ANÁLISE APLICADA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO...
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Nova Petrópolis
2017
FACULDADE CENECISTA DE NOVA PETRÓPOLIS – FACENP
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
NÍCOLAS SORGETZ
ANÁLISE APLICADA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
DO SETOR AVÍCOLA DE CORTE
Nova Petrópolis
2017
Nícolas Sorgetz
Análise Aplicada das Demonstrações Contábeis do Setor Avícola de Corte
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Graduação em Ciências Contábeis da
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Ma. Gisela Schaffer
NÍCOLAS SORGETZ
ANÁLISE APLICADA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO
SETOR AVÍCOLA DE CORTE
Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito parcial para obtenção
do grau Bacharel em Ciências Contábeis no Curso de Ciências Contábeis da
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis.
Data de Aprovação:
___/___/______
Banca Examinadora:
___________________________________________
Prof. Ma. Gisela Schaffer
Orientadora
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis
___________________________________________
Prof. Vanessa Heckler Marquesini
Presidente da Banca
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis
___________________________________________
Prof. Dr. Márcio André Kny
Secretário da Banca
Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis
DEDICATÓRIA
À minha avó, responsável pela formação do meu caráter, aos meus
pais por tudo que fizeram por mim. Eternamente grato.
AGRADECIMENTO
Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram na minha
formação.
À minha família pelo apoio diário.
Aos meus colegas de trabalho que não cansaram da palavra TCC.
À Granja Pinheiros Ltda pelo apoio em minha formação.
Aos professores, que, em todos os níveis da educação, puderam
transmitir um pouco do conhecimento que culminou neste trabalho.
Aos colegas que já sofreram, e que ainda sofrerão, nas andanças da
graduação.
Em especial, à Professora Gisela e à colega Carine, por terem me
disponibilizado um grupo de trabalho tão bem-sucedido, cheio de
ideias e sempre disposto a contribuir.
Everyday we make it,
we’ll make it the best we can!
Jasper Newton Daniel
RESUMO
Com foco nas análises de demonstrações contábeis, desenvolveu-se este trabalho, que buscou
abordar aspectos peculiares de empresas do setor avícola de corte. Para a fundamentação
teórica deste estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica relativa aos temas demonstrações
contábeis, análises vertical e horizontal, índices tradicionais de análise das demonstrações e
modelo dinâmico de Fleuriet. Para atingir o objetivo proposto, utilizou-se uma pesquisa de
natureza aplicada, com objetivos exploratórios e descritivos, de abordagem qualitativa e
quantitativa, utilizando meios bibliográficos, documentais para viabilizar um estudo de caso
comparado. Este estudo de caso foi realizado com uma amostra de três empresas do setor
avícola de corte, sendo os dados coletados por forma de contato direto e por disponibilização
pública em sítio eletrônico. A partir desta amostra, foram desenvolvidos os cálculos de análise
horizontal e vertical do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício. Na
sequência, foram calculados os índices de liquidez, estrutura patrimonial, atividade e
rentabilidade. De forma complementar, foi realizada a análise pelo modelo dinâmico de
Fleuriet. A partir da análise dos dados, foi possível caracterizar o setor avícola de corte como
um setor que, apesar da crise econômica atual, apresenta manutenção do consumo, com
Receitas crescentes anualmente. Observa-se também um setor de alto risco, pois opera com
margens líquidas baixas, demandando uma necessidade de controle nos negócios, exigindo
informações tempestivas, adequadas e suficientes que possam subsidiar o administrador em
sua gestão.
Palavras-chave: Análise de Demonstrações Contábeis. Modelo Fleuriet. Avicultura de Corte.
ABSTRACT
This work was developed focused on Financial Demonstrations Analysis addressing peculiar
aspects from poultry farming companies. For its theoretical foundation, a literature review has
been carried out about the following subjects: financial demonstrations, vertical and
horizontal analysis, traditional rates from financial analysis and the Fleuriet standard. In order
to reach the proposed goal, a research with an applied nature, exploratory and descriptive
goals, qualitative and quantitative approach, using from bibliographic and documental ways to
make feasible a compared case study has been made. This case study has been realised with a
sample of three companies from the poultry farming industry, the data was obtained by direct
and telephonic contacts and by public material in companies’ websites. From this sample on,
a vertical and horizontal analysis has been calculated over the balance sheet and the income
statement. Then the rates of liquidity, structure, activity and profitability were calculated. As a
complementary method, an analysis using the Fleuriet standard has been conducted. Through
the analysis of the data, it’s possible to affirm that the poultry farming industry, despite the
current economic crisis, presents a steady consumption, where revenues were growing
annually. It’s possible to state that poultry farming is a high risk industry, because it works
with low net profit margins, which requires a need for business control, demanding timely,
suitable and enough information that can help the manager in his job.
Key words: Financial Demonstrations Analysis. Fleuriet Standard. Poultry Farming.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ciclo Financeiro e Ciclo Econômico ...................................................................... 53
Figura 2 – Efeito Tesoura ......................................................................................................... 62
Figura 3 – Desenho da Pesquisa ............................................................................................... 69
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial .......................................................................... 26
Quadro 2 – Demonstração do Resultado do Exercício. ............................................................ 33
Quadro 3 - Liquidez Imediata ................................................................................................... 46
Quadro 4 - Liquidez Seca ......................................................................................................... 47
Quadro 5 – Liquidez Corrente .................................................................................................. 47
Quadro 6 - Liquidez Geral ........................................................................................................ 48
Quadro 7 - Endividamento ....................................................................................................... 49
Quadro 8 – Endividamento sobre o montante geral de recursos .............................................. 49
Quadro 9 - Composição do Endividamento ............................................................................. 50
Quadro 10 - Imobilização do Patrimônio Líquido.................................................................... 50
Quadro 11 – Imobilização dos Recursos não Correntes ........................................................... 51
Quadro 12 – Prazo Médio de Pagamento ................................................................................. 52
Quadro 13 – Prazo Médio de Recebimento .............................................................................. 52
Quadro 14 – Prazo Médio de Estocagem ................................................................................. 53
Quadro 15 – Giro do Ativo ....................................................................................................... 55
Quadro 16 – Margem Líquida .................................................................................................. 55
Quadro 17 – Rentabilidade do Ativo ........................................................................................ 56
Quadro 18 – Rentabilidade do Ativo a partir do Lucro Operacional ....................................... 56
Quadro 19 – Rentabilidade do Patrimônio Líquido ................................................................. 57
Quadro 20 – Investimento ........................................................................................................ 57
Quadro 21 – Retorno sobre o Investimento .............................................................................. 57
Quadro 22 – Reclassificação do Balanço Patrimonial.............................................................. 58
Quadro 23 – Necessidade de Capital de Giro ........................................................................... 59
Quadro 24 – Capital de Giro..................................................................................................... 60
Quadro 25 – Necessidade de Capital de Giro ........................................................................... 60
Quadro 26 – Situação de Liquidez ........................................................................................... 61
Quadro 27 – Indicador de Liquidez .......................................................................................... 63
Quadro 28 – Comparação entre pesquisa qualitativa e quantitativa. ........................................ 66
Quadro 29 – Critérios de Análise de Dados. ............................................................................ 71
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Evolução do abate de frangos por trimestre – Brasil – trimestres 2011-2016 ...... 73
Gráfico 2 – Preço médio do milho............................................................................................ 75
Gráfico 3 – Preço médio do farelo de soja. .............................................................................. 75
Gráfico 4 – Análise Vertical do Ativo Circulante – Empresa A .............................................. 77
Gráfico 5 – Análise Vertical do Ativo Não-Circulante – Empresa A ...................................... 78
Gráfico 6 – Análise Vertical do Ativo Circulante – Empresa B .............................................. 79
Gráfico 7 – Análise Vertical do Ativo Não-Circulante – Empresa B ...................................... 79
Gráfico 8 – Análise Vertical do Ativo Circulante – Empresa C .............................................. 80
Gráfico 9 – Análise Vertical do Ativo Não-Circulante – Empresa C ...................................... 81
Gráfico 10 – Análise Vertical do Passivo Circulante – Empresa A ......................................... 82
Gráfico 11 – Análise Vertical do Passivo Não-Circulante – Empresa A ................................. 82
Gráfico 12 – Análise Vertical do Patrimônio Líquido – Empresa A........................................ 83
Gráfico 13 – Análise Vertical do Passivo Circulante – Empresa B ......................................... 84
Gráfico 14 – Análise Vertical do Patrimônio Líquido – Empresa B ........................................ 85
Gráfico 15 – Análise Vertical do Passivo Circulante – Empresa C ......................................... 86
Gráfico 16 – Análise Vertical do Passivo Não-Circulante – Empresa C ................................. 86
Gráfico 17 – Análise Vertical do Patrimônio Líquido – Empresa C ........................................ 87
Gráfico 18 – Análise Vertical do Resultado do Exercício – Empresa A .................................. 88
Gráfico 19 – Análise Vertical do Resultado do Exercício – Empresa B .................................. 88
Gráfico 20 – Análise Vertical do Resultado do Exercício – Empresa C .................................. 89
Gráfico 21 – Análise Horizontal Ativos – Empresa A ............................................................. 90
Gráfico 22 – Análise Horizontal Ativos – Empresa B ............................................................. 91
Gráfico 23 – Análise Horizontal Ativos – Empresa C ............................................................. 92
Gráfico 24 – Análise Horizontal Passivos e Patrimônio Líquido– Empresa A ........................ 93
Gráfico 25 – Análise Horizontal Passivos e Patrimônio Líquido– Empresa B ........................ 94
Gráfico 26 – Análise Horizontal Passivos e Patrimônio Líquido– Empresa C ........................ 95
Gráfico 27 – Análise Horizontal Resultado – Empresa A ........................................................ 96
Gráfico 28 – Análise Horizontal Resultado – Empresa B ........................................................ 97
Gráfico 29 – Análise Horizontal Resultado – Empresa C ........................................................ 97
Gráfico 30 – Índices de Liquidez – Empresa A ....................................................................... 99
Gráfico 31 – Índices de Liquidez – Empresa B ...................................................................... 100
Gráfico 32 – Índices de Liquidez – Empresa C ...................................................................... 101
Gráfico 33 – Índices de Estrutura Patrimonial – Empresa A ................................................. 102
Gráfico 34 – Índices de Estrutura Patrimonial – Empresa B .................................................. 103
Gráfico 35 – Índices de Estrutura Patrimonial – Empresa C .................................................. 104
Gráfico 36 – Índices de Atividade – Empresa A .................................................................... 105
Gráfico 37 – Ciclo Operacional – Empresa A ........................................................................ 106
Gráfico 38 – Índices de Atividade – Empresa B .................................................................... 106
Gráfico 39 – Ciclo Operacional – Empresa B ........................................................................ 107
Gráfico 40 – Índices de Atividade – Empresa C .................................................................... 107
Gráfico 41 – Ciclo Operacional – Empresa C ........................................................................ 108
Gráfico 42 – Índices de Rentabilidade – Empresa A.............................................................. 109
Gráfico 43 – Índices de Rentabilidade – Empresa B .............................................................. 109
Gráfico 44 – Índices de Rentabilidade – Empresa C .............................................................. 110
Gráfico 45 – Análise do Modelo Fleuriet – Empresa A ......................................................... 111
Gráfico 46 – Análise do Modelo Fleuriet – Empresa B ......................................................... 112
Gráfico 47 – Análise do Modelo Fleuriet – Empresa C ......................................................... 112
Gráfico 48 – Liquidez do Modelo Fleuriet ............................................................................. 113
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 17
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................. 18
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 19
1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 19
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 19
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 20
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 22
2.1 CONTABILIDADE ................................................................................................ 22
2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. .......................................... 23
2.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................... 24
2.3.1 Balanço Patrimonial (BP)...................................................................... 25
2.3.1.1 Ativo Circulante e Não Circulante ............................................ 26
2.3.1.1.1 Ativo Biológico .......................................................... 27
2.3.1.2 Passivo Circulante e Não Circulante ......................................... 29
2.3.1.2.1 Financiamentos ........................................................... 30
2.3.1.3 Patrimônio Líquido ................................................................... 31
2.3.1.3.1 Reservas de Reavaliação (extinta pela Lei
11.638/2007) ............................................................................. 32
2.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ............................... 32
2.3.2.1 Peculiaridades Tributárias ......................................................... 34
2.3.2.1.1 Créditos Fiscais Presumidos no Rio Grande do Sul ... 34
2.3.2.1.2 Créditos Fiscais Presumidos em Santa Catarina ........ 35
2.3.2.1.3 Créditos Fiscais Presumidos no Paraná ...................... 36
2.3.2.1.4 Compensação de IRPJ e CSLL .................................. 37
2.3.2.1.5 Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta
(CPRB) ...................................................................................... 38
2.3.3 Notas Explicativas .................................................................................. 38
2.3.4 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) .................. 40
2.3.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) .......................................... 41
2.3.6 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) ........................................ 42
2.4 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE ......................................................................... 42
2.4.1 Análise Vertical (AV) ............................................................................. 43
2.4.2 Análise Horizontal (AH) ........................................................................ 44
2.4.3 Análise por Quocientes .......................................................................... 45
2.4.3.1 Índices de Liquidez ................................................................... 45
2.4.3.1.1 Liquidez Imediata ....................................................... 46
2.4.3.1.2 Liquidez Seca ............................................................. 46
2.4.3.1.3 Liquidez Corrente ....................................................... 47
2.4.3.1.4 Liquidez Geral ............................................................ 48
2.4.3.2 Índices de Estrutura Patrimonial ............................................... 48
2.4.3.2.1 Endividamento ........................................................... 48
2.4.3.2.2 Composição do Endividamento ................................. 49
2.4.3.2.3 Imobilização do PL .................................................... 50
2.4.3.2.4 Imobilização dos Recursos não Correntes ................. 50
2.4.3.3 Índices de Atividade .................................................................. 51
2.4.3.3.1 Prazo Médio de Pagamento ........................................ 51
2.4.3.3.2 Prazo Médio de Recebimento .................................... 52
2.4.3.3.3 Prazo Médio de Estocagem ........................................ 52
2.4.3.3.4 Ciclo Operacional ....................................................... 53
2.4.3.4 Índices de Rentabilidade ........................................................... 54
2.4.3.4.1 Giro do Ativo ............................................................. 54
2.4.3.4.2 Margem Líquida ......................................................... 55
2.4.3.4.3 Rentabilidade do Ativo ............................................... 55
2.4.3.4.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido ........................ 56
2.4.3.4.5 Retorno sobre o Investimento .................................... 57
2.4.3.5 Modelo Fleuriet ......................................................................... 57
2.4.3.5.1 Necessidade de Capital de Giro ................................. 59
2.4.3.5.2 Capital de Giro ........................................................... 60
2.4.3.5.3 Tesouraria ................................................................... 60
2.4.3.5.4 Situação de Liquidez .................................................. 61
2.4.3.5.5 Efeito Tesoura ............................................................ 62
2.4.3.5.6 Indicador de Liquidez ................................................. 62
3 MÉTODO ............................................................................................................................. 64
3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO À NATUREZA ................................................. 64
3.2 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS ............................................ 64
3.3 TIPO DE PESQUISA QUANTO À ABORDAGEM ............................................ 65
3.4 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS MEIOS ..................................................... 66
3.4.1 Pesquisa Bibliográfica ........................................................................... 67
3.4.2 Pesquisa Documental ............................................................................. 67
3.4.3 Estudo de Caso ....................................................................................... 68
3.5 DESENHO DA PESQUISA ................................................................................... 68
3.6 COLETA DOS DADOS ......................................................................................... 69
3.7 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 70
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 72
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR ....................................................................... 72
4.1.1 Contexto Econômico Interno ................................................................ 72
4.1.2 Contexto Mercado Internacional.......................................................... 73
4.1.3 Contexto Produção................................................................................. 74
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS ............................................................. 76
4.3 ANÁLISE VERTICAL .......................................................................................... 77
4.3.1 Ativos ....................................................................................................... 77
4.3.1.1 Empresa A ................................................................................. 77
4.3.1.2 Empresa B ................................................................................. 78
4.3.1.3 Empresa C ................................................................................. 80
4.3.1.4 Empresas A, B e C .................................................................... 81
4.3.2 Passivos e Patrimônio Líquido .............................................................. 81
4.3.2.1 Empresa A ................................................................................. 82
4.3.2.2 Empresa B ................................................................................. 83
4.3.2.3 Empresa C ................................................................................. 85
4.3.2.4 Empresas A, B e C .................................................................... 87
4.3.3 Resultado do Exercício .......................................................................... 87
4.3.3.1 Empresa A ................................................................................. 87
4.3.3.2 Empresa B ................................................................................. 88
4.3.3.3 Empresa C ................................................................................. 89
4.3.3.4 Empresas A, B e C .................................................................... 89
4.4 ANÁLISE HORIZONTAL .................................................................................... 89
4.4.1 Ativos ....................................................................................................... 90
4.4.1.1 Empresa A ................................................................................. 90
4.4.1.2 Empresa B ................................................................................. 90
4.4.1.3 Empresa C ................................................................................. 91
4.4.1.4 Empresas A, B e C .................................................................... 92
4.4.2 Passivos e Patrimônio Líquido .............................................................. 93
4.4.2.1 Empresa A ................................................................................. 93
4.4.2.2 Empresa B ................................................................................. 93
4.4.2.3 Empresa C ................................................................................. 94
4.4.2.4 Empresas A, B e C .................................................................... 95
4.4.3 Resultado do Exercício .......................................................................... 96
4.4.3.1 Empresa A ................................................................................. 96
4.4.3.2 Empresa B ................................................................................. 96
4.4.3.3 Empresa C ................................................................................. 97
4.4.3.4 Empresas A, B e C .................................................................... 98
4.5 ÍNDICES DE LIQUIDEZ ....................................................................................... 98
4.5.1 Empresa A .............................................................................................. 98
4.5.2 Empresa B............................................................................................... 99
4.5.3 Empresa C ............................................................................................ 100
4.5.4 Empresas A, B e C ............................................................................... 101
4.6 ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL ................................................... 102
4.6.1 Empresa A ............................................................................................ 102
4.6.2 Empresa B............................................................................................. 102
4.6.3 Empresa C ............................................................................................ 103
4.6.4 Empresas A, B e C ............................................................................... 104
4.7 ÍNDICES DE ATIVIDADE ................................................................................. 104
4.7.1 Empresa A ............................................................................................ 105
4.7.2 Empresa B............................................................................................. 106
4.7.3 Empresa C ............................................................................................ 107
4.7.4 Empresas A, B e C ............................................................................... 108
4.8 ÍNDICES DE RENTABILIDADE ....................................................................... 108
4.8.1 Empresa A ............................................................................................ 108
4.8.2 Empresa B............................................................................................. 109
4.8.3 Empresa C ............................................................................................ 110
4.8.4 Empresas A, B e C ............................................................................... 110
4.9 MODELO DINÂMICO FLEURIET .................................................................... 111
4.9.1 Empresa A ............................................................................................ 111
4.9.2 Empresa B............................................................................................. 111
4.9.3 Empresa C ............................................................................................ 112
4.9.4 Empresas A, B e C ............................................................................... 113
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 114
5.1 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO ....................................................................... 115
5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ............................................................................... 115
5.3 PESQUISAS FUTURAS ...................................................................................... 116
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 117
APÊNDICE 1 – DEMONSTRAÇÕES EMPRESA A ....................................................... 122
APÊNDICE 2 – ANÁLISE VERTICAL EMPRESA A .................................................... 123
APÊNDICE 3 – ANÁLISE HORIZONTAL EMPRESA A ............................................. 124
APÊNDICE 4 – RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL SEGUNDO O
MODELO FLEURIET EMPRESA A ................................................................................ 125
APÊNDICE 5 – DEMONSTRAÇÕES EMPRESA B ....................................................... 126
APÊNDICE 6 – ANÁLISE VERTICAL EMPRESA B .................................................... 127
APÊNDICE 7 – ANÁLISE HORIZONTAL EMPRESA B .............................................. 128
APÊNDICE 8 – RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL SEGUNDO O
MODELO FLEURIET EMPRESA B ................................................................................ 129
APÊNDICE 9 – DEMONSTRAÇÕES EMPRESA C ....................................................... 130
APÊNDICE 10 – ANÁLISE VERTICAL EMPRESA C .................................................. 131
APÊNDICE 11 – ANÁLISE HORIZONTAL EMPRESA C ........................................... 132
APÊNDICE 12 – RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL SEGUNDO
O MODELO FLEURIET EMPRESA C ............................................................................ 133
ANEXO 1 – SEÇÃO DO RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO – 2015 - EMPRESA A
................................................................................................................................................ 134
17
1 INTRODUÇÃO
As Ciências Contábeis, segundo Basso (2011), sempre foram, mesmo antes de terem
adquirido esta nomenclatura, uma forma de proteção dos patrimônios. Neste contexto, como
desdobramento desta visão de controle, surge uma importante ferramenta de análise que
corrobora com tais conceitos, trata-se da Análise das Demonstrações. Com vistas a garantir a
perenidade e assegurar a continuidade dos negócios, torna-se então uma forte aliada com viés
informativo.
Assim, “a necessidade de analisar demonstrações contábeis é pelo menos tão antiga
quanto a própria origem de tais peças” (IUDÍCIBUS, 2010a). Já em seus primórdios, quando
a Contabilidade era usada apenas como forma de inventariar rebanhos, ou seja, inventariar a
riqueza mais evidente que existia (pois ainda não havia moeda), os primeiros usuários
“inconscientes” da Contabilidade já realizavam trabalhos que iam além da simples contagem
do rebanho, como por exemplo a comparação do patrimônio contado no decorrer do tempo.
Nota-se aí uma análise de temporalidade como forma de controle rudimentar da riqueza, hoje
conhecida como análise horizontal.
Esses primeiros chamados “analistas” da antiguidade passam a transformar dados
(inventários de rebanhos) que eram, provavelmente, feitos por diversos donos de rebanhos,
em informações que dão a capacidade de controle da própria riqueza.
Segundo Matarazzo (2010, p. 3)
Dados são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não
provocam nenhuma reação no leitor. Informações representam, para quem as
recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou decisão, frequentemente
acompanhada de um efeito surpresa.
Dos primórdios até os dias atuais ocorreram mudanças, porém, a necessidade de
transformação de dados em informações continua importante para o gerenciamento
empresarial, principalmente no ambiente competitivo. Os grandes desafios da globalização do
mercado financeiro, as ameaças e oportunidades que a economia apresenta, além das
dificuldades encontradas no ambiente interno, fazem com que a análise das demonstrações
contábeis seja relevante no contexto decisório.
18
Havendo possibilidade de efetuar comparações temporais com as próprias informações
ou com empresas do mesmo segmento, é possível, segundo Basso (2011), fazer uma análise
do negócio e criar diagnósticos de apoio para tomada de decisão.
Neste contexto, e considerando a conjuntura macroeconômica atual, o segmento de
frangos de corte tem uma expressividade relevante no país que apresentou um consumo médio
do produto carne de frango de 43,25 kg per capita no ano de 2015, sendo a principal fonte de
proteína do brasileiro conforme G1(2016). Nesse mercado competitivo, onde atuam empresas
nacionais, familiares e multinacionais, a gestão pode ser o fator decisivo para o sucesso do
negócio, a análise de demonstrações faz parte do conjunto de ferramentas que subsidiam os
administradores para uma gestão eficiente.
A Análise de Demonstrações Contábeis, pode contribuir de diversas maneiras, desde o
controle interno até a comparabilidade de mercado frente a concorrentes. A partir destas
informações, o presente estudo tratou de apresentar um conjunto de análises de demonstrações
contábeis de três empresas do setor da avicultura de corte, que foram analisadas, comparadas
e contextualizadas, a fim de gerar informação e conhecimento relevante e que possam ser
utilizados gerencialmente nos processos decisórios.
Buscou-se, também, evidenciar a função contábil nesse processo, que deve ir além das
obrigações fiscais e passar a desenvolver a área de análise de demonstrações, área
interpretativa e de tradução de dados em informações concretas, além de caracterizar o
profissional contábil como o agente capaz de desenvolver essa interpretação e assessorar o
comando com informação clara e objetiva.
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Com o atual cenário competitivo deste segmento, decisões equivocadas podem gerar
diversos tipos de perdas. Logo, os gestores buscam avaliar e tomar decisões com o máximo de
informações assertivas para cada situação. Desta forma, há a necessidade de suporte através
de sistemas robustos, que possam nortear e embasar suas decisões. Porém, as informações
precisam ser tempestivas e fidedignas à realidade, segundo Matarazzo (2010), baseando-se
puramente no raciocínio científico.
19
Ballestero-Alvarez (2010) caracteriza a engenharia da informação como importante
para uma organização, bem como ter uma estrutura de fluxos internos eficiente e capaz de
responder de forma rápida e tempestiva ao entorno que está em constante mudança. Existe a
necessidade de uma estrutura de fluxo de informações que comporte o volume e permita a
entrega de informação de qualidade à gerência, que tomará decisões corretas apenas se a
informação recebida for oportuna, adequada e facilmente acessível.
Corroborando com Ballestero-Alvarez (2010), pode-se acrescentar que, não apenas a
diretoria tomará decisões mais assertivas quando munida de informação suficiente, mas
também qualquer usuário da análise. As informações são importantes também para os
trabalhos de usuários internos e externos, acionistas, futuros investidores, instituições
financeiras, fornecedores e clientes, que também poderão usufruir destes dados, observando
seu intuito e finalidade a ser satisfeita.
Dentro deste escopo, busca-se saber: Com base na Análise das Demonstrações
Contábeis, é possível avaliar tempestivamente os negócios do setor de aves de corte?
1.2 OBJETIVOS
A seguir, estão apresentados os objetivos geral e específicos deste trabalho.
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é:
Efetivar a aplicação prática da análise de demonstrações contábeis em 3 (três)
empresas do segmento de frango de corte da região Sul.
1.2.2 Objetivos Específicos
São objetivos específicos desse trabalho:
• Realizar levantamento bibliográfico referencial sobre os assuntos abordados;
20
• Definir a amostra do segmento para análise;
• Elaboração dos cálculos da análise das demonstrações contábeis;
• Efetivar a análise das informações obtidas de forma comparativa e tempestiva;
• Evidenciar as peculiaridades e aspectos conclusivos da análise; e
• Demonstrar a importância do contador no processo de análise das demonstrações
contábeis, tanto na elaboração como nas avaliações.
1.3 JUSTIFICATIVA
O cenário da avicultura de corte tem expressividade no mercado nacional, pois
compõe a cesta básica do brasileiro. Porém, identifica-se um negócio com margens de
contribuição em declínio e, sazonalmente, apresentando margens brutas negativas de até 2%
no mercado interno, segundo índice MB Agro março-2016 (A Revista do Avisite, 2016).
Outro aspecto que também afeta tal negócio é a flutuação do dóla, que, quando alto,
estimula a exportação dos insumos da cadeia, diminuindo, assim, a oferta interna e,
consequentemente, aumentando a cotação nacional como o que ocorreu nos anos de 2015 e
2016, que conforme Domingos Martins do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos
Avícolas do Estado do Paraná), em entrevista para o Estadão (Fabrasile, 2017), sobre o
aumento do milho que “não foi previsto”, pois não era esperado “essa depreciação do real
frente ao dólar, que incentivou ainda mais as exportações do cereal”. Na outra ponta, o
negócio é afetado pela crise econômica nacional que está afetando os hábitos e o poder de
consumo da população o que acaba por segurar os preços de venda, freando a economia, o
crescimento e capacidade de investimentos das empresas nacionais.
Cenário este que pode se modificar em um curto período de tempo, a partir da queda
do dólar, aumento da oferta de commodities, que são insumos da cadeia, no mercado
internacional (autorregulação espontânea), pois “a mão invisível do mercado impõe ordem”,
(SMITH, 1776 apud KISHTAINY et al., 2013, p. 54), que leve a queda de seus preços,
desestimulando a exportação e aumentando a oferta nacional.
Segundo o estudo anual 306º Consumer View, o brasileiro procurou por alternativas
para driblar a turbulência econômica (Supermercado Moderno, 2017). Conforme a pesquisa
52% dos lares brasileiros foram impactados, dentro desse grupo fica destacado que 58% não
21
reduziu o consumo de alimentos, bebidas e itens de higiene, adotando outras medidas, ou seja,
apontando a manutenção do consumo no setor alimentício.
O cenário político-econômico também não se encontra favorável, pois segundo
Marcelino (Revista Veja, 2016), as estimativas para o ano de 2016 já confirmam o cenário de
recessão econômica com queda estimada do PIB em 3,6% e inflação estimada em 7,43%,
muito acima do teto da meta (6% a.a.). Para completar, ainda se prevê que o ano feche sem
que se atinjam as metas de crescimento das carteiras de empréstimos e financiamentos, fruto
da instabilidade política que “deve redobrar cautela de bancos e investidores na hora de
conceder crédito, contribuindo para a paralisação da economia”, com expectativa de possível
retração das carteiras, conforme Itaú Unibanco (segundo maior banco privado do país) em
entrevista a Marcelino (Revista Veja, 2016).
Dentro dessa “economia ioiô”, termo utilizado pela primeira vez por Sismondi (1819
apud KISHTAINY et al., 2013), referindo-se às altas e baixas econômicas de curto prazo, as
empresas são levadas aos seus limites e testadas ao máximo, encontrando-se, muitas vezes,
impotentes frente aos empecilhos que esse estado da economia apresenta. Fazendo frente a
essa impotência citam-se Francis Bacon e Thomas Hobbes em Leviathan (1651 apud
KISHTAINY et al., 2013): “Knowledge is power”, “Conhecimento é poder” ou “Informação
significa poder”, e para isso surge a Análise de Demonstrações dentro das empresas.
Para auxiliar as empresas a superarem esses desafios de mercado, existe a análise de
demonstrações contábeis, assunto que se encontra em alta e tem sido citado de forma
expressiva dos anos de 2009 até 2013 dentro dos congressos da USP e Anp CONT, sendo
abordado por, em média, 31% dos trabalhos neste período segundo Silva (2014), mostrando
sua relevância dentro do campo acadêmico.
Desta forma, entende-se a relevância de um estudo aplicado ao segmento de aves de
corte considerando suas demonstrações contábeis e o ambiente turbulento que vem sendo
enfrentado de acordo com o exposto anteriormente.
22
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A seguir apresenta-se a pesquisa da literatura, que serviu como base para a sustentação
dos objetivos da análise e também como forma de contextualização dentro do tema da Análise
de Demonstrações Contábeis. Inicialmente são conceituadas as demonstrações fiscalmente
exigidas, introduzindo as ferramentas da análise, suas formas, finalidade e importância dentro
da ótica contábil e gerencial.
Na sequência estão analisadas as demonstrações do Balanço Patrimonial e da
Demonstração do Resultado do Exercício de forma mais detalhada, exemplificando seus
respectivos grupos de contas e aprofundando conceitos típicos e característicos do setor
avícola de corte, pouco abordados dentro da teoria contábil, porém importantes para a
interpretação das demonstrações.
Em seguida, apresentam-se as técnicas de análise, seus respectivos processos,
estruturas, aplicações e função dos dados delas retirados.
2.1 CONTABILIDADE
A história da Contabilidade nasceu com a própria civilização, em uma forma
espontânea de obter conhecimento sobre as utilidades e riquezas que o homem acumulava.
Porém, no raciocínio de Sá (1990 apud Basso, 2011), é apenas na metade do século XIX que
os estudiosos encontram o seu verdadeiro objeto de estudo: o Patrimônio. Ainda segundo o
autor, separar o meu, o teu e o nosso foi uma ação intuitiva ao homem, inventando o termo
“Conta” que evoluiria à Contabilidade mais adiante.
Dentro da Contabilidade Moderna surge a necessidade de o contador desenvolver a
atribuição de analista das demonstrações contábeis, pois segundo Iudícibus (2010b), é com
base na análise das peças contábeis que, de forma tempestiva, se tornará possível apresentar o
diagnóstico da empresa como forma de auxílio à gestão.
23
2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.
Segundo Matarazzo (2010), a Análise de Balanços começa onde termina a
Contabilidade, o contador busca captar, organizar e compilar dados, enquanto que o contador
com visão gerencial precisa que esses dados sejam transformados em informações. O mesmo
autor enfatiza que o grau de excelência da Análise de Balanços é dado pela qualidade e
extensão das informações por ela geradas.
Matarazzo (2010) também caracteriza a Análise como baseada no raciocínio
científico, pois o método possui etapas bem definidas: extração de índices, comparação com
os padrões, diagnóstico e apresentação para nortear a tomada de decisões.
Iudícibus (2010a, p. 5) também conceitua de forma muito similar: “a arte de saber
extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente”, porém ainda frisa o
caráter subjetivo da análise, pois apesar da existência de índices, cálculos e rotinas
específicas, “não existe forma científica ou metodologicamente comprovada de relacionar
índices de maneira a obter um diagnóstico preciso”. Ou seja, a análise é puramente
interpretativa e depende do analista que, apesar de utilizar métodos objetivos e padrões para o
cálculo de índices e variações, tira suas próprias conclusões em relação à análise. Isso,
segundo o mesmo autor, pode ser comprovado quando dois analistas, com os mesmos
conhecimentos do setor, mesmas informações e quocientes à disposição, são postos a analisar
e chegam a conclusões muito parecidas, porém não exatamente idênticas, pois relevam
aspectos e apontam tendências diferentes conforme as premissas individuais.
Corroborando estes pensamentos opostos, Ferrari (2007, p. 46) afirma:
Apesar da análise das demonstrações basear-se em resultados obtidos através de
cálculos matemáticos, tal metodologia não pode ser considerada uma ciência exata,
pois não há forma científica comprovada de relacionar os resultados de maneira a se
dar um diagnóstico irrefutável do perfil econômico, financeiro e de desempenho da
entidade […] Em outras palavras, com o mesmo conjunto de dados, os diversos
analistas podem chegar a conclusões parecidas (mas nunca exatamente iguais) ou
totalmente distintas.
Apesar de não ser exigida pela legislação, Ferrari (2007, p. 46) destaca a importância
da Análise das Demonstrações Contábeis dentro do âmbito gerencial, para que “se possa
diagnosticar a situação econômica, financeira e patrimonial de uma entidade tanto em termos
24
estáticos (situação atual), quanto em termos dinâmicos (variações ao longo do tempo)”. Ou
seja, a análise só é feita quando da pró-atividade do profissional contábil ou por exigência da
parte gestora que a vê como uma nova ferramenta para auxiliar na gestão.
Como subsídio para gestão, há necessidade do profissional filtrar as informações
relevantes e, desta forma, a partir de análises temporais e históricas, possibilitar base para
fundamentação e justificativa de decisões, observando preceitos de responsabilidade
corporativa e prestação de contas. Lins e Filho (2012) decompõem a Análise das
Demonstrações Contábeis em duas fases, a primeira de natureza retrospectiva e a segunda de
natureza projetiva.
2.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Dentro da Lei 6.404/76 (consolidada a partir das alterações dadas pela Lei 11.638/07),
as Demonstrações Contábeis são tratadas como Demonstrações Financeiras, em seu artigo
176 destaca:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações
ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,
de 2007)
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela
Lei nº 11.638, de 2007). (BRASIL, 1997)
O conceito de “finalidade das demonstrações contábeis” encontra-se dentro da norma
internacional IAS 1 (International Acconting Standard 1 – Presentation of Financial
Statements) (IFRS, 2000) transcrito pelo CPC 26 (R1) Apresentação das Demonstrações
Contábeis:
25
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição
patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das
demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição
patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja
útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões
econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os
resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades
na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. (CPC, 2011)
Em relação às Demonstrações, Marion (2007) ainda destaca a necessidade de se ter à
disposição inclusive as notas explicativas e, se possível as publicações de três períodos, que se
estiverem dentro dos padrões de publicação, com colunas comparativas, oferecem
demonstrações de quatro períodos para análise.
Segundo Marion (2007, p. 22), dentro do quesito Análise de Demonstrações, maior
ênfase é dada para o Balanço Patrimonial e para a Demonstração do Resultado do Exercício,
“uma vez que, por meio delas, são evidenciadas de forma objetiva a situação financeira
(identificada no BP) e a situação econômica (identificada no BP e, em conjunto, na DRE)”.
2.3.1 Balanço Patrimonial (BP)
Segundo Ribeiro (2009, p. 354), o Balanço Patrimonial é “a demonstração financeira
(contábil) destinada a evidenciar quantitativa e qualitativamente, em uma determinada data, a
posição patrimonial e financeira da entidade”. Iudícibus (2010a) restringe-se a sua estrutura e
define que é constituído de duas colunas, ao lado esquerdo encontra-se o Ativo, ao lado
direito encontram-se Passivo e Patrimônio Líquido. Essa divisão não possui motivo aparente,
é mera convenção. Porém, Iudícibus (2010b) acrescenta a importância dessa estrutura, que
torna visível as aplicações de recursos feitas pela empresa, representada pelos ativos, e quanto
desses recursos são devidos a terceiros (passivos), em outras palavras, é a visualização da
origem e aplicação dos recursos dentro do patrimônio, essa estrutura é apresentada no Quadro
1:
26
Quadro 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial
Fonte: próprio autor.
A abertura de cada grupo de contas do Balanço Patrimonial é relevante pois nela é
possível identificar peculiaridades de cada negócio, assim como onde estão concentrados seus
maiores volumes de bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido.
2.3.1.1 Ativo Circulante e Não Circulante
Iudícibus (2010a, p. 28) conceitua Ativo como “todos os bens e direitos de
propriedade e controle da empresa, que são avaliáveis em dinheiro e que representam
benefícios presentes ou futuros”. Como bens entende-se o Disponível (Caixa e Bancos),
Estoques, Imobilizados e Intangíveis, e como Direitos tem-se Contas a Receber,
Adiantamentos a Fornecedores, Impostos a Recuperar, Clientes entre outros.
A Lei 6.404/76 (consolidada) (BRASIL, 1976) estabelece em seu artigo 178 que as
contas do grupo dos ativos serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez e
passam a ser divididos em dois grupos:
• Ativo Circulante: bens e direitos com liquidez em até 12 meses, ou seja,
capacidade de transformação em dinheiro no prazo de um exercício);
• Ativo Não Circulante, dividido, ainda, nos subgrupos: ativo realizável a longo
prazo, investimentos, imobilizado e intangível.
Essa distinção é destacada no Item 66 do CPC 26 (R1):
O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos
seguintes critérios:
(a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido
no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
(b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
ATIVO
PASSIVO e
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
BALANÇO PATRIMONIAL
Aplic
ação d
e R
ecurs
os
Origem
de R
ecurs
os
27
(c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou
(d) é caixa ou equivalente de caixa (conforme definido no Pronunciamento
Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa), a menos que sua
troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo
menos doze meses após a data do balanço.
Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes. (CPC, 2011)
Dentro desse grupo de Ativos, cabe destacar especificamente uma conta bem peculiar
observada no segmento de aplicação deste trabalho que é a conta de Ativos Biológicos.
2.3.1.1.1 Ativo Biológico
Essa conta, pouco tratada dentro dos planos de contas tradicionais, é característica das
empresas que trabalham com o setor primário em etapas de seu processo, como é o caso do
setor avícola de corte.
Até o ano de 2009 (ano de publicação do pronunciamento CPC 29 – Ativo Biológico e
Produto Agrícola), segundo Martins et al. (2013), a ausência de normatização específica não
impossibilitava a avaliação desses ativos, pois era possível utilizar a regra geral de
mensuração de ativos constante no § 4º do art. 183 da Lei das Sociedades Anônimas (Lei
6.404/76 atualizada pela Lei 11.638/07): “os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à
venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil
aceito pela técnica contábil” (BRASIL, 1976). Porém, ainda segundo Martins et al. (2013),
eram pouquíssimas as empresas que tratavam dessa forma, devido ao impacto tributário que
isso causava.
No âmbito internacional a situação era muito semelhante até o ano de 2007, quando o
IASB (International Accounting Standards Board) emite a IAS 41 – Agriculture (IFRS,
2007), que concluiu que um modelo de custeio histórico não reflete adequadamente os
resultados das atividades agrícolas, pois o esforço na agregação de valor ocorre durante a
produção, crescimento ou engorda e não no momento da venda.
O CPC 29 (CPC, 2009) define “Ativo Biológico é um animal e/ou planta, vivos”, e,
segundo Martins et al. (2013, p. 326) são divididos da seguinte forma:
28
(i) consumíveis: são aqueles passíveis de serem colhidos como produto agrícola ou
vendidos como ativo biológico como, por exemplo, os rebanhos de animais
mantidos para a produção de carne, rebanhos mantidos para venda, produção de
peixe, plantações de milho, cana-de-açúcar, café, soja, laranja etc., e
(ii) de produção: são autorrenováveis, pois estão aptos para sustentar colheitas
regulares como por exemplo, os rebanhos de animais para produção de leite, vinhas,
árvores frutíferas etc.
Essa divisão também pode ser utilizada para diferenciar os dois tipos de Ativo
Biológico das demonstrações contábeis que foram analisadas neste trabalho, que são, ainda
segundo Martins et al. (2013), os seguintes:
• Consumíveis: este grupo, vinculado diretamente com o grupo de Estoques, é
formado essencialmente por Ovos Incubáveis, Pintos de um dia, Pintos
Recriados, Frangos em crescimento e Frangos para Abate, ou seja, são
produtos vivos em processo, que já podem ser vendidos (por isso já necessitam
de um custo definido) ou que podem chegar até o fim da cadeia e se
transformar em cortes de carne;
• De Produção: formado por Aves Matrizes (Galos e Galinhas), vinculado
diretamente ao grupo de Imobilizado.
Em relação aos consumíveis o CPC 29 (CPC, 2009) demonstra de forma explícita que
em casos como o da avicultura de corte ele deve ser aplicado até o momento do abate, e a
partir disso aplica-se o CPC 16 (R1) Estoques, fazendo com que o custo final de registro do
Ativo Biológico passe a ser registrado como custo inicial do insumo na entrada do
estabelecimento abatedor.
Quanto ao reconhecimento do ativo biológico o item 10 do CPC 29 (CPC, 2009)
define:
A entidade deve reconhecer um ativo biológico ou produto agrícola quando, e
somente quando:
(a) controla o ativo como resultado de eventos passados;
(b) for provável que benefícios econômicos futuros associados com o ativo fluirão
para a entidade; e
(c) o valor justo ou o custo do ativo puder ser mensurado confiavelmente.
Sobre a mensuração, segundo Martins et al. (2013), o mesmo CPC 29 define o Valor
Justo como forma de avaliação e, utiliza uma definição, em essência, muito semelhante aos
29
outros pronunciamentos do CPC e em linha com a norma internacional IFRS 13 – Fair Value
Measurements. Em seu item 8, o CPC 29 (CPC, 2009) define Valor Justo da seguinte forma:
é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre
partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a
ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que
caracterizem uma transação compulsória.
Dentro do quesito Divulgação, o CPC 29 exige a publicação de diversas informações
em suas Notas Explicativas. Martins et al. (2013) caracterizam em primeiro lugar a
necessidade de descrever cada grupo de ativos biológicos e a natureza das atividades
relacionadas.
Essas contas de Ativo Biológico também podem ser encontradas dentro de outros
setores de forma menos relevante como, por exemplo, no setor público, que possui a conta de
“Semoventes”, onde nela constam os animais que auxiliam na realização das funções
públicas, como por exemplo: Polícia Montada com utilização de equinos, Equipes de Resgate
ou de Rastreamento de Entorpecentes com utilização de Cães Farejadores, Instituto Butantan
com a utilização de Serpentes.
Reforça-se a necessidade de que todos esses ativos sejam mantidos com a finalidade
de realizar o objeto social proposto pela entidade (outras empresas privadas da mesma forma).
Quando esse ativo for mantido para outro objetivo que não o objeto da pessoa jurídica,
deverá, segundo o CPC 29, constar na conta de Investimentos, como é o caso de compra de
propriedades por empresas não ligadas à atividade ali desenvolvida, que devem apenas
contabilizar a aquisição como um todo conforme o preço de compra ao invés de contabilizar
separadamente a propriedade, seus bens semoventes e seus bens silvícolas.
2.3.1.2 Passivo Circulante e Não Circulante
Iudícibus (2010a) conceitua Passivo como o conjunto de contas que evidencia toda a
obrigação que a empresa tem com terceiros e que em algum momento será exigida, devido a
isso é comum ainda a denominação de Passivo Exigível.
30
Ribeiro (2009, p. 357) destaca que “devem ser classificadas observando-se a ordem
decrescente do grau de exigibilidade” e caracteriza o grau de exigibilidade como “o maior ou
menor prazo em que a Obrigação deve ser paga”.
A Lei 6.404/76 (consolidada) (BRASIL, 1976) estabelece em seu artigo 178 que as
contas do grupo dos passivos passam a ser divididos em dois grupos:
• Passivo Circulante
• Passivo Não Circulante
Porém, a mesma legislação ainda acrescenta nesse grupo o Patrimônio Líquido, que,
apesar de ser o capital próprio da empresa, também pode ser considerado, segundo Iudícibus
(2010a), como a obrigação frente aos proprietários da empresa. Porém, não deve ser
considerado como subgrupo do Passivo pela característica de não ser exigível. Visto isto,
justifica-se este trabalho analisar o Patrimônio Líquido separadamente, após os Passivos.
O Item 69 do CPC 26 (R1) demonstra a diferença entre Passivos Circulantes e Não-
Circulantes:
O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos
seguintes critérios:
(a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;
(b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
(c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou
(d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo
durante pelo menos doze meses após a data do balanço (ver item 73). Os termos
de um passivo que podem, à opção da contraparte, resultar na sua liquidação por
meio da emissão de instrumentos patrimoniais não devem afetar a sua
classificação.
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. (CPC,
2011)
Dentro deste grupo existe a necessidade de evidenciar um grupo de contas presente
neste setor: os Financiamentos:
2.3.1.2.1 Financiamentos
Este grupo, presente tanto em Passivos Circulantes como em Não Circulantes, é
relevante para o desenvolvimento do setor industrial como um todo. Nele encontram-se os
31
Finames, financiamentos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), voltados para a
automação das empresas, que financiam a longo prazo a aquisição de máquinas e
equipamentos a taxas de juros abaixo das de mercado, fomentando o desenvolvimento da
indústria nacional.
A existência desse tipo de financiamento caracteriza a preocupação da empresa com o
aprimoramento da atividade industrial e reflete diretamente no grupo de Imobilizados do
Ativo Não Circulante.
Neste mesmo grupo ainda se encontram diversos outros meios de captação de recursos
de terceiros que podem possibilitar as primeiras interpretações e análises subjetivas da
situação econômico-financeira da empresa, como: Financiamentos de Capital de Giro,
existência de Mútuos (financiamentos com partes relacionadas/sócios), Leasing e outros.
2.3.1.3 Patrimônio Líquido
Iudícibus (2010a) caracteriza o Patrimônio Líquido como o grupo de contas que
evidencia os recursos dos proprietários aplicados no empreendimento, e acrescenta que até
mesmo as Reservas de Lucros nele acumulados são de propriedade dos investidores da
empresa.
Ribeiro (2009) acrescenta que os elementos que compõem o Patrimônio Líquido
representam a origem de todos os recursos, tanto próprios, derivados dos proprietários (titular,
sócios ou acionistas), quanto derivados da gestão normal do patrimônio (lucros ou prejuízos
apurados).
Quanto às contas que o compõem, Basso (2011, p. 300) descreve:
[…] Capital Social apresenta o valor do capital total subscrito, deduzido das parcelas
pendentes de integralização, evidenciando, por subtração, o valor do capital
integralizado.
As Reservas de Capital agrupam as contas representativas de ganhos patrimoniais
que não transitaram no resultado do exercício – cuja origem tenha sido o próprio
patrimônio da entidade ou de valores oriundos de ágios na colocação de ações e/ou
debentures e partes beneficiarias da entidade (sociedade por ações), junto a terceiros.
Nas Reservas de Lucros são classificadas as contas de reservas cuja origem tenha
sido o lucro da entidade, classificadas em legais (previstas em lei), estatutárias
(previstas no estatuto social da entidade) e livres (aquelas que a entidade constitui de
livre vontade).
32
Ajustes de Avalições Patrimoniais, recebe a contrapartida de aumentos ou
diminuições de valores de ativos e/ou passivos em decorrência de avalições pela
aplicação do atributo “valor justo” nos casos previstos em legislação.
Ações em Tesouraria, representa o valor aplicado pela entidade na aquisição de suas
próprias ações no mercado ou de sócios dissidentes. Apresenta saldo devedor,
aguardando futura colocação ou baixa definitiva do capital social.
Por fim, os prejuízos acumulados, representando o saldo de prejuízos ainda não
absorvidos. Apresenta saldo devedor aguardando compensação com futuros lucros
ou outras destinações indicadas pelos proprietários da entidade. ”
2.3.1.3.1 Reservas de Reavaliação (extinta pela Lei 11.638/2007)
Dentro desse grupo pode-se destacar a “Reserva de Reavaliação”, extinta pela Lei
11.638/2007 (BRASIL, 2007), mas que ainda poderá apresentar saldo residual de reavaliações
anteriores à data de extinção legal do método de Reavaliação Patrimonial. A mesma lei,
porém, exemplifica que esses mesmos saldos devem ser transferidos para a conta “Ajustes de
Avaliações Patrimoniais” (criada para alojar perdas decorrentes do processo de Impairment)
até a amortização completa desses saldos.
Segundo Ferrari (2007, p. 15), essa conta representava “as contrapartidas de aumentos
de valor de bens do ativo (normalmente ativo imobilizado) em virtude de novas avaliações
com base em laudo”. A existência desses saldos remanescentes pode significar valores menos
fidedignos em relação a ativos imobilizados e, para fim de análise, podem ser removidos para
cálculo paralelo, mais fiel aos procedimentos contábeis, gerando índices mais próximos da
realidade.
2.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
A Demonstração do Resultado do Exercício, segundo Iudícibus (2010a, p. 39), “é um
resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É
apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em
seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). ”
Essa estrutura de separação de contas, tratada por Iudícibus (2010a), tem a função de
elencar as etapas dedutíveis em grupos de forma a tornar visualmente compreensível os
pontos onde a empresa possui maior concentração de gastos, ou a partir de qual parte da
formação do resultado a empresa passa a ter prejuízo, e a origem desse lucro/prejuízo. Essa
33
separação de contas permite as identificações que devem ser feitas dentro da Análise Vertical
do DRE, mostrando onde se encontram as concentrações de custos e despesas e exigindo
maior atenção do analista e maior preocupação pela parte da gestão.
Ribeiro (2009) enfatiza a finalidade que essa demonstração tem de evidenciar a
composição do resultado, ou seja, mostrar a origem do prejuízo ou o quanto cada etapa
sintética contribui para a geração do lucro.
Essa divisão pode ser visualizada no modelo de DRE do Quadro2:
Companhia: Levantada em: X1 X2
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Venda de Produtos
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Devoluções e Abatimentos
Impostos Faturados
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS
Dos Produtos Vendidos
(=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
De Vendas
Financeiras
Gerais e Administrativas
(+/-) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS
(=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO
(+/-) RESULTADO NÃO OPERACIONAL
(=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
(-) PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA E CSLL
(-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Quadro 2 – Demonstração do Resultado do Exercício.
Fonte: adaptado de Basso (2011, p. 313)
A partir disso, Iudícibus (2010a, p. 39) ressalta:
34
Receita Bruta é o total vendido no período. […] deduções são ajustes (e não
despesas) realizados sobre a Receita Bruta. O que interessa para a empresa é
efetivamente a Receita Líquida, que é o que sobra em termos de receita. […] Lucro
Bruto é a diferença entre a Venda de Mercadorias e o Custo dessa Mercadoria
Vendida. […] Quanto maior for a fatia denominada Lucro Bruto, maior poderá ser a
remuneração dos administradores, dos diretores, dos proprietários da empresa […]
As despesas operacionais são as necessárias para vender os produtos, administrar a
empresa e financiar as operações. […] O Lucro Operacional é obtido através da
diferença entre o Lucro Bruto e as despesas operacionais.
A partir do Resultado Operacional Líquido é que pode se ter o retrato da operação da
empresa, pois, a partir dela apenas acrescentam-se, ou diminuem-se, o resultado não
operacional e os impostos sobre o Lucro. Se o Resultado Operacional Líquido for negativo
(prejuízo) e os Resultados Não Operacionais somados resultarem em Lucro, de nada adiantará
uma análise, pois a operação está sendo sustentada por resultados oriundos de outros
rendimentos que a empresa possua, não caracterizando resultado real oriundo da operação.
Basso (2011) ainda enfatiza a existência da Demonstração do Resultado Abrangente,
que é exigida pela Lei 11.941/09 para empresas com operações no exterior e que possuam
ganhos ou perdas resultantes das conversões dessas operações. Empresas que trabalhem com
operações que apresentem variação cambial e gerem hedge de caixa, que tenham realizado
correções de erros de exercícios anteriores e outros ajustes como por exemplo em operações
de investidas, devem, também, atender às premissas dessa lei.
2.3.2.1 Peculiaridades Tributárias
Existem alguns conteúdos específicos do negócio a serem abordados que interferem na
análise da Demonstração do Resultado do Exercício, pois afetam o resultado da empresa.
2.3.2.1.1 Créditos Fiscais Presumidos no Rio Grande do Sul
Créditos presumidos são benefícios fiscais oferecidos pelos estados para setores
considerados estratégicos para a economia, segundo o subsecretário da Receita Estadual do
Rio Grande do Sul, Mário Luís Wunderlich dos Santos em entrevista a Poyastro, (Jornal
Piratini, 2016) “a concessão de créditos fiscais presumidos de ICMS serve para estimular
35
setores importantes ao desenvolvimento econômico […] e garantir competitividade às
empresas gaúchas”.
De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul (Sefaz/RS
apud POYASTRO, 2016) o crédito fiscal presumido consiste na atribuição de um valor
adicional a título de crédito fiscal independentemente do crédito a que o contribuinte tem
direito pelas suas aquisições normais de mercadorias ou serviços.
No Estado do Rio Grande do Sul, os créditos presumidos concedidos ao setor da
Avicultura de Corte são regidos pelo RICMS/RS Livro I, art. 32. Inciso CXXVI:
CXXVI - a partir de 1º de setembro de 2013, aos estabelecimentos abatedores, nas
saídas internas decorrentes de vendas de carnes e demais produtos comestíveis
frescos, resfriados, congelados, salgados, em salmoura, secos ou defumados,
resultantes do abate de aves, em montante igual ao que resultar da aplicação do
percentual de 5,5% (cinco inteiros e cinco décimos por cento) sobre o valor da
operação; (Redação dada pelo art. 1º (Alteração 4153) do Decreto 51.076, de
27/12/13. (DOE 30/12/13) - Efeitos a partir de 30/12/13.) (RICMS/RS, 1997)
Desta forma o crédito fiscal presumido, para empresas sem débitos tributários com a
Receita Estadual do Rio Grande do Sul, corresponde a 5,5% sobre o valor das vendas de carne
de frango.
Neste estado a carga tributária de ICMS corresponde a 7% do valor sobre as vendas e
há, ainda, a cobrança de ICMS por Substituição Tributária conforme RICMS, Livro III,
apêndice IV, seção II, item VIII. (RICMS/RS, 1997)
A categoria Embutidos também possui concessão de créditos presumidos de 10%
conforme Livro I, art. 32 XXXV, sendo tributados em base integral, com alíquota de 18%, e
incidência de ICMS por Substituição Tributária. (RICMS/RS, 1997)
2.3.2.1.2 Créditos Fiscais Presumidos em Santa Catarina
No Estado de Santa Catarina, os créditos presumidos concedidos ao setor da
Avicultura de Corte possuem uma metodologia diferente da utilizada no Rio Grande do Sul e
são regidos pelo RICMS/SC art. 17. incisos I e III:
36
Art. 17. Fica concedido crédito presumido aos estabelecimentos abatedores (Lei nº
10.297/96, art. 43):
I - calculado sobre o valor da operação, nas saídas internas de carnes e miudezas
comestíveis, frescas, resfriadas, congeladas ou temperadas de aves das espécies
domésticas, produzidas e abatidas neste Estado, equivalente a:
a) 4% (quatro por cento), desde que o estabelecimento abatedor adquira neste
Estado, no mínimo, 30% (trinta por cento) do valor total dos insumos aplicados na
produção;
[…]
III – relativo à entrada de suínos e aves no estabelecimento, produzidos em território
catarinense, em montante equivalente a 4% (quatro por cento) do valor da respectiva
entrada, observado o disposto no § 2°.[…] (RICMS/SC, 2001)
O Estado de Santa Catarina disponibiliza a realização de convênios das empresas com
Fundos Estaduais, firmados anualmente e com limite pré-estabelecido de valor máximo
escriturável de créditos e que são arbitrados pelo Governo estadual. Mensalmente a empresa
poderá escriturar créditos presumidos no montante de 4% sobre as compras de aves
produzidas dentro do estado mais (+) 4% sobre as vendas internas dos produtos comestíveis
resultantes do abate. Neste estado não há a cobrança de ICMS por substituição tributária e a
carga tributária de ICMS corresponde a 7% do valor de venda conforme Anexo 2 Cap. II art.
11 inciso I do RICMS SC. (RICMS/SC, 2001)
2.3.2.1.3 Créditos Fiscais Presumidos no Paraná
No Estado do Paraná, os créditos presumidos concedidos ao setor da Avicultura de
Corte possuem uma metodologia diferente dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do
Sul, conforme item 15 do Anexo III do RICMS/PR:
15 Nas saídas de CARNE e produtos comestíveis resultantes do abate de aves […]
em montante equivalente ao que resultar da aplicação do percentual de sete por
cento sobre o valor dessas saídas, em substituição ao aproveitamento de quaisquer
outros créditos. (RICMS/PR, 2012)
Ou seja, este estado oferece um crédito presumido de 7% sobre todas as saídas,
inclusive interestaduais, porém exclui-se o aproveitamento de créditos na aquisição de
insumos. No estado do Paraná a carga tributária de ICMS corresponde a 7% conforme art. 14º
do RICMS/PR, apresentando um cenário resultante em alíquota zero. Neste estado os
37
produtos cárneos não estão sujeitos à substituição tributária de ICMS, exceto os embutidos,
conforme Anexo X, art. 135, Item IX do RICMS/PR. (RICMS/PR, 2012)
2.3.2.1.4 Compensação de IRPJ e CSLL
As empresas analisadas apuram o Resultado pelo regime de apuração pelo Lucro Real
conforme a Lei 9.718/98 (BRASIL, 1998) e suas alterações que, em seu artigo 14, obrigam as
empresas com faturamento anual acima de setenta e oito milhões de reais a apurarem Imposto
de Renda e Contribuição Social com base no Lucro Real.
O benefício da Compensação de IRPJ e CSLL é regido pela Lei 9.430/96 (BRASIL,
1996) e regulamentado pela IN RFB 1.300/2012 que em seu Cap. V Seção I art. 41 dispõe:
Art. 41. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o crédito decorrente de
decisão judicial transitada em julgado, relativo a tributo administrado pela RFB,
passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de
débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela
RFB, ressalvadas as contribuições previdenciárias, cujo procedimento está previsto
nos arts. 56 a 60, e as contribuições recolhidas para outras entidades ou fundos.
(BRASIL, 2012)
Dentre os tributos administrados pela Receita Federal do Brasil estão o PIS (Programa
de Integração Social) e a COFINS (Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade
Social) que incidem sobre o produto carne de frango conforme a Lei 10.925/04 (BRASIL,
2004) art. 1º inciso XIX com alíquota de 0% (zero por cento). Porém, diversos insumos e
custos da produção como embalagens, fretes, matérias primas e materiais intermediários de
produção geram direito a crédito de PIS e COFINS.
Dessa forma a apuração dessas contribuições resulta em créditos que podem ser
compensados no pagamento de outros tributos administrados pela RFB, como IRPJ e CSLL.
Essa compensação é realizada, conforme a IN RFB 1.300/2012 (BRASIL, 2012) mediante
utilização do programa Pedido de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de
Compensação (PER/DCOMP).
38
2.3.2.1.5 Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB)
Esse benefício de recolhimento ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) consiste
na realização de um pagamento percentual sobre a Receita Bruta deduzidas as devoluções e
descontos incondicionais. É regida pela Lei 12.546/2011 art. 8º e 8º-A:
Art. 8º Poderão contribuir sobre o valor da receita bruta, excluídas as vendas
canceladas e os descontos incondicionais concedidos, em substituição às
contribuições previstas nos incisos I e III do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24
de julho de 1991, as empresas que fabricam os produtos classificados na Tipi,
aprovada pelo Decreto no 7.660, de 23 de dezembro de 2011, nos códigos referidos
no Anexo I. (Redação dada pela Lei nº 13.161, de 2015)
[…]
Art. 8º-A. A alíquota da contribuição sobre a receita bruta prevista no art. 8o será de
2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento), exceto para as empresas constantes
dos incisos II a IX e XIII a XVI do § 3o do art. 8o e para as empresas que fabricam
os produtos classificados na Tipi nos códigos 6309.00, 64.01 a 64.06 e 87.02, exceto
8702.90.10, que contribuirão à alíquota de 1,5% (um inteiro e cinco décimos por
cento), e para as empresas que fabricam os produtos classificados na Tipi nos
códigos 02.03, 0206.30.00, 0206.4, 02.07, 02.09, 02.10.1, 0210.99.00, 03.03, 03.04,
0504.00, 05.05, 1601.00.00, 16.02, 1901.20.00 Ex 01, 1905.90.90 Ex 01 e 03.02,
exceto 0302.90.00, que contribuirão à alíquota de 1% (um por cento).
(Incluído pela Lei nº 13.161, de 2015) (BRASIL, 2011)
O segmento de Frango de Corte se enquadra nos códigos TIPI do grupo 02.07
possuindo uma contribuição à alíquota de 1% sobre a Receita Bruta. Parágrafos acima foram
revogados pela Medida Provisória nº 774/17 (BRASIL, 2011), porém estavam em vigor
durante todos os períodos analisados. Ressalta-se que este benefício é optativo, cabe à
empresa analisar o método de contribuição menos oneroso.
2.3.3 Notas Explicativas
Ribeiro (2009) caracteriza Notas Explicativas esclarecimentos que visam
complementar as demonstrações contábeis e informar os critérios contábeis que são utilizados
pela empresa, a composição de saldos de determinadas contas, os métodos de depreciação, os
principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais tendo como objetivo facilitar a
interpretação das demonstrações contábeis.
39
Basso (2011, p. 333) afirma que “as Notas Explicativa não se constituem em outra
demonstração contábil, mas em informações que a elas se integram com a finalidade de
explicar algo ou ampliar informações que se encontram resumidas nas demonstrações
contábeis que os acompanham. ”
A lei 6404/76 (consolidada) em seu art. 176 define que desde 27 de maio de 2009:
§ 5º As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras
e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos
significativos;
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que
não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras;
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e
IV – indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais,
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão,
de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para
atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247,
parágrafo único);
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações
(art. 182, § 3º);
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas
a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a
longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1º); e
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham,
ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os
resultados futuros da companhia. (BRASIL, 1976)
Também, cabe destacar a existência de exigências de Notas Explicativas dentro de
CPCs e outras normas, como é o caso dos Ativos Biológicos que demandam algumas
exigências em Notas Explicativas e outras Evidenciações. Basso (2011) ressalta que, também,
o bom senso do contabilista deve levar à confecção de informações que atendam às
expectativas dos usuários.
Porém, as notas explicativas fazem parte de um conjunto maior de informações,
muitas vezes ignoradas pelos usuários que são as evidenciações, segundo Iudícibus (2010a)
formadas por:
1. Notas Explicativas;
40
2. Quadros analíticos suplementares;
3. Informações entre parênteses;
4. Comentários do auditor; e
5. Relatório da diretoria e outras evidenciações.
Segundo o mesmo autor, essas evidenciações podem acompanhar tanto as Notas
Explicativas como também podem ser encontradas diretamente dentro das próprias
demonstrações da forma mais conveniente.
2.3.4 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
Segundo Ribeiro (2009, p. 372), a DLPA é “um relatório contábil que tem por
finalidade evidenciar a destinação do lucro líquido apurado no final de cada exercício social”.
O artigo 186 da Lei 6.404/76 estabelece que a DLPA deve discriminar:
I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção
monetária do saldo inicial;
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada
ao capital e o saldo ao fim do período.
§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes
de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a
determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos
subsequentes. (BRASIL, 1976)
Martins et al. (2013) ainda acrescentam a Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido (DMPL), muito semelhante à DLPA, que não é exigida por lei, mas é exigida pela
Comissão de Valores Mobiliários (Deliberação CVM nº 595/09) das companhias de Capital
Aberto. É, também sem força de lei, exigida pela Resolução do CFC nº 1.185/09 aos demais
profissionais da contabilidade e, por ser mais abrangente, substitui de forma definitiva a
Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados.
A DMPL, ainda segundo Martins et al. (2013), é útil por fornecer a movimentação
ocorrida durante o exercício dentro das contas do Patrimônio Líquido (PL), indicando a conta
de origem, o fluxo e a conta de destino dos valores. O mesmo autor a considera importante,
principalmente, em grandes empresas que realizem diversas transações envolvendo o PL, ou
41
que possuam investimentos em coligadas ou controladas avaliados dentro do método de
equivalência patrimonial.
Estas demonstrações não são utilizadas na análise desse trabalho, são consideradas por
Basso (2011) como complementares às anteriores, mas, nem por isso, deixam de ser
significativas no quesito fonte de informação.
2.3.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
Criada pela Lei 11.638/07 (BRASIL, 2007) em substituição à antiga DOAR
(Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos), é exigida de todas as companhias
abertas e das fechadas com Patrimônio Líquido superior a dois milhões de reais.
A mesma lei ainda determina que a DFC deve indicar as alterações ocorridas em
caixas e equivalentes de caixa segregando-as em três fluxos:
• das operações;
• dos financiamentos; e
• dos investimentos.
Ribeiro (2009) atribui a origem da DFC ao Financial Accounting Standards Board
(FASB atual IASB) que em 1987 criou essa demonstração a fim de atender as necessidades
das empresas de capital aberto e de seus respectivos investidores que buscavam captar
recursos no mercado financeiro.
Segundo Martins et al. (2013, p. 651), a DFC permite de forma mais acessível aos
usuários mais leigos avaliar:
1. a capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa;
2. a capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e
retornar empréstimos obtidos;
3. a liquidez, a solvência e a flexibilidade financeira da empresa;
4. a taxa de conversão de lucro em caixa;
5. a performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os efeitos
de distintos tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos;
6. o grau de precisão das estimativas passadas de fluxos de caixa;
7. os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de
investimento e de financiamento etc.
42
Da mesma forma que as demonstrações anteriores, a DFC também não é utilizada na
análise desse trabalho, por também ter caráter complementar.
2.3.6 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
Esta demonstração, assim como a DFC, foi incluída pela Lei 11.638/07, é exigida
apenas das companhias abertas, porém, segundo Martins et al. (2013) já era incentivada pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que indicava o modelo da Fundação Instituto de
Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI). Após, o CFC (Conselho Federal de
Contabilidade) emitiu uma NBC estabelecendo prerrogativas sobre a demonstração e
sugerindo também um modelo de DVA muito semelhante ao modelo FIPECAFI.
Ribeiro (2009) destaca que esse demonstrativo surgiu na Europa, a partir das escolas
Alemã, Britânica e Francesa e tem sido cada vez mais difundida a partir de uma
recomendação expressa da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o mesmo autor, a DVA é um relatório que evidencia o quanto de riqueza uma
empresa produziu, influencia a formação do PIB (Produto Interno Bruto) e é considerada fator
decisivo para a implantação de empresas transnacionais em países emergentes.
Esta demonstração também não é utilizada na análise desse trabalho.
2.4 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE
Segundo Ferrari (2007), são três os processos mais utilizados para análise: Análise
Vertical, Análise Horizontal e Análise por Quocientes, também chamada por outros autores
de Análise por Índices ou Indicadores.
Ferrari (2007) destaca, ainda, que apesar da análise utilizar-se de instrumentos
matemáticos, a mesma não pode ser considerada uma ciência exata por não existir fórmula
cientificamente comprovada que seja capaz de relacionar estes resultados e prover um
diagnóstico exato e irrefutável dentro dos perfis econômico, financeiro e de desempenho.
43
Silva (2010) afirma que nenhum índice isoladamente pode ser medidor definitivo
sobre a saúde financeira de uma empresa, não possuindo valor ideal, tudo depende da
atividade e do ciclo financeiro da empresa.
Estes instrumentos matemáticos de análise foram analisados individualmente.
2.4.1 Análise Vertical (AV)
Ferrari (2007, p. 47) define a análise vertical como aquela que “visa o estudo da
estrutura das demonstrações contábeis, através do cálculo de coeficientes de participação, os
quais são obtidos pela comparação entre itens homogêneos”. Iudícibus (2010a) acrescenta a
importância dessa análise na avaliação da estrutura de participação das contas e sua evolução
no tempo.
Esse cálculo de coeficientes de participação de cada conta dentro de sua respectiva
demonstração pode, segundo Martins, Diniz e Miranda (2012), ser aplicada a todas as
demonstrações financeiras. Porém, é de maior relevância sua aplicação dentro da DRE
(Demonstração do Resultado do Exercício) em que seus vários itens são calculados
comparados às vendas brutas/líquidas, dando ao usuário a noção percentual da origem de seu
resultado. Hoji (2010) utiliza como base da análise vertical do DRE apenas as receitas
líquidas, ignorando as receitas brutas e suas deduções.
Martins, Diniz e Miranda (2012) também identificam que essa análise deve ser
realizada utilizando as demonstrações da forma mais resumida possível. Aliado a isso Lins e
Filho (2012, p. 141) acrescentam:
Para o analista, essa avaliação serve para apontar as contas mais relevantes das
demonstrações contábeis de forma a permitir, entre outras informações, um melhor
entendimento da estrutura patrimonial, bem como a identificação de variações
significativas nessa composição de um período para o outro em relação ao total e
que, por esse motivo, precisam ser melhor investigadas e explicadas.
Ou seja, parte-se de uma visão mais resumida, analisam-se contas sintéticas com maior
relevância e então busca-se neles maior aprofundamento, investigação e informação a partir
da análise de contas analíticas.
44
2.4.2 Análise Horizontal (AH)
Para Ferrari (2007, p. 49), a análise horizontal “visa o estudo da evolução dos
elementos componentes das demonstrações contábeis ao longo dos exercícios sociais, através
do cálculo de números índices, sendo estes obtidos a partir de um exercício social tomado
como base”, enquanto que Iudícibus (2010a) complementa caracterizando a finalidade da
análise horizontal como a de apontar a evolução de itens dos Balanços e das Demonstrações
de Resultados (bem como de outros demonstrativos) através dos períodos, procurando
caracterizar tendências.
Na citação de Iudícibus (2010a) têm-se as duas grandes características da análise
horizontal, apontar o crescimento e evolução nas demonstrações, fazendo referência aos fatos
passados, e a previsão de tendências, transformando a análise estática do acontecimento
passado em uma forma de estimar evoluções futuras e resultados esperados, provando
novamente a inexatidão dessa ciência.
Para Lins e Filho (2012, p. 146) essa análise, como qualquer outra, tem suas
limitações:
a) Quando o valor do elemento correspondente no período base for nulo, o índice
não pode ser calculado pela forma proposta, pois os números negativos, não são
divisíveis por zero. Neste caso, podem ser analisadas apenas as variações em valores
absolutos;
b) Quando o período base apresenta um valor negativo e, no período seguinte, o
número negativo se torna positivo (ou vice-versa), matematicamente, é calculável,
mas o resultado deve ser tratado com bastante cuidado, para não ocorrerem
interpretações equivocadas da evolução.
Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 182) acrescentam uma importante observação,
quanto à aplicação da ferramenta sem a consideração dos efeitos da inflação, devendo levar
em conta fatores de conversão à taxa da inflação para cada ano para então se efetivar as
avaliações.
Não é aconselhado, porém, deflacionar esses índices, pois o usuário perde informação
e, em caráter legal, a deflação de demonstrações é considerada uma correção monetária e,
segundo Martins et al. (2013), essas práticas estão banidas desde o advento da Lei 9.249/95
que vetou, em seu art. 4º, a utilização de qualquer sistema de correção monetária inclusive
para fins societários.
45
Para minimizar este cenário ainda deve-se ressaltar que este trabalho também compara
empresas entre si, todas sujeitas à inflação, o que a torna irrelevante dentro das comparações
entre organizações.
2.4.3 Análise por Quocientes
Os instrumentos de análise são, segundo Assaf Neto (2009), a técnica mais
comumente utilizada, baseando em índices econômico-financeiros extraídos das
Demonstrações Contábeis.
Iudícibus (2010a) identifica esta análise como uma das mais importantes para o
desenvolvimento da Contabilidade. Uma das vantagens frequentemente citadas na análise por
meio de quocientes é, ainda segundo o autor, que, dividindo-se um valor pelo outro, os
valores da inflação são depurados. Porém, apenas com os índices financeiros.
2.4.3.1 Índices de Liquidez
Martins, Diniz e Miranda (2012) definem os indicadores de liquidez como aqueles
capazes de evidenciar a situação financeira de uma empresa frente a suas obrigações
assumidas. Ferrari (2007, p. 70) analisa os usuários desses indicadores: “Entre outros
interessados nos índices de liquidez, estão os credores da empresa, os quais tem interesse em
avaliar o risco dos créditos já concedidos e o risco da concessão de novos créditos”.
Martins, Diniz e Miranda (2012) questionam alguns destes índices, reafirmando, como
os outros autores, que nem todos os índices são úteis ou totalmente aplicáveis sendo alguns
destes indicadores utilizados por praticamente todos os analistas, como por exemplo, o Índice
de Liquidez Corrente. Outros recebem menos atenção como o Índice de liquidez imediata e o
Índice de liquidez seca. Existem também aqueles que não tem muito sentido, como o Índice
de Liquidez Geral, que, segundo o autor, não apresenta qualquer relação de temporalidade
entre os elementos do numerador e do denominador.
46
2.4.3.1.1 Liquidez Imediata
Segundo Hoji (2010), esse índice demonstra a quantidade de recursos disponíveis de
forma imediata para liquidar suas obrigações de curto prazo. Esse índice não gera informação
conclusiva, pois as obrigações de curto prazo podem conter vencimentos na data de amanhã
como também daqui a 365 dias. Antonik e Müller (2008, p.131) destacam a mesma questão:
“de que adianta sabermos quanto temos disponível na data de hoje para pagar as contas que
vencerão até o final do próximo ano? ”.
Quadro 3 - Liquidez Imediata
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 190).
2.4.3.1.2 Liquidez Seca
Segundo Lins e Filho (2012, p.154), a Liquidez Seca é um índice que “demonstra
quanto a empresa tem de valores líquidos disponíveis […] para cada real de obrigações de
curto prazo, sem depender da venda dos estoques ou outros ativos com um grau menor de
certeza de realização”.
Antonik e Müller (2008) justificam a remoção do estoque para o cálculo desse índice
de liquidez quando caracterizam os estoques como ativos circulantes mais líquidos. Essa
remoção do estoque do cálculo permite a comparação entre o Índice de Liquidez Seca e o
Índice de Liquidez Seca + Estoques para mostrar o quanto a empresa depende da venda de
seus estoques para o cumprimento de suas obrigações de curto prazo. Ou seja, empresas com
baixo estoque apresentam pouca variação entre o índice de liquidez seca e o índice de liquidez
Seca + Estoques:
Liquidez
Imediata
A porcentagem de dívidas a curto
prazo em condições de serem
liquidadas imediatamente
Disponível
Passivo Circulante
47
Quadro 4 - Liquidez Seca
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 190) e adaptado de Antonik e Müller (2008, p. 133).
O índice de Liquidez Seca proposto por Antonik e Müller (2008) apresenta
semelhança com índice de Liquidez Corrente, sendo que a única diferença entre eles se
encontra na conta de Despesas Antecipadas.
2.4.3.1.3 Liquidez Corrente
Segundo Silva (2010) o Índice de Liquidez Corrente compara o quanto a empresa tem
em dinheiro e bens e direitos de curto prazo em comparação com as dívidas a serem pagas no
mesmo período.
Hoji (2010, p. 287) define a Liquidez Corrente como o melhor índice para medir a
capacidade de pagamento de uma empresa, porém ressalta que ele “também é resultado de
diversos valores correntes de diferentes datas”.
Silva (2010) ressalta a Liquidez corrente como o mais famoso dos índices, porém não
é medidor definitivo sobre a saúde financeira de uma empresa, não possuindo valor ideal,
tudo depende da atividade, do ciclo financeiro da empresa. O autor afirma que o índice tem
sua validade como instrumento comparativo entre empresas do mesmo porte, da mesma
atividade e da mesma região geográfica, não sendo efetivo como medida isolada.
Quadro 5 – Liquidez Corrente
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 190).
Liquidez Seca
Capacidade de pagamento de curto
prazo da empresa mediante uso
basicamente de disponível e valores
a receber.
Liquidez Seca
+ Estoques
Estoques sendo considerados como
componentes mais líquidos
Ativo Circulante - Estoques - Desp. Antecip.
Passivo Circulante
Ativo Circulante - Desp. Antecip.
Passivo Circulante
Liquidez
Corrente
Quanto existe de Ativo Circulante
para cada R$1 de dívida também
circulantePassivo Circulante
Ativo Circulante
48
2.4.3.1.4 Liquidez Geral
Segundo Hoji (2010), esse índice indica a capacidade de pagamento da empresa a
longo prazo. Lins e Filho (2012) acrescentam que esse índice é mais amplo que os demais,
pois não se limita apenas ao circulante.
Silva (2010) compara a Liquidez Geral e a Imobilização do Patrimônio Líquido que
tendem a ser inversamente proporcionais, quando um deles cresce o outro decresce.
Quadro 6 - Liquidez Geral
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 190).
2.4.3.2 Índices de Estrutura Patrimonial
Segundo Hoji (2010, p. 285), os Índices de estrutura de capital (ou patrimonial) “são
calculados relacionando-se as fontes de capitais entre si e com o Ativo Permanente. Indicam o
grau de dependência da empresa com relação a capital de terceiros e o nível de imobilização
do capital”. Lins e Filho (2012) acrescentam que esses indicadores tem o intuito de avaliar a
composição financeira da empresa.
Antonik e Müller (2008) abordam o interesse dos usuários externos sobre esses
índices. Fornecedores buscam a capacidade de pagamento no curto prazo, sendo úteis,
também, para a análise econômico-financeira, regrando os limites de créditos que as empresas
podem dar. Ao conhecer o nível de endividamento que seus clientes podem assumir sem
colocar em risco os recebimentos torna-se viável o controle do crédito concedido.
2.4.3.2.1 Endividamento
Também conhecido como Índice de Participação de Capitais de Terceiros, esse
indicador, segundo Silva (2010), retrata a dependência da organização em relação aos
Liquidez
Geral
De cada R$ 1 que a empresa tem
de dívida total, o quanto existe de
direitos e haveres na AC e RLPPassivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
49
recursos externos. Hoji (2010) acrescenta que esse índice representa o percentual do Ativo
financiado por terceiros.
Quadro 7 - Endividamento
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 219).
O índice do Quadro 7 é o mais comumente utilizado e encontrado nas bibliografias
sendo tratado dessa forma por Matarazzo (2010), Carmona et al. (2009), Martins, Diniz e
Miranda (2012) e Silva (2010). Porém, esse mesmo índice, é apresentado por Hoji (2010) e
Assaf Neto (2009) de forma um pouco diferente conforme o Quadro 8:
Quadro 8 – Endividamento sobre o montante geral de recursos
Fonte: Adaptado de Hoji (2010, p.285).
Conforme Hoji (2010), essa variação da fórmula permite avaliar o percentual do
Capital de Terceiros dentro do montante total da origem dos recursos da empresa, assim como
por consequência, o percentual do Capital Próprio dentro do montante total da origem dos
recursos, produzindo informação mais didática ao usuário.
Segundo Matarazzo (2010, p. 88), esse índice relaciona “as duas grandes fontes de
recursos da empresa […] Capitais Próprios e Capitais de Terceiros. É um indicador de risco
ou de dependência a terceiros, por parte da empresa”
2.4.3.2.2 Composição do Endividamento
Segundo Hoji (2010), esse índice demonstra o percentual da dívida total que vence a
curto prazo. Matarazzo (2010) define esse índice como o próximo passo da análise de
endividamento, em razão desse índice complementar o anterior. É importante conhecer tanto
o endividamento quanto o grau que o compõe. O índice da Composição do Endividamento
tem essa finalidade, separar o endividamento de curto prazo daquele de longo prazo.
Endividamento
Quanto a empresa tomou de
capitais de terceiros para cada R$ 1
de capital próprio.
Capital de Terceiros
Patrimônio Líquido
EndividamentoCapital de Terceiros
Patrimônio Líquido + Capital de Terceiros
50
Quadro 9 - Composição do Endividamento
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 219).
2.4.3.2.3 Imobilização do PL
Segundo Hoji (2010), esse é o indicador da parcela de recursos próprios investidos no
permanente. Lins e Filho (2012) destacam que esse indicador pode apresentar possíveis
excessos de imobilização e a utilização de recursos externos para financiá-las.
Silva (2010) interpreta que esse índice quanto maior o resultado, maior o risco do
negócio, porém deve-se atentar a diversos pontos, como origem da variação do PL no período
e a participação de cada um dos blocos (investimentos, imobilizado e intangível) dentro do
permanente.
Quadro 10 - Imobilização do Patrimônio Líquido
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 219).
2.4.3.2.4 Imobilização dos Recursos não Correntes
Segundo Hoji (2010), esse é o indicador que demonstra o quanto dos recursos
permanentes e de longo prazo está investido/imobilizado no Ativo Permanente. Matarazzo
(2010, p. 95) traz a seguinte comparação:
[…] não é necessário financiar todo o imobilizado com recursos próprios. É
perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo, desde que o prazo seja
compatível com o de duração do Imobilizado ou então que o prazo seja suficiente
para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo.
Composição do
Endividamento
Qual o percentual de obrigações a
curto prazo em relação às
obrigações totais.Capital de Terceiros
Passivo Circulante
Imobilização do
PL
Quanto a empresa aplicou no Ativo
Permanente para cada R$ 1 do PL.Patrimônio Líquido
Ativo Permanente
51
Quadro 11 – Imobilização dos Recursos não Correntes
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 219).
Conforme Assaf Neto (2009), quando esse índice resulta em valores superiores a 1
(100%), ocorre um cenário em que os recursos considerados “permanentes” da empresa não
são suficientes para financiar o ativo Imobilizado, o que indica que o Imobilizado utiliza
capital circulante afetando o capital de giro da empresa.
2.4.3.3 Índices de Atividade
Segundo Assaf Neto (2009), esses indicadores visam analisar as diversas durações de
um ciclo operacional e das fases operacionais típicas das empresas. Essa análise ajuda a
entender a liquidez das contas de Estoque, Clientes e Fornecedores, ou seja, seus prazos
médios de realização ou exigibilidade.
Hoji (2010) denomina esses indicadores como índices de rotação, e salienta que nessa
análise os saldos médios quando baseados em dados diários ou mensais geram maior
qualidade e confiabilidade. Porém, pode-se calcular os saldos médios com base na média dos
saldos extraídos dos balanços, nesse caso deve-se considerar as distorções que podem ser
criadas. Assaf Neto (2009) também ressalta esse mesmo cenário e a necessidade de acesso a
balancetes mensais de verificação o que, ainda segundo o autor, nem sempre é possível na
prática.
2.4.3.3.1 Prazo Médio de Pagamento
Esse indicador revela, segundo Assaf Neto (2009), o prazo que a empresa consegue
prazos com seus fornecedores.
Imobilização
dos Recursos
não Correntes
Percentual de recursos não
correntesdestinados ao Ativo
Permanente.
Ativo Permanente
PL + Exigível a Longo Prazo
52
Quadro 12 – Prazo Médio de Pagamento
Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2009, p. 88).
Lins e Filho (2012) salientam que esse índice quanto maior melhor, desde que esse
prazo não seja aumentado por atraso no pagamento de títulos de maneira propositada gerando
despesas com juros. Assaf Neto (2009) acrescenta que é atraente para a empresa um prazo de
pagamento mais elevado, desde que os encargos não excedam a inflação e as taxas de juro do
mercado.
2.4.3.3.2 Prazo Médio de Recebimento
Também denominado como Prazo médio de cobrança é, segundo Assaf Neto (2009), o
indicador que revela o tempo médio em que a empresa recebe suas vendas a prazo.
Quadro 13 – Prazo Médio de Recebimento
Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2009, p. 89).
Martins, Diniz e Miranda (2012) destacam a necessidade de acrescentar no campo
“Vendas a Prazo” o valor de Impostos Dedutíveis da Receita Bruta, pois o valor desses
impostos será recebido e também se encontra dentro da conta de Clientes.
2.4.3.3.3 Prazo Médio de Estocagem
Assaf Neto (2009) define que esse indicador demonstra o prazo médio necessário para
que o estoque da empresa seja renovado em sua totalidade. Quanto maior for o resultado do
índice maior o tempo que o estoque permanece parado e maior a necessidade de investir-se
em estoque.
Prazo Médio de
Pagamento
Contas a Pagar Fornecedores (Média)
Compras Anuais a Prazo
Prazo Médio de
Recebimento Vendas Anuais a Prazo
Valores a Receber Clientes (Média)
53
Quadro 14 – Prazo Médio de Estocagem
Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2009, p. 88).
Hoji (2010) analisa que as empresas procuram aumentar seus giros de estoque,
buscando vender mais rapidamente os produtos aumentando o lucro do período, porém, deve-
se levar em consideração a Margem Unitária do Produto que deve ser positiva para o
raciocínio acima ser válido.
2.4.3.3.4 Ciclo Operacional
Para a compreensão do ciclo operacional de criação de valor é necessário analisar os
ciclos econômico e financeiro:
Figura 1 – Ciclo Financeiro e Ciclo Econômico
Fonte: Adaptado de VIEIRA (2008, p.75 apud NEVES JÚNIOR, RODRIGUES e LEITE, 2011)
Vieira (2008, apud NEVES JÚNIOR, RODRIGUES e LEITE, 2011) enfatiza que o
ciclo econômico é o prazo decorrido entre as compras e as vendas, e nele refletem o prazo de
estocagem e produção. O ciclo financeiro influi no volume de fontes e aplicações de recursos,
quanto maior o prazo entre pagamentos de fornecedores e recebimentos de clientes maior a
necessidade de investimentos da empresa dentro do seu ciclo normal de operações.
Hoji (2010) acrescenta ao prazo de estocagem o prazo de fabricação, que, no caso de
indústrias, pode alongar o ciclo operacional, exigindo investimento constante na cadeia
produtiva. Esse prazo de fabricação é alongado quando a empresa trabalha com Ativos
Biológicos, que demandam tempo de crescimento que não pode ser trabalhado.
Prazo Médio de
Estocagem
Estoque Médio
Custo dos Produtos Vendidos
54
A partir disso, torna-se importante avaliar a possibilidade de folga de capital ou
necessidade de investimento dentro do ciclo operacional. Assim, segundo Gitman e Madura
(2003), com o auxílio dos índices anteriores, pode-se apurar essa folga ou necessidade
financeira da seguinte forma:
Ciclo de Caixa = Período Médio de Estocagem + Período Médio de Cobrança –
Período Médio de Pagamento.
Transcrevendo essa fórmula em adequação às nomenclaturas utilizadas neste trabalho
tem-se:
Ciclo Operacional = Prazo Médio de Estocagem + Prazo Médio de Recebimento –
Prazo Médio de Pagamento.
2.4.3.4 Índices de Rentabilidade
Os Índices de Rentabilidade, Retorno ou Lucratividade são, segundo Matarazzo
(2010), indicadores da rentabilidade dos capitais investidos, do grau de êxito econômico da
empresa. Carmona et al. (2009, p. 37) definem esta análise como “uma ferramenta de
avaliação do perfil qualitativo das relações entre contas de resultado […] mensura o
desempenho financeiro das atividades operacionais realizadas”.
Brigham e Houston (1999 apud Carmona et al., 2009, p. 37) definem estes índices
como “aqueles que mostram os efeitos combinados da liquidez, da gestão de ativos e do
endividamento sobre os resultados operacionais”. Assaf Neto (2009) acrescenta que esses
indicadores vão refletir se o resultado que é gerado na operação é condizente com o potencial
econômico da empresa.
2.4.3.4.1 Giro do Ativo
O índice de Giro de Ativo, segundo Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 223), consta
no grupo dos indicadores de rentabilidade por convenção da maioria dos autores “apesar de
ser um indicador de giro, de rotação, de atividade; mas isso ocorre porque ele é utilizado para
calcular índices de rentabilidade”.
55
Segundo Marion (2007), o giro do ativo demonstra a eficiência com que a empresa
opera seus ativos, quanto mais vendas forem geradas, mais eficiente estará sendo esse grupo
de ativos.
Quadro 15 – Giro do Ativo
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 223).
Iudícibus (2010a, p. 103) salienta o “grande interesse das empresas em vender bastante
com relação ao valor do ativo. Quanto maior o “giro” do ativo pelas vendas, maiores as
chances de cobrir as despesas com uma boa margem de lucro”.
2.4.3.4.2 Margem Líquida
Também denominado como Retorno sobre as Vendas, é, segundo Silva (2010), o
percentual que a empresa está obtendo de Lucro sobre suas vendas.
Quadro 16 – Margem Líquida
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 223).
Iudícibus (2010a) destaca que apesar dos esforços realizados pelas empresas para a
melhoria desse índice, trabalhando despesas em busca de eficiência, é o ramo de atuação que
define se estes valores serão, por tendência, altos ou baixos.
2.4.3.4.3 Rentabilidade do Ativo
Também denominado como Retorno sobre Ativos (ROA – Return on Assets), esse
índice, conforme Silva (2010), demonstra a lucratividade gerada através dos investimentos
totais, representados pelo ativo. Carmona et al. (2009) afirmam que esse indicador independe
do tamanho da empresa e é o quociente de eficiência mais conhecido e utilizado pelos
usuários das demonstrações contábeis.
Giro do Ativo Quanto a empresa vendeu para
cada R$ 1 de investimento total.
Vendas Líquidas
Ativo
Margem LíquidaQuanto a empresa obtém de lucro
para cada R$ 1 vendido.Vendas Líquidas
Lucro Líquido
56
Matarazzo (2010) afirma que esse índice não pode ser usado como medida de
rentabilidade do capital, mas sim como medida da empresa gerar Lucro Líquido e capitalizar-
se, sendo medida de desempenho comparativo da empresa para análise ano a ano.
Quadro 17 – Rentabilidade do Ativo
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 223).
Assaf Neto (2009) e Martins, Diniz e Miranda (2012) possuem uma visão
diferenciada, conforme Martins, Diniz e Miranda (2012) o Ativo não produz Lucro Líquido,
produz Lucro Operacional, não devendo ser afetado por despesas financeiras e efeitos da
forma como o Ativo é financiado.
A fórmula proposta por Assaf Neto (2009) utiliza o Resultado Operacional tornando o
cálculo independente da forma de financiamento da empresa:
Quadro 18 – Rentabilidade do Ativo a partir do Lucro Operacional
Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2009, p. 92).
2.4.3.4.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Também denominado como Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE – Return on
Equity), é considerado o mais importante dos indicadores por Martins, Diniz e Miranda
(2012), pois demonstra a capacidade da empresa para remunerar o capital investido pelos
sócios. Segundo Assaf Neto (2009), esse índice é calculado, normalmente, utilizando um PL
Médio do Período.
Martins, Diniz e Miranda (2012) acrescentam que nunca se pode usar o saldo do
Patrimônio Líquido ao final do período, pois o valor já vai ter sido afetado pelo Resultado do
Período, o que também acontece no cálculo do levantamento do Patrimônio Líquido Médio. O
ideal seria a utilização do PL inicial do período mais um ajuste proporcional às variações
ocorridas, como por exemplo aportes de capital ou distribuição de lucros.
Rentabilidade
do Ativo
Quanto a empresa obtém de lucro
para cada R$ 1 de investimento
total.
Lucro Líquido
Ativo
Retorno sobre
AtivosAtivo
Lucro Gerado pelos Ativos (Operacional)
57
Quadro 19 – Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Fonte: Martins, Diniz e Miranda (2012, p. 223).
2.4.3.4.5 Retorno sobre o Investimento
Também denominado como Retorno sobre o Investimento (ROI – Return on
Investment), pouco abordado por autores, é, segundo Assaf Neto (2009), uma alternativa para
o ROA, pois vai calcular o Investimento, capital que deve realmente ser remunerado:
Quadro 20 – Investimento
Fonte: próprio autor (adaptado de Assaf Neto, 2009, p. 92).
A fórmula mantém a mesma lógica da do Retorno sobre os Ativos:
Quadro 21 – Retorno sobre o Investimento
Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2009, p. 93).
2.4.3.5 Modelo Fleuriet
O Modelo Fleuriet ou Modelo Dinâmico foi desenvolvido no Brasil, durante os anos
70, pelo professor francês Michel Fleuriet, em participação com a Fundação Dom Cabral.
Esse método possibilita, segundo Souza (2003 apud AMORIM, DUARTE e MACHADO,
2014) uma análise financeira com base no comportamento das empresas. Padoveze (2005
apud AMORIM, DUARTE e MACHADO, 2014) explica que o modelo trabalha o tema de
Rentabilidade
do PL
Quanto a empresa obtém de lucro
para cada R$ 1 de capital próprio
investido, em média, no exercício.
Lucro Líquido
PL Médio
Ativo Total - Passivo de Funcionamento
Passivo de Funcionamento:
considerados não onerosos,
entendidos como inerentes à
atividade da empresa como: salários,
encargos, impostos, fornecedores.
Passivo Oneroso + Patrimônio Líquido
Passivo Oneroso:
recursos onerosos captados pela
empresa como: empréstimos e
financiamentos.
Investimento
Retorno sobre
InvestimentoInvestimento
Lucro Gerado pelos Ativos (Operacional)
58
liquidez de uma forma nova e diferente da abordagem da análise de demonstrações contábeis
tradicional.
Silva e Santos (2002 apud AMORIM, DUARTE e MACHADO, 2014) destacam que o
principal objetivo do Modelo Fleuriet é atribuir uma visão dinâmica às contas do balanço a
partir da reorganização dessas contas conforme o Quadro 22:
Quadro 22 – Reclassificação do Balanço Patrimonial
Fonte: Assaf Neto (1997 apud AMORIM, DUARTE e MACHADO, 2014, p. 70).
Vieira (2008 apud NEVES JÚNIOR, RODRIGUES e LEITE, 2011) denomina esse
processo de “reorganização gerencial de contas”. Esse processo dá origem a três variáveis
NCG (Necessidade de Capital de Giro), CDG (Capital de Giro) e T (Tesouraria ou Saldo em
Tesouraria), variáveis essas que informam o grau de defasagem de entradas e saídas de caixa,
necessidade de capital de giro e suas respectivas fontes de cobertura.
Esse Modelo surge de forma complementar à Analise Tradicional para a formação de
um Modelo Integrado de Análise que, segundo Kitzberger e Padoveze (2004, p. 19), possui as
seguintes premissas:
Análise Tradicional
• Enfoca a liquidez de forma muito simples, sem se ater profundamente, na
questão da característica de fixidez (ou de investimento necessário) dos
ativos circulantes;
FIN
AN
CE
IRO
ou
ER
RÁ
TIC
O
Caixas e Bancos
Aplicações Financeiras
Empréstimos bancários
Financiamentos
Duplicatas descontadas
Dividendos IR
FIN
AN
CE
IRO
ou
ER
RÁ
TIC
O
OP
ER
AC
ION
AL
ou
CÍC
LIC
O Duplicatas a receber
Estoque
Adiantamento e despesas
de competência do
exercício seguinte
Fornecedores
Salários e Encargos
Impostos e Taxas
Adiantamentos de Clientes
OP
ER
AC
ION
AL
ou
CÍC
LIC
O
Realizável a longo prazo
Investimento físico
Passivo Não-Circulante
Patrimônio Líquido
ATIVO
CIR
CU
LA
NT
EN
ÃO
CIR
CU
LA
NT
E
ou
PE
RM
AN
EN
TE
PASSIVO
NÃ
O C
IRC
UL
AN
TE
ou
PE
RM
AN
EN
TE
CIR
CU
LA
NT
E
59
• Enfoca a rentabilidade de investimento com ênfase adequada; porém não
considera normalmente, o enfoque do ativo operacional.
Modelo Fleuriet
• Enfoca a liquidez de forma adequada;
• Oferece subsídios para gestão do capital de giro (como investimento e não
como ativos passíveis de utilização para pagamento de dívidas de curto
prazo);
• Enfatiza, com propriedade, a figura de Necessidade Líquida de Capital de
Giro, mas não finaliza o modelo com a análise de rentabilidade.
Segundo os autores, essa análise se constitui de uma abordagem diferenciada e mais
consistente, complementando aspectos da análise de demonstrações tradicional.
2.4.3.5.1 Necessidade de Capital de Giro
Segundo Assaf Neto e Silva (2012, apud AMORIM; DUARTE e MACHADO, 2014),
é necessário realizar um estudo acerca da necessidade que a empresa tem em investir em giro.
Os ativos circulantes operacionais representam os “investimentos” que a empresa deve fazer
em valores a receber (motivados por vendas a prazo) e estoques (necessidade de estocagem).
Segundo os mesmos autores, quando se subtrai desse total o valor dos respectivos
financiamentos operacionais (passivos de funcionamento), encontra-se a efetiva necessidade
de investimento em capital de giro da empresa.
Quadro 23 – Necessidade de Capital de Giro
Fonte: Adaptado de Neves Júnior, Rodrigues e Leite (2011, p. 4).
Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003, apud NEVES JÚNIOR, RODRIGUES e
LEITE, 2011), a Necessidade de Capital de Giro refere-se à diferença do ativo cíclico e do
passivo cíclico, contas ligadas à operação da empresa. Essas contas ligadas à operação
possuem características de curto prazo e renováveis, sendo importantes não apenas do ponto
de vista financeiro, mas também para as estratégias de financiamento, crescimento e
lucratividade.
NCG = ativo cíclico - passivo cíclico
ou
NCG = ativo operacional - passivo operacional
60
2.4.3.5.2 Capital de Giro
Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003, apud NEVES JÚNIOR, RODRIGUES e
LEITE, 2011) o Capital de Giro é a diferença entre Passivo Permanente e Ativo Permanente.
Ainda segundo os autores, a empresa pode possuir um bom Capital de Giro mesmo com baixa
liquidez e resultados negativo, dependendo apenas da capacidade da administração.
Quadro 24 – Capital de Giro
Fonte: Adaptado de Neves Júnior, Rodrigues e Leite (2011, p. 4).
Segundo Braga (1991 apud MIRANDA, SILVA e SANTOS, 2016) o Capital de Giro
representa um conceito econômico-financeiro, pois mostra a quantidade de recursos de longo
prazo que financiam o giro da empresa. Quando esse valor não for o suficiente para financiar
a Necessidade de Capital de Giro, a empresa apresentará saldo de Tesouraria negativo.
2.4.3.5.3 Tesouraria
Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003, apud apud NEVES JÚNIOR, RODRIGUES e
LEITE, 2011) o Saldo em Tesouraria ou, simplesmente, Tesouraria é a diferença entre ativo e
passivo erráticos ou o saldo do Capital de Giro subtraindo-se a Necessidade de Capital de
Giro. Essa variável irá informar se o Capital de Giro possui capacidade de financiar a
Necessidade de Capital de Giro.
Quadro 25 – Necessidade de Capital de Giro
Fonte: Adaptado de Neves Júnior, Rodrigues e Leite (2011, p. 4).
Fleuriet et al. (2003, apud MIRANDA, SILVA e SANTOS, 2016) afirma que o Saldo
de Tesouraria evidencia os recursos de curto prazo que poderão faltar no caixa da empresa,
sendo um bom indicador da saúde financeira. Marques e Braga (2003, apud MIRANDA,
CDG = passivo permanente - ativo permanente
ou
CDG = passivo não circulante - ativo não circulante
T = ativo errático - passivo errático
T = CDG - NCG
ou
T = ativo financeiro - passivo financeiro
61
SILVA e SANTOS, 2016), dentro do mesmo raciocínio, definem que este indicador fornece o
grau de utilização de financiamentos de capital de giro de curto prazo. Quando o indicador
Tesouraria for positivo, existe um cenário de adequada política de investimentos e financeira,
pois o financiamento do ativo cíclico estará sendo coberto por uma folga financeira
proveniente de recursos de longo prazo.
2.4.3.5.4 Situação de Liquidez
Fleuriet desenvolveu, a partir das variáveis apresentadas, uma escala de classificação
que busca qualificar a situação financeira da organização:
Quadro 26 – Situação de Liquidez
Fonte: Adaptado de Fleuriet (2003, apud NEVES JÚNIOR, RODRIGUES e LEITE, 2011, p. 5).
Miranda, Silva e Santos (2016) dissertam sobre essas classificações:
A situação “Excelente” representa uma característica de sobra de recursos dentro da
atividade, sendo visível em supermercados onde a venda é essencialmente à vista e o prazo de
estocagem é menor do que o prazo de pagamento a fornecedores.
A estrutura “Sólida” possui uma necessidade de investimento em Giro, porém, essa
necessidade é suprida pelo Capital de Giro. Nesse caso, todos os indicadores são positivos,
gerando sobras de recursos no curto e longo prazos. É uma estrutura comum em segmentos
industriais e comerciais.
O terceiro enquadramento, “Insatisfatório”, é caracterizado por um Capital de Giro
positivo, mas insuficiente para cobrir a Necessidade de Capital de Giro, tornando a empresa
dependente de financiamentos de curto prazo para o financiamento das atividades,
aumentando o saldo negativo de Tesouraria.
T = CDG - NCGSituação de
Liquidez
Aplicação (+) = Fonte (+) - Fonte (-) Excelente
Aplicação (+) = Fonte (+) - Aplicação (+) Sólida
Fonte (-) = Fonte (+) - Aplicação (+) Insatisfatória
Aplicação (+) = Aplicação (-) - Fonte (-) Alto Risco
Fonte (-) = Aplicação (-) - Fonte (-) Muito Ruim
Fonte (-) = Aplicação (-) - Aplicação (+) Péssimo
62
As situações “Alto Risco”, “Muito Ruim” e “Péssima” são características de Capital
de Giro negativo, exigindo financiamentos de curto prazo para financiar ativos de longo
prazo. Essas situações tendem a não se sustentar por muito tempo.
2.4.3.5.5 Efeito Tesoura
Efeito Tesoura ou Overtrading, é, segundo Assaf Neto e Silva (2012, p. 87, apud
AMORIM, DUARTE e MACHADO, 2014) uma situação em que o lucro retido na operação
não se torna suficiente para financiar o crescimento da NCG proveniente do crescimento da
produção: “O conceito de overtrading refere-se a uma forte expansão no volume de atividade
de uma empresa sem o devido lastro de recursos disponíveis para financiar as necessidades
adicionais de giro”.
Figura 2 – Efeito Tesoura
Fonte: Amorim, Duarte e Machado (2014, p. 75).
Esse cenário, conforme os autores, resulta em constante queda do Saldo de Tesouraria,
ocasionando em uma dependência de capital de terceiros para financiamento das operações a
curto prazo.
2.4.3.5.6 Indicador de Liquidez
O indicador de liquidez foi acrescentado por Vieira (2008, apud MIRANDA, SILVA e
SANTOS, 2016) ao Modelo Fleuriet. Esse indicador, pouco abordado na literatura, auxilia na
63
análise da dependência de capital de terceiros, quanto mais negativo este valor maior será o
uso de recursos de curto prazo em forma de empréstimos de instituições financeiras.
Quadro 27 – Indicador de Liquidez
Fonte: Adaptado de Miranda, Silva e Santos (2016, p.8).
Esse indicador surge como substituto aos indicadores tradicionais de liquidez que,
segundo Kitzberger e Padoveze (2004), possuem uma visão inadequada decorrente de sua
condição de indicadores estáticos.
IL = Saldo em Tesouraria
|NCG|
64
3 MÉTODO
A finalidade deste capítulo é a descrição da metodologia científica que norteou o
presente trabalho. O Método Científico é, segundo Hunt (1991 apud ACEVEDO; NOHARA,
2009, p. 13), definido como aquele que “consiste nas regras e procedimentos nos quais a
ciência baseia a aceitação ou rejeição de seu corpo de conhecimento, incluindo hipóteses, leis
e teorias […] é a lógica da justificação”. Acevedo e Nohara (2009) ainda acrescentam a essa
definição que ter um método significa alcançar o objetivo desejado seguindo regras
predefinidas. Prodanov e Freitas (2009) definem o método de forma similar, como aquele que
é formado por um conjunto de procedimentos que são adotados visando o propósito de atingir
o conhecimento.
3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO À NATUREZA
Este trabalho possui natureza aplicada, pois buscou uma finalidade prática, procurou
gerar informações úteis e que possam ser aplicadas dentro dos processos de gestão, indo ao
encontro da definição de Prodanov e Freitas (2009, p. 51), que retratam a pesquisa aplicada
como aquela que “objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática dirigidos à solução
de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”.
3.2 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS
Quanto aos objetivos, este trabalho, em sua parte inicial, pode ser considerado como
uma pesquisa exploratória, pois, indo de encontro à definição de Prodanov e Freitas (2009),
possui a finalidade de proporcionar mais informações acerca do assunto abordado, além de
delinear, definir e delimitar o tema e respectivas abordagens. Essa etapa, ainda segundo os
mesmos autores, é marcada, principalmente, por levantamentos bibliográficos, entrevistas de
caráter bibliográfico e análises de exemplos que contribuem com o entendimento do tema.
Beuren et al. (2009, p.80) acrescentam que, através do estudo exploratório, é que se
busca “conhecer com maior profundidade o assunto de modo a torná-lo mais claro ou
65
construir questões importantes para a condução da pesquisa”, e acrescenta a característica de
aprofundamento de conceitos preliminares e o requisito de que deve se focar naquilo que
necessita esclarecimento ou melhor exploração dentro do campo da ciência escolhida.
Porém, este mesmo trabalho ainda apresenta a característica descritiva, pois aplicou
uma análise em conjuntos de demonstrações contábeis, descreveu seus resultados, interpretou-
os e reportou conclusões e resultados, indo ao encontro da definição de Andrade (2002 apud
BEUREN et al., 2009, p. 81) que destacam que “a pesquisa descritiva preocupa-se em
observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não
interfere neles”. Prodanov e Freitas (2009, p. 53) acrescentam que
as pesquisas descritivas são, juntamente com as pesquisas exploratórias, as que
habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática.
Em sua forma mais simples, as pesquisas descritivas aproximam-se das
exploratórias, quando proporcionam uma nova visão do problema.
3.3 TIPO DE PESQUISA QUANTO À ABORDAGEM
Quanto à abordagem, essa pesquisa é definida como qualitativa e quantitativa. Segundo
Prodanov e Freitas (2009, p. 69) a pesquisa quantitativa “considera que tudo pode ser
quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e
analisá-las”, enquanto que a qualitativa “considera que há uma relação dinâmica entre o mundo
real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números”. A seguir segue quadro comparativo com as
principais características de ambos os tipos de pesquisa quanto à abordagem:
66
Quadro 28 – Comparação entre pesquisa qualitativa e quantitativa.
Fonte: Prodanov e Freitas (2009, p. 71).
Ligado aos trabalhos da área contábil, pode-se citar Richardson (1999 apud BEUREN
et al., 2009, p. 91) que menciona que a metodologia qualitativa “pode descrever a
complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender
e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”. Beuren et al. (2009) destacam,
em relação à pesquisa quantitativa, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitando
distorções de análise e de interpretação, buscando maior segurança nos estudos que, como o
presente, buscam relacionar variáveis e encontrar a causalidade entre fenômenos.
3.4 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS MEIOS
Quanto aos meios, essa pesquisa é considerada, em sua parte inicial, como bibliográfica,
pois buscou material na literatura para fundamentar e embasar a pesquisa e suas análises. Em sua
etapa intermediária, a pesquisa possui cunho documental, pois buscou utilizar as demonstrações
contábeis das empresas escolhidas a fim de realizar as análises tema desse trabalho. E, aliado à
Ponto de Comparação Pesquisa Qualitativa Pesquisa Quantitiva
Foco da pesquisaQualidade (natureza e
essência)
Quantidade (quantos,
quanto)
Raízes filosóficasFenomenologia, interação
simbólica
Positivismo, empiricismo,
lógico
Frases associadas
Trabalho de campo,
etnografia, naturalismo,
subjetivismo
Experimental, empírico,
estatístico
Metas de investigação
Entendimento, descrição,
descoberta, generalização,
hipótese
Predição, controle,
descrição, confirmação,
teste de hipótese
Ambiente Natural, familiar Artificial, não-natural
AmostraPequena, não-
representativaGrande, ampla
Coleta de dados
Pesquisador como
principal instrumento
(entrevista, observação)
Instrumentos manipulados
(escala, teste, questionário,
etc)
Modo de análise Indutivo (pelo pesquisador)Dedutivo (pelo método
estatístico)
67
natureza aplicada do trabalho, ele ainda é considerado um estudo de caso, pois analisou uma
empresa foco e outras duas como forma de comparação de índices.
3.4.1 Pesquisa Bibliográfica
Cervo e Bervian (2002, p. 65) definem a pesquisa bibliográfica como aquela que
“procura explicar um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos”. Já
Prodanov e Freitas (2009, p. 54) destacam a importância da verificação da “veracidade dos dados
obtidos, observando possíveis incoerências ou contradições que as obras possam apresentar”.
3.4.2 Pesquisa Documental
A pesquisa documental confunde-se facilmente com a pesquisa bibliográfica, porém Gil
(2010, p. 30) as diferencia facilmente apresentando a natureza de suas fontes:
A pesquisa bibliográfica utiliza-se principalmente das contribuições de vários
autores sobre determinada temática de estudo, já a pesquisa documental baseia-se
em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser
reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa
Vale ainda salientar que, segundo Silva e Grigolo (2002 apud BEUREN et al., 2009, p.
89), ela utiliza-se de materiais considerados brutos que ainda não receberam análise profunda:
Esse tipo de pesquisa visa, assim, selecionar, tratar e interpretar a informação bruta,
buscando extrair dela algum sentido e introduzir-lhe algum valor, podendo, desse
modo, contribuir com a comunidade científica a fim de que outros possam voltar a
desempenhar futuramente o mesmo papel.
Esta definição possui muita familiaridade com a definição de análise, que buscou um
material bruto, as demonstrações, que devem também ser selecionadas, tratadas e interpretadas a
fim de utilizar o valor potencial que elas possuem.
68
3.4.3 Estudo de Caso
Segundo Boaventura (2004 apud PRODANOV e FREITAS, 2009, p. 60) “o estudo de
caso possui uma metodologia de pesquisa classificada como Aplicada, na qual se busca a
aplicação prática de conhecimentos para a solução de problemas sociais”. Essa relação direta
entre o estudo de caso e a pesquisa aplicada fica clara dentro deste trabalho quando o mesmo
procura a análise de demonstrações de diversas empresas/casos, porém com o intuito de
compreender e utilizar todas as conclusões como ferramenta de gestão na empresa foco.
Porém, para isso, Gil (2010, p. 37) salienta que “o estudo de caso é caracterizado pelo
estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir
conhecimentos amplos e detalhados do mesmo”. Ainda, segundo Yin (2010), é somente
através desse estudo mais focado e profundo sobre um tema restrito, que existe a possibilidade
de preservar as características holísticas e significativas dos eventos da vida real, ou seja,
apenas com uma abordagem restrita, como foi o caso dessa pesquisa, é que se torna possível
realizar uma análise fiel com a capacidade de levar em conta as características exclusivas
deste setor que é o avícola de corte.
Prodanov e Freitas (2009), em contraponto a isso, apresentam três exigências do
pesquisador que realiza um estudo de caso: em primeiro lugar o equilíbrio intelectual, em
segundo a capacidade de observação ou o popular “olho clínico” e, por último, a mais
relevante, a parcimônia ou moderação quanto à generalização dos resultados.
3.5 DESENHO DA PESQUISA
O desenho da pesquisa, representado na Figura 3, demonstra, em forma de
fluxograma, as etapas seguidas para a elaboração deste trabalho, com o objetivo de fornecer
transparência ao seu método de elaboração. A pesquisa foi dividida em duas etapas, sendo a
primeira de caráter teórico e introdutório, compreendendo na definição do tema, objetivos e
justificativa, congregação, organização e desenvolvimento de referencial teórico específico,
desenvolvimento de um método a ser seguido e consecutiva validação dessa etapa.
A segunda etapa consistiu no levantamento de demonstrações atendendo o objeto do
trabalho. A partir da escolha das empresas, foi possível efetivar a análise preliminar individual
69
em busca de aspectos peculiares existentes nas empresas, que atuam em regiões diferentes,
validando a premissa de comparabilidade. Buscou-se também analisar peculiaridades do setor
que pudessem auxiliar no entendimento das demonstrações. Em seguida foi realizada a etapa
de tabulação e análise, aderindo à um plano de contas padrão. Após a análise foram
levantados aspectos conclusivos que auxiliam na interpretação e compreensão e uma posterior
revisão seguida da entrega.
Figura 3 – Desenho da Pesquisa
Fonte: Próprio autor.
3.6 COLETA DOS DADOS
Segundo Gil (2010 p. 121), “a consulta a fontes documentais é imprescindível em
qualquer estudo de caso […] mediante a consulta a documentos, torna-se possível obter
informações referentes à sua estrutura e organização”. Os principais dados coletados para
satisfazer a pesquisa documental foram as demonstrações contábeis das empresas analisadas.
Essa coleta ocorreu tanto em contato direto no caso das empresas situadas no estado, bem como
por meio de sítio eletrônico no caso da empresa de fora do estado.
70
Esta etapa apresentou três dificuldades, a primeira foi o número de empresas dispostas a
divulgar suas demonstrações, a segunda foi o fato da empresa C ceder apenas demonstrações de
3 (três) períodos e a terceira foi o fato de a empresa A ter apenas demonstrações de 4 (quatro)
períodos devido ao processo de recuperação judicial pelo qual a empresa está passando.
Estes dados recebidos foram transcritos para planilhas com o uso da ferramenta
Microsoft Office Excel™ adotando um plano de contas único e sintético.
Como dados de apoio à análise, pode-se citar as cotações de matéria-prima do setor,
informações sobre o mercado internacional e outras análises macroeconômicas disponíveis nos
sítios eletrônicos voltados ao setor, ao mercado internacional e à economia. Esses dados são
voltados à etapa de conclusões da análise, pois agregam informações que contextualizam o
usuário da análise e a empresa em um panorama holístico esclarecendo situações que não podem
ser analisadas isoladamente.
3.7 ANÁLISE DOS DADOS
Segundo Martins (2000 apud BEUREN et al., 2009, p. 57), é nessa etapa que “o
investigador irá classificar os dados, dando-lhes ordem ou colocando-os nas diversas categorias,
segundo critérios que facilitem a análise e interpretação em face dos objetivos da pesquisa”.
Prodanov e Freitas (2009, p. 130) estabelecem um quadro de critérios necessários para
uma boa análise de dados:
71
Quadro 29 – Critérios de Análise de Dados.
Fonte: Prodanov e Freitas (2009, p. 130).
A análise dos dados buscou, a partir da aplicação de fórmulas sobre as demonstrações
transcritas em Microsoft Office Excel™, conseguir índices comparáveis tanto entre si, quanto
entre períodos, quanto entre empresas, possibilitando comparações e análises de evolução
histórica atendendo premissas básicas da análise científica de dados.
Critério Descrição
Clareza no processo de
análise de dados
Visa identificar se o estudo elucida os procedimentos adotados
para análise dos dados coletados durante a pesquisa. Uma clara
descrição dos procedimentos de análise dos dados permite
julgar se os resultados alcançados são - ou não - frutos de um
sistemático e rigoroso processo.
Encadeamento lógico
de evidências
O estudo permite que oleitor acompanhe claramente o processo
de desenvolvimento da pesquisa, desde as questões iniciais até
as conclusões. Um estudo com encadeamento lógico das
evidências possibilita ao leitor seguir os passos do autor em
direção às conclusões.
Teste EmpíricoO teste empírico envolve uma comparação entre o observado
durante a pesquisa e as hipóteses deduzidas de uma teoria.
Construção da
Explicação
Os procedimentos para análise dos dados são textualmente
explicados, de forma clara e objetiva.
Comparação com
literatura conflitante
Os conceitos, as hipóteses ou as teorias emergentes do estudo
são comparados com literatura conflitante. A importância da
comparação com literatura conflitante é forçar os pesquisadores
a buscar pensamentos mais criativos, inovadores, ao contrário
do esperado em outra situação.
Comparações com
literatura similar
Os conceitos, as hipóteses ou as teorias emergentes do estudo
são comparados com literatura similar. O resultado é uma teoria
com nível conceitual mais aprofundado, mais validade interna.
72
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
As empresas analisadas neste trabalho são exclusivamente do setor avícola de corte,
restrito aos produtos derivados dessa cadeia de produção, produzindo e comercializando
carnes congeladas, resfriadas, temperadas, embutidos, ovos férteis, pintos de um dia, pintos
recriados, aves vivas e subprodutos da cadeia.
4.1.1 Contexto Econômico Interno
Segundo dados da última Pesquisa Trimestral da Produção Pecuária do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada em março de 2017 têm-se os
seguintes dados (INDICADORES IBGE 2015 e 2016):
• Abate de 5,86 bilhões de cabeças de frango no último trimestre (aumento de 1,1%
em comparação ao ano anterior) alcançando novo recorde desde o início dos
levantamentos em 1997, porém com queda no ritmo de crescimento dos anos
anteriores, e quedas de produção nos dois últimos trimestres de 2016 que somam
3,9% em relação ao início do ano;
• Análise da série histórica de abate de frangos por trimestre:
73
Gráfico 1 – Evolução do abate de frangos por trimestre – Brasil – trimestres 2011-2016
Fonte: Indicadores IBGE Estatística da Produção Pecuária (2017)
No gráfico 1 evidencia-se a desaceleração do setor da avicultura de corte apesar do
resultado final do ano de 2016 ser de crescimento.
A região Sul é a maior produtora (60,6%), seguido da região Sudeste (20,5%), Centro-
Oeste (13,7%), Nordeste (3,5%) e Norte (1,7%).
4.1.2 Contexto Mercado Internacional
Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América) o
Brasil, em 2015, foi responsável por 42% das exportações de carne de frango, aumentará sua
participação para 45% em 2025, seguido pelos Estados Unidos que manterá sua participação
em 34%, enquanto que para a União Europeia prevê-se queda de 14% para 11%, Tailândia um
aumento de 6% para 7% e China uma queda de 4% para 3%. (INDICADORES IBGE, 2016)
Segundo o IBGE (2017) e Secex/MDIC (Secretaria de Comércio Exterior do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) a exportação brasileira de
carne de frango chegou a 3.888.500.336 kg no ano de 2015, com aumento de cerca de 6,6%
em comparação com 2014. Em 2016, a exportação obteve um aumento de 70.896 toneladas
74
representando um crescimento de 1,8%, demonstrando um cenário de desaceleração da
mesma forma que a produção.
Na exportação também é visível uma liderança da região Sul, que representou 73,6%
em 2014, 74,8% em 2015 e 75,1% em 2016, caracterizando uma zona em crescimento e de
aplicação de investimentos no setor. (INDICADORES IBGE, 2017)
4.1.3 Contexto Produção
Segundo a Embrapa Aves e Suínos em artigo para A Revista do Avisite (2016), o
custo de produção do frango em 2015 ficou em R$ 2,8019/kg, acumulando uma variação de
115% quando comparado com o ano de 2010. Esse aumento é devido principalmente ao
aumento da ração que acumula no mesmo período aumento de 136%. Em 2016 o custo de
produção do frango entrou em baixa, fechando o ano em R$ 2,53/kg o menor valor dos
últimos 17 meses.
Dentro da cadeia da ração, pode-se identificar os dois insumos que mais pesam na
variação do seu custo:
• Milho: O preço do milho segue em alta desde julho de 2015 e continuou em ascensão
até maio de 2016, contrariando as características de sazonalidade e acumulando de
maio de 2015 a maio de 2016 um aumento de 102,25%, passando de R$ 26,63/saca
(R$ 0,4438/kg) para R$ 53,86/saca (R$ 0,8976/kg). A partir do segundo semestre
observa-se gradativa queda dos preços sinalizando possibilidade de normalização
dentro do ano de 2017. Segue abaixo análise de “A Revista do Avisite (2016 e
2017)”:
75
Gráfico 2 – Preço médio do milho.
Fonte: A Revista do Avisite março 2016 e março 2017.
• Farelo de Soja: O preço do produto também cresceu em 2016 em relação ao mesmo
período de 2015, mesmo encontrando-se em um ciclo descendente, isso devido a
característica sazonal. O produto era vendido a R$ 1.041,00/t (R$ 1,041/kg) em
fevereiro de 2015, e passou a R$ 1.267,00/t (R$ 1,267/kg) em fevereiro de 2016,
acumulando aumento de 21,7%.
Em relação a fevereiro de 2015 a situação se normalizou na comparação com
fevereiro de 2017 em que o preço caiu a R$ 1.002/t (R$ 1,002/kg) permanecendo
dentro da média para o mês.
A maior variação encontra-se no período de junho de 2015 a junho de 2016, em que
o preço variou de R$ 979/t (R$ 0,979/kg) a R$ 1.526/t (R$ 1,526/kg), registrando
alta de 55,87%. Segue abaixo análise de “A Revista do Avisite (2016 e 2017)”:
Gráfico 3 – Preço médio do farelo de soja.
Fonte: A Revista do Avisite março 2016 e março 2017.
76
E no setor de vendas constata-se, segundo o IPCA/IBGE, que os subitens “frango
inteiro” e “frango em pedaços” (itens analisados dentro da pesquisa do Índice Preços ao
Consumidor Amplo do IBGE) tiveram aumentos de 13,42% e 3,43% respectivamente durante
o ano de 2015. (A REVISTA DO AVISITE, 2016)
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS
Para fins de sigilo dos dados, as empresas analisadas foram denominadas da seguinte forma:
Empresa “A”, Empresa “B” e Empresa “C”. Na sequência foram apresentadas as características
básicas relevantes para a análise individual.
A empresa “A” está sediada no estado do Paraná, com receita líquida de R$ 1,7
bilhões no ano de 2015, possuindo filiais no mesmo estado e aproximadamente 1.000 granjas
de produção próprias e pelo sistema integrado nos estados de Santa Catarina e Paraná. A
empresa exporta cerca de 30% de sua produção. No ano de 2016, entrou em processo de
recuperação judicial, desta forma as demonstrações contábeis deste ano não se encontram
disponíveis para consulta.
A empresa “B” está sediada no estado do Rio Grande do Sul, com receita líquida de
R$ 187 milhões no ano de 2016, possuindo filiais nos estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina com aproximadamente 105 granjas de produção no modelo de sistema integrado no
Estado do Rio Grande do Sul e 42 no Estado de Santa Catarina. A empresa iniciou suas
exportações no ano de 2016.
A empresa “C” está sediada no estado do Rio Grande do Sul, com receita líquida de
R$ 196 milhões no ano de 2014, possuindo filiais e granjas de produção no mesmo estado. A
empresa realiza exportações para os países da lista geral e possui ainda um comércio de
produtos agropecuários para atender, principalmente, parceiros integrados e que representa
um percentual diminuto, não interferindo na análise.
Com base nas peculiaridades descritas, na sequência foram apresentadas as análises
das demonstrações contábeis de forma individual e, ao final de cada tópico, uma análise
conjunta de forma a evidenciar aspectos relevantes quanto às peças contábeis.
77
4.3 ANÁLISE VERTICAL
4.3.1 Ativos
Os gráficos de análise dos Ativos estão divididos em Circulantes e Não Circulantes
como forma de facilitar a visualização dos dados.
4.3.1.1 Empresa A
O Ativo Circulante da Empresa A é composto essencialmente por Contas a Receber e
Estoques, visto que Ativos Biológicos são um tipo de produto em elaboração, estas contas
correspondem de 62% a 76% do ativo circulante.
Gráfico 4 – Análise Vertical do Ativo Circulante – Empresa A
Fonte: próprio autor.
Quanto ao Ativo Não-Circulante, verifica-se uma predominância das contas
Permanentes (Ativos Imobilizados, Intangíveis e Biológicos).
78
Gráfico 5 – Análise Vertical do Ativo Não-Circulante – Empresa A
Fonte: próprio autor.
Fica evidenciado que a conta de imobilizado corresponde a mais de 88% do ativo não
circulante, em relação ao total do ativo este percentual corresponde a mais de 47%
demonstrando a necessidade de imobilização de capital para tal negócio.
4.3.1.2 Empresa B
Na análise do Ativo Circulante da Empresa B, evidencia-se, da mesma forma, um
predomínio das contas de Estoques, Ativos Biológicos e Contas a Receber variando de 66% a
84% do Ativo Circulante. Porém, nos anos de 2012, 2013 e 2014 a participação das contas de
Estoques e Ativos Biológicos apresentam uma participação menor, podendo representar uma
defasagem destes valores.
79
Gráfico 6 – Análise Vertical do Ativo Circulante – Empresa B
Fonte: próprio autor.
Quanto ao Ativo Não-Circulante, observa-se também a predominância das contas
tratadas como Permanentes.
Gráfico 7 – Análise Vertical do Ativo Não-Circulante – Empresa B
Fonte: próprio autor.
80
Em relação ao Ativo Não-Circulante a participação das contas Permanentes (Ativos
Imobilizados, Biológicos e Intangíveis) é praticamente total, perfazendo de 99% a 100% do
valor. Quanto ao total do Ativos essas contas correspondem de 55% a 66%, demonstrando um
alto grau de necessidade de imobilização de capital.
4.3.1.3 Empresa C
Em relação à Empresa C o cenário é semelhante, pois a participação das contas de
Estoque e Contas a Receber varia de 60% a 75%. Porém há uma significativa inversão de
percentuais entre os anos de 2012 e 2013 em relação às contas citadas. A origem desse
aumento de contas a receber e diminuição de estoques é analisada dentro da análise horizontal
dos ativos. O fato de a empresa não seguir o pronunciamento técnico CPC 29 (CPC, 2009),
quanto à segregação de Estoques e Ativos Biológicos, é um empecilho para a análise da
origem da variação dentro da conta de Estoque.
Gráfico 8 – Análise Vertical do Ativo Circulante – Empresa C
Fonte: próprio autor.
Quanto ao Ativo Não-Circulante, verifica-se também um alto grau de imobilização,
com a conta de Imobilizado representando de 93% a 95% do Ativo Não-Circulante. Essa
representatividade é menor, em relação às outras duas empresas, quando comparada com o
total do Ativo, variando de 27% a 32% do total de Ativos. O fato de a empresa não realizar a
segregação de Ativo Imobilizado e Ativo Biológico no Ativo Não-Circulante, conforme
pronunciamento CPC 29 (CPC, 2009), não interfere na Análise Vertical.
81
Gráfico 9 – Análise Vertical do Ativo Não-Circulante – Empresa C
Fonte: próprio autor.
4.3.1.4 Empresas A, B e C
Quanto ao Ativo, verifica-se nas empresas A e B uma participação maior dos Ativos
Não-Circulantes, enquanto que, na Empresa C, o Ativo Circulante apresenta maior
participação, correspondendo a, em média, dois terços do total do Ativo. Essa diferença se
deve, principalmente, ao menor índice de capital investido em Imobilizado na Empresa C,
podendo ser resultado de Ativos mais antigos e já depreciados. A não segregação do Ativo
Biológico Não-Circulante (Matrizes de Produção) pode, também, significar a ausência das
mesmas, o que poderia justificar esse cenário, porém a falta de informação não permite
conclusões quanto a Empresa C.
Quanto ao Ativo Circulante, evidencia-se, nas três empresas, uma alta participação das
Contas a Receber, característica do setor industrial que é melhor analisada no Índice de Prazo
Médio de Recebimento.
4.3.2 Passivos e Patrimônio Líquido
Os gráficos de análise dos Passivos e Patrimônio Líquido estão divididos em
Circulantes, Não Circulantes e Patrimônio Líquido como forma de facilitar a visualização dos
dados.
82
4.3.2.1 Empresa A
Nos Passivos Circulantes da Empresa A identifica-se predomínio das contas de
Empréstimos e Financiamentos e Fornecedores. A participação da Conta Empréstimos obteve
queda entre 2012 e 2013 e após permanece estável na relação percentual, quanto a
Fornecedores, ocorreu um aumento percentual dentro dos anos analisados, o que é
considerado positivo, quando não for resultado da inadimplência da empresa, podendo indicar
um aumento do prazo médio de pagamento, que realmente ocorreu, como pode ser visto na
Análise dos Índices de Atividade.
Gráfico 10 – Análise Vertical do Passivo Circulante – Empresa A
Fonte: próprio autor.
Gráfico 11 – Análise Vertical do Passivo Não-Circulante – Empresa A
Fonte: próprio autor.
Em relação ao Passivo Não-Circulante verifica-se um aumento percentual da conta de
Empréstimos e Financiamentos, o que é favorável quando se tratando de longo prazo, porém
quando analisada essa conta frente a sua análoga no Passivo Circulante, verifica-se uma
83
inversão a partir do ano de 2013, quando a parcela Circulante da conta passa a ser superior à
sua parcela Não-Circulante.
Gráfico 12 – Análise Vertical do Patrimônio Líquido – Empresa A
Fonte: próprio autor.
A variação dentro do Patrimônio Líquido encontra-se nas contas Reserva de Lucros,
que apresenta crescimento, e na conta de Ajustes de Reavaliação ou Reserva de Reavaliação,
que sofre amortização constante, enquanto que o restante das contas permanece com seus
montantes sem variação possuindo apenas alteração percentual frente ao total do grupo.
4.3.2.2 Empresa B
O Passivo Circulante da Empresa B também possui as contas de Empréstimos e
Financiamentos e Fornecedores como as mais relevantes do grupo, porém, a variação dessas
duas contas é inconstante, podendo ser melhor visualizada na análise horizontal.
84
Gráfico 13 – Análise Vertical do Passivo Circulante – Empresa B
Fonte: próprio autor.
A análise vertical do passivo não-circulante da Empresa B apresenta apenas a conta de
Empréstimos e Financiamentos nos anos de 2012 a 2015 e, em 2016, a conta de Fornecedores
também possui saldo, porém, verticalmente irrelevante, não sendo importante sua ilustração
neste trabalho.
Quanto às contas de Empréstimos e Financiamentos a parcela Não-Circulante dessa
conta é superior à sua parcela Circulante apenas no ano de 2013 apresentando no ano de 2016
uma proporção de R$ 2,63 no Circulante para R$ 1 no Não-Circulante, situação inversa à da
Empresa A.
85
Gráfico 14 – Análise Vertical do Patrimônio Líquido – Empresa B
Fonte: próprio autor.
Quanto ao Patrimônio Líquido a situação é semelhante à da Empresa A, pois não há
variação no montante do Capital Social, a conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial sofre
amortização constantemente e a Reserva de Lucros é a geradora da variação percentual dentro
do grupo.
4.3.2.3 Empresa C
Quanto ao Passivo Circulante, observa-se uma predominância dos Empréstimos e
Financiamentos e de Fornecedores da mesma forma que nas outras duas empresas.
86
Gráfico 15 – Análise Vertical do Passivo Circulante – Empresa C
Fonte: próprio autor.
Em relação aos Passivos e Patrimônio Líquido da Empresa C, é evidente uma maior
concentração nos valores Circulantes que representam de 62% a 81% do grupo enquanto que
os Não-Circulantes variam de 14% a 21%.
Ao se analisar apenas a conta de Empréstimos e Financiamentos a situação variou
consideravelmente a relação foi, em 2014, de R$ 1,78 no Circulante para cada R$ 1,00 no
Não-Circulante, enquanto que em 2012 foi de R$ 3,70 no Circulante para cada R$ 1,00 no
Não-Circulante.
Gráfico 16 – Análise Vertical do Passivo Não-Circulante – Empresa C
Fonte: próprio autor.
Quanto ao Patrimônio Líquido essa foi a única empresa que apresentou uma Reserva
de Lucros negativa em 2012 (Prejuízos Acumulados), e em 2014 uma nova integralização de
Capital Social. A maior variação de percentuais, como nas outras empresas analisadas, é
resultante da variação da conta de Reservas de Lucros.
87
Gráfico 17 – Análise Vertical do Patrimônio Líquido – Empresa C
Fonte: próprio autor.
4.3.2.4 Empresas A, B e C
Em relação aos Passivos e Patrimônio Líquido as Empresas B e C apresentam, dentro
da análise vertical, uma tendência de financiamento a curto prazo, enquanto que a Empresa A
possui maior capacidade de captação de recursos a longo prazo, que pode ser vinculada ao
alto crescimento de seus Ativos Imobilizados no mesmo período, facilmente visualizável na
análise horizontal.
4.3.3 Resultado do Exercício
4.3.3.1 Empresa A
Em relação à Demonstração do Resultado do Exercício a Empresa A apresenta um alto
índice de custos produtivos que variam entre 78% e 80% de suas Receitas Líquidas. Dentro
desta análise fica evidente a diminuição da Margem de Lucro no ano de 2015, a menor dentro
dos quatro anos analisados, caindo de 7,8% em 2014 para 1,7% em 2015.
Como parte integrante das demonstrações contábeis desta empresa consta o Relatório
da Administração que justifica estes valores quando assume que em 2014 foram registrados
R$ 71 milhões em ganhos de capital na compra de outras empresas, e que em 2015 seus
custos aumentaram 18% frente a um aumento de 14% no preço de comercialização de seus
produtos.
88
Gráfico 18 – Análise Vertical do Resultado do Exercício – Empresa A
Fonte: próprio autor.
4.3.3.2 Empresa B
A Empresa B possui um cenário de custos produtivos superiores à Empresa A,
variando entre 85% e 92% da Receita Líquida, sua Margem de Lucro varia entre 1,1% e
5,1%.
Gráfico 19 – Análise Vertical do Resultado do Exercício – Empresa B
Fonte: próprio autor.
89
4.3.3.3 Empresa C
Em relação à Empresa C, é visível um cenário semelhante, onde os custos produtivos
variam de 84% a 89% das Receitas Líquidas e a Margem de Lucro varia entre 0,3% e 3,3%.
Gráfico 20 – Análise Vertical do Resultado do Exercício – Empresa C
Fonte: próprio autor.
4.3.3.4 Empresas A, B e C
Nesta análise fica claro a fragilidade deste mercado frente às suas variações de custos
que, por representarem de 77% a 92% da Receita Líquida, podem afetar diretamente o
Resultado do Exercício, que representa de 0,3% a 7,8% das Receitas Líquidas.
4.4 ANÁLISE HORIZONTAL
Na sequência está apresentada a Análise Horizontal dos Ativos, Passivos, Patrimônio
Líquido e Resultado do Exercício. Quanto às contas mais relevantes de cada um destes grupos
encontradas na Análise Vertical, foi feita uma análise de variação horizontal da mesma forma.
90
4.4.1 Ativos
4.4.1.1 Empresa A
Em relação às contas de Ativo Circulante: Contas a Receber e Estoques, verificadas
como mais relevantes, é visível um maior crescimento nos anos de 2014 e 2015, da mesma
forma que o Ativo Circulante. No ano de 2013, constatou-se queda dos Estoques e
crescimento ínfimo das Contas a Receber, o crescimento observado no Gráfico 18 no ano de
2013 é fruto do crescimento do saldo da conta Caixa.
Quanto aos Ativos Não-Circulantes, a conta de Imobilizados, apresenta variação muito
semelhante à do grupo, pois, como visto na Análise Vertical, possui a maior
representatividade de forma isolada. Sua variação é de 20,07% em 2013, de 45,78% em 2014,
fruto das aquisições de outras empresas já tratadas anteriormente, e de 15,85% em 2015.
Gráfico 21 – Análise Horizontal Ativos – Empresa A
Fonte: próprio autor.
4.4.1.2 Empresa B
No que diz respeito aos Ativos Circulantes da Empresa B, verifica-se um alto
crescimento nos anos de 2013 e 2015, motivados pelos aumentos de Estoques nesses dois
anos, a variação da conta de Contas a Receber, considerada a mais relevante no grupo, possui
um crescimento que varia entre 10% e 25%. Quanto à retração ocorrida no ano de 2014, pode-
se associá-la à grandes quedas nas contas de Caixa e Outros Investimentos.
91
Gráfico 22 – Análise Horizontal Ativos – Empresa B
Fonte: próprio autor.
No que se refere aos Ativos Não-Circulantes da Empresa B é visível um crescimento
mais expressivo nas contas de Imobilizados nos anos de 2013 e 2014, e de Ativos Biológicos
no ano de 2014 e 2016. Porém, como apresenta o Gráfico 19, esse crescimento dos
Investimentos produtivos foi afetado a partir do ano de 2015 passando a apresentar um
crescimento diminuto de 4,22% em 2016, cenário esse resultado da instabilidade e incerteza
econômica do país.
4.4.1.3 Empresa C
Sobre os Ativos da Empresa C, a Análise Horizontal possibilita poucas conclusões
devido ao menor período de tempo analisado, apesar disso é possível visualizar em 2014 um
declínio considerável no crescimento dos Ativos, o que denota também por parte dessa
empresa um receio frente à incerteza econômica.
92
Gráfico 23 – Análise Horizontal Ativos – Empresa C
Fonte: próprio autor.
Apesar de a empresa não seguir o pronunciamento técnico CPC 29 (CPC, 2009),
quando não realiza a segregação de Ativos Biológicos, essa incoerência técnica não prejudica
a Análise Horizontal das contas de Estoques e Imobilizados.
No tocante ao Ativo Circulante é possível verificar um crescimento de 88,44% nas
Contas a Receber e um declínio de 21,3% nos Estoques no ano de 2013, enquanto que no ano
de 2014 ambas as contas obtiveram crescimento de, respectivamente, 16,44% e 34,41%.
No Ativo Não-Circulante pode-se visualizar uma relevante desaceleração no
crescimento dos Imobilizados, passando de uma variação de 25,67% em 2013 para 8,15% em
2014.
4.4.1.4 Empresas A, B e C
No tocante aos Ativos fica evidente nas Empresas B e C uma desaceleração nos
investimentos em bens (Imobilizados) a partir do ano de 2014, apresentando, inclusive, na
Empresa B, uma retração de 6,08% em 2016.
Apenas na Empresa A existe um cenário inverso, no qual, em 2014, seus Ativos
Imobilizados aumentaram aproximadamente 48% devido a incorporação de outras empresas,
esse cenário também pode ser causa do aumento constante e elevado das contas de
Empréstimos e Financiamentos analisados no capítulo seguinte.
93
4.4.2 Passivos e Patrimônio Líquido
4.4.2.1 Empresa A
Quanto aos Passivos Circulantes da Empresa A, é relevante a análise das contas de
Fornecedores e de Empréstimos e Financiamentos, que apresentam a partir de 2014
crescimentos que beiram, em média, os 40% ao ano, considerado desfavorável por aumentar o
endividamento no curto prazo.
No Passivo Não-Circulante a situação é semelhante, onde a conta de Empréstimos e
Financiamentos, mais relevante do grupo, cresce 20,74% em 2014 e 63,1% em 2015. Em
relação aos aumentos dessas contas pode-se fazer uma relação com a aquisição das novas
empresas, transação que pode ter sido financiada a longo prazo.
Gráfico 24 – Análise Horizontal Passivos e Patrimônio Líquido– Empresa A
Fonte: próprio autor.
A única variação relevante do Patrimônio Líquido é o crescimento da Reserva de
Lucros que recebeu em 2014 o resultado dos Ganhos apurados na aquisição de duas empresas
que afetaram diretamente o DRE.
4.4.2.2 Empresa B
Em relação ao Passivo Circulante da Empresa B é visível um crescimento constante da
conta de Fornecedores, que acompanha o crescimento dos Custos, porém, quanto aos
Empréstimos e Financiamentos desse grupo, há um aumento de aproximadamente 101% no
94
ano de 2014, que pode estar vinculado à diminuição da sua conta análoga no Passivo Não-
Circulante.
No Passivo Não-Circulante, são evidentes dois momentos de aumento dos
Empréstimos e Financiamentos em 2013 e 2015, seguidos por períodos de amortização de
parte dessas obrigações com quedas de 23% e 22% respectivamente em 2014 e 2016.
Gráfico 25 – Análise Horizontal Passivos e Patrimônio Líquido– Empresa B
Fonte: próprio autor.
Quanto ao Patrimônio Líquido, os crescimentos se devem exclusivamente à conta
Reserva de Lucros. O decréscimo no ano de 2014 se deve ao constante decréscimo da conta
de Ajustes de Avaliação Patrimonial (Reserva de Reavaliação) que superou nesse ano o
crescimento da conta Reserva de Lucros.
4.4.2.3 Empresa C
No Passivo Circulante da Empresa C, é visível uma inversão das características das
contas de Fornecedores que decresciam 16,46% em 2013 e passam a crescer 61,17% em 2014
enquanto que os Empréstimos cresciam 23,23% em 2013 e passam a decrescer 9,96% em
2014. Esse cenário pode ser resultado de uma estratégia da gestão da empresa em saldar
Empréstimos e Financiamentos, a partir de uma negociação de prazos com Fornecedores.
95
No tocante ao Passivo Não-Circulante, pode-se verificar um crescimento de
aproximadamente 102% na conta de Empréstimos e Financiamentos em 2013 seguido de um
aumento de 14% em 2014.
Gráfico 26 – Análise Horizontal Passivos e Patrimônio Líquido– Empresa C
Fonte: próprio autor.
Quanto ao Patrimônio Líquido, verifica-se que a conta de Ajustes de Avaliação
Patrimonial permanece estática, provavelmente devido à Reavaliação de Terrenos, única
conta de reavaliação que não permite amortização.
A Empresa C foi a única empresa a apresentar integralização de Capital Social,
aumentando seu Capital em 60,66% no ano de 2014. Porém as maiores variações ocorreram
na conta de Reserva de Lucros que apresentou crescimentos de 195,4% em 2013 e 180,73%
em 2014.
4.4.2.4 Empresas A, B e C
Com relação aos Passivos, observa-se na Empresa A um aumento expressivo de
Empréstimos e Financiamentos quando comparado com as Empresas B e C. Essa
característica pode ter sido relevante para a decisão de abertura de um processo de
Recuperação Judicial contra a empresa.
96
4.4.3 Resultado do Exercício
4.4.3.1 Empresa A
Quanto aos Resultados da Empresa A, observa-se um crescimento anual de Receitas
que varia de 13,92% a 33,68%. Em relação ao Lucro Operacional Bruto, nota-se um
crescimento inferior em 2014 e 2015 em relação a 2013 devido ao aumento dos Custos
Produtivos de forma mais acelerada em relação ao crescimento das Receitas.
O crescimento elevado do Resultado do Exercício no ano de 2014 é fruto da
contabilização dos Ganhos apurados na compra de outras empresas. Devido a esse fato
contábil observa-se no ano seguinte uma queda no resultado por consequência do elevado
lucro do ano anterior.
Gráfico 27 – Análise Horizontal Resultado – Empresa A
Fonte: próprio autor.
4.4.3.2 Empresa B
No que diz respeito à Análise do Resultado da Empresa B, visualiza-se um alto
crescimento das Receitas no ano de 2013, seguido de um menor crescimento nos anos
seguintes, sinalizando um período de desaceleração no crescimento das Vendas. Quanto aos
Resultados, constata-se uma diminuição nos anos de 2014 e 2016 devido a um alto
crescimento de Custos e Despesas frente a um crescimento menor nas Receitas.
97
Gráfico 28 – Análise Horizontal Resultado – Empresa B
Fonte: próprio autor.
4.4.3.3 Empresa C
A Empresa C apresenta, da mesma forma que a Empresa B, um alto crescimento no
ano de 2013 e uma desaceleração em 2014, caracterizando, também, um cenário de
desaceleração do crescimento, a análise horizontal é afetada pela ausência dos próximos
períodos.
Gráfico 29 – Análise Horizontal Resultado – Empresa C
Fonte: próprio autor.
98
4.4.3.4 Empresas A, B e C
No tocante à Análise Horizontal das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios, é
visível uma desaceleração do crescimento do setor da avicultura de corte na amostra, podendo
caracterizar reflexo da crise econômica nacional, porém, nas três empresas não há queda de
Receitas o que demonstra a manutenção dos negócios.
Quanto aos Resultados, verificam-se variações distintas entre as empresas, não
apresentando tendência única entre elas, o que poderia ter sido encontrado em uma análise de
mais períodos.
4.5 ÍNDICES DE LIQUIDEZ
4.5.1 Empresa A
A Empresa A apresenta Índices de Liquidez Seca + Estoques e Corrente favoráveis.
Quanto ao fato de o índice de Liquidez Seca Tradicional ser inferior a 1 (um) e, quando
somados os estoques, esse índice passar a ser favorável, apresenta-se uma característica de
dependência da empresa em relação à venda de seus estoques.
Outra peculiaridade da Análise de Liquidez da Empresa A encontra-se na sua Liquidez
Corrente, que, apesar do elevado percentual de obrigações que apresenta na Análise Vertical,
é a empresa com o maior Ativo Circulante percentual, resultando em uma Liquidez Corrente
favorável.
99
Gráfico 30 – Índices de Liquidez – Empresa A
Fonte: próprio autor.
4.5.2 Empresa B
Quanto aos índices da Empresa B, observam-se índices inferiores a 1 (um) em todos
os períodos, denotando um cenário de liquidez desfavorável. Observa-se que no ano de 2013,
como também ocorreu na Empresa A, houve o auge dos índices de liquidez, que, caíram de
maneira relevante em 2014 e passam a se recuperar lentamente em seguida.
Quanto à análise comparativa dos Índices de Liquidez Seca e Liquidez Seca +
Estoques, é visível uma menor diferença nos três primeiros períodos e uma variação relevante
nos dois últimos. Essa baixa diferença se refere aos baixos estoques que, segundo a análise do
Prazo Médio de Recebimento, encontram-se defasados.
100
Gráfico 31 – Índices de Liquidez – Empresa B
Fonte: próprio autor.
4.5.3 Empresa C
A Empresa C apresenta um cenário peculiar frente às outras empresas, pois, em
relação a todos os índices, apresenta um cenário de crescimento nos três anos analisados,
alcançando índices satisfatórios, maiores que 1 (um), na Liquidez Corrente nos anos de 2013
e 2014, o que denota um cenário satisfatório no curto prazo.
Quanto ao comparativo da Liquidez Seca com a Liquidez Seca + Estoques, observa-se
também a dependência das vendas futuras dos estoques para cumprimento das obrigações, o
Índice de Liquidez Seca + Estoques torna-se satisfatório no ano de 2014.
101
Gráfico 32 – Índices de Liquidez – Empresa C
Fonte: próprio autor.
4.5.4 Empresas A, B e C
Quanto ao Índice de Liquidez Seca + Estoques é possível realizar uma variação dessa
fórmula para a análise do setor avícola de corte, ao substituir a conta de Estoques totais
apenas pela conta de Estoques de Ativos Biológicos, que, seguindo a linha de Antonik e
Müller (2008), comparar-se-ia a dependência da venda dos estoques biológicos (estoques
mais líquidos) que são aceitáveis para venda, excluindo-se os estoques de insumos que, em
um cenário de continuidade da empresa, não apresentam finalidade de venda, mas sim de
consumo no ciclo produtivo. Este índice seguiria a ideia da Liquidez Corrente de Kannitz que,
segundo Martins, Diniz e Miranda (2012), considera que existe uma parcela adequada de
Estoques que não pode ser considerada líquida. Essa análise não foi realizada devido à
ausência dessas informações na Empresa C.
Em uma análise geral, a Empresa A é a que possui os melhores Índices de Liquidez
dentro do período analisado, apesar disso, iniciou um processo de Recuperação Judicial em
2016.
102
4.6 ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL
4.6.1 Empresa A
Quanto à Estrutura Patrimonial na Empresa A, identifica-se um cenário de
Endividamento representando de 67,88% a 72,58% do total do capital, deste valor 57,53% são
obrigações de curto prazo no ano de 2015. Em 2015 o Endividamento Tradicional expõe um
cenário de R$ 2,65 de capital de terceiros para cada R$ 1,00 de capital próprio.
No que se refere à Imobilização do Capital, observa-se que a totalidade do Patrimônio
Líquido encontra-se Imobilizada (índices maiores que 1), quando analisada a Imobilização
frente aos Recursos não Correntes, encontram-se índices menores que 1 (um), indicando uma
situação em que o Patrimônio Líquido e as obrigações de longo prazo são suficientes para
financiar o Imobilizado da empresa, situação considerada ideal.
Gráfico 33 – Índices de Estrutura Patrimonial – Empresa A
Fonte: próprio autor.
4.6.2 Empresa B
Em relação à Estrutura Patrimonial, na Empresa B, identifica-se um cenário em que o
Endividamento representa de 71% a 81% do total do capital, deste valor 84,04% são
103
obrigações de curto prazo no ano de 2016. Em 2016 o Endividamento Tradicional expõe um
cenário de R$ 3,21 de capital de terceiros para cada R$ 1,00 de capital próprio.
Quanto à Imobilização do Capital, observa-se que a totalidade do Patrimônio Líquido
encontra-se Imobilizada (índices maiores que 1) da mesma forma que os recursos não
correntes, indicando uma situação em que o Imobilizado é financiado também por recursos
circulantes, afetando o Capital de Giro da empresa.
Gráfico 34 – Índices de Estrutura Patrimonial – Empresa B
Fonte: próprio autor.
4.6.3 Empresa C
No tocante ao Endividamento da Empresa C encontra-se, no ano de 2012, um
Endividamento correspondente a R$ 20,93 de capital de terceiros para cada R$ 1,00 de capital
próprio. Esse cenário é devido a um saldo de Prejuízos Acumulados constantes na conta de
Reservas de Lucros no mesmo ano, nos anos seguintes esse índice diminui, porém permanece
superior frente aos índices das demais empresas.
Os Prejuízos Acumulados em 2012 também afetam o Índice de Imobilização do
Patrimônio Líquido e o de Imobilização dos Recursos não Correntes. Quanto à Imobilização
do Patrimônio Líquido todos os períodos apresentam índices superiores a 1 (um), indicando a
incapacidade de financiamento do Imobilizado apenas com recursos próprios. O Índice de
Recursos não Correntes apresenta resultados insatisfatórios apenas no ano de 2012, em 2013 e
104
2014 esse índice passa a ser inferior a 1 (um) indicando que o Imobilizado da empresa possui
a capacidade de não precisar ser financiado com recursos circulantes e que afetem o fluxo de
caixa da empresa.
Gráfico 35 – Índices de Estrutura Patrimonial – Empresa C
Fonte: próprio autor.
4.6.4 Empresas A, B e C
Em relação aos Índices de Estrutura Patrimonial as três empresas possuem Índices de
Endividamento acima da casa dos 60% e concentrados no Ativo Circulante. Quanto à
Imobilização, nenhuma empresa apresenta indicadores de que consiga financiar seus
Imobilizados apenas com recursos próprios, apelando para capitais de terceiros,
predominantemente de longo prazo, sendo a Empresa B a única que não apresentou, em
nenhum período, Recursos não Correntes em quantidade suficiente para esse financiamento.
4.7 ÍNDICES DE ATIVIDADE
Para o cálculo de Custos dos Produtos Vendidos e de Compras Anuais a Prazo
utilizou-se, para ambas, 70% da conta Custo das Vendas, considerando a média encontrada
nas Notas Explicativas das empresas que possuíam essa informação.
105
4.7.1 Empresa A
A Empresa A apresenta um Prazo Médio de Estocagem alto, característica de
empresas que possuem Estoques Biológicos, estoques estes que possuem longo período de
desenvolvimento, que não pode ser diminuído por esforços da gestão podendo apenas
gerenciar a diminuição de estoques de Insumos. Quanto ao período de desenvolvimento, cabe
salientar que ele varia de empresa para empresa em relação à participação de cada produto
vendido frente a sua Receita Líquida. Produtos como Ovos Férteis, Pintos de um dia, Pintos
Recriados e Galetos ao Primo Canto possuem período de desenvolvimento inferior à Carne de
Frango, consequentemente influem no Prazo Médio de Estocagem.
Gráfico 36 – Índices de Atividade – Empresa A
Fonte: próprio autor.
No tocante aos Prazos Médios de Pagamento e Recebimento, é visível que ambos são
altos, porém, o Prazo de Pagamento é, no ano de 2015, 34,6 dias maior do que o Prazo de
Recebimento.
Acerca do Ciclo Operacional pode-se visualizar no Gráfico 34 os prazos, em dias, que
a empresa possui, antecipadamente, investidos na sua operação apenas para financiar o ciclo
produtivo:
106
Gráfico 37 – Ciclo Operacional – Empresa A
Fonte: próprio autor.
4.7.2 Empresa B
A Empresa B apresenta, na média, os mais baixos Prazos Médios de Recebimento,
variando entre 25,5 e 34,2 dias. Quanto ao Prazo Médio de Estocagem observa-se uma
defasagem nos anos de 2012 a 2014, com prazos inferiores a 10 dias, o que demonstra uma
incoerência nos valores de estoques não sendo compatível com a característica principal da
empresa que é a produção de carne de frango. Nos anos de 2015 e 2016, este índice encontra-
se compatível com os encontrados na Empresa C, mostrando uma regularização dos valores
de estoques.
Gráfico 38 – Índices de Atividade – Empresa B
Fonte: próprio autor.
Quanto ao Ciclo Operacional, observa-se um cenário de folga financeira nos anos de
2012 a 2014, porém este indicador perde sua validade devido à defasagem dos estoques nestes
anos.
107
Gráfico 39 – Ciclo Operacional – Empresa B
Fonte: próprio autor.
4.7.3 Empresa C
Em relação à Empresa C observam-se os menores Prazos para Pagamento, tendo esse
prazo, no ano de 2013, sido inferior ao prazo médio de recebimento, sinalizando, apenas
naquele ano, um cenário em que o prazo médio de Fornecedores não financia o prazo médio
de Clientes.
Gráfico 40 – Índices de Atividade – Empresa C
Fonte: próprio autor.
Quanto ao Ciclo Operacional, observa-se uma necessidade de lastro financeiro que
deve ser investido constantemente de forma a garantir a continuidade da operação.
108
Gráfico 41 – Ciclo Operacional – Empresa C
Fonte: próprio autor.
4.7.4 Empresas A, B e C
A análise dos Índices de Atividade reafirma a necessidade de investimento em
estoques no setor, o alto Prazo Médio de Estocagem, fruto do ciclo de vida dos Ativos
Biológicos produzidos, exige lastro financeiro para manter a operação ativa. Essa
característica deve ser também levada em consideração pela Administração quando da decisão
de aumento de produção, pois o mesmo gera aumento de estoques e aumento da necessidade
de lastro financeiro disponível para financiar esse estoque e toda a operação envolvida.
4.8 ÍNDICES DE RENTABILIDADE
4.8.1 Empresa A
No tocante à Empresa A, os Índices de Rentabilidade apresentam uma distorção no
ano de 2014 devido aos Ganhos da compra de outras empresas, porém, quando analisados os
outros anos, constata-se uma queda constante de todos os índices de Rentabilidade. Quanto à
análise do Giro do Ativo, observam-se, nesta empresa, índices inferiores às demais, isto se
deve ao porte desta empresa que possui um Ativo dezesseis vezes superior em relação à
Empresa C no ano de 2014. Esse alto valor de Ativos permite alta produção e rendimentos,
porém, o giro de todo esse Ativo torna-se mais lento devido ao alto montante.
109
Gráfico 42 – Índices de Rentabilidade – Empresa A
Fonte: próprio autor.
4.8.2 Empresa B
Em relação ao Giro do Ativo a Empresa B possui um giro superior à Empresa A,
devido a seu porte médio, apresentando um valor muito semelhante à Empresa C, de porte
semelhante.
Quanto aos Índices de Rentabilidade, não há tendência linear devido às variações que
a empresa apresenta em seu Resultado conforme analisado na análise horizontal da
Demonstração do Resultado do Exercício.
Gráfico 43 – Índices de Rentabilidade – Empresa B
Fonte: próprio autor.
110
4.8.3 Empresa C
A Empresa C possui os maiores índices de Giro do Ativo, e apresenta Índices de
Rentabilidade com tendência crescente, porém, não é possível confirmar essa tendência em
uma análise de apenas três períodos.
Quanto ao índice de Rentabilidade do Patrimônio, observa-se uma diminuição do
índice em 2014, o mesmo se deve a uma integralização de Capital Social ocorrida no mesmo
ano.
Gráfico 44 – Índices de Rentabilidade – Empresa C
Fonte: próprio autor.
4.8.4 Empresas A, B e C
Em síntese, a Análise de Rentabilidade apresenta uma característica do setor já
evidenciada na Análise Vertical do Resultado do Exercício, que são as baixas Margens
Líquidas, variando de 0,25% a 5,1% (excluindo-se o ano de 2014 da Empresa A). Essa
característica evidencia o risco do negócio, que pode passar a apresentar prejuízos em simples
falhas de gestão ou em momentos de instabilidade do mercado.
111
4.9 MODELO DINÂMICO FLEURIET
4.9.1 Empresa A
Quanto à análise do Modelo Fleuriet, a Empresa A apresenta uma situação financeira
Insatisfatória com Saldo de Tesouraria negativo, Capital de Giro e Necessidade de Capital de
Giro positivos. O fato de a NCG aumentar em ritmo superior ao CDG caracteriza que a
empresa encontra-se, em 2015, em Efeito Tesoura, quando o Saldo em Tesouraria, apesar do
aumento das Receitas, continua a cair, chegando a um valor de R$ 198.987.000,00 de saldo
negativo em Tesouraria.
Gráfico 45 – Análise do Modelo Fleuriet – Empresa A
Fonte: próprio autor.
4.9.2 Empresa B
A Empresa B apresenta uma situação financeira Péssima, pois, além do Saldo em
Tesouraria negativo, o Capital de Giro também é negativo. Isso se deve aos seus altos Ativos
Imobilizados que são financiados, em grande parte, por recursos correntes, como visto na
Análise de Estrutura de Capital.
Esta Empresa também se encontra dentro do Efeito Tesoura, pois a Necessidade de
Capital de Giro vem aumentando devido ao crescimento das operações e das Receitas, e o
Capital de Giro disponível continua caindo.
112
Gráfico 46 – Análise do Modelo Fleuriet – Empresa B
Fonte: próprio autor.
4.9.3 Empresa C
A empresa C possui um cenário diferenciado, apresentando no ano de 2012 uma
situação financeira Péssima e passando a uma situação Insatisfatória nos anos de 2013 e 2014.
Apesar desta classificação de situação financeira Insatisfatória, a empresa, no ano de
2014, não apresenta característica de Efeito Tesoura, pois seu Capital de Giro apresenta
crescimento superior à sua Necessidade de Capital de Giro, podendo indicar, um cenário de
recuperação nos anos futuros, diferente da Empresa A que possui a mesma situação financeira
e encontra-se em um estado de diminuição contínua de seu Saldo de Tesouraria.
Gráfico 47 – Análise do Modelo Fleuriet – Empresa C
Fonte: próprio autor.
113
4.9.4 Empresas A, B e C
O índice de Liquidez enfatiza a comparação entre as três empresas, quando a Empresa
B, que possui uma classificação, segundo o Modelo Fleuriet, inferior, apresenta também
índices inferiores de Liquidez. Segundo o idealizador deste índice quanto menor, pior a
liquidez.
Quando comparado este índice com os resultados da Análise de Liquidez Tradicional,
encontram-se resultados semelhantes, sendo a Empresa B a que apresenta os índices mais
baixos, a Empresa A possui os melhores índices em 2012 e 2013, e a Empresa C o melhor
índice em 2014, apresentando resultados comparativos iguais aos da Análise Tradicional de
Liquidez.
Gráfico 48 – Liquidez do Modelo Fleuriet
Fonte: próprio autor.
114
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando aspectos mercadológicos atuais, nacionais e internacionais, o segmento
avícola de corte também está sujeito a oscilações nos negócios. Desta forma, este trabalho
buscou ressaltar a relevância da análise de demonstrações como forma de auxílio para o
controle de gestão e como forma de garantir o cumprimento da função da contabilidade,
proteger o patrimônio.
Quanto à Empresa A, essa análise pode identificar uma tendência ao endividamento
que passou a afetar sua situação financeira, o que é reforçado pelo efeito tesoura da análise do
modelo Fleuriet. Em relação aos Lucros apurados em 2014, ocorre uma distorção dos dados e
dos indicadores derivados devido a origem desses valores ser caracterizada como não-
operacional.
No tocante à Empresa B, não foram encontradas tendências expressivas nos
indicadores que pudessem auxiliar em previsões futuras. Esta empresa é a que apresenta uma
pior situação econômico-financeira, sendo a mais sensível em relação aos impactos
econômicos. O fato de a empresa não possuir recursos não correntes suficientes para financiar
suas imobilizações, afetando seu fluxo de caixa no curto prazo, reflete também no Modelo
Fleuriet, que apresenta um saldo de tesouraria constantemente decrescente e em grau
expressivo. Essa situação é reforçada por uma Receita crescente e que acarreta em
crescimento da necessidade por capital de giro.
A Empresa C, possui um cenário de recuperação de sua situação financeira, seus
indicadores possuem média crescente, porém, só puderam ser analisados três períodos o que
restringe as conclusões quanto a essa empresa.
Em relação às três empresas, é notável uma manutenção do crescimento do
faturamento apesar da crise econômica. Observa-se que essas instabilidades econômicas
possuem menor impacto sobre o consumo no setor avícola de corte. Porém, sua fragilidade
financeira, comprovada no modelo Fleuriet, e seus altos custos produtivos percentuais,
abordados na análise vertical, são fatores que aumentam o seu grau de risco de operação em
épocas de incerteza econômica, quando a cotação de seus insumos pode ditar seus resultados.
Como análise do setor Avícola de Corte, pode-se, a partir da amostra, verificar, apesar
da crise nacional, a manutenção desse mercado de consumo que apresenta Receita crescente e
115
enfrenta desafios internos no controle de seus custos que demandam por ajustes positivos,
mesmo em tempos de crise, para preservar a Margem Líquida que não supera 6% da Receita
Líquida.
Até este ponto, foram satisfeitos o objetivo geral e os cinco primeiros objetivos
específicos da análise.
Quanto à importância do profissional contador, satisfazendo o último objetivo, cabe
ressaltar a necessidade de produção de demonstrações contábeis obedecendo aos
pronunciamentos técnicos, que possuam informações suficientes, claras, assertivas e
tempestivas e que propiciem diagnósticos e futuras análises.
Quanto ao papel do profissional contador como analista, deve-se ressaltar a
necessidade de buscar uma análise imparcial, adequada e sem conclusões baseadas em
indicadores isolados, relacionando causas e consequências apenas quando pertinentes, bem
fundadas e de origem incontestável.
5.1 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO
Há carência de análises de demonstrações em variados segmentos de negócios, este
trabalho focou-se no segmento avícola de corte como forma de buscar explicações e apoiar
decisões nas empresas.
A análise contribuiu para a compreensão do segmento e auxilia a contextualizar as
empresas analisadas dentro do seu segmento, quando, por exemplo, analisa-se um índice de
Prazo Médio de Estocagem superior a quarenta dias, considerado alto em diversos segmentos
e que indicaria uma má gestão de estoques, porém, neste segmento, esse prazo é considerado
normal. Essa análise também cabe às Margens Líquidas, que seriam inaceitáveis em diversos
ramos de negócios, mas que, no segmento, são, por natureza, baixas.
5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Este estudo apresentou empecilhos quanto à coleta de dados, quanto à Empresa A,
devido a um processo de recuperação judicial, não possui publicadas suas demonstrações
116
contábeis referentes ao ano de 2016. Em relação à Empresa B, não foi possível a
disponibilização de dados anteriores à 2012 devido a um sinistro ocorrido. Em relação à
Empresa C, por motivos desconhecidos, não disponibilizou dados dos períodos de 2015 e
2016.
Estas empresas foram selecionadas por terem sido as únicas a disponibilizarem suas
demonstrações, apesar do contato por telefone e e-mail, as empresas não apresentam a
característica de disponibilização de suas demonstrações. Este fato limita o estudo pois
algumas conclusões podem ser afetadas quando analisadas, em alguns períodos, apenas uma
ou duas empresas.
5.3 PESQUISAS FUTURAS
Quanto a pesquisas futuras, propõe-se a continuidade desse trabalho para
acompanhamento do setor avícola de corte. A fim de proporcionar a manutenção dessa
ferramenta de controle sugere-se buscar novamente contato com mais empresas que
disponibilizem suas demonstrações como forma de, também, se beneficiarem das informações
que essa ferramenta proporciona para a administração das empresas.
O Modelo Fleuriet não é comumente utilizado pelas empresas para avaliação de suas
demonstrações, desta forma, como pesquisa futura, sugere-se a efetivação de mais análises
com o uso desta ferramenta que, neste trabalho, mostrou-se de alta valia agregando à análise
tradicional.
117
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incidência das contribuições previdenciárias devidas pelas empresas que menciona; altera as
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122
APÊNDICE 1 – DEMONSTRAÇÕES EMPRESA A
2012 2013 2014 2015
ATIVOS 618.569 738.294 1.023.284 1.287.292
CIRCULANTE 273.599 338.507 430.479 598.327
Caixa e equivalentes 4.853 67.888 36.097 56.000
Outros investimentos 10.127 10.033 20.316 9.506
Contas a receber e outros créditos 96.359 96.590 150.808 212.055
Estoques 77.454 69.943 99.863 144.667
Ativos Biológicos 35.226 45.580 67.763 91.521
Pagamentos antecipados 4.404 5.924 5.870 10.936
Ativo fiscal corrente 45.176 42.549 49.762 73.642
NÃO CIRCULANTE 344.970 399.787 592.805 688.965
Contas a receber e outros créditos 5.779 2.916 1.811 6.775
Ativo fiscal corrente 28.127 27.954 39.510 45.295
Depósitos Judiciais 1.990 2.586 2.759 3.121
Investimentos 4.855 5.387 12.490 22.937
Ativos Biológicos 3.591 7.571 12.562 11.953
Imobilizado 262.048 314.640 458.671 531.350
Intangíveis 38.580 38.733 65.002 67.534
PASSIVO 420.602 501.170 695.596 934.368
CIRCULANTE 247.963 275.462 397.442 537.544
Fornecedores e outras contas a pagar 85.831 103.228 150.942 215.746
Empréstimos e Financiamentos 138.176 127.005 173.630 241.715
Passivo fiscal corrente 7.994 17.345 23.532 26.044
Obrigações Sociais 13.152 16.319 21.081 29.365
Adiantamentos recebidos 588 1.000 1.600 1.916
Dividendos a pagar 2.222 10.565 26.657 22.758
NÃO CIRCULANTE 172.639 225.708 298.154 396.824
Fornecedores e outras contas a pagar 14.847 23.034 40.238 18.222
Empréstimos e Financiamentos 106.969 150.372 181.554 296.110
Passivo fiscal corrente 4.661 5.156 5.865 4.916
Passivo fiscal diferido 45.853 47.146 70.391 77.470
Provisão para contingências 309 - 106 106
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 197.964 237.124 327.689 352.926
Capital Social 115.122 120.317 127.923 131.462
Ajustes de Avaliação Patrimonial 24.993 23.523 22.056 16.993
Reserva de Lucros 57.027 92.462 176.888 203.649
Outras Reservas 822 822 822 822
2012 2013 2014 2015
Receita Operacional Líquida 867.185 1.138.749 1.297.302 1.734.214
Custo das Vendas (691.656) (883.633) (1.013.583) (1.394.011)
Lucro Operacional Bruto 175.529 255.116 283.719 340.203
Despesas de Vendas (68.449) (87.227) (91.944) (108.046)
Despesas Administrativas (50.260) (72.432) (83.290) (110.088)
Outros resultados operacionais 27.660 1.353 71.213 27.617
Resultado Operacional 84.480 96.810 179.698 149.686
Resultado Não Operacional (32.186) (26.179) (24.568) (97.982)
Resultado antes dos Impostos 52.294 70.631 155.130 51.704
Impostos (8.496) (25.951) (53.832) (22.187)
Resultado do Exercício 43.798 44.680 101.298 29.517
Demonstração do Resultado do Exercício (em milhares de reais)
Balanço Patrimonial (em milhares de reais)
Empresa A
123
APÊNDICE 2 – ANÁLISE VERTICAL EMPRESA A
2012 A.V.12 2013 A.V.13 2014 A.V.14 2015 A.V.15
ATIVOS 618.569 100,0% 738.294 100,0% 1.023.284 100,0% 1.287.292 100,0%
CIRCULANTE 273.599 44,2% 338.507 45,8% 430.479 42,1% 598.327 46,5%
Caixa e equivalentes 4.853 0,8% 67.888 9,2% 36.097 3,5% 56.000 4,4%
Outros investimentos 10.127 1,6% 10.033 1,4% 20.316 2,0% 9.506 0,7%
Contas a receber e outros créditos 96.359 15,6% 96.590 13,1% 150.808 14,7% 212.055 16,5%
Estoques 77.454 12,5% 69.943 9,5% 99.863 9,8% 144.667 11,2%
Ativos Biológicos 35.226 5,7% 45.580 6,2% 67.763 6,6% 91.521 7,1%
Pagamentos antecipados 4.404 0,7% 5.924 0,8% 5.870 0,6% 10.936 0,8%
Ativo fiscal corrente 45.176 7,3% 42.549 5,8% 49.762 4,9% 73.642 5,7%
NÃO CIRCULANTE 344.970 55,8% 399.787 54,2% 592.805 57,9% 688.965 53,5%
Contas a receber e outros créditos 5.779 0,9% 2.916 0,4% 1.811 0,2% 6.775 0,5%
Ativo fiscal corrente 28.127 4,5% 27.954 3,8% 39.510 3,9% 45.295 3,5%
Depósitos Judiciais 1.990 0,3% 2.586 0,4% 2.759 0,3% 3.121 0,2%
Investimentos 4.855 0,8% 5.387 0,7% 12.490 1,2% 22.937 1,8%
Ativos Biológicos 3.591 0,6% 7.571 1,0% 12.562 1,2% 11.953 0,9%
Imobilizado 262.048 42,4% 314.640 42,6% 458.671 44,8% 531.350 41,3%
Intangíveis 38.580 6,2% 38.733 5,2% 65.002 6,4% 67.534 5,2%
PASSIVO 420.602 68,0% 501.170 67,9% 695.596 68,0% 934.368 72,6%
CIRCULANTE 247.963 40,1% 275.462 37,3% 397.442 38,8% 537.544 41,8%
Fornecedores e outras contas a pagar 85.831 13,9% 103.228 14,0% 150.942 14,8% 215.746 16,8%
Empréstimos e Financiamentos 138.176 22,3% 127.005 17,2% 173.630 17,0% 241.715 18,8%
Passivo fiscal corrente 7.994 1,3% 17.345 2,3% 23.532 2,3% 26.044 2,0%
Obrigações Sociais 13.152 2,1% 16.319 2,2% 21.081 2,1% 29.365 2,3%
Adiantamentos recebidos 588 0,1% 1.000 0,1% 1.600 0,2% 1.916 0,1%
Dividendos a pagar 2.222 0,4% 10.565 1,4% 26.657 2,6% 22.758 1,8%
NÃO CIRCULANTE 172.639 27,9% 225.708 30,6% 298.154 29,1% 396.824 30,8%
Fornecedores e outras contas a pagar 14.847 2,4% 23.034 3,1% 40.238 3,9% 18.222 1,4%
Empréstimos e Financiamentos 106.969 17,3% 150.372 20,4% 181.554 17,7% 296.110 23,0%
Passivo fiscal corrente 4.661 0,8% 5.156 0,7% 5.865 0,6% 4.916 0,4%
Passivo fiscal diferido 45.853 7,4% 47.146 6,4% 70.391 6,9% 77.470 6,0%
Provisão para contingências 309 0,0% - 0,0% 106 0,0% 106 0,0%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 197.242 31,9% 231.207 31,3% 314.166 30,7% 335.864 26,1%
Capital Social 114.400 18,5% 114.400 15,5% 114.400 11,2% 114.400 8,9%
Ajustes de Avaliação Patrimonial 24.993 4,0% 23.523 3,2% 22.056 2,2% 16.993 1,3%
Reserva de Lucros 57.027 9,2% 92.462 12,5% 176.888 17,3% 203.649 15,8%
Outras Reservas 822 0,1% 822 0,1% 822 0,1% 822 0,1%
2012 A.V.12 2013 A.V.13 2014 A.V.14 2015 A.V.15
Receita Operacional Líquida 867.185 100,0% 1.138.749 100,0% 1.297.302 100,0% 1.734.214 100,0%
Custo das Vendas (691.656) 79,8% (883.633) 77,6% (1.013.583) 78,1% (1.394.011) 80,4%
Lucro Operacional Bruto 175.529 20,2% 255.116 22,4% 283.719 21,9% 340.203 19,6%
Despesas de Vendas (68.449) 7,9% (87.227) 7,7% (91.944) 7,1% (108.046) 6,2%
Despesas Administrativas (50.260) 5,8% (72.432) 6,4% (83.290) 6,4% (110.088) 6,3%
Outros resultados operacionais 27.660 3,2% 1.353 0,1% 71.213 5,5% 27.617 1,6%
Resultado Operacional 84.480 9,7% 96.810 8,5% 179.698 13,9% 149.686 8,6%
Resultado Não Operacional (32.186) 3,7% (26.179) 2,3% (24.568) 1,9% (97.982) 5,6%
Resultado antes dos Impostos 52.294 6,0% 70.631 6,2% 155.130 12,0% 51.704 3,0%
Impostos (8.496) 1,0% (25.951) 2,3% (53.832) 4,1% (22.187) 1,3%
Resultado do Exercício 43.798 5,1% 44.680 3,9% 101.298 7,8% 29.517 1,7%
Demonstração do Resultado do Exercício (em milhares de reais)
Empresa A
Balanço Patrimonial (em milhares de reais)
124
APÊNDICE 3 – ANÁLISE HORIZONTAL EMPRESA A
2012 A.H.-> 2013 A.H.-> 2014 A.H.-> 2015
ATIVOS 618.569 19,36% 738.294 38,60% 1.023.284 25,80% 1.287.292
CIRCULANTE 273.599 23,72% 338.507 27,17% 430.479 38,99% 598.327
Caixa e equivalentes 4.853 1298,89% 67.888 -46,83% 36.097 55,14% 56.000
Outros investimentos 10.127 -0,93% 10.033 102,49% 20.316 -53,21% 9.506
Contas a receber e outros créditos 96.359 0,24% 96.590 56,13% 150.808 40,61% 212.055
Estoques 77.454 -9,70% 69.943 42,78% 99.863 44,87% 144.667
Ativos Biológicos 35.226 29,39% 45.580 48,67% 67.763 35,06% 91.521
Pagamentos antecipados 4.404 34,51% 5.924 -0,91% 5.870 86,30% 10.936
Ativo fiscal corrente 45.176 -5,82% 42.549 16,95% 49.762 47,99% 73.642
NÃO CIRCULANTE 344.970 15,89% 399.787 48,28% 592.805 16,22% 688.965
Contas a receber e outros créditos 5.779 -49,54% 2.916 -37,89% 1.811 274,10% 6.775
Ativo fiscal corrente 28.127 -0,62% 27.954 41,34% 39.510 14,64% 45.295
Depósitos Judiciais 1.990 29,95% 2.586 6,69% 2.759 13,12% 3.121
Investimentos 4.855 10,96% 5.387 131,85% 12.490 83,64% 22.937
Ativos Biológicos 3.591 110,83% 7.571 65,92% 12.562 -4,85% 11.953
Imobilizado 262.048 20,07% 314.640 45,78% 458.671 15,85% 531.350
Intangíveis 38.580 0,40% 38.733 67,82% 65.002 3,90% 67.534
PASSIVO 420.602 19,16% 501.170 38,79% 695.596 34,33% 934.368
CIRCULANTE 247.963 11,09% 275.462 44,28% 397.442 35,25% 537.544
Fornecedores e outras contas a pagar 85.831 20,27% 103.228 46,22% 150.942 42,93% 215.746
Empréstimos e Financiamentos 138.176 -8,08% 127.005 36,71% 173.630 39,21% 241.715
Passivo fiscal corrente 7.994 116,98% 17.345 35,67% 23.532 10,67% 26.044
Obrigações Sociais 13.152 24,08% 16.319 29,18% 21.081 39,30% 29.365
Adiantamentos recebidos 588 70,07% 1.000 60,00% 1.600 19,75% 1.916
Dividendos a pagar 2.222 375,47% 10.565 152,31% 26.657 -14,63% 22.758
NÃO CIRCULANTE 172.639 30,74% 225.708 32,10% 298.154 33,09% 396.824
Fornecedores e outras contas a pagar 14.847 55,14% 23.034 74,69% 40.238 -54,71% 18.222
Empréstimos e Financiamentos 106.969 40,58% 150.372 20,74% 181.554 63,10% 296.110
Passivo fiscal corrente 4.661 10,62% 5.156 13,75% 5.865 -16,18% 4.916
Passivo fiscal diferido 45.853 2,82% 47.146 49,30% 70.391 10,06% 77.470
Provisão para contingências 309 -100,00% - 0,00% 106 0,00% 106
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 197.242 17,22% 231.207 35,88% 314.166 6,91% 335.864
Capital Social 114.400 0,00% 114.400 0,00% 114.400 0,00% 114.400
Ajustes de Avaliação Patrimonial 24.993 -5,88% 23.523 -6,24% 22.056 -22,96% 16.993
Reserva de Lucros 57.027 62,14% 92.462 91,31% 176.888 15,13% 203.649
Outras Reservas 822 0,00% 822 0,00% 822 0,00% 822
2012 A.H.-> 2013 A.H.-> 2014 A.H.-> 2015
Receita Operacional Líquida 867.185 31,32% 1.138.749 13,92% 1.297.302 33,68% 1.734.214
Custo das Vendas (691.656) 27,76% (883.633) 14,71% (1.013.583) 37,53% (1.394.011)
Lucro Operacional Bruto 175.529 45,34% 255.116 11,21% 283.719 19,91% 340.203
Despesas de Vendas (68.449) 27,43% (87.227) 5,41% (91.944) 17,51% (108.046)
Despesas Administrativas (50.260) 44,11% (72.432) 14,99% (83.290) 32,17% (110.088)
Outros resultados operacionais 27.660 -95,11% 1.353 5163,34% 71.213 -61,22% 27.617
Resultado Operacional 84.480 14,60% 96.810 85,62% 179.698 -16,70% 149.686
Resultado Não Operacional (32.186) -18,66% (26.179) -6,15% (24.568) 298,82% (97.982)
Resultado antes dos Impostos 52.294 35,07% 70.631 119,63% 155.130 -66,67% 51.704
Impostos (8.496) 205,45% (25.951) 107,44% (53.832) -58,78% (22.187)
Resultado do Exercício 43.798 2,01% 44.680 126,72% 101.298 -70,86% 29.517
Demonstração do Resultado do Exercício (em milhares de reais)
Empresa A
Balanço Patrimonial (em milhares de reais)
125
APÊNDICE 4 – RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL SEGUNDO O
MODELO FLEURIET EMPRESA A
2012 2013 2014 2015
Ativo 618.569 738.294 1.023.284 1.287.292
Financeiro/Errático 14.980 77.921 56.413 65.506
Caixa e equivalentes 4.853 67.888 36.097 56.000
Outros investimentos 10.127 10.033 20.316 9.506
Operacional/Cíclico 258.619 260.586 374.066 532.821
Contas a receber e outros créditos 96.359 96.590 150.808 212.055
Estoques 77.454 69.943 99.863 144.667
Ativos Biológicos 35.226 45.580 67.763 91.521
Pagamentos antecipados 4.404 5.924 5.870 10.936
Ativo fiscal corrente 45.176 42.549 49.762 73.642
Não Circulante 344.970 399.787 592.805 688.965
Contas a receber e outros créditos 5.779 2.916 1.811 6.775
Ativo fiscal corrente 28.127 27.954 39.510 45.295
Depósitos Judiciais 1.990 2.586 2.759 3.121
Investimentos 4.855 5.387 12.490 22.937
Ativos Biológicos 3.591 7.571 12.562 11.953
Imobilizado 262.048 314.640 458.671 531.350
Intangíveis 38.580 38.733 65.002 67.534
Passivo 618.566 738.294 1.023.285 1.287.294
Financeiro/Errático 140.398 137.570 200.287 264.473
Empréstimos e Financiamentos 138.176 127.005 173.630 241.715
Dividendos a pagar 2.222 10.565 26.657 22.758
Operacional/Cíclico 107.565 137.892 197.155 273.071
Fornecedores e outras contas a pagar 85.831 103.228 150.942 215.746
Passivo fiscal corrente 7.994 17.345 23.532 26.044
Obrigações Sociais 13.152 16.319 21.081 29.365
Adiantamentos recebidos 588 1.000 1.600 1.916
Não Circulante 370.603 462.832 625.843 749.750
Fornecedores e outras contas a pagar 14.847 23.034 40.238 18.222
Empréstimos e Financiamentos 106.969 150.372 181.554 296.110
Passivo fiscal corrente 4.661 5.156 5.865 4.916
Passivo fiscal diferido 45.853 47.146 70.391 77.470
Provisão para contingências 309 - 106 106
Capital Social 115.122 120.317 127.923 131.462
Ajustes de Avaliação Patrimonial 24.993 23.523 22.056 16.993
Reserva de Lucros 57.027 92.462 176.888 203.649
Outras Reservas 822 822 822 822
Empresa A
Reclassificação do Balanço Patrimonial - Método Fleuriet
126
APÊNDICE 5 – DEMONSTRAÇÕES EMPRESA B
2012 2013 2014 2015 2016
ATIVOS 28.202.762 38.914.187 47.278.774 60.959.317 68.511.748
CIRCULANTE 10.181.312 15.850.187 15.760.280 24.103.471 30.101.439
Caixa e equivalentes 468.941 1.124.843 614.457 803.525 140.141
Outros investimentos 176.997 1.702.626 265.683 909.207 2.176.724
Contas a receber e outros créditos 7.591.111 8.700.424 9.635.281 11.263.048 14.116.836
Estoques 321.256 1.145.597 1.260.695 4.980.159 8.056.834
Ativos Biológicos 380.426 606.677 329.796 3.667.896 3.012.785
Pagamentos antecipados 209.331 960.638 1.806.481 777.533 1.521.337
Ativo fiscal corrente 1.033.251 1.609.383 1.847.887 1.702.102 1.076.781
NÃO CIRCULANTE 18.021.450 23.064.000 31.518.494 36.855.846 38.410.309
Contas a receber e outros créditos - - - - -
Ativo fiscal corrente - - - 153.786 115.958
Depósitos Judiciais - - - - -
Investimentos - - 94.554 105.315 237.674
Ativos Biológicos 2.737.197 1.217.212 2.446.262 3.198.041 6.697.518
Imobilizado 15.284.253 21.846.787 28.977.679 33.336.505 31.309.448
Intangíveis - - - 62.198 49.712
PASSIVO 22.837.075 27.624.995 36.035.833 47.210.469 52.226.631
CIRCULANTE 19.979.628 18.606.089 29.087.405 36.512.864 43.889.020
Fornecedores e outras contas a pagar 7.073.821 8.273.792 9.041.551 13.075.577 16.188.333
Empréstimos e Financiamentos 11.336.199 8.272.515 16.624.153 16.745.299 21.774.398
Passivo fiscal corrente 670.914 677.304 706.910 1.813.446 1.338.700
Obrigações Sociais 889.070 1.024.919 1.317.248 2.668.677 2.845.694
Adiantamentos recebidos 9.626 357.560 28.808 22.645 142.782
Dividendos a pagar - - 1.368.735 2.187.220 1.599.111
NÃO CIRCULANTE 2.857.447 9.018.906 6.948.428 10.697.604 8.337.611
Fornecedores e outras contas a pagar - - - - 57.880
Empréstimos e Financiamentos 2.857.447 9.018.906 6.948.428 10.697.604 8.279.731
Passivo fiscal corrente - - - - -
Passivo fiscal diferido - - - - -
Provisão para contingências - - - - -
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.365.688 11.289.192 11.242.941 13.748.848 16.285.117
Capital Social 1.180.000 1.180.000 1.180.000 1.180.000 1.180.000
Ajustes de Avaliação Patrimonial 3.060.189 2.899.496 2.739.223 2.261.390 2.102.350
Reserva de Lucros 1.125.499 7.209.696 7.323.718 10.307.459 13.002.767
Outras Reservas - - - -
2012 2013 2014 2015 2016
Receita Operacional Líquida 80.971.849 116.226.623 128.083.690 161.052.979 187.727.616
Custo das Vendas (74.312.256) (99.577.298) (115.866.609) (143.624.721) (167.137.557)
Lucro Operacional Bruto 6.659.593 16.649.325 12.217.081 17.428.258 20.590.059
Despesas de Vendas (1.219.432) (3.753.504) (4.883.481) (4.844.486) (6.604.404)
Despesas Administrativas (1.595.959) (1.925.626) (2.167.033) (2.419.423) (2.357.029)
Outros resultados operacionais (1.884.823) (2.024.274) (2.818.562) (3.650.075) (5.235.597)
Resultado Operacional 1.959.380 8.945.921 2.348.005 6.514.273 6.393.029
Resultado Não Operacional (466.304) 59.914 45.461 176.000 0
Resultado antes dos Impostos 1.493.075 9.005.835 2.393.466 6.690.273 6.393.029
Impostos (602.250) (3.082.330) (856.126) (2.346.624) (2.257.433)
Resultado do Exercício 890.826 5.923.506 1.537.340 4.343.649 4.135.596
Balanço Patrimonial (em reais)
Demonstração do Resultado do Exercício (em reais)
Empresa B
127
APÊNDICE 6 – ANÁLISE VERTICAL EMPRESA B
2012 A.V.12 2013 A.V.13 2014 A.V.14 2015 A.V.15 2016 A.V.16
ATIVOS 28.202.762 100,0% 38.914.187 100,0% 47.278.774 100,0% 60.959.317 100,0% 68.511.748 100,0%
CIRCULANTE 10.181.312 36,1% 15.850.187 40,7% 15.760.280 33,3% 24.103.471 39,5% 30.101.439 43,9%
Caixa e equivalentes 468.941 1,7% 1.124.843 2,9% 614.457 1,3% 803.525 1,3% 140.141 0,2%
Outros investimentos 176.997 0,6% 1.702.626 4,4% 265.683 0,6% 909.207 1,5% 2.176.724 3,2%
Contas a receber e outros créditos 7.591.111 26,9% 8.700.424 22,4% 9.635.281 20,4% 11.263.048 18,5% 14.116.836 20,6%
Estoques 321.256 1,1% 1.145.597 2,9% 1.260.695 2,7% 4.980.159 8,2% 8.056.834 11,8%
Ativos Biológicos 380.426 1,3% 606.677 1,6% 329.796 0,7% 3.667.896 6,0% 3.012.785 4,4%
Pagamentos antecipados 209.331 0,7% 960.638 2,5% 1.806.481 3,8% 777.533 1,3% 1.521.337 2,2%
Ativo fiscal corrente 1.033.251 3,7% 1.609.383 4,1% 1.847.887 3,9% 1.702.102 2,8% 1.076.781 1,6%
NÃO CIRCULANTE 18.021.450 63,9% 23.064.000 59,3% 31.518.494 66,7% 36.855.846 60,5% 38.410.309 56,1%
Ativo fiscal corrente - 0,0% - 0,0% - 0,0% 153.786 0,3% 115.958 0,2%
Investimentos - 0,0% - 0,0% 94.554 0,2% 105.315 0,2% 237.674 0,3%
Ativos Biológicos 2.737.197 9,7% 1.217.212 3,1% 2.446.262 5,2% 3.198.041 5,2% 6.697.518 9,8%
Imobilizado 15.284.253 54,2% 21.846.787 56,1% 28.977.679 61,3% 33.336.505 54,7% 31.309.448 45,7%
Intangíveis - 0,0% - 0,0% - 0,0% 62.198 0,1% 49.712 0,1%
PASSIVO 22.837.075 81,0% 27.624.995 71,0% 36.035.833 76,2% 47.210.469 77,4% 52.226.631 76,2%
CIRCULANTE 19.979.628 70,8% 18.606.089 47,8% 29.087.405 61,5% 36.512.864 59,9% 43.889.020 64,1%
Fornecedores e outras contas a pagar 7.073.821 25,1% 8.273.792 21,3% 9.041.551 19,1% 13.075.577 21,4% 16.188.333 23,6%
Empréstimos e Financiamentos 11.336.199 40,2% 8.272.515 21,3% 16.624.153 35,2% 16.745.299 27,5% 21.774.398 31,8%
Passivo fiscal corrente 670.914 2,4% 677.304 1,7% 706.910 1,5% 1.813.446 3,0% 1.338.700 2,0%
Obrigações Sociais 889.070 3,2% 1.024.919 2,6% 1.317.248 2,8% 2.668.677 4,4% 2.845.694 4,2%
Adiantamentos recebidos 9.626 0,0% 357.560 0,9% 28.808 0,1% 22.645 0,0% 142.782 0,2%
Dividendos a pagar - 0,0% - 0,0% 1.368.735 2,9% 2.187.220 3,6% 1.599.111 2,3%
NÃO CIRCULANTE 2.857.447 10,1% 9.018.906 23,2% 6.948.428 14,7% 10.697.604 17,5% 8.337.611 12,2%
Fornecedores e outras contas a pagar - 0,0% - 0,0% - 0,0% - 0,0% 57.880 0,1%
Empréstimos e Financiamentos 2.857.447 10,1% 9.018.906 23,2% 6.948.428 14,7% 10.697.604 17,5% 8.279.731 12,1%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.365.688 19,0% 11.289.192 29,0% 11.242.941 23,8% 13.748.848 22,6% 16.285.117 23,8%
Capital Social 1.180.000 4,2% 1.180.000 3,0% 1.180.000 2,5% 1.180.000 1,9% 1.180.000 1,7%
Ajustes de Avaliação Patrimonial 3.060.189 10,9% 2.899.496 7,5% 2.739.223 5,8% 2.261.390 3,7% 2.102.350 3,1%
Reserva de Lucros 1.125.499 4,0% 7.209.696 18,5% 7.323.718 15,5% 10.307.459 16,9% 13.002.767 19,0%
2012 A.V.12 2013 A.V.13 2014 A.V.14 2015 A.V.15 2016 A.V.16
Receita Operacional Líquida 80.971.849 100,0% 116.226.623 100,0% 128.083.690 100,0% 161.052.979 100,0% 187.727.616 100,0%
Custo das Vendas (74.312.256) 91,8% (99.577.298) 85,7% (115.866.609) 90,5% (143.624.721) 89,2% (167.137.557) 89,0%
Lucro Operacional Bruto 6.659.593 8,2% 16.649.325 14,3% 12.217.081 9,5% 17.428.258 10,8% 20.590.059 11,0%
Despesas de Vendas (1.219.432) 1,5% (3.753.504) 3,2% (4.883.481) 3,8% (4.844.486) 3,0% (6.604.404) 3,5%
Despesas Administrativas (1.595.959) 2,0% (1.925.626) 1,7% (2.167.033) 1,7% (2.419.423) 1,5% (2.357.029) 1,3%
Outros resultados operacionais (1.884.823) 2,3% (2.024.274) 1,7% (2.818.562) 2,2% (3.650.075) 2,3% (5.235.597) 2,8%
Resultado Operacional 1.959.380 2,4% 8.945.921 7,7% 2.348.005 1,8% 6.514.273 4,0% 6.393.029 3,4%
Resultado Não Operacional (466.304) 0,6% 59.914 0,1% 45.461 0,0% 176.000 0,1% 0 0,0%
Resultado antes dos Impostos 1.493.075 1,8% 9.005.835 7,7% 2.393.466 1,9% 6.690.273 4,2% 6.393.029 3,4%
Impostos (602.250) 0,7% (3.082.330) 2,7% (856.126) 0,7% (2.346.624) 1,5% (2.257.433) 1,2%
Resultado do Exercício 890.826 1,1% 5.923.506 5,1% 1.537.340 1,2% 4.343.649 2,7% 4.135.596 2,2%
Demonstração do Resultado do Exercício (em reais)
Empresa B
Balanço Patrimonial (em reais)
128
APÊNDICE 7 – ANÁLISE HORIZONTAL EMPRESA B
2012 A.H.-> 2013 A.H.-> 2014 A.H.-> 2015 A.H.-> 2016
ATIVOS 28.202.762 37,98% 38.914.187 21,49% 47.278.774 28,94% 60.959.317 12,39% 68.511.748
CIRCULANTE 10.181.312 55,68% 15.850.187 -0,57% 15.760.280 52,94% 24.103.471 24,88% 30.101.439
Caixa e equivalentes 468.941 139,87% 1.124.843 -45,37% 614.457 30,77% 803.525 -82,56% 140.141
Outros investimentos 176.997 861,95% 1.702.626 -84,40% 265.683 242,21% 909.207 139,41% 2.176.724
Contas a receber e outros créditos 7.591.111 14,61% 8.700.424 10,74% 9.635.281 16,89% 11.263.048 25,34% 14.116.836
Estoques 321.256 256,60% 1.145.597 10,05% 1.260.695 295,03% 4.980.159 61,78% 8.056.834
Ativos Biológicos 380.426 59,47% 606.677 -45,64% 329.796 1012,17% 3.667.896 -17,86% 3.012.785
Pagamentos antecipados 209.331 358,91% 960.638 88,05% 1.806.481 -56,96% 777.533 95,66% 1.521.337
Ativo fiscal corrente 1.033.251 55,76% 1.609.383 14,82% 1.847.887 -7,89% 1.702.102 -36,74% 1.076.781
NÃO CIRCULANTE 18.021.450 27,98% 23.064.000 36,66% 31.518.494 16,93% 36.855.846 4,22% 38.410.309
Ativo fiscal corrente - - - 153.786 -24,60% 115.958
Investimentos - - 94.554 11,38% 105.315 125,68% 237.674
Ativos Biológicos 2.737.197 -55,53% 1.217.212 100,97% 2.446.262 30,73% 3.198.041 109,43% 6.697.518
Imobilizado 15.284.253 42,94% 21.846.787 32,64% 28.977.679 15,04% 33.336.505 -6,08% 31.309.448
Intangíveis - - - 62.198 -20,08% 49.712
PASSIVO 22.837.075 20,97% 27.624.995 30,45% 36.035.833 31,01% 47.210.469 10,63% 52.226.631
CIRCULANTE 19.979.628 -6,87% 18.606.089 56,33% 29.087.405 25,53% 36.512.864 20,20% 43.889.020
Fornecedores e outras contas a pagar 7.073.821 16,96% 8.273.792 9,28% 9.041.551 44,62% 13.075.577 23,81% 16.188.333
Empréstimos e Financiamentos 11.336.199 -27,03% 8.272.515 100,96% 16.624.153 0,73% 16.745.299 30,03% 21.774.398
Passivo fiscal corrente 670.914 0,95% 677.304 4,37% 706.910 156,53% 1.813.446 -26,18% 1.338.700
Obrigações Sociais 889.070 15,28% 1.024.919 28,52% 1.317.248 102,59% 2.668.677 6,63% 2.845.694
Adiantamentos recebidos 9.626 3614,66% 357.560 -91,94% 28.808 -21,39% 22.645 530,53% 142.782
Dividendos a pagar - - 1.368.735 59,80% 2.187.220 -26,89% 1.599.111
NÃO CIRCULANTE 2.857.447 215,63% 9.018.906 -22,96% 6.948.428 53,96% 10.697.604 -22,06% 8.337.611
Fornecedores e outras contas a pagar - - - - 57.880
Empréstimos e Financiamentos 2.857.447 215,63% 9.018.906 -22,96% 6.948.428 53,96% 10.697.604 -22,60% 8.279.731
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5.365.688 110,40% 11.289.192 -0,41% 11.242.941 22,29% 13.748.848 18,45% 16.285.117
Capital Social 1.180.000 0,00% 1.180.000 0,00% 1.180.000 0,00% 1.180.000 0,00% 1.180.000
Ajustes de Avaliação Patrimonial 3.060.189 -5,25% 2.899.496 -5,53% 2.739.223 -17,44% 2.261.390 -7,03% 2.102.350
Reserva de Lucros 1.125.499 540,58% 7.209.696 1,58% 7.323.718 40,74% 10.307.459 26,15% 13.002.767
2012 A.H.-> 2013 A.H.-> 2014 A.H.-> 2015 A.H.-> 2016
Receita Operacional Líquida 80.971.849 43,54% 116.226.623 10,20% 128.083.690 25,74% 161.052.979 16,56% 187.727.616
Custo das Vendas (74.312.256) 34,00% (99.577.298) 16,36% (115.866.609) 23,96% (143.624.721) 16,37% (167.137.557)
Lucro Operacional Bruto 6.659.593 150,01% 16.649.325 -26,62% 12.217.081 42,65% 17.428.258 18,14% 20.590.059
Despesas de Vendas (1.219.432) 207,81% (3.753.504) 30,10% (4.883.481) -0,80% (4.844.486) 36,33% (6.604.404)
Despesas Administrativas (1.595.959) 20,66% (1.925.626) 12,54% (2.167.033) 11,65% (2.419.423) -2,58% (2.357.029)
Outros resultados operacionais (1.884.823) 7,40% (2.024.274) 39,24% (2.818.562) 29,50% (3.650.075) 43,44% (5.235.597)
Resultado Operacional 1.959.380 356,57% 8.945.921 -73,75% 2.348.005 177,44% 6.514.273 -1,86% 6.393.029
Resultado Não Operacional (466.304) 112,85% 59.914 -24,12% 45.461 287,14% 176.000 -100,00% 0
Resultado antes dos Impostos 1.493.075 503,17% 9.005.835 -73,42% 2.393.466 179,52% 6.690.273 -4,44% 6.393.029
Impostos (602.250) 411,80% (3.082.330) -72,22% (856.126) 174,10% (2.346.624) -3,80% (2.257.433)
Resultado do Exercício 890.826 564,95% 5.923.506 -74,05% 1.537.340 182,54% 4.343.649 -4,79% 4.135.596
Demonstração do Resultado do Exercício (em reais)
Empresa B
Balanço Patrimonial (em reais)
129
APÊNDICE 8 – RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL SEGUNDO O
MODELO FLEURIET EMPRESA B
2012 2013 2014 2015 2016
Ativo 28.202.762 38.914.187 47.278.774 60.959.317 68.511.748
Financeiro/Errático 645.938 2.827.469 880.140 1.712.732 2.316.866
Caixa e equivalentes 468.941 1.124.843 614.457 803.525 140.141
Outros investimentos 176.997 1.702.626 265.683 909.207 2.176.724
Operacional/Cíclico 9.535.374 13.022.718 14.880.139 22.390.739 27.784.573
Contas a receber e outros créditos 7.591.111 8.700.424 9.635.281 11.263.048 14.116.836
Estoques 321.256 1.145.597 1.260.695 4.980.159 8.056.834
Ativos Biológicos 380.426 606.677 329.796 3.667.896 3.012.785
Pagamentos antecipados 209.331 960.638 1.806.481 777.533 1.521.337
Ativo fiscal corrente 1.033.251 1.609.383 1.847.887 1.702.102 1.076.781
Não Circulante 18.021.450 23.064.000 31.518.494 36.855.846 38.410.309
Contas a receber e outros créditos - - - - -
Ativo fiscal corrente - - - 153.786 115.958
Depósitos Judiciais - - - - -
Investimentos - - 94.554 105.315 237.674
Ativos Biológicos 2.737.197 1.217.212 2.446.262 3.198.041 6.697.518
Imobilizado 15.284.253 21.846.787 28.977.679 33.336.505 31.309.448
Intangíveis - - - 62.198 49.712
Passivo 28.202.763 38.914.187 47.278.774 60.959.317 68.511.748
Financeiro/Errático 11.336.199 8.272.515 17.992.888 18.932.519 23.373.509
Empréstimos e Financiamentos 11.336.199 8.272.515 16.624.153 16.745.299 21.774.398
Dividendos a pagar - - 1.368.735 2.187.220 1.599.111
Operacional/Cíclico 8.643.430 10.333.575 11.094.517 17.580.345 20.515.511
Fornecedores e outras contas a pagar 7.073.821 8.273.792 9.041.551 13.075.577 16.188.333
Passivo fiscal corrente 670.914 677.304 706.910 1.813.446 1.338.700
Obrigações Sociais 889.070 1.024.919 1.317.248 2.668.677 2.845.694
Adiantamentos recebidos 9.626 357.560 28.808 22.645 142.782
Não Circulante 8.223.135 20.308.097 18.191.369 24.446.453 24.622.728
Fornecedores e outras contas a pagar - - - - 57.880
Empréstimos e Financiamentos 2.857.447 9.018.906 6.948.428 10.697.604 8.279.731
Passivo fiscal corrente - - - - -
Passivo fiscal diferido - - - - -
Provisão para contingências - - - - -
Capital Social 1.180.000 1.180.000 1.180.000 1.180.000 1.180.000
Ajustes de Avaliação Patrimonial 3.060.189 2.899.496 2.739.223 2.261.390 2.102.350
Reserva de Lucros 1.125.499 7.209.696 7.323.718 10.307.459 13.002.767
Outras Reservas - - - - -
Empresa B
Reclassificação do Balanço Patrimonial - Método Fleuriet
130
APÊNDICE 9 – DEMONSTRAÇÕES EMPRESA C
2012 2013 2014
ATIVOS 39.832 52.386 64.677
CIRCULANTE 26.325 35.423 45.849
Caixa e equivalentes 822 4.946 9.267
Outros investimentos - -
Contas a receber e outros créditos 8.497 16.012 18.645
Estoques 11.129 8.758 11.772
Ativos Biológicos - - -
Pagamentos antecipados 812 774 712
Ativo fiscal corrente 5.065 4.933 5.453
NÃO CIRCULANTE 13.507 16.963 18.828
Contas a receber e outros créditos - - 407
Ativo fiscal corrente 527 654 716
Depósitos Judiciais 3 3 59
Investimentos 143 177 202
Ativos Biológicos - - -
Imobilizado 12.834 16.129 17.444
Intangíveis - - -
PASSIVO 38.016 46.246 53.061
CIRCULANTE 32.384 35.364 40.551
Fornecedores e outras contas a pagar 11.331 9.466 15.256
Empréstimos e Financiamentos 18.319 22.575 20.327
Passivo fiscal corrente 806 959 1.235
Obrigações Sociais 1.928 2.256 2.852
Adiantamentos recebidos - - -
Dividendos a pagar - 108 881
NÃO CIRCULANTE 5.632 10.882 12.510
Fornecedores e outras contas a pagar - - -
Empréstimos e Financiamentos 4.946 9.981 11.385
Passivo fiscal corrente - - -
Passivo fiscal diferido 686 901 1.125
Provisão para contingências - - -
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.816 6.140 11.616
Capital Social 3.050 3.050 4.900
Ajustes de Avaliação Patrimonial 627 627 627
Reserva de Lucros (2.154) 2.055 5.769
Outras Reservas 293 408 320
2012 2013 2014
Receita Operacional Líquida 130.797 168.398 196.061
Custo das Vendas (116.721) (144.058) (165.494)
Lucro Operacional Bruto 14.076 24.340 30.567
Despesas de Vendas (8.870) (11.070) (15.318)
Despesas Administrativas (2.901) (3.567) (4.429)
Outros resultados operacionais 233 (1.526) (665)
Resultado Operacional 2.538 8.177 10.155
Resultado Não Operacional (2.069) (2.281) (1.698)
Resultado antes dos Impostos 469 5.896 8.457
Impostos (136) (1.465) (2.065)
Resultado do Exercício 333 4.431 6.392
Demonstração do Resultado do Exercício (em milhares de reais)
Empresa C
Balanço Patrimonial (em milhares de reais)
131
APÊNDICE 10 – ANÁLISE VERTICAL EMPRESA C
2012 A.V.12 2013 A.V.13 2014 A.V.14
ATIVOS 39.832 100,0% 52.386 100,0% 64.677 100,0%
CIRCULANTE 26.325 66,1% 35.423 67,6% 45.849 70,9%
Caixa e equivalentes 822 2,1% 4.946 9,4% 9.267 14,3%
Contas a receber e outros créditos 8.497 21,3% 16.012 30,6% 18.645 28,8%
Estoques 11.129 27,9% 8.758 16,7% 11.772 18,2%
Pagamentos antecipados 812 2,0% 774 1,5% 712 1,1%
Ativo fiscal corrente 5.065 12,7% 4.933 9,4% 5.453 8,4%
NÃO CIRCULANTE 13.507 33,9% 16.963 32,4% 18.828 29,1%
Contas a receber e outros créditos - 0,0% - 0,0% 407 0,6%
Ativo fiscal corrente 527 1,3% 654 1,2% 716 1,1%
Depósitos Judiciais 3 0,0% 3 0,0% 59 0,1%
Investimentos 143 0,4% 177 0,3% 202 0,3%
Imobilizado 12.834 32,2% 16.129 30,8% 17.444 27,0%
PASSIVO 38.016 95,4% 46.246 88,3% 53.061 82,0%
CIRCULANTE 32.384 81,3% 35.364 67,5% 40.551 62,7%
Fornecedores e outras contas a pagar 11.331 28,4% 9.466 18,1% 15.256 23,6%
Empréstimos e Financiamentos 18.319 46,0% 22.575 43,1% 20.327 31,4%
Passivo fiscal corrente 806 2,0% 959 1,8% 1.235 1,9%
Obrigações Sociais 1.928 4,8% 2.256 4,3% 2.852 4,4%
Dividendos a pagar - 0,0% 108 0,2% 881 1,4%
NÃO CIRCULANTE 5.632 14,1% 10.882 20,8% 12.510 19,3%
Empréstimos e Financiamentos 4.946 12,4% 9.981 19,1% 11.385 17,6%
Passivo fiscal diferido 686 1,7% 901 1,7% 1.125 1,7%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.816 4,6% 6.140 11,7% 11.616 18,0%
Capital Social 3.050 7,7% 3.050 5,8% 4.900 7,6%
Ajustes de Avaliação Patrimonial 627 1,6% 627 1,2% 627 1,0%
Reserva de Lucros (2.154) -5,4% 2.055 3,9% 5.769 8,9%
Outras Reservas 293 0,7% 408 0,8% 320 0,5%
2012 A.V.12 2013 A.V.13 2014 A.V.14
Receita Operacional Líquida 130.797 100,0% 168.398 100,0% 196.061 100,0%
Custo das Vendas (116.721) 89,2% (144.058) 85,5% (165.494) 84,4%
Lucro Operacional Bruto 14.076 10,8% 24.340 14,5% 30.567 15,6%
Despesas de Vendas (8.870) 6,8% (11.070) 6,6% (15.318) 7,8%
Despesas Administrativas (2.901) 2,2% (3.567) 2,1% (4.429) 2,3%
Outros resultados operacionais 233 -0,2% (1.526) 0,9% (665) 0,3%
Resultado Operacional 2.538 1,9% 8.177 4,9% 10.155 5,2%
Resultado Não Operacional (2.069) 1,6% (2.281) 1,4% (1.698) 0,9%
Resultado antes dos Impostos 469 0,4% 5.896 3,5% 8.457 4,3%
Impostos (136) 0,1% (1.465) 0,9% (2.065) 1,1%
Resultado do Exercício 333 0,3% 4.431 2,6% 6.392 3,3%
Demonstração do Resultado do Exercício (em milhares de reais)
Empresa C
Balanço Patrimonial (em milhares de reais)
132
APÊNDICE 11 – ANÁLISE HORIZONTAL EMPRESA C
2012 A.H.-> 2013 A.H.-> 2014
ATIVOS 39.832 31,52% 52.386 23,46% 64.677
CIRCULANTE 26.325 34,56% 35.423 29,43% 45.849
Caixa e equivalentes 822 501,70% 4.946 87,36% 9.267
Contas a receber e outros créditos 8.497 88,44% 16.012 16,44% 18.645
Estoques 11.129 -21,30% 8.758 34,41% 11.772
Pagamentos antecipados 812 -4,68% 774 -8,01% 712
Ativo fiscal corrente 5.065 -2,61% 4.933 10,54% 5.453
NÃO CIRCULANTE 13.507 25,59% 16.963 10,99% 18.828
Contas a receber e outros créditos - - 407
Ativo fiscal corrente 527 24,10% 654 9,48% 716
Depósitos Judiciais 3 0,00% 3 1866,67% 59
Investimentos 143 23,78% 177 14,12% 202
Imobilizado 12.834 25,67% 16.129 8,15% 17.444
PASSIVO 38.016 21,65% 46.246 14,74% 53.061
CIRCULANTE 32.384 9,20% 35.364 14,67% 40.551
Fornecedores e outras contas a pagar 11.331 -16,46% 9.466 61,17% 15.256
Empréstimos e Financiamentos 18.319 23,23% 22.575 -9,96% 20.327
Passivo fiscal corrente 806 18,98% 959 28,78% 1.235
Obrigações Sociais 1.928 17,01% 2.256 26,42% 2.852
Dividendos a pagar - 108 715,74% 881
NÃO CIRCULANTE 5.632 93,22% 10.882 14,96% 12.510
Empréstimos e Financiamentos 4.946 101,80% 9.981 14,07% 11.385
Passivo fiscal diferido 686 31,34% 901 24,86% 1.125
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.816 238,11% 6.140 89,19% 11.616
Capital Social 3.050 0,00% 3.050 60,66% 4.900
Ajustes de Avaliação Patrimonial 627 0,00% 627 0,00% 627
Reserva de Lucros (2.154) 195,40% 2.055 180,73% 5.769
Outras Reservas 293 39,25% 408 -21,57% 320
2012 A.H.-> 2013 A.H.-> 2014
Receita Operacional Líquida 130.797 28,75% 168.398 16,43% 196.061
Custo das Vendas (116.721) 23,42% (144.058) 14,88% (165.494)
Lucro Operacional Bruto 14.076 72,92% 24.340 25,58% 30.567
Despesas de Vendas (8.870) 24,80% (11.070) 38,37% (15.318)
Despesas Administrativas (2.901) 22,96% (3.567) 24,17% (4.429)
Outros resultados operacionais 233 -654,94% (1.526) 43,58% (665)
Resultado Operacional 2.538 222,18% 8.177 24,19% 10.155
Resultado Não Operacional (2.069) 10,25% (2.281) -25,56% (1.698)
Resultado antes dos Impostos 469 1157,14% 5.896 43,44% 8.457
Impostos (136) 977,21% (1.465) 40,96% (2.065)
Resultado do Exercício 333 1230,63% 4.431 44,26% 6.392
Empresa C
Balanço Patrimonial (em milhares de reais)
Demonstração do Resultado do Exercício (em milhares de reais)
133
APÊNDICE 12 – RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL SEGUNDO
O MODELO FLEURIET EMPRESA C
2012 2013 2014
Ativo 39.832 52.386 64.677
Financeiro/Errático 822 4.946 9.267
Caixa e equivalentes 822 4.946 9.267
Outros investimentos - - -
Operacional/Cíclico 25.503 30.477 36.582
Contas a receber e outros créditos 8.497 16.012 18.645
Estoques 11.129 8.758 11.772
Ativos Biológicos - - -
Pagamentos antecipados 812 774 712
Ativo fiscal corrente 5.065 4.933 5.453
Não Circulante 13.507 16.963 18.828
Contas a receber e outros créditos - - 407
Ativo fiscal corrente 527 654 716
Depósitos Judiciais 3 3 59
Investimentos 143 177 202
Ativos Biológicos - - -
Imobilizado 12.834 16.129 17.444
Intangíveis - - -
Passivo 39.832 52.386 64.677
Financeiro/Errático 18.319 22.683 21.208
Empréstimos e Financiamentos 18.319 22.575 20.327
Dividendos a pagar - 108 881
Operacional/Cíclico 14.065 12.681 19.343
Fornecedores e outras contas a pagar 11.331 9.466 15.256
Passivo fiscal corrente 806 959 1.235
Obrigações Sociais 1.928 2.256 2.852
Adiantamentos recebidos - - -
Não Circulante 7.448 17.022 24.126
Fornecedores e outras contas a pagar - - -
Empréstimos e Financiamentos 4.946 9.981 11.385
Passivo fiscal corrente - - -
Passivo fiscal diferido 686 901 1.125
Provisão para contingências - - -
Capital Social 3.050 3.050 4.900
Ajustes de Avaliação Patrimonial 627 627 627
Reserva de Lucros 2.154- 2.055 5.769
Outras Reservas 293 408 320
Empresa C
Reclassificação do Balanço Patrimonial - Método Fleuriet
134
ANEXO 1 – SEÇÃO DO RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO – 2015 - EMPRESA A