mais bem difundida e

justificada, para que os estudantes sintam-se motivados a participar.

Palavras-chave: autoavaliação; abstenção; CPA.

7. Autoavaliação institucional na UFPI: desafios e aculturaçãoUniversidade Federal do Piauí (UFPI)

Maria Rosália Ribeiro Brandim, Mirtes Gonçalves Honório, , Teresa Christina T. Silva Honório

RESUMO

A Lei n. 10.861/2004 instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes)

com o objetivo de assegurar o processo nacional de avaliação das instituições de educação

superior (IES), dos cursos de graduação e do desempenho acadêmico de seus estudantes,

em consonância com o estabelecido na Lei nº. 9.394/1996. Com o advento da referida lei, a

avaliação institucional apresenta-se, no cenário nacional, como um campo de novos saberes

e práticas recentes com relevância na expansão da oferta de ensino das IES. Nesse contexto,

a autoavaliação institucional ganha destaque, uma vez que as novas exigências, derivadas

da globalização, impulsionaram o crescimento desordenado dessas IES, fazendo surgir uma

necessidade crescente de mecanismos para garantir à sociedade ensino e profissionais de

qualidade. Inserindo, assim, a temática nas agendas do Estado, das IES e dos pesquisadores.

Perspectivando contribuir com esse debate, o presente artigo se propõe a descrever e a trazer

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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para reflexão e análise a experiência de autoavaliação desenvolvida pela Comissão Própria

de Avaliação (CPA), na Universidade Federal do Piauí (UFPI), tomando como referência o

construto teórico do Sinaes e da literatura pertinente à temática. A metodologia teve como

referência a análise documental e contou com a participação de docentes, gestores, corpo

técnico-administrativo e discentes, por meio de questionários, elaborados com base nas

dimensões do Sinaes e disponibilizados no site da UFPI. O objetivo foi identificar as condições

do ensino, da pesquisa, da extensão e da gestão, enfatizando também suas potencialidades

e fragilidades, com vista à melhoria da qualidade do ensino. Os resultados apontam para

a necessidade da criação de um programa de autoavaliação, organização de fóruns de

representantes de CPA de IES do estado e região, inclusão de empregados terceirizados no

processo de autoavaliação e formação de grupos de estudo como mecanismo de difusão de

uma cultura avaliativa. Ressalta-se que essa experiência, apesar de refletir a identidade de

uma instituição, poderá contribuir para o desenvolvimento de pesquisas na área. Para finalizar,

trazemos novos questionamentos para fomentar o debate na perspectiva da continuidade e

do aprimoramento do processo de autoavaliação institucional.

Palavras-chave: avaliação institucional; autoavaliação; Comissão Própria de Avaliação.

8. Autoavaliação institucional na Universidade Católica de Pernambuco: uma prática em construçãoUniversidade Católica de Pernambuco (Unicap)

Maria da Conceição Bizerra

RESUMO

A motivação para elaborar este trabalho foi o interesse em socializar a sistemática de

autoavaliação institucional em desenvolvimento na Universidade Católica de Pernambuco

(Unicap), sob a coordenação da Comissão Própria de Avaliação, constituída pela Resolução

nº 02/2004 da Presidência desta Universidade, nos termos do art.11, da Lei nº 10861, de

14 de abril de 2004. Entre as várias experiências realizadas, elegemos a autoavaliação feita

pelos discentes e docentes, centrada em indicadores que possibilitam ampliar a produção

do conhecimento institucional e questionar os sentidos do trabalho educativo que a

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Unicap desenvolve em um determinado momento da sua história. Desse modo, o presente

trabalho enseja descrever como discentes e docentes participam da autoavaliação e como as

potencialidades e as fragilidades por eles indicadas estão sendo absorvidas pelo planejamento

e pela gestão da Unicap. A metodologia que vem sendo utilizada está organizada em cinco

momentos: o primeiro consiste na avaliação da avaliação anterior, considerando os indicadores,

o instrumento utilizado e os resultados obtidos; o segundo é identificado como a sensibilização

dos sujeitos envolvidos, através do encaminhamento de correspondências, estimulando a

participação e o desejo de colaborar para a melhoria do trabalho educativo da instituição; o

terceiro compreende a coleta de informações, através da aplicação de um questionário online;

o quarto concretiza-se como análise crítica das informações e como criação de propostas,

material esse consolidado em relatórios por curso, centro e universidade; e o quinto volta-se

para a socialização dos resultados, através da internet e de reuniões de estudos. Toda a

avaliação, pensada e vivenciada como processo democrático, é inspirada numa concepção

de avaliação emancipatória comprometida com as transformações institucionais. Nessa

perspectiva, a avaliação caracteriza-se como um processo institucional e global, uma vez

que tem por objeto de estudo a Unicap, em sua totalidade e complexidade, e representa a

vontade política da comunidade. Trata-se, portanto, de uma avaliação que tem uma dimensão

pedagógica e formativa e, como tal, valoriza o processo vivido e os valores trabalhados em

detrimento dos procedimentos de natureza somativa centrados na medição de resultados, na

prestação de contas, na fiscalização e na classificação. Assim, a avaliação configura-se como

um direito à participação de todos, denunciando fragilidades, evidenciando potencialidades,

anunciando soluções e acompanhando a conversão dos resultados em ações. Vale salientar

que, nesse cenário, avaliação define-se como diagnóstico cujos resultados devem embasar

o planejamento e orientar a gestão institucional. É uma avaliação que não tem um fim em si

mesma nem espaço-tempo definidos, mas está imbricada nos processos de desenvolvimento

da instituição, integrando, portanto, de forma permanente, a vida da Unicap, definindo-se

como um valor a ser disseminado, cultivado e assumido, logo, um elemento fundamental

do patrimônio cultural dessa universidade. Nesse processo, os desafios convivem com ações

que evidenciam a criação de uma cultura de avaliação, demonstrada no interesse de setores

da universidade em se autoavaliarem, na definição de políticas, diretrizes e metas do PDI,

tomando por base as fragilidades, as potencialidades e as sugestões advindas dos processos

avaliativos, como expressão da necessária articulação entre planejamento e avaliação.

Palavras-chave: planejamento; autoavaliação; participação.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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9. Avaliação institucional na Faculdade Santo Agostinho: processo e perspectivaFaculdade Santo Agostinho (FSA)

Mônica Maria Lima Fialho Alcantara, Jovina da Silva, Josimar Alcantara de Oliveira, Átila de

Melo Lira

RESUMO

A avaliação é um processo de grande relevância para o crescimento de uma instituição de

ensino superior (IES), pois seus resultados servem de base para o planejamento estratégico, o

que proporciona mudanças na IES. Esta, por sua vez, precisa garantir um padrão de qualidade

e, para assegurar essa qualidade, necessita de avaliações de forma sistemática envolvendo os

processos de ensino, pesquisa e extensão, segmentos técnico-administrativos, corpo docente

e discente. Este estudo objetiva analisar o processo de avaliação institucional da Faculdade

Santo Agostinho (FSA). Nessa IES, a avaliação é mais do que uma exigência do Ministério

da Educação (MEC), constitui-se num instrumento para acompanhamento e análise do

desempenho discente, do corpo docente e administrativo, o que implica em repensar as

práticas de forma crítica e comprometida, com o objetivo de redirecionar o processo de ensino

e aprendizagem e os processos de gestão, o seu papel na sociedade como disseminadora e

promotora de saberes para compreender e modificar a realidade. Portanto, a avaliação é

diagnóstico para o planejamento e a implementação de políticas de atendimento às demandas

de uma educação que busca a inserção dos egressos no mundo do trabalho e a construção

da cidadania. O estudo toma como aportes teóricos Dias Sobrinho (org.) (2012) e o PDI(2010

a 2015). A trajetória metodológica compreende uma investigação de abordagem qualitativa,

bibliográfica e de campo. A avaliação institucional da FSA é um processo desenvolvido pela

sua comunidade e conta com a participação da Comissão de Avaliação (CPA), em consonância

com a Lei nº 10.861/2004 do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), tem

o propósito de promover a qualidade da oferta educacional em todos os Eixos das Dimensões,

retrata o compromisso institucional com o autoconhecimento e sua relação com a qualidade

dos serviços prestados à sociedade. A avaliação interna da FSA ocorre com ampla divulgação

e aplicação de questionários a todos os segmentos, reuniões com alunos representantes

de turmas e professores nos encontros pedagógicos semestrais, com o Núcleo Docente

Estruturante (NDE) , relatórios da ouvidoria, corpo técnico-administrativo que responde

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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questionários nos moldes da avaliação como também acerca do clima organizacional. Isso

favorece uma visão geral das potencialidades e das fragilidades, pressupostos para ações que

beneficiam a comunidade civil através de parcerias com escolas e clubes comunitários do

entorno. Assim, possibilita desenvolver processos referentes à qualidade da infraestrutura, da

limpeza e da conservação. A CPA analisa o resultado do Exame Nacional de Desempenho de

Estudantes (Enade) juntamente ao Núcleo de Apoio Pedagógico, coordenadores, professores

e alunos, elabora o planejamento anual, denominado de Plano de Ação, esse processo é

registrado em relatórios que mostram o trabalho realizado e as demandas da CPA, apresentados

em forma de Fórum à Comunidade Acadêmica. Diante do exposto, infere-se que o trabalho da

CPA deve ser realizado de forma dinâmica, envolvendo todos os seguimentos, integrando-os

no fortalecimento dos objetivos e da missão da FSA.

Palavras-chave: avaliação institucional; Comissão Própria de Avaliação; padrão de

qualidade.

10. Avaliação interna como prática de reflexão para a melhoria da qualidade dos serviços apresentados à comunidade acadêmicaUniversidade Tiradentes (Unit)

Andréa Karla Ferreira Nunes, Juliana da Silva Dias

RESUMO

O ato da autoavaliação se reflete no processo necessário da introspecção (Morin, 2005),

fato por vezes difícil de acontecer, visto que carece do uso das capacidades de autoanálise

e autocrítica. A Comissão Própria de Avaliação da Unit, ao atuar com a avaliação interna

como prática que remete à reflexão dos serviços prestados à comunidade acadêmica,

permite-se conhecer as potencialidades e as fragilidades da instituição, iluminando os

aspectos necessários a serem aperfeiçoados. Nesse sentido, este artigo apresenta o

trabalho executado pela CPA/Unit, que entende a avaliação interna como uma fase de

antecipação para a orientação de ações a serem alcançadas, visto que a avaliação é apenas

uma parte do processo. Nessa perspectiva, a CPA/Unit vem realizando a avaliação interna

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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de forma a alcançar os propósitos registrados pelos participantes. Entre as ações previstas

no processo autoavaliativo estão: a revisão dos instrumentos aplicados, que tratam de

conteúdos relevantes para a IES, permitindo uma visão abrangente da instituição; a coleta

informatizada das respostas em parceria com o Departamento de Informática; e a coleta

das informações na forma estatística. De posse dos resultados, seguem as reuniões com

a comunidade acadêmica para retorno das informações coletadas e o acionamento para

proposta de ações possíveis de serem executadas para melhoria da qualidade dos serviços.

O acompanhamento das ações propostas faz parte do trabalho da CPA, que procura

registrar o que foi realizado e identificar como será possível executar as ações em parceria

com a instituição. O resultado desse trabalho de execução das ações da avaliação interna

vem permitindo à CPA/Unit ampliar olhares e atuar de forma mais conexa em parceria com

a instituição, com o apoio da comunidade acadêmica.

Palavras-chave: avaliação interna; Comissão Própria de Avaliação; autoavaliação.

11. Avaliação, qualidade educacional e participação: a experiência autoavaliativa da UniforUniversidade de Fortaleza (Unifor)

Danielle Batista Coimbra, Grace Troccoli Vitorino, Nise Fraga Sanford

RESUMO

O presente trabalho versa sobre as interfaces entre autoavaliação, qualidade educacional

e participação, a partir da experiência da CPA da Universidade de Fortaleza (Unifor). O

objetivo do projeto proposto consiste em apresentar um relato de experiência das ações

desenvolvidas pelo Colegiado de Avaliação Institucional Interna da referida instituição,

mediado por considerações analítico-reflexivas, sobretudo no que tange a seus objetivos,

estratégias e metodologias de avaliação interna, voltadas para a consolidação de uma

cultura avaliativa, cuja premissa está baseada na participação dos sujeitos implicados

no processo de autoavaliação. A metodologia do estudo ora apresentado é de natureza

qualitativa, mediante revisão da literatura e análise documental. Nestes termos,

investigou-se o processo de avaliação interna, de uma instituição particular de ensino

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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superior, cuja experiência avaliativa vem se desenvolvendo, de modo ininterrupto, desde

a sua criação. O referencial teórico utilizado está ancorado, sobretudo, nas proposições

de Andriola (2013), Sobrinho (2000) e Leite (2005). Os resultados indicam que, para que

a avaliação institucional, no contexto universitário, concorra para a qualidade educativa, é

necessário potencializar o desenvolvimento da instituição, mediante processo permanente

de avaliação, intentando aperfeiçoar a atuação qualificada na educação superior e ainda

identificar, no âmbito do ensino, pesquisa e extensão, as aproximações e os distanciamentos

institucionais do Projeto Pedagógico da universidade e suas interseções com o Plano de

Desenvolvimento Institucional. As evidências coletadas identificaram que as ações de

avaliação interna, desenvolvidas pelo Coavi/CPA na Unifor, balizam-se pela perspectiva

diagnóstica, mediadora, formativa e contínua, cujos objetivos pautam-se por elaborar e

propor ações acadêmico-educativas em consonância com as peculiaridades da instituição,

tendo em vista a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão. No que se refere à

perspectiva formativa, no trabalho da CPA em pauta, observou-se que foi tomada como

prática a serviço da qualidade acadêmica; do planejamento; da elaboração de objetivos

e critérios avaliativos. Ou seja, avalia-se, à luz de procedimentos atitudinais, sob uma

perspectiva da avaliação como meio e não como fim, para gerar as mudanças necessárias.

Aponta-se, à guisa de conclusão, que a experiência autoavaliativa ora apresentada prima

pela efetiva participação dos sujeitos desse processo, objetivando a formulação de ações

para a transformação e o aperfeiçoamento da Unifor.

Palavras-chave: autoavaliação da Unifor; ações de avaliação interna; trabalho CPA.

12. Coparticipação e corresponsabilidade da comunidade junto à CPAInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB)

José Lins Cavalcanti de Albuquerque

RESUMO

Este artigo traz uma reflexão sobre a Comissão Própria de Avaliação (CPA) no âmbito do

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), ressaltando seus

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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objetivos, funções e a amplitude de sua responsabilidade dentro de uma instituição

de ensino. O objetivo do presente trabalho é observar como se dá a coparticipação e a

corresponsabilidade dos discentes no processo de avaliação. O método de pesquisa utilizado

foi questionários aplicados nos campi do IFPB, referentes às seguintes dimensões: organização

didático-pedagógica; corpos docente, discente e técnico-administrativo; e instalações

físicas. A partir das respostas dos questionários, foi proposto que os representantes da CPA

em cada campus e a comunidade acadêmica que respondeu aos questionários discutissem

os resultados e propusessem soluções para os aspectos avaliados como negativos. Como

referencial teórico, foi adotado a “Pedagogia do Oprimido” de Paulo Freire, relacionando

a educação libertadora à forma de participação da comunidade acadêmica no processo

de avaliação e melhoria do processo ensino-aprendizagem. Tal discussão ainda está em

andamento, no entanto, pode-se concluir, pelos resultados apresentados até o momento,

que há uma expectativa positiva de coparticipação e corresponsabilidade das comunidades

na melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: coparticipação; corresponsabilidade; CPA.

13. Desafios e possibilidades na concretização da autoavaliação institucional: execução das ações de avaliação internaAssociação Caruaruense de Ensino Superior (Asces)

Ana Paula Cavalcante Luna de Andrade, Marileide Rosa de Oliveira

RESUMO

Compreendemos a avaliação institucional como um desafio e, ao mesmo tempo, uma

necessidade para a instituição de educação superior comprometida em rever e qualificar a

sua prática, apontando caminhos para uma gestão universitária democrática. Antes mesmo

de ser uma exigência regulamentar, a Faculdade Asces estava atenta ao processo avaliativo,

com a opinião dos diversos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem,

visando a um diagnostico que lhe permitisse redirecionar suas atividades. Em continuidade

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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ao processo de autoavaliação, realizado na Instituição de Ensiso Superior Asces, a Comissão

Própria de Avaliação (CPA), com a respectiva elaboração e discussão do Programa de

Autoavaliação Institucional (PAI), ampliou e implementou, no seu processo avaliativo,

as dimensões estabelecidas pelo Sinaes, a fim de possibilitar a melhoria das ações

educacionais e institucionais. Nessa perspectiva, o nosso objetivo nesse artigo está em

apresentar a CPA da Asces na instância de concretização executiva das ações de avaliação

interna, discorrendo sobre as possibilidades e os desafios nos processos e a criação de um

ciclo avaliativo que contempla todos os setores da instituição e que possibilitou uma maior

interação entre todos os agentes participantes do processo de Avaliação.

Palavras-chave: avaliação interna; ciclo avaliativo; educação superior.

14. Estratégia de institucionalização da avaliação institucional na UfbaUniversidade Federal da Bahia (Ufba)

Antonio Virgilio Bastos Bittencourt, Jorge Luiz Lordêlo de Sales Ribeiro

RESUMO

A experiência com avaliação, na Universidade Federal da Bahia, não é recente.

Entretanto, com a Lei nº 10.860/2004, que instituiu o Sinaes, a Ufba constituiu a sua

primeira Comissão Própria de Avaliação, composta por representantes de docentes,

discentes, corpo técnico-administrativo e representante da sociedade civil organizada,

seguindo, assim, as recomendações legais. Nestes últimos oito anos, as Comissões

Próprias de Avaliação que se sucederam empreenderam grandes esforços no sentido

de implantar uma cultura favorável à avaliação numa instituição com mais de sessenta

anos de funcionamento. Nesse percurso, algumas estratégias foram utilizadas para

institucionalização da avaliação, dentre as quais citamos as mais importantes: a

inclusão de dois especialistas em avaliação na CPA e a criação de comissões setoriais,

buscando, assim, envolver o maior número possível de atores institucionais no processo

de avaliação. A falta de uma unidade organizacional voltada para apoiar as ações de

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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avaliação constituiu, no entanto, o principal limite a uma efetiva institucionalização do

processo. Coincidentemente, três acontecimentos distintos interferiram na condução

deste processo. Foram eles: a adesão da universidade ao Programa de Apoio a Planos

de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a mudança da

organização acadêmico-administrativa da universidade – criação de um novo Estatuto

e Regimento e, a eleição de um novo Reitor. A adesão ao Reuni resultou na criação de

novos cursos de graduação e novas Unidades Acadêmicas, imprimindo uma rápida e

grande expansão da universidade, com a criação, inclusive de dois campi no interior

do estado, distantes centenas de quilômetros entre si. Se, por um lado, esta expansão

trouxe novos desafios, que foram enfrentados, em parte por alterações no Estatuto e

Regimento da Universidade, aumentando na mesma proporção as dificuldades com a

avaliação, por outro lado, a expansão exigiu a modernização e agilização dos processos

gerenciais. A atual gestão definiu como uma das suas prioridades a institucionalização

dos processos de avaliação, o que se concretizou na recente aprovação de uma

Superintendência de Avaliação e Desenvolvimento Institucional. Em um trabalho

estritamente vinculado à CPA, foi construída uma matriz de avaliação institucional,

que tem guiado os processos de avaliação a cada ano. Por outro lado, foi definido um

conjunto de estudos diagnósticos sobre vários tópicos, destacando-se: estudo sobre

determinantes da evasão, acompanhamento de egressos, imagem interna e externa da

instituição, desempenho de alunos cotistas e não cotistas, e perfil gerencial. Finalmente,

foi concebido um modelo de avaliação dos cursos de graduação que amplia o escopo

do que vinha sendo feito e toma como foco a avaliação do processo de construção da

carreira do estudante. Uma importante diretriz da nova unidade é articular a avaliação

com projetos de intervenção e melhoria do desempenho da universidade, em seus

vários âmbitos. Na apresentação, serão expostos os principais resultados já obtidos

do conjunto de estudos que permitem acompanhar o processo de reestruturação da

área de avaliação institucional na Ufba, apontando-se os desafios que se colocam para

o futuro imediato, entre os quais, se destaca a necessidade de envolvimento maior dos

vários segmentos universitários, em especial seus gestores.

Palavras-chave: avaliação institucional; avaliação do ensino superior; Comissão Própria de

Avaliação.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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15. Estratégias de trabalho da CPA como indutora de melhoria e decisão na gestão administrativa e acadêmica da UnilabUniversidade Internacional da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab)

Maria do Socorro Maia Silva, Aiala Vieira, Max César de Araújo

RESUMO

O presente estudo aborda a política de avaliação da educação superior, com ênfase

no trabalho da Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Universidade da Integração

Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab), no processo de implantação da avaliação

institucional e implementação das primeiras iniciativas de autoavaliação. A missão da

Unilab caracteriza-se pela atuação na cooperação internacional, intercâmbio acadêmico e

solidário com os países membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Nesse sentido, incrementar ações que propiciem a comunicação com a comunidade onde

a universidade está inserida e a oportunidade de verificar em que medida o trabalho

desenvolvido corresponde às demandas da sociedade, tanto na produção de conhecimento

quanto na realização de outros trabalhos, é de suma importância para a institucionalização

de uma política de avaliação. O objetivo que norteia este estudo é descrever as estratégias

de autoavaliação institucional, desenvolvidas na perspectiva de que se apresentam como

elementos importantes para a melhoria das atividades institucionais, bem como para as

decisões da gestão administrativa e acadêmica. Partindo do pressuposto de que as políticas

de avaliação objetivam elevar a qualidade dos resultados institucionais, analisam-se as

atividades da CPA a partir dos componentes que constituíram o processo de avaliação interna

na Unilab no ano de 2013 e as estratégias adotadas, tendo como referencial a legislação

pertinente e documentos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira (Inep). As primeiras conclusões das atividades de autoavaliação na Unilab indicam

que as estratégias adotadas serão determinantes não apenas para o êxito do trabalho da

CPA, mas também para a elaboração de políticas institucionais.

Palavras-chave: ensino superior; gestão; avaliação institucional.

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16. Problematizar caminhos, erigir novas cartografias: a experiência do IFPI – Campus Picos frente ao desafio de construir uma cultura de avaliação institucional.Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI)

Jaislan Honório Monteiro, Enói Maria da Luz Santos

RESUMO

O tema da avaliação institucional tem ganhado amplo espaço na pauta de discussões das

instituições de ensino superior no Brasil. Ao tempo em que funciona como instrumento para

diagnosticar a realidade conjuntural e estrutural da instituição ora avaliada, atua também

como dispositivo para aprimorar sua eficiência e pensar seus paradigmas à luz do seu papel

político e social frente às demandas da sociedade. Em observância à Lei nº 10.861/2004 (que

instituiu o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior – Sinaes) todos os campi do

IFPI direcionaram seus esforços à obtenção de informações que, coletadas e interpretadas

qualitativamente, pudessem apontar as potencialidades e as fragilidades da instituição “em

relação a sua missão, objetivos e às ações que desenvolve na busca de melhor qualidade

acadêmica”, com vistas a agregar valor de transformação ao sistema educacional. O estudo

aqui apresentado tem como propósito a compreensão dos movimentos empreendidos

pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) do IFPI/Campus Picos para mapear/interpretar as

redes de significações presentes no multifacetado ambiente institucional frente ao desafio

de fomentar uma cultura de avaliação. A abordagem metodológica adotada consistiu

em pesquisa qualitativa tipificada como pesquisa-ação alicerçada por análise documental

e pela interatividade de seus membros (autores) nesse processo autoavaliativo. Assim,

buscamos esclarecer alguns conceitos com base em autores como Dias Sobrinho (2008);

Balzan (2011); Ristoff (2005), dentre outros. Ambicionando o florescimento de uma

paisagem institucional cada vez mais condizente com as demandas da contemporaneidade

– e estimulando a ampla participação de todos os atores institucionais (discentes, docentes

e corpo técnico-administrativo) nesse processo –, este trabalho pretende funcionar como

contributo na caminhada do IFPI para a consecução de sua missão institucional de promover

uma educação de excelência direcionada às demandas sociais.

Palavras-chave: avaliação institucional; Comissão Própria de Avaliação; cultura de avaliação.

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17. Processo de autoavaliação na Ufersa: transitando entre o legal, o real e o idealUniversidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa)

Rita Diana de Freitas Gurgel, Mara Raquel de Sousa Freitas, Jacqueline Cunha de V. Martins,

Alexandre José de Oliveira, Maurício Sekiguchi de Godoy, Daniel Freitas Freire Martins,

Elmer Rolando Llanos Villarreal

RESUMO

Desde os anos de 1990, vivemos a implantação de uma política educacional que tem

privilegiado a consolidação do Sistema Nacional de Avaliação em todos os níveis de

ensino. O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), instituído pela

Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004, se fundamenta na necessidade de promover

a melhoria da qualidade da educação superior, bem como orientar a expansão da

sua oferta e o aumento permanente da sua eficácia institucional. Nesse contexto de

criação dessa cultura avaliativa, em 2005, foi criada a Universidade Federal Rural do

Semi-Árido e, em 2008, em função do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação

e Expansão das Universidades Federais (Reuni), do Governo Federal, foi aprovada a

criação do primeiro campus fora da sede, o Campus de Angicos. Atualmente, a Ufersa

possui quatro campi: Mossoró, Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros, mas como saber se

esse crescimento quantitativo e acelerado da instituição tem sido com qualidade? Assim

sendo, este trabalho consiste em relatar a experiência das ações da Comissão Própria de

Avaliação (criada em 2009) da Ufersa, que, guiada pelas dez dimensões do Sinaes, vem,

desde 2010, realizando o processo de autoavaliação, como forma de acompanhar a

execução do primeiro Plano de Desenvolvimento Instituição (2009-2013) e de oferecer

elementos para a elaboração do novo plano. Dentre as ações, destacaremos: a evolução

da participação da comunidade acadêmica no processo autoavaliativo; a utilização das

tecnologias da informação, principalmente, no processo de avaliação docente (emprego

do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas – Sigaa) e divulgação dos

resultados; a contribuição oferecida por meio de seminários para os coordenadores

de curso e chefes de departamentos e a elaboração de material de orientação para

preparação do novo PDI da Ufersa. Também apontaremos os fatores limitadores e os

impactos dos resultados na gestão da instituição. Por fim, concluímos que o processo

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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de autoavaliação na instituição vem sinalizando para a construção de uma cultura

avaliativa, entretanto, reconhecemos que esse processo é lento, pois ao contrário do

público da educação básica, que é ávido pela discussão acerca da temática da avaliação,

principalmente pela avaliação da aprendizagem, no ensino superior, o cenário apresenta

sérios problemas quando o assunto é avaliação.

Palavras-chave: autoavaliação; Comissão Própria de Avaliação; ensino superior.

18. Ressignificando o papel da CPA: possibilidades e perspectivas estratégicas das ações de autoavaliação institucionalFaculdade Frassinetti do Recife (Fafire)

Patrícia Irene dos Santos

RESUMO

A reflexão decorrente da avaliação institucional pode contribuir para a conservação

ou modificação dos rumos das IES, considerando seus objetivos e metas, com base

na sua missão institucional. A relevância de um projeto de autoavaliação institucional

para uma IES se faz imprescindível, contudo, esse processo precisa ser efetivado na sua

totalidade, numa perspectiva transformadora e participativa, devendo integrar-se à vida

cotidiana da instituição, traduzindo-se em uma ferramenta indispensável ao trabalho

de gestão organizacional acadêmica. Partindo do pressuposto de que a autoavaliação

institucional fornece autoconhecimento que pode favorecer ações de melhoramento,

tanto das pessoas envolvidas quanto da instituição, buscamos revelar as possibilidades

estratégicas das ações que vêm sendo consolidadas através da CPA no processo de

autoavaliação interna, além de identificar as perspectivas e os rebatimentos dessas

ações frente à consolidação de uma cultura permanente de autoavaliação institucional

na Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire). A CPA, portanto, busca realizar uma

avaliação multifocal, valorizando a descrição de contextos e privilegiando a análise e

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interpretação dos dados coletados. Para tanto, realiza reuniões semanais sistemáticas;

participa dos colegiados e Núcleos Docentes Estruturantes (NDE’s); procura elaborar

e aplicar instrumentos integralizadores (questionários, entrevistas e Associação Livre

de Palavras-ALP) com toda comunidade acadêmica. Também vem sendo levantada

a legislação pertinente, relatórios e Análise SWOT junto aos setores e aos núcleos

que compõem a instituição; há um investimento na divulgação (site institucional) e

sensibilização de toda comunidade acadêmica para participação na autoavaliação

institucional. Outra estratégia que também valida a ação da CPA é sua localização no

espaço denominado Central de Escuta em parceria com a Ouvidoria e o Serviço de Apoio

Psicopedagógico ao Aluno (Appifire). Salientamos, ainda, uma articulação permanente

do Procurador Institucional (PI) e da Direção da IES junto às ações e propostas pela

CPA. Para a interpretação dos dados empregamos a Análise de Conteúdo (Bardin, 2002)

e contamos também, com a colaboração do Grupo de Estudos Socioeconômicos e

Empresariais de Pernambuco (Gemepe) órgão de pesquisa vinculado à Fafire. Adotamos

como referencial teórico as contribuições de Dias Sobrinho (2000); Silva e Gomes (2007);

Porter (1991); Mintzberg (2000); Oliveira (2005); dentre outros. Os resultados parciais

têm permitido o levantamento de hipóteses que fornecem subsídios ao Planejamento

Estratégico Participativo executado pela IES. Alguns elementos puderam ser delineados,

os quais nomeamos Intenções, Tensões e Repercussões, sinalizando questões como:

concepções sobre autoavaliação, elementos limitadores e facilitadores do processo,

feedback e direcionamento de ações. Concluímos, portanto, que muito embora o papel

da CPA junto ao Sinaes possa se restringir a um órgão de organização e coordenação

da avaliação desenvolvida internamente, na Fafire, vem sendo estabelecida, de fato,

uma ressignificação do papel da CPA. O diagnóstico decorrente da reflexão institucional

indica soluções para a conservação ou modificação dos rumos da IES, considerando seus

objetivos e metas, com base na sua missão institucional. Por sua vez, o papel da Comissão

Própria de Avaliação se traduz, convertendo dados e informações em conhecimento

estratégico, de forma integradora, participativa e reguladora, na produção de subsídios

que contribuem com o planejamento estratégico institucional.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; CPA; planejamento estratégico.

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19. Sinaes em sinal de alerta na Universidade Federal do CearáUniversidade Federal do Ceará (UFC)

Maria do Socorro de Sousa Rodrigues, Jacqueline Ramos Macedo Antunes de Souza

RESUMO

O processo de avaliação da educação superior, preconizado pelo Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Superior (Sinaes), Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004, que

contempla a um só tempo, em sua dinâmica e filosofia os aspectos formativo, somativo,

emancipatório e construtivo, na busca pela melhoria da qualidade da educação superior

no Brasil, já é uma realidade no país e não há como deter sua marcha, sob pena de

retrocesso. As diversificadas formas e etapas de avaliação dos cursos de graduação, sob

a égide dessa lei, com suas dimensões articuladas e interdialogadas vêm colaborando

com o descortinamento do perfil atual dos cursos de graduação, ao tempo em que

contribui com amplo e salutar processo de reflexão coletiva sobre a ferramenta

avaliação no âmbito das Instituições de Ensino Superior (IES), independente do viés

classificatório com que se apresentam os dados às comunidades universitárias do país

e à sociedade. Sob a responsabilidade da Comissão Nacional de Avaliação da Educação

Superior (Conaes), os processos avaliativos vêm construindo história no Brasil, mais

notadamente com o Sinaes, podendo ser verificado nos registros e na operacionalização

do Inep, cuja responsabilidade institucional a este cabe. O objetivo deste ensaio é

apresentar e discutir as ações de reflexão e despertamento da Universidade Federal

do Ceará, nesses dois últimos anos (2012 e 2013) face ao cumprimento das ações de

regulação necessárias e urgentes. Como procedimento metodológico, este trabalho

recolhe as percepções de alunos e gestores acadêmicos, capturadas nos ambientes

em que os processos avaliativos vêm ocorrendo, mais notadamente, nas atividades

de reconhecimento dos 32 cursos de graduação (Reuni), nos ensaios de Autoavaliação

Institucional e Enade, desveladas por meio de entrevistas, encontros e reuniões.

Busca-se interpretá-las à luz da legislação vigente e das contribuições teóricas de Dias

Sobrinho e Zainko, mais notadamente. Alguns resultados vêm demonstrando já não

haver mais lugar para o silêncio dos idos de 2007 a 2011 acerca da avaliação. Há um

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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barulho mental e formal inquietando saudavelmente a comunidade e os ambientes da

niversidade em seus mais diversificados campi e uma desvelada vontade institucional da

gestão superior, CPA e Pró-Reitoria de Graduação em fomentar e suscitar a reflexão para

a criação da cultura avaliativa. Alunos, gestores e docentes esperam ações contínuas a

materializarem-se em melhoria para a garantia da qualidade nos cursos de graduação e

criação da cultura avaliativa.

Palavras-chave: Sinaes; sinal de alerta; cultura avaliativa na UFC.

20. Tecendo compreensões sobre a CPA da UFPE: composição e representatividadeUniversidade Federal de Pernambuco – UFPE

Fernanda Maria Ribeiro de Alencar, Cristina Maria dos Santos Florêncio, Luiz Alberto da

Costa Mariz, Maria Zélia de Santana, Caroline Wanderley Souto Ferreira

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo socializar as experiências da Comissão Própria

de Avaliação da Universidade Federal de Pernambuco em relação à implementação

de procedimentos para seu funcionamento. Seguindo orientação do ordenamento

jurídico educacional brasileiro, a UFPE, nos termos da Portaria Ministerial nº. 2.051,

de 09 de julho de 2004, instituiu a CPA através da Portaria nº. 1291 em 14 de julho de

2004. No ano de 2011, a fim de ajustar a representatividade, a Comissão passou a ser

composta por um representante de cada segmento docente, técnico-administrativo e

discente dos doze Centros Acadêmicos localizados em Recife, Vitória de Santo Antão e

Caruaru, além de dois representantes da comunidade externa. Com essa composição, a

CPA da UFPE se tornou uma das maiores Comissões do Brasil, com 38 membros, o que

impactou e inviabilizou algumas de suas atividades, sobretudo, o processo decisório e a

presença significativa de seus integrantes, por ocasião das assembleias e das visitas dos

avaliadores externos. Com pouca visibilidade em suas ações, a CPA não era reconhecida

pela comunidade acadêmica, visto que essa mesma comunidade não vinculava os

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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resultados do processo de autoavaliação institucional às atividades da Comissão; além

de demonstrarem preocupação que os resultados das informações coletadas por esses

procedimentos de autoavaliação fossem utilizados de forma punitiva. A partir de 2011,

com uma nova composição dos representantes e do coordenador e vice, a CPA-UFPE

toma novo fôlego e passa a socializar o processo de autoavaliação na comunidade

universitária como compromisso de todos e para todos. Com esse propósito, foi

realizado o I Seminário de Autoavaliação para socializar entre os pares as preocupações

e as experiências. Embora a CPA tenha sido formada oficialmente desde 2004, seu

Regimento Interno só foi aprovado em 2012, pelo Conselho Universitário (Consuni),

passando a ter uma representatividade ainda maior, com a inclusão do Colégio de

Aplicação e de um representante de cada um dos Órgãos Suplementares da UFPE.

Porém, como estratégia de trabalho, foi criada a seguinte estrutura em seu regimento:

Coordenação Geral (composta por coordenador e vice-coordenador), integrantes da

CPA e eleitos pelo conjunto de seus componentes, e as Subcomissões (membros de cada

Centro Acadêmico), Colégio de Aplicação, Órgãos Suplementares e um Núcleo Gestor,

que representa a CPA junto às comissões externas de avaliação do INEP-MEC. O Núcleo

Gestor é composto pelo coordenador, vice-coordenador, dois representantes do corpo

docente, dois representantes do corpo técnico-administrativo e um representante da

administração central. Atualmente, ainda é de fundamental importância estabelecer

procedimentos para dar mais visibilidade à CPA, contribuindo para o reconhecimento

de um espaço de construção de uma cultura de autoavaliação institucional e sua

legitimação como equipe coordenadora do processo. Com a expansão e divulgação de

suas atividades, a CPA passou a subsidiar o planejamento da UFPE em vários setores

através de informações construídas e apontadas pela Comissão, preservando o princípio

da autonomia e reconhecendo o Consuni como foro legítimo para aprovação de suas

ações em última instância.

Palavras-chave: composição; representatividade; legitimidade.

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Região Norte

21. A CPA e o aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem na Faculdade Martha Falcão, Manaus, AMFaculdade Martha Falcão (FMF)

Manoel Carlos de Oliveira Jr., Helena Rosa Vieira Lima, Luiza Maria Bessa Rebelo

RESUMO

A partir da Lei nº 10.861/2004, que instituiu o Sinaes, a Comissão Própria de Avaliação

(CPA) passou a integrar a estrutura organizacional das IES, com autonomia de gestão.

Face à experiência vivenciada na Faculdade Martha Falcão (FMF), de Manaus, a qual vem

desenvolvendo a autoavaliação desde sua instalação, o presente trabalho visa apresentar as

inovações incrementadas e os resultados obtidos. Em funcionamento desde 2000, com cerca

de 3.300 alunos, a FMF possui 17 cursos, entre bacharelado, licenciatura e superiores de

tecnologia, a maior parte nas áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Com a finalidade

de supervisionar, conduzir, executar e divulgar os processos e os resultados de avaliação

interna, abrangendo todos os segmentos da comunidade acadêmica, a CPA tem exercido

papel fundamental para consolidar a cultura de avaliação. Consoante com as diretrizes legais,

a FMF vem realizando avaliações de maneira sistemática, fomentando a discussão interna

sobre a gestão institucional e condicionando a tomada de decisões. O processo avaliativo e a

permanente discussão a respeito de seus efeitos sobre a qualidade das aulas e do desempenho

acadêmico acarretaram uma reflexão sobre a ampliação do escopo de atuação da CPA para

além da aplicação de instrumentos de avaliação quantitativa e qualitativa das condições gerais

do processo de ensino e aprendizagem. O estudo está respaldado em literatura referente à

qualidade de ensino e à eficácia de aprendizagem, no contexto da sociedade do conhecimento

e do avanço tecnológico, em particular em Hargreaves (2002), Freitas (2009), Christensen

(2009), Meirieu (1998), Cunha (1998), Preedy (2006), Day (2004) e Lemov (2011). Implicou

a proposta de readequação do projeto de avaliação institucional. Em 2009, iniciou-se um

processo de ampliação das atividades da referida comissão, abrangendo, a partir de então,

o processo de avaliação do ensino e da aprendizagem. Foram criadas Câmaras Assessoras,

com função precípua de analisar e qualificar os instrumentos de avaliação de aprendizagem e

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práticas pedagógicas. Com a denominação de Núcleo de Qualidade em Processos Avaliativos

(NQPA) e Núcleo de Qualidade em Práticas Pedagógicas (NQPP), respectivamente, esses

órgãos auxiliares têm representantes dos cursos da IES e são coordenados pela CPA. Foram

desenvolvidos e aplicados instrumentos de avaliação específicos para essas dimensões.

Como resultados apontam-se maior interação da comunidade docente, implementação de

programas de capacitação contínua para professores, elaboração de manuais de orientação

didática, melhoria dos processos supramencionados, maior comprometimento de alunos e

docentes com processos de avaliação interna e externa, e, como indicador externo, melhoria

nos resultados em exames de ordem e Enade. O processo em andamento e constante revisão

têm conseguido agregar um conjunto cada vez maior de docentes nas ações de capacitação

contínua. Espera-se aprimorar o processo de avaliação e consolidar estratégias diferenciadas

de metodologia e de avaliação de ensino e aprendizagem, paralelamente às ações tradicionais

de autoavaliação institucional.

Palavras–chave: avaliação institucional; avaliação de aprendizagem; práticas pedagógicas.

22. Autoavaliação institucional: perspectivas de melhorias ou mero cumprimento de obrigação?Centro Universitário do Norte (Uninorte)

Aldenéia Soares da Cunha

RESUMO

O estudo “Autoavaliação institucional: perspectiva de melhorias ou mero cumprimento

de obrigação?”, realizado no Centro Universitário do Norte (Uninorte), teve por objetivo

analisar as percepções dos sujeitos envolvidos no processo de avaliação interna

institucional e indicar as dificuldades da Comissão Própria de Avaliação na realização

dessa atividade. Em função das proximidades relacionais entre a temática e a gestão do

ensino superior diversos desdobramentos poderiam surgir. No entanto, para este estudo,

foram norteados alguns aspectos da avaliação institucional interna condizentes com os

aspectos legais a fim de identificar fortalezas, fraquezas, oportunidades e ameaças que

inviabilizassem o crescimento da instituição que se autoavalia. A CPA da Uninorte existe

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desde 2004, com a promulgação da Lei nº 10.86/04 e tem como finalidade elaborar

autoconhecimentos sobre suas atividades com o intuito de melhorar a qualidade

na educação e alcançar maior relevância social. Desde a promulgação da referida

lei, as avaliações internas nas instituições de ensino superior se tornaram práticas

comuns, porém muitas vezes não levadas a sério, servindo apenas para cumprir uma

obrigatoriedade do sistema. Concebida desta forma, a avaliação interna das instituições

se tornam meras formalidades que se encerram, muitas vezes, no preenchimento

de questionários pelos gestores, professores e alunos. Por outro lado, se concebida

como processo de autoconhecimento, pode tornar-se uma ferramenta essencial para a

melhoria da qualidade dos serviços oferecidos pela instituição. Sendo assim, a reflexão

sobre a percepção dos sujeitos que avaliam se torna importante, pois trará indicadores

sobre o modo de atuação da CPA e as práticas dos dirigentes das instituições particulares

de ensino superior. Esse estudo foi desenvolvido a partir da experiência de três anos na

coordenação da CPA e da análise dos questionários aplicados a gestores, docentes e

alunos. Os encontros realizados com esses sujeitos para as devolutivas das avaliações e

os registros em atas de suas opiniões também se tornaram uma rica fonte de informação.

Observar o ponto de vista de quem avalia pode ser uma maneira de conscientização da

política avaliativa implantada pelo Sinaes/MEC no mundo acadêmico, e, a partir desse

entendimento, as relações estabelecidas nesse processo possam vir a ser esclarecidas,

respeitosas e justas. Para que a autoavaliação realmente se torne um instrumento de

busca de melhorias é preciso que os sujeitos partícipes sejam educados sobre o seu valor

e sua razão, treinando-os para a importância de todo o processo. A proposta de refletir

sobre a autoavaliação propiciou a contextualização histórica do tema e o conhecimento

de algumas características importantes da construção do processo avaliativo em vigor.

Palavras-chave: autoavaliação; gestão; ensino superior.

23. Avaliação institucional participativa no Cesupa: desafios e contradiçõesCentro Universitário do Pará (Cesupa)

Gisele Seabra Abrahim, Elza EzildaValente Dantas, Carlos Benedito Pereira da Paixão

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RESUMO

Desde 2004, a autoavaliação institucional no Centro Universitário do Estado do Pará

(Cesupa) pauta-se pelo diálogo e pela participação da comunidade. No entanto,

a adesão voluntária a esse processo sempre foi um desafio para a Comissão Própria

de Avaliação (CPA). Em 2011, após projeto piloto no curso de Direito, a utilização do

sistema de serviços online da instituição passou a ser condicionada à pesquisa de

autoavaliação, o que provocou o aumento no índice de participação dos discentes.

Diante disso, o objetivo deste artigo consiste em examinar os efeitos do condicionamento

para o acesso ao sistema online nos resultados e índices de participação discente

na avaliação docente. O referencial teórico é balizado pela perspectiva da avaliação

participava, é apoiado, sobretudo, nos estudos de Leite (2005), permitindo a discussão

das contradições do processo democrático nesse método adotado pelo Cesupa, e

nas contribuições de Belloni (1997) acerca do compromisso da universidade para a

construção da cultura avaliativa. Os procedimentos metodológicos utilizados incluíram

a abordagem quantitativa, com apoio do software SPSS, para a realização do teste T

de Student pareado, que comparou a participação discente na avaliação docente, em

2010 e 2012, antes e após o condicionamento do sistema. A amostra incluiu 14 cursos

de graduação com 2.434 e 3.021 discentes respondentes do questionário nos dois

períodos do recorte dessa pesquisa. Aplicou-se também o teste de Alpha Cronbach (α)

para examinar a confiabilidade dos resultados, conforme o questionário aplicado. A

abordagem qualitativa envolveu a interpretação dos significados de 140 depoimentos

dos alunos do curso de Direito, acerca de 10 professores, sob a perspectiva da análise de

conteúdo (Bardin, 1977; Minayo 2007). A análise das falas iniciou-se com a leitura dos

depoimentos dos alunos para identificação das unidades de significado e codificação.

Foram consideradas as expressões cujo conteúdo apresentou significado avaliativo,

logo essas foram categorizadas em frases semelhantes dentro das dimensões: normas

institucionais, competência técnica, aspectos didático-metodológicos, aspectos da

avaliação da aprendizagem e de relacionamento interpessoal. Em seguida, foi possível

interpretar os depoimentos para examinar se eles corroboravam ou não as médias

obtidas de cada professor. Identificou-se que, após o condicionamento da coleta de

dados, houve aumento significativo na participação dos alunos na avaliação docente

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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ao se obter um índice de 95% de confiança, ou seja, baixa possibilidade de respostas a

esmo, uma vez que apenas cinco das 140 falas destoaram dos resultados quantitativos.

Percebe-se, por fim, que o Cesupa caminha para consolidar uma cultura que percebe

a autoavaliação como um processo indissociável da melhoria contínua da instituição,

mas ainda consolida uma consciência coletiva para a promoção de um processo de

autoavaliação com participação voluntária.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; avaliação participativa; participação voluntária.

Região Sudeste

24. A avaliação docente e seu impacto na melhoria do ensinoUniversidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

Ana Maria Porto Castanheira, Mary Rosane Ceroni

RESUMO

Desde o início de 2001, a Universidade Presbiteriana Mackenzie desenvolve processos

de avaliação institucional como ferramenta de autoconhecimento. Com a implantação

do Sinaes, a Comissão Permanente de Avaliação refez seu planejamento levando em

conta as novas orientações dadas. Desde então, a CPA toma iniciativas no sentido de

conhecer as características da IES e discutir decisões para as melhorias necessárias.

Nesse sentido, o docente ganha prioridade natural acompanhada de uma preocupação

diferenciada, pois o professor é parte decisória na qualidade de ensino, o elemento mais

importante de todo o processo de ensino. No calendário organizado pela CPA-UPM,

o processo de avaliação é repetido anualmente (desde 2001) criando a possibilidade

de comparações entre as unidades e entre as disciplinas que um mesmo professor

leciona. Todos os alunos recebem as questões, em sala de aula, de membros da CPA e

as respondem sem a necessidade de se identificar, em seguida, a tabulação é realizada

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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com o auxílio de leitura óptica. O questionário proposto é composto por 15 questões

versando sobre o desempenho docente. Os acadêmicos atribuem notas de 1 (ruim)

a 5 (ótimo) para cada questão do questionário. No inicio das atividades, houve certa

resistência por parte dos professores que temiam algum tipo de punição, o que levou

a CPA a desenvolver um processo de sensibilização, deixando claro ao professor que

seu papel é fundamental para a implantação de qualquer processo de mudança e

que a percepção do aluno sobre seu professor pode colaborar com a identificação de

caminhos que conduzam à análise das competências avaliadas. Na hora da avaliação,

a CPA faz questão de estar presente nas salas de aula para conscientizar os alunos da

importância da participação comprometida de cada um. O objetivo desse trabalho é

provocar reflexões sobre este processo, analisando os problemas enfrentados no início,

as possíveis fragilidades e resultados obtidos, que culminaram com a melhoria do

trabalho docente e com o incentivo a sua formação continuada. O referencial teórico

sobre a formação docente enfatiza sempre que a figura do professor é importante e que

sua integração aos processos avaliativos é prioritária para a eficácia do resultado. Como

esta avaliação é realizada desde 2001, existe um histórico individual do resultado de

cada professor, a análise é realizada levando em conta todo o processo e não somente

um único resultado. Não se elaboram rankings, somente o docente tem acesso a sua

própria avaliação, acompanhado pela Coordenação de Curso e Direção, que tem acesso

aos resultados completos. Compreende-se que a reflexão que o professor faz de sua

atuação em sala de aula torna-se necessária e relevante. Criou-se (desde 2003) um

Fórum Permanente de Ensino, Pesquisa e Extensão e Semanas Pedagógicas, em que

os professores discutem estratégias de aula e sua própria atuação, o que garante a

melhoria contínua da gestão de sala de aula. Tanto alunos como professores participam

do processo sem receios, criando-se espaços de diálogo e atividades diferenciadas,

oferecendo oportunidade de desenvolver-se uma metodologia dialética.

Palavras-chave: avaliação; qualidade; formação de professores.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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25. A construção da “práxis” institucional em autoavaliação e sua consolidação na vivência do SinaesUniversidade Cruzeiro do Sul (Unicsul)

Vanda Rutkowski Tognarelli

RESUMO

A proposta deste artigo é a de encaminhar reflexões sobre a temática da avaliação

institucional na educação superior brasileira, transitando entre o cenário teórico da área, a

efetiva prática em uma instituição de ensino superior e o atendimento às exigências legais

dos órgãos avaliativos e reguladores do Estado. O trinômio teoria, exigências legais e práxis

institucional desenha um percurso obrigatório nas reflexões e orientações para a efetiva

condução do processo autoavaliativo pela Comissão Própria de Avaliação (CPA), o qual se

pretende aplicável no contexto das exigências atuais. O objetivo precípuo desta exposição

é o de socializar a construção desta práxis específica que, em 19 anos de exercício, se

definiu como um dos elementos impulsionadores da qualidade institucional, valendo-se

de novas possibilidades que o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes)

oportunizou ao definir no Art. 11 da Lei nº. 10.861 de 2004 as reais funções das CPA. A

experiência relatada ocorreu na Universidade Cruzeiro do Sul, na cidade de São Paulo,

a qual previu a existência da autoavaliação, antes mesmo de tornar-se universidade

(1992) e, tão logo reconhecida (1993), colocou em prática o previsto. Contando com uma

comissão coordenadora, o processo foi ampliando-se e, quando da inserção do Sinaes,

já era uma realidade na comunidade institucional. Alterações e ajustes foram realizados

em função de consolidar o processo e ampliar as oportunidades da CPA, especialmente

no que se refere à produção de conhecimentos e às aplicabilidades práticas. Em um local

produtor de ciência e teoria, como é o caso das instituições de ensino superior, o processo

autoavaliativo deve, obrigatoriamente, estar fundado em paradigmas científicos capazes

de suportar o modelo proposto. A metodologia adotada na construção desta práxis foi

a pesquisa-ação e os fundamentos teórico metodológicos ancoraram-se nos paradigmas

crítico-dialético, empírico-analítico e socioantropológico. Esta opção permitiu à CPA, com

total apoio institucional, definir os elementos constitutivos de seu modelo avaliativo em

missão, política, objetivos e propostas próprios e levou-a a transitar entre a gestão da IES

e os poderes dos órgãos avaliativos e reguladores, com legitimidade e segurança. Estudos

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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revelam que entre as positividades do poder está a produção do saber e, neste tecido

conjuntural, os envolvidos produziram saberes teóricos e tecnológicos apropriados às

exigências institucionais e às oportunidades configuradas pela vivência do Sinaes. A título

de uma conclusão provisória, visto que o contexto institucional é movimento, sinalizamos

que a área possui processos específicos em autoavaliação, incluindo um Grupo de Estudos

e Pesquisas inscrito no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq), que alimenta a práxis da CPA. A construção de um perfil e uma atuação própria

vem proporcionando resultados compensadores interna e externamente e reforçando a

convicção de que nenhum contexto consegue ser hermético diante da vontade política de

construir práticas inovadoras.

Palavras-chave: autoavaliação; práxis institucional; Sinaes.

26. A utilização do Google Docs como ferramenta para a autoavaliação institucional na Faculdade de Ciências Humanas e SociaisFaculdade de Ciências Humanas e Sociais (Facihus)

Cristina Soares de Sousa, Kelma Gomes Mendonça Ghelli

RESUMO

Ciente da importância de se efetivar um processo de avaliação institucional e tendo em

vista a busca de melhoria e excelência acadêmica e administrativa, a Facihus implantou o

processo de autoavaliação desde 2002. O processo de avaliação interna tem-se constituído

em uma forma de diagnóstico e feedback, tanto para o processo de gestão educacional

quanto para o encaminhamento das ações acadêmico-institucionais de um modo geral.

Este trabalho tem como objetivo descrever a atual metodologia utilizada pela Faculdade de

Ciências Humanas e Sociais para o bom desempenho na avaliação institucional. Frente à

necessidade de uma metodologia prática, eficiente e que evitasse o gasto abusivo de papel,

visto que devemos caminhar para um mundo sustentável, ficou definido que seria utilizado

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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o Google Docs como ferramenta para criação e disponibilização dos questionários online e

ainda produção dos gráficos. Este é um serviço que possui editor de textos, editor de planilhas

eletrônicas e possibilita a criação de formulários. Para elaboração dos questionários, foram

seguidas as dimensões sugeridas pelo Sinaes. Para a autoavaliação de junho de 2012, foram

elaborados oito questionários: aluno avaliando professor, IES, Coordenador; professor

avaliando coordenador e IES; coordenador avaliando professores e IES e os funcionários

avaliando IES. Foram aferidos conceitos: 5- Sempre/Excelente, 4-Quase sempre/Ótimo,

3- Às vezes/Bom, 2- Raramente/Regular, 1- Nunca/Inexistente. Esses questionários foram

disponibilizados no site da Instituição, no link Avaliação Institucional. Foram geradas senhas

de acesso diferentes para cada curso. Para garantir a maior participação discente, os alunos

foram encaminhados até o laboratório de informática para responder aos respectivos

questionários. A aplicação de instrumentos de avaliação assegura níveis de qualidade

capazes de corresponder às demandas de formação profissional e de atender a critérios

científicos e acadêmicos reconhecidos internacionalmente. A avaliação institucional é

compreendida como a grande responsável pelas mudanças no processo administrativo e

acadêmico. Constitui-se, pois, em um importante instrumento de prestação de contas para

a própria instituição e para a sociedade. O resultado obtido nas três últimas autoavaliações

(junho e novembro de 2012 e maio de 2013) foi muito positivo. Mais de 70% dos alunos,

professores, coordenadores e funcionários participaram da avaliação institucional. O

processo se tornou mais rápido, visto que antes tanto responder aos questionários

quanto fazer as observações por escrito era demorado, além da dificuldade de análise dos

resultados. Com a utilização da ferramenta Google Docs, à medida que as pessoas iam

respondendo, era gerado um gráfico para cada pergunta instantaneamente. Ao final da

avaliação, as porcentagens disponibilizadas nos gráficos individuais foram utilizadas para

criação dos gráficos gerais apresentados nos relatórios parciais e finais. Esses dados foram

impressos, encadernados e discutidos em cada setor. Após as análises, foram sugeridas

ações acadêmicas e administrativas em função dos resultados. Com base nas três últimas

avaliações, a metodologia se mostrou prática, eficiente e econômica.

Palavras-chave: autoavaliação; Google docs; Fachius.

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27. As estratégias de comunicação institucional da CPA como mecanismo para o aumento da participação do corpo discente nas avaliações da FagocFaculdade Governador Ozanam Coelho (Fagoc)

João Paulo Ciribeli, Alex Sandro Oliveira Silva, Rafaela Martins Namorato, Vanessa

Aparecida Vieira Pires

RESUMO

O presente artigo consiste num trabalho teórico-empírico que visa identificar e analisar as

principais estratégias de comunicação institucional adotadas pela Faculdade Governador

Ozanam Coelho (Fagoc), no que se refere à realização da avaliação institucional por parte

da Comissão Própria de Avaliação (CPA), e avaliar o grau de participação de seus discentes.

Quanto à sua classificação metodológica, a pesquisa é enquadrada, por sua natureza,

como aplicada, quali-quantitativa (considerando o tratamento dos dados) e descritiva. Para

atingir os objetivos, utilizou-se de pesquisa bibliográfica (fontes secundárias) e documental

(fontes primárias). O embasamento teórico foi direcionado a dois pontos centrais: 1. Os

canais de comunicação como estratégia metodológica das ações da CPA e 2. A avaliação

institucional como mecanismo participativo e de (re)construção da IES. Os principais

autores que fundamentaram a reflexão sobre o tema foram Kotler e Keller (2006), Kotler e

Armstrong (2005), Chiavenato (2003) e Pinho (2004). Considerando os resultados, pode-se

perceber que a IES utiliza um variado número de canais de comunicação (ao todo 11), e,

ainda assim, consegue fazê-lo com um custo relativamente baixo. Pode-se verificar que

a avaliação ocorre ao menos 01 (uma) vez por semestre, num período de 12 dias e com

uma média de 98 perguntas entre obrigatórias, optativas, abertas e fechadas. Sobre a

participação dos alunos, aferiu-se que, nos últimos cinco semestres, de 2011-1 a 2013-1, a

porcentagem do corpo discente que respondeu ao questionário da avaliação institucional

disponibilizada na intranet da IES via Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA) foi de

80,06%.

Palavras-chave: comunicação; avaliação; CPA.

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28. Autoavaliação institucional na Unigranrio: relato de uma caminhadaUniversidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy” (Unigranrio)

Herbert Gomes Martins, Andressa Maria Freire da Rocha Arana, Angelo Santos Siqueira,

Carolina de Souza Rocha, Emerson Rosa Santana, Lindonor Gaspar de Siqueira, Luciano

Freitas do Nascimento, Maria Luiza de Souza Andrade, Mary Neuza Dias Galdino, Paulo

Roberto de Sant’Anna, Roberto dos Santos Machado, Thereza Christina de Vasconcellos

RESUMO

Este trabalho relata o processo de autoavaliação institucional na Universidade do Grande

Rio “Prof. José de Souza Herdy” (Unigranrio), que teve sua caminhada iniciada em 2004

com a criação da Comissão Própria de Avaliação (CPA), de acordo com as diretrizes do

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Apresenta uma reflexão

acerca das estratégias e dos procedimentos utilizados rumo à consolidação de uma

política de autoavaliação institucional. A Unigranrio é uma universidade particular, com

sede em Duque de Caxias, município localizado na baixada fluminense do estado do Rio de

Janeiro, possui sete campi e cinco unidades e conta com aproximadamente 30.000 alunos

matriculados em 47 cursos de graduação e cinco programas de pós-graduação stricto

sensu. Ao longo do texto, expõe-se breve descrição da CPA, das opções metodológicas,

das estratégias de sensibilização, discussão e divulgação dos resultados, dos impasses e

das adequações vivenciadas no período de 2004 a 2013, com o objetivo de promover uma

avaliação cada vez mais participativa e comprometida com a aplicação dos resultados no

processo de aperfeiçoamento da gestão universitária. Destaca a variedade de experiências

metodológicas e instrumentais correspondentes às diferentes estratégias de abordagem da

comunidade, desenvolvidas nestes 10 anos de atividade contínua. Dentre as metodologias

inovadoras são descritas: a) a aplicação da Técnica de Pequenos Grupos (TPG), técnica

introduzida pela Universidade de Washington, conhecida como through small group

diagnosis (SGDI) ou Diagnóstico Instrucional de Pequenos Grupos – o grande trunfo da

técnica está em sua simplicidade metodológica; e b) o Click Avaliação, evento planejado

como estratégia de sensibilização da comunidade acadêmica, voltado para o envolvimento

dessa com o processo de avaliação interna realizado pela CPA e com o fortalecimento da

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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imagem da universidade. A opção metodológica pela avaliação qualitativa e pela análise

de conteúdo, com pressupostos fundamentados por Bardin (1977) e demais teóricos

citados ao longo do texto, teve por base a compreensão de que dar vez e voz às produções

cotidianas, expectativas e pontos de vista de todos, abriria possibilidades de compreender

a instituição de forma mais internalizada. A criação de estratégias e metodologias para

o trabalho da CPA não teve como preocupação maior fazer uma aferição rigorosamente

precisa, mas garantir o envolvimento e o compromisso ético de todos os segmentos da

universidade, num processo de autoconhecimento institucional.

Palavras-chave: autoavaliação; metodologia de avaliação; avaliação qualitativa.

29. Autoavaliação institucional: a experiência da UnimepUniversidade Metodista de Piracicaba (Unimep)

Sanete Irani de Andrade, Ana Maria Romano Carrão, Marco Antonio Sperl de Faria, Miriam

Coelho de Souza, Diogo de Siqueira Camargo Vasconcelos, Homero Scarso

RESUMO

A Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), com sede em Piracicaba (SP), oferece

57 cursos de graduação, 28 de especialização/MBA, 7 de Mestrado e 4 de Doutorado,

distribuídos nas unidades de Piracicaba (SP) – campus Centro e campus Taquaral –,

Santa Bárbara D’Oeste (SP) e Lins (SP) e conta atualmente com aproximadamente 10.000

alunos matriculados. A avaliação institucional na Unimep está associada, como referência

de qualidade, ao projeto institucional vinculado à Política Acadêmica implementada nos

anos de 1980 e, desde 2004, atende às orientações estabelecidas na Lei nº 10.861/04,

que instituiu o Sinaes . O presente artigo tem como objetivo apresentar a experiência

do processo de autoavaliação da Unimep e suas estratégias, adotadas pela CPA, para

transformá-lo em uma atividade regular executada com a contribuição dos membros de

todos os segmentos da comunidade acadêmica, assim como da comunidade externa. O

conjunto de informações e dados coletados para este estudo foi constituído mediante

pesquisa documental, pesquisa em dados secundários e consulta aos dados apurados

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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pelo processo de avaliação institucional da IES. O referencial teórico amparou-se em

documentos disponíveis no site do Inep, na Lei nº 10.861/04, de 14 de abril de 2004 e em

artigos e obras especializadas que tratam da temática da avaliação institucional. Após os

vários processos de autoavaliação postos em prática, conforme estabelecido no projeto

elaborado pela CPA, pode-se afirmar que as ações dessa comissão têm sido bem recebidas

pela comunidade acadêmica: o percentual de respondentes passou de um intervalo inicial

de 2% a 10% para 70%, e os gestores têm demonstrado disposição em atender, tendo

atendido de fato e, na medida do possível, a muitas das reivindicações do corpo discente.

As solicitações que demandam maiores investimentos em tempo e recursos financeiros ou

alterações de estruturas físicas têm sido levadas a estudo e planejadas para atendimento a

médio e/ou longo prazo. As ações propostas no projeto que, por algum motivo, não tenham

sido levadas a bom termo, têm sido rediscutidas pela CPA e novas estratégias traçadas para

que se constitua na Unimep uma efetiva cultura da avaliação que, além de dar suporte à

busca permanente de melhorias dos serviços institucionais, torne o processo avaliativo

um processo regular, contínuo, cíclico, sem qualquer caráter punitivo para qualquer dos

sujeitos envolvidos.

Palavras-chave: Unimep; autoavaliação; cultura de avaliação institucional.

30. Autoavaliação institucional: a legitimação como pressuposto para o encaminhamento de tomadas de decisõesPontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP)

Sandra Ferreira Acosta, Anamérica Prado Marcondes, Clarilza Prado de Sousa

RESUMO

Este artigo foi elaborado a partir de um estudo que situa a avaliação institucional como

instrumento capaz de possibilitar à universidade o resgate e a organização de diferentes

informações e saberes por meio da sistematização e da análise de suas práticas, visando

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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oferecer subsídios para o aperfeiçoamento das decisões que podem reafirmar sua

identidade social. Tal estudo teve como objetivo compor uma proposta metodológica

de avaliação vivenciada por uma IES, que levou em consideração a complexidade

institucional de uma universidade e as dificuldades inerentes à realização dos processos

avaliativos internos e à utilização de seus resultados para o aperfeiçoamento das

ações educacionais. Foi organizado em ciclos de aprofundamento do conhecimento

da realidade e contou com etapas que implicaram em sucessivos envolvimentos

diferenciados da comunidade, possibilitando manifestações de diferentes sentidos da

realidade. Procurando dar conta da complexidade institucional, a proposta metodológica

para a realização da autoavaliação institucional foi apoiada em três pilares: 1) Etapas

para vivências de participação e legitimação nos diferentes momentos do processo

avaliativo; 2) Participação qualificada: tal participação está baseada no respeito aos

sujeitos pela sua vivência e inserção na universidade. Assim, sem perder de vista a

ampliação contínua da participação, assegura-se a presença de atores diretamente

envolvidos com o objeto de avaliação, compondo com outros que vivem o ambiente

institucional; e 3) Monitoramento do processo de tomada de decisões: assume a

peculiaridade de acompanhamento sistemático de um conjunto de ações definidas

como encaminhamentos pelo processo avaliativo. Para tanto, a metodologia do trabalho

definiu uma coleta diversificada de informações – questionários, roteiros e grupo focal

– que foram coletadas na comunidade universitária interna e externa – professores,

alunos, gestores, funcionários e representantes da sociedade civil. Como suporte foi

utilizado um conjunto de softwares (Alceste e SPSS), que permitiu a realização de

análises específicas. Os resultados revelaram, de maneira geral, que, apesar de seu

grande porte e de sua complexidade, a universidade possui uma representação social

positiva de sua imagem destacando a qualidade de seus professores e a excelência de

seu ensino. As conclusões indicaram também que é possível superar o paradigma da

avaliação estática e descritiva, acoplando ao plano de ação a proposta de legitimação

das análises. Tal proposta aproxima o diálogo entre os resultados e os interlocutores

qualificados da comunidade universitária, assim considerados pela sua inserção na

instituição e vivência com o objeto investigado. A legitimação, como proposta, que

considera a mediação dos processos psicossociais nas práticas avaliativas, visa ao

aprofundamento gradativo da compreensão das diferentes dimensões que compõem

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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a IES, enfatizando o envolvimento crescente da comunidade universitária com vistas

a diferentes tomadas de decisões. O estudo, ainda em andamento, encontra-se numa

nova fase da pesquisa avaliativa. O objetivo é dar eficiência à gestão dos resultados

avaliativos, reconhecendo e investindo na sua capacidade de retroalimentar o processo

educativo, visando a seu aperfeiçoamento.

Palavras-chave: educação superior; avaliação institucional; legitimação; representações

sociais.

31. Avaliação institucional interna: sentidos e significados atribuídos pela Comissão Própria de Avaliação à pesquisa no Centro Universitário Estácio Radial São PauloCentro Universitário Estácio Radial São Paulo (Estácio Uniradial)

Adriano Luis Fonseca, Marilene Garcia, Pedro José Lacchia, Rita Elvira Garcia

RESUMO

O texto apresenta as etapas de implantação da avaliação institucional interna no Centro

Universitário Estácio Radial de São Paulo no período de 2008 a 2013. Essas diretrizes

são efetivadas nas ações desenvolvidas pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) –

constituída de um representante de cada segmento, corpo docente, corpo discente,

corpo técnico-administrativo e um representante da sociedade civil organizada–,

cuja coordenação está a cargo do representante docente. Essa comissão tem como

atribuição fundamental articular a autoavaliação, principal meio de coleta de dados,

por sua abrangência (pesquisa respondida por alunos, docentes, coordenadores e

administrativos); por sua acessibilidade (online); por sua periodicidade (semestral); e

pela relevância das suas questões, alinhadas às dez dimensões avaliadas pelo Sinaes.

Cumpre com as etapas de preparação, desenvolvimento e consolidação. O objetivo

deste trabalho foi articular o atendimento às necessidades do contexto da instituição

e, ao mesmo tempo, às demandas das diretrizes dos Sinaes, e ainda buscar, por meio

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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dessa relação, favorecer melhorias na qualidade do atendimento das ações acadêmicas

e administrativas da instituição. O procedimento metodológico corresponde ao

período de 2008 a 2010: a) Aplicação do questionário contendo perguntas fechadas,

abrangendo as dez dimensões de análise, conforme estabelecem as diretrizes oficiais

do MEC/Inep/Conaes para avaliação das IES; b) Conhecimento e análise das respostas

agrupadas, tomando como referência a instituição, os cursos e professor/disciplina.

Após o exame dos dados obtidos no questionário, foi proposto um novo instrumento:

a) grupo focal com a intenção de não só validar, mas também de ampliar os resultados

obtidos com o questionário e de evitar possíveis equívocos de interpretação. Além

disso, é uma possibilidade de os participantes esclarecerem as informações que eles

mesmos forneceram. Cada um desses agrupamentos deu origem às categorias de análise

inspiradas em alguns conceitos e princípios da teoria de desenvolvimento sócio-histórica

de Lev. S. Vygotsky. O período de 2011 a 2013 revela os resultados do período anterior,

ou seja, evidencia a importância da utilização dos distintos referenciais metodológicos.

Essa prática desencadeou um processo contínuo de observação, registro, reflexão,

síntese, avaliação e planejamento, intensificado e sistematizado a partir da primeira

etapa avaliativa. Isso possibilitou ampliar, atualizar e elaborar novas propostas de

ações de melhoria para a IES, como reestruturar e ampliar as categorias de análise das

perguntas no questionário, o que culmina com a criação do plano de ação e melhoria

elaborado por gestores e coordenadores de curso. Essa prática legitima e confere

credibilidade ao processo avaliativo, cumprindo os objetivos de consolidar uma cultura

avaliativa como forma de aprimoramento da IES e de consolidar a ação da CPA como

instrumento de gestão. Concluímos que os participantes da comunidade acadêmica se

apropriam, sim, dos significados dos documentos legais, porém os sentidos adequados

do processo de formação e avaliação só podem ser apreendidos quando confrontados

aos conhecimentos com o cotidiano da instituição. Portanto, para construir seu sentido,

a partir dos significados expostos nos documentos legais, é necessário preservar a

totalidade das diretrizes, do ponto de vista de documentos oficiais, sem desconsiderar

o atendimento às diferenças físicas, regionais e pessoais presente nas IES.

Palavras–chave: gestão; ensino superior; Comissão Própria de Avaliação.

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32. Avaliação institucional na Pontifícia Universidade Católica de Minas GeraisPontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

Antônia Maria da Rocha Montenegro, Estelina Souto do Nascimento, Mércia Aleide Ribeiro

Leite, Marisaura dos Santos Cardoso, Elisete de Assis Rebello Leite Ribeiro, Isabel Cristina

Correia dos Passos

RESUMO

Para a manutenção de uma instituição de excelência, plural, dedicada ao ensino, à pesquisa

e à extensão, é preciso que, cada vez mais, se afirme como princípio a necessidade de

sistemas permanentes de avaliação como forma de assegurar a qualidade dos serviços

tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. O estudo pretende registrar o processo

utilizado pela Comissão Permanente de Avaliação (CPA) para a autoavaliação institucional

da PUC Minas realizada no ano de 2013. A proposta é fruto de várias discussões sobre

a condução dos trabalhos que o setor vem desenvolvendo em torno dos processos

avaliativos, tendo em vista o crescimento das demandas e o concomitante processo de

racionalização das estruturas organizacionais da instituição. Esse tem impelido esse setor

a também racionalizar seus processos sem que isso signifique a perda da qualidade do

seu trabalho. A autoavaliação institucional, segundo a proposta, ocorrerá conforme os

ciclos do Enade. Portanto, em 2013, está sendo realizada a etapa da avaliação por ciclo

com os cursos da área da Saúde e, nos anos subsequentes, serão avaliados os cursos das

áreas de Engenharia, Licenciaturas, Tecnologia e Arquitetura e Ciências Sociais Aplicadas.

Esta estratégia foi adotada tendo em vista o tamanho e a complexidade da PUC Minas

e sua extensão territorial nos mais diversos campi e unidades e o número diversificado

da população acadêmica, composta por alunos e docentes da graduação, pós-graduação

lato e stricto sensu e ensino a distância, corpo técnico-administrativo e egressos. A

autoavaliação institucional por ciclos permite rever os processos avaliativos existentes

e os alcances obtidos, ampliando espaços de discussões e reflexões entre os setores,

colegiados, departamentos, faculdades e institutos, na busca pelo aprimoramento dos

processos acadêmicos, possibilitando revisão das políticas, programas e projetos que

favoreçam a melhoria da qualidade da educação superior. Acredita-se também que crescer

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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com diversidade, qualidade e excelência é a trajetória que a instituição propõe perseguir.

Nesse sentido, a CPA está sempre revendo seus processos e acompanhando as dinâmicas

institucionais de modo a contribuir para as mudanças que se mostrarem necessárias na

instituição.

Palavras-chave: avaliação institucional; Comissão Permanente de Avaliação; metodologia

de trabalho da CPA.

33. Avaliação sociológica da realização da pesquisa de avaliação institucional da UFV (2011)Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Marcelo Ottoni Durante, Cisne Zélia Teixeira Reis, Carmem Inêz de Oliveira, Leci Soares de

Moura e Dias, Vivian Kelly Andaki Nunes

RESUMO

Ao propormos a criação de um instrumento de avaliação institucional e a análise dos dados

coletados por este instrumento, é preciso ter em mente que a compreensão dos distintos

públicos a respeito do conteúdo das questões do questionário, a disponibilidade de realizar

o preenchimento do instrumento da forma mais idônea e correta possível e, inclusive, a

disponibilidade de efetuar ou não o preenchimento do instrumento são questões que

dependem fundamentalmente do sentido que as pessoas atribuem para o instrumento de

avaliação. Este artigo tem o objetivo de discutir os condicionantes sociológicos do processo

de criação e implementação deste tipo de instrumento nas universidades públicas, visando

produzir subsídios que facilitem o seu aperfeiçoamento, no sentido da sua utilização como

instrumento de gestão. A realização deste esforço reflexivo terá como base os dados

coletados pela pesquisa de avaliação institucional realizada na Universidade Federal de

Viçosa em 2011. O contato com a comunidade universitária, estudantes de ensino médio,

estudantes de graduação, estudantes de pós-graduação, professores e funcionários técnico-

administrativos, foi realizada via e-mail, solicitando o preenchimento do questionário via

internet. O processo de amostragem utilizado baseou-se, portanto, no voluntarismo dos

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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membros da comunidade universitária para dedicar cerca de 25 minutos ao preenchimento

do questionário da pesquisa. Diversas ações de publicidade, nos diversos meios de

comunicação da UFV, foram realizadas visando aumentar a disposição dos membros da

comunidade universitária para responder à pesquisa. Entre 26 de setembro e 31 de outubro

de 2011, a pesquisa coletou 3.089 questionários, ou seja, 16% dos 20.097 membros da

comunidade acadêmica da UFV, nos seus três campi (Viçosa, Florestal e Rio Paranaíba),

responderam à pesquisa. O esforço reflexivo, aqui pretendido, envolveu a realização de

discussões individuais e coletivas com distintos membros da comunidade acadêmica da UFV,

alunos, professores e funcionários, buscando avaliar os aspectos simbólicos e cognitivos

associados pelos distintos públicos ao processo de avaliação institucional e o conteúdo

das questões do instrumento. Esta análise viabilizou, por fim, a produção de subsídios para

aperfeiçoar o instrumento que virá a ser aplicado na próxima avaliação institucional da UFV.

Palavras-chave: gestão pública; avaliação institucional; universidade pública.

34. Construção de processos autoavaliativos no ensino na modalidade a distância: uma experiência envolvendo a parceria entre gestores e CPAUniversidade Cruzeiro do Sul (Unicsul)

Sônia Maria Menezes Martinho, Alessandra Fabiana Cavalcante, Vilma Silva Lima

RESUMO

Pretende-se, neste trabalho, socializar uma experiência bem sucedida na autoavaliação

do ensino na modalidade a distância, na qual foi possível se aliar a capacidade técnica

de elaboração de instrumentos, sistematização, análise e apresentação de resultados com

um trabalho em parceria entre Comissão Própria de Avaliação (CPA) e gestores em todas

as etapas do processo: a avaliação das disciplinas 100% online dos cursos de graduação

presencial. Tratou-se de um processo autoavaliativo, no qual equipes de trabalho (CPA

e gestores da área) dialogaram em todas as suas etapas, empenhadas em conhecer a

avaliação que tutores e alunos faziam das disciplinas online dos cursos de graduação da

universidade à ocasião. O objetivo é o de demonstrar a importância do envolvimento dos

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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gestores no processo autoavalitivo e a possibilidade de que seja resguardada e valorizada a

autonomia da CPA neste processo.

O envolvimento dos gestores, no processo autoavaliativo em pauta, foi possível pela

construção de uma abordagem da CPA, que se inicia com um estudo aprofundado das

realidades, mais ampla e mais restrita do objeto da autoavaliação. A partir daí, foi possível

iniciar-se o processo de aproximações sucessivas, que a construção desta autoavaliação

demandou. Desde as primeiras discussões para a definição do projeto, passando pela

elaboração, pela operacionalização e chegando à análise dos resultados, a CPA trabalhou

envolvendo os gestores e suas equipes.

O modelo de avaliação institucional da Universidade Cruzeiro do Sul fundamenta-se

nos paradigmas empírico-analítico, que privilegia a abordagem quantitativa, e

socioantropológico, que privilegia a abordagem qualitativa. Assim, é uma abordagem

crítico-dialética que, sob uma perspectiva histórica, permite o cruzamento dos dados

quanti e qualitativos com vistas a uma análise que considera, a todo tempo, a relação

entre a totalidade e as particularidades. Considera, de um lado, os parâmetros legais para a

autoavaliação no ensino superior e, de outro, a realidade específica da gestão institucional

e dos sujeitos envolvidos. O que se busca no processo autoavaliativo é, não apenas a

produção de resultados, mas também uma cultura autoavaliativa. Além dos resultados

do processo autoavaliativo (avaliação que tutores e alunos fazem das disciplinas 100%

online), compreende-se também como saldo do processo autoavaliativo a capacidade de a

CPA sensibilizar e dialogar com os gestores em todas as etapas do processo. A autonomia

da CPA não deve representar isolamento. A qualidade dos processos autoavaliativos

está assentada não apenas na competência técnica, mas também na capacidade de

interlocução da CPA com os gestores e suas equipes: conhecendo profundamente o objeto

do processo autoavaliativo, permitindo que os gestores opinem, debatendo essas opiniões

desde o momento do planejamento, passando pela elaboração de instrumentos, pela

operacionalização da aplicação e chegando à análise dos resultados obtidos. Acredita-se

que esta interlocução pode contribuir para que os resultados dos processos autoavaliativos

sejam compreendidos e apropriados no planejamento da gestão institucional.

Palavras-chave: processo autoavaliativo na modalidade a distância; diálogo entre CPA e

gestores; gestão institucional.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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35. Desenvolvimento de estratégias de sensibilização: considerações acerca da identidade institucional e sua importância no estabelecimento da cultura avaliativaUniversidade Federal de Itajubá (Unifei)

Márcia de Souza Luz Freitas, Cibele Faria Cunha, Alexandre Augusto Barbosa, Edmilson

Marmo Moreira, Ricardo Shitsuka, Cleide Beatriz Gomes dos Reis, Fábio Vieira Lacerda

RESUMO

Após oito anos da instalação das Comissões Próprias de Avaliação (CPA), em decorrência

da implantação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), há

instituições que ainda têm dificuldade em estabelecer uma cultura avaliativa. A

autoavaliação é vista apenas como uma das instâncias avaliativas desse sistema, cuja

função regulatória se sobrepõe à possibilidade que ela abre para o autoconhecimento

e para o provimento de subsídios que auxiliem à elaboração do planejamento

institucional e à tomada de decisões. O objetivo deste trabalho é relatar as barreiras

encontradas pela CPA no processo de sensibilização da comunidade acadêmica, em

busca de adesão e comprometimento dos vários segmentos que a compõem. Analisa,

a partir da identidade institucional, os fatores e as circunstâncias que impedem o

estabelecimento de uma cultura avaliativa e propõe estratégias de ação que deem

mais legitimidade ao trabalho desenvolvido. A Instituição Federal de Ensino Superior

(Ifes) em questão, embora pública, tem particularidades que a diferenciam da imagem

formada pelo senso comum em relação a universidades públicas. O relato é descritivo,

com foco nas ações que instigam a participação mais ativa da comunidade acadêmica.

Para a análise, determinam-se como categorias: a) a experiência autoavaliativa, que

busca resgatar situações e posturas de autoavaliação anteriores à formação da CPA; b) o

ideal de autoavaliação, que congrega as expectativas dos segmentos envolvidos quanto

ao processo autoavaliativo; c) o processo factual da autoavaliação, que descortina

o cenário delineado pelas respostas obtidas quando da aplicação do instrumento

avaliativo e desvela os mecanismos de resistência. A fundamentação teórica, desse

modo, está sustentada na qualidade em avaliação e na construção da subjetividade para

a identificação desses atores e a caracterização tanto do modo em que eles se inserem

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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no cotidiano da instituição quanto do discurso que os legitima em seu papel social. As

principais conclusões que este estudo proporcionou são: o desenvolvimento de uma

cultura avaliativa pode amenizar a resistência e o descrédito que se observam em todas

as etapas do processo de autoavaliação; os mecanismos de resistência, que incluem

a manutenção de instrumentos autoavaliativos paralelos, mas desconectados da CPA,

demonstram a não aceitação do olhar externo; a importância dada ao trabalho da CPA

tende a ser proporcional ao grau de conhecimento que os segmentos envolvidos têm

tanto sobre a necessidade do exercício de autoavaliação quanto sobre a criação e o

fortalecimento da identidade institucional.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; Comissão Própria de Avaliação (CPA);

estratégias de sensibilização.

36. Estruturação e estratégia de trabalho de CPA em grandes universidadesUniversidade Bandeirante Anhanguera (Uniban)

Camillo Anauate-Netto, Oswaldo Rodrigues Júnior, Paulo Celso Pardi, Maria Rita Aprile

RESUMO

A autoavaliação de uma instituição de ensino superior deve perceber a eficiência e a

consonância daquilo que é executado no ensino, na pesquisa e na extensão com o seu

Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Todos os atores inseridos nessa comunidade

devem estar cientes e consonantes nessa filosofia de atuação. A Comissão Própria de

Avaliação, instituída pela Lei nº 10.861, de 14 de Abril de 2004, com as atribuições de

condução dos processos de avaliação internos da instituição, de sistematização e de

prestação das informações solicitadas pelo Inep, tem seu próprio estatuto ou regimento

e deve assegurar a participação de todos os segmentos da comunidade universitária e

da sociedade civil organizada e ter atuação autônoma em relação a conselhos e a demais

órgãos colegiados existentes na instituição de educação superior. As Comissões Próprias

de Avaliação em grandes instituições de ensino superior apresentam uma grande

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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dificuldade de atuação devido à grande quantidade de estudantes, funcionários, campi

e cursos. Relatamos, neste trabalho, uma estratégia de ação para CPA em “universidades

multicampi”, propondo um modelo de atuação em subcomissões, o que possibilita

atuar próximo da sua realidade e maior facilidade de sensibilização e diagnóstico das

potencialidades e fragilidades, com maiores condições de propor um eficiente plano de

ação. Dessa forma, cada unidade de ensino e pós-graduação possuem uma subcomissão

da CPA “padrão” atuando em rede com as CPA das outras unidades e a CPA central.

As subcomissões trabalham com os dados avaliados pela comunidade acadêmica,

coletados no Programa de Autoavaliação Institucional (PAI), que é uma excepcional

ferramenta online de coleta e análise estatística, e gera o índice de satisfação discente e

docente item por item, de cada unidade. As subcomissões se reúnem quinzenalmente,

focadas na sua unidade e compartilham suas realidades e experiências individuais,

que, neste momento, se integram e são aproveitadas por todas as outras subcomissões

nas reuniões mensais com CPA central. Este trabalho é coordenado pela CPA central

que, ao final do período, recebe de todas as subcomissões os diagnósticos e planos

de melhorias e elabora relatório circunstanciado único e consistente, que é enviado à

reitoria. O modelo de sensibilização que adotamos para o entendimento e envolvimento

da comunidade acadêmica é o que chamamos de “sensibilização em cascata”. É feita

como parceria do diretor da unidade, que se torna parceiro do trabalho, e credibiliza os

coordenadores das subcomissões a sensibilizar os coordenadores de curso, docentes,

funcionários, discentes e comunidade. Os representantes de cada um destes grupos

da comunidade acadêmica tornam-se parceiros, junto aos seus pares, no processo de

sensibilização. A CPA produz como material de sensibilização cartazes explicativos, que

são afixados em todos os murais do campus, e um selo da CPA, que sinaliza todas as

benfeitorias realizadas em função da atuação da CPA. Essa estratégia contempla uma

postura definida quanto à constituição da Comissão e sua representação, infraestrutura,

divulgação, execução, sinalização de melhorias e acompanhamento, que, em curto

espaço de tempo, já está criando uma postura mais participativa da comunidade e

sedimentando uma séria autoavaliação.

Palavras-chave: Comissão Própria de Avaliação; autoavaliação institucional; educação

superior.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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37. Experiências estratégicas da Comissão Própria de Avaliação da Universidade de Ribeirão PretoUniversidade de Ribeirão Preto (Unaerp)

Neide Aparecida de Souza Lehfeld, Edilson Carlos Caritá, Manoel Henrique Cintra Gabarra,

Yara Teresinha Corrêa Silva Sousa

RESUMO

Tendo como finalidade atender a sua missão e à manutenção de um ensino de qualidade, a

Universidade de Ribeirão Preto realiza, historicamente, processos avaliativos internos. Sendo,

em 1999, instituída a Comissão Executiva de Avaliação Institucional (Ceai) e transformada

em Comissão Própria de Avaliação (CPA), em 2004, considerando as exigências da Lei n°

10.861 de 14de abril de 2004. O objetivo do presente trabalho é apresentar as experiências

e os limites nos processos de autoavaliação da Comissão Própria de Avaliação de uma

instituição de ensino superior (IES) privada, do interior do estado de São Paulo, à luz das

exigências do Ministério da Educação e das ações estratégicas acadêmico-administrativas

das instâncias decisórias da IES. Procuramos encontrar uma estratégia para que o trabalho

da CPA e seus resultados fossem reconhecidos pelos gestores da universidade, legitimando

seu papel e sua importância. Para isso, buscam-se, continuamente, esclarecimentos e

compreensão dos processos avaliativos do Sinaes e dos indicadores para a regulamentação

e supervisão dos cursos da instituição. Isso faz com que a CPA tenha status e valoração,

fazendo-se importante no planejamento da universidade, passando a ser referência para

análises estatísticas e para conhecimento da posição da universidade, no contexto da

educação superior do país e do mundo. Tem como principais tarefas a avaliação institucional,

a avaliação docente e a avaliação de cursos de graduação e pós-graduação lato sensu.

Buscou-se, junto ao setor de tecnologia da universidade, o desenvolvimento de ferramentas

computacionais para auxiliar suas atividades, implementando um sistema de informação

para atender aos processos avaliativos. As questões que compõem os instrumentos foram

elaboradas coletivamente entre seus membros e a comunidade acadêmica. A avaliação

docente ocorre semestralmente e o instrumento contempla questões que versam sobre

aspectos didático-pedagógicos, postura ética e colaborativa dos docentes, utilizando

como métrica a escala de Likert. O aluno responde ao instrumento através de um sistema

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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online, com a possibilidade de visualização dos resultados, pelo docente, por meio de

outro sistema online. Essa dinâmica também é utilizada na realização da autoavaliação

institucional, que possui uma periodicidade maior e envolve toda a comunidade da

instituição, com a socialização dos resultados através de relatórios. Para a avaliação dos

cursos de graduação e pós-graduação, utiliza-se outra ferramenta, denominada Qualtrics.

A avaliação de cursos proposta pela CPA considera que cada curso deve criar seu próprio

questionário, focado nas especificidades do respectivo curso. Após a análise dos resultados

e a socialização aos coordenadores de curso, há a devolutiva desses, por meio de um plano

de ações para atender às principais deficiências. Os mesmos procedimentos são realizados

para avaliação dos cursos de pós-graduação lato sensu. Ressalta-se que a elaboração do

Plano de Desenvolvimento Instituicional (PDI) e de estudos sobre os indicadores avaliativos

do Ministério da Educação também são funções dessa CPA. Todas as ações resultantes dos

processos avaliativos internos e externos são discutidas com a gestão da IES e previstas no

PDI. A Universidade de Ribeirão Preto sempre esteve aberta a mudanças, visando consolidar

os processos de formação profissional com qualidade. Mesmo assim, a implantação da CPA

significou uma mudança na sua cultura organizacional em termos de gestão institucional.

Palavras-chave: Comissão Própria de Avaliação; processos avaliativos; estratégias de

avaliação.

38. O processo de comunicação como canal de divulgação e elemento de envolvimento da comunidade institucionalUniversidade Cruzeiro do Sul (Unicsul)

Mauro Sérgio Teixeira de Araújo, Alessandra Fabiana Cavalcante

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar o processo de comunicação e envolvimento da

comunidade institucional, realizado na Universidade Cruzeiro do Sul, buscando caracterizar

os aspectos operacionais, objetivos e os resultados relacionados aos diferentes projetos

que integram esse processo. Em linhas gerais, o processo de comunicação visa a estabelecer

e sistematizar a comunicação entre a área da avaliação institucional (AI) e os diversos

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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segmentos institucionais, divulgando informações gerais, andamento e resultados dos

projetos autoavaliativos desenvolvidos e previstos em documento orientador que compõe

uma síntese da proposta geral da AI, coordenada pela CPA da instituição e em consonância

com o seu PDI. O processo de comunicação possui um enfoque qualitativo por ser baseado

na interação entre pessoas e nas informações da área de avaliação institucional com

os demais profissionais da comunidade acadêmica, envolvendo a utilização de diversos

canais de comunicação, com destaque para reuniões presenciais, das quais participam

núcleos específicos da própria CPA. Outra parte é realizada por encontros com membros

das diversas áreas da instituição, de maneira a planejar ações previstas no processo, dar

continuidade a sua operacionalização, além de divulgar resultados de trabalhos concluídos.

Complementando os canais de divulgação, temos ainda publicações, como cadernos

de resultados, folders e banners. Há também divulgações de informações por meios

eletrônicos, como sites, espaços específicos de acesso de alunos e professores, plataforma

do Ambiente Virtual de Aprendizagem e os aplicativos de acessos móveis, visando a atingir o

maior público possível. Tendo em vista o paradigma crítico-dialético, que embasa o percurso

metodológico da área de avaliação institucional e da CPA da Universidade Cruzeiro do Sul,

as ações previstas no processo de comunicação buscam consolidar a cultura avaliativa na

instituição, reforçando a relevância de amplo envolvimento e participação de todos os

segmentos institucionais. Esta opção metodológica proporciona maior legitimidade ao

conjunto de processos e projetos desenvolvidos. Pela sua natureza qualitativa, também

encontramos amparo em teóricos da vertente socioantropológica, para os quais é

preciso levantar elementos de análise interpretativos e qualitativos. As diversas ações de

comunicação resultaram apenas, nos anos de 2012 e 2013, em sete reuniões ordinárias

convocadas pela CPA, sua participação em dezenas de outras reuniões, encontros com

centenas de professores e dezenas de coordenadores de cursos, elaboração e distribuição

de milhares de folders, além de numerosos acessos aos canais eletrônicos de divulgação

de informações. Todo esse material abrange um amplo leque de possibilidades para que

os trabalhos e resultados dos projetos autoavaliativos sejam conhecidos pela comunidade

acadêmica, o que nos permite concluir que o processo de comunicação da Universidade

Cruzeiro do Sul tem proporcionado aos diferentes segmentos acadêmicos a compreensão

da abrangência, fundamentos, projetos e relevância do processo de avaliação institucional.

Neste sentido, oportuniza a sensibilização destes segmentos para que participem, de

maneira consciente, das ações avaliativas, favorecendo seu adequado envolvimento

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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nos processos e projetos desenvolvidos, aspecto essencial para que se possa legitimar o

processo avaliativo, na medida em que os próprios participantes devem perceber-se como

beneficiários diretos do processo, e não entendê-lo como um procedimento meramente

técnico e burocrático.

Palavras-chave: processo de comunicação; legitimação da avaliação institucional;

envolvimento da comunidade acadêmica.

39. O tear de Penélope: impressões sobre comissão própria de autoavaliação como instrumento para gestãoFaculdades da Fundação de Ensino de Mococa (FaFem)

Luciano Plez de Melo

RESUMO

A partir dos relatórios de autoavaliação institucional produzidos por Comissão Própria

de Autoavaliação(CPA), buscaremos refletir sobre aspectos da composição da CPA como

espaço de interlocução entre as diversas instâncias e atores institucionais e co-propositor de

políticas de gestão. Os relatórios referem-se a ciclo avaliativo compreendido entre o período

de 2008 e 2011 de instituição de ensino superior situada na cidade de Mococa, interior do

estado de São Paulo. A atenção a tais relatórios e à instituição em questão decorre do fato

de esta manter-se com status de Faculdades Isoladas há trinta e oito anos no município,

constituída pelo poder público e caracterizada como instituição pública. A instituição,

desde 1986, vinculava-se ao Conselho Estadual de Educação do estado de São Paulo. A

constituição da Comissão Própria de Autoavaliação coincide com processo de mudança de

manutenção da instituição, iniciado no ano de 2007, culminando com a alteração de sua

personalidade jurídica e, consequentemente, com a mudança de jurisdição de ensino e

de migração ao sistema federal, processos iniciados em 2010 e em trâmites. A prática de

autoavaliação na instituição é anterior a tais processos, porém, em virtude da migração

entre sistemas de ensino e da Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004, grafa-se na instituição

a necessidade legal de construção da CPA como lócus autônomo avaliativo, de interlocução

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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e proposição de políticas, promovendo distensões entre o que fora instituído como prátics

de gestão e o atendimento à legislação vigente. As distensões tencionam e deslocam as

relações de autoridade, culminando com momentos de resistência à autonomia necessária

e legalmente consentida.

Palavras-chave: CPA; gestão; autoridade.

40. Um olhar sobre as estratégias e metodologia de trabalho da Comissão Própria de Avaliação da Universidade Vila Velha: um relato de experiênciaUniversidade Vila Velha (UVV-ES)

Cristiano Biancardi, Marcelo Oliveira Camponez

RESUMO

Este trabalho objetiva problematizar e socializar os múltiplos movimentos criados pela

Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Universidade Vila Velha, Espírito Santo (UVV-ES),

na construção de sua metodologia de trabalho, focada em indicadores quantitativos e

qualitativos, de forma a contemplar na avaliação os diferentes processos de desenvolvimento

do planejamento estratégico, favorecendo as tomadas de decisões. Como referencial

teórico, utiliza Dias Sobrinho (1994, 2003), Balzan e Dias Sobrinho (2000), Bertelli e Eyng

(2004), Schmidt e Nez (2012) e a Lei nº 10.861/04, que regulamenta o Sistema Nacional

de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). A autoavaliação da UVV-ES teve início, antes

do estabelecimento do Sinaes, com o objetivo de desenvolver ações contínuas e vem

passando por uma etapa de amadurecimento, principalmente, após a instalação de sua

primeira CPA. Entende-se que, no processo de avaliação, existem duas categorias a serem

examinadas: na primeira, estão as informações relativas à inferência de qualidade de

processos, que são obtidas por meio dos questionários de avaliação institucional; e, na

segunda, estão as informações relativas ao cumprimento do Plano de Desenvolvimento

Institucional (PDI), que são obtidas em relatórios setoriais. A CPA reconhece o instrumento

de avaliação institucional externa como um orientador dos aspectos que compõem o

Sinaes e o PDI como a materialização do plano estratégico da instituição. Por isso, mapeou

as metas do PDI para cada item das dez dimensões desse instrumento. Para cada meta do

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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PDI, destacou os setores responsáveis por sua implementação; estabeleceu um conjunto

de indicadores que permitem acompanhar o cumprimento das metas do PDI; fez um

mapeamento dos dados necessários para geração de cada indicador; ordenou esses dados

por áreas de responsabilidade; desenvolveu diferentes modelos de relatórios, um para

cada área envolvida, e definiu a frequência de atualização. Os questionários de avaliação

são aplicados nas datas previstas no calendário acadêmico da instituição e, a seguir, os

dados são tabulados. Quanto aos relatórios, a CPA envia para cada área o modelo e, após

receber os dados, gera os indicadores gerenciais. De posse das informações advindas dos

questionários de avaliação e dos relatórios das diversas áreas da instituição, a CPA gera

seus relatórios parciais e, através deles, analisa os pontos fortes e fracos da Universidade

Vila Velha, assim como propõe possíveis soluções para os problemas encontrados. Por

fim, é feita a divulgação e a discussão dos resultados nos Conselhos, nas Câmaras e nos

Colegiados, além da promoção de reuniões com os setores envolvidos. Como resultados,

foi possível verificar quais as metas presentes no PDI estão sendo cumpridas de maneira

satisfatória e as que precisarão de mais atenção aos seus processos. Isso tem direcionado

a UVV a rever suas ações, prioridades e investimentos. Além disso, tem servido de base

para revisão contínua do PDI. Com essa metodologia, é possível assegurar uma avaliação

fidedigna, realçando as especificidades que marcam a instituição, viabilizando a utilização

de indicadores diagnósticos que contribuem para uma análise mais substancial da realidade

retratada no instrumento de avaliação institucional externa. Considera, também, que essa

metodologia necessita de aprimoramento contínuo.

Palavras-chave: CPA; avaliação institucional; metodologia de trabalho.

Região Sul

41. A Comissão Própria de Avaliação na Universidade Federal do ParanáUniversidade Federal do Paraná (UFPR)

Robson Tadeu Bolzon, Lairdes Figueredo Cheke, Maria Aparecida Zehnpfennig Zanetti,

Salette Aparecida Franco Miyake

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar os dados disponíveis da Comissão Própria

de Avaliação (CPA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), mostrando um breve

histórico das atividades, da estrutura e da participação de seus membros. São relatadas

as experiências com relação aos instrumentos de avaliação e as suas características, as

estratégias de sensibilização da comunidade, os procedimentos de sistematização e a

divulgação dos resultados. A primeira CPA foi instituída na UFPR em junho de 2004. Essa

comissão estruturou o Projeto de Autoavaliação Institucional e a minuta do regimento

que foi apreciado e aprovado em maio de 2005 pelo órgão colegiado de regulamentação

máxima, o Conselho Universitário (Coun). O Regimento da CPA/UFPR trata de suas

finalidades e competências, composição e duração do mandato de seus membros e de sua

dinâmica de funcionamento. Desde 2005, ela é constituída por ato do dirigente máximo

da instituição, o reitor, sendo composta por 10 membros, com oito representantes da

comunidade acadêmica (administração, docentes, técnico-administrativos e discentes,

todos em igual número) e dois da sociedade civil, não sendo permitida a existência de

maioria absoluta por parte de qualquer um dos segmentos representados. Os membros

tem mandato de dois anos, podendo ser reconduzidos. Em 2006, foi elaborada uma nova

versão do Projeto de Autoavaliação Institucional, instituído o logotipo da CPA e criado o

Grupo Executivo de Avaliação Institucional, integrado pelos representantes das unidades

e dos setores administrativos. Esses representantes participaram da construção do

instrumento de pesquisa e foram responsáveis pela avaliação institucional na sua unidade.

No ano de 2007, a Comissão conduziu a aplicação de um instrumento de avaliação. Entre

os anos de 2009 e 2011, trabalhou com a análise dos relatórios de avaliações efetuados

pelas unidades. Em 2012, foi responsável pela revisão, por meio de análise fatorial, e

reformulação do instrumento de avaliação. A nova pesquisa foi aplicada na comunidade

acadêmica e na sociedade civil. Os resultados foram analisados e apresentados em

relatório. Atualmente, a CPA/UFPR está revisando o instrumento de avaliação de 2012 e

se prepara para a sua aplicação. Ao longo dos anos, a Comissão Própria de Avaliação tem

trabalhado e atuado com autonomia e contado com o apoio da administração superior da

UFPR para a disponibilização de infraestrutura e pessoal para a execução das diferentes

ações de avaliação interna da universidade.

Palavras-chave: histórico; composição; avaliação interna.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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42. A Articulação entre avaliação e planejamento: a experiência da CPA na PUCRSPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Alam de Oliveira Casartelli, Marion Creutzberg, Alessandra Maria Scarton, Clarissa Lopes

Bellarmino, Nádia Sá Borges, Roberto Hubler, Dario Anschau, Ana Lucia Souza de Freitas,

Juliana Bernardes Marcolino, Afonso Strehl, Elaine Bauer Veeck, Marta Voelker, Márcio Vinícius

Fagundes Donadio, Maria Inês Corte Vitória, Carmem Sanson, Elaine Turk Faria, Alexandre de

Mello Zart, Hélio Radke Bittencourt Ana Paula Bragaglia Acauan, Edison Faller Pereira

RESUMO

O processo de autoavaliação na Pontifícia Universidade Católica do Rio grande do Sul

(PUCRS) tem início na década de 1970. No entanto, com o advento do Sinaes (Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Superior), em 2004, os processos de avaliação

interna foram redefinidos, conforme as novas exigências legais. A Comissão Própria de

Avaliação (CPA) foi instituída e assumiu a condução das avaliações na universidade. Ao

longo do período, consolidaram-se os métodos e os fluxos dos processos avaliativos,

bem como a articulação da avaliação com o planejamento institucional da PUCRS,

reforçando a avaliação como uma importante ferramenta de gestão. No intuito de relatar

essa experiência da PUCRS, alinhada ao Sinaes, e a articulação dessa com os processos

de planejamento estratégico da universidade é que foi desenvolvido este artigo.

Trata-se de um relato de experiência baseado em documentos institucionais como o

Plano de Autoavaliação Institucional, o Plano de Desenvolvimento Institucional, o Plano

Estratégico, os relatórios de autoavaliação e as atas e registros de reuniões da CPA. Os

resultados indicam o amadurecimento por parte da PUCRS no desenvolvimento de seus

processos avaliativos. A utilização dos resultados de avaliação como uma ferramenta

efetiva para o processo de gestão e planejamento da universidade constitui-se em

aprendizado contínuo. Contudo, novos desafios estão presentes, como articulação

crescente entre os resultados de avaliações e outros diagnósticos estratégicos da

Instituição, criando uma cultura permanente de reflexão e análise estratégica por parte

dos diferentes níveis de gestão. Percebe-se que, em algumas instâncias, esta prática é

mais comum e sistêmica. Por outro lado, como em qualquer instituição de grande porte,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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avançar neste processo faz com que a CPA e a Assessoria de Planejamento trabalhem de

forma a identificar avanços possíveis e fomentar o compartilhamento de experiências

entre os diferentes gestores da Universidade.

Palavras-chave: avaliação institucional; planejamento estratégico; educação superior;

Comissão Própria de Avaliação.

43. A atuação da Comissão Própria de Avaliação como instrumento de gestão de uma instituição de educação superiorCentro Universitário Metodista (IPA)

Luciane Torezan Viegas, Marlis Morosini Polidori, Janile Daniel Moiano Silva

RESUMO

A Comissão Própria de Avaliação (CPA) do Centro Universitário Metodista (IPA) foi criada em

2004 a partir das exigências do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

É importante destacar que os processos avaliativos do IPA acontecem desde a década de

1990, tendo como base várias experiências advindas da própria instituição. A composição da

CPA seguiu as regras dessa lei, no entanto, é importante evidenciar que a representatividade

dos diversos segmentos da comunidade universitária foi alcançada com relevância, sem

caracterizar-se por uma simples designação. A CPA do IPA possui a seguinte representação:

quatro representantes discentes, quatro docentes, quatro técnico-administrativos, dois

membros da sociedade civil, um membro da Pastoral Universitária do IPA, um membro da

Coordenadoria de Avaliação Institucional do IPA e por um presidente. De acordo com o Sinaes,

a CPA está instalada na instituição de forma autônoma em relação às demais instâncias da IES,

estando, em seu organograma, como instância de apoio à reitoria. Dessa forma, consegue

desenvolver o seu trabalho com autonomia, sem prescindir do fluxo acadêmico-administrativo

que é dado, principalmente, pela Coordenadoria de Avaliação Institucional, órgão existente

na IES com o objetivo de suportar e operacionalizar os processos de avaliação internos do

IPA. Ainda, a CPA do IPA recebe apoio da Coordenadoria de Graduação, no que diz respeito

ao suporte necessário para a disseminação das ações avaliativas aos coordenadores de

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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graduação, aos docentes e aos discentes, sendo este um instrumento de gestão acadêmica.

Recebe apoio de outros setores para a ampliação da divulgação das práticas avaliativas e,

principalmente, de seus resultados através de instalação de banners na instituição, no portal

institucional e nas redes sociais. A autoavaliação institucional acontece semestralmente,

dividindo-se em avaliação do docente, avaliação do curso e avaliação da infraestrutura, sendo

que todos os quesitos são avaliados pelos docentes e discentes. Ainda, há avaliação dos técnico-

administrativos, que inclui os gestores. A metodologia é realizada através da aplicação de

formulários de avaliação pelo sistema Práxis, que permite uma grande variação de composição

de perguntas divididas em dimensões– estabelecidas nos formulários de avaliação do Inep.

Esse sistema permite o acesso aos resultados no dia seguinte ao encerramento da avaliação.

Esses são disponibilizados aos gestores, coordenadores de cursos e docentes. Aos discentes, os

resultados são retrabalhados e posteriormente divulgados pela IES. Como consequência dessas

articulações, a CPA vem atuando de forma efetiva nas práticas acadêmicas e administrativas da

IES, caracterizando-se como um organizador qualificado (Morosini; Leite, 1997) que possibilita

que as ações da CPA tornem-se instrumentos de gestão (Escott; Polidori, 2010), colocando

em prática os resultados obtidos no desenvolvimento das avaliações internas. Os resultados

vêm possibilitando que os diversos setores da IES obtenham melhorias tanto em relação aos

equipamentos e acervos necessários quanto na melhoria de processos de desenvolvimento.

Observa-se que as melhorias vêm sendo crescentes e, o mais importante, buscando atender

às demandas da comunidade acadêmica na instalação de uma cultura de qualidade (OCDE,

2008).

Palavras-chave: Comissão Própria de Avaliação; representação; gestão; cultura de

qualidade.

44. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Universidade de Cruz Alta (Unicruz) como instância executiva da avaliação institucionalUniversidade de Cruz Alta (Unicruz)

Angélica Teixeira Rissi, Daniele Furian Araldi, Lia da Porciuncula Dias da Costa, Luciano

Nazário, Márcia Cristina Gomes Rodrigues, Maria Christina Schettert Moraes, Solange

Beatriz Billig Garces

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RESUMO

O objetivo principal é resgatar o processo de autoavaliação ocorrido na Unicruz, até a

presente data, identificando suas lacunas e/ou fragilidades que provocaram e provocam

ajustes e adequações, tornando-o mais significativo. Realizou-se um levantamento

documental em relatórios, atas e outros registros legais pertinentes à CPA. A avaliação

interna é vista na instituição como parte integrante do processo pedagógico institucional,

pois ao se avaliar e explicitar os resultados desta ampliam-se as possibilidades de

definir os rumos da instituição, através de um espaço de discussão coletiva. A pesquisa

demonstrou que o marco legal da regulamentação da autoavaliação na universidade

é de 2006, quando se constituiu a CPA. Era um momento de readequação da própria

Unicruz, que passou por um período de intervenção judicial (2005 a 2007), que a fez (re)

avaliar todos os seus processos. Em anos anteriores, a instituição apresentou ações de

autoavaliação, em diferentes cursos e setores, com maior evidência na área pedagógica,

contudo, só a partir de 2006, a CPA se organiza como foro de execução e discussão da

avaliação interna. A intervenção judicial acaba em 2007. Nesse período, a instituição vai

organizando seus setores pedagógicos e administrativos. No ano de 2010, há uma (re)

avaliação da própria CPA com a readequação dos instrumentos para atender às 10 (dez)

dimensões propostas pelo Sinaes. Atualmente, o maior objetivo da CPA é fortalecer a

cultura avaliativa na comunidade acadêmica, visando ao fortalecimento da instituição

interna e externamente. Conclui-se que a avaliação na IES é um constante processo de

vir a ser.

Palavras-chave: ensino superior; avaliação interna; Comissão Própria de Avaliação.

45. Avaliação docente: caminhada para a mudançaUniversidade Feevale (FEEVALE)

Marcelo Marques Soares, Adriel Scheffer Amado, Ana Maria Argenton Woltz, Claudia

Denicol Winter, Marta Oliveira dos Santos, Tereza Cristina Gazzotti Mayborod, Uelinton

Telmo Ermel

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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RESUMO

A avaliação docente em instituições de ensino superior é uma ferramenta fundamental

na busca pela qualidade do ensino, visto que propicia aos gestores uma análise

do seu quadro docente e aos professores, de suas ações pedagógicas. Um dos

aspectos essenciais nesse processo é o envolvimento dos acadêmicos e, para isso, os

diversos contextos educacionais têm o desafio de motivá-los a participar, de forma

representativa, da avaliação dos seus professores. Na Universidade Feevale, a avaliação

docente é realizada desde 1994 e, no transcorrer dos anos, constatou-se o declínio na

participação dos estudantes, o qual originou o presente estudo, que teve como objetivo

identificar as causas dessa baixa adesão e promover o aumento da participação do

corpo discente nesse processo de avaliação. Para isso, foram formados grupos focais,

com acadêmicos e professores, que, em reuniões mediadas pela CPA, discutiram,

sugeriram e subsidiaram a elaboração de um plano de ações participativo. As ações

de recuperação iniciaram-se no ano de 2010 e, a partir daí, observou-se um aumento

significativo da adesão dos estudantes, passando da faixa de 30% para 90%. Além do

aumento do número de participantes na avaliação, também se constatou a melhora

da satisfação dos estudantes com seus professores. Por meio deste estudo, pode-se

concluir também que a participação coletiva nas discussões sobre os processos de

avaliação institucional, especificamente a avaliação docente, além de oportunizar a

vivência democrática contribuiu para a conscientização dos acadêmicos sobre o seu

papel na busca pela melhoria na qualidade do ensino.

Palavras-chave: avaliação docente; cultura de mudança; avaliação institucional.

46. Avaliação institucional: a trajetória na UnijuíUniversidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí)

Magna Stella Cargnelutti Dalla Rosa, Marileide Regina Schiavo, Patricia Spilimbergo, Lurdes

Marlene Froemming, Dionei Fábio Buske, André Gagliardi, Eleandro Lizot

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RESUMO

A Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) é uma

universidade comunitária e, como em todo projeto coletivo e participado, a avaliação é

um dos pilares do seu planejamento. A história de avaliação dessa instituição evidencia o

compromisso com uma prática de reflexão e de sistematização da atuação universitária em

suas diferentes dimensões, sustentada no princípio democrático, no diálogo e na interação no

âmbito da comunidade interna e da comunidade externa. Este artigo visa apresentar e pensar

o processo de avaliação institucional da Unijuí desde a sua origem, com ênfase nas políticas

de avaliação da educação superior estabelecidas pela lei do Sinaes, Lei nº 10.861, de 2004.

Uma diversidade de metodologias é utilizada nas diferentes unidades institucionais, em que

cada uma dentro do seu contexto, da sua área e experiência faz a avaliação. No entanto, há

metodologias comuns, com destaque para o programa institucional de avaliação docente,

que engloba a avaliação docente pelo aluno, a autoavaliação docente e a avaliação pelos

pares. Junto aos técnico-administrativos e de apoio acontece a avaliação de desempenho

anual. Outra metodologia consiste na dinâmica de cada unidade desenvolver anualmente

uma análise em relação às potencialidades, às fragilidades e aos resultados do ano anterior,

e, também, estabelecer perspectivas para o próximo ano. Essa análise objetiva possibilitar

aos sujeitos reverem seu planejamento, a evolução e as fragilidades remanescentes que

precisam ser enfrentadas, além de estabelecer novas perspectivas, permitindo ainda

identificação de resultados institucionais. No âmbito da avaliação externa, agregam-se

Pesquisa de Imagem da Unijuí e análise dos pareceres dos avaliadores do MEC relativos aos

processos de reconhecimento e renovação de reconhecimento dos cursos de graduação.

A discussão teórica toma por base a legislação que regulamenta a educação superior no

contexto do Sinaes, os documentos, a produção interna da Unijuí no âmbito da avaliação e

os teóricos José Dias Sobrinho e Denise Leite. Como resultados, os documentos evidenciam

que a avaliação na Unijuí possibilitou a criação de um conjunto de políticas institucionais

no âmbito acadêmico e administrativo, permitindo adequações e melhorias nos processos

da instituição, tanto nos aspectos pedagógicos dos cursos quanto na infraestrutura física

da universidade. Para exemplificar, destaca-se a implementação do Programa de Formação

Continuada dos Professores, do Programa de Avaliação Docente, do Programa Egresso, do

fortalecimento da Educação Continuada e da criação do Mestrado em Direitos Humanos,

entre outros. Assim, na Unijuí, a avaliação e o planejamento estão articulados, fato que

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se evidencia por um conjunto de questões registradas nos relatórios de autoavaliação

institucional pela CPA e que foram contempladas no planejamento institucional, na medida

do possível, por meio de política institucional ou com o atendimento das demandas.

Palavras-chave: planejamento; avaliação; Unijuí.

47. Avaliação institucional e o desafio da implantação da cultura da autoavaliação (autoavaliação e CPA)Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC)

Cleverson Tabajara Vianna

RESUMO

Avaliar e julgar fazem parte do cotidiano. O processo de avaliar não é ingênuo,

permeado não apenas por teorias, mas também por ideologias, é implicitamente

uma demonstração de poder, com diversas variáveis subjetivas, muitas das quais

incontroláveis, no processo de avaliação. O modelo brasileiro de avaliação institucional

do ensino superior compreende um universo robusto e complexo de instituições, onde

há coleções de exames intrincados e classificações transformadas em grandes eventos

da mídia. Envolvendo milhares e milhares de estudantes, centenas de instituições de

ensino superior (IES), a avaliação de cursos de graduação no Brasil é regulamentada

pelo governo, e conduzida pelo Conselho Nacional de Avaliação Superior (Conaes). O

objetivo deste trabalho é analisar e detalhar a implantação do processo de autoavaliação

das instituições de ensino superior no Brasil, contribuindo teoricamente para a revisão

do tema, evidenciando a cultura da autoavaliação, trazendo à tona as principais

dificuldades para a implantação das Comissões Próprias de Avaliação e apresentando

os possíveis pontos de contorno destas dificuldades, servindo, assim, de subsídio a

sua instalação e formação (contribuição prática). Percorrendo a história da avaliação

e trazendo o pensamento de muitos autores, este trabalho revisita o campo e os fins

da avaliação institucional em suas funções regulatórias e de aperfeiçoamento. Vale-se

de pesquisa bibliográfica, descritiva e qualitativa, utiliza o método de levantamento

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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de fontes primárias e secundárias, como relatórios, relatos, entrevistas e constatações

do autor (participante de CPA). Ainda com base em experiências documentadas em

artigos científicos e ação direta do autor na CPA, este trabalho destaca os desafios e as

soluções para a constituição das comissões, fornecendo uma contribuição prática para

a autoavaliação e as CPA. É um tema fascinante que gera múltiplas discussões, e que,

adequadamente conduzido, fornece informações úteis para as instituições que buscam

a excelência.

Palavras-chave: desafios do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes);

autoavaliação institucional; Comissão Própria de Avaliação (CPA).

48. Avaliação institucional: uma análise dos resultados em uma unidade descentralizada da UFSMUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Silvane Brand Fabrizio, Charlene Oliveira Trindade

RESUMO

Este estudo tem como objetivo analisar as estratégias criadas e as metodologias

adotadas para o trabalho da CPA-setorial da Universidade Federal de Santa Maria, no

(UFSM) Centro de Educação Superior Norte/RS, nos campi de Frederico Westphalen e

Palmeira das Missões. O Centro de Ensino atua nessas duas cidades e é composto por

uma Comissão Setorial de Avaliação (CSA), que conta com representantes dos seguintes

seguimentos: docentes; discentes; corpo técnico-administrativo em educação; e

sociedade civil de cada cidade. A Comissão é coordenada por um membro que faz parte

da CPA da UFSM. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) da UFSM, órgão de apoio da

universidade, tem como função conduzir os processos de avaliação internos e externos

da instituição. A estrutura e o funcionamento dessa comissão são regulamentados, no

âmbito da UFSM, pela Resolução n.º 008/04, segundo orientações do Sistema Nacional

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). A avaliação tem como objetivo auxiliar a

instituição a identificar seus pontos fortes e fracos, seus potenciais e suas carências

gerais e setoriais. Dessa forma, o processo da autoavaliação destina-se a melhorar a

qualidade do ensino, articulando as áreas de pesquisa, graduação, pós-graduação,

extensão e gestão, tendo em vista a concepção da formação e da responsabilidade

social, nos termos definidos pelo Projeto Pedagógico Institucional. Para viabilizar

o processo, o Centro conta com o trabalho da CSA, instituída por uma portaria, com

representatividade de cada seguimento. Compete à Comissão Setorial de Avaliação

sensibilizar a comunidade acadêmica dos centros para os processos de avaliação

institucional, desenvolver o processo de autoavaliação na unidade, conforme o projeto

de autoavaliação da universidade e de orientações da CPA, participar das reuniões para

desenvolver suas atividades, sistematizar e prestar as informações necessárias para

a CPA, tendo como papel fundamental a execução da autoavaliação institucional e a

sensibilização de toda a comunidade acadêmica. Para tanto, desde o ano de 2007, a

CSA tem buscado desenvolver, através dos resultados obtidos nas avaliações, meios

para instrumentalizar as reformas institucionais, as mudanças necessárias nos Projetos

Pedagógicos, na estrutura organizacional, na gestão, no sistema educativo, nas questões

de pesquisa e nos compromissos de responsabilidade social. Essas ações afetam não

somente a instituição, mas também toda comunidade interna e externa, uma vez que as

estratégias adotadas pela Comissão partem da elaboração de um Plano de Ação anual,

pautado na análise e na interpretação dos conjuntos de dados armazenados a partir dos

resultados dos questionários da autoavaliação. O presente artigo divide-se em quatro

seções. A primeira seção refere-se à introdução, que apresenta o Centro de Educação

Superior Norte-RS, a composição da Comissão Setorial de Avaliação e refere-se à

autonomia. A segunda seção trata da metodologia e das estratégias adotadas para

alcançar os objetivos propostos pela Comissão. A terceira seção aborda o referencial

teórico que visa apresentar as noções relativas à avaliação institucional. A quarta seção

é composta pelo método e traz os resultados da autoavaliação institucional e discussões;

e, por fim, a quinta seção, apresenta as considerações finais.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; representatividade; estratégias.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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49. Contribuições das visitas in loco e dos relatórios do Inep para a criação de estratégias e metodologias de trabalho da CPA: estudo de caso nas Faculdades Integradas dos Campos Gerais, Ponta Grossa-PR Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage)

Rosa Cristina Hoffmann, Lindenalva Feltrim Catelli

RESUMO

A CPA das Faculdades Integradas dos Campos Gerais vem aprimorando constantemente

os instrumentos e as práticas de autoavaliação. Sempre haverá o que ser criado,

redefinido e redirecionado com um olhar no futuro e no projeto que vem sendo

modificado de acordo com as necessidades institucionais. É necessário conjugar, cada

vez mais, avaliação e mudança, avaliação e autonomia. É indispensável a existência da

autoavaliação focando o institucional, definindo-se indicadores, valendo-se de todas as

contribuições, de todas as pesquisas e de todas as fontes de informações. Então, este

trabalho tem por objetivo principal descrever a importância das contribuições das visitas

in loco e dos relatórios do Inep para o despertar da CPA e as metodologias e estratégias

criadas pela Comissão e voltadas à excelência e à qualidade dos cursos e da instituição. A

partir de um estudo de caso, com uma abordagem qualitativa, são apresentadas as ações

realizadas pela CPA em todos os âmbitos institucionais bem e é tratada a questão das

ações idealizadas e executadas pela CPA em prol do bom desempenho dos acadêmicos

no Enade, aplicando-se estratégias e metodologias originadas do aprendizado da

Comissão Própria de Avaliação junto aos relatórios do Inep.

Palavras-chave: autoavaliação; visitas in loco; estratégias da CPA.

50. O significado atribuído a avaliação e suas implicações na adesão da comunidade acadêmicaFaculdade Novo Hamburgo (Faculdade IENH)

Luciana Hoppe, Maria Celina Melchior

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RESUMO

Na Faculdade Novo Hamburgo (IENH), instituição comunitária, filantrópica e privada, a

autoavaliação é entendida como processo contínuo para detectar potencialidades, falhas

e dificuldades; apoiar busca de soluções para os problemas; subsidiar metas e tomada de

decisões. Percebendo-se a variação da adesão dos alunos no processo avaliativo, busca-se

responder: como melhorar a adesão nos processos avaliativos? Quanto aos objetivos do

estudo, estes são: identificar hipóteses para a variação da adesão nas avaliações; avaliar

as ações estabelecidas, focadas na melhoria da adesão; e propor novas ações visando ao

aumento da participação dos alunos nos processos. A metodologia enquadra-se num estudo

de caso, exploratório e qualitativo. Como métodos de coleta de evidências destacam-se

o levantamento bibliográfico e documental e as entrevistas em profundidade. Os cursos

da Faculdade IENH são o objeto de estudo . Toma-se como universo o corpo docente e

o discente. Alguns pressupostos teóricos embasam o trabalho. Através da sensibilização,

busca-se mudar a maneira de se perceber a avaliação. As resistências quanto a avaliação

estão ligadas ao papel que ela desempenhou na educação conservadora, que objetivava

resultados. Assim, a avaliação deve ser vista como um recurso para assegurar a qualidade

e não um instrumento de seleção ou de exclusão. É preciso estar alerta para o perigo de

viés nas avaliações com critérios próprios, justificando ações e não alterando rotinas, se

isto ocorrer não haverá qualificação. As mudanças nas IES partem da discussão entre os

componentes do grupo. Há necessidade de vontade de mudar, de qualificação contínua

dos profissionais, de autonomia na busca da melhoria e de atividades coletivas. Ou

seja, a avaliação é uma forma de conduzir à compreensão e à construção de totalidades

integradas. Tal cenário foi percebido na Faculdade IENH, onde a avaliação institucional

tem pauta relevante. Uma das preocupações é atinente à participação dos alunos no

processo. Muitos quesitos são importantes de serem analisados, mas os motivos da

oscilação de adesão são prioritários. A CPA iniciou, em 2011, mudanças no processo da

avaliação, buscando aproximação dos alunos e professores à sistemática das avaliações.

O intuito foi alteração de percepção: de um processo visto como “punitivo” ou “vazio”

para um sistema crítico, significativo e gerador de mudanças. Durante essa mobilização,

notaram-se melhorias. As ações foram focadas em docentes e discentes: mobilização sobre

o significado das avaliações; intensificação de feedback; adequação do calendário das

avaliações; revisão dos instrumentos; intensificação da comunicação antes, durante e após

as avaliações. Observou-se um crescimento da adesão em 2012-1 e, posteriormente, uma

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queda. Retomou-se um patamar alto em 2013-1. Hipóteses foram levantadas para explicar

a variação e as melhorias aplicadas no último processo, com resultado positivo.

Palavras-chave: avaliação docente; adesão; sensibilização.

51. Programa de Avaliação Institucional das Universidades Comunitárias Gaúchas (Paiung): experiências avaliativas das CPAs das comunitárias Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI (URI – Paiung)

Nilce Fátima Scheffer, Magda Inês Luz Moreira, Fabiano Lopes Chiesa, Magna Stella

Cargnelutti Dalla Rosa

RESUMO

Este trabalho pretende apresentar dados oriundos da criação, organização e andamento

do Programa de Avaliação Institucional das Universidades Comunitárias Gaúchas (Paiung)

e do processo de autoavaliação institucional desencadeado pelas IES pertencentes ao

programa. Objetiva apresentar aspectos organizacionais da avaliação institucional, sua

implementação e seu andamento nessas instituições que têm a característica comunitária

de grande penetração na realidade regional em que estão inseridas. O trabalho reúne

reflexões a respeito de experiências avaliativas desenvolvidas nas diferentes instituições,

desencadeadas a partir do advento do Sistema Nacional da Educação Superior (Sinaes),

sua história, metodologia, autonomia e resultados. As instituições do Paiung já possuem

um processo de autoavaliação consolidado, pois o concebem como processo formativo e

permanente, que visa articular a avaliação com a gestão, assim, a avaliação contribui para

o planejamento e para a garantia da qualidade educativa. A coleta e a análise de dados,

na maioria das IES, apresentam uma abordagem qualitativa, considerando as diferentes

metodologias e organização das CPA. A organização dos dados também assume essas

características, considerando a literatura existente na área da avaliação especificamente

em autores como Sobrinho (2003) e Leite (2003); Projetos de Autoavaliação Institucional

das IES; e Relatórios de Autoavaliação Institucional das IES, que são protocolados no

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sistema e-MEC anualmente. Os resultados nas IES do Paiung são tratados de formas

diversas, contam com seminários de discussão, reuniões dos Conselhos da Universidade

e dos coordenadores, divulgação nos meios de comunicação impresso e online, que se

constituem em base de dados para conduzir as IES em seus diferentes segmentos de gestão

e organização. Os resultados apontam que a autoavaliação nas IES auxilia a compreensão

e apropriação de políticas, na busca de estratégias para atender aos requisitos legais

sem perder a identidade das nossas instituições. Neste cenário, o Paiung constitui-se

em um importante fórum de discussões, reflexões e produção de conhecimento sobre a

autoavaliação institucional, registradas em publicação coletiva, produção e apresentação

das experiências das IES em eventos que acontecem no país sobre o tema avaliação da

educação superior.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; Paiung; universidade comunitária.

52. Programa de Avaliação Institucional na Universidade Federal de Santa Maria CPA – funcionamento e descentralização do processoUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Marcia Helena do Nascimento Lorentz, Sandra Ligia Agnolin, Juarez de Lima Ventura,

Carolina Costa Pires Trindade, Lúcia Rejane da Rosa Gama Madruga

RESUMO

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), comprometida com a avaliação institucional,

apresenta, a cada ano, o relatório de autoavaliação, dando destaque às ações desenvolvidas

pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) e pelas Comissões Setoriais de Avaliação (CSA).

O estágio atual do processo de avaliação na UFSM é resultado de um trabalho persistente,

desenvolvido ao longo dos anos, tendo como principal indutor o processo de autoavaliação.

O referido processo oferece à comunidade universitária o conhecimento de suas forças e

fraquezas, contribuindo para a tomada de decisão. O objetivo deste artigo é apresentar o

processo de autoavaliação institucional na UFSM, por meio do funcionamento da CPA e

da descentralização das atividades junto às CSA. O estudo caracteriza-se como pesquisa

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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descritiva e documental, com processo de análise qualitativa e sua principal fonte de

dados foram os relatórios de autoavaliação da UFSM, documentos oficiais da instituição,

publicações da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), bem como

a legislação vigente sobre o tema. A coleta de dados ocorreu no período de abril a junho de

2013, contemplando informações sobre o histórico da CPA desde a sua constituição até os

dias atuais. O artigo está ancorado no arcabouço teórico relativo à avaliação institucional,

no qual se destacam as publicações da Conaes e as legislações pertinentes. A CPA da UFSM

mantém quatro eixos como norteadores de seu trabalho: i) ações contínuas; ii) fortalecimento

das comissões setoriais de avaliação; iii) ações das unidades e disponibilidade do recurso;

e iv) aprimoramento do processo de divulgação de ações e resultados. No primeiro eixo,

identifica-se a preocupação da CPA em manter a continuidade das ações da avaliação,

fortalecendo o processo junto às CSA. No segundo eixo, a CPA mantém auxílio permanente

na estruturação e reestruturação das CSA e apoio à realização de eventos e incentivo a

publicações das CSA. No terceiro eixo, a CPA auxilia na priorização do atendimento às etapas

apontadas no plano de ação de cada unidade, estabelece critérios e orienta a execução do

recurso para que ocorra de acordo com as dimensões do Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior (Sinaes). No quarto e último eixo, a CPA desenvolve atividades com o

objetivo de contribuir para a troca de experiências entre as CSA. A elaboração dos planos

de ação pelas CSA evidencia o envolvimento das Unidades Universitárias no processo. A

sistemática de trabalho da CPA e das CSA, a partir dos quatro eixos apontados, identifica

que a avaliação na UFSM apresenta uma estrutura adequada para o desenvolvimento das

atividades propostas, com ênfase na descentralização das CSA, visando à qualificação e

à melhoria contínua do processo. O presente artigo reforça a importância do processo

desenvolvido pela UFSM, o qual se consolida por meio da integração e participação da

comunidade na autoavaliação institucional coordenada pela CPA e desenvolvida em um

trabalho conjunto com as CSA.

Palavras-chave: avaliação institucional; autoavaliação; descentralização.

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EIXO II Indicadores e Instrumentos de Autoavaliação

Região Centro-Oeste

1. Pesquisa “Ouvindo o Aluno” – uma aplicação da análise de lacunas em uma instituição multicampi.Universidade Salgado de Oliveira (Universo)

Jobenil Luiz Magalhães Júnior, Mauro Urbano Rogério, Paulo de Tarso Tonelli Teixeira Álvares

RESUMO

Este trabalho apresenta os detalhes metodológicos que justificaram a elaboração de dois

instrumentos de pesquisa levados aos alunos de uma IES multicampi. Os indicadores

permitem, sem perda de generalidade, uma análise comparativa entre os distintos campi e

cursos, além de servirem como parâmetros para que os gestores direcionem as eventuais

melhorias que, por ventura, venham a ser necessárias. O trabalho teve como objetivos a

elaboração e a validação dos instrumentos de medidas utilizando de pesquisa junto aos

alunos, a construção dos indicadores de necessidade de crescimento e de desempenho e a

construção de relatórios a serem utilizados por distintas instâncias da gestão universitária.

A metodologia utilizada foi a de Análise de Lacunas – “Gap Analysis”, utilizando-se o

instrumento Servqual, em que os alunos podem manifestar suas expectativas e suas

satisfações com os distintos aspectos das ações desenvolvidas pela Universidade na oferta

dos seus cursos. A pesquisa, além de deixar explícitos os valores atribuídos à importância

e à satisfação declarados em cada aspecto avaliado, introduziu, como elemento de

análise quantitativa, o Indicador de Necessidade de Crescimento (INC) inspirado no PGCV-

“Pontencial Gain in Customer Value”. Foram criados indicadores que compõem uma

série de relatórios como: desempenho individual dos docentes, no semestre e em anos

anteriores; desempenho dos gestores, dos serviços e da infraestrutura da IES em cada

campus. Esta pesquisa é realizada anualmente desde 2007 na Universo e já se encontra

estabelecida na rotina da IES.

Palavras-chave: avaliação institucional; indicadores de qualidade educacionais; Servqual.

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Região Nordeste

2. A atuação da CPA/UFRN na autoavaliação institucionalUniversidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Francisco de Assis Medeiros da Silva, Renata Archanjo, Mariana Oliveira Cedraz

RESUMO

Este trabalho apresenta um recorte de parte das avaliações realizadas no processo de

autoavaliação institucional da UFRN, executada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA)

da instituição. Na UFRN, a CPA tem participado ativamente das 10 dimensões da avaliação

institucional, destacando-se as avaliações da docência na graduação sob a ótica do

aluno, do ensino a distância, das residências profissionais em saúde, do atendimento nos

ambulatórios, da qualidade de vida e saúde no trabalho do servidor, de algumas atividades

de extensão e da gestão. A avaliação da docência, tanto a presencial quanto a distância

é feita semestralmente em todas as turmas, online, no momento da matrícula. Nessa

avaliação, constam a atuação didática e a postura profissional do professor, a autoavaliação

do aluno, a autoavaliação do professor, a turma sob a ótica do professor e a infraestrutura

disponível para o ensino. O resultado – que tem posicionado a maioria dos docentes entre

bons e excelentes – é disponibilizado para cada professor, para chefes de departamento e

diretores de centro no início do período letivo seguinte. Além disso, é feita uma análise geral

anual, que é apresentada num fórum formado pelos representantes de toda a comunidade

universitária: pró-reitores, membros dos Colegiados Superiores e da CPA, diretores de

Centro, chefes de Departamento, coordenadores de curso e representantes dos alunos.

Na extensão, a avaliação está em execução por meio de questionários preenchidos por

coordenadores de projetos e bolsistas e por meio da opinião dopúblico alvo de um dos

principais programas, “Trilhas Potiguares”, realizado em diversos municípios do RN. Os

resultados iniciais mostram os benefícios para os municípios participantes. A gestão é

avaliada a cada dois anos, sendo que a última avaliação mostrou uma aprovação de mais

de 70% de alunos, servidores docentes e servidores técnico-administrativos. O impacto

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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da ação da UFRN no interior do estado, sob a ótica da população da região beneficiada,

obteve ótimos resultados. A avaliação das residências em saúde, segundo residentes e

preceptores, detalha a atuação da UFRN nessa área, assim como uma pesquisa realizada

sobre o atendimento nos ambulatórios dos hospitais da UFRN, em que a maioria se diz

satisfeita com o serviço prestado. Da mesma forma, uma avaliação da Qualidade de Vida e

Saúde do Servidorensejou a criação do programa Viver em Harmonia, implantado na UFRN

e direcionado para todos os servidores.

Palavras-chave: avaliação da docência na UFRN; autoavaliação da UFRN

3. A CPA como mediadora interpares do sistema educacional Inta em Sobral-CE: relato de experiência de construção democrática e participativaInstituto Superior de Teologia Aplicada (Inta)

Rita de Cássia Marques Costa, Marisa Pascarelli Agrello, Mauro Vinícius Dutra Girão, Viviane

Cunha de Abreu

RESUMO

A avaliação, do ponto de vista ético, deve pertencer ao interesse público e ser assegurada

por propósitos referentes a proatividade, a natureza participativa, envolvendo

comunidade acadêmica, sociedade e setor governamental representado pelo Ministério

da Educação, elencado no Sistema de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes). Através das

avaliações internas, busca-se mediar e integrar intenções específicas de vários grupos

interessados, como dirigentes, comunidade acadêmica, pais, alunos e sociedade civil, na

perspectiva de promover mudanças para melhoria da qualidade na educação superior.

A Comissão Própria de Avaliação (CPA) do Instituto Superior de Teologia Aplicada

(Inta) iniciou suas atividades em 2006, primeiramente, com um grupo de estudos

para apropriar-se das dimensões de sua competência, refletindo sobre o papel e a

responsabilidade de cada membro que a constitui, elaborando um instrumento próprio

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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que atendesse às exigências, mas que se adequasse à realidade local na qual a Faculdade

está inserida. Preocupava-se em sensibilizar discentes, docentes, corpo técnico-

administrativo e comunidade civil para a importância da participação consciente e ativa

em benefício não exclusivamente da Instituição, mas, principalmente, dos protagonistas

que fazem e pertencem a esta Instituição de Ensino. Ao destacar o relato de experiência

dos membros da CPA das Faculdades Inta, que atuam/atuaram comprometidos com a

melhoria da qualidade da Instituição Superior através do processo de avaliação interna,

pretende-se abordar aspectos próprios de tomada de decisão da comunidade acadêmica

das Faculdades Inta em Sobral-CE, desde sua criação em 2006 até os dias de hoje.

Apontam-se as potencialidades e as fragilidades, principalmente aquelas concernentes

à IES e seus atores, no intuito de socializar através das mediações entre pares, na

perspectiva democrática e participativa. Em síntese, pretendemos responder, a partir

dos decorridos sete anos de implantação da CPA no INTA: a) quais foram os avanços de

ações democráticas na Instituição; b) quais as dificuldades enfrentadas para construção

de uma cultura de participação ativa; c) como se deu o processo de mediação entre

os protagonistas envolvidos. Para realização deste trabalho, foram realizadas reuniões

para levantamento de ações desenvolvidas pela CPA, estudos em relação à legislação

interna e sobre os processos de sua implantação, pois a posse da atual gestão se deu em

31 de maio de 2013. Os autores que subsidiaram a fundamentação e o aprimoramento

do estudo foram: Gadotti (1994); Balzan (2000); Dias Sobrinho (2003); Libâneo (2005);

Brasil (2011). Dos resultados obtidos percebemos que o desafio maior foi o alcance de

relações democráticas nos setores externos, com a organização de um encontro entre

todas as instituições públicas e privadas, para estabelecimento de calendário em comum

interesse. Esse se fez necessário devido ao atendimento a um público oriundo de mais

de oitenta municípios da região norte do Estado do Ceará, conciliando o transporte

de estudantes em veículos disponibilizados pelas prefeituras, o que representou um

grande avanço para a construção da maturidade democrática da comunidade. Como

desafio atual de alcance interno, é de fundamental importância alicerçar a cultura da

participação ativa dos alunos no processo avaliativo de forma mais espontânea.

Palavras-chave: CPA; mediação; participação ativa.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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4. Avaliação institucional: indicadores e instrumentos de autoavaliação produzidos pela CPA FacemaFaculdade de Ciência e Tecnologia do Maranhão (Facema)

Edilene Lima da Silva

RESUMO

O presente trabalho traz um relato de experiência referente ao processo de avaliação

institucional vivenciado na Faculdade de Ciência e Tecnologia do Maranhão (Facema)

no período de 2013.1. Tem como objetivo refletir sobre o processo de autoavaliação

realizado pela Comissão Própria de Avaliação da Instituição acerca da dimensão

ensino, pesquisa e extensão, proposta pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Superior (Sinaes).Apresenta os métodos de condução deste processo e os instrumentos

utilizados para a avaliação da referida dimensão, tendo em vista a verificação do

controle de qualidade e de autorregulação dos serviços oferecidos pela Instituição de

Ensino Superior. Para tanto, foram evidenciados indicadores e procedimentos de coleta

de dados da autoavaliação realizada junto aos alunos, professores e funcionários da

gestão administrativa da faculdade, a partir da aplicação dos seguintes instrumentos:

questionários, grupo focal e levantamento de documentação institucional. A Análise

dos dados deu-se em consonância com os pressupostos legais que regulamentam a

avaliação institucional como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9392/96,

o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (2003), fundamentada teórico e

metodologicamente em autores como Balzan e Sobrinho (2000), Oliver (2010), Lück

(2012), entre outros. A avaliação institucional realizada na Facema tem-se consolidado

nos últimos anos buscando atender a três pressupostos previstos na Proposta de

Autoavaliação Institucional e especificado no Plano de Trabalho da CPA: negociação,

flexibilidade e construção coletiva.

Palavras-chave: avaliação institucional; autoavaliação; Sinaes.

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5. Docência universitária: avaliação diagnóstica como instrumento transformador da prática docenteUniversidade Federal do Ceará (UFC)

Suzete Suzana Rocha Pitombeira, Wagner Bandeira Andriola

RESUMO

Tem como tema a meta-avaliação e está inserida na linha de pesquisa da avaliação

educacional, particularmente, da institucional. O processo de planejamento de uma

Instituição de Ensino Superior se completa com a avaliação, que tem o papel de alimentar

continuamente a ação institucional. Portanto, avaliar a atividade do docente se faz

imprescindível para a obtenção de resultados que orientem o efeito e a transparência

do planejamento e da gestão das instituições do ensino superior. Para isso, dois olhares

são importantes nesse processo: o do docente e o do discente, ambos protagonistas da

aprendizagem. A avaliação docente objetiva que os professores se reconheçam em sua

prática pedagógica e promovam mudanças que orientem as condições de ensino. O Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) trouxe desafios para as Instituições de

Ensino Superior, que tiveram de implementar e desenvolver seus processos de autoavaliação,

contribuindo para uma nova dinâmica no interior dessas instituições. Investiga-se, então,

o que seria necessário avaliar no desempenho docente, no sentido de contribuir para a

melhoria do trabalho pedagógico, revertendo-se em benefícios para a instituição como um

todo. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, utilizando como instrumento

questionários formulados com base em atributos criados pelo Joint Committee on

Standards for Educational Evaluation. Participaram da pesquisa 25 professores e 58 alunos

de duas unidades acadêmicas da Universidade Federal do Ceará (Centro de Tecnologia e

Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade). Evidenciou-se que, na

opinião dos alunos, a avaliação docente pode proporcionar mudanças no ensino quando

avaliados os aspectos didáticos e metodológicos, o comprometimento docente, a avaliação

da aprendizagem e as relações professor-aluno. A opinião dos professores atrelou-se aos

objetivos da avaliação como promoção funcional e como aperfeiçoamento da prática;

e ao descrédito da avaliação pelos alunos, em razão da necessidade de conscientização

e orientação desses em relação à desqualificação de sua opinião. Concluiu-se que a

avaliação docente ajuda a compreender melhor uma dada realidade e pode contribuir para

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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melhorá-la e transformá-la, mas deve-se saber utilizar adequadamente seus resultados e

suas recomendações e saber reconhecer os seus limites.

Palavras-chave: avaliação docente; meta-avaliação; avaliação diagnóstica.

6. Grupos focais como instrumentos de autoavaliação institucional: olhares e vozes da Faculdade Dom Pedro IIFaculdade Dom Pedro II

Diana Leia Alencar da Silva, Jacqueline dos Santos Silva, Sílvia Santos da Silva Gonçalves,

Teresa Cristina Merhy Leal

RESUMO

Este artigo trata do processo de autoavaliação institucional que foi iniciado com a

redefinição do projeto de avaliação institucional da Faculdade Dom Pedro II. Pautados nas

diretrizes para o processo avaliativo, descritas pela Conaes (2004), foram estabelecidos

como um dos principais instrumentos para a coleta de informações: os grupos focais,

realizados anualmente com todos os segmentos da instituição. Em linhas gerais, esses

grupos se constituem em equipes de discussão compostas por participantes dos segmentos

discente, docente e de funcionários, que analisam a instituição. Pautam-se nas dez

dimensões avaliativas estabelecidas pelo Sinaes. O objetivo é identificar as fragilidades e as

potencialidades da instituição de forma qualitativa, para fortalecer tanto as ações educativas

quanto a legitimidade da identidade da organização, como instituição de ensino superior.

Alicerçados nos princípios da pesquisa qualitativa, os grupos focais ocorrerem com a presença

de um moderador (membro da CPA) e com os representantes de turma, coordenadores,

professores e funcionários, separados por segmento. Nos grupos, em consonância com

um roteiro previamente definido, os participantes são convidados a discutir e a analisar

questões referentes a autoavaliação, o curso e a instituição. O fomento à interação entre os

participantes, necessária à coleta das informações pleiteadas, é realizado por um mediador,

responsável pelos encaminhamentos e direcionamentos necessários. Também incentivam

a participação de todos os componentes do grupo, para que se aprofundem as discussões,

possibilitando a revelação de novos aspectos e novos olhares relativos ao tema. O processo

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de interação e discussão é acompanhado por um ou mais observadores, que têm a função

de registrar todas as informações que surgirem durante o encontro do grupo em três

etapas, a saber: abertura, em que se devem registrar o mais fielmente possível todas as

informações; o desenvolvimento, no qual o grupo começa a se posicionar frente ao tema

a ser desenvolvido; e o fechamento, quando o grupo começa a formular uma síntese dos

fenômenos ocorridos. Todas as informações anotadas pelos observadores são, ao final,

analisadas e devidamente registradas em relatórios, focados nos tópicos apresentados pelo

moderador ao grupo. A elaboração da proposta dos grupos focais apoiou-se nos estudos

de Gondim (2002), Gatti (2005) e nas orientações do Sinaes. Em face da participação dos

grupos convidados e das informações apuradas, foi possível identificar as percepções e

sentidos, opiniões atribuídos pelos docentes, discentes e funcionários sobre a instituição,

assim como as sugestões para que essa fortaleça o principal princípio que estabeleceu

para suas práticas: a evolução contínua das suas ações educativas, junto à comunidade

acadêmica e aos grupos sociais que dela necessitam.

Palavras-chave: grupos focais; autoavaliação institucional; instituição de ensino superior.

7. Relatório da autoavaliação institucional no IF Baiano – os instrumentos de coleta de dados, paralelo entre os exercícios de 2011 e 2012Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano)

Ana Carina Freire Barbosa Silva, Carlito José de Barros Filho

RESUMO

Dos três processos de autoavaliação ocorridos no IF Baiano, a atual Comissão Própria de

Avaliação deste Instituto já liderou dois exercícios, os de 2011 e de 2012. A metodologia de

trabalho adotada pela CPA consistiu em questionário fechado aplicado junto à comunidade

acadêmica. Este artigo discute o modo como foram elaborados os instrumentos de coleta

de dados, traçando-se um paralelo entre os exercícios de 2011 e de 2012. Este trabalho

corresponde a um relato de experiência, à luz da revisão bibliográfica, a fim de clarificar os

aspectos observados quanto à elaboração dos instrumentos de coleta de dados. A perspectiva

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de avaliação defendida neste trabalho ultrapassa a regulação e o controle, possuindo esta

um sentido mais abrangente de orientação e decisão nas discussões sobre os rumos da

universidade. Esta corresponde a um processo complexo, de natureza global e abrangente,

conforme preceituam Morin e Kern (1993) e Dias Sobrinho (1994). Assim, abarca tanto aspectos

de qualidade formal como de qualidade política, requerendo a participação coletiva conforme

orienta Demo (2002). O aspecto humano para Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004) garantirá a

qualidade do objeto avaliado quando contempla as necessidades dos envolvidos nos processos

em que a avaliação está sendo realizada. No paralelo traçado na Autoavaliação Institucional,

quanto ao processo de elaboração e de aplicação dos questionários nos exercícios de 2011

e de 2012, percebem-se, no exercício de 2011, alguns entraves. Inicialmente, observou-se o

exíguo tempo entre a posse dos membros da CPA e o prazo estabelecido para entrega do

relatório (janeiro a março de 2012). Ocorreu também a descontinuidade na participação dos

membros da CPA na elaboração dos questionários. Esses dois aspectos implicaram na falta

de discussão aprofundada do questionário pelos próprios membros da CPA. Além disso,

junto à comunidade, nem mesmo houve sua testagem. A aplicação do questionário ocorreu

manualmente, dificultando, pois, a tabulação. Na elaboração dos instrumentos, no exercício

2012, algumas situações foram corrigidas: primeiro, garantiu-se a participação dos membros da

CPA de modo continuado, facilitando a discussão e a reformulação desses instrumentos, além

de um maior tempo para elaboração dos questionários; segundo, a aplicação do questionário

ocorreu eletronicamente, facilitando a tabulação dos dados. Por outro lado, reduziu-se o nível de

participação da comunidade, o que denota a necessidade de maior divulgação e sensibilização

quanto à importância de participação no processo avaliativo. É preciso também aprimorar o

programa de informática para fornecer dados de controle dos respondentes de modo mais

eficiente. Visualizou-se, ainda, ser fundamental uma discussão minuciosa dos instrumentos de

coleta de dados junto à comunidade acadêmica. Outro aspecto que tem dificultado o trabalho

da CPA é a inexistência de formação de seus membros, uma vez que a instrumentalização

teórica e prática dariam uma maior qualidade ao trabalho desenvolvido. A elaboração dos

instrumentos de coleta de dados é uma etapa importante para obter a qualidade do relatório

da autoavaliação, assim, são de fundamental importância a formação dos membros da CPA,

a discussão junto à comunidade acadêmica e a sensibilização desta quanto à importância de

participação no processo avaliativo.

Palavras-chave: autoavaliação no IF Baiano; instrumentos de coleta de dados; linha

comparativa.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Região Norte

8. A prática da autoavaliação interna: uma referência aos indicadores e aos instrumentos de autoavaliaçãoFaculdade de Castanhal (FCAT)

Maura da Silva Costa Furtado, Maria Cândida Mendes Forte

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo central a descrição da implantação do Processo de

Autoavaliação Institucional na Faculdade de Castanhal (FCAT), localizada no nordeste do

estado do Pará, perpassando a forma com que foram confeccionados os instrumentos

avaliativos, a sistemática metodológica de revisão dos indicadores e consequente

reformulação dos instrumentos e sua validação, análise dos resultados, elaboração

dos relatórios por curso de graduação até a formulação do relatório bianual. Como

insumos, a Comissão Própria de Avaliação (CPA) acumula os registros das etapas

evolutivas do Processo da Autoavaliação Institucional, os resultados das coletas de

dados, a cada semestre e, de modo especial, agrega valores qualitativos obtidos nos

Grupos de Discussão, realizados com cada segmento acadêmico avaliado. Os grupos

são consequência da sistematização dos resultados do Processo de Avaliação do ensino-

aprendizagem, parte substancial da agenda de trabalho da Diretoria Acadêmica, em

parceria com as Coordenações dos Cursos de Graduação, processo do qual a CPA é

colaboradora. Os relatórios da CPA sintetizam tais informações de forma descritiva

e analítica, por meio de mostras de tabelas, gráficos, análise e interpretação dos

resultados. Para este trabalho, foram utilizados alguns autores como: Bertolin (2009),

Cunha (2009), Dias Sobrinho (2008)e Freitas (2003), assim como o Decreto-Lei nº10.861,

de 14 de abril de 2004 (Sinaes), as Diretrizes para a Avaliação das Instituições de educação

superior (MEC/Conaes), o Projeto de Avaliação Institucional da Faculdade de Castanhal

(2007), os Planos de Desenvolvimento Institucional da Faculdade de Castanhal (2007 e

2012) e os Relatórios de Autoavaliação Institucional da Faculdade de Castanhal (2008 a

2012). Na prática, os resultados obtidos são significativos para o Processo de Avaliação

Continuada, objetivo pedagógico constante no Plano de Desenvolvimento Institucional

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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(PDI) da FCAT. Nesse trabalho conjunto, a CPA tem alcançado resultados visíveis aos olhos

de cada segmento, a exemplo da sugestão de eventos temáticos no Fórum Permanente

de Educação, da ampliação física da biblioteca e da reprografia, da sinalização de novas

propostas curriculares de cursos de aperfeiçoamento para professores e funcionários. A

FCAT tem muito a contribuir no que diz respeito à inovação do Processo de Autoavaliação

Institucional para a educação superior, na medida em que vem avançando na qualidade

do ensino, graças ao esforço e à dedicação de cada um dos envolvidos neste processo.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; instrumentos de avaliação; ensino superior.

9. A utilização de indicadores de qualidade como mecanismo de autoavaliação na Universidade Federal do AcreUniversidade Federal do Acre (Ufac)

Anderson Azevedo Mesquita, Lorena Rodrigues Barbosa da Silva, Marcos Thomaz da Silva

RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de acompanhamento, através de

indicadores de qualidade, que demonstra a evolução dos elementos que apontam as

potencialidades e as fragilidades no processo de autoavaliação institucional, baseando-se

nas dimensões da Lei 10.861/2004. O processo de autoavaliação institucional é um

importante instrumento de acompanhamento e monitoramento das ações da instituição,

impactando diretamente no seu desenvolvimento. Os indicadores institucionais visam a

permanente atualização e ou reformulação do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI),

dando um norte à sua execução. A Universidade Federal do Acre (Ufac) vem, a cada ano,

inovando no tocante à confecção de instrumentos de avaliação, sempre objetivando atingir

um maior número de alunos, funcionários técnico-administrativos, docentes e membros

da comunidade externa que possam contribuir com a autoavaliação da instituição. Os

instrumentos foram elaborados segundo as orientações do Sistema Nacional de Avaliação

da Educação Superior (Sinaes) e aplicados através de um sistema computacional próprio,

que permitia o acompanhamento, em tempo real, dos resultados da avaliação. O cálculo

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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dos indicadores de qualidade foi realizado por meio da média ponderada das frequências

obtidas com as respostas de cada segmento em relação às questões que avaliavam

as dimensões previstas na legislação. Dentro da escala mensurável e prevista para o

cálculo dos indicadores de qualidade (insuficiente, regular, bom e ótimo), os resultados

encontrados apontam, de forma geral, que as dimensões foram avaliadas como regulares.

Com os indicadores de qualidade, será possível obter uma analise objetiva da evolução e

do desenvolvimento da Ufac, fomentando seu planejamento estratégico e a permanente

revisão de suas ações no decorrer dos anos.

Palavras-chave: autoavaliação; indicadores de qualidade; planejamento estratégico.

10. Avaliação institucional: relato de experiência da UFT no período 2006-2012Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Francisca Maria da Silva Costa, Elaine Jesus Alves, Enilda Rodrigues de Almeida Bueno,

Enedina Betânia Pires Nunes, Heber Grácio

RESUMO

Este artigo apresenta a experiência da Comissão Própria de Avaliação da Universidade

Federal do Tocantins (UFT), retomando seu percurso histórico e metodológico no contexto

em que esta universidade se insere. A UFT é instituição nova, criada em 2000, a partir

do processo de federalização dos campi que compunham a Universidade do Tocantins

(Unitins). Esta Universidade já nasceu com sete unidades, que estão distribuídas ao longo

de todo o estado, abarcando regiões socialmente tão diversas como o Bico do Papagaio,

caracterizada por um histórico de conflitos fundiários, e áreas de expansão da fronteira

agrícola, com seu profundo alinhamento econômico com políticas desenvolvimentistas.

Atualmente, a UFT oferece 48 cursos de graduação, 17 cursos de mestrado e 4 cursos de

doutorado. Todos esses cursos refletem a ampla diversidade acadêmica, social e política da

instituição. Esses fatores impõem dificuldades específicas para os processos de avaliação, em

particular, aqueles empreendidos pela CPA. Em termos metodológicos, a existência de sete

unidades, separadas por longas distâncias, demandou a criação de mecanismos de coleta

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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de informações, que contemplassem as especificidades geográficas. Entretanto, o grande

fator de restrições para as ações da CPA é a ausência de uma participação mais efetiva da

comunidade acadêmica nos processos avaliativos. Esses aspectos possuem relação com a

origem da Universidade e com o a ausência de uma cultura avaliativa. O presente trabalho

tem como objetivo relatar a experiência do processo de avaliação institucional realizado

pela Comissão Própria de Avaliação (CPA). A metodologia para a apresentação do trabalho

será um relato de experiência. Autores como Dilvo Ristoff (2005) e Dias Sobrinho (2008)

serviram de parâmetro para este o trabalho. Além desses teóricos, foram consultados ainda

os relatórios de gestão, questionários online e os relatórios de diagnósticos das Comissões

Setoriais de cada campus. A necessidade de fortalecer a cultura de avaliação institucional

despertou interesse em apresentar a experiência da Universidade Federal do Tocantins no

período 2006-2012. Em função dos resultados da avaliação pelos docentes, funcionários

técnico-administrativos e discentes, no referido período, foi constatado que apesar da

realização de atividades de sensibilização, uma cultura de avaliação institucional mais efetiva

mostrou-se imprescindível. Considera-se, então, fundamental o papel da CPA como agente

de interlocução no âmbito da instituição, no sentido de promover uma cultura avaliativa

com a comunidade interna, buscando fortalecer a participação no processo avaliativo.

Palavras-chave: avaliação institucional; relato de experiência; cultura avaliativa.

11. Processo de avaliação como ferramenta para qualidade na educação do IFPA – Campus CastanhalInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA)

Ângelo Rodrigues de Carvalho, Alciene Oliveira Felizardo, Ednara da Costa Sampaio, Lígia

Denyse Assunção da Silva, Gleice Izaura da Costa Oliveira, Roberta de Fátima Rodrigues Coelho

RESUMO

O Campus Castanhal do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará

(IFPA) compreende uma instituição que, historicamente, no bojo da educação do Pará,

se diferencia no processo de oferta do saber formal, não apenas pela sua história, mas,

sobretudo, pela particularidade do modelo de ensino que oferta, e, mais ainda, pelos

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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avanços e pelas mudanças sofridos nos últimos anos. O presente trabalho pretende fazer

um breve levantamento das práticas metodológicas realizadas pela Comissão Própria de

Avaliação (CPA) desta Instituição. Levantamento feito com base nas dimensões aferidas no

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), referentes aos anos 2011 e

2012. É válido salientar que as atribuições da CPA estão e são definidas na lei nº 10.861

de 14 de abril de 2004: a condução dos processos de avaliação internos da instituição, a

sistematização e prestação das informações solicitadas pelo Instituto Nacional de Estudos

e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A avaliação tem nos servido enquanto

um exercício na busca não apenas de aprender com os estudos ora realizados, mas,

principalmente, enquanto reflexão de nossas práticas pedagógicas, buscando, ao mesmo

tempo, descobrir e superar nossos limites no que tange ao aprimoramento de nossa prática

educacional e de formação humana. O trabalho aqui apresentado partiu de um panorama

preliminar de nossa Instituição tanto no aspecto pedagógico quanto institucional,

procurando compreender a história construída e apontar sugestões para o melhoramento

do trabalho oferecido dentro dos quadros político-pedagógicos dos cursos. Assim, esta

CPA adotou como prática de avaliação a aplicação de uma metodologia de trabalho que

contou com a realização de levantamento dos dados obtidos através dos questionários,

instrumentos de avaliação desse campus. O processo de autoavaliação iniciou-se com o

curso de Tecnologia em Aquicultura e, posteriormente, expandiu-se ao curso de Agronomia.

O trabalho foi realizado envolvendo a participação dos discentes, docentes, funcionários

técnico-administrativos e gestores. As questões levantadas buscaram identificar as

problemáticas e os avanços alcançados no processo de ensino-aprendizagem, percebidos

por todos os sujeitos que formam o coletivo acadêmico e o institucional: infraestrutura,

ensino, pesquisa e extensão, formação profissional, aparato disciplinar e bibliográfico,

dentre outros aspectos importantes no processo avaliativo. Cientes de que o exercício de

autoavaliação ainda é, para nós, uma prática recente, ao logo deste trabalho, percebemos

diversas dificuldades nesse processo. Este é o motivo de buscarmos contribuir para o

aprimoramento de nossa gestão e da prática educativa, filosófica e técnica-profissional,

que contempla a premissa de nossa labuta acadêmica e de formação cultural e humana de

homens e mulheres, jovens e adultos do campo e da cidade, que são os sujeitos com os

quais partilhamos saberes pela construção de outro mundo melhor e possível.

Palavras-chave: autoavaliação; práticas pedagógicas; formação profissional.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Região Sudeste

12. A pesquisa com egressos como fonte de informação sobre a qualidade dos cursos de graduação e a responsabilidade social da instituiçãoUniversidade Federal Fluminense (UFF)

Marilene Sinder, Renato Crespo Pereira

RESUMO

A pesquisa com os egressos dos cursos de graduação possibilita conhecer a qualidade

desses e o nível de compromisso da instituição universitária com a sociedade. A literatura

no campo da avaliação institucional aponta para a existência de poucas informações acerca

dos egressos dos diversos cursos de graduação no país. Logo, verifica-se a necessidade de

criação de sistemas de acompanhamento de egressos por parte das IES. A Universidade

Federal Fluminense (UFF), sob a responsabilidade e condução da CPA (Comissão Própria

de Avaliação), implementou sua pesquisa com egressos, em 2012, por meio de sistema

eletrônico com instrumento de coleta de dados aplicado online ao universo de cerca de

15mil alunos formados nos cursos de graduação nos últimos cinco anos. Um dos objetivos

desta pesquisa é conhecer aspectos como a preparação dada pelos cursos de graduação

para o mercado de trabalho, a contribuição desses para o desenvolvimento cultural e pessoal

dos ex-alunos e a participação das disciplinas dos cursos no seu desempenho profissional.

A análise dessas informações permite saber o que os egressos pensam sobre a formação

recebida, visando ao procedimento de ajustes no Projeto Pedagógico dos Cursos, para

adequá-los às demandas do mercado de trabalho, e à formulação da política para o ensino,

a pesquisa e a extensão. Além disso, possibilita perceber o grau de inserção da instituição

na sociedade, no cumprimento da sua responsabilidade social. Uma das finalidades da

Universidade é a preparação para o exercício profissional e a pesquisa com os egressos

permite que ela tenha o retorno quanto à qualidade dessa formação, principalmente no

que se referente à qualificação para o trabalho. Essa qualificação, por sua vez, possibilita

dimensionar o grau de inserção da instituição no contexto da sociedade. A pesquisa com

egressos é fundamental para a autoavaliação das IES e, consequentemente, para a avaliação

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da qualidade dos cursos de graduação no país e o dimensionamento da importância da

Instituição de Ensino Superior para a formação do profissional qualificado para o efetivo

exercício no mercado de trabalho, seja nos setores produtivos, nos de serviço ou na área

do ensino e da carreira acadêmica.

Palavras-chave: pesquisa com egressos; universidade; qualidade dos cursos de graduação.

13. Análise dos dados da avaliação do perfil do ingressante da UnoesteUniversidade do Oeste Paulista (Unoeste)

Robson Quintilio, Aparecida Darcy Alessi Delfim, Cristiane Maciel Rizo, Lucimara Carvalho

de Andrade Sanches

RESUMO

Os processos de avaliação do ensino superior têm grande importância na garantia de

qualidade da formação de pessoal acadêmico e de mercado. Como importante elemento

do processo avaliativo, o Sinaes destaca o autoconhecimento, que deve gerar ações que

direcionem o crescimento da Instituição. Portanto, o material produzido pelas Comissões

Próprias de Avaliação (CPAs) tem extrema importância no processo avaliativo da Instituição

e na construção de diretrizes administrativas e acadêmicas, sendo importante subsídio

para a elaboração do seu Plano de Desenvolvimento Institucional. Com base nisso, o

presente projeto analisou a série histórica dos dados sobre o perfil dos alunos ingressantes

da Unoeste coletados por meio dos procedimentos atuais de autoavaliação, identificando

características e tendências. Tal estudo pode ser utilizado como suporte (pré-requisito)

para ações da Comissão Própria de Avaliação da Unoeste e setores administrativos.

Palavras-chave: ingressante; avaliação; formação.

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14. Autoavaliação institucional: aplicabilidade de um instrumento de avaliação de disciplinaFaculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (FEHIAE)

Fabiane de Amorim Almeida, Maria Mercedes Fernandez Samperiz, Ana Villares Musetti

RESUMO

O processo de autoavaliação institucional, além do importante papel de retratar a

situação da Instituição de Ensino Superior (IES) perante o Ministério da Educação (MEC),

traz contribuições significativas para a própria instituição, quando está comprometida

em aprimorar cada vez mais o seu desempenho junto à sociedade. Dentre os diferentes

aspectos contemplados pelas 10 dimensões que norteiam esse processo, destaca-se

a avaliação das disciplinas oferecidas pelo curso da IES, realizada anualmente junto aos

discentes. Após alguns anos utilizando o mesmo instrumento, que avalia o conteúdo

programático das disciplinas e o desempenho dos seus professores, os autores deste estudo

questionam sobre a adequação deste instrumento para a identificação de fragilidades em

relação a esses dois aspectos. Objetivou-se verificar a aplicabilidade do instrumento de

avaliação de disciplina empregado no processo de avaliação institucional. Trata-se de um

estudo descritivo, retrospectivo, de abordagem quantitativa. Foram analisados os dados

obtidos a partir da avaliação das disciplinas realizadas pelos discentes por meio do uso

do instrumento em questão no período de 2010 a 2012. Este instrumento, apresentado

aos discentes por sistema de votação eletrônica, é constituído por nove questões de

múltipla escolha que consideram uma escala de satisfação de quatro pontos: 1= péssimo;

2= ruim; 3= bom; e 4= ótimo. A avaliação é considerada satisfatória quando pelo menos

75% dos discentes avaliavam o item em questão como ótimo ou bom. A organização e

a tabulação dos dados foram realizadas por meio de técnicas de estatística descritiva,

utilizando os programas Excel® e Minitab®. Ainda que o conteúdo programático da maioria

das disciplinas (média= 81,8%) e o desempenho da maioria dos docentes (média= 75,7%)

tenham sido avaliados como satisfatórios no período analisado, os resultados evidenciaram

pontos de insatisfação que, embora menos frequentes, não podem ser desconsiderados.

Em relação ao conteúdo programático das disciplinas, o índice de insatisfação foi de 15,9%

em 2010 e 2011, elevando-se para 22,7% em 2012. Quanto ao desempenho docente, o

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índice de insatisfação foi de 14,3% em 2010, elevando-se para 30,3% em 2011 e 28,4%

em 2012. Partindo do princípio de que esta IES busca sempre oferecer um serviço de

excelência à comunidade, o instrumento de avaliação de disciplina analisado mostrou-se

efetivo na identificação de pontos a serem melhorados. Os resultados suscitaram a adoção

de medidas pela coordenação de curso da IES, com destaque para o investimento na

capacitação docente. As autoras acreditam, contudo, que a sensibilidade do instrumento

de avaliação possa ser otimizada e os resultados se tornem mais significativos a partir do

uso de uma escala de satisfação de 10 pontos (em que 1 significa totalmente insatisfeitos e

10, totalmente satisfeito), ao invés da escala de quatro pontos.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; avaliação de disciplina; Comissão Própria

de Avaliação.

15. Avaliação institucional: uma perspectiva em destaqueFaculdade de Ciências Aplicadas e Tecnológicas do Litoral Sul (Facsul)

Kilza Roberta Assunção Monteiro

RESUMO

Com a possibilidade de ressaltar aspectos relevantes do processo de ação, de reflexão e de

tomada de decisão que envolve todos os atores do contexto escolar, este texto apresenta

algumas considerações quanto à análise dos dados da autoavaliação institucional e a

elaboração de relatórios pela CPA (Comissão Própria de Avaliação). Tem o intuito de

refletir sobre as potencialidades, vulnerabilidades e repercussões dos resultados obtidos

na avaliação interna institucional. Quanto à metodologia utilizada na autoavaliação, esta

se baseou em dados obtidos após aplicação de instrumento de avaliação, que foram

organizados em tabelas e gráficos que indicavam as ocorrências de cada um dos itens. O

tratamento desses dados foi composto por procedimento quantitativo que visava à descrição

da opinião dos respondentes. O entendimento do grau de satisfação quanto às afirmativas

constantes no instrumento seguiu uma escala pré-estabelecida onde o respondente

deveria indicar sua opinião assinalando um valor de 1 (nunca/insuficiente) até 5 (sempre/

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satisfatório), sendo que NS indicaria ausência de informação sobre o assunto. Os dados

assim constituídos foram organizados em tabelas que permitiram verificar, de forma ampla,

o grau de satisfação. O plano para tabular a aplicação do instrumento foi organizado da

seguinte forma: tabelas e gráficos; divulgação dos dados para seus respectivos segmentos,

especificando objetivos e orientações para leitura e análise dos resultados; e elaboração

dos relatórios. O referencial teórico embasou-se em autores como Dias Sobrinho (2002)

e Freitas (2003; 2012). A partir dos resultados obtidos, os responsáveis puderam planejar

e organizar ações diversas de cunho administrativo, pedagógico e social. Neste sentido, a

avaliação institucional tem um importante papel de articuladora entre os atores envolvidos

nesse processo de aprimoramento a partir dos problemas vivenciados por ela e de implantar

a cultura da avaliação institucional como processo formativo.

Palavras-chave: avaliação institucional; Comissão Própria de Avaliação; processo formativo.

16. Desenvolvimento de competências gerais sob a ótica dos alunos da área da saúdePontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

Estelina Souto do Nascimento, Antônia Maria da Rocha Montenegro, Elisete de Assis

Rebello Leite Ribeiro, Isabel Cristina Correia dos Passos, Marisaura dos Santos Cardoso

RESUMO

Nos últimos anos, no Brasil, as mudanças ocorridas nas áreas da educação e,

particularmente, da educação superior trouxeram significativas transformações para a

formação acadêmica e profissional. A ênfase na formação, baseada no desenvolvimento

de competências e habilidades, tem induzido à adequação dos currículos a esta nova

realidade que se apresenta. Na área de formação da saúde, estes também têm sido os

elementos norteadores dos diversos cursos superiores. Considerando essa realidade,

este estudo tem como objetivo analisar a percepção dos alunos sobre a abordagem das

disciplinas da área da saúde no que tange às práticas pedagógicas, às competências

do profissional da área de saúde que, em conformidade com as Diretrizes Curriculares

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Nacionais, são exercidas em contexto de prática social. Os sujeitos do estudo foram

os alunos dos cursos da área da saúde de uma Instituição de Educação Superior que

responderam um questionário eletrônico. Foi feita uma amostra geral para os cursos,

com um nível de confiabilidade de 95% e margem de erro de 1,9%. O resultado foi

construído em cinco partes: caracterização dos alunos da área da saúde; políticas públicas

e atuação profissional; contribuições do estágio; atividades práticas; e competência. No

presente texto, é apresentada parte dos resultados da avaliação, relatando os dados nos

aspectos ligados às atividades práticas; contribuições do estágio; e competência. Além

disso, é apresentado, de forma sintética, o perfil dos alunos participantes da avaliação.

A presente avaliação vai além de capturar a visão do aluno sobre práticas desenvolvidas,

busca as condições de ensino e as diversas questões que envolvem as atividades

acadêmicas. O propósito, principalmente, é colocar em pauta questionamentos sobre

a produção de significados, a pertinência social, a relevância teórica, científica e ética

dos conhecimentos, das práticas e das competências previstas. Tudo isto visando à

cidadania, à saúde da população e às prioridades da sociedade. Vale ressaltar que a

avaliação tem servido para balizar o desenvolvimento do processo educativo e para

indicar caminhos de transformação e de fortalecimento de estratégias e de políticas

coerentes com objetivos sociais.

Palavras-chave: avaliação institucional; competências profissionais; formação em Saúde.

17. Desenvolvimento e implementação de uma estratégia de coleta de dados via MobileFundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap)

Marcelo Krokoscz, Ronaldo Araújo, Graziani Arciprete, Rogério Gustavo, Fernando Reis

RESUMO

O uso de instrumentos convencionais (formulários impressos ou via internet) nos processos

de coleta de dados nas pesquisas de avaliação institucional além de demandarem tempo

e custo elevado, nem sempre obtêm uma taxa de resposta representativa. Em ambos os

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casos, os resultados obtidos, por vezes, são insuficientes e a implicação disto é a fragilidade

das constatações inferidas. O principal objetivo deste trabalho é apresentar o processo de

desenvolvimento e de implementação de uma modalidade inovadora de coleta de dados,

que, ao mesmo tempo em que fosse barata e rápida, permitisse a obtenção de melhores taxas

de participação dos respondentes nas pesquisas institucionais. Sabe-se que as atividades

de avaliação institucional adquirem significância em termos educativos na medida em que

envolvem um grande número de participantes e que tal escopo nem sempre é uma tarefa

simples e fácil de ser realizada, portanto, a busca de estratégias alternativas de coleta de

dados além de ser necessária é uma tarefa que cabe à própria instituição visando a seu

aprimoramento e desenvolvimento. Sendo assim, foi desenvolvida uma plataforma mobile

para a coleta de dados visando à otimização desse processo. Desta maneira, o formulário

de pesquisa, que continha 17 questões de múltipla escolha e uma questão aberta, pode ser

acessado via smartphones e tablets por meio da rede wireless da Instituição e por redes

wireless fora da Instituição ou em conexões 3G. Verificou-se um aumento considerável da

participação dos respondentes de um Curso de Pós-graduação na pesquisa de avaliação

de desempenho docente, alcançando as taxas convencionais de resposta obtidas por meio

de formulários eletrônicos. Além disso, tal estratégia possibilitou a agilização do processo

de coleta de dados, a redução dos custos de aplicação dos questionários e os resultados

da pesquisa, pois por terem sido tabulados automaticamente puderam ser acessados de

forma mais eficiente. Ainda é necessário fazer melhorias nesta modalidade de coleta de

dados, contudo, desde já, se recomenda que esta técnica inovadora seja utilizada por

outras comissões e eventuais aprimoramentos possam ser compartilhados entre todos os

interessados na excelência dos processos de avaliação institucional.

Palavras-chave: pesquisa institucional; coleta de dados; plataforma mobile.

18. Indicadores gerenciais no processo de autoavaliação institucional em uma universidade federalUniversidade Federal de Viçosa (UFV)

Cisne Zélia Teixeira Reis, Vivian Kelly Andaki Nunes, Carmem Inêz de Oliveira, Leci Soares de

Moura e Dias, Marcelo Ottoni Durante, Sebastião Tavares de Rezende

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RESUMO

Este estudo tem por objetivo analisar a metodologia utilizada pela Universidade Federal

de Viçosa(UFV) nos três ciclos de autoavaliação institucional, ocorridos a partir de 2004,

com a edição da lei do Sinaes. Tendo como princípios a importância da autoavaliação

institucional e o estabelecimento de indicadores para a avaliação de resultados,

buscou-se a utilização de parâmetros que possibilitem a análise dos dados e a emissão

de relatórios capazes de proporcionar visão gerencial do comportamento da Instituição

em cada dimensão avaliada. Por meio da técnica de Análise Documental, aplicada nos

Relatórios de Autoavaliação Institucional produzidos pela Comissão Própria de Avaliação

(CPA) da UFV, podem-se analisar os procedimentos metodológicos adotados em cada

ciclo de autoavaliação institucional nas 10 dimensões estabelecidas pelo Sinaes: 1)

missão e PDI; 2) a política para o ensino, a pesquisa e a extensão; 3) a responsabilidade

social da Instituição; 4) a comunicação com a sociedade; 5) as políticas de pessoal;

6) organização e gestão da Instituição; 7) infraestrutura física; 8) planejamento e

avaliação; 9) políticas de atendimento aos discentes e 10) sustentabilidade financeira.

Observou-se que no Ciclo I, correspondente ao período 2004-2006, para cada dimensão

foi formulado número variado de questões, de zero a 25, com escala padrão única de

avaliação(ótimo, bom, ruim e sem condições de avaliar), totalizando 78 questões no

conjunto das dimensões. No Ciclo II, referente ao período 2007-2008, a metodologia

foi similar à do Ciclo I, com pequenas variações nos tipos e na quantidade de questões

por dimensão. Destaca-se a elaboração de cinco questões para a dimensão “Missão e

PDI”, que estava zerada no ciclo anterior. Por fim, no Ciclo III, correspondente ao período

2009-2010, a metodologia foi substancialmente alterada e passou a ser composta de

181 questões/subquestões para o conjunto das 10 dimensões. Esta alteração permitiu

qualificar a avaliação, possibilitando ao avaliador apontar os fatores que contribuem

para a avaliação positiva ou negativa de cada dimensão. Contudo, este novo formato

implicou em questionário mais extenso, o que pode ter restringido a participação

de avaliadores no processo. Neste último ciclo, os dados foram submetidos à análise

estatística, permitindo a emissão de relatório analítico e sintético/gerencial. Apesar

dos esforços da CPA na construção de metodologia de autoavaliação institucional

mais significativa e qualificada, verificou-se que apenas 15% da população participou

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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do processo e não foram produzidos indicadores do comportamento institucional na

série histórica, de modo a subsidiar a Instituição na gestão universitária de qualidade.

Verificou-se, também, que a CPA sinaliza para a necessidade da consulta à comunidade

acadêmica se dar por amostragem, visto que a participação espontânea tem sido baixa,

seja por segmento seja no todo.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; indicadores de desempenho; universidade

federal.

19. Instrumentos de autoavaliação e qualidade da educação superiorUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Paulo José Modenesi, Maria do Carmo de Lacerda Peixoto

RESUMO

No presente trabalho, discute-se a utilização dos questionários de avaliação das disciplinas

como instrumento de autoavaliação da qualidade do ensino. Nesses questionários, os

alunos têm a oportunidade de se autoavaliarem, de avaliarem a disciplina e o professor que

a ministrou. A metodologia que foi desenvolvida pela CPA sintetiza as respostas para cada

item do questionário, por meio de uma nota média calculada conforme o tipo de questão,

tratando os dados para que sejam utilizados nas suas diversas dimensões: Universidade,

Unidades Acadêmicas, departamentos, cursos, turmas e professores. Neste artigo, os

resultados são apresentados apenas para a Universidade e as Unidades Acadêmicas. O

referencial teórico se fundamenta nas distintas perspectivas sobre a qualidade da educação

superior, apoiando-se em estudos de Bertolin, Cunha, Morosini, e Renaud e Patrício. Como a

avaliação é opcional para o estudante, o estudo considera também a evolução da abstenção

no período 2004 a 2012, indicando que, ao longo do período analisado, a participação

dos estudantes sofreu relativa redução. Registra-se, contudo, aumento do percentual de

respondentes no grupo das Unidades Acadêmicas, onde tinha sido mais elevado. As notas

médias obtidas para a maioria das perguntas mantiveram-se relativamente constantes a

partir do ano de 2007. Uma análise mais detalhada dos resultados do primeiro semestre de

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2012 evidencia alguns aspectos da autoavaliação do estudante em relação ao aprendizado

na disciplina e da avaliação do professor quanto à capacidade de transmissão do

conhecimento. Os resultados mostram que os estudantes têm visão positiva da qualidade

dos cursos, sendo destacada a presença de dificuldades dignas da atenção e da intervenção

da Universidade, embora não cheguem a impactar os resultados gerais da Universidade

ou das Unidades Acadêmicas. As análises feitas pela CPA têm sido divulgadas para diversas

instâncias da Universidade, em especial para os colegiados de curso, o que possibilita a

verificação da pertinência de aplicação de medidas visando proporcionar maior qualidade

aos cursos.

Palavras-chave: autoavaliação; qualidade da educação superior; participação dos

estudantes.

20. Intercorpore – uma metodologia qualitativa de reflexões conjuntas entre os diversos sujeitos do curso visando a sua qualificaçãoCentro Universitário FIEO (Unifieo)

Ernesto Sílvio Rossi Júnior, Márcia Helena Biaggi Rossi, Adair Martins Pereira, Andreia Cristina

Grisólio Machion, Celina Maria Golin, Maria Helena Paula de Oliveira Cardim, Marcelo

Moacir da Silva, Maria Isabel Araújo da Silva, Dione Lis Martins Pereira (in memoriam)

RESUMO

A partir de 2004, quando se iniciaram as autoavaliações nas IES brasileiras, notamos

enormes dificuldades que surgiram na maioria das Comissões Próprias de Avaliação , quanto

ao desenvolvimento de um eficaz processo de autoavaliação. Percebemos então, o quão

complexa é essa questão. Uma das maiores preocupações, dentre várias levantadas, é

como podemos obter respostas, que, de fato, reflitam a realidade do curso e da instituição.

Ao realizar uma avaliação quantitativa, muitas vezes, deparamo-nos com ambiguidades.

Por exemplo, ao observarmos uma incoerência entre as respostas de uma mesma

questão, retornamos a questão e tentamos entender os fatores que estão diretamente

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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e indiretamente ligados a ela. Dessa forma, podemos ir além, aprofundar-nos mais no

entendimento das respostas e, se for o caso, reformular a questão para que ela nos traga,

nas respostas, um significado mais realista sobre o objeto de investigação. Mas, mesmo

com esses procedimentos, ainda nos faltam informações preciosas que venham corroborar

numa análise sistêmica mais abrangente, no que diz respeito aos diversos resultados da

autovaliação. A falta de informação qualitativa dos sujeitos envolvidos faz com que, muitas

vezes, o instrumento utilizado não contemple muitos dos requisitos necessários para

obter um diagnóstico preciso da real qualificação dos cursos, como dos demais setores

autoavaliados na instituição. Numa tentativa de chegar mais próximo a essa realidade

acadêmica, desenvolvemos uma metodologia de pesquisa qualitativa (fenomenológica)

de autoavaliação, que chamamos de Intercorpore. Tem como principal objetivo propor

uma metodologia de avaliação qualitativa de curso. Nesse processo avaliativo, participam

efetivamente, por meio de um fórum interno de discussões (reunião de avaliação

Intercorpore), os diversos sujeitos envolvidos na qualificação do curso: Coordenador, Chefe

de Departamento, representantes de turmas (alunos), professores e membros da CPA.

Antes de realizar a referida reunião, o Coordenador e o Chefe de Departamento do curso a

ser avaliado recebem uma lista com 22 (vinte e dois) indicadores de qualidade, abrangendo

três grandes aspectos: Qualidade de Planejamento, Qualidade de Gestão e Qualidade

de Ensino. Em reunião de colegiado, priorizam-se alguns indicadores. Esses indicadores

são repassados aos discentes que, em reuniões internas entre os alunos, discutem esses

indicadores, cujos pontos levantados são levados pelos representantes de turma na reunião

de avaliação Intercorpore. Durante a reunião, com todos os sujeitos envolvidos, os membros

da CPA fazem detalhadas anotações do indicador que está sendo discutido, considerando

os pontos positivos, negativos, expectativas, sugestões e compromissos, dentre outros

fatores. Após a reunião, a CPA realiza uma profunda reflexão sobre todas as questões que

foram levantadas, com o objetivo de elucidar todo o processo de autovaliação. Muitas

dessas questões, posteriormente, são correlacionadas com os resultados das avaliações

quantitativas. A Intercorpore, também, serve de suporte para aplicar essas avaliações com

questões mais próximas à realidade dos docentes, dos discentes, do curso e da Instituição. As

considerações finais apontam que a reunião Intercorpore é uma ferramenta fundamental,

de grande importância para estudos de autoavaliação de natureza qualitativa.

Palavras-chave: CPA; avaliação institucional; Intercorpore.

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21. O papel da CPA no processo de autoavaliação institucional no Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)

André Luis Paradela, Luciana Oliveira Ribeiro

RESUMO

O processo de avaliação institucional do UniPinhal teve início em 2000, quando foi

instaurada a primeira Comissão de Avaliação Institucional (CAI). Reformulada em 2001, a

Comissão de Avaliação Institucional (CAI) incorporou outros procedimentos metodológicos

ao processo avaliativo e ampliou o trabalho, contando com novos integrantes e com a

elaboração do Programa de Avaliação Institucional, que traça as diretrizes básicas para

avaliação da IES. De acordo com o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

(Sinaes), instituído pela Lei nº 10.861, de 14/04/2004, a antiga CAI passou a ser denominada

Comissão Própria de Avaliação (CPA), composta por coordenação e participação de outros

integrantes da IES e da sociedade civil organizada. Para cumprir os objetivos propostos no

projeto de autoavaliação, a CPA estabeleceu a sistemática de sensibilização da comunidade

acadêmica, levantamento de dados, elaboração e aplicação dos instrumentos para a coleta

de informações, divulgação de resultados à comunidade acadêmica e à sociedade. Os

resultados do processo de avaliação realizado em 2011 mostraram, de maneira geral, a

avaliação do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal – UniPinhal, na visão

dos alunos, professores e coordenadores de curso. Na visão discente, os resultados foram

bastante próximos ao valor de referência (nota 3, em escala de 1 a 5), mais próximos do

médio do que do bom. As notas atribuídas pelos alunos na avaliação de ensino-aprendizagem

foram superiores ao padrão estabelecido, mostrando contentamento do corpo discente

em relação aos professores. A partir destes resultados, a CPA elaborou Plano de Ação que

vem sendo executado para atender às fragilidades apontadas. Até o presente momento, a

CPA já registrou mais de 100 ações devidamente comprovadas em documentos.

Palavras-chave: avaliação; infraestrutura; ensino-aprendizagem.

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22. Sistemas colaborativos na elaboração dos relatórios da IES nos Ciclos SinaesUniversidade Cruzeiro do Sul (Unicsul)

Manuel Fernández Paradela Ledón, Vanda Rutkowski Tognarelli

RESUMO

A finalidade precípua dos relatórios autoavaliativos, elaborados anualmente pela Comissão

Própria de Avaliação (CPA), é a de relatar o fazer institucional, permitindo que cada área

ou setor da IES registre suas ações, potencialidades, fragilidades e propostas. Esta é

uma concepção que exige fundamentos, metodologia e condições muito especiais, pois

a palavra de ordem é participação. Nesta direção, prevê-se um extenso envolvimento

da comunidade institucional, cumprindo o detalhamento dos relatos inseridos em cada

uma das dimensões indicadas pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

(Sinaes). Dentre as principais condições para viabilizar a proposta insere-se a utilização

de ferramentas computacionais apropriadas, que permitem este nível de participação,

organizando e facilitando os acessos em um ambiente ético e dialógico. O objetivo

deste trabalho é expor o uso de um sistema colaborativo computacional desenvolvido

com a finalidade de viabilizar o modelo proposto no processo autoavaliativo, de forma

a atender às especificidades da IES e às exigências dos órgãos reguladores do Estado. A

experiência relatada tem como cenário a Universidade Cruzeiro do Sul, uma IES da cidade

de São Paulo, como área a Avaliação Institucional, coordenada pela Comissão Própria de

Avaliação e viabilizada pelo Sistema Informatizado da Avaliação Institucional (Sisavi). Os

fundamentos dos paradigmas crítico-dialético, empírico-analítico e socioantropológico,

adotados na experiência relatada, exigiram abrir um espaço virtual fortemente interativo,

garantindo a participação dos envolvidos e legitimando as propostas das áreas e da CPA.

O referido sistema dotou-se de características adequadas às especificidades do processo,

criando mecanismos de sincronização de acessos para a elaboração de textos e registros

de resultados, respeitando as colocações e identidades dos participantes. Este modelo

específico de autoavaliação só se tornou realidade pela parceria entre teoria, metodologia,

Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), apoio e prática efetiva de toda a IES. Sua

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utilização paciente e gradual vem apresentando, em dezesseis anos de exercício, resultados

satisfatórios tanto internamente quanto os observados nos relatos das Comissões de

Avaliação Externa do MEC, com excelentes conceitos na área de Avaliação Institucional,

cuja viabilização é função da Comissão Própria de Avaliação.

Palavras-chave: relatório autoavaliativo; sistemas colaborativos; sujeito coletivo

institucional.

23. Teste de progresso e avaliação do desempenho docente: diferenciais do Programa de Autoavaliação Institucional do UnifesoCentro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso)

José Feres Abido Miranda, Flávio Eduardo Frony Morgado, Maria Beatriz Villas Boas de

Moraes, Maurício da Cunha Oliveira, Rosângela Pimentel Guimarães Crisostomo

RESUMO

Este artigo aborda os principais indicadores e instrumentos que a Comissão Própria

de Avaliação (CPA) do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), situado em

Teresópolis-RJ, utilizou para desenvolver ações na perspectiva de tornar a autoavaliação

institucional cada vez mais significativa. Em 2004, foi instituída a Comissão Própria de

Avaliação (CPA). Criou-se um modelo inovador de avaliação institucional, formativa e

diagnóstica, com a participação de grupos de pesquisa, em que o público-alvo envolveu

professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos. A avaliação teve como

base as dez dimensões determinadas pelo Sinaes. Em 2008, foi elaborado o Programa

de Auto Avaliação Institucional – Paai, integrando a avaliação dos cursos e ampliando

a autoavaliação institucional para além das dimensões preconizadas pelo Sinaes, por

contemplar a necessidade de avaliar os cursos em quesitos como desempenho da

coordenação, projetos pedagógicos, condições psicossociais e pedagógicas dos alunos,

entre outros. O PAAI utiliza instrumentos como o Teste de Progresso, que consiste na

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avaliação anual do desenvolvimento cognitivo de todos os estudantes e a avaliação

do desempenho dos professores (Avaliação Docente). O Teste de Progresso, realizado

há seis anos, é uma avaliação formativa cujo conteúdo tem por objetivo avaliar o

crescimento cognitivo do estudante, sendo aplicado longitudinalmente em todos os

períodos, sem caráter de premiação, punição ou promoção, traduzindo, na prática,

a política de avaliação formativa preconizada no Projeto Político Pedagógico (PPPI)

do Unifeso. É composto por dez questões de conhecimentos gerais e cinquenta de

conhecimentos específicos, categorizadas de acordo com as Diretrizes Curriculares

Nacionais. Seus resultados permitem ao estudante acompanhar sua evolução de forma

reservada e individual, servindo de estímulo ao seu autoconhecimento frente ao mundo

do trabalho. A gestão, ao identificar áreas do conhecimento com bom ou desempenho

insuficiente, efetua análises que correlacionam o tema ao aspecto didático-pedagógico

ou cenários de prática que lhe diz respeito. A Avaliação Docente veio complementar

a avaliação dos cursos no sentido da prática pedagógica. Possui duas vertentes: a

autoavaliação do docente e a realizada pelos estudantes. As dimensões analisadas

são: relações acadêmicas em geral; relação didático-pedagógica; normas disciplinares

básicas; planejamento pedagógico; e avaliação. Seus resultados determinam uma ação

diagnóstica da coordenação do curso, o que promove uma interlocução com os docentes

de acordo com as fragilidades ou as potencialidades identificadas. O seu caráter reservado

e não punitivo tem contribuído intensamente para provocar a reflexão sobre a prática

docente, caracterizando-se como educação permanente, proposta no PPPI do Unifeso.

O objetivo é destacar dois instrumentos de avaliação que propiciam o aprofundamento

da avaliação dos cursos e promover intervenções. A metodologia utilizada foi a análise

dos relatórios do Teste de Progresso e da Avaliação Docente e relatos das intervenções

realizadas. Como referencial teórico, o embasamento se deu a partir dos pressupostos

do Sinaes, dos Relatórios da CPA/Unifeso e documentos institucionais. Como resultado,

identifica-se maior participação e compreensão da comunidade acadêmica acerca da

importância da autoavaliação institucional. Pode-se concluir que estes instrumentos

têm colaborado para análise do progresso individual do estudante, do desempenho

docente e da qualidade da formação oferecida.

Palavras-chave: autoavaliação; teste de progresso; avaliação docente.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

178

Região Sul

24. A autoavaliação institucional como fonte de informações ao Plano de Desenvolvimento Institucional: uma aplicação da análise de conteúdoUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Lúcia Rejane da Rosa Gama Madruga, Marcia Helena do Nascimento Lorentz, Sandra Ligia

Agnolin, Juarez de Lima Ventura, Carolina Costa Pires Trindade

RESUMO

Inserido no contexto da autoavaliação institucional, este artigo tem como objetivo

apresentar uma aplicação do método de análise de conteúdo (Moraes, 1999) como

instrumento para a sistematização e a análise das sugestões da comunidade universitária

– apresentadas nas questões abertas do Instrumento de Autoavaliação – tendo em vista a

sua utilização como fonte de informações para o Plano de Desenvolvimento Institucional

(PDI). Os dados foram coletados no segundo semestre de 2009 e participaram do processo

os segmentos de servidores, discentes, gestores e egressos. As dimensões de análise foram

as linhas estratégicas definidas pela CPA: comunicação/divulgação, ensino, infraestrutura,

integração, qualificação de pessoal, questionário e organização e gestão. Os resultados

foram organizados por segmento e demonstraram que, naquele momento, a linha

estratégica da infraestrutura era uma questão preponderante, seguida das linhas de ensino

e de organização e gestão. As questões de infraestrutura estavam muito relacionadas às

bibliotecas e aos laboratórios de ensino e de informática com acesso à internet para apoio

às aulas. No ensino, destacavam-se questões como a formação profissional dos acadêmicos,

currículo, aulas e atividades práticas, atenção aos estudantes com deficiências, maior apoio

aos projetos de pesquisa e extensão, dentre outras questões. Os resultados deste processo

foram incorporados ao PDI 2011/2015 e configuraram-se em ações/projetos/programas

institucionais de diversas áreas, dentre as quais se destacam as áreas de infraestrutura, de

graduação e de pós-graduação e pesquisa.

Palavras-chave: avaliação institucional; autoavaliação; PDI.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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25. A criação do CiAI: um índice e um conceito interno para a autoavalição institucionalUniversidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)

Suzana Salvador Cabral Gianotti

RESUMO

Apresenta a experiência inovadora em Avaliação Institucional da Universidade

do Vale dos Sinos (Unisinos), desenvolvida pela CPA Unisinos a partir de 2011, pela

qual se estabeleceram um índice integrador, o CIAI-Unisinos, e a enunciação de um

conceito interno para a Avaliação Institucional. O projeto teve por objetivos construir

uma ferramenta para facilitar o processo de autoavaliação, em conformidade com a

essência, os objetivos e as políticas e as ações estabelecidas no PDI da Universidade

e gerar um resultado dependente das percepções da comunidade interna sobre os

indicadores que integram as Dimensões de Avaliação previstas pelo Sinaes. A discussão

do CIAI-Unisinos, em 2011 e 2012, que é aqui apresentada de forma resumida, permite

identificar dois grandes desafios para a autoavaliação institucional no ensino superior: o

primeiro está relacionado à capacidade de a avaliação interna, de fato, orientar a crítica

da instituição, mediante indicadores de eficiência e efetividade para processos internos

e de eficácia nas respostas à sociedade; o segundo diz respeito à necessidade de revisão

dos procedimentos de comunicação interna e de verificação da qualidade da apreensão

das informações pela comunidade acadêmica.

Palavras-chave: avaliação institucional; integração avaliação-planejamento; indicador de

autoavaliação.

26. Aprimoramento dos instrumentos de autoavaliação aplicados pela CPAUniversidade Federal do Paraná (UFPR)

Maria Aparecida Zehnpfennig Zanetti, Salette Aparecida Franco Miyake, Aldemir Junglos,

Claudete Silva, Danielle Willemann Sutil de Oliveira, Fernanda Langa, Gustavo Gonçalves da

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

180

Silva, Lairdes Figueredo Cheke, Luisa Fanes, Maria José Gnatta Dalcuche Foltran, Maurício

Roberto Nascimento Martins, Robson Tadeu Bolzon, Sergio Augusto Suckow de Castro

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo expor as principais estratégias utilizadas para o

aprimoramento dos instrumentos de avaliação institucional empregados pela Comissão

Própria de Avaliação (CPA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Faz uma breve reflexão

sobre a atuação da CPA na UFPR quanto a representatividade e a articulação com os Setores

Acadêmicos e as instâncias administrativas da Instituição. Aborda as estratégias utilizadas

para a construção dos instrumentos e a formalização das escalas. Contempla informações

sobre a meta-avaliação realizada pela Comissão quanto à tomada de decisão de revisão dos

instrumentos. A CPA aplicou a primeira pesquisa por instrumento de autoavaliação durante

o ciclo 2007-2008. Esse instrumento contendo 80 questões, sendo 55 questões gerais e

25 específicas, distribuídas entre os segmentos que compõem a comunidade universitária.

Durante os dois ciclos seguintes, a Comissão utilizou outras metodologias de captação de

dados e informações, e, durante o ciclo 2011-2012, realizou nova pesquisa utilizando um

instrumento de avaliação revisado por análise fatorial. A análise fatorial é uma das técnicas

de análise multivariada, frequentemente utilizada para análise do comportamento de uma

variável ou grupos de variáveis, tendo por objetivo encontrar simetrias no comportamento

de duas ou mais variáveis para testar modelos de associação entre elas. Este trabalho

resultou em um questionário reduzido em comparação ao do ciclo 2007-2008, contendo

47 questões, sendo uma aberta e 46 gerais. Neste formato, foi utilizada uma escala de dez

pontos e a opção “não sei/não se aplica”. Os questionários foram aplicados e respondidos

espontaneamente em sistema informatizado, especialmente planificado para este fim por

equipe de programadores e estatísticos da própria instituição. Em 2013 e após recomposição,

a CPA iniciou os trabalhos de construção de um novo instrumento, baseando-se em uma

metodologia distinta, que avalia a percepção da qualidade pelo respondente. Entendendo

que esta mudança é necessária diante do atual perfil institucional pós Reuni e perante

necessidade de realizar nova meta-avaliação, atualmente, a CPA está analisando o Projeto

de Avaliação Institucional e, com base na atual estrutura da UFPR, discutindo e formulando

novas questões, de acordo com as Dimensões do Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior (Sinaes), que comporão o instrumento. Com isto, busca-se traçar

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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novos rumos para o formato das pesquisas de autoavaliação. O instrumento passará por

revisão dos representantes da Comissão nos diversos setores acadêmicos e nas instâncias

administrativas para sua aprovação e deverá ser aplicado através de sítio eletrônico no

segundo semestre de 2013. As pesquisas realizadas permitem a percepção da comunidade

acadêmica em relação às dimensões abordadas, possibilitando que a UFPR conheça e

discuta seus sucessos e fraquezas.

Palavras-chave: instrumento de avaliação; análise fatorial; percepção de qualidade.

27. Autoavaliação institucional com diplomados: contribuições para a implantaçãoPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Marion Creutzberg, Afonso Strehl, Alam Oliveira Casartelli, Alessandra Maria Scarton,

Alexandre de Mello Zart, Ana Lúcia Souza de Freitas, Ana Paula Bragaglia Acauan, Carmem

Sanson, Clarissa Lopes Bellarmino, Dario Anschau, Edison Faller Pereira, Elaine Bauer Veeck,

Elaine Turk Faria, Hélio Radke Bittencourt, Juliane Bernardes Marcolino, Márcio Vinícius

Fagundes Donadio, Maria Inês Corte Vitória, Marta Voelcker, Nádia Sá Borges, Roberto

Hubler, Valderez Marina do R. Lima

RESUMO

A CPA da PUCRS definiu, em seu Plano de Autoavaliação Institucional, as etapas para

a elaboração e a aplicação de instrumentos avaliativos. Diferentes instrumentos são

utilizados em mais de 20 processos avaliativos. Ao definir a ampliação da autoavaliação

para públicos externos, começando com os diplomados da Universidade, iniciou-se

a discussão do instrumento. Uma das etapas incluídas foi a revisão de publicações

nacionais sobre o tema, com a finalidade de implantar a referida avaliação. Considera-se

que a avaliação do egresso pode significar um interessante indicador de qualidade na

avaliação institucional e que sua condição de perceber a interação da IES na comunidade

e na sociedade constitui aspecto essencial na autoavaliação. Objetivo: revisar a

literatura nacional no que diz respeito às experiências de avaliação com egressos de

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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IES, de graduação e de pós-graduação lato e stricto sensu, identificando as finalidades

da avaliação e os instrumentos utilizados. Método: revisão de literatura, com base em

busca no Portal da Capes, de publicações a partir de 2004, com os descritores “egresso”

e “egressos”. A análise preliminar permitiu identificar 68 publicações sobre egressos da

educação superior, em IES brasileiras. A partir disso, ainda foram utilizados como critérios

de exclusão os estudos que envolviam egressos de várias IES; estudos que incluíssem

outros grupos além de egressos e, em seus resultados, não distinguiam os grupos;

estudos que se referiam a egressos, mas que coletaram dados em fontes secundárias,

o que levou à seleção de 44 artigos. Após definição, procedeu-se à leitura analítica e à

sistematização dos achados. Resultados: Dos estudos revisados, 10 contextualizam o

estudo na Avaliação Institucional e apenas quatro explicitam a relação com o Sinaes. Da

totalidade, 32 provêm de avaliações em IES públicas, sete em IES privadas e cinco em

IES que se caracterizam como comunitárias ou filantrópicas. Destes, 32 foram avaliações

realizadas em universidades, 28 foram realizados com egressos da graduação, 10 com

egressos de programas de mestrado ou doutorado e seis com diplomados em cursos

de especialização. Quanto aos aspectos metodológicos, 13 estudos foram realizados

com abordagens quanti e qualitativas, 16 apenas com abordagem qualitativa e 13 com

métodos exclusivamente quantitativos. As finalidades da avaliação com egressos, na

literatura revisada, foram organizadas em quatro dimensões: avaliação da IES, avaliação

do curso ou programa, avaliação da trajetória do egresso e contribuição com a área

profissional. Foi possível identificar tópicos ou variáveis incluídas nos instrumentos

utilizados, pois os instrumentos não foram disponibilizados nos artigos, até mesmo

por normas de publicação dos periódicos. No entanto, os elementos constituintes

de questionários e de entrevistas foram descritos nas publicações e puderam ser

identificados. Conclusões: a revisão realizada cumpriu sua finalidade ao subsidiar a

finalização do instrumento a ser utilizado na PUCRS para a implantação da avaliação

com diplomados que, certamente, tornar-se-á importante ferramenta de gestão para

diversos setores da Universidade, proporcionando o contínuo aperfeiçoamento no

cumprimento de sua missão. Destaca-se, ainda, que a produção de conhecimento com

base em avaliação com egressos no contexto do Sinaes é incipiente, demonstrando a

importância de que experiências sejam sistematizadas e compartilhadas.

Palavras-chave: avaliação institucional; educação superior; egresso.

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28. Autoavaliação institucional no Centro Universitário Filadélfia/UniFil – indicadores e instrumentos construídos – relato de experiênciaCentro Universitário Filadélfia (UniFil)

Fernando Pereira dos Santos, Selma Frossard Costa

RESUMO

Este trabalho é um relato de experiência sobre o processo de autoavaliação institucional

conduzido pela CPA, no Centro Universitário Filadélfia, com base no ano de 2012. Tem

como objetivo principal relatar, de forma sistematizada, a construção e a reconstrução dos

instrumentos e dos indicadores para coleta e avaliação dos dados, buscando contribuir com

as demais IES na condução desse importante desafio da autoavaliação institucional. Esta é

marcada por etapas metodológicas e por indicadores e instrumentos que são construídos

para dar conta não apenas da coleta dos dados, mas também da sua análise efetiva. Os

sujeitos da pesquisa de avaliação (a comunidade acadêmica) necessitam estar motivados a

envolver-se neste processo, pois são portadores de informações valiosas para a composição

do quadro final da avaliação institucional. Sendo assim, este relato apresenta os indicadores

e os instrumentos construídos e utilizados nos três momentos básicos do processo de

autoavaliação (planejamento e preparação; coleta, tabulação e análise dos dados; devolutivas),

que é descrito em suas seis principais etapas, indicando a metodologia do trabalho realizado.

Ilustrando e exemplificando os instrumentos e os indicadores construídos para cada etapa,

em sua forma e conteúdo, apresenta os resultados metodológicos alcançados na coleta e na

análise dos dados, culminando com a devolutiva ainda em efetivação. Esse processo facilitou

o envolvimento espontâneo da comunidade acadêmica, focando na qualidade dos dados

coletados e não tanto em sua quantidade. Na forma como foram pensados, estruturados e

operacionalizados têm permitido a socialização dos seus resultados junto a cada segmento,

alcançando gradativamente toda a comunidade acadêmica. E a ênfase está também no

conteúdo destas devolutivas e não apenas na sua forma, permitindo aos gestores acadêmicos

e administrativos, em todas as instâncias, visualizarem as fragilidades como possibilidades de

melhorias e sendo instados a promovê-las.

Palavras-chave: autoavaliação; indicadores; instrumentos.

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29. Autoavaliação, suas fontes e indicadores: a experiência da Univali no processo de avaliação institucionalUniversidade do Vale do Itajaí (Univali)

Cássia Ferri, Leo Lynce Valle de Lacerda

RESUMO

A promulgação da Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes),

em 2004, trouxe para as Instituições de Ensino Superior (IES) um desafio conhecido por

alguns desde os anos de 1980 e desconhecido por muitos: autoavaliar-se. A exigência de

elaborar um relatório de autoavaliação institucional tornou-se preocupação dos setores

institucionais responsáveis pela avaliação ou pelo ensino nas IES. Na Univali, a existência de

um programa de avaliação institucional desde 1993 não tornou a tarefa menos trabalhosa. Ao

contrário, vimos na implantação da Comissão Própria de Avaliação (CPA) uma oportunidade

para ampliar o processo já instalado de avaliação institucional, incorporando diversas

outras fontes de dados e informações à percepção de alunos e professores captada pelas

pesquisas de opinião realizadas pelo programa de avaliação. Neste trabalho, utilizando

a bibliografia especializada da área, objetiva-se examinar o processo de ampliação dos

aspectos avaliados, as principais fontes de dados e informações utilizadas pela Comissão

Própria de Avaliação (CPA). A análise documental e de conteúdo indicam o caminho para

o uso do programa de avaliação institucional como fonte primária. Evidenciando-se, no

entanto, a importância do exame de outras fontes, tais como: as estatísticas de uso do

acervo bibliográfico, o rendimento acadêmico, o programa de avaliação institucional e

outros. É investigada, também, a inter-relação entre estas fontes, numa perspectiva em

que a análise de dados quantitativos fornece indícios, mas não mais que isso, para o

processo de avaliação, mais amplo e qualitativo, necessário ao juízo de valor que se quer

estabelecer para as mudanças qualitativas da IES. As principais dificuldades encontradas

são apontadas e discutidas, bem como a interação entre os dados, resultante das diversas

questões estabelecidas no processo. Também é descrita a avaliação qualitativa realizada

pela CPA em seu balanço crítico de cada uma das dimensões estabelecidas pelo Sinaes. Ao

final, são feitas considerações acerca da evolução deste processo de autoavaliação e seus

resultados em relação ao planejamento e desenvolvimento institucional.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Palavras-chave: autoavaliação institucional; Comissão Própria de Avaliação; indicadores de

avaliação.

30. Avaliação do sentido de realização, relações interpessoais e recompensa no trabalho: um estudo de caso em uma Instituição de Ensino Superior do Estado do ParanáCentro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage)

Lindenalva Feltrim Catelli, Rosa Cristina Hoffmann, Fernanda Cordeiro De Geus, Patricio

Henrique Vasconcelos

RESUMO

O presente trabalho analisa as percepções dos colaboradores técnico-administrativos

das Faculdades Integradas dos Campos Gerais do estado do Paraná nos aspectos de

relacionamento interpessoal, sentido de realização e sistema de recompensas, existentes

no contexto de trabalho em que realizam seu exercício profissional. Através de um estudo

de caso, com uma abordagem qualitativa, mostra que a Comissão Própria de Avaliação

preocupa-se com a motivação dos funcionários e como que a Instituição está fazendo para

que esses colaboradores supram suas necessidades econômicas, sociais e emocionais,

tendo em vista que as organizações dependem de que as pessoas produzam, inter-

relacionem-se e sintam-se recompensados pelas atividades que realizam. É por meio do

trabalho que as pessoas buscam encontrar satisfação para realizar seus objetivos, sendo

esse um dos fatores condicionantes para a realização do planejamento organizacional a

fim de alcançar as metas em todos os níveis e que estas só serão alcançadas através do

esforço dos colaboradores motivados. Entende-se que o planejamento serve como base

dos objetivos das pessoas e do funcionamento efetivo da instituição; ao se planejar uma

tarefa, pensa-se no colaborador como pessoa e ser responsável por suas atividades.

Então, no estudo sobre o sentido de realização, relações interpessoais e recompensa

no trabalho, verifica-se que colaboradores possuem necessidades e expectativas que

combinam de maneiras diferentes em cada indivíduo, o que reforça que a Instituição recebe

indivíduos comportando-se das mais diferentes formas, como consequência de diferentes

necessidades no processo de alcance dos objetivos e desafios empresariais. O simples fato

de que os colaboradores possuem necessidades e expectativas que combinam de maneiras

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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diferentes com a organização e, desse modo, comportam-se das mais diferentes formas

dentro dela, cria-se uma dependência recíproca de se atingir os objetivos, pessoais ou

da organização, o que não impede que conflitos surjam no ambiente organizacional,

desafiando as organizações, seus gestores e colaboradores, a encontrarem maneiras de

edificar convergências que pavimentem o caminho do alcance de objetivos comuns. A

preocupação com a gestão de pessoas nos dias atuais está na motivação dos funcionários

no que as organizações estão fazendo para que esses colaboradores produzam, se inter-

relacionem e sintam-se motivados para a realização das suas atividades. Nas Faculdades

Integradas dos Campos Gerais, essa preocupação com a motivação dos colaboradores,

a sua posição perante as atividades realizadas e os conflitos no ambiente organizacional,

que desafiam seus gestores a tomarem posições importantes de forma que se alcancem

os objetivos comuns, também ocorre.

Palavras-chave: gestão de pessoas; autoavaliação; reconhecimento no trabalho.

31. O uso efetivo dos resultados dos processos de autoavaliação para a qualificação acadêmicaUniversidade de Caxias do Sul (UCS)

Marcos Eduardo Casa, Marcelo Faoro de Abreu, Ademar Galelli

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo de caso sobre a atuação da Comissão Própria de Avaliação

(CPA) da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e, principalmente, sobre as ações decorrentes

dos processos avaliativos organizados e fomentados por ela. Para a realização deste estudo,

foram coletados relatos dos gestores acadêmicos da instituição inerentes a suas ações e

decisões, baseadas nos resultados dos processos de autoavaliação. É importante lembrar

que a UCS é uma Universidade Comunitária multicampi com unidades em nove municípios

da região nordeste do estado do Rio Grande do Sul e, a cada semestre, um universo de mais

de 30 mil alunos, 1 mil professores e cerca de 300 funcionários são convidados a participar

do processo de avaliação. Como principais resultados foi possível verificar que os processos

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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de autoavaliação na Universidade de Caxias do Sul (UCS), dos quais participam alunos,

professores e funcionários técnico-administrativos, servem como uma fonte inestimável de

avaliações, opiniões e sugestões sobre diversas dimensões da instituição. Estas informações

são valiosas para o planejamento de ações capazes de produzir um movimento contínuo

de qualificação da instituição como um todo e, mais especificamente, dos seus programas

de graduação. No entanto, há desafios constantes que precisam ser enfrentados para

que os resultados desses processos de avaliação possam efetivamente ser empregados

como subsídios para o planejamento. O processo de avaliação, evidentemente, não

pode limitar-se à coleta de informações ou mesmo à divulgação de resultados/relatórios

quantitativos para a comunidade acadêmica. As informações qualitativas e quantitativas

produzidas devem ser analisadas e organizadas de maneira que possam ser utilizadas como

subsídio para a gestão acadêmica. Surgem aqui algumas das dificuldades com o processo.

Além das resistências conhecidas e recorrentes aos processos que envolvem a avaliação

do desempenho dos professores pelos alunos (principalmente sobre a legitimidade dos

resultados), há o problema de obter uma participação significativa dos alunos (aumentando

assim a confiabilidade dos resultados); obter análises significativas dos resultados, quando

o sucesso na participação produz uma grande quantidade de informações; e, finalmente,

acompanhar o uso efetivo destes resultados no planejamento de ações de qualificação.

Portanto, a estratégia adotada pela CPA tem sido, em grande medida, a de envolver os

gestores acadêmicos (principalmente coordenadores de cursos e diretores de unidades)

para contextualizar estes resultados e análises, planejar e executar ações a partir deles e

divulgar as ações desenvolvidas. Entretanto, além das dificuldades com a heterogeneidade

dos resultados de um processo que envolve um número grande de atores, há o problema

de como fazer um acompanhamento do uso destes resultados para a contínua melhoria

da qualidade dos serviços oferecidos pela Universidade. A análise dos relatórios de ações

configura-se como um elemento importante para esse processo de acompanhamento

e aponta tanto para categorias específicas de ações que se pautam diretamente pelos

resultados dos processos de autoavaliação quanto para possíveis avaliações subsequentes

que poderão medir a eficácia destas ações em responder os problemas evidenciados.

Palavras-chave: autoavaliação institucional, autoavaliação e planejamento; uso dos

resultados da autoavaliação.

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32. Significações acerca de indicadores e instrumentos próprios de autoavaliação institucionalFaculdade do Litoral Paranaense (Isepe-Guaratuba)

Rosane Patrícia Fernandes, Alessandro Koiti Ymai, Rosi Mariana Kaminski, Carlos Alberto

Shonrock

RESUMO

A necessidade de avaliação do ensino superior do país é uma realidade que surge da

própria essência de uma instituição de ensino, a de agente transformador da sociedade.

Sendo uma peça chave no desenvolvimento socioeconômico, a autoavaliação

institucional ganha importância na medida em que agrega mudanças significativas na

qualidade dos serviços educacionais ofertados. Desta maneira, o presente estudo busca

analisar a viabilidade da utilização dos métodos de avaliação da qualidade em serviços

(Servqual) em conjunto com a abordagem do Desdobramento da Função de Qualidade

(QFD) como instrumento auxiliar na autoavaliação institucional. O método Servqual é

uma escala que compara as expectativas e as percepções acerca da qualidade de um

serviço, enquanto o método QFD transforma os requisitos de qualidades demandados

pelos clientes em processos mensuráveis. O objetivo geral deste trabalho é adaptar

estes dois modelos para serem utilizados no processo de autoavaliação institucional

da Faculdade Isepe Guaratuba, buscando verificar a viabilidade da utilização destes

dois modelos e analisar suas limitações. Após aplicação experimental de instrumentos

construídos a partir da proposta, constatou-se que a integração destes dois modelos,

apoiados por estudos pertinentes, são capazes de identificar em quais processos

a gestão da instituição deve focar seus esforços para alinhar a qualidade do serviço

educacional ofertado à qualidade almejada. Os resultados apontam que as dimensões

Responsabilidade Social, Comunicação com a Sociedade e Infraestrutura apresentaram

maiores níveis de insatisfação. Dentre os processos para eliminação destas lacunas,

Quantidade de docentes, Qualificação dos docentes, Sistema de Informação e Atuação

da CPA apresentaram maior importância.

Palavras-chave: autoavaliação; Servqual; QFD.

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33. Utilização da Teoria da Resposta ao Item na análise dos dados da autoavaliação institucional da Universidade Federal de Santa Maria: vantagens e oportunidades Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Fernando de Jesus Moreira Junior, Charles Rogério Paveglio Szinvelski

RESUMO

A análise dos dados da autoavaliação institucional da Universidade Federal de Santa

Maria (UFSM) é realizada por meio de estatísticas descritivas, tabelas de frequência

e gráficos apresentados anualmente no relatório de autoavaliação institucional.

Este trabalho tem como objetivo apresentar as vantagens e as oportunidades que a

utilização da técnica estatística conhecida como Teoria da Resposta ao Item (TRI) pode

fornecer, no sentido de complementar a análise que tradicionalmente é realizada. A

TRI é uma metodologia muito utilizada nas avaliações educacionais internacionais em

larga escala e, inclusive, vem sendo utilizada recentemente pelo Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na avaliação do Exame Nacional

do Ensino Médio (Enem). Embora a maioria das aplicações esteja relacionada com as

avaliações educacionais, a TRI também tem sido utilizada em diversas outras áreas, tais

como, as ciências administrativas, as ciências da saúde, a psicologia, as engenharias,

etc. A TRI utiliza modelos de probabilidade para avaliar traços latentes, por exemplo,

nível de proficiência ou conhecimento, satisfação de clientes, grau de depressão, etc. A

TRI permite analisar os itens (conjuntamente e individualmente) por meio das Curvas

Características e das Curvas de Informação de cada item e do instrumento. Cria também

uma escala interpretável, em que os itens e os respondentes são posicionados. Para

executar a análise desse trabalho, foram utilizados os bancos de dados que continham

as respostas dos indivíduos que participaram da autoavaliação institucional realizada

em 2012. As respostas foram dicotomizadas para fins de utilização do Modelo Logístico

Unidimensional de Dois Parâmetros (ML2). Os dados foram analisados no R. Este estudo

é uma pesquisa descritiva e de análise quantitativa. Os resultados permitiram verificar a

qualidade dos itens que compõem o instrumento de autoavaliação institucional, que, em

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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geral, possuíam um bom poder discriminatório. O próprio instrumento, como um todo,

também pode ser analisado e foi constatada uma concentração maior de informação

à esquerda da escala criada. Nessa escala, os itens e indivíduos foram posicionados,

o que permitiu a identificação de níveis na escala e a interpretação desses níveis. Os

resultados mostraram que a TRI pode contribuir nas análises dos dados da autoavaliação

institucional, fornecendo informações adicionais relacionadas com a qualidade do

instrumento como um todo, dos itens individualmente e da avaliação dos respondentes.

Palavras-chave: Teoria da Resposta ao Item; autoavaliação institucional.

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EIXO III Impactos da CPA

Região Centro-Oeste

1. A importância da autoavaliação na gestão do curso de Sistemas de Informação da Faculdade Projeção Faculdade Projeção

Keila Pereira Capalbo

RESUMO

O artigo demonstra quais foram as principais contribuições da autoavaliação para a gestão

do curso de Sistemas de Informação da Faculdade Projeção. A avaliação é entendida como

um poderoso instrumento de gestão e é utilizada como estratégia institucional. Este artigo

é uma análise acerca do impacto da autoavaliação na gestão de cursos superiores, em

especial, no curso de Sistemas de Informação da Faculdade Projeção. O objetivo foi analisar

os impactos da autoavaliação na gestão do curso de Sistemas de Informação da Faculdade

Projeção de Taguatinga, compreendendo como se dá o processo de autoavaliação do Sinaes,

apresentando como ocorre o processo de autoavaliação após a implementação do Sinaes e,

principalmente, compreender como, na Escola de Tecnologia, os resultados da autoavaliação

contribuíram com a gestão do curso de Sistemas de Informação. A metodologia partiu da

problemática levantada e consistiu na investigação acerca dos impactos da autoavaliação na

gestão de um curso, neste caso, o curso de Sistemas de Informação da Faculdade Projeção.

Demonstra como a utilização dos resultados da autoavaliação colaborou positivamente

com a gestão do curso a ponto de gerar resultados positivos nas avaliações externas. Foi

realizada uma revisão da literatura sobre avaliação institucional, os antecedentes do Sinaes

(Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior)e do próprio Sinaes. De acordo com

um dos autores pesquisados, “a avaliação institucional é um instrumento capaz de dar um

retorno à sociedade acerca das instituições de ensino superior, apontando aspectos que

podem ser aperfeiçoados”. A identificação destes “aspectos que podem ser aperfeiçoados”

faz com que a Faculdade Projeção venha mantendo um processo contínuo de autoavaliação

institucional desde 2005. Isso permitiu verificar dados do curso tendo por base o período

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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que culminou com a divulgação do primeiro CPC do curso em 2008 e o último CPC do curso

em 2011. Para garantir a devida articulação com o PDI da IES, o Programa de Avaliação

Institucional da Faculdade Projeção (Paip) tem por objetivo principal manter na Faculdade

Projeção um processo permanente de avaliação institucional, sistemático e confiável, de

forma que estes dados contribuam para que a instituição possa diagnosticar, em todos os

seus setores e ou segmentos, as oportunidades de melhorias no processo educacional. Por

meio de alguns dados extraídos dos relatórios de autoavaliação, foi possível demonstrar que

a autoavaliação na IES não é e nem pode ser apenas um instrumento regulador, mas sim,

um eficaz instrumento de gestão, capaz fazer com que o processo de autoconhecimento da

IES contribua significativamente para a gestão do curso, em busca da qualidade do ensino.

Em consonância com os estudiosos da área, foi possível demonstrar que um processo de

autoavaliação contínuo e permanente, é capaz de contribuir positivamente para a gestão

do curso, pois a autoavaliação é uma ferramenta eficaz na busca pela excelência e pela

qualidade dos cursos ofertados pela IES.

Palavras-chave: avaliação institucional; autoavaliação; Sinaes.

2. Experiência de autoavaliação institucional do Campus Jataí da Universidade Federal de Goiás: a percepção dos docentes e técnico-administrativosUniversidade Federal De Goiás (UFG)

Patrícia de Sá Barros, Victor Souza Martins e Verdú, Marina Pacheco Miguel, Alexandre

Braoios, José Carlos Seraphin, Regina Beatriz Bevilacqua Vieira

RESUMO

A avaliação e a regulação são concepções contraditórias de avaliação, mas não opostas.

A autoavaliação, protagonizada pelos atores institucionais, identifica as fragilidades e

as potencialidades da instituição. Na Universidade Federal de Goiás (UFG), o processo

de avaliação está concebido no interior de um projeto maior denominado Programa de

Gestão Estratégica, que articula planejamento, avaliação e informação institucional. Este

trabalho descreve a primeira experiência de autoavaliação institucional do campus Jataí

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da Universidade Federal de Goiás, desde a sensibilização da comunidade acadêmica, o

procedimento metodológico, a análise dos resultados das dez dimensões propostas pelo

Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) até as possibilidades de ações

futuras. Esta experiência teve como referência o modelo de avaliação institucional da UFG,

sendo coordenada por um comitê interno, que sensibilizou a comunidade; conta com o

apoio da Assessoria de Comunicação do campus, a qual enviou instrumento de avaliação

para os docentes e técnico-administrativos, foco desta descrição. A leitura/análise da

autoavaliação institucional do campus Jataí indica uma insatisfação generalizada com as

10 dimensões avaliadas, a despeito do desenvolvimento do campus proporcionado pela

expansão e Reuni, referenciados nos relatórios de gestão da Instituição. Esses resultados

geraram autoconhecimento, que poderá permitir ações de melhorias no campus. Espera-se

que a autoavaliação seja complementada com a regulação, a qual é protagonizada pelo

Estado, que tem como papel elaborar políticas educacionais e executá-las, a fim de

assegurar a sociedade quanto à qualidade da educação superior.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; universidade; gestão acadêmica.

3. Impacto da avaliação institucional no processo de gestão educacional da Faculdade Centro Mato-GrossenseFaculdade Centro Mato-Grossense (Facem)

Jaquelini Silveira Schardosim, Ariel Díaz Loaces, Víviam Santin Tremea

RESUMO

A avaliação institucional pode ser compreendida em sua dimensão formativa, que busca o

aperfeiçoamento dos procedimentos existentes e a melhoria constante da comunidade

acadêmica. O processo de avaliação, quando desenvolvido com seriedade, respeitando os

princípios de qualidade, permite compor uma visão diagnostica dos processos pedagógicos,

administrativos, científicos e sociais da Instituição de Ensino Superior (IES). Esse processo deve

ser desenvolvido como ferramenta para a prática pedagógica, servindo como instrumento de

gestão, direcionando caminhos, apontando falhas, identificando possíveis causas de problemas,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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fidelizando o que está bom e mostrando possibilidades. A prática da avaliação deve ser

permanente, um instrumento de concretização de uma cultura de avaliação institucional, com

o qual a comunidade acadêmica se identifica e se compromete. Nesse sentido, esta pesquisa,

de caráter descritivo, teve como objetivo analisar o impacto da avaliação institucional no

processo de gestão da Faculdade Centro Mato-grossense (Facem). Participaram dos estudos

acadêmicos professores e colaboradores da Facem, sendo utilizados como instrumentos para

a coleta de dados questionários com perguntas abertas e fechadas, a revisão documental dos

relatórios da Comissão Própria de Avaliação (CPA) dos anos 2011 e 2012 e portarias e atas do

conselho superior da IES (Consu) de julho de 2012 a abril de 2013. Na fundamentação teórica,

foram utilizadas a documentação do Inep referente à CPA e os critérios de pesquisadores dos

processos de avaliação institucional como José Dias Sobrinho, Roberta Muriel, Wille Muriel,

Domingos Giroletti, Dilvo L. Ristoff. A partir do relatório de avaliação da CPA, foram identificadas

situações que interferem diretamente na qualidade do processo de ensino aprendizagem da

Facem: a preparação didático-pedagógica dos professores, dada fundamentalmente por se

tratar de pessoas jovens, com pouca experiência na área de educação, sendo, principalmente,

engenheiros agrônomos, fisioterapeutas, zootecnistas e enfermeiros; a segunda situação

relatada está relacionada com a qualidade da internet wi-fi para a realização de atividades

docentes e de pesquisas acadêmicas; a terceira situação está relacionada aos laboratórios,

especialmente, a clínica-escola do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética, cuja

qualidade não permitia a realização do estágio supervisionado nas instalações físicas da IES,

o que provocava deslocamento e desgaste de acadêmicos e professores, sem supervisão. A

análise das atas do Consu evidenciou as ações traçadas pela gestão da IES para resolver essas

dificuldades, sendo as principais: elaboração de um programa de formação continuada na área

de educação; implementação da primeira pós-graduação da IES na área de educação, em quea

gestão facilitou a inclusão dos professores mediante oferecimento de taxas diferenciadas e

facilidade de pagamento, incentivando a matrícula; extensão da rede de internet sem fio para

todos os locais da instituição, para possibilitar o acesso para fins educacionais; e a reforma

da clínica escola, que possibilitou a realização de atividades de estágio supervisionado e de

extensão, visando atender à comunidade. Há uma relação entre os processos de avaliação,

planejamento e ações de gestão dentro da Facem, possibilitando a consecução lógica da

qualidade do ensino superior mediante a direção científica dos processos institucionais.

Palavras-chave: avaliação institucional; gestão do ensino superior; Comissão Própria de

Avaliação.

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4. O impacto dos relatórios da Comissão Própria de Avaliação para a gestão participativaFaculdade de Ciências e Educação Sena Aires (Facesa)

Walquiria Lene dos Santos, Maria Aparecida de Godoi, Cristilene Akiko Kimura, Francisco

de Assis Batista da Silva

RESUMO

Nas duas últimas décadas, a avaliação da educação superior adquiriu enorme relevância

acadêmica e social, particularmente, porque as políticas públicas de educação têm lhe

conferido grande visibilidade, criando sistemas avaliativos compreensivos e pungentes e

investindo somas consideráveis de recursos. Este estudo objetivou realizar levantamento

bibliográfico acerca do impacto da CPA como método avaliativo das instituições de educação

superior. Metodologia: revisão literária em artigos escolhidos com um conteúdo capaz

de fornecer as informações necessárias para o alcance do objetivo da pesquisa. As bases

de dados utilizadas foram: Scielo, Lilacs e periódicos da Capes. Por meio dos descritores

“Avaliação da Educação Superior, Sinaes e Avaliação Institucional”, foi realizada busca de

artigos, independentemente do ano publicado. Foram selecionados 33 artigos científicos,

publicados entre os anos de 2006 à 2013. Um total de 7 artigos tiveram sua publicação no

ano de 2010, somente 3 artigos foram encontrados utilizando as palavras-chave descritas

acima no ano de 2011. Cerca de 51,5% dos artigos pesquisados descreveram de forma

direta ou indireta o impacto da CPA para o fortalecimento do ensino superior no Brasil.

Referencial teórico: no que tange à avaliação, autores afirmam que ela “está no cerne de

todas as políticas atuais de regulação dos resultados da educação superior empreendidas

pelos governos através da desregulação dos seus processos e da flexibilização das formas

institucionais”. Os resultados deste estudo demonstraram que as pesquisas científicas

envolvendo o tema avaliação institucional ainda se mostram tímidas.. Faz-se necessário

desenvolver mais estudos sobre este tema. Contudo, evidenciam-se avanços no processo

de internalização da cultura de avaliação orientada para a autogestão.

Palavras–chave: avaliação institucional; Sinaes; avaliação da educação superior.

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Região Nordeste

5. A autoavaliação como referente para as atividades de gestão, ensino, pesquisa e extensão na UnivasfUniversidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)

Vivianni Marques Leite dos Santos

RESUMO

A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) iniciou suas atividades em 2004,

em função da perspectiva de crescimento da região, pretendendo atender aos municípios

do semiárido brasileiro. O incentivo de criação de uma universidade federal com esta

área de abrangência teve como objetivo principal integrar toda essa região e possibilitar o

desenvolvimento econômico, social e cultural. A Univasf iniciou suas atividades oferecendo

10 cursos de graduação. Nesse mesmo ano, foi instituído o Sistema Nacional de Avaliação

da Educação Superior (Sinaes)por meio da Lei nº 10.861/04, idealizado como um sistema

de avaliação e aprimoramento do ensino público brasileiro, por meio de instrumentos e

ciclos de avaliação contínuos, obrigando as instituições a criarem Comissões Próprias de

Avaliação com o objetivo de identificar aspectos a serem aprimorados para contribuir com

a formação de cidadãos conscientes com seu papel estratégico no mundo e na sociedade

em que vivem. Na Univasf, a CPA foi criada pela Resolução 07/2005, que estabeleceu seu

regimento interno. Segundo essa resolução, a CPA realiza suas atividades em parceria com

as Comissões de Avaliação nos Colegiados (CAC). Desde o início das suas atividades, a

CPA destacou seu caráter participativo e de melhoria contínua, sendo deixadas de lado

quaisquer atividades com princípios obrigatórios ou punitivos. O processo de autoavaliação

vem sendo realizado a partir de um planejamento das atividades, sensibilização,

consolidação e divulgação dos resultados. A CPA tem atuado também em estreita relação

com as pró-reitorias, secretarias e coordenações dos cursos. Atualmente a Univasf oferta

23 cursos de graduação e 07 cursos de mestrado stricto senso, distribuídos em cinco campi.

Este artigo registra os resultados obtidos, relatos de experiências e ações desenvolvidas

pela Comissão Própria de Avaliação durante o período de outubro de 2011 a junho de

2013, que se desenvolvem a partir da análise das atividades propostas e realizadas

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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durante os anos anteriores, desde sua implantação no ano de 2005. Entre as dificuldades

encontradas pode-se relatar que, embora seja possível observar melhoria significativa,

uma parte dos docentes, discentes e técnicos ainda se mantêm à margem do processo.

Entre os métodos de divulgação, a apresentação oral dos resultados tem se mostrado o

mais eficiente, principalmente quanto às ações da gestão, visto que, nesta oportunidade,

os vários setores têm a oportunidade de buscarem juntos a solução para as fragilidades. A

avaliação in loco da infraestrutura tem promovido, além da identificação de fragilidades,

também uma oportunidade para conscientização da comunidade quanto aos objetivos da

CPA. Finalmente, o grande número de informações e dados tem requerido tamanhos de

arquivos que não estão previsto no sistema e-MEC.

Palavras-chave: autoavaliação; melhoria contínua; ensino superior.

6. A autoavaliação da Comissão Própria de Avaliação e seus impactos nas ações institucionaisFaculdade Nobre de Feira de Santana (FAN)

Suzana Alves Nogueira, Bruno José Borges da Silva, Priscila Santos Pires, Deivisson Pimentel,

Beatriz Lisboa Pereira

RESUMO

Este estudo trata de uma investigação acerca dos impactos da Comissão Própria de

Avaliação nas ações institucionais da Faculdade Nobre de Feira de Santana. O estudo

tem como objetivo analisar os impactos gerados pela CPA e as mudanças implantadas

na instituição frente ao que institui o artigo 11 da Lei nº10.861/2004 do Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Como metodologia, optou-se pelo

estudo de campo, de caráter descritivo, e pela abordagem quantitativa. Foi aplicado

um questionário para 2.743 discentes e cerca de 118 docentes dos diferentes cursos.

Os dados foram analisados a partir da estatística descritiva. Ficou evidenciado que as

fragilidades apontadas pela autoavaliação referiram-se às lacunas na infraestrutura, na

pesquisa e na extensão, na responsabilidade social e nas políticas de pessoal. A fim

de sanar as fragilidades apontadas na coleta de dados, a instituição apresentou ações,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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obras e projetos em andamento e em fase final de implantação que são resultado

de uma filosofia de trabalho planejada para o crescimento, aderindo à política de

democratização da educação superior no país.

Palavras-chave: autovaliação; impactos; ações institucionais.

7. A contribuição da CPA para a construção da política de desenvolvimento institucional do IFPIInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI)

Ana Célia Furtado Orsano, Ana Claudia Galvão Xavier

RESUMO

Em decorrência das novas relações construídas na década de 90 nas áreas econômicas,

políticas, culturais, tecnológicas e produtivas da sociedade, o Brasil tem buscado alcançar

um nível satisfatório de desenvolvimento que agregue sustentabilidade, qualidade

e equidade. A promoção da melhoria da qualidade do ensino, em todos os níveis, tem

representado uma importante política social no enfrentamento das mudanças, em todas

as áreas da sociedade, neste início de século. Redirecionar políticas de expansão e melhoria

do ensino superior é o grande desafio das instituições na atualidade. É notório considerar

a importância dos sistemas de avaliação nas Instituições de Ensino Superior (IES),

aperfeiçoando e monitorando o seu desempenho para o alcance satisfatório de qualidade

no sistema educacional brasileiro. Este artigo tem como objetivo analisar o papel da

avaliação institucional, como instrumento de gestão, a partir da experiência construída pela

Comissão Própria de Avaliação (CPA) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

do Piauí (IFPI). O IFPI, considerando sua nova institucionalidade, apontada pela Lei nº

11.892/2008, e a ampla expansão na oferta de seus cursos, definida por uma estrutura

multicampi, apresenta singularidades em relação às gestões acadêmica e administrativa.

Investigou-se, pois, o desdobramento do trabalho da CPA, através das comissões setoriais

constituídas, nos campi da instituição. Partiu-se do problema: qual a contribuição da

autoavaliação para o desenvolvimento institucional? Tem-se uma pesquisa qualitativa,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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realizada por meio de análise documental, observação participante e análise de conteúdo

dos relatórios das comissões setoriais. O trabalho fundamentou-se nas ideias de Polidori,

Marinho-Araújo e Barreyro (2006), Dias Sobrinho (2007), e outros, que tratam a avaliação

como um instrumento de melhoria da qualidade da educação superior. Constatou-se que a

avaliação interna, por meio do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes),

possibilita a redefinição da gestão institucional, a partir da construção do conhecimento

sobre a instituição, suas fragilidades e suas potencialidades e, sobre a efetiva construção

de uma cultura institucional de valorização da avaliação, como instrumento de melhoria da

gestão e reorientação do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).

Palavras-chave: avaliação institucional; Comissão Própria de Avaliação; IFPI.

8. A avaliação da docência por disciplina na Uern: um processo de participação e adesão voluntáriaUniversidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern)

Francisca de Fátima Araújo Oliveira, Sirleyde Dias de Almeida

RESUMO

Este trabalho objetiva apresentar e discutir a experiência de avaliação da docência por

disciplina como uma das etapas da avaliação institucional na Universidade do Estado

do Rio Grande do Norte (Uern). Tal processo se realizava por meio de questionários

impressos aplicados junto a professores e alunos, pela Comissão Própria de Avaliação

(CPA). A partir de 2011.1, o formulário passou a ser aplicado de forma eletrônica.

Entendendo que a avaliação institucional é um processo democrático que se caracteriza

pela adesão voluntária, a CPA não estabeleceu mecanismo que obrigue a participação

dos segmentos. Para atingir o maior número de pessoas, a CPA realizou um trabalho

de sensibilização sobre a importância da participação dos segmentos nesse processo,

afixando cartazes em salas de aula, conclamando a comunidade acadêmica, as

Comissões Setoriais de Avaliação (Cose), os Chefes de Departamento/Coordenadores de

Cursos e os Diretores de Faculdades a participarem do processo. Esse envolvia docentes

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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e discentes no interior dos cursos. Considerando que o segmento discente era o mais

difícil de sensibilizar, em virtude do grande número a ser atingido, a CPA estabeleceu um

percentual de 25% para a participação de estudantes, por curso. No primeiro momento,

realizou-se a experiência com a Faculdade de Ciências Exatas e Naturais (Fanat) do

campus Central Mossoró-RN e com os Cursos do campus Natal-RN. Para análise dos

dados, buscamos fundamentação em Bordenave (1994), Dias Sobrinho (2000), Ristoff

(2000). Resultados sobre participação docente: a) Fanat: Curso de Ciências Biológicas

Licenciatura, 75%; Ciências Biológicas Bacharelado, 88%; Química Licenciatura, 92%;

Física Licenciatura, 83,9%; Ciência da Computação, 96%; Matemática Licenciatura

Noturno,72,7%; Matemática Licenciatura Diurno, 87,5%; b) Campus de Natal: Direito

90,9%; Ciência da Computação 82,1%; Ciências da Religião 92,3%; Turismo, 65,6%.

Quanto à participação discente, o Curso de Ciências Biológicas Licenciatura obteve 49%;

Ciências Biológicas Bacharelado, 47,%; Química Licenciatura, 53,74%; Física Licenciatura,

29,49%; Ciência da Computação, 49,7%; Matemática Licenciatura Noturno, 28,57%,

Matemática Licenciatura Diurno, 39,16%. No campus de Natal: Direito, 22,29%; Ciência

da Computação, 35,06%; Ciências da Religião, 40,61%; Turismo, 11,30%. Observamos

que todos os cursos em Mossoró superaram a meta estabelecida e que apenas dois

Cursos do campus de Natal não atingiram 25% da participação discente. Sendo a

participação por adesão um desafio, o resultado da aplicação superou as expectativas e

estimulou a CPA a introduzir o processo em outras faculdades, institucionalizando, assim,

a avaliação da docência semestral. No semestre letivo 2012.2, os formulários eletrônicos

foram disponibilizados para os 81 cursos/oferta, nos seis campi e nos 11 Núcleos de

Educação Superior da Uern. Os relatórios individuais foram enviados a cada docente,

e o resultado geral foi encaminhado aos chefes de departamento/coordenadores de

cursos e diretores de Faculdades, para, juntamente com as Cose, analisarem-nos nas

plenárias, visando ao fortalecimento dos pontos positivos e à superação das fragilidades

detectadas. Diante do exposto, concluímos que a experiência de avaliação da docência

por meio de formulário eletrônico com a adesão voluntária de professores e estudantes

está consolidada. Inferimos que docentes e discentes da Uern compreenderam a

importância da avaliação para a qualidade dos cursos e o aprimoramento da instituição.

Palavras-chave: avaliação institucional; docência; participação.

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9. Autoavaliação institucional: indicadores de mudançaFaculdade Pernambucana de Saúde (FPS)

Ângela Maria Magalhães Salvi, Luciana Marques Andreto, Alcieros Martins da Paz

RESUMO

A partir de 2009, a avaliação institucional da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS)

foi redimensionada, a fim de contemplar as dez dimensões a serem consideradas no

processo de autoavaliação institucional, de acordo com a Lei nº 10.861, que instituiu o

Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes). Ela passou a ser conduzida

por uma Comissão Própria de Avaliação (CPA), que surge engajada em contemplar, na sua

constituição, um número de integrantes com maior representatividade da comunidade

acadêmica, para atingir o objetivo de produzir informações que subsidiassem a análise das

dimensões que constituem o objeto do processo de avaliação. Este trabalho tem o objetivo

de relatar o impacto dos relatórios realizados a partir dos resultados da autoavaliação

institucional coordenado pela CPA, no planejamento da FPS. Trata-se de um estudo

descritivo, caracterizado como relato de experiência, que teve como cenário a pesquisa

de autoavaliação institucional– realizada por meio de aplicação de questionários com

docentes, discentes, funcionários técnico-administrativos e coordenadores, no período de

01 a 30 de setembro de 2012 –, pesquisa documental e entrevistas com gestores, que

corroboraram para a ampliação das conclusões obtidas. A metodologia utilizada baseou-se

na análise de conteúdo, modalidade temática, com ênfase na abordagem qualitativa de

pesquisa social. As estratégias e a construção de instrumentos para coleta de dados foram

definidas em reunião da CPA com as subcomissões. Os indicadores pertencentes a cada

dimensão apresentada foram transformados nos itens dos questionários e dos roteiros

de observação e de análise documental. Como referencial teórico, identificaram-se as

orientações e os instrumentos baseados na Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394 de 20de

dezembro de1996), nas Diretrizes Curriculares de cada curso oferecido pela FPS, no Decreto

nº 3.860 e na Lei nº 10.861, que instituiu o Sinaes. O índice de participação por categoria

foi o esperado: docente e técnicos administrativos, em torno de 50%; coordenações, 100%.

A exceção foram os estudantes com 15,5% de participação, considerada muito aquém.

Potencialidades e fragilidades foram apontadas, destacando-se entre as fragilidades a

comunicação (interna/externa), com o menor índice de satisfação (44%), principalmente

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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no fluxo e na circulação de informações intersetoriais, tanto no portal online do aluno

quanto na comunicação da FPS com a sociedade. Os cursos de pós-graduação e extensão

apresentaram o índice de 51% em relação à quantidade e à diversidade. Registra-se,

também, os 54% da responsabilidade social, referidos, principalmente, como eventos

pontuais e não contínuos. Entre as potencialidades, destacam-se a coerência da gestão

com as políticas firmadas nos documentos oficiais (93%), cumprimento da missão (96%) e

100% de satisfação dos docentes com as coordenações. Esses resultados geraram amplos

debates promovidos pelos integrantes da CPA e pelo conselho gestor; e, a partir disso,

definiu-se que esses indicadores seriam os desafios macro contemplados no planejamento

estratégico da FPS, os quais deverão estar inseridos como metas prioritárias nos diversos

setores da instituição no ano de 2013. É mister que a comunidade acadêmica compreenda

a prática autoavaliativa como auxiliar no processo administrativo institucional, utilizando-a

como um instrumento de gestão ímpar para o fortalecimento de um estilo de vida

democrático na FPS, orientado pela legitimidade, transparência e objetividade.

Palavras-chave: autoavaliação; Comissão Própria de Avaliação (CPA); planejamento.

10. Avaliação institucional interna no âmbito de uma universidade pública federal: repensando o modelo e a práticaUniversidade Federal de Alagoas (Ufal)

Maria Antonieta Albuquerque de Oliveira

RESUMO

O texto aborda os pressupostos teóricos e metodológicos da avaliação institucional e as

estratégias e os percalços para sua consolidação e sistematização, no esforço de efetivação

de uma cultura avaliativa no âmbito de uma instituição de ensino superior. Elege como

categorias de análise: a política de avaliação vigente e as estratégias de sua implantação,

privilegiando a dimensão da avaliação institucional interna ou autoavaliação. Questiona a

efetividade da autoavaliação enquanto instrumento de regulação interna das instituições

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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de ensino superior, enquanto o referencial teórico recupera a literatura sobre avaliação

institucional e a documentação legal que institui sua política. O caminho metodológico foi

traçado através da análise crítica e reflexiva da política de avaliação da educação brasileira,

adotada pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, mais conhecida como lei do Sinaes,

que instituiu o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior e sua regulamentação

subsequente. Elegem-se como parâmetro de análise as diretrizes norteadoras e o contexto

de sua concretização na realidade do cotidiano de uma instituição de ensino superior de

organização acadêmica universidade e de categoria administrativa pública federal. Procura

registrar o caminho percorrido, as conquistas alcançadas, os obstáculos enfrentados e os

impactos observados, ao longo do tempo, pela ótica da Comissão Própria de Avaliação (CPA).

Esses caminhos permeiam as tentativas engendradas em favor da implantação do Projeto

de Autoavaliação, a consolidação dos Relatórios de Autoavaliação, as mudanças adotadas

e na integração dos resultados da autoavaliação aos planejamentos institucionais, enfim, a

sistematização de práticas que consolidam uma cultura avaliativa. Conclui apresentando os

aspectos de ordem conceitual, operacional e tecnológicos que, em diferentes momentos,

foram confrontados nas tentativas levadas a efeito pela CPA no cumprimento de suas

atribuições. Ao passo que seus membros se submetem ao exercício da meta avaliação,

impondo-se a mea culpa, e apontam caminhos a serem percorridos na perspectiva de

repensar o modelo de autoavaliação institucional proposto pela Conaes em sua perspectiva

regulatória. No âmbito mais próximo, sugere como uma das tarefas a serem cumpridas

pela Comissão Própria de Avaliação proceder à revisão do Projeto de Autoavaliação da

Universidade Federal de Alagoas, no sentido de seu ajustamento à realidade do contexto

universitário.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; Comissão Própria de Avaliação; cultura

avaliativa.

11. Comissões Próprias de Avaliação nas IES de Fortaleza: um levantamento quantitativoFaculdade Nordeste (Fanor)

Raquel Figueiredo Barretto

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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RESUMO

As Comissões Próprias de Avaliação (CPA) são os órgãos responsáveis pela avaliação

institucional de cada Instituição de Ensino Superior (IES). Sua regulamentação deu-se

através da Lei nº 10.861/2004, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Superior (Sinaes). As CPA devem ser compostas, equitativamente, por todos os segmentos

da comunidade acadêmica e da sociedade civil organizada. A avaliação institucional é

um importante instrumento para a tomada de decisões administrativas, acadêmicas

e pedagógicas na IES. Este estudo teve como objetivo descrever a disponibilidade das

informações acerca da CPA no sítio das IES que atuam em Fortaleza. Para que os objetivos

fossem alcançados, foi realizada, no primeiro semestre de 2013, uma pesquisa documental,

descritiva, exploratória com abordagem quantitativa. A busca pelas IES que atuam em

Fortaleza foi realizada no sitio do e-MEC através do seguinte procedimento: busca avançada,

IES, CE, Fortaleza, Ativa. O corpus deste estudo foi composto por informações de 35 IES.

Após a identificação das IES que atuam em Fortaleza, foi realizada uma busca no sítio de

cada uma delas. Os dados foram analisados através do programa Excel. Conforme Balsan e

Dias Sobrinho (1995) e Belloni (2003), a avaliação institucional, por ser um processo global,

é extremamente complexa, uma vez que aborda, em face dos objetivos e /ou missão da

instituição, os aspectos econômicos, políticos e culturais em que a instituição está inserida.

Segundo Andriola (2005), a avaliação institucional deve ser: holística, participativa, útil,

ética, sistemática, iluminadora, pedagógica e indutora. Os resultados do nosso estudo

mostram que, quanto à categoria administrativa das IES que atuam em Fortaleza:

57% são instituições privadas com fins lucrativos; 35%, instituições privadas sem fins

lucrativos; 6%, instituições públicas federais e 3%, instituições públicas estaduais. Quanto à

organização acadêmica, 83% são faculdades, 8%, universidades; 6%, centros universitários

e 3%, institutos federais. Quanto à busca por informações sobre as CPA no sítio das IES

verificou-se que em 31% dos sítios visitados, as informações sobre a CPA estavam logo

na primeira página; em 46% dos sítios pesquisados, para localizar as informações sobre a

CPA, o usuário precisaria navegar através do link institucional; em 17%, não localizamos

nenhuma informação relacionada à CPA, seu trabalho ou sua composição; e em 6%, não

conseguimos acessar o sítio das IES pesquisadas usando nenhum dos navegadores (Internet

Explorer, Mozilla e Google Chrome). Conclui-se que as CPA devem conduzir o processo de

avaliação institucional de cada IES, analisar os dados levantados para apontar as melhorias,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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as necessidades de intervenções e tecer eventuais críticas sobre a própria atuação da

CPA, além, é claro, de sistematizar as informações para prestar as informações necessárias

ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). É muito

importante para a comunidade acadêmica que a IES divulgue, claramente, os resultados,

mesmo que de forma sintética, das autoavaliações realizadas. Tal divulgação é parte do

processo de mobilização da comunidade acadêmica para atuar de forma participativa e

consciente durante o período/momento da avaliação institucional.

Palavras-chave: Comissão Própria de Avaliação; instituição de ensino superior; Fortaleza.

12. Evolução histórica das autoavaliações institucionais na Universidade Federal da ParaíbaUniversidade Federal da Paraíba (UFPB)

Caroline Rangel Travassos Burity, Maria Elba Dantas de Moura Pereira, Renata Conceição

Neves Monteiro

RESUMO

A autoavaliação institucional (AI), realizada de forma processual e contínua, busca alinhar

as características de multifuncionalidade, complexidade e singularidade, das Instituições

de Ensino Superior (IES) a determinados padrões de excelência. Nessa perspectiva,

acompanha o planejamento institucional, aponta fragilidades, sugere correções e ressalta

atribuições concernentes ao desempenho das ações éticas, culturais, sociais e políticas das

instituições. Simultaneamente, a AI se integra ao desenvolvimento da cultura, das artes,

da ciência e da tecnologia, expressas na missão dessas instituições. Nesse contexto, a

autoavaliação se configura como atividade complementar ao planejamento institucional,

porque é através dela que a instituição constrói conhecimento sobre sua própria realidade

e busca compreender os significados do conjunto de suas atividades, para melhorar a

qualidade educativa e alcançar maior relevância social. O presente estudo se configura como

uma pesquisa de natureza qualitativo-descritiva e tem como objetivo fazer um apanhado

histórico sobre as autoavaliações institucionais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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a partir da vigência do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), no

período de 2004 a 2013, discutindo aspectos relativos a: origem, consolidação, fatores

intervenientes nas atividades por elas desenvolvidas, descontinuidades e continuidades

do processo avaliativo. Concluindo-se com a discussão do projeto de retomada da cultura

de avaliação institucional interna (AII), outra vez em fase de implantação. Para efeito de

compreensão mais circunstanciada dessa trajetória, a abordagem retroagiu ao tempo da

autoavaliação institucional realizada nos moldes do Programa Institucional de Avaliação

das Universidades Brasileiras (Paiub), na década de 1990. Ao final, apresentam-se reflexões

e sugestões que poderão ensejar novos estudos e/ou decisões políticas, por parte dos

gestores do Sinaes e/ou das IES.

Palavras-chave: autoavaliação; histórico; UFPB.

13. Impactos dos relatórios da CPA nos planos de trabalho da Faculdade de Educação de Bacabal (Febac)Faculdade de Educação de Bacabal (Febac)

Leandro Angelo Cruz dos Santos

RESUMO

O processo de autoavaliação de uma instituição de ensino superior (IES) não se reduz a

simples atribuição de notas ou conceitos para infraestrutura, ensino, pesquisa e atividades

de extensão, pois também fornece uma visão dos impactos que os relatórios geram dentro

do ambiente da IES. Os resultados destes processos adquirem grande relevância nos planos

de trabalho de uma instituição de ensino superior, desta forma, observa-se, no contexto

da Febac, a necessidade de identificar e expor a maneira como isso ocorre. O presente

trabalho objetiva identificar os impactos dos relatórios da CPA no plano de trabalho da

Faculdade de Educação de Bacabal (Febac). Quanto à estrutura metodológica, a pesquisa é

uma revisão de literatura que contempla os documentos institucionais oficiais e os planos

de trabalho da IES, tem um caráter qualitativo e foi realizada no período de fevereiro a

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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abril de 2013, quando são analisados livros e artigos científicos referentes à temática,

discussões e comparações com a realidade local. Os resultados apresentam uma análise

de todos os relatórios da CPA em conjunto com os planos e as agendas de trabalho da IES.

Verifica-se uma gama de melhorias satisfatórias voltadas para o ambiente institucional,

tanto internamente quanto externamente. A partir da análise coletiva dos relatórios e

dos planos de trabalho, verifica-se que a IES contemplou 61% das ações programadas no

relatório da CPA, transformando-as em potencialidades, mostrando quão importantes e

intervenientes são os relatórios da autoavaliação e o quanto eles ajudaram a aprimorar

e a modificar os planos de trabalho da Febac. Além de todo o impacto da autoavaliação

em termos de autoconhecimento, reconhecimento de potencialidades e dificuldades e,

principalmente, dos avanços efetivos promovidos por esse processo, observa-se que, para

efeito de implementações e mudanças no plano de trabalho, é ainda mais satisfatória. Isso

suscita um processo contínuo e incentivador de mudanças, que geram bases importantes

para o crescimento da IES.

Palavras-chave: impactos da CPA; autoavaliação; Febac.

Região Norte

14. Análise da política de assistência estudantil da Universidade Federal do Tocantins a partir dos relatórios de avaliação institucional da CPA.Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Elaine Jesus Alves

RESUMO

A política de atendimento ao estudante é contemplada na Dimensão 9 do Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), cujo objetivo é analisar as formas

pelas quais os estudantes estão sendo integrados à vida acadêmica e os programas

que as universidades propõem para assistir os mais carentes. A Comissão Própria de

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Avaliação (CPA) da UFT contemplou a dimensão “política de atendimento ao estudante”

em todos os relatórios de avaliação institucional nos períodos de 2006 a 2012. A

análise destes documentos possibilita a visão de um quadro evolutivo da política de

assistência ao estudante na UFT e ainda os avanços e retrocessos encontrados nesse

percurso. Nesse sentido, este artigo tem o intuito de apresentar a evolução da política

de assistência ao estudante na UFT a partir dos relatórios de avaliação institucional

dos anos de 2006 a 2012 dessa universidade. A publicação Orientações gerais para o

roteiro de autoavaliação das instituições, produzida pelo Instituto Nacional de Estudos

e Pesquisas Educacionais (Inep), apresenta o conjunto de questões norteadoras para

avaliação institucional das Ifes. No tocante à política de atendimento ao estudante, são

apresentadas as questões relativas às políticas de acesso, seleção e permanência dos

estudantes nas universidades. O Relatório da CPA de 2006 foi sintético e apresentou

apenas as demandas de assistência ao estudante que a UFT passou a ter em virtude

da aprovação da política de cotas para estudantes indígenas. O Relatório de 2007-2008

também foi muito sucinto ao tratar da política de atendimento ao estudante: citou

os programas Bolsa Permanência e Bolsa Estágio como principais ações nesta área. O

relatório de 2009-2010 sinaliza uma política de assistência estudantil mais estruturada

em diferentes ações além das bolsas: isenção da taxa de vestibular e auxílio transporte

para eventos. O relatório da CPA de 2010 avança em relação aos anteriores no sentido de

não se limitar a apresentar apenas os dados coletados, mas também fazer comparação

com o relatório de 2009-2010. Aponta, por exemplo, as fragilidades constatadas no

relatório anterior no que concerne à necessidade de RU, atendimento psicossocial

aos alunos, espaços de convivência e quadras esportivas. O relatório de 2011 segue o

mesmo padrão do anterior, apresenta, em gráficos, a evolução dos programas de bolsas

e descreve as condições das casas dos estudantes dos campi. O relatório mais recente, de

2012, aponta para a necessidade de uma política efetiva de assistência aos estudantes,

que atenda às suas reais necessidades. Na análise dos relatórios, percebe-se o avanço

da política de assistência estudantil na UFT e o amadurecimento da CPA na avaliação

institucional.

Palavras-chave: CPA; avaliação institucional; assistência estudantil.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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15. Autoavaliação: um desafio possível Faculdades Integradas Aparício Carvalho (Fimca)

Maria José Ribeiro de Souza, Carla Aguiar Machado

RESUMO

Esta pesquisa relata o processo de evolução da autoavaliação das Faculdades Integradas

Aparício Carvalho (Fimca), no ciclo de três anos, de 2009 a 2012. Essa é uma instituição

que se insere no contexto amazônico, na cidade de Porto Velho no Estado de Rondônia.

A Fimca tem 22 cursos de bacharelado, licenciatura e tecnólogo, nas áreas de saúde,

ciências agrárias, humanidades e ciências sociais aplicadas. O processo de autoavaliação

institucional e docente passou a ser um desafio para as instituições de ensino superior,

em especial, para as privadas. O objeto desta pesquisa é a necessidade de se perceber

a qualidade do ensino oferecido e como essa é avaliada pelos alunos é. Este texto está

estruturado em três tópicos: no primeiro, faz-se a introdução do trabalho com os objetivos

e os cenários da pesquisa, a fundamentação teórica com enfoque na legislação do Sinaes

e com base nos autores Sguissard, Dias Sobrinho, Cavalieri, Demo e outros; no segundo,

há a descrição dos dados em forma de relatos das experiências vividas durante o ciclo

de avaliação; e, no ultimo tópico, estão as conclusões de todo este processo. Os dados

foram construídos a partir das avaliações que foram respondidas por todos os segmentos

da IES no período do ciclo. Os questionários impressos, os relatos de alunos e funcionários

junto à ouvidoria e à CPA formaram os instrumentos de coleta de dados. Ao finalizar esta

pesquisa, ficou explicito que a autoavaliação não é vista mais como um instrumento de

acusação, de punição ou de premiação, e sim como um processo de sensibilização e

verificação para resolução de problemas que interferem na rotina acadêmica e que podem

ser solucionados a partir da sua constatação. A autoavaliação está sendo institucionalizada

como um artifício indispensável de gestão do ensino. Mesmo assim, ela enfrenta oposições,

trazendo dificuldades para a sua concretização com eficiência. Enfim, a autoavaliação, seja

ela docente ou institucional, passa a ser um mecanismo de controle democrático, o qual

pode servir de subsídio para a melhoria da gestão educacional da IES.

Palavras-chave: autoavaliação institucional e docente; sensibilização e gestão; processo.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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16. O papel da CPA face aos processos de descredenciamento e recredenciamento da Unitins pelo MEC para a oferta de cursos a distânciaFundação Universitária do Tocantins (Unitins)

Alcides do Nascimento Moreira, Rodrigo Barbosa e Silva, Willany Palhares Leal

RESUMO

O presente trabalho pretende contextualizar as ações desenvolvidas pela Comissão

Própria de Avaliação da Fundação Universidade do Tocantins durante um período de

profunda agitação institucional devido ao processo administrativo instaurado pelo MEC,

que pretendia investigar denúncias de irregularidades na oferta de cursos a distância,

o que culminou com o descredenciamento da referida IES para esta modalidade de

ensino. O objetivo é apresentar a relevância dos trabalhos da CPA, em especial, dos

relatórios de autoavaliação, que sustentaram as discussões da comunidade acadêmica

sobre a reestruturação pedagógica e a reconfiguração política da instituição promovida

pela equipe gestora. A metodologia utilizada pauta-se na análise de documentos

institucionais, preceitos legais, de âmbitos federal e estadual, e relatos orais dos sujeitos

que participaram do processo histórico de defesa da universidade pública estadual,

gratuita e de qualidade. As referências utilizadas para o embasamento teórico deste

estudo estão ancoradas em autores que defendem uma avaliação emancipatória, cuja

perspectiva pedagógica é caracterizada por diferentes processos de descrição, análise

e crítica da realidade vivenciada por aqueles que dela participam com a finalidade

de transformá-la. Assim sendo, Abílio Ribeiro Coelho, Almerindo Afonso, Ana Maria

Castanheira, Ana Maria Saul, Carlos Rodrigues Brandão, Ilma Passos Veiga, José Carlos

Sobrinho e Paulo Freire são os principais interlocutores desta reflexão. Os resultados

obtidos mostraram que os relatórios avaliativos institucionais, quando elaborados de

modo autônomo pela CPA, partindo das ações dialógicas empregadas neste processo,

tornam-se instrumentos de poder a favor da transformação político-institucional

necessária para a efetivação de um ambiente acadêmico democrático. A avaliação

institucional realizada na Unitins, por meio da atuação de sua CPA, nestes últimos

anos, caracterizou-se como um processo importante de readequação da estrutura

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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política, administrativa e pedagógica, seguindo as diretrizes estabelecidas pelos

órgãos reguladores da EaD no país. Também torna possível o redimensionamento dos

mecanismos de acompanhamento da vida acadêmica e das interfaces do ensino, da

pesquisa, da extensão e da gestão em todas as instâncias da instituição, especificamente,

como uma análise do processo de reestruturação da universidade e da reorganização

dos diferentes setores institucionais.

Palavras-chave: educação superior a distância; autoavaliação institucional; CPA.

17. Qual o espaço da avaliação institucional na instituição de ensino superior?Faculdade de Rondônia (Faro)

Telma Ferreira, Edneuza Gonçalves Silva, Sâmia de Oliveira Brito

RESUMO

Compreender qual o espaço da avaliação institucional nas instituições de ensino

superior permeia o entendimento do espaço enquanto vivências, experiências e

significados atribuídos a este em cada espacialidade que a instituição destina, para

interagir e evidenciar as ações voltadas ao processo ensino-aprendizagem. Este último,

desenvolvido através da atuação gestora nas instituições de ensino superior. A pesquisa

consiste de um estudo das experiências vivenciadas pelas professoras que atuam

como membros de Comissão Própria de Avaliação (CPA) e pelo gestor da instituição

pesquisada, localizada na cidade de Porto Velho, no Estado de Rondônia, na Região

Norte do Brasil. Utilizamos as técnicas de diário de campo, análise de relatórios e

aplicação de entrevista com gestor da Faculdade de Rondônia, o qual implantou a CPA

em sua gestão e vem acompanhando seu desenvolvimento até os dias atuais. A forma de

pesquisa é qualitativa e participativa. Situa-se no método hermenêutico de abordagem

fenomenológica. O objetivo geral consiste em apresentar um estudo sobre o espaço

vivenciado por gestores e pesquisadores de uma instituição de ensino superior, visando

a um melhor entendimento do significado atribuído à avaliação enquanto espacialidade

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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existente dentro da IES. Os resultados apontam para uma reflexão acerca do processo

avaliativo institucional, a cultura histórica construída ao longo de sua prática no Brasil

e, neste caso, em Rondônia. Cultura que tende a refletir-se na atitude do avaliador e

avaliado.

Palavras-chave: espaço; avaliação institucional; ensino superior.

18. Reflexões sobre o processo de autoavaliação da UFT: avanços e retrocessosUniversidade Federal do Tocantins (UFT)

Maria Santana Ferreira Santos, Breno Suarte Cruz

RESUMO

Sabe-se que avaliar é tarefa das mais difíceis. Mesmo levando-se em conta o sentido mais

usual de avaliação em uma instituição universitária – a avaliação da aprendizagem – é certo

que haverá pontos discordantes quanto ao melhor meio de realizá-la e quanto à aferição

dos resultados. Tais características também se aplicam ao processo de autoavaliação,

que requer um olhar interno para conhecer e avaliar as próprias estruturas, atividades

e uma gama de processos. No caso de uma autoavaliação institucional, a magnitude da

tarefa torna-a ainda mais complexa, porém não inexequível. Este texto tem como principal

objetivo apresentar algumas reflexões sobre as fraquezas e fragilidades apontadas nos

relatórios de autoavaliação da Universidade Federal do Tocantins (UFT), desde 2004, quando

do início do primeiro ciclo de avaliação institucional, até 2012, ou seja, o quinto ciclo. O

processo metodológico percorrido por este estudo será de uma análise qualitativa das

considerações finais contidas nos relatórios de autoavaliação. Ou seja, será possível fazer

uma análise das mudanças e retrocessos apontados nos referidos relatórios. Esse estudo

será fundamentado no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade, nos

relatórios de avaliação interna e em autores como Dias Sobrinho (2003, p.177), quem

enfatiza que a avaliação institucional “é uma prática social orientada, sobretudo, para

produzir questionamentos e compreender efeitos pedagógicos, éticos, sociais, econômicos

do fenômeno educativo e não simplesmente uma operação de medida e muito menos um

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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exercício autocrático de discriminação e comparação” e em Belloni (2009), que considera a

avaliação institucional como um processo sistemático de busca de subsídios para melhoria

e aperfeiçoamento da qualidade da instituição em face de sua missão científica e social.

Nesse sentido, os resultados mostram que a Universidade Federal do Tocantins tem

conseguido desenvolver um processo permanente de avaliação institucional, ou seja, são

vários os avanços: consolidação do processo de autoavaliação através da reestruturação

de sua Comissão Própria de Avaliação; maior conhecimento e acompanhamento do PDI

por parte da comunidade interna (professores, servidores); e confecção de instrumentos

avaliativos como a avaliação disciplina/professor. Porém, a sensibilização de todos

os setores da universidade para a importância da avaliação ainda não foi atingida, as

dificuldades recorrentes enfrentadas pela CPA na coleta de dados de cada setor, a cada

ano, demonstram esta fragilidade. Portanto, considera-se que são grandes os desafios que

a Universidade Federal do Tocantins deve enfrentar para cumprir sua missão que é produzir

e difundir conhecimentos visando à formação de cidadãos e profissionais qualificados,

comprometidos com o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Palavras-chave: autoavaliação; avanços; retrocessos.

Região Sudeste

19. A importância da articulação entre o processo de autoavaliação institucional e os projetos pedagógicos de cursosCentro Universitário Eurípides de Marília (Univem)

Raquel Cristina Ferraroni Sanches

RESUMO

As instituições de ensino superior (IES) necessitam, constantemente, repensar suas

práticas, seus princípios e valores, sua missão, enfim, todo o conjunto que as constituem

como instituições e, para isso, é possível apontar que o melhor caminho é a avaliação

institucional, pois, em tese, ela rompe com visões centralizadoras e autoritárias. As IES

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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melhor se constroem se apoiadas em discussões, reflexões e ações, uma vez que cada

instituição tem características peculiares. O presente trabalho descreve, portanto,

pesquisa realizada, no Centro Universitário Eurípides de Marília-SP (Univem), com o

objetivo de analisar a relevância da articulação entre os processos de autoavaliação

institucional e os projetos pedagógicos dos cursos, com a preocupação de construir uma

cultura interna de avaliação, contribuindo, assim, para o aprimoramento tanto acadêmico

quanto administrativo do estabelecimento de ensino. A estratégia metodológica adotada

compreendeu o desenvolvimento de pesquisa qualitativa, por meio de estudo de caso. É

preciso considerar, também, que a discussão sobre educação superior está incrustada em

um novo cenário nacional, que deu vez e voz aos processos de avaliação institucional para

melhoria da qualidade da educação no país. Segundo Dias Sobrinho (1998), o interesse pela

avaliação institucional não se deve somente a seu potencial de transformação qualitativa,

à oportunidade de melhoramento pedagógico e à eficácia de gestão, mas se justifica,

igualmente, em função das exigências de regulação e de controle da educação superior

pelo Estado. Mais ainda, quando compreendida como transformadora, a autoavaliação

institucional se constitui em instrumento dialético de avanço, de identificação de novos

rumos, assumindo, assim, “importância fundamental no planejamento e na gestão das

organizações educacionais” (Bordignon, 1995, p. 404). Sob esse olhar, a autovaliação

institucional ocupou uma posição de destaque dentre as preocupações do Univem,

pois proporcionou a construção de conhecimentos sobre si mesmo e, desse modo, a

identificação de seus pontos fracos, fortes e de suas potencialidades, constituindo-se

num processo contínuo de reflexões e ações que permitiram subsidiar a condução de

seu planejamento. Compreendeu-se, com o desenvolvimento da pesquisa, que projetar

o futuro e aspirar a excelência pôde levar a instituição a reconhecer, a aprender com

seus erros e, em um processo harmonioso de correção de rumos, a envolver toda a sua

comunidade, fortalecendo a si e a seus atores, na busca de um padrão de qualidade para a

educação ofertada, acompanhando a evolução dos tempos, dos avanços tecnológicos, das

exigências mercadológicas, das mudanças políticas e econômicas. O processo em questão,

que alimentou tanto os processos de avaliação institucional como os Projetos Pedagógicos,

favoreceu articulação entre autoconhecimento e reconstrução institucional, fundamentos

mediados pela realidade social. Por fim, a autovaliação institucional, articulada aos Projetos

Pedagógicos dos Cursos, contribuiu para o aprimoramento de todo o contexto, dos atores

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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do processo às instâncias avaliadas, já que ofereceu subsídios para a tomada de decisão,

isto é, para a formulação de ações pedagógicas e administrativas. Nesse contexto, encontrar

uma alternativa para que a avaliação institucional se configurasse como um instrumento de

melhoria da qualidade da educação ofertada e do próprio Univem foi um grande desafio.

Palavras-chave: avaliação institucional; qualidade; projeto pedagógico.

20. A autoavaliação como importante instrumento da gestão universitária, inclusive auxiliando na diminuição dos índices de evasão escolarUniversidade José do Rosário Vellano (Unifenas)

Sandra Regina Remondi I. Paschoal, Ivanilda Cabral da Costa Chaves

RESUMO

A prestação de serviço educacional exige um contínuo (re)pensar e um constante (re)

criar porque é um serviço sui generis de relevante papel na formação do ser humano e

do desenvolvimento da sociedade. O maior desafio é caminhar para uma educação com

qualidade e, para isso, faz-se necessário avaliar constantemente esse serviço. A Unifenas

tem longa e rica trajetória no campo da avaliação institucional por entender a necessidade

de se autoconhecer para aperfeiçoar as atividades desenvolvidas e verificar se sua

missão e metas estão sendo atingidas. A CPA, responsável pela autoavaliação, adota uma

metodologia participativa, que traz para o âmbito das discussões diversos instrumentos

e métodos combinados, conforme necessidades e situações específicas dos cursos. Para

verificar se a Unifenas está atingindo as metas previstas no PDI e PPI, continuamente se

avalia o ensino, a pesquisa, a extensão, o corpo técnico-administrativo, o corpo docente, as

instalações, os estágios supervisionados, os serviços prestados, a localidade em que está

inserida e outros aspectos requeridos em uma universidade multicampi. Dentro dessa

perspectiva de autoavaliação, que busca nortear o planejamento das ações institucionais

para superação das fragilidades, desde 2011, após dois meses do início do semestre letivo,

começou a ser aplicado um questionário para os ingressantes com a finalidade de diminuir

os índices de evasão escolar. Em tal questionário é levantado se o aluno está satisfeito

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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com o atendimento pela coordenação, com a secretaria de apoio, com o corpo docente,

com a estrutura física, com os recursos audiovisuais, com a biblioteca, com a divulgação

de informações, com a metodologia de ensino, com o material didático e se o curso está

satisfazendo suas expectativas. Objetivou-se minimizar os efeitos da evasão e tornar-se

mais um instrumento de mudança da cultura acadêmica, seja no trabalho da coordenação

e dos docentes seja nas redefinições curriculares, entre outras dimensões da estrutura do

ensino superior. Buscou-se também desenvolver uma reflexão mais sistemática sobre a

relação entre a autoavaliação e a evasão, para ampliar caminhos de propostas e projetos

de combate ao abandono escolar; e encontrar maiores explicações e dar visibilidade

ao problema “evasão”. Aplicam-se questionários aos ingressantes nos meses de abril e

outubro. Após a tabulação dos dados e análise estatística, são levantados os alunos que não

estão satisfeitos com o curso, quais as dificuldades que os ingressantes estão encontrando

e discutem-se os resultados, inicialmente com a coordenação e depois com os alunos,

auxiliando-os nas situações de dificuldade, inclusive direcionando-os para o Serviço de

Apoio Psicopedagógico. Alva (2004) afirma que é preciso descobrir se o aluno tem algum

problema e, caso tenha, o que a escola pode fazer para ajudá-lo. Segundo Polydoro (2000),

um dos meios para manter os alunos em seus cursos é realizar ações que controlem os

fatos que levam à evasão, bem como sua prevenção, com estratégias coordenadas e de

avaliação de programas. Como o trabalho iniciou-se em 2011, mesmo diminuindo o índice

de evasão em 2012, não se pode afirmar que foi decorrente do estudo. A Unifenas busca,

através do questionário do ingressante e da autoavaliação, conhecer melhor o seu aluno e

quais são suas expectativas e (in) satisfações quanto ao curso e à própria instituição.

Palavras-chave: autoavaliação; gestão universitária; evasão escolar.

21. A autoavaliação da Universidade de Sorocaba: impactos da CPAUniversidade de Sorocaba (Uniso)

Augusto de Abreu Pires, Rafael Ângelo Bunhi Pinto, Raquel Vieira de Campos, Silvana Maria

Gabaldo Xavier

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RESUMO

A Universidade de Sorocaba (Uniso) pratica a avaliação institucional desde a década de 1990.

Sua rica história e a da sua autoavaliação serão apresentadas neste trabalho. Após 2004,

sob os preceitos do Sinaes, nosso processo avaliativo é concebido em ciclos, sendo o atual

o terceiro. Inicialmente, nosso processo avaliativo estava voltado para a conscientização

da comunidade acadêmica e para a elaboração de instrumentos que atendessem às

necessidades institucionais, ao mesmo tempo, subsidiando as visitas verificadoras. Nos anos

seguintes, buscou-se o envolvimento dessa comunidade na definição das diretrizes internas,

e, finalmente, a integração com o planejamento. Sem dúvida alguma, esses objetivos foram

alcançados na Uniso. A partir da conceituação que todo processo avaliativo pode pertencer

a duas perspectivas bem distintas, a heurística e a experimentalista, a concepção adotada na

Uniso não pode ser classificada puramente em nenhuma delas. As avaliações diagnósticas

são apresentadas e comentadas, assim como muitas das ações promovidas na instituição a

partir de apontamentos da autoavaliação. Em seguida, apresentamos determinadas ações

de algumas metas do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), relacionadas com os

resultados da autoavaliação, e algumas citações de comissões verificadoras validando a

autoavaliação da Uniso.

Palavras-chave: autoavaliação; avaliação institucional; integração com Plano de

Desenvolvimento Institucional.

22. A meta-avaliação como instrumento de qualificação do processo de autoavaliação em uma instituição de ensino superior no Rio de JaneiroFaculdade Internacional Signorelli

Maria Cecília Alves Galvão, Hércules Pereira, Luiz Annunziata Neto

RESUMO

Este artigo apresenta os resultados da proposta de meta-avaliação do processo de

autoavaliação em uma instituição de ensino superior no Rio de Janeiro. Para tanto, foram

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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utilizados os princípios de eficácia e eficiência apresentados pelo Joint Committee on

Standards for Educational Evaluation. O estudo baseou-se nas categorias de “utilidade” e

“precisão” e foi realizado por meio de formulário intitulado Checklist, que foi aplicado aos

coordenadores da IES em questão. O objetivo principal do estudo foi identificar e refletir

sobre questões relacionadas à importância e à utilização das informações geradas, do controle

da efetividade, da qualidade e credibilidade das autoavaliações, assim como da análise das

estratégias para a divulgação e o acesso aos seus resultados. Considerando que meta-avaliações

podem influenciar avaliações, que, por sua vez, influenciam os rumos da aplicabilidade, ou não,

de algum programa ou política sobre realidades sociais e que, em geral, envolvem orçamentos

que não são pequenos, parte-se do pressuposto que a realização de uma meta-avaliação

exige uma pesquisa acurada sobre a documentação produzida pela avaliação, sobre seus

estágios, sua receptividade entre os interessados e os participantes, sobre possíveis conflitos

de interesse entre as partes envolvidas, enfim, sobre uma longa lista de acontecimentos e

informações. A proposta desenvolvida contribuiu para o aperfeiçoamento da autoavaliação

da IES – entendida como um processo permanente de autoconhecimento e de autocrítica da

instituição –, constituindo-se em instrumento fundamental para a reflexão de sua identidade

institucional e de auxílio para a tomada de decisões quanto a suas diferentes atividades, sejam

elas pedagógicas, administrativas, de extensão ou de pesquisa e, desse modo, consolidando-a

como diretriz das políticas públicas da educação superior no Brasil.

Palavras-chave: meta-avaliação; avaliação institucional; educação superior.

23. Autoavaliação institucional: experiência de uma instituição privada de ensino superiorFaculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip)

Laisa Maria Ferraz Carlos, Leny Fernandes de Pinho

RESUMO

A autoavaliação institucional, representada pelas Comissões Próprias de Avaliação (CPA),

tornou-se uma prática contínua nas instituições de ensino superior (IES), prática também

realizada desde 2010 pela Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (Fadip) do município de

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Ponte Nova, Minas Gerais. O presente artigo tem por objetivo apresentar os resultados da

CPA da Fadip, tendo como referência o ciclo trienal 2010 – 2012, assim como reflexão e

proposta acerca dos resultados obtidos. A metodologia utilizada foi descritiva e analítica,

utilizando técnicas quantitativas e qualitativas para coleta de dados, sendo avaliados os

cursos de Bacharelado em Direito, Enfermagem e Farmácia. O processo de avaliação da

educação superior no Brasil apresenta uma tra¬jetória que vem sendo construída de forma

consistente, no que diz respeito a sua proposta de considerar o processo na sua totalidade.

Nas duas últimas décadas, a avaliação do ensino superior apresentou mudanças no seu

formato, no qual o modelo de avaliação totalitário, que primava pela classificação por

rankings, tornou-se um processo que respeita as diversidades e as especificidades das

instituições de educação superior (IES). Essas mudanças ocorreram quando da instituição

do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o Sinaes. O Sinaes começou a

ser criado a partir da constituição da Comissão Especial de Avaliação do Ensino Superior

(CEA), constituída por representantes das IES, de membros do Ministério da Educação e

da União Nacional dos Estudantes (UNE). Essa proposta, em 2004, transformou-se em lei

(Lei nº 10.861), instituindo o Sistema. Nos resultados obtidos pela CPA da Fadip, por meio

das dimensões avaliadas, considerando o triênio 2010 – 2012, pode-se constatar que o Plano

de Desenvolvimento institucional (PDI) é um instrumento de gestão que expõe com clareza

os objetivos, as metas e a missão da instituição, sendo estes conhecidos pelos discentes. A

participação dos alunos foi bem significativa, tendo um crescimento gradativo o interesse

na avaliação pela CPA, chegando a 94,7% no 2º semestre de 2012, fato justificado pelo

empenho da CPA em divulgar a importância da avaliação tanto para a instituição quanto

para o aluno. Após análise do triênio 2010-2012, a CPA apresentou algumas reflexões acerca

do processo de autoavaliação institucional, questionando alguns aspectos determinados

no Roteiro de Autoavaliação Institucional-orientações gerais publicado pelo Sinaes/

MEC/2004, que propõe uma visão globalizada das formas participativas nos procedimentos

de avaliação. Diante deste contexto, pode-se observar que a Fadip está, cada vez mais,

atenta e participativa, na busca pelo crescimento e pelo aprimoramento da qualidade,

utilizando a CPA como instrumento norteador para o desenvolvimento da instituição.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; educação; qualidade.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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24. Contribuições da atuação da Comissão Própria de Avaliação para a melhoria dos cursos de graduação da UFSCar, no período 2004-2012Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

José Carlos Rothen, Taís Delaneze, Joelma dos Santos, Alessandra Maria Sudan, Maria

Helena Antunes de Oliveira Souza

RESUMO

Este trabalho iniciou-se com a contextualização dos processos avaliativos dos cursos

de graduação da UFSCar, dando especial destaque ao momento da implantação da

Comissão Própria de Avaliação (CPA), coincidente com a finalização do processo de

construção do Plano de Desenvolvimento Institucional (2004). O objetivo do trabalho

foi verificar a efetivação, no período 2006-2012, das propostas de melhoria para o

ensino de graduação, estabelecidas a partir da análise do diagnóstico realizado no

primeiro trabalho sistematizado da CPA, no período 2004-2006, no que diz respeito

à organização curricular e aos processos avaliativos internos e externos dos cursos. A

metodologia utilizada consistiu na análise dos documentos institucionais do período,

considerando a atuação, em alguns casos, em parceria, da CPA e dos outros setores

envolvidos. Os aspectos selecionados para análise da organização curricular foram o

acompanhamento sistemático da criação/reformulação dos projetos pedagógicos

e dos processos regulatórios dos cursos, além do enriquecimento curricular com

as atividades complementares. Os aspectos escolhidos para análise da avaliação

interna foram o aperfeiçoamento dos instrumentos, a participação dos estudantes, a

sistematização dos dados e o acompanhamento dos processos; para a avaliação externa,

o envolvimento dos diversos atores. A “concepção emancipatória”, na perspectiva de

“(a)firmar valores” da instituição, buscando melhorias, fundamentou, do ponto de vista

teórico, os processos avaliativos na UFSCar e, por conseguinte, a atuação da própria

CPA. Os resultados apontaram para uma ação mais efetiva da equipe pedagógica da

Divisão de Desenvolvimento Pedagógico/ProGrad, indicando que todos os cursos

têm projetos pedagógicos aprovados, com processos regulatórios finalizados ou em

andamento. Os resultados também indicaram uma maior diversificação de atividades

complementares e um envolvimento dos estudantes nessas atividades menor que o

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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previsível. No que se refere à avaliação das disciplinas, houve aperfeiçoamento do

instrumento de coleta de dados, mas irregularidades na realização, na participação

dos estudantes e na sistematização dos dados obtidos. Quanto à autoavaliação dos

cursos, houve também aperfeiçoamento do instrumento; aumento do número de

cursos avaliados e da participação discente nessa avaliação, tanto pelos egressos como

pelos alunos ativos; e análise qualitativa e quantitativa dos dados colhidos pela CPA,

da qual resultaram indicadores mais adequados à avaliação dos cursos. Os indicadores

utilizados para a avaliação dos cursos foram: Satisfação com o curso, Valorização da

formação, Condições pedagógicas dos docentes, Participação em pesquisa e extensão

e Condições de funcionamento da Universidade. A coleta de dados e a construção

teórica desses indicadores foram realizadas em parceria com o Centro de Estudo do

Risco do Departamento de Estatística da UFSCar. No tocante à avaliação externa dos

cursos, foi possível identificar uma ampliação da participação discente no Exame

Nacional de Desempenho de Estudantes, assim como dos demais atores envolvidos

no processo formativo nas avaliações in loco, considerando os conceitos atribuídos no

período analisado. A título de conclusão, cabe destacar que a atuação da CPA/UFSCar foi

significativa para a melhoria dos processos formativos em nível de graduação, mas não

isoladamente. Os progressos identificados são resultantes de parceria da CPA com os

demais setores da Universidade e do estabelecimento de políticas e ações institucionais.

Palavras-chave: avaliação emancipatória; CPA/UFSCar; ensino de graduação.

25. Ensino superior, responsabilidade social e Comissão Própria de Avaliação: um estudo realizado em uma instituição recentemente instalada no interior de São PauloFaculdade de Ciências Gerenciais de São Joaquim da Barra, SP (Facig)

Glaúcia Coutinho Bucioli Oliveira, Aline Marques Barbosa

RESUMO

A Faculdade de Ciências Gerenciais de São Joaquim da Barra–SP (Facig), uma instituição

de ensino superior recentemente instalada no interior de São Paulo, com apenas cinco

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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anos de atuação, conta com dois cursos em funcionamento, com cerca de 150 alunos

e 20 docentes. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Facig de São Joaquim da

Barra–SP foi formada pela Direção Geral, que nomeou seus membros por um mandato

determinado de um ano, podendo ser prorrogado. A avaliação da CPA ainda está

sendo realizada manualmente por meio de questionários impressos e, posteriormente,

os dados são apurados, tabulados e analisados. Tem como objetivo apresentar os

resultados do trabalho desenvolvido pela CPA – dentre eles, necessidades, dificuldades

e satisfações dos discentes em relação ao ensino superior – e investigar quais são

os efeitos que a instituição de ensino superior está gerando na comunidade em que

está alocada. Busca descrever as alterações no desenvolvimento comunitário a partir

da instalação da instituição de ensino superior e descrever a percepção que se tem,

na instituição, acerca das relações faculdade e comunidade. Para tanto, utilizou-se

a metodologia exploratória que se consubstanciou no estudo de caso especificado e

incluiu pesquisa de levantamento de opinião e pesquisa documental. Para sua realização,

foram elaborados questionários estruturados (entregues pessoalmente e respondidos

no mesmo momento) para alunos, professores, funcionários da faculdade, membros

da comunidade, a fim de averiguar o nível de satisfação e entendimento do processo

de instalação da faculdade. Como resultado da pesquisa, verificou-se a necessidade

de uma reflexão de como as instituições de ensino superior têm papel importante na

formação não só profissional, mas também pessoal dos discentes. Como considerações

finais, destacam-se os pontos fortes, como a promoção do desenvolvimento sustentável,

a formação de recursos humanos, a integração da faculdade com o meio externo, a

realização de projetos e a atração das empresas para fomentar as atividades culturais.

Nos pontos fracos, destacamos a dificuldade de sinergia da faculdade com a comunidade,

a falta de recursos financeiros para o incentivo à pesquisa e à tecnologia e a concorrência

com outras instituições de ensino. As oportunidades destacadas foram a interação

maior com o meio externo, possibilitando atender às demandas da comunidade, gerar

desenvolvimento social e científico, aumentar o acesso de estudantes de graduação,

para satisfazer as necessidades do mercado de trabalho e uma maior interação da

faculdade com empresas.

Palavras-chave: responsabilidade social; ensino superior; CPA.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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26. Estudo retrospectivo do programa de avaliação institucional da Faculdade Anhanguera de Taubaté Unidade 1: contribuição da Comissão Própria de AvaliaçãoFaculdade Anhanguera de Taubaté – Unidade 1 (FAT)

Ana Cláudia Abud, Ana Helena Pinheiro Gomes, Fernanda Santana Jardim, Jeanete Ferreira

da Silva, Silvana Rocha da Silveira, Thiago Aribaldo da Silva Rocha

RESUMO

O objetivo deste estudo é apresentar os resultados obtidos nas avaliações internas e

externas da instituição de ensino superior (IES) e como os resultados impactaram na

implementação dos planos de melhorias. A metodologia que subjaz este trabalho é

de estudo retrospectivo analítico referente ao período de 2006 a 2012. A amostragem

constituiu-se de forma aleatória, composta por 30 discentes por turma dos cursos de

graduação nas modalidades presencial e Educação a Distância (EaD). Os critérios de

inclusão adotados foram: alunos matriculados nos cursos de graduação nas modalidades

presencial e EaD; e docentes e funcionários contratados por um período igual ou superior

a três meses. Os instrumentos de avaliação utilizados foram o Programa de Avaliação

Institucional (PAI) e a análise dos resultados do Inep. Tais resultados foram elucidados

perante as análises dos instrumentos de avaliação interna, o PAI, e as avaliações externas.

A Faculdade Anhanguera de Taubaté – Unidade 1 vem apresentando, desde o início

do estudo, resultados satisfatórios diante dos indicadores de qualidade. No decorrer

deste trabalho, conclui-se que o processo de avaliação contribui indubitavelmente para

uma reflexão mais acadêmica, que possibilita ações corroborativas para o processo de

ensino-aprendizagem de uma IES.

Palavras-chave: Comissão Própria de Avaliação; Programa de Avaliação Institucional;

planos de melhorias.

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27. Histórico de implantação e implementação da avaliação durante os nove anos de existência da Comissão Própria de Avaliação da Universidade de Uberaba (CPA/Uniube).Universidade de Uberaba (Uniube)

Maria Theresa Cerávolo Laguna Abreu, Helione Dias Duarte

RESUMO

Com a publicação da Lei Federal nº 10861/2004 (criação do Sinaes) que regulamenta o

parágrafo 1º do artigo 46 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), foi

composta, por designação da Reitoria da Universidade de Uberaba, a primeira Comissão

Própria de Avaliação(CPA) desta instituição de ensino superior, por meio da Portaria

35/04. Transcorridos nove anos de existência, hoje a CPA se encontra na sua sexta

composição. Paralelamente à sua criação, a Uniube iniciou um ciclo de crescimento com

fortalecimento dos cursos presenciais e a distancia, sendo reconhecida como uma das

importantes instituições do Brasil Central. A CPA/Uniube tem acompanhado e avaliado

este processo, considerando a contextualização da Universidade, suas potencialidades

e fragilidades e reorientando as ações quando necessário. O objetivo deste trabalho é

apresentar a sistemática de implementação dos instrumentos de avaliação e sua evolução

durante os nove anos de existência da CPA/Uniube. Para isso, analisamos os sete relatórios

e os instrumentos de avaliação, fundamentados nas dimensões previstas pelo Sinaes,

produzidos pela CPA/Uniube. Utilizamos como referencial teórico a Constituição Federal

de 1988, a LDB nº9394/96, os Decretos e Leis Federais, as Notas Técnicas do MEC, as

Portarias Ministeriais e Resoluções que regulamentam a avaliação do ensino superior no

Brasil. Nossos resultados apontam que a participação da CPA nos diferentes segmentos

da Uniube, quanto ao desenvolvimento de seus processos de autoavaliação institucional,

tem evoluído de forma significativa. Inicialmente, houve um período de conscientização

sobre a importância do processo de avaliação institucional; posteriormente, os membros

da comunidade acadêmica se manifestaram, de maneira livre, escrevendo suas opiniões

sobre as potencialidades e fragilidades das estruturas, dos processos, e das relações na

Instituição. A CPA registrou que seis dimensões previstas pelo Sinaes foram contempladas

nesse primeiro momento. E, em um segundo momento, os representantes de todos os

segmentos da comunidade educativa e os representantes da sociedade Uberabense foram

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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convidados a participar da formulação e da validação dos instrumentos de avaliação. Em

um terceiro momento, os instrumentos foram aplicados, e os resultados foram tabulados

e discutidos por diferentes grupos da comunidade acadêmica. A partir de 2008, por mídia

online, vinte e três avaliações foram realizadas, contemplando as dez dimensões previstas

pelo Sinaes (relatório 2006-2008). A partir do terceiro relatório, houve uma sistematização

da CPA/Uniube para a criação e disponibilização dos instrumentos de avaliação por meio

na Plataforma Uniube, à qual professores, alunos e técnicos-administrativos, têm acesso

livre e contínuo, no desenvolvimento de suas atividades. A participação dos agentes da

comunidade acadêmica e dos técnicos-administrativos constitui um ponto forte destacado

nos relatórios. Pode-se concluir que houve uma evolução na metodologia de trabalho

da CPA. As ações desencadeadas com as avaliações, a evolução e a reestruturação dos

instrumentos no decorrer do processo, a Plataforma Uniube Online funcionando como

um mediador do processo de avaliação ampliam o número de avaliadores e de aspectos

avaliados nas diferentes dimensões previstas pelo Sinaes, conferindo credibilidade à CPA e

consolidando o seu espaço na vida da Universidade de Uberaba.

Palavras-chave: implementação; avaliação; CPA/Uniube.

28. Impactos dos resultados obtidos pela CPA: mudança na estrutura da gestão dos cursosUniversidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

Ana Maria Porto Castanheira

RESUMO

A CPA da Universidade Presbiteriana Mackenzie, criada em 2001, anterior à criação do Sistema

Nacional de Educação Superior (Sinaes), em 2004, desenvolve processos avaliativos que

contemplem a globalidade da instituição e a integração. Compreender o todo só é possível

mediante análises conceituais e metodológicas complexas. A UPM, contando com os dados

levantados e as análises realizadas pela CPA, busca priorizar os seguintes aspectos: a gestão

dos cursos que oferece; a formulação de um projeto didático-pedagógico de qualidade,

que priorize a importância da formação integral do aluno e o processo da construção de

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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conhecimentos. A avaliação institucional, que visa à integração, buscou subsídios com

o objetivo de traçar um perfil das pessoas envolvidas na gestão dos cursos, para indicar

caminhos que possibilitassem uma adequação das estruturas existentes às necessidades

reais. Foi feito um levantamento de dados em 2005 por meio da análise das respostas a

um questionário enviado às chefias de departamentos com perguntas abertas e fechadas.

As respostas obtidas permitiram verificar a importância das tarefas realizadas e como eram

conduzidas, apontando para deficiências da estrutura de chefia de departamento, que

dificultavam as decisões relativas ao curso. Houve a preocupação de identificar o perfil de

cada chefia de departamento e ficou evidente a competência de cada envolvido nesse grau

hierárquico, pois todos apresentavam titulação relevante e grande experiência, seja na

área em questão seja como docente. Além disso, todos atuavam nos cursos de graduação

com avaliações positivas. Obteve-se o seguinte perfil: regime de trabalho integral; idade

média de 46 anos; tempo de magistério de 18 anos, tempo na instituição de 19 anos; e

número de aulas, 12h/a. O instrumento analisou as funções consideradas pertinentes ao

cargo em quatro categorias: Política, Gerencial, Acadêmica e Institucional. O significado

da pontuação foi: A – Muito Importante; B – Média Importância, C – Pouca Importância.

As funções assinaladas pelas chefias indicaram na direção de funções mais acadêmicas e

administrativas, dando ênfase à gestão. O gestor estava apto para a o gerenciamento de

potencialidades internas e externas e mostrava a necessidade de monitorar, sentir, reagir,

aprender e identificar oportunidades antes de qualquer tipo de decisão. Na verdade,

atuavam como gestores de seu curso. Já não era suficiente a elaboração de currículos que

contemplassem diretrizes e atendessem às exigências mínimas, seria necessário ter uma

visão mais ampla, que envolvesse planejamento a longo prazo e cuidados criteriosos para

atender às exigências de docentes e discentes, de forma a garantir a excelência da educação

superior. A chefia de departamento sentia-se limitada para ser gestora de oportunidades

e provocar mudanças que incrementassem o nível de aprendizado contínuo por meio da

ênfase na crítica e na criatividade de todos os agentes envolvidos, uma vez que alguns

professores de seus cursos eram de outro departamento. Depois das análises e reflexões,

a reitoria, no Ato nº 8 de 1º de agosto, alterou a mudança de denominação e de estrutura

da gestão dos cursos, mudando chefia de departamento para coordenação de curso.

Os resultados da autonomia do gestor foram sentidos imediatamente, e as ações foram

agilizadas, melhorando o andamento dos processos administrativos.

Palavras-chave: gestão; curso; CPA.

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29. Impactos e desdobramentos da autoavaliação no processo de melhoria do Unifemm: uma análise da avaliação de professor de 2010 a 2013Centro Universitário de Sete Lagoas (Unifemm)

Raíssa Pimenta Pires, Luciene Lessa Moreira, Simone Farias Pereira, Raquel Andrade de

Paula, Izabela da Silva Souza

RESUMO

Este trabalho propõe uma reflexão sobre os impactos dos processos autoavaliativos

coordenados pela CPA nas melhorias alcançadas pelo Centro Universitário de Sete

Lagoas (Unifemm) nos últimos anos. O projeto de autoavaliação institucional se sustenta

em dimensões conceituais, nas quais a avaliação tem um indelével caráter formativo,

operando como um movimento contínuo de catalisação de mudanças, potencializando

as riquezas já existentes na IES e buscando sanar as fragilidades evidenciadas. Vários

são os procedimentos avaliativos desenvolvidos, todos eles imbuídos de um espírito

de autoanálise de potencialidades e fragilidades, o que possibilita um processo crítico

de autoconhecimento e um repensar dos processos internos de gestão. Dentre os

procedimentos realizados, destaca-se, aqui, a avaliação de professor, que tem como

objetivo analisar as práticas docentes que interferem na qualidade de ensino. Esse recorte

se ampara no histórico de realização desse procedimento na IES, já consolidado como uma

cultura avaliativa de busca de melhorias de forma constante. A avaliação não pode perder

seu foco principal, que é o de desenvolver melhorias constantes para alcançar resultados

pertinentes ao planejamento estratégico em uma organização. Avaliar os professores e

desenvolver novos paradigmas visando a melhorias no ensino tornou-se uma estratégia

competitiva e um desafio que diferenciam as IES hoje em dia. Pesquisas mostram que o

professor é a variável mais significativa no (in)sucesso dos alunos, já que influencia de

forma significativa o aprendizado. Porém, só faz sentido realizar esse processo avaliativo

se ele vier para enriquecer a prática docente e, consequentemente, a educação e que

não se baseie em um único aspecto do desempenho do professor. O objetivo é encorajar

a melhoria de professores. Aqueles que são bons precisam ser ainda melhores; aqueles

que estão aquém do desejado precisam encontrar suporte para melhorar suas práticas.

No Unifemm, a avaliação de professor iniciou-se em 2002 e, ao longo do tempo, vem

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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sendo reformulada com o objetivo de se consolidar como um instrumento de gestão e

como um mecanismo propulsor de reflexões e melhorias institucionais. O processo atual

desta avaliação foi concebido e implantado em 2010. Ele é realizado semestralmente por

adesão voluntária por três segmentos – alunos, professores e coordenadores – em quatro

dimensões avaliadas – Didática do Professor, Questões Avaliativas, Questões Administrativas

e Relação Professor/Aluno. Como desdobramentos deste processo avaliativo, podem ser

citados: a evolução dos índices de participação (de 31 para 96%); os Planos Individuais de

Desenvolvimento, que cada docente elabora em conjunto com o seu coordenador de curso,

tentando minimizar as fragilidades apontadas em relação aos resultados de sua avaliação; os

Seminários de Boas Práticas, que são a socialização das melhores práticas docentes a todos

os professores do Unifemm; e os Cursos de Aperfeiçoamento coordenados pelo Núcleo

de Apoio Docente – oferecidos a todos os docentes da IES e ministrados pelos professores

que tiveram os resultados mais positivos nas dimensões avaliadas. Discutem-se, assim, as

melhorias institucionais e do processo de ensino vinculadas à referida avaliação, por meio

de um ciclo avaliativo que está, cada vez mais, avançando na compreensão de práticas

avaliativas mais participativas, sistemáticas e contínuas.

Palavras-chave: autoavaliação; avaliação de professor; processo de melhoria.

30. Impactos qualitativos da autoavaliação na instituiçãoUniversidade Veiga de Almeida (UVA)

Roberto Guimarães Boclin, Eliane Gomes Santos, Marcos Moreira Braga

RESUMO

A partir da criação do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), a avaliação

institucional ganhou destaque nas instituições. Este trabalho mostra uma experiência na

gestão da avaliação e os impactos qualitativos das ações da Comissão Própria de Avaliação

(CPA/UVA) na era Sinaes. A Universidade Veiga de Almeida construiu, de forma cuidadosa

e compartilhada, um projeto de avaliação com adaptações para o instrumento oficial do

Inep, correspondendo aos 10 indicadores do Sinaes/MEC, considerando o núcleo básico

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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e comum, o núcleo de temas optativos e a documentação, os dados e os indicadores. O

modelo do projeto que será apresentado no trabalho é dinâmico e poderá ser acrescido

à medida que o sistema de coleta e processamento de informações é aprimorado. Teve

como base o pressuposto de que a avaliação tem estreita relação com a pesquisa. O

processo foi desenvolvido, a partir de 2005, em duas frentes principais: a de levantamentos

documentais de informações já produzidas pela Universidade e a da consulta direta, através

da aplicação de questionários aos diferentes segmentos da comunidade interna e externa.

Os resultados foram apresentados em um relatório que destacou os dados obtidos e as

análises decorrentes, suscitando recomendações para a tomada de importantes decisões

de gestão. Alguns resultados dessas ações foram: a criação do processo seletivo para

contratação de coordenadores e diretores (inovação); a criação da Casa de Comunicação e

das oficinas de jornalismo e propaganda; a restruturação do NPJ (Núcleo de Prática Jurídica)

e do Curso de Direito; os currículos de todos os cursos com duas disciplinas eletivas, para

reforço do conhecimento profissional, foram aprimorados; e o desenvolvimento do Ensino a

Distância e das disciplinas online. Em 2007, em todos os campi da Universidade, a avaliação

foi relativa ao desempenho docente e a aspectos institucionais sob o ponto de vista dos

discentes. Na visão dos alunos, o resultado foi bastante satisfatório. No seu conjunto, o

corpo docente foi muito bem avaliado. Dentre os aspectos apontados, foram revistos pelos

gestores: a construção de um Sistema de Informações Gerenciais voltada para discentes

de modo eficiente e prático; a informatização acadêmico-administrativa eficiente como

estratégica competitiva externa; a implantação de um Sistema de Comunicação Interna,

que beneficia alunos e professores com os serviços acadêmicos; visitas a empresas e a

instituições relacionadas com os cursos; e treinamento permanente do pessoal envolvido.

Em 2010, a CPA e o Setor de Recursos Humanos implementou a Pesquisa de Clima, que

revelou um bom grau de satisfação dos colaboradores com as decisões da gestão. Ao longo

de 2011, a CPA produziu 11 relatórios de cursos de graduação e graduação tecnológica. O

Relatório final de 2011 encerrou-se no término da vigência do PDI (2007/2011). O processo

de avaliação prossegue e, em função dos resultados alcançados, verificou-se que a posição,

ora atingida com o Índice Geral de Cursos (IGC) 4, é o resultado do grande impacto da

autoavaliação.

Palavras-chave: avaliação institucional; impactos qualitativos.

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31. Repercussões da autoavaliação institucional na elaboração e na execução do Plano de Desenvolvimento InstitucionalCentro Universitário de Formiga (Unifor)

Ricardo Wagner de Mendonça Trigo, Josiane Pires Alves, Marilene Nepomuceno do Amaral

e Castro

RESUMO

Dentro da atual política de avaliação do ensino superior instituída pelo Sistema Nacional

de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), as Comissões Próprias de Avaliação (CPA) têm

um valor importante na análise das instituições de ensino. A CPA do Centro Universitário

de Formiga (Unifor) cumpre seu papel avaliativo junto à comunidade acadêmica.

Diante desse quadro, este estudo procura analisar as repercussões que a autoavaliação

institucional trouxe na execução do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) do

Centro Universitário de Formiga (Unifor). Para realizarmos este estudo, utilizamos uma

pesquisa documental, tendo como base todos os relatórios oriundos das autoavaliações

realizadas. Foram analisadas as demandas detectadas nos resultados, as ações que foram

tomadas pelos diversos setores da comunidade acadêmica e os reflexos desse cenário

na elaboração e na execução de políticas institucionais de ensino, extensão e pesquisa

do PDI. A coleta de dados acontece a partir do relatório dos resultados apreciados na

avaliação de 2005, ano de criação da CPA nessa instituição, até os resultados e as ações

propostas no relatório da autoavaliação de 2012. O trabalho encontra-se em fase de análise

dos relatórios apresentados pela CPA, da resposta de ações dos diversos setores ante a

questões levantadas e a análises feitas pelas comissões de avaliação externa, em visitas

realizadas com fins de recredenciamento da instituição ou reconhecimento e renovação

de reconhecimento dos diversos cursos por ela oferecidos. Pode-se observar que, embora

ainda sem uma efetiva participação da comunidade acadêmica, as autoavaliações realizadas

no Unifor têm, dentro de suas possibilidades e limitações, contribuído positivamente para

a elaboração, o acompanhamento e o reajustamento dos Planos de Desenvolvimento

Institucional. Observamos também que todos os resultados apresentados são devidamente

analisados pelos diversos setores do Centro Universitário de Formiga, colaborando para

as transformações referentes, principalmente, aos procedimentos didáticos pedagógicos.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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Conclui-se, portanto, que as ações propostas pelas autoavaliações institucionais repercutem

positivamente na elaboração, na execução e no controle dos Planos de Desenvolvimento

Institucional do Unifor.

Palavras-chave: repercussões; autoavaliação institucional; desenvolvimento institucional.

32. Repercussões dos processos da autoavaliação institucional na gestão da IESCentro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste)

Maria Aparecida de Souza Silva, Tereza Cristina Monteiro Cota

RESUMO

A avaliação tem uma função social, política e pedagógica, podendo subsidiar as tomadas de

decisão sobre processos de aprendizagem, sobre gestão acadêmica e sobre políticas públicas,

a partir de indicadores de desempenho de alunos, de instituições e do próprio sistema

educacional (Inez, 2007). Por acreditar que a avaliação, ao favorecer a participação conjunta,

amplia o princípio da autonomia, a compreensão da realidade e o compromisso com as

propostas de mudanças, a CPA do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste)

vem criando espaços de diálogo e realizando fóruns de interlocução durante todo o processo

de avaliação institucional: (i) elaboração do projeto de autoavaliação de cada ciclo avaliativo;

(ii) construção dos instrumentos de autoavaliação ; (iii) análise, interpretação e publicação de

resultados obtidos. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é discutir as repercussões,

no campo da gestão acadêmica e administrativa, da autoavaliação desenvolvida pela CPA na

gestão da IES. Do ponto de vista teórico, serão considerados as contribuições de Larossa (2002),

no que se refere ao conceito de experiência, os estudos de Dias Sobrinho (2008) e Inez (2007)

sobre avaliação da educação superior, além dos documentos legais (LDBEN 9394/96 e a Lei do

Sinaes, nº 10.861/04). Trata-se de um estudo analítico acerca das práticas e das experiências

vividas em processos de avaliação institucional, abrangendo, inclusive, seus atores. Também,

serão evidenciadas repercussões dessas experiências na gestão acadêmica e administrativa da

IES. Os processos avaliativos vivenciados até então evidenciaram que a participação, qualificada,

organizada e intensa da comunidade acadêmica nas diferentes etapas de planejamento,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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realização e feedback da avaliação, amplia a cultura da avaliação. Percebe-se, ainda, que o

engajamento da comunidade acadêmica tem fortalecido os códigos de legitimidade técnica

e ética da avaliação, contribuindo para os avanços na qualidade do ensino ofertado pela

IES. As informações qualitativas e quantitativas levantadas durante o processo de avaliação

contribuem para fornecer elementos para caracterizar o nível de atendimento aos indicadores

de qualidade que, em conjunto, integram cada uma das dez dimensões de avaliação e as

conexões que se estabelecem entre elas. A ampliação e o aprimoramento da metodologia

participativa no processo de criação dos instrumentos de avaliação, da produção dos relatórios;

na produção dos meios de divulgação e sensibilização; no processo de feedback dos resultados

aumenta as possibilidades de intervenção nos processos formativos da Instituição. Destaca-se

que a CPA no Unileste é composta por Comissões Setoriais de Avaliação (CSA) e por Comissão

Permanente de Avaliação (Copavi), além de outros setores administrativos. A integração entre

os diferentes segmentos que compõem a CPA “ampliada” oportuniza a problematização das

dimensões avaliadas, suscitando discussões dos diversos pontos de vista. Esse debate, além de

minimizar resistências de sujeitos envolvidos, deixando fluir o processo avaliativo, faz emergir

as responsabilidades individuais e coletivas, que extrapolam os limites da visão funcionalista,

ligada a cargos e atividades.

Palavras-chave: autoavaliação; Comissão Própria de Avaliação; gestão.

Região Sul

33. A trajetória dos processos de autoavaliação institucional na PUCPRPontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)

Alboni Marisa Dudeque Pianovski Vieira

RESUMO

Na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a avaliação institucional tem sido oficialmente

concebida como instrumento de gestão universitária a partir da adesão feita ao Programa

de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (Paiub), na década de 1990. Desde

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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sua implantação até o momento, esse processo de avaliação institucional tem passado

por diferentes fases, tanto do ponto de vista conceitual quanto do procedimental. O

objetivo deste trabalho, assim, é analisar as diferentes fases pelas quais passou o processo

de autoavaliação na PUCPR, ao longo de sua implantação, considerando as alterações a

que foi submetido, quer do ponto de vista qualitativo, quer quantitativo, à luz das politicas

educacionais, das orientações legais e institucionais vigentes nos diversos momentos

históricos mencionados. Como objetivos específicos, buscou-se: 1) discutir a contribuição

da Comissão Própria de Avaliação para consolidação do processo de autoavaliação

institucional na PUCPR; 2) discutir a abrangência acadêmico-administrativa dos resultados

em sua integração com o planejamento estratégico institucional; 3) analisar a tendência

identificada nas séries históricas de desempenho, obtida a partir dos resultados e a

reorientação política motivada; 4) analisar os avanços da utilização dos sistemas eletrônicos

auxiliares. Como apoio teórico, foram utilizados os estudos de Dias Sobrinho e Balzan (2005),

Darling-Hammond e Ascher (2006), Cabrito (2009), Juliatto (2010) e Polidori et al (2011),

entre outros. Para responder às indagações da pesquisa, foram utilizados procedimentos

de coleta de dados nas fontes documentais disponíveis na instituição, tais como, atas das

reuniões das Comissões de Avaliação anteriores a 2004 e da Comissão Própria de Avaliação a

partir dessa data, instrumentos utilizados para coleta de dados, relatórios de autoavaliação,

séries históricas disponibilizadas e outros resultados relativos ao período estudado.

Subsidiariamente, foram utilizadas fontes orais, constantes de entrevistas com funcionários

do setor de apoio da avaliação institucional na universidade. De abordagem qualitativa,

o estudo contou com a contribuição teórica de Bogdan e Biklen (1994). A análise do

material coletado possibilitou sistematizar os diferentes períodos avaliativos da instituição,

seus objetivos, procedimentos e resultados. Permitiu, também, considerar os avanços

e os ajustes que foram feitos para a condução do processo, no sentido de transformá-lo

efetivamente em uma ferramenta de gestão para coordenadores de curso, diretores de

campus e decanos de escolas, sendo elemento imprescindível para o acompanhamento

e a avaliação das metas constantes no Plano de Desenvolvimento Institucional, no Projeto

Pedagógico Institucional e nos Projetos Pedagógicos dos Cursos.

Palavras-chave: educação superior; avaliação institucional; gestão acadêmica.

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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34. As contribuições da CPA para a gestão institucionalCentro Universitário – Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul (Católica em Jaraguá)

Susana Hintz, Agostinho Fernando Zimmermann, Anadir Elenir Pradi Vendruscolo, Flávio

Knihs

RESUMO

A autoavaliação institucional constitui uma das modalidades de avaliação instituída pelo

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), através da Lei nº 10.861,

de 14 de abril de 2004, que possibilita à comunidade acadêmica (gestores, professores,

acadêmicos e funcionários técnico-administrativos) e à externa lançarem um olhar crítico

e reflexivo para a instituição de ensino superior (IES), identificando suas potencialidades

e fragilidades. Esse movimento promove o autoconhecimento da IES. Conforme as

diretrizes do Sinaes, a Comissão Própria de Avaliação (CPA) é responsável pela condução

do processo autoavaliativo das IES, o que acontece no Centro Universitário – Católica de

Santa Catarina em Jaraguá do Sul. Os dados coletados nas pesquisas que compõem o

Relatório da Autoavaliação Instituição são analisados e debatidos por essa comissão, que

propõe ações visando à melhoria da qualidade do ensino. A CPA faz estudos, análises e

reflexões sobre as informações e os documentos obtidos por meio da pesquisa realizada

junto à comunidade acadêmica. Essa comissão conta com a participação e o envolvimento

dos gestores, docentes, corpo técnico-administrativo e acadêmicos que fazem parte da

instituição pesquisada. Nessa perspectiva de trabalho, toda a comunidade acadêmica, de

uma forma ou de outra, contribuiu para a construção do relatório, que registra o processo

histórico da instituição vivido no período pesquisado. Com o contexto apresentado,

alguns questionamentos são levantados pelos representantes da CPA, entre eles: quais

as contribuições dos Relatórios da Autoavaliação Institucional para a gestão da IES e a

melhoria da qualidade do ensino? Com o objetivo de compreender as contribuições da

autoavaliação institucional para a gestão do Centro Universitário e os seus impactos no

replanejamento da IES, a CPA sentiu-se mobilizada a desenvolver o presente estudo, que

se caracteriza como uma pesquisa de cunho qualitativo. Para tanto, foram analisados os

relatórios da autoavaliação institucional e suas implicações para a gestão institucional.

A fundamentação teórica desse estudo pautou-se em autores que investigam temáticas

voltadas para a avaliação institucional e o planejamento no âmbito das instituições de

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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educação superior, sendo eles: Cabrito (2009), Dias Sobrinho (2008a, 2008b), Eyng (2004,

2007) e Sermann (2007). Dentre as considerações indicadas pelo estudo, destaca-se a

autoavaliação como promotora de autoconhecimento dos sujeitos envolvidos no processo

avaliativo, produzindo um movimento de reflexão sobre as ações e as práticas desenvolvidas

nas IES. Nessa perspectiva, acredita-se no potencial da autoavaliação para o replanejamento

institucional e da CPA como espaço de construção de conhecimento.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; Comissão Própria de Avaliação; gestão

institucional.

35. Autoavaliação e planejamento: avanços e reflexõesUniversidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)

Anne Marie Scoss, Neide Inês Ghellere de Luca

RESUMO

Motivado pelas melhorias percebidas na instituição, decorrentes dos processos avaliativos,

esse trabalho objetiva apresentar e analisar os avanços e os impactos ocorridos na IES

e registrados nos Relatórios de Autoavaliação da Unesc de 2004 a 2012. A metodologia

oportunizou a participação de estudantes, professores, corpo técnico-administrativo,

gestores e sociedade civil. Como instrumento de pesquisa foram adotados, prioritariamente,

questionários e análise documental (documentos oficiais, relatórios de avaliação

disponibilizados pelo Seai, dentre outros). Para construção desse artigo, utilizou-se a

analise dos três últimos relatórios de autoavaliação, nos quais os gestores da universidade

apontaram os impactos que a avaliação gerou sobre o planejamento e a execução das ações

acadêmico-administrativas. O embasamento teórico possibilitou refletir sobre: o papel, os

princípios e a pertinência da avaliação; a avaliação e o planejamento como subsídios para

a melhoria e o aperfeiçoamento das instituições; o papel da universidade e suas relações

internas e externas; e a participação ativa dos atores, possibilitando que os envolvidos no

processo possam repensar suas práticas, seus objetivos e os resultados alcançados. Por

meio do processo avaliativo, constatam-se os avanços da Universidade. Quando ela redefine

suas ações acadêmico-administrativas cria mecanismos para aperfeiçoar as políticas e,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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consequentemente, cumpre efetivamente a sua missão institucional. Ainda assim, o

processo de avaliação interna e de avaliação realizada pelos órgãos de regulação não têm

um fim em si mesmo, necessitando de constante aprimoramento de seus mecanismos e

instrumentos, visto que a realidade das instituições de educação superior não é acabada e

pronta, mas, por serem dinâmicas, estão em permanente mudança.

Palavras-chave: autoavaliação; planejamento; impactos.

36. Autoavaliação Institucional: subsídios para a capacitação docentePontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Ana Lucia Souza de Freitas, Marion Creutzberg, Alam de Oliveira Casartelli, Alessandra

Maria Scarton

RESUMO

Dentre os diferentes processos de autoavaliação institucional, a avaliação de disciplinas

da graduação (AD), iniciada em 2006, tornou-se referência para consolidar, no âmbito da

CPA, concepções e processos, contribuindo para fortalecer a cultura do uso dos resultados

nas ações de planejamento, em diferentes instâncias da gestão da universidade. Entre as

possiblidades de uso dos resultados dos processos avaliativos, destacam-se a identificação

de aspectos para a qualificação da gestão da aula universitária, das ações de inovação

curricular e de capacitação docente, assim como para a qualificação da pesquisa e da

extensão. Neste relato, o uso dos resultados da AD na capacitação docente é o foco da

reflexão proposta. Objetivo geral é fortalecer o uso dos resultados dos processos avaliativos

nas ações de capacitação docente. Para a proposição da atividade de capacitação docente

foi realizada a análise dos resultados da AD, utilizando uma metodologia qualitativa,

fundamentada na análise textual discursiva. Entre os temas emergentes da análise, o uso

das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) para aprendizagem colaborativa foi a

temática abordada na Capacitação Docente, por meio de um grupo de discussão intitulado

“A visão dos alunos sobre o uso das tecnologias: contribuições da avaliação institucional para

a aprendizagem colaborativa”. As categorias de análise utilizadas foram: o uso do quadro

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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em sala de aula; o uso do slide; o material de apoio e uso do moodle; o uso de laptops; o

uso do tempo em sala de aula; e a interação. Essas embasaram a elaboração das seguintes

questões: como as TICs estão presentes na sua prática? Como você percebe a visão do

aluno sobre a sua prática? A discussão realizada propiciou uma série de reflexões relevantes

para a continuidade do processo. A discussão com o grupo fortaleceu a compreensão

de que o uso de TICs, por si só, não altera os processos de ensino e de aprendizagem,

mas pode potencializar ou restringir a gestão da aula universitária, conforme a visão dos

professores e alunos. Alguns aspectos foram destacados nesse sentido: a importância da

flexibilidade; a necessidade da atualização dos professores para acessarem a linguagem

dos alunos; o equilíbrio entre o uso dos recursos tecnológicos e dos humanos; a atribuição

de significado para o uso pedagógico das ferramentas; e a coerência entre o ser e o fazer

na gestão da aula fundamentada na presença pedagógica. Conclusões: um dos maiores

desafios é estabelecer relações entre a avaliação na visão dos alunos e a percepção dos

professores. Os processos reflexivos, a partir dos resultados da AD, geram inquietações e

dilemas que instigam a proposição de ações para qualificar a gestão da aula universitária.

Sendo assim, a avaliação tem uma relevante contribuição para as ações de capacitação

docente na instituição. Por outro lado, o programa institucional de capacitação docente, ao

garantir um espaço para a discussão sobre a autoavaliação institucional, contribui para o

fortalecimento do uso dos resultados da avaliação nas ações de planejamento.

Palavras-chave: avaliação institucional; avaliação de disciplinas; capacitação docente.

37. Contribuições da CPA na Faculdade Antonio Meneghetti Faculdade Antonio Meneghetti (AMF)

Leandra Calegare, Erlei Melgarejo, Josele Nara Delazeri de Oliveira, Ana Marli Bulegon,

Helena Biasotto, Patrícia Wazlawick

RESUMO

A Comissão Própria de Autoavaliação (CPA) na Faculdade Antonio Meneghetti (AMF), criada

concomitantemente com a Instituição de Ensino Superior (IES) no ano de 2007, é autônoma e

constituída por membros que fazem parte da comunidade acadêmica: docentes, discentes,

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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colaboradores técnico-administrativos e comunidade civil. O objetivo da AMF é formar seu

aluno (jovem e adulto) para ser protagonista competente, responsável, flexível e criativo

e, por consequência, profissional capaz de ser solução em qualquer ambiente em que se

encontra. Para atender a esses objetivos, as premissas pedagógicas que alicerçam a missão

desta IES são materializadas pelos docentes e corpo técnico-administrativo, priorizando

a interdisciplinaridade como metodologia de ensino, aliando teoria e prática. Para avaliar

essas ações e para que o ensino e a aprendizagem sejam constantemente aprimorados,

foi criada a Comissão Própria de Avaliação (CPA) da AMF, cuja proposta da autoavaliação

fundamenta-se no artigo 9º, inciso IX, da Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/1996, na

Lei nº 10.861/2004, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

(Sinaes), na Portaria nº 2.051/2004 do Ministério da Educação, nos Documentos Diretrizes

para avaliação das instituições de Educação Superior e no roteiro para a autoavaliação

institucional, concebido pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes)

e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep). De acordo com o PPI

2011-2013 da AMF, as funções da CPA são: a) elaborar o plano de atividades de avaliação

e autoavaliação institucional; b) coordenar as atividades de autoavaliação, tratamento dos

dados e do relatório e divulgação dos resultados. Neste sentido, este trabalho tem por

objetivo relatar as contribuições da CPA para a Faculdade Antonio Meneghetti. Pautada

nesse contexto, a CPA realiza, semestralmente, as atividades de avaliação e autoavaliação

discente e docente, contribuindo para o processo de construção e aprimoramento coletivo

da IES. A metodologia utilizada compreende avaliações semestrais por meio de questionários

que contemplam as dez dimensões determinadas pelo Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior (Sinaes) e as manifestações cotidianas da comunidade acadêmica,

considerando-se a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. A partir da coleta

de dados, os membros da CPA os analisam e contatam os dirigentes da faculdade a fim de

dialogar sobre as melhorias sugeridas. Nesse sentido, destacam-se algumas reivindicações:

oferta de cursos complementares à formação acadêmica; oportunidades de trabalho e

bolsas de estudo ao discente; qualificação do bar, do transporte, de docentes e do corpo

técnico-administrativo. O diálogo frequente da CPA com os dirigentes da instituição de

ensino proporcionam algumas ações como: oferta de cursos de extensão como Excel

Básico, Imagem e Marketing Pessoal, Linguagens de Programação, Comunicação, Vendas,

entre outros; criação da Incubadora de Empresas; criação de grupos de estudo e projetos

de pesquisa para inserção dos discentes conjuntamente com docentes; intuiu-se o

programa de desconto por mérito nas parcelas da semestralidade ao aluno da AMF, apoio

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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pedagógico aos docentes e adequação desses à missão da IES; entre outras. Com este

trabalho, compreende-se que a CPA contribui para o desenvolvimento e a qualidade da

AMF no cumprimento de sua missão.

Palavras-chave: impactos da avaliação institucional; CPA; Faculdade Antônio Meneghetti.

38. Impactos da CPA no processo de autoavaliação do curso de Educação Física na URI – Campus de Frederico Westphalen, RSUniversidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI)

Maria Cristina Gubiani Aita, Camila de Fátima Soares dos Santos

RESUMO

A avaliação, quando concebida em um processo dinâmico, pode ser usada como um

referencial para que as instituições possam rever não apenas suas debilidades, mas

também suas potencialidades e suas realizações. É com este propósito que, em 2004, foi

implantado o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), o qual tem

como finalidade a melhoria da qualidade da educação superior, promovendo a avaliação

de instituições, de cursos e de desempenho dos estudantes. O Sinaes compreende alguns

componentes como a autoavaliação realizada pela CPA. Essa coordena o processo interno

de autoavaliação institucional, organiza um sistema de informações e divulga dados com a

participação dos diferentes segmentos da universidade, garantindo a democratização das

ações e implantando a cultura de avaliação num processo reflexivo, sistemático e contínuo.

Cada Instituição constitui sua CPA, o que, na URI, foi determinado pela Resolução nº 1166/

CUN/2008 – Regulamento da Comissão Própria de Avaliação. No campus de Frederico

Westphalen, diversas atividades são realizadas pela CPA, o que garante a participação dos

diferentes segmentos envolvidos no processo avaliativo. Este trabalho tem como objetivo

divulgar as ações realizadas pelas representantes da CPA na autoavaliação institucional,

realizada junto à comunidade acadêmica e externa. A metodologia utilizada é descritiva e

analítica, de cunho qualitativo, contemplando a análise dos gráficos gerados na autoavaliação

no ano de 2012, na URI – Campus de Frederico Westphalen, analisando os dados da

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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autoavaliação dos discentes do Curso de Educação Física. A autoavaliação institucional

exerce papel de grande importância para o desenvolvimento e a inovação da instituição.

Com base nas sugestões apontadas pelos acadêmicos – partícipes desse processo – dos

21 cursos de graduação da URI, é possível aos gestores traçar novas metas, planejar ações

estratégicas, refletir sobre o processo, visualizar novos caminhos, novas possibilidades de

mudança, conscientes de que, muitas vezes, e, em muitas dimensões, a mudança exige

desconstrução da autossuficiência, para reconstruir em conjunto uma nova concepção de

avaliação, com sua importância em todas as instâncias e dimensões da vida do ser humano.

Assim, efetiva-se, na prática, a cultura da autoavaliação, resultado do trabalho realizado

pela CPA, e a importância da gestão democrática e participativa. A partir da pesquisa e da

análise dos dados gerados pelo processo de autoavaliação institucional, destaca-se que

esse processo deve estar vinculado ao planejamento institucional, tendo por finalidade

envolver toda a comunidade acadêmica e a comunidade externa, como propõe o Sinaes.

É válido destacar, também, que os segmentos devem estar motivados para participar do

processo avaliativo com liberdade e seriedade. Quando discutidos e refletidos com os

acadêmicos, o corpo docente e os coordenadores de curso, os resultados, sem dúvida,

serão significativos, visando à melhoria da qualidade do ensino superior, objetivo principal

da autoavaliação institucional.

Palavras-chave: Sinaes; autoavaliação; CPA.

39. Impactos da CPA no processo de autoavaliação institucional do Centro Universitário FranciscanoCentro Universitário Franciscano (Unifra)

Marisa Diniz Dallacort, Greice Scremin, Marloá Eggres Krebs, Valduíno Estefanel

RESUMO

Tendo em vista a realidade de democratização do acesso ao ensino superior no Brasil e

a decorrente necessidade de qualificar essa educação superior, propomos a discussão

referente ao impacto da CPA no contexto institucional a partir de 2004. Este artigo tem

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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o objetivo de apresentar e discutir as repercussões da atuação da Comissão Própria de

Avaliação Institucional no Centro Universitário Franciscano. Para a construção dessa

proposta de trabalho, foi realizado um levantamento histórico da implementação do

processo de autoavaliação institucional que ocorre na Instituição desde o ano de 1998.

Analisou-se também o projeto de autoavaliação institucional e foram elaborados e

aplicados instrumentos com questões abertas para a reitora, as pró-reitoras (graduação,

administração, pós-graduação, pesquisa e extensão) e para os coordenadores dos

cursos de graduação. A análise desses instrumentos utilizou os princípios da Análise de

Conteúdo (Bardin, 1995). A discussão teórica realizada envolve as produções no âmbito

do Sinaes, no que se refere à constituição das CPAs. Outros aspectos teóricos envolvidos

no artigo contemplam discussões sobre a importância da avaliação institucional como

base referencial para a qualificação dos processos acadêmicos institucionais. Foi possível

constatar os efeitos positivos do trabalho desenvolvido pela CPA desde o ano de 2004.

Dentre esses, a efetiva participação da comunidade acadêmica nos processos avaliativos e a

validade das informações, especialmente, tendo em vista o crescimento da instituição, nos

últimos anos. Outro aspecto mencionado diz respeito à ampliação do conhecimento sobre

a instituição proporcionado pelos processos de autoavaliação, que permitiram identificar as

áreas de maior ou menor impacto científico, social, tecnológico e educacional. Foi possível

concluir que a CPA é fundamental para a identificação de potencialidades e fragilidades,

contribuindo assim, para a realização de ações que incentivem o desenvolvimento da

qualidade institucional.

Palavras-chave: impactos da CPA; autoavaliação institucional; Sinaes.

40. Os resultados da autoavaliação institucional como balizadores para tomada de decisão na gestão da URI – ErechimUniversidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI-Erechim)

Nilce Fátima Scheffer, Arnaldo Nogaro, Denise Aparecida Martins Sponchiado, Maiara

Fernanda Fusinatto, Sandra Milbrath Vieira

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ANAIS DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS SOBRE AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E COMISSÕES PRÓPRIAS DE AVALIAÇÃO (CPA) | 2013

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RESUMO

Este trabalho contempla dados oriundos de revisão de literatura e de pesquisa documental,

considera resultados obtidos no processo de autoavaliação institucional interna da URI-

Erechim referentes ao ano de 2009. Objetiva demonstrar como a avaliação institucional

pode tornar-se um suporte e um instrumento que auxiliam nos processos de gestão

universitária. Este destaca aspectos mais incidentes na avaliação por disciplinas oferecidas,

ao longo dos dois semestres do referido ano, e reúne reflexões a respeito de habilidades,

potencialidades, concepções e contribuições advindas do processo de avaliação realizado.

Os atores envolvidos no processo aqui relatado foram acadêmicos, docentes, gestores,

egressos, funcionários técnico-administrativos da instituição e comunidade externa.

A coleta e a análise de dados seguiram uma abordagem qualitativa, considerando

documentos e relatórios internos da unidade. A organização dos dados foi balizada por

categorias geradas a partir dos questionamentos constantes nos instrumentos de coleta

pela literatura existente na área da avaliação, especificamente, por autores como Sobrinho

(2000) (2003), Feltran (2002), Ristoff (1999), Leite (2010) (2011), Hoffmann (2008) e Luckesi

(2011). Os resultados de autoavaliação constituem uma base de dados com informações

estratégicas, que permitem visualizar a IES em seus diferentes segmentos, seus pontos

críticos e relevantes. Desta forma, apontam que a autoavaliação, nesta unidade da URI, está

caminhando, de maneira significativa, para a consolidação e está assumindo uma posição

de destaque e vanguarda, para que seja instaurada uma cultura institucional de avaliação

que possa subsidiar diferentes instâncias da universidade, que realizam o planejamento e

a gestão da IES.

Palavras-chave: autoavaliação institucional; universidade; ações.

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